Revista Rio Samba e Carnaval - Edição 2009

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~~.rnaval nĂşmero 38 ~ 2009


SE • SUJ E O E T- D L A SAPA OS : R · N O , ou É SAM : IS · O E M E 11-O I 10 15. ,.-.-.-.

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PLANO, Df SAUDE --~ Of \ctA\. DO ----~

CARHA\lA\. CAR, OCA


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POR CLAUDIO HENRIQUE(9)

YES, WEEKEND! "Yes, we can l " , ventured Barack Obama, in a phrase already engraved in history. "Yes, we .. ekend l ", we revelers decree, privilcged creatures enj oying tbe biggest sbow on Earth. Ever worn bermudas? Ever bOllght those very Brazilian tlip flops? Ever bathed on Rio beaches? Well , now it's abollt time you adopt this modelito. AfieI' ali, if you' re reading tbis text, you can pinch yourself because it's true: you' re in R io de Janeiro, my dear tourist! In the middle of summer! At Carnival time! Yeah! The second good news is that you bave just been given a copy of Rio Samba & Carnaval, tbe official Samba Avenue magazine for tbe past 38 years informing you about the samba scbool parades in Rio. This year's edition includes ali those stars you see in numbered photos at the side. Moacyr Luz, for example, one of the top and most talented Rio samba aJ1ists today, who signs a feature 011 hi s deli ghtful adventures in the city 's street carn ival. "Yes, they can!" says th e titl e of the articl e on the mulatta girl contest th at adds a pinch of pepper and choco late - to Rio 's revels . These alld other reports th at parading througb the fo llowing pages wi lI help yo u, dear reader, ullderstand more abollt Rio Carniva l. And consequently understand more abollt bappiness - since we' re talking synonyms. And in these days of more merrim ent than ever, who says we can 't be happy? Yes, we call! A great Carnival to evelyone!

o Carnaval, que aqui na RS&C a gente convenciona escrever sempre com letra maiúscula, numa reverência gráfica e justa à grandeza da festa, este ano vai ser ainda menos igual àquele que passou. Isso porque será o primeiro desfi le após a revisão ortográfica do POltuguês, nossa língua-mãe, que deserdou tremas, criou uma geração de palavras órfãs de seus acentos agudos e reconheceu em cartól;o os antes bastardos K, W e Y. "E o Kiko?", pergunta o leitor. "Kiko eu tenho a ver com isso?". Muita coisa, caro amigo ou cara amiga, a começar pelas letras dos sambas, repletas de novas grafias, a desafiar a hatmonia dos versos. E como ficará a folia após a exclusão ou inclusão de hifens em expressões frequentes (sem trema) a este universo, como mestre-sa la, p0l1abandeira, carro alegórico? Por esses e outros dilemas, que nos deixaram paranoicos (sem acento agudo!) na produção da revista, pensei em iniciar esta apresentação com o assunto. Foi ou não foi uma boa ideia - mesmo que, mais uma vez, sem acento (argh!*)? A Escola de Samba Unidos de RS&C desculpa-se, já de saída, na concentração, por qualquer deslize no desfi le de letras desta edição (bilíngue, como sempre, mas agora lUD bilíngue sem trema). E anuncia que não para (sem acento) de reunir estrelas no cortejo de reportagens das páginas em sequência (mais uma palavra que perdeu os simpáticos dois pontinhos). A começar pela capa, especialíssima, com Luiza Brunet fazendo sua estreia (sem acento) na revista, pelas lentes refinadas de Fernando Torquatto. E temos sim mais uma vez Lula Branco Martins (1) - que, aliás, apoia, sem acento, a refOlma -, Renato Fagundes (8), Ana Braga e Alexandre Vidal (2), quarteto que já falma quase uma Velha Guarda (sem hífen, ass im entendemos) da nossa reportagem. Solando na nossa agremiação de bambas da escrita, as recémchegadas Ana Cláudia Souza (3) e Luciana Leall - e o guru dos botequins e compositor Moacyr Luz (4), nosso cronista convidado. E registre-se ainda o retorno briLhante da designeI' Lúcia Maldonado (5) e do jornalista Aydano André Motta (6) - que me antecedeu na nobre tarefa de editar esta publicação que vocês leem (agora sem circunflexo). E, por fim, aquela que, indubitavelmente, é a grande estrela desta 38a edição da RS&C: Penha Dutra, nossa revisora de português oficial! Palmas para ela, plateia (sem acento)! Maior sorte teve a Elvyn MarshaII (7) , nossa fiel tradutora, que pôde (aqui, sabe-se lá por quê, manteve-se o circunflexo) continuar usando as mesmas regras do inglês. Se bem que, pobre Elvyn, pensando bem, quero só ver como ela vai traduzir este texto aqui ... Feliz Carnaval para todos! * mgh l,

expressão de enjoa (agora senl Circunflexo)

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18 QABRE-ALAS

OPENING SECTION

Personagens, histórias e destaques do Carnaval 2009. Personalities, stories and highlights of Camival 2009.

26~MEMÓRIA

MEMORY

Os 50 anos da Imperatriz Leopoldinense, oito vezes campeã do Desfile. The 50th almiversary of Imperatriz Leopoldinel1se, eight times Parade champion.

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86~MUSAS MUSES Mulata do Gois vira tradição da folia carioca e, ano, revela novas mulheres, com belos rostos, bolrrlto,S· corpos e lindas histórias. The Mu/atta Girl 01 Gois has become a tradition of Rio revelry, and every year this contest discovers more women fair of face, bodies beautiful with stories of love and tire.

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97'Y CRON ICA CHRONICLE Moacyr Luz desfila sua prosa e sua poesia revelando lembranças de um folião apaixonado. Moacyr Luz parades in his prose and poetry reminiscences and passiolls of a Rio camival reveler.


Diretor-presidente/Director-president Maurício de Araújo Mattos Diretor Comercial/Commercial Director Carlos Eduardo Reginato Diretor Adm-Financeiro/Admin-Financial Director Carlos Xavier

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Editor Claudio Henrique (chjones@globo.com) Projeto Gráfico/G raphic Design Lúcia Maldonado (aleph.rlk@terra.com.br) Assistentes: Fernanda Urbano, Sérgio Luiz Santos Melo Editor Fotográfi co/Photo editor Alexandre Vidal (agencia@fotobr.com.br)

Divulgação/Publicity Carlos Sampaio Colaboradores/ Contributors Ana Braga, Ana Claudia Souza, Ancelmo Gois, Aydano André Motta, Luciana Leall, Lula Branco Martins, Moacyr Luz, Mônica Garcia e Renato Fagundes Fotografias/Photos Agência FotoBR, Agência O Globo, Alexandre Vidal, Ari Versiani, Aline Bastos, Beatriz Cunha, Fernando Azevedo, Henrique Mattos, Levy Ribeiro, Lucíola Villela, Luiz Alvarenga, Ricardo Gama, Marco Afonso (foto de Diogo Nogueira) e Fabio Rossi (fotos das Mulatas do Gois). Assistentes: Rodrigo Azevedo, Nilmon Filho. Foto de Capa/Cover Photo Alexandre Vidal TraduçãofTranslation Elvyn Marshall Revisão/ Revision Penha Dutra

Produção Gráfica/Graphic Production José Luiz L. Saraiva Pré-lmpressão/Preprint Stilgraf Impressão/Printers Bandeirantes

Marketing Eliane Barbosa, Gabriel Lobo de Oliveira, Guilherme Arantes, Marcelo Nunes Sá Relações Públicas/ Public Relations Domingos Sávio Administração e apoio/Administration & Support Aline Malheiro, Edsandro P. da Silva, Elaine Cosme, Gabriel Lopes, lia Mara Passos, Neiva Dantas Silva, Nilton Apolinário, Zenaldo Santos da Silva Tiragem da

38" edição auditada pela

Rio Samba e Carnaval - Av. Rio Branco, 257, 18° andar . CEP: 20040-009 Rio de Janeiro, RJ • Fone (21) 2262-5329 • Fax (21) 2533-1 570. Uma publicação da RSC Publicidade e Eventos Ltda. Marca e Logomarca de uso exclusivo. Proibida a reprodução sem autorização expressa dos autores. Circulação Gratuita - Venda proibida. Oficializada pela Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Rio Samba e Carnaval is published by RSC Publicidade e Eventos Ltda. The tradename and the logo are for the publisher's exclusive use. Reproduction of any material or photo is prohibited without the express authorization of the authors. Selling prohibited.

www.rsc.com.br


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NAS MÃOS DOS MELHORES CABELEIREIROS DO MUNDO


Mensagem

[RJ @) ~@) [P) Ql]@@) D @ DTI@)~

[JQl]@)~~ @) @) ~@(ID [JD@ (Q]@ @@)[JD@@@) Eduardo Paes Prefeito da cidade do Rio de Janeiro Mayor of Rio de Janeiro

o Rio de Janeiro reúne atrativos como Pão de Açúcar, Maracanã, Lapa e Cristo Redentor - eleito recentemente uma das novas Sete Maravilhas do Mundo. A cidade também dispõe de enorme variedade cultural e gastronômica, praias lindíssimas e a maior floresta urbana do planeta, e se especializa cada vez mais no oficio do atendimento de excelência aos visitantes. Mas não se pode falar em Rio de Janeiro sem falar em Carnaval. A maior f esta popular do planeta só poderia mesmo ser realizada na Cidade Maravilhosa, pelo povo mais caloroso do mundo. Os desfil es do Sambódromo, que atraem, em média, um público de 60 mil foli ões por dia, são considerados o maior espetáculo da Ten a. Ali é possível observar o quanto o cari oca é cri ati vo. Os enredos, os canos alegóricos e as fantasias impressionam os turistas. A identidade do povo ca rioca, marca registrada desta festa, é o Carnaval de rua. Nos blocos, sejam os mais tradi cionais ou os mais ineverentes, o foli ão literalmente incorpora o personagem. E para que esta outra logomarca carioca não se perca com o tempo, a Prefeitura do Rio de Janeiro está trabalhando para que as centenas de bandas e blocos da cidade tenh am cada vez mais força e representatividade dentro do Carnaval. Evoé !

RIO REV ELRY ON SA PUCAf AVENUE ANO IN TI-IE STREETS Ri o de Janeiro has so many attractions - Sugar Loaf, Maraca nã, Lapa and Christ Redeemer Statue - th e last recently voted one of th e new Seven Wonders of the World . The city also has vast cultural and gastronomi c vari ety, breathtaking bcaches and th e largest urban forest in th e world . An d concentrates es pec iall y on giving visitors a service of excell ence. But we can 't menti on Ri o de Janeiro without mcntioning Ca rni va l. The biggest fo lk festiva l on th e planet just has happen in the Wondcrfu l C ity with the fr iend liest peopl e on Earth . The Samba Avenue parade, attracting a public of an average of 60,000 revelers per day, is considered to be th e most spectacul ar show on Ea rth . There yo u can see how creati ve Ri o people are. Tourists are fasc inated by the themes, floats and costumes. And th e street carniva l is th e 10 of the Rio people, its registered trademark of thi s festiva l. In the blocos from th e most traditi onal to the most ineverent the reveler li terally incorporates the character. A nd in order that th is other Ri o logo is not lost in ti me, Rio de Janeiro C ity Hall is working hard so tbat hundreds of bands and blocos in the city ca n be even stronger and more representa tive in Carnival. Evoé !


Energia positiva para um mundo melhor. Sustentabilidade: compromisso da CEG e do Grupo Gas Natural com as gerações de hoje e de amanhã.

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Distribuição de energia é o maior negócio da CEG e do Grupo Gas Natural. Mas não é apenas a energia mais limpa e segura do gás encanado ou do combustível para automóveis. É também a energia que leva mais qualidade de vida para a população. A energ ia de um trabalho feito junto

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com a sociedade, em projetos que valorizam a cultura, o meio ambiente e o desenvolvimento humano. Energia positiva é garantir que o nosso crescimento esteja diretamente ligado à sua satisfação e a um mundo melhor para todos.

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CEG RIO


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@©@)[JITU@)W@) ~ cQ]@ [ffiD@~ Sérgio Cabral Governador do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro State Governar

o Carnaval do Rio de Janeiro é uma das melhores traduções do nosso povo e da nossa cultura. No caldeirão da folia carioca, é a mistura de muitos brasis que diverte e encanta os visitantes de todos os cantos. Por isso, a cada ano que passa, o reinado de Momo atrai mais gente para cá: em 2009, serão quase 720 mil turistas, que gastarão algo em torno de US$ 520 milhões, movimentando a nossa economia. Nos blocos, nas bandas e no espetácul o extraordinário das esco las de samba na Marquês de Sapucaí, estejam certos de qu e o Estado está presente. Nosso dever de casa fo i fe ito. Co m as medidas sé rias e só lidas que temos tomado ao longo de todo o govem o, as áreas de Seglll'ança Púb lica e de Saúde estão mais preparadas do que nun ca para que tudo corra bem. Desta vez, a integração do Govem o do Estado com a Prefeitura do Rio é tota l. Este Carn aval é a celebração de uma parceri a que dará muitos frutos à popu lação. Demonstraremos, mais uma vez, a nossa capacidade de rea lizar grandes eventos, que atraem a atenção do mundo inteiro, co mo aconteceu no Pan-Ameri cano de 2007. Em um a cidade que, apesa r das difi culdades, resiste e se reinventa sempre, o Carnava l 2009 será o pontapé inicial rumo à Copa do Mundo de 20 14 - onde o Rio de Janeiro será protagonista - e ao sonbo pelo qual estamos trabalhando muito, que é sediar os Jogos O límpicos de 2016. Por isso, abram alas para o Carnava l do Rio! Desejo a todos que aproveitem em paz esses maravi lhosos dias de festa e alegria.

MAKE WAY FOR RJO CARN1VAL! Ri o de Janeiro Ca rnival is onc of th e best exampl es of our people and culture. In th e bo iling pol of Rio revehy, th e mi x of many ' Brazils' entertain and delight visitors from a li over the world. This is why, as each year goes by, th e realm of Momo, K ing of Ca rni va l, attracts more and more people: in 2009, almost 720,000 tourists will spend around US$ 520 million, boosting our economy. In the bloc ks, baud s and the spectacul ar parade of th e sa mba sc hoo ls along Marq ues de Sapucaí avenue, Ri o State w ill certa inly be there. We've done Olll' homework. We have taken seri ous and so lid measures thro ugbout th e governm ent, and th e Public Securi ty and Health sectors are readi er than ever for everything to go like clockwork. This yea r, the integration between the state and cily govemmellts of Rio is complete. This Carnival is the celebration of a partn ership tb at w ill g ive maj or retllrn to the populatioll . Ouce aga in we will show our capacity to hold maj or events, attracting wo rldw ide attenti on as we did during th e 2007 Pa n-Ameri ca n Ga mcs. In this city that sta nds fast, a lways re-inventin g in spi te of th e difficu lties, Ca rni va l 2009 will be the ki ck-off for the World Cup in 20 14 - w here R io de Janeiro will be prota gon ist - and for the dream to whi ch we are working hard, of being host to the 20 16 Olympi c Ga mes. Therefore, make way for Rio Carniva l! 1 hope yOll will ali enjoy in peace these wonderflIl days of revehy and j oie-de-vivre.


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Mensagem

NEW CHALLENGES

Jorge Castanheira Presidente da LlESA Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro President, Independent Samba School League of Rio de Janeiro

Todos os anos os artistas do Carnaval precisam encontrar motivação para se superarem e ajudarem as suas escolas de samba a realizarem um espetáculo ainda melhor do que aquele que proporcionaram no ano que passou. Felizmente, para todos nós que queremos divulgar a cultura nacional por meio desta que é a maior e melhor festa popular do mundo, eles têm conseguido. E isso sempre nos enche de orgulho. A Liga Independente das Escolas de Samba se sente feliz em contribuir para que isso aconteça. Este ano, ao desafio da criatividade, da inventiva, da arte, se juntou outro ainda mais instigante: a superação da crise econôm ica mundia l, que tem tirado impoltantes recursos finance iros que, sabemos todos, são fund amentais para que eles possam dar asas às ide ias e desenvo lverem o que planejam. As escolas de samba, natura lmente, não estão imunes à crise. Em todos os nossos encontros, reiteramos aos presidentes e aos artistas que este é o nosso grande desafio em 2009: não permitir que a qua lidade do evento seja prejudicada . Por isso a Liga pediu a todos os envolvidos que se esmerassem, ainda ma is, para proporcionarmos um grande espetáculo. Os envolvidos neste magnífico evento - presidentes, diretores, carnavalescos, figurinistas, aderec istas, etc. - estão imbuídos de fazer o me lhor, sempre, para que o nosso Carnava l não perca o prime iro lugar deste pódio, que tanto nos orgulha.

Every year camival artists need to find motivation to do even better and help their samba school s produce an even better show than the year before. Fortunately, for all of us who want to di sse minate Brazilian cu lture in the biggest and best folk fes tival in th e world, th ey have ac hi eved this. And this always fíll s us with pride. The lndependent Samba School League is pleased to be ab le to conh'ibute toward such an achievement. This year, something even more insti gating has been added to the chall enge of creativity, invention, and alt: overcoming the globa l econo mic crisis, which has redu ced to a minimum major fi nancia i resources that, as we all know, are essenti al to give w ings to their ideas and put their plans into practice. And obvio usly sa mba school s are not immune to the cri sis . In all OUJ meetings, we repeat to the presidents and artists that this is our major cha ll enge in 2009 : not to lower the quality ofthe show. This is why the League has as ked all the stakeholders to do their best to give us a great show. Those involved in this magnificent event - presidents, directors, Carn iva l arti sts, costum e and accessory designers, and so 011 - are imbued with their constant striving to make our Carnival the best ever, and of which we are so pro ud .


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Abre-alas

Bem..vinda, Musa!

case ofDiogo NogtJeita. and composer, 27-year old son ofrenowned João Nogueira, one ofthe roost remarkable voices in Brazilian music, prefers the sambistão, 80 great i8 his charisma and talent. In November, he sang in Texas - he was a Latin Grammy nominee in the category "Best new artist ofthe year"- , in Los Angeles and San Diego. On New Year's Eve he commanded the main show in Copacabana. His carnival samba theme for lhe Porteia samba school was victorious for the third year running. In 2007 and 2008, ali jury members gave him top grades. He's supporter of the PorteJa samba school like his father, and wi ll parade for the school alongside the sound float. This year be's not going to be lead singer. AI least not yet...

Com jornais, TVs e sites despejando informes sobre desemprego e quedas nas bolsas, a eleição de Barack Obama não foi o único oásis em meio ao deserto de boas notícias. A volta de Luma de Oliveira ao Samb6dromo também. Afastada desde 2006, por 18 anos (desde 1987) brilhou como madrinha de bateria. Neste período, protagonizou passagens deliciosas - em todos os sentidos - e polêmicas. Como o dia em que desfilou com uma coleira (1998) em que se lia o nome do então marido. Depois de Caprichosos, Tradição e Viradouro, chegou a vez da Portela contar com sua beleza e carisma. Aos 43 anos, passou as últimas semanas malhando pesado com um personal trainner. Tudo para não decepcionar os fãs. Como se isso fosse possivel.

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Um grito de força e amor ao samba A CRY OF STRENGTH AND LOVE OFSAMBA

Em pleno tratamento de saúde, Neguinho da Beija-Flor faz questão de ir à Avenida soltar a voz pela sua escola "Olha a Beija-Flor aí, geeeeente! Chora cavaaaaaco!!!!" - quem não conhece este bordão, hoje certamente o mais famoso na Marquês de Sapucaí? Seu intérprete nasceu Luiz Antônio Feliciano Marcondes, mas consagrou-se tanto no meio musical e do samba como Neguinho da Beija-Flor, que, ano passado, incorporou o nome artístico a sua celtidão de nascimento. A raça e a determinação deste cantor, há 33 anos puxador do samba-enredo da escola de Nilópolis, foram mais uma vez postas à prova nos últimos meses, após um diagnóstico de câncer no intestino. Ele chegou a perder llkg, mas submeteu-se a uma cirurgia, quimioterapia e vem se recuperando em ritmo acelerado, como ele gosta. Até o fechamento desta edição, garantia que estará presente comandando o canto da Beija-Flor este ano. Nem que seja apenas para iniciar o desfile com seu grito de guerra. "Ajunta médica está fazendo o possível para que eu esteja bem e possa encarar a Avenida inteira", dizia. "Se eu desfilar, vai ser o melhor Camaval de todos, uma emoção como se fosse o primeiro", diz o cantor, que estreou na arte de conduzir sambas no bloco Leão de Iguaçu, em 1970, transferindo-se para a Beija-Flor de Nilópolis em 1975, onde está até hoje. Conhecido como O intérprete dos intérpretes, ele iniciou sua carreira de sucesso com apenas 10 anos, ao vencer um concurso de música, cantando uma música do mestre Jamelão, o inesquecível intérprete da Mangueira, morto em 2008 . Na carreira de cantor, são 30 CDs lançados, e inúmeros sucessos e prêmios, entre eles o de melhor cantor de samba no Prêmio Sharp de 1991. Já em tratamento contra a doença, Neguinho deu sina is de sua força ao lançar o CD e DVD Menino de Pé no Chão e gravar uma especialíssima participação no programa de fim de ano da Globo, cantando junto com o Rei, Robelto Carlos. Ansioso por conseguir realizar seu 34° desfile, Neguinho conversou com a Rio, Samba & Carnaval. S A M B A

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RSC: Como está sendo enfrentar a doença? Neguinho: De cara foi uma avalanche em minha vida, mas me apeguei a Deus. O apoio da minha esposa, Elaine Reis, e a expectativa do nascimento da minha filha, Luiza Flor Morena, amenizaram meu sofrimento. As orações e rezas de todas as pessoas que torcem por mim me fizeram mais forte para lutar contra esse mal RSC: Em algum momento você temeu não poder mais cantar? Neguinho: Claro, tive muito medo. Com as sessões de quimioterapia, comecei a me sentir muito fraco e, nesse momento, achei que tivesse que parar de cantar. Mas vou seguir em frente . RSC: Par a 2009, qu ais são os seus planos? Neguinho: Os melhores possíveis. Com saúde, quero emplacar o lançamento de um novo DVD e CD, Nos Braços da Comunidade, Ao Vivo. E com a força de Deus quero curtir minha fanú lia e trabalhar muito.

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Even when he's under medicai care Neguinho da Beija-Flor makes a point of going out onto the Avenue as lead singer for his samba school "Olha a Beija-Flor aí, geeeeente! Chora cavaaaaaco!!!! " - Who doesn't recognize this phrase, surely the best known today on Marquês de Sapucaí? The singer was bom Luiz Antonio Feliciano Marcondes, but beca me known in the musical and samba circles as Neguinho da Beija-Flor, who last year added his artistic name to his birth certifica te. His starnina and dedication, singing the theme ofthe Nilópolis samba school for the past 33 years, were once again put to the test in the last few months afier his diagnosis of intestine cancer. He lost Ilkg, but went through a surgery, chemotherapy and is recovenllg at an accelerated rhythm, the way he likes it. Until the closure ofthis edition, he assured us that he'd be there commanding Beija-Flor 's refrain this year. Even if only to start the parade with his war cry. Neguinho talked to Rio, Samba & Carnaval, ready to take part in lus 34tb parade. RSC: How are you coping with your illness? Neguinho: lt hit me like a sledge hammer, but I asked God for help. The support of my wife Elaine Reis, and the excitement about the birtb ofmy daughter Luiza Flor Morena, belped sooth my suffering. Tbe prayers and good wishes from ali the people who cheered for me made me stronger to fight against th is disease. RSC: Were you afraid at any time of not Singillg again? Neguinho : Yes, of course, I was scared. I started fee ling really weak afier chel110tberapy sessions - that was wben I thougbt I'd have to stop singing. But 1'111 rariug to go. RSC: What are your plans for 2009? Neguinho: The best possible. With good healtb, I want release a new DVD and CD, Nos Braços da Comunidade, Ao Vivo. And witb God's strength I want to enjoy l11y fanu ly and work hard.


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Ria de Janeiro - RJ • 2643-7000


THIS WILL BE THE 26TH PARADE FOR LUTZA BRUNET, MAGNlFICENT IN FRONT OF THE SAMBA SCHOOL DRUMMERS: HER LAST 13 IN lMPERATRlZ

A rainha das rainhas The queen of queens Este será o 260 desfile de Luiza Brunet brilhando à frente de baterias de escola de samba: os 13 últimos, na Imperatriz Ela já desfilou grávida (1988 e 1999), foi rainha da Portela e, a partir de 1995, reinou à frente da bateria da Imperatriz Leopoldinense por 11 anos, sendo quatro vezes campeã (1995, 1999, 2000 e 2001). Chegou a anunciar seu afastamento dos desfiles, em 2005, e passou dois anos sem emprestar sua beleza e seu carisma à Sapucaí. Mas voltou ano passado, em grande estilo, linda! Em 2009, quando sua escola de coração comemora 50 anos, não poderia, de forma alguma, ficar de fora. E mais uma vez estará junto aos ritmistas de Ramos. Para coroar tudo isso, pela primeira vez é a estrela da capa da Rio Samba & Carnaval, em sua 383 edição. Também não havia como a revista ficar sem a honra de estampar uma das mais importantes personagens do Carnaval carioca, Luiza Brunet. "F iquei muito feli z com o convite", diz a modelo, que fo i clicada pelo fotógrafo Alexandre Vidal e maqui ada por André Mucks. " Luiza Brunet tinha que, obrigatoriamente, constar da galeria de capas da revista", diz o empresário e publisher Maurício Mattos, lemb rando que por aqui j á estiveram grandes personalidades da festa, como Pinah (1 984), Deise Nunes (1988), Valéria Valenssa (1997), Adriane Galisteu (1998), Tathiana Pagung (2003), Joãosinho Trinta (2004), Juliana Paes (2005), Adriana Bombom (2006) e Grazielli Massafera (2007), entre outras. Aos 46 anos, Luiza Brunet tem é história para contar da Avenida. A primeira vez que desfilou foi em 1980, na Beija-Flor, convidada por Joãosinho Trinta para sair num can'o alegórico da escola. Na época, começava a se destacar como modelo, em especial pelas campanhas que fazia para as calças Dijon. Em 1982, assumia o posto de rai.nha de bateria da Portela, onde ficou até 1994, transferindo-se então para a Imperatriz. Assim, ela é hoje a mais antiga rainha de bateria em atividade no Sambódromo, perfazendo 26 desfiles no posto, 13 em cada escola. A trajetória de Luiza Brunet é tipo roteiro de cinema. Nasceu no coração do Pantanal, no meio do mato, mas menina ainda mudou-se para Itaporã, interior de Mato Grosso do Sul. Aos 8 anos, e junto com a fam ília, desembarcava no Rio, no baino de lnhaúma. Aos 12, abandonou os estudos para trabalhar - como babá, depois vendedora - e, aos 16, caso u-se pela primeira vez. A beleza sempre marcante acabaria por abrir para ela as portas do mundo da moda e da fama. E de forma quase casual, quando, um dia, foi ass istir a uma sessão de fotos de Rose de Primo, de quem era fã . Percebendo a morena no canto do estúdio, o fo tógrafo Nilton Ricardo a convidou para faze r um book, e a bela nunca mais parou . Hoje, prestes a completar 47 anos, e com dois filhos - um deles, a bela Yasmim Brunet, que segue seus passos e seu sucesso na carreira de modelo - , Luiza não para de fazer planos. Depois de abandonar sua incursão pela arte dramática - participou de algumas novelas na TV - , estreou este ano como apresentadora de TV, na Band. E uma certeza também agora se cristalizou: deixar o Carnaval do Rio? Jamais! 'S A M B A

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She's already paraded pregnant (1988 and 1999), was queen of Porteia and, sincc 1995 she has reigned supreme for 1I years in fro nt of the drwnmers of lmperattiz Leopoldinense, four times champ ion (1995, 1999, 2000 and 2001). Tn 2005 she even announced her retirement from the parades and Sapucaí was bereft of her beauty and charisma for two years. But she made a comeback last year in grand style, stwming as usual! In 2009, when her favorite school COfimemorates its 50th anniversary she couldn 't stay away. And again she' ll be together with the percussion of Ramos. To crown everything, fo r the [u'st time she wi ll be our cover girl of the 38th edition of Rio Samba & Carnaval. After all, the magazine had to honor one of the most remarkable personalities of Rio Carnival, Luiza Bn.met. "I was vety pleased to be invited", says the model, photographed by Alexandre Vidal with make-up by


Abre-alas André Mucks. "Luiza Brunetjust had to be portrayed in the gallely ofthe magazine's co ver", says impresario and publisher Mauricio Mattos, recalling its past top personalities of carnival, some of whom were Pi nah ( 1984), Deise Nunes ( 1988), Va leriaVa lenssa ( 1997), Adriane Galisteu (1 998), Tathiana Pagung (2003), Joãosinho Trinta (2004), Ju liana Paes (2005), Adriana Bombom (2006) and Graz iell i Massafera (2007). Luiza Brunet, 46-year old, has a whole history on the Avenue. The first time she paraded was in J 980 in Beija-Flor, at the in vitation of Joãosinho Trinta to parade on one of the school's fi oats. At that time, she was Stalting her outstanding model career, especially in the campaigns for Dijon pants. In 1982, she took over as queen of Porteia drums, where she stayed lmti11 994, then moved on to Imperatriz. So she is today the oldest queen of the drums in activity on the Samba Avenue, totaling 26 parades as queen, 13 in eac h school. Luiza Bnmet's career is like a movie script. She was bom in the wild beart of the Pantanal wetlands, but she was still a kid when she moved to Itaporã, in the interior of Ma to Grosso do Sul. When she was 8 years old, she and her family landeel in Ri o, in the lnhaúma neigbborhood. When sbe was 12, she stopped studying to go to work - as a nanny, then a saJesgirl - and then at 16 malTied her fLrst husbanel . Her always outstaneling beauty eventually opened the eloors for her to tbe worlel of fa me and fashion. And so by chance one day when she was watching a pboto session of Rose de Primo, whom she adrnired. The photographer Nilton Rica rdo noticed the brunette in the comer of tbe studio and invited her to do some tests and the lovely lass bas neveI' stopped since. Today, almost 47 years old and with two children - one of them the lovely Yasmi n Brunet, who fo llows in her Footsteps anel success in her modeling career -, Luiza doesn't stop making plans for her own career. AfieI' abandoning her incursion in the dramati c at1Sshe took pal1 in some TV soaps -, this year she debuted as TV presenter on the Banel TV network. And one thing is sure: never to leave Rio Carniva l behind !

Brunet na Imperatriz (acima) e nos bastidores da foto de capa: com o fotógrafo Alexandre Vida I (pág. ao lado) e, abaixo, com o maquiador André Mucks Brunet in Imperatriz (above) and behind the scenes of the co ver photo: with the photographer Alexandre Vidal (page on left) and with make-up artist André Mucks

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Grazielli Massafera sempre gostou de Carnaval. Quando pequena, adorava brincar nos blocos que percorriam as ruas de Jacarezinho, no interior do Paraná . No Rio, a loura, que conquistou o Brasil ao participar do programa de TV Big Brother Brasi l já desfilou três vezes. A prime ira del as foi fruto do BBB , quand o, ainda na casa, acabou sendo escolhida pelo companh eiro de confinamento Jea n Willys para sair com ele na Beija-Flor. Ma l ela deixo u o programa, já era convidada para ser rainha de bateria da Grande Rio , onde reinou abso luta por dois anos. Do seu " primeiro reinado", um episódi o jamai s será esq uecido pela hoje atriz da Globo: a sandália del a arrebentou durante o desfi le, fa zendo-a ir ao chão . ''Naquele momento não pensei no tombo . Só me preocupei com a escola e em fazer bonito", diz, orgulhosa por, mesmo com o susto, não ter perdido o rebolado e nem a habitual simpatia. Grazi levantou-se, sac udiu a poeira e fo i até o fim da Avenida, recebendo o carinho do públi co. Em 2009, vai ass istir ao desfile de camarote. " Vou torcer muito pela Grande Rio", promete.

GRAZIELLI MA55AFERA, ATRIZ Grazielli Massafera has always loved Carnival. When she was a kid, she wou ld be in the midst ofthe blocos through the streets of Jacarezinho in upstate Paraná. In Rio, the blonde who eharmed Brazil when she took pali in lhe Big Brother Brazil TV program has now paraded three times. The first was beca use of BBB; when stil l in the house shc was chos<.:n by her companion in confmement Jean Willys to joint hilll in Beija-Flor. She had barely left the program when shc was invited to be queen of the Grande Rio dnmIDlcrs, where she reigned absolute for two years. In her "first reign", today's Globo aetor had an unforgettable 1l101llent: her sandal broke during the parade and she fell to the ground. "At Ihat 1ll0ll1ent I didn't think about lhe tãl!. My only worry was lhe school and doing well ", she said proudly that, despite the fright, she didn 't lose a st<.:p or her natural chann. Grazi picked herself, dusted hersclf down and danced right to the end, cheered on by lhe publico In 2009. she will be watching the parade from a box. "I'm going lo cheer o much for Grande Rio", shc promlses. ~~~~

A atriz Bruna Di Tullio conta, com humor, uma experiência já viv ida por muitos que freq uentam a arquibancada, cadeiras e camarotes da Sapucaí. Em 2007, a atriz e um grupo de amigos foram convidados para um camarote do lado par da Sapucaí. E les pediram ao motorista do táxi para deixá-los o mais próximo possível da entrada, mas ele se equivoco u, levando a tlllma para o lado oposto. Resultado: tiveram que dar a volta no Sambódromo a pé para chega r ao camarote. "Estava com lIlTI salto enonne e foi muito difícil andar aquilo tudo", lembra Bruna. "Quando vimos, estávamos no meio de muita gente. Não tínhamos como voltar e tentamos fazer um trenzinho para não nos perdenn os, mas não deu muito certo", conta. Quando conseguiram chegar ao camarote, um oLhou para a cara do outro e todos riram muito. "Na hora bateu um desespero, mas depois que tudo passou até que foi divertido", conclui.

BRUNA DI TULLlO Female aclor Bruna Di Tullio tells tiS an amusing anecdote about an experience Illany must hav e had getting to thclI stands, chairs and boxes on Sapucaí Avenue. In 2007, the actor and a groujJ of her friellds were invited lo a box on th e even-numbered side of the Avenue. They asked the taxi driver to leave them as close as possible to the entranc<.: but he got it wrong and look the group to the other side. Outcomc: they had to go right round the Samba Avenuc on foot to rcach their box. "I was wearing really high heels and it was 50 hard to wa lk a li that way", Bruna rccalls. "Whcn we realized where wc were, we were in the middle ofa crowd. Wc couldn 't go back and tned to go Indian tile so as not to lose each other, but it didn't work", she says. When lhey finally reached (heir box. thcy luoked at cach other and bur t out laughing. "At one point we were really despcrate bul th cll al1erwards it was quite <IIllUSlllg", she concluded. BA

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PROLONGUE SEU CARNAVAL VENHA SAMBAR E DANÇAR COM A G


Mem贸ria

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Entra-se na quadra da Imperatriz Leopoldinense - millla esquina de ladeira, em Ramos - e dois passos depois da roleta já se vê um busto, rodeado por duas bandeiras. É de Luiz Pacheco Drumond, seu presidente de honra e de fato. Uma plaquinha no pedestal revela que o monumento foi erguido em 1977. E até ali, que fique registrado, a escola ainda não havia vencido nenhum de seus festejados oito títulos. Aliás, a quadra também faz a homenagem, e se chama Luiz Pacheco Dlumond. Assim está escrito no muro ao lado da pequena arqu ibancada onde se posiciona a bateria. A barulheira é intensa. Estamos num domingo, a poucos dias do desfile, num ensaio. O clima, porém, não é exatamente de festa. Rá um celto compromisso no ar, algo que irmana todos por ali . Os 50 anos da escola comemorados este ano - estão servindo menos para comemorações, mais para se confumar que a Imperatriz faz samba também, e do bom. Uma necessidade de se provar isso tomou conta dos diretores, dos componentes, da comunidade em gera l. Explique-se: é que tem muita gente que insiste em dizer que "Imperatriz" e "raiz" são apenas duas palavras que rimam, questionando a qualidade do samba da escola. Um absurdo sem tamanho! De celto que a lista de fundadores e da Velha Guarda não exibe nomes conhecidos como os de Cartola e Carlos Cachaça, por exemplo. Bem verdade também que a Imperaoiz ainda não carrega as o'adições de wn Império Serrano. Até porque se trata de uma moça, perto das octogenárias Mangueira e POItela. Além disso, é a escola tachada como "técnica", a partir dos anos 90, quando patte da inlprensa dizia que desfilava pensando tão-somente nos S A M B A

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quesitos e nos pontos, e não na an imação. "Isso é uma uljustiça enOlme", diz o pesquisador da Camava l Riram Araújo, hoje diretor cultural da Liga Independente das Escolas, e que nos anos 60 e 70 ocupou cargos na diretoria da Imperatriz. O atual diretor de Carnaval da escola verde-branco-e-ouro, Wagner Araújo, dá de ombros para a fa lação. E amp lia o horizonte do papo. Diz que Ramos, bairro da escola, também sofre com o que chama de " um celto não reconhecimento". E contra-ataca, cheio de argumentos. "Qual é o mais importa nte bloco de rua da cidade? O Cacique de Ramos. Qual é o grupo de pagode pioneiro? O Fundo de Quintal. A maior sambista do Brasil, Beth Carvalho, é cri a de lá. E o maior sa mbista, Zeca Pagodinbo, também. Não estamos nada mal, não é?", provoca Wagner, com uma

When you go into the headquarters of Imperatriz Leopoldulense on a steep comcr in Ramos - two steps aftcr the tumstile you encounter a bust betwcen two banners. It's Lui z Pacheco Drull1ond, president of honor and fact. A littlc plaqu e 0 11 thc pedestal says the monumcnt was built in 1977 . And until that date, let it be registered, the samba school had not won any of its titles. Thc noise is deafeni ng. It's Sunday, rchearsal day. The atll1osphcre, however, is not exactl y party-time. There's a celtain commi tment in thc air, someth ing binding. The 50 years of the school - commemorated this year - are less for co mmemoration and more to con fi rm that Imperatri z does samba and the best too. A necd to prove this is inlbued in the di rectors, members and the commun ity in general. Let me cxplain : many people insist that ''lmperau'iz'' and " rai z" [root] are only two words that rhyme and nothing else, putting the school dOWll . Ridiculous! Celtainl y the list of fou.llders and Veterans don't have famous names Iike Cattola and Carl os Cachaça. And it's true that Imperatriz doesn't have the o'aditi ons of an lmpério Sen ano. Because, of course, it's still a yOLlllg lass next to the eightyyear olds Mangueira and POItela. Also, sinee the 1990s the school has been labeled ' technical ' when some of the press said that it paraded coucenu'ating onl y on the requisites and points aud not on with enthusiasm. "That's a huge injustice", says Camiva l researcber Riram Araújo, today cultural direetor of the Independeut Samba School League, and who Íll the 1960s and 1970 sat on the board of lmperatri z. The current Carniva l dU'ector of the grcen, white and gold sc hool is Wagner Araújo, who shrugs his


HOTÉIS OTHON. SUA MELHOR ESCOLHA. A red e Ot hon est á prese nt e nos prin ci p ais pontos do Brasi l e não p ara de c resc er. Ago ra, t ambé m es t á em Li sboa, Pari s e São Fr anc isco. E seja qu al for o se u p erfil de viaj ant e, t em se mp re um Othon fei t o para voc ê. Basta esco lher ent re o Oth o n Pala c e , Oth o n Class ic , Oth o n Trave i, Oth o n Po u sadas e Otho n Sui t es. São h ot éis criados para necessidades diferentes , mas com um a c oi sa em co mum: a qu alid ade . Qualid ade que só uma re d e forte, com tradição e ex p er iênc ia, pode oferecer. Ven ha para o Othon.

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ponta de ironia e outra de ressentimento. Ele fin aliza tirando novo sarro, e rindo de um lado ao outro da boca : " Aqui em Ramos houve muito baile à beira-mar. E os bairros que se dizem criadores do samba nunca puderam promover festas assim. Sabe por qu ê? Porque não tem praia em Madureira, não tem praia na Vil a, não tem praia no Estác io ... " A praia a qu e ele se refere um di a teve o nome de Mariangu, depois virou Praia de Ramos, qu e, aos poucos, foi se deteriorando, parte que é da esgotada Baía de Guanabara. Mas ve io o Piscinão de Ramos, que reanimou o luga r. A praia, ali ás, faz parte do desfil e deste ano, incluída na segunda parte do em edo desenvolvido por Rosa Magalhães, carnavalesca responsável por mais da metade

dos campeonatos conquistados pela Imperatri z, onde está desde 1984. Em outros mom entos haverá muitas alas de fantas ias típi cas de bail es à beira-mar e referências à fazenda do capitão Ramos. E aqui vale um pouco de hi stóri a. O bairro de Ramos surgiu no fim do sécul o 19, com a chegada do trem. Os trilhos prccisavam passar por dentro de terras que haviam pertenc ido ao capitão Luiz José F o'nseca Ramos. Seus descendentes concordaram com a obra, doaram as terras, mas fi zeram um pedid o: que fosse criada uma estação bem ali , na faze nda, em homenagem ao capitão. Assim nasceu a Parada de Ramos; e e la deu nome ao bairro. O desfil e fa rá ainda homenagens a cam ava lescos que aj udaram a Imperatri z a construir sua históri a de sucesso, como Arlind o Rodrigues e Max Lopes. Arlindo teve a honra de dar à esco la o seu prime iro títul o, um enredo sobre a Bahi a, em 1980. "Esta vitóri a, apesar de ter sido di vidida com Beija-Flor e Porte la, foi a qu e ma is m e emocionou, é inesquecível", di z Lui zinho, para logo em seguida se corrigir: " Ah, mas bom mesmo foi ganhar pela primeira vez só a gente, no ano seguinte, com o Lalá". E le se refere ao carnaval de 198 1, homenagem da Imperatri z (de novo com Arl indo) ao

shoulders at what they say and says th at Ramos, lhe school's neighborhood, also suffers from "a certain lack of recognition" . A nd counters: "Wh at's the most impOttanl street bloco in the city? Cacique de Ramos. Wllat's the first musical pagoele group? Fundo de Quintal. The greatest femalc samba arti st in Brazil? Beth Carva lho. And the greatest male sa mba altist? Zeca Pagodinh o. We ' re not eloing too badl y, are we?", he provokes. And his fin al challenge: "Here in Ramos we ' ve held many beach balls. And the neighborhoods who say they created samba were never able to hold patti es li.ke that. Know why? Beca u e Madureira, Vila, Estácio don 't have beaches .. ." He 's referring to what used to be called Mariangu and is now Ramos Beach, deteriorated, like most of Guanabara Bay, but recently resuscitatcd wi th is swimming pool Piscinão. The beach, in fact, appears in this year 's parade in the theme by carnival attist Rosa Maga lhães, who 's responsiblc for more than half the champio nships won by Imperatriz, where she 's been since 1984. There have also been occasional references to th e ra nch belonging to captain Ramos, who owned the land donateel to build the rai lway at lhe end of the 19th centLtly. The heirs of Lui z José Fonseca Ramos authorized lhe work as long as a stati on was built there on the estate in the captai n 's name. Henee Parada de Ramos. The parade w ill also honor carni va l arti sts that have helped Imperatriz bui Id its success story, namely Arl indo Rodrigues and Max Lopes. Arlindo had th e honor of givi ng the school its fu'st championship w ith a thcme on Bahi a, in 1980. "That victoty , a1though shared with Beija-Flor and Porteia, was my biggest thri ll", says Luizinho, but qui ckly correcteel himself: "S ut the best really was our first win alone the year after wi th Lalá". He is re ferring to the 1981 CarnivaJ in homage (again wilh Arlindo) to composer Lamartine Babo with the theme O Teu Cabelo não Nega. Imperatriz was aga in champion in 1989 (with Max Lopes anel his Libere/ade, liberdade) and more recently always with Rosa, in the following years: 1994 (Catarina de M édicis) , 1995 (Mais Va le


Memória um Jegue que Me Carregue) , 1999 (Brasil, Mostra a Sua Cara), 2000 (Quem Descobriu o Brasil fo i Seu Cabra f) and 2001 (Cana Caiana). [n 2008 it slipped do"yn to sixth position, but... We can be champi on again, of course! "We canoand we will ". predi cts Antoni o Carbonelli , today one ofthe Veterans and fOlm er president who. in the 1960s, moved the rehearsal hall to the venue on Rua Professor Lacê, where it is till today - always on Sunday evenings and not Saturdays, like its rivaIs. The drums begin before nine, to fini sh early, since Monday is a working day. First, maestro Marcone conducts th e dnmls with some of the chool 's old sambas and others too. Luizinho arri ves and is welcomed by evelyone. Wagner checks his watch to see if evely thing's 011 time. Pauli nho Mocidade, official singer, winks his greell eycs to his backing. He' ll 0111y go 011 stage at J I p.m. Ma ria Helena (formeI' flag-bearer, who used to dance wi th heI' son Chiquinho) appcars. Her table is in a place of honor. Thc commllni ty also starls to arrive. Pcople who love samba. from Morro do Alemão, Ra mos, Rua Uranos, evelywhere. Thc actual rehearsal begins at l i :30 p.m. and lasts fo r an hour. The seclions are fonned, Wagner takes lhe Illike, reprilllands some, says lhat "it's a laek of respect" to a youllg lllan gail y cavorting like a flag-bearer. "We 're goillg to show here in Im peratri z lhat ali OUI samba dallcers are the tops", he ye lls.

compositor Lamartine Babo - o enredo se chamava "O Teu Cabelo Não Nega ". A Imperatriz vo ltaria a ser campeã em 1989 (com Max Lopes ass inando o clássico "Liberdade, Liberdade ") e, mais recentemente, sempre com Rosa, nos seguintes anos: 1994 ( "Catarina de Médicis "), 1995 ( "Mais Vale um Jegue que Me Carregue "), 1999 ( "Brasil, Mostra a Sua Cara "), 2000 ( "Quem Descobriu o Brasil foi Seu Cabral ") e 200 1 ( "Cana-caiana ") . Andou derrapando nos últimos anos, está em oitavo lugar no ranking da Liesa, em 2008 fico u apenas na sexta posição mas ... Pode ser campeã de novo, é claro! "Pode, e vai", prevê Antônio Carbonelli, hoj e na Velha Guarda, ex-presidente que nos anos 60 mudou o local de ensaio para a quadra da Rua Professor Lacê, onde até hoj e é realizado - sempre nas noites de dom ingo, diferentemente da maioria das rivais, que costumam ensaiar aos sábados. Na Imperatri z, a batucada começa antes das nove, para acabar cedo, pois segunda-feira é dia de trabalho . Primeiramente, o mestre Marcone conduz a bateria em sambas antigos, da escola ou de fora, porque ali não há espaço para preconceitos ou picuinhas. Lui zinho chega e é cumprimentado por todos. Wagner consulta o relógio, para ver se está tudo em ordem. Outros vão chegando. Paulinho Mocidade, o cantor oficia l, pisca se us o lhos verdes para os puxadores de apoio . Ele subirá ao palco só às onze da noite, para entoar o hino do ano - o do refrão "se você fa la de mim, não sabe o que diz! muito prazer, sou a Imperatriz". Maria Helena (ex- portaband eira, qu e dançava ao lado do fiLho

Personalidades da história da escola (fotos acima) estão no enredo deste ano, que lembrará ainda os grandes desfiles (à direita) Personalities of tlle school's past (photos above) are in this year's theme, and memories of the grand parades (right).

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Memória Chiquinho) também surge. Sua mesa está

o nome, prontamente aceito por todos,

num b1&ar nobre. um degrau acima da

foi sugestão de um dos integrantes do grupo fundador, Manoel Vieira, numa homenagem à Zona da Leopoldina. Pois esta escola criada há SO anos não está para brincadeira. Lê-s~ nos cartazeJ pendurados pela quadra coisas do tipo! "Relação dos componentes desligados da ala por excesso de faltas: Fulano, Beltrano, Sicrano". Ou: ''Reunião da ala tal: tal hora, tal data". "Organograma sobre a composição das da bateria..." E nm'.H' . V"'<,'J

mesa das baianas. Também vai chegando a comunidade. Gente boa de samba, VlDda do Morro do Alemão, do bairro de Ramo~, da Rua Uranos, de todo lugar... () en&alO, para valer, começa às ~ e~ia da tlPite. Terminará uma hora Alás alo furmadas, Wagner pega o tnictOfóne, dá broncas, diz que "é uma 4e;JtesJlteifX," um t:apaz que tinha <'.!rt.i~riDa.\pís.t;l, todo al~gre, com trejeiws

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Tanta gente sonh a com o di a em que va i desfilar na Avenida e a atri z Roberta Rodrigues consegu iu protagoni zar uma história de ter que atravessar a Sapucai obrigada. Como? Ela ex pli ca que, em 2006, participou da filmagem da séri e Filhos do Carn ava l, exibida pelo H80, em plena Sapucai, na co ncentração de uma escola do Grupo Especial. Após a sessão, a atri z seria liberada. "Eu fi z a cena e o diretor, Cao Hambúrguer, encerrou o traba lho. Só que a comissão técnica da esco la me impediu de sair", lembra. A atri z exp licou qu e era um a fi lmagem, disse que estava cansada, mas eles não acred itaram nela e não a liberaram. "Quando olhei para trás, j á estávamos entrando na Avenida." Os colegas da equipe de filmagem bem que tentaram intervir, sem sucesso. Desistiram e começaram a rir do desespero da atri z, que, depois de um árd uo dia de trabalho, queria apenas descansar. "O pior de tudo é que minha fa ntasia era muito pesada e o salto, enorme. Implorei para que me deixasse m vo ltar. Mas não teve j eito, e eu tive que sambar até o fim da Avenida", re lembra, entre ri sos. ROBERTA RODRIGUES, ATRIZ So many people dream of the day when they'lI parade down the Avenue but female actor RobeJ1a Rodrigues had a different experience - being forced to para de down Sapucaí. How? She explains that, in 2006, she was taking part in filming the series Filhos do Carnaval shown by HBO, in the middle ofSapucaí, at the gatbering point of a Special Group samba school. Sbe was going to be released after the session. "[ finisbed tbe scene and thc director Cao Hamburguer finished for that day. But the only problem was that the scbool's technical committee wouldn ' t let me leave", she remembers. The actor explained to them it was a film, said she was tired but they didn ' t believe her and wouldn 't let ber go. "When I looked behind, we were already mo ing onto the Avenue." Her colleagues in the film crew tried in vain to intervene. They gave up and began to laugb at the actor's despair - she just wanted to relax afier a hard day's work. 'The worst of ali is that my costume was very heavy and I was wearing very high beels. I begged them to let me go back. But to no avail, and there I was, samba-ing unti I the end of tbe Avenue", she laughingly recalls.

Todo ano, na concentração, a subida dos destaques aos calTOS alegóricos, içados por guindastes, é um show à parte. Uns fecham os olhos para não ver a altura, alguns até se benzem pedindo proteção. Em 2004, Cissa Guimarães foi destaque da Grande Rio, e passou pela experiência. Ela conta que teve medo de subir no guindaste, mas enfrentou e, quando viu, já estava lá em cima. "Na hora de subir, senti uma dor na perna, mas não dei muita atenção", lembra. Durante todo o desfile, Cissa se divertiu muito. "Eu olhava para as arquibancadas e via o público apontando para mim. Imaginei que estava linda, aITasando!", descreve a cena. Ela só fo i perceber o motivo da dor quando o desfile terminou . "Minha perna estava sangrando. Foi ai que entend i por que o público apontava tanto para mim", diverte-se. "Todos queriam me avisar, mas naquele momento minha euforia era tanta que nem senti nada", conclui . CISSA GUIMARÃES, ATRIZ Every ycur at the gathering poinr. it's something else to watch the per~onalitics being liftcd high onto lhe floats by cruncs . Some close their cy~s becullsc 01" the height and others cross themseh cs for protection. In 2004, Cissa GlIimariics \'\ as .1 pcrsonalit) of Grande RIO and knows what it's likc. She tells ho\'\ scurcd she wus being hoistcd onto the crane, but cndurcd and suddenly she \\<1S up there on topo "When I was being lifted up, ) fclt a pain in my leg but didn't pay ll1uch attentlOn", she recalls. Throllghout lhe parade, Cissa enjoyed hersclf immensely... ) would look aI the stunds and could see the publlc pOlllling aI me. I imagined I was so gorgeous, stunning!" descnbing the scelle. Shc unly nOliced the reason for her pain in her Il!g after the parade was over. "My leg was blceding. That's when I understood why lhe public \Vere pomling aI me", she laughed . "They ali wanted to warn me but ) was so euphOlic Ihat ) felt nothing", she conc\udes.

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Globo Repórter. 100% líder desde 1989. Globo Repórter é o programa que revolucionou a reportagem investigativa no país . Seu formato inovador tornou-se referência para o jornalismo -

gênero que inclui

alguns dos programas nacionais e regionais mais tradicionais da TV brasileira. E pode aguardar: vem mais liderança por aí. Liderança. A gente vê por aqui.



História

A influência da França no Brasil, da fundação do Rio ,

ao proprlo Carnaval, é tema de

duas escolas este ano LIBERTY, EQUALITY ANO ... SENSUALlTY!

The influence of France on Brazil since the time of Rio's founclation to Carni va l itself is the thcme of two samba schools thi s year

•~C~• POR RENATO FAGUNDES

A liberdade de curtir a folia; a igualdade de classes, cores e crenças; e a fraternidade de gente unida para brilhar e se divertir em blocos e escolas de samba. O lema da Revolução Francesa pode perfeitamente servir ao Carnaval carioca. Ideias, costumes, cultura e tradição da França vão passar pela Sapucaí este ano. No Grupo Especial, é a Grande Rio quem fará a homenagem; no Grupo de Acesso A, a Acadêmicos da Rocinha. Ambas inspiradas pelo ano da França no Brasil, uma série de eventos artísticos, culturais e empresariais que serão realizados ao longo de 2009 para aproximar ainda mais os dois países, numa retribuição ao bem-sucedido ano do Brasil na França, em 2005.


História Pegar emprestado o lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade é uma questão de justiça: parte da inspiração dos revolucionários franceses veio dos hábitos e da cultura dos índios brasileiros. Não é delírio camavalesco: n um livro cláss ico de 1937, O Índio Brasileiro e a Revoluçcio Francesa, Afonso Arinos de Melo Franco mostra como as narrativas de viagem ao Bras il, fe itas por emopeus como Hans Staden e André Thevet, levaram pensadores fra nceses a discutir a "bondade natmal" do homem. O mito do "bom selvagem" começo u a tomar forma mais de dois séculos antes da revolução . Em 1550, 50 índios tupinambás foram levados a uma festa em homenagem ao rei franc ês H emique TI e à rainha Catarina de Médicis. Nwn desfile quase camavalesco, os índios reproduziram seus costumes e simularam uma batalha vencida contra os tabajaras,

aliados dos portugueses . Pouco depois da apresentação dos tupinambás - emedo da campeã Imperatriz Leopoldinense em 1994 -, Nicolas Durand de Vi llegagnon invadiu a Baía de Guanabara, onde planejava plantar uma colônia francesa . A aventura durou de 1555 a 1567, e seria o ponto de partida para a cri ação do Rio de Janeiro: para lutar contra os fi·anceses, Estácio de Sá fundou a cidade no dia 10 de março de l565 . Ou seja : de certa forma , o Rio é fruto desta invasão. A ligação entre França e Brasil tem mão dupla: no fim do século 18, os mesmos ideais qu e animavam a Revolução Francesa foram h·azidos de lá por estudantes brasileiros, e inspiraram a Inconfidênci a Mineira e outros movimentos pela independência.

Freedom to enjoy the merriment; equality of class, color and creed; and fratemity of a united people sparkling and enjoying themselves in samba schools and blocos. The French Revolution theme may be perfect for Rio Camival. This year, French ideas, customs, culture and h·adition will step out onto Sapucaí. In the Special Group, Grande Rio wiJl be paying tribute; in the Access Group A, Acadêmicos da RocitÚla. Both inspired by the year of France in Brazil, a series of petfOl1l1ing, cultural and business events that will be held during 2009 to brings the two countries even eloser, in


História No barracão da Grande Rio, referências aos ideais da Revolução Francesa, que se inspiraram, em parte, nos índios brasileiros

Além disso, foi a pressão de Napoleão Bonaparte, imperador francês, que levou Dom João VI a transferir a corte portuguesa para o Rio. Em 1815, com a queda de Napoleão, um grupo de artistas ligados a ele iria se transferir para o Brasil e influenciar as

compensation for the successful year of Brazi l in France in 2005 . To borrow tbe theme Liberty, Equality, Fralemily is a matter of justice: part of the inspirati on of the French revolutionaries came fro m the habits and culture of the Brazilianlndians. This isn't camival dclirium: in a classical book from 1937, O índio Brasileiro e a Revoluçào Francesa, Afonso Arinos de Melo Fra nco te lls how the traveI tales to Brazil by ElIropeans, such as Hans Staden and AJ1Clré Thcvet, led Frcnch scholars to di scllss the " natura l goodness" of humankind. The myth of the good savage began to take fonn more than two centuries before lhe Revo lution . I.n 1550, fifty Tupinambá lndians were taken to a ga la reception for

In the Grande Rio work shed, references to ideais of the French Revolution, partly inspired by Brazi/ian Indians

Quem deixou a marca mais profunda foi o pintor Jean Bapti ste Debret, que fez regis(Tos va li osos da época e da cidade. Em colaboração com José Bonifác io, Debret ainda desen.hou , em 1822, a primeira Bandeira do Brasil independente, com o fundo verde e o losango amarelo que pelmanecem até hoje. A influênc ia francesa chego u cedo ao Carnaval. Desde o in íc io da colonização, o entrudo trazido de Portuga l era a fOlm a bras ileira de se divertir nos di as antes da Quaresma: uma guerra de líquidos, perfumados ou m a lcheirosos, e de pós vari ados, como pol vilho e pó de graxa de sapato. A diversão muitas vezes descambava para a vio lência, e não hav ia traço de liberdade, fratemidad e ou

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igualdade: os ri cos, e brancos, brin cavam trancados dentro de casa ; os pobres, qu ase todos escravos negros, se enfi'entavam nas ruas. E um branco podia j oga r o que qui sesse nos negros, mas estes não podiam revidar de jeito algum. A partir da Independência, escreve Felipe Ferre ira em O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro, "tudo o que fosse li gado ao passado lusitano era visto co mo atrasado e ultrapassado. A França representava um faro l de liberdade e modernidade que deveri am ser almejadas e copiadas" . Em 1840, começam a chegar de Pari s os bail es de máscaras, an imados por orq uestras, que iriam mudar a cara da nossa foli a. À medida que o século 19 avança, as fanta sias afrancesadas pierrôs, dominó s, zuavos - esca pam para as ruas . O casa mento do entrudo com o Ca rnava l à francesa va i gerar as Grandes Sociedades e, por fim , o desfile das escolas de samba, com suas fantasia s luxuosas, muitas inspiradas na riqueza dos traj es dos nobres franceses .

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lhe French ki ng Henri rr and his queen Catherine de Medici. Tn an almost cami va l-like parade, the lndians reproduced their customs and simulated a battle victolY agai nst the Tabajaras, the POItuguese allies. Sholtly afier the performance of the Tupinambás - the theme of the 1994 champi on Imperatri z Leopoldinense - , N icolas Durand de Vi llegagnon invaded Guanabara Bay, where he plalmed to found a Frencb colony. The venture lasted from 1555 to 1567, and would have been the stalting point for the creation ofRio de Janeiro: to combat the French, Estacio de Sá fOllnded the city on the first day of March 1565. In other words: Rio is the outcome of this invasion. The connection between France and Brazil is two-way: in the late 18th centwy, the same ideaIs that moved the French Revo lution were brought by Brazilian students to inspire the In confidência Mineira and other independence movements. In addition, it was pressure by the French emperor Napo leon Bonaparte that callsed Don João Vl to move the Portuguese COlllt to Rio. In 18 15, with the fali ofNapoleon, a group of altists in his COllrt moved to Brazil and influenced the arts and customs. The painter Jean Baptiste Debret left the deepest mark, with valuable records of that time and the city. In collaboration with José Bonifácio, Debret in 1822 also

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designed the first fl ag of independent Brazil, with the green background and yellow lozenge sti ll there today. The French influence was one ofthe first arri va ls to Carni va l. Since the stmt of colonization, the entrudo fiom Portugal was the Brazilian amusement during the days before Lent: a baltle of fragrant 01' foul smelling liquids, and a variety of powders, like fi ne manioc flour and shoe powder. The enteltainmenl very often spread to violence and there was not trace of liberly, fi'aternity 01' equality: the ri ch and white people wou ld bave a happy time at home; the poor, mostly blaek slaves, would confront each other in the streets. And a white man could throw whatever he wanted on the blaeks but they couldn ' I fi ght back. Since lndependence, Felipe Ferreira writes in O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro, "anything that had to do with the Lusitanian past was deemed backward and obsolete. France was a lighthouse of liberty and 1110demity that should be aspired to and el11l1lated". In 1840, masked balls with live orchestras were ali the rage in Paris, and wOllld change completely the style of our revelry. As the 19th centuly advanced, costumes modeled on the French Pierrots, dominos, and legionnaires escaped into the slreets. The union of the entrudo with the Frencb-style camival resulted in the Grand Socielies m1d finall y the san1ba sehool parade, with its luxllly costumes, l11any inspired


História on the magnificence of French courtiers. The influence of France also changed the main scene of the parade: the city of Rio de Janeiro. lnspired by the reforrn made in Paris by urban planner Haussman, lhe mayor ofRio Francisco Pereira Passos put into practice the program know as the Demolition (Bota Abaixo). Between 1902 and 1906, teams of workers razed tenements that stood in the way of brand new wide avenues reminiscent ofPalisian boulevards, namely Central Avenue, now Rio Branco. The reforrns by Pereira Passos changed the look of Rio and inspired other interventions in the city, including the opening up of Presidente Vargas Avenue in 1944, which erased from the map the Praça Onze, the cradle of samba and Camival, but today is the gatheling point for the samba schools. Belween one avellue and the other, at the historic junction of Rio Branco with Presidente Vargas, Rio enjoyed its times of Belle Époqlle. Ouvidor Street remi nded us of a comer of the French capita l, as the city's culturallife "was becoming civi Lized". That chamling atmosphere was captured by 1. Carlos, who left in his illustrations a wea lth of translation of Rio Carniva l and its charactelistic types, especiaLly the fl apper girl. In its theme about the artist, Rocinha will show thefantastique infl uence so deeply fe lt in Rio, Íll another homage to The Year ofFrance in Brazil - an homage as subtl e and elegant as the art of 1. Carlos.

Desenho de J. Carlos, tema da Rocinha, que retrata o Rio da Bel/e Époque

A influênci a da França mud aria também o principal cenário da festa: as ruas da cidade. Inspirado na reforrna de Paris tocada pelo urbanista Haussman, o prefeito do Rio Francisco Pereira Passos colocou em prática, entre 1902 e 1906, o Bota-Abaixo, que tirou cortiços do caminho de largas avenidas com jeito de bulevar parisiense, como a Avenida Central, hoj e Rio Branco. As reforrnas de Pereira Passos mudaram a cara do Rio e motivaram outras intervenções na cidade, inclusive a abertura da Avenida Presidente Vargas em 1944 , que varreu do mapa a Praça Onze, berço do samba e do Carnaval, mas que hoj e serve de concentração para as esco las. No período que liga uma avenida à outra, no cruzamento histórico da Rio Branco com a Presidente Vargas, o Rio viveu sua Be/le Époque. A Rua do Ouvidor parecia um pedaço da metrópole francesa, e a vida cultural da cidade que "se civili zava" era retratada por 1. Carlos, que deixou em suas ilustrações a mais rica trad ução do Ca rnaval carioca e de seus tipos característicos, em especia l a melindrosa. No seu emedo sobre o artista, a Rocinha vai passa r pela influênciafantastique qu e mudou a cara do Rio , em mais uma homenagem, sutil e elegante, co mo o traço de J. Carl os, ao ano da França no Brasil.

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Drawing by J. Carlos, Rocinha's theme portraying Rio during the Belle Époque

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Em que cidade você pode presenciar esta interessante mistura religiosa?

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) Recife, PE ) Sa Ivador, BA ) Aracaju, SE ) Tiradentes, MG

Se você é brasileiro e não sabe a resposta, está na hora de conhecer melhor o Brasil. 'v'8 '~oa'v'i\l'v'S - 8 :'v'lSOdS3~

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Império Que subir e descer seja rotina apenas para quem mora no Morro da Serrinha e não para o Império Serrano, sua escola famosa. Isso é o que desejam os milhares de torcedores da agremiação - que nos últimos anos, tal qual um ioiô, vem, sim, descendo e subindo, alternando-se entre o Grupo Especial e o de Acesso. O último título na elite do samba foi em 1982: Bumbum-paticumbumprugurundum, que criticava o gigantismo dos desfiles. Pois em 2009 o verde do Império ganhará a companhia de muito azul na Avenida, já que o tema é o mar - suas sereias, suas lendas, seus mistérios. O samba é uma reedição de 1976, quando a escola ficou em 7° lugar cantando "o mar/ misterioso mar". Pode não ter vencido, mas certamente foi, entre os sambas daquele ano, o que ficou mais popular.

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Going up and down Serrinha Hill may just be a routine fo r th e dwellers, but not for lmperi o Serrano, its fa mous samba schoo l. The thousands of supporters o f the school cbeer on - in recent years il has been go ing up and down Ii ke a yoyo, alternat ing between th e Spec ial and Access Group. Tbe last champi onship in th e sa mba elite was in 1982 : Bumbumpalicum bulll-prugurundum , whi ch cri ticized the hugeness of lhe parades. So in 2009 Imperi o green w ill be mi xed with a lot of blue on the Avenue, since the theme is the sea - its mernlai ds, legends and mysteri es. The sa mba is a repeat of 1976, wh en th e school ca me in seve nth, singing " th e sea / lhe mysteri ous sea". It may not have won but it was certainly one of th e most popular sambas lhat year.


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Grande Rio Entra-se no site da Grande Rio. O que logo aparece? Fotos de gente famosa: Suzana Vieira, Marília Gabriela, José Wilker, José de Abreu ... O estilo da Grande Rio: artistas, celebridades, glamour! Falei glamour? Lembrei da França. E a escola de Caxias também. Misturando, na letra do samba, palavras como "voilá " e "egalité" ao nosso idioma, "um grito tupinambá", "festa", "Carnaval", a Grande Rio vai apresentar um desfile em homenagem ao Ano da França no Brasil, 2009. Terá de uma ala representando as esculturas de Grandjean de Montigny a outra simbolizando os cafés com inspiração francesa da Rua do Ouvidor, no Rio do começo do século 20 época do prefeito Pereira Passos, autor da reforma urbana na cidade que teve Paris como referência. É como diz o refrão: "le mon amour é a França! "

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Go to the site of Grande Rio. What do you see fU'st? Photos of famous people: Suzana Vieira, Mari lia Gabriela, José Wi lker, José de Abreu .. . In Grande Rio sly le: actors, celebrities, glamou.r! Did I say glamour? France comes to mind. And the Caxias sa mba school too. Mi xing the words ofthe samba Iyrics, such as "l'oilá " and "egalité " with our own languagc of "a Tupinambá lndian war CIY", "festival", "Carnival", Grande Rio w ill be pay ing tribute to 2009, Year of France in Brazil. One section will be representing lhe sculptures of Grandj ean de Montigny, another symboliz ing lhe French-inspired cafés Ouvidor Street in early 20thcentuJY Ri o - the time when m ayor Pereira Passos, author of the urban redesign of in lhe city th at had Pa ri s as its benclm1ark. And Iike the refrain: "le mon amour is France! "


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Vila Isabel João do Rio, cronista. Vaslav Nijinsky, bailarino. Pereira Passos, prefeito. Nelson Rodrigues, dramaturgo. Olavo Bilac, escritor. Joãosinho Trinta, carnavalesco. Bidu Sayão, cantora lírica. Oscar Niemeyer, arquiteto. Tom Jobim, maestro. O que todos têm em comum? O Theatro Municipal do Rio, que em 2009 comemora 100 anos e é homenageado pela Vila Isabel. O russo Nijinsky, por exemplo, dançou lá; Nelson ali foi vaiado; Bilac discursou na inauguração; e Passos, influenciado pela arquitetura de Paris, foi quem mandou construir. É assim, lembrando pessoas desta história, que os carnavalescos Alex de Souza e Paulo Barros montaram o desfile de 2009. A Vila foi campeã em 1988 e 2006. Agora tenta sua terceira conquista - pra escalar os degraus do pódio como quem sobe a escadaria do Municipal.

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João do Rio, chronicler. Vaslav Nijinsky, ballet dancer. Pereira Passos, mayor. Nelson Rodrigues, playwright. Olavo Bilac, writer. Joãosinho Trinta, cami val artist. Bidu Sayão, opera star. Oscar Niemeyer, architect. Tom Jobim, maestro. What do they ali have in common? The Rio Municipal Theatre, which in 2009 commemorates its centenaty and is paid tribute by Vila Isabel. The Russian dancer Nijinsky, fo r exa mple, danced there; Nelson was booed there; Bilac spoke at its inauguration; and Passos, influenced by lhe PaIi s architectme, ordered it to be built. And so, in memory of those past celebrities, carnival artists Alex de Souza and Paulo BaITOS created its 2009 parade. Vi la was champi on in 1988 and 2006. Now it seeks to win tor the third time - to cl the steps to the podium as if ascending the stairs of the Mwlicipal.


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Mocidade Em 2004, ficou em 8° lugar. Em 2005, piorou: 9a colocada. Em 2006, 10°. E em 2007 piorou o que ainda dava para piorar e quase desceu de grupo, com um 11 ° lugar. Ano passado a Mocidade deu uma respiradinha: acabou, de novo, em 8°, performance que não é digna em se tratando desta gigante da Zona Oeste, que fez história com sua bateria nos anos 60 e que revolucionou conceitos em 1985, com Ziriguidum 2001, um Carnaval nas Estrelas. Em 2009, a Mocidade quer estar à altura de sua força. Para isso juntou os gênios Machado de Assis e Guimarães Rosa no enredo. Na Avenida, passarão personagens como Capitu e Diadorim, numa espécie de sarau com os autores. Os dois não se conheceram: Rosa nasceu um ano depois que Machado morreu. Só mesmo o Carnaval para celebrar este encontro da imaginação!

In 2004, it was 8th. In 2005 , it dropped to 9th . In 2006, 10th. And in 2007 even worse and almost rel egated, when it came in II th. Last year Mocidade gave a breath of relief: it retumed to its 8th place, an unworthy performance when considering this giant fr0111 the West Zone, which made histOly with its drums in the 1960s and revollltionized concepts in 1985, with Ziriguidum 2001, a S /C/n)' Carnival. In 2009, Moc idade wa nts to be on a par with its strength . And so it put togeth er in the theme the genial writers Machado de Ass is and Guimarães Rosa. On the Avenue, characters like Capitll and Diadorim will parade in a kind of soirée with the allthors. The two writers never met: Rosa was bom a yea r after Machado di ed. Only Camival to commemorate this meeting of the imag inati on!


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Beija -Flor Nos anos 70, a Beija-Flor era uma das escolas que faziam enredos patrióticos. Também há muito ela deixou de ser "a escola de Joãosinho Trinta" - o visionário que lhe deu os primeiros títulos mas, há duas décadas, não assina um desfile lá. O que a Beija-Flor é então? Dizem que a mais perfeita tradução do profissionalismo do desfile. Sua comissão de Carnaval (lá não é apenas um carnavalesco mandando em tudo) é exemplo para as adversárias. Dos últimos seis desfiles, ganhou cinco. Em 2009, o tema é o banho, a água que o homem usa para beber, lavar, curar, purificar. Pirotecnia aquática não faltará, além de momentos de emoção, como as baianas, que, fantasiadas apenas de baianas, representarão a lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador.

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lu the 1970s, Beija-Flor was one of the samba schools that adopted a patriotic tbeme. But it's been years now since it ceased to be "Joãosinho Trinta's school" - the visionary carnival artist who gave it its flrst championships, but it's been twenty years or so since he last designed its parade. What's Beij a-Flor ali about, then? Some same it is tbe purcst translation of professionalism in the Parade. Its Carnival committee (it's not one carnival artist alone in control) is an example for its adversaries. It has won fi ve out of the last six parades. The 2009 theme is water for bathing, drinking, washing, curing and purifying. There will be no lack of aquatic pyrotechnics or thrilling moments - for example, the Bahian section dressed as the Bahian ladies who wash the steps up to the Church of Senhor do Bomfim in Salvador the capital.


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Unidos da Ti·uca Seria a Unidos da Tijuca o América das escolas de samba? Ou seja, aquela agremiação de porte médio, simpática e que não é exatamente o inimigo a ser batido? Se um dia isso foi verdade, não é mais. Tomou-se potência nos últimos cinco anos e está em terceiro lugar no ranking da Liga. Não venceu, é verdade, mas foi duas vezes vice e, nesse período, sempre voltou para o Desfile das Campeãs. Em 2009, com um enredo sobre o céu, vem dividida em sete setores: o fascínio do céu, o céu dos deuses, o céu do conhecimento, lendas sobre o céu, como as crianças veem o céu, o céu no cinema e o céu real. Vão passar naves futuristas, pavões (o símbolo da escola) siderais, guerra nas estrelas, trovões, cavalos alados. A julgar pelos últimos desfiles, a Tijuca, hoje, sempre entra como candidata ao título.

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Will Unidos da Tij uca be the America of the samba schools? In other words, that nice m id-size school wasn' t exactly rival no. I? Even if that had ever been true, it's no longer. In the past five years it's now become a power to be contended with and ranks third in the Leaglle. lt's never been champ ion, in fact, but was twice runner-up, and dllring those years has always come back to the Champions Parade. Its 2009 theme is abo ut the heavens, div ided into seven sectors: fasc ination for the sky, heaven of the gods, sky of know ledge, sky legends, how kids see the sky, skies in the movies and the actllal sky. Futllristic craft wiI1 go by, heavenly peacocks (the school emblem), star wars, thunder, winged horses. Judging by its recent parades, today Tijllca is always a candidate for the title.


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DESAFIO É A NOSSA ENERGIA

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Porto da Pedra Escola de São Gonçalo, o Porto da Pedra tem componentes que vêm lá do outro lado da Ponte Rio-Niterói e sempre chegam ao Sambódromo cheios de garra - loucos por Carnaval. A loucura, aliás, foi o enredo da agremiação em 1997, justo o que rendeu a ela a melhor colocação, quinto lugar. Em 2009, o tema é a curiosidade - e esbalTa, de leve, nos pirados, nos loucos e nas suas invencionices. Tanto assim que vai passar na Avenida a língua de Einstein, cuja curiosidade levou à Teoria da Relatividade; tanto assim que outras loucuras também terão destaque: como as guerras nucleares, a violência urbana e a exploração da genética. Enfim, tudo o que for invenção humana, para o bem ou para o mal, o Porto da Pedra vai mostrar. E vale repetir a palavra da sorte da escola: Loucura, loucura!

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The São Gonçalo samba school, Porto da Pedra has members who comes from the other side of the Rio-Niterói Bridge and always alTive on th e Samba Avenue, raring to go crazy for Camival. Craziness, in fact, was th e scbool theme in 1997, precisely when it carne in fifth, its best place. In 2009 the tbeme is curiosity - and encounters the insane, madmen and their inventi ons. So much so that Einstein 's tongue willlick the Avenue, whose curiosity took him to the Theory of Relati vity; so much so that otber insanities will be highlighted: namely nuclear wars, urban violence and exp!oration of genetics. In short, Porto da Pedra will show every human invention, for better or worse . And it's worth repeating the school's lucky slogan: Madness, Madn ess!


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Salgueiro Vai ter reisado. Congada. Caboclinhos. Bumba-meu-boi. Timbalada. Olodum. AfroReggae. Por quê? Porque tudo isso tem tambor no meio, e o enredo do Salgueiro, tradicional agremiação vennelha-e-branca do bairro da Tijuca, é justamente o tambor. Dificil vai ser não se emocionar no último carro, uma homenagem aos mestres, aos diretores e, como não, a todos os ritmistas das baterias das escolas de samba do Rio. O carnavalesco Renato Lage (desta vez comandando um Carnaval sozinho, sem a parceira dos últimos anos, Márcia Lávia, que foi concorrer pelo Império) dará seu toque de originalidade e modernidade ao desfile, contando a história de um instrumento que tanta influência tem na cultura, no folclore e no jeito de ser do brasileiro.

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The E piphany reisado w ill be th ere. And the tradi tiona l folk dances fro m Afri can an d Amerind ia n origins - COligada. Caboc/illhos. B umbo-meu-boi. Timha lada. O/oe/um. AfroReggae. Wh y? Beca use they ' ve ali gOl d ru ms and lhe theme thi s yea r of Sa lgue iro, lhe trad itio nal red-and -w hile samba schoo l from the T ijuca ne ighb orh ood, is precisely thc drum . 1t ' 1I be hard to keep sli ll w ilh lhe lasl fl oat in homage to th e maestros , direclors and , why 110t, ali lhe drulll mers in lhc samba schools ofRi o. Ca rni va l arti st Renato Lage (this time 011 hi s own w ithout his partner of recent yea rs, Marc ia Lavia, now his rival in Imperi o) will give hi s louc h of o rig ina lity and Illodernity to lhe parade, telling lhe h istory of an inslrumcnt lh at has had such an influence on culture, fo lk lore and lhe B razi lia n way of being.


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Imperatriz Como se dá a formação de um rótulo? Intriga da oposição? É a imprensa que propaga? Ou surge porque algo que era bom no início vai se tomando repetitivo ao longo do tempo? Foi uma mistura disso tudo o que aconteceu com a Imperatriz nos anos 90, quando a pecha de "escola técnica, sem emoção" grudou na agremiação. Talvez tenha sido inveja, pois a verde-branco-e-ouro ganhou muitos Camavais. Comemorando mês que vem 50 anos, ela não está nem aí para o falatório. E é com emoção e orgulho que vai falar de si mesma e do bairro de Ramos, onde nasceu e até hoje está fincada sua quadra. Na Avenida, lembranças de Camavais vencedores, como O Teu Cabelo Não Nega , homenagem ao compositor Lamartine Babo (1981), e vitórias mais recentes, da era Rosa Magalhães, como a do jegue (1995). Inesquecível!

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How do es so mething get labe led? Intri gue o f lhe opposition? Is it th e Press? Or does it app ear becausc something good at first becomes stale as time goes by? A little bit of each of this perhaps happened to Imperatriz in the 1990s, when the label of "a techn ical school but un exciting" stuck. Maybe it had to do with envy, since th e grcen, wh itc and go ld school had been champion for many years. Next month it commel1lorates its fifti eth anniversary and ignores the goss ip. And its th el1le this year is about itself and the Ramos neighborhood, where it was bom and is based there until today. On th e Avenue, l1lemori es of Cami va l victories, such as O Teu Cabelo Não Nega [your hair is proof enough], in tribute to cOl1lposer Lal1lartine Babo ( 198 1), and later victories from the days of Rosa M aga lhães, including the donkey ( 1995). Unforgettable!


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Portela Hoje todos falam da excelência da Beija-Flor como se fosse algo inédito, espetaculoso, único - afinal, foram cinco vitórias nos últimos seis anos (interrompidas em 2006 pela Vila). Mas isso ainda não se compara com o feito da Portela nos anos 40, quando foi sete vezes campeã, e de forma seguida. Hegemonia é isso aí! Ou melhor, era. A escola que mais títulos possui, 21, amarga um jejum desde 1984. Para 2009, a tradicionalíssima escola dos bairros de Oswaldo Cruz e Madureira entra na disputa com um enredo sobre o amor - em suas mais variadas fonnas: o amor virtual da internet, os romances no cinema, aquelas paixões rápidas típicas do Carnaval e até o inusitado amor do Sol pela Lua. Este é o recado que a Portela quer deixar: quando o assunto é amor, nada é impossível.

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Today everyone tatks about the excellence ofBeija-Flor as if it were unprecedented, a spectacular show, unique - afier all, five victories in the last six years (interrupted in 2006 by Vila). But it still doesn't compare to Portela 's achievement in tbe 1940s, when it was champion seven-times running. That's what hegemony is! Or rather, was. The school with most championships - 21 - has been in a limbo since 1984. For 2009, this most traditional school is competing with a theme on love - in its most varied fonus: virtual love on the Internet, movie romances, those quick passions typical of Camival and even the unexpected love of the Sun for the Moon. This is the message P0l1ela wants to leave: when love is in the air, nothing is impossible.

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Mangueira A Mangueira, escola mais conhecida do Brasil, sofre com o peso da fama. É sempre muito cobrada. Todos querem apenas pureza, samba no pé, raiz. Quando ela sai um pouco deste roteiro, os julgadores não perdoam. Foi assim, por exemplo, em 1989, quando homenageou o empresário Chico Recarey e terminou em 11 lugar. Ano passado foi quase o mesmo, obtendo apenas a 10a colocação com um enredo patrocinado por Recife. Pois em 2009 a Mangueira vem com um enredo que já passou várias vezes na Avenida, gerando campeonatos: a formação do povo brasileiro. Sim, é isso mesmo, o branco português, o índio, o negro africano ... Só que desta vez tendo como base os livros do antropólogo Darcy Ribeiro - um dos idealizadores do próprio chão onde a escola estará pisando, o Sambódromo. Mais raiz impossível! 0

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Mangueira, the best known samba school in Brazil, endures lhe weight offame. Too many demands on it. Everyonc wants only perfeetion, lhe real samba, roots. WIJen it diverges a little from this seript, the judgcs don 't forgive it. It was like that in 19R9, for exalllple, when they paid homagc to businessman Chico Recarey and filllshcd 11th. Last year almost the same thing happened, coming in 10th place with a Reci fe-sponsored theme. So in 2009 Mangueira's theme, although often seen on the Avenue, produees ehampions: the formution of the Braziliun people . Yes, thal's it, wbite Portugucse, lndians, black Africans ... Bul this time based on the books by anthropo logist Darcy Ribeiro OI1C oflhe ereators 01' the very groul1d where the sehool will be parading, the Samba Avenue. Couldn 't be more grassroots!


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iradouro o Rio tem as suas maravilhas -

o Cristo, o Pão de Açúcar, Copacabana ... Niterói resolveu escolher as suas também. O Museu de Arte Contemporânea, traço de Oscar Niemeyer, já tem vaga garantida na lista. Pois a Viradouro, principal escola de samba da cidade, também. Não só pelo título de 1997, mas por todas as inovações que tem proposto na Sapucaí: a batida funk, bateria em cima de carro, ano passado os esquiadores de alegoria ... Em 2008, comandada pelo revolucionário Paulo Barros, não foi bem. Ficou em sétimo e perdeu o Desfile das Campeãs. Para 2009, contratou Milton Cunha. E aposta num Carnaval à moda baiana, falando de orixás, lendas, escravos, mas também de etanol, produção de álcool, biocombustíveis e tecnologia. Afinal tudo isso, de alguma forma, rima com Bahia.

Rio has its wonders - Christ Redeemer, Sugar Loaf, Copacabana ... Niterói decides to choose its wonders too . The Museum of Contemporary Art designed by Oscar Niemeyer, already has a guaranteed place on the list. ADd Viradouro, top samba school of the town too. Not only because of its win in 1997 but for ali the groundbreaking parades on Sapucaí: the fUM beat, drummers high on a float, last year the skiers too ... In 2008, it didn't do so well , under the command of revolutionary Paulo BalTos. lt was seventh and lost the Champions Parade. For 2009, it had contracted Milton Cunha. And invests in a Carnival Bahia-style, about orishas, legends, slaves, but also ethanol, producing alcohol , biofuel and tecl1nology. In the end, Bahia has it alI.


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o Sambódromo está completando um quarto de século -foi inaugurado em 2 de março de 1984. Tem capacidade para 88.500 pessoas e 7UU metros de extensão. A pista por onde passam as escolas, 590 metros de comprimento por 13 de largura. Um gigante que precisa de regras para fUncionar bem.

Verifique o número do setor para onde vai, se é no lado par ou no ímpar. A principal referência do lado ímpar é o Batalhão de Choque da Polícia Militar, cujo emblema está estampado num paredão próximo Setores 5 e 7. Já o lado par é conhecido como o lado da Brahma, cujo terreno da antiga fábrica está situado atrás dos camarotes do Setor 2.

Dois itens de alimentação e dois vasilhames (sem ser de vidro) de até 500 ml cada um, com água, suco, refrigerante ou cerveja, por pessoa. •

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Isopores, fogos de artificio, objetos cortantes, armas de fogo e garrafas de vidro.

Dentro do Sambódromo pode-se comprar lanches, sorvetes, bebidas e camisetas das escolas, entre outros itens. São cerca de 300 banheiros e 3 bares. Do lado par da Avenida, há uma praça de alimentação com lanchonetes e restaurantes. Postos de saúde, com médicos e enfermeiros, funcionam durante todo o tempo dos dois dias de desfile. O Corpo de Bombeiros também mantém equipes de plantão.

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Duas cooperativas estão credenciadas para atender o público na saída com tarifas preestabeleciuas: a Coopertramo (2560-2022) atende ao lado ímpar, tendo como ponto a Av. Salvador de Sá, junto ao Setor 11; Quem vai para o setor par deve procurar as seguintes cooperativas: Trancoopass (2209-1555), Transcootour (2561-3400) ou Cootramo (3978-9944). Os pontos ficam na Av. Salvador de Sá, junto ao Setor 4.

Vai funcionar a noite inteira nos dois dias de desfile das escolas do Grupo Especial e também no Sábado das Campeãs. Quem tem ingressos para setores pares deve descer na estação Praça Onze. Quem tem ingressos para os setores ímpares, na estação Central do Brasil.

Não existe limite de idade para acesso de crianças ao Sambódromo, desde que acompanhadas pelos pais.

1:i:mltii1l[1m·!.t,~~.m'!§'!EftJ O Sambódromo tem duas áreas específicas para eles: • Junto à Praça da Apoteose, após as cadeiras individuais do Setor 13, são disponibilizados 270 lugares para portadores de necessidades especiais, com direito a 240 acompanhantes (estes ingressos são gratuitos e distribuídos pela Associação dos Deficientes, Riotur e Prefeitura). • Junto ao Setor 4, com capacidade para 25 portadores de necessidades especiais e seus acompanhantes, o ingresso é pago e custa R$ 450,00.

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Cidade que, ao lado de Paul o Barros, desenvo lve o enredo Neste Palco da Folia, M inha Vila Anuncia: Theatro M unic ipa l, o Centenário Maravilha. E não é só! A integração é total, tanto qu e Marcelo Misailidis, que foi primeiro-bailarino do Muni cipal, é o coreógrafo da comissão de fre nte da esco la. No Grupo de Acesso B, é a Boi da Ilha do Governador quem desfila com Abram-se as cortinas! Bravo! 100 anos do Theatro Municipal em cena aberta na Sapucaí, do carn ava lesco Sandro Carva lho. "Essa homenagem ao Theatro Municipal tem uma importância enorm e e demonstra o gra nde significado que ele tem para o povo brasileiro", diz Carl a Camurati, presidente da Fundação Theatro M uni cipal. Não param por aí as ligações entre o M uni cipal e o Carnaval. Joãosinho Trinta, antes de se tornar um dos mais

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ouve um tempo em que as fantas ias de Carnaval consumiam muito pano e os carros de passe ios cruzavam as ruas cobeltos de confetes e serpentinas, leva ndo fa míli as inteiras (fantas iadas !) para desfi lar pelo Centro do Ri o. Neste Carn aval de outrora, um dos pontos altos era ir ao Baile do Theatro Muni cipal! No imponente prédio da Cinelândi a, um tablado era montado por cima das poltronas, de forma que palco e plateia uniam-se para dar lugar a um imenso salão, sobre o qual fo liões faziam a festa, emba lados pelas ani madas marchinhas tocadas ao vivo - e muito lança-perfume, é claro ! Palco de balés clássicos, concertos e espetácul os, o Theatro Municipal foi , portanto, um protagonista privilegiado da maior festa popular do país, o Carnaval carioca. Protagoni sta e testemunha, é bom que se diga ! O prédio - construído à imagem e semelhança do Opéra de Paris - fo i por mui tos anos uma refinada moldura para a passagem de corsos, ranchos, entrudos, cordões, blocos e mesmo escolas de samba, primeiro pela Avenida Central, e depois pela Ri o Branco, nome que ganhou em 19 12. Nada mais justo, portanto, que, no ano de seu centenário - a inauguração foi em 14 de julho de 1909 -, o Municipal tenha inspirado enredos de esco las de samba. "A gente espera fa zer jus ao homenageado", diz Alex de Souza, carnavalesco da Unidos de Vila Isabel,

importantes carnavalescos da história da festa, fez parte do corpo de baile do Theatro, e depois mestre de ópera, cenógrafo e fi gurinista. Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona, que escreveram seus nomes na galeria dos grandes carnavalescos, também fizeram carreira como cenógrafos do Municipal. Isso sem falar em músicos como Pixinguinha e Donga (autor de Pelo Telefone, o primeiro samba gravado), que animaram bailes no Assyrius, o salão-café do prédio. Resultado mais luxuoso do proj eto de modernização do Centro do Rio - conh ecido como o período do BotaAbaixo - , o Municipal nasceu na reforma urbana qu e abriu a Avenida Central atual Ri o Branco. Duas óperas nacionais, Moema e Insônia, marcaram a noite de abertma, em 14 de julho de 1909. No auge de seus bailes momescos, as famílias mais chiques do Ri o vestiam trajes de gala, como smoking, e fantas ias elaboradas para subi r as escadarias do Municipal.

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Once upon a time Carnival costumes involved lots of fabric and cars wou ld drive down the strcet5 covered in confetti and streamers, canying entire families (in fancy dress!) to paradc through clowntown Rio. 111 those erstwhile Camivals, one ofthe highpoints was to go to the Municipal Theatre Ball! In the magnificent building in Cinelânclia, a deck was built to cover the seats 50 that stage and alldience combined in one hllge hall where pmtygoers hacl a wha le of a ti me to the beat ofthe band's lively march inhas - and showers of ether spray, of comse! The Municipal Theatre, as venue for c1assic ballet, concelts and performances, was, therefore, a privileged protagonist ofthe biggest foIk festival in the country - Rio Carnival. Protagonist and also wi l11ess, o f cOllrse! The building - designed in the image and resemb lance of lhe Paris Opera - was for many years a sophisticated backgrolUld for the pas5age o f the traditional carnival groups - corsos, ranchos, entrudos, cordões, blocos - and even samba schools, first down Central Avenue, then its re-named Rio Branco in 1912. It is then a deserving tribute that, in the year of its centenary - inaugllrated on July 14th, 1909 - , the Theatre was inspiration for samba school themes. "We hope to be worthy of its reputation", says A lex de Souza, camival rutist for Un idos de Vila Isabel, who together with Pa ulo Barros, developed the theme On th is Meny Stage, My Vila Proclaims: the Municipal Theatre, Centenn ial Wonder. And there's more ! lntegration is abso lute, so much so that Marcelo Misailidis, who had been principal bailet dancer for the Municipal, is choreographer for the school's front committee. In the Access Group B, Boi da Ilha do Governador shall parade with Curtains up! Bravo! The lOO years of the M uni cipal Theatre opens on Sapucaí, by carni val artist Sandro Carvalho. "This homage to the Mun icipal Theatre is of the utmost importance and proof of what it means to the Brazilian people", says Carla Camurati, president ofthe Municipal Theatre Foundation. There's no end to the links between



Cidade o povão, a quem restava manter a animação do lado de fora, parava para ver aquele desfil e de elegância e cores. Entre a tlllma que ia se diveltir nesse a- Ia- Ia-ô requintado, não era raro encontrar estrelas de Hollywood, políticos e gente da alta sociedade. "Eram cinco, seis mil pessoas, ocupando também fr isns e camarotes. Era servida uma ceia, havia bares espalhados pelo Theatro vendendo bebidas e as sobremesas eram geralmente sorvete", conta Bruno Furlanetto, que chegou a frequentar os bailes ali na década de 60, quando adolescente, bem antes de se tomar Assistente da Direção Artística do Theatro, cargo que ocupa hoje. "Era o melhor baile da cidade. Chiquíssimo", conta.

Os bailes do Municipal tiveram fases distintas. Em 1932, entraram para o calendário como Baile Oficial da cidade, tendo como convidado ninguém menos que o presidente Getúlio Vargas. Naquela mesma noite, Jorginho Gu inle, então com 16 anos, também deu seus salti tos lá. O playboy, aliás, vo ltaria várias outras vezes ao salão, sempre mu ito bem acompanhado. NlIlna delas, com Kim Novak. A pelfOlmance da atriz americana, que ficou 45 minutos e preferiu conferir a folia na ma, foi registrada na collma Ninguém conhece Ninguém, de José Arnádio, na revista O Cruzeiro. Dizia o texto: "De calça comprida e camisa folgada, ela entrou num bloco de sujos no Tabuleiro da Baiana. Sua grande máscara preta permitiu que aderisse (i ncógnita), ao gmpo do sereno para assistir à saída do Municipal. Ap laudiu as fantasias mais bonitas. Achou o pessoal "genti l e bondoso". Adorou o samba, tentou dançá-lo e ficou com as pernas doloridas. Sua música preferida foi "Me dá um Dinheiro Aí (aprendeu a letra em português)", escreveu Amádio, em 19 de março de 1960. Vargas, nos anos 50, já tinha feito o mesmo, ao preterir o baile pela alegria do outro lado da calçada. "Ele estava na sacada

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do Theatro, viu o baile animado e quis conferir de peito. Atravessou a rua e foi até nossa sede!", conta Pedro Ernesto, presidente do Cordão da Bola Preta, um dos mais tradicionais e concorridos blocos da cidade, que ocupava a sede na Avenida 13 de Maio, ao lado do Municipal, até ser despejado em janeiro de 2008. Na década de 70, os bailes perderam em elegância. "Virou uma bagunça", relata Brlll10 Furlanetto. Em 1975, a festa acabou, proibida por lei e em nome da preservação do prédio, que saía muito castigado de cada noite de farra. Mas o Theatro ainda seguiu abrigando por anos co ncursos de fantasia - que j á foram um dos momentos de gala da folia carioca e que contavam com a participação dos nomes como Evandro de Castro Lima, Clóvis Bornay, Zacarias do Rego Monteiro e Wilza Carla - todos devidamente homenageados pela Vila este ano. Neste Carnava l 2009, o Theatro Municipal estará recolhido, por conta da reforma qu e promete devolvê-lo ao público tinindo, em 14 de julho, data exata do centenário. E, a partir daí, o que se espera é que venham novas histórias que deem samba neste elegante palco do Carnaval.

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the Theatre and Carnival. Joãosinho Trinta, bcfore becoming one ofthc top carniva l altists ever, was a member of the Theatre's corps de ballet, and later opera-master, stage artist and costume designcr. Arlindo Rodrigucs and Fernando Pamplona, who too arc in thc hall offame ofthe great carni va l altists, also worked as stage mtists in the Municipal Theatre. Not to mention the musicians Pixinguinha anel Donga (author of"Pelo Telefone", the first samba to be recorded) who en li vened parties in the Assyrius coffee and tea room in the basement. The Theatre was the most luxurious result of the modernization project fo r downtown Rio - known as the Demolition era -, and it emergeel eluring the urban planning that opened up Central Avenue - now called Rio Branco. Two Brazilian operas - Moema and Insonmia -, perforl11ed on the openÍllg night on July 14th, 1909. At the peak ofits carn iva l balls, the most elegant fam ilies in Rio put on their glad rags, tuxedos and ball gowns to climb the Theatre staircase. The hoi polloi left to palty outside would stop to watch lhe parade of elegance and color. lt was by no means rare to see Hollywood stars, politicians anel socialites having fun at this sophisticatcel alá-Ia-o party. "There would be five ar six thousanel people occupying the stalls anel boxes. Dinner was serveel, bars Íll the Theat:re solei beverages anel dessclt was u5ually ice cream", tells Bruno Furlanetto, who would go to balls there in the 19605, when he was a teenager, long before hc took the job of the Theatre's ass istant rut director, which he occupies until toelay. "It was the best ball in town. So veJy chic", he says. The Municipal Theah'e balls hael different phases. In 1932, it was the city's Official Ball, whose top guest was President GetuJio Vargas. That same evening, playboy Jorginho Guinle, then 16 years old, also showed up there. In fact, he woulel return on severa I occasions to the bati always in very good company. Once he went with Kim Novak. The perf0l111ance of the American ach'ess, wbo stayeel for 45 l11inutes and then decieled to check out the street party, was noted in the column Nobody knows Anybody, by José Amádio, in the magazine O Cruzeiro. The text said: "wearing pants and a loose shirt, she joined one of the blocos de sujos [groups of Iqca ls] at the Tabuleiro da Baiana. HeI' large black mask allowed ber to pruticipate


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incognito in the early dawn group as they watched people leave the Theatre. She app lauded the most attractive costumes. She thought everyol1e was "polite and kind". Sbe loved the samba, tried to dance lIntil her legs hUlt. Her favorite song was "Me dá 1II11 Dinheiro Aí " [gimme some cash] (she learned the Iyrics in POltuguesc)", wrote Amádio 011 March 19th, 1960. Dlu'ing the 1950s Vargas had also done the same, prefelTing the exc itement on the other si de ofthe street. " He was on the Theatre's balcony, saw the meny festivities and wanted to see it closer. He crossed the street and visited om headquarters! " recalls Pedro Ernesto, president of the Cordão da Bola Preta, one of the most traditional and popular blocos in the city, with headqllalters on 13 de Maio Avenue, behind the Theatre, until the club's evicti on in Janllaly 2008. In the 1970s, the balls lost their elegance. "It became a mcss", laments Bruno Furlanetto. In 1975, 110 more palties in the Theatre, banned by law and for tbe sake of the bllilding's preselvation, which was incvitably severely punished afier each palty night. But the Theatre continued as the venue for the fancy dress contests - ga la highlights ofthe Rio carni va l and with the participation ofthe celebrities Evandro de Castro Lima, Clovis Bomay, Zacarias do Rego Monteiro and Wilza Ca rl a - ali being paid tribute by Vila this year. In this 2009 Carnival, thc Municipal Theatre will be in rec lusioll becallse of its refurbishment that promises to restore it to its former glOly for the public, on July 14th, exactly the date of its hundredth biIthday. And after that, ir is expecred that other tales culminating in samba wi ll be held on this elegant stage of Carniva!.

Alegorias da Vila Isabel homenageiam o Theatro, que há anos testemunha blocos, desfiles e o Bola Preta (acima) Vila Isabel floals paying homage to lhe Thealre lhal for years was witness to blocos, parades and lhe Bola Preta Cordão (above)

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A modelo Thatiana Pagung, de 28 anos, já era rainha de bateria da Inocentes de Belford Roxo (escola do Acesso B) há dois anos quando fez sua estreia à frente da bateri a da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 2007. Mesmo com um currícu lo que incluía ainda ser destaque na Tradição, em 1999, e eleita musa do carnaval carioca em 2003, Thatiana não escapou da "dor da beleza", como ela mesma define. "No desfil e da Mocidade em 2007, peguei minha fantas ia em cima da hora e ela estava muito pesada, tinha muitas penas de faisão . Achava aq uilo um luxo! Só não sabia que ia me custar tão caro", conta. Quando chegou ao último recuo da bateri a, não aguentava mais. "Estava com muita dor. Fui direto para o hospita l" , lembra . Atendida na Barra da Tijuca, a ra inha teve que tomar reméd ios contra inflamação para melhorar o ombro, muito do lorido. Quando estava sentada na sala de espera do hospital, viu na TV os melhores momentos do desfi le e, claro, ela mesmo passando toda maravilhosa. "Eu pensei: 'poxa, estava li nda, va leu a pena, mas olha aonde vim parar! ' '', recorda, co m bom humor.

THATIANA PAGUNG, RAINHA DA MOCIDADE The 28-year old model Thatiana Pagung had already becn the drumm.:rs' queen for Inocentes de Belford Roxo (a samba school in the Access B group) for two years when she ma de heI' debllt at the fmnt ofthe urul11mers of Mocidade Independente de Padre Miguel in 2007. Even wilh such expcricnce Ihal incluucd bcing a personality in Trauiçiío in 1999, and vOled muse of Rio Carnival in 2003, Thalianll did not escape lhe "pain of beauty" as she calls it. " In lhe Mocidade parade in 2007 , I collected my costume at lhe last minule and it was so heavy, lots of pheasant feathcrs. I though it magniticenl! BUI I didn't know it would cost me dcarly", she says. Whcnl reached the last recoil ofthc drums, r couldn 't stand il any longer. "I was in sllch pain. [ went direct to the hospital", shc remembers. The queen was attcnded in Barra ela Tijuca anel had to take anti-inflammatory medication for heI' vely painful shouldcrs. In lhe hospital waiting 1'00111 before being attcndeel, shc was watching the highlights of the parade on TV and, of cour c, there she was in ali heI' glory. "I thought: 'goodnes ', I looked radiant, it was IVorth it but see where I endcd Upl", shc recalls in good humor. ~'&'&~

Ivete Sangalo é figurinha carimbada - e tarimbada - na foli a de Sa lvaelor, mas foi no Sambódromo carioca que ela viveu uma das maiores emoções de Cam ava l. Com a agenda lotada durante os di as de festa, nonnalmente Ivete só dá as caras - e também o corpão e a simpatia - por aqui no Desfile das Campeãs, que acontece no sábado seguinte ao espetáculo do Grupo Especial. Em 2008, ela aproveitou a folguinha e se jogou em um dos camarotes da Sapucaí. Estava nas cadeiras que ficam bem próximas à pista vendo a Grande Rio desfilar quando, de repente, sentiu uns braços erguendo-a do chão. Era o presidente da escola que, sem avisar, foi carregando a cantora para o meio da Passarela do Samba. "F iquei petrific ada. Um misto ele anestesia, alegria e emoção. Só conseguia sorrir, sem parar. Mas foi massa", diz a morena, sem perder a elegância

IVETE SANGALO, CANTORA Ivete Sangalo is a constant and popular presence in Salvador carnival , but it was on the Rio samba avenue that she had one of her most thrilling camival experiences. With bookings throughout cam iva l, Ivete n0l111ally only shows her face - body and charm too - in Rio on the Champion Saturday afier the Parade. In 2008 she was enjoying some free time and visiting one of the boxes on Sapucaí avenue. She was sitting c lose to the parade watching Grande Rio go by when suddenly she feels herself being lified bodily out of heI' chair and onto thc Avenue. It was the school 's president who, without warning, carried the si nger off into the parade. "I was petrified - a mix of numbness, delight and excitement. I couldn 't stop smi ling. But real cool", says the brunette without losing her elegance. E

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Em seu quarto ano de sucesso, o concurso do jornal O Globo consagra as grandes deusas do Carnaval In its fourth year of success, the O Globo newspaper contest bows to the great goddesses of Carnival POR AYDANO ANDRÉ MOTTA

A religião Carnaval consolidou-se politeísta por causa delas, deusas que se renovam a cada ano. Brotam da terra carioca por mágica, todas com seu tufão nos quadris, para rupnotizar a audiência, planeta afora. Personagens mais admiradas do espetáculo, as mulatas são o ápice da beleza na cor brasileira. É aquela história do "documento da raça pela graça da mistura". Para sorte nossa, deu nelas, que, aliás, merecem todas as homenagens. Então, com vocês, as Mulatas do Gois. Pelo quarto ano, a coluna de A nceLmo Gois, do jornal O Globo, rea liza o concurso qu e elege um a pass ista para iluminar a edi ção de domingo de Carnaval e ce lebrar a beleza da mulh er do sa mba. As escolas do Grupo Especia l indica m as suas candidatas ao Mulata do Gois sob duas regras: não pode ter paIticipado nos anos anteriores e precisa ser obri gatoriamente mulata. Lomas e morenas já têm festas demai s o ano inte iro, a vida inteira. Na primeira edição, a hom a coube a Cecí lia, da Vi la Isabel; no segundo, deu Dandan, do Salgueiro; no terceiro, Ana Paula, da POltela. A escolha não é do colLUlÍsta, nem de sua equipe, mas do voto de qu em v isita o site www.ancelmo.com.br. na pág ina de O Globo na internet. Seja qual for o resultado da di sputa, uma coisa é certa: o Mulata do Go is, mais um a vez, revelou belezas esto nteantes e mulheres guerreiras, com históri as de amor à vida e ao Carnaval. Todas, é claro, estarão na Avenida, desfi lando por suas esco las e engrandecendo a festa. Em todos os sentidos. O festi va l de fonTIosma revelou estrelas como Aline Lira, da Viradouro, tímida estudante de Enfe nnagem de 2 1 anos, que, incentivada pelos muitos admiradores do rosto perfeito e do corpo deslumbrante, tentou ser rainha de bateria, no concurso que a escola reali zou para substituir Juli ana Paes. Foi LUTIa das finalistas e só perdeu para Juliane Almeida, dançarina do É o Tchan. Vitória da fama. R

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Musas Outra que dá go leada em formosura e balanço é Meiri Lannes, 22 anos, representante da Mocidade. Mulata monumental, de passo flutuante, sorri so infinito, simpatia irresistíve l e, benza Deus! , 104 cm de quadri l, ela vive co m a mãe (cx-passista) c a itmã cm Campo Grande, vai á igreja todo domingo e pretende seguir a carreira militar. Porque tem lugar para todo mundo à sombra da árvore fro ndosa chamada samba . Se o enredo for detetminação, ninguém ganha de Márcia Anjo. Aos 34 anos, quatro filhos, um neto recém-chegado, ela venceu a obesidade e, com suas pernas intermináve is, arrasa a serviço do Império Serrano. Acima de tudo, vive com um sorriso luminoso, apesar de todas as dificuldades . "Escolhi ser fe liz e pronto", decreta, co m simplicidade, enquanto coleciona amigos e cativa paixões - como a do namorado, de 18 anos! pelo cam inho . A alegri a também marca o ritmo da vida de Maria de Fátima Machado, 25 anos, professora em duas escolas de Caxias, a terra da Grande Rio, ond e ela desfi la desde criança e dá aul a de samba. "Meus alunos me acompanham, torcem por mim", orgulha-se. Como Rafaela Bastos, 27 anos, a candidata da Mangueira, que guarda a vida de passista no cantinho das paixões. Geógrafa fo rmada, trabalha em Furnas e co nfil1na, num sorriso, o medo reverente dos homens ao descobri-Ia sambista de primeira. "Mas minha profissão é a geografia. Danço por amor à Mangueira", avisa. O samba ajuda Monalisa de Carvalho, 2 1 anos, da Portela, a pagar as contas, com os muitos shows que faz Brasil afora. Não será para sem pre ela estuda enfermagem, enquanto cultiva o sonho de ser médica. Será uma doutora de corpo espetacular. E só. "Não é porque so u simpática que estou dando confiança", previne, no estilo confrrmado pela tatuagem que, posta estrategicamente na bacia, semeia instintos primitivos: uma pimenta.

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goddesses, reborn each year, are lhe rcason for the polytheisl trend in Call1ival religion . They spring from the Rio earth as if by magic, swaying Iike whirlwinds, hypnotizing audiences ali over the planet. The mulatla girls - the focus of admiration during the parade - are lhe petfection of beauty in Brazilian coloro That's the story about the "documenl of race by the mix of grace". We are so lucky for the ir resu lt and they indeed deserve ali possib le tributes. So over to you, Mu /alfa Gir/s of Gois! For lhe fourlh year funn ing, the column by Ancelmo Gois, in O Globo newspaper, ho lds a samba dancer contest to ill uminate the Carnival Sunday edition and celebrate the beauty of samba women . Tbe Specia l Group samba schools nom inate their candidates to Mil/alfa ofGois and there are two niles: she is a first-time candidate and must be mu latta. After ali, blondes and bnll1ettes already patty ali year round during their lifetime. In the [lrst year, the bonor went to Cecilia from Vila Isabel; in the second, it was Dandan [TOm Salgueiro; in the third, Ana Paula from Portela. The choice is not made by the columnist or his stafT but the vote of ali who visit the site www.ancelmo.com.br on lhe O G/obo page on the Intel1let. Whatever the result of the contest, one thing is sure: the Mu/alfa Gir/s ofGois has once again revealed stunning beauties and Amazon women, wilh slories of love of life and Carnival. They will ali, of course, be parading on the Avenue to exalt the festiva l - in every way. The fest iva l of beauties has discovered stars, such as, for example, Lira ofViradouro, shy 21year olel student Ilurse wbo, encomaged by the many adm irers of her perfect face and stLmning boely was candidate to queen of tbe drummers in the school's contest to substitute Ju liana Paes. She was runner up to Juliane Almeida, dancer of É o Tchan. Fame was the winner. Another w ho scores goals in beauty and swing is 22-year old Meiri Lannes fo r Mocidade. Monumental Illulatta gi rl, with swaying l1lotion, captivating smi le, irresistible charm and, God bless her! - 104 cm hips.


Musas She lives with her mother (ex-samba dancer) and her sister in Campo Grande, goes to church every Sunday and intends to follow a military career. There's a place for everyone in the shade of the leafy branches of the tree called samba. And no one is more persevering than Marcia Anjo. At the age of34, four children, a new-bom grandchi ld, she overcame obesity and with her interminable legs is a success for Tmperio Serrano. Plus the fact lhat she's always smiling that sparkling smile despite ali her problems. "I decided to be happy and that's it", she says endearingly, and wherever she goes attracts friends and captivates hearts li ke lhat of her 18-year old boyfriend! Joie-de-vivre is a lso in step w ith 25-year old Maria de Fatima Machado. who teaches at two schools in Caxias, the origin of Grande Rio , where she has been paradi ng since she was a kid and teaches sa mba. " My students are there wilh me and eheer for me", she says proudly. Like 27-year old Rafae la Bastos, Mangueira's candidate, wllo keeps her li fe ofsamba daneing in a comer of her heart. She is a geograplly graduate, works at Fumas and smilingly tells us of the fearful reverence that men have when they discover she's a firstclass samba dancer. "But I ' m a geograp her by profession. r dance beca use of I love Mangueira", she says. Samba helps POliela 's 2 1-year old Mona lisa dc Carva lho pay her bills, with her many shows througllout Brazil. lt won ' t be forever - she's a student nurse with a drcam of bccoming a doctor.

É o mesmo tempero quente de Káss ia Barcelos, 23 anos, quando o sa mba começa na Porto da Pedra. Na vida real, ela, casada com o namorado de infânc ia, mãe de uma meni na de 7 anos, ra la como ma ni cure em São Gonça lo. Co lega de profissão de Fabío la Gomes, 25 anos, que mora no Morro dos Macacos co m o marido (ritm ista) e o filho (também), e fa z unhas num salão em Vi la Isabel. Bruna Costa, 17 anos, cand idata do Salgueiro, vê com admi ração de caçu la as parceiras de suingue. Nasc ida no mesmo mo rro de sua escola, estudante do ensino médio, fi lha de um dos diretores da bateria, ela namora um ritmista e acaba de entrar para a ala de passista, materialização do sonho da vida toda. Joa na de Me lo, 23 anos, da Imperatriz, não tem raízes no samba. Nascida em Caxias, enconlTOU sua identidade sambista a qu ilômetros de distância, na verde-e-branco de Ramos. O cam inho entre o R io e a Baixada é percorrido no sentido inverso por Gisele Cabral, 19 anos, a candidata da Beija-Flor que mora em Bento Ribe iro . Prendada, ela faz as roupas sensuais que arrematam seu show. Cecí lia Teixeira, 29 anos, da Un idos da Tijuca, ostenta suas credenciais desde o endereço - o Morro da Conceição, onde nasceu, bem ao lado da Pedra do Sa l, um dos berços do sa mba. D iante de tanta beleza, resta-nos o prazer de reza r pela carti lha das deusas do carnaval. Amém.

Tudo pelo Rio, acima de tudo

Ali for Rio, above ali

POR ANCELMO GOlS A turma da coluna tem o Rio como trincheira e paixão, e o Carnaval como festa suprema. Assim , celebrar a beleza da cor brasileira que dá fama ao nosso grande espetáculo nada mais é do que uma maravilhosa obrigação. Criado como uma brincadeira, o Mulata do Gois cresceu ano após ano - graças ao trabalho de seu coordenador, Aydano André Motta -, e hoje faz parte do calendário de eventos pré-carnavalescos. Ainda bem. Porque o espetáculo é das queridas passistas, professoras de samba que encantam o mundo. Para nós, é uma honra anual , da qual não abrimos mão. Viva a mulata que, como diz a música, é a tal! The co lumn team considers Rio to be th e rit and passion. and Carniva l the besl ofthe best. So celebrating the slurUling Brazilian color that lends fame to our magnificcnl show is no more than our wonderful obligation. The Mulallo Gírls oI Goís began as a flln joke but is becoming a more seriOllS issue as each year passes - thanks to the work 01' its coordinator Aydano André Motta -, and today is part of the pre-Camival events calendar. An d it shollld be. Becausc lhe real show is by the darling samba dancers, samba professors who dclighl the world. For llS il is an aJillual h0110r that cannot be ignored. Viva the mulatta and, as Braguinha 's song says, lhat 's the way she is!



www.turismo.mg.gov.br www.estradareal.org.br

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"Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil", o Rio de Janeiro receberá, até o final do verão de 2009, 2,555 milhões de turistas, sendo 719 mil apenas no período de Carnaval, época em que a cidade confirma sua condição de berço do samba e das lindas canções. O Rio, como é chamado pelos mais íntimos, oferece aos seus visitantes os principais atrativos apontados pelo Ministério do Turismo: sol e praia, montanhas, atividades culturais, ecoturismo/aventura, negócios/feiras de eventos e gastronomia. Por isso é a "terra que a todos seduz".

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Rio de laneiro


Mas se, historicamente, o Rio de Janeiro tinha como marca registrada o melhor Carnava l do mundo, desde 2007, quando sediou os XV Jogos PanAmericanos, passou a ser reconhecido também como o principal pólo de grandes eventos espOlt ivos da América Latina. É no coração da cidade, por exemp lo, que é possível vislumbrar o Comp lexo do Maracanã, que ocupa o segundo lugar no rank.i.ng dos pontos turísticos cariocas mais visitados. Palco da abeltma e do encelTamento dos Jogos Pan-Americanos e de diversas competi ções, o Maracanã, ma is conhecido como "Temp lo Mundial do Futebol", se prepara agora não só para sediar partidas da Copa do Mundo de 2014, e a grande [mal, como também para receber os Jogos Olímpicos de 201 6. Cidade-candidata a promover esta edi ção da Olimpíada, o Ri o de Janeiro já possui na sua essência o espírito e a vocação para o turismo e para o esporte. Combinação perfeita que destaca o jeito de ser do cari oca, conjugado com as belezas natW"ais da cidade. Não poderi a haver palco melhor para receber tão impottante evento esportivo como os Jogos Olímpicos, ratificando sua imagem de "ninho de sonho e de luz". A vocação tmÍstica do Rio consolida-se ano após ano. Uma das característi cas da cidade são as belezas natmais, como a orla, com mi lhares de qui lômetros de belíssimas praias. A elas somam-se montanhas, a maior floresta mbana do mlUldo e, claro, a hospitalidade do carioca, pronto para receber os Jogos Olímpicos que não serão apenas da cidade, mas sim do Brasil e, até mesmo, da Amética do Sul, pois esta será a primeira vez que este evento acontecerá no continente.


São estes atrativos que também fazem com que o passeio na Roda Rio 2016, emblema maior da campanha da cidadecandidata, seja inesquecível. Localizada no Forte de Copacabana, a roda gigante, de 36 metros de altura e 80 toneladas, tem como tema a candidatura da cidade à sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Mais de 100 mil pessoas, incluindo turistas e moradores, já passearam na Roda Rio 2016 desde quando ela foi inaugurada, no Réveillon. E além do passeio deslumbrante, o visitante encontra diversão, lazer e informações numa extensa área com vista privilegiada para o mar de Copacabana.

E para atender cada vez melhor os tw-istas, e ainda fortalecer a candidatw-a da cidade à sede da Olimpíada de 2016, o Rio de Janeiro está implementando o Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetw-). Com recursos vindos do Governo Federal, o projeto contemplará meLhOlias na infra-estrutma, transpOlie, meio ambiente e sinalização, prioridades básicas para incrementar a atividade turística. Segtmdo a Secretária de Tw-ismo, EspOlie e Lazer do Estado, Márcia Lins, "estradas e vias ganharão melhor pavimentação, entre outros beneficios em diversos lugares com grande potencial tmÍstico". "E devemos salientar que o meio ambiente também será contemplado, com a destinação de 10% da verba", completa a Secretália. Esses investimentos cont:Jibuem ainda mais para solidificar o interesse da cidade nos Jogos. Recentemente, foi ent:J'egtle ao Comitê Olímpico Internacional (CO!) um dossiê contendo um grande projeto olímpico, Ele garante 46 mil qumios - quantidade acima da exigida pelo COl - para os tmistas, atletas e delegações, e isso só foi possível porque a rede hoteleira da cidade é parceira e, acima de tudo, capaz de atender as grandes demandas do Rio,


o Rio também está se preparando para receber com mais excelência os turistas que vêm pelo mar. A cada ano este número aumenta e não poderia ser diferente, já que até visto do mar o Rio é belo. E para contemplar essa vista ímpar, este ano, apenas neste Carnaval, deverão chegar cerca de 40 mil turistas em transatlânticos. Os dados sobre o turismo marítimo mostram que, de novembro de 2008 a março de 2009, a cidade terá recebido 147 atracações, sendo 34 transatlânticos internacionais, trazendo 553 mil pessoas - 410 mil passageiros e 143 mil tripulantes. Serviço: Disque-Turismo: oaoo.2822007 www.turisrio.rj.gov.br www.turismoesporte.rj.gov.br

Todos esses investimentos garantem ao turista que visita a cidade do Rio de Janeiro a possibilidade de conhecer outros municípios do Estado com grande potencial e atrações turisticas. Búzios, por exemplo, com forte comércio, belas praias e rica história - já que no século 18 era porto de navios negreiros. A cidade ganhou notoriedade com a visita da atriz Brigitte Bardot. Ainda na Região dos Lagos, encontra-se Cabo Frio, antes habitado pelos índios Tamoios e Goytacazes, depois dominado por europeus e hoje ostentando o Forte de São Mateus, como lembrança de urna época em que militares ocupavam a região.

Ainda na orla marítima, mas do outro lado do Estado, o turista pode visitar Angra dos Reis. Cercada de ilhas e iUlOtaS, a cidade oferece águas calmas que refletem o verde da Mata Atlântica. Em Paraty, conhecida por sediar um dos mais conceituados eventos li terários do mundo, a Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP), está o maior complexo arquitetônico do Brasil do século 18. O centro histórico da cidade, onde carros são proibidos de circular, foi declarado Monumento Histórico Nacional, em 1996. Já a cidade de Petrópolis guarda em sua arquitetura traços da realeza imperial, no periodo colonial. O Palácio de Cristal, a Catedral de São Pedro de Alcântara, o Museu Imperial e o Palácio Amarelo são os principais pontos a serem visitados. Enfim, há várias possibilidades de turismo para os visitantes. Na serra ou no mar, na capital ou no interior, as atrações são inúmeras e únicas, e o mais interessante é que o turista que vier para os Jogos Olímpicos de 2016 poderá conhecer essas atrações hospedando-se a cerca de 50 quilômetros do Maracanã. É com excelência e experiência que o Rio estará de braços abertos esperando por todos aqueles que virão para a cidade e farão com que bata, ainda mais forte, o "Coração do meu Brasil".




Durante anos, do esgoto que era tratado pela Estação de Alegria, apenas 30% das impurezas eram retiradas antes de chegar à baía de Guanabara. Mas isso mudou. A Ceda e e o Governo do Rio inauguraram a nova e ampliada Estação de Tratamento de Esgotos de Alegria. A partir de agora, muito mais esgoto será tratado; 98% dos resíduos vão ser retirados, chegando à baía de Guanabara em forma de água limpa. É o meio ambiente mais saudável para você.

~ GOVERNO DO

~ Rio de laneiro SOMANDO FORÇAS

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DE ALEGRIA. O RIO MERECE SER TRATADO COM RESPEITO.



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