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património

A Lapa da Furada

ALapa da Furada é uma cavidade natural, formada durante o Jurássico Médio (180 -130 M.A.), que, do ponto de vista arqueológico está inserida numa região de reconhecida riqueza em vestígios neolíticos e calcolíticos, destacando-se nas suas imediações a Lapa do Bugio e a Lapa do Fumo.

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Foi identificada primeiramente por Rafael Monteiro, em 1957, pelo seu interesse arqueológico. Nesse mesmo ano foram efectuadas recolhas de fragmentos cerâmicos e osteológicos datáveis da Idade do Bronze. Entre 1992 e 1994 foram realizados metódicos trabalhos arqueológicos pela equipa de João Luís Cardoso, tendo sido reconhecido espólio referente ao Neolítico Final, de cariz dolménico, e à Idade do Bronze, nomeadamente ao Bronze Médio (II milénio a. C.). A estes trabalhos sucedeu-se a sua publicação, em 1995.

Aberto nos calcários da Serra da Arrábida e estável em termos estruturais, o acesso à Lapa da Furada faz-se através de um algar vertical de cerca de quatro metros de altura, que dá acesso a uma sala vestibular, da qual partem diversas galerias. Estas conduzem a outras salas de grandes dimensões. Do seu interior foram exumados vestígios osteológicos humanos que correspondem a um mínimo de 130 indivíduos, que terão vivido durante o Calcolítico Pleno (2700 a 2450 a. C. – cronologia absoluta), e que teriam sido exumados de uma outra necrópole, primária, durante o Bronze Pleno (1700 - 1300 a. C.). Este facto faz da Lapa da Furada uma das poucas necrópoles de inumação secundária documentadas na Estremadura portuguesa.

Fontes: Cardos, J.L.; Cunha, A.S. (1995). “A Lapa da Furada (Sesimbra)”. Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra. Inventário do Património Imóvel. Sector de Cultura, Divisão de Turismo e Cultura, Câmara Municipal de Sesimbra.

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