Revista Veja Rio 14/02/2018

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PARTE INTEGRANTE DE VEJA ANO 51 - NO 7 NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE

14 de fevereiro de 2018

O CARNAVAL DA MALANDRA No auge da carreira, Anitta se transforma na musa da folia ao brilhar no Rio, em Salvador e no interior do país

ÍNDICE ANO 51 | Nº 7

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SEÇÕES 8 #vejario no Instagram 10 Histórias Cariocas A Urca ganha novo ponto turístico 12 Beira-Mar 26 Carioca Nota 10 28 Vida Leve Marcas investem em glitter ecológico 30 Mundo Animal Filhotes entram na Guarda Municipal

RAPHAEL MESQUITA/DIVULGAÇÃO

50 Fernanda Torres

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ROTEIRO 4 Programe-se 32 Restaurantes Dicas de entradinhas imperdíveis 34 Bares O Balada Mix ganha carta de drinques 36 Comidinhas Novos sabores de milk-shake 38 Crianças A Branca de Neve inspira musical 39 Exposições Mostra revela o Rio de Rugendas

DIVULGAÇÃO

SELMY YASSUDA

40 Shows Bailes de Carnaval ocupam o Circo 43 Teatro As cinco melhores peças em cartaz 46 Filmes

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Perfil Depois do sucesso estrondoso do clipe Vai, Malandra, Anitta é a estrela do Carnaval do Rio e outros três estados

Diversão Com show no Maracanã, o cantor britânico Phil Collins inaugura a temporada de atrações internacionais na cidade

Negócios Fábricas fluminenses investem em suas instalações para produzir rótulos das chamadas cervejas ciganas

Moda Com o número de peças reduzido, o armário-cápsula é uma solução prática e econômica para se vestir bem

Capa: Eduardo Bravin (foto), Henrique Martins (beleza), Paty Bressiani (styling) Agradecimento: Odara Odessi Veja Rio 14 de fevereiro, 2018 3

PROGRAME-SE

Editado por Pedro Tinoco | p.tinoco@abril.com.br

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seg ter qua FAIXAS DE PREÇO POR PESSOA Refeição com couvert, um prato de custo médio, sobremesa, água mineral e serviço $ até R$ 90,00 $$ de R$ 91,00 a R$ 130,00 $$$ de R$ 131,00 a R$ 220,00 $$$$ acima de R$ 220,00 SERVIÇOS DE VENDA DE INGRESSOS IC Ingresso.com, ☎ 4003-2330.

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TF Tickets for Fun, ☎ 4003-6464

O SACRIFÍCIO DO CERVO SAGRADO Colin Farrell estrela o filme com tintas de tragédia grega, uma das estreias da semana.

Pág. 48

CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO Cc: A American Express | D Diners | M Mastercard | V Visa | Cd: M Maestro | R Rede Shop | V Visa Electron

4 Veja Rio 14 de fevereiro, 2018

REPRODUÇÃO

COTAÇÕES ➓ Péssimo Fraco Regular Bom Muito bom Excelente

NAM THAI O restaurante tailandês no Leblon oferece, a partir das 17h, um atraente cardápio de comes e bebes. Pág. 33

BAILE DO TRAPICHE Nina Wirtti é uma das atrações do baile a fantasia no Cais da Imperatriz, na região portuária.

Pág. 40

VOGUE SQUARE O complexo gastronômico na Barra abriga pela primeira vez um bailinho de Carnaval para a criançada.

Pág. 38

JOHANN MORITZ RUGENDAS/REPRODUÇÃO

LEO GANDELMAN E BIG GILSON Em shows separados, o saxofonista e o bluesman convidam ao Blue Note Rio aqueles que não gostam de samba.

Pág. 41

FREDDO Três sabores de milk-shake reforçam o cardápio nos endereços cariocas da rede argentina de sorveterias.

Pág. 36 ACERVO ABRIL/DIVULGAÇÃO

Os jornalistas de VEJA RIO fazem visitas anônimas a restaurantes, bares e endereços de comidinhas.

Todas as despesas são pagas pela revista

GABI LOPES/DIVULGAÇÃO

Pagamos as nossas contas

RUGENDAS, UM CRONISTA VIAJANTE Gravuras do alemão Johann Moritz Rugendas, retratos do Brasil no século XIX, estão em exposição na Caixa Cultural.

Pág. 39

MARCIO OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO

DELI 43 Na unidade do Leblon, a rede prepara para os foliões combos com seus famosos croquetes acompanhados de chope Praya. Pág. 36

TERREIRÃO DO SAMBA Estrela da programação no palco da Praça Onze, o glorioso grupo Fundo de Quintal se apresenta na Quarta de Cinzas, a partir das 14h. Pág. 40

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O TEMPO NÃO DÁ TEMPO Marina Vianna e Angel Vianna (na foto) estão no elenco do poético espetáculo em cartaz no Oi Futuro. Pág. 43

ELISA ADDOR Com repertório elegante, que inclui Paulinho da Viola, Noel Rosa e jovens bambas, a cantora cai no samba na Casa de Cultura Laura Alvim.

Pág. 40

qui sex sáb dom RENATO MANGOLIN/DIVULGAÇÃO

O RITMO DO ESPAÇO A exposição de esculturas de metal criadas pelo artista japonês Yutaka Toyota encerra temporada no Museu de Arte Moderna. Pág. 39

BONDINHO DO PÃO DE AÇÚCAR O cenário de cartão-postal recebe um baile de Carnaval com farta programação para as crianças. Pág. 38

LEO JAIME O cantor e compositor desfia sucessos dos anos 80 e homenageia artistas que o inspiraram em show no Blue Note Rio. Pág. 42

GIANNI TOYOTA/DIVULGAÇÃO

SILMARA CIUFFA/DIVULGAÇÃO

MONOBLOCO Desta vez no Aterro, o cordão gigante atrai a multidão com repertório pop e seus 180 ritmistas. Pág. 40

CLARISSA GUEDES/DIVULGAÇÃO

TITÃS A banda de Sérgio Britto e Branco Mello (na foto) desfia sucessos em show mais intimista no Teatro Bradesco. Pág. 42

BULLGUER No Botafogo Praia Shopping, a primeira filial carioca da rede paulista serve hambúrgueres robustos e um inventivo cachorro-quente. Pág. 36 BAILE DO ALMEIDINHA A gafieira contemporânea comandada pelo bandolinista Hamilton de Holanda volta ao Circo Voador. Pág. 41

DEIXA CLAREAR Clara Santhana (foto) estrela tributo à cantora Clara Nunes em musical que reestreia no Imperator. Pág. 45

FÁTIMA GUEDES Ao lado do violonista Jean Charnaux, a intérprete celebra a bossa nova em espaço dedicado ao gênero na Sala Baden Powell. Pág. 41

LUCAS TERRIBILI/DIVULGAÇÃO

DANIEL CASTRO/DIVULGAÇÃO

JOÃO LIMA/DIVULGAÇÃO

ANO NOVO CHINÊS Um espetáculo de dança típica leva a tradicional celebração da China até a Cidade das Artes.

Pág. 44

Fundada em 1950

VICTOR CIVITA

ROBERTO CIVITA

(1907-1990)

(1936-2013)

Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente),

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#VEJARIO NO INSTAGRAM

Do outro lado da Baía

FOTOS REPRODUÇÃO

As belas paisagens naturais de Niterói se destacaram entre os registros que participaram da missão da semana

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2o @rjabreu aproveitou o dia praticando rapel na Enseada do Bananal

@guilherme pestana clicou o pôr do sol do Parque da Cidade

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o A luz avermelhada do fim da tarde coloriu

a Praia de Itaipu na foto de @entrelentes

A imponente entrada do MAC foi retratada por @ciminelli

Próxima missão É Carnaval: as melhores fantasias dos foliões cariocas Inspire-se na frase acima, tire uma foto e compartilhe-a no Instagram com a marcação #vejario. Se o seu registro for escolhido, ele será publicado na próxima edição de VEJA RIO. Saiba mais em www.vejario.com.br/especial/missao-instagram.

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HISTÓRIAS CARIOCAS

Rafael Sento Sé | historiascariocas.rafael@gmail.com

COM VISTA PARA A MURETA Desde 1979 instalada em uma balsa diante do Bar Urca — e de sua famosa mureta à beira-mar —, a tradicional escola de mergulho e náutica Argonautas ganhou novas funções. Reformado, o lugar já serviu de locação para gravações, como as do programa Perto do Fogo, estrelado pelo chef Felipe Bronze no canal GNT, e abrigou eventos sociais para até 120 pessoas.

Nos festejos flutuantes, uma embarcação menor transporta os convidados e há bufê do chef João Benete, do Reis e Magos, restaurante de peixes e frutos do mar na Ilha Grande. Em terra firme, a Associação de Amigos e Moradores da Urca acompanha de perto a movimentação no point marítimo, respaldado, até o momento, por uma autorização para funcionamento de cantina no local.

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Dia desses, um ambulante adentrou o ônibus da linha 309 (Central-Alvorada). Depois de, solene, abordar os problemas de segurança da cidade, lembrou que a situação pode se complicar ainda mais no Carnaval e sacou da bolsa uma arma não letal no formato de lanterna. Ofereceu o produto por 60 reais, uma pechincha, segundo ele, em comparação com os 100 reais cobrados na Rocinha. Os passageiros ouviram as explicações atentamente, e dois deles foram às compras. Ao contrário das pistolas de choque, do tipo taser, de uso exclusivo das forças policiais, o modelo apregoado no 309 está fora da lista de produtos controlados pelo Exército. Pode, portanto, ser comercializado livremente — o que, a julgar pela lábia do vendedor, promete tornar este Carnaval, digamos, eletrizante.

JINJO02

MARCELA PIN/DIVULGAÇÃO

Raphael Kras é um empreendedor original: deu os primeiros passos, em 2006, vendendo hambúrgueres vegetarianos na praia com um discurso divertido sobre as conexões intergalácticas de sua receita.

Hoje em dez endereços fixos, a rede Hareburger não tira o pé da areia.

As ações de marketing da marca incluem um festival de música no Parque Garota de Ipanema, entre outras iniciativas para frequentadores da orla. Uma ideia simpática adotada desde o começo de fevereiro é o empréstimo de barracas e cadeiras de praia nos fins de semana.

Os acessórios podem ser retirados de graça nas duas lojas da Barra e em três da Zona Sul (Leblon, Ipanema e RioSul) mediante apresentação do documento de identidade.

STOCK

CARNAVAL ELÉTRICO

Sombra e hambúrguer

FOTOS FELIPE FITTIPALDI

dias...

...foi o tempo médio que proprietários de imóveis em Copacabana levaram para encontrar um locatário em 2017.

O resultado, na análise da administradora Apsa, é o melhor verificado no bairro desde 2014, quando o período de espera chegou a angustiantes 136 dias. Ainda é cedo para festejar, no entanto: a quantidade de apartamentos vazios em busca de um locatário na cidade segue em alta, com crescimento de 17% da taxa de vacância.

AUGUSTO MALTA/DIVULGAÇÃO

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PRIMEIRAS AMBULÂNCIAS

MEMÓRIA

Com o sucesso da campanha de erradicação da febre amarela empreendida pelo sanitarista Oswaldo Cruz (18721917), o Rio de Janeiro se credenciou para sediar a Exposição Internacional de Higiene, em 1909. Além de congressos científicos e premiação de inovações médicas e farmacêuticas, o evento teve programação de entretenimento, aberta ao público em geral. Novidade de então no serviço de assistência básica à saúde, a ambulância motorizada ganhou uma versão em miniatura, atração do Pavilhão do Distrito Federal. Ao lado da foto de um modelo original, o caminhãozinho daquela época está em exposição na mostra Os Múltiplos Olhares de Augusto Malta, em cartaz no Museu Histórico da Cidade, na Gávea.

BEIRA-MAR

Daniela Pessoa | daniela.pessoa@abril.com.br

FEL

CENSURA, NUNCA MAIS?

IP E FITIP

THIAGO PITREZ/DIVULGAÇÃO

AL DI

As regras são claras: não é permitido usar hashtags “com viés político ou expressões de baixo calão, como #VemPraRua ou #Cuzice”. Também não se devem publicar “fotos ou qualquer conteúdo de caráter exclusivamente pessoal durante o horário de trabalho”. Lançado pela prefeitura do Rio com uma linguagem bem informal, o Manual de Boas Práticas e Recomendações em Mídia Digital tem por objetivo, segundo o coordenador de conteúdo digital Guilherme Avzaradel, “comunicar ações da prefeitura de um jeito que as pessoas entendam e evitar manifestações políticas de funcionários públicos”. O documento criado pela equipe de Marcelo Crivella e compartilhado entre os servidores do município, no entanto, gerou discórdia até mesmo no alto escalão do secretariado. Em seu perfil no Facebook, o chefe da Casa Civil, Paulo Messina, pede que o documento seja revisado. “Primeiro, sem colocar limites ou tirar a liberdade individual de servidores nas suas pessoas físicas. Se há que padronizar comunicação, que seja somente nas instituições. E, por último, menos informalidade, senão acaba sendo #cuzice”, escreveu.

Invasão gaúcha Elas já estão com tudo pronto para o Carnaval 2018. Capitaneado por Amanda Vargas, Fernanda Roehrs e Maria Augusta Vargas, o Bloco das Gaúchas começou como uma brincadeira e acabou virando negócio. Doidas para conhecer de perto os famosos blocos cariocas, as amigas de Porto Alegre montaram uma excursão para o Rio, em 2015, com 64 mulheres. Neste ano, serão 470. Treze delas vão até participar 12 Veja Rio 14 de fevereiro, 2018

de uma banda com o nome do bloco e vêm animando noitadas Brasil afora. O cachê: 10 000 reais. Na próxima terça (13), a comitiva estreia por aqui com a festa LoveRS, promovida por André Barros, dono do Baile do Zeh Pretim. “A gente só não gosta de ser usada como chamariz de homem nos eventos. Nosso objetivo é animar a pista, não somos mulheresobjeto”, frisa Amanda.

Morando em Los Angeles desde 2014, Thaila Ayala não abre mão de curtir o Carnaval na Sapucaí.

Neste ano, será musa de uma cervejaria no Nosso Camarote.

“Você sabia que beleza, moda e cerveja são os itens mais ligados à minha imagem?”, diverte-se. Folia à parte, seu primeiro trabalho com o namorado e também ator, Renato Góes, pode sair em breve. “Há a possibilidade de fazermos o filme O Garoto, uma história de amor entre um escritor e um garoto de programa”, conta a atriz, que vai gravar ainda o longa Hotel Delire, uma série na Fox sobre crimes e, depois, emendará o papel de vilã na próxima novela de Aguinaldo Silva.

“Sou louca para que me xinguem na rua”, confessa Thaila, que equilibra a correria com técnicas inusitadas como a microfisioterapia, “uma terapia com toque de cura”, e a constelação familiar, método psicoterapêutico recente. Há pouco tempo, ela experimentou também a hipnose (para curar sua fobia de sapos).

“Não desmaiei mais ao ver uma perereca.”

Colaborou Gustavo Côrtes

“NÃO SOU DIFÍCIL” A fase não poderia ser melhor para Vera Fischer. Em meio a demissões em massa na Globo, a atriz teve seu contrato renovado até 2020, vai lançar programa no YouTube e, depois de quatro anos sem desfilar no Carnaval, está animada para voltar à avenida em 2018, com a Estácio de Sá. “O momento do país é péssimo para as artes, e no Rio isso é ainda mais grave. Retorno para apoiar uma das maiores manifestações culturais do planeta e para protestar contra o desleixo com que estão tratando a nossa cultura”, diz Vera. Ela falou a VEJA RIO sobre as novidades.

E os seus novos projetos, quais são? Estou na série nova da Globo, Assédio. Voltar a gravar tem feito muito bem para mim. Estou também na expectativa de uma novela. Já escutei passarinhos verdes cheios de boas-novas por aí. No teatro, recebi convite para um monólogo, mas estou digerindo esse desafio.

Por que você ganhou fama de difícil na Globo? Há muito folclore em cima disso tudo, sabe? Não sou difícil. Se já fui em algum momento, passou. Decoro texto direitinho, chego às gravações na hora certa, não reclamo de nada, cumpro meu trabalho e vou Por que ficou tanto tempo afastada da descansar. Seria melhor se as pessoas me folia? O tempo foi passando, a idade foi julgassem pelo agora. chegando e, nos últimos anos, eu já não achava tanta graça naquela euforia toda. E do YouTube, você gosta? Vou lançar um Mas agora estou com muitos projetos e me programa de entrevistas, o Vera Fitness, sosentido feliz como havia anos não me sen- bre saúde, beleza, felicidade, superação e exercício físico. Gravei o piloto com a Glória tia. Por que não comemorar?

Maria, falamos de ioga. A previsão é que vá Como será a sua participação no desfile da ao ar no segundo trimestre, vamos torcer.

Estácio? Vou sair no carro alegórico que fecha o cortejo, homenageando pessoas que marcaram a história da escola. Eu desfilei em 1991, não me lembrava que haviam se passado tantos anos (risos). Irei com um longo branco, chique e comportado, com decote ousado.

Está dando duro para voltar à avenida com tudo em cima? Olha, estou numa dieta feia. Não só para o Carnaval, mas quero continuar a me sentir bem e cada vez melhor.

Pratico hidroginástica na minha piscina e aula de alongamento; tenho personal e faço uma drenagem milagrosa. Não é para todas chegar aos 66 em cima do alegórico (risos).

PATRICIA LINO/DIVULGAÇAO

LUIZA FERRAZ/ DIVULGAÇÃO

SAMBA, TRABALHO E CERVEJA

Está aberta para um amor de Carnaval?

Estou me namorando. Descobrir-me foi uma das melhores coisas que aconteceram em minha vida. Durmo comigo em uma cama imensa e quando acordo o edredom ainda é só meu (gargalhadas). Essa coisa de estar aberta para o amor nunca funcionou comigo.

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Perfil

A MUSA DO CARNAVAL Com shows e desfiles de blocos em quatro estados, Anitta se consagra como estrela de primeira grandeza da música pop em meio à festa mais simbólica do país Daniela Pessoa a primeira vez que Anitta subiu em um trio elétrico, em Salvador, ela chorou. Naquele primeiro dia da folia de 2015, teve um estalo e percebeu que precisava ter o próprio bloco de rua na cidade natal. Já no ano seguinte, o Bloco das Poderosas arrastou, em sua saída inaugural, 200 000 foliões pelo Centro. No ano passado, o público dobrou.

Agora, no auge da fama, a organização da agremiação encabeçada pela cantora espera bater a cifra de 1 milhão de espectadores. “É uma energia incrível. Não há nada parecido com a sensação de conduzir uma multidão com a sua música”, disse Anitta a VEJA RIO, em entrevista concedida à 1 da madrugada da terça (6), pouco antes de entrar em uma sessão de fisioterapia em uma clínica de São Paulo, que abriu especialmente para atendê-la em meio a uma pesada agenda de compromissos publicitários na capital paulista. “Estou com um probleminha no joelho, preciso fortalecê-lo. Esse era o único horário que dava para mim”, explicou. Poucos sabem, mas a relação da musa do funk com o Carnaval vem de berço. Seu tio, Aloísio Machado, o Capoeira, faz parte da velha-guarda da Império Serrano. Na quadra da escola de samba, ainda criança, Anitta conheceu Arlindo Cruz, um de seus grandes ídolos. Isso sem contar as inúmeras vezes em que foi levada pelo pai aos bailes de gafieira.

Em 2018, o Carnaval da artista será extenso e durará oito dias, com shows e apresentações no Rio, Bahia, São Paulo e Minas Gerais, em trajetos realizados a bordo de um jato privado. Quando ela viaja, um staff numeroso a

N

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FOTO EDUARDO BRAVIN, BELEZA HENRIQUE MARTINS, STYLING PATY BRESSIANI E AGRADECIMENTOS ODARA ODESSI

acompanha e costuma se hospedar em mansões preparadas especialmente para recebê-la. Em Salvador, por exemplo, onde se apresentou com o Bloco das Poderosas na última quinta (8), a cantora alugou uma casa cuja diária é estimada em 3 000 reais e ficou ali com seu entourage, formado por mais de quinze pessoas, entre assistentes, figurinistas, fisioterapeuta, fonoaudióloga especializada em resistência vocal, cozinheira, segurança e representantes de parceiros comerciais — Cheetos, Boticário e a marca de tintura para cabelo Cor & Ton, da Niely.

“Anitta tem hits maravilhosos, que vão resultar em um Carnaval muito feliz para ela. Gosto muito de seu feeling para a música e do fato de ela sempre criar grande expectativa no público”, afirma Ivete Sangalo, a rainha do Carnaval no país, que neste ano assistirá à festa de casa por causa da gestação avançada.

Celebridade brasileira cujo nome foi o mais buscado no Google durante o ano de 2017, superando o do astro da bola Neymar, Anitta é do tipo que gosta de causar, seja com trancinhas, biquíni de fita isolante ou com parcerias musicais de peso. No Carnaval, não poderia ser diferente. Além de comandar shows e seu bloco pelos salões, ruas e camarotes, promete inovar na Marquês de Sapucaí. Não, ela não será destaque em nenhuma escola, nem rainha de bateria. “Já recebi vários convites, mas é preciso muita dedicação. Com a minha agenda corrida, não seria possível”, argumenta. Anitta vai fazer o que sabe: uma apresentação de uma hora e meia em plena avenida, passarela sagrada do samba, na quinta (15), numa novidade criada neste ano, a pós-Quarta de Cinzas. Com ingressos a partir de 300 reais, será a atração principal da festa Quinta da Anitta, promovida pelo Camarote N1, e trará convidados como É o Tchan, Jet Lag e, é claro, a nova sensação Jojo Toddynho, habituée da mansão da cantora na Barra da Tijuca. “Vai ser um

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FERNANDO MAIA/RIOTUR GUSTAVO TOLHUIZEN/DIVULGAÇÃO

evento em estilo intimista e divertido, como os que eu faço lá em casa com amigos”, conta Anitta. Inédito no Sambódromo, o show acontecerá em um palco móvel sobre uma carreta, que terá 17 metros de comprimento por 8 de largura. Montada em apenas oito horas, a estrutura será posicionada em frente ao cercadão vip em que o empresário José Victor Oliva investiu 10 milhões de reais. Dois dias depois, no Desfile das Campeãs, a funkeira retorna ao espaço para mais uma apresentação, desta vez dentro do próprio camarote, do qual também é musa oficial. Detalhe: isso após ter cantado e pulado por seis horas seguidas no comando do Bloco das Poderosas, no Centro, durante a manhã. “Anitta é uma estrela que está conquistando cada vez mais o seu espaço na cena mundial, mas que é a cara do Rio. Com sua força, garra e perseverança, ela representa perfeitamente a cidade e os cariocas”, avalia Oliva.

Elogiada por empresários do showbiz, amada pelos fãs e considerada uma profissional impecável pelos patrocinadores, Anitta é tida como um fenômeno completo — do ponto de vista musical, comercial ou de projeção no universo digital. Os dados da consultoria Controle de Concorrência mostram que, em 2017, a cantora foi vista na televisão aberta em 2 643 inserções publicitárias de seis anunciantes, o que a fez figurar pela primeira vez, em 10º lugar, no ranking anual das celebridades que mais apareceram em campanhas televisivas. O levantamento é liderado por Zezé Di Camargo e traz ainda nomes como Ivete Sangalo (4º), Neymar (5º) e Gisele Bündchen (7º). “A Anitta é hoje a artista brasileira de maior sucesso. É alguém que conversa com todas as idades e classes sociais. Tem também fortes atributos, como o fato de ser autêntica, o que lhe confere credibilidade”, afirma Cláudio Rawicz, gerente de marketing da Renault, marca que escolheu a funkeira como sua embaixadora. Após o Carnaval, a carioca partirá para um show em Miami. Ainda não será uma turnê completa, mas já é um resultado da movimentação da agência que ela contratou para cuidar de sua carreira no exterior, a WME, que, entre outros clientes, assessora superestrelas como Ben Affleck, Rihanna e a banda Maroon 5. A trajetória internacional de “Anira” (como os fãs reproduzem a pronúncia americana do nome da cantora) pode até ser incipiente — ainda —, mas uma coisa é certa: ela já é um nome conhecido na indústria musical, e há até quem se ofereça para trabalhar de graça com ela. Também acaba de ser convidada pela Universidade Harvard para ministrar uma palestra, em abril, sobre empreendedorismo e internacionalização de sua marca — como se sabe, ela gerencia a própria carreira.

À frente do Bloco das Poderosas no Rio (acima), e em Salvador, no ano passado: a expectativa é levar 1 milhão de foliões às ruas de sua cidade natal em 2018

MARCELO THEOBALD/AG. O GLOBO

Em desfile da Mocidade, em 2016: a familiaridade com o samba vem dos tempos de criança

Com 24 anos, Anitta é hoje a figura mais próxima que o país tem do star system global. De fenômeno em fenômeno, segue à risca uma bem arquitetada estratégia (montada por ela mesma) para deixar uma marca no cenário musical internacional. Primeiro foi o clipe Bang (2015), uma produção de apuro visual e qualidade artística muito superiores aos padrões locais, assinado por Giovanni Bianco, diretor artístico que já trabalhou com Madonna, Gisele Bündchen e Rihanna. A mistura de funk com pop mostrou-se uma fórmula tão certeira que rapidamente cantoras como Ludmilla e Lexa se alinharam à vertente. Em seguida veio a abertura da Olimpíada, quando Anitta foi convidada para cantar ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Depois, aos poucos, foi costurando mais parcerias musicais com astros como o colombiano Maluma, expoente do reggaeton, ritmo latino que domina as boates descoladas da Europa e dos Estados Unidos, e a australiana Iggy Azalea, com quem se apresentou no programa Tonight Show, de Jimmy Fallon, um dos mais populares da TV americana. Ela própria entra em contato com quem lhe interessa através das redes sociais. “Pesquiso muito sobre música no Google e no YouTube. Foi assim que descobri o reggaeton e me encantei. Não invisto num gênero ou artista só porque ele está bombado e vai me trazer seguidores. É porque eu curti e tem a ver comigo. Agora estou atenta ao rap. É esse o futuro”, profetiza.

No ano passado, veio mais uma sacada de mestre: poderosa máquina de fazer sucessos, a funkeira lançou um clipe atrás do outro, a maioria com artistas internacionais como Poo Bear, produtor que já trabalhou com Justin Bieber, e o colombiano J Balvin, que estourou após um dueto com Shakira. O ambicioso projeto foi batizado de CheckMate. Foram quatro vídeos, um por mês, tudo bancado pela rede de lojas de departamentos C&A, que pôs à venda os figurinos da cantora. “Anitta usa os mesmos artifícios de marketing das grandes empresas, como o cobranding, isto é, parcerias. É o que ela faz quando convida uma marca para patrocinar seu clipe.

E também está alinhada com a mesma estratégia dos youtubers de superexposição, com produção ascendente de conteúdo. Isso leva as pessoas a falar dela o tempo inteiro”, avalia Pedro Sampaio, especialista em marketing. “Artistas como Claudia Leitte e Ivete Sangalo, que são divas veteranas, talvez não tenham essa lógica embutida no trabalho delas. E creio que o axé não é um ritmo muito competitivo fora do país”, completa.

Nada do que a cantora fez até agora, no entanto, se compara a seu último clipe, Vai Malandra, gravado na favela do Vidigal ao custo de 1 milhão de reais. O trabaVeja Rio 14 de fevereiro, 2018 17

i Parceiros ecléticos. Alheia aos críticos, a cantora impressionou ao lado do tenor italiano Andrea Bocelli, em São Paulo, e de Gil e Caetano, na abertura da Olimpíada.

Mais à vontade, fez também dupla com Pabllo Vittar

lho, um manifesto, encerrou o projeto CheckMate com chave de ouro e se tornou de imediato uma fábrica de recordes. No YouTube, foi o vídeo brasileiro mais visto no mesmo dia do lançamento. No Spotify, a primeira música em português a figurar entre as vinte mais ouvidas do mundo. Com mais de 180 milhões de visualizações, o videoclipe bateu o hit Despacito na contabilidade minuto a minuto nos primeiros oito dias de exibição: foram 61,5 milhões de visualizações contra 37,7 milhões de acessos a Despacito no mesmo período (o sucesso porto-riquenho está atualmente com 4,7 bilhões de views). Tamanho alvoroço tem explicação: Vai Malandra marcou o retorno de Anitta ao puro funk, o batidão com letra picante, e às origens humildes, numa favela mostrada com tintas hiperrealistas (com direito a galinha voando na laje e figurantes da própria comunidade). Para quem não sabe, a cantora nasceu Larissa de Macedo Machado, em Honório Gurgel.

Por fim, o clipe teve ainda o corpão da cantora exposto sem vergonha e sem retoques digitais em microshorts, vestidinhos e biquíni de fita isolante, sucesso nas sessões de bronzeamento do subúrbio. Ela mesma pediu que toda

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i Projeto patrocinado. Os clipes do CheckMate, iniciativa bancada por uma rede holandesa de lojas de roupas, tiveram a participação do DJ sueco Alesso (foto maior), do americano Poo Bear (no alto, à dir.) e do colombiano J Balvin

a sua celulite fosse mantida sem retoque, pois queria falar às mulheres reais. “Anitta só vetou a cena do bombeiro passando óleo na bunda das mulheres se bronzeando na laje. Ela achou forçado, tinha a preocupação de não ofender crianças e famílias. Aliás, em Miami já estão copiando esse biquíni de fita”, conta Marcelo Sebá, produtor artístico do clipe, que já trabalhou com Kate Moss, Gisele Bündchen e Lady Gaga. “A determinação dela e a clareza do que quer são surpreendentes. Gravamos 21 horas em um domingo de chuva e não vi essa mulher reclamar nem por um segundo. Já trabalhei com modelo que empacou porque não queria botar os pés na lama”, completa Sebá.

Todos os artistas que colaboraram na faixa, como o rapper americano Maejor (amicíssimo de Justin Bieber) e o funkeiro carioca Mc Zaac, estão no elenco, assim como Jojo Toddynho, a atriz transexual Wallace Ruy, o modelo andrógino Goan Fragoso e Jéssica Tauane, criadora do Canal das Bee, no YouTube. Os nomes, exceto Jojo, foram sugeridos por Sebá. Mesmo com o orçamento estourado, Anitta bancou o cachê de todos sem discutir. “Hoje procuro passar mensagens com as minhas músicas. Antes eu

não tinha maturidade. Agora sei que posso interferir na vida das pessoas para melhor, ajudar as negras, as plus size, as drag queens e os gays a se assumirem e conquistarem seu espaço”, diz a cantora, a única brasileira no Top 50 do ranking da Billboard, que lista os artistas mais influentes nas redes sociais.

Aos poucos, a menina de Honório Gurgel alçada ao estrelato vem cativando até mesmo os críticos, apesar de não ter a mais brilhante das vozes. “Isso acabou. Nara Leão e Sylvia Telles foram grandes cantoras com pequenas vozes. Como Madonna, que não cantava nada e foi aprendendo e ficando ótima”, defende Nelson Motta.

“Música popular hoje é mais imagem do que som, é conceito, posicionamento no mercado, redes sociais. E isso tudo Anitta domina”, completa. Ela é tão boa em cativar que, após uma visita despretensiosa ao escritório da plataforma de streaming Spotify, foi surpreendida com um anúncio de Vai Malandra em plena Times Square, em Nova York, feito que se repetiu no lançamento do novo single, Machika, com J Balvin. “Eu não esperava por nada disso. Acho que eles gostaram de mim”, diz Anitta,

com a voz sempre suave. Como toda profissional competente, ela sabe se cercar das pessoas certas. Marina Morena, por exemplo, é quem a conecta com patrocinadores em potencial. Quando não é a própria cantora quem realiza a primeira abordagem. “Sou cara de pau”, diverte-se, fazendo justiça ao título de uma de suas canções, Meiga e Abusada (todas as músicas são compostas por ela). No momento, segue estudando espanhol e inglês para limpar o sotaque e também está fazendo aulas de interpretação. Atualmente, negocia um papel em um filme sobre as UPPs. “Espero que dê certo. O roteirista é o mesmo de Tropa de Elite, filme que eu amo e que, na minha opinião, foi um divisor de águas no cinema brasileiro”, diz ela, que é também apaixonada pela série Black Mirror, da Netflix. A artista encontra tempo ainda para gerenciar a carreira de seus dois pupilos musicais, Clau e Micael, e deve lançar até outubro um DVD com uma animação estrelada pela personagem Anittinha e músicas inéditas para a criançada, um público que ela vem conquistando ao longo dos anos com as edições do Show das Poderosinhas. Para Anitta, o céu é o limite. ß

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FOTOS FILIPE COSTA/DIVULGAÇÃO (RIO 2016), ANDRE VELOZO/DIVULGAÇÃO (ANDREA) E BÁRBARA LOPES/AG. O GLOBO (PRÊMIO MULTISHOW), DIVULGAÇÃO (VAI MALANDRA), JUNIOR MARQUES/DIVULGAÇÃO (ALESSO E POO BEAR) E MICHAEL PEREZ/DIVULGAÇÃO (J BALVIN)

i O maior sucesso. Com orçamento de 1 milhão de reais, o clipe de Vai Malandra, filmado na favela do Vidigal, transformou-se no maior sucesso da carreira de Anitta, acumulando recordes de visualizações com sua estética hiper-realista

Diversão

PALCO MUNDO A chegada da americana Live Nation, um peso-pesado na promoção de eventos, aquece a temporada de atrações internacionais no Rio em 2018 Carol Zappa epois do Carnaval, vem a bonança. O ressoar dos tamborins abre alas para uma enxurrada de shows internacionais, uma programação reforçada pela entrada no mercado brasileiro de um portento da indústria da música: a americana Live Nation.

Líder mundial do entretenimento ao vivo, a empresa inaugurou seu primeiro escritório no país, em São Paulo, há cinco meses, depois de atuar por aqui através de parcerias. Agora, o gigante presente em mais de quarenta países já chega fazendo barulho, abrindo o ano com duas atrações de peso: no dia 22, o cantor britânico Phil Collins — que desistiu da aposentadoria anunciada em 2011 — lembra seus sucessos no Maracanã, em sua primeira apresentação-solo no Brasil. Três dias depois, o estádio recebe os fãs de rock com Foo Fighters e Queens of the Stone Age, em giro conjunto pela América Latina. “Ter dois shows dessa magnitude na cidade, na mesma semana, é motivo para celebração”, diz o carioca radicado em São Paulo Alexandre Faria. Diretor e vice-presidente sênior de aquisição de talentos da filial nacional da Live Nation, ele trabalhou por dezessete anos na concorrente Time for Fun. O público adolescente também será contemplado, com a vinda dos ex-One Direction Harry Styles e Niall Horan, em maio e julho, respectivamente. Responsável pelas negociações com os artistas, o executivo promete mais dois nomes para este ano — o primeiro será divulgado no dia 15. “Muitos artistas estrangeiros querem se apresentar no Rio, atraídos pelo charme da cidade, pela fama do público alegre. A única questão hoje é mesmo a segurança”, ressalta.

Em março, a robusta agenda carioca beneficia-se ainda do rescaldo do Lollapalooza, que acontece em São Paulo. Variadas atrações do festival pegam a ponte aérea: estão na lista a cantora sueca Zara Larsson, o duo inglês Oh Wonder, os americanos de Imagine Dragons, The National e Spoon e os rappers Wiz Khalifa e Mac Miller, além do talking head David Byrne. Outro headliner do Lolla, o Pearl Jam faz escala no Maracanã antes até de pisar na capital paulista. No mesmo mês, a estrela Katy Perry traz a turnê Witness, superprodução de efeitos especiais com hits como Swish Swish, cujo clipe ganhou atenção extra por aqui pela participação de Gretchen, a rainha dos memes. Abril reserva uma das apresentações mais aguardadas: após muita especulação desde a última visita, em 2009, os ingleses do Radiohead voltam ao Rio para comandar o Soundhearts Festival, no Parque Olímpico. O desembarque de astros (veja o quadro) vai até o fim do ano, com nomes do naipe de Ozzy Osbourne e Roger Waters. Preparem o bolso. ß

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Foo Fighters

QUEM VEM AÍ

FOTOS PEDRO H. TESCH/BRAZIL PHOTO PRESS/AFP ( FOO FIGHTERS), RONY ALWIN/DIVULGAÇÃO (KATY PERRY) E ACERVO ABRIL/DIVULGAÇÃO (ROGER)

A agenda eclética tem de bandas indie a estrelas do pop e do rock FEVEREIRO

MARÇO

Phil Collins. Ex-Genesis, o cantor britânico dá uma pausa na aposentadoria para lembrar sucessos como In the Air Tonight. Abertura: Pretenders. Maracanã. Dia 22.

R$ 270,00 a R$ 750,00.

Michael Bolton. Gravado por colegas, de Kiss a Lady Gaga, o cantor e compositor americano relembra baladas como When a Man Loves a Woman. Vivo Rio. Dia 8.

R$ 200,00 a R$ 450,00.

Orishas Reunion. O trio cubano, que explodiu no início dos anos 2000, está de volta com sua dançante mescla de hip-hop e ritmos latinos. Vivo Rio. Dia 23.

R$ 220,00 a R$ 340,00.

Epica. De álbum novo, a banda holandesa é um dos nomes fortes do metal sinfônico. Circo Voador. Dia 11. R$ 300,00.

Foo Fighters + Queens of the Stone Age. Na dobradinha roqueira, as bandas americanas mostram seus novos trabalhos. Maracanã. Dia 25.

R$ 220,00 a R$ 720,00.

Air Supply. O duo australiano embala o público com seu pop romântico dos anos 80. Vivo Rio. Dia 16.

R$ 200,00 Katy a R$ 380,00. Perry

do ano, os ingleses retornam à cidade como headliners e curadores do festival Soundhearts.

Parque Olímpico. Dia 20.

R$ 380,00 e R$ 800,00.

Roger Waters

Bonobo. Destaque da cena eletrônica experimental, o músico, DJ e produtor inglês desembarca no Rio pela primeira vez. Circo Voador. Dia 18.

R$ 240,00.

Katy Perry. A estrela pop americana chega com a colorida turnê Witness e hits como Swish Swish.

Parque Olímpico. Dia 18.

R$ 280,00 a R$ 560,00.

Zara Larsson e Oh Wonder. A cantora sueca e o duo britânico dividem noite de pop alternativo. Circo Voador. Dia 20.

R$ 200,00.

Wiz Khalifa e Mac Miller. Os rappers americanos dividem o palco. KM de Vantagens Hall. Dia 23.

R$ 260,00 a R$ 360,00.

Steve Hackett. O ex guitarrista do Genesis revisita o repertório do grupo. Vivo Rio. Dia 23.

R$ 180,00 a R$ 320,00.

Pearl Jam. Ícone grunge, o grupo de Seattle faz escala no Rio antes da apresentação no Lollapalooza.

Outra atração do festival, o Royal Blood abre a David Byrne. Fundador noite. Maracanã. Dia 21. do Talking Heads, o músiR$ 220,00 a R$ 700,00. co promove o disco American Utopia. KM de The National e Spoon. Vantagens Hall. Dia 28.

Em noite de indie rock R$ 220,00 a R$ 500,00. americano, as bandas conterrâneas exibem ABRIL repertório mais recente. Jorge Drexler. Dono de Circo Voador. Dia 22. férteis parcerias com coR$ 280,00. legas latino-americanos, o uruguaio volta ao Rio Imagine Dragons. O com banda completa e quarteto de pop rock novo disco. Theatro Muindie de Las Vegas di- nicipal. Dia 12. R$ 60,00 a vulga seu terceiro ál- R$ 220,00. bum, Evolve. KM de Vantagens Hall. Dia 22. Radiohead. Uma das R$ 320,00 a R$ 620,00. atrações mais aguardadas

quinto álbum, The Best of... So Far. Vivo Rio. Dia 13. R$ 220,00 a R$ 360,00.

Ozzy Osbourne. Depois da despedida do Black Sabbath, o cantor viaja em sua derradeira turnêsolo. Praça da Apoteose. Dia 20. R$ 260,00 a R$ 680,00.

Premiata Forneria Marconi. O grupo de rock progressivo italiano lança álbum e toca clássicos. Vivo Rio. Dia 21.

R$ 180,00 a R$ 320,00.

Carl Palmer. O baterista do Emerson, Lake & Glenn Hughes. Conhe- Palmer presta tributo à cido como “a voz do rock”, banda.Vivo Rio. Dia 25. o cantor e baixista britâni- R$ 180,00 a R$ 320,00. co (que integrou o Black Sabbath) visita clássicos Harry Styles. Os ingresde sua antiga banda, o sos para o show do fenôDeep Purple. Circo Voa- meno teen, ex-One Didor. Dia 29. R$ 240,00. rection, esgotaram-se em quatro dias. Jeunesse MAIO Arena. Dia 27.

Jason Derulo. Autor do hit Wiggle, com Snoop JUNHO Dogg, o pop star america- The Manhattans. Exno exibe seu rebolado em poentes da soul music faixas dançantes. KM de dos anos 60 e 70, os Vantagens Hall. Dia 10. americanos mostram R$ 250,00 a R$ 500,00. seus temas românticos.

Vivo Rio. Dia 1º. R$ 110,00 Orquesta Buena Vista a R$ 220,00.

Social Club. O lendário conjunto cubano volta JULHO com sua longeva turnê de Niall Horan. Mais um despedida. Vivo Rio. Dia astro teen egresso do One 10. R$ 140,00 a R$ 380,00. Direction. KM de Vantagens Hall. Dia 8. R$ 290,00 Erasure. Onipresente a R$ 420,00. nas pistas de dança nos anos 80, o duo de pop OUTUBRO eletrônico britânico ater- Roger Waters. O ex-Pink rissa por aqui com a turnê Floyd repassa sua trajetóWorld Be Gone. Vivo Rio. ria musical no espetáculo Dia 12. Preço a confirmar. Us + Them, que costura clássicos da banda e canThe Kooks. Represen- ções mais recentes da cartante do novo britpop, reira-solo. Maracanã. Dia o quarteto divulga seu 24. R$ 220,00 a R$ 720,00.

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Negócios

Birita terceirizada Cresce o número de cervejarias que abrem suas instalações para produzir rótulos de marcas sem fábrica própria Carolina Barbosa os últimos cinco anos, as cervejas ciganas — leia-se sem fábrica própria — multiplicaram-se no Rio, o que fez com que o estado fosse inserido entre os maiores produtores da bebida, com cerca de 200 marcas nascidas e criadas por aqui.

Esse fenômeno, por sua vez, alavancou outra engrenagem do setor: a formação de complexos focados na produção de receitas terceirizadas. Algo como uma “barriga de aluguel etílica”, muito comum nos Estados Unidos e na Europa. Foi assim que surgiu a Lagos Cervejaria, em Bacaxá, distrito de Saquarema, instalada a aproximadamente 120 quilômetros da capital fluminense. Depois de quatro anos de pesquisa e planejamento, os sócios Marcelle Lopes e Dennis Martins uniram-se ao cervejeiro Rafael Torresini e inauguraram a empreitada em abril de 2017. “Ao nos dedicarmos exclusivamente à produção, o dono da cerveja pode gastar energia com outros aspectos de sua marca, sem ter de se preocupar com a trabalhosa operação do dia a dia de uma fábrica”, afirma Marcelle.

Erigida com 2 500 metros quadrados, a Lagos já recebeu mais de quarenta marcas em seus 21 tanques — entre elas, 3Cariocas, Kumpel, Labirinto, Quatro Graus e Gaspar Family Brew. Essa última, inclusive, fez lá os 3 500 litros iniciais da premiada Tranquilona, uma schwarzbier com adição de coco queimado, contemplada com medalha de ouro na mais recente edição do Mondial de la Bière. “Além de contar com equipamentos de ponta, produzir minha cerveja dentro do estado minimiza custos”, acredita Tomás Gaspar, que faz mais dois rótulos em outro complexo, a Allegra, em Jacarepaguá, uma das primeiras fábricas cariocas a investir nesse modelo de negócio em plena ascensão. O formato vem dando tão certo que a Cervejaria Piedade, aberta em dezembro de 2016 no bairro homônimo da Zona Norte, viu sua produção saltar de 14 000 para 40 000 litros mensais em seu primeiro ano de funcionamento. “Nossa ideia é ser uma incubadora. Ou

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SELMY YASSUDA (LAGOS) E REPRODUÇÃO (RÓTULOS)

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BARRIGAS DE ALUGUEL

Rafael, Marcelle e Dennis: 21 tanques em operação na fábrica da Lagos

seja, não só produzimos como também armazenamos, distribuímos, vendemos e oferecemos assessoria contábil, auxiliando em todas as fases do negóOnde nasce boa parte cio”, explica o dono René Saleme, que abriga a produção de mais de quarenta marcas. das cervejas fluminenses Para se destacarem nesse cenário e atraírem cada Preço por litro vez mais cervejarias artesanais e especiais, os proQuem produz lá Local prietários das fábricas têm investido alto. A Piedade, por exemplo, está implementando uma nova sala de LAGOS CERVEJARIA cozimento, com capacidade para produções menores, a partir de 7,90 reais de 250 ou 500 litros (hoje, a quantidade mínima é de mais de quarenta marcas já passaram 1 000 litros); até o fim de fevereiro, vai incorporar por lá — 3Cariocas, Kumpel, Labirinto e cinco tanques aos seus atuais 21. No pacote de invesGaspar Family Brew são algumas delas timentos, que deve chegar a 200 000 reais em 2018, Saquarema consta ainda a construção de um laboratório de análises físico-químicas para garantir a excelênMISTURA CLÁSSICA cia do controle de qualidade das cervejas. A a partir de 8 reais mais novata delas, a Pontal, inaugurada em decerca de dez marcas, zembro em Nova Friburgo ao custo de 1 milhão entre elas Miami Beer, de reais, apostou numa máquina de envase autoFarra Bier, OverHop mático e no desenvolvimento de um sistema de e Suburbana. Dessa acompanhamento on-line para que cada produtor última, a Lado B levou medalha de tenha acesso, em tempo real, às informações de ouro no último Mondial de la Bière suas criações, como temperatura, nível de carbonataAngra dos Reis ção e tempo de fermentação. “Isso facilita a comunicação com o cervejeiro, além de gerar um histórico dos lotes, o que ajuda a garantir a uniformidade na PIEDADE a partir de 5 reais hora de replicar as receitas”, atesta o engenheiro Brumais de quarenta microcervejarias, no Longuinho, um dos sócios da Pontal.

A terceirização atrai cerca de dez marcas à sede lista que inclui Kurumã, Bella Craft Beer e BierTeria (com dois da Mistura Clássica, em Angra dos Reis, que instarótulos premiados no Concurso lou há dois meses uma potente centrífuga alemã.

Orçado em quase 400 000 reais, o equipamento cheBrasileiro de Cervejas 2017) Piedade, Zona Norte gou para aumentar o rendimento da produção e lapidar o sabor das bebidas. “Abrir as portas a outras TRÓPICA cervejarias nos ajuda a participar do crescimena partir de 6 reais to do mercado e a aprimorar nosso trabalho, desde maio de 2017, uma vez que se trata de uma turma bastante bate ponto por lá a apaixonada e exigente”, reforça Francisco Abreu, à frente da administração da Mistura. PaThree Monkeys, autora ra o sommelier e consultor Gustavo Renha, esse de rótulos como a I’m modelo de produção compartilhada vai muito Sour, a melhor american sour na I Copa da Cerveja POA além de diminuir os custos dos pequenos produtores Campos dos Goytacazes e, consequentemente, os preços para o consumidor final. “Tem potencial para movimentar a economia e o turismo locais, já que pode atrair pessoas de outros PONTAL a partir de 10,50 reais estados interessadas em usar os serviços daqui”, anaAndar de Cima, Dead Dog, Oceânica, lisa. Não por acaso, a Lagos estuda uma forma de Cervejaria Caduco e Bemdita atender produtores dos quatro cantos do país que queiNova Friburgo ram comercializar seus rótulos no Estado do Rio. ß Veja Rio 14 de fevereiro, 2018 23

Moda

Desapega, vai O conceito do armário-cápsula mostra que é possível manter a elegância com poucas peças de roupa Renata Magalhães o início de 2018, a ativista ambiental Fernanda Cortez pôs em prática uma das suas promessas de Ano-Novo: transformar as cinco portas de seu guarda-roupa em um armário-cápsula, capaz de guardar um número reduzido de peças, mas todas versáteis o suficiente para serem combinadas em diversos looks. De início, ela botou para fora cerca de 300 itens, entre vestidos, calças, shorts, camisas e camisetas, espalhou tudo no chão da sala e escolheu apenas 37 para usar dali em diante — nessa lista não entraram roupas de festa, de ginástica, pijamas nem acessórios, como bijuterias, bolsas e sapatos. “Parecia pouco à primeira vista, mas, quando me dei conta, tinha selecionado todas as roupas que eu mais usava no dia a dia. Praticamente não mexia em 80% do meu armário, e descobri coisas de que eu nem lembrava ou que tinha usado uma única vez”, conta Fernanda.

Idealizadora do projeto Menos 1 Lixo, plataforma de educação ambiental, ela transformou o desafio em uma série no YouTube que dá dicas para a pessoa se desapegar das roupas de pouco uso, faz sugestões de figurinos e ajuda no pontapé inicial nesse estilo minimalista de se vestir.

De novo mesmo o armário-cápsula não tem nada. Ainda que esteja em alta, o conceito existe desde 1970 e foi criado pela inglesa Susie Faux. A estilista acreditava que uma pessoa só deveria ter em seu armário figurinos versáteis e atemporais.

Mais tarde, em 1985, a designer americana Donna Karan levou a ideia para as passarelas com uma minicoleção de sete criações básicas que combinavam entre si.

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PEÇASCHAVE Cinco passos para adotar o guarda-roupa seletivo

Tire todas as peças do seu armário e separe-as em três grupos: as roupas que usa bastante, a pilha do “sim”; as que não usa tanto, mas das quais gosta muito, a pilha do “talvez”; e aquelas que já não têm nada a ver com você, a pilha do “não”

O ideal é que seu armário não tenha mais de sessenta peças: nessa conta não entram roupas de festa, de ginástica, pijamas, sapatos nem bolsas, mas é importante estabelecer algum limite para esses itens também

FOTOS FELIPE FITTIPALDI

Fernanda Cortez: um short, três produções

Confira se cada peça da pilha do “sim” tem pelo menos três combinações com outras três peças. Não vale a pena ter aquela blusa que você ama, mas que só dá para usar com uma calça

Reavalie a pilha do “talvez”: é importante ter um pequeno estoque para quando você sentir falta de alguma peça ou para substituir aquela camiseta que ficou detonada de tanto uso (sem precisar comprar uma nova)

Descarte de forma consciente a pilha do “não”: você pode doar, dar de presente a amigos ou familiares que realmente usariam aquelas peças ou colocar em um bazar para vender

Esquecida durante um tempo, a regra de bom-senso voltou à tona trazida pelo sucesso da blogueira americana Caroline Rector, do site Un-Fancy, criado em 2014 com o propósito de difundir o guarda-roupa econômico. “Naquela época, eu tinha um armário cheio de roupas baratas, mas estava sempre com a impressão de que não tinha nada para vestir”, recorda. Enquanto lá fora o número 37 é quase um dogma para definir a quantidade aceitável, por aqui a turma que vem adotando o armáriocápsula não é tão intransigente. “De seis portas, reduzi para duas. Devo ter umas quarenta peças atualmente”, conta a engenheira Fernanda Miguez, que hoje trabalha como instrutora de mindfulness.

“O importante não é a quantidade específica, mas entender o conceito como uma forma de consumo mais consciente”, acrescenta a youtuber Fernanda Cortez.

A indústria do vestuário é a segunda mais agressiva ao meio ambiente (só perde para a petrolífera), seja no processo de produção, seja na forma como as roupas são descartadas — a cada ano são vendidos 150 bilhões de produtos novos, e cada um deles é usado, em média, apenas sete vezes.

Esses dados desabonadores levaram a jornalista especializada Lilian Pacce a lançar a campanha 1 Look por Uma Semana, que incentiva o uso da mesma roupa por vários dias, mas com diferentes combinações de acessórios. “Além de ser uma iniciativa libertadora, para alguém da área é um exercício de estilo”, lembra ela, citando nomes à frente de grifes prestigiadas, como Karl Lagerfeld (Chanel) e Tom Ford (Gucci), entre os adeptos da tendência. A atriz Keira Knightley, estrela da série Piratas do Caribe, por exemplo, usou variações em torno de seu vestido de noiva em diversas ocasiões, além do casório; enquanto isso, a elegante duquesa de Cambridge, Kate Middleton, já foi vista repetindo vestidos e calças sem perder a nobreza. Aqui no Brasil, o cantor Tiago Iorc e a atriz Juliana Schalch, protagonista da série O Negócio, engrossam o time. Prático, sustentável e econômico, o armário-cápsula prova que o chique depende cada vez de menos. ß Veja Rio 14 de fevereiro, 2018 25

CARIOCA NOTA 10 i Lucas Guarnelli Scherpel Atitude transformadora: desenvolveu o aplicativo gratuito O Maracanã e Suas Árvores estudante Lucas Guarnelli Scherpel admite que, até três anos atrás, não tinha interesse algum pelas questões ambientais. Mas, em maio de 2015, ele foi convidado a participar de uma pesquisa do departamento de biologia do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), onde estudava informática.

Acabou entrando de cabeça no assunto. “Catalogamos mais de 100 espécies de árvore localizadas ao redor do Maracanã. O trabalho durou um ano”, relembra Scherpel, que dividiu a tarefa com outros seis alunos da instituição. Satisfeito com os resultados, ele pôs seus conhecimentos de informática a serviço da causa e, em 2017, criou o aplicativo O Maracanã e Suas Árvores, disponível gratuitamente no Google Play. “O objetivo é conscientizar a população da importância da arborização urbana, que combate o calor e atua diretamente na redução de gases poluentes”, explica.

O programinha dá acesso à pesquisa e traz funções interativas que mostram a localização exata de cada árvore, com nomes científicos, histórias e curiosidades, entre outros dados. Pela iniciativa, Scherpel, agora com 18 anos, recebeu a medalha de bronze na terceira edição do Prêmio Prudential Espírito Comunitário, “O objetivo é que contemplou as melhores ações voluntárias realizadas por conscientizar alunos do ensino médio no Rio a população da ao longo de 2017. Apesar de feliz com a premiação, Scherpel não importância pretende parar por aí. “Está tuda arborização do encaminhado para eu me tornar embaixador no Rio do urbana, que Low Carbon City, que combate o calor e programa apoia e divulga projetos relacioatua diretamente nados ao meio ambiente e ao combate ao aquecimento glona redução de bal”, revela. “Minha ideia é progases poluentes” mover workshops e palestras sobre o tema na cidade e assim tentar despertar a consciência ambiental no maior número de pessoas possível”, adianta o programador, que já apresentou O Maracanã e Suas Árvores em alguns museus e feiras de ciência.

ANNA FISCHER

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Heloiza Gomes | helogomes.vejario@gmail.com

VIDA VIDALEVE LEVE

Fernanda Thedim | fthedim@abril.com.br Fernanda Thedim | fthedim@abril.com.br

MANUAL ANTIRRESSACA

Carnaval sem purpurina não é Carnaval. Só que o material, onipresente tanto nos blocos de rua como nas escolas de samba, é altamente poluente. As pequenas partículas de plástico levam mais de 400 anos para se decompor e, quando descartadas nos oceanos, são confundidas com comida pelos animais marinhos.

A melhor alternativa para o meio ambiente é o pozinho biodegradável, que pode ser feito em casa (existem vários tutoriais na internet) e também está sendo produzido por diversas marcas grandes, como Lush (lush.com.br) e Shock (valeushock.com.br).

Da turma mais artesanal, a carioca Pura Bioglitter (purabioglitter.com.br) faz uma versão à base de algas e minerais, à venda na loja RIOetc (☎ 3040-6710).

Dor de cabeça, náuseas, muita sede e um leve desânimo. Esses são os principais sintomas da ressaca, sensação de mal-estar provocada pelo consumo excessivo de álcool, tão comum nesta época do ano, principalmente no Carnaval. “Para sobreviver ao dia seguinte, a primeira coisa a ser feita é aumentar a ingestão de água”, ensina a nutricionista Patricia Davidson, que dá outras cinco dicas para aliviar os efeitos daquelas cervejinhas a mais. i Chás de hibisco e de dente-de-leão auxiliam na eliminação das substâncias tóxicas i Alimentos como couve, espinafre e brócolis têm propriedades detox

Criado na França no fim dos anos 80, o parkour é um esporte desafiador: muros, pontes e até prédios são usados como obstáculos que devem ser transpostos de maneira rápida, sem nenhum equipamento, apenas com o movimento do corpo.

A modalidade foi adaptada pela Bodytech, que agora a oferece na unidade Vogue Square, na Barra. Durante a aula, o professor ensina técnicas que permitem ao praticante ir de um ponto a outro velozmente, trabalhando força, resistência, potência, equilíbrio e concentração. Além do divertido desafio, a atividade proporciona um gasto calórico significativo: a cada trinta minutos são consumidas 300 calorias.

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STEFANO GUARDIA/DIVULGAÇÃO

Em cima do muro

FOTOS RA3RN/ISTOCK, INESKOLEVA/ISTOCK, MARCOS MARTINEZ SANCHEZ/ISTOCK, VITALINA/ISTOCK E VILLAGEMOON/ISTOCK

TIAGO PETRIK/RIOETC/DIVULGAÇÃO

BRILHO ECOLÓGICO

i Frutas ricas em água, como abacaxi, melancia e melão, são as mais indicadas i Aipim, batatadoce e raízes em geral ajudam a estabilizar os níveis de glicose i Carnes magras poupam o organismo e o fígado, que está trabalhando para eliminar as toxinas

MUNDO ANIMAL

Gustavo Côrtes | gustavo.cortes@abril.com.br

CÃES DE GUARDA

ANNA FISCHER

Não se deixe enganar pela fofura destes filhotes. Quatro pastoresalemães adquiridos recentemente pela Guarda Municipal do Rio estão sendo treinados para patrulhar as ruas da cidade ao lado dos agentes.

A rotina dos animais começa cedo.

Por volta das 8 horas, simulam situações como fugas de suspeitos e brigas a serem apartadas. Os cães também aprendem a obedecer a comandos de voz e gestuais dos seus guias, que participam de todos os exercícios. A alimentação é baseada em ração e suplementos vitamínicos ministrados em dias de maior esforço. Para os peludos, no entanto, tudo não passa de brincadeira.

O empenho nas atividades é sempre recompensado com petiscos.

Com jeitinho, vai Ninguém gosta de tomar remédio, certo? Pois bem, os animais também não. Para facilitar o tratamento de cães, gatos, aves e equinos, a Fórmula Animal, farmácia de manipulação veterinária, oferece medicamentos em forma de guloseimas que cumprem a mesma função dos produtos convencionais, mas sem o gosto desagradável dos comprimidos e xaropes. Os remédios sabor picanha para cães cardiopatas são os mais vendidos, mas itens como gel de maçã para cuidar de cavalos enfermos também fazem sucesso. “Não há prejuízo à terapia médica e os bichos adoram”, garante Renata Piazera, sócia-fundadora da rede.

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O Carnaval chegou (para os pets também). A loja virtual Zen Animal faturou cerca de 80 000 reais com a venda de 1 500 fantasias para cães e gatos em 2017. Neste ano, a expectativa é grande sobre o mês de fevereiro. Os modelos mais populares são os de unicórnio e de urso panda. Contudo, a veterinária Raquel Calixto, especialista em felinos, faz um alerta para os cuidados no uso dos trajes nos bichanos.

“Cachorros se adaptam melhor a essas coisas. Gatos não gostam de ter seus movimentos limitados”, explica. Ela recomenda que os adereços sejam leves, como capas e adesivos, e não sejam mantidos no animal por longos períodos.

2002LUBAVA1981/ISTOCK

ACCEPTFOTO/ISTOCK (CAVALO) E FELIPE FITTIPALDI (REMÉDIO)

FOLIA ANIMAL

Roteiro da Semana

FERNANDO MAIA/RIOTUR

32 Restaurantes 34 Bares 36 Comidinhas 38 Crianças 39 Exposições 40 Shows 43 Teatro 46 Filmes

ATÉ O FIM No domingo (18) ainda tem Carnaval: o gigante Monobloco desfila no Aterro neste ano — em 2017, o cortejo levou 400 000 pessoas ao Centro (foto). Saiba sobre o melhor da folia e outras bossas a partir da página 40.

RESTAURANTES

Fabio Codeço | fabio.codeco@abril.com.br

CRÍTICA

Espaço multiuso Prado Co. Endereço de vida dupla no Jockey Club, o ponto atrai uma turma animada nas noites de quarta a domingo, com trilha que vai de jazz a música eletrônica. Nos fins de semana, abre mais cedo e recebe famílias para o almoço, quando fazem sucesso as carnes na brasa — o bife de chorizo (R$ 93,00, 400 gramas) veio rosado, macio e bem temperado. O cardápio também traz catorze receitas inéditas do chef Eduardo Lyra.

O bolinho de bobó de camarão (R$ 49,00, quatro unidades) não é dos mais leves, mas satisfaz o paladar. Na etapa seguinte, prove o nhoque de batata-doce selado ao molho de cogumelos (na foto, a R$ 39,00). Opção doce, o crumble romeu e julieta (R$ 24,00) peca pela quantidade excessiva de castanha triturada, o que mascara o creme de goiaba. A partir das 18h, entram em cena pizzas assadas no forno a lenha. Praça Santos Dumont, 31, Gávea, ☎ 2512-2247. 18h/4h (ter. até 1h; qua. e dom. até 2h). Aberto em 2015. $$

CONTA SOB MEDIDA

FOTOS TOMAS RANGEL

Chef do Lorenzo Bistrô, Christiano Ramalho criou um menu que permite escolher, no jantar de segunda a sábado, entrada, prato e sobremesa por R$ 95,00. Um começo possível leva à mesa aspargos guarnecidos de molho béarnaise e farofinha. Adiante, o comensal decide entre seis opções, como o clássico galeto assado ao molho de mostarda, aligot (purê de batata com queijo) e legumes. Uma dica para terminar, a panqueca de doce de leite é acompanhada de sorvete de creme. Também é possível trocar o doce por duas taças de vinho ou espumante.

Rua Visconde de Carandaí, 2, Jardim Botânico, ☎ 3114-0855.

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Ô ABRE-ALAS Uma seleção de entradas animadoras em seis menus

Até o fim do verão, o tailandês Nam Thai oferece um cardápio convidativo para o pós-praia ou mesmo uma esticada depois do trabalho. De terça a sábado, das 17h às 20h, o serviço batizado de Thai Sunset sugere cinco combinados de quitutes asiáticos com bebidas refrescantes.

Ella. A pizzaria, famosa pelas receitas deliciosas, sugere, para começar, a cremosa burrata coberta por pesto de pancs (plantas alimentícias não convencionais), servida sobre focaccia de tomate (R$ 48,00). É pedida ideal para partilhar.

Rua Pacheco Leão, 102, Jardim Botânico, ☎ 3559-01021.

Olympe. Uma linda sugestão do chef Thomas Troisgros para iniciar o menu criação (R$ 330,00 por quatro etapas) leva à mesa vieiras na forma de ceviche, escoltadas por lâminas de batata-doce agridoce finalizadas com flores comestíveis, para enfeitar o conjunto. Rua Custódio Serrão, 62, Lagoa, ☎ 2539-4542.

Lima Cocina Peruana. O restaurante serve especialidades preparadas com esmero. A típica causa, espécie de escondidinho frio, ganha versões como a que traz bolinhas de batata cobertas de camarões flambados (R$ 41,00). Rua Visconde de Caravelas, 89, Botafogo, ☎ 3647-3411.

Porto Frescatto.

Vistosa sugestão no misto de bistrô e butique especializado em frutos do mar, o carpaccio de polvo vem temperado por vinagrete de nampla (molho tailandês à base de peixe) e acompanhado de torrada (R$ 46,00). Avenida Ataulfo de Paiva, 566, loja C, ☎ 2249-2454.

LIPE BORGES/DIVULGAÇÃO

Um deles traz quatro vieiras em dois preparos (foto) e duas taças de espumante a R$ 70,00. Pelo mix que reúne um bolinho de camarão e três trouxinhas de frango mais uma taça de Aperol Spritz são pagos R$ 35,00. Rua Rainha Guilhermina, 95 A/B, Leblon, ☎ 2259-2962.

Pobre Juan. Novidade na ala das entradas da casa especializada em carnes, os pintxos de cuadril consistem em três espetinhos suculentos de miolo de alcatra, servidos com farofa crocante e molho chimichurri (R$ 35,90).

Avenida das Américas, 3900, 3º piso, Barra, ☎ 3252-2637.

Quadrucci. Uma dica apetitosa (e deliciosa) do chef Ronaldo Canha é o tartare de lula com polvo e camarão pousado sobre banana-da-terra assada e acompanhado de chips de banana verde e vinagre balsâmico aromatizado com abacaxi e maracujá (R$ 39,00). Rua Dias Ferreira, 233, Leblon, ☎ 2512-4551.

RODRIGO AZEVEDO/DIVULGAÇÃO

BETH COELHO/DIVULGAÇÃO

HAPPY HOUR

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BARES

Carol Zappa | carolina.zappa@abril.com.br

ROTA DA FOLIA Música, promoções e novidades de Carnaval em cinco casas

Feijão a fantasia Não é de hoje que a clássica combinação feijoada-Carnaval dá samba. No Zinho Bier, a costela no bafo, especialidade local, abre alas para um festival do prato, de sábado (10) a terça (13).

Há três versões: a tradicional (foto), como manda o figurino, com costela, calabresa, lombo, carne-seca e paio, é escoltada por couve, farofa, arroz, laranja e torresmo (R$ 120,00). À moda francesa, a feijoada branca leva dobradinha no lugar da calabresa (R$ 135,00). O feijão-branco abastece ainda a receita de frutos do mar (R$ 135,00), com paio, camarão, lula, mariscos, peixe-branco, vôngole e polvo, ladeada por arroz, farofa de alho e bacon e folhas refogadas. Porções para três pessoas. Rua São Luiz Gonzaga, 2330, Benfica, ☎ 3890-1704. 11h/18h (sáb. até 1h).

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RIO ART COM/DIVULGAÇÃO

Bar Bukowski. Concentrado em frente ao reduto roqueiro, o bloco Não Deixe o Rock Morrer (foto à dir.) desfila pelas ruas com a banda Vênus Café. No som, arranjos próximos dos originais de Rolling Stones, Pearl Jam e Nirvana. O passaporte (R$ 50,00) dá direito a blusa, copo, uma dose de Jägermeister e à festa pós-desfile no bar. Rua Álvaro Ramos, 270, Botafogo. Segunda (12), 16h.

DRINQUES NA VARANDA Negócio em franca expansão, com 24 unidades espalhadas pela cidade, o Balada Mix, especializado em sanduíches e receitas leves, tem novidades para a “turma do funil”.

Na varanda de um belo casarão, uma das filiais em Ipanema ganhou um bar de drinques. De quinta a domingo, a partir das 13h, são servidos preparos como a vodca TIIV orgânica, com uva e hortelã (R$ 25,00, na foto), além de clássicos, a exemplo de mojito e aperol spritz (R$ 18,90 cada um). Rua Aníbal de Mendonça, 31, Ipanema, ☎ 3687-8739.

MAURICIO KAYE/DIVULGAÇÃO

FELIPE FITTIPALDI

Salete. Famoso pelas empadas leves e cremosas, o botequim tijucano vende seus drinques em forma de sacolé durante o Carnaval. Frozen de maracujá é uma das cinco opções (R$ 7,50 cada uma). A casa fecha na segunda (12) e na terça (13), mas volta com a promoção da Quarta de Cinzas até o domingo (18). Rua Afonso Pena, 189, ☎ 2264-5163.

Legião Carioca. De carona no desfile do Bukowski, a hamburgueria faz o Bailinho Legionário, com rock, confete, combos e chopeira na varanda. Money, APA da Dream Bier (R$ 13,00) e outros rótulos serão servidos em copos descartáveis.

Rua Arnaldo Quintela, 89, Botafogo, ☎ 2542-9959. Segunda (12), 16h/22h.

Casarão 1903. O endereço de cervejas artesanais oferece rodada dupla do chope Cool Lager, da Three Monkeys (R$ 14,90, 300 mililitros), e 20% de desconto nos drinques, espumantes e petiscos. O pirulito de cordeiro ao molho de maçã verde sai a R$ 31,92 (oito unidades). Rua Marquês de Olinda, 94, Botafogo, ☎ 2551-9749.

Serpentina Bar Artesanal.

Sambas e marchinhas animam o baile carnavalesco no terraço do bar cervejeiro em duas datas. Entre os chopes plugados, prove o red ale lager A Veia Viaja #1 (R$ 17,90, 285 mililitros), da paulista Avós. Rua Araguaia, 1480, Freguesia, ☎ 3486-4782. Domingo (11), 18h; terça (13), 21h. Couvert: R$ 10,00.

Dia de turista Agitos momescos em três hotéis Mercure. Até domingo (18), o restaurante debruçado sobre a orla de Copacabana serve petiscos como ceviche de peixe-branco com banana-da-terra (R$ 21,00). No sábado (10), na segunda (12) e na terça (13), o samba fica a cargo da banda Bossa e Balanço. Até quarta (14), a Jeffrey instala ali uma estação com chopes a R$ 15,00 (300 mililitros). Avenida Atlântica, 2554, Copacabana, ☎ 3545-5124. 12h/23h.

CAROLINA PERALTA/DIVULGAÇÃO

RODRIGO VIEIRA/DIVULGAÇÃO

Praia Ipanema Hotel. Neste sábado (10) e no seguinte (17), tem sunset party na varanda com as DJs Scarlet e Daiana. Lá ou no lobby refrigerado, os R$ 50,00 pagos são revertidos em consumação. O menu inclui tartar de salmão (R$ 40,00) e drinques de Alex Mesquita. O tiki aloha leva rum, xarope de amêndoas, mel de laranjeira, Angostura, maracujá e espuma de hibisco (R$ 30,00). Avenida Vieira Souto, 706, Ipanema, ☎ 2141-4992.

Hilton. À beira da piscina, a happy hour acontece na sexta e no sábado, até o fim de março, embalada pela DJ Vivi Reis e por um bar de drinques e caipirinhas. Para beliscar, camarão empanado no coco com molho agridoce (R$ 38,00).

Avenida Atlântica, 1020, Copacabana, ☎ 3501-8000.

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COMIDINHAS

Fabio Codeço | fabio.codeco@abril.com.br

CRÍTICA

ENFIM, NO RIO

LUCAS TERRIBILI/DIVULGAÇÃO

Bullguer. Anunciada para julho de 2017, a primeira filial carioca da rede paulistana foi aberta no último dia 2. Criada em 2014, a marca investe em hambúrgueres benfeitos, operação ágil e preços convidativos. A equipe local, ainda em afinação, expediu o lumberjack (hambúrguer bovino, queijo, bacon, picles e molho da casa; R$ 20,00, na foto) um pouco além do ponto, mas com pão macio, no tamanho ideal para caber na mão e na boca sem nada transbordar.

Outra pedida, o bulldog (R$ 18,00) é um cachorro-quente de salsicha frankfurt enrolada em bacon e coleslaw (saladinha de repolho). Pela batata sequinha e temperada com páprica são pagos R$ 9,00. Botafogo Praia Shopping, 3º piso, ☎ 3795-1967, ↕ Botafogo (90 lugares); 10h/22h (dom. 14h/21h). www.bullguer.com. Aberto em 2018.

TÁ CHOVENDO HAMBÚRGUER

RODRIGO AZEVEDO/DIVULGAÇÃO

BATIDAS DIFERENTES

A loja-conceito da rede T.T. Burger, em Ipanema, foi inaugurada no dia 6, com festa e distribuição de hambúrgueres.

Na esquina das ruas Barão da Torre e Maria Quitéria, o imóvel de três andares também abrigará, a partir de março, um empório e um espaço onde o chef Thomas Troisgros promete investir na alta gastronomia. A rede passa a englobar sete unidades. Como parece não haver crise nesse ramo, o Centro também ganhou filiais da Hell's Burguer e da B.B. Burger & Beer, enquanto a B, de Burger abrirá mais duas unidades até o mês que vem, uma em Botafogo e a outra no Jardim Botânico.

Petiscos para o Carnaval

Milk-shakes inéditos no menu de três casas Freddo. Na rede argentina entrou em cena uma carta com três sabores (R$ 21,90 cada um). É destaque na lista a versão de amendoim, sorvete e calda de doce de leite. Shopping Tijuca, 2º piso, ☎ 3197-5236. Mais seis endereços.

LeMax Hamburgueria. A unidade de Botafogo incluiu uma sugestão com Jack Daniel’s (R$ 29,00; 300 mililitros, na foto).

O uísque é misturado a sorvete de baunilha e calda de chocolate.

Rua Nelson Mandela, 100, loja 118, Botafogo, ☎ 3495-9800.

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Meals Burger e Deli. Na linha de milk-shakes da casa, que estreou em dezembro, uma das três pedidas traz Nutella, brownie e cheesecake de morango (R$ 12,90 cada um, no copo de 300 mililitros). Rua Araguaia, 503, Freguesia, ☎ 3040-5828.

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TOMAS RANGEL/DIVULGAÇÃO

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No clima de Momo, a Deli 43 lança combinados de comidinhas com chope artesanal para os foliões que quiserem se reabastecer entre um bloco e outro.

O endereço do Leblon, bairro que recebe pelo menos cinco cortejos até a Quarta-Feira de Cinzas, oferece três sugestões apetitosas. Uma opção reúne dois dos famosos croquetes (foto) locais e um copo de 300 mililitros do chope Praya por R$ 25,00. O quitute pode vir nos sabores carne, carne picante, cogumelo, bacalhau ou linguiça. Rua João Lira, 97, Loja B, Leblon, ☎ 2294-1745.

CRIANÇAS

Renata Magalhães | renata.magalhaes@abril.com.br

PRINCESAS EM DESFILE Repaginada, a história da Branca de Neve inspira a comédia musical assinada e dirigida por Anacleto Carindé. Em Espelho, Espelho Meu, no Imperator a partir de sábado (17), o perigo não está na maçã envenenada, mas em um líquido que a Rainha Má tenta fazer chegar até a mocinha. Para cumprir sua missão, a vilã vai se aproximar de

princesas de outros contos de fadas, como Elsa e Cinderela. A trilha sonora é de Pablo Paleologo, que também está em cena no papel do Espelho Mágico (55min). Rec. a partir de 1 ano. Imperator — Centro Cultural João Nogueira. Rua Dias da Cruz, 170, Méier. Sábado e domingo, 16h. R$ 30,00.

Até 4 de março. Estreia no sábado (17).

MARIANA ESBERARD/DIVULGAÇÃO

TEMPORADA PRORROGADA Acolhida pelo público, a inventiva programação de férias da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, foi estendida até o fim de fevereiro. Cada dia da semana reserva uma atividade para entreter os pequenos: às quartas, os visitantes aprendem técnicas de origami, a tradicional arte de dobradura de papel, e às sextas a brincadeira envolve teatro de sombras. Rec. a partir de 5 anos. Casa Museu Eva Klabin. Avenida Epitácio Pessoa, 2480, Lagoa, ☎ 3202-8550.

Terça a sexta, 10h e 15h; sábado e domingo, 15h.

R$ 10,00. Grátis para crianças de até 10 anos.

Até o dia 28. Fecha de segunda (12) a quarta (14), devido ao Carnaval.

3 bailes de Carnaval i Bondinho do Pão de Açúcar. Comandado pela trupe do Circo Macaco Prego (foto), o festejo inclui desfile de fantasias e contadores de histórias. Avenida Pasteur, 520, Urca. Sábado (10 e 17), 11h às 13h. R$ 20,00 (até 12 anos) a R$ 40,00. Grátis para menores de 6 anos.

i Vogue Square. O complexo gastronômico abriga seu primeiro Bailinho de Carnaval, com banda, DJs, concurso de fantasias e espaço fashion para fazer cabelo e maquiagem. Avenida das Américas, 8585, Barra.

Sábado (10) a terça (13), 15h às 19h. Grátis.

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CLARISSA GUEDES/DIVULGAÇÃO

i Fashion Mall. Dentro do shopping, o bailinho é embalado pela Escola de Música do bloco Spanta Neném e vai promover um concurso de fantasias. Estrada da Gávea, 899, São Conrado. Sábado (17), 16h às 19h. Grátis.

EXPOSIÇÕES

Renata Magalhães | renata.magalhaes@abril.com.br Vista do Rio de Janeiro Tomada da Barra

IMAGENS JOHANN MORITZ RUGENDAS/REPRODUÇÃO

Vista do Rio de Janeiro Tomada nas Proximidades da Igreja da Glória

Lagoa das Tretas (atual Lagoa Rodrigo de Freitas)

O RIO DE RUGENDAS Pintor, desenhista e gravador, o alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858) desembarcou no Brasil pela primeira vez em 1821, encarregado de documentar a Expedição Langsdorff, jornada de investigação científica que atravessou

o país. Rugendas se desentendeu com os companheiros, mas seguiu viagem e cumpriu sua missão. Cinquenta de seus pioneiros registros dos trópicos estão na mostra Rugendas, um Cronista Viajante, na Caixa Cultural. O Rio do século XIX

Alucinações à Beira Mar. Uma escultura de Alberto Giacometti (foto) destaca-se no rico acervo. Museu de Arte Moderna. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Flamengo. Terça a sexta, 12h às 18h; sábado e domingo, 11h às 18h. Reabre na quinta (15). R$ 14,00.

Ex Africa. Mergulho na arte contemporânea africana.

CCBB. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Quarta a segunda, 9h às 21h. Reabre na quarta (14), às 12h. Grátis. Até 26 de março.

RAFAEL ADORJÁN/MAM RIO

As cinco melhores em cartaz

aparece em imagens como as três desta página, todas presentes na mostra. Caixa Cultural. Avenida Almirante Barroso, 25, Centro. Terça a domingo, 10h às 21h. Fecha terça (13), sábado (17) e domingo (18).

Grátis. Até 11 de março.

Festa Brasileira: Fantasia Feita à Mão. Celebrações nacionais em fotos, artesanato e outras criações. Crab. Praça Tiradentes, 69, Centro. Terça a sábado, 10h às 17h.

Reabre na quinta (15). Grátis. Até 31 de março.

O Ritmo do Espaço. Reunião de encantadoras esculturas de metal do japonês Yutaka Toyota. Museu de Arte Moderna. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Flamengo. Terça a sexta, 12h às 18h; sábado e domingo, 11h às 18h.

R$ 14,00. Reabre na quinta (15). Até domingo (18).

A União Soviética Através da Câmera. Imagens de seis fotógrafos na antiga potência comunista. Paço Imperial. Praça Quinze de Novembro, 48, Centro. Terça a sexta, 12h às 19h; sábado e domingo, 12h às 18h. Reabre na quinta (15) e fecha no sábado (17). Grátis. Até o dia 25.

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SHOWS

Carol Zappa | carolina.zappa@abril.com.br

CONFETE E SERPENTINA Uma seleção de atrações inspiradas pelo Carnaval

Baile do Trapiche. No Cais da Imperatriz, o baile a fantasia reúne os músicos do Rancho Flor do Sereno aos cantores Pedro Paulo Malta, Pedro Miranda e Nina Wirtti.

Marchinhas, sambas e outros clássicos embalam os foliões. Cais da Imperatriz.

Rua Sacadura Cabral, 145, Praça Mauá.

Terça (13), 22h30. R$ 45,00 (antecipado) e R$ 54,00 (na hora).

Monobloco. Com tema composto por Moraes Moreira, Amor de Carnaval, além de repertório bem pop, a agremiação desfila com 180 batuqueiros pelo Aterro do Flamengo no domingo pós-folia. Domingo (18), concentração às 7h na altura da Praça Luis de Camões; saída às 9h.

Elisa Addor. Talento da nova geração, integrante do ótimo projeto infantil Farra dos Brinquedos, a cantora costura, apoiada por violão, percussão e sopros, canções carnavalescas de Paulinho da Viola, Chico Buarque, Noel Rosa e jovens bambas, como Rafael dos Santos.

Casa de Cultura Laura Alvim. Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema.

Domingo (18), 17h. R$ 20,00.

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JOÃO GABRIEL SALOMÃO/DIVULGAÇÃO

Bloco P[a]rado. Em três dias, blocos badalados da cidade, como Amigos da Onça, Minha Luz É de Led e Volta, Alice, ocupam o estacionamento do Prado, no Jockey. DJs, oficinas de maquiagem e customização de camisas completam a festa. Praça Santos Dumont, 31, Gávea.

Sábado (10 e 17) e domingo (11), a partir das 13h. R$ 50,00.

MARCOS HERMES/DIVULGAÇÃO

Terreirão do Samba. Durante a folia, e até o sábado (17), o reduto na Praça Onze recebe diariamente, a partir das 19h, exceto na quinta (15), rodas, shows de bambas e baterias. Na segunda (12), Diogo Nogueira (foto) divide o palco com Rodriguinho. Na terça (13) tem Arlindinho e Mumuzinho, e na Quarta de Cinzas (14) a farra começa às 14h, com o grupo Fundo de Quintal. Rua Benedito Hipólito, 66, Centro. R$ 20,00.

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BAILES NO CIRCO VOADOR

Baile do Almeidinha. Na edição de Cinzas de sua tradicional gafieira, o bandolinista Hamilton de Holanda e a banda Magnífica embalam a pista com clássicos da MPB. Os convidados são a cantora Nina Miranda e a orquestra Batuquebato. Quinta (15), a partir das 21h. R$ 40,00 (1º lote).

Tropical System Vol. 4. Autor do hit Elas Gostam (Popa da Bunda), gravado com a banda de axé Psirico, o projeto ÀTTØØXXÁ reinventa o pagodão baiano com batidas eletrônicas. Antes, o coletivo Heavy Baile mistura funk, trap e mais. Sexta (16), a partir das 22h. R$ 80,00 (1º lote).

VICTOR AFFARO/REVISTA VEJA

O Tradicional Baile de Carnaval de Anavitória. Fenômeno pop com melodias açucaradas como Trevo (Tu), o duo do Tocantins (foto) testa ao vivo o novo EP Anavitória Canta para Foliões de Bloco, Foliões de Avenida e Não Foliões Também, com versões light para Baianidade Nagô, Me Abraça e Vem Meu Amor, além de uma inédita. Sábado (17), a partir das 20h. R$ 80,00 (2º lote). i Circo Voador. Arcos da Lapa, s/nº.

NELSON FARIAS/DIVULGAÇÃO

Dentro da programação da Casa da Bossa, projeto dedicado à sessentona bossa nova que ocupa a Sala Baden Powell, a cantora e compositora Fátima Guedes (foto) divide com o violonista Jean Charnaux o show Coisas Eternas, na sexta (16). Eles defendem canções conhecidas do repertório de ambos, além de composições de Edu Lobo, Gil, Lenine e Chico Buarque. No dia seguinte, outra dobradinha: o piano do tarimbado Osmar Milito e a voz grave da cantora Indiana Nomma, nascida em Honduras, se encontram para visitar pérolas do gênero homenageado. A flautista Andrea Ernest Dias é a convidada da segunda noite. Sala Municipal Baden Powell. Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 360. Sexta (16), 21h, R$ 20,00. Sábado (17), 21h, R$ 50,00.

Quem quiser fugir das típicas batucadas do Carnaval poderá procurar abrigo no Blue Note Rio. Na segunda (12) e na terça (13), a casa recebe os exilados do samba no CarnaJazz n'Blues, em duas sessões diárias. No primeiro horário, Leo Gandelman (foto) interpreta clássicos dos Beatles em saborosas versões instrumentais, dentro do projeto Yellow Sax Marine, ao lado do Julio Bittencourt Trio (de bateria, baixo e guitarra).

Mais tarde, quem entra em cena é o veterano Big Gilson, com seu tributo de blues aos Rolling Stones. Blue Note Rio. Avenida Borges de Medeiros, 1424, Lagoa. Segunda (12) e terça (13), 20h e 22h30.

R$ 90,00 (lounge) e R$ 120,00 (premium lounge).

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CAFI/DIVULGAÇÃO

BEATLES E STONES NO SAMBA

Viva a bossa, sa, sa

SHOWS

SILMARA CIUFFA/DIVULGAÇÃO

ROCK INTIMISTA

MPB à americana

TÚNEL DO TEMPO Sempre irreverente, Leo Jaime passa a limpo sua trajetória no show Leo "Guanabara" Jaime, alcunha pela qual era conhecido no início da carreira, no Rio, nos anos 80. Daquela época, entram no roteiro canções que estouraram nas rádios e em novelas, como Rock Estrela, Sônia, Fórmula do Amor e Nada Mudou. Entre curiosidades de bastidores e histórias de outrora, o cantor ainda celebra amigos e ídolos que tiveram influência em sua música, de Rolling Stones e The Cure a Raimundos, Legião Urbana e Marina. Blue Note Rio. Avenida Borges de Medeiros, 1424, Lagoa. Sábado (17), 20h e 22h30. R$ 130,00 (lounge) e R$ 190,00 (premium lounge).

FELIPE LIMA/DIVULGAÇÃO

RICARDO MATSUKAWA/REVISTA VEJA

Pontapé inicial de uma trilogia da diva americana dedicada ao cancioneiro nacional, o antológico álbum O Som Brasileiro de Sarah Vaughan (1978) é revisitado pela cantora potiguar Liz Rosa. Em seu primeiro show no Rio desde que se mudou para Nova York, em 2016, a intérprete empresta a voz doce a temas como Bridges (Travessia), Dindi e If You Went Away (Preciso Aprender a Ser Só), acompanhada pelo power trio formado por Rafael Barata (bateria), André Vasconcellos (baixo) e Fernado Merlino (piano e direção musical). Blue Note Rio. Avenida Borges de Medeiros, 1424, Lagoa. Quinta (15), 21h. R$ 90,00.

Titãs. Remanescentes da formação original, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto seguem na estrada há 35 anos, com novos passageiros — Mário Fabre (bateria) e Beto Lee (guitarra) juntaram-se ao trio em 2010 e 2016, respectivamente. Depois de encarar a multidão no Rock in Rio, em setembro, a banda traz à cidade o show intimista Uma Noite no Teatro, em que repassa sucessos como Diversão, Cabeça Dinossauro e Pra Dizer Adeus. Em um set acústico, o trio de fundadores passeia, junto ou individualmente, por canções menos tocadas ao vivo, caso de Isso e Enquanto Houver Sol, além de três inéditas — a exemplo de 12 Flores Amarelas, título da ópera-rock que deve sair do forno ainda neste semestre.

Teatro Bradesco. Avenida das Américas, 3900, Barra (VillageMall). Sexta (16), 21h. R$ 140,00 (frisas) a R$ 280,00 (plateia baixa).

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TEATRO

Renata Magalhães | renata.magalhaes@abril.com.br

CRÍTICA

Rito de passagem tes da plateia assistam a encenações distintas. Infância, relacionamentos amorosos, angústias, o impacto da idade e outras coisas da vida passam em flashes diante do espectador, que, a propósito, é instado a participar do espetáculo de forma bastante ativa. Em mais um de seus acertos, a peça, quase sem falas, com dramaturgia concebida por Gregorio Duvivier, ainda ressalta a beleza da poesia do autor português Gonçalo M. Tavares (75min). 14 anos. Oi Futuro.

Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo. Quinta a domingo, 20h. R$ 30,00. Até o dia 25.

RENATO MANGOLIN/DIVULGAÇÃO

O Tempo Não Dá Tempo. Para celebrar os 90 anos da coreógrafa Angel Vianna (no centro da foto), Duda Maia (diretora do excelente musical Auê) realizou um delicado espetáculo sobre a passagem do tempo. A homenageada está em todas: aparece em vídeo, gravações em off e divide o palco com o elenco em um momento enternecedor. Marina Vianna (substituída por Ângela Câmara na sessão vista), Oscar Saraiva, Juliana Linhares e Ciro Sales (todos na foto, ao lado de Angel) defendem cenas curtas em variados espaços do Oi Futuro — por vezes, simultaneamente, fazendo com que par-

CRÍTICA

LAÇOS DE FAMÍLIA

LOURENÇO MONTE-MÓR/DIVULGAÇÃO

Tripas. Calcada em angústias reais, a dramaturgia do espetáculo foi desenvolvida por Pedro Kosovski, após a recuperação de seu pai, vítima de uma crise de diverticulite aguda que o deixou entre a vida e a morte. Essa fronteira é representada de forma literal, ganha aspecto geográfico, no solo estrelado por Ricardo Kosovski: enquanto interpreta palavras escritas pelo filho sobre o tempo que passou internado, o ator busca cativar observadores internacionais (a plateia) que podem decidir seu destino no Golfo de Ácaba, porção do Mar Vermelho que banha Israel, Egito, Jordânia e Arábia Saudita. Incômoda e mesmo chocante em pontos cruciais, a peça também emociona quando se coloca como uma celebração da vitória sobre a doença (60min). 16 anos.

Teatro Poeirinha. Rua São João Batista, 174, Botafogo.

Quinta a sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 50,00. Até o dia 25.

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TEATRO

BATE FORTE O TAMBOR

Caracterizada por rica diversidade, a província chinesa de Guizhou é palco de numerosos festivais culturais e berço da tradicional dança com tambores de madeira. Essa típica manifestação inspira o espetáculo que uma trupe de vinte artistas daquela região apresenta na abertura dos festejos do Ano Novo Chinês,

realizados pela segunda vez na Cidade das Artes. O endereço na Barra celebra a China até o dia 25, com programação que inclui ainda gastronomia, artesanato, moda, acupuntura e números de artes marciais (90min). Livre.

Cidade das Artes. Avenida das Américas, 5300, Barra. Quinta (15), 19h. R$ 40,00.

JANDERSON PIRES/DIVULGAÇÃO

Fora de casa

PORTEIRO HONORÁRIO Depois de fazer o papel de porteiro por quatro vezes, na TV, no palco e no cinema, o ator pernambucano Alexandre Lino deu protagonismo ao personagem no monólogo de humor O Porteiro, de volta ao circuito a partir de sábado (17), no Theatro Bangu Shopping. Na peça, criada com base em depoimentos de profissionais que migra44 Veja Rio 14 de fevereiro, 2018

ram para o Rio em busca de vida melhor, os espectadores são convidados a participar de uma reunião de condomínio comandada por Waldisney (Lino), após o sumiço do síndico (60min). 16 anos. Theatro Bangu Shopping. Rua Fonseca, 240, Bangu. Sábado (17), 21h; domingo (18), 19h.

R$ 40,00 a R$ 60,00.

Após um encontro casual no Rio, dois artistas cariocas que vivem no exterior decidiram criar um espetáculo sobre a experiência de ser imigrante.

Morador de Paris, na França, o ator e cineasta Dado Amaral assina, em parceria com a atriz circense Marta Chaves, radicada em Sollebrunn, na Suécia, o texto de AWKWA. Mistura de performance, teatro físico e dança, a apresentação da dupla (na foto) ainda conta com a participação do músico Alexandre Brasil, contrabaixista da Orquestra Sinfônica Brasileira (130min). Livre.

Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. Rua Humaitá, 163, Humaitá. Sábado e segunda, 21h; domingo, 20h. R$ 40,00.

Até o dia 26. Estreia no sábado (17).

As cinco melhores em cartaz

Visto por mais de 200 000 pessoas em teatros brasileiros, o musical Deixa Clarear chega à 22ª temporada carioca. Isaac Bernat dirige o texto de Marcia Zanelatto, um tributo à cantora Clara Nunes (1943-1983) estrelado por Clara Santhana. À frente de um quarteto de instrumentistas, ela desfia pérolas do repertório da homenageada, como Morena de Angola, Um Ser de Luz e O Mar Serenou (75min).

Livre. Imperator — Centro Cultural João Nogueira.

Rua Dias da Cruz, 170, Méier.

Sexta, 16h; sábado e domingo, 19h. R$ 50,00. Até 4 de março.

Reestreia na sexta (16).

JOÃO CALDAS FO/DIVULGAÇÃO

Boca de Ouro. Malvino Salvador (foto) estrela a peça de Nelson Rodrigues, em excelente montagem de tom carnavalesco. Sesc Ginástico.

Avenida Graça Aranha, 187, Centro.

Sexta e sábado, 19h; domingo, 18h.

R$ 30,00. Até o dia 25.

Gritos. O espetáculo sem diálogos da cia. Dos à Deux narra três bonitas histórias de amor. Teatro Dulcina. Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro. Quarta a domingo, 19h.

R$ 40,00. Até 11 de março.

Bibi, uma Vida em Musical.

As histórias de Bibi Ferreira e do teatro nacional se entrelaçam na montagem.

Teatro Oi Casa Grande. Avenida Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon. Quinta e sexta, 20h; sábado, 17h e 21h; domingo, 18h. R$ 50,00 a R$ 150,00. Até 1º de abril.

Alair. Com apuro visual, a peça estrelada por Edwin Luisi inspira-se na vida do fotógrafo Alair Gomes. Teatro Ipanema. Rua Prudente de Morais, 824, Ipanema. Sábado, 21h; domingo e segunda, 20h. R$ 50,00. Até o dia 26.

ROBERTO VALENTE/DIVULGAÇÃO

DANIEL CASTRO/DIVULGAÇÃO

FORÇA DA NATUREZA

Minha Vida em Marte. Em novo solo, Mônica Martelli discute, com humor, as dificuldades do casamento.

Teatro das Artes. Rua Marquês de São Vicente, 52, Gávea. Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 100,00. Até o dia 25.

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FILMES

Miguel Barbieri Jr.

ESTREIAS

Oscar 2018 > O Insulto e Sem Amor concorrem a melhor filme estrangeiro

Três anos depois de concorrer ao Oscar com Leviatã, o russo Andrey Zvyagintsev volta ao páreo com Sem Amor, vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes. Moscou, no início do inverno, serve de palco para uma história de rasgar o coração. Zhenya (Maryana Spivak) e Boris (Aleksey Rozin) estão em pé de guerra com o processo de divórcio e, para piorar, nenhum dos dois quer a custódia do filho, Alyosha (Matvey Novikov, na foto), de 12 anos. Os pais desejam refazer a vida com os novos parceiros, e não existe lugar para o menino nos seus planos. Tal desprezo terá uma grave consequência: sem deixar rastros, Alyosha desaparece misteriosamente. Em narrativa seca, com pouco espaço para a emoção, o diretor arrasta a trama em longa investigação policial, mas recupera as tintas dramáticas (e trágicas) em desfecho verdadeiramente desumano. Direção: Andrey Zvyagintsev (Nelyubov, Rússia, 2017, 127min). 14 anos.

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FOTOS DIVULGAÇÃO

Primeira indicação do Líbano ao Oscar, O Insulto é uma tentativa válida do diretor e roteirista Ziad Doueiri de emular a cinematografia do iraniano Asghar Farhadi (de A Separação e O Apartamento). Há na trama dois personagens em lados opostos, num impasse, “exigindo” que o espectador tome partido. Em Beirute, o mecânico Tony Hanna (Adel Karam), cristão libanês, casado e futuro pai, irrita-se com a atitude de um mestre de obras e, em troca, é xingado. Refugiado palestino, Yasser (Kamel El Basha, eleito o melhor ator no Festival de Veneza) não pede desculpa, e, em decorrência disso, o caso chegará aos tribunais. O realizador pesa a mão no conflito entre os protagonistas, e fica fácil, desde as primeiras cenas, identificar o lado frágil no embate. O toque original, contudo, é a opção por explorar diferenças e rivalidades raciais numa envolvente explosão de dramas íntimos e, ao mesmo tempo, universais. Direção: Ziad Doueiri (L’Insulte, Líbano/Bélgica/França/EUA, 2017, 112min). 14 anos.

REESTREIA

Um clássico Um dos pilares da nouvelle vague, movimento francês da década de 60, Acossado, de Jean-Luc Godard, é um bom exemplo daquela corrente. Jean-Paul Belmondo interpreta um farsante sedutor que é procurado pela polícia depois de matar um policial. Em Paris, vai atrás da americana (Jean Seberg) por quem está apaixonado. Despojado na forma de filmar e editar, Godard celebra os filmes de aventura com charme e estilo. Direção: Jean-Luc Godard (À Bout de Souffle, França, 1960, 90min). 14 anos.

PARA VER EM CASA

BEM ESTRELADOS A Trama Jovens estudantes participam de uma oficina literária comandada por uma escritora. De raças e religiões distintas, os alunos dão provas de racismo e intolerância neste afiado microcosmo da França.

Lumière — A Aventura Começa O documentário traz 108 filminhos (de cinquenta segundos cada um), realizados por Louis e Auguste Lumière entre 1895 e 1905.

O Formidável Incursão na vida íntima de Jean-Luc Godard, com Louis Garrel (foto) no papel do polêmico diretor, que viveu uma crise artística em 1967.

Os filmes estão disponíveis para aluguel no Google Play, iTunes, NOW, Vivo Play e YouTube.

FILMES

Família em pedaços O Sacrifício do Cervo Sagrado é o primeiro filme do diretor grego Yorgos Lanthimos (de O Lagosta) lançado comercialmente nos cinemas brasileiros. É preciso conhecer o talento do realizador e roteirista, que, aqui, se aproveita de uma tragédia grega para enfocar a ruína de uma família americana. Casados e pais de um menino e de uma adolescente, os médicos Anna e Steven (Nicole Kidman e Colin Farrell, na foto) têm o estabilizado cotidiano abalado pouco a pouco. Tudo por causa de Martin (Barry Keoghan), um rapaz de 16 anos cujo pai foi paciente de Steven. O garoto se entranha na família com más intenções. Desde o início, percebe-se a estranheza do filme por meio de diálogos não muito coloquiais e atuações formais. Faz parte do espetáculo excêntrico do cineasta — mostrar a alma rota de seus protagonistas em situações bem distantes do realismo. Direção: Yorgos Lanthimos (The Killing of a Sacred Deer, Inglaterra/Irlanda/EUA, 2017, 121min). 16 anos.

DOR E SUPERAÇÃO As explosões na Maratona de Boston, em 15 de abril de 2013, deixaram três mortos e centenas de feridos. O Dia do Atentado (2016) ganhou o ponto de vista de um policial fictício e O que Te Faz Mais Forte adota o olhar de um personagem real cuja trajetória foi descrita no livro de Jeff Bauman. No centro do atentado, Bauman (papel de Jake Gyllenhaal, sentado, na foto) foi socorrido, mas teve as pernas amputadas. A namorada (Tatiana Maslany) o ajudou a se recuperar, e o casal passou a morar junto na casa da interesseira mãe de Bauman (Miranda Richardson, em ótima atuação).

O roteiro, a princípio, faz uma crítica à insensatez de amigos e parentes toscos diante da tragédia pessoal e ao descaso das autoridades — Bauman, fragilizado, é visto como herói, nunca como vítima. Em seu terço final, porém, a história se encaminha para o lugar-comum, caindo na armadilha da patriotada. Direção: David Gordon Green (Stronger, EUA, 2017, 119min). 14 anos.

O QUE VEM AÍ

Ainda nas telas...

Candidata ao Oscar de melhor atriz, Margot Robbie é a protagonista de Eu, Tonya, que estreia na quinta (15). Também chegam às telas no mesmo dia mais três filmes com indicações: Mudbound — Lágrimas sobre o Mississippi, Lady Bird — A Hora de Voar e Três Anúncios para um Crime.

> Cinquenta Tons de Liberdade encerra a trilogia e mostra a união de Christian e Ana (Jamie Dornan e Dakota Johnson). A felicidade do casal, porém, está ameaçada por uma pessoa ligada ao passado. Direção: James Foley (Fifty Shades Freed, EUA, 2018, 105min). 16 anos.

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> Na animação Meu Amigo Vampiro, um menino faz amizade com um ser estranho. É Rudolph, um vampiro entediado que decidiu vir para o mundo dos humanos. Direção: Richard Claus e Karsten Kiilerich (Der Kleine Vampir, Alemanha/Holanda, 2017, 83min). Livre.

Os mais bem avaliados* 1

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ARTISTA DO DESASTRE James Franco dirige e estrela a comédia inspirada em excêntrico personagem real — autor do “pior filme do mundo” —, indicada ao Oscar de roteiro adaptado. 14 anos.

Estreou em 25/1/2018.

VIVA — A VIDA É UMA FESTA Animação inspirada na tradição mexicana do Dia dos Mortos. Na trama, o garoto Miguel descobre que a rotina além da vida é, ao contrário do que dizem, uma boa farra.

Livre. Estreou em 4/1/2018.

A FORMA DA ÁGUA Com treze indicações ao Oscar, a fantasia romântica mostra a atração de uma faxineira muda por uma criatura aquática, aprisionada num laboratório secreto na década de 60. 16 anos.

Estreou em 1º/2/2018.

ME CHAME PELO SEU NOME No norte da Itália, em 1983, Elio, de 17 anos, fica encantado com um americano de 25 anos, hóspede na casa de seus pais. Começa, assim, um jogo de sedução entre eles. 14 anos.

Estreou em 15/1/2018.

THE SQUARE — A ARTE DA DISCÓRDIA O curador de um museu de Estocolmo, prestes a abrir uma exposição, tem os documentos e o celular roubados.

A partir daí, sua vida se torna um caos. 14 anos.

Estreou em 4/1/2018.

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VISAGES, VILLAGES Neste indicado ao Oscar de documentário, a cineasta Agnès Varda e o fotógrafo JR percorrem o interior da França e, em vilarejos, cobrem fachadas com imagens gigantes dos entrevistados. 12 anos.

Estreou em 25/1/2018.

THE POST — A GUERRA SECRETA Em 1971, o jornal The Washington Post obtém documentos secretos sobre a Guerra do Vietnã.

Cria-se então um impasse sobre publicar ou não os reveladores papéis. 12 anos.

Estreou em 25/1/2018.

O SACRIFÍCIO DO CERVO SAGRADO Um médico, casado e pai de dois filhos, tem encontros com um rapaz de 16 anos, filho de um paciente dele que morreu. O adolescente entra em sua vida para infernizá-lo. 16 anos.

Estreou em 8/2/2018.

PADDINGTON 2 O ursinho, que foi acolhido por uma família inglesa no filme de 2014, está de volta e, agora, é adolescente e amigo dos vizinhos. Um roubo, porém, o coloca na cadeia. Livre. Estreou em 1º/2/2018.

FOTOS DIVULGAÇÃO

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O INSULTO Em Beirute, um palestino que trabalha numa obra pública xinga um cristão libanês. O caso, depois de tentativas de reconciliação, vai parar nos tribunais. É a primeira indicação do Líbano ao Oscar. 14 anos.

Estreou em 8/2/2018.

* que estrearam nos últimos dois meses

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CRÔNICA Fernanda Torres | fernandatorresvejario1@gmail.com

ILUSTRAÇÃO CHEGARÁ TERÇA À NOITE

6/2/2018 u havia entregado minha crônica de Carnaval. A tensão na cidade já era grande, mas preferi falar sobre minha dificuldade de lembrar o nome das pessoas quando as encontro fora de contexto. Um texto bobo, cotidiano, que bem serviria se o Brasil fosse um país viável.

Mas não. Acordei na terça-feira 6, com a notícia da morte de uma menina de 3 anos, fuzilada por bandidos que haviam explodido um caixa eletrônico no Rio de Janeiro. Engoli seco, mas ainda mantive a crônica banal.

Deu 2 da tarde e entraram as imagens do colapso do viaduto em Brasília. Existe retrato maior do nosso desterro? A principal via de ligação da capital desabando por falta de manutenção. É ou não é um exemplo do que está acontecendo em todos os estados e municípios? Os portos velhos, as estradas esburacadas, o transporte público, a saúde, a educação, tudo falindo.

Descaso igual fez romper a barreira de dejetos da Samarco, em Minas Gerais. Mataram um rio, o quarto maior do Brasil. Lá se foram os peixes e os sapos. Desde então, a febre amarela se espalha.

A Samarco não pagou pela catástrofe, nem vai pagar. A extração mineral é de interesse geral, afirma o andar de cima, enquanto no térreo morre-se de hepatite fulminante.

Mas a tarde ainda não havia chegado ao fim. O sequestro de policiais no Complexo da Maré eclode num confronto que mata a segunda criança do dia, um adolescente de 13 anos. Imagens de helicóptero, tão semelhantes àquelas que cobriram o avanço das UPPs, lembram? No tempo em que mais um governador corrupto

E

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fingia agir pelo interesse de todos? Desta vez os bandidos não correm; pelo contrário, em meio às ruelas de terra, entre barracos sem esgoto, eles apontam a mira do fuzil para a lente do cinegrafista.

Linhas Amarela e Vermelha fechadas, protesto na Rocinha, partindo de São Conrado em direção à casa do governador fictício, no Leblon. Deus Pai, o que vai ser de nós?

Tenho de pegar meu filho na escola. A proximidade da guerra obrigou o conselho a contratar uma firma de segurança. As crianças e o corpo docente terão aulas de sobrevivência em meio ao conflito. Que fazer? Abandonar o Rio que me criou? O país? Desistir daqui? Emigrar, como fizeram, um dia, meus antepassados? E os que ficam? As mães desesperadas e seus filhos esquecidos, que nem sequer frequentam a escola?

Voltei de viagem com o coração apertado, fui lançar meu livro em Lisboa, já disse. Pousei com medo da minha cidade. Mas o fuso horário me fez acordar cedo, o sol nascia, e assisti àquele choque de beleza que é a paisagem da Guanabara. Tudo bem, pensei, vai passar.

Mas hoje, dias depois de chegar, agradeço por meu filho mais velho não ligar para a folia e não se importar de ficar em casa, a salvo dos tiros. Depois eu vejo o que faço, depois, quando as aulas voltarem. Uma faxineira foi atingida por uma bala perdida na PUC, onde ele estuda. Na PUC! A bala de fuzil pode atravessar 3 quilômetros até o coração de alguém.

Esse é o meu diário de bordo de 6 de fevereiro de 2018. A crônica banal vai para o lixo, ou fica para o dia de São Nunca.