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SECRETARIA DE CULTURA
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A Petrobras patrocina o Samba Carioca,
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Patrimônio Cultural do Brasil. Porque onde tem cultura, tem Brasil.
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E onde tem Brasil, tem Petrobras .
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~ PETROBRAS
o desafio é a nossa energia GOV
Ministéri o de Minas e Energia
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FICHA TÉCNICA
40
SAMBA ENREDO 41 BARRACÃO EVENTOS
42 a 44 45
OUTROS CARNAVAIS SOCIAL 50
e 51
BANDEIRA
52
PERSONAGENS
46 a 49
53 a 56
LIVRO 57
Revista Salgueiro Publicação do Grêmio Recreativo [scola de Samba Acadêmicos do Salgueiro Ano VI n° 7 fevereiro de 201 3 Quadra Rua Silva Teles, 104, Andaral Rio de Jimeiro RJ CEP 20541 110 Tel.. 21 2238-0389 Fábrica de Alegorias Rua Rivadávla Correa, 60 Barracão 8 Gamboa - RIO de Janeiro RJ CEP 20220-290 Tel./Fax: 21 2203-0897/2223 1110 www.salgueiro.com .br
Presidente - Regina Celi Vice-Presidente - Marcelo Freire Presidente do Conselho DeliberatiVo - Renato Raposo Presidente do Conselho Fiscal - Paulo Cesar Barros Diretor Cultural - Eduardo Pinto Diretor de ASSistência SOCial e Esportes Claudio Barros Diretor de Administração Jailton de Oliveira Garcia Diretora de Comunicação - Flavia Cirino Diretor Financeiro - Marcus Vinicius Pereira Diretora Jundica - Sandra Nascimento Di retora Musical - Nilda Sa lgueiro Diretora Social - Genecy Almeida
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
Redação Flávia Cirino Gustavo Melo Paulo Cesar Barros Colaboradores Arthur dos Santos Bernardes Marcelo Montero Fotografia Alex Nunes Diego Mendes Henrique Matos Ramiro Nissero Arquivo O Globo Acervo Diretoria Cultural Projeto Gráfico e Diagramação Paulo Miguez e Marcelo Melo Impressão - Grafmec Tiragem - 5.000 exemplares Distribuição gratUita PrOibida a reprodução sem autorização eX(Jrpssa ~ do; "'"'"
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Nestes seus quase 60 anos de história, o Salgueiro fez fama. E ajudou a fazer a fama do Carnaval do Rio de Janeiro. São seis décadas escrevendo com letras maiúsculas a história desta que é a maior festa popular do planeta, com vários momentos marcantes ao longo de sua trajetória. Para o desfile de 2013, a vermelho e branco da Tijuca irá falar justamente desse sentimento do ser humano, desde a Antiguidade, de buscar o sucesso, a fama. Para o Salgueiro, porém, não foi necessário muito esforço para alcançar o estrelato, ou melhor, a capacidade e a criatividade de seus artistas e componentes, ao longo destes 60 anos, foram suficientes para que a Escola alcançasse seu lugar de destaque nos palcos do Carnaval. Como falar da evolução dos desfiles do Carnaval carioca sem citar as revoluções estéticas comandadas pelos artistas salgueirenses? Como contar a história dos desfiles sem pegar um Ita no Norte, cantar a Bahia de todos os deuses, batendo tambor para contar a história do nosso Carnaval? Pois tudo isso, e muito mais, é Salgueiro. Uma Escola que, desde o início de sua história se disse diferente. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente. Como se isso fosse pouco. Uma história que vem, ao longo dos últimos anos, se modernizando, buscando soluções e novidades tanto na sua estética quanto na sua Quadra, sem dúvida
alguma uma das mais modernas da nossa cidade. Uma Escola que traz no seu comando aquele diferenciado toque feminino. Um jeito diferente de dirigir, mas com a mesma garra e determinação de brigar pelo seu pavilhão. Que todos tenhamos um desfile digno de grandes manchetes. Bom Carnaval! Jorge Castanheira, presidente da Liesa
Salve a Academia do Samba! Durante quatro dias no ano, o Rio de Janeiro se transforma na cidade mais maravilhosa, colorida e festiva do mundo. Nesses aguardados dias em que a cidade é comandada por Momo, o carioca dorme e acorda ao som do tamborim, respirando no ritmo incessante das escolas de samba. No carnaval de 2013, a Vermelha e Branca da Tijuca leva o enredo "Fama" para a Avenida, aproveitando o tema para homenagear aqueles que são a maior celebridade do carnaval salgueirense: os bambas e musas da comunidade! Salve a Academia do Samba! Eduardo Paes Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro
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REVISTA SALGUEIRO
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FAMA 2013
o Salgueiro é pra quem tem fé! Chegamos ao quinto ano de minha administração, e vejo que o amadurecimento ao longo desse tempo tem sido favorável à Família Salgueirense. São anos de luta, força, foco, mas acima de tudo, de muita fé. Aprendi e continuo aprendendo a cada dia, que juntos podemos tudo. E acreditar nos nossos objetivos, tendo a verdade e o respeito como pa drões a serem seguidos, nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Agradeço mais uma vez - e sempre agradecerei - aos meus filhos, Renata, Renata, Louise e Luiza - por entender a minha ausência e me incentivar a seguir. É por eles. É para eles. E por todos vocês, meus 3.800 filhos postiços, que me entrego de corpo e alma . Nossa comunidade está cada vez mais fortalecida e aguerrida, participativa e ciente da sua importância. A fé que nos move mostra que fazemos diferença. E sempre respeitando a todos, nos esmeramos em busca do melhor. Quando o Salgueiro entrar na avenida, no dia 10 de fevereiro, o público verá o resultado de um esforço coletivo. Dos porteiros à presidência, sem distinção, todos num só objetivo: a vitória. Mas essa vitória é acima de tudo, do caráter, da união, do respeito ao próximo. E assim, certamente, podermos mostrar que a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, tem banca, moral e respeito. Bom Carnaval!
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MODA INFANTIL
Av. V'mte e Oito de Setembro 335 V'lla Isabe •Tel: 21 2578-2009 www.patotamodainfantit.com.br www.faeebook.eomjPatotaModalnfantil
HAROLDO COSTA "TEMOS UMA HISTÓRIA LINDA, QUE PRECISA SER CONTADA E RECONTADA PARA AS NOVAS GERAÇÕES" Por Gustavo Melo Multimídia. Muito antes dessa palavra muito comum nos dias de hoje chegar ao grande público para definir artistas e manifestações culturais de várias expressões, Haroldo Costa, nascido no bairro carioca da Piedade, em 1930, já poderia ser assim definido: um homem multimídia. Ator, bailarino, produtor, comentarista de televisão, pesquisador, escritor... A militância no campo artístico é tão vasta quanto a sua história. São mais de 60 anos de carreira, com forte presença em momentos marcantes da nossa cultura, como no espetáculo Orfeu da Conceição, encenado no Theatro Municipal, numa adaptação antológica da tragédia grega clássica "O rfeu" para a realidade dos morros cariocas. Mas Haroldo carrega também com orgulho o título de biógrafo salgueirense. Seus dois livros "Salgueiro, Academia do Samba" e "Salgueiro, 50 Anos de Glória': provavelmente escritos com tinta vermelha sobre o branco papel, foram definitivos para que a "fama" salgueirense de inovador e pioneiro fosse pra sempre
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
impressa nos "anais da nossa história". Com vocês, a trajetória de um dos mais importantes nomes da cultura popular brasileira, cuja carreira é um roteiro pronto para um enredo. E que enredo!
Revista do Salgueiro - Seus pais ou parentes tinham alguma relação com as artes? Haroldo Costa - Meus pais, diretamente, não. Eu tinha uma tia paterna, que me criou durante alguns anos ... Ela era muito musical. Morava em Maceió, e fui criado lá até os dez anos. Eu nasci no Rio, em Piedade, mas quando criança eu me mudei pra Alagoas. Essa minha tia mostrava um grande interesse pelas manifestações folclóricas, pelas danças e músicas de lá. Talvez seja a única pessoa da minha da minha família que tinha uma inclinação artística mais forte. Eu acabei indo pra esse lado e desbravando esse caminho.
Revista do Salgueiro - Então como a arte entrou na sua vida? Já de volta ao Rio de Janeiro, eu entrei muito cedo - com cerca de vinte anos - para um grupo que foi muito importante na
minha vida. Era o Teatro Experimental do Negro. Depois veio a turnê de Brasiliana, outra experiência fundamental na minha formação, que apresentava números de dança e teatro típicos da nossa cultura . E foi um sucesso! Corremos o mundo durante cinco anos por vinte e cinco países da América do Sul, Europa, África ... Imagine ficar cinco anos em cartaz pelo mundo com um espetáculo totalmente brasileiro! Em Paris eu conheci o Vinicius de Moraes ...
Revista do Salgueiro - Daí veio o convite para fazer a peça Orfeu da Conceição? De volta ao Brasil eu fui trabalhar na boate Night and Day com Carlos Machado, no show Banzo Ayê. Isso era por volta de 1955. Em 1956, veio o papel do Orfeu, e eu estrelei a peça no Theatro Municipal, ao lado da Deise Pereira, que era a Eurídice. O espetáculo tinha música de Tom Jobim e Vinicius, cenários de Oscar Niemeyer e cartazes feitos por Djanira e Di Cavalcanti. Quem tocava o violão era o Luís Bonfá. Tudo isso era muito forte. O Vinicius de Moraes t inha o dom de aglutinar as pessoas.
Revista do Salgueiro - Ecomo as escolas de samba foram entrar na sua vida? Eu fui jurado o início dos anos 60, ao lado da jornalista Eneida de Moraes, que depois veio a ser enredo do Salgueiro, e do escritor Lúcio Rangel. Quando o desfile era na Avenida Rio Branco, as cabines ficavam na altura da escadaria da Biblioteca Nacional. Eu me lembro que as escolas ficavam se exibido durante horas, não tinha tempo de desfile. Havia alguém da organização que ficava responsável de avisar à escola quando o júri todo já tivesse visto a agremiação. Isso era feito com um toque de uma espécie de sirene, ou algo parecido. Só depois disso se podia terminar o desfile.
Revista do Salgueiro - Ecomo você se tornou salgueirense? O Salgueiro me chamava muita atenção, porque foi uma escola que tinha uma definição ideológica muito forte. Contar a história dos heróis negros, como Zumbi dos Palmares e de artistas como Aleijadinho era algo muito impactante, fundamental do ponto de vista de afirmação do negro. Mas eu me tornei salgueirense mesmo em 1963, com Xica da
Revista do Salgueiro - Seus pais ou parentes tinham alguma relação com as artes? Haroldo Costa - Meus pais, diretamente, não. Eu tinha uma tia paterna, que me criou durante alguns anos ... Ela era muito musical. Morava em Maceió, e fui criado lá até os dez anos. Eu nasci no Rio, em Piedade, mas quando criança eu me mudei pra Alagoas. Essa minha t ia mostrava um grande interesse pelas manifestações folclóricas, pelas danças e músicas de lá. Talvez seja a única pessoa da minha da minha família que tinha uma inclinação artística mais forte. Eu acabei indo pra esse lado e desbravando esse caminho.
Revista do Salgueiro - Então como a arte entrou na sua vida? Já de volta ao Rio de Janeiro, eu entrei muito cedo - com cerca de vinte anos - para um grupo que foi muito importante na minha vida . Era o Teatro Experimentai do Negro. Depois veio a turnê de Brasiliana, outra experiência fun damentai na minha formação, que apresentava números de dança e teatro típicos da nossa cultura . E foi um sucesso! Corremos o mundo durante cinco anos por vinte e cinco países da América do Sul, Europa, África ... Imagine ficar cinco anos em cartaz pelo mundo com um espetáculo totalmente brasileiro! Em Paris eu conheci o Vinicius de Moraes ...
Revista do Salgueiro - Daí veio o convite para fazer a peça Orfeu da Conceição? De volta ao Brasil eu fui trabalhar na boate Night and Day com Carlos Machado, no show Banzo Ayê. Isso era por volta de 1955. Em 1956, veio o papel do Orfeu, e eu estrelei a peça no Theatro Municipal, ao lado da Deise Pereira, que era a Eurídice. O espetáculo tinha música de Tom Jobim e Vinicius, cenários de Oscar Niemeyer e cartazes feitos por Djanira e Di Cavalcanti. Quem tocava o violão era o Luís Bonfá. Tudo isso era muito forte. O Vinicius de Moraes tinha o dom de aglutinar as pessoas.
Revista do Salgueiro - Ecomo as escolas de samba foram entrar na sua vida?
FAMA2013
Eu fui jurado o início dos anos 60, ao lado da jornalista Eneida de Moraes, que depois veio a ser enredo do Salgueiro, e do escritor Lúcio Rangel. Quando o desfile era na Avenida Rio Branco, as cabines ficavam na altura da escadaria da Biblioteca Nacional. Eu me lembro que as escolas ficavam se exibido durante horas, não tinha tempo de desfile. Havia alguém da organização que ficava responsável de avisar à escola quando o júri todo já tivesse visto a agremiação. Isso era feito com um toque de uma espécie de sirene, ou algo parecido. Só depois disso se podia terminar o desfile.
Revista do Salgueiro - E como você se tornou salgueirense? O Salgueiro me chamava muita atenção, porque foi uma escola que tinha uma definição ideológica muito forte. Contar a história dos heróis negros, como Zumbi dos Palmares e de artistas como Aleijadinho era algo muito impactante, fundamental do ponto de vista de afirmação do negro. Mas eu me tornei salgueirense mesmo em 1963, com Xica da Silva. Nunca tinha visto algo parecido. O dia estava amanhecendo e o Salgueiro surgiu todo em vermelho e branco, misturado com a luz âmbar dos primeiros raios de sol, emoldurado pela Igreja da Candelária. Era uma visão inexplicável, foi um momento mágico. Do meio daquele cenário vivo surgiu o balé de Mercedes Baptista, o samba maravilhoso de Noel Rosa de Oliveira e Anescarzinho ... Tive a certeza de que algo muito importante estava acontecendo naquele momento. Foi meu último ano como julgador. Dali pra frente não teve jeito: tornei-me salgueirense e fui viver a escola mais de perto, conhecer Djalma Sabiá, Anescarzinho, Paula, Dona Maria Romana, Laíla ...
Revista do Salgueiro - Como foi a sua participação nos desfiles da escola? Eu já desfilei nos anos 60 como harmonia e fiz parte da comissão de frente durante dois anos, em 1985 e 1986, ano em que a escola homenageou Fernando Pamplona. Em 1971, quando apresentou o enredo "Festa para um Rei Negro" aconteceu algo muito especial. O Osmar Valença me convidou pra ajudar a decidir o samba da escola ao lado do Fernando Pamplona e do Arlindo Rodrigues e no dia da final eu me atrasei porque estava no concurso de marchinhas carnavalescas que acontecia no Maracanãzinho. O Salgueiro estava dividido entre dois sambas: o do Bala, que era muito bonito, que dizia: "Senhor, oh, Senhor, agora eu sei ... que eu também tenho um rei". E tinha o samba do Zuzuca, que já estava na boca do povo e sendo muito cantado no Maracanãzinho. Eu saí batido de lá, cheguei à quadra do Salgueiro, ali no clube Maxwell, e dei meu voto: Zuzuca na cabeça! E virou um dos sambas mais conhecidos da história do carnaval brasileiro. Muita gente contesta, diz que não é samba, é calango, mas não há quem não conheça esses versos: "Olê, lê f Olá, lá f Pega no Ganzê, Pega no Ganzá".
Revista do Salgueiro - Em B '8 4, nasceu o "Salgueiro, Academia do Samba'; e em 2003, ano do cinquentenário da escola, veio o outro livro "Salgueiro, 50 Anos de Glórias'~ Como foi essa experiência de editar e ssas duas obras? O primeiro livro foi fruto de uma imersão que eu fiz na escola, ao lado de coisas que eu vivi e acompanhei. Tem uma parte histórica mais aprofundada, entrevistei muitas pessoas. O lema "Nem Melhor, Nem Pior Apenas uma Escola Diferente'; dado pelo Nelson de Andrade, era uma premonição. O morro do Salgueiro é muito atípico, tem histórias de luta, de resistência e de afirmação. E a escola reflete muito isso. O segundo livro é mais voltado para contar os carnavais ano a ano, sem deixar de lado a contextualização histórica.
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Revista do Salgueiro - Você também colaborou dando sugestões de enredos para a escola, não foi? Para o carnaval de 1984, voltaram duas pessoas importantes para o Salgueiro depois de anos de afastamento: Laíla e Arlindo Rodrigues. Nos anos 70, o Arlindo trabalhou no guarda-roupa de um show que eu fiz na boate Top Clube, que ficava em Copacabana. A partir daí ele criou o enredo "Ski ndô, Skindô". Em 2003, quando a escola comemorou 50 anos, eu estava reeditando o livro sobre a história da escola. O título era Salgueiro, 50 anos de Glória. Seu Miro Garcia, então patrono da escola, e o carnavalesco Renato Lage gostaram desse nome e resolveram colocar no título do enredo, que ficou: "Salgueiro, Minha Paixão, Minha Raiz, 50 Anos de Glórias':
Revista do Salgueiro - Pouca gente sabe, mas a sugestão para o enredo campeão "Tambor'; partiu de você. O Renato Lage ligou pra cá e disse que queria fazer um enredo com uma pegada mais africana. Dei duas sugestões a ele. Mas quando eu falei do Tambor, ele adorou! E aí veio o trabalho visual sensacional dele, o desenvolvimento maravilhoso, além de um samba muito forte. Essa combinação não tinha como dar errado. E veio mais um título pro Salgueiro.
Revista do Salgueiro - Em 2013, o Salgueiro completa 60 anos. Que futuro você deseja para a escola? O que o Salgueiro tem de mais importante é o capital humano. A escola já passou por várias crises, momentos de instabilidade política, mas o componente sempre esteve ali, acreditando. Hoje é outra coisa, se vive um momento mais profissional e a agremiação tem apresentado grandes desfiles, que é reflexo dessa excelente administração. Eu espero que isso seja mantido para o futuro e que também seja preservada a memória da escola, que é um patrimônio que nunca vai se acabar. Temos uma história linda, que precisa sempre ser contada e recontada para as novas gerações.
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Por Paulo Barros
o dia
5 de março de 1953 não amanheceu nem melhor, nem pior do que os outros dias do ano. Mas, com certeza, amanheceu diferente. Naquele dia, sob um céu avermelhado, o samba desceu o morro e o povo se uniu. E todo mundo pressentiu que, a partir daquele momento, o carnaval não seria mais o mesmo. Naquele dia, surgia a Academia de samba do Salgueiro. De lá para cá, passaram-se 60 anos de muitas histórias, personagens, feitos, glórias e vitórias. Alguns momentos difíceis, como a década de 1980, quando o dinheiro faltou e a escola contou, sobretudo, com a força de sua gente para se manter no grupo principal das escolas de samba. Mas são 60 anos de muita alegria, de muitos carnavais que enchem de orgulho toda a gente do Salgueiro. De uma paixão que ultrapassou as fronteiras do Morro do Salgueiro e hoje se espalha pelos quatro cantos do planeta. Pioneiro, revolucionário, contestador, o Salgueiro foi protagonista de alguns dos mais ricos capítulos da história do carnaval. Sempre à frente de seu tempo, foi a primeira escola de samba a ter a figura do negro como personagem principal de um enredo e o responsável por ter iniciado, em duas oportunidades (1960 e
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1974), revoluções estéticas no carnaval que até hoje caracterizam a festa na avenida. Foi ainda a primeira escola de samba a apresentar ao público personagens não-oficiais da história, como Zumbi dos Palmares (1960), Xica da Silva (1963), Chico-Rei (1964), D. Beja (1968) e, mais recentemente, em 2007, as rainhas Candaces. Celeiro de grandes personagens da história do carnaval - Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Renato Lage, Rosa Magalhães, Maria Augusta Rodrigues, Casemiro Calça Larga, Paula, Isabel Valença, Narcisa, Vitamina, Nélson de Andrade, Djalma Sabiá, Noel Rosa de Oliveira, Anescarzinho, entre tantos outros - o Salgueiro foi campeão em nove carnavais - 1960, 1963, 1965, 1969, 1971, 1974, 1975, 1993 e 2009 -, mas foi vitorioso também em muitos outros desfiles, quando apresen tou belos e inesquecíveis espetáculos na avenida. Salgueiro, berço do samba e do amor, com a diz a lera de seu hino. Que não é nem melhor, nem pior. É apenas uma escola diferente, lema criado na década de 1960 e pelo qual a escola é conhecida até hoje. Uma escola de samba que foi, é e sempre será fundamental na história do carnaval.
Elas têm banca, Regina (eli e Viviane Araújo: a Falar em carnavais memoráveis é falar na história do próprio Salgueiro. Mas na memória recente, os amantes da vermelho-e-branco não esquecem o desfile de 2007, quando a agremiação cantou a plenos pulmões o samba-enredo Candaces. Ali, exaltava-se mais uma vez as mulheres guerreiras da Academia do Samba. Ali a Família Salgueirense viu nascer uma guerreira incansável na luta por um Salgueiro mais aguerrido, mais forte, mais unido e respeitado.
Regina Celi, já era conhecida pelos salgueirenses, por seu passado como Primeira Dama da agremiação, época em que já mantinha um contato direto com os componentes, fazia as vezes de "mãezonà: apaziguando e tentando resolver qualquer situação. Sua ascensão foi eminente e marcou uma nova fase na Academia do Samba. Fase esta que acabava de conquistar outra guerreira: Viviane Araújo, que se uniu à Família Salgueirense no Carnaval de 2008. Amada pelos sambistas, idolatrada pelos fãs, Viviane e Regina chegaran1 ao Salgueiro, em seus respectivos cargos de destaque, com o espírito Candace em comum. A garra dessas duas mulheres conquistou a Família Salgueirense, que delas hoje se orgulha. "Eu posso dizer sem dúvidas que aqui eu ampliei a minha família. Sempre destaquei que o amor de mãe é o maior do mundo, e meus quatro filhos sempre foram minha razão de viver. Hoje, avó de uma neta linda, a Bárbara, reafirmo isso e garanto que esse amor, dedico a cada wn dos 3.800 componentes que conosco desfilam. Sem distinção. Procuro ser justa, correta, exijo também, mas sempre pensando no melhor para todos nós. Acho que minha maior conquista foi fazê-los entender que sozinhos não somos nada. Precisamos um do outro para chegarmos a um objetivo comum': avalia Regina Celi. Para Viviane, com a experiência de quem passou por outras co-irmãs, o Salgueiro tem sido uma casa de portas abertas, da qual ela não pretende sair. "Todo mundo sabe que já estive em outras agremiações, onde tive momentos felizes e inesquecíveis. Mas aqui eu me encontrei. Talvez essa característica em comum com a Regina, nossas histórias de luta de superação, de emoção, e acima de tudo o carinho irrestrito que encontrei e encontro em cada rosto, me fazer crer que aqui é o meu lugar. O amor que recebo me faz ter garra de retribuir cada vez mais, seja num abraço, num sorriso, no toque do meu
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
moral e respeito força das Candaces salgueirenses tamborim ... eu hoje me orgulho em dizer que faço parte da Fam-Ília Salgueirense'; diz Viviane, emocionada. Em seu quinto mandato à frente da Academia do Samba, Regina Celi acumula muitos êxitos. O campeonato em 2009, com Tambor; reformas estruturais na quadra, na Vila Olímpica e no barracão; valorização de componentes antigos através de homenagens nas feijoadas mensais; resgate de salgueirenses que estavam afastados da agremiação; festas diversas; revitalização do Salgueiro como Casa de Shows; a aquisição da futura sede administrativa e cultural, entre outras realizações. Mas são as mudanças que não são vistas a olhos nus que talvez chamem mais atenção dom que as já citadas. "Não há quem venha ao Salgueiro e não se encante pelo olhar da Regina. Ela é a síntese da emoção de ser Salgueiro. Quer e faz acontecer. Dá um orgulho danado tê-la como comandante deste navio'; elogia Eri Johnson, o Rei do Salgueiro. Mestre Marcão, o "maestro" da Bateria Furiosa, é outro que infla o peito de orgulho para falar das guerreiras salgueirenses. "Acho que o que elas mais têm de especial é o amor sincero pelo que fazem. E isso fica nítido aos olhos de todos. Onde se tem amor, tem verdade. Com a presidente Regina e com a rainha Viviane, não tem meio termo. Elas são intensas. Elas têm banca, moral e respeito'; diz Marcão. Neste Carnaval, seis anos após Candaces, as guerreiras continuam firmes, cada vez mais aguerridas e conquistando a simpatia de todos. A fanla que carregam este ano, não a do enredo, mas a de suas vidas - Viviane pela vitória no reality show A Fazenda 5 e a presidente por mais um ano promissor à frente da Academia do Samba, com um vice-canlpeonato - se agrega à Fama que a Família Salgueirense vai entoar na Passarela do Samba dia 10 de fevereiro, pelas mãos dos talentosos Renato e Márcia Lage. Regina Celi e Viviane Araújo fazem parte dos muitos
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famosos que o Salgueiro se orgulha de ter. Famosos que não se inibem em suar a camisa longe dos holofotes, para ver sua agremiação brilhar. Famosos que em seu habitat natural, servem de exemplo para que outras tantas se espelhem em suas trajetórias e alcancem seus objetivos. Famosas por si só. Por serem quem. são. Candaces, mulheres guerreiras, hoje na capa da revista!
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COMUNICAÇÁO l EVENTOS
LEI DE
INCENIlVO
A CULTURA
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Sistema
FIRJAN
PETROBRAS
INFORMA. FORMA. TRANSFORMA.
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A obsessão do homem por se fazer notar e não deixar que o tempo o apague das páginas da história é o ponto de partida para o enredo do Salgueiro em 2013. Todos querem ser conhecidos. Todos querem ter seus 15 minutos de Fama.
pirata, pendurar uma melancia no pescoço, virar arroz de festa, mudar a plástica do corpo, trocar de nariz, peito ou bumbum ... Tudo para chegar ao paraíso da fama.
E, em uma fantasia de carnaval, voltamos no tempo para encontrar os faraós, no Egito, que ergueram imensas pirâmides para perpetuar seus feitos e deixar o próprio corpo embalsamado, como que um desafio à eternidade. Ou, ainda, guerreiros, reis e imperadores, que eternizaram suas imagens no mármore, no bronze, na madeira ou em quadros pintados por grandes artistas para lutar contra o fantasma do esquecimento.
O tortuoso caminho para o paraíso habitado por famosos passa por muitos lugares, mas em fevereiro e março, passa, necessariamente, pela Marquês de Sapucaí. É na grande passarela, por onde transitam as postulantes a celebridade e as figuras pra lá de carimbadas, que muitos buscam seu espaço para faturar uma entrevista, estampar a próxima capa de revista ou jornal e conquistar a tão sonhada notoriedade.
De lá pra cá, o mundo mudou, mas a vontade de ser famoso só aumentou. Hoje, a fotografia e o vídeo são os protagonistas na perpetuação de nossos feitos. Vivemos a Idade Mídia, onde o império da imagem se faz total e os ínfimos 15 minutos já não são mais suficientes. A vontade de aparecer se esconde atrás de máscaras, como em um grande baile, para camuflar o verdadeiro desejo de ter seu nome em evidência. Na verdade, o que se quer, hoje, é um clique bem acertado para sair do limbo da multidão, frequentar o mundo dos VIPs, viver o sonho de ser paparicado em uma ilha da fantasia, onde pobres mortais não podem chegar. E, para isso, vale tudo: posar de papagaio de
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Mas é também nas passarelas e avenidas do carnaval que, há 60 anos, uma grande celebridade construiu sua fama: os Acadêmicos do Salgueiro. Por ser diferente e por fazer a diferença através de desfiles grandiosos, arrebatadores, memoráveis e inesquecíveis. E no carnaval de 2013, nossa escola estará na Avenida Marquês de Sapucaí novamente para apresentar mais um belo espetáculo. E continuar a fazer história. Afinal, no templo do carnaval, sempre foi assim.
PIZZA GRILL
A dupla de carnavalescos Renato e Márcia Lage chegou ao Salgueiro logo após o carnaval de 2002. Sua missão era elaborar o roteiro e preparar um grande desfile para o carnaval de 2003, quando a escola completou 50 anos de vida. Depois de dez carnavais - um campeonato, dois vices e alguns desfiles memoráveis -, o casal aposta no enredo Fama para o carnaval de 2013, ano em que a escola comemora 60 anos de história. "Muitos acham que a fama é um tema fútil, mas, na verdade, é desafiador para sairmos da nossa zona de conforto", explica Márcia, que, ao lado do marido, aposta no tema para garantir o décimo campeonato da história do Salgueiro.
Eles têm as mais variadas profissões. São cabeleireiros, empresários, estudantes ... Mas no carnaval vestem suas ricas e suntuosas fantasias, cobertas de plumas, paetês e pedrarias, apenas pelo prazer de, em cima de um carro alegórico, representar um personagem do enredo proposto pelo carnavalesco. Seguidores da arte de Isabel Valença, Julio Machado, Guilherme Barros Iracema Pinto, entre outros grandes nomes da galeria de Destaques do Salgueiro, Louise Duran, Ronaldo Barros, Monique Lamarque, Maria Helena Cadar, Nelcimar Pires, Maurício Pina e Sérgio Ribeiro são, em 2013, os representantes da Academia na arte de apresentar uma fantasia no espetáculo das escolas de samba.
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Gleice Simpatia e Sidclei são os responsáveis pela condução do pavilhão do Salgueiro durante o desfile. Em 2013, sob a supervisão da preparadora Elisabeth Tinoco, o casal, que estará junto na avenida pelo terceiro ano consecutivo, quer superar os pequenos problemas do carnaval passado e garantir os 30 pontos para o Salgueiro na busca pelo campeonato. Para isso, retornam para o início do escola e desfilam logo após a Comissão de Frente, na abertura do desfile do Salgueiro. Na avenida, Gleice e Sidclei terão a companhia de Luana Gomes e Carlos Eduardo, o Mosquito, responsáveis pela condução do segundo pavilhão da vermelho e branca.
Um desbravador da avenida. Assim poderia ser chamado o paulista Hélio Bejani, desde 2008 no comando da Comissão de Frente do Salgueiro. É dele - e de sua equipe, composta pelas assistentes Elizabeth Tinoco e Adriana Salomão, e pela produtora Rosane Machado - o difícil trabalho de abrir caminho para os 3.800 componentes do Salgueiro passarem na Marquês de Sapucaí. Em 2013, Bejani vai apostar na mistura de uma elaborada coreografia com a alegria do carnaval - suas características -, aliada a um toque de tecnologia para garantir a nota máxima para o Salgueiro.
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FAMA 2013
Preparar, administrar e juntar, na hora do desfile, um sem número de peças - componentes, fantasias, alegorias, destaques, composições, diretores, entre outros inúmeros detalhes - para que a escola possa passar sem problemas na avenida. Esse é o trabalho dos diretores de Carnaval do Salgueiro, Anderson Abreu, Dudu Azevedo e Renato Duran. Os três têm uma função fundamental no carnaval, em um trabalho que alia o conhecimento técnico (saber as regras do "jogo"), administrativo e artístico do desfile. São muitas horas de dedicação para um trabalho de quase um ano, que começa um mês depois do fim de um carnaval e só acaba quando a última alegoria está de volta ao barracão, após o desfile.
Não é tarefa fácil comandar cerca de 2.000 componentes das alas de comunidade do Salgueiro antes e durante o desfile, e cuidar de todo a organização e do andamento da escola durante a passagem da agremiação pela Sapucaí. Por isso, o trabalho dos diretores gerais de Harmonia do Salgueiro - Jô Casemiro, Siro de Carvalho e Alda Anderson (que contam com o auxílio de 40 diretores e 40 diretores de ala) - teve início em setembro, com o recadastramento dos componentes. Desde então, o trio se concentrou nos ensaios - na quadra e nas ruas Silva Teles e Maxwell - para aprimorar o canto e a evolução dos componentes. As notas do desfile passado mostram que o trabalho implementado pelo trio vem dando certo. "Os componentes já estão conosco há bastante tempo, e, com os ensaios, todos sabem o que fazer no dia do desfile para ajudar a escola a conquistar o título", conta Siro de Carvalho. REVISTA SALGUEIRO •
FAMA 2013
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Aquele grupo e senhoras, com suas saias rodadas, não representa mais um quesito específico que conte ponto na disputa pelo campeonato. Mas sua presença é aguardada e, mais que isso, fundamental para o desfile. Afinal, são elas, descendentes de Tia Ciata, a mais famosa das baianas da Praça XI, um dos fundamentos do sam ba e do desfile das escolas de samba. No Salgueiro, as 100 baianas são comandadas por Maria da Glória Lopes de Carvalho. Ou, simplesmente, Tia Glorinha. É ela que, junto com suas diretoras e diretores, é responsável por coordenar todo o grupo. "Cuidamos de um dos fundamentos do desfile e cuidamos com muito carinho dessa dança mágica e daquele rodopiar que tem muita história para contar".
Seus passos, gingados e remelexos prendem a atenção do público, que admira, como que hip notizado, a dança dos Passistas do Salgueiro. Apesar de não valer pontos, como a Ala das Baianas, é uma dos grupos mais aguardados no desfile, uma vez que apresenta o verdadeiro samba no pé e envolve, com a maia do canaval, aqueles que os assistm. Em 2013, a Ala de Passistas do Salgueiro será composta por 13 homens e 46 mulheres - muitas delas ainda crianças e adolescentes, que tiveram seus talentos revelados nas oficinas e cursos ministrados, gratuitamente, por Carlinhos Coreógrafo, responsável pela ala.
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São eles os responsáveis por aquele famoso "grito de guerrá: no início do desfile, e por garantir o andamento do samba enredo para conduzir 3.800 componentes durante os 82 minutos em que o Salgueiro estiver na avenida. Em 2013, Quinho (que será o intérprete oficial da escola pelo 19° ano), Serginho do Porto e Leonardo Bessa (ambos pelo 3° ano consecutivo como intérpretes do Salgueiro) terão a companhia de Xande de Pilares, líder do Grupo Revelação, que estará pela primeira vez na avenida "puxando" um samba enredo. Durante o desfile, o quarteto terá o auxílio de Eduardo Dias, Tuninho Jr. Pedrinho Cassa e Dudu (voz), Caio, Tico-Tico e Hugo (cavaquinho) e Rafael Prates (violão de sete cordas). Então, arrepia, Salgueiro. Que tá bom à beça e, agora, é pra valer!
o coração da escola pulsa ali, na bateria, que irriga o ritmo e a cadência para todo o corpo da escola. Sob o comando de Mestre Marcão, cria do Morro do Salgueiro e desde o carnaval de 2007 à frente da Furiosa, como é conhecida bateria da vermelho branca, e mais 12 diretores, 270 ritmistas serão os responsáveis por contagiar o público da Marquês de Sapucaí com o ritmo firme da batida dos surdos e o "molho" preparado com os desenhos de tamborins, cuícas chocalhos e com o toque das caixas e repiques.
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Desde a década de 1980, as Rainhas de Bateria ganharam destaque em um dos metros quadrados mais disputados do carnaval. Com sua beleza e roupas sensuais e exuberantes, reinam com desenvoltura à frente das baterias das escolas de samba. E se há uma pessoa que desempenha com maestria esse papel ela é Viviane Araújo, desde 2008 à frente da bateria Furiosa do Salgueiro. Linda, carismática e com gingado de sobra, Viviane é inspiração - nome da fantasia que apresentará no carnaval de 2013 - e referência para outras rainhas de bateria.
É uma das alas mais tradicionais do Salgueiro
(e das escolas de samba), formada por senhores e senhoras, verdadeiros depositários e da tradição oral da história do Salgueiro. Desde 2008, o carnavalesco Renato Lage decidiu abandonar os famosos ternos e vestidos e inserir os componentes da Velha Guarda no enredo e passou a trazê-los no meio do desfile e não mais no final. O resultado é que os belos figurinos criados pelo carnavalesco, aliados à alegria dos componentes, deu ao Salgueiro, em três oportunidades, o prêmio Sambanet de melhor Velha Guarda do carnaval carioca. Em 2013, os componentes da Velha Guarda do Salgueiro, liderados por Maria Aliano, conhecida como Caboclinha, virá com fantasia VIPs.
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
PATROCINADOR OFICIAL
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Setor - Abertura - CHÃO DE ESTRELAS
SETORES
COMISSÃO DE FRENTE A NOSSA DIVINA COMÉDIA DA FAMA Nessa cena onde o céu do reconhecimento e o inferno do ostracismo não estão lá tão distantes, vale tudo, até tentar tirar uma casquinha da fama alheia. Tudo parece um grande show de calouros, onde a disputa é por flashes, olhares e aplausos. A ascensão e queda pode acontecer rápido como um clique. É a nossa Divina Comédia da Fama, que produz e desfaz celebridades a todo instante nos mais inusitados palcos da vida.
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o CASAL DE
MESTRE-SALA & PORTA-BANDEIRA
GRUPO DE ABERTURA
A
ESTRELATO Representa o auge da fama, o reconhecimento, onde é impossível estar, sem a companhia constante de um Guarda-Costas.
CHÃO DE ESTRELAS Nada mais emblemático do que as estrelas para representar os famosos espalhados mundo afora. E, a exemplo de Hollywood, o Salgueiro também tem sua "calçada da fama'; um Chão de Estrelas - formada por cadeirantes - que faz parte da abertura do desfile de 2013, sobre a Fama.
CARRO 1 - ABRE-ALAS
GRANDE ANGULAR Brilham na passarela do samba estrelas por um instante, anônimos e famosos, formando uma constelação luminosa que se destaca da vida comum e cintilam sobre o tempo corrente.
Destaque: Louise Duran - Ajustando o Foco
Composições Femininas: Flashes REVISTA SALGUEIRO ... FAMA 2013
SETORES
20 SETOR - A FAMA MITOLÓGICA
ALA 1 - ALA DOS NEGÕES (COMUNIDADE)
.... ALA 2 - ALA DAS MARIPOSAS . . . (COMUNIDADE)
CLEÓPATRA
TUTANKAMON, O ASTRO O faraó mesmo vestido de múmia levanta da tumba, esquece o protocolo e vem brincar o carnaval.
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ALA 3 - ALA DA COMUNIDADE
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Bonita e vaidosa, Cleópatra namorou, seduziu, e, por despertar ciúme, acabou provocando uma guerra . Hoje, certamente seria modelo, manequim descolada, eterna garota-propaganda .
~ ALA4-ALADO LALÁ
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TÔ COM VOCÊ E NÃO LARGO Quando o brilho do faraó se apagava, a vida de seus leais serviçais se ofuscava também. Para aqueles que o acompanharam na glória do Império havia um bom lugar reservado após a morte.
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
ALEXANDRE, O GRANDE Com coragem e inteligência Alexandre conquistou o mundo. Sua fama perdura até hoje.
. . . . . ALA 5 - ALA DOS ESTUDANTES
HONRA E GLORIA Nas praças públicas, nas galerias dos museus, os bustos em bronze, as estátuas de mármore trazem do passado para o futuro a memória de alguém que não se apagou no tempo.
~ESTAQUE DE CHÃO ..... ,
. . . . . ALA 6 - ALA DA COMUNIDADE
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FAMA
CRISTIANE ALVES
A Fama é mais famosa do que o mito de onde tira o nome. Na atualidade é uma meta que os incansáveis correm atrás. Na mitologia, é uma divindade alegórica que voa rápido para levar alguém às alturas, onde a queda é fatal
GUARDIÃ DO TEMPLO
MARCAS DO TEMPO Segundo a mitologia, Fama é uma divindade alegórica cujo nome significa voz pública. Filha da Terra, é representada com numerosas bocas e ouvidos, em suas longas asas se escondem um número enorme de olhos. Voa rapidamente, para levar a todos os lugares tanto a mentira quanto a verdade. Aqui, a Grande Mosca pousa no Templo que revela aqueles que viraram mito. Conquistadores, reis e imperadores formam a galeria dos famosos que a História até hoje perpetua. Destaque: Maurício Pina - Para Sempre Composições Femininas: Harém Composições Masculinas: Múmias Grupo Performático: Esculturais Composições Femininas: Flashes
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
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ALA 7 - ALA PURA SIMPATIA
QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO Às vezes somos atraídos na primeira impressão e fica tudo na promessa. E quando são falsos brilhantes, lembramos que nem tudo que reluz é ouro .
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ALA 8 - ALA DA COMUNIDADE
l E O PALHAÇO, QUEM É? No camarim, o artista faz a maquiagem. Encarna um sorridente palhaço. No rosto, as cores vivas da alegria; na alma os tons da indisfarçada tristeza .
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ALA9-ALADACOMUNIDADE
-l·~J ALA 10 - ALA RAÇA SALGUEIRENSE
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LIGAÇÕES PERIGOSAS
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A paixão é um voo cego e o amor não escolhe quando nem a quem ataca, depois vê o que acontece. Nesses tempos de telas, de fones e de redes, quem é quem entre milhões de mensagens?
SINCERIDADE
A verdade dói, mas é a dura verdade. A sinceridade pode ser áspera, mas é um meio mais fácil de lidar. REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
2° CASAL DE MESTRE-SALA & PORTA-BANDEIRA PAIXÃO PROIBIDA Nesse bailar sedutor, disfarça-se o desejo, o amor proibido e desconhecido, uma atração que pode ser fata l.
DESTAQUE DE CHÃO Mônica Teixeira Vaidade
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ALA 11 - ALA DA COMUNIDADE
FALSIDADE A falsidade tem mil faces, todas feitas pra enganar.
DESTAQUE DE CHÃO EDCL~IA
CARRO 3
QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO
Composições Femininas e Masculinas: Pas de Deux Destaque: Maria Helena Cadar-Sagacidade
BAILE DAS MÁSCARAS
o que oculta e o que expõe à luz uma máscara? Esconde a verdade? Mostra o que não quer ser mostrado? Inspira fantasias irrealizadas ou a identidade do sujeito mascarado? Máscaras de carnaval satirizam os importantes, invertem valores sociais e fecham com humor o espírito do carnaval.
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
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ALA 12 - ALA DA CDMUNIDADE
MONALISA
o mistério dos seus olhos e os contornos de sua boca provocam, até hoje, algo que não sabemos bem o que é. Sempre somos aprisionados pelo sorriso mais famoso do mundo.
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ALA 13 - ALA INFLASAL
Luís XIV Rei de França ambicioso e astuto, não conhecia limites para si e nem para as conquistas que almejava. Sol central, encarnação do Divino entre nós mortais, perpetuou sua fama deixando-se retratar na pintura criando um estilo que imorta lizou sua glória e prestígio.
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ALA 14 - ALA DAS BAIANAS
TARSILA, ANTROPOFAGICAMENTE Pintou com cores vivas a exuberância da terra, fez o retrato do Brasil moderno. Tarsila incorpora a ousadia da mulher e da artista muito à frente de seu tempo.
RAINHA DA BATERIA VIVIANE ARAÚJO INSPIRAÇÃO
~ ALA 15 - BATERIA CHEGUEVARA A fotografia de Che Guevara é a mais conhecida no mundo. Sua fama rivaliza com as imagens religiosas e até mesmo com as marcas de produtos mais reconhecidos no mercado. A foto de Che é a mais completa tradução do pop, vai da política ao inconformismo do rock e deste até o rufar dos tambores de nossa Furiosa!
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
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ALA 16 - ALA DE PASSISTAS
• .: ALA 17 - ALA DA COMUNIDADE
FRIDAKHALO
VAN GOGH E OS GIRASSOIS
A realidade da pintora mexicana Frida Khalo ganhou o mundo com suas cores quentes, com a vitória sobre seus dramas pessoais, com a afirmação da condição da mulher que luta por suas ideias e direitos.
A vida e a obra do pintor estão atreladas. O gênio, o inovador, o isolamento, o fracasso, contribuíram para sua fama de artista obcecado em traduzir as emoções e as sensações através das cores que assaltavam a tela .
DESTAQUE DE CHÃO CARNAVAL- DI CAVALCANTI
Fernanda
ALA 18 - ALA DA COMUNIDADE MULTI FACETADOS Pablo Picasso costumava dizer que: nA Arte é uma mentira que nos faz perceber a verdade". E a verdade ou a mentira estampada em seus quadros encantaram o mundo e viraram sinônimo de apuro e destreza da Arte Moderna.
~ CARR04 ATElIER
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Quando um rei se deixava retratar queria eternizar-se. Retratistas da corte perpetuaram os rostos de reis e rainhas inaugurando a arte do retrato e revelando a vaidade dos poderosos de sangue real. A força de um rosto pintado numa tela pode revelar o poder e a vaidade de um indivíduo.
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REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
Destaque: Ronaldo Barros - Rei Sol Composições Femininas: Mãos Habilidosas . Composições Performáticas: Posando para a Posteridade
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ALA 19 - ALA COM JEITO VAI
OLHO POR OLHO Através dos olhos captamos tudo que está no mundo. O feio e o belo, o bom e o ruim .
ALA 20 - ALA DA COMUNIDADE LÁBIOS DE MEL A boca é a fonte da fala, lugar da lábia e do lábio. O lábio é por si sensual e pede o beijo e o beijo abre a porta do desejo.
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PERFIL Qual é o seu ângulo de predileção? Este te deixa largo, aquele te favorece, este me mostra torto, aquele me entrega. De frente, de lado ou de perfil, quase sempre as lentes operam milagres.
DESTAQUE DE CHÃO
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PERFEiÇÃO Carlinhos Coreógrafo
ELEMENTO CENOGRÁFICO MÁQUINA LlPOASPIRADORA
ALA 22 - ALA DO MACULELÊ (COMUNIDADE) "ESPELHO,ESPELHO MEU". Qual é o seu ângulo de predileção? Este te deixa largo, aquele te favorece, este me mostra torto, aquele me entrega. De frente, de lado ou de perfil. quase sempre as lentes operam milagres. REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
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A ordem é para tirar ou para acrescentar? É para trocar tudo ou somente retocar? Quem está satisfeito como está?
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ALA 24 - ALA GAY (COMUNIDADE)
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Mente sã, corpo são, reza o ditado ... E o corpo foi ficando sarado, malhado e esculpido e hoje é quase um monumento.
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~ARR05 PHOTOSH OPPING Ficar bem na foto não é um lugar comum que se diz por dizer, é fato, é foto! Então vamos ajustar o foco. Apaga aqui, aumenta lá, tira-se o que tem, inventa-se o que não tem. Nesse shopping moderno compra-se de tudo, até uma boa imagem.
Destaque: Nelcimar Pires - Narciso Composições Masculinas e Femininas - Os Quatro Sentidos e Look
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
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6 0 SETOR - PLEASURE ISLAND
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ALA 25 - ALA FINA ESTAMPA
SETORES
ALA 26 - ALA DA COMUNIDADE
ALOHA Para os havaianos ALOHA quer dizer compartilhar (ALO) com alegria (OHA) da energia da vida (HÁ) no presente. O ato de compartilhar esta energia nos faz conectar com o Poder Divino, que os havaianos chamam de "mana".
MAHALO Simboliza algo que deve ser experimentado e significa "respeito': Esta palavra é comumente usada como forma de agradecimento a alguém.
ALA 27 - ALA SHOW DE BOLA
~A 28 - ALA DA VELHA GUARDA
AKAHAI Palavra que significa a gentileza que se expressa com ternura e completa com as outras duas, os sinais de boas vindas à nossa ilha pacífica e fantasiosa .
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ALA 29 - ALA DA COMUNIDADE
MARÉ MANSA
VIPS "A antiguidade é posto': E a Velha Guarda aqui ocupa o lugar merecido. A fama do Salgueiro se deve àqueles que vêm honrando o nome da escola desde muito tempo.
Já os antigos diziam: "Crie fama e deita-te na cama': E como se diz na hora do desfrute: "Agora é só alegria".
DESTAQUE DE CHÃO
PLEASURE ISLAND
MILENA NOGUEIRA EXÓTICA
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
Ilha dos sonhos e da fantasia . Lugar onde o pássaro da Fama fez seu ninho. Está situada bem além do real. Nela há vazão para todos os gostos e vontades. Nessa ilha, o céu é o limite. Destaque: Monique Lamarque - Delicadeza Composições Femininas: Natureza Composições Femininas e Masculinas: Lazer
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DEBRET Com o enredo "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil - Debret " (1959), o Salgueiro apontou para uma mudança na estética dos desfiles de carnaval.
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ALA 31 - ALA DA COMUNIDADE
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ZUMBI DOS PALMARES A narrativa da história do herói negro, líder de um quilombo, trouxe para a Avenida uma temática até então pouco abordada. Este enredo marca a presença dos negros brasileiros na História do Brasil e é um marco na História do Carnaval.
ALA 32 - ALA DA COMUNIDADE XICA DA SILVA (Casal) A vida da escrava negra que viveu em Diamantina durante o Ciclo do Ouro, cantada em prosa e verso pelo Salgueiro, é uma entre tantas relíquias que construíram a fama da escola.
ALA 33 - ALA NARCISA CHICO-REY O enredo "Chico-Rey " (1964) entrou para a antologia do Carnaval. Com ele se consolida uma tendência e uma definitiva mudança na estrutura dos desfiles carnavalescos.
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REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
A homenagem à jornalista e poeta Eneida de Morais marca a estreia de Joãosinho Trinta como carnavalesco. A fama deste enredo ecoa ainda no tempo e a de Joãosinho dispensa comentários.
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ALA 35 - ALA DOS COMPOSITORES
IMORTAIS Casa de bambas de onde nascem os melhores sambas, a Ala de Compositores do Salgueiro prima pelo estilo, nobreza e pela marca de seus sambas imortais.
DESTAQUE DE CHÃO CLAUDIA SILVA E PAPAU RAINHA DA FURIOSA E MESTRE LOURO
ALA 36 - ALA DE COMUNIDADE DESTAQUE DE CHÃO ADRIANA BOMBOM ARLEQUINADA A fama do Salgueiro se deve ao amor e à dedicação de cada um de seus componentes. Esta é a nossa homenagem ao querido Mestre Louro, que, à frente da "Furiosa'; tornou ímpar e poderosa a força da nossa bateria.
RAIZ SALGUEIRENSE
~ CARR07 SALGUEIRO, MINHA PAIXÃO, MINHA RAIZ Depois de discorrer sobre a fama e os famosos do presente e do passado, o Salgueiro, que sempre se identificou com temas afros, pinta seu autorretrato e se vê famoso também . Academia do samba, de enredos imortais, escola de carnavalescos, árvore plantada na história dos carnavais, fruto eterno o Salgueiro, famoso pelo que faz.
Destaques: Sérgio Ribeiro - Bons Frutos Composição Central: Presente e Passado Composições Femininas e Masculinas: Guerreiros
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
CARNAVAL 2013 Enredo: Fama Componentes: 3.800 Alas: 36 Presidente: Regina Celi Vice-presidente: Marcelo Freire (Tijolo) Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage Direção de Carnaval: Anderson Abreu, Dudu Azevedo e Renato Duran Direção de Harmonia :Jô Casemiro, Siro de Carvalho e Alda Alves Comissão de Frente: Hélio Bejani Equipe Elizabeth Tinoco, Adriana Salomão (assistentes) e Rosane Machado (produtora) Componentes: Alex Rangel, Alexandre Sylva, Alison Moreira, Anderson Aguiar, Erick Cardoso, Fábio Albuquerque, Demerson D 'Álvaro, Douglas Lima, Fábio Sant'Anna, Jhonathan Gomes, Marcelo Sylva, Marcelo Torreão, Michel Oliveira, Mike Vieira, Thiago Paixão e Rodrigo Bahiano. Mestre de Bateria: Marco Antonio Silva (Marcão) Diretores: Andre Luiz de Lima (Perereca). Clair da Silva Basílio, Emilson Matos da Silva (Shoa), Guilherme Alves (Titinho), Guilherme dos Santos Oliveira, Gustavo dos Santos Oliveira, Kleber da Silva Basílio, Luiz Alberto Barros Barboza (Lolo), Luiz Carlos Irineu (Orelha), Marcelo de Paula (Celão). Marcos Antonio da Silva Júnior (Markinhos Jr.) e Roger de Souza (Rogê) Ritmistas: 270 Rainha de Bateria: Viviane Araújo Mestre-Sala e Porta Bandeira 10 Casal Sidclei e Gleice Simpatia 2° Casal Luana Bandeira e Carlos Eduardo (Mosquito) Intérpretes:Quinho, Serginho do Porto, Leonardo Bessa e Xande de Pilares Intérpretes Auxiliares: Eduardo Dias, Pedrinho Cassa, Tuninho Jr. e Dudu Cavaquinistas: Tico-Tico, Kaio do Cavaco e Hugo Violão Sete Cordas Rafael Prates Ala de Baianas: Maria da Glória Lopes de Carvalho (Tia Glorinha) Passistas: Carlos Borges (Carlinhos Coreógrafo) Destaques: Iracema Pinto Destaques: Louise Duran, Ronaldo Barros, Maria Helena Cadar, Nelcimar Pires, Monique Lamarque, Maurício Pina e Sérgio Ribeiro Alas Tradicionais: Jaime Shrur Velha Guarda: Maria Aliano (Caboclinha)
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
BARRACÃO Administradores: Anderson Abreu e Dudu Azevedo Secretária Executiva: Aline Sundin Secretária Administrativa: Angélica Cristina Ferreiros Alexandre Vieira (Xixi) e Sandro Chaves Carpinteiro: Edson de Lima Miguel (Futica) Escultores: Poggi, Teco Parintins, Andréia e Levi Moraes Pintor: Gilberto Lima Eletricista: Beto Kaiser Mecânico: Antonio dos Santos e Batata Aderecistas de Alegorias: Adalberto Ferreira (Salsicha). Maximiliano, Reginaldo e Luiz Iluminação: Beto Kai ser, Jorge Amim (ied) e Isnard (neon Placas: Renatinho Fibras: Thomas e Diego Movimentos: Galucinho Empastelação: Robinho Vime: Bruno Talhas hidráulicas: Batista Almoxarife: Alexandre Couto Comprador: Paulo Henrique Caetano Diretor de Ateliê: Anderson Abreu Costureira: Arlete Miranda Chapeleiro: Paulo Henrique Caetano Ateliês: Paulo Henrique Caetano, Daniel dos Santos, Marta Cristina, Paulo Cesar, Beto, Kelly Santos, Sandra Silva dos Santos, Luiz Cláudio, Gilmar, Luiz Fernando, Andréia Marques, Ra fael Ebole, Arlete Miranda, Roberto Benevides, Belisário Cunha, Claudinho, Alunos da Faetec Sapateiro: Washington Cozinheiras: Leila Paixão e Catarina Godêncio Brigada de Incêndio: Bira, Natan e Sidney Portaria: Marcos Amendola, André Anderson Serviços Gerais: Adilson, Edilson, Luiz Claudio e Luiz Henrique
NEM MELHOR E NEM PIOR ... APENAS CHEIA DE EVENTOS! Por Flávia Cirino
Uma casa de shows. Assim é considerada a quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Com uma estrutura favorável ao entretenimento - com aérea para fumantes, ar condicionado central, camarotes amplos, lo unge com restaurante japonês, boutique, entre outros itens - a agremiação se destaca não apenas pelos desfiles memoráveis, mas também pela variedade de opções que oferece ao frequentador. A quadra - que pode ser alugada também para eventos particulares - mantém eventos fixos e temporários ao longo do ano, tais como Pagodão da Alegria, promovido pela rádio FM O Dia, Todos os
Ritmos, promovido pela Furacão 2000, além dos badalados ensaios de comunidade. Mensalmente, no 2° domingo do mês, a quadra abre as portas para a Feijoada do Salgueiro. Realizada há 6 anos, a feijoada já entrou para o calendário do Carnaval carioca e, animada por uma roda de sanlba de raiz, recebe sempre convidados especial e brinda a todos com uma apresentação dos ritmistas da Bateria Furiosa, ao final do evento. Shows atemporais tanlbém acontecem na quadra, sempre com o melhor e mais atual do cenário musical. Ainda não conhece nossos eventos? Fique atento ao nosso site e confira a agenda!
www.salgueiro.com.br
CANDACES: LUTA, LIBER
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Por Paulo Barros Colocar ordem na casa. Esse era o objetivo da diretoria e dos componentes do Salgueiro após um carnaval de muitos equívocos, em 2006 - e que levou a escola ao 11 0 lugar, sua pior colocação na história. O ressurgimento da escola, em 2007, passaria, necessariamente, por algumas mudanças estruturais, como a contratação dos diretores de Carnaval e de Harmonia, Ricardo Fernandes e Fernando Costa, respectivamente, mas, principalmente, pela escolha de um enredo que mexesse com a autoestima de todos os salgueirenses. Sem patronato e sem patrocínio, coube à Diretoria Cultural da escola revisitar as raízes da escola e sugerir à diretoria e aos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lávia, um enredo sob medida para aquele momento: Candaces, a história da dinastia de rainhas negras que viveram antes da era Cristã, reinando sobre o quase desconhecido Império Meroe. Um tema africano, que a escola não apresentava havia 17 anos, que mexeria com os brios de toda a escola. Diante das poucas referências históricas e iconográficas, que não permitiam um maior aprofundamento sobre a história das Candaces, os carnavalescos e a diretoria Cultural lançaram mão de um fio condutor a ser seguido: a importância das mulheres nas sociedades africanas e brasileira. E Candaces, mais que um enredo,
DADEECONSAGRAÇÃO passou a ser um conceito. Uma verdadeira celebração ao espírito feminino de nossas ancestrais mães negras. Após a divulgação do enredo, a escola, em festa, seguia celebrando. Primeiro, com a escolha do samba, de autoria de Dudu Botelho, Marcelo Motta, Zé Paulo e Luiz Pião. Depois, em novembro, na apresentação dos protótipos das fantasias elaboradas pelo casal de carnavalescos, quando a escola passou por um momento emocionante e que resumiu o sentimento dos salgueirenses em torno das Candaces. O que seria uma simples apresentação de protótipos, só para convidados (para manter o mistério sobre as fantasiasL tornou-se um momento único de celebração. Renato Lage e Márcia Lavia se superaram, com fantasias que alternavam luxo, originalidade e sensibilidade. Mas um figurino mereceu a atenção especial do carnavalesco: a Velha Guarda. Vestidos de ialorixás e babalorixás (mães e pais de santo) a passagem dos dois representantes da Velha Guarda dividiu os componentes e convidados da festa: metade se levantou para aplaudir a passagem da dupla; a outra metade, emocionada, ia às lágrimas. No final da apresentação, o samba enredo foi cantado a uma só voz e um abraço comovente de todos os presentes sacramentou a fase de união e alegria vivida pela escola.
o DESFILE - Segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007. É chegada a hora do tão esperado desfile. Componentes e diretoria estavam na Marquês de Sapucaí, pron tos para passar uma borracha na má apresentação do ano anterior e para mostrar a verdadeira arte de ser salgueirense. Abrindo caminho para a escola passar, a comissão de frente, representando o séquito do faraó que imortalizava Nefertiti em uma pedra, avançava imponente, trazendo logo em seguida o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. No abre-alas, uma Mãe Feiticeira altiva, de 13 metros de altura ganhava a Sapucaí, emocionando os primeiros setores, que aplaudiram também as belíssimas baianas, vestidas em tons de terra e dourado. Aos poucos, os componentes ganhavam confiança, respondendo aos estímulos do público, que não parava de repetir: "Tá lindo! Esse é o Salgueiro que a gente quer ver". A cada alegoria, uma nova ovação do público, já tomado pela beleza da escola. No quarto carro, em homenagem às Candaces, negras da comunidade representaram as rainhas do Império Meroe e colocavam a raiz da escola em primeiro plano. Na alegoria que representava a Praça XI de Tia Ciata, o grande baluarte Djalma Sabiá, personificava a alegria salgueirense. Aliadas à imponência das alegorias - como a que representava o Maracatu, uma das mais bonitas daquele ano -, as fantasias, com grande efeito visual e adequação ao enredo, garantiram mais aplausos da avenida. Uma energia que se propagava à medida que as alas iam chegando à Apoteose, reservando as emoções próprias de um desfile consagrador. Mais uma vez, a escola cumprira sua vocação. Se a história oficial havia ocultado a história das Candaces, o Salgueiro as imortalizou em uma noite de carnaval. Durante a transmissão da Rede Globo, o comen tarista (e salgueirense) Haroldo Costa, emocionado, sentenciou: "Quem viu, viu ... Quem não viu, venha sábado". Era a coroação de um desfile feito de pura raça, de pura vontade da diretoria e dos componentes de, simplesmente, fazer carnaval. Em 76 minutos, o Salgueiro havia feito um dos mais belos e inesquecíveis desfiles de sua história, brindando o público com um grande e verdadeiro espetáculo de samba e carnaval.
REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
A alegria estava estampada em cada sorriso e em cada lágrima de emoção que rolava nos rostos dos componentes, que insistiam em não deixar a Praça da Apoteose após o desfile, naquela noite de 19 de fevereiro de 2007. No dia seguinte, as manchetes estampadas nos jornais apontavam a escola como uma das favoritas ao título e não deixavam dúvidas sobre o acerto da escola no retorno às suas origens e na escolha do enredo, que proporcionou um excelente desfile e encheu os salgueirenses de esperança para a conquista de um novo campeonato.
daces entrou para a história como um dos maiores e mais belos momentos da galeria do Salgueiro e do carnaval carioca. Fez com que a escola redescobrisse sua vocação e com que os salgueirenses se reecontrassem com a boa e velha Academia de Nelson de Andrade, Pamplona, Arlindo, Paula, Isabel, Geraldo Babão, Anescarzinho, Noel Rosa de Oliveira, Joãosinho Trinta, Tia Neném, Maria Augusta, Irmãs Marinho, Tia Zezé, Tia Maria Romana e tantos outros que fizeram a história da nossa Academia.
Na apuração, porém, a cada quesito, a esperança se transformava em decepção. Algumas notas não refletiram o que foi, de fato, o desfile do Salgueiro. Alguns jurados não entenderam a bela apresentação e tiraram pontos preciosos da escola. Ao final da apuração, o Salgueiro amargaria a sétima colocação, muito aquém do que esperavam imprensa, comentaristas e torcedores, e que deixaria a escola fora desfile das campeãs. Se o resultado da quarta-feira de cinzas decepcionou, o mesmo não se pode dizer do desfile. Can-
Por Gustavo Melo
E as emoções do desfile inesquecível de Candaces vão rolar novamente na Marquês de Sapucaí na terça-feira de carnaval de 2013, com os Aprendizes do Salgueiro. A criançada vai cruzar a avenida cantando um samba-enredo que virou um hino para a escola-mãe: "Ter esse samba reeditado é ver um dos filmes mais importantes da minha vida em exibição novamente': diz Dudu Botelho, um dos autores do samba-enredo, ao lado de Marcelo Motta, Zé Paulo e Luís Pião. Para Anderson Abreu, carnavalesco dos Aprendizes do Salgueiro, Candaces tem um valor afetivo muito grande para a escola. "A ideia foi da presidente Regina Celi, que considera esse desfile um marco': explica. Em 2007, Anderson trabalhou na equipe de decoração de cinco das sete alegorias apresentadas pelo Salgueiro. O carnavalesco ressalta o desafio de fazer uma releitura do visual imponente que a vermelha e branca levou para avenida em 2007. "Eu peguei as fantasias que o Renato Lage e a Márcia criaram como referência, mas com algumas adaptações. A bateria irá representar as múmias, que no desfile de 2007 esteve na comissão de frente. É uma grande homenagem aos carnavalescos e à Diretoria Cultural, autores do enredo~ revela. Os Aprendizes do Salgueiro serão a 13a escola a desfilar na Sapucaí no dia 12 de fevereiro. A escola mirim virá com dezoito alas e duas alegorias, que irão representar as Mães Feiticeiras e Nefertiti.
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VILA OLíMPICA: CAPACITAÇÃO PROFISSIONAl, LAZER ECONHECIMENTO PARA A COMUNIDADE Por Arthur 8ernardes Conhecida pela sua fama de ser diferente no Carnaval, a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro demonstra e confirma essa diferença também no lado sócio cultural. Fundada em 30 de março de 1996, a Vila Olímpica Felinto Epitácio Maia, popularmente chamada de Vila Olímpica do Salgueiro, fica localizada ao lado da quadra de ensaios e, com uma estrutura de fazer inveja a muitos clubes, o espaço é composto por campo de futebol, piscina, pista de atletismo, quadra de esportes, consultório dentário, vestiários, banhei ros, uma lanchonete e três salas de aula. Cursos de capacitação profissional e atividades para a comunidade Ao longo do ano, várias atividades são de senvolvidas na Vila Olímpica, entre elas bal let, capoeira, jiu-jitsu , futebol masculino e feminino, vôlei, basquete, natação, taekwon do, caratê e capoeira, além dos cursos de ca pacitação profissional (mega-hair, manicure, corte/escova). Como extensão dos cu rsos profissionalizantes, a capacitação para o carnaval, curso ministrado no barracão da escola, tem grande procura. Com idade mínima de 16 anos para ingressar, o curso funciona no barracão da agremiação, na Cidade do Samba, na zona portuária do carioca, onde os alunos aprendem atividades como a confecção de fantasias, esculturas, adereços e costura. Gestora do projeto social desde 2007, Renata Duran, se alegra em poder conviver com os fun cionários, crianças e jovens que participam das oficinas. "Minha gestão tem por base, formar o cidadão através do esporte e da capacitação profissional, que são fundamentais. A entrada da Petrobras, em 2007, foi de suma importância uma vez que, essa estrutura que temos hoje em dia, foi alcançada através do investimento da estatal. O nosso projeto é aberto ao público, REVISTA SALGUEIRO ~ FAMA 2013
independentemente de morar na Tijuca ou nas regiões próximas. Temos muitos alunos de bairros distantes e até de outros municípios do Rio de Janeiro. Entre os cursos de capacitação para o mercado de trabalho, além do curso de capacitação para o mercado do Carnaval, temos os cursos de idiomas, com o diploma oferecido pela FIRJAN e os cursos voltados para a estética'; destaca Renata . Boa parte dos funcionários que trabalham na Vila Olímpica é de torcedores e desfilantes da Academia do Samba o que torna a convivência ainda melhor. "Além da proximidade da quadra, uma grande parte dos funcionários é salgueirense e desfila pela escola. Com a proximidade do Carnaval, os assuntos sobre as atividades que são desenvolvidas aqui são divididos com a ansiedade e a vontade de ver o Salgueiro forte e brigando pelo título na Sapucaí. Temos uma funcionária da Vila Olímpica, que está no Salgueiro há mais de 40 anos. Por aí dá para se ter uma noção de como ficam os nossos corações perto da festa '; avalia a gestora . A funcionária em questão é Maria da Gloria Neves, 67 anos de idade, 43 anos de amor e dedicação ao Salgueiro e há 7 anos funcionária da Vila Olímpica. Carinhosamente chamada de "Tia Glória" ou "Dona Maria'; ela já passou pela ala de passistas e ala da comunidade. "O Salgueiro é o ar que eu respiro. Faço questão de estar presente em todos os ensaios e eventos que o Salgueiro participa. Tenho um orgulho muito grande de
chegar em qualquer outra escola coirmã e falar que, além de ser diferente dentro da Sapucaí, o meu Salgueiro é diferente também no lado social. Tirar as crianças da rua oferecendo esporte, lazer, cursos de idiomas e uma oficina profissionalizante, é muito positivo. Aqui todas as crianças são especiais, porém, tem uma que me marcou de uma maneira muito, como um rapaz que chegou aqui aos 14 anos e, na época, tinha envolvimento com as drogas. Mas apaixonou-se pelo futebol e investiu na carreira. Não conseguiu se tornar um profissional, mas largou as drogas e se tornou um pai de família, trabalhando com a gente no Salgueiro'; conta O. Maria, emocionada. Quem estiver interessado em participar dos cursos oferecidos pela Vila Olímpica do Salgueiro, basta comparecer à secretaria do espaço, que fica na Rua Silva Teles, 104, Andaraí (ao lado da quadra do Salguei rol, de segunda à sexta-feira de 9h às 21 h munido dos seguintes documentos:
·Duas fotos 3x4 .Atestado Médico .Declaração Escolar .Comprovante de Residência (Xerox) ·Certidão de Nascimento (Xerox) Centro Médico a pleno vapor Inaugurado na década de 80, o centro médico do Salgueiro atende desde o início da gestão da Presidente Regina Celi - não somente a comunidade que mora na região da Tijuca e adjacências, mas ao
público que vem de diferentes bairros e regiões do Rio de Janeiro. O consultório dentário, localizado dentro do complexo da Vila Olímpica, e o centro médico que funciona dentro da quadra de ensaios, e é supervisionado por profissionais da área de saúde, atendem diariamente no horário comercial. Entre as especialidades oferecidas estão clínica médica, neurologia, pediatria, cardiologia, urologia, ginecologia, dermatologia, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e massoterapia. O atendimento é feito de segunda a sábado com agendamento prévio na marcação de consulta . O 1° agendamento é feito através de uma entrevista com a coordenação para avaliar o perfil sócio econômico do usuário. "O atendimento não é exclusivo para os moradores da região. Atendemos pessoas de todo o Estado e de muitos municípios vizinhos. O atendimento aqui realizado, também conta com exames laboratoriais. Temos parcerias com laboratórios de análise e farmacêutico e, além dos exames, também temos palestras que abordam diversos temas como antitabagismo, OST, prevenção do câncer de mama e de útero. Além disso, temos uma parceria com o Sesi, a Firjan e a Rede Globo, através do projeto Ação Global, que ocorre 1 vez por ano, no mês de Março, quando utilizamos o espaço físico da Vila Olímpica e da quadra de ensaios e montamos tendas onde oferecemos diversos e variados serviços gratuitos à população. Entre esses serviços estão orientação jurídica, recreação infantil, testes de diabetes, medição da pressão arterial, orientação para as crianças de como escovar os dentes corret amente, oportunidade para emissão do RG, CPF entre outros. Na última edição, conseguimos a média de 45 mil atendimentos'; explica a psicóloga salgueiren se Vilma Regina Araújo, coordenadora do Centro Médico.
o MEU PAVILHÃO Por Paulo Barros
Acompanhada por seu Mestre-Sala, a Porta-Bandeira dá um último giro e para. Com a ajuda de um diretor, retira a bandeira do talabarte e a entrega para o julgador apreciar, avaliar e dar nota para a bandeira da escola. A cena, impensável nos dias de hoje, era comum até a metade da década de 1960, quando existia o quesito Bandeira, que ajudava a definir a escola campeã . Ao receber a bandeira da agremiação, o jurado examinava vários aspectos da peça, entre eles, o bordado, alusivo ao enredo apresentado, e dava sua nota, que, como as outras, tinha o poder de decidir o destino de vencedores e perdedores. O julgamento das bandeiras das escolas de samba perdurou até 1966, quando uma nota máxima dada à Portela gerou confusão na apuração e causou a exclusão do quesito no carnaval seguinte. "Alguns anos antes da eliminação do quesito, a Portela e a Mangueira já desfilavam com uma bandeira com o mesmo desenho e mesmo assim ganhavam a nota máxima'; conta Djalma Sabiá, baluarte, compositor e um dos fun dadores do Salgueiro. "Foi aí que o (diretor e ex-presidente) Nelson de Andrade percebeu esse detalhe e resolveu fazer nossa bandeira igual para todos os anos'; completa. Uma das primeiras tentativas para criar a bandeira do Salgueiro foi do então carnavalesco Fernando Pamplona. Ele desenhou uma peça com vários raios, dezesseis vermelhos e dezesseis brancos, inspirada na bandeira da Marinha de Guerra do Japão. Mas, como naquela época, o país não era bem visto por causa da 11 Guerra Mundial, o desenho foi logo vetado. A ideia aprovada, de autor desconhecido, passou a ter, então, oito raios vermelhos e oito raios brancos, com o símbolo da escola no canto superior direito. Parecida (mas não muito) com a sugestão de Pamplona. MUDANÇAS - Ao longo dos anos, porém, a bandeira do Salgueiro foi sofrendo intervenções: o símbolo da escola foi centralizado e o número de raios foi sendo reduzido. Primeiro, para seis raios brancos e seis vermelhos; depois, para quatro raios de cada cor. É assim a bandeira do campeonato de 1993, exposta na quadra junto com a primeira bandeira da escola (original), de 1954, esta ainda bordada com uma baiana tradicional, alusiva ao enredo Uma Romaria à Bahia. Mas, aos poucos, a história e a bandeira original do Salgueiro foram resgatadas pela diretoria Cultural da escola. "Primeiro, em 2001, convencemos a diretoria a retornar aos oito raios de cada cor. Depois, em 2006, conseguimos retornar com o símbolo para a parte superior da bandeira, como no primeiro modelo" conta Eduardo Pinto, diretor Cultural da escola.
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Bordada, com figuras, ou com oito, seis ou quatro raios vermelhos e brancos, a bandeira do Salgueiro foi carregada, em seus 60 anos de história, por mãos hábeis, como as de Marina, Estandília, Celina, Adriana, Rita, Taninha, Dóris, Ana Paula, Marcella Alves e Gleice Simpatia, verdadeiras bailarinas, que levaram, na ponta dos dedos e na palma da mão, todo o amor da nossa nação no vermelho e branco da bandeira do Salgueiro.
QUEM MEAMA Por
Gustavo Melo e Paulo Barros
Suas vidas, como a de todos nós, envolve trabalho, profissão, amigos e família. Mas os quatro personagens dessa história têm algo em comum: o amor pelo Salgueiro.Eles são personagens de uma história de amor com o Salgueiro. Claudia Silva, Claudio Alves, Renato Raposo e Eduardo Pinto.
UMA CINDERELA NO SAMBA ... A história de Claudia Silva, a Claudinha, no Salgueiro não tem um sapatinho de cristal perdido em uma noite de festa. Mas tem um príncipe, uma fada madrinha e muitas plumas e paetês. Frequentadora da escola desde pequena, quando era levada aos ensaios por seu pai, Pedro da Silva, o Pedrinho, ex-diretor de bateria do Salgueiro na década de 1960, Claudinha começou a desenhar seu destino aos sete anos, quando participou do concurso para passista da escola mirim Aprendizes do Salgueiro. Logo virou rainha. "Fiquei na 'escolinha' até os 14 anos, mas antes também pisei na avenida com o Salgueiro, em 1993, no 'Explode Coração: Vim no último carro, com várias crianças, fantasiada de baianinha", lembra. Aos 15 anos, conseguiu uma autorização especial para desfilar na ala. Seu talento na arte do samba não demorou a chamar atenção da diretoria. "Passei a integrar o grupo show da escola e fiz uma viagem à Rússia que mudou a minha vida': E ai que entra em cena o príncipe encantado. Em Moscou, Claudinha se apaixonou e se casou com o jogador de futebol Jô, hoje no Atlético Mineiro. "Apesar de hoje não estarmos mais juntos, ele é um grande amigo e uma pessoa que me ajudou muitô: diz Claudinha, que se mudou de mala e cuia para a Rússia. E foi no frio inverno de Moscou que Claudinha passou por um dos momentos mais tristes no carnaval. "Foi em 2007. O Salgueiro estava lindo, cantado as Candaces. E, pela primeira vez, eu não estava na avenida. Chorei muito, durante todo o desfile': conta. Momento parecido aconteceu em 2009, ano do titulo com Tambor. "Depois do desfile, tive certeza de que a escola ganharia. Mas ai não tive dúvida: na mesma hora comprei uma passagem e cheguei na quarta-feira de cinzas só para ver o Salgueiro ser campeãô: No ano seguinte, já de volta ao Rio, Claudinha participava da feijoada da escola quando foi surpreendida por um convite. Em cena, agora, a fada madrinha. "A Regina (Celi, presidente) subiu no palco e anunciou para todo mundo que eu desfila-
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ria no próximo carnaval como Musa da Comunidade. Fiquei surpresa e emocionada com o presente. Foi uma alegria muito grande ter meu talento e minha história reconhecidos pela escola': Emoção que só não foi maior do que pisar na avenida como Musa do Salgueiro. "Pela primeira vez eu tinha uma responsabilidade grande na escola, de ocupar um espaço, o que, naquele dia, só eu poderia fazer': conta. Mas Claudinha acha que seu grande momento ainda acontecerá no carnaval de 20l3. "Venho em uma posição estratégica, ao lado de uma pessoa muito importante para a história da escola': conta, enigmática. Aguardemos, pois, a surpresa que a Cinderela do Salgueiro nos reserva para esse carnaval.
SALGUEIRO ONDE QUER QUE VÁ ... Se você um dia estiver andando pelo Centro do Rio de Janeiro ou por algum trecho do itinerário da linha 311 (Praça XV-Engenheiro Leal), não se espante se encontrar pela frente uma grande bandeira vermelha e branca conduzida por um apaixonado salgueirense. Trata-se de uma homenagem que o motorista Claudio Alves, de 54 anos, presta à Academia do Samba no próprio trabalho. Claudio é diretor de harmonia da agremiação e no dia-a-dia é chamado pelos colegas e passageiros pelo apelido de «Salgueiro". A ideia de levar o pavilhão da escola em desfile pela cidade durante os 365 dias do ano era antiga e nasceu com a ajuda de um amigo. «Eu tinha uma bandeira pequena colada no vidro ao lado do banco. Depois fiz uma cortina para colocar na parte de trás. Um dia, um amigo me prometeu fazer uma bandeira bem grande pra ficar mais visível. Ele cumpriu a promessa, me deu a bandeira e hoje eu levo o Salgueiro aonde quer que eu vá': explica. Carioca e flamenguista, nascido no bairro do Andaraí e criado em Ramos, Claudio se diz um «fanático" por carnaval. A cultura do samba veio de berço. O pai desfilava na Aprendizes de Lucas, na tradicional Ala dos Milionários. A paixão pela vermelha e branca veio arrebatadora em 1978, quando desfilou pela primeira vez como passista. Depois desfilou por outras escolas, mas sempre acompanhou a vermelha e branca. Já nos anos 1990 e 2000, Claudio foi diretor de harmonia da Imperatriz Leopoldinense, onde
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trabalhou ao lado de Wagner Araújo e Ricardo Fernandes. Mas foi em 2009, já de volta ao Salgueiro, que ele revela ter vivido seu grande momento de glória: «Foi quando o Salgueiro conquistou o campeonato, com «Tambor". Foi o dia mais feliz da minha vida", revela Claudio, um dos muitos anônimos que fazem do Salgueiro a grande estrela, seja na pista da Sapucaí ou no asfalto de tantas outras avenidas que cortam a cidade.
SALGUEIRARVEM DE CRIANÇA ... o verso do refrão do samba enredo que embalou os salgueirenses no carnaval de 1989, parece ter sido escrito sob medida para Renato Moraes Mendonça Raposo. Desde criança, este advogado de 34 anos, já sabia o que era 'salgueirar: Na noite do desfile, por exemplo, pedia a sua avó para acordá-lo, só para ver o Salgueiro passar. "Tenho imagens da minha infância relacionadas à escola. Lembro dos componentes fantasiados, descendo o morro para o desfile, e da apresentação que a escola fazia na Praça Saenz Pena, na terça-feira de carnaval': Sua avó materna, Ezyr, por sinal, teve grande influência nessa paixão que vem de berço. "Na década de 1960, nossa família morava perto do morro do Salgueiro e assinava o 'Livro de Ouro' da escola, contribuindo financeiramente para os desfiles': conta Renato. Na época, sua avó era diretora do Instituto Braga Carneiro, que também ficava perto do morro, e criou uma relação de amizade com componentes e diretores da escola, a ponto de, até, ajudar na decoração dos carros alegóricos. "O Instituto era enfeitado com uns bichos empalhados. No carnaval de 1962, O Descobrimento do Brasil, a escola pediu os bichos emprestados para decorar o carro abre-alas. E lá se foram os integrou também a ala de compositores. E foi lá que passou tucanos, araras e tamanduás da Dona Ezyr desfi- a fazer parte da diretoria e da vida política do Salgueiro. "Em 2004, fui convidado para ser vice-presidente do Departamenlar no Salgueiro': to Musical. Depois passei pelo Departamento Social e pela seMas coube ao pai de Renato, Marcelo Raposo, cretaria do Conselho Deliberativo': conta. Em 2011, assumiu, influenciar decisivamente na paixão do filho. "Ele interinamente, a presidência do Conselho Deliberativo, e, nas começou a namorar minha mãe, em 1971, ano eleições seguintes, foi convidado pela presidente Regina Celi do campeonato de Festa Para um Rei Negro. Aí para fazer parte de sua chapa e continuar à frente do Consese apaixonou também pelo Salgueiro': Os dois se lho. casaram em 1974 (ano de outro título - Rei de França na ilha da Assombração) e, a partir daí, a Apaixonado pelo Salgueiro, Renato é dono de uma pequena v .... v, que passou da avó para a mãe e desta para coleção de itens relacionados à história da escola. "Tenho uma pai, continuou em Renato e seu irmão, Rodrigo. flâmula que me foi dada pela esposa do ex-presidente Nelson de Andrade, a réplica da primeira bandeira da escola, de 1954, ~'''''JIUU.U já desfilava na escola mirim, quando em que enfeita meu escritório, no Centro, além das camisas de pela primeira vez com o Salgueiro na todos os campeonatos, fotos, gravações históricas de áudio e Três anos depois, veio à frente da bateria, vídeo, revistas e jornais': orgulha-se. Mas sua maior emoção com outras crianças escolhidas pelo Mestre foi ter conquistado a amizade de grandes nomes da escola. "Foi um desfile muito marcante da minha "Ser amigo e ser respeitado por pessoas como Djalma Sabiá (fundador do Salgueiro), Ze Di e Zuzuca (compositores), perno Salgueiro': relembra. sonagens que construíram o Salgueiro, é muito emocionante. Em 1993, Renato passou a ser ritmista da escola. É como receber o legado deles para dar continuidade à históaté 2003 na Furiosa, mas nesses dez anos ria da escola': U>. ....
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o "REI DE FRANÇA" Um território totalmente salgueirense. No quarto do aeroviário Eduardo Pinto, diretor cultural da escola é assim. Ele dorme e acorda literalmente entre muitas relíquias da memória vermelha e branca. Desfilante da escola desde sete anos de idade, ele pisou a avenida pela primeira vez em 1974 com a missão de representar o Rei Luís XIII de França, personagem principal do enredo "O Rei de França na Ilha da Assombração". "Joãosinho Trinta precisava de uma criança para representar Luís XIII ainda menino. O ex-presidente Osmar Valença perguntou à minha mãe, Iracema Pinto, que era destaque da ala da Vovó, do carnavalesco Max Lopes, se eu não poderia desfilar. Ela topou e eu saí no carro da caravela representando a vinda do rei de França para o Maranhão", lembra. Em 2013 será a quadragésima vez que ele passa na avenida pela vermelha e branca. Eduardo já desfilou em alas, carros alegóricos e durante alguns carnavais ajudou a mãe a vestir fantasias de destaque no alto dos carros alegóricos do Salgueiro. Mas desde 1996, a convite do ex-presidente Paulo César Mangano, Eduardo assumiu a missão de liderar o departamento cultural da escola, que virou referência entre as escolas de samba. "Comecei colecionando revistas, discos e fitas de vídeo. Quando vi já tinha um bom acervo de desfiles antigos. Mas a gente aprende mesmo sobre a história salgueirense é conversando com baluartes, como Djalma Sabiá, Jorge Calça Larga, além de componentes da Velha Guarda, da ala de baianas, bateria, destaques e de outros segmentos. São pessoas que têm muita história pra contar': diz, lembrando que também é fundamental participar das etapas da construção do carnaval da escola. No ano em que o Salgueiro completa sessen-
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ta anos, Eduardo comemora o reconhecimento da diretoria cultural pelas demais diretorias e pela presidente Regina Celi. E conta que há muito trabalho pela frente. "A sede cultural e administrativa é uma conquista histórica para o Salgueiro. Muito do acervo está na minha casa por não termos um espaço ideal para divulgar esse material entre o grande público. Agora um antigo sonho vai se tornar realidade, que é poder expor o legado do Salgueiro para o carnaval da maneira que deve ser: com um grande número de imagens, textos e relíquias de pessoas que fizeram do Salgueiro a grande escola revolucionária do carnaval carioca:'
o ENCARNADO E BRANCO CORAÇÃO DE
FERNANDO PAMPLONA Por Gustavo Melo
Um livro fundamental para quem é salgueirense, para quem é ligado em histórias do carnaval carioca e também para quem quer conhecer um pouco da vida e da obra de um dos nomes mais importantes das artes brasileiras de todos os tempos. o pai do carnaval moderno, Fernando Pamplona. Nas 173 páginas da sua tão aguardada autobiografia, publicada pela editora NovaTerra, Pamplona aborda em quatro "atos" momentos importantes de uma vida e de uma carreira intensa no campo das artes plásticas e da televisão. O título é uma assumida referência às cores da escola onde brilhou e produziu uma autêntica revolução no carnaval carioca. Foi ele quem, ao lado de Arlindo Rodrigues, mudou a história dos enredos, ao deixar de lado personagens já conhecidos da história do Brasil e valorizar os "heróis marginais'; ou seja, à margem dos livros e da historiografia oficial. No Salgueiro, Pamplona criou uma escola de carnavalescos e lançou nomes como Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Renato Lage, Maria Augusta e Lícia Lacerda. Seu primeiro trabalho na folia foi em 1960 ("Quilombo dos Palmares"). Foi campeão com o Salgueiro naquele ano, além de 1965 (com História do Carnaval Carioca), 1969 (Bahia de Todos os Deuses) e 1971 (Festa para um rei Negro) . O último trabalho como carnavalesco foi em 1978, também no Salgueiro ("Do Yorubá à luz, a Aurora dos Deuses"). Depois disso, foi diretor e comentarista da TV Educativa (atual TV Brasil) e da Rede Manchete. Também foi professor da Escola de Belas Artes da UFRJ, cenógrafo do Theatro Municipal e o responsável por algumas das melhores decorações de rua do carnaval carioca. Os Quatro Atos de um Mestre
O Encarnado e o Branco mostra a vida de Fernando Pamplona em quatro atos. No primeiro capítulo, a infância no Acre (ele é carioca, mas rumou cedo para a região Norte do País).
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O capítulo 2, "O Sal'; fala da chegada de Pamplona ao Salgueiro, sua estreia como carnavalesco e o primeiro título da escola. "Fazendo Escolá; o terceiro ato de sua autobiografia, fala dos grandes carnavais de Fernando no Salgueiro - Chico-Rey, Bahia de Todos os Deuses e Festa para um Rei Negro, entre eles - e dos artistas que lançou, como Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Maria Augusta Rodrigues, Renato Lage e Rosa Magalhães. No capítulo final, Pamplona conta aos leitores suas experiências com o carnaval em todos os estados. Além disso, o artista analisa o processo de verticalização dos desfiles e o formato das escolas de samba na atualidade.
Ficha Técnica: O Encarnado e o Branco Fernando Pamplona (Capa: Ziraldo - Ilustração e Ingo Bertelli - arte) Prefácio: Sergio Cabral Editora: NovaTerra Páginas: 173
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