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04/09/2015

Diretora do Tutu­Marambá relata como eram feitos os tributos às vítimas de Hiroshima e Nagasaki ­ cmais+ O portal de conteúdo da Cultura EDITORIAS

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Diretora do Tutu­Marambá relata como eram feitos os tributos às vítimas de Hiroshima e Nagasaki Segundo Cleide Riva Campelo, objetivo do ciclo feito entre 2008 e 2014 era sinalizar que a paz é possível Dra. Cleide Riva Campelo, diretora do grupo Tutu­Marambá: Pesquisas das Artes do Corpo 06/08/15 15:14 ­ Atualizado em 07/08/15 16:12

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Metrópolis: Homenagem as vítimas de Hiroshima e Nagasaki Na semana em que o mundo relembra o horror das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, há 70 anos, o grupo Tutu­Marambá: Pesquisas das Artes do Corpo faz uma performance em homenagem as vítimas do Japão.

A dissuasão nuclear, uma herança de Hiroshima (Arquivo) Monumento às vitimas da catástofre nuclear em Chernobyl, que aconteceu no dia 26 de abril de

Durante sete anos, tributo a Hiroshima foi realizado na praça Kasato Maru, em Sorocaba, interior do estado (Foto: Tiago Macambira)

Quando em 6 de agosto de 2008, nosso recém­criado grupo de artistas/performers Tutu­Marambá, Pesquisas das Artes do Corpo apresentava o primeiro dos sete tributos que faríamos a cada ano, desde então, não imaginávamos como o Japão entraria para a vida da gente. Começamos tímidos, pensando que, nas múltiplas fibras com que tecíamos nossos cestos simbólicos, não poderíamos deixar passar uma data tão forte e tão recente em nossa história. Tomamos posse, então, do parque Kasato Maru de Sorocaba – naquela época ainda muito ausente da vida da cidade – e fizemos nosso “Tororó­Acã: Tributo das Terras de Sorocaba à Memória de Hiroshima e Nagasaki”. De bambu, construímos uma réplica da cúpula de Hiroshima que sobreviveu à explosão atômica e a carregamos em nossa procissão, ano após ano. Surgiu uma deusa durante a pesquisa corporal, que, a princípio, não compreendíamos; mas alguns anos depois, descobrimos ser Kannon, a deusa da paz, a deusa de Hiroshima: e a saudamos. Recobrimos pedras com panos de seda. Fizemos lótus de papel, que viraram barcos luminosos e corriam o rio, com velas de fogo. Fizemos chuva de flores sobre a cúpula de bambu. Fizemos peixes de papel pendurados sob a ponte e pingentes de pérola e tsuru marcando o caminho. Sopramos pios de pássaros para acalmar a memória dos mortos e a lembrança dos vivos. Vertemos água de cântaros sobre a fonte para saciar a memória dos que morreram com sede. Tocamos sinos. Andamos em silêncio reverente. E, com nossos corpos de artistas, dançamos as mais delicadas histórias que soubemos dançar.

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hiroshimavt1m Diretora do Tutu­Marambá relata como eram feitos os tributos às vítimas de Hiroshima e Nagasaki Segundo Cleide Riva Campelo, objetivo do ciclo feito entre 2008 e 2014 era sinalizar que a paz é possível

Mundo recorda em Hiroshima 70 anos do primeiro bombardeio nuclear Homem acende incenso em memória das vítimas do primeiro ataque atômico da História no parque memorial da paz, em Hiroshima

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Deusa Kannon, a deusa da paz, a deusa de Hiroshima. (Foto: Tiago Macambira).

Não era da bomba que queríamos falar, pois de violência já bastava o líquido fétido que escorria e continua a escorrer todos os dias dos folhetins, no relato de nossas vergonhas cotidianas. Queríamos lembrar que, como artistas e pensadores contemporâneos, precisávamos sinalizar que a paz é uma das nossas possibilidades. É o nosso sonho. E foi por uma paz que pudesse cair como uma chuva de flores sobre todos os homens, que a cada ano reverenciamos a memória daquele ato terrível, e ainda assim, humano – exatamente como era humano o nosso gesto pela paz. O homem é capaz de coisas surpreendentes, em todos os sentidos.

"Vertemos água de cântaros sobre a fonte para saciar a memória dos que morreram com sede". (Foto: Tiago Macambira).

Assim, dentre todo o nosso trabalho na linguagem da Performance (ao todo, já apresentamos 25 trabalhos, de 30 de Julho de 2008 até o presente), sete foram nosso tributo pela paz, em memória das vítimas de Hiroshima e Nagasaki: 2008: Tororó­Acã 2009: Para Que Nunca Se Esqueçam 2010: Rosas Cálidas 2011: Uma Segunda Chance 2012: Ecos Tenebrosos

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2013: Por Quem os Sinos Dobram? 2014: Contos do Bambu. E do Kháos, Robusto, A Efêmera Harmonia É Recriada. Fechamos nosso ciclo, mas continuamos contaminados pela delicada memória com que a cultura do Japão nos favoreceu. Somos hoje, na busca de nossa identidade brasileira, ao revirar nossas lembranças indígenas, africanas e europeias, capazes de gestos mais delicados, exatamente por termos mergulhado na cultura japonesa. Somos gratos a ela.

Barcos luminosos corriam o rio, com velas de fogo, em homenagem as vítimas. A cada performance era lançado ao rio o número de barcos equivalentes aos anos da queda da bomba. (Foto: Tiago Macambira).

E continuaremos a saudar a paz para todos, que só poderá vir de Hiroshima e Nagasaki: flor­fênix, que nascerá com a força de tudo aquilo que já conheceu a destruição. Ela virá das profundezas, da escuridão, do medo: mas, virá com a coragem de saber que aquilo que passou não poderá nunca mais se reproduzir. Uma paz construída e que cairá só como chuva boa, para garantir o futuro de nossas crianças.

Cleide Riva Campelo fala sobre os tributos a Hiroshima e Nagasaki

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