Tocando o futuro
com as mĂŁos
ONG Vokuim, de Rubim, investe na criação de banda de música formada por crianças, ado-
lescentes e jovens O Vale do Jequitinhonha segue cumprindo à risca a sina que te deram: usufruir de pequenas liberdades inventadas por seu povo, que, mesmo tendo a pecha de “gente sofrida”, desloca seu imenso arsenal de alegria para onde quer, em qualquer tempo.
As mínguas materiais, políticas e sociais são semelhantes às de outros rincões pelo planeta afora. Entretanto, a capacidade de preservar a alegria de reinventar a vida e a si mesmo cotidianamente é digna de olhar mais demorado e observação mais alongada, e, até mesmo, de estudos mais aprofundados, capazes de cruzar dados da alma dessa gente que resiste de forma tão enfática.
Na equação da alegria, tem a música. Segundo o antropólogo e etnomusicólogo irlandês John Blacking, o fazer musical é um tipo especial de ação social que pode desencadear outros tipos de ação social. Para ele, a música é um modo de pensamento e de ação. Pensar, falar e executar a experiência música são eventos de suma importância para estrutura humana. Para além dos aspectos puramente metafísicos da música como atividade intrínseca e reflexiva, está a música gerativa.
A música que gera tanto sistemas culturais quanto capacidades humanas, produzindo “sentidos” individuais e coletivos imprescindíveis. A música que gera oportunidade, palavra central para o projeto “Banda Jovem Idelbrando Santana de Rubim”, destinada a oferecer formação musical a 50 alunos, a partir de nove anos, especialmente os vindos de situações sociais mais vulneráveis. A criação da banda é sonho antigo que, agora, com o seu apoio, pode gerar mais horizontes, mais humanidade, mais vida.
Banda Jovem
Idelbrando Santana Resumo do projeto Oferecer formação musical continuada durante 12 meses, a 50 alunos e professor de música na cidade de Rubim\MG objetivando a composição de uma bandade música composta de crianças, jovens e adolescentes.
Descrição das etapas Para a composição da banda musical são necessárias as etapas de formação em Musicalização, Instrumentos e Regência.
Nossa metodologia está apoiada nesse tripé:
• desenvolvimento da capacidade de escuta, desenvolvimento de condições técnicas para •execução de instrumentos desenvolvimento de condições favoráveis à •expressão e à integração no grupo.
Para atingir esses objetivos os alunos terão aulas de aulas de teoria musical, ritmo, instrumento, regência e pesquisa. As aulas serão oferecidasa uma turma de 50 alunos no contra turno da escola. Serão 02 aulas semanais com duração de 2 horas cada aula para as aulas de musicalização. As aulas de regência e instrumento serão ofereceidas aos sábados, quinzenalmente, de acordo com o cronograma do professor Renato Goulart conforme formulário de capacitação.
Justificativa cultural e artística do projeto O Vale do Jequitinhonha é conhecido por sua expressividade artística e musical, os alunos da cidade de Rubim demonstraram essas habilidades durante as oficinas ministradas no Ponto de Cultura Folias da Cultura durante seus 6 anos de atividades. Mas embora tenha toda essa vocação, os alunos não tem onde estudar ou aprimorar. A formação de uma Banda é uma demanda dos alunos e jovens da cidade. A ONG conseguiu esse ano um recurso para aquisição de 10 instrumentos de sopro (sax, clarineta, flauta e trompete) e ainda possui em seu acervo instrumentos de percussão. Com a parceria com o músico Renato Goulart que virá inicialmente a cada quinzena permanecendo 1 dia com esse grupo, daremos início à formação da Banda. As aulas semanais ficarão sob a coordenação do professor de musicalização Hugo Rosembergue que será ao mesmo tempo, aluno e monitor do professor Renato no desenvolvimento dos trabalhos semanais. Em 2015 a ONG
foi contemplada com um projeto para aquisição de 12 instrumentos de sopro, como o edital permitiu apenas aquisição de instrumentos, nos dispusemos a buscar o apoio para contratação de um professor de música e de um regente. A ONG dispõe de cerca de 30 instrumentos de percussão, tanto industriais quanto confeccionados pelos próprios alunos, incluindo marimbas de vidro, tubos de PVC, tambores, berimbaus, entre outros. A quantidade de instrumentos que temos nos permite, num primeiro momento, a formaçãocomposta de sopro, percussão e teclado. Nossos alunos são provenientes das camadas da população mais vulneráveis, das minorias ou em risco social, eles vêem no Ponto de Cultura uma oportunidade que, além de ser um espaço de acolhimento de suas diferenças, permite o desenvolvimento suas possibilidades. Estudar música e tocar um instrumento é uma forma de aprimoramento, inclusão e de ocupação do tempo de uma maneira integrativa. Uma Banda de Música agrega valor cultural e patrimonial a uma comunidade e promove a convivência semanal com outra linguagem que mobiliza amplas áreas cerebrais e cria possibilidades que só a música pode dar. A formação da banda e a concretização desse sonho para a comunidade é uma forma de estimular o belo e construir um mundo melhor para vivermos
Benefícios a serem produzidos a partir da realização do projeto A cidade de Rubim não oferece opções aos adolescentes e jovens, que ficam ociosos, reféns do mundo digital ou se envolvem com o uso precoce de álcool, drogas, etc, Em geral são pouco estimulados ao estudo, à pesquisa ou outra ocupação que lhes permita exercer sua curiosidade, criatividade, inventividade e talento! O Ponto de Cultura recebe estes meninos e meninas ávidos por participar! A música, por ser uma vocação “natural” desses jovens possibilita a integração de capacidades. E além de promover transformações nos aspectos pessoais da auto-expressão, pesquisa, estudo e centramento, permitirá a troca com a comunidade. Formar uma orquestra e uma banda, permite à cidade se ver com suas potencialidades e não com suas faltas. Além do ganho na comunidade, toda a região poderá se beneficiar desse resultado. O Ponto de Cultura tem hoje 03 alunos que foram contratados como monitores para desenvolver projetos de formação nas escolas do município. Um deles foi monitor de percussão. Este trabalho tem essa capacidade de multiplicação! (Relatos desse trabalho podem ser lidos no livro Folias da Cultura: memória de percurso, que recebeu o apoio da SEC através do Convênio com o Ponto de Cultura Folias da Cultura.) . O link para acessar o livro será disponibilizado no portfólio da ONG.
Detalhamento de sustentabilidade do projeto A ONG vem estabelecendo outras parcerias para concretizar o projeto da Banda. Além dos 12 instrumentos de sopro, conseguimos o apoio do Instituo Mahle para a manutenção e a infraestrutura das aulas iniciais. Esperamos que uma vez formada a banda, o projeto ganhe mais visibilidade e inspire outros apoiadores. Estamos com uma parceria em andamento com a Orquestra Jovem de Contagem para a vinda dos professores de instrumentos de cordas, mas essa parceria depende dos resultados do projeto em andamento.
Detalhamento das atividades
• Divulgação do projeto na comunidade - setembro 2016 • Seleção dos alunos - setembro 2016 • Montagem das turmas - setembro 2016 • Construção do cronograma - setembro 2016 • Confecção do material gráfico - outubro 2016 • Início das aulas - setembro 2016 • Fomação da Banda - setembro 2016 • Confecção de vestuários – setembro 2016
Público alvo Crianças a partir de 9 anos, jovens e adolescentes da cidade de Rubim, em especial os provenientes das camadas da população mais vulneráveis, das minorias ou em risco social e músicos interessados em aprender instrumentos de sopro.
Realização:
um ponto de cultura Rubim MG