Folia! Suplemento Especial - 1911 - 2011 - 100 anos de carnaval de Bauru

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Suplemento Especial de Carnaval

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Fevereiro/Março 2011 Bauru/SP

Divulgação

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FOLIA

Histórico fevereiro de 2011 Domingo,**** 28 dedomingo, fevereiro 1dede2011 EDITORIAL

EDITORIAL

A Folia do Centenário

Enfim, está finalizada a primeira edição do Suplemento Folia e para inaugurar nosso editorial resolvemos contar algumas das aventuras vividas por cinco repórteres em busca das curiosidades, histórias, tradições e segredos do carnaval bauruense. Para cinco meninas estudantes do 4º termo de Jornalismo, a procura pela pauta ideal foi o primeiro desafio. Eram tantos temas, tantas histórias que poderiam ser contadas de forma incomum em nosso suplemento, mas deveríamos escolher apenas uma pauta e com foco específico. Nossa escolha tendeu para o Jornalismo Cultural, apreciado pelas cinco integrantes da equipe, e resolvemos contar a história do Carnaval bauruense, que em 2011 completa centenário. Delimitar as pautas para cada matéria, distribuí-las e sair para as ruas atrás de informações levou um certo tempo diante de nossa pouca experiência, mas deu certo. Saímos em busca das fontes e a cada conversa, cada entrevista descobríamos novas histórias, novos segredos e a pauta, antes focada no cultural tornou-se completa, complexa e ainda mais atraente. De repente nos vimos com mais pautas do que o planejado e uma vontade imensa de cobrir e desvendar toda aquela trama... Nova reunião de pauta para redistribuição das matérias e a angústia e decepção tipicamente jornalística de dizer: “Essa pauta cai”. Fomos para a rua com gravadores em punho, câmera nas mãos e bloquinho para anotações. Museus, secretarias, prefeitura, escritórios, ONGs, quadras de escolas, blocos...Enfrentamos o sol escaldante de Bauru e resistimos à chuva que caiu sobre a cidade, caminhamos por quilômetros, pegamos ônibus lotados, gastamos com moto-táxi e gasolina, levamos muitos nãos e alguns sins, sofremos os imprevistos da profissão, mas conseguimos as entrevistas, tiramos as fotos e vivemos pela primeira vez, de fato, a adrenalina do Jornalismo. Dedicamos 3 meses à produção das matérias e diagramação desse suplemento e chegamos a um resultado final diferente da proposta inicial, positivamente falando. Conhecemos histórias e pessoas incríveis.Nessas 14 páginas você poderá descobrir a história do centenário do carnaval bauruense, as condições do sambódromo, acompanhar a evolução dos blocos e escolas de samba da nossa cidade, se encantar com o carnaval social e ficar por dentro das tramas que envolvem a Lesec e a Aesbb. Não sabe bem do que se trata? Entre nessa Folia e descubra o verdadeiro Carnaval Sem Limites! Debora Pavan, Helena Sylvestre, Helena Ometto, Juliana Baptista e Lilian Figueiredo

Editor-chefe:

Mauro Souza Ventura MTB: 6235

Direção de diagramação: Luciano Guimarães

Reportagem:

Debora Pavan Helena Ometto Helena Sylvestre Lilian Figueiredo Juliana Baptista

Fale com o Folia: suplementofolia@jornal.com.br Comercial Bauru: (14) 3204-4958 Redação: (14) 3204-4957 Para anunciar: (14) 3204-4956 Para assinar: (14) 4582-3227

Agradecemos o Núcleo de Pesquisa e Documentação Histórica “Gabriel Ruiz Pelegrina” pelas fotos concedidas para as matérias históricas.


FOLIA

HISTÓRICO

Domingo, 28 de fevereiro de 2011 Pág. 3 PÁG 2 Histórico **** domingo, 1 de fevereiro de 2011

Uma história pra contar em 100 anos de folia Em 1911 nasceu o carnaval sem limites: corsos, blocos, bailes e escolas de samba marcaram a vida dos foliões bauruenses. Helena Ometto e Juliana Baptista

O folião vive o presente quando o presente é o carnaval. Esse lema é a história do Carnaval Bauruense. No Brasil, a folia pode ser dividida em antes e depois da Segunda Guerra Mundial, antes e depois dos carros conversíveis e antes e depois das marchinhas carnavalescas. E Bauru, o coração do Estado de São Paulo não poderia ficar para trás. E não ficou. A folia brasileira era uma festa do povo e para o povo, mas com o passar dos anos ele deixou de ser um participante ativo para se tornar um espectador. No carnaval de rua, principalmente no corso, todos participavam. Era possível ver famílias inteiras nos festejos e nos carros alegóricos iam cerca de 10 pessoas bem fantasiadas e cantando músicas carnavalescas. Os corsos terminaram quando os automóveis passaram a ser totalmente fechados, impedindo o rebaixamento do capô e o desfile dos foliões. Sem o corso, surgiram os blocos e cordões que conseguiram manter a tradição popular por um certo tempo, mas logo a festividade paralisou até surgirem as Escolas de Samba com um novo modelo de carnaval. Foi o fim da individualidade do folião para o nascimento de um novo estilo dependente de investimentos, preparação antecipada e a população como espectadora.Bauru foi uma referência no carnaval do interior por ter a participação de todas as idades e pela evolução da festa transparecer o progresso da cidade.

O Primeiro Carnaval – 1911 O primeiro Carnaval bauruense aconteceu em 1911 e o jornal da época “A Cidade de Bauru” registrou “Foi uma manifestação vibrante característica do grande progresso pelo qual vai passando essa futurosa cidade. A afluência do povo nas ruas foi extraordinária“. A população reagiu às empresas de Força e Luz e serviços de água e esgoto que tiveram dificuldade para abastecer a demanda. A folia de 1911 mostrou a importância da cidade para o interior do Estado, assim como sua independência. Atraiu para o município a população das cidades vizinhas como São Manuel, Pederneiras, Agudos e Botucatu. Essas são as marcas da primeira folia realizada em Bauru e desde 1911 o carnaval sem limites cresceu, chegando ao auge da folia nas décadas de 30 e 40.

Os proprietários levavam de 5 a 10 foliões em seus carros. Os automóveis eram estilizados como se fossem verdadeiros carros alegóricos e os passageiros vestiam fantasias de acordo com o tema. Esse carnaval durou até os anos 50, quando os carros deixaram de ser conversíveis impedindo a remoção do capô para realizar o Corso. Desde então, para suprir a necessidade de desfile pelas ruas com a participação do povo, os foliões organizaram os blocos e cordões que conviviam com o carnaval dos clubes.

O Corso em 1936

Blocos, Cordões e Bailes Os Blocos Carnavalescos foram criados pelos próprios componentes sem interferência da prefeitura ou de financiadores. O primeiro bloco de Bauru foi o Bloco do Caré, um dos maioOs primeiros carnavais bauruenses res foliões da cidade. Existiram Corso também o tradicional 7 de setem O começo foi marcado pe- bro, formado só por negros, Não los corsos, desfiles de carros pelas Chora Mais, da elite bauruense, principais ruas da cidade: Batista, Flor de maio, Bloco do Meio Dia. Antonio Alves, 1 de Agosto e Age- Em 1932, o BTC realizou um bainor Meira, depois centralizado na le diferente, que ficou marcado na Rodrigues Alves. história de Momo.

Foi o Banho à Fantasia, realizado na piscina do clube e fez sucesso entre os jovens. Nos bailes à fantasia os confetes eram essenciais. Nas propagandas já se anunciava em qual das noites haveria batalha de confete, de serpentina, de lança-perfume e até mesmo de flores. O memorialista Luciano Dias Pires afirma “Os clubes tinham uma disputa na verdade: a dos carros alegóricos. Quem fizesse um carro mais produzido, mais rico, com luzes era o campeão. Era um desfile super popular, podiam ir os sócios e também tinha a venda de ingressos a preços baixos. Com o grande sucesso dos bailes o Noroeste passou a ser chamado de “panela de pressão” de tanta gente que entrava no salão do clube o baile e assim também deixou de ser família” Tempos depois surgiram as escolas de samba que também desfilavam inicialmente na Rodrigues Alves e conviviam com os blocos. A participação do folião não era mais espontânea.

Foto de Giaxa. Em 1935 um grupo de amigas festejava o carnaval no baile do clube


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Domingo,**** 28 dedomingo, fevereiro1de HISTÓRICO Histórico de2011 fevereiro de 2011

FOLIA numa grande festa mais uma vez, agora como uma forma de distração para o povo. Nos anos seguintes o Brasil entrou no conflito. O clima para as festividades não era bom e o carnaval foi interrompido. Logo mais a folia retornou modificada. Os corsos deixaram de existir e os sucessos musicais das marchinhas diminuíram. A importância dos blocos também já não era mais a mesma e os sambas enredo passaram ganham a preferência. Os bailes nos clubes faziam mais sucesso do que nunca.

do a população a participar do carnaval. O evento permitiu a participação dos jovens no carnaval. O desfile das Escolas de Samba

Entre 1950 e 1960 surgiram as primeiras escolas de samba. Eram duas apenas, a do Caré: Caré e suas pastoras e de Pedro de Campos: Vai Vai da Bela Vista. Um novo modelo de carnaval engatinhava. A fundação da Mocidade Independente de Vila Falcão, em janeiro de 1976 foi um marco do Em 1936 o maior carnaval de Bauru que seguiu pela Av. Rodrigues Alves com 20 mil pessoas carnaval e o modelo ganhou res peito seguindo os exemplos da O auge em 1936 e 1937 carnaval atingiu uma suntuosiescolas de samba das capitais. dade. Em 1937, Estado Novo e Carnaval Jovem Luciano Pires relembra “Primei Na década de 30 o car- a 4ª Constituição Federal foram Ainda havia um impas- ramente as escolas desfilavam naval de Bauru empolgou toda a implantados e Bauru se superou . se a ser solucionado no Carna- somente em volta da Praça, mas região e até as cidades distantes. val bauruense: para as crianças depois o trajeto cresceu e elas pasEm 1935 a agitação ganhou mais os clubes promoviam os baili- saram para a Batista, 1º de Agosforça e em 1936 e 1937 chegou nhos nas tardes de carnaval, mas to. Depois da Gustavo Maciel até ao auge. A cidade de Bauru fios jovens de pouca idade não ti- a Virgilio Malta em mão dupla. cou famosa em todo o Estado nham a oportunidade por causa Os foliões atiravam muita serpenpor sua animação carnavalesca. A marchinha Mamãe Eu Quero, de Vicente Paiva e Jararaca, foi um dos sucessos do ano, cantada por todos os foliões. Já famoso no interior paulista o corso saiu pelas ruas e as pessoas nas calçadas atiravam serpentinas, confetes e coloriam tudo com o lança-perfume. Luciano relembra “O progresso de Bauru aconteceu exatamente nos anos 30, então o povo feliz brincou o melhor carnaval. Principalmente nos clubes. É interessante notar que havia um racismo declarado: havia Em1939, bauruenses aparecem fantasiados de Pierrô na época de juventude. clubes exclusivos para os negros e Partitura de dois bauruenses para o carnaval. outros exclusivos para os brancos.” “Olha o Gorducho”. Por Jehovah de Oliveira da censura dos bailes e dos horá- tina nos carros e existia um fun(Valzinho) e Carlos Armando. rios de desfile. Em 1975 o Lions cionário da prefeitura que tinha Em 1936 o prefeito de BauClube de Bauru – Sul promoveu a função de tirar essas serpentiru, Dr. João Bráulio Ferraz, orde- A folia segue o Carnaval Jovem, para os ado- nas para dar seqüência a festa”. nou a transferência do corso para a As escolas fiRodrigues Alves como se previsse Em 1939 a marchinha de lescentes de 12 a 17 anos na USP. A verba das matinês era zeram parceiras com a que Bauru viveria naquele ano o sucesso foi Jardineira e em 1940 maior carnaval de sua história. A teve a Segunda Guerra Mundial, destinada a projetos sociais, e em prefeitura e patrocinadores. A fama prefeitura fez a iluminação da ave- mas com o Brasil neutro no com- 1975 foram instituídos prêmios de Bauru é levada para todo o país nida com milhares de lâmpadas e o bate o carnaval se desenvolveu aos maiores foliões, entusiasman- como a terra do samba no interior.


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De corso a bloco, o passo é ser Escola de Samba

Museu de Documentação/USC

O carnaval bauruense entre os maiores do interior paulista

Lilian Figueiredo

Em Bauru há alguns exemplos de tradição carnavalesca que começaram nos blocos e que mais tarde cresceram e se transformaram em escolas. O primeiro exemplo que mora na lembrança de muitos bauruenses é a Mocidade da Vila Falcão que começou pelos passos de foliões, foi um bloco e se consagrou como escola de samba já com características mais definidas como alas e comissão de frente. “Participei do carnaval de Rua de Bauru por 25 anos - no período de 1975 à 2000. Sempre com a Escola de Samba Mocidade Independente de Vila Falcão”, conta Ricardo Carri-

jo, ex-presidente que fundou e participou do crescimento da Escola. Outro exemplo foi o “bloco Nega Maluca”. Contemporâneo à Mocidade, foi um bloco que já surgiu com ares de escola de samba. Sem demora tornou-se logo a “Acadêmicos do Cartola” e entrou na Avenida Rodrigues Alves com muito samba no pé e amor pelo carnaval. A “Jaraguá Atlético Clube”, que na década de 1970 era uma torcida organizada, se tornou o bloco carnavalesco “Azulão do Morro” em 1993. O ano de 1998 abre alas para a “Escola de Samba Azulão do Morro” com a vontade de crescer nas apresentações ainda maior. Divulgação

Os carnavais de Bauru e de São Paulo: destaques nacionais Divulgação

Em 1929 o Corso era o carnaval nas ruas de Bauru

“Gente grande”

O carnaval no interior cresceu espelhando-se no das grandes capitais como RJ e SP. Nesse contexto Bauru não ficou para trás. Na década de 1970 a Mocidade Independente da Vila Falcão e o Acadêmicos do Cartola já se comparavam aos Grêmios Recreativos e Escolas de Samba Culturais (GRESC’s). Estavam devidamente regulamentados: estatutos sociais registrados em cartório; sede administrativa; quadra para ensaios; diretoria constituída e até licença de funcionamento na polícia. Os desfiles de “gente grande” têm seu preço e seu trabalho. “O planejamento precisa ser feito logo após o Carnaval terminar - pois envolve eventos para arrecadação de recursos e preparação do enredo durante o ano inteiro”, fala Carrijo da experiência com a Mocidade que é o grupo considerado como primeira Escola de Samba de Bauru. Por algumas décadas, e principalmente nos “anos áureos”, a folia da cidade foi bancada através da promoção de eventos com o trabalho dos carnavalescos e também

com o subsídio público. Grandes empresas de influência na cidade também participavam desse patrocínio. “A Cocacola, por exemplo, era uma empresa muito influente nessa época na cidade e participava dessa festa premiando as Escolas”, conta o ex-presidente da Mocidade da Vila Falcão.

Disputas, prêmios e marcas Os desfiles que começaram nos automóveis da Rua Batista de Carvalho, passaram de carro alegórico pela Avenida Rodrigues Alves para receber o “Tamborim de Ouro”, prêmio do Primeiro campeonato promovido pela imprensa da cidade. Esse ritmo de disputa ajudou os desfiles a se organizarem cada vez mais. Com o tempo também surge o “Troféu Coca-cola”, em que o público ia para as urnas eleger a melhor escola. Pelo Vox Populi, a escola Acadêmicos do Cartola ganhou todos os troféus dessa premiação feita pela empresa.


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CIDADE

O orgulho do Sambódromo f

O Sambódromo de Bauru já foi uma vitrine do município e hoje enfrent Helena Ometto e Juliana Baptista

O sambódromo municipal de Bauru foi o segundo construído no Brasil, antes do Anhembi em São Paulo e depois da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. A construção aconteceu no governo de Izzo Filho no início dos anos 90 e a inauguração em 1992. A obra tinha o objetivo de abrigar o maior carnaval do interior do Estado, mas foi pouco utilizada e hoje está numa situação de abandono e precariedade. O local foi bem freqüentado no ano da imauguração, mas o tempo passou, o carnaval perdeu a importancia para a cidade e o sambódoromo acabou desprezado. Há o mito de ter uma localização afastada e por isso haver o descaso, mas o argumento é fraco para a localização do sambódromo próxima à Avenida Nações Unidas, uma das artérias mais importantes da cidade. A população cobra uma reforma da prefeitura, mas os gastos são muito altos para serem usados pelo público por apenas três dias a cada ano. Para abrigar os carnavalescos a reforma da parte hidráulica, elétrica e da segurança seria o básico. Outra reclamação é a falta de estacionamento para o púbico nos dias de evento. A secretaria de planejamento do município, a Seplan, defende que é necessário utilizar o sambódromo durante o ano todo para evitar esse abandono. São feitos leilões e autoescolas utilizam o espaço para provas de direção e treinamento, mas isso não é o suficiente.

Planta do Sambódromo de Bauru cedida pela secretaria de planejamento da prefeitura (Seplan). A exibição está com baixa qualidade de defin e ter uma visão panorâ

Adelmo Bertussi, assessor técnico da Seplan diz que o ideal é construir uma área de lazer ao redor do sambódromo, com elementos que chamam a população para aproveitar o espaço. “A instalação de um circo na região poderia ser eficiente até os projetos da prefeitura terem andamento”, diz. Mas

Adelmo analisa que “a população reclama e cobra da prefeitura o aproveitamento do espaço com mais atividades, mas ninguém considera que existe uma série de implicações que impedem ou dificultam a realização dos projetos”. Bertussi afirma ainda que a prefeitura já tem planos, mas por

falta de divulgação a população desconhece. “É normal demorar uma média de 10 anos até serem aprovadas todas as diretrizes dos projetos, fazer as desapropriações, calcular exatamente o planejamento, além de toda a burocracia envolvi da”, desabafa. Deveria ter havido um planejamento melhor já na


CIDADE

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foi transformado em descaso

ta o descaso da população. A prefeitura tem planos para revitalizá-lo. Débora Pavan

nição por ser proveniente de arquivo autocad adaptado para impressão no jornal. Nessa planta é possível identificar os setores do sambódromo âmica de sua dimensão.

época da construção. “Agora que a festa do carnaval já não tem tanta importância para a cidade, resta-nos esse elefante branco”, diz Bertussi. “É necessário considerar que a construção do sambódromo na gestão de Izzo Filho foi majoritariamente uma manobra política

para mostrar à população o trabalho exercido pelo governo. Essa gestão foi marcada pela construção de obras faraônicas, mas muitas vezes sem funcionalidade, com o único objetivo de impressionar a população”, conclui Bertussi. O sambódromo, que era o orgulho da cidade e uma vi-

trine de Bauru para todo o estado de São Paulo se tornou um problema, um lugar abandonado que deixa a sensação de inutilidade para o povo bauruense. Mas Adelmo Bertussi adiantou que a prefeitura tem um projeto em andamento desde janeiro de 2005 para revitalizar a região.


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FOLIA

LESESC X AESBB

Carnaval de Bauru respira com novo ânimo e cria novas entidades para se organizar Imagem Ilustrativa

Liga das Escolas de Samba: destaque também na hora da verba

Hoje, com o carnaval ressurgindo na cidade, já se ouve falar na criação de outra entidade que represente os grupos. A Associação das Escolas de Samba e Blocos de Bauru (AESBB) é organizada desde 2008. A iniciativa veio de biocos de bairros periféricos que continuaram seus desfiles junto a trabalhos sociais. Esses grupos juntos conseguiram organizar pequenos desfiles na Avenida Nações Unidas nos últimos anos com a mesma dificuldade financeira. A reivindicação é de que os pequenos blocos não têm espaço na Lesec. “Uma instituição dessa não tem mais credibilidade na cidade. Eles representam mais que Escolas de Samba, representam pessoas. Tempos atrás eles exploravam o sambódromo em função de alguns e a Prefeitura acabou com isso. Desse jeito não dá. Isso tem que acabar”, afirma Vanderlei de Oliveira que ajudou a fundar a AESBB, com relação ao dinheiro que era cobrado por eventos no sambódromo.

Lilian Figueiredo

Nos anos 1990, surge a Liga das Escolas de Samba e Entidades Carnavalescas de Bauru (Lesec). A princípio com intuito de representar as escolas e auxiliar na organização dos desfiles e na distribuição da verba que vinha da Secretaria de Cultura. “Tinha mais objetivo em brigar por verba do que se responsabilizar pelo desfile”, fala Carrijo como carnavalesco sobre o “carnaval” que acontecia na prática. No final da década a gestão pública passa por problemas políticos como a cassação do prefeito da época, o que estreita ainda mais as relações para conseguir apoio público. Sem dinheiro, em 2002 os passistas que ainda restavam saem e fecham as portas do sambódromo por tempo indeterminado. A grande discussão em torno do carnaval de Bauru eram os problemas estruturais. Durante os anos de brilho – e antes da existência da Lesec - as Escolas de Samba recebiam subsidio da Secretaria para ajudar nas despesas, mas mesmo assim os foliões ao longo do ano promoviam seus próprios eventos para arrecadar recursos. Porém, os próprios carnavalescos da época dizem que “as escolas não tinham a capacidade instalada de se auto-gerir” afirma Ricardo referindo-se a dependência do dinheiro público. Em 2005, uma das tentativas da Liga foi tentar o subsídio público através da Lei Rouanet (ver no quadro) colocando a situação do Carnaval como apoio à cultura do município. Para isso, era neces

Novo ânimo e nova organização

sário um mínimo de escolas e grupos para desfilar. Já às vésperas do Carnaval, faltou tempo para essa preparação, pois o subsídio seria apenas uma parte do dinheiro necessário para as escolas. Nos próximos anos a tentativa se repetiu, mas sempre sem o tempo necessário, sem o mínimo, sem desfiles. A Liga, como ficou mais conhecida, existe até hoje mesmo depois de quase 10 anos sem desfiles. É composta por carnavalescos das próprias escolas que, durante esses anos, tentaram reacender o carnaval. O grande impasse continuou sendo a questão financeira das escolas.

Lei Rouanet Concebida em 1991 para incentivar investimentos culturais, a Lei de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91), ou Lei Rouanet, como também é conhecida, poder ser usada por empresas e pessoas físicas que desejam financiar projetos culturais. A lei permite que sejam viabilizados benefícios fiscais para investidores que apóiam projetos culturais sob forma de doação ou patrocínio. Empresas e pessoas físicas podem utilizar a isenção em até 100% do valor no Imposto de Renda e investir em projetos culturais. Além da isenção fiscal, elas investem também em sua imagem institucional e em sua marca. (Fonte: site do Ministério da Cultura)


SOCIAL

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A batida das latas alegra o carnaval

Projeto social da periferia monta bloco que renova o carnaval

Lilian Figueiredo

Lilian Figueiredo

Uma vez por semana, na escola “Ada Cariani Avalone”, do Núcleo Mary Dota; em Bauru, a ONG Periferia Legal faz o barulho se tornar música para o sonho de crianças e jovens que aprendem percussão com os instrumentos improvisados de latas de tinta e cabos de vassoura. A organização recebeu um convite da Secretaria da Cultura em 2008 para desfilar com a percussão do projeto “Batelata” 20 dias antes do desfile de carnaval. Aceitaram a oportunidade e venceram a corrida contra o tempo e a falta de recursos. O talento dos meninos e meninas foi pela primeira vez para a Avenida Nações Unidas e mostrou que o carnaval de Bauru sobrevive nos bairros. O bloco chamou “Em cima da hora” e levou tudo que podia de percussão, alegria e realização do trabalho em comuLilian Figueiredo

Vanderlei de Oliveira e Osmi dos Santos, dois dos fundadores da ONG Periferia Legal

nidade. O tema escolhido foi uma homenagem às grandes Escolas de Samba que construíram o carnaval de Bauru. Foram 92 pessoas, 6 alas e 1 carro alegórico improvisado. “A proposta da ONG é fazer com que o carnaval aconteça, com dinheiro ou sem dinheiro. Nosso objetivo são as pessoas. Nós reiniciamos o carnaval em Bauru”, diz Vanderlei, um dos fundadores da ONG e que participa com orgulho desse momento. A Secretaria de Cultura continuou os desfiles e promoveu um concurso. Os sorrisos da Periferia Le-

gal subiram no pódio em 2° lugar. O troféu e o prêmio em dinheiro foram estímulo para continuar ensaiando e se programar ainda melhor para o carnaval de 2009. No segundo ano de desfile o “Em cima da hora” tornou-se “Bloco da Periferia Legal” e envolveu pessoas e jovens de outros bairros por onde os projetos passavam. Dessa vez foram 98 pessoas que conseguiram o 4° lugar entre 8 escolas no concurso da Secretaria. Durante os 3 anos de desfile os organizadores desenvolveram as ideias do carnaval e o formato

do bloco através da motivação dos jovens em uma “cadeia produtiva”. “Enquanto alguns costuram, outros fazem instrumentos, outros pensam na batidas das músicas” conta Vanderlei reconhecendo o esforço de todos os parceiros. Para o sonho de se tornar uma Escola de Samba, os recursos que a Secretaria oferece hoje somente às Escolas (e não aos blocos) seriam muito bem-vindos. Mesmo assim, os coordenadores da ONG frizam que, mesmo no carnaval, a meta é desenvolver a “Educação; Cultura; Esporte e Lazer”.

ONG Periferia Legal: a comunidade busca o melhor A Organização NãoGovernamental Periferia Legal nasceu da iniciativa do inspetor Vanderlei Antonio de Oliveira, 51 anos, junto aos universitários que participam do Projeto Escola da Família na região do Bairro Mary Dota. Surgiu em 2004 da percepção de uma necessidade de trazer os jovens da região periférica de Bauru que se envolvem em drogas e no crime, para atividades variadas e momentos de lazer nos finais de semana. “É uma região de quase 40 mil habitantes e sem uma ocupação para o tempo desses jovens

numa comunidade onde você não tem nada, se tiver o esporte é possível direcionar muitos olhos para outro caminho”, conta Vanderlei que, além da ONG, trabalha como inspetor de alunos num colégio central de Bauru. Hoje, a ONG tem como sede a Escola “Ada Cariani Avalone” no Núcleo Mary onde são atendidas cerca de 200 crianças ocupadas com atividades como escolinha de futsal; basquete, vôlei e a escolinha de percussão Bate-Lata. Quem dirige as turmas são voluntários e universitários do Projeto Escola da Família.

A ONG Periferia Legal é um trabalho paralelo a Escola da Família. O beneficio é mútuo para ambas, pois reúne a mão de obra necessária para a realização de oficinas variadas e um espaço para a estruturação dessa organização não-governamental. É importante frisar que a ONG busca um espaço próprio com os recursos necessários para caminhar independente. “Nossa missão é levar ações sociais, educativas e culturwais para as comunidades que estão em exclusão social e promover o desenvolvimento local”, encerra o fundador da ONG que já dura 6 anos.


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FOLIA

Carnaval social é foco da Azulão do Morro Além dos desfiles a Escola de Samba do Jaraguá também se destaca pelos projetos sociais na comunidade Foto: Helena Sylvestre

Helena Sylvestre

Quando deu os primeiros sinais de vida, a Azulão do Morro já estava destinada a ser motivo de orgulho. Fundada no ano de 1993 no Jaraguá, bairro de Bauru, a escola de samba Azulão do Morro era apenas um bloco de carnaval. E assim permaneceu até 1998, quando se tornou oficialmente escola de samba. Aparecida Brito Caleda, mais conhecida como Cidinha, foi a grande figura responsável pelo nascimento da Azulão do Morro. A senhora de 50 anos, que esbanja orgulho ao falar sobre a Azulão, montou junto com a família a tão popular escola de samba do Jaraguá, e até hoje permanece na presidência. Durante toda a trajetória da Azulão do Morro ao longo dos anos, Cidinha, os filhos e netos conseguiram com muito esforço e dedicação, manter a Escola sempre na ativa, mesmo quando o carnaval bauruense entrou em decadência no início da década. O último desfile da Escola de Samba foi no ano de 2001, e só voltou às ruas no ano de 2006. Porém, nesse meio tempo a Azulão continuou na ativa, desfilando apenas para a comunidade do Jaraguá. “Ano passado a gente desfilou para um público de mais de 10 mil pessoas. Fizemos uma festinha e comemoramos mais um ano de Escola só aqui no bairro mesmo”, declara Aparecida, satisfeita. Além de realizar os tradicionais desfiles no carnaval de Bauru, a Azulão do Morro sempre foi conhecida por seus projetos sociais. “Para nós é muito gratificante fazer projetos sociais que

Cidinha com o troféu do prêmio recebido pelo projeto “Sementes do Azulão” em 2008

consigam ensinar algo para a comunidade”, diz Cidinha. Em 2008 a Escola foi premiada por desenvolver o “Sementes do Azulão”. Um projeto que tinha como proposta dar aula para crianças de 7 a 14 anos de mestre-sala, porta-bandeira, capoeira e street dance. “Apesar disso, várias moças e senhoras também demonstravam interesse em participar de algumas aulas” enfatiza a criadora do projeto. A Secretaria da Cultura de Bauru criou uma lei de estímulo à cultura em 2003. A lei tem o intuito de conceder verba a projetos relacionados a cultura montados com base no valor de até 20 mil reais. Com a ajuda do dinheiro, este ano a presidente do Azulão pretende retomar o projeto que ficou estagnado ano passado. A única exigência que ela faz, é que

todas as crianças estejam devidamente matriculadas nas escolas. Cidinha é a responsável por dar aulas de mestre-sala e porta-ban deira, enquanto o filho dela ensina a “batucar”. As aulas serão de sábado e domingo. A intenção inicial era dar aulas de capoeira e street dance também, mas o número mínimo de 10 crianças por aula não foi alcançado. Este ano, Cidinha diz que haverá uma inovação no projeto. “Em 2010 nós colocaremos minha nora para dar aulas de teatro. Também colocaremos algum ritmista para ensinar e tem outro professor de capoeira que se propõe a tentar formar uma nova turma”. Até o último ano do projeto “Sementes do Azulão”, as aulas eram improvisadas. Eram dadas na calçada em frente à casa de Cidinha, ou mesmo nos fundos da

casa, pois não existia nenhum espaço próprio para esse fim. Apesar disso, a fundadora da Azulão do Morro foi sempre persistente em seus ideias, e ainda luta para dar continuidade ao projeto mesmo com as diversas dificuldades. Além da satisfação em poder ensinar aos outros uma atividade que gosta muito, um dos orgulhos de Cidinha é o fato de o projeto ajudar a evitar que as crianças do bairro envolvam-se com as drogas. “Infelizmente a gente vê muitos deles que acabam abandonando as aulas por se envolverem com a maconha ou o crack. Mas muitos deles também acabam tomando consciência daquilo que é certo quando começam a freqüentar as atividades propostas”. Quando perguntada sobre as expectativas em relação à Azulão do Morro para o próximo ano, Cidinha diz não serem as melhores. A mulher que fundou a escola de samba junto com a família demonstra cansaço e desânimo. “A gente se esforça, faz o que pode e o que não pode, mas mesmo assim as dificuldades são grandes. A falta de verba acaba atrapalhando muito, e a animação do pessoal da Escola já não é mais a mesma”. Entretanto, Cidinha diz que independentemente do rumo que a Azulão do Morro tomar, a Escola continuará desfilando para a comunidade do Jaraguá, e principalmente desenvolvendo os projetos sociais. Divulgação Globeleza

Cidinha desfilando no carnaval de Bauru


FOLIA

GERAL

O CARNAVAL BLOCO OURO VERDE 100% ARTE divulgação divulgação

BLOCO UNIDOS DO SAMBA

Debora Pavan

DOS BLOCOS BLOCO ACADÊMICOS DE TIBIRIÇÁ

O Bloco Acadêmicos de Tibiriçá “Guerreiros do Samba” foi fundado em 2008 por três pessoas apaixonadas por samba: Junior Ellero (atual presidente e carnavalesco), Keite Barbosa (atual vice-presidente) e Ivair Morais (atual tesoureiro). Em 2009, o grupo ganhou o carnaval com o enredo “Hoje é Festa na Floresta”. Atualmente o bloco conta com 150 integrantes e tem como cores oficiais o azul e o rosa.

ONG PERIFERIA LEGAL - GRÊMIO BEIJA-FLOR

No começo, o bloco de carnaval Ong Periferia Legal - Grêmio Beija Flor era o projeto social Bate Lata, que ensinava percussão para crianças carentes. Em 2008, os meninos do projeto foram convidados para participar do carnaval e ganharam em 2º lugar. Atualmente, o grupo é coordenado por Vanderlei de Oliveira e César dos Santos e conta com aproximadamente 180 pessoas. Suas cores oficiais são azul e branco.

divulgação

O Bloco Unidos do Samba foi fundado em 2009 pela tradicional família Silva de Bauru, com o objetivo de exaltar o samba e a cultura carnavalesca da cidade. Em 2010, o Unidos do Samba fez um grande trabalho, o necessário para que fosse exaltado como o melhor desfile da categoria blocos de enredo. Atualmente, o bloco é presidido por Vitor Santos Silva e conta com aproximadamente 100 integrantes. Suas cores oficiais são vermelho, branco e verde e seu símbolo é o pavão. Para o ano que vem, o bloco pretende desfilar com o enredo “Porque hoje é Sábado”.

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Inicialmente, em 2002, o Bloco Ouro Verde 100% Arte era um projeto social que ensinava arte circense, percussão, dança e capoeira à comunidade. Em 2008, o grupo foi convidado para desfilar no carnaval devido à ótima qualidade de sua bateria em ritmo afro-brasileiro. O atual coordenador, Gilberto Cabral de Melo, é um ex-aluno do projeto. Atualmente, o bloco se mantém com o apoio dos comerciantes do bairro Ouro Verde e pretendem desfilar o ano que vem com o tema “Vamos salvar o planeta”. O bloco contém hoje cerca de 180 integrantes e suas cores oficiais são verde e amarela.

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O CARNAVAL DAS ESCOLAS Debora Pavan

ESCOLA DE SAMBA TRADIÇÃO

ESCOLA DE SAMBA CARTOLA

ESCOLA DE SAMBA MOCIDADE

Até março de 1976, a Escola de Samba Cartola era o bloco de carnaval Nega Maluca. Em 1977, a escola desfilou pela primeira vez no sambódromo e desde então,ela já ganhou 9 vezes o carnaval de Bauru. Fundada por vários amigos, atualmente, ela é presidida por Pachoal Storniolo e conta com mais de 2.000 integrantes. Suas cores oficiais são azul e branco.

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A Escola de Samba Tradição foi fundada no ano de 1988, na comunidade Bela Vista por Walmir Negrão e um grupo de amigos. Seu primeiro desfile aconteceu em 1989, ano em que o carnaval ainda era na Avenida Nações Unidas. Em 2001, a escola conquistou o título de vice-campeã. Atualmente, a escola é presidida por Luís Antônio Zangrande e conta com 224 integrantes. Suas cores oficiais são o verde e o branco.

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Até 1988, a atual escola de samba Azulão do Morro, do bairro Jaraguá, era apenas um bloco de carnaval. Como bloco, o grupo chegou a ganhar 4 títulos no Carnaval de Bauru. Após essa data, Aparecida Brito Caleda (a Cidinha do Azulão), fundou junto com sua família a escola que contêm, hoje, mais de 200 foliões e tem como cor oficial o azul.

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ESCOLA DE SAMBA AZULÃO DO MORRO

A escola de samba Mocidade foi fundada, em 1976 por Mato Laudinho. Atualmente ela é a escola que mais ganhou títulos até hoje. Coordenada por Jaime da Silva, a escola contêm aproximadamente 500 integrantes. Suas cores oficiais são o dourado e o prata.


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Alegorias da lembrança

O carnaval de Bauru completa o centenário e as fotos guardam os detalhes de cada época. Helena Ometto

Em 1929, o Bloco 21 com 16 componentes. Nessa ocaEm 1932, o Banho a Fantasia no Bausião participaram do corso fantasiados de marinhei- ros, acomodados em um barco construído sobre um ru Tênis Clube (BTC) aconteceu na antiga pisveículo da época, mais parecendo um carro alegórico. cina e fazia muito sucesso entre os jovens. A foto é de Manoel Junior

Em 1925, o Bloco 7 de setembro e Não Chora Mais marcaram época no Carnaval de Bauru.

Essa foto de Giaxa, de 1934, retrata o Bloco da Vassoura. Eram todos viajantes que estavam hospedados no Hotel Central naquela segunda-feira de carnaval.

Todas as fotos foram concedidas pelo Núcleo de Documentação Histórica “Gabriel Ruiz Pelegrina” da USC Bauru


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FOLIA

No carnaval de 1947, foliões formaram o “Bloco da Serpente” no BTC. Nessa foto de Giaxa está uma pequena parte do grupo.

Em 1972 no carnaval da Associação Luso Brasileira um grupo de foliões formado por 9 casais divirtiram-se ao som das marchinhas e dos sambas. (tem a identificação de todos).

1990 - Rainha do carnaval Bauruense: Silvana Cardoso da Silva foi eleita a rainha do carnaval de 1990. O concurso foi no dia 10 de fevereiro no Clube da Nações. Ela disputou o título com mais cinco candidatas e venceu, representando a Império da Vila Nova Esperança. Silvana tinha 20 anos participava da escola desde 1986. Em 1989 tinha ficado em 2º lugar no mesmo concurso.

No carnaval de 1958 o Rei Momo Pasqualão e Raul Marques Ferreira, que seria Rei Momo tempos depois

No mesmo concurso que escolheu a Rainha 1990, o folião João Francisco Alves, o Maguila, foi eleito Rei Momo. Disputou o título com mais 3 concorrentes, tinha 29 anos e pesava 130 quilos. Representava a Escola de Samba Pérola Negra. Foi a primeira vez que participou do concurso.


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