Revista Veja São Paulo 10/02/2016

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PARTE INTEGRANTE DE VEJA ANO 49 - NO 6 NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE TIRAGEM DESTA EDIÇÃO 290 264 EXEMPLARES

10 de fevereiro de 2016

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Índice ANO 49 | Nº 6

Seções

Destaque do desfile da Vai-Vai, a consulesa Alexandra Loras fala sobre sua rotina, que inclui trabalhos voluntários, e relata episódios de preconceito racial que sofre na metrópole

LARISSA FARIA

Quem são os paulistanos fanáticos pelo dorama, espécie de folhetim oriental

Consumo

EL O

Condomínios residenciais recebem versões compactas de feiras livres

NG

32

Comportamento

Serviço

Seis programas para curtir a cidade no feriado e passar longe do Carnaval al

Capa: foto de Ramón Vasconcelos

D’A

31

12 14 15 16 34 74

Vejasaopaulo.com Mistérios da Cidade Memória Terraço Paulistano As Boas Compras Matthew Shirts

Roteiro da Semana

Saúde

Proliferação de escorpiões na capital leva hospital de referência a registrar quase o dobro de vítimas picadas

DO

28

A Opinião do Leitor

Trânsito

AR

26

11

Moradores do Morumbi protestam contra a implantação de novas faixas de ônibus na complicada Avenida Giovanni Gronchi

RIC

18

Veja São Paulo Recomenda

RAMÓN VASCONCELOS

20 Perfil

6

38 44 48 50 57 59 59 60 62 67

Restaurantes Bares Comidinhas Cinema Crianças Especial Baladas Exposições Teatro Shows


Veja São Paulo Recomenda ERIKA NEVES

Letícia Sabatella e Alves Pinto: jazz, tango e serrote como instrumento musical

Shows Juliene Moretti

i Caravana Tonteria A cenografia de cabaré e o nome do espetáculo podem deixar a dúvida: trata-se de uma peça ou de uma apresentação musical? Caravana Tonteria é um show teatral, comandado com vigor pela atriz (e competente cantora) Letícia Sabatella. Acompanhada do pianista Paulo Braga, de Zéli Silva no contrabaixo e do ator e músico Fernando Alves Pinto no trompete, violão, voz e serrote, ela propõe uma viagem por estilos como jazz, tango e MPB. O grupo intercala canções e improvisos enquanto fala de amor e desprendimento. Há espaço para a execução de faixas de Cole Porter, Duke Ellington, Carlos Gardel e uma versão inusitada em espanhol de Vapor Barato, conhecida na voz de Gal Costa. Repare: Alves Pinto solta o trocadilho “minha honey bebe” e Letícia entorna a garrafa de vinho. Seus momentos mais inspirados casam dramaticidade e potência vocal em Geni e o Zepelim, de Chico Buarque, e Ne Me Quitte Pas, consagrada por Édith Piaf. A direção artística é do músico Arrigo Barnabé. Livre. Teatro Itália (276 pessoas). Edifício Itália. Avenida Ipiranga, 344, centro. ☎ 3255-1979. ① República. Sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 70,00 e R$ 80,00. Bilheteria: 15h/19h (ter. a sex.); a partir das 15h (sáb. e dom.). Estac. c/manobr. (R$ 25,00). Até o dia 28.

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KIMBERLEY FRENCH

Leonardo DiCaprio: interpretando um caçador de peles, o astro deve, finalmente, conquistar o Oscar de melhor ator

Cinema Miguel Barbieri Jr.

i O Regresso AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

O mexicano Alejandro G. Iñárritu ganhou o Oscar de melhor direção e melhor filme no ano passado pelo excepcional Birdman. Está de volta à corrida com um trabalho igualmente vistoso, recordista de indicações em 2016 — são doze, incluindo a de melhor ator para Leonardo DiCaprio, talvez a maior barbada da cerimônia, que ocorre no dia 28. A estupenda direção de fotografia de Emmanuel Lubezki, outro fortíssimo candidato ao prêmio, traz planos-sequência de tirar o fôlego e luz natural nas filmagens de locações inóspitas (no Canadá e na Patagônia). Em uma trama

simples, mas de pesada carga emocional, DiCaprio interpreta um personagem verídico: Hugh Glass, um caçador de peles no Missouri de 1823. Guiando seu grupo por locais gélidos, Glass, acompanhado do filho (Forrest Goodluck), é atacado por uma fêmea de urso, sobrevive a duras penas, mas tem seu corpo retalhado. Atenção: a sequência, desde já memorável, ganha uma impressionante dose de realismo e violência. Seus colegas não acreditam em sua recuperação e dois deles (papéis de Tom Hardy e Will Poulter) ficam incumbidos de esperar que ele morra. Segue-se, então, uma história de traição, vingança e, sobretudo, uma desesperadora luta pela vida como raras vezes o cinema mostrou com tanta crueldade. DiCaprio fala pouco, e sua atuação vem do formidável vigor físico. Direção: Alejandro G. Iñárritu (The Revenant, EUA, 2015, 156min). 16 anos. Estreou em 4/2/2016.

Exposições Julia Flamingo

i Marilá Dardot AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

Vídeo da artista mineira: resultado de enquete realizada no Rio de Janeiro

Construções antigas e tombadas, a Casa Modernista, a Capela do Morumbi e o Solar da Marquesa têm em comum a administração feita pelo Museu da Cidade, rede da prefeitura. No último sábado (30), a Chácara Lane também passou a fazer parte do time de treze casas históricas que oferecem larga programação de exposições. Inaugura o palacete amarelado a mostra Guerra do Tempo, da mineira Marilá Dardot. São 31 obras que unem a literatura às artes plásticas para discutir memória e esquecimento, entre outros temas. O curador, Douglas de Freitas, aproveitou para incluir na seleção o vídeo Quanto É? O que Nos Separa?, resultado de uma enquete feita pela artista na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. O trabalho mostra a disparidade econômica de brasileiros a partir de perguntas como “Quanto você tem no bolso?”. Chácara Lane. Rua da Consolação, 1024, Consolação, ☎ 3129-3574. Terça a domingo, 9h às 17h. Grátis. Até 17 de abril.

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Veja São Paulo Recomenda O único sanduíche do menu: vendido por R$ 20,00

Bares Saulo Yassuda

i Le Jazz Petit Bar AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

Jazz nos fundos, salão apertadinho, balcão para nove banquetas, oito mesas na calçada. Se quiser um lugar neste barzinho detentor de uma deliciosa atmosfera boêmia, chegue cedo. Vizinho do Le Jazz, bistrô dos mesmos donos, o endereço fica sob os cuidados do barman chileno Rodrigo Sepúlveda. Ele manda bem na caprichada seleção de destilados e no preparo dos coquetéis, que merecem ser provados mesmo quando se está de pé na rua ou espremido no canto da bancada. O billie holiday (R$ 34,00) se mostra uma brincadeira doce-azedinha de tequila, vermute, Aperol, purê de pepino, licor de laranja e limão. Hiperrefrescante, o tiki le petit (rum envelhecido, licor de anis, xarope de hibisco, laranja, abacaxi, limão e bitter de absinto; R$ 34,00) vem naqueles copos que lembram totens. Dos clássicos, o dirty martíni (R$ 31,00) surge com três azeitonas recheadas de anchova e pimentão. O par de croquete de pé de porco com linguiça (R$ 12,00) prepara o paladar para o próximo gole. Abre excepcionalmente na segunda (8) e fecha na quarta (10). Rua dos Pinheiros, 262, Pinheiros, ☎ 2359-8141, ① Fradique Coutinho (25 lugares). 17h/0h (sáb. até 1h; dom. a partir das 16h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. vejasaopaulo.com/le-jazz-petit. Aberto em 2015.

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Balcão para nove pessoas: para bebericar o dirty martíni (R$ 31,00)


Comidinhas Fábio Galib

i Classic Burger Haüs

RICARDO D’ANGELO

AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

À frente do estabelecimento The Dog Haüs, onde se come o melhor cachorro-quente da cidade, segundo as duas últimas edições especiais VEJA COMER & BEBER, a família Shoel mostra que é boa também de hambúrguer. Em novembro, a turma abriu um ponto dedicado ao sanduba, a poucos passos da casa-mãe. O lugar é minúsculo — comporta só a chapa e não mais que oito banquetas junto dos balcões nas paredes. Isso faz com que muita gente prefira se acomodar nos bancos dispostos pela calçada. Para simplificar o trabalho — inclusive o daqueles clientes mais indecisos —, há somente um lanche no menu, que

é pequeno e delicioso. Entra na composição um disco de 100 gramas de carne fresca, temperado apenas com sal, que chega ainda rosado por dentro. Para completar, vem uma combinação de queijo cheddar e requeijão de corte mineiro, mais alface-americana em tiras fininhas, picles de pepino, rodela de tomate, cebola e bacon picado. Finaliza tudo isso um molho de sabor equilibrado, feito de maionese, páprica e limãosiciliano mais cebola e picles de pepino. O preço também ajuda muito: R$ 20,00. Só não agrada na mesma proporção a batata frita servida como acompanhamento. Por R$ 16,00 a porção, ela nem sempre chega crocante e sequinha como deveria. Na segunda (8), a casa abre excepcionalmente a partir das 15 horas. Rua Bandeira Paulista, 406, Itaim Bibi, ☎ 2361-7189 (8 lugares). 12h/2h (dom. até 0h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. vejasaopaulo. com/classicburgerhaus. Aberto em 2015.

RICARDO D’ANGELO

O filé de saint-peter com jabuticaba: R$ 38,50

Restaurantes Saulo Yassuda

i Pimentel

FOTOS LIGIA SKOWRONSKI

AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

Sempre ligado no serviço, o proprietário Antônio Vasconcelos Pimentel serve, ele mesmo, um couvert aqui e troca uma toalha ali nesta nova velha casa. O empresário alagoano, que começou no ramo como ajudante de garçom, reabriu o Pimentel. Desta vez em Moema — na temporada anterior, de 1981 a 2010, funcionou no Itaim Bibi —, o bistrô continua a oferecer clássicos franceses mais uma ou outra

“intrusão”. É o caso do filé de saint-peter, nome bacanudo para a tilápia, banhado em molho de jabuticaba e servido com um compacto purê de banana-da-terra (R$ 38,50). Bem executado, o filé au poivre (R$ 51,00) chega deliciosamente malpassado ao molho de pimenta-do-reino com toque de creme de leite e batata gratinada. Das entradas, a endívia ao creme de alho-poró com camarão médio e presunto cru (R$ 25,50) revela-se simples e na medida. Fecha na terça (9) e reabre na quinta (11). Avenida Moema, 839, Moema, ☎ 4306-5011 (50 pessoas). 19h/0h (sáb. almoço 12h/16h; dom. só almoço 12h/17h; fecha seg.). Cc: D, M e V. Cd: todos. Couvert: R$ 7,00. Estac. c/manobr. (R$ 18,00). ⑥ vejasaopaulo.com/pimentel. Aberto em 2015. $

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Fundada em 1950

VICTOR CIVITA (1907-1990)

ROBERTO CIVITA (1936-2013)

Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente),

Eurípedes Alcântara, Giancarlo Civita e José Roberto Guzzo Presidente Abril Mídia: Giancarlo Civita Presidente Editora Abril: Alexandre Caldini Diretor Comercial: Rogério Gabriel Comprido Diretora de Vendas de Publicidade: Virginia Any Diretor de Vendas para Audiência: Dimas Mietto Diretor de Marketing: Tiago Afonso Diretora Digital e Mobile: Sandra Carvalho Diretor de Apoio Editorial: Edward Pimenta

Circula semanalmente com a revista VEJA, na Grande São Paulo, Litoral e nas cidades até 100 km da capital Diretora Editorial: Alecsandra Zapparoli Diretor de Redação: Sérgio Ruiz Luz Redator-Chefe: Daniel Bergamasco Editor Sênior: Arnaldo Lorençato Editores: Alexandre Nobeschi, Carolina Lopes Giovanelli, Helena Galante, Mauricio Xavier, Rudah Poran Repórteres: Adriana Farias, Ana Carolina Soares, Barbara Oberg Borralho, Dirceu Alves Jr., Fabio Custodio, João Batista Jr., Julia Flamingo, Miguel Barbieri Jr., Sérgio Quintella, Taciana Azevedo Diretor de Arte: Valdécio de Oliveira Editora de Arte: Daniela Giorno Designers: Bruno Niz, Glauber Benevenuto, Rafael Tsutomu Fujiwara, Rubi Okamoto Revisor: Bruno Naure Colaboradores: Ivan Angelo, Matthew Shirts VEJINHA.COM - Repórteres: Adriano Conter, Ana Luiza Souza Cardoso, Juliene Fattori Moretti, Mariana Alves, Nataly Costa, Pedro Ferreira de Belo, Saulo Yassuda, Sophia Braun, Tatiana Izquierdo, Tatiane Rosset Cavalheiro, Thais Reis Oliveira, Tiago Faria Gestão de banco de dados: Ana Silvia Simões, Diana Santos, Lady Targino PRODUTO DIGITAL Gerente de Negócios Digitais: Marianne Nishihata Gerentes de Produto: Pedro Moreno e Renata Gomes de Aguiar Analistas de Produto: Elaine Cristina dos Santos e Leonam Bernardo Designers: Danilo Braga, Juliana Moreira, Simone Yamamoto Animação: Felipe Thiroux Estagiário: Daniel Ito Desenvolvimento: Anderson Renato Poli, Cah Felix, Denis V. Russo, Eduardo Borges Ferreira, Elton Prado Estagiário: Vinicius Arruda Serviços Internacionais: Alcir N. da Silva (Nova York), Rogério Altman (Paris), Associated Press/Agence France Presse/Reuters

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bancas, pelo preço da última edição em banca mais despesa de remessa. Solicite seu exemplar na banca mais próxima de você. Distribuída em todo o país pela Dinap S.A., Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. VEJA SÃO PAULO não admite publicidade redacional. LICENCIAMENTO DE CONTEÚDO: para adquirir os direitos de reprodução de textos e imagens de VEJA SÃO PAULO, acesse www.abrilconteudo.com.br

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Presidente: Giancarlo Civita Diretor-Superintendente da Gráfica: Eduardo Costa Diretor de Finanças e Gestão: Fábio Petrossi Gallo Diretora Jurídica: Mariana Macia Diretora de Recursos Humanos: Claudia Ribeiro www.abril.com.br


A Opinião do Leitor mento tão intenso e revelador de sua vida.

mas e mais um pouco. Infelizmente, não está mais entre nós.

Regina Luz

Quando vi a última edição da Vejinha, tive dois sentimentos. Primeiro, tristeza por ver o período difícil que Biaggi enfrentou. Depois, experimentei imensa alegria por ver que está se recuperando. Além de possuir os dotes profissionais reconhecidos por todos no mercado da beleza, ele é um ser humano de alto quilate. Nas vezes em que estive em seu espaço, sempre tratou todos os clientes (importantes ou não) com respeito e imparcialidade, dedicando a mesma atenção e carinho. Torço para sua rápida recuperação! Angela Maria Giudice de Oliveira

i Perfil Admiro o profissional que consegue chegar aonde Marco Antônio de Biaggi chegou. Admiro mais ainda a coragem de lutar contra a doença e tornar a sua história pública (“A vida depois de 139 dias de internação”, 3 de fevereiro). Desejo uma breve recuperação a ele! Só quem já teve câncer ou experimentou a angústia de um diagnóstico “batendo na trave” é que sabe o tamanho da batalha que terá adiante, as dúvidas, a insegurança... No caso do cabeleireiro retratado pela revista, o pior já passou! Agora, cada dia é uma grande vitória. Conte com os meus aplausos, Marco Antônio, não por ser uma “celebridade”, mas por ser um grande guerreiro. Silvia Garrote

Desejo melhoras, força, foco e fé ao personagem retratado na capa da última edição. Você sairá dessa, Marco Antônio! Nessas horas é que vemos os verdadeiros amigos. Um profissional como ele anda sempre rodeado de uma série de belezas e celebridades. Espero que não o esqueçam neste mo-

Parabéns pela linda reportagem. Texto emocionante e uma lição de amor à vida. Não o conhecia, mas o cabeleireiro ganhou uma admiradora. Quando me submeti a quimioterapia, fui mais esperta do que ele: raspei os cabelos antes da primeira dose. Não senti cair meus cabelos! Deus o abençoe e lhe dê muita saúde.

Miki Takigami

i Mistérios da Cidade Fiquei surpresa com a proibição da Eletropaulo e da subprefeitura de Pinheiros aos arranjos em seus postes (“Guerra às orquídeas”, 3 de fevereiro). Os problemas que as plantas poderiam causar são muito menores que os do excesso de fios de telefonia. Regina Moretti Ferrari

i Ivan Angelo O texto “Nós e os bichos” (3 de fevereiro) é maravilhoso. O cronista mostrou como os homens destroem espetáculos da natureza. Quando aniquilaram o pombo-passageiro na América do Norte, fecharam para sempre às gerações futuras as cortinas do belíssimo espetáculo de sua migração! Reginaldo Martins

Nasci em Londrina. Quando era pequeno, assistia ao “tiro ao pombo”, tido como esporte na época. Hoje, continuam querendo exterminar essas aves, pois causam doenças e destroem as lavouras. Como médico que sou e menino que fui um dia, testemunho que é uma beleza vê-las aninhar-se, aos bandos, todo fim de dia. Luiz Alexandre Estrella

Neli Aparecida de Faria

Ninguém soube o que estava acontecendo com a estrela dos salões da cidade até vê-lo muito magro nas fotos publicadas nas redes sociais. Marco Antônio fez bem. Nessas horas, precisamos mais de nossa família e de menos exposição. Fiquei feliz por sua recuperação. Val Dias

Às vezes, a vida nos dá um chacoalhão para valorizarmos as pequenas coisas. Parabéns ao Marco Antônio pela recuperação! Maria Helena Fernandes

Não sabia que Marco Antônio de Biaggi estava doente. Lendo a reportagem de VEJA SÃO PAULO, parecia que eu estava revivendo a história da minha mãe. Ela passou por todos esses dra-

ESCREVA PARA NÓS E-mail: vejasp@abril.com.br As mensagens devem trazer a assinatura, o endereço, o número da cédula de identidade e o telefone do remetente. Envie para Diretor de Redação, VEJA SÃO PAULO. Por motivos de espaço ou clareza, as cartas poderão ser publicadas resumidamente Redes sociais: facebook.com/vejasp e @vejasp (twitter) Atendimento ao leitor: ☎ (11) 3037-2541

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a solicitar objetos em lojas nem a fazer refeições em nome da revista a pretexto de produzir reportagens para qualquer seção de VEJA SÃO PAULO

Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

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TEM PAULISTANO NO SAMBA O Carnaval de rua da cidade tem mostrado fôlego. No último fim de semana, mais de 410 000 pessoas aproveitaram para cair na folia (foto). A festa promete ainda mais para os próximos dias. Ao todo, estão programados 175 blocos na metrópole. Entre eles, um dos mais populares é o Tarado Ni Você, que vai se concentrar neste sábado (6), no cruzamento das avenidas Ipiranga e

São João, no centro. Um outro grupo, com tudo para atrair o pessoal mais moderninho, é o Tô de Bowie. O bloquinho faz uma homenagem ao cantor inglês David Bowie, que morreu em 10 de janeiro. A trupe vai se reunir na terça na esquina da Rua Barão de Tatuí com a Imaculada Conceição, a partir das 15 horas. Veja toda a programação no blog Carnaval SP: abr.ai/carnavalsp.

SK

O excêntrico do cinema

W

RO

NS

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REPRODUÇÃO

LI G

IA

Aberta na quinta (4), a exposição O Mundo de Tim Burton tem formado filas em frente ao Museu da Imagem e do Som. Quer chegar à mostra exibindo seus conhecimentos sobre o cineasta? Dê uma espiada na relação de dezessete curiosidades que listamos sobre ele. Uma delas, por exemplo, é sua longa parceria com o ator Johnny Depp, com quem já fez nove filmes. Mais em: abr.ai/timburton.

O

TESTE DA COXINHA Com ou sem catupiry? Massa tradicional ou de batata? Come-se primeiro a ponta ou a parte mais “gordinha”? Patrimônio da baixa gastronomia, a coxinha divide opiniões. A verdade é que ninguém (ou quase ninguém) resiste à tríade formada por casquinha dourada, massa cremosa e recheio bem temperado. Saímos a campo para saber qual padaria, de três, faz a melhor versão. Confira em abr.ai/coxinha.

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Veja São Paulo 00 de xxxxxxxx, 2016

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Mistérios da Cidade Mauricio Xavier

Chaise Rio Designer Oscar Niemeyer Ano 1978 Material Madeira, palha e couro naturais Preço 50 000 reais

ANTIQUÁRIO

DO DESIGN Um galpão discreto localizado no número 810 da Marginal Tietê, na Barra Funda, transformou-se há três meses em destino certo para quem procura móveis com assinatura de grife na capital. No endereço são vendidas peças originais de designers nacionais consagrados, como Oscar Niemeyer, Sergio Rodrigues e Zanine Caldas (ao lado, mais informações sobre cinco itens de destaque). Batizado de Bric à Brac, o espaço é o novo projeto da loja Herança Cultural e reúne mobiliário criado principalmente entre as décadas de 40 e 70. Os produtos podem ser adquiridos no estado atual ou após restauração. A prática de escambo também é liberada por ali: o estabelecimento oferece a opção de troca, caso o interessado tenha um móvel relevante da mesma época.

Presidencial Designer Jorge Zalszupin Período Década de 50 Material Madeira de jacarandá Preço 20 000 reais

OS FOT

RA

EN FAR

ZO

Escrivaninha infantil Designer Zanine Caldas Período Década de 60 Material Madeira de pau-marfim Preço 6 000 reais

Poltrona Kilin Designer Sergio Rodrigues Ano 1973 Material Madeira de jacarandá e couro Preço 19 800 reais

DIVULGAÇÃO

O mapa dos crimes Com cerca de 40 000 usuários cadastrados na capital desde que foi lançado, em setembro do ano passado, o aplicativo para celular CityCop reúne denúncias de crimes reportados pelos cidadãos e cria uma espécie de mapa da violência. É possível ler depoimentos de vítimas e, em estilo semelhante ao do dispositivo de trânsito Waze, conferir alertas sobre atividades suspeitas, vandalismo e outros. Os dados estatísticos podem ser filtrados em variados períodos de tempo, como um dia ou uma semana. Ao lado, confira um ranking com as ocorrências mais registradas no dispositivo nos últimos quatro meses. Com reportagem de Ana Luiza Cardoso e Julia Flamingo

Banco Zumbi Designer Arthur Casas Ano 2007 Material Madeira de canela e aço Preço 15 780 reais

Venda de drogas

25%

Roubo a pessoa

24%

Roubo de veículo

19%

Atividade suspeita

16%

Vandalismo

6%

Roubo a residência Extorsão

4%

3%

Roubo a comércio Homicídio

2%

1%

Sugestões para a seção? Escreva para misterios@abril.com.br


Memória Cerimônia nos anos 70: o espaço continuará a receber cultos

TEMPLO RENOVADO A mais antiga sinagoga do estado sediará o Memorial da Imigração Judaica

ACERVO MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO JUDAICA

Fundada em 1912 na Rua da Graça, no Bom Retiro, a sinagoga Kehilat Israel é a que está há mais tempo em atividade no estado. No próximo dia 24, o prédio de quatro andares se tornará a sede do Memorial da Imigração Judaica. O espaço conta com um acervo de milhares de objetos oriundos de diversos países, a exemplo de roupas, pinturas e documentos, alguns com mais de 400 anos de história. Uma de suas raridades é o livro Diálogos de Amor, de 1580, escrito por Judá Abravanel, antepassado do apresentador Silvio Santos. O ingresso será gratuito. Além de funcionar como museu, o templo continuará realizando cultos e casamentos. Em março de 2017, outro local do tipo deve surgir na cidade: o Museu Judaico, no centro. Carolina Giovanelli


Terraço Paulistano João Batista Jr.

Bota-fora no JK Iguatemi Com a previsão de um ano difícil para a economia, Fabiana Justus decidiu não renovar o contrato de locação de sua Pop Up Store no Shopping JK Iguatemi, cujo custo girava em torno de 60 000 reais por mês. Era a única loja própria da marca, que já havia encerrado as atividades no Shopping Pátio Higienópolis. “Demos um passo atrás diante do cenário brasileiro”, explica a empresária. Ela vendeu cerca de 3 000

peças no bota-fora da butique, ocorrido no fim de janeiro. Sua grife continuará em atividade, vendida agora em multimarcas, e deve investir no comércio on-line. Em paralelo, a filha do publicitário Roberto Justus poderá se dedicar mais a seu blog e ao Instagram, de olho num filão no qual as estrelas ganham 10 000 reais por post. “As blogueiras sofrem menos com a crise. Não há gastos com locação ou funcionários fixos.”

LEO FARIA

De volta ao páreo dos casórios de luxo

Surgir linda no Carnaval tem um preço alto para as musas. Ao lado, as rainhas de bateria Ellen Rocche (Rosas de Ouro), Gracyanne Barbosa (X-9) e Tati Minerato (Gaviões da Fiel) relatam as lesões, as preces e os pedidos às agremiações para reduzir os perrengues da avenida

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No começo do ano passado, o Buffet Charlô encerrou a operação no Jockey Club, pondo fim a uma parceria de catorze anos. Para voltarem ao mercado de eventos de luxo, os sócios Charlô Whately e Felipe Sigrist decidiram alugar as instalações do antigo Bufê Leopolldo da Rua Tabapuã, no Itaim, que fechou as portas em dezembro. “Ninguém vai deixar de fazer grandes casamentos”, diz Whately. A dupla deve investir 2 milhões de reais na reforma. O projeto, do arquiteto Felippe Crescenti, promete acabar com o estilo “rococó” do local. “Demolimos as colunas, as prateleiras... Vai ser algo clean, para o cliente poder deixar exatamente como quiser.” O novo espaço abre em abril com seis enlaces agendados para este ano.

DA R I O

SANGUE, SUOR E SANTINHO

C

FERNANDO MORAES

Whately e Sigrist: bufê no ponto do antigo Leopolldo

ELLEN ROCCHE

GRACYANNE BARBOSA

TATI MINERATO

Ritual: só entra no desfile com o pé direito Sacrifício: os dedos costumam sangrar Súplica: sapatos acolchoados

Ritual: faz orações e dança pedindo “sorte” Sacrifício: sandálias já cortaram suas panturrilhas Súplica: saltos baixos, para sambar melhor

Ritual: leva medalha de Nossa Senhora no biquíni Sacrifício: a costeira já feriu seus ombros Súplica: esparadrapo sob a fantasia


Fabiana: fim das lojas físicas da Pop Up Store

Jeca com alma punk rock

Amaro: das Óticas Carol às artes plásticas

RICARDO D’ANGELO

Pomada no cabelo e jeans colado nos fins de semana, quando toca guitarra na banda de punk rock Tio Che. Botas, chapéu e calça puída de segunda a sexta, nas gravações da novela das 6, Êta Mundo Bom. Essa troca de figurino virou um hábito para o ator e músico Sergio Guizé. Ele interpreta o caipira Candinho, protagonista do folhetim da Globo. O encontro com um personagem tão diferente de si mesmo é um sucesso: a novela marca 25 pontos, uma alta de 25% no horário. O autor, Walcyr Carrasco, pediu a Guizé que assistisse a trabalhos de Amácio Mazzaropi e Charles Chaplin, mas o ator resgatou também suas raízes caipiras. “Minha avó materna morreu analfabeta”, lembra. “Quando foi abandonada por meu avô, ela deixou uma fazenda de café no Paraná e se mudou para Santo André, onde nasci.”

VOO-SOLO NAS ARTES

Com reportagem de Julia Flamingo e Tatiana Izquierdo

Mais notas em vejasaopaulo.com/terraco

RAMÓN VASCONCELOS/GLOBO

Guizé, de Êta Mundo Bom: inspiração em avó analfabeta

Conhecido no noticiário econômico como o jovem que multiplicou a rede Óticas Carol de 200 para 500 lojas, Marcos Amaro tornou-se um empreendedor de si mesmo na profissão de artista plástico. Quase três anos após vender a empresa de óculos por 108 milhões de reais a um grupo inglês, tem obras em galerias em Lugano, na Suíça, e Miami. Na cidade americana, quadros e desenhos seus serão comercializados na Wynwood Art Fair, de 11 a 15 de fevereiro. Eles retratam figuras humanas e objetos, quase sempre em carvão. Aviões são peças comuns nos seus trabalhos, honrando a tradição da família — ele é um dos três filhos de Rolim Amaro, fundador da TAM, morto em 2001, e chegou a atuar na companhia, antes de vender seus 15% de ações. “Minha nova carreira é como uma startup”, brinca. Na semana passada, Amaro abriu uma representação paulistana na galeria Paralelo, em Pinheiros (as peças custam de 3 000 a 10 000 reais). A prioridade, porém, é o voo internacional. “Quero me valorizar primeiro fora do Brasil.”


Trânsito

Na pista da discórdia

Motoristas mobilizam-se contra faixas de ônibus na Avenida Giovanni Gronchi, e um abaixo-assinado que já conta com mais de 5 000 adesões pede o fim do projeto Ana Carolina Soares

O

tempo aproximado de uma hora que o comerciante João Cyle leva para percorrer de carro o trajeto entre o Morumbi, onde mora, e Alphaville, para onde vai frequentemente, foi acrescido de trinta minutos na manhã da última segunda (1‚). Nesse dia, a Avenida Giovanni Gronchi, uma das vias mais importantes do bairro da Zona Oeste, estreou um espaço exclusivo para ônibus. Com isso, na maior parte dos trechos, os automóveis perderam duas das quatro faixas existentes, o que fez aumentar por lá os congestionamentos. Se somados os percursos pelas avenidas Padre Lebret e Jules Rimet, que integram o novo circuito, são 3,8 quilômetros, com vigência de segunda a sexta, no pico da manhã (das 6 às 9 horas) e da tarde (das 17 às 20 ho-

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ras). A partir do dia 15, a infração por invadir o local será considerada gravíssima, acarretando 191,54 reais de multa e 7 pontos na carteira. “Deixar o veículo em casa não é uma boa opção, pois os coletivos vivem lotados”, reclama Cyle. Há um abaixo-assinado contra o projeto na Giovanni Gronchi, que passa dos 5 100 subscreventes. No sábado (30), ocorreu uma passeata com cerca de cinquenta pessoas. Para chamar mais atenção, novo ato foi agendado para quarta (17), no pico da tarde. O medo de assalto é um dos pontos mais citados. “Já temíamos diariamente os roubos em engarrafamentos e, com essa novidade, os bandidos vão fazer a festa”, queixa-se Rosa Richter, presidente da Associação Panamby. A rejeição à faixa, claro, tem outro lado: o dos

que circulam dentro dela. “Deixo o carro na garagem e vou de ônibus ao trabalho. Na primeira semana de funcionamento tenho feito o mesmo caminho em dois terços do tempo normal”, elogia o funcionário público Felipe Aragonez, também morador da região. “Em todas as cidades do mundo, no início há resistência à implantação, mas depois fica claro que a única forma de garantir a mobilidade é abrir lugar para o transporte público”, pondera Otávio Cunha, presidente da diretoria executiva da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Segundo dados da NTU, 70% do espaço das ruas de São Paulo é ocupado por automóveis, mas cada um leva em média apenas 1,2 passageiro. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) argumenta que as faixas do Mo-


Perdas e ganhos

A via do Morumbi na manhã de quarta (3): mais congestionamentos

Números que recheiam o debate entre os que são contra e os que são a favor da medida

399 quilômetros

dessas pistas foram implantados na atual gestão (agora são 490)

67% foi o aumento da velocidade dos ônibus na capital entre 2012 e 2014

10% é o número de crescimento dos engarrafamentos fora dessas rotas exclusivas

LARISSA FARIA

RICARDO D‘ANGELO

3,8 quilômetros é a extensão das faixas recém-inauguradas na Zona Oeste

Protesto no sábado (30): manifestantes planejam um novo ato para uma quarta-feira, em horário de pico

rumbi favorecem 146 000 usuários por dia. O órgão informa que só na Giovanni Gronchi circulam dez linhas de ônibus, em uma frequência de 83 veículos por hora. Na segunda (1‚), entre 17 e 18 horas, na esquina com a Rua Doutor Laerte Setúbal, a reportagem de VEJA SÃO PAULO contabilizou 44 nos dois sentidos. O projeto da Giovanni Gronchi é a realização mais recente da prefeitura nessa área. Desde 2013, a gestão de Fernando Haddad implementou 399 quilômetros de pistas exclusivas, totalizando 490 na capital. Segundo dados da CET, graças a essa política, a velocidade média dos coletivos na cidade subiu de 12,1 para 20,3 quilômetros por hora, entre 2012 e 2014 — um aumento de 67,5%. Na contramão, os congestionamentos cresceram 10%: de 132

quilômetros em média, em 2012, para 146, em 2014. O poder público municipal argumenta que esse incremento ocorre em ritmo menor que em anos anteriores. “Essa redução, na verdade, tem mais a ver com a crise econômica”, rebate o consultor de trânsito Flamínio Fichmann. “O preço do combustível aumentou, e muita gente não consegue mais usar carro.” No caso da avenida do Morumbi, optou-se pelo modelo mais simples, com a demarcação em tinta do espaço dos coletivos. Um projeto do tipo sai a partir de 8 000 reais por quilômetro (a conta chega a 500 000 se houver mudanças complexas, como nivelamento da pista e reforço da tubulação subterrânea). Já para um corredor de ônibus, em que o isolamento é maior e costuma ha-

ver recuos para ultrapassagem, a conta fica bem mais salgada. O negócio pode consumir quase 11 milhões de reais por quilômetro, como no trecho implantado na Avenida Inajar de Souza, na Zona Norte, na semana passada. Com ele, são agora 124,3 quilômetros de espaços do gênero na capital. A prefeitura quer fazer ainda 132 quilômetros, mas na M’Boi Mirim, na Zona Sul, é preciso realizar ajustes, devido a problemas do projeto apontados pela Secretaria de Infraestrutura Urbana, que suspendeu temporariamente a licitação. Já no caso do corredor da Zona Leste que abrange de vias do Itaim Paulista à Radial Leste e foi alvo de questionamentos do Tribunal de Contas do Município, a briga está ganha: a licitação sairá nos próximos meses. ■

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Perfil

A CONSULESA CAI NO SAMBA Mulher do representante diplomático da França, Alexandra Loras será destaque da Vai-Vai, dá aulas voluntárias a refugiados e passou a militar também contra o preconceito depois de ser vítima de racismo na cidade João Batista Jr.

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FOTO RAMÓN VASCONCELOS/MAQUIAGEM PAULA VIDAL

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termômetro marcava 27 graus às 22 horas do dia 31, um domingo. Diante de uma plateia de 4 000 pessoas apinhadas na sede da escola, no Bixiga, o presidente da Vai-Vai, Darly Silva, o Neguitão, chama ao palco Alexandra Loras. “Que rufem os tambores para a consulesa da França”, pede ele, sendo atendido pela bateria da agremiação. Segurando sua mão esquerda, o carnavalesco prossegue: “Meus amigos da comunidade, para o nosso orgulho, é uma negra como nós”. Mais baticundum, mais gritaria. Começou assim a segunda parte do ensaio da escola que vai desfilar no Anhembi na madrugada deste sábado (6) com o enredo Je Suis Vai-Vai: Bem-vindos à França!. Alexandra será o destaque do abre-alas. “O mais difícil vai ser dançar como as brasileiras, mas estou mandando bem. Mexer os pés no ritmo correto é complicado!”, conta ela, em um português afinado e com leve sotaque. Em seu carro alegórico, os principais atrativos serão uma réplica da Torre Eiffel de 16 metros de altura e uma pirâmide de LED de 10 metros de altura, com reproduções luminosas de obras expostas no Museu do Louvre, entre elas a tela Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. O evento deve marcar o início das atividades do último ano no posto de consulesa da França. Ela desembarcou por aqui com o marido, Damien Loras, em 2013, quando ele recebeu a incumbência de representar o país do presidente François Hollande. Como o trabalho tem duração de três anos, em agosto o casal retorna a Paris. Na temporada brasileira, Alexandra não se contentou em fazer um papel figurativo. Mais que isso, cunhou um estilo próprio ao ocupar o cargo. Nas recepções oferecidas na mansão do Jardim Europa mantida pelo governo da nação europeia, sua beleza é sempre o centro das atenções. A consulesa misturou-se bem na alta sociedade paulistana (suas amizades vão do chef Erick Jacquin ao ex-jogador Raí, que brilhou no Paris Saint-Germain nos anos 90), mas ela também circula com desenvoltura pelas ruas do Brás, onde costuma fazer compras nas confecções baratas do bairro. Ocupa parte do seu tempo com trabalhos voluntários com refugiados haitianos na capital. Sua causa predileta, no entanto, é o preconceito racial. Exapresentadora de TV em Paris e com um mestrado sobre a ausência de negros na mídia francesa, ela sofreu por aqui com o racismo.


Alexandra Loras: “Por ser negra, fui confundida com babá inúmeras vezes”

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Damien Loras ao lado de Neguitão: o consulado ajudou a escola do Bixiga a captar cerca de 1,5 milhão de reais em patrocínio

Mãe de Raphaël, de 3 anos, um loirinho de cabelos ondulados que parece um garoto-propaganda de empresa de fraldas descartáveis, Alexandra indignou-se em inúmeras ocasiões com o tratamento que recebeu. No tradicional Clube Pinheiros, do qual tem o título de sócia-convidada, certa vez foi impedida de entrar por ter sido confundida com uma babá. A confusão começou na portaria do local, ao perceber que havia esquecido os documentos em casa. Quando a segurança procurou seu nome na lista de cadastrados, nada encontrou. Ela pediu que verificassem novamente — poderiam ter digitado alguma letra errada. Mais uma vez, resposta negativa. “A senhora não está na lista de funcionários”, disseram-lhe. No Shopping Iguatemi, que costuma frequentar, o fato de carregar uma criança sem usar uniforme branco sempre lhe rendeu olhares tortos. Quando Alexandra desembarca em Guarulhos (“em 100% dos casos”), sua mala é revistada na alfândega, mesmo com a apresentação do passaporte diplomático. “Acham que eu sou uma ‘mula’ trazendo drogas”, acredita. Nas recepções semanais promovidas no Jardim Europa, perdeu a conta das vezes em que os convidados lhe entregaram o casaco para guardar na chapelaria. “Em geral, os brasileiros ricos estão acostumados a ver os negros como funcionários. Neste caso, olham para mim e já pensam que estou prestando algum serviço.” Depois de tantos episódios do tipo, Alexandra decidiu arregaçar as mangas de seu tailleur Chanel e estudar a fundo o problema por aqui. “A França é o berço da liberdade de expressão, não tinha por que eu me calar diante de tudo o que acontece.” Foi assim que ela deu início a uma pesquisa para descobrir negros brasileiros de destaque em suas áreas, a exemplo do escritor Machado de Assis. Passou também a dar palestras sobre o assunto em ONGs, escolas públicas e empresas como Google. Em abril, lança em parceria com o historiador Carlos Eduardo

Dias Machado o livro Gênios da Humanidade: Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente. Antes de iniciar o trabalho com refugiados na entidade Missão Paz, na Liberdade, em 2014, Alexandra fez um curso de capacitação durante seis meses. Assim, tornou-se professora de “interculturalismo”. “Nossa missão é prepará-los para a convivência geral, ensinando regras de higiene, e torná-los aptos a ingressar no mercado de trabalho”, explica a finlandesa Hanna Helstela, umas das responsáveis pela ONG. As aulas semanais são para plateias de até 100 pessoas, quase todas haitianas. A consulesa também dá aulas de português aos recém-chegados — que muitas vezes só falam crioulo e francês. A professora voluntária vai até lá de ônibus. Não é a única ocasião, aliás, em que usa o bilhete único para circular por São Paulo. O contato com os refugiados se tornou um resgate do seu passado. De origem muçulmana, seu pai nasceu em uma tribo na Gâmbia, no oeste africano, e saiu de lá, ainda jovem, a fim de tentar a sorte em Paris, para onde uma tia já havia migrado. Enfrentou as barreiras da língua e da religião. “Ao ver os haitianos em São Paulo, penso em como ele se sentiu ao ir para a França, um país pouco receptivo a estrangeiros”, diz ela, que perdeu o pai, alcoólatra, aos 15 anos. Sua mãe, uma francesa de origem judia, está hoje com 70 anos e vive em Toulouse. “Ela teve cinco casamentos e cinco filhos de quatro maridos”, conta a consulesa. Alexandra nasceu no bairro de Tarterêts (“um dos piores guetos da Grande Paris”). Localizado no sul da capital francesa, ele fica numa região adensada por inúmeras moradias sociais. Logo após o ensino médio, para aprender línguas e poder viajar, Alexandra trabalhou como babá em países como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Na volta para Paris, decidiu cursar faculdade de multimídia e desenvolvimento de websites. Devido a sua beleza e desenvoltura, iniciou carreira como apresentadora de TV. O

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FOTOS RAMÓN VASCONCELOS/ADEREÇO LOOL

Entre o dirigente Tobias da Vai-Vai e o ex-jogador Cafu: 40% das fantasias foram vendidas à comunidade francesa


HERMÈS, BILHETE ÚNICO E AULAS PARA REFUGIADOS Algumas curiosidades a respeito de sua trajetória Alexandra: aulas de samba para não fazer feio na avenida

Nome: Alexandra Baldeh Loras Idade: 39 anos (16/1/1977) Estado civil: casada com Damien Loras, cônsul-geral da França no Brasil Filho: Raphaël, 3 anos. “Ele fala francês com sotaque português” Idiomas que domina: além de falar francês, tem fluência em português, alemão, inglês e espanhol Carreira: jornalista e apresentadora de TV na França, abandonou a profissão para acompanhar o marido Experiências profissionais na TV: foi apresentadora de programas variados, sobre cavalos e debates políticos, por exemplo, em canais como TF1 e France 3 Origem: mãe francesa, da comunidade judaica, e pai da Gâmbia, de origem muçulmana. “Ele morreu quando eu tinha 15 anos. Sofria de alcoolismo” A maior qualidade do Brasil: “Tem ótima produção intelectual e artística” O maior defeito do Brasil: “Ausência de representatividade da população negra em cargos de liderança, na mídia, na narrativa histórica e nos desenhos animados” Preconceitos já sofridos por aqui: ser confundida com babá quando brinca com o filho e ter suas malas revistadas na alfândega todas as vezes que entra no Brasil. “Acham que sou ‘mula’ e transporto drogas” Trabalhos voluntários: leciona curso de línguas para refugiados haitianos na organização católica Missão Paz, na Liberdade Livro favorito: As Minhas Estrelas Negras, de Lilian Thuram Marcas prediletas: veste de Dior e Hermès às confecções baratas do Brás Meios de transporte: bicicleta, bilhete único e táxi Desafio: aprendeu a sambar depois que a França foi escolhida como tema do enredo da Vai-Vai. “Parece simples, mas mexer os pés no ritmo correto é complicado”


FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Alexandra e o filho Raphaël ao lado do ex-presidente Nicolas Sarkozy, em um debate sobre preconceito em Davos, no Programa do Jô e nos tempos de apresentadora de TV na França: o serviço consular no Brasil vai acabar em agosto

primeiro programa que apresentou era sobre cavalos. Mais tarde, migrou para uma atração de debate político em um canal público. Depois de um tempo, teve de deixar esse trabalho ao engatar um romance com Damien Loras, integrante do corpo diplomático de Nicolas Sarkozy. A escolha da França como tema pela Vai-Vai não nasceu espontânea como um gingado de samba. Interessada em eleger algum país como inspiração, a escola fez uma espécie de road show entre consulados para escutar propostas — em outras palavras, saber quem ajudaria a bancar o desfile. “Falamos com Espanha e Peru, entre outros”, afirma Neguitão, presidente da agremiação. Por coincidência, a mãe do carnavalesco se mudou para Paris quando ele tinha 2 anos. Desde então, Neguitão só a viu uma vez, há mais de duas décadas. A favor da França, pesou o fato de o cônsul ser um apaixonado pelo ziriguidum e ter frequentado inúmeras vezes a escola do Bixiga. Seis integrantes da Vai-Vai fizeram uma viagem de dez dias ao país europeu em busca de inspiração, tudo pago pelo consulado. “Pedimos para representarem no Anhembi o nosso país além dos clichês positivos, como luxo, moda e gastronomia”, afirma Loras. Um carro alegórico, por exemplo, vai abordar as conquistas tecnológicas da nação. Loras empenhou-se na busca por dinheiro, visitando multinacionais dispostas a colaborar. Ao todo, conseguiu 1,5 milhão de reais de empresas como Renault, Ticket e Air France. A escola de idiomas Aliança Francesa ofereceu 200 bolsas de estudos à ala juvenil da escola de samba. O perfume Salvador Dalí, outro membro da ala dos patrocinadores, contribuiu com verbas e insumos para o desfile — um carro promete borrifar 20 litros da fragrância durante o desfile. De todas as fantasias postas à venda pela Vai-Vai, 40% delas foram adquiridas pela comunidade francesa de São Paulo.

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Alexandra e Loras são considerados um dos casais mais elegantes da cidade — e adoram uma festa. No dia seguinte ao do casamento do chef Erick Jacquin com Rosângela Menezes, em outubro, deram uma recepção para alguns convidados. “Meu amigo, aqui ficou cheio de francês alegre de champanhe”, lembra a babá folguista Eliana Barbosa. “A dona Alexandra é simples, não nos autoriza a usar uniforme e pede para aproveitarmos a piscina.” Na residência consular, existe uma réplica da tela A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix. A poucos passos do quadro, chama atenção um tigre empalhado. Também há garrafas de champanhe decorativas, dessas de 5 litros. “Já me encontrei com a consulesa em eventos”, diz a apresentadora Glória Maria. “Não a conheço profundamente, mas considero louvável qualquer forma de tornar o preconceito visível.” A atriz Taís Araújo também admira a militância da francesa. “Debater o assunto é fundamental para chegar a algum lugar, mas só vamos ver resultados efetivos quando as leis forem menos brandas”, afirma. Ao levantar a lebre sobre o assunto, Alexandra ganhou convites para participar de atrações como Esquenta! e Programa do Jô, ambos na Rede Globo. “Também fui chamada em janeiro para dar uma palestra sobre o tema no fórum econômico de Davos, na Suíça.” Ainda neste primeiro semestre, ela começa os preparativos para deixar São Paulo. Não sentirá saudade, evidentemente, do preconceito que sofreu na cidade. “Mas vou voltar sempre que tiver oportunidade para rever os amigos”, promete. ■



Saúde

A caça aos escorpiões As chuvas de verão e o acúmulo de lixo levam ao aumento de ocorrência dos bichos, e o número de vítimas de picadas atendidas em hospital referência da metrópole quase dobra Ana Carolina Soares

Vanessa e o filho Lucca, em condomínio no Morumbi: galinhasd’angola para perseguir os perigosos aracnídeos

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a varanda do apartamento, o pequeno Lucca, de 2 anos, olha o parquinho do prédio e aponta o escorregador, seu brinquedo predileto. “Não pode, lá tem bicho”, explica sua mãe, a assessora de casamentos Vanessa Buck. “Que tal descer para ver as galinhas pintadinhas?” Ao ouvir o nome de suas pop stars, o menino abre um sorriso, ansioso para se divertir com 22 aves d’Angola, as mais recentes moradoras do condomínio de classe média alta no Morumbi. Mais do que proporcionarem um clima de hotel-fazenda às alamedas do empreendimento, as penosas foram convocadas no mês passado para uma missão importante: ajudar a exterminar uma infestação de escorpiões. A praga tomou conta do residencial no fim de dezembro. “Contabilizamos mais de 100 deles nas áreas comuns em apenas três dias”, conta Vanessa.

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O bairro nobre não é o único afetado na capital. Em 4 de janeiro, a prefeitura distribuiu um comunicado em que alertava sobre o aumento de ocorrência dos bichos, especialmente nas regiões de Pirituba, Itaquera e Butantã. Mas eles também têm circulado por Pinheiros, Osasco e Barueri. A espécie que está proliferando por aqui é a Tityus serrulatus, conhecida como “escorpiãoamarelo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina. “Sua picada é muito dolorida, provoca náuseas, vômitos, sudorese, e o veneno pode matar crianças de até 12 anos e idosos após causar arritmia cardíaca e edema pulmonar”, diz o imunologista Luiz Vicente Rizzo, presidente do conselho curador do Instituto Butantan. “Os feridos devem ser levados o mais rápido possível ao hospital mais próximo”, recomenda. Para não

correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas. É preciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor. O número de ocorrências relacionadas ao bicho quase dobrou nos últimos três anos no Hospital Vital Brazil, no Butantã, referência na metrópole no atendimento a pacientes feridos por animais peçonhentos. Após serem contabilizados 77 casos em 2012, esse índice saltou para 129 em 2015, um recorde histórico da instituição. Somente nas duas primeiras semanas de 2016, oito pessoas já haviam sido medicadas por lá, a mesma quantidade recebida durante todo o mês de janeiro do ano passado. Em 2015 também se deu o registro da primeira morte no município por causa de uma picada de escorpião. A vítima era um morador do Capão Redondo. Entre as causas apontadas para a proliferação recente desses aracnídeos estão as chuvas de verão. “As águas enchem


O biólogo Randy Baldresca, com um espécime: o mais venenoso do continente

galerias e esgotos, e eles saem pelas casas próximas em busca de locais secos”, explica a médica-veterinária Rosiani Bonini, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Mas há outros fatores. “São Paulo tem cada vez mais habitantes e, consequentemente, mais lixo, que atrai baratas e seus naturais predadores, os escorpiões”, afirma Giuseppe Puorto, do Conselho Regional de Biologia. “A questão não é exterminá-los, mas controlar sua população, pois são animais importantes no equilíbrio do ecossistema ao se alimentarem de insetos”, completa. Após avistar um escorpião em casa, o paulistano deve ligar para a prefeitura, pelo número 156, e solicitar uma vistoria. O problema é a longa espera, de até dois meses, pela visita dos agentes municipais. “Há muitas pessoas para atender, mas tentamos orientar o cidadão por telefone”, diz uma funcionária do CCZ. As principais diretrizes são preventivas:

FOTOS RICARDO D’ANGELO

A FICHA CORRIDA DA PRAGA

fechar os ralos internos ao entardecer, vedar frestas em paredes, pisos, muros, tetos e espelhos de luz; tapar a soleira da porta com rolinhos de areia; não deixar que entulhos se acumulem; manter os móveis afastados das paredes, além de checar roupas e sapatos na hora de se vestir. Vale também contratar um serviço especializado, pois venenos caseiros ou inseticidas vendidos no comércio não são suficientes. “Esses produtos só obrigam os escorpiões a abandonar seus esconderijos, e ainda por cima estressados”, alerta o biólogo Randy Baldresca, diretor da Biópolis, empresa que combate pragas urbanas. Mas e as galinhas? Vale a pena recrutá-las como uma tropa de elite nesse combate? “São predadores naturais, mas há um grande problema: as aves são diurnas e dormem à noite, período em que os Tityus deixam as tocas para circular pelas ruas e casas”, pondera Baldresca. ■

Nome científico: Tityus serrulatus Nome popular: escorpião-amarelo Classe: aracnídeo Veneno: considerado o da espécie mais perigosa da América Latina Tamanho: entre 2 e 10 centímetros Dieta: insetos rastejantes como baratas, aranhas e até mesmo outros escorpiões; mas pode sobreviver até um ano sem comida Habitat: urbano — vive em esgotos e caçambas de lixo, com preferência por ambientes quentes, úmidos e sujos Reprodução: as fêmeas não precisam de machos para procriar e representam quase 90% da espécie; cada uma gera cerca de sessenta filhotes por ano Tempo de vida: de dois a cinco anos Evolução das ocorrências: segundo dados da prefeitura, a média anual de notificação de acidentes chegou a 133 entre 2012 e 2014; em 2015 foram 160, com a primeira morte registrada

COMO PROCEDER NO CASO DE UM ACIDENTE i Lavar a picada com água e sabão i Fazer uma compressa morna i Não usar garrote nem mesmo

cortar ou perfurar ao redor da lesão

i Também não é recomendável

colocar objetos estranhos, como folhas e pó de café, no local da ferida i Procurar o hospital mais próximo, imediatamente: crianças de até 12 anos e idosos podem morrer por edema pulmonar ou arritmia cardíaca i Se possível, levar o animal morto à unidade médica para identificação i Ligar para o número 156 e notificar a prefeitura sobre a presença da praga

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RICARDO D`ANGELO

Comportamento

Jacqueline e Leonardo: aulas de japonês para entender os diálogos

Dramalhão oriental Fãs de novelas asiáticas por aqui comemoram a chegada do produto ao Netflix Nataly Costa

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ma garota apaixonada por moda consegue emprego em uma badalada grife de lingerie, mas precisa enfrentar uma chefe tirana e um ambiente hostil. Parece o enredo de O Diabo Veste Prada, mas trata-se de Atelier, série original do Netflix lançada há um mês com um diferencial: é o primeiro dorama — espécie de novela oriental, com atores, música e cenário made in Japan (ou Coreia do Sul) — produzido com a rubrica do maior site de streaming do mundo. Para o restrito mas engajado público local (as três maiores páginas no Facebook somam cerca de 50 000 seguidores), o lançamento, com treze episódios, é um marco. “A

Campeãs de audiência As novelas importadas que fazem mais sucesso 28

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vida de um fã do gênero é fuçar em fóruns da internet e rezar para encontrar um arquivo legendado”, conta a nutricionista Natasha Sayuri, de 29 anos, do blog Esse Dorama Eu Indico. O portal tem ainda outros dois títulos no catálogo, Você É Linda e Playful Kiss, ambos produções sul-coreanas. Assim como os folhetins brasileiros, os doramas são gravados localmente e exibidos na TV aberta dos dois países orientais. As histórias podem ser adaptação de mangás (os quadrinhos japoneses) ou um roteiro original com motes diversos — de romance policial a dramas médicos, passando por tramas adolescentes, como Hana Yori Dango,

espécie de Malhação nipônica. “Há também temas como homossexualidade e violência doméstica”, esclarece a publicitária Jacqueline Alves, de 27 anos. Fanática, ela estudou japonês por três anos somente para entender um pouquinho dos diálogos. Também escreve nos blogs Um Litro de Dorama e Mithril, em parceria com o namorado, o designer Leonardo Solidade, 24. “Os apreciadores dos programas estão espalhados pelo Brasil, mas quando nos encontramos aqui em São Paulo é uma festa”, conta Jacqueline. As baladas, claro, seguem o estilo que os fãs cultuam: cantoria nos karaokês da Liberdade e sessões de troca de pen drive com as novelas favoritas. ■

1 Atelier Produção original 2 Um Litro de Lágrimas 3 Last Friends do Netflix, conta a história da jovem Mayuko Tokita, que batalha em seu primeiro emprego no mundo da moda

O nome já sugere o tamanho do drama. É a história de Aya, adolescente de 15 anos que se descobre com uma doença terminal

Mais densa e dramática que as demais, a série aborda temas como violência doméstica e homossexualidade




Consumo

Sacolão na portaria Condomínios paulistanos abrigam feiras exclusivas para moradores

Adriana Farias

Parte das sete barracas no Alameda Morumbi e o veículo com ao menos oitenta itens nas gôndolas: opção de entrega nos apartamentos

RAFAEL AUGUSTO

i Ônibus Feira Delivery Condomínios. ☎ 98545-3170

CLAUDIO GATTI

“O

lha o melão maduro!” “Saindo o pastel quentinho!” “Chegou a conta do condomínio!” Na rotina dos moradores dos oito blocos do Alameda Morumbi, com 1 500 habitantes, o bom-dia dos porteiros convive com a saudação de vendedores de frutas e legumes. Há sete meses o local abriga uma feira, que ocupa semanalmente dezoito das 65 vagas do estacionamento dos visitantes. São sete barracas com produtos diversos, de massas a carnes. Ali do lado, o Parque Brasil, com 4 000 pessoas, aderiu à iniciativa: desde setembro, recebe às sextas um grupo desses comerciantes na área de lazer. No total, em ao menos trinta endereços na Grande São Paulo, é possível encher a sacola sem sair do local onde se mora. O negócio começou a se espalhar de forma simples: os interessados convidam pequenos grupos de feirantes que já trabalham na região para oferecer seus produtos nesses espaços. Ali, eles se comprometem a praticar os mesmos preços da rua. No Alameda Morumbi, o quilo da banana-prata sai por 5,99 reais; o caldo de cana, por 5 reais. Não é necessário obter licença da prefeitura, por se tratar de área privada. Assim, não há tarifas envolvidas (quem atua na rua paga em média 200 reais ao município). “Meu rendimento aumentou 20% com o trabalho nos prédios”, comemora o vendedor Ricardo Ramos, de 35 anos. “Atraímos um público que não ia até nós normalmente, como estudantes.” De olho nesse nicho, o feirante Rafael Augusto Rosa, de 28 anos, transformou um ônibus de 14 metros de comprimento em um sacolão móvel. Faz um ano que ele atende sete endereços residenciais da Grande São Paulo, uma vez por semana cada um, com ao menos oitenta itens nas gôndolas. “Muitos pedem o que querem por mensagem de celular. Quando estaciono, está tudo separado para eles.” Essas comodidades vêm conquistando moradores inicialmente contrários à ideia. No Labitare, do Butantã, alguns dos 3 000 residentes se queixaram do barulho causado pelo evento semanal. Com a lábia típica de quem está no ramo, os comerciantes dobraram os reclamões com gentilezas como levar as compras até os apartamentos. No mesmo bairro, o condomínio Altos do Butantã se integrou ainda mais à novidade: uma das seis bancas é dedicada a temperos e legumes originados na horta comunitária. O lixo orgânico produzido ao fim do dia vai para o sistema de compostagem do cultivo. Um bônus: o aumento de convivência de vizinhos que mal se cumprimentavam tem amainado os atritos entre apartamentos. “As reclamações caíram 30%”, contabiliza o síndico Rogério Airoldi. ■

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Serviço

Mombojó: a banda toca a trilha do filme De Volta para o Futuro JOSÉ DE HOLANDA

Escape do Carnaval Seis passeios para curtir o feriado na cidade sem (tanta) bagunça Por aqui, o Super Bowl, o jogo final do campeonato de futebol americano, ainda não causa paixões como a Copa do Mundo. Mas não deixa de ser um programa bacana. Dá para acompanhar a quinquagésima edição de um dos eventos esportivos mais lucrativos do mundo ao vivo nas salas da rede Cinemark dos shoppings Eldorado, Santa Cruz, Market Place e Pátio Paulista. Diretamente do Levi’s Stadium, na Califórnia, serão transmitidos a partida do Carolina Panther contra o Denver Broncos e também o halftime show — aguardada apresentação do intervalo, que neste ano terá o Coldplay, com participação especial de Beyoncé. Domingo (7), 21h. 60 reais.

i Drama de pescador

A peça quatro-estrelas Cais ou Da Indiferença das Embarcações mantém a temporada mesmo na emenda de Carnaval, na segunda (8). Eis uma boa oportunidade para conhecer o drama épico escrito e dirigido por Kiko Marques que

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narra as histórias de três gerações de uma família em Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro. Para não perder a viagem, garanta antes o concorrido ingresso pelo site sympla.com.br. Viga Espaço Cênico. Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros, ☎ 3801-1843. Segunda e sábado, 20h; domingo, 19h. 20 reais. Até o dia 15.

i Na cabeça do diretor

Não se engane: mesmo com a cidade mais vazia, haverá filas para a recém-inaugurada mostra O Mundo de Tim Burton. Mas vale tentar a sorte por lá na terça (9), quando a entrada é grátis. Basta chegar antes da abertura para garantir um dos 2 000 ingressos liberados por dia. Do lado de dentro do MIS, a recompensa pela espera são obras de arte e esboços inéditos do diretor, organizados em seções que representam seus sentimentos. MIS. Avenida Europa, 158, Jardim Europa, ☎ 2117-4777. Terça a sexta, 11h às 20h; sábado, 9h às 21h; domingo e feriados, 11h às 19h. 12 reais. Até 15 de maio.

Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

i Tchau, Cidade Universitária

sábado, domingo e feriados, 11h às 18h. Grátis. Até 27 de março.

Desde 1994 na Cidade Universitária, o Paço das Artes terá de se mudar em março. É quando o prédio será devolvido ao Instituto Butantan para que seja montada lá uma fábrica de vacinas contra a dengue. Para se despedir do espaço, aproveite a semana para conferir a mostra Programando o Invisível, com seis filmes do videoartista e cineasta alemão Harun Farocki. Avenida da Universidade, 1, Cidade Universitária, ☎ 3814-4832. Quarta a sexta, 10h às 19h;

i Trilha de cinema

O projeto Cine Concerto convida bandas a mesclar temas musicais de filmes a faixas autorais. Na segunda (8), às 18h, no Sesc Belenzinho, é a vez de o Mombojó tocar ao vivo a trilha do filme De Volta para o Futuro. A Orquestra Brasileira de Música Jamaicana mostra na terça (9), no mesmo horário, as músicas de Highlander. Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho, ☎ 2076-9700. Grátis.

DIVULGAÇÃO

i Futebol americano ao vivo

Desenho de Tim Burton: exposto no Museu da Imagem e do Som

Gabriel Bentley

i O último apaga a luz Prepare o lencinho: o Tom Jazz deixa o casarão em Higienópolis no fim deste mês, ainda sem novo endereço definido. Entre as últimas apresentações por lá está a de Wilson das Neves, lendário baterista, cantor e compositor premiado. Tom Jazz. Avenida Angélica, 2331, Higienópolis, ☎ 3255-0084. Sexta (12) e sábado (13), 22h. 100 reais. ß



As Boas Compras Sophia Braun

GOLEADA NAS LOJAS Com a retomada da temporada de futebol, produtos inspirados no esporte se multiplicam nas vitrines da cidade R$

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Réplica da bola Errejota, o modelo oficial dos jogos da Fifa e da Olimpíada em 2016. Adidas, www.adidas.com.br. R$

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Mochila licenciada dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Rio 2016, Aeroporto de Congonhas (quiosque), ☎ 3398-3843, www.lojario2016.com.br.

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Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016


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Kit de fuutebol de botão Rolling Stones X The Beatles, B tl com dez d peças dde acrílico íli para cada time mais os dois goleiros, palhetas e bolinhas. Botões Clássicos, www.botoesclassicos.com.br.

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cada umaa. Camisetas. TU ÉS parra Reserva, www.userreserva.com.

Até abril, o Museu Pelé, em Santos, recebe a ue exposição itinerante Museu do Futebol na Área, que reúne destaques do espaço paulistano dedicado ao esporte. Saiba mais em abr.ai/museu-pele.

Colaborou Larissa Faria Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

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Roteiro da Semana 38 44 48 50 57 59 59 60 62 67 DIVULGAÇÃO

Estreia a animação Epa! Cadê o Noé?

Restaurantes Bares Comidinhas Cinema Crianças Especial Baladas Exposições Teatro Shows

PAGAMOS AS NOSSAS CONTAS

LEO FELTRAN

LUIZ MAXIMIANO

Os jornalistas de VEJA SÃO PAULO fazem visitas anônimas a restaurantes, bares e endereços de comidinhas. Todas as despesas são pagas pela revista

Fernanda Takai mostra faixas dos discos-solo no Sesc Pinheiros

A Damp muda de endereço no Ipiranga e continua a vender suas casquinhas de capim-santo e frutas vermelhas (R$ 78,00 o quilo)

Símbolos

Faixas de preço por pessoa

Cartões de débito

Pontos de venda de ingressos

⑥ permite levar seu vinho → acesso para deficientes físicos ④ área para fumantes ➒ área de recreação ou atividades para crianças ② entrega em domicílio ① metrô a menos de 500 metros

Refeição com couvert, um prato de custo médio, sobremesa, água mineral e serviço $ até R$ 90,00 $$ de R$ 91,00 a R$ 130,00 $$$ de R$ 131,00 a R$ 220,00 $$$$ acima de R$ 220,00

Cd: M Maestro | R Rede Shop | V Visa Electron

IR Fnac Praça dos Omaguás, 34, Pinheiros, ☎ 3579-2020; Avenida Paulista, 901, ☎ 2123-2020, ① Trianon-Masp. Cd: todos | ST Show Tickets (Shopping Iguatemi), ☎ 3031-2098 e 3811-9874. Cc: todos. Cd: todos | TF Auditório Ibirapuera, Bar Brahma, Fnac, Saraiva Mega Store (shoppings Anália Franco, Center Norte, Eldorado, Ibirapuera, Morumbi, Pátio Paulista e Vila Olímpia) e Teatro Renault

Cartões de crédito Cc: A American Express | D Diners | M Mastercard | V Visa

Serviços de venda de ingressos IC Ingresso.com, ☎ 4003-2330. Cc: todos. www.ingresso.com | IR Ingresso Rápido, ☎ 4003-1212. Cc: D, M e V. www.ingressorapido.com.br | TF Tickets for Fun, ☎ 4003-6464. Cc: todos. www.ticketsforfun.com.br | CI Compre Ingressos, ☎ 2122-4070 Cc: todos. www.compreingressos.com

Cotações ➓ Péssimo | ✪✪✪✪✪ Fraco | ✪✪✪✪✪ Regular | ✪✪✪✪✪ Bom | ✪✪✪✪✪ Muito bom | ✪✪✪✪✪ Excelente Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

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Restaurantes Arnaldo Lorençato e Saulo Yassuda

i ÁRABE ✪✪✪✪✪ Miski

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s em restauranteLO.COM AU VEJASAOP

Robalo marinado na beterraba: R$ 83,00

Enquanto aguarda uma esfiha fechada de ricota (R$ 7,00) ou aberta de carne (R$ 5,00), ataque a porção de homus (R$ 29,00), caprichada na quantidade de alho. Deliciosa como entrada, a coalhada (R$ 29,00) fica bem azedinha na forma de molho para o capelete de carne (R$ 48,00). Outro prato saboroso é a abobrinha recheada de arroz e carne num delicado molho de tomate (R$ 25,00). Fecha na terça (9). Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 1690, Jardim Paulista, ☎ 3884-3193 (98 lugares). 12h/0h (dom. até 16h30; fecha seg.). Rotisseria, 9h/23h45 (dom. até 17h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: grátis. Estac. c/manobr. (R$ 23,00). ⑥ → ② vejasaopaulo.com/miski. Aberto em 1987. $$

i BRASILEIROS

CRISTIANO LOPES

✪✪✪✪✪ Consulado da Bahia

Tem um clima de boteco praiano. De início, vai bem o acarajé (R$ 15,00). Para duas pessoas, as moquecas protagonizam o cardápio, em versões como camarão com polvo (R$ 154,00). Os pescados vêm mergulhados em molho de tomate, cebola, azeite de dendê e leite de coco com um toque de coentro. Abre excepcionalmente na segunda (8) entre 12h e 22h. Fecha na quarta (10). Rua dos Pinheiros, 534, Pinheiros, ☎ 3085-3873, ① Fradique Coutinho (130 lugares). 12h/0h (dom. e feriados até 22h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 20,00 ter. a sex. a partir das 18h e sáb. e dom.). ⑥ (R$ 30,00). vejasaopaulo.com/consuladodabahia. Aberto em 2010. $$ ✪✪✪✪✪ Empório Nordestino

Dentro do casarão rústico e arejado ou numa das mesinhas da calçada, dá para pedir boas receitas do sertão em porções fartas. Não há como escapar da carne de sol salgadinha feita com contrafilé e passada pela brasa. A chamada paraibana vem à mesa coberta de queijo de coalho, na companhia de um pote de feijão-verde tropeiro e mandioca frita, em porção para duas ou três pessoas (R$ 95,00 e R$ 105,00, respectivamente). Em qualquer

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Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

tamanho, a pedida dá direito ao bufê de saladas e guarnições. Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 144, Freguesia do Ó, ☎ 3931-3101 (100 lugares). 11h30/15h30 e 17h30/23h (sex. e sáb. sem intervalo até 1h; dom. e feriados só almoço até 18h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. ⑥ vejasaopaulo.com/ emporionordestino. Aberto em 2004. $

i CARNES ✪✪✪✪✪ Che Bárbaro

Endereço movimentado, descende de uma casa da Vila Olímpia. Duas das melhores opções são o bife ancho em peça alta (R$ 78,00) e o fraldão de ótima textura (R$ 76,00). Rua Harmonia, 277, Vila Madalena, ☎ 2691-7628 (120 lugares). 12h/0h (dom. e feriados até 18h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: grátis (seg. a sex. até 17h) e R$ 14,90 (demais horários). Couvert art.: R$ 10,00 (sex. a partir das 20h30). Estac. c/manobr. (R$ 10,00 de seg. a qui. até 17h; R$ 25,00 nos demais horários). ⑥ (R$ 30,00). vejasaopaulo.com/ chebarbaro. Aberto em 2008. $$$

✪✪✪✪✪ El Tranvía

O endereço se orgulha de ter um pé no Uruguai. O apetitoso bife uruguaio (R$ 89,00; 300 gramas) vem marmorizado e suculento, enquanto o assado de tira (R$ 59,00; 200 gramas), uma costela bovina fatiada na horizontal, chega entremeado de gordura. Uma delícia, a papa de la tuti (R$ 20,00) compõe-se de palitos crocantes de batata frita cobertos por tiras de cebola e salsinha. Rua Conselheiro Brotero, 903, Santa Cecília, ☎ 3664-8313, ① Marechal Deodoro (198 lugares). 12h/15h e 18h/0h (sex. e sáb. sem intervalo; dom. só almoço até 17h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 15,90. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). ⑥ → ➒ vejasaopaulo.com/eltranvia. Aberto em 1997. $$ ✪✪✪✪✪ Pobre Juan

Serve carnes de qualidade e pratos preparados sob a supervisão da chef Priscila Deus. Peça o bife ancho em peça de 340 gramas guarnecido de purê de abóbora e farofa feita com manteiga de garrafa e pesto de salsa com coentro (R$ 88,40).


Restaurantes

Brasileiro à la carte No Capim Santo, a chef Morena Leite acrescenta opções que podem ser provadas somente no jantar

(R$ 20,00). ⑥ (R$ 90,00) → ② (ter. a sáb.). vejasaopaulo.com/doncurro. Aberto em 1958. $$$$

i FRANCESES ✪✪✪✪✪ La Paillote

A

chef Morena Leite é quase a rainha do self-service. Ela serve especialidades brasileiras em bufê nas três unidades do Santinho e no almoço do Capim Santo, sua primeira casa na cidade. Nesse endereço, a cozinheira vai além e manda bem no serviço à la carte, oferecido apenas no jantar. Dos lançamentos, o tartare de atum com bolinhas de tapioca (R$ 43,00), embora atraente, veio salgado demais na visita realizada. É melhor o picadinho (R$ 56,00), que está com novos acompanhamentos: o aligot de tapioca (purê com queijo) de textura gelatinosa e a farofa de ovo. Outra pedida, o robalo

marinado na beterraba em crosta de ervas com purê de ervilha sai a R$ 83,00. A casa fecha na terça (9). ✪✪✪✪✪ Capim Santo. Alameda Ministro Rocha Azevedo, 471, Cerqueira César, ☎ 3089-9500, ① Consolação (200 lugares). 12h/15h e 19h/23h30 (sáb. 12h30/16h30 e 20h/0h; dom. só almoço 12h30/17h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 19,00 (só no jantar). Estac. c/manobr. (R$ 25,00). ⑥ (R$ 50,00) → vejasaopaulo.com/capimsanto. Aberto em 1998. $$$ S.Y.

Fundado em 1953 no Ipiranga e agora instalado nos Jardins, o bistrô é uma instituição paulistana. O carro-chefe é o camarão à provençal em porção de quatro unidades médias (R$ 95,00) ou seis grandes (R$ 220,00). A combinação traz arroz passado no molho resultante da fritura, feita com manteiga, salsinha e alho, servido de acompanhamento. Rua Doutor Melo Alves, 769, Jardim Paulista, ☎ 5063-3737 (41 lugares). 12h/15h e 19h/23h (sáb. almoço até 16h; dom. e feriados só almoço até 17h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 10,00. ⑥ (R$ 50,00). vejasaopaulo. com/lapaillote. Aberto em 1953. $$$$ ✪✪✪✪✪ Parigi Bistrot

Rua Tupi, 979, Higienópolis, ☎ 3825-0917 (180 lugares). 12h/15h e 19h/22h30 (sex. almoço até 16h e jantar até 0h; sáb. sem intervalo até 0h; dom. e feriados sem intervalo até 20h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 14,90. Couvert art.: R$ 9,90 (sáb. e dom. a partir das 13h). Estac. c/manobr. (R$ 25,00). ⑥ (c/restrição) → ➒ vejasaopaulo.com/pobrejuan. Mais dois endereços. Aberto em 2004. $$$

i CONTEMPORÂNEO ✪✪✪✪✪ Marakuthai

No jantar na unidade dos Jardins, as opções à la carte da chef Renata Vanzetto incluem boas sugestões vegetarianas. O espaguete de palmito pupunha ao molho de tomate rústico e agrião sai a R$ 60,00. No ano passado, uma unidade da casa foi inaugurada dentro da loja TOG, do designer francês Philippe Starck, onde dá para provar o bufê na hora do almoço (R$ 57,00 de segunda a sexta). Alameda Itu, 1618, Cerqueira César, ☎ 3062-7556 e 3061-1015 (90 lugares). 12h/15h e 20h/0h (sex. até 1h; sáb. almoço

13h/16h e jantar até 1h; dom. só almoço 13h/17h; seg. só jantar). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 25,00). ⑥ (grátis seg.; R$ 50,00 demais dias). →; Rua Iguatemi, 236, Itaim Bibi (loja TOG), ☎ 3078-3246 (96 lugares). 12h/15h e 20h/0h (sex. até 1h; sáb. 12h30/16h e jantar até 1h; dom. só almoço 12h30/17h). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 25,00). ⑥ (R$ 40,00) → vejasaopaulo. com/marakuthai. Aberto em 2009. $$$

i ESPANHOL ✪✪✪✪✪ Don Curro

A atração do cardápio ainda é a farta paella, preparada com arroz nacional parboilizado ao açafrão e generosa quantidade de frutos do mar e pedaços de frango (R$ 227,00 a individual e R$ 382,00 para quatro pessoas). No almoço de terça a sexta, tem um menu expresso por R$ 125,00. Fecha na terça (9). Rua Alves Guimarães, 230, Pinheiros, ☎ 5035-5600 (150 lugares). 12h/0h (sex. e sáb. até 0h30; dom. só almoço até 17h; fecha seg.). Cc: D, M e V. Cd: todos. Couvert: R$ 29,00. Estac. c/manobr.

O restaurateur Rogério Fasano confiou a condução da cozinha ao craque Wagner Resende (ex-Chef Rouge). O mestre-cuca serve o ovo benedict (R$ 50,00), de gema mole, sobre o brioche coberto por uma fatia de salmão defumado. Com aquele ardido que alegra a boca, o filé au poivre vem com batatas fritas (R$ 108,00). Nem ouse pular o delicado mil-folhas (R$ 32,00) recheado de um creme levíssimo. É um dos melhores da cidade. Shopping Cidade Jardim, ☎ 3198-9440 (80 lugares). 12h/15h e 19h/23h (sex. almoço até 16h e jantar até 0h; sáb. almoço até 17h30 e jantar até 0h; dom. e feriados almoço até 17h30 e jantar até 22h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 22,00. Estac. (R$ 16,00 por duas horas). ⑥ (R$ 90,00) → vejasaopaulo.com/ parigibistrot. Aberto em 2015. $$$ ✪✪✪✪✪ Sarrasin

No novo ponto dos Jardins, a capacidade caiu de setenta para trinta lugares. Ainda que tenha incluído uma carne e uma massa no menu, o chef João Souza permanece centrado na galette, uma panqueca escura, fininha e crocante de trigo-sarraceno que ganha diversas formas e recheios. A versão chamada rimbaud (R$ 54,00) leva picadi-

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Restaurantes

nho de filé-mignon ao molho de gorgonzola com um ovo de gema mole por cima. Alameda Lorena, 1655, Jardim Paulista, ☎ 3031-1594 (30 lugares). 12h/23h (sex. e sáb. até 1h; dom. 10h/22h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 25,00). ⑥ (R$ 50,00). vejasaopaulo. com/sarrasin. Aberto em 2010. $$

almoço até 15h e jantar a partir das 19h). Rotisseria, 10h/23h (sex. e sáb. até 23h30; dom. até 17h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 23,90 (para até três pessoas). Estac. c/manobr. (R$ 15,00 no almoço de seg. a sex.; R$ 20,00 nos demais horários). ⑥ → ➒ ② vejasaopaulo.com/lapergoletta. Mais dois endereços. Aberto em 2002. $

i ITALIANOS

✪✪✪✪✪ Roperto

Uma verídica cantina, a casa não se preocupa com a leveza dos pratos em porções para duas pessoas. O filé boheme vem mergulhado em creme de espinafre e gratinado com bastante parmesão e catupiry (R$ 119,20). Para uma massa com molho vermelho, escolha o rigatoni à matriciana (R$ 91,30), temperado com salsinha, orégano, alho, manjericão e bacon. Na terça (9), funciona sem intervalo. Rua Haddock Lobo, 728, Cerqueira César, ☎ 3062-9635/6918 (72 lugares). 11h30/15h e 19h/1h (sex. até 2h; sáb. sem intervalo até 2h; dom. sem intervalo até 0h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 11,00. Estac. no nº 720 (R$ 14,00 por duas horas no almoço de seg. a sex.; R$ 18,00 o período nos demais horários). ⑥ (R$ 50,00) ➒ ② vejasaopaulo.com/ cantinadopiero. Aberto em 1990. $$ ✪✪✪✪✪ MoDi

A numerosa clientela vai em busca das caprichadas receitas do chef e sócio Diogo Silveira. Provam-se massas como o ravióli de berinjela e ricota fresca ao azeite e salsinha sobre molho de tomate (R$ 29,00). Para acompanhar esses e outros pratos, há uma carta de vinhos de ótima relação qualidade-preço, escolhida a melhor da cidade pela última edição de VEJA COMER & BEBER. A unidade de rua funciona sem intervalo no domingo (7) e na segunda (8) até as 23h. Na quarta (10), o endereço abre apenas para almoço até as 17h. Rua Alagoas, 475, Higienópolis, ☎ 3564-7031/7028 (60 lugares). 12h/23h (dom. até 17h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 5,00. ⑥ (R$ 50,00) →; Shopping Pátio Higienópolis, ☎ 3823-2663/2664 (250 lugares). 12h/23h (dom. até 20h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 5,00. Estac. (R$ 14,00 por duas horas). ⑥ (R$ 50,00) → vejasaopaulo. com/modi. Aberto em 2014. $

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VICTOR MORIYAMA

✪✪✪✪✪ Cantina do Piero — Il Vero

A

N EGÓCIO DA CH IN

Para comemorar o Ano-Novo chinês, que se inicia no dia 8, o Tian criou um menu de pedidas com pato, servido entre segunda (8) e o dia 18. A ave aparece confitada na salada de macarrão crocante (foto), desfiada como recheio do bolinho conhecido como dumpling e frita ao molho típico hoisin. O trio de receitas, que serve duas pessoas, sai a R$ 180,00 e dá direito a uma cheesecake de banana. Recomenda-se reservar. ✪✪✪✪✪ Tian. Rua Jerônimo da Veiga, 36, Itaim Bibi, ☎ 2389-9399 (72 lugares). 12h/15h e 19h/23h (qui. e sex. até 0h; sáb. almoço até 16h e jantar até 0h; dom. só almoço até 17h). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 23,00). ⑥ (R$ 40,00) ② (☎ 4301-7170). vejasaopaulo.com/tian. Aberto em 2013. $$ S.Y.

✪✪✪✪✪

La Pergoletta

Fundada no Tatuapé, a cantina querida pelos moradores da Zona Leste começou sua “marcha ao oeste” com duas filiais no Itaim Bibi, de funcionamento diferente. Depois da bruschetta de tomate picadinho com mussarela (R$ 22,00), quem gosta muito de queijo pode pedir as conchas recheadas de quatro queijos ao molho de tomate com manjericão (R$ 94,00, para duas pessoas). Rua Itapura, 1478, Tatuapé, ☎ 2092-3330 (130 lugares). 12h/23h (sex. e sáb. até 23h30; dom. só almoço até 17h; seg.

Nascida há mais de setenta anos, a casa é uma das mais antigas — e concorridas — cantinas do Bixiga, animada por músicos com canções italianas. Vá direto aos fartos pratos principais, entre eles o bolo de carne achatado e recheado de mussarela, apelidado de ropertone (R$ 66,00 o grande e R$ 44,00 o individual). Apesar de os ingredientes do molho parisiense parecerem uma mistureba com frango, presunto e ervilhas no bechamel, o fusilli mergulhado nele segue bem a linha, digamos, reconfortante (R$ 94,00). Rua 13 de Maio, 634, Bela Vista, ☎ 3288-2573 e 3284-2987 (360 lugares). 11h30/0h (sex. e sáb. até 1h; dom. até 23h30). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 11,00 (almoço de seg. a sex.) e R$ 13,00 (demais horários). Estac. c/manobr. ⑥ (grátis seg.; R$ 35,00 demais dias) → ② vejasaopaulo.com/roperto. Aberto em 1942. $$ ✪✪✪✪✪ Tatini

Instalado no térreo de um flat nos Jardins, o salão antigão está sempre cheio. A maior parte dos pratos é finalizada na frente dos clientes. Encanta o serviço de duas variações de linguine. O chamado nel grana padano (R$ 67,00) é mergulhado em creme de leite, depois transferido para uma linda peça de queijo, na qual se mistura às lascas antes de voltar para a panela até ficar fumegante. De sabor forte, mas menos untuoso, o toscana leva molho de tomate, azeitonas pretas e verdes e bastante azeite (R$ 62,00). Rua Batatais, 558 (Flat Saint Paul), Jardim Paulista, ☎ 3885-7601 (74 lugares). 12h/15h e 19h/0h (sex. até 0h30; sáb. almoço até 16h e jantar até 0h30; dom. e feriados só almoço até 17h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 15,00. Estac. c/manobr. (R$ 15,00). ⑥ (R$ 20,00 por taça). vejasaopaulo.com/ tatini. Aberto em 1983. $$$


Restaurantes

i JAPONESES ✪✪✪✪✪ Jam — Japanese Food,

Arts & Music

Músicos cantam em volume moderado canções de pegada pop. Enquanto isso, o público divide combinados como o kitayama (R$ 108,00), composto de 35 peças, entre sashimis e bolinhos de arroz com peixes variados. De visual escultural, o ebi filo (R$ 37,00) traz dois enormes camarões empanados em massinha crocante sobre redução de balsâmico de cereja. Rua Lopes Neto, 308, Itaim Bibi, ☎ 3473-3273 (99 lugares). 12h/15h e 19h/1h (sáb. e feriados só jantar; dom. só jantar até 23h30; seg. até 0h). Cc: A, M e V. Cd: todos. Couvert: R$ 6,50. Couvert art.: R$ 8,00 (a partir das 20h). Estac. c/manobr. (R$ 22,00). ⑥ (R$ 46,00) →; Rua Bela Cintra, 1929, Jardim Paulista, ☎ 3473-3273 (99 lugares). 12h/15h e 19h/1h (sáb. e feriados almoço 13h/16h; dom. almoço 13h/16h e jantar até 23h30; seg. só jantar até 0h). Cc: A, M e V. Cd: todos. Couvert: R$ 6,50. Couvert art.: R$ 8,00 (todos os dias a partir das 20h; sáb. e dom. também a partir das 13h30). Estac. c/manobr. (R$ 22,00). ⑥ (R$ 46,00) → vejasaopaulo.com/jam. Aberto em 2002. $$$ ✪✪✪✪✪ Sushiguen

Instalada numa galeria próximo à Avenida Paulista, a casa tem um jeitão de antigamente. Especialidade do endereço, o tirashi é um sushi montado na tigela de laca com o arroz no fundo e uma profusão de pescados por cima — os preços variam de R$ 66,00 a R$ 120,00, de acordo com os ingredientes escolhidos. O nabeyaki udon (R$ 42,00), servido na panelinha de ferro, traz fios grossos de macarrão de trigo, deliciosos no caldo de peixe e alga em que nadam camarões durinhos, peixe, kamaboko (massa de peixe), cogumelo e ovo de gema mole. Fecha na segunda (8) e reabre na quarta (10). Rua Manuel da Nóbrega, 76 (Edifício Barão de Ouro Branco), Cerqueira César, ☎ 3289-5566, ① Brigadeiro (50 lugares). 11h30/14h30 e 18h/22h30 (fecha dom. e feriados). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: grátis. Estac. no nº 88 (R$ 13,00 a primeira hora só no jantar). vejasaopaulo. com/sushiguen. Aberto em 1974. $$ ✪✪✪✪✪ Sushi Lika

Camaradagem é a palavra de ordem no atendimento na casa do sushiman baiano

Josino de Souza, o Lika, e sua mulher. No combinado especial individual com 24 peças (R$ 95,00), o frescor dos peixes compensa. Para adoçar, peça no final uma banana frita e caramelada docinha e cremosa no interior (R$ 19,00). Fecha na segunda (8) e reabre na quarta (10). Rua dos Estudantes, 152, Liberdade, ☎ 3207-7435, ① Liberdade (70 lugares). 11h30/14h30 e 18h30/0h (sáb. almoço 12h/15h; fecha dom.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: grátis. Estac. c/manobr. (R$ 22,00). ⑥ (R$ 35,00). vejasaopaulo. com/lika. Aberto em 1993. $$$ ✪✪✪✪✪ Yakitori

Pule a parte do cardápio dedicada aos sushis e sashimis para investir no que interessa: os espetinhos de frango, conhecidos por yakitori. Da churrasqueira, vêm pedidas como o fígado (R$ 6,50) e um item muito comum no Japão: a cartilagem da coxa com um pouco de carne (R$ 7,50). Na linha das invencionices, o menu inclui receitas árabes orientalizadas, como a cafta (R$ 9,90) enrolada na folha de shissô. Diariamente no almoço, inclusive aos sábados e domingos, há refeições completas que custam entre R$ 38,00 e R$ 70,00. Fecha no domingo (7). Avenida dos Carinás, 93, Moema, ☎ 5044-7809 (80 lugares). 12h/14h30 e 18h/23h (dom. e feriados até 22h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 5,30 (só no jantar). Estac. c/manobr. (R$ 15,00 no almoço; R$ 20,00 no jantar). ⑥ (R$ 100,00) → vejasaopaulo.com/ yakitori. Aberto em 1997. $

i LATINO ✪✪✪✪✪ Osaka

O Peru tem entre seus representantes esta casa nascida em Lima. Seu menu aposta na fusão de receitas locais e japonesas, a chamada culinária nikkei. O beef tataki, com pepino e gergelim ao molho de pimenta, ostra e shoyu sai por R$ 38,00. O camarão em cubos empanados ao molho apimentado é salpicado de ovas de massagô (R$ 46,00). Em comum, as duas preparações vêm com abacate. Rua Amauri, 234, Itaim Bibi, ☎ 3073-0234 (140 lugares). 12h/15h e 19h/0h (qua. e qui. até 0h30; sex. jantar 19h30/1h; sáb. almoço 12h30/16h e jantar 19h30/1h; dom. e feriados almoço 12h/17h e jantar até 23h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: grátis. Estac. c/manobr. (R$ 25,00).

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Restaurantes

⑥ (R$ 60,00) → vejasaopaulo.com/osaka. Aberto em 2013. $$

i PIZZARIAS

i NATURAL

A antiga Quintal da Bráz mudou de nome em janeiro, mas o cardápio continua praticamente o mesmo. Em meio a árvores e plantas, fica uma delícia provar a carola. De um lado, ela é fechada como um calzone; do outro, tem a forma de um disco nor-

A casa prioriza o uso de vegetais sem agrotóxicos e não utiliza quase nenhum elemento de origem animal. Funciona apenas no almoço e aposta no sistema de menu completo (R$ 32,50, de terça a sexta; R$ 44,90, aos sábados, domingos e feriados), com sugestões que variam diariamente. Opção de prato principal, o escondidinho de brócolis e purê de cenoura vem na companhia de um cozido de grão-de-bico e damasco ao curry. Rua Cônego Eugênio Leite, 1152, Pinheiros, ☎ 3031-0680 e 3097-9536 (60 lugares). 12h/15h30 (sáb., dom. e feriados até 16h30; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Estac. no nº 1172 (R$ 6,00 ter. a sáb. a primeira hora). vejasaopaulo.com/goa. Aberto em 2004. $

i PEIXES E FRUTOS DO MAR

✪✪✪✪✪ Amadeus

Na casa de Ana e Tadeu Masano, a alma da cozinha é a filha deles, Bella Masano. Além de manter as antigas receitas do cardápio, que têm muitos fãs pela cidade, a chef propõe sugestões de sua autoria. É o caso do saboroso duo de polvo (R$ 48,00), na forma de um carpaccio e também grelhado num jogo de texturas e sabores, e do peixe do dia, que pode ser pescada-amarela ao molho levemente picante com purê de palmito pupunha (R$ 92,00). No capítulo dos doces, uma das novidades é o pudim de macadâmia com sorvete (R$ 29,00). Fecha no sábado (6) e reabre na quinta (11). Rua Haddock Lobo, 807 (Crillon Plaza Residence), Cerqueira César, ☎ 3061-2859 e 3088-1792, ① Consolação (56 lugares). 12h/15h e 19h/23h (sex. e sáb. almoço até 16h30 e jantar até 0h; dom. só almoço até 17h). Cc: A e V. Cd: V. Couvert: R$ 15,00 (almoço) e R$ 18,00 (jantar). Estac. c/manobr. (R$ 15,00). ⑥ (R$ 90,00 c/restrição). vejasaopaulo. com/amadeus. Aberto em 1987. $$$$

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✪✪✪✪✪ Camelo

RMA ANTIGONA E EM FO Uma das pizzarias mais antigas da cidade, a Speranza amplia o menu com a fonduta (R$ 70,00). A nova cobertura para os discos de bordas largas combina uma dose generosa de mussarela e catupiry sob parmesão gratinado. É para quem quer se lambuzar mesmo. Na ala açucarada, o cornetto di Nutella (foto) lembra um rolinho primavera gigante feito de massa doce com recheio de creme de avelã e chocolate. Vem ao lado de uma bolona de sorvete de creme e custa R$ 24,00. ✪✪✪✪✪ Speranza. Rua Treze de Maio, 1004, Bela Vista, ☎ 3288-8502/3512 (300 lugares). 18h/1h (sex. e sáb. até 1h30). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). ⑥ (R$ 49,00) → ② (☎ 5051-1229); Avenida Sabiá, 786, Moema, ☎ 5051-1229/7615 (400 lugares). 18h/0h30 (sex. e sáb. até 1h30; dom. 12h/0h). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). ⑥ (R$ 49,00) → ➒ ② vejasaopaulo. com/speranza. Aberto em 1958. $ S.Y.

São muitos os orgulhos da bem-sucedida rede de pizzarias. O primeiro deles diz respeito a uma entrada que, curiosamente, não é mais recorrente em bares. Trata-se do frango à passarinho (R$ 37,00 a meia-porção ou R$ 57,00 a inteira). Bem douradinha, sem ficar ressecada, a ave ganha uma boa dose de alho frito na finalização. Os proprietários valorizam também o tempo de casa do pizzaiolo-chefe Antonio Macedo, por aqui desde 1963, e a constância da massa, sempre fina. São boas opções de cobertura a veneza (R$ 79,00), de abobrinha, mussarela de búfala e só um toque de tomate seco, para não ficar enjoativa, e a grega (R$ 84,00), composta de palmito e azeitona preta com mussarela. Avenida Aratãs, 794, Moema, ☎ 5096-0176 (180 lugares). 18h/0h (sex. e sáb. até 1h). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). ⑥ (R$ 32,00) → ➒ ② vejasaopaulo.com/camelo. Mais quatro endereços. Aberto em 1957. $ DIVULGAÇÃO

✪✪✪✪✪ Goa

✪✪✪✪✪ Bráz Quintal

mal. Agrada a combinação meia maçarico, de linguicinha defumada, pimenta e cebola, e meia caprese, a clássica da rede Bráz, que leva mussarela de búfala, tomate e pesto de azeitona preta. Sai por R$ 74,50. Rua Gandavo, 447, Vila Mariana, ☎ 5082-3800 (250 lugares). 18h30/0h (qui. até 0h30; sex. e sáb. até 1h30). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 22,00). ⑥ (R$ 35,00) → ② (☎ 5539-4911/4912). vejasaopaulo.com/quintaldobraz. Aberto em 2006. $$

✪✪✪✪✪ Pizza & Pizzas

Na casa são assadas as tradicionais pizzas de lombinho (R$ 59,00) e calabresa (R$ 59,00), ambas montadas com molho de tomate e cebola, sem queijo. Das chamadas especiais verdes, leva o nome de meime a combinação de mussarela, coração de alcachofra e tomate seco (R$ 64,00). Rua Altinópolis, 359, Água Fria, ☎ 2950-8366 e 2973-0709 (32 lugares). 18h/23h30 (sex. e sáb. até 0h). Cc: todos. Cd: todos. ⑥ (R$ 30,00) ② vejasaopaulo. com/pizzaepizzas. Aberto em 1984. $ ✪✪✪✪✪ Scalinata Pizzeria e Ristorante

É um misto de pizzaria e trattoria com salão amplo e concorrido. Na seção do car-


Restaurantes

dápio dedicada aos discos de massa média, a caprese combina rúcula, mussarela de búfala e tomate assado (R$ 66,00). Outra pedida leva mussarela, presunto cru e figo fresco (R$ 69,00). Antes de passar às pizzas, o nhoque frito com uma casca fininha e recheado de gorgonzola chega empanado (R$ 23,00) e vale como aperitivo. Rua Amélia Corrêa Fontes Guimarães, 590, Morumbi, ☎ 3771-3377 (130 lugares). 18h/0h (sex. e sáb. até 1h). Cc: todos. Cd: todos. ⑥ (R$ 30,00) → ② vejasaopaulo. com/scalinata. Aberto em 2014. $$

i PORTUGUÊS ✪✪✪✪✪ Bacalhoeiro

Preparado para receber famílias com crianças — há um brinquedão no fundo do salão grandioso —, este português da Zona Leste se dedica ao bacalhau. O pescado na versão espiritual vem desfiadinho, misturado com cenoura ralada e creme de leite e gratinado com parmesão (R$ 71,00). Para dividir, vai bem a panelinha de lula (R$ 40,00). Rua Azevedo Soares, 1580, Tatuapé, ☎ 2293-1010 (100 lugares). 12h/15h30 e 19h/23h (sex. até 0h; sáb. sem intervalo até 0h; dom. e feriados só almoço até 17h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 23,00. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). ⑥ (R$ 50,00) → ➒ vejasaopaulo.com/ bacalhoeiro. Aberto em 2008. $$$

i VARIADOS ✪✪✪✪✪ Batubara

Na casa que ocupa o imóvel do antigo Fidel, a comida segue a cartilha do variado e familiar. Dá para pedir, por exemplo, a enorme moqueca (R$ 199,00), suficiente para três pessoas, preparada com peixes e frutos do mar em molho com bastante tomate. O prato chega à mesa na companhia de um consistente pirão, arroz e farofa ao dendê. Para os que preferem um bifão, os proprietários, donos ainda da churrascaria Cabaña del Asado, em Pinheiros, sugerem o prime rib (R$ 90,00). Cheio de sumo e servido no ponto solicitado, ele tem como parceiros arroz biro-biro, fritas e farofa. Praça São Marcos, 825, Alto de Pinheiros, ☎ 3726-2908 (200 lugares). 12h/15h e 19h30/23h (sex. jantar até 0h; sáb. sem intervalo até 0h; dom. até 22h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: grátis. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). ⑥ (R$ 50,00)

vejasaopaulo.com/batubara. → ④ Aberto em 2015. $$ ✪✪✪✪✪ Gardênia

Em frente à Praça dos Omaguás, o restaurante é famoso pelos pratos de cordeiro, que levam também cortes de produção própria. De entrada, há um hambúrguer da carne em tamanho míni acompanhado de molho de pimenta ou mostarda (R$ 23,00). Servida com dois acompanhamentos no almoço executivo, a paleta satisfaz duas pessoas (R$ 125,00). Na segunda (8) e na terça (9), funciona apenas entre 12h30 e 18h. Praça dos Omaguás, 110, Pinheiros, ☎ 3815-9247 (70 lugares). 12h/15h e 19h/0h (sáb. sem intervalo a partir das 13h; dom. só almoço 12h30/17h; seg. e ter. até 23h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 8,00. Estac. no nº 88 (R$ 14,00). ⑥ (R$ 35,00) → vejasaopaulo.com/gardenia. Aberto em 1997. $$ ✪✪✪✪✪

Ramona

Badalado, o restaurante de salão escurinho continua um sucesso de público. A porção de pastéis mistos de carne e queijo aparece com molho de tomate em pedaços miúdos (R$ 30,00). Depois, vá de orecchiette de linguiça artesanal (R$ 48,00) ou de hambúrguer da casa, feito com fraldinha, queijo da Serra da Canastra, maionese, salada e ovo caipira frito (R$ 40,00). Avenida São Luís, 282, centro, ☎ 3258-6385, ① Anhangabaú (76 lugares). 12h/2h (seg. e ter. até 0h; sáb. e feriados a partir das 12h30; fecha dom.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert art.: R$ 15,00 (ter. a partir das 21h). Estac. c/manobr. (R$ 24,00 a partir das 20h). ⑥ (R$ 50,00). vejasaopaulo.com/ ramona. Aberto em 2012. $$ ✪✪✪✪✪ Skye

O mérito da culinária cada vez mais afinada é todo do chef francês Emmanuel Bassoleil. Itália e Brasil juntam-se no risoto pf, uma combinação de arroz arbóreo, feijão, carne-seca, queijo de coalho, couve, farofa, banana, castanhade-caju e ovo de codorna frito. Custa R$ 81,00. Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 4700, 8‚ andar (Hotel Unique), Jardim Paulista, ☎ 3055-4702/4700 (82 lugares). 12h/15h e 19h/0h (sex. até 0h30; sáb. almoço 13h/16h e jantar até 0h30; dom. almoço 13h/16h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 18,00. Estac. c/manobr. (R$ 35,00). ⑥ (R$ 150,00 c/restrição) → vejasaopaulo. com/skye. Aberto em 2002. $$$$

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Bares Saulo Yassuda e Fábio Galib

+ 900 s em

endereço

M PAULO.CO VEJASAO

i BAR-RESTAURANTE

Porção de arancino: R$ 40,00

✪✪✪✪✪ Dona Felicidade

Firme e forte, a portuguesa Felicidade Bastos, de 90 anos, continua a supervisionar as mesas de seu ajeitado galpão. Às quartas e aos sábados, a apetitosa feijoada (R$ 110,00, para duas pessoas) protagoniza o cardápio, nas versões gorda (tradicional) e magra (apenas com os cortes considerados mais nobres). Também fizeram a fama da casa as receitas de bacalhau, entre elas o pescado ao forno (R$ 75,00 a menor). Para molhar a goela, peça a benfeita caipirinha de limada-pérsia (R$ 18,00). Fecha na terça (9). Rua Tito, 21, Vila Romana, ☎ 3864-3866 e 3804-0775 (180 lugares). 11h30/1h (sáb. até 19h; dom. até 18h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 15,00). → vejasaopaulo.com/ donafelicidade. Aberto em 1996.

i BOTECOS ✪✪✪✪✪ Bar do Giba

Fundada pelo ex-bancário Gilberto Abrão Turibus, o Giba, a casa recebe há 28 anos multidões sedentas por uma cervejinha gelada pós-expediente (Bohemia, R$ 13,90), que os garçons vão trazendo à mesa como se não houvesse amanhã. Também faz bonito a caipirosca de tangerina e pimenta (R$ 22,00). Não há cardápio físico, o que pode representar um perrengue, mas os atendentes não demonstram preguiça em recitar todos os itens ao freguês. A carne de sol em nacos com gostinho chamuscado (R$ 59,50) vem misturada a pedaços grandes de cebola e folhas de coentro mais mandioca tostadinha na chapa. Fecha na terça (9) e na quarta (10). Avenida Moaci, 574, Moema, ☎ 5535-9220 (120 lugares). 17h30/1h (sáb. a partir das 13h; dom. 12h30/19h; fecha seg.). Cd: todos. vejasaopaulo.com/bardogiba. Aberto em 1987. ✪✪✪✪✪

Etílicos e mastigáveis O bar do Hotel Emiliano, no Jardim Paulista, amplia o cardápio com boas inclusões nas alas de drinques e petiscos

E

mbora se localize no meio do caminho entre o lobby e o restaurante do Emiliano, o bar do hotel de luxo tem brilho próprio. Do início da manhã até o fim da noite, é possível pintar no lugar e pedir um champanhe do caprichado arsenal. São cerca de oitenta opções, dispostas desde o ano passado em uma adega exclusiva para 340 garrafas. Na ala dos drinques, duas novidades: o bloody mary com infusão de pimenta e o gim-tônica ao aroma de alecrim (R$ 36,00 cada um). A cozinha, assumida em novembro pelo italiano Andrea Montella, também apresenta mudanças.

Bolinho clássico, o arancino ganha o formato de um pequeno e crocante cilindro de risoto de açafrão com cobertura de ragu de linguiça (R$ 40,00). Outra estreia, que pesa no bolso mas nunca no paladar, a tábua de queijos nacionais vem junto de mel trufado (R$ 78,00). ✪✪✪✪✪ Emiliano — Bar. Rua Oscar Freire, 384 (Hotel Emiliano), Jardim Paulista, ☎ 3068-4390 (78 lugares). 8h/1h. Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 25,00). → ④ vejasaopaulo.com/ emiliano-bar. Aberto em 2001. S.Y.

Nelito

Com MPB nas caixas de som, o lugar fica em uma área residencial. Para bebericar, vá de cervejas em garrafa (Original, R$ 11,00) ou de chope de trigo Bamberg (R$ 8,00). Também merece ser pedida a boa caipirinha de abacaxi e limão (R$ 18,00), feita com a cachaça Linda, de Cândido

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EDU EUKA

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Mota (SP). Para petiscar, são saborosas as asinhas de frango fritas e besuntadas em molho de mel, laranja e alecrim (R$ 22,00). Na terça (9), fecha às 17h30. Rua Mário, 75, Vila Romana, ☎ 3871-9783 (50 lugares). 11h30/15h30 (qui. e sex. até 22h; sáb. 12h/20h30; fecha dom.).

Cc: todos. Cd: todos. Couvert art.: R$ 5,00 (sáb. das 14h às 17h30). vejasaopaulo.com/ nelito. Aberto em 2015. ✪✪✪✪✪ Salumeria Tarantino

Tem jeitão simples este pequenino espaço tocado por Gilberto Tarantino, também do


Bares

BrewDog Bar e do Vinil Burger. O lugar investe em bons embutidos e queijos para petiscar na companhia de vinhos nacionais, a preços a partir de R$ 50,00 a garrafa. Para abrir os trabalhos, peça a tábua de frios por vantajosos R$ 18,00 (a pequena), composta de salame, copa, pastrami, pancetta, queijo da Serra da Canastra, azeitonas, picles e frutas — os itens variam de acordo com o dia. Outra boa pedida mastigável é o sanduíche de peperoni e queijo (R$ 15,00), preparado na ciabatta prensada. Em revezamento, aparecem os chopes da própria Tarantino, como o Session IPA (R$ 15,00; 300 mililitros). Rua Padre Carvalho, 227, Pinheiros, ☎ 3092-2337 (15 lugares). 13h/21h (fecha dom.). Cc: M e V. Cd: M e V. → vejasaopaulo.com/salumeriatarantino. Aberto em 2015.

i CHOPE E CERVEJA ✪✪✪✪✪ Cervejaria Ideal

É o melhor endereço da cidade onde bebericar chopes, de acordo com a última edição especial de VEJA COMER & BEBER . As torneiras, doze no total, brincam de esconde-esconde e sempre expedem um tipo diferente da bebida. O preço do copo de 300 mililitros varia entre R$ 9,00 e R$ 19,00. Para petiscar, a porção de fritas no cone de papel sai a R$ 24,00. Fecha na terça (9). Rua Ministro Ferreira Alves, 203, Perdizes, ☎ 3578-7534 (150 lugares). 18h/1h (sáb. a partir das 12h; fecha dom. e seg.). Cc: D, M e V. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). → vejasaopaulo.com/ cervejariaideal. Aberta em 2014. ✪✪✪✪✪ Original

O endereço, que construiu sua boa fama pelo ótimo chope Brahma (R$ 7,40), de colarinho alto e bem cremoso, está tentando emplacar outra pedida-fetiche: a coxinha. Em 2015, lançou novas versões do salgado. São exemplos a de buraco quente (R$ 10,00 o par), recheada de carne moída ao molho e queijo, e a de costelinha suína (o mesmo preço), com o corte desfiado e couve na massa de batata. Apenas nos fins de semana, faz um molhadinho e saboroso arroz de rabada (R$ 41,00). Garantem o frescor da receita folhas de agrião rasgadas

e dispostas sobre o prato mais tomatinhos e ovos de codorna. Na terça (9), dá expediente a partir das 12h. Rua Graúna, 137, Moema, ☎ 5093-9486 (114 lugares). 17h30/2h (qui. e sex. até 3h; sáb. 12h/3h; dom. 12h/22h). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 22,00). → vejasaopaulo.com/baroriginal. Aberto em 1996.

i DRINQUES ✪✪✪✪✪ Brasserie des Arts

É o endereço predileto do público arrumado e bem de vida que gosta de sair com amigos para jantar e curtir a noite ao som de batidas eletrônicas com um drinque na mão. O experiente barman Marcelo Serra manda bem no delicioso pitangueiras (R$ 29,00), mix de rum, purê de pitanga, hortelã e limão. A mistura é servida no copo com borda de prata enfeitado por pimenta-biquinho e gelo feito de negroni, que vai dando um toque amarguinho ao conjunto conforme se liquefaz. Rua Padre João Manuel, 1231, Jardim Paulista, ☎ 3061-3326 (120 lugares). 19h/0h (qua. até 0h30; qui. até 1h; sex. até 1h30; sáb. 13h/2h; dom. 13h/23h30). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 22,00). → vejasaopaulo.com/ brasseriedesarts. Aberto em 2012.

i ESPANHOL ✪✪✪✪✪ Venga!

Fica em uma vistosa esquina da Vila Madalena, cujas mesas da varanda dão vista para a praça em torno da qual se distribuem outros dois bares de sucesso, Astor e Pé de Manga. Receitas em pequenas porções preparadas com ingredientes de qualidade predominam no menu. Os dados de bacalhau são três deliciosos cubos do pescado cobertos por aïoli ao mel e acompanhados de espinafre (R$ 26,00). As bebidas merecem um capítulo à parte. A gostosa caipirinha venga, feita de cachaça, maçã verde, limãotaiti e um choro de vinho Pedro Ximenez (R$ 22,00), é uma alternativa ao básico chopinho Stella Artois (R$ 10,00). Rua Delfina, 196, Vila Madalena, ☎ 3097-9252 (100 lugares). 18h/0h (qui. até 1h; sex. até 2h; sáb. 12h/2h; dom. 12h/18h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos.

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Bares

Estac. c/manobr. (R$ 25,00). vejasaopaulo.com/venga. Aberto em 2011.

i MÚSICA AO VIVO ✪✪✪✪✪ Casa de

Francisca

Mesas cobertas por toalhas rendadas, todas próximas umas das outras, e uma pequena arquibancada com antigas cadeiras de cinema: eis o cenário da casa, que comporta somente 44 pessoas. Toda uma constelação de novos e velhos representantes da música brasileira de vanguarda costuma pintar por lá em apresentações cheias de intimidade. Em respeito aos músicos, o serviço de bar cessa durante os shows, que geralmente começam por volta das 21h30. Portanto, o que vale é chegar cedo para explorar o enxuto menu — dele consta uma cremosa polenta com ragu de lentilha e cogumelo fresco (R$ 35,00). Para beber, a maioria vai de vinho. O Remhoogte Pinotage 2012 (R$ 152,00) é representante da boa produção da África do Sul. Rua José Maria Lisboa, 190, Jardim Paulista, ☎ 3052-0547 (44 lugares). 20h/1h (fecha dom. a ter.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert art.: R$ 35,00 a R$ 62,00. Reservas pelo www.casadefrancisca.art.br. vejasaopaulo.com/casadefrancisca. Aberto em 2007.

i PARA AGITAR ✪✪✪✪✪ Banana Café

Trata-se de um lugar, digamos, “tropicaliente”. Tecido com estampa de folhas nas paredes, cachos de banana de madeira e um jardim vertical compõem a decoração selvagem da casa. Esse bonito ambiente ficou a cargo do badalado designer alemão Rudolf Piper, que transformou o arejado prédio do início do século XX em um ponto bem chamativo no Itaim Bibi. Não à toa, o espaço aberto em dezembro já vive bombando com um público animado na faixa dos 30 anos, o que não exclui da festa um ou outro cinquentão. Talvez sejam velhos frequentadores do antigo Banana

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É Super Bowl Locais para ver a transmissão da final do campeonato americano neste domingo (7), às 21h

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✪✪✪✪✪ All Black O agitado pub dos Jardins abre excepcionalmente na data, às 19h, com promoções e música ao vivo. A entrada sai a R$ 15,00.

Rua Oscar Freire, 163, Jardim Paulista, ☎ 3088-7990.

2

✪✪✪✪✪ Hooters Conhecido pelas garçonetes de shortinho, o endereço oferece rodada de chope. Deve-se comprar o convite (R$ 90,00) até este sábado (6).

Rua Gomes de Carvalho, 1575, Vila Olímpia, ☎ 3842-3300/1493.

3

✪✪✪✪✪ Rhino Pub

Transmite a partida no telão e nos cinco televisores espalhados pela casa (foto). A entrada custa R$ 15,00.

Avenida Cotovia, 99, Moema, ☎ 5095-9770.

Café, que funcionou até o fim dos anos 90 a poucos metros dali. Na nova encarnação, o clima de baladinha do passado deu vez a uma botecagem repleta de troca de olhares. Enquanto flertam, moças e rapazes petiscam a linguiça tostadinha por fora com pimenta-biquinho (R$ 39,50) e bebericam o chope (Heineken, R$ 9,50) servido bem gelado. Da ala de drinques, merece ser pedida a mistura de vodca ao açaí, açúcar mascavo, geleia de abacaxi e leite de coco (R$ 28,00). Vem coberta de um chantili de — adivinhe só! — banana. Rua Jerônimo da Veiga, 198, Itaim Bibi, ☎ 2613-3005 (180 lugares). 12h/14h30 FERNANDO MORAES e 16h30/0h20 (fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 30,00). → ④ vejasaopaulo. com/banana-cafe. Aberto em 2015. ✪✪✪✪✪ La Maison Est Tombée

O público, na altura dos 30 e poucos, aparece todo arrumado em busca de badalação. Dois drinques garantidos: o dandy monsieur (R$ 33,00), gim-tônica aromatizado com casca de laranja-baía, fava de baunilha e açafrão, e o equilibrado pomme martíni (R$ 27,00), nome afrancesado para o apple martini. Da cozinha saem pedidas como o steak tartare levemente selado (R$ 40,00), servido junto de ovo frito de gema mole, salada e batatas fritas. Rua Jerônimo da Veiga, 358, Itaim Bibi, ☎ 3071-2926 (140 lugares). 12h/1h (seg. até 0h; fecha dom.). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 23,00 até 18h; R$ 25,00 a partir das 18h). → ④ vejasaopaulo.com/lamaisonesttombee. Aberto em 2012.

i PARA IR A DOIS ✪✪✪✪✪ The View

Do salão rodeado de janelões de vidro, a vista para o mar de prédios dá aquela sensação de cidade a seus pés. Entre as opções da cozinha figuram dadinhos de tapioca com queijo de coalho mais melaço de cana (R$ 40,00). No bar, a aposta recai sobre drinques clássicos como mojito e old


Bares

fashioned (R$ 28,00 cada um). Músicos interpretam MPB, pop e bossa nova. Fecha na segunda (8) e reabre na quarta (10). Alameda Santos, 981, 30º andar (Transamérica International Plaza Flat), Cerqueira César, ☎ 3266-3692, ① Trianon-Masp (80 lugares). 18h/2h (seg. até 0h; sáb. a partir das 19h; fecha dom.). Cc: todos. Cd: todos. Couvert art.: R$ 22,00 (a partir das 21h). Estac. c/manobr. (R$ 18,00 por três horas). → vejasaopaulo. com/theview. Aberto em 2002.

i VARIADOS ✪✪✪✪✪ Juicy J.

Velho conhecido dos amantes das motocicletas, tocado pelo empresário Ricardo Medrano, o Johnnie Wash está de casa nova. Por 1 200 metros quadrados e três pisos, espalham-se lava-rápido, loja de customização, oficina, palco de shows e até barbearia. O bar se situa logo na entrada. Até para quem não é fã das motos, vale aparecer e tomar um drinque. O mr. jameson (R$ 35,00) leva uísque, refrigerante e fatias de gengibre mais limão-siciliano. Para acompanhar, invista nos palitos de mussarela crocantes (R$ 21,00). Fecha no domingo (7) e reabre na quarta (10). Rua Gomes de Carvalho, 815, Vila Olímpia, ☎ 3846-0227 e 3054-2323 (70 lugares). 9h/0h (qua. a sáb. até 2h). Cc: M e V. Cd: M e V. Couvert art.: R$ 20,00 e R$ 30,00 (sex. e sáb. a partir das 21h). Estac. c/manobr. (R$ 10,00 a R$ 30,00). → ④ vejasaopaulo. com/juicyj. Aberto em 2015. ✪✪✪✪✪ La Gorgona

Tem pinta de botequim, mas com televisores que exibem clipes de bandas indie e um cardápio dedicado aos quitutes latinos. No maior estilo desencanado, o pessoal esvazia garrafas de cerveja (Original, R$ 10,00) e beberica doses de rum, caso do Viejo de Caldas (R$ 15,00). A estrela dos petiscos é a arepa, que vem na forma de um disco de massa de milho branco passado pela chapa. Na versão aperitivo (R$ 13,00 a porção), as arepitas levam queijo de minas e mussarela e ganham a companhia de molhos à escolha. Na terça (9), funciona a partir das 18h. Rua São Miguel, 22, Bela Vista, ☎ 3256-9215 (55 lugares). 11h30/23h (qui. até 0h; sex. e sáb. até 1h; fecha dom.). Cc: todos: Cd: todos. vejasaopaulo.com/ lagorgona. Aberto em 2015.

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Comidinhas Fábio Galib

i CAFÉ ✪✪✪✪✪ Mocotó Café

Aberto em dezembro, o café de Rodrigo Oliveira ocupa um pequeno boxe do Mercado de Pinheiros, ainda mais despretensioso e sem as filas da casa-mãe, da Vila Medeiros — ao menos por ora. Em pratinhos descartáveis, são servidas algumas das ótimas receitas do chef, caso do dadinho de tapioca (R$ 16,00, dez unidades) e do baião de dois (R$ 19,00 ou R$ 24,00 na versão completa, com vinagrete de abóbora, farofa e carne de panela). Até as 11 horas, saem itens para um café sertanejo, como tapioca de carneseca com nata (R$ 14,00) e pão de mandioca na chapa com manteiga (R$ 4,00). Rua Pedro Cristi, 89 (Mercado Municipal de Pinheiros, boxes 62 e 63), Pinheiros, ☎ 3031-7932, ① Faria Lima (40 lugares). 8h/18h (fecha dom. e feriados). Cc: todos. Cc: todos. Estac. (R$ 4,00 a primeira hora). vejasaopaulo.com/mocoto-cafe. Aberto em 2015.

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O novo salão: com cinquenta lugares

TIANA CHINELLI

i DOCERIA ✪✪✪✪✪ Cristallo

Passar pelo número 914 da Rua Oscar Freire, um dos oito endereços da rede, e não encontrar pelo menos metade das mesinhas dispostas na calçada cheias de cliente é coisa rara. Pena que os quitutes não agradem tanto quanto o ambiente ao ar livre. Na vitrine sem vida, e às vezes até mesmo um pouco vazia, encontram-se a coxinha (R$ 7,90), o pão de queijo (R$ 5,00) e o croissant (R$ 5,00). Entre os doces, a bomba de chocolate custa R$ 7,50. Para beber, expresso (R$ 4,90). Rua Oscar Freire, 914, Jardim Paulista, ☎ 3082-1783 (36 lugares). 10h/20h30. Cc: todos. Cd: todos. vejasaopaulo.com/ cristallo. Mais sete endereços. Aberto em 1953.

e pegue a sua bebida, por exemplo. Mas, passado o primeiro susto, os lanchões geram um sorriso fácil. Do cardápio, uma possível combinação escala hambúrguer de 160 gramas de picanha (R$ 18,00), queijo prato (R$ 3,60), maionese com salsinha (R$ 2,60) e bacon (R$ 3,90). Avenida Onze de Junho, 1164, Vila Clementino, ☎ 3537-9777 (25 lugares). 12h/23h30 (dom. e feriados a partir das 18h; fecha seg.). Cc: todos. Cd: todos. vejasaopaulo.com/niloburgers. Aberto em 2008.

comidinhas podem ser consumidas na hora nas duas pâtisseries da marca, que funcionam anexas aos bistrôs do Jardim Paulista (Alameda Tietê, 184) e do Itaim Bibi (Rua Pais de Araújo, 137). Alameda Tietê, 179, Jardim Paulista, ☎ 3063-1094. 7h/21h40 (dom. e feriados até 20h40). Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 25,00). vejasaopaulo.com.br/ levinboulangerie. Aberto em 2008.

i PADARIA

i HAMBÚRGUERES

Não há lugares para sentar ou tomar um cafezinho. Em vez disso, escolhem-se para viagem receitas francesas, entre elas croissant (R$ 6,20), pain au chocolat (R$ 6,80), brioche (R$ 4,90) e ciabatta pequena salpicada de queijo parmesão (R$ 3,20). Na seção das receitas doces, há macarons disponíveis em sabores como pistache, coco e chocolate (R$ 4,80 cada um). As mesmas

Os proprietários Jorge Gamart e Jhonny Santos estão sempre a postos no balcão para dar boas sugestões sobre o que levar para casa. Das opções de massa recheada, agradam o agnellotti de queijo brie com damasco (R$ 34,00) e o ravióli verde de alcachofra com presunto cru (R$ 39,00). Todas são vendidas em pacotinhos de 400 gramas, porção suficiente para duas pessoas. Os molhos aparecem em potes menores, com 320 gramas. Há variedades como bolonhesa (R$ 28,00) e tomate com

✪✪✪✪✪ Nilo Burgers

Quem não é cliente fiel ou conhecedor da fama do proprietário que dá nome à casa pode se assustar com o tratamento nada formal praticado nesta pequena lanchonete. Sem frescura, o dono pode pedir a você que vá até a geladeira, que fica atrás do balcão,

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✪✪✪✪✪ Le Vin Boulangerie

i ROTISSERIA ✪✪✪✪✪ Pastagrano


Ipiranga abaixo de zero A sorveteria Damp deixa o antigo e pequeno endereço para reabrir em um espaçoso salão no mesmo bairro

F

oram mais de duas décadas no mesmo ponto da Rua General Lecor, no Ipiranga, até que em outubro do ano passado a matriz da Damp subiu a rua, virou a esquina e reabriu as portas em novo endereço. Toda bonitona, a sorveteria mais tradicional do bairro ainda guarda uma deliciosa aura retrô, com janelas em arco, paredes de tijolos aparentes e luminárias pendentes sobre o balcão. O lugar também preserva o sistema que anda em desuso na cidade, o self-service (R$ 78,00 o quilo). Castanha-do-pará, tapioca e abóbora com coco estão entre as melhores opções de massa — a cada dia, 57 sabores se revezam nos freezers, de um total de 100 que compõem o catá-

manjericão (R$ 22,00). De domingo (7) a terça (9), funciona até 14h. Rua Jaime do Espírito Santo, 83, Jardim Marajoara, ☎ 5523-0512. 9h/19h (dom. e feriados até 14h). Cc: todos. Cd: todos. Estac. vejasaopaulo.com/pastagrano. Aberto em 2014.

i SANDUÍCHES ✪✪✪✪✪ Ponto Chic

A lanchonete surgiu no Largo do Paiçandu em 1922, e só catorze anos depois da inauguração foi criado o bauru, sanduba responsável pela fama do lugar. A receita compõe-se de um pão francês sem miolo recheado de rosbife, tomate, pepino em conserva e uma mistura de queijos prato, suíço e estepe derretidos. O lanche custa caros R$ 24,90, mas de segunda a sexta, das 15h às 19h, o valor cai para R$ 16,90. Outra receita que aparece no cardápio variado é o beirute de filé-mignon (R$ 49,90), que vem acompanhado de fritas. Largo do Paiçandu, 27, centro, ☎ 3222-6528/9057, ① São Bento (85 lugares). 7h/20h (fecha dom.). Cc: todos. Cd: todos.

logo da marca. Há escolhas menos ortodoxas, como água de rosas, violeta e a refrescante versão de capim-santo. Outro item de sucesso, e que segue firme na casa, é a cassata. Trata-se de uma espécie de bolo feito de sorvete envolto em uma fina camada de chocolate ao leite, que em nada se parece com a receita original da torta siciliana. São catorze possibilidades de sabor, entre elas paçoca e crocante (nozes, amêndoa, castanha-do-pará e castanha-de-caju). Cada fatia custa R$ 8,00. ✪✪✪✪✪ Damp. Rua Lino Coutinho, 983, Ipiranga, ☎ 2274-0746 e 2272-7059 (50 lugares). 10h/20h. Cc: D, M e V. Cd: todos. → ② vejasaopaulo.com/damp. Mais dois endereços. Aberto em 1970.

Estac. na Avenida Rio Branco, 66 (R$ 10,00 por duas horas). ② vejasaopaulo.com/pontochic. Mais dois endereços. Aberto em 1922.

i SORVETES ✪✪✪✪✪ Davvero Gelato Tradizionale

Na ampla sorveteria inaugurada em janeiro do ano passado, as irmãs paranaenses Suelen Ferrari e Débora Tesoto põem em prática o que aprenderam em Bolonha, na Itália. Entre as versões mais criativas está a de café branco, feita com uma infusão de grãos orgânicos secos, mas não torrados. Uma pedida mais leve é a massa no copinho (R$ 11,00 por duas bolas). Mas fica difícil não provar o sorvete no cone de wafer, que pode ser recheado de chocolate belga (R$ 13,00 uma bola e R$ 15,00 duas). Rua Pais de Araújo, 129, Itaim Bibi, ☎ 3881-6552 (47 lugares). 11h30/22h (sex. e sáb. até 23h). Cc: todos. Cd: todos. → ➒ ② vejasaopaulo.com/davvero. Aberto em 2015.

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Cinema Miguel Barbieri Jr.

i PRÉ-ESTREIAS

Estreia

Cinco Graças

O drama, indicado pela França para concorrer ao Oscar 2016, se passa numa aldeia da Turquia. Lá, cinco irmãs adolescentes e órfãs são obrigadas a seguir as severas regras de um tio conservador. Direção: Deniz Gamze Ergüven (Mustang, Turquia/ França/Alemanha, 2015, 97min).

Deadpool O herói (ou anti-herói, dependendo da situação) da Marvel ganha um longa-metragem próprio, após surgir em X-Men Origens — Wolverine, em 2009. Num misto de humor, drama, romance e ação, Wade Wilson (Ryan Reynolds) começa a namorar Vanessa (Morena Baccarin) e, pouco tempo depois, descobre estar com um câncer em estágio terminal. Aceita, então, participar de uma experiência secreta que o transforma num ser desfigurado, mas de poderes excepcionais. Direção: Tim Miller (Deadpool, EUA/Canadá, 2016, 108min).

Géza Röhrig: no papel do judeu à procura de um rabino

Ovelha Negra Numa fazenda da Islândia, dois irmãos não se falam há quarenta anos, mas vão precisar se unir para salvar suas ovelhas. O drama foi vencedor da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2015. Direção: Grímur Hákonarson (Hrúta, Islândia/Dinamarca/Noruega/Polônia, 2015, 93min).

O Quarto de Jack

O drama conquistou quatro indicações ao Oscar: melhor filme, atriz (Brie Larson), direção e roteiro adaptado. A trama traz a história de Jack (Jacob Tremblay), um esperto garoto de 5 anos. Ele nunca saiu de um cômodo com sala, cozinha e banheiro. Motivo: sua mãe foi sequestrada por um homem, que a mantém com o filho em cativeiro. Direção: Lenny Abrahamson (Room, Irlanda/Canadá, 2015, 118min).

i ESTREIAS A Escolha Nicholas Sparks, autor de Noites de Tormenta e Um Homem de Sorte, entre outros livros, tem mais um romance adaptado para o cinema. Desta vez, a história gira em torno de Gabby Holland (Teresa Palmer) e Travis Par-

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O horror, o horror No drama Filho de Saul, uma incursão por um campo de concentração como jamais foi mostrada no cinema AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

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mbora esteja concorrendo, pela Hungria, ao Oscar de melhor filme estrangeiro (e deva ganhar o prêmio), Filho de Saul mereceria competir em mais quatro categorias: as de melhor filme (geral), direção, fotografia e ator (Géza Röhrig). Laureado com o Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes, o longa-metragem faz uma incursão singular e inédita por um campo de concentração na II Guerra. Não, não se trata de um documentário, embora o diretor, László Nemes, queira jogar o espectador em um registro realista do Holocausto. O prisioneiro Saul (papel de Géza Röhrig) tem uma função, no mínimo ingrata, em Auschwitz. A fim de escapar da morte imediata, ele

“trabalha” para os nazistas levando judeus para a câmara de gás. Ao retirar os corpos, encontra um menino a quem julga ser seu filho. O objetivo dele, daí em diante, vira uma obstinação: Saul quer encontrar um rabino para recitar o Kadish e enterrar o garoto. Nemes, de 38 anos, obtém um trabalho estupendo em sua estreia no longa: usa uma câmera praticamente colada no protagonista, formato de tela quadrado (para dar sensação claustrofóbica), arrepiantes planos-sequência e sons da agonia e do desespero — tudo para deixar a plateia sem fôlego, incomodada e perplexa. Direção: László Nemes (Saul Fia, Hungria, 2015, 107min). 14 anos. Estreou em 4/2/2016.


Cinema

✪✪✪✪✪ O Regresso

Leia em Veja São Paulo Recomenda (pág. 6).

i EM CARTAZ ✪✪✪✪✪ Alvin e os Esquilos —

Na Estrada

O quarto episódio da cinessérie recorre à fórmula do mais do mesmo e entrega à plateia infantil um misto de aventura e comédia com, é claro, números musicais dos esquilos falantes. Embora a junção entre filme e animação esteja cada vez melhor, o preguiçoso roteiro segue uma cartilha para lá de manjada. Na trama, Alvin, Simon e Theodore estão injuriados porque o dono deles, Dave (Jason Lee), está prestes a pedir a mão da médica Shira (Kimberly Williams-Paisley) em casamento. Como Dave e Shira foram para Miami, eles saem de Los Angeles e vão atravessar os Estados Unidos para impedir o noivado. Direção: Walt Becker (Alvin and the Chipmunks: the Road Chip, EUA, 2015, 86min). Livre. Estreou em 24/12/2015. ✪✪✪✪✪ Anomalisa

A estranheza faz parte das histórias do roteirista Charlie Kaufman, conhecido por trabalhos como Quero Ser John Malkovich (1999) e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004). Depois de aventurar-se na direção no irregular Sinédoque, Nova York (2008), Kaufman volta ao posto de cineasta nesta não menos excêntrica

Confira outros filmes em cartaz, salas e horários de exibição em vejasaopaulo.com/cinema ou no aplicativo de VEJA SÃO PAULO. Para baixá-lo, entre na App Store ou no Google Play. É de graça.

Os filmes mais bem avaliados*

animação, inspirada em peça teatral de sua autoria e indicada ao Oscar. Em formidável resultado, a técnica de stop motion (com bonecos) sustenta uma trama sobre emoções em um mundo triste, frio e sombrio. Dublado por David Thewlis, Michael Stone chega a Cincinnati para dar uma palestra sobre vendas. Na véspera, Stone, casado, pai de um garoto e em crise existencial, reencontra uma ex-namorada e se encanta pela insossa Lisa (Jennifer Jason Leigh). Com exceção de Stone e Lisa, todos os outros personagens têm a mesma voz (do ator Tom Noonan) e são muito parecidos. Eis uma das pistas para enveredar pelo mundo singular e melancólico de Kaufman, que, ousado, usa até nudez e cenas de sexo. Direção: Duke Johnson e Charlie Kaufman (Anomalisa, EUA, 2015, 90min). 14 anos. Estreou em 28/1/2016.

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Filho de Saul Pág. 50 ✪✪✪✪✪

O Regresso Pág. 6 ✪✪✪✪✪

Star Wars — O Despertar da Força Pág. 56 ✪✪✪✪✪

Os Oito Odiados Pág. 54

✪✪✪✪✪ Até que a Sorte Nos Separe 3

✪✪✪✪✪

A saída para a sobrevivência da cinessérie foi brincar com algo recente: a crise econômica, que se agravou no país em 2015. O.k., trata-se de humor da estação que já estará caduco em alguns meses. Por enquanto, dá para se divertir com a continuação da trajetória de Dino (Leandro Hassum). Ele perdeu, novamente, sua fortuna no episódio anterior e ganha uns trocados vendendo biscoitos no farol. Um atropelamento o coloca por sete meses num hospital, e, ao sair do coma, Dino descobre algo capaz de tirar sua família do buraco: Tom (Bruno Gissoni), responsável pelo acidente, é filho de Rique (Leonardo Franco), o homem mais rico do Brasil. O roteiro não foge do óbvio e, por isso mesmo, consegue fazer rir com sua graça popular. Direção: Roberto Santucci e Marcelo Antunez (Brasil, 2015, 106min). 12 anos. Estreou em 24/12/2015.

Anomalisa Nesta página

✪✪✪✪✪ Body

* que estrearam nos últimos três meses

Cerca de 90% da população polonesa é católica — um dos maiores índices no mundo. Não se estranha, portanto, que o espiritismo seja visto por lá, sem trocadilhos, como algo de outro mundo. Pois foi justamente nessa seara tão distante de seu povo que a cineasta Malgorzata Szumowska, vencedora do prêmio de direção no Festival de Berlim, foi mexer. Em sua trama, a terapeuta Anna (Maja Ostaszewska) trabalha com anoréxicos, incluindo a desiludida Olga (Justyna Suwala). A moça tem sérios desentendimentos com o

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Joy — O Nome do Sucesso Pág. 54 ✪✪✪✪✪

Trumbo — Lista Negra (foto) Pág. 56 ✪✪✪✪✪

Steve Jobs Pág. 56 ✪✪✪✪✪

Spotlight — Segredos Revelados Pág. 56 ✪✪✪✪✪

O Novíssimo Testamento Pág. 54

FOTOS DIVULGAÇÃO

ker (Benjamin Walker). Eles são vizinhos numa cidade litorânea da Carolina do Norte e se apaixonam. Durante uma década, o casal terá o amor testado em diversas circunstâncias. Direção: Ross Katz (The Choice, EUA, 2016, 111min). 12 anos. Estreou em 4/2/016.

Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

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DIVULGAÇÃO

Cinema

pai (Janusz Gajos), sobretudo após a morte de sua mãe. Anna, então, revela algo surpreendente: ela tem o dom de ver espíritos. Embora tenha alguns momentos de humor, o drama se vale de um tema original em seu país e tratado com respeito. Direção: Malgorzata Szumowska (Cialo, Polônia, 2015, 90min). 14 anos. Estreou em 21/1/2016. ✪✪✪✪✪ Boi Neon

Do pretensioso (e vazio) Ventos de Agosto, o diretor pernambucano Gabriel Mascaro pulou para um drama que rodou o mundo e foi premiado em diversos festivais no exterior. Há uma melhoria em relação ao trabalho anterior, a começar pelo enredo. Iremar (Juliano Cazarré) trabalha em vaquejadas no Nordeste e vive, como amigo, na companhia de Galega (Maeve Jinkings) e da filha dela (a fofa e talentosa Alyne Santana). A ambição de Iremar é outra: ele gosta de costurar e bordar vestidos. Embora tenha um bom (e original) ponto de partida, a trama se arrasta em situações rasas e, para polemizar, há cenas de nudez de Juliano Cazarré (o Merlô da novela A Regra do Jogo), incluindo uma forte sequência de sexo com uma grávida. Em vez de aprofundar o tema do vaqueiro “feminino”, o cineasta apela para o choque. Direção: Gabriel Mascaro (Brasil, 2015, 101min). 16 anos. Estreou em 14/1/2016. ✪✪✪✪✪ O Bom Dinossauro

Programa para toda a família, mas para agradar, sobretudo, à criançada (inclusive os menorzinhos). A animação parte de uma premissa curiosa, de que os dinossauros não foram extintos. Numa fazenda de milho, um casal de apatossauros tem três filhos. Os mais velhos destacam-se pela força e pela astúcia, enquanto o desajeitado Arlo se esforça para ser, ao menos, querido pelos pais. Um incidente no rio, porém, vai levar o pequeno grande dinossauro para outras paragens. Buscando comida para sobreviver, o animal encontra um menino selvagem, de hábitos grosseiros e atitudes corajosas (o garoto lembra

FILMAÇOS POR R$

2,00

A mostra Ética em Movimento segue até 15 de fevereiro no Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112, centro). Estão sendo exibidos dezoito longasmetragens, entre eles os clássicos A Montanha dos Sete Abutres e Laranja Mecânica. Um dos melhores trabalhos de Pedro Almodóvar, Fale com Ela (foto) tem duas sessões: neste domingo (7) e na quarta (10), às 16h30. O ingresso custa R$ 2,00.

um dos personagens de Os Croods). Da improvável união entre um bicho falante e um humano rústico nasce uma amizade cujo desenlace (prepare o lenço!) pode levar os mais sensíveis às lágrimas. Direção: Peter Sohn (The Good Dinosaur, EUA, 2015, 93min). Livre. Estreou em 7/1/2015. ✪✪✪✪✪ Caçadores de Emoção — Além

do Limite

É raro, muito raro, uma refilmagem resultar melhor do que a fita original. Isso ocorre mais uma vez com esse remake da memorável fita de ação estrelada por Patrick Swayze e Keanu Reeves, em 1991. Basicamente, o enredo não mudou. Utah (Luke Bracey), um agente do FBI em treinamento, infiltra-se numa gangue para saber se seus integrantes são, realmente, ladrões. Antes, o bando praticava surfe na Califórnia e roubava bancos; agora, o grupo, liderado por Bodhi (papel do venezuelano Edgar Ramirez), curte desafios mortais pelo mundo para driblar a morte no mar, na terra e no ar. O roteiro quer complicar a simplicidade do passado e, para isso, “incrementa” a aventura com adendos dispensáveis: Bodhi e seus colegas mantêm uma postura espiritual e tiram dos ricos para

Blog Blo lo do Miguel Carnaval longe da folia: confira uma lista de filmes com final surpreendente, disponíveis no Netflix, em vejasaopaulo.com/miguel

dar aos pobres. No quesito adrenalina, porém, o novo longa-metragem se defende bem. Há sequências de tirar o fôlego com esportes radicais. Direção: Ericson Core (Point Break, EUA/Alemanha/China, 2015, 114min). 14 anos. Estreou em 28/1/2016. ✪✪✪✪✪ Califórnia

É 1984. Estela (Clara Gallo), estudante de 17 anos, deseja fazer uma viagem com Carlos (Caio Blat), seu querido tio jornalista que mora na Califórnia. Em São Paulo, a garota, virgem e tímida, sente-se atraída pelo surfistinha do colégio, mas se aproxima de JP (Caio Horowicz), um tipo de estilo gótico e esquisitão. O segundo longa-metragem de Marina Person (o primeiro foi o documentário Person) tem como pano de fundo alguns acontecimentos daquela época, como a campanha das Diretas Já e os primeiros casos de aids. Os temas são tratados superficialmente e o peso do filme reside no baú de memórias visuais e musicais da diretora, incluindo a fascinante trilha sonora, com Bowie, The Cure, Joy Division, New Order... Direção: Marina Person (Brasil, 2015, 90min). 14 anos. Estreou em 3/12/2015. ✪✪✪✪✪ Carol

A intenção do diretor Todd Haynes (de Longe do Paraíso) era situar a paixão de Carol Aird (Cate Blanchett) por Therese Belivet (Rooney Mara) em um mundo controlado pelos homens e no qual uma relação homossexual era considerada um escândalo. Seu longa-metragem resplandece na recriação dos anos 50, com figurinos, objetos e cenários de encher os olhos. Mas faltam ao drama romântico, sobretudo, conflitos densos e uma entrega maior de suas protagonistas. Cate, na pele de uma ricaça madura, mãe de uma menina e esposa aprisionada em um casamento de aparências, encanta-se por uma jovem balconista de uma loja de departamentos. Em um roteiro sem muita imaginação, Cate e Rooney não têm química e, nas raras cenas de sexo, estão desconfortáveis. Carol conquistou seis indicações ao Oscar: melhor atriz (Cate Blanchett), atriz coadjuvante (Rooney Mara), fotografia, roteiro adaptado, trilha sonora e, óbvio, figurino. Direção: Todd Haynes (Carol, EUA/Inglaterra, 2015, 118min). 14 anos. Estreou em 14/1/2016.

Chico — Artista Brasileiro Na visão do diretor Miguel Faria Jr., Chico Buarque revisa a própria história do ponto de


O neto e o avô: competição em Cinema Daytona Beach

Estreia

BOB MAHONEY

vista da maturidade. O documentário traz imagens de arquivo, depoimentos e canções na voz de Ney Matogrosso (As Vitrines) e Milton Nascimento (Sobre Todas as Coisas). Direção: Miguel Faria Jr. (Brasil, 2015, 110min). 12 anos. Estreou em 26/11/2015. ✪✪✪✪✪ Coração de Cachorro

Artista multimídia e performática, Laurie Anderson volta à direção quase trinta anos depois do documentário Home of the Brave. Seu filme, extremamente experimental, é uma colagem de imagens, fotos, pinturas, desenhos, registros antigos e novos. Laurie foca, sobretudo, a convivência que tinha com a cachorrinha Lolabelle, que morreu em 2011. Há ainda lembranças dos atentados de 11 de setembro e a interessante visão budista da morte, entre outros assuntos. Funciona como um diário íntimo e pessoal, embora a realizadora se perca algumas vezes na excentricidade. Direção: Laurie Anderson (Heart of a Dog, França/EUA, 2015, 75min). 14 anos. Estreou em 21/1/2016. ✪✪✪✪✪ Creed — Nascido

para Lutar

O incansável Sylvester Stallone arranjou um jeito de reviver (ou recriar) a franquia que teve início com Rocky, um Lutador, em 1976, e gerou mais cinco filmes. A ideia foi escalar Michael B. Jordan, de 28 anos, para o papel de Adonis Johnson, que vem a ser o filho bastardo de Apollo Creed, o principal adversário de Rocky Balboa na cinessérie. Adonis, então, vai procurar Balboa, dono de um restaurante em Filadélfia e que está afastado há anos dos ringues. Indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante, Stallone, o.k., segura as pontas num papel sem truculência, mas faltam fibra, carisma e garra a Michael B. Jordan, mais bem explorado pelo mesmo diretor, Ryan Coogler, no drama Fruitvale Station (2013). Até chegar à luta final, o roteiro da aventura dramática é preenchido com um romance insosso, uma doença para causar comoção, treinos árduos e conflitos tolos. Direção: Ryan Coogler (Creed, EUA, 2015, 133min). 12 anos. Estreou em 14/1/2016.

Os Dez Mandamentos A novela durou oito meses na Rede Record e virou um longa-metragem de duas horas. A primeira boa notícia é que a edição fez milagre num compacto convincente, ágil e todo centrado no personagem Moisés, interpreta-

i Que papelão! Robert De Niro, quem diria, apela para a baixaria na comédia Tirando o Atraso Dono de uma das filmografias mais importantes dos anos 70 e 80 (vide os clássicos Taxi Driver, O Poderoso Chefão II e Touro Indomável), Robert De Niro já fez besteiras como Profissão de Risco e Temporada de Caça. Mas talvez seu mais desastroso trabalho esteja na comédia Tirando o Atraso, que, embora tenha dois ou três momentos de humor perspicaz, confunde o tom politicamente incorreto com vergonhosas baixarias. Em uma trama machista, preconceituosa e de apelos sexuais, De Niro entra na história como o “vovô safado” do título original. Após o enterro da esposa, o “velhinho” pede ao neto, Jason (Zac Efron), para levá-

do na fase adulta por Guilherme Winter. Ou seja: sumiram as subtramas, e atores do porte de Larissa Maciel e Zécarlos Machado têm poucas aparições. Guardadas as devidas proporções, o enredo segue o caminho do épico bíblico Êxodo — Deuses e Reis, de Ridley Scott, ao descrever a trajetória do protagonista, desde seu nascimento até ouvir de Deus os dez mandamentos. Começa com Moisés escapando da morte ainda bebê e sendo criado no palácio do faraó ao lado do filho deste, Ramsés (Sérgio Marone). Tempos depois, o rapaz descobre ser hebreu e vai encontrar sua família. Ouve, após alguns anos, um pedido de Deus para que liberte seu povo, escravizado pelos egípcios. Outra vantagem está no resultado técnico: o filme não tem “cara” de telenovela. Há, sim, um final estendido, além de várias passagens inéditas com o personagem Josué (Sidney Sampaio), narrador da história na versão para o cinema. Os problemas mais graves, contudo, já estavam na TV: desencontro de atuações, direção de arte, figurinos e cenários de gosto duvidoso. Direção: Alexandre Avancini (Brasil, 2015, 122min). 12 anos. Estreou em 28/1/2016.

lo de carro à sua casa na Flórida. Advogado careta, o rapaz vai casar dali alguns dias e não tem afinidade com o avô. Um desvio no caminho os deixa nas praias de Daytona Beach, palco de mulheres insinuantes, bebedeiras homéricas e competições alucinantes. Enquanto o personagem de Efron exibe o corpo sarado e deixa de lado a timidez fumando crack, De Niro se presta a atuar em cenas patéticas na tentativa de conquistar uma universitária assanhada. Isso não é papel — é papelão (!).

✪✪✪✪✪ Tirando o Atraso, de Dan Mazer (Dirty Grandpa, EUA, 2016, 102min). 16 anos. Estreou em 4/2/2016.

✪✪✪✪✪ Diplomacia

Inconformado com a destruição de Berlim pelos aliados, Hitler quis arrasar a capital francesa por causa de sua beleza arquitetônica. O plano em questão era para ter sido posto em prática na madrugada de 24 para 25 de agosto de 1944. Na fértil imaginação do dramaturgo Cyril Gely, houve, então, uma negociação entre o general alemão Von Choltitz (Niels Arestrup) e o cônsul sueco Raoul Nordling (André Dussollier). Na verdade, o assunto entre eles foi outro, mas, no drama, extraído da peça homônima, o tema está todo concentrado no dilema do nazista de exterminar (ou não) uma cidade belíssima e, por tabela, fazer milhares de vítimas. Direção: Volker Schlöndorff (Diplomatie, França/ Alemanha, 2014, 84min). 14 anos. Estreou em 7/1/2016. ✪✪✪✪✪ A Grande Aposta

Extraída do livro A Jogada do Século, escrito por Michael Lewis e lançado no Brasil pela Editora Best Business, a trama da comédia está focada em alguns anos antes do colapso financeiro que assolou Wall

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Cinema Estreia

O lado B de Hollywood Em Tangerine, a trajetória de transexuais que se prostituem nas ruas de Los Angeles

Alexandra e Sin-Dee: fofoca e traição

Street em 2007. Investidores enxergaram uma possível quebra no mercado imobiliário e, então, resolveram lucrar com isso. Christian Bale (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante) interpreta Michael Burry, um esperto gestor de fundos. O elenco estelar (e ótimo) inclui Steve Carell, Brad Pitt e Ryan Gosling. Trata-se de uma maneira bem-humorada de mostrar os bastidores das finanças. O problema está nos excessos. São muitos personagens, diálogos velozes em “economês” (compreendidos por quem é do ramo) e situações por vezes confusas para os leigos. No Oscar, a produção ainda disputa os troféus de melhor filme, direção, roteiro adaptado e montagem. Direção: Adam McKay (The Big Short, EUA, 2015, 130min). 14 anos. Estreou em 14/1/2016. ✪✪✪✪✪ Joy — O Nome do Sucesso

J Mangano (Jennifer Lawrence) não Joy ttem a vida que pediu a Deus. Arrimo de ffamília, está cansada de sustentar os parentes. Aluna exemplar no colégio, Joy sempre teve tino para inventar artigos úteis e, durante um passeio no barco da nova namorada (Isabella Rossellini) de seu pai (Robert De Niro), consegue ter uma ideia brilhante. É pena que só a protagonista esteja na corrida do Oscar. Há ritmo, humor, reviravoltas e uma incursão afetiva na trajetória da inventora do Miracle Mop (um esfregão de franjas amarelas) nesta comédia escrita e dirigida por David O. Russell, que trabalha pela terr ceira vez consecutiva com Jennifer, depois

Sin-Dee (Kitana Kiki Rodriguez), transexual e prostituta, retorna às ruas de Los Angeles após quase um mês na prisão. O caldo entorna quando sua amiga Alexandra (Mya Taylor) revela que Chester (James Ransone), cafetão e namorado de Sin-Dee, está de caso com uma loira. Na comédia Tangerine, o diretor Sean Baker capta, com a câmera de um smartphone, as dores e os amores de personagens marginalizados. Trata-se de um feito técnico, sobretudo pela qualidade da fotografia nas cenas noturnas. Expondo o lado B de Hollywood em uma véspera de Natal, o cineasta põe o glamour para escanteio e foca, com um toque de melancolia, a vida de amigas solidárias (e não menos carentes) em busca de mudanças ou apenas de um lugar ao sol.

✪✪✪✪✪ Tangerine, de Sean Baker (Tangerine, EUA, 2015, 88min). 18 anos. Estreou em 4/2/2016.

de O Lado Bom da Vida e Trapaça. Direção: David O. Russell (Joy, EUA, 2015, 124min). 10 anos. Estreou em 21/1/2016. ✪✪✪✪✪ O Menino e o Mundo

C a indicação ao Oscar 2016, a bela Com a animação paulistana volta às telas. Aparentemente simples, o desenho traz traços deslumbrantes e uma explosão de cores para enfocar a trajetória de um menino em busca do pai. Direção: Alê Abreu (Brasil, 2013, 80min). Livre. Reestreou em 21/1/2016. ✪✪✪✪✪ O Novíssimo Testamento

Deus (Benoît Poelvoorde) mora na Bélgica, fuma, enche a cara, passa o tempo de roupão e brincando (no mau sentido) com o destino das pessoas em seu computador. A mulher dele (Yolande Moreau) pouco abre a boca, o filho JC (ou Jesus Cristo) virou uma estátua e a filha de 10 anos, Ea (Pili Groyne), sempre espezinhada pelo pai, não se conforma com suas crueldades. A garota, então, foge de casa para arranjar seis apóstolos e, assim, reescrever a Bíblia. Um ponto de partida bastante original se encaminha para situações ainda mais polêmicas. Com seu humor nonsense, o diretor, provocador e declarado ateu, faz rir com elegância e, tomara Deus, sem ofender a fé da plateia. Direção: Jaco van Dormael (Le Tout Nouveau Testament, Bélgica/França/Luxemburgo, 2015, 113min). 14 anos. Estreou em 21/1/2016.

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✪✪✪✪✪ Oito e Meio

O cineasta Guido Anselmi (Marcello Mastroianni), além de estar com problemas de saúde, embarcou numa crise de inspiração artística às vésperas de começar seu novo trabalho. Por recomendação médica, vai se tratar numa estância termal, e lá pessoas de seu passado e do presente se misturam em sequências de sonhos e realidade. Onírico e inebriante, assim pode ser definido este clássico fabuloso de Federico Fellini, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1964, e volta às telas em bela cópia restaurada. Em sua forma mais exuberante, Fellini entrega à plateia uma obra-prima (ainda) enigmática, floreada de situações nonsense, mas não menos fascinantes. Direção: Federico Fellini (8 1/2, Itália/França, 1963, 138min). 14 anos. Reestreou em 7/1/2016. ✪✪✪✪✪ Os Oito Odiados

A Ambientado nas montanhas geladas do Wyoming após a Guerra Civil (1861W 1865), o faroeste tem, conforme revela o título, apenas personagens detestáveis. A começar por John Ruth (Kurt Russell), um ríspido caçador de recompensas que está levando Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), uma notória criminosa, para ser enforcada em Red Rock. Uma tempestade de neve, porém, vai unir a dupla a um xerife (papel de Walton Goggins) e a um ex-major negro (Samuel L. Jackson). O tempo ruim faz com que os quatro mais o cocheiro da di-


Cinema

ligência se abriguem numa estalagem. Nos diálogos ácidos de Tarantino, humor rima com intolerância racial, e seu faroeste ganha uma leitura contemporânea. O filme pegou três indicações ao Oscar: melhor trilha sonora, atriz coadjuvante (Jennifer Jason Leigh) e fotografia. Direção: Quentin Tarantino (The Hateful Eight, EUA, 2015, 167min). 18 anos. Estreou em 7/1/2016. ✪✪✪✪✪ Pai em Dose Dupla

Brad (Will Ferrell) se casou com Sara (Linda Cardellini) e herdou dois enteados. Acontece que as crianças Megan (Scarlett Estevez) e Dylan (Owen Vaccaro) não o têm como uma figura paterna, apesar de seus esforços. Algo, porém, vai tumultuar ainda mais a relação. De surpresa, Dusty (Mark Wahlberg) reaparece para 1) reaproximar-se dos filhos; 2) reconquistar a ex-mulher; e 3) fazer de Brad um babaca. A comédia dosa humor com o sentimentalismo em tom politicamente incorreto. Parceiros em Os Outros Caras (2010), Ferrell, como o padrasto humilhado, e Wahlberg, na pele do pai cheio de banca, têm boa química para não deixar a peteca cair. Direção: Sean Anders (Daddy’s Home, EUA, 2015, 96min). 12 anos. Estreou em 28/1/2016.

➓ A 5ª Onda Misture ingredientes de filme-catástrofe com a pegada juvenil de Jogos Vorazes. Se pareceu promissor, desista! Eis, desde já, um dos piores filmes de 2016. Além de um elenco ruim e de cenas com efeitos visuais medíocres, a aventura dramática tem um roteiro canhestro, que, nas entrelinhas, se revela estúpido e nocivo. A trama começa com uma nave espacial pairando sobre os Estados Unidos. Em seguida, partes da Terra são destruídas por terremotos e tsunamis. Um vírus mata a maioria da pessoas. Aí, chega o Exército americano para levar crianças e adolescentes que serão treinados para matar os alienígenas. Protagonista da história, Chloë Grace Moretz interpreta a jovem heroína que, após perder os pais, quer reencontrar o irmãozinho. Direção: J Blakeson (The 5th Wave, EUA, 2016, 112min). 12 anos. Estreou em 21/1/2016.

Há também referências ao cinema de ação da cinessérie futurista Mad Max. Em vez do deserto australiano, temos o sertão nordestino castigado pela seca. A gangue de motoqueiros está lá, e Ara (Cauã Reymond) a lidera, junto da namorada, Severina (Sophie Charlotte). O grupo acredita que a estátua de uma santa pode trazer a chuva e rouba a imagem. Mas há um vilão por trás desses anti-heróis justiceiros: o ameaçador fazendeiro Tenório (Humberto Martins). O.k., o diretor quis inovar fazendo um banguebangue pop, embrulhado em visual estilizado e embalado em trilha sonora pesada. Da ousadia, contudo, nasceu um híbrido sem personalidade nem foco. Direção: Homero Olivetto (Brasil, 2015, 80min). 14 anos. Estreou em 21/1/2016. ✪✪✪✪✪ A Segunda Esposa

Ayse (Begüm Akkaya) tem 19 anos e é levada de sua aldeia na Turquia após se casar com o bonitão Hasan (Murathan Muslu), seu conterrâneo que mora com a família em Viena. Ao chegar à capital austríaca, a situação muda de figura. A jovem, na verdade, serviu para um casamento de fachada e vai dormir com o pai de seu marido, Mustafa (Vedat Erincin). O pedido par-

tiu de sua mulher: Fatma (Nihal G. Koldas) fará tratamento de quimioterapia e precisa de alguém para substituí-la. Austríaco de origem turca, o diretor Umut Dag dá um bom panorama da diversidade das mulheres muçulmanas em um drama familiar que aborda, ainda que de leve, a homossexualidade sob os rígidos princípios islâmicos. Direção: Umut Dag (Kuma, Áustria, 2012). 14 anos. Estreou em 2/1/2016. ✪✪✪✪✪ Snoopy e Charlie Brown —

Peanuts, o Filme

A técnica da animação tem um acabamento perfeito, e o uso das cores é muito bem aplicado ao universo de Charles M. Schulz (1922-2000), criador das tirinhas. A trama, porém, mostra-se muito ingênua e infantil, capaz de agradar apenas às crianças menorzinhas (até os 6 anos). Charlie Brown, Snoopy, Linus e Woodstock são fofinhos, mas, convenhamos, mereciam uma história menos bê-á-bá. Nela, Charlie Brown se apaixona por uma nova coleguinha e tenta conquistá-la das formas mais diversas. Direção: Steve Martino (The Peanuts Movie, EUA, 2015, 88min). Livre. Estreou em 14/1/2016.

i A evolução dos bichos Epa! Cadê o Noel? tem belo colorido e humor afiado. Mas precisava ser tão previsível? Com o iminente dilúvio, Noé sumiu, mas deixou o leão encarregado de liberar (ou não) a entrada dos bichos na arca. Chegam pares de elefantes, girafas, gorilas... Porém Dave e seu filho, simpáticos nestrians (algo como tamanduás coloridos em escala menor), são proibidos de subir. O jeito é se disfarçarem de grymp (espécie de raposa antipática e antissocial) paDave e seu filho: raça proibida de entrar na arca

ra seguir viagem. Será que o plano vai dar certo? Fartamente colorida, a animação Epa! Cadê o Noé? tem bons momentos de humor, mas faz a linha “tudo se copia” ao emular o enredo de Procurando Nemo.

✪✪✪✪✪ Epa! Cadê o Noé?, de Toby Genkel (Ooops! Noah is Gone..., Alemanha/Bélgica/Irlanda/ EUA, 2015, 97min). Livre. Estreou em 4/2/2016.

Estreia

✪✪✪✪✪ Reza a Lenda FOTOS DIVULGAÇÃO

Filho do renomado publicitário Washington Olivetto, Homero Olivetto seguiu o caminho do pai dirigindo comerciais. Em sua estreia no longa-metragem, nota-se a influência estética da publicidade e do videoclipe.

Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

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Cinema

Winslet, no páreo para melhor atriz, faz a executiva de marketing. Direção: Danny Boyle (Steve Jobs, EUA/Inglaterra, 2015, 122min). 12 anos. Estreou em 14/1/2016. ✪✪✪✪✪ Star Wars — O Despertar

Estreia

STEFFAN HILL

da Força

Michelle Williams e Matthias Schoenaerts: a música clássica os une

i Romance à moda antiga Em Suíte Francesa, a atração entre uma francesa e um oficial nazista na II Guerra Baseado no livro de Irène Némirovsky (1903-1942), judia ucraniana radicada em Paris desde a juventude, Suíte Francesa traz à tona um romance à moda antiga (em todos os sentidos) cujo destaque fica para o trio de protagonistas. A história, ambientada durante a II Guerra, mostra como os franceses do interior reagiram à chegada dos nazistas, após a Alemanha invadir a capital. Entre os oficiais que aportam em um vilarejo está o tenente Bruno von Falk (Matthias Schoenaerts). Ele se instala na residência de Madame Angellier (Kristin Scott Thomas), uma senhora desgostosa por seu filho

✪✪✪✪✪ Spotlight — Segredos

Revelados

Em 2001, Marty Baron (Liev Schreiber) chega ao The Boston Globe para dar mais dinamismo ao jornal. Seu foco está, sobretudo, na equipe de um editor e três repórteres que faz apuradas (e demoradas) matérias investigativas. Baron tem algo na mira: os crimes de pedofilia cometidos por padres católicos ao longo de décadas e, até então, varridos para debaixo do tapete. Walter Robinson (Michael Keaton) sai a campo, assim como seus experientes jornalistas (papéis de Rachel McAdams, Brian d’Arcy James e Mark Ruffalo). Os esforços da reportagem, publicada em 2002, são mostrados detalhadamente no roteiro do drama, um eficiente filme-denúncia narrado de forma convencional. Além de trazer à tona fatos e números chocantes, o longa-metragem tem o mérito de revelar os bastidores do (bom) jornalismo. Spotlight está no páreo, no Oscar 2016, para melhor filme, direção, ator coadjuvante (Ruf-

ter partido para os combates e que trata sua nora, Lucile (Michelle Williams), com descaso e severidade. A jovem nota a sensibilidade do “hóspede”, que gosta de música clássica e toca piano. A aproximação entre eles vai gerar um desconforto geral. Falado em inglês (motivo de um estranhamento), o filme se sustenta em requintada produção de época e, mesmo usando um tema desgastado no cinema, consegue surpreender com certa originalidade.

✪✪✪✪✪ Suíte Francesa, de Saul Dibb (Suite Française, França/Canadá/Bélgica/Inglaterra, 2014, 107min). 14 anos. Estreou em 4/2/2016.

O novo longa-metragem começa com uma frase bombástica: Luke Skywalker (Mark Hamill), o último cavaleiro Jedi, está desaparecido. Quem vai atrás de uma pista dele no planeta Jakku é Poe (Oscar Isaac). O piloto, porém, esconde a informação no droide BB-8 após ser capturado pelos stormtroopers, soldados do exército da Primeira Ordem (o Império rebatizado) e integrantes do lado negro da Força. Lidera o batalhão o misterioso Kylo Ren (Adam Driver). Para encurtar a história, não dar spoilers nem estragar as (muitas) surpresas, a catadora de lixo espacial Rey (Daisy Ridley) e Fynn (John Boyega), um stormtrooper desertor, vão se unir para encontrar Luke. E é assim, nessa mistura de lenda e fantasia revisitada, modernidade e nostalgia, que o sétimo episódio de Star Wars se desenrola sob os olhares atentos dos fãs. O filme concorre ao Oscar de melhores efeitos visuais, montagem, edição de som, mixagem de som e trilha sonora. Direção: J.J. Abrams (Star Wars: The Force Awakens, EUA, 2015, 135min). 12 anos. Estreou em 17/12/2015. ✪✪✪✪✪ Trumbo — Lista Negra

falo), atriz coadjuvante (Rachel), roteiro original e montagem. Direção: Tom McCarthy (Spotlight, EUA, 2015, 128min). 12 anos. Estreou em 7/1/2016. ✪✪✪✪✪ Steve Jobs

Um dos fundadores da Apple, Steve Jobs (1955-2011) já foi tema de uma cinebiografia de pouco valor estrelada por Ashton Kutcher, em 2013. O roteiro do novo filme, assinado por Aaron Sorkin (de A Rede Social), não tem a pretensão de abranger a vida inteira de Jobs. Por meio de apenas três episódios profissionais, o longa-metragem consegue transmitir sua personalidade irrefreável. Os ambientes são os bastidores das apresentações do primeiro Macintosh (1984), do caríssimo computador NeXT (1988) e do iMac (1998). Jobs, em uma atuação cheia de som e fúria de Michael Fassbender (indicado ao Oscar de melhor ator), é visto como um cara arrogante, egocêntrico, exigente — e não menos visionário. Kate

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O drama biográfico abrange um período da carreira do roteirista Dalton Trumbo (1905-1976), premiado duas vezes com o Oscar. Começa em 1947, quando Estados Unidos e União Soviética travavam a Guerra Fria e os socialistas eram tratados como traidores da pátria pela maioria dos americanos. Trumbo, filiado ao Partido Comunista, e outros nove artistas foram obrigados a prestar depoimento numa comissão parlamentar de inquérito e, em seguida, levados à prisão. Um ano depois, Hollywood fechou as portas para Trumbo quando ele tentou voltar à ativa. O filme traz celebridades e suas posições no tempo da “caça às bruxas”. Entre os famosos estão os atores Kirk Douglas e John Wayne e o diretor Otto Preminger, além da colunista de fofocas Hedda Hopper (Helen Mirren). Bryan Cranston, na pele do protagonista, recebeu merecida indicação ao Oscar. Direção: Jay Roach (Trumbo, EUA, 2015, 124min). 14 anos. Estreou em 28/1/2016.


Crianças Mariana Rosário

i ESPECIAL Bloquinho da Cidade Para curtir o pós-Carnaval com um clima bem retrô, a Casa Bossa preparou uma festinha para as crianças com tudo o que não pode faltar em uma folia tradicional da época: frevo, marchinhas, fantasias e sambas-enredo. A cantoria fica por conta da atriz Paula Flaibann, que será acompanhada pela Banda Arlequin. Não faltarão clássicos como Ô Abre Alas, Cabeleira do Zezé e Mamãe, Eu Quero. Casa Bossa. Shopping Cidade Jardim, ☎ 3492-2530/3492-2058. Sábado (13), 15h às 20h. R$ 50,00 (crianças) e R$ 25,00 (pais e responsáveis). Estac. (R$ 18,00, por duas horas). Crianças de até 2 anos não pagam. Cc: todos. Cd: todos. www.ticket360.com.br.

PikNik Faria Lima Quem quiser passar o feriado de Carnaval ao ar livre pode curtir a folia com as crianças nesse espaço para food trucks e barraquinhas com opções variadas de massas, esfihas e churros, por exemplo. Meninos e meninas brincam em uma cama elástica e aprendem a fazer máscaras para completar a fantasia. Tudo ao som de tradicionais marchinhas e, é claro, acompanhado de chuva de confetes e serpentinas. Rua Henrique Monteiro, 125, Pinheiros, (entrada também pela Avenida Rebouças, 3128), ☎ 3257-9595. Deste sábado (6) até terça (9), das 14h às 18h. Grátis.

i TEATRO ✪✪✪✪✪ O Novo Rei de Beleléu

Um time de seis atrizes sobe ao palco para contar a história do tal condado de Beleléu. Após a morte de seu líder, o lugar é tomado pela epidemia de uma grave doença chamada “tanto faz”, que tira a vontade de viver de todos os moradores. Três homens ambiciosos, Mister Midas (Danilla Figueiredo), Dr. Furaboulus (Aline Penteado) e o General Matraca (Thais Luna), decidem entrar em uma difícil jornada para conseguir o cargo cobiçado. Para impedir que a cidade caia nas mãos erradas, os últimos dois sonhos da população (interpretados por Tássia Melo e Aline Gonçalves) pedem ajuda a Gabriel (Lara Hassum), um artista

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atrações infantis em.COM ULO JASAOPA

RICARDO D`ANGELO

The quick brown fox jumps over the lazy dog, over the rainbow, over the top, over the oven, over the mountain and felt bad

O projetor Zeiss Starmaster: recriação do céu paulistano

Escrito nas estrelas Visitamos o Planetário do Ibirapuera, reaberto no mês passado. O resultado? É divertido, educativo e grátis AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

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epois de mais de dois anos fechado para reforma, o Planetário do Ibirapuera volta a ser uma opção de lazer para os paulistanos. Inaugurado em 1957 e reaberto no fim do mês passado, o espaço sempre esteve no currículo de passeios das escolas. Mas vale a pena fazer a visita em família. Primeira dica: programe-se para ir durante este mês de fevereiro. É quando todas as quatro sessões diárias, de terça a domingo, são abertas ao público. A partir de março, o horário se restringirá aos fins de semana. Durante a exibição, todas as luzes se apagam, claro. Por isso, vale ficar de olho na nossa recomendação etária (a partir de 5 anos) e avisar as crianças antes do início que os próximos quarenta minutos serão no escuro. Mas não se preocupe: basta o novo projetor alemão Zeiss Starmaster começar o seu trabalho para que todos fiquem hip-

notizados. Na sala de 550 metros quadrados em formato circular, os meninos e meninas deitados em poltronas similares às de cinema podem vislumbrar o céu do verão paulistano de uma forma bem diferente, sem poluição, luzes da cidade ou qualquer nebulosidade. Estrelas, planetas, meteoros e cometas aparecem como bonitos pontos iluminados em um cenário digno de filme. Uma aulinha explicativa acompanha cada trecho da apresentação e entretém inclusive os adultos. Um programa divertido, educativo, grátis e — sem trocadilhos — quatro-estrelas na cotação de VEJA SÃO PAULO. Planetário Professor Aristóteles Orsini (320 lugares). Parque do Ibirapuera — Portão 10, ☎ 5575-5206, ramal 213. Terça a domingo: 10h, 12h, 15h, 17h. Grátis. As senhas devem ser retiradas no local 30 minutos antes de cada sessão.

Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

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Crianças

MATHEUS MEIRELES

✪✪✪✪✪ Viagem ao Centro da Terra

A À PROVA DE CH UV Com os termômetros lá no alto, passar o feriado dentro de uma piscina parece uma ótima pedida, não é mesmo? Quem decidir mergulhar nas atrações do parque aquático Wet’n Wild poderá adquirir um serviço para curtir o passeio sem medo das tempestades de verão. Na promoção Wet sem Chuva, os banhistas pagam R$ 5,00 a mais e ganham um ingresso para retornar ao parque em caso de chuva — mesmo que seja só uma garoa. Outra novidade que fará parte da programação do complexo no Carnaval são pocket aulas de hidro axé, que vão rolar entre este sábado (6) e terça (9). Fique atento: comprar o ingresso pelo site www.wetshop. com.br é R$ 40,00 mais barato do que adquiri-lo na bilheteria. Rodovia dos Bandeirantes, km 72, Itupeva, ☎ 4496-8000. Segunda a sexta, 10h às 18h; sábado e domingo, 10h às 18h30. R$ 105,00 a R$ 150,00; crianças até 1 metro pagam R$ 15,00. Cc: todos. Cd: todos. Estac. (R$ 45,00).

revolucionário com outra visão de mundo, capaz de animar os doentes e salvá-los da terrível peste. Elementos da cultura popular, como o cordel, a folia de reis e até um boi-bumbá de bolso, completam o espetáculo. A boa química do elenco e a intimidade com instrumentos como sanfona, vio-

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lão e pandeiro são pontos positivos. Com música ao vivo e em clima de festa, fica difícil deixar o teatro com a sensação de que tanto fez ter pago o ingresso para a peça (60 min). Rec. a partir de 3 anos. Teatro Sergio Cardoso — Sala Paschoal Carlos Magno (144 lugares). Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista, ☎ 3288-0136. Sábado e domingo, 16h. R$ 20,00. Bilheteria: 14h/19h (ter a sex.); a partir das 14h (sáb., dom. e feriados). Cc: todos. Cd: todos. IR. Até o dia 21. ✪✪✪✪✪ Tarde de Palhaçadas

Uma trupe de palhaços faz do tablado um picadeiro e revive números clássicos inspirados em ícones como Carequinha, Arrelia e Torresmo, que fizeram muito sucesso em circos brasileiros. Amparados pela percussionista Maestrina Polaca (Fernanda Zaborowsky), os abilolados Batata (Vinicius Calamari), Espigão (João Inocencio Filho) e Pinhão (Fabio Neppo) criam brincadeiras ingênuas e divertidas. A criançada participa bastante e contribui com boas gargalhadas. Dirigido por Jairo Mattos (50min). Rec. a partir de 5 anos. Estreou em 5/3/2005. Teatro Ruth Escobar — Sala Miriam Muniz (70 lugares). Rua dos Ingleses, 209, Bela Vista, ☎ 3289-2358. Sábado, 16h. R$ 20,00. Bilheteria: 14h/21h (qui e sex); a partir das 12h (sáb. e dom.). Cc: D, M e V. Cd: todos. IC. Estac. c/manobr. (R$ 20,00). Até 23 de março.

Na trama, dirigida por Eric Nowinski, o geólogo Otto Lindenbrok (Bruno Rudolf) e seu sobrinho Axel (Ricardo Rodrigues) decidem chegar ao centro do planeta através de um vulcão na Islândia. A aventura, inspirada no livro de Julio Verne, só é possível com a ajuda do guia Hans (André Schulle). Em completa sintonia, os três atores pulam, carregam uns aos outros nas costas e se contorcem no cenário, que se transforma a cada passagem de tempo. O resultado é um espetáculo capaz de manter até os mais agitados com os olhos vidrados no palco (60min). Estreou em 12/9/2015. Rec. a partir de 3 anos. Teatro Sesc Pompeia (356 lugares). Rua Clélia, 93, Pompeia, ☎ 3871-7700. Sábado e domingo, 12h. R$ 17,00. Bilheteria: 9h/21h (ter. a sex.); a partir das 9h (sáb. e dom.). Ingressos também em toda a rede Sesc. Haverá sessão extra na segunda (8) e na terça (9). Até domingo (14). ✪✪✪✪✪ Volta ao Mundo em 80 Dias

Trata-se de mais uma adaptação da obra do francês Julio Verne montada pela Cia. Solas de Vento. Na Inglaterra, Mr. Fog (Ricardo Rodrigues) pretende atravessar o mundo em um prazo apertadíssimo. Para isso, encarrega seu ajudante francês, Passepartout (o ótimo Bruno Rudolf), de providenciar os meios de transporte. Com sucatas e outros itens, ele cria no chão um trem para dar início à aventura. A grande sacada do espetáculo, dirigido por Carla Candiotto, da premiada Cia. Le Plat du Jour, é colocar uma câmera no teto para captar os movimentos dos atores deitados e projetá-los num telão no fundo do palco. As quinquilharias ainda dão forma a embarcações, montanhas e até um elefante, enquanto os aventureiros percorrem Itália, Egito, Índia, China, Japão e Estados Unidos desviando-se das armadilhas do vilão, Mr. Fix (também interpretado por Ricardo Rodrigues) (70min). Rec. a partir de 5 anos. Estreou em 16/7/2011. Teatro Alfa — Sala B (204 lugares). Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, ☎ 5693-4000. Sábado e domingo, 17h30. R$ 30,00. Bilheteria: 11h/19h (seg. a sex.); a partir das 11h (sáb. e dom.). Cc: todos. Cd: todos. IR. Estac. (R$ 15,00; c/manobr. R$ 22,00). Até 3 de abril.


Especial

Baladas

The History — A Tribute Show to Abba

Baile de Máscaras na Le Rêve

Larissa Faria

Para matar a saudade da banda que marcou os anos 70, o tributo que já passou por mais de 180 cidades por todo o Brasil e também pela América Latina vai além das músicas mais queridas do quarteto sueco Abba. Sucessos inconfundíveis como Chiquitita, Dancing Queen e Take a Chance on Me entram na lista de hits cantados, claro. Mas os atores e cantores Mari Moraes, Patrícia Andrade, Diego Sena e Jheff Saints investem ainda na interpretação do comportamento dos integrantes e recriação dos figurinos extravagantes. Teatro Shopping Frei Caneca, ☎ 3472-2229. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 80,00. Até domingo (14).

i ANO-NOVO CHINÊS Praça da Liberdade A chegada do “ano do macaco” será celebrada no bairro oriental com decoração temática, atrações típicas como a dança do leão e do dragão, a troca de máscaras chinesas mais música. Quitutes da culinária da China famosos por aqui como macarrão chop suey, guioza e rolinho primavera também fazem parte dos festejos. Nas mais de quarenta barracas prometidas para o evento, o preço de cada uma das iguarias ficará entre R$ 15,00 e R$ 20,00. Praça da Liberdade, ① Liberdade. Sábado (13), das 12h às 20h; domingo (14), das 11h às 19h. Grátis.

Templo Zu Lai O templo budista inicia a data importante para a cultura da China com a chamada Cerimônia dos Mil Budas, marcada para as 10h. Durante o restante do dia, haverá no local oficinas de artesanato, incluindo origami e miçangas, além de um workshop de caligrafia chinesa. Para matar a fome, barracas com pratos típicos da culinária oriental estarão instaladas no templo e abertas durante toda a programação. Templo Zu Lai. Estrada Municipal Fernando Nobre, 1461, Cotia, ☎ 4612-2895. Dia 21, das 9h30 às 17h. Grátis.

Juliene Moretti

A balada promove na segunda (8) seu Baile de Máscaras. Na trilha, o flashback e o house se dividem nas três pistas. O DJ Iraí Campos está no comando da noitada. Os convidados devem ir mascarados. Le Rêve (800 pessoas). Rua Marquês de Paranaguá, 329, Consolação. ☎ 3154-1669. Segunda (8), a partir das 22h. R$ 40,00 a R$ 230,00. Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 30,00). → ④

Carnaval na The History A folia já se tornou tradicional na casa dedicada ao flashback. Durante o Carnaval, o espaço abre a pista para que parte da bateria de escolas de samba entre em cena. Neste domingo (7), são os músicos da VaiVai. Na segunda (8), é a vez da Mocidade. Os integrantes da Gaviões da Fiel encerram a maratona de festanças na terça (9). The History (800 pessoas). Rua Gomes de Carvalho, 820, Vila Olímpia. ☎ 3846-4498. Neste domingo (7), segunda (8) e terça (9), a partir das 22h. R$ 38,00 a R$ 98,00. Cc: todos. Cd: todos. Estac. c/manobr. (R$ 30,00). → ④

i VALE A VIAGEM Steve Aoki Um dos principais DJs de EDM da atualidade, o americano Steve Aoki tem a seu favor elementos-surpresa durante as apresentações. Ele ganhou a simpatia do público quando decidiu arremessar bolos enormes para os presentes. Em seu show no ano passado no Lollapalooza em São Paulo, por exemplo, foram seis. E a turma ainda pediu mais: cartazes com a frase “Cake me” foram levantados em eventos seguintes, como o Tomorrowland, em Itu. Passear em bote inflável por cima da plateia também está entre suas estripulias. Na trilha, espere pelas criações do último disco do DJ, Neon Future Odyssey. Para os fãs, a dica é descer a serra, já que não existe, ainda, nenhum show do artista confirmado na cidade. Arena Jequitimar (6 000 pessoas). Sofitel Guarujá Jequitimar. Avenida Marjori da Silva Prado, 1100, Praia de Pernambuco, Guarujá. ☎ 3845-8464. Segunda (8), a partir das 14h. Cc: todos. Cd: todos. → ④

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Exposições Julia Flamingo

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mostras em

AULO.COM VEJASAOP

i EM CARTAZ

Coleções em Diálogo: Museu Paulista e Pinacoteca de São Paulo Na celebração dos seus 110 anos de existência, a Pinacoteca (rebatizada agora apenas de Pina) remete ao nascimento da instituição com esta exposição. Em 1905, recebeu do Museu Paulista a primeira leva de obras para aquele que se tornou o seu acervo — hoje, com cerca de 11 000 peças. A mostra reúne trabalhos dessa coleção, assim como do Museu do Ipiranga, que está fechado atualmente para reforma. Ou seja, é uma alternativa para ver ou rever importantes obras. Pina. Praça da Luz, 2, ☎ 3324-1000, ① Luz. Quarta a segunda, 10h às 18h. R$ 6,00. Grátis aos sábados. Na quarta (10), funciona excepcionalmente a partir das 12h. Até 29 de janeiro de 2017.

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E AC IO JAIM

No último ano, o Masp escolheu olhar para as próprias raízes. Na década de 60 a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi projetou a atual sede do museu na Avenida Paulista, e a instituição apresentava joias da história da arte mundial em seus cavaletes de vidro. Os momentos áureos do Masp foram seguidos por turbulentas décadas em que não só os cavaletes foram substituídos por paredes fixas, em 1996, como também o instituto foi tomado por uma crise que parecia não ter fim. Em dezembro de 2015, os cavaletes voltaram para o 2º piso do prédio, marcando a retomada da sua importância histórica. Mais de 100 obras de mestres como Van Gogh, Matisse, Mondrian, Degas, Diego Rivera e Almeida Júnior flutuam agora pelo espaço. Elas foram organizadas cronologicamente, mas sua ocupação pelo andar permite que o visitante construa a própria narrativa pela exposição, escolhendo quais obras conferir primeiro. A curadoria de Adriano Pedrosa propõe ainda que o espectador se aproxime das telas e possa checar o verso das molduras. Masp. Avenida Paulista, 1578, ☎ 3149-5959, ① Trianon-Masp. Terça, quarta e sexta a domingo, 10h às 18h; quinta, 10h às 20h. R$ 25,00. Grátis às terças para todos os visitantes; nos demais dias, grátis apenas para menores de 10 anos.

LI

✪✪✪✪✪ Acervo em Transformação

Tela de Adriana Varejão: paleta de cores dos diferentes tons de pele do povo brasileiro

✪✪✪✪✪ Marilá Dardot

Leia em Veja São Paulo Recomenda (pág. 6). ✪✪✪✪✪

De Stjil

Mondrian e o Movimento

Para Piet Mondrian (1872-1944), as cores azul, vermelho e amarelo deveriam ser os únicos tons a colorir o mundo. Na mostra do CCBB, seus famosos quadros pintados nessas cores primárias e cheios de linhas pretas na horizontal e vertical são só alguns entre as mais de trinta obras do artista. Até que começasse a produzir as telas que o tornaram famoso por todo o mundo (expostas no 3º andar), Mondrian passou pelas fases figurativa e abstrata (reunidas no subsolo e 4º piso, respectivamente). Note que as pinturas figurativas eram primordialmente escuras — modelo seguido pelos artistas

holandeses da época — e suas paisagens nunca tinham perspectiva. Já na fase abstrata, as cores escolhidas eram mais diversificadas e as pinceladas, ao estilo de Van Gogh, a quem admirava. O intuito do curador Pieter Tjabbes é revelar esse longo caminho seguido por Mondrian até que ele começasse a participar do movimento De Stjil. Surgido em 1917, na Holanda, era como uma arquitetura nas telas. Quadros, móveis, fotografias, cerâmicas e desenhos gráficos de outros artistas do mesmo movimento também apresentam a estética harmoniosa e disciplinada criada pela vanguarda e estão apresentados no 1º e 2º andares do centro cultural. Para mergulhar fundo nessa história, vale ouvir a gravação acionada pela leitura de QR Codes espalhados pela mostra.


Exposições

Dezessete mulheres A mostra Tertúlia reúne artistas de várias gerações para apresentar a trajetória feminina da Galeria Fortes Vilaça AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

U

ma reunião familiar ou de amigos pode receber o nome de Tertúlia. Esse é também o título da mostra em cartaz na Galeria Fortes Vilaça, cuja trajetória de quinze anos angariou um prestigiado time de artistas, potencializado por muitas profissionais femininas. Dezessete mulheres representadas atualmente pelo espaço, ou que já estiveram fortemente ligadas à galeria, têm seus trabalhos expostos a partir de uma seleção do acervo. Não estranhe a falta de relação entre as diferentes peças. A ideia era priorizar obras emblemáticas de cada uma das autoras. O resultado é uma mostra nostálgica — em clima de celebração. Representa a carioca Adriana Varejão, por exemplo, o quadro Big Polvo Color Wheel I. Lá estão as suas Tintas Polvo, paleta de 33 nuances criadas a partir dos diferentes tons de pele do povo brasileiro. O trabalho surgiu de uma pesquisa de mais de quinze anos

Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, centro, ☎ 3113-3651, ① Sé. Quarta a segunda, 9h às 21h. Grátis. Até 4 de abril. ✪✪✪✪✪ Totemonumento

Inaugurado em 1954, o Monumento às Bandeiras, localizado em frente ao Parque Ibirapuera, foi feito por Victor Brecheret a pedido do governo para enaltecer a história do povo brasileiro. O artista Jaime Lauriano recriou a mesma escultura em miniatura. No lugar de blocos de granito, usou cartuchos de munições fundidas, utilizadas e descartadas pela Polícia Militar. A obra faz refletir sobre os atos de força e arbitrariedade cometidos por detentores do poder em toda a trajetória do país. Na mostra em cartaz na Galeria Leme, a curadora Isabella

que questiona o censo oficial do IBGE, no qual a população se divide entre apenas cinco cores. Da fotógrafa Rosângela Rennó, Tropical II retrata uma mata em preto e branco na qual há a interferência de uma mancha fantasmagórica. Criado dentro do laboratório de revelação por meio da exposição do negativo a uma luz forte, o efeito demonstra a intimidade da artista com a manipulação do suporte. Há também alguns vídeos, como dois bem-humorados registros de performances de Sara Ramos. Completam a mostra trabalhos de Janaina Tschäpe, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Jac Leirner e Tamar Guimarães, entre outras. Galeria Fortes Vilaça. Rua Fradique Coutinho, 1500, ☎ 3032-7066. Terça a sexta, 10h às 19h; sábado, 10h às 18h. Fecha excepcionalmente entre este sábado (6) e quarta (10). Grátis. Até o dia 27.

Rjeille propõe, por meio do trabalho deste e de outros sete artistas, uma discussão muito atual sobre os diversos significados da palavra monumento. Em Furo, de Raphael Escobar, por exemplo, um sobrevivente do massacre do Carandiru conta suas memórias: ali, o monumento sobrevive por meio da oralidade. Já em Contextualizable, de José Carlos Martinat, a argila vira matéria-prima de um totem. Quase sempre construído com materiais duradouros e rígidos, o monumento aqui se torna uma memória viva, totalmente moldável ao contexto. Galeria Leme. Avenida Valdemar Ferreira, 130, Butantã, ☎ 3093-8184. Segunda a sexta, 10h às 19h; sábado, 10h às 17h. Fecha excepcionalmente entre este sábado (6) e terça (9). Grátis. Até o dia 27.

Vértice O colecionador brasiliense Sérgio Carvalho possui uma coleção de 1 500 obras de artistas contemporâneos brasileiros, das quais 200 foram escolhidas para ser apresentadas ao público. Três curadoras de gerações e cidades diferentes — Marília Panitz, Polyanna Morgana e Marisa Mokarzel — fizeram recortes desse acervo e dividiram as obras em três núcleos: Relatos, Construções e Assombros. São fotografias, esculturas, desenhos, vídeos e instalações de artistas destacados, como Antonio Dias, Berna Reale, Iran do Espírito Santo, Marcelo Moscheta e Paulo Nazareth. Centro Cultural Correios. Avenida São João, s/nº, Vale do Anhangabaú, ☎ 3227-9461, ① São Bento. Terça a domingo, 11h às 17h. Fecha excepcionalmente na terça (9); na quarta (10), funciona a partir das 12h. Grátis. Até 27 de março.

i ÚLTIMOS DIAS ✪✪✪✪✪ 34° Panorama da Arte

Brasileira

Na 34ª edição do evento bienal, intitulada Da Pedra da Terra Daqui, os curadores Aracy Amaral e Paulo Miyada convidaram seis artistas — Berna Reale, Cao Guimarães, Cildo Meireles, Erika Verzutti, Miguel Rio Branco e Pitágoras Lopes — para elaborar trabalhos inspirados em manifestações rudimentares de arte do período de 4000 a.C. a 1000 a.C. encontradas em solo brasileiro. O resultado é um dos mais originais dos últimos tempos. Estão expostos os sessenta artefatos arqueológicos que serviram de referência para a criação: pedras em formato de animais como peixes e aves. A partir deles, a reflexão sobre passagem do tempo, território e identidade aparece em vídeos, instalações, pinturas e esculturas. Uma das obras mais vistosas é assinada por Miguel Rio Branco, que construiu uma estufa dentro do espaço cultural com plantas, terra e televisões que mal funcionam. Batizada de The Wishful Thinking, ela desenha o fim do mundo e a decadência do ser humano diante do poder da natureza. MAM. Parque do Ibirapuera, portão 3, ☎ 5085-1300. Terça a domingo, 10h às 18h. R$ 6,00. Grátis aos domingos. Até quarta (10).

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Teatro Dirceu Alves Jr.

Consulte

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s em espetáculo .COM AULO VEJASAOP

i ESTREIA

Anna Toledo e Paulo Miklos: tensão profissional e íntima

Quase uma Adaptação Escrito por Julio Cortázar em 1946, o conto Casa Tomada é o ponto de partida para a comédia dramática, que marca a estreia de Lucas Lassen como dramaturgo. A narrativa acompanha a história de um grupo de atores durante os ensaios de uma peça sobre dois irmãos mergulhados na rotina da casa em que vivem. Ao longo do processo, acontecimentos fantásticos vão fundir a realidade dos atores à ficção. Com Alexandra DaMattta, Bia Toledo e Everson Romito. Direção de Tatiana Bueno (60 minutos). 12 anos. Biblioteca Mário de Andrade – Auditório (120 lugares). Rua da Consolação, 94, ☎ 3775-0002. Quinta a sábado, 20h; domingo, 18h. Grátis. Ingressos distribuídos uma hora antes. Até 20 de março. Estreia prometida para sexta (12).

i REESTREIA Sob a direção de Dagoberto Feliz, o musical recria o clima de cabaré com canções de Cole Porter e George Gershwin. Situações dramáticas são costuradas, porém, sem relação direta entre si, por temas vertidos para o português por Claudio Botelho e Carlos Rennó. Momentos divertidos se revezam com cenas que, às vezes, deslizam para o vulgar. Com Silmara Deon, Lilian Blanc, Fernando Nitsch, Daniel Morozetti, Helder Mariani, Katia Naiane, Cacau Merz, Bruno Guida e Demian Pinto (75min). 12 anos. Estreou em 29/7/2015. Galpão do Folias (96 lugares). Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília, ☎ 3361-2223, ① Santa Cecília. Sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 40,00. A bilheteria abre uma hora antes. CI. Até 6 de março. Reestreia prometida para sábado (13).

i ÚLTIMA SEMANA ✪✪✪✪✪ Anti-Nelson Rodrigues

Eduardo Tolentino de Araújo dirige a comédia dramática escrita por Nelson Rodrigues em 1973. Augusto Zacchi interpreta um jovem mimado que se apaixona por uma funcionária de sua empresa e deseja comprá-la. A moça, porém, é romântica e não se deixa

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VICTOR IEMINI

✪✪✪✪✪ Single Single Bar

levar pelo dinheiro. Com Clara Carvalho, Eduardo Semerjian, Carol Cashie, Oswaldo Mendes, Penha Pietras e Cesar Baccan (90min). 14 anos. Estreou em 20/11/2013. Teatro Aliança Francesa (226 lugares). Rua General Jardim, 182, Vila Buarque, ☎ 3017-5699, ramal 5602, ① República. Quinta a sábado, 20h30; domingo, 19h. R$ 50,00. A bilheteria abre duas horas antes. IR. Até domingo (14). ✪✪✪✪✪ O Testamento de Maria

Denise Weinberg protagoniza o monólogo dramático escrito pelo irlandês Colm Tóibin com base em seu romance homônimo. No fim de sua vida, Maria procura entender os mistérios que cercaram a crucificação do seu filho. Direção de Ron Daniels (80min). 16 anos. Estreou em 7/1/2016.

Auditório do Sesc Pinheiros (98 lugares). Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, ☎ 30959400, ① Faria Lima. Quinta a sábado, 20h30. R$ 25,00. Bilheteria: 10h/21h30 (ter. a sáb.). Cc: todos. Cd: todos. Estac. (R$ 10,00). Até sábado (13).

i EM CARTAZ ✪✪✪✪✪ O Amante do Meu Marido

Miriam Lins adaptou e dirige a comédia de Rodolfo da Rocha Carvalho. Um aposentado (Milton Levy) sonha ser ator. O convite para interpretar um gay em uma peça o envolve em vários mal-entendidos. Com Mateus Carrieri, Adelita Del Sent e Miriam Lins (80min). 12 anos. Estreou em 5/10/2007. Teatro Bibi Ferreira (312 lugares). Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 931, Bela Vista,


Teatro

Imagem e semelhança

IR. Até 27 de março. Não haverá espetáculo de sexta (5) a domingo (7).

O drama Chet Baker, Apenas um Sopro se fundamenta na presença do roqueiro Paulo Miklos como o jazzista americano

✪✪✪✪✪ Cada Dois com Seus Pobrema

AVALIAÇÃO ✪✪✪✪✪

O

russo Constantin Stanislavski (1863-1938), criador do método teatral que coloca as experiências pessoais do intérprete como alicerce da composição do personagem, ficaria orgulhoso ao ver sua teoria comprovada no espetáculo Chet Baker, Apenas um Sopro. Protagonizado por Paulo Miklos, o drama escrito por Sérgio Roveri ganha sustentação na presença do integrante dos Titãs como o cantor e trompetista americano. A vivência do roqueiro em shows e gravações, além da já superada dependência química, é projetada de forma que cativa o espectador mais explicitamente que seu próprio desempenho de ator. Ao mesmo tempo, a entrega do artista humaniza o ídolo retratado de forma tão frágil e facilita o espelhamento junto ao público. A trama em cena faz um recorte ficcional em torno da biografia de Chet Baker (1929-1988). No fim da década de 60, o jazzista foi agredido nas ruas de São Francisco e ficou impedido de tocar. Depois de três anos, ele volta aos estúdios para gravar um disco e encontra um clima pouco amistoso entre os

☎ 3105-3129. Sábado, 23h. R$ 50,00. Bilheteria: 15h/21h30 (seg. a sex.); a partir das 15h (sáb.). Até dia 27.

Beija-me Como nos Livros

Com texto e direção de Ivan Sugahara, o drama traz à tona o cotidiano de dois casais contemporâneos. As questões e crises de cada um deles são associadas ao universo de histórias de amor emblemáticas como as vividas por Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Don Juan ou Werther. Com Ângela Câmara, Claudia Mele, José Karini e Julio Adrião (75min). 14 anos. Teatro Cacilda Becker (195 lugares). Rua Tito, 295, Lapa, ☎ 3864-4513. → Sexta, 21h; sábado, 19h e 21h; domingo, 19h. R$ 10,00. A bilheteria abre uma hora antes. Até dia 28. Estreia prometida para esta sexta (5).

músicos (representados por Anna Toledo, Jonathas Joba, Piero Damiani e Ladislau Kardos) que vão acompanhá-lo. Em sua quinta experiência, o diretor José Roberto Jardim demonstra maturidade ao evidenciar uma preocupação de diálogo com o espectador. Em meio a tantas associações óbvias, Jardim construiu uma montagem palatável e optou por ousar na escalação de um bom time de músicos/atores como suporte para Miklos. Convincente na pele da frustrada Alice, Anna Toledo vai além e é o grande destaque. Sua interpretação para a canção Solitude, de Duke Ellington, comove e dialoga diretamente com o momento de Baker ali retratado (80min). 14 anos. Estreou em 20/1/2016. Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (132 lugares). Rua Álvares Penteado, 112, centro, ☎ 3113-3651, ① Sé. Segunda, quarta e quinta, 20h. R$ 10,00. Bilheteria: 9h/20h (qua. a seg.). Cc: M e V. IR. Estac. com serviço de van na Rua Santo Amaro, 272 (R$ 15,00 por cinco horas). Até 7 de abril. Dirceu Alves Jr.

✪✪✪✪✪ Um Bonde Chamado Desejo

Sob a direção de Rafael Gomes, Maria Luisa Mendonça protagoniza o drama de Tennessee Williams (1911-1983). Blanche Dubois é uma professora obrigada a morar de favor na casa da irmã, Stella (a atriz Virginia Buckowski). Por lá, uma batalha repleta de tensão é travada pelo cunhado, Stanley Kowalsky (o ator Eduardo Moscovis), que decide investigar o passado renegado por ela. Uma leitura arrebatadora e atemporal de uma história escrita em 1947. Com Donizeti Mazonas, Fabrício Licursi, Fernanda Castello Branco e Matheus Martins (110min). 14 anos. Estreou em 5/6/2015. Tucarena (300 lugares). Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, ☎ 4003-1212. Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 50,00 (sex.) e R$ 70,00 (sáb. e dom.). Bilheteria: 14h/20h (ter. a qui.); a partir das 14h (sex. a dom.).

Uma década depois de Cada Um com Seus Pobrema, Marcelo Médici criou uma continuação disfarçada da comédia também inspirada nos bastidores do teatro. Agora, ele divide a cena na primeira parte com Ricardo Rathsam, que vive um jornalista durante a entrevista com uma diva reclusa. Direção de Paula Cohen (90min). 14 anos. Estreou em 9/9/2014. Teatro Shopping Frei Caneca (600 lugares). Shopping Frei Caneca, 7‚ andar, ☎ 3472-2229. Quarta e quinta, 21h. R$ 50,00 e R$ 70,00. Bilheteria: a partir das 13h (qua. e qui.); 13h/19h (ter., sex. a dom.). IR. Até dia 25. ✪✪✪✪✪ Cais ou Da Indiferença das Embarcações

Montagem da Velha Companhia, o drama de Kiko Marques enfoca três gerações de uma família moradora da Ilha Grande, no litoral fluminense. Em comum, todos sentem a dor da morte. A história é mostrada do ponto de vista de um barco (representado pelo ator Roberto Borenstein). Em cena estão dois músicos e doze atores, entre eles Alejandra Sampaio, Marcelo Diaz, Marcelo Laham, Maurício de Barros, Patrícia Gordo e o autor e também diretor (180min, com intervalo). 14 anos. Estreou em 29/10/2012. Viga Espaço Cênico (70 lugares). Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros, ☎ 3801-1843, ① Sumaré. Segunda e sábado, 20h; domingo, 19h. R$ 20,00. A bilheteria abre uma hora antes. IR. Até dia 15. ✪✪✪✪✪ Consertando Frank

Sob a direção de Marco Antônio Pâmio, o drama de Ken Hanes toca em uma polêmica. Um jornalista (interpretado por Chico Carvalho), persuadido pelo namorado (Rubens Caribé), disfarça-se de paciente para denunciar um psicoterapeuta (Henrique Schafer) que desenvolveu um método de reversão da homossexualidade. Em um painel abrangente, a falada cura gay é só uma entre tantas questões retratadas pelo bom trio de atores (85min). 14 anos. Estreou em 7/3/2015. Teatro MuBE Nova Cultural (192 lugares). Rua Alemanha, 221, Jardim Europa, ☎ 2386-8194. → Sábado, 19h; domingo,

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Teatro

18h. R$ 50,00. Bilheteria: 14h/18h (ter. a sex.); a partir das 14h (sáb. e dom.). Cc: M e V. Cd: M e V. IR. Até 13 de março.

Desinventando a Bossa O ator Lúcio Mauro Filho e o compositor Celso Fonseca criaram e protagonizam a performance musical. No roteiro, um ator encontra um guitarrista para ensaiar e percebe que já tem público interessado no espetáculo. A dupla apresenta sucessos de Fonseca, como Sorte, de Tom Jo-

mento, na Alameda Santos, em um espaço cênico. Dirigida por Isabel Teixeira, a versão da tragicomédia de Samuel Beckett será apresentada para trinta espectadores na sala de visitas do imóvel. O ponto de partida é a sede do Itaú Cultural. A trama, ambientada em uma trincheira pós-apocalíptica, traz o velho Hamm (interpretado por Borghi), cego, paralítico e dependente dos cuidados e da atenção de Clov (papel de Elcio Nogueira Seixas). Jovem e inquieto, este tem uma enfermidade que o impede de ficar sentado e pensa o tempo inteiro em ir embora de vez, abandonando o companheiro à própria sorte (105min). 18 anos. Estreou em 14/1/2016. Itaú Cultural. Avenida Paulista, 149, ☎ 2168-1776, ① Brigadeiro. → Quinta a domingo, 20h. Grátis. Ingressos distribuídos uma hora antes. Até o dia 28.

bim e de Gilberto Gil (100min). 12 anos. Estreou em 8/1/2016. Teatro Folha (305 lugares). Shopping Pátio Higienópolis, ☎ 3823-2323. → Sexta e sábado, 0h. R$ 50,00 e R$ 60,00. Bilheteria: 14h/21h30 (ter. a qui.); 12h/0h (sex. e sáb.). Cc: todos. Cd: M e V. IC. Estac. (R$ 13,00 por duas horas). Até o dia 27. ✪✪✪✪✪ Fim de Jogo

Prestes a completar seis décadas de carreira, o ator Renato Borghi transforma seu aparta-

Angela Figueiredo (no centro): papel marcante

SERGIO COSTA FARIA

✪✪✪✪✪ Galileu Galilei

i Variações sobre Nelson Rodrigues A tragicomédia Diga que Você Já Me Esqueceu recorre à obra literária do dramaturgo O maior dramaturgo brasileiro é Nelson Rodrigues (1912-1980), e quase ninguém ousa discordar disso. Logo, é normal que, volta e meia, seus textos teatrais ganhem a cena por aí. O autor e diretor Dan Rosseto, no entanto, fugiu do óbvio. Para criar a tragicomédia Diga que Você Já Me Esqueceu, baseada nos tipos e no universo de Nelson Rodrigues, buscou referências na sua obra literária. As cenas, ambientadas na década de 50, trazem personagens claramente inspirados em folhetins como Escravas do Amor e Asfalto Selvagem ou mesmo no romance O Casamento. A trama gira em torno das núpcias de Sílvio e Lúcia (vividos por Tiago Pessoa e Renata Maia). No dia da cerimônia, segredos começam a vir à tona, e a mãe dele, Dona Querubina (interpretada por Ange-

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Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

la Figueiredo), se mostra forte opositora ao enlace. A dramaturgia demora um tanto para engrenar, desperdiçando muito tempo na descrição dos excessivos personagens. Mas o principal empecilho da montagem é, sem dúvida, a irregularidade do fraco elenco de oito atores. Conseguem se salvar Angela, Adriano Toloza e Pedro Bosnich. Eles imprimem marcas aos seus papéis e fazem valer a aposta ousada de Rosseto (80min). 16 anos. Estreou em 20/1/2016. ✪✪✪✪✪ Diga que Você Já Me Esqueceu. Teatro Augusta — Sala Paulo Goulart (302 lugares). Rua Augusta, 943, Consolação, ☎ 3151-4141. → Quarta e quinta, 21h. R$ 40,00. Bilheteria: 16h/21h (ter.), 14h/21h (qua. a sáb.). CI. Até 31 de março. D.A.J.

Denise Fraga visita de forma bem-sucedida mais uma comédia de Bertolt Brecht. Na trama, ambientada na Itália do século XVII, o cientista Galileu (interpretado por Denise) defende a ideia de que o Sol é o centro do universo e a Terra gira em torno dele. Não tarda a enfrentar a oposição da Igreja e a perseguição da Inquisição. Apoiada por um elenco consistente, Denise interpreta com garra o personagem e traz discussões que encontram reflexo em polêmicas da realidade. Com Ary França, Daniel Warren, Lucia Romano, Maristela Chelala, Vanderlei Bernardino e outros. Direção de Cibele Forjaz (140min). 12 anos. Estreou em 15/5/2015. Tuca (672 lugares). Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, ☎ 3670-8455. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 50,00 (sex.) e R$ 70,00 (sáb. e dom.). Bilheteria: 15h/20h (ter. a qui.); a partir das 15h (sex. a dom.). IR. Até 10 de abril. ✪✪✪✪✪ Intocáveis

Adaptada por José Rubens Siqueira, a comédia dramática é baseada no filme de Oliver Nakache e Éric Toledano e reedita a comunicabilidade do cinema. Philipe (papel de Marcello Airoldi) é um milionário tetraplégico. Para cuidador, ele contrata o inexperiente Driss (interpretado por Val Perré, em substituição ao ator Ailton Graça), que lhe traz uma nova visão de mundo. Com Eliana Guttman, Bruna Miglioranza e outros. Direção de Iacov Hillel (90min). 12 anos. Estreou em 21/3/2015.


Teatro

Teatro Renaissance (448 lugares). Alameda Santos, 2233, Cerqueira César, ☎ 3069-2286, ① Consolação. Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 100,00. Bilheteria: 14h/20h (ter. a qui.); a partir das 14h (sex. a dom.). CI. Estac. (R$ 25,00). Até 15 de março. ✪✪✪✪✪ Killer Joe

Com direção de Mário Bortolotto, o drama do americano Tracy Letts ganha a primeira e bem-sucedida montagem no Brasil. Um jovem (o ator Gabriel Pinheiro) deve dinheiro a traficantes. Ele elabora um plano para se livrar dos problemas e, para isso, contrata um detetive e matador de aluguel (papel de Carlos Carcarah). Com Aline Abovsky, Fernão Lacerda e Ana Hartmann (90min). 16 anos. Estreou em 13/6/2014. Teatro e Bar Cemitério de Automóveis (40 lugares). Rua Frei Caneca, 384, Bela Vista, ☎ 2371-5744. Quarta e quinta, 21h. R$ 30,00. A bilheteria abre duas horas antes. Até 10 de março. ✪✪✪✪✪ Memórias de Adriano

Publicado na França em 1951, o romance homônimo da escritora belga Marguerite Yourcenar deu voz ao imperador romano Adriano em uma espécie de autobiografia imaginária. Com adaptação de Tereza Falcão, o monólogo dramático traz o ator Luciano Chirolli e tem direção de Inez Viana. Ciente da proximidade da morte, o personagem escreve uma carta ao filho e futuro imperador Marco Aurélio, prometendo prepará-lo para ser um governante (75min). 14 anos. Estreou em 22/1/2016. Centro Cultural São Paulo — Sala Jardel Filho (321 lugares). Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, ☎ 3397-4002, ① Vergueiro. → Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h30. R$ 20,00. Bilheteria: 13h/21h30 (ter. a sáb.); 13h/20h30 (dom.). IR. Até dia 28. ✪✪✪✪✪ Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos

Lançado na Broadway em 2010, o musical de Jeffrey Lane e David Yazbek é inspirado no filme que consagrou o cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Três mulheres com problemas amorosos se cruzam em um clima tragicômico. Pepa (interpretada por Marisa Orth) é abandonada pelo amante, enquanto Candela (vivida por Helga Nemeczyk), sua amiga, se apaixona por um terrorista. Mulher do amante de Pepa, Lúcia (Totia Meireles), por sua vez, resolve se vingar do ex-marido

nos tribunais. Com Juan Alba, Daniel Torres, Ivan Parente e outros. Miguel Falabella assina a versão brasileira e a direção (120min). 12 anos. Estreou em 14/11/2015. Teatro Procópio Ferreira (671 lugares). Rua Augusta, 2823, Jardim Paulista, ☎ 3083-4475. → Quinta e sexta, 21h; sábado, 17h e 21h; domingo, 16h. R$ 50,00 a R$ 200,00. Bilheteria: 14h/19h (ter. e qua.); a partir das 14h (qui. a dom.). Cc: M e V. Cd: R e V. IR. Até dia 20. Não haverá espetáculo neste sábado (6), às 17h, e neste domingo (7). ✪✪✪✪✪ Noel Rosa, o Poeta da Vila e Seus Amores

Doze atores e músicos contam a história do compositor carioca Noel Rosa (1910-1937). A proposta do musical dirigido por Dagoberto Feliz é bem-sucedida, principalmente ao reviver o clima dos botequins dos anos 30 em meio à interpretação de Palpite Infeliz, Três Apitos e Feitiço da Vila. Essas canções costuram a biografia de Noel (interpretado por Cristiano Tomiossi). Com Lívia Camargo, Cibele Bissoli e outros (110min). 14 anos. Estreou em 9/4/2010. Espaço Parlapatões (98 lugares). Praça Franklin Roosevelt, 158, Consolação, ☎ 3258-4449, ① República. → Sexta e sábado, 0h. R$ 40,00. Bilheteria: 16h/21h (ter. a qui.); a partir das 16h (sex. e sáb.). IR. Até dia 27. ✪✪✪✪✪ A Noite em que Blanche Dubois Chorou sobre Minha Pobre Alma

Jarbas Capusso Filho buscou inspiração na peça Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, para escrever o drama. Estela (Inês Aranha) é uma atriz frustrada que vive afogada na bebida. Ela disfarça o ostracismo por meio da imaginação fértil e contrata um michê (Daniel Morozetti) para ouvir seus delírios. Tem início um jogo sem limites claros. Direção de Renato Andrade (75min). 14 anos. Estreou em 4/7/2014. Teatro Augusta – Sala Experimental (56 lugares). Rua Augusta, 943, Consolação, ☎ 3151-4141. → Domingo, 19h. R$ 40,00. Bilheteria: 14h/21h30 (qua. a sáb.); 15h/20h (dom.). CI. Até dia 28. Não haverá espetáculo neste domingo (7). ✪✪✪✪✪ Otelo

Na tragédia de William Shakespeare, o general Otelo (papel de Samuel de Assis)

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Teatro

4000 Dias ou Abra Seus Olhos O dramaturgo inglês Peter Quilter é o mesmo das peças Gloriosa e A Atriz, montadas no Brasil por Marília Pêra e Betty Faria, respectivamente. Na comédia dramática, as relações familiares e a tolerância entram em discussão. Claudia Mello interpreta a mãe de um artista plástico gay (papel de Kiko Pissolato). O rapaz sofreu um AVC, e sua mãe precisa conviver com a relação do filho com outro homem (papel de Sergio Lelys) e aceitá-la. Direção de Annamaria Dias (90min). 12 anos. Estreou em 29/1/2016. Teatro Alfa — Sala B (203 lugares). Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, ☎ 5693-4000. → Sexta, 21h; sábado e domingo, 20h. R$ 70,00 (sex. e dom.) e R$ 80,00 (sáb.). Bilheteria: 11h/19h (seg. a qui.); a partir das 11h (sex. a dom.). Cc: todos. Venda antecipada, ☎ 0300-7893377. IR. Estac. (R$ 24,00; c/manobr., R$ 33,00). Até 27 de março. Não haverá espetáculo de sexta (5) a domingo (7). ✪✪✪✪✪ Roleta-russa

O diretor César Baptista adaptou o drama de suspense do romance Suicidas, de Raphael Montes, e o resultado é uma surpresa. A trama enfoca nove universitários sem maiores problemas pessoais ou financeiros. Reunidos em uma casa de campo, eles se envolvem em uma brincadeira com uma arma de fogo: o jogo pode culminar em um suicídio coletivo. Com Helio Souto, Dan Rosseto, Diogo Pasquim e Felipe Palhares (120min). 16 anos. Estreou em 7/11/2015.

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Veja São Paulo 10 de fevereiro, 2016

✪✪✪✪✪ Teorema 21

O Grupo XIX de Teatro evoca a obra do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975) em nova parceria do diretor Luiz Fernando Marques com o autor Alexandre Dal Farra. No drama, uma família retorna ao seu antigo lar e tudo parece estagnado. A chegada de um estrangeiro ameaça transformar as relações entre o patriarca, a mãe, o filho, a filha e a criada. Com Bruna Betito, Emilene Gutierrez, Janaina Leite, Juliana Sanches, Paulo Celestino, Rodolfo Amorim e Ronaldo Serruya (75min). 18 anos. Estreou em 22/1/2016. Vila Maria Zélia (50 lugares). Rua Mário Costa, 13 (entre a Rua dos Prazeres e a Rua Cachoeira), Belém, ☎ 2081-4647. Sexta a domingo, 18h. Grátis. Informações e reservas pelo ☎ 2081-4647, 14h/18h (ter. a sex.). Até 5 de março. HELOISA BORTZ

torna-se alvo da inveja de Iago (representado por Rafael Maia), que foi preterido no cargo de tenente por Miguel Cássio (o ator Cesar Figueiredo). Revoltado, Iago cria uma teia de intrigas que faz o personagem-título acreditar que sua mulher (vivida por Mel Lisboa) é uma adúltera. Com Antonio Ranieri, Cesar Figueiredo, Ricardo Monastero e outros. Direção de Debora Dubois (120min). 12 anos. Estreou em 11/8/2015. Teatro Faap (506 lugares). Rua Alagoas, 903, Pacaembu, ☎ 3662-7233. → Quarta e quinta, 20h. R$ 40,00. Bilheteria: a partir das 14h (qua. e qui.); 14h/20h (sex. e sáb.); 14h/17h (dom.). Cc: D, M e V. Cd: todos. Até o dia 25.

As 10 peças mais bem avaliadas ✪✪✪✪✪

Um Bonde Chamado Desejo Pág. 63 ✪✪✪✪✪

Cais ou Da Indiferença das Embarcações Pág. 63 ✪✪✪✪✪

Consertando Frank (foto) Pág. 63 ✪✪✪✪✪

Killer Joe Pág. 65 ✪✪✪✪✪

Fim de Jogo Pág. 64 ✪✪✪✪✪

Teorema 21 Nesta página ✪✪✪✪✪

A Noite em que Blanche Dubois Chorou sobre Minha Pobre Alma Pág. 65 ✪✪✪✪✪

Otelo Pág. 65

✪✪✪✪✪

Roleta-russa Nesta página ✪✪✪✪✪

O Testamento de Maria Pág. 62

Espaço Parlapatões (98 lugares). Praça Franklin Roosevelt, 158, Consolação, ☎ 3258-4449, ① República. → Quinta e sexta, 21h. R$ 50,00. Bilheteria: 16h/21h (ter. a dom.). IR. Até o dia 26.

✪✪✪✪✪ O Topo da Montanha

Lázaro Ramos e Taís Araújo protagonizam a comédia dramática de Katori Hall, que remete aos últimos momentos de Martin Luther King (1929-1968). Na véspera de sua morte, o ativista profere um discurso em Memphis. Chegando ao hotel, Luther King conhece a camareira Camae. Atrevida, a moça o provoca com uma pragmática visão da vida. Direção de Lázaro Ramos (80min). 12 anos. Estreou em 9/10/2015. Teatro Faap (506 lugares). Rua Alagoas, 903, Pacaembu, ☎ 3662-7233. Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 90,00. Bilheteria: 14h/19h (qua. e qui.); a partir das 14h (sex. a dom.). Até o dia 28. Não haverá espetáculo de sexta (5) a domingo (7). ✪✪✪✪✪ A Vida Sexual da Mulher Feia

Otávio Müller protagoniza e dirige o monólogo cômico, que Julia Spadaccini adaptou do romance de Claudia Tajes. Em meio à sensação de inadequação, Maricleide enfrenta dificuldades para namorar e não se enquadra nos padrões de beleza (80min). 12 anos. Estreou em 10/1/2014. Teatro Folha (305 lugares). Shopping Pátio Higienópolis, ☎ 3823-2323. → Sexta, 21h30; sábado, 20h; domingo, 19h. R$ 30,00 (setor 2, sex.), R$ 40,00 e R$ 60,00 (sex.), R$ 50,00 e R$ 70,00 (sáb. e dom.). Bilheteria: 15h/21h30 (ter. a sáb.); 12h/20h (dom.). Cc: todos. Cd: M e V. IC. Estac. (R$ 13,00 por duas horas). Até 27 de março.


Shows Juliene Moretti

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ões em apresentaçULO.COM

PA VEJASAO

Manoel (à esq.) e Felipe Cordeiro (abaixo): o brega virou cult

CAROLINE BITTENCOURT

THIAGO ARAÚJO

Lambada em família Pai e filho misturam carimbó, cúmbia e guitarradas para fazer o público dançar no Baile Lambalada

I

ntegrante da nova safra do fértil terreno paraense, Felipe Cordeiro consegue, como poucos, elevar o brega ao cult. Em seus dois elogiados discos Kitch Pop Cult (2011) e Se Apaixone pela Loucura de Seu Amor (2013), ele apresenta um mexidão de carimbó, cúmbia, eletromelody e reggae, em diferentes doses. Tudo feito para dançar, sem perder a qualidade musical ou cair na superficialidade do tecnobrega (ainda bem). A faixa Legal e Ilegal e as divertidas Problema Seu e Tarja Preta são alguns dos bons exemplos. Filósofo de formação, Felipe acabou seguindo a carreira do pai, Manoel Cor-

Anelis Assumpção Cantora queridinha do pessoal alternativo que circula na rede Sesc e filha de Itamar Assumpção, Anelis põe em suas músicas influências do dub, reggae, rap e até um pouco de samba. Em 2014, a artista liberou o elogiado Anelis Assumpção e Os Amigos Imaginários, sucessor de Sou Suspeita Estou Sujeira Não Sou Santa. Aqui, a instrumentação, cheia de deta-

deiro, consagrado produtor e guitarrista responsável por impulsionar a lambada na década de 80 pelo Brasil. Em clima familiar, os dois fazem juntos o Baile Lambalada. Entram no repertório os hits do filho e as composições do álbum paterno Sonora Amazônia. No mesmo dia, emendam a festa ao lado de Fafá de Belém e Beto Barbosa no palco do Vale do Anhangabaú, no centro, a partir das 21 horas. Sesc Itaquera (800 pessoas). Avenida Fernando do Espírito Santo Alves de Matos, 1000, Parque do Carmo, ☎ 2523-9200. Terça (9), 16h. Grátis.

lhes e muito bem-acabada, privilegia a voz da moça, mais afinada do que nunca, a exemplo da faixa de entrada, Cê Tá com Tempo?. O reggae em Mau Juízo e a maliciosa Toc Toc Toc dão o tom animado do show. Livre. Sesc Itaquera (800 pessoas). Avenida Fernando do Espírito Santo Alves de Matos, 1 000, Parque do Carmo, ☎ 2523-9200. Domingo (14), 16h. Grátis.

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Shows

DIVULGAÇÃO

Fernanda Takai Com sua delicada voz, Fernanda Takai, do Pato Fu, continua divulgando Na Medida do Impossível (2014), no qual exibe os dotes como compositora. Além das músicas autorais, caso da suave Partida, a cantora faz versões de artistas bem díspares. Entre eles, aparecem Benito di Paula (que escreveu Como Dizia o Mestre), George Michael (sua melosa Heal the Pain virou Pra Curar Essa Dor) e até do padre Zezinho (autor de Amar como Jesus Amou, canção que ela registrou com o estrelado padre Fábio de Melo). A moça completa o repertório com as faixas dos discos anteriores, Onde Brilhem os Olhos Seus (2007), dedicado à interprete Nara Leão, e Luz Negra (2010). 10 anos. Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros (1 010 pessoas). Rua Paes Leme, 195, Pinheiros. ☎ 3095-9400. ① Pinheiros. Segunda (8) e terça (9), 18h. R$ 40,00. Bilheteria: 10h/21h (qua. a sáb.); 10h/18h (dom.); a partir das 10h (seg. e ter.). Estac. (R$ 7,50).

LCO DA RUA PARA O PA O quinteto Mustache e os Apaches surgiu em 2011 quando ensaiou um repertório recheado de standards como Just a Gigolo e foi passar o chapéu pelas regiões da Rua Augusta, Perdizes e Vila Madalena. Deu certo. Com instrumentos pouco convencionais — um banjo e até uma tábua antiga de lavar roupa, com latinhas de manteiga penduradas —, o grupo inspirado nos pioneiros do jazz e blues e nos espetáculos vaudeville, mix de música, dança e artes circenses, cativou o público. Com o tempo, começou também a ocupar os palcos de pequenas casas de show com composições próprias e muita simpatia. Na sexta (12), às 23 horas, eles estarão no Z Carniceria (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 724, Pinheiros, ☎ 2936-0934) para mostrar as faixas do novo disco, Time Is Monkey. As músicas aparecem com mais guitarras, caso de Touro pelos Chifres, e até mais dançantes, como em Surra de Mar. Espere também pela divertida Fumaça. Por R$ 25,00, é de tirar o chapéu.

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i CONCERTO John Neschling e a Orquestra Sinfônica Municipal O maestro e a OSM apresentam a Sinfonia N. 2, em dó menor, de Gustav Mahler, conhecida como Sinfonia da Ressurreição, com Camila Titinger (soprano) e Lidia Schäffer (mezzo-soprano). A composição levou mais de cinco anos para ser concluída e tem a morte e a vida como temas centrais. Dividida em cinco movimentos, inclui uma Marcha Fúnebre. 10 anos. Teatro Municipal (1 500 pessoas). Praça Ramos de Azevedo, s/n, República, ☎ 3053-2090. Sábado (13), 20h; domingo (14), 17h; R$ 25,00 a R$ 90,00. Bilheteria: 10h/19h (seg. a sex.); a partir das 9h (sáb. e dom.).

i ESPECIAL CarnaValesca

Figueroas O visual do alagoano Givly Simons chama atenção: bigode grosso bem anos 70, camisa de estampa aberta até o meio do peito e cabelo farto. Esse personagem (que ele jura que é real) dá a cara para o projeto de lambada Figueroas, ao lado do tecladista Dinho Zampier. A dupla ganhou fama pela internet ao trazer a lambada “de raiz”, com faixas-chicletes-dançantes como Bicho, Que Calor e Melô do Jonas. Há também músicas bem humoradas, como Gatinha, Gatinha, e uma homenagem aos cantores bregas Aldo Sena e Edson Wânder. Eles acrescentam ainda as obras Onde Andará Você e Piranha, de Alípio Martins, Quero

ção de Esmeraldas (2014), seu terceiro trabalho. Ele foi produzido por Adriano Cintra e Jesse Harris, dupla que funcionou bem no registro. A veia pop de Cintra se faz sentir em Urso, enquanto a sofisticação jazzística de Harris, que já colaborou com Norah Jones, permeia A Noite. Ela se exibe ao lado de André Whoong (teclado, violão e voz), Renato Galozzi (guitarra, violão e bandolim). Gianni Dias (baixo e violão) e Naná Rizinni (bateria). Livre. Sesc Santana (330 pessoas). Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo. ☎ 2971-8700. Segunda (8) e terça (9), 19h. R$ 40,00. Bilheteria: a partir das 9h (ter.); 9h/21h (qua. a sáb.); 10h/18h (dom.). Estac. (R$ 11,00).

Você, de Carlos Santos e Preta, de Beto Barbosa. Bom show para dançar (e rir também). Livre. Sesc Consolação (400 pessoas). Rua Doutor Vila Nova, 245, Consolação. ☎ 3234-3000. Terça (9), 16h30. Grátis.

Tiê A paulistana passou por um bloqueio criativo em 2013. Essa escassez de ideias só foi acabar quando a intérprete se encontrou com o amigo e ex-Talking Heads David Byrne e lhe pediu ajuda. Dias depois, o músico lhe enviou uma melodia por e-mail, faísca que deu início ao processo de cria-

Mais do que uma funkeira carioca, Valesca tornou-se porta-voz de um estilo de vida. O hit clássico instantâneo Beijinho no Ombro caiu no gosto do público e até hoje ainda é presença frequente em rádios e qualquer setlist dançante que se preze. Pela primeira vez, ela aparece com seu bloco, o CarnaValesca — Ressaca de Carnaval, com sucessos da loira como Agora Estou Solteira e Late que Eu Estou Passando. 18 anos. Audio Club (1 000 pessoas). Avenida Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, ☎ 3862-8279. Sábado (13), 23h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Bilheteria: 13h/20h (seg. a sex.); a partir das 13h (sáb.). Cc: todos. Cd: todos.


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Crônica

Boteco japonês A

saída da Estação Liberdade talvez seja a melhor do metrô paulistano. Basta virar à esquerda ao passar pela catraca e subir a escadaria para chegar ao que parece ser outro país. Não está claro qual nação seria essa, mas é animada, colorida, cheia de gente e fica na Ásia. Entrar no trem em um continente e sair em outro provoca ao menos um sorriso na cara do passageiro, e é capaz, até, de reverter um astral em viés de baixa. Na semana passada consegui levar para o bairro um amigo, que é também meu assessor para assuntos da cultura pop em geral. Ele sugere ir ao Izakaya Kintaro, o bar do sumô. No caminho, indo a pé ali pela Avenida da Liberdade, meu parceiro dá uma aula sobre o papel das izakayas na vida japonesa. São bares minúsculos, pouco mais do que uma porta e um balcão, especializados na happy hour, no fim de tarde, depois do expediente. Atraem fregueses para beber com petiscos especiais. Não servem sushi, diz, enfático, meu companheiro, olhando para ver se entendi. Cada estabelecimento do tipo tem as próprias regras. Este se chama bar do sumô porque os proprietários praticam a modalidade de luta. Fica na Rua Tomás Gonzaga, 57, uma das vias mais simpáticas da capital no entardecer. Os restaurantes tradicionais dali reabrem para o jantar nesse momento, e os lustres japoneses são acesos diante do movimento, que junta gente do bairro com

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pessoas de fora e visitantes gringos. Comemos uma porção de porco com gengibre de outro mundo ali no balcão. O estabelecimento lota. Como é pequeno e estreito, cria uma proximidade entre todos ali, dos dois lados do balcão. Ao meu lado, dois senhores experimentam pratos diversos e conversam em japonês. Descolados turistas jovens fotografam a comida. O proprietário parece estar em grande forma física, comento. Meu amigo, paciente diante da minha ignorância, explica que nem todos os lutadores de sumô são gordos. Mas nosso destino final é outro local do tipo ali por perto, o Izakayada (Praça Carlos Gomes, 61). Já vem com uma boa tradução no nome: boteco japonês. Fica em frente ao badalado Cine Joia, palco de shows de música, sobretudo. Vamos a pé pela Rua Galvão Bueno. Paramos pelo caminho para fotografar um grafite bacana de Godzila. Chegamos, enfim, ao bar. Conheço o proprietário pelo apelido. Adivinha. Sim. É Japa. Entendo que essa é a maneira encontrada pela cultura brasileira para se lembrar dos nomes. Acho eficiente. Não é por outro motivo que sou chamado de “doutor”, “gringo” ou, o meu favorito, “alemão”. Izakayada mistura a culinária japonesa com a mexicana (tex-mex). É único nisso, quero crer. Comemos um chili com carne e wassabi e também pimentas jalapeños enroladas em bacon, que ninguém é de ferro. É uma comida feita para acompanhar a birita, forte e gostosa. Na TV passam filmes de Ultraman, seriado japonês que teve cinco versões, se entendi a explicação detalhada do meu parceiro. Na parede há máscaras de Darth Vader, pôsteres de bandas clássicas de rock americano, como o ZZ Top, bonecos japoneses, um tatu texano, máscaras de luta livre mexicana, Elvis. Trata-se de uma combinação de culturas pop muito paulistana. Mais um ponto para a Liberdade.




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