Revista do Acadêmicos do Salgueiro 2014

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Mais do que uma festa, o Carnaval é uma tradição que conta a história do nosso país e da nossa gente. Por isso, nós patrocinamos o Samba Carioca, Patrimônio Cultural do Brasil. Gente. É o que inspira a gente.

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Difícil não aprender algo sobre o Brasil em uma festa com tantas escolas. )

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o desafio é a nossa energia



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sabor especial de editar esta Revista do Salgueiro foi realizar o trabalho em puro clima de empreendedorismo. A começar pelo reencontro com Delma Barbosa, a firme e criativa Diretora Editorial da publicação e Diretora de Projetos da escola de samba. Esta é a terceira edição em que fazemos esta agradável dobradinha.

o segundo ponto que tanto me estimulou foi conhecer jovens e promissores profissionais. Caso do querido Leonardo Marques, designer da revista, na qual debuta como Diretor de Arte. E de Maria Zilda, nossa jovem fotógrafa a quem coube realizar os cliques de alguns dos mais importantes personagens da Academia. Maria Zilda é filha do fotógrafo Henrique Matos, que há décadas registra os desfiles da Sapucaí e os principais eventos do segmento. Some-se a isto a colaboração de um time de veteranos jornalistas especializados na cobertura de Carnaval. Foi um auxílio luxuoso poder contar com os textos de Alba Valéria Mendonça. Aydano André Motta, Fabiana Sobral e Leonardo Bruno Ferreira. E ainda com as matérias da talentosa Roberta Hoertel e do jovem - e não menos talentoso -Igor Ricardo. As fotos de Alex Nunes, fotógrafo oficial da Acadêmicos do Salgueiro, contam - com arte e beleza - muito da trajetória da Vermelho e Branco ao longo de sua preparação para 'Gaia - a vida em nossas mãos'. Espero que você curta ler a Revista do Salgueiro tanto quanto nós curtimos produzi-Ia. Bom Carnaval e boa sorte, Salgueiro!

Jean Claudio Santana






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egina Celi tem o jeito. a espontaneidade e o sorriso de uma menina. Mas ela não tem mais o olhar de uma menina. Os pequenos olhos negros da presidente da Acadêmicos do Salgueiro carregam agora o olhar de uma mulher amadurecida. Ela mesma confessa que às vezes confunde isso com tristeza. Só até começar a descrever. com profunda paixão. como estão as fantasias. os carros alegóricos. o samba e o ânimo dos componentes da agremiação. Aí ela diz que está mais forte. confiante e madura com todo o aprendizado que a intensa vivência como gestora do Salgueiro tem lhe proporcionado. Prestes a encerrar. em abril. seu segundo mandato. Regina fala. nesta entrevista. sobre estilo de gestão. enredos patrocinados. conquistas e sonhos futuros. E deixa uma mensagem para os torcedores: este é o melhor carnava l que ela já preparou para a Vermelho e Branco. "Eu não medi esforços; quem viver. verá". Você não tinha uma carreira como gestora antes de assumir a presidência do Salgueiro. Hoje, com seu segundo mandato chegando ao fim, como avalia seu estilo de gestão? Eu tinha uma carreira de gestora sim A melhor carreira de gestora que alguém pode ter na vida é tomar conta de quatro filhos (risadas) Aprende tudo. Principalmente a não dormir. A gente acostuma.

E seu estilo de gestão? Na verdade. eu aprendi muito com o Salgueiro. com as pessoas da escola. Eu acho que dou um pouco de respeito a todos que merecem e precisam e acredito que ter palavra é a peça principal. Cada um tem seu

jeito de administrar e eu não gosto de ficar devendo a ninguém Já é um jeito meu mesmo. antes de ser administradora. E eu tenho que colocar a mão até onde eu posso. Como neste ano, que eu pude subir para um grau maior o nível de nosso Carnaval. As pessoas vão ver o que vai ser colocado na Avenida. Mas fiz isso porque eu sabia que podia botar a mão mais adiante. No momento em que não eu posso, eu paro.

A escola vem de uma série de negociações com patrocinadores que se diferenciam por um aspecto: o enredo não determinou nem limitou a criação dos carnavalescos. Na sua visão, como se Chegou a este formato de patrocinio? Eu não permitira um enredo comprado. Eu já tive a oportunidade de fechar um patrocíniO de um enredo sobre iogurte, que estava na mão do Salgueiro e era um dinheiro muito bom Mas o que adianta ficar com o dinheiro e só passar na Avenida? Aí não vale a pena. No final das contas, você não tem nada, como é que vai fazer? Dinheiro é bom. ajuda muito, dá uma paz .. mas eu gosto mesmo é de fazer carnaval.e acostuma.

,' O mais marcante foi o desfile do 'Tambor: que deu o campeonato ao Salgueiro quando eu tinha apenas seis meses de gestão "


o que o Salgueiro espera de um patrocinador? Patrocinadores que virem parceiros permanentes. Como surgiu a parceria com a Nissan-Renault? A Nissan-Renault queria falar sobre sustentabilidade e a gente colocou essa idela dentro de um grande sonho que o Renato (Lage) Já tinha, que era fazer um enredo sobre os quatro elementos. Não foi um tema que a Nissan-Renault chegou e jogou no Salgueiro. Existia um enredo na cabeça do Renato. que adaptou a ideia para combinar com o que a empresa desejava.

o fato

de ser uma mulher na presidência de uma grande escola lhe trouxe algum tipo de dificuldade ou limitação? Ou trouxe algum tipo de vantagem?

Não. Não vejo diferença nenhuma. A única diferença é que aqui tem uma mulher que gosta de fazer carnaval. Eu gosto do que faço, gosto de fazer carnaval, eu amo carnaval.

Quais foram os momentos mais marcantes de sua gestão?

o mais marcante foi o desfile do 'Tambor: que deu o campeonato ao Salgueiro quando eu tinha apenas seis meses de gestão E'O Rio no cinema: que para mim era hors concours. Não existiu carnaval como aquele, quer dizer. vai existir este que estou fazendo Eu vou superar aquele. Você fala com muita paixão de 'O Rio no cinema'. Porque ele estava lindo Se algumas coisas não tivessem dado errado, a gente estaria na briga pelo campeonato Tanto estaríamos que voltamos no Desfile das Campeãs, mesmo pagando multa e perdendo pontos. Aquele desfile foi uma lição e os erros dele nós corrigimos. Daqui pra frente é só passar perfeito.. A senhora decide tudo na escola? Que tipo de coisas delega?

Se eu tiver que tomar conta de tudo. eu não tenho diretor de carnaval nem porteiro. Então cada um tem sua responsabilidade. C/aro, se der alguma coisa errada, eu que tenho que dar a palavra final, mas são os líderes


Como a escola tem atuado na área social? A Vila Olímpica atende muita gente da comunidade, não só do Salgueiro, mas também do Morro do Turano, dos Macacos. A Vila Olímpica todo mundo pode usar, ela é para o povo. O futuro começa ali. numa natação, no atletismo, no kung fu, no curso de inglês. A gente começa a fazer um pouqUinho e assim podemos despertar nas pessoas a vontade de progredir. A gente pode descobrir um bom profissional ou um atleta.

E a mulher Regina, foi mudando ao longo deste tempo?

de segmentos e departamentos da escola que são responsáveis pelos seus atos. Eu não posso mandar numa Harmonia. Eu não faço harmonia, eu faço administração. Se alguma coisa der errado na administração, vão cobrar de mim. Se der errado na Avenida, vou cobrar deles, porque o meu papel eu já fiz. que é o de botar o carnaval na rua.

Administrar uma escola de samba tem muitos segredos? Acho que tem que fazer nada mais do que o que é certo. Tem que fazer carnaval, respeitar os profissionais, honrar seus compromissos e prestar conta de tudo o que você recebe. É isso que tem que fazer. Aqui eu respondo por uma agremiação, por quase quatro mil pessoas. Não é a Regina Celi quem entra na Avenida, mas sim a vaidade de quatro mil pessoas e a expectativa de muita gente que torce pelo Salgueiro.

O que dá mais trabalho para administrar em uma escola de samba?

É a vaidade das pessoas. Tem algo na sua gestão que você não tenha conquistado? Tudo o que eu falei que ia fazer, eu fiz. Comprei a casa (para o Centro Cultural Djalma Sabiá, em frente à quadra do Salgueiro), paguei as dívidas da escola, consegui fazer vários carnavais bons, voltando sempre no Desfile das Campeãs. Um dos meus sonhos para o futuro é ter mais uma casa pro Salgueiro pois esta, se Deus quiser, foi só a primeira de muitas. Quem sabe fazer uma rua Acadêmicos do Salgueiro! E o meu maior sonho é fazer uma creche para as crianças do Salgueiro.

Do fundo do coração? Hoje a mulher Regina esqueceu um pouco dela. Eu vivi e vivo muito em função do Salgueiro. Pelo fato de eu ser uma mulher à frente da administração de uma escola tão grande como o Salgueiro, e sendo sozinha, a minha cobrança para comigo mesma ficou ainda maior. O meu trabalho é o Salgueiro. Eu quero fazer bem feito, não gosto de fazer pela metade.


Abre mão de sua vida pessoal?

o que você considera que seja o maior ativo do Salgueiro?

De julho pra cá eu não vou a mais nada que não seja o ensaio do Salgueiro. Só faltei este ano uma vez por causa do aniversário de 75 anos da minha filha. Eu chego às vezes a passar dois dias sem dormir Na semana do Carnaval eu só vou dormir depois que fecha o portão (de final de desfile, na Praça da Apoteose) e dá tudo certo. Depois só vou dormir depois da apuração (do resultado, na Quarta-Feira de Cinzas) E com que sentimento você tem vivido tudo isso?

Eu às vezes acho que estou mais triste. Mas não é bem tristeza, acho que é a carga de responsabilidade que me fez mudar Hoje eu sou uma Regina mais confiante. E smto falta de botar minha fantasia, meus faisões nas costas e sambar como foliã. Isso aqui não é brincadeira de boneca. Sentar nesta cadeira não é tão simples assim. Mas valeu a pena. Hoje eu me vejo mais madura. E repito mesmo, falo muito: aqui é o trabalho. é a casa, é a família, sou 700%Salgueiro.

o nome Acadêmicos do Salgueiro é o que de mais valioso nós temos. Hoje eu não consigo, às vezes, descer no elevador sem ser abordada pelas pessoas. f tanta gente que me para que eu até brinco. 'meu povo, de onde é que saiu tanta gente? Como o Salgueiro está para o desfile?

As fantasias ficaram prontas a um mês do Carnaval e ficamos só esperando para entregar Este ano eu não medi esforços para nada. Fui com a cara e a coragem e quem viver verá o que vai passar na Avenida. Não mexi em uma vírgula do projeto da Márcia e do Renato Lage. Você vai ver o que vou aprontar com a bateria, a velha guarda, as alas da comunidade. Eu estou chorando com a roupa das baianas! Já fiz muita coisa, mas igual a esse ano! Fiz as fantasias dos casais de mestre-sala e porta-bandeira, do primeiro e do segundo, no mesmo nível e daqui pra frente vai ser assim. A comissão de frente é um sonho, tudo é um sonho. Esse ano os carros estão lindos. Só meu abre-alas tem 250 blocos de isopor, todos esculpidos, que começou a ser feito em agosto. O Renato e a Márcia só trabalham com os melhores materiais e eu não troco nada do projeto artístico. Que mensagem você quer passar para os componentes da escola?

Você se sente realizada?

Desde 74 anos que frequento o Salgueiro. Ninguém me conhecia. Quando era primeira-dama, o pessoal só sabia que eu era primeira-dama Mas quando você pega um cargo como esse e as pessoas te reconhecem e te respeitam. é gratificante demais. Se cada uma dessas pessoas soubesse como elas são importantes na minha vida, o quanto me fizeram crescer Até mesmo os próprios jurados (dos quesitos de desfile na Sapucaí) Se você soubesse o grau de agradecimento que tenho a eles por ver meu trabalho reconhecido, com meus acertos e meus erros. f fácil dizer que acertou sempre, mas não, eu errei e tenho que assumir os erros que eu tive. Mas na hora que eu acertei eles olharam para mim e viram que eu acertei. Isso é muito gratificante. Eu jamais vou esquecer Me sinto realizada quando vejo que tomei conta de uma agremiação tão grande sendo só mãe. Aliás, eu sei ser mãe. Nisso eu "tiro onda':

Que quando eles entrarem na Avenida, que entrem com a determinação de que seremos campeões. O resultado é só a vida que vai responder daqui a pouco. Mas por tudo o que fizemos até aqUi: já podemos nos sentir campeões. E quero que os componentes saibam que sem eles nada disso aconteceria. Nenhuma escola faz nada sem a comunidade, sem o povo; ninguém faz nada sozinho.


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uas pontas do mundo se uniram. em defesa do planeta. no ritmo do samba da Academia. para tirar nota 10 no necessário enredo do profissionalismo. A japonesa Nissan e o carioca Salgueiro celebram um casamento iniciado no Carnaval 2014. que se desenha longevo. na construção de um círculo virtuoso. com as melhores práticas de gestão e comportamento. Para sorte da cultura popular carioca.

o encontro de convicções - alicerce das melhores parcerias - se deu a partir de um desejo da empresa (que desembarca por aqui com a construção de uma fábrica em Resende. no Sul do estado) de ser o mais brasileira possível. Enquanto isso. a Vermelho e Branco iniciava seu carnaval pela escolha do enredo: uma alerta ao planeta. pela sustentabilidade. o projeto mais importante da Nissan tem tudo a ver com isso. A empresa desenvolve um carro elétrico. para materializar a emissão de carbono zero. e assim contribuir na luta pela redução da poluição. Não poderia haver cenário melhor para difundir ideia tão preciosa do que o mais festejado espetáculo da Terra.


Aqui, entrou em cena um cupido fundamental: o presidente da Nissan, François Dossa. Francês naturalizado brasileiro, ele é um irremediável apaixonado por Carnaval e enxergou no Salgueiro o parceiro perfeito. "Nossa empresa quer ser vista claramente como a mais brasileira das japonesas, e como carioca", descreve ele. "A escola optou pelo enredo da sustentabilidade e, paralelamente, vem num processo de profissionalização interessante. O carro elétrico e o projeto de emissão zero são muito importantes para nós. Um casamento perfeito."

O dote do enlace foi de R$ 3 milhões (que inclui a Renault. associada à Nissan) e teve como contrapartida um camarote na quadra e 30 fantasias, para a empresa distribuir. "O Salgueiro assinou um contrato com a gente, por iniciativa dele. Veio com uma iniciativa corporativa. E respeitou todas as cláusulas", aprova Dossa, garantindo o compromisso para "médio ou longo prazo". Ou - melhor ainda - que escola e empresa sejam. juntas, felizes para sempre.


em só de samba e carnaval vive a Acadêmicos do Salgueiro. Ao contrário. ciente da sua Importtlncia social e cultural para a comunidade do Morro do Salgueiro. na Tijuca. na Zona Norte do Rio. desde 2007 a escola de samba conta com um grande equipamento de promoção de esportes. cultura e lazer para a comunidade: a Vila Olfmpica do Salgueiro. Um projeto que não visar ser melhor nem maior que os outros. mas sim. fazer a diferença na vida de jovens e adultos. Só em 2014 o projeto já atraiu cerca de 3.000 crianças. jovens e adultos proporcionando bem estar social e desenvolvimento. No ano passado. o projeto beneficiava aproxi mada mente 2.100 pessoas. Gestora de Projetos Sociais. Renata Duran. conta que o empreendedorismo corre nas veias da famflia. Afinal. a Vila Olfmpica foi criada no último ano da gestão de seu pai. Luiz Augusto Duran como presidente do Salgueiro. e segue desde 2009 sob os olhos sempre atentos e a cabeça cheia de ideias da atual presidente. a sua mãe Regina Celi Fernandes. "Ela tem muita garra e vontade de fazer a Vila Olímpica crescer. Ela cobra muito e é exigente. O sonho dela é construir uma creche para que as mães da comunidade tenham um lugar onde possam deixar seus filhos. enquanto trabalham. As crianças receberiam três refeições. teriam atividades educativas e voltariam para casa no final do dia de banho tomado. Mas para isso. ainda nos falta espaço". revela Renata. acrescentando que este é um projeto ainda para 2014. A gestora conta que a Vila Olfmplca começou com a parceria da Petrobras para a implantação do projeto Academia de Capacitação e Inclusão. que previa a prática de esportes. oficinas. cursos e atendimento

sócio educacional. Na ocasião. o espaço se IimttaVl'l'·....... duas salas para a prática de esportes. uma secretaf uma sala para professores e coordenadores e uma sala de informática. "Graças à parceria que tivemos com a Petrobras até 2012. fomos crescendo aos poucos. ganhando espaço e melhorias e atraindo mais gente para os projetos. Isso nos traz muita satisfação e felicidade. O trabalho é duro. mas estamos realizando nosso principal objetivo que é tirar as crianças da rua e dar a elas uma oportunidade para descobrir suas vocações". diz Renata. Ela lembra com orgulho do caso de Dona Angélica. uma das alunas da primeira turma da aula de customização. que mudou seu destino. Era uma dona de casa. que desfilava pelo Salgueiro e ficou sabendo dos projetos da Vi la Olfmpica e decidiu se inscrever. Logo depois. já estava indo ao barracão da escola para ajudar na confecção de fantasias e adereços. Ela se apaixonou de tal forma pelo trabalho. que atualmente. é funcionária do barracão da escola. t: ela quem. administra a boutique do Salgueiro.

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Renata Duran. Gestora e Raoni Ventapane, Coordenador

Hoje. a Vila Olímpica também abriga em seus 4.000 metros quadrados quadra poliesportiva. campo de futebol com grama sintética. pista de atletismo. sala de lutas. academia de ginástica. brinquedoteca. piscina semiolímpica. sala de dança de salão. sala de atendimento odontológico e uma enfermaria de primeiros socorros. As crianças e jovens de até 19 anos podem escolher entre as escolinhas de atletismo. vôlei, futebol feminino e masculino. capoeira. futsal. jiujitsu. caratê. tae-kwon-do enatação. além de balé e teatro e aulas de reforço escolar para alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental (até o 50 no) Já os adultos dispõem de hidroginástica. alongamento. natação. dança de salão. academia de ginástica. além de cursos de customização. manicure e cabeleireiro. Todos têm direito ainda a tratamento odontológico e psicológico. Tudo de graça. Desde o ano passado. o espaço se mantém basicamente com a subvenção da renda da escola de samba e outras parcerias menores. como a firmada com o Instituto Nissan e o Centro Britânico de Idiomas. que garante a realização de cursos de inglês para jovens. e com a ONG Dentista do Bem. que garante tratamento gratuito em consultórios particulares voluntários. Ou ainda a Academia Evidência, para as aulas de ginástica e musculação. E não atende somente a comunidade do Salgueiro. Renata lembra o caso de uma moradora do entorno da quadra. na Tijuca. que no fim do ano passado procurou ajuda no serviço odontológico da Vila Olímpica. "Ela não era moradora de área carente ou comunidade. Mas não tinha condições de fazer um tratamento dentário orçado em R$ 3.000. Ela nos procurou, se inscreveu para o atendimento e fez o tratamento todo gratuitamente" enfatiza a gestora.

Renata informa que está em busca de novas parcerias para pOder ampliar ainda mais o atendimento na Vila Olímpica. No espaço não cabem distinção de classe social ou região. Tanto que nas atividades esportivas. educacionais e odontológicas. são atendidos crianças e adultos. das comunidades do Salgueiro, Borel. Andaraí. Formiga, Casa Branca, Macacos, Turano. Chácara do Céu. além de moradores dos bairros da região da Grande Tijuca. onde está a Vila Olímpica. "Nossa intenção não é formar atletas olímpicos. mas despertar vocações. Não temos a intenção de ser um clube, mas nossos jovens vêm conquistando títulos importantes no tae-kwon-do, futebol feminino sub 13. futebol masculino sub 15. Queremos abrir novas turmas porque o fluxo de pessoas que nos procuram aumenta a cada ano. buscando oportunidades e uma vida melhor. mais saudável. mais feliz. Queremos fazer a diferença na vida e no futuro dessas pessoas", conclui Renata.


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Saem das lojas do Saara, no Centro do Rio, tecidos, plumas, vidrarias e acetatos que vestem frevos, maracatus, reizados, bois, blocos carnavalescos e Escolas de Samba de todo o país aterializar sonhos. A busca de atender sempre melhor às Escolas de Samba, entidades carnavalescas e empresas produtoras de festas levou o Babado da Folia a se transformar numa espécie de laboratório da alegria. Atuando nesse mercado há mais de 25 anos com estabelecimentos espeaaJizados na venda de tecidos diferenciados, penas, plumas, vidrarias e tudo aquilo que encanta os olhos, o Babado passou a ser bastante procurado também pelos produtores de teatro e N, que fazem do Camaval uma referência para a criação de cenários e figurinos principalmente. As lOjas da rede estão situadas na Saara, o tradicional núcleo comercial do Centro do Rio. Numa dessas filiaiS, os carnavalescos das Escolas de Samba dos Grupos Especial ede Acesso desfrutam de um espaço reservado onde conversam, trocam ideias e revelam suas expectativas sobre determinados produtos. Lançado o balão-de-ensaio, o assunto passa para a responsabilidade dos funcionários da loja, que procuram o que mais se assemelha ao pedido. Feitas as experiências necessárias, existe a chance de a encomenda - agora em larga escala - ser levada diretamente para uma indústria brasileira de grande porte ou até mesmo para aChina, onde os vendedores costumam ter melhores preços.

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oSOCIAL DO CARNAVAL Enquanto o Babado da Folia se especializa nos materiais que atendem à

promissora indústria do carnaval, outras empresas vão surgindo no mercado. Esse dado torna-se bastante positivo, principaJmentre, quando se es~ma que cada agremiação do Grupo Especial gere uma média de 500 empregos diretos e indiretos em suas atividades fabris, ao passo em que suas co-irmãs do Grupo deAcesso também contribuem de forma significativa para expandir o mercado, gerando mais de 250 empregos cada uma. As lojas do Babado contratam mais de 300 funcionários -etodos eles, assim como os das Escolas de Samba, são oriundos de comunidades. Os maiores clientes do Babado continuam sendo as Escolas de Samba. Mais de 50 agremiações dos Grupos Especial e de Acesso, e suas coirmãs do interior começam a desfilar pelos balcões da rede em setembro. Nas semanas que antecedem o Carnaval, representantes de Escolas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Pará e Brasília transfomnam os corredores das lojas num autên~co Forum Nacional do Samba - com direrto asaber sobre algumas nOVidades que as mega-Escolas do Rio estão preparando para o público da Passarela. OBabado é o must do Camaval.

BABADO DA FOUA Rua Buenos Aires, 287 e 300 Saara - Centro Rio de Janeiro Tel.: (21) 2507-0598



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a certidão de nascimento, Djalma de Oliveira Costa. No mundo do samba, Djalma Sabiá. Apesar do nome de pássaro,cujo canto é reconhecido por sua beleza, o único fundador vivo do Salgueiro diz nunca ter tido vocação para o microfone. Mesmo assim, a música popular brasileira consagra este senhor de 88 anos como um de seus mais ilustres integrantes. Autor de cinco sambas da vermelho e branco, entre eles "Chico Rei", de 1964, composto em parceria com Geraldo Babão e Binha, Sabiá guarda em sua essência a alma dos sambistas tradicionais. "O samba sofreu uma série de transformações ao longo dos anos. E o sambista aguentou tudo. Lá na base, nós éramos xingados, maltratados, chamados de vagabundos. Mas, todos nós resistimos e. hoje, as escolas de samba são o cartão de visita do Rio de Janeiro", afirmou. Desde sua infância, Djalma convivia com o ritmo. Aliás, parecia estar predestinado a se tornar um sambista nato. No tempo em que o samba era discriminado, sua mãe Alzira de Oliveira Costa defendia o pavilhão da Unidos da Tijuca, inclusive, no primeiro campeonato da escola, em 1936. Mas, foi nas rodas de samba da região da Tijuca. principalmente, no Morro do Salgueiro, que Djalma passou a se apaixonar pelo samba. Foi lá mesmo que ele conheceu Jurema da Silva, portabandeira da Depois Eu Digo, com quem teve seis filhos. Hoje, Djalma é casado com Estandília, também ex-porta-bandeira."Eu as conheci nos bailes da vida. Foram encontros naturais", contou Djalma.


Outra paixão do poeta do bairro da Zona Norte do Rio entraria definitivamente em sua vida em 5 de março de 1953, data de fundação do Salgueiro. O compositor esteve presente em todas as reuniões e guarda até hoje as atas dos encontros na sua casa. A escola de samba nasceu a partir da junção de outras três agremiações que existiam no Morro do Salgueiro - Azul e Branco, Depois Eu Digo e Unidos do Salgueiro. O vermelho e branco, cores atuais da agremiação, não fazia parte de nenhuma das fundadoras. "O branco foi escolhido porque representava a paz e já era a cor de todas as escolas. O vermelho nós aproveitamos da Deixa Malhar, escola que existia no Largo da Segunda-feira CTijuca)", relembrou. Devido aos serviços prestados na construção do legado salgueirense, Djalma Sabiá recebeu em setembro do ano passado o título de sócio-torcedor número 1 da Academia do samba, além de ter sido nomeado Embaixador do Salgueiro. Sabiá recebeu ainda a mais alta condecoração da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro CAlerj), a Medalha Tiradentes. As honrarias coroam este personagem vivo da história do carnaval carioca. "Eu fui o guia do Pamplona CFernando, carnavalesco) pelas ruas do morro. Participei de todos os momentos do Salgueiro", recordou. Ao carnaval 2014 mas a todos que prezam por um mundo mais sustentável.


A

volta de Renato Lage ao Salgueiro. em 2003. no ano do cinquentenário. foi cercada de expectativas. Afinal. o melhor carnavalesco da Sapucaí estava retornando a sua escola de coração. por onde havia tido apenas breves passagens nos anos 70 e 80. A chegada de Renato realmente tirou a vermelho e branco do papel de coadjuvante que vinha desempenhando nos desfiles anteriores. Mas a chegada do mago não foi suficiente. Em seus cinco primeiros anos. em três a escola não se classificou para o Desfile das Campeãs. Foi só em 2008 que o Salgueiro voltou a disputar títulos. E naquele ano aconteceu uma história curiosa.

o então presidente. Luiz Augusto Duran. o Fu. ficou muito doente às vésperas do carnaval. internado num hospital. sem poder comandar a escola. Foi sua mulher à época. Regina Celi. quem assumiu a vermelho e branco. Sem nunca ter exercido um cargo de chefia na vida. se viu diante de um contingente de cinco mil salgueirenses precisando de controle. Regina ia ao hospital visitar Fu e voltava com as ·ordens do marido". Mal sabiam aqueles que a obedeciam que o presidente não estava em condições de determinar nada. por seu frágil estado de saúde. As decisões partiam da cabeça de Regina mesmo. O resultado final entrou para a história: o Salgueiro foi Vice-campeão em 2008. com "O Rio de Janeiro continua sendo...".

No ano seguinte. já separada. Regina Celi se candidatou à presidência. Eleita. quase não aguentou a emoção de se ver campeã em sua estreia no posto: o título veio com "Tambor". em 2009. Euforia geral. festa. consagração. vitória! Mas seria sorte de principiante? No ano seguinte. já separada. Regina Celi se candidatou à presidência. Eleita. quase não aguentou a emoção de se ver campeã em sua estreia no posto: o título veio com "Tambor". em 2009. Euforia geral. festa. consagração. vitória! Mas seria sorte de principiante? Não foi. Os bons resultados se seguiram. como o vice-campeonato de 2012 C"Cordel branco e encarnado"). sempre com o Salgueiro se mantendo entre as cinco melhores do carnaval. Em alguns anos. como em 2011. o quinto lugar desceu amargo. porque um desfile como ·Salgueiro apresenta: o Rio no cinema" estava destinado a dar um novo título à escola - se não fosse o imponderável da curva. aquela que liga Avenida Presidente Vargas e a Rua Marquês de Sapucaí. que sempre surpreende com seus caprichos. Mas... o que mudou no Salgueiro nos últimos anos? O segredo pode ser resumido em uma palavra mágica: Tambor. 2009



B

elas mulatas. samba no pé e cerveja gelada são os ingredientes mais básicos para o bom funcionamento de uma quadra de escola de samba no Rio. Mas. para que ela se mantenha sempre ativa e rentável. as agremiações precisam de um forte trabalho de gestão deste espaço. Com uma visão profissional de empreendedorismo. o Salgueiro investiu pesado no setor. fortalecendo ainda mais a imagem da escola diante do público. Para manter o espaço como principal quadra de eventos de escolas de samba do Rio. sempre oferecendo ao público ingressos com preços acessíveis a todas as classes sociais. a agremiação trabalha durante os 365 dias do ano. Diretor de eventos da escola. Renato Augusto trabalha para conquistar parceiros e eventos que colaboram para que. mesmo fora do período pré-carnavalesco. a quadra seja uma opção de renda para a agremiação.

"A escola precisa de movimento. desse giro também para realizar o carnaval. A quadra funciona o ano inteiro. então precisamos do públiCO nela o ano inteiro". contou Renato. que também é diretor de carnaval da agremiação. Os projetos de marketing da escola. iniciados após o carnaval de 2013. foram uma forte base de apoio também a este espaço. Pioneiro neste tipo de trabalho em escolas de samba. o Salgueiro provou que é possível gerir a agremiação como uma empresa. dando resultados positivos tanto na Avenida quanto fora dela. Em um ano. três grandes projetos foram lançados. o Salgueiro Experience. Embaixador Salgueirense e Sócio Torcedor.

Renato Augusto. diretor de eventos e de carnaval


Projetos especiais para turistas e torcedores Os dois últimos visam atrair celebridades e torcedores salgueirenses para a agremiação. Com o título de Embaixador, todos os famosos apaixonados pela escola recebem um kit e podem frequentar a quadra livremente, fortalecendo assim sua imagem diante do público. O torcedor apaixonado pode também se tornar um sócio da escola, contribuindo com R$ 29 por mês e recebendo uma série de benefícios. "Dessa forma aproximamos o torcedor salgueirense da agremiação. Ele tem descontos exclusivos a quadra e nos produtos do Salgueiro. Como retorno, o salgueiro tem seu torcedor mais próximo e recebe uma arrecadação extra", contou o diretor de marketing, Rômulo Groisman. Mais vinculado à quadra da escola, o Salgueiro Experience é um projeto voltado para os turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Em parceria com a Inside Rio Tours, um programa especial insere o turista na cultura carioca do carnaval. proporcionando uma verdadeira experiência sensorial dentro da agremiação. "O turista quando chega tem aulas de percussão, samba e acaba a experiência em um verdadeiro bloco com a bateria do Salgueiro, durante o ensaio da escola", explica Rômulo. Após uma hora de experiências exclusivas.

"O turista quando chega tem aulas de percussão, samba e acaba a experiência em um verdadeiro bloco com a bateria do Salgueiro, durante o ensaio da escola", explica Rômulo. Após uma hora de experiências exclusivas. "Desde outubro, quando foi lançado, o projeto já levou mais de mil pessoas para o Salgueiro. Percebemos que esse turista consome muito dentro da quadra, divulga isso para os amigos depois e sai com a vontade de voltar ao Salgueiro", informa.

EriJohnson exibindo seu chapáeu exclusivo de Embaxador

Com a parceria entre o marketing da agremiação e a diretoria de eventos, o Salgueiro se consolidou como a agremiação que mais recebe turistas ao longo do ano. Por noite, a escola chega a bater recordes de mais de 8 mil pessoas dentro da sua quadra, ocupando a posição de principal destino de entretenimento dentre as quadras de escolas de samba do Rio de Janeiro. Além de um acréscimo na arrecadação para a escola, a Vermelho e Branco acaba saindo fortalecida. "A imagem do Salgueiro está sempre na quadra. Mesmo quando alugamos o espaço temos nossos diretores lá dentro, recepcionando este público. Sempre que tem show, colocamos a bateria da escola trabalhando", afirmou Renato.

Uma de nossas passistas dando um show na apresentação do Experience


VERMELHO E BRANCO LANÇOU OS PROJETOS ESPECIAIS SALGUEIRO EXPERIENCE, EMBAIXADOR SALGUEIRENSE ESOCIO TORCEDOR

Salgueiro Experience Quem pode participar: projeto destinado a turistas O que oferece: Um programa de vivência do carnaval carioca. Além de conhecer toda a quadra. os turistas participam de oficinas culturais. de percussão e samba no pé. com as passistas da escola. No fim. os participantes caem no samba junto com a bateria da escola. O programa tem duração de cerca de 1h10m. Toda a locomoção. guia bilíngue e ingressos estão inclusos no programa. Contato: Operadora Inside (3253-4886 / 7891-8184) O serviço também é oferecido nos balcões de turismo dos principais hotéis do Rio de Janeiro.

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EXPERIENCE LIVE lHE REAL SAMBA

Sócio Torcedor Quem pode participar: todos os apaixonados pela escola O que oferece: Descontos exclusivos nos produtos e ingressos de eventos no Sa lgueiro. desconto na compra de fantasias para o desfile. participação em sorteios de ingressos para camarotes. No primeiro pagamento da taxa. o sócio recebe uma carteirinha. uma camisa e uma carta assinada pela presidente Regina Celi. Custo: R$ 29.00/mês ou R$145/seis meses Contato: Pode ser feito através do site (wwwsa/gueiro.com.br/socio-torcedor/cadastro) ou na secretaria da ad ministração. na quadra.

L UEI Rômulo Groisman, diretor de marketing do Salgueiro e sócio da Agência A VERA!

A SÓCIO

I s;,~ To~ouLo~ UMA PAIXÃO DIFERENTE

Sócio torcedor retirando seu kit.


Djalma Sabiá recebendo a cartelnnha 0001 de sócio torcedor.

Embaixadores do Salgueiro Quem pode participar: Os Embaixadores são celebridades salgueirenses convidadas pela escola O que oferece: Ao ser escolhido embaixador da escola. o artista recebe um kit em casa. com uma carteirinha. um título de Embaixador Salgueirense e uma carta da presidente Regina Celi. A celebridade. então. tem passe livre para todos os eventos da agremiação e será recebido no camarote presidencial. Quem já foi escolhido: Djalma Sabiá. Embaixador número um; Antônio Pedro. da Riotur. Eri Johson e Viviane Araújo.

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fMBt:lIXt:lDuR COM MU TO AMOR

A Rainha Viviane Araújo recebendo das mãos da nossa Presidente Regina Celi sua carteirinha e seu chapéu. o Kit completo de um Embaixador.

Siga nas redes: facebook.com/salgueirooriginal instagram.com/salgueirooriginal twitter.com/salgueiro_2014

Antônio Pedro. Secretário de Turismo do Município do Rio de Janeiro e Chiquinho do

Babado da Folia também receberam a honraria das mãos da Presidente.


o dia a dia de Delma Barbosa. Diretora de Projetos da Acadêmicos do Salgueiro. é marcado por uma permanente interlocução entre dois universos. o do carnaval e o corporativo. Mulher apaixonada pelo samba. a executiva traz no currículo 36 carnavais como foliã. desfilando ora como passista. ora com uma fantasia de ala ou ainda em cima de um carro alegórico. Mas a extensa vivência na área de produção cultural e a sensibilidade às delicadas ques tões sociais das áreas onde as escolas de samba possuem suas raízes levaram esta carioca de 50 anos de idade a migrar para a área de projetos. Sua primeira passagem pela Vermelho e Branco havia sido no Carnaval de 2011. quando trabalhou na captação de patrocínios para a Vila Olímpica e para a própria agremiação. Após dois carnavais fora - em 2012 chegou a prestar consultoria -. Delma voltou para o Salgueiro no primeiro semestre de 2013. dando início a estruturação da área que comanda hoje. "Sou responsável pelos projetos sociais. culturais e esportivos da escola e. ainda. pela captação de recursos junto à iniciativa privada". explica Delma. "As escolas que compreenderem o valor de sua marca e a necessidade de profissionalizar sua gestão. estarão um passo à frente e em sintonia com o novo porte e nível de desenvolvimento deste grandioso espetáculo que é o Carnaval". avalia. A diretora acrescenta que existe a necessidade de uma equipe de projetos com conhecimento técnico e capaCidade de negOCiação. "O empresário ou o executivo de uma grande companhia quer encontrar. na escola de samba. um interlocutor que converse de igual pra igual com ele. e que saiba sintonizar a visão cultural com a corporativa".


A área de projetos do Salgueiro conta também com Patrícia Nascimento, 34 anos, especialista em leis de incentivo fiscal. Formada em Direito e com pós-graduação em Gestão de Entretenimento, Patrícia integrou o grupo de pareceristas do Ministério da Cultura que avalia projetos candidatos à obtenção da Lei Rouanet. de incentivo fiscal em âmbito federal. "Cheguei a avaliar muitos projetos de escolas de samba, mas resolvi vir para o lado de cá do balcão", conta a salgueirense, que participa pelo segundo Carnaval dos projetos incentivados da agremiação - o primeiro foi no enredo 'Fama'. Patrícia é filha da Diretora Jurídica do Salgueiro, Sandra Regina, e sua avó, Cléa Nascimento, desfilava em uma das agremiações do morro que, após uma fusão, deram vida à Vermelho e Branco. "O Salgueiro é uma paixão de família", afirma a profissional. que já desfilou na ala das crianças, já foi passista e, em 2014, vai desfilar com fantasia de composição em uma alegoria (pelo oitavo ano seguido).

"Hoje fazemos os projetos do Salgueiro a quatro mãos·, revela Delma. "Toda escola pode fazer captação via leis de incentivo , mas deve fazer com responsabilidade ", orienta Patrícia. As executivas ressaltam a necessidade de uma visão corporativa e social agregada à instituição carnavalesca. "Vejo aqui no Salgueiro que existe uma preocupação com a segurança e a valorização das pessoas. Os profissionais ou têm carteira assinada ou aderiram ao MEl (Micro Empreendedor Individua0. Além disso, a presidente não admite que o filho de um componente da comunidade não tenha acesso à escola, por exemplo. Este é um caminho sem volta para as escolas", defende Patrícia


SA BA,MODAE SUSTE TABILIDADE E

m parceria com a ONG franco-brasileira Moda Fusion e o Instituto Pereira Passos. da Prefeitura do Rio. o Salgueiro está realizando o projeto 'Samba. moda e sustentabilidade'. Vinte mulheres moradoras do Morro do Salgueiro participam de aulas e workshops no quarto andar do barracão da escola. na Cidade do Samba. Com a orientação do estilista alemão NOME DO CARA. as aprendizes têm aulas de proporção. tecidos. cores. texturas. corte e costura. O objetivo final é a criação de uma coleção para ser vendida e exportada. com peças elaboradas com sobras de materiais usados no carnaval. "Essas mulheres estão descobrindo seus talentos. Uma aluna que já tinha noções de costura mas só aprendeu corte aqui no projeto me disse: 'ontem eu fiz minha primeira saia'. Aí eu encomendei a ela a segunda peça. que eu mesmo vou usar". conta Patrícia Nascimento. "São mulheres que estavam em casa com sonhos guardados. muitas vezes sem que ninguém nem elas mesmas - acreditasse nelas. O projeto mexe com a autoestima e a cidadania delas. que daqui pra frente certamente terão um posicionamento diferente diante da vida", acredita Delma Barbosa. O projeto 'Samba, moda e sustentabilidade' é baseado no conceito de moda ética. que estimula a geração de oportunidades e renda a partir da valorização do trabalho humano. sem exploração. com uso de matérias que não agridam o meio ambiente e com técnicas que aproveitem os saberes e vivências locais. Através do Instituto Pereira Passos. a formação é oferecida a mulheres de comunidades que possuem UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) As aulas no barracão do Salgueiro começaram em outubro de 2013 e vão até abril deste ano.


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requentando ensaios e desfiles de Escolas de Samba desde os cinco anos de idade. quando acompanhava o pai em coberturas jornalísticas. a fotógrafa Maria Zilda Teixeira Azevedo Matos. acredita que a indústria do carnaval seja uma excelente oportunidade para o futuro de jovens como ela. '0 Carnaval já não é apenas uma diversão. t: também um bom mercado de trabalho e uma excelente vitrine para empresas que queiram vincular sua imagem à alegria da Cidade"analisa a estudante. que só completará 18 anos no final de julho. Ela não pretende fazer dos trabalhos de carnaval uma atividade fixa. Está cursando o prévestibular e afirma que vai se esforçar muito para passar no vestibular de medicina. O seu grande sonho é ser médica. Enquanto constroi esse projeto. Maria Zilda continua fazendo uma dobradinha com o pai. o fotógrafo Henrique Matos. que participa da cobertura de eventos no Sambódromo. nos barracões da Cidade do Samba e nas quadras de ensaios. Apesar de já ter desfilado algumas vezes em agremiações diferentes.a fotógrafa tem uma visão muito mais empresarial do que a de uma simples foliã. "Acho que chegou o momento do Carnaval passar por uma grande renovação. Estamos vendo essas mesmas pessoas há muito tempo. sejam artistas. dirigentes. enfim. pessoas que ocupam cargos que devem ser preenchidos por gente nova. que traga novas ideias para as Escolas de Samba e o Carnaval como um todo' -arremata. Procurando pensar e agir de forma profissional. Maria Zilda não gosta de declarar as preferências de seu coração. mas dá uma pista. 'Vou sempre a três Escolas: Salgueiro. Beija-Flor e Mangueira. Logicamente. é por elas que torço mais no dia da apuração. Mas. na hora do trabalho. todas são iguais e merecem todo o meu esforço para produzir o melhor" -conclui.


A

conta é da Empresa de Pesquisa Energética. do governo federal. O primeiro bimestre de 2014 foi o terceiro mais quente no Sudeste brasileiro desde 1931. Sobrou calor. faltou chuva. O Salgueiro. certamente. não desejou essa escassez. Mas acertou em cheio no enredo sobre sustentabilidade. Do verão de 2014. os brasileiros vão lembrar dos riscos no fornecimento de energia e no abastecimento de água. Como rezava a marchinha. de dia faltou água; de noite. luz. E também o breu das madrugadas calorentas esteve relacionado à escassez do líqUido precioso que Oxum representa. No Brasil. 70% da geração de energia vêm das hidrelétricas. t: da água que sai a luz nossa de cada dia. As usinas hidrelétricas.ltaipu Binacional é a maior do país. dependem das chuvas para prodUZir energia. As turbinas usam o fluxo dos rios ou a água acumulada em grandes reservatórios para gerar eletricidade. Este ano. nos meses historicamente conhecidos como período úmido. as chuvas não vieram. O consumo de energia bateu

recorde. com ventiladores e aparelhos de ar condicionado ligados a todo vapor. E a água dos reservatórios foi minguando. O país não apagou. porque investiu num parque de usinas térmicas. movidas a óleo combustível. gás. carvão. que compensou a produção limitada das hidrelétricas. Do mesmo modo. a falta de chuva no leito dos rios levou aos problemas no abastecimento de água potável à popUlação. Em São Paulo. houve até racionamento. As famílias foram obrigadas a economizar. O cenário de escassez jogou luz na necessidade de preservação dos chamados recursos hídricos. Significa não desperdiçar água com lavagem de carros e calçadas ou com torneiras que pingam. Significa manter a vegetação das margens de rios. banir o despejo de lixo e quaisquer resíduos tóxicos nas águas do Brasil. Em tempos de clima descontrolado. a água tornou-se ativo mais - bem mais importante que o petróleo. Ser rico é ter água. E ter água. como ensina o samba: Ué uma questão de querer aprender a cuidar / e saber preservar".



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Salgueiro foi que me deu asas, eu voei agora estou de volta ao ninho. " Marcella Alves, primeira porta-bandeira do Salgueiro.


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Salgueiro foi que me deu asas, eu voei e agora estou de volta ao ninho", reflete Marcella Alves, primeira portabandeira do Salgueiro que, após oito anos defendendo outros pavilhões, está de volta à agremiação. "Minhas primeiras notas 10 e meu primeiro Estandarte de Ouro eu conquistei aqui na Academia", relembra Marcella, que dançou na Vermelho e Branco nos desfiles de 2000 a 2005. No dia da celebração pelos 60 anos de fundação da escola, em março de 2013, Marcella foi anunciada para o cargo e dançou pela primeira vez com Sidclei Santos, que pelo quarto ano seguido será o mestre-sala do Salgueiro. "Ali mesmo decidimos começar a ensaiar para 2014", conta Marcella. Um ano inteiro de ensaios, preparação física e a direção coreográfica da equipe de Hélio Bejani rendeu ao casal o entrosamento necessário para conquistar - e encantar - os jurados. O casal vestirá a fantasia 'Axé, Energia da Criação'.


VIVIANE ARAÚJO


V

iViane Araújo sempre faz a temperatura subir na Marquês de Sapucaí. Forjada nas altas temperaturas do samba no pé e da sensualidade, a sambista é a rainha de bateria mais festejada e admirada da Passarela do Samba. No sétimo desfile à frente da Furiosa, a majestade vestirá a fantasia 'Ouro da casa', no setor da escola dedicado ao fogo, o mais temido e adorado dos quatro elementos da natureza.


M

arco Antônio da Silva, o respeitado Mestre Marcão, completa dez anos no comando da Furiosa, como é conhecida a bateria do Salgueiro. Nascido e criado no morro que dá nome à escola, Marcão teve seu talento lapidado ainda na escola mirim da Vermelho e Branco, à época chamada de Alegria da Passarela (atual Aprendizes do Salgueiro) Aliás, o mestre sempre está extraindo da bateria da escola mirim novos virtuoses. A principal característica da Furiosa é ter a base do ritmo formada por caixas e taróis. Sob o comando de Marcão, a ala passou a dedicar um cuidado especial à afinação dos surdos. Para 2014, os músicos farão três bossas para dar um 'molho' à envolvente percussão da Vermelho e Branco. Os 270 ritmistas salgueirenses desfilarão com a fantasia 'Guerreiros do Fogo'.



Estreante na agremiação. Bianca Salgueiro é a 'Deusa das Aguas' e evolui à frente da terceira alegoria

Fernanda Figueiredo representa a 'Turmalina Negra'. no setor 'Terra Viva'. o segundo da escola

'Aguas do Oriente' é o destaque de chão de Cris Alves. que desfila no terceiro setor ('Nas águas. a felicidade')


Afrente do sexto

A também estreante Bianca Leão é o destaque de chão do quarto setor CA chama da esperança') e veste a fantasia 'Incandescente'

carro alegórico CA vida em nossas mãos'), Milena Nogueira desfi la com a fantasia 'Metamorfose'

No sétimo e último setor, intitulado 'Um alerta ao mundo inteiro', Edcléia

Nascimento representa 'Shakti. Energ ia Cósmica', à frente do carro do elemento ar, no setor 'Bendito ar que se respira'




POR FABIANA SOBRAL

A

usina de criação nasceu há 21 anos e está cada vez mais viva por conta das perfeitas engrenagens. Unidos na vida pessoal. os carnavalescos Renato e Marcia Lage se completam como artistas e gerenciam seus talentos para o Carnaval de forma profissional. Com ·Gaya. a vida em nossas mãos'. que tem como centro a sustentabilidade, a dupla chega ao seu 12° enredo pelo G.R.ES Acadêmicos do Salgueiro.

atesta a cumplicidade: "Ela tem muito talento, é minha parceira. Se eu faço a forma, ela veste a cor".

" A Regina Duran, nossa presidente, faz questão de manter a qualidade e padrão dos protótipos. Aliás, a Regina nunca tolheu nossos projetos artísticos"

Do desenvolvimento da ideia do enredo - a partir da chegada do patrocinador. este ano. a Aliança Renault-Nissan - até a montagem da escola na Avenida. são muitas as etapas sob a responsabilidade da dupla. A começar pela criação artística. Se um é mais pela forma. caso de Renato. o outro se liga no discurso, na estrutura. caminhos por onde Marcia transita com desenvoltura. Mas tudo se funde ao final. tal qual a família Lage.

E a parceria que move o trabalho da dupla inspira outras associações fundamentais na produção do espetáculo. Ao longo das duas décadas de atuação na maior festa do País, os carnavalescos montaram uma equipe de ponta, afinada com seus objetivos artísticos e plásticos. Uns chegaram de outras escolas, acompanhando a dupla. Outros foram forjados através do convívio no barracão de alegorias.

"Um completa o outro. Temos um feeling bacana. um olhar estético que é muito afinado. Sou mais inquieta. procuro ver coisas. designer, livros. Ele é a forma. pensa pela imagem. E vamos chegando a um acordo. tecendo uma teia para se tornar convincente. ~ uma usina de criação onde cada um tem seu papel". observa Marcia. sob o olhar aprovador de Renato, que

"Formar uma boa equipe é fundamental. ~ uma questão de gestão do seu Carnaval. Um profissional que você lapidou reduz o desgaste. o tempo, o custo", destaca Marcia. ~ o caso da confecção dos protótipos. há tempos entregue a um profissional que conhece a estética e o veio artístico do casal de trás para frente. Já em relação às alegorias, a execução é realizada através do sistema


de empreitadas, incluindo a parte de ferragem e carpintaria, todas sob a liderança e com a participação de mão de obra conhecida e aprovada. "O projeto é todo definido por nós e entregue em escala. Converso com cada uma das equipes, digo o que será usado. Cada empreiteiro gerencia seus funcionários. Acompanho a execução de perto, cobro. Mas não fico 24 horas no barracão. Essa época já passou. Vim para o Carnaval como cenógrafo Tenho noção real do que é possível fazer", afirma Renato. Anos de experiência, muitas vitórias e parcerias certeiras não fazem,

porém, de Renato Lage um carnavalesco tranquilo. Ao contrário, a inquietude pela perfeição segue com ele. "Fazer Carnaval já é uma coisa natural. Mas minha autocrítica é muito grande, sempre me cobrei. Dentro do barracão procuro atingir a melhor qualidade, mas nunca se fica satisfeito. Sempre pode melhorar", reconhece, apontando o profissionalismo como um caminho sem volta para o Carnaval. incluindo a área orçamentária. "Hoje, os desfiles de escolas de samba envolvem muito dinheiro. Então, as escolas têm que ser geridas como empresas".



um ano especial para Xande de Pilares. Depois de participar cinco vezes de finais de samba-enredo no Salgueiro, o líder do Grupo Revelação foi o vencedor, junto com os parceiros Dudu Botelho, Miudinho, Betinho de Pilares, Rodrigo Raposo e Jassa. "O verso 'meu samba vai tocar seu coração' pegou na veia e foi o nosso diferencial. A letra é poética e a melodia é gostosa. Tenho certeza de que vamos fazer um grande desfile", disse o cantor e compositor. Seu parceiro Dudu Botelho, vencedor por quatro vezes na Vermelho e Branco, destacou ainda outro aspecto do samba. "O salgueirense adora desfilar com um refrão afro e isso foi um dos fatores que diferenciou nossa composição na disputa", acredita. O sucesso de 'Gaia - a vida em nossas mãos' foi a lém das frontei ras salgueirenses: o samba-enredo foi aclamado por jornalistas e pela crítica especializada como o melhor do carnaval 2014. Que venha o desfile!

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Quarteto no carro de som Considerado um dos nomes mais importantes nomes do samba e do pagode nos dias de hoje, Xande de Pilares desfilará no carro de som da Academia, a convite da presidente Regina Celi. Ele desfilará ao lado de Quinho, Serginho do Porto e Leonardo Lessa, que formam o trio de intérpretes da agremiação há quatro anos.


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rabalhar o chão, movimentos coreográficos fortes e ousados, apresentando inovações sem, no entanto, perder a essência de uma comissão de frente. Assim pode ser resumido o estilo do coreógrafo Hélio Bejani, no comando da comissão de frente da Acadêmicos do Salgueiro desde 2008. Ex-primeiro bailarino do Theatro Municipal e vencedor do Estandarte de Ouro (tradicional prêmio do jornal O Globo) de 2013 em sua categoria, Bejani utiliza, a cada ano, um estilo de dança diferente que, combinado ao samba, pauta a coreografia dos componentes.


" Este ano vamos nossos movimentos são baseados em Alvin Ailey, coreógrafo afroamericano que criou um estilo próprio, que pode ser descrito como uma espécie de afro bem refinado", antecipa Hélio, que já usou sapateado (no enredo 'O Rio no cinema') e a dança marcante de Michael Jackson em suas criações, Quinze componentes, entre dançar i nos profissionais e dois amadores, compõem o grupo que representará os 'Guardiões da Natureza',


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A

tríade formada por Alda Anderson Alves, Jô Calça Larga (Jomar Casemiro) e Siro CSiromar de Carvalho) é responsável pela Harmonia e Evolução da Acadêmicos do Salgueiro e,junto com sua equipe e a Direção de Carnaval, tem conduzido a agremiação aos excelentes resultados dos últimos carnavais. O trabalho envolve uma intensa preparação do canto dos componentes, incontáveis ensaios técnicos e o estímulo a um desfile com o máximo de espontaneidade. "Queremos que nossos componentes brinquem na Avenida, com empolgação, vibração, aproveitando o ótimo samba-enredo que temos para ganhar o coração da Sapucaí", afirma Jô.


aixas se avolumam na pequena sala e o quadro de avisos, já sem espaços, anuncia que a hora de colocar a produção na rua se aproxima. E a mesa, em tempos de reta final de trabalho, ganha ares de central de comunicação com notebook, smartphone, rádio e walk talk.lsso em falar no entra e sai. Nada, porém. tira a concentração do técnico de eletrônica Luiz Eduardo Lima Azevedo de seu objetivo: levar o carnaval do G.R.ES Acadêmicos do Salgueiro até a linha de início de desfile da MarquêS de Sapucaí pelo terceiro ano seguido.

C

Aos 35 anos, Dudu Azevedo, como é chamado, tem consciência da responsabilidade exigida de um Diretor de Carnaval. "Reconheço a importância de meu trabalho, mas não estou só. A direção de carnaval de uma escola de samba funciona com equipe. E eu formei a minha", diz Dudu, que compartilha a função com Renato Augusto. Ao assumir o cargo ele trouxe 20 colaboradores de sua confiança, como o diretor do barracão de alegorias, Alexandre Couto, e o coordenador do atelier de fantasias, José Leandro Pinheiro. A eles uniram-se os diretores de composiçôes e de Harmonia. 'Todos fazem parte de um mesmo time. Essa é a base da produção do carnaval e cada um tem a sua tarefa", ressalta. A preocupação com formação e manutenção

da equipe se justifica diante do trabalho que envolve a preparação e o próprio desfile. "Faço a produção e dou infraestrutura para a execução das ideias dos carnavalescos. São oito máquinas, 3.700 componentes. E o Carnaval é o único espetáculo da Terra que você não tem a segunda chance. Você tem


80 minutos pra fazer tudo o que planejou. Para isso tudo acontecer eu precIso ter a parceria de todo o time e saber gerir o processo", reconhece o diretor, que não abre mão da liderança. "No Carnaval não pode haver divisão ou impasses". Na reta final do trabalho, que chega a concentrar até 250 pessoas em ação, Dudu Azevedo dorme no barracão de alegorias. "t entrega total", admite. A ansiedade cresce, é verdade. Mas o diretor conta com mais um fator a favor de sua gestão: o planejamento. Tão logo acaba um Carnaval. ele conversa sobre o desfile, assiste vídeos com as apresentações, analisa as justificativas das notas dos jurados. "Após isso, começo a pensar no próximo desfile. Nesse período, a escola já definiu o enredo e em maio a nossa Fábrica de Alegorias volta a funcionar. Um calendário e um projeto se formam Carnaval tem que ter planejamento e profissionalismo", defende o diretor, que ao final de cada desfile emite relatório de trabalho à Presidência da escola. Os cuidados na preparação de um desfile são muitos. Mas não eliminam dois desafios que rondam o espetáculo: a retirada dos carros alegóricos do barracão pelas ruas da cidade até a Passarela do Samba e a entrada das alegorias na

pista. "Coração de diretor de carnaval é testado uma vez por ano, no momento da entrada dos carros", brinca. Para Dudu Azevedo, que traz no currículo a experiência de dez anos na direçãogeral de Harmonia da Grande Rio e o DNA da folia seu pai, José Luiz Azevedo, foi Diretor de Carnaval da Riotur -, nessa hora "vale o trabalho feito ao longo do ano e todas as orações".



A

s raízes da Academia do Samba estão representadas à altura no desfile do Salgueiro. Os baluartes da Velha Guarda, tendo à frente a veterana Caboclinha, desfilarão abrindo o segundo setor da escola, com a fantasia 'Fundamentos da terra'. Seus integrantes representam os guardiães dos segredos da criação e preservação da vida. Já as mães baianas, que com seus passos e giros mantêm viva a memória do samba, representam 'Viá Mi Ayê',termo ioruba que significa 'Minha Mãe Terra', com seu poder de acolher e , proteger seus filhos. Nada mais significativo para homenagear aqueles que guardam em seus passos, gestos e histórias a criação e a preservação dos filhos do samba e do Carnaval. Raízes que sulcam o solo e a rocha, acolhendo e sustentando os pés que riscam a Sapucaí com a indecifrável dança do samba que, na ginga dos passistas , perpetuam a existência do sambista da Academia.


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canto dos componentes da Acadêmicos do Salgueiro no Carnaval de 2014 será uma natural homenagem a Fernando Pamplona, falecido em setembro de 2013, aos 87 anos. Sem o pioneirismo do Mestre, cantar Gaia talvez não fosse possrvel. Afinal. foi Pamplona quem introduziu a cultura africana no protagonismo dos desfiles, com o enredo 'Quilombo dos Palmares' que, em 1960, levou a Academia ao seu primeiro trtulo, com o estreante artista. Nas décadas de 60 e 70 do século passado, o artista abriu caminho para uma geração de carnavalescos que escreveria - e desenharia - a história do Carnaval. De sua equipe sarram nomes como Renato Lage, atual carnavalesco da Vermelho e Branco. E ainda Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Maria Augusta e Arlindo Rodrigues, entre outros. A ele se atribui a introdução da figura do carnavalesco nas escolas, além de inovações estéticas que transformaram a estrutura e as concepções plásticas dos desfiles.

o que era mais apaixonante em Fernando era sua devoção ao Salgueiro, única agremiação na qual trabalhou. ·Sempre na mesma escola, sempre sem ganhar dinheiro algum. Fiz apenas no amor", deixou registrado em sua autobiografia 'O Encarnado e o Branco', lançado em janeiro do ano passado pela editora NovaTerra Toda academia tem muitos mestres, mas na Academia do Samba Fernando Pamplona foi o maior deles. Foi quem mostrou ao mundo, pela primeira vez, que a realeza independe da cor da pele. Foi com Pamplona que o Encarnado e o Branco tocou o coração das massas e começou a transformar-se nessa escola apaixonante que hoje arrebata a Marquês de Sapucaí. Obrigado, Mestre.mesmo fora do período précarnavalesco, a quadra seja uma opção de renda para a agremiação.


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descaso do ser humano para com o meio-ambiente tem provocado uma reação nos últimos anos. Hoje existe a preocupação em cuidar da Terra. proteger o meioambiente. preservar a natureza. Esta porção do Universo que habitamos. onde nascemos. crescemos. constituímos nossas famílias. vivemos e. claro. fazemos festas. precisa ser protegida. E é isso que o Salgueiro propõe com seu enredo "Gaia. a vida em nossas mãos". fazendo referência à forma como os gregos chamavam a Terra. Na folia não esquecemos estes compromissos. longe disso. Também estamos atentos à proteção ambiental. à preservação do meio-ambiente. à valorização da vida. Que a vermelho e branco da Tijuca consiga. com a força que só o Carnaval possui. transmitir esta mensagem a todo o planeta. Bom Carnaval a todos!


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rande momento do Rio de Janeiro e do Brasil. quando os olhos de todo o planeta estão voltados para a maior festa popular do mundo. o carnaval carioca recebe de braços abertos todas as manifestações populares. Do frevo ao rock. passando pelo pop. os blocos de rua e as escolas de samba abraçam todos os ritmos e povos. Mas é na Sapucaí que o samba abre alas para um festival de mágica e sonhos que viram realidade. Na Passarela do Samba. podemos ser qualquer pessoa em qualquer época. através dos enredos que nos transportam para perto ou longe. E são esses mesmos enredos que. muitas vezes. servem para nos ensinar e conscientizar sobre temas importantes do dia a dia. A Vermelho e Branco da Tijuca vai unir neste carnaval duas paixões deste prefeito sambista:o samba e o meio ambiente. Ao falar sobre o Planeta Terra e a responsabilidade que todos temos em protegê-lo. o enredo de Renato e Mareio Lage presta um serviço não apenas ao carnaval 2014 mas a todos que prezam por um mundo mais sustentável.


u acredito que este é o melhor carnaval que tive o prazer de levar para a Marquês de Sapucaí. Tudo o que vocês verão é um verdadeiro sonho, das fantasias aos carros alegóricos, do canto , forte da comunidade à garra de nossos passistas e à beleza de nossas baianas. Eu não medi esforços para que pisemos na Avenida com um carnaval à altura de nossa vontade de ser campeão. Quero pedir a cada membro desta apaixonante Família Salgueirense que dê tudo de si na Passarela. Que se sinta parte deste enredo tão lindo e seja porta-voz de uma mensagem essencial para a vida da humanidade. Peço ao salgueirense que, ao ouvir os fogos explodirem no início do desfile, se entreguem à emoção e lembrem de tudo o que fizemos para chegar até aqui. Temos muito do que nos orgulhar, pois somos uma escola que valoriza suas raízes e a força de cada componente, de cada ala, de cada segmento. Juntos somos imbatíveis e vamos mostrar ao mundo esta mensagem de amor e de preservação da vida. Convoco todos os salgueirenses que coloquem sua alma na ponta dos pés e cantem como jamais cantaram antes em suas vidas. Nosso samba vai tocar os corações.

Avitória, Salgueiro!Djalma.


ina Celi. Marcello Tijolo Carnavalesco: Renato Lage e Márcia Lage Autores: Xande de Pilares. Dudu Botelho. Miudinho, Betinho de Pilares, Rodrigo Raposo e Jassa Intérpretes: Quinho. Serginho do Porto e Leonardo Bessa

Salgueiro na sutileza dos teus versos Todo o encanto do universo E a divina criação mistérios da imensidão Gaia ... terra viva ... a riqueza Gira o mundo meu cenário Relicário de beleza Templo sagrado de Olorum Salve a grandeza de Oxalá Guardiões da natureza É a magia do Orixás

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Oxum lemanjá lansã Ox6ssi Caçador Ossain Ogum ca6 meu pai Xang6 Nas águas a felicidade ... vermelho e branco é axé Pra dar um banho de amor na humanidade Purificando o coração de quem tem fé Na chama da esperança O fogo pode transformar Clareia pra ver nascer um novo dia Bendito ar que se respira ... e o vento a soprar E no avanço dessa tecnologia Ecoa a voz da academia É uma questão de querer aprender a cuidar: E saber preservar

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