O livro baseia sua narrativa na figura de Angelo Cardoso Dourado, o médico baiano radicado em Bagé que participou da Guerra Civil de 1893 ao lado de Gumercindo Saraiva. O que tornou-o célebre para os pósteros foi o fato de ter Dourado registrado os eventos, experiências e sentimentos vivenciados no campo de batalha em uma espécie de diário particular, que, finda a guerra, seu relato acabou sendo reunido e publicado no livro "Voluntários do Martírio" (Pelotas: Livraria Americana, 1896), uma das mais dramáticas e ricas descrições do drama revolucionário. Pois sua narrativa foi largamente utilizada por pesquisadores e historiadores que buscavam entender e explicar a guerra que opunha federalistas x legalistas, e o livro apresenta uma análise de como se deu esta utilização, sobretudo nos meios acadêmicos de fins do século XX e princípio do XXI e de que forma a memória produzida por Dourado, formou-se História.