Revista da Unidos de Vila Isabel 2011 by Portal Academia do Samba

PANTENE~(-1 PRO-V , -

Presidente Executivo: Wilson Vieira Alves ( Moises )

Diretor de Harmonia: Decio da Silva Bastos Junior

Vice-Presidente Executivo: Evandro Luiz do Nascimento ( Bocao )

Diretor da Ala dos Compositores: Adelson Menezes

Presidente de Honra: Martinho da Vila

DeptO Juridico: Sandra Regina Sanches Marques

Superintendente Geral: Wilson da Silva Alves

Diretor das Alas da Comunidade: Ednilson Lopes dos Santos

Comissao de Carnaval: Junior Schall Decio da Silva Bastos Junior Evandro Luiz do Nascimento W~son da Silva Alves

Diretora da Ala das Baianas: Lucimar Moreira dos Santos

Diretora Geral de Atelier: Rita de Cassia da Silva Alves ( Primeira Dama) DeptO de Administra~ao: Elizabeth de Souza Aquino

Revista da Vila 2011 Publica<;ao do Gremio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Isabel

Ediyao Jean Claudio Santana MTB 26263/RJ Primeira Linha Comunica90es www.1alinha.com.br

DeptO de Patrimonio: Gilberta Alves da Rocha

Dire~ao de Arte Lucia Maldonado Aleph Studio Design www.alephstudio.blogspot.com

Diretor dos Destaques: Alex Varela

Assistentes de Arte Sergio Luiz Melo

Dept' Cultural: Thatiana Pagung

Reportagem e RedaC(ao Giselle Andrade Jean Claudio Santana Luciano Dias Marcelo Nogueira Julia Gleizer (estagiaria)

Assessores: R6mulo Luis Melo Russo Jaqueline Pereira de Carvalho Sharlene Rosa

Diretor do Barracao: Junior Shall DeptO de Finan~as: Isabel Cristina Mello Dias Russo

Revisao Olga de Moura Mello

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Fotografia Carlos Moraes Diego Mendes Henrique Matos Centro de Memoria da Vila Isabel Oivulga9.30 Pantene

Infografico e lIustra y ao Janey Costa Produyao Delma Barbosa Apoio Fabiano dos Santos Impressao Grafitto Grafica Tiragem 5 mil exemplar~s

G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel Qoa',,, Boulevard 28 de Setembro, 382 Vila Isabel. RJ • 20551-031 • Tel,: 2578-0077 Barracao: Rua Rivadavia Correa, 60 Fabrica de Alegorias n' 5 • Cidade do Samba Gamboa' RJ • 20,220-290 • Tel,: 2263-3937 www.Qresunidosdevilaisabel.com.br

REVISTA])A V ILA

Distribui y30 'Gratuita Proibida a reprodu9ao sem autoriza9 aO expressa dos autores. Venda proibida.

o ana de 2010 me reservou em090es diametralmente opostas: a alegria de um feliz matrimonio e a noticia da chegada de minha prime ira filha, contrastando com 0 stlbito afastamento do querido presidente Moises, meu pai, de nosso seio familiar. Deus pas em minhas maos 0 comando da Unidos de Vila Isabel, escola de icones como Noel e Martinho, e de torcedores fanaticos e vibrantes, que todos os anos fazem a Vila pisar forte na Avenida. Se por um lado possuo apenas 26 anos, por outro sao 26 anos de amor ao samba, pois, desde a minha infilncia na 8aixada Fluminense, sou um apaixonado pelo Carnaval , vivenciado mais intensamente nos tlltimos oito anos, meu tempo de Vila Isabel. Obrigado pelo apoio dos amigos que juntos estiveram nessa jornada. A Vila Isabel desfilara melhor do que nunca. Estamos preparando 0 maior Carnaval da historia da nossa Agremia9aO. Os nossos segmentos compoem uma enorme familia. E por essa familia que trabalho e conduzir a Vila a mais um titulo e 0 meu desejo. Movidos , pel a uniao sempre pregada pelo nosso Presidente, somos fortes candidatos vito ria. Em um ana de emoc;:oes distintas, que Deus reserve a felicidade maxima para nossa Agremia9aO. â&#x20AC;˘ Saudades de ti, Moises.

â&#x20AC;˘ Wilson da Silv<tiAlves Superinte~ dente

Liesa Enredo

8 10

Camavalesca Musas

Estandarte de Ouro Gestao

Rainha de Bateria Artigo

Quesitos Perfil

Infognifico

Maos e Linhas

Responsabilidade Social

Galeria

Herdeiros da Vila Parceiros â&#x20AC;˘

â&#x20AC;˘

Gisele Biindchen Samba-Enredo

Existem sfmbolos que ultrapassam culturas . Fazem parte de um imaginario geral, ignorando jronteiras geograficas e de conhecimento. Para este Carnaval, a Unidos de Vila Isabel buscara, com seu enredo "Mitos e hist6rias entrela9adas pel os fios de cabelo", mostrar exatamente isso: como '(rna situa9ao, um objeto, uma hist6ria, pode s~r simb61ica em diversas civiliza90es. Da atribuida origem do Universo, na india, a busca da liberdade, ocultando ouro para comprar a alforria, no Brasil, a Azul e Branco da terra de Noel Rosa mantem sua linha de temas culturais enos propoe uma curiosa viagem permeada por mitos e lendas. E, quase que numa auto-referi'mcia a lesta que nossos artistas, com seu talento e dedica9ao tanto ajudam a desenvolver a cada ano, culminara sua apresenta9ao exaltando Lamartine Babo, um dos grandes mestres de nosso Carnaval. Democratico como s6 nossa festa pode ser, o compositor teve nos cabelos de loiras, morenas e mulatas inspira9ao para eternizar can90es que todos ate hoje cantamos nos animados saloes da folia. Bom Carnaval a todos! Jorge Castanheira

Presidente da Liesa

CARNAVAL 20 II

Mitos e Historias Entrela~adas

rp~C 9-t~c 4 U~ VILA ISABE

Eles sao encantados ou encantadores, revelam hdbitos e crenras, sao sfmbolos de sensualidade ouforra, submissao ou luta pela liberdade. No domingo de Carnaval, quando a Unidos de Vila Isabel pisar na Marques de Sapucaf, os cabelos serao tambem protagonistas de um desfile minuciosamente desenvolvido para seduzir a plateia e disputar mais um titulo para a Azul e Branco. Tres mil e oitocentos componentes, oito carros alegoricos, um tripe e 33 alas passarao pela Avenida para contar 0 enredo 'Mitos e historias entrela<;:adas pelos fios de cabelo', de auto ria da carnavalesca Rosa Magalhaes e do historiador Alex Varela. "Nilo e um enredo historico nem apresentado cronologicamente , dentro de uma estrutura tradicional de' come<;:o, meio e lim. 0 enredo da Vila vai contar mitot; de varias culturas e historias, algumas muito engra<;:adas, que estao diretamente relacionadas aos lios de ca~ lo" , explica Alex Varela. â&#x20AC;˘ Na abertura da escola, 0 coreografo e ba1iarino Marcelo Misailidis apresenta uma com issao de frente baseada no mito grego de Medusa. Logo em seguida, 0 premiado casal de mestre-sala e porta-bandeira surge na Passarela do Samba, Julinho fantasiado de Perseu , o semideus que decapitou Med usa, Rute vestida como Andromeda, esposa do heroi. Intitulado 'Mitos e lendas associados aos cabelos', 0 primeiro setor apresenta dois mitos e uma lenda de povos bem primitivos. Alem do mito grego, 0 publico conhecera

a bela historia da mitologia indiana, segundo a qual 0 universo teria sido criado atraves da tecedura dos cabelos de Shiva. Assim como a simbologia dos cabelos soltos, associados a terriveis divindades. Neste setor sera mostrada tambem a lenda chinesa da representa<;:ao do sol par meio dos cabelos dispostos ao redor da cabe<;:a e 0 sacrilicio de Tang , que olereceu os cabelos por seu povo. o segundo setor lala da 'For<;:a vital das madeixas', com historiqs como a dos indios norte-americanos Hopi, que renovavam suas lor<;:as pelo corte coleti vo de cabela nas lestas de solslicio de inverno. A biblica historia de Sansao e Dalila tambem passara pela Avenida neste setor. Dalil a sera representada pela atriz Barbara Borges, uma das musas da agremia<;:ao. 'As tran<;:as e os cabelos longuissimos como simbolo da submissao e da salva<;:ao' e 0 tema do setor tres do enredo. As tran<;:as das mulheres russas, que simbolizam submissao, na ficlicia historia de Rapunzel representam a salva<;:ao, e na de Lady Godiva - a nobre mulher que cavalgou nua, coberta apenas pelos longos lios de cabelo, para libertar um povoado da â&#x20AC;˘ Inglaterra da cobran<;:a absurda de impostos e da tirania de seu marido - significa liberta<;:ao.

Neste setor desfilara a bateria, fantasiada de '0 principe de Rapunzel'. A frente dos ritmistas, a apresentadora Sabrina Sato faz sua estreia como rainha da bateria da Azul e Branco, representando 'A j6ia da rainha'. A inven<;:ao e uso das perucas pelos egipcios e nas cortes dos reis Luis XIV e XVI formam 0 tema do quarto e quinto setores, respectivamente. Cle6patra sera vivida na Sapucai pel a bela atriz Mayana Moura, na suntuosa alegoria '0 grande cortejo egipcio'. As peru cas com apliques curiosos, como casti<;:ais e passarinhos presos a fios de seda, que as mulheres usavam para agradar aos Luises na corte francesa, desfilarao em alas, no carro aleg6rico e na fantasia do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira. A sexta parte do enredo aporta no Brasil para contar hist6rias vividas nas minas de Duro de Minas Gerais, onde escravos escondiam pepitas de ouro sob a crespa cabeleira, a fim de comprar sua alforria. Mami Wata, a divindade african a que possui todos os tipos de cabelo, marca presen<;:a neste setor e sera vivida pela musa Quiteria Chagas. Ainda nesta parte do enredo sera contada a curiosa hist6ria da tran<;:a da rua do Ouvidor, com mais de do is metros de comprimento, ex posta em um salao de cabeleireiro no seculo XIX. o encerramento do desfile foi batizado pel os autores de 'As Venus do seculo XXI e a exalta<;:ao da festa democratica do Carnaval por Lamartine Babo'. Este ultimo setor trara da Velha Guarda da escola a top model Gisele Bundchen, que desfilara pel a primeira vez na Passarela do Samba. Ela sera a principal destaque da ultima alegoria , que exibira a Coroa da Vila, simbolo maior da agremia<;:ao. 0 setor exalta tambem as can<;:6es de Lamartine Babo autor, entre muitas outras marchinhas, de '0 teu cabelo nao nega'.

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o sa a veterana estreante Estreante na Vila Isabel, a carnavalesca Rosa Magalhiies tem bagagem de sobra para garantir um excelente carnaval para a escola do bairro de Noel no Carnaval 2011. Rosa passou por varias escolas do Rio de Janeiro, como Salgueiro, Imperio Serrano, Imperatriz Leopoldinense e, em 2010, Uniiio da Ilha. Sua carreira conta com seis vilorias, cinco delas na era do Sambodromo, conquistadas com a Imperatriz - onde Jicou por 18 anos - e outra no Imperio Serrano, com 0 consagrado 'Bumbum Paticumbum Prugurundum' .

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19&

aes Formada em Belas Artes, na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, e em Genografia, na Escola de Teatro da Uni-Rio, Rosa faz parte de um grupo de artistas que surgiu sob a lideranc;:a de Fernando Pamplona, que nos anos de 1960 e 1970, como cabec;:a da comissao de carnaval da Academicos do Salgueiro, revelou grandes talentos para 0 Garnaval. Gom a Vila Isabel, Rosa diz vive\ um momenta especial. "Quero que seja mais um desfile inesquecivel.

No barracao de Rosa Magalhaes uma coisa tem chamado atenc;:ao. Os carros aleg6ricos estao gigantescos, contrastando com os ultimos projetos da carnavalesca, que costumava fazer alegorias menores. "Gada vez que a gente poe mais alguma uma coisa em cima de um carro, eu digo: 'Meu Deus!' ", revela. Mas a artista nao consegue eleger um carro preferido. "Gada um que vai ficando pronto, eu you gostando", diz. o trabalho transcorre na mais perfeita harmonia e Rosa tem cativado seus companheiros de trabalho. "Eu aprendi muito neste Garnaval e hoje posso dizer que sou um profissional formado e realizado por ter trabalhado com ela", assegura Romario, chefe da equipe de terragem do barracao, que tem 19 an os de experiencia em diversas escolas de samba. "A caracteristica que mais me impressiona na Rosa e a qualidade do acabamento dela, que busca os minimos detalhes", prossegue Romario. "Alem disso tem a convivencia. A Rosa e como uma mae. A gente vai se apegando".

Se vier 0 campeonato melhor, mas quero mesmo e que seja tudo muito lindo", declarou. A carnavalesca esta confiante no bom desempenho da escola. Ela enumera tres pontos a destacar nos preparativos da Vila Isabel. "0 primeiro e 0 conjunto. Quando voce olha e ve um conjunto harmonioso , ja causa uma outra impressao. Depois eu acho que sao os itens de julgamento. E a empolgac;:ao da escola, que esta enlouquecida. A escola parece uma pipoca", tala Rosa, com 0 rosto iluminado por um largo sorriso. " Eu sinto na escola um clima de luta, de vamos pra frente " , acrescenta. o clima da Azul e Branco contagiou a carnavalesca, que tem acompanhado os ensaios tecnicos e a performance dos segmentos que disputam quesitos. "Eu fico exausta, mas vou ", conta.

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Ha 40 anos ...

o ana de 2011

marca a comemorac;:ao de 40 anos de carreira de Rosa Magalhaes, que comec;:ou como figurinista no Salgueiro, no ana em que a escola desfilou com 0 enredo 'Festa para um rei negro', de auto ria de Marja Augusta. "Eu nao sabia nada de Garnaval. Me pediam para desenhar a porta-bandeira e eu perguntava: 'Ela faz 0 que?" , ri a carnavalesca. "Oepois de montar a escola eu corri para a arquibancada para ver 0 desfile. Ai eu fui ver 0 que era uma escola de samba, porque ate entao eu s6 tinha uma ligeira noc;:ao", brinca Rosa, relembrando que, naquele ano, a equipe era formada por apenas seis pessoas e 0 'barracao' era no quintal de um diretor da escola, contrastando com os dias atuais e a mega estrutura de que dispoe na Vila Isabel.

REVISTADA VILA

Musas e destaqu es da Vila Isabel revelal71 seus Iruqu es e segredos para manter as madeixas dignas de nota dez

o seu cabelo nao nega ... que e bem tratado. Sejam a mulata Quiteria Chagas , a morena Thatiana Pagung ou as louras lia Khey, Barbara Borges e Gisele Bundchen, todas as musas e destaques da Vila Isabel exibem madeixas em harmonia com enredo da Azul e Branco. Em qualquer passarela, as cinco garantem dez , nota dez em brilho, nota dez em maciez, nota dez em tonalidade. Uma beleza que a mae natureza criou e os bons cabeleireiros e os 6timos produtos conseguem melhorar dia ap6s dia.

REV I S'l i \ 1);\ V II.A

0 nome pOr tras dos milhares de fios dourados de Barbara Borges e Marcio Mello. As maos do profissional e um cardapio de tratamentos mantem a cabec;a da atriz impecavel para as novelas da TV e os desfiles na Sapucai. 0 ritual mais importante seguido por Barbara e 0 realinhamento termico feito de tres em tres meses, com um coquetel que inclui desde shampoos a colageno. Entre um e outro realinhamento termico , a ex-Paquita segue uma rotina quase rel igiosa.

"Os meus cabelos estao saudaveis gra9as a todo esse cuidado. Vou ao salao toda semana. Nao lavo os cabel os diariamente. As vezes, dia sim e dia nao, ou entao fico dois dias sem lavar. Nao mais do que isso", ensina. A diferen9a entre os perfis esteticos das musas Barbara Borges e Quiteria Chagas pode esconder rotinas comuns. A modelo, que tem um am or na Italia, oferece aos cabelos, a cad a tres meses, um tratamento especial de relaxamento em Milao. No Brasil, a cabe9a continua na Europa. A sambista faz aplica90es regulares de um produto frances it base de queratina, al<'>m de cremes nacionais e importados, para deixar os cabelos alinhados com 0 conjunto da obra escultural cham ada Quiteria. "0 Brasil tem produtos tao bons quantos os importados". A for9a dos cabelos e tanta que uma simples mudan9a de cor e capaz de virar noticia. Em julho de 2010 e janeiro deste ano, a evolu9ao da versao Lia Khey morena

para a Lia Khey loura foi registrada por sites de celebridades. Sob os cuidados do cabeleireiro Marco Antonio di Biaggi, a eX: BBB ostenta agora um "novo loiro de tres tons", segundo 0 profissional. "Quis deixar a raiz escura", ressalta Lia, que lava os cabelos todos os dias e planeja um novo retoque na cor antes de julho. Thatiana Pagung nao precisa ir itltalia ou mesmo it IpanerFl!'l para tratar das ~Adeixas. A cabe9a da destaque da comissao de frente da Vila Isabel e feita exciusivamente pela mae Helena Pagung. A professara de 59 anos da banho de brilho que ajuda a compor 0 perfil da filha modelo, dan9arina, atriz e cineasta. "Tudo que ela faz real9a 0 tom negro dos meus cabelos. Eles ficam brilhantes e sem oleosidade", diz. E os segredos de Gisele BOndchen? A top model e a garota-propaganda da marca de produtos para 0 cabelo Pantene. Precisa escrever mais?

REVISTA DA VILA

REV1STA DA VILA

Como esquecer 1977, 0 comec;:o de tudo, quando a Vila ganhou como escola revelac;:ao e ainda como melhor bateria, Com 0 enredo daquele ana - 'Ai que saudade que eu tenho' , dos carnavalescos Arlindo Rodrigues e Luiz da Silva Ferreira - a escola do bairro de Noel foi alc;:ada ao grupo das principais agremiac;:6es do Carnaval do Rio de Janeiro. No ana seguinte, foi a vez dos cariocas conhecerem Martinho da Vila, que arrematou 0 premio de personalidade masculina. Em 1978, a Vila Isabel cantou 'Oique, um mar de amor'. Em 1979, a escola nao leva nenhum estandarte, mas vence 0 grupo 1B com 0 enredo 'Os dourados anos de Carlos Machado', de Fernando Costa e Silvio Cunha que, em 1980, levaram a escola ao segundo lugar no grupo A, 0 principal na epoca, ganhando ainda dois trofeus: a de melhor samba e melhor bate ria. Em seus 64 anos, a Azul e Branco ja cantou varios enredos que sacudiram a Sapucai. Mas foi em 1987 que a agremiac;:ao ganhou seu primeiro trofeu de melhor escola,

Trinta e nove vezes

ESTANDARTE DE OURO •

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Contar a historia da Unidos Vila Isabel e voltar ao tempo dos antigos carnavais e relembrar os inesquecfveis des.files que the renderam 39 trofeus do Estandarte de Ouro, aclamado pelos proprios sambistas como uma especie de Oscar do Carnaval carioca. Cada premio conquistado tem importancia e valor ~inicos, pois traduzem 0 esforr;o, a dedicar;iio e a emor;iio de toda a escola

I REVISTA DA VILA

com 0 enredo 'Raizes', de Max Lopes. Mesmo tendo sido eleita a melhor pelos jurados de 0 Globo, nao foi cam pea do carnaval. No inesquecivel ana de 1988, quando 0 tao sonhado campeonato chegou com 'Kizomba, a festa da ra<;:a', o desfile arrematou cinco Estandartes: melhor escola, samba-enredo, bateria, enredo e ala mirim. "Nesse ano, a Vila marcou de vez seu nome no hall dos carnavais inesqueciveis", afirma Wilson da Silva Alves, 0 Wilsinho, superintendente da Unidos de Vila Isabel. Nos desfiles seguintes, a Vila continuou marcando presen<;:a na lista de premia<;:ao do Estandarte. Em 1989, levou 0 de melhor comissao de frente, com 0 enredo 'Diceito Ii direito', outro samba que marcou a passagem da Azul e Branco na Sapucai. Nos anos seguintes, destacou-se em quesitos decisivos, como mestre-sala e portabandeira, samba e enredo. Allim de faturar premia<;:oes que exaltam as raizes da escola: passista feminina e masculino, samba do Grupo de Acesso, ala da comunidade e personalidade. "Receber um premio Ii ter certeza de que 0 esfor<;:o de um ana de trabalho foi recompensado. 0 Estandarte tradicional. Nossa comunidade 0 recebe' como se fosse uma vito ria. Eo muito importante para a Vila" , diz Wilsinho.

Vila Isabel

Os estandartes da Vila Isabel Escola: 1987 e 1988 Samba-enredo: 1980, 1984, 1988, 1993 e 1994 Enredo: 1988 e 2010 Bateria: 1977, 1980, 1988 Comissao de frente: 1989 e 2009 Mestre-sala : 1992, 1997, 2007, 2009 e 2010 Porta-bandeira: 1997 e 2010 Personalidade: 1998, 2000 e 2009 Destaque masculino: 1983 Ala: 1995 e 2010 Personalidade masculina: 1978 e 1980 Revela<;:ao: 1977 Passista masculino: 1983, 1994 e 1999 Passista feminina: 1998, 2000 e 2005 Samba-enredo Grupo de Acesso: 2003 Ala de baianas: 1985

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REVISTA DA V ILA

Foco nos resultados e nas pessoas A atual gestao da Vi la Isabel tern a marca do empreendedori smo. Ao longo de dois mandatos , 0 primeiro iniciado em 2006, son hos acalentados ha muito tempo foram rea lizados e a escola subiu ao patamar das q ue sempre disputam 0 titul o na Marques de Sapucaf. Prova disso e 0 rank ing da Liga lndependente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, onde a agremiac;ao figura em terceiro lugar. Nos cinco anos da atual administrac;ao, em quatro a escola desfilou no Saba~o das Campeas . A partir de 2009, outra decisao fortaleceu ainda mais a escola e a participacao comunitaria. A Vila Isabel passou a confeccionar todas as fantasias em seu barracao, doando-as para a comunidade. Valorizou-se assim 0 componente, seu am or pela escola e sua garra nos desfiles. o sonho de ter uma q uadra propria foi definitivamente realizado. E hoje a Vila Isabel possui a mais modern a quadra da cidade, palco de shows com os maio res nomes da MPB, com toda infraestrutura e conforto necessarios para co locar 0 enderec;:o no roteiro de entretenimento e cu ltura de q ualidade. o relacionamento com empresas privadas e governos, nas tres instiincias do Executivo, viabilizou projetos socias e deu inh;:ro a re alizac;:ao de outro sonho ousado, a constrw;:ao da Vila Olimpica da Vila Isabel. A formula e muito t rabalho e disposic;:ao, aliando-se uma gestao foe ada em resultados com a valorizac;:ao das raizes da Vila Isabel e de seus baluartes e personagens que dia a d ia constroem uma escola forte. unida e com petit iva, com incrivel forc;:a transformadora, dentro e fora da Marques de Sapucai.

A pequena morena de Penapolis arrebatou a comunidade da Azul e Branco de Vila Isabel. Com urn carisma estonteante, Sabrina Sato chega para reinar absoluta a frente da bateria da escola de samba do bairro de Noel. E estreante no posto, mas tern presen<;a e confian<;a suficientes para realizar urn sonho de crian<;a: ver a Sapucaf render-se aos seus encantos.

"Na minha infancia , gostavadeficar na frente da televisao assistindo aos desfiles e me imaginando na Sapucai. Decorava 0 samba e saia cantando. Hoje, estreio como rainha de bateria pela Vila Isabel. E a realiza9ao de um sonho. Gosto tanto de Carnaval que nao poderia ter nascido em outro mes, senao fevereiro " , afirma, sempre simpatica.

A bailarina e ex-BBB nao imaginava que um simples desejo de crian<;a de interior a transportaria para um . cargo de altissima responsabilidade no Carnaval carioca. t' "Meu papel e ajudar a escola, evoluindo com a bateria. ; Admiro 0 trabalho do mestre Atila desde sua passagerl) pelo Imperio. Eo muita responsabilidade, mas estou aprendendo, para fazer bonito na hora H", garante a apresentadora do Panico na Teve. E par falar em aprendizado, Sabrina nao abre mao dos ensaios com a passista Dandara, cria da Vila e uma

REVISTA DA VILA

de suas mais aplaudidas sambistas. "Nao nasci no sarllba. Por isso, tenho que me doar para a escola e dar tudo de mim na Avenida". . Mas quando e questionada sobre como mtntem sua silhueta , a morena solta uma gargalhada e diz: "~u ate tenho um personal, mas ando sem tempo para ele. Gosto de comer e nao tenho restri<;;ao. No meu cardapio entram batata frita, chope e qualquer comida que goslo. 0 negocio e ter pique e man dar bem na Passarela do Samba. Nao serao dez, quinze dias que vao fazer a diferen<;;a em meu manequim" , avalia . Mesmo sem ter nascido no samba, Sabrina parece entender perfeitamente 0 amor e a dedica,ao de quem trabalha na montagem da festa mais popular do Brasil. "A Vila a comunidade, e 0 trabaIho da Dona Rita, das passistas. Eo Martinho e Martinalia. Na Vila aprendi que Carnaval e trabalho de muita gente. Nos passamos pel a escola, eles ficam e quando acaba 0 desfile, ja estao preparando o proximo. Esse ambiente e maravilhoso", entusiasma-se. Feliz com sua trajetoria profissional e comemoran-

do oito anos de carreira como apresentadora do programa Panico, da Rede 1V, Sabrina Sato revela um pouco do â&#x20AC;˘ â&#x20AC;˘ que sera sua fantasia. "Serei uma guerreira, uma mulher forte. Por isso, minha roupa nao tera penas. Serao 20 crinas de cavalo. Toda ela sera banhada a ouro e cravejada com aguas marinhas", conta a rainha da Vila. Eo por causa de sua simplicidade e amor pelo que faz que, quando a Vila apontar na Sapucai contando a historia dos fios de cabelo, as aten<;;6es iraQ se voltar para a pequena notilvel. Ela reinara alegre, mostrara samba no pe e vai ensinar que sonhos sao possiveis de serem realizados. Eo de se admirar a trajetoria da adolescente que saiu de Penapolis para estudar dan<;;a e interpreta<;;ao na capital paulista, trabalhou como bailarina no programa Domingao do Faustao, da TV Globo, e ainda participou do elenco do BBB3. Agora, chega para conquistar seu espa<;;o no Carnaval carioca, it frente dos ritmistas da 'Swingueira de Noel'.

REvrSTA I)A VILA

Por Manoel Alves, jornalista

A .unidos de Vila Isabel foi responsavel por um conduzidos ao palco central da saudavel disputa entre as d(fS momentos mais inesqueciveis da historia dos des- escolas co-irmas. files, quando ganhou 0 Carnaval de 1988, com Kizomba. Em minha trajetoria profissional, tive 0 privilegio Uma escola tradicional, com uma comunidade aguerrida, de conviver, entrevistar e jogar conversa fora com muitos fazendo um desfile de pura emo~ao. A Sapucai tremeu bam bas, muitos sambistas que escreveram e escrevem com uma escola que nao exibia luxo, mas um samba de a historia do Carnaval. E muitos destes talentos estao na arran car lagrimas e componentes cantando a plenos pul- Vila Isabel, que soube unir tradi<;:ao e modernidade sem moes, felizes e ganhando 0 publico a cada metro con- perder sua essencia nem a voca<;:ao para surpreender a quistado da Passarela do Samba. Marques de Sapucai. , Depois de grandes carnavais, a escola foi perdenComo canta Noel, "A Vila nao quer abafar ninguem, do espa~o para concorrentes mais luxuosas e capitaliza- so que mostrar que faz samba tambem". Ou ainda como das. Ate que, na primeira decada do novo seculo, veio ver,sa 0 malemolente Martinho: "Sam bar na Avenida de o baque para seus apaixonados sambistas e torcedores: Azul e Branco e 0 nosso papel". E assim 0 ritmo vai gaa escola foi rebaixada ao grupo de Acesso, amargando nhJndo a cidade e 0 mundo, e a Vila marcando seu esalguns anos sem ascender ao Especial. pa<;:o na Passarela II nos cora<;:oes de quem ama 0 samba E foi ai que pude presenciar alguns oulros momen- tie 0 Carnaval carioca. tos inesqueciveis. A Vila deu a volta por cima e, no se- ; gundo ana apos voltar a elite do Carnaval, foi novamente campea. Ano a ano, seus componentes foram recuperan~ do 0 orgulho de fazerem parte da elite e se acostumando a voltar no Sabado das Cam peas. Hoje em dia, e muito bonito de ver os ensaios tecnicos da escola. Quanta garra, quanta vontade de que 0 tempo passe logo e 0 desfile chegue. E assim, toda uma comunidade e todo um bairro do Rio de Janeiro sao re-

RI \ I I '\ DA VILA

odisputado mundo dos desfiles da Passarela do Samba to por um rcgulamclllo que cSlabclccc os Illfnimos dctalhes

que dcvem ser cumpridos peJas escolas de samba. desde itens de presen~a obrigatoria ate os criterios de julgarnento que vao norte3r a avalia~ao dos qucsitos pOl' parte do corpo de jurados. Para ser campea. uma escola precisa mai~ do que conquis-

tar a nota maxima dos jurados. E Ilcccss{lrio cumprir as chamadas nbrigatoriedades. UIl1<l agremiac;ao nao pode. por exemplo. desfilarcm menos de 65 minutos Oll c llllllais de 82 minutos. Para cad a minuto abaixo do tempo minima au acima do maximo. a escola pcrde ponlua\ao. 0 que pode Ihe custar 0 c3mpeonato. A tradicional ala dus

baia[la~ nao

equesito julgado. No

cntanto. Coutra cxigcncia. devenclo leI' 0 minimo de 70 cornponente~. A bateria precisa ter pelo menos 200 ritmistas. as carros .alcgoricos. pOl' sua VCZ, dcvem ser. ao todo. entre cinco e oito. Ja a corni~sao

de frente precisa se apresentar corn

mInima de dez e

rm\,imo de quin7e componcntes. Uma vez cumpridas tais exigcncias, cuja desobediencia e punida com perda de pontos. a esco la de samba precisa conqui~Iaros jurados. Ele~ sao no total. cinco para cad a urn dos dcz quesitos, e estao distribufdos em cabines ao longo c10s cliversos setores da Sapucaf.

as julgadores dao notas entre oito c del, que podcm scr fracionadas. Das cinco notas de cada quesito. a maior e a menor sao descartaclas. Se . par exemplo . um a esco la reccbe no qucsito harmonia nota dez de quatro jurados e 9.9 de urn, serao jogadas fora lim dez e 0 9.9. validando-se tres notas dez. Com este sistema, a competi-;ao flea mais acirrada c cqu ilibrada. No resultado final. haven do empate entre agremiayOcs, 0 desempate feito levando-se em conta as notHS do ultimo qucsito 1* anunciado. E: importante frisar que a ordcm de abertura dos envelopes com as Ilotas e deterrninada apenas horas antes da divulgao;;ao dos resultados, par meio de sarteio na scde da Liesa, com a presen-;<:l dos presidcntes de todas as cscolas . Neste Carnaval, a apurao;;ao acontece no dia 9 de maryo, na Praya cia Apoteose. Os dez qucsitos avaliados pelo corpo de jurados sao: com issao de frente. mestre-sala e porta-bandeira, bate ria. enredo. samba-cnrcdo. fantasias. alcgorias c adcrcyos. harmonia, evo lu~ao c conjunto. Embora 0 dcsempenho de lodos os componentes pese e seja determinante para 0 resultado final. cada urn dos quesitos tern Ulll ou mais artistas e profissionais diretamente a elc rclacionados. Confira nas paginas seg uintes quem sao estes personagens - a maioria atuanclo nos bastidores - e 0 que e avaliado pclo jurado cm cada qllcsito em disputa na Marques de Sapllcaf.

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o detalhe e que importa Saiba como as escolas de samba silo i.u~gadas na Sapucat, entre quesitos e Qbrigatoriedades

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As comissoes tem se revelado um show parte do espctaculo que 0 dcsfile da agremia9ao . grupo deve ter entre 10 e 15 componentes e tcm a fun9ao de saudar 0 publico e aprescntar a escola. Os jurados avaliam a cri ati vidade, a coordena9ao c a sinton ia da exibi9ao de seus componentes no momento em que estao em frente as cabines . Apos a parada e apresenta9ao d iante clelas. a comissao cle frente pocle evoillir como quiser. A fantasia cia comi ssao pocle ser traclicional - co m 0 lISO de terno, smoking, fraque e cartola - ou integracla ao enredo.

RI'VI'>TA DA V I LA

Primeiro bailarino e exdiretor do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Marcelo Misailidis o coreografo da Comissao de Frente da Unidos de Vila Isabel pelo quarto Carnaval consecutivo. Ganhador de todos os premios importantes do Carnaval carioca, inc;luidos na rela9aO tjualro Estandartes de Ouro ' do jornal 0 Globo, Misailidis comandan:' um grupo de ca10rze homens e uma mulher, que apresenlarao uma performance intilulada 'Medusa, mito implacavel'. A alriz e modelo Tathiana Pagung fa, o papel de Medusa, 0 mito gregG que linha serpentes n lugar de cabelos - oulrora belos e sedutores - e lransfo maya em pedra quem para ela olhasse diretamente.

mestre-sala e a porta-bandeira da Vila Isabel parecem ter side feitos um para 0 Dutro. Julio Cesar da Concei9iio Nascimento e Rute Alves Noronha fazem par pelo quarto ana seguido. No Carnaval 2010, eles foram eleitos pelo juri do Estandarte de Ouro como o melhor casal da Marques de Sapucai. Em 2009, Julinho ja arrebatara 0 premio na categoria melhor mestre-sala. No enredo 'Mitos e hist6rias entrela9adas pelos fios de cabelo', Julinho vivera Perseu, 0 her6i grego de derrotou Medusa, decapitando-a, e Rute vira fantasiada de Andromeda, a bela princesa esposa de Perseu.

A dan~a do mestre-sala e da porta-bandeira e diferente. Eles nao evoluem sambando, mas com urn bailado especffico. Integra~ao, graciosidade, leveza e harmonia sao essenciais na avalia~ao deste quesito. o mestre-sala tern a fun~ao de cortejar sua dama, por meio de gestos elegantes e corteses, alem de proteger " e apresentar a bandeira da agremia~ao. A porta-bandeira deve conduzir e pavilhao sempre desfraldado, sem deixa-Io enrolar no mastro nem em seu corpo. A fantasia deve ser adequada para a dan~a, de modo a nao prejudicar a apresenta~ao do casal. Eventuais problemas na roupa ou no cal~ado tambem penalizam 0 casal com perda de pontos.

Alcan,<ar nota dez em bateria tem sido um constante desafio para todas as escolas de samba. A regra ens ina que 0 Mestre de Bateria deve assegu[llr que 0 som dos instrumentos esteja em perfeita conjuga,<ao entre eles, e que a ala sustente ~cadencia da bateria em harmonia com 0 samba-enredo. A criatividade e a versatilidade da bateria tambem sao irnportantes criterios na hora do julgamento.

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Atila dos Santos Gomes, 0 Mestre Atila, e um dos mais tecnicos e respeitados mestres de bateria da atualidade. Sua firmeza, criatividade e ousadia, conjugadas com a preserva9ao dos fundamentos do samba e a disciplina na condu9ao dos ritmistas, renderam-Ihe inumeros premios e reconhecimento. Atila iniciou sua trajetoria em 1981, como componente da bate ria do Imperio Serrano. Dez anos depois, ele tornou-se diretor e, em 2003, assumiu 0 posto principal da bateria imperiana. Detentor de tres Estandartes de Ouro, Atila aprimorou-se em percussao na Escola Villa-Lobos. Anualmente 0 mestre viaja para a Europa, onde ministra aulas em universidades de paises como Alemanha, Fran9a e Sui9a. Atila esta it frente da 'Swingueira de Noel', como e conhecida a bate ria da Vila, pelo segundo ano. Seus ritmistas virao fantasiados de 'Principe da Rapunzel'. 0 presidente de Honra da bateria e ,Ilmadeu Amaral , 0 Mestre Mug, que comandou a ala por 21 anos seguidos.

oen redo apresentado pela escola deve ser bem desenvolvido , de maneira que seu roteiro possibilite 0 entendimento do tema ou argurnento proposto. Deve ser criati vo e bern adaptado. Fantasias e alegorias tern papel fundamental neste quesito, pois devem transmitir com c1areza 0 tema do enredo, facilitando a compreensao. , A agremia~ao apresenta previamente 11 Liesa, que repassa ao Corpo de Jurados, a sequencia de alas e alegorias, que, se for alterada - ou se algurn item deixar de desfilar - implica em perdll de pontos.

o enredo da Vila Isabel e de autoria da carnavalesca Rosa Magalhiies e do historiador Alex Varela. E a primeira vez que a dupla trabalha em parceria. Varela esta na agremia9ao desde 0 Carnaval 2006. Ao longo deste tempo , ja trabalhou com os carnavalescos Alexandre Louzada, Cid Carvalho e Alex de Souza. Alex foi responsavel pel a pesquisa hist6rica e desenvolvimento da sinopse e roteiro do enredo, junto com Rosa, que assina tambem 0 projeto artistico do desfile e a cria9ao de fantasias e alegorias.

VILA

Fundamentais para co ntar 0 Enredo, as alegori as e aderec;:os devem ser bem conceb idas e adequadas para tran smitir 0 conteu do do tema. Devem ser criativas, mas possuir signi ficado dentro do enredo. 0 resu ltado visua l e importante: os acabamentos e 0 cuidado na co nfecc;:ao e na " deco rac;:ao sao ite ns avaliados. Os destaques e co mpos ic;:6es da s alegori as sao conside rados partes integrantes das a lego rias . Sendo assim , suas fantas ias e a integrac;:ao co m 0 carro aleg6r ico tambem sao jul gados. Avarias e partes que, mesmo acidentalmente, se so ltem das al egori as ou a falta visfvel de co mpone ntes em lu gares projetados para recebe-Ios, sao passfve is de penali zac;:ao.

Neste quesito, a Vila Isabel conta com uma equipe afinada. A come9ar pela carnavalesca, conhecida por ter um dos mais cuidadosos acabamentos em alegorias. O,esmero come9a com a escol ha dos profissionais, desde 0 ferreiro, o tarimbado 'Romilrio' , ate 0 ilu minador, 'Paulinho qa Luz'. 0 trabalho e acompanhado de perto por Rosa Magalhaes, que supervisiona detalhe por detalhe de um time de centenas de pessoas, entre adere9istas, pintores de arte, ferreiros, carpinteiros e eletricistas. Ao seu lado , at~a incansilvel e aten'tamente Junior Schall , integrante da Comissao de Carnaval que tem como maior atribui9aO acoml'lanhar a evolu9ao dos trabalhos da filbrica de alegorias.

REVIST,\IM V I LA

As fantasias sao a propria alma do Carnaval, com sua capacidade de transformar 0 foliao em um personagem fictfcio por um dia. Sao parte determinante do desfile. Mas nao basta serem lindas, luxuosas ou originais. Suas cores e formas devem ajudar a transmitir 0 conteudo do enredo, com criatividade e informac;ao clara. Os acabamentos e cuidados na confecc;ao sao julgados, assim como a uniformidade de cada ala. Todos os componentes devem usar exatamente a mesma fantasia, do sapato ao chapeu. Cada detalhe e observado e fantasias que despenquem na Avenida ou foli6es que desfilem sem chapeu ou com sapatos diferentes do restante do grupo, por exemplo, resulta em perda de pontos para a agremiac;ao .

â&#x20AC;˘ Ganhar a pontua<;:ao maxima neste quesito pode ser com parada a utna gesta<;:ao. Come<;:a na prancheta da carnavalesca, quando conc$ be os figurin~s e pensa a escola ,em sua totalidade estetica. Mas e>lste um fator determinante: 0 atelie. Na Vila Isabel, este setor e coman dado por Rita de Cassia da Silva Alves, diretora geral de atelie, coordenadora dos projetos de capacita<;:ao profissional desenvolvidos pel a escola e primeira-dama. Formada em corte e costura, Rita de Cassia comanda centenas de trabalhadores, entre costureiras, bordadeiras e adere<;:istas. Seu trabalho come<;:a na confec<;:ao dos prototipos, 0 que exige sensibilidade e conhecimento tecnico, pois e 0 momenta de materializar 0 figurin~ idealizado pela carnavalesca. E prossegue com a reprod~<;:iio em massa da indumentaria. A rotina e pesada e;-muitas vezes, a jornada de Rita pode chegar a 16 horas de trabalho por dia, na epoca proxima ao desfile. Um diferencial da Vila Isabel e que a agremia<;:iio doa cem por cento das fantasias para sua comunidade, formada por moradores do Complexo do Morro dos Macacos e pelo entorno da quadra, no bairro de Noel. Todas essas roupas passam pelo crivo de Rita de Cassia. Depois que a Vila cruza a Apoteose, 0 trabalho continua, pois os componentes devolvem as fantasias para reciclagem e reaproveitamento de materiais.

A progressao da dan"a na Avenida, de acordo com 0 rilmo do samba e a cadencia da baleria deve ser nao menos que perreita . A escola deve tran sm itir a scnsa<;:ao de que nutua ao rilm o do samba-enredo, mantendo coesao e uniformidade, sem dei xa r,espa"os cntre alas e alegori as. A evo lu"ao de uma esco la na Avenida deve ser se mpre para frenttl . Retrocessos e correrias sao penalizados, assim como evenlual embola"ao de alas e abertura de buracos e nlre~lag. 0 desempenho do co mponenle IS indispensavel: para dar a nOl a, 0 julgador lam tli m se baseia na espontaneidade, cri ati vidade, empolga"ao e vibra"ao dos desfilantes. ,

REV IST /\

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V ILA

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o diretor geral de evolUl;:ao da Azul e Branco da terra de Martinho da Vila e Decio da Si lva Bastos. Aos 49 anos, ele exerce a funt;:ao pelo quinto ana consecutivo. A trajetoria carnavalesca de Decio comet;:ou como componen te de comiss6es de frente em diversas agremiaQÂ˘es, inclusive na vila Isabel. Eo pe quente. Chegou a agremiat;:ao no vitorioso Carnaval de 2006, quando integrou 0 grupo de diretores de harmonia, sagrando-se campeao. "Fui campeao em 'Kizomba' (1988), desfilando pel a comissao de frente e, ao vol tar a Vila, minha escola do corat;:ao, fu i campeao com 'Soy loco por ti, America' (2006)", conta. Sob sua diret;:ao estao cerca de 60 pessoas do departamento de evolut;:ao, alem de outros 35 do departamento de harmoni a - q ue tambem comanda - e dos coordenadores de ala e segmentos da agremiat;:ao.

Entrosamento entre ritmo e canto efundamental para gerar emoyao na Passarela do Samba e uma grande apresenta"ao da esco la. ointerprete e os compo nente devem cantar em perfeita sincronia. 0 tom deve ser manti do durante todo 0 desfi Ie eo samba-enredo cantado por lodos os integrantes da escola. A harmonia do samba tambem e levada em considerayao.

Neste quesito, defendido na pnitica por todos os componentes e diretores, dois nomes se destacam: Decio, diretor geral de harmonia cargo que acumula com a direc;:ao de evoluc;:ao - e Tinga, interprete oficial da Vila Isabel. A performance de Tinga e fundamental para 0 sucesso do canto e da harmonia da escola. Formado na escola de samba mirim da propria Azul e Branco, a Herdeiros da Vila, Anderson dos Santos sera a voz principal pelo oitavo carnaval seguido. A atnac;:ao e 0 timbre marcante de sua voz ja 0 colocaram entre os maiores intli rpretes do Carnaval carioca. Para Decio, nao ha segredo para conquistar nota maxima no quesito, mas sim muito trabalho e muito treino. E isso a Vila faz a exaustao. A partir da escolha do samba em outubro, a escola passou a realizar ensaios no Bou~ levard 28 de Setembro, em seu bairro sede, duas vezes por semana. Fora os ensaios tecnicos na Sapucai, con-

siderados pela critica especializada em Carnaval como dos mais competentes. "Eo preciso muito treino e tambem conhecer quem trabalha ao seu lado" , ensina. Para isso, 0 departamento de harmonia realizou , de maio a setembro de 2010 , varios seminarios e palestras, com con vi dad os da escola e de outras agremiac;:6es. "0 diretor de harmonia precisa saber seu papel no desfile, por que ele esta naquele lugar e func;:ao e conhecer 0 que cada segmento espera dele", avalia Decio, que usa sua formac;:ao budista como base doÂˇ trabalho de orientac;:ao da equipe. "Pode apostar em uma escola com um canto forte, passando coesa na Avenida e com um belissimo Carnaval ", diz.

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Letra e melodia se comp lementam e isto e ava li ado pelo jurados, que atribu em ate cinco pontos para um e outro . Para conqui star os cinco pontos para a let ra , ela deve ser perfeitamente adeq uada ao e nredo e conter riqu eza poetica. Se us versos devem ser bem entrosados com os desenhos mel6dicos. Por sua ve:;;, a melodia deve conte r as caracte rfsticas rftmicas pr6prias do samba e deve facilitar 0 canto e a dant;:a dos desfi lantes. A be leza e 0 bom gosto , tanto da â&#x20AC;˘ letra quanto da melodia, sempre con tam a f~or.

A tradic;:ao de fazer sambas antologicos e um das marcas da Vila Isabel , que inscreveu na historia d Carnaval grandes obras e 0 nome de compos ito res com Paulo Brazao, Luis Carlos da Vila e Martinho da Vii, Os compositores do samba-enredo deste Carnaval sa Andre Diniz, Leonel , Professor Wladimir, Arthur da Ferragens e Pinguim. 0 resultado consolidou Andre Dini como um dos maiores compositores da historia da agrE miac;:ao. Foi a decima: segunda vitoria do jovem profe! sor de Historia, que ganhou tambem nos an os de 199'

1995,1999,2000,2002,2004,2005,2006,2007,2008 2009. Atras dele, com dez sambas, esta Martinho da Vii;

o maior vencedor de todos os tempos na agremiac;:ao, n entanto, contin ua sendo Paulo Srazao Oa falecido), cor 16 vitorias. "Este samba tem a alma da Vila e emocior bastanle, porque cila partes do enredo que se casar com a hisloria da escola. Acho que conseguimos fazl um samba com a emoc;:ao que 0 enredo pede".

R EV ISTA D A V I I.A

oconjunto e a forma geral e in tegrada como a agremia<;:iio se apresen ta. As diversas Fonnas de expressiio uti I izadas pe la esco la - mu sica l , visual e dram::h ica, por exemp lo - devem ser uniformes. 0 equ il ibri o artisti co do cO l1jul1to fundamen tal.

Neste quesito, a grande responsabi lidade paira sobre os ombros da Comissao de Carnaval, form ada por Wilson da Silva Alves, 0 Wilsinho (Superintendente da escola), Evandro Bocao (Vice-presidente), Junior Schall e Oecio Bastos. 0 grupo divide as fun90es para cuidar de todos os preparativos necessarios it realiza9ao de um grande desfile. Oesde a supervisao de barracao ate os ensaios tecnicos e de quadra, passando pela coordena9aO' musical e culminando com 0 desfile. Para este Carnaval, a lideran9a coube ao Superintendente Wilsinho , que admi nistrou 0 dia a dia da Vila Isabel, negociou patrocinios e apoios empresariais e institucionais para 0 desfile e os projetos da agremia9ao e esteve it frente de todas as eta pas de constru9ao do desfile. Wilsinho e filho de Wilson Vieira Alves, 0 Moises, presidente eleito da agremia9ao por dois mandatos, e Rita de Cassia, diretora geral de atelie. No desfile oficial na Sapucai, Wilsinho desfilara it frente da Vila, com a missao de controlar 0 bom andamento da escola e 0 trabalho dos diretores responsaveis pelos demais quesitos.

o amor peJa Azul e Branco do bairro de Noel comec;ou em 1958, quando desfilou peJo enredo 'Riquezas do Brasil'. Mas foi no inesquecfveJ ano de 1988, com 0 enredo 'Kizomba, festa da rac;a' , que Seu AJadyr, como e conhecido, rendeu-se de vez ao feitic;o da Vila.

REVISTA DA V I LA

"Le'!'bro-me ate hoje d~ gente correndo para enÂˇ trar na Avenida. As fantasias eram feitas de palha. Tive que me vestir ali mesmo, na frente de todo mundo. Joguei a roupa denlro de um carro. Bom , nao preciso dizer que a perdi. Mas valeu a pena. A Vila foi campea. Outro carnaval inesquecivel foi em 2006, com 'Soy loco por ti America, a Vila canta a latinidade' ", recorda-se, cantarolando trechos dos sambas. Prestes a completar 80 anos, 0 advogado aposentado, que e devoto de Nossa Senhora da Gloria, tem

saudades do tempo em que brincar carnaval era sair nos blocos de rua e assistir aos desfiles na Presidente Vargas e Rio Branco. "Tudo era motive para sam bar. Era bom porque nao tinha organiza<;:ao. Brincavamos mais. Quanlas vezes coloquei minha familia para desfilar de ultima hora por falla de componente! Ja sairam ate na ala das baianas! Hoje, isso e Impossivel" , diz. Vaidoso, mantem a tradi<;:ao dos sambistas de outrora: camisas e cal<;:as bran cas de linho sempre acompanhadas do sapato de pelica. Eo assim que se veste quando vai a uma gafieira, outra companheira de vida. Aladyr conta que come<;:ou a riscar os saloes ads 17 anos e, desde entao, nao parou mais. "Sou do tempo que seguravamos um len<;:o para nao tocar nas maos das damas. Tenho uma partner ha 12 anos" , afirma. Depois de falar sobre a dan<;:a e recordar os anIlgos carnavais, Aladyr encerra a entrevista falando do enredo de 2011 da Unidos de Vila Isabel. "A Vila vem para ganhar. Voce ja ouviu nosso samba? Ele casou perfeita, mente com 0 enredo. A comunidade toda esta cantando".

RAPIDINHAS Carnaval e: tudo em minha vida E a gafieira: tambem Quando come<;:ou no carnaval: fui criado nas rodas de pagode das casas de vila da Rua do Santana e Senador Eusebio o que nao po de falla no guarda-roupa de um sambista: camisas e cal<;:as de linho ; sapatos de pelica Cor: branco Devoto de: Nossa Senhora da GI6ria Por que: gosto da festa e acompanho todos os an os a procissao. Antigamente, a malandragem marcava presen.;a. Era mais um motivo para 0 samba Frase: pe<;:o a Deus um bom dia todos os dias Samba inesquecivel: Bumbum Paticundum Prugurundum, da Imperio Serrano , de 1982 Carnaval inesquecivel: 1988 (Kizomba, a festa da ra<;:a) e 2006 (Soy loco por ti AmericaA Vila canta a latinidade) A melhor decada do carnaval: a decada de 70 . As escolas estavam crescendo Qual a diferen<;:a de hoje para 0 passado: antes tinhamqs 0 amadorismo. Niio havia regras. Podiamos brincar, ziguezaguear pel as alas. Hoje, nao. Temos que obedecer ao tempo do desfile e a uma serie de exigencias. Mesmo assim, amo desfilar Quais as atribui<;:oes do presidente da Velha Guarda: tome conta da velharada (risos); controlo a verba e organiz~ roupas, shows, entre outros assuntos Ha quanto tempo esta na Vila: sao mais de 20 anos. Sou presidente da Velha Guarda, baluarte, benemerito e presidente do Conselho Deliberativo

REVISTA DA V I LA

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Area de montagem dos carras

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A Cidade do Samba e lima combina~ao de parque tematico e complexo industrial. as galp6es foram projetados para funcionar como pequenas fabricas e possuem tada infraestrutura necessaria, como elevadores de carga, guindastes fixos e moveis e instala~6es eletricas adequadas. No infografico apresentamos, de forma simplificada, 0 interior de lima fabrica de alegorias, com os principais itens comuns a todas os galp6es. Voce pode conferir tambem uma das tecnicas usadas para fazer as grandes esculturas dos carros alegoricos.

Passarela externa

Visao aerea da Cidade do Samba

Por dentro do barracao portfies de saida

dos carros alegoricos

Area de montagem das alegorias Vestiarios, banheiros e refeitorio Administra,ao e diretoria Atelie

REVlSTA DA VILA

Devia estar escrito nas linhas das maos desses homens e mulheres an6nimos que seus caminhos passariam pela Cidade do Samba, para dali ganhar 0 mundo. Maos que cortam e costuram os tecidos, que batem prego a prego as estruturas cenograficas das alegorias, que transformam materiais diversos em suntuosa decora~ao , a iludir e encantar 0 olhar das plateias. Maos que reescrevem os pr6prios destinos nos bastidores e no brilho efemero do Carnaval. REVISTA DA VILA

• •

• oprojeto social "Comunidade Unida aprende.

trabalha e desfila felil" promove 0 desenvolvimento

economico e social da comunidade de Vila Isabel. gerando oportunidades de emprego e renda. Esta parceria e uma das iniciativas do programa Desenvolvimento & Cidadania Petrobras. que ate 2012 vai investir 1.2 bilhao de reais em projetos por to do

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Vila, uma escola que for Desde 2009, quase dois mil alunos foram capacitaÂˇ ALem de se preparar e investir para dos nas oficinas do projeto 'Comunidade Unida: aprende, Jazer bonito na Marques de Sapucai, trabalha e desfila feliz! ', que contou com 0 patrocinio do programa Desenvolvimento & Cidadania da Petro bras. a Unidos de Vila Isabel tem um bem So mente no ana passado, foram oferecidas 600 vag as, estruturado programa de Responsabilidade nos cursos de alegorias, fantasias e adere<;:os, infesto e introdu<;:ao de moldes, costura , desmonte de aleÂˇ Soc!al, que visa gerar ofJortunidades para corte, gorias e reciclagem de materiais. , Todos os cursos foram coordenados por Rita de os moradores do Complexo do Morro dos Cassia da Silva Alves, diretora geral de atelie e primeira' Macacos e do bairro de Noel. Silo projetos dama da Vila Isabel. Os melhores alunos de cad a curso de capacitarilo e qual(ficarilo pro.fissional, foram aproveitados para trabalhar no pr6prio atelie da escola, que tem cerca de 70% da mao de obra formada de valorizarilo das mulheres das neste projeto. comunidades pobres do entorno d(1 A vez de mulheres e crian<;:as quadra da agremiarilo e de incentivo ao Um projeto inovador tem side implementado junto " mulheres residentes no Complexo do Morro dos MaÂˇ desen volvimento artfstico e esportivo de cacos. Trata-se do 'Mulher Artesa Valorizada e Indepencrianras e dolescentes. ' dente, Sorri no Bairro de Noel', que tem como objetivo impulsionat a <lutonomia financeira das mulheres da co-

ambistas e cidadaos cursos para cria<;:ao de um complexo poliesportivo ,. ao lado da quadra de ensaios, no Boulevard 28 de Setembro, ja batizado de Centro Esportivo Historiador Sergio Cabral. o terreno onde sera erguida a vila olimpica loi cedido pelo Detran e 0 projeto tem 0 apoio do Ministerio do Esporte do Governo Federal. 0 centro esportivo tera capacidade para atender ate 4.800 pessoas, entre crian<;:as, jovens, adultos e idosos, que terao disposi<;:8.o atividades de esporte e lazer em quadras poliesportivas, pista de atletismo e piscinas. 0 local tera ainda uma biblioteca e um ntlcieo de atividades educativas e prolissionalizantes. Na area de satlde, a quadra da Vila Isabel conta com um atendimento odontol6gico de primeira linha. Dois bem equipados consult6rios realizam cerca de 500 atendimentos mensais, com priori dade para a popula<;:ao do entorno da quadra.

munidade e das adjacEmcias do bairro de Vila Isabel. A iniciativa direciona as mulheres para a produ<;:8.o artesanal carnavalesca, incentivando a economia solidaria e a lorma9ao de uma rede de artesas especializada em oficios e produtos carnavalescos. o incentivo a 10rma<;:8.0 artistic a e cultural de cri.- ' an9as e adolescentes tambem e uma das preocupa<;:oes sociais da Azul e Branco. 0 principal projeto na area e 'Casa de Bambinha', voltado para os Herdeiros da Vila. A garotada da escola mirim aprende conceitos de Jr'ltlsica, arte, literatura e poesia, hist6ria da mtlsica p~u l ar brasileira e do samba e outros elementos importantes , para estimular a composi9ao de sambas. 0 projeto resullou em um CD com catorze sambas-exalta9ao, que loi lan9ado em abril de 2010. Este projeto tambem contou com 0 patrocinio da Petrobras. Na area de lorma<;:ao esportiva, 0 grande sonho acalentado pel a Vila Isabel e a constru<;:ao de sua Vi la Olimpica. 0 projeto esta em lase de Capta98.0 de re-

omunidade ni a:

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Muito prazer, eu sou a Vila!

~u{dwr4V~ A Escola de Samba Mirim Herdeiros da Vila desfila, em 2011 , pelo vigesimo terceiro ana consecutivcf. A agremia9ilo levara para a Avenida 1.100 componentes e tres carros alegoricos. 0 enredo e uma reedi9ilo de 'Muito prazer! Isabel de Braganc;:a e Drumond Rosa da Silva, mas pode me chamar de Vila' , com 0 qual a Vila Isabel se apresentou em 1994. 0 samba-enredo tornou-se um dos mais queridos pel os componentes e torcedores da agremiac;:ilo e e considerado quase um hino da escola, por contar a historia do bairro com lirismo e uma bela melodia. Desta vez, 0 samba sera puxado na Sapucai pelos interpretes mirins Tinguinha, Juan Briggs e Vivian Concellos. Neste Carnaval , a herdeiros desfilara tambem com uma nova rainha de bateria, a graciosa Mel Cristine Barreto Elias, de 8 anos de idade. A pequena sambista foi coroada na quadra da escola no ultimo ensaio antes do Carnaval , quando recebeu a faixa de Sabrina Sato e a coroa, das milos de Rita de Cassia, primeira dama da escola-mile .

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(1" f'~I't1~",J A trajetoria de Jorge Francisco e digna de um enredo. Carioca nascido em Padre Miguel, viveu uma infancia simples no bairra, onde foi vendedor de pasteis. Mas a paixao pelo samba 0 conduziu ao maior encontro de sua vida: 0 trabalho nos bastidores do carnaval,

que acabou por transformaÂˇlo em um bemÂˇsucedido empresario no comercio de produtos carnavalescos. Durante duas decadas, 0 "Chiquinho Pastel" cumpriu quase todas as fun~iies dentra de um barracao: foi de porteira a vice'presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel. Como diretor de barracao, conviveu com nomes como Arlindo Rodrigues, Fernando Pinto e Renato Lage. Reside ai todo seu diferencial. Hoje Chiquinho comanda um grupo de lojas que e referencia, 0 Babado da Folia. A variedade e a exclusividade de seu mix de Rradutos, combinadas com pre~o competitivo e atendimento personalizado fazem do Babado da Folia 0 maior fornecedor de produtos carnavalescos para 0 mercado das escolas \Je samba. "A partir da necessidade do cliente ou da falta de um 'praduto sentida pelo mercado, eu procuro solu~iies, usando minhas extpi,riencias de carnaval e de empresario, alem de criatividade , porque nao adianta achar uma solu~ao que nao tenha pre~o bom", revel a 0 "Chiquinho do Babado" , que viaja dJ"s vezes por ana China em busca de novidades e tem por habito conversar com todos os carnavalescos e visitar todos os barraciies e quadras das agremia~iies. www.babadodafolia.com.br Tel.: (21) 2507 0598

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DESAFIO

A NOSSA ENERGIA

A vida de Gisele Caroline Blindchen, uma Cinderela de cabelos dourados que conquistou 0 mundo, tern fatos e imagens que dariam urn enredo campeao do carnaval carioca. Alegorias e fantasias mostrariam a men ina de famflia do interior do Rio Grande do Sui transformando-se na Top Model numero I , na esposa de Tom Brady, na mae de Benjamin e na empresaria de pura beleza. Uma historia que permitiria exibir luxo, originalidade, brilhos, plumas, cores e formas, quesitos essenciais para urn sucesso de publico e de crftica. E abre-alas para Gisele, com um primeiro carro reprasentando as origens da gaucha. A alegoria retrataria a imigra~ao alema que trouxe para 0 sui tra~os culturais, ecollomicos, sociais e esteticos presentes em muitas familias de Hori<zonlina, terra natal dos Bundchen. As alas ,flesse setor trariam cervejeiros, agricultores, grupos folâ&#x20AC;˘ cl6ricos e comidas tipicas, como churrasco, um dos pra'tos preferidos da homenageada. A comissao de frente seria composta por oito lindas louras e quatro belos rapazes com roupas tipicas da regiao e danpndo 0 'Chote de Duas Damas' no ritmo de samba. Na cadencia da bateria, os homens assumiriam o papel de fot6grafos e 0 time de beldades interpretaria elegantes tops no melhor estilo Gisele. Flashes de uma carreira que come~ou em 1995, quando a menina de 15 anos mudou-se para Sao Paulo, e ganhou escala intern acional nos Estados Unidos, Europa e Asia ... Os passos elegantes da filha do 'Seu' Valdir e da 'Dona' Vania pelas passarelas mais sofisticadas do planeta servem de inspira~ao para 0 segundo setor. E uma viagem pelas principais capitais da moda. Alas serao vestidas pel os simoolos do mundo fasnion e criativo de Nova York, Milao, Londres, Paris, Rio e Sao Paulo. Fantasias de pefumes, joias, agulhas e tecidos comp6em 0 cenario. A alegoria da capital francesa resumiria 0 charme da moda, com os destaques reinventando 0 alfabeto das grifes, do 'C' de Coco Chanel aos 'YSL' de Yves Saint Laurent. A escola continuaria evoluindo pelas paginas das revistas de mod as, desde a primeira capa internacional na Marie Claire inglesa de 1998 ate uma que deve ter side publicada seman a passada em um dos cinco continentes.

o sucesso da horizontinense passa pelos componentes vestidos de campanhas publicitarias e chega a alegoria do cinema, decorada pel os filmes 'Taxi' e '0 diabo veste Prada'. No primeiro, Gisele e uma vila de destaque e, no segundo, faz uma participa~ao especial. As passistas sambariam como anjos da Victoria's Secret, marca de roupa intima que poe asas em supermodelos, como a irma gemea de Patricia Bundchen. As baianas rodariam como Estatua da Liberdade verde e

Gisele Caroline

Biindchen, urn enredo Por Luciano Dias, jornalista

amarela fazendo, com os dedos, 0 sinal de Paz & 'l'mor, gesto-assinatura da brasileira. Os ritmistas da bat!lria seriam jogadores de futebol americano, profissao do pai de 8enjamim. As roupas das crian~as representariam Paquitas e jogadores de volei, sonhos da infancia e da adolescencia da atriz. Parte da Sapucai ficaria verde para revelar as a90es da cidada Gisele, envolvida em programas de preserva~ao da natureza. No projeto Agua Limpa, par exemplo, a familia Bundchen investe na implementa9ao de gestao ambiental sustentavel em Harizontina e Tucunduva (RS) para promover a recupera~ao da mata ciliar das microbacias da regiao. 0 setor ecologico da escola ganharia outras cores com referencias as Na~oes Unidas e ao perfil empreendedor da modelo. A empresaria e Embaixadora da Boa Vontade pelo programa de meio ambiente da ONU e responsavel por uma linha de cosmeticos livres de substancias sinteticas. o enredo Gisele Bundchen seguiria 0 curso normal e desaguaria numa apoteose do samba. 0 carro que fecharia 0 desfile mostraria a foliona que brilhou junto com a Vila Isabel na maior e melhor passarela do universo: a Marques de Sapucai.

HFVISTA DA V I LA

"Mitos e hist6rias entrela~adas pelos fios de cabelo' Autores: Andre Diniz, Leonel, Professor Wladimir, Arthur das Ferragens e Pinguim

RESPEITE A COROA EM MEU PAVILHAo A DESFILAR NA AVENIDA CARREGA OS FIOS DE ISABEL, DA L1BERDADE E MINHA VIDA, E A VILA I!! o BRILHO, A RAIZ, A SEDUQAO o UNIVERSO EM SUA FORMAQAo NAS LONGAS MADEIXAS DE SHIVA DOS RITOS AOS ASTROS OS MITOS QUE ENLAQAM ANTI GAS TRADIQOES FESTEJANDO NOVAS GERAQOES

SANSAO, FORTE, SE, APAIXONOU o CORTE ENFIM REVi=LOU DALILA TRANQA A PAIMO, 0 NOBRE flEI.LAGRIMAS VIU R,AfUNZEL MAIS LINDA

A FORQA E 0 AMOR. ~OBRIRAM 0 CORPO VENCENDO AS REDEAS DA EXPLORAQAo PERUCAS NO EGITO, PODER DIVINAL NO LUXO DA FRANQA, ADORNAM 0 REI SOL AQUI, ENTRELAQADO EM OURO VI FLORIR A ALFORRIA, SONHOS COLORIR EM TANTAS FORMAS BUSCAR PERFEIQAo PARA OS POETAS A INSPIRAQAo, AFINAL ... CHARME E TOM SENSUAL MOLDARAM A BELEZA DO MEU CAR NAVAL

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MODESTIA A PARTE, AMIGO, SOU DA VILA QUEM E BAMBA NEM SEQUER VACILA ENVOLVIDO ENTRE CABELOS, ME SINTO ARREPIAR FEITIQO REFLETINDO NO OLHAR

REVIS"' A DA VILA

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