Porto do Parto Dedico este livro
Ă s abelhas
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Kakaih Machado Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja cópia xerográfica, sem autorização prévia do autor.
Capa e projeto gráfico: Márcio Pereira Impressão: Contato:
Macahado, kakaih, 19xx Parto: poesia / kakaih Machado. Belo Horizonte, 2017. p. 120
1- poesia brasileira. 2 - haikai, CDD-67487w8 Índices para catálogo sistemático: Literatura brasileira 1. Poesia: 4
Parto
Kakaih Machado
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Prefรกcio
L
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Aproveite o pouco muito...
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Talvez
Penso no instante No tempo presente No agora No repente Canto de cantiga Lavadeiras de rio Histórias de vida Trabalho e cio Rezo o terço Na sala de minha avó Enterneço Hoje estou presente Amanhã não sei Talvez ausente...
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Surdos onipresentes
Surdos sem sentidos Sentimentos sintonizados Seminários semanários Sentinelas sentadas Precipícios perversos Prestações perdas Perplexos parentes Passados presentes Horas de hoje Honras horríveis Homens hostis Ouvidos ouvirão Ouros olvidos Ontem onipresente
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Abismo e percepção (lembranças de Blake)
Os abismos nos levarão Às portas do paraíso Então os dias chegarão O momento do juízo Se encontramos ou não Será nossa escolha Os sentimentos do coração Fecharão as portas da bolha Da ilusão em que vivemos Nada restará além nada As portas nos dirão Abramos os ouvidos Agucemos os sentidos As portas da percepção
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Cais do porto
O cais do caos O porto sem barco Lavam as mรฃos Sem rumo parto Sem seguranรงa sem adeus sem esperanรงa sem Zeus Conto comigo canto um conto ao lado do abismo estou tonto Zonzo perdido quase pronto para o destino...
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Abismos do medo
De costas para o abismo A coragem falta A dimensão do autismo Alguma genialidade inata Ontem num passado remoto Armadura de coragem Enfrentava maremoto Hoje bate o medo O desânimo assustador A dúvida sem amor Mãe dos sonhos do menino Onde estão as rimas raras Que compunham seu destino?
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Chama e pavio
Uma última palavra No último andar Um punhal que crava No coração secular O mundo no último minuto Um instante final O tempo de um segundo Acabou o carnaval Depois o nada e nada Parece ter resposta Quem ganhará a aposta? Eu não sei Mas desconfio Tudo é chama e pavio...
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O poeta esquecido O cansaço esgota o sorriso As pernas não respondem Não ouvem o aviso Do seu desdém As coisas passam pelo passo O caminho fica para trás O passarinho cai no laço Onde está Minas Gerais? Pedintes esmolam por migalhas O poeta fica triste Queima-se nas fornalhas do tempo Ele está esgotado Não acredita no homem Está amargurado Já esqueceu seu nome
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O frio das grandes cidaddes O frio da velha cidade Corta fibras cardíacas O coração da liberdade Alimenta muitas vidas Sentir tanto frio Nos sentidos coletivos Apaga o pavio Eles olham pros umbigos Alteridade já não existe Deslocar-se em sentido ao outro Só por interesse palpite A cidade Ice Berg Congela consciências Propaga demências decadências
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Ocasos e silêncios Os silêncios do ocaso Vêm com dolorosos sinais A senitude toma o caso Por episódios fatais Poetas que Chiam Outros que lamentam Confortos que viciam Facilidades que atormentam O que dizer do fim? Camões não explica Freud sim? Talvez silêncios sejam Sinais mudos do tempo Bocas que apenas bocejam
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Estradas abertas em Lisboa As casas em ruínas são adoecidos os sentidos terras longe de Minas olhares perdidos Ruas que passam sobre pessoas pessoas que passam apressadas enfurecidas estão as casas a lembrar vidas passadas O poeta caolho abriu os olhos e o Pessoa já não tem Mar Mães de Portugal o que há? Um menino passeia pelas ruas da menina poesia de estradas abertas no coração poeta
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Sentimento lisboeta Caminho sobre os telhados Lisboa está a dormir Meus sonhos estão entalhados Na madeira do porvir O calor escalda a alma Lisboa está a ferver Minha realidade não é calma Já posso perceber Um estrangeiro na “Lusitânia” Que guarda passados meus Contesta a divindade de Zeus Eu sou estrangeiro no planeta Cheio de fronteiras perversas E muita gente careta
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Lisboa Bom dia Lisboa Sol e Sombra Luz boa “fartura” e sobra O que te falta É alegria O que te sobra É a culpa Nada te falta És cheia de luz Tire-o da Cruz Assim a alegria volta As ruas cantarão A sua ressurreição Bom dia Lisboa Adeus Lisboa Um dia eu volto
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As máscaras de tdosa gente Quando as palavras não falam A boca não articula A pessoa não faz sala Entrega-se a amargura O triste sorri lágrimas Gargalha a dor As puras lástimas De um mundo sem cor Não há alento pra solidão Quer estejamos sozinhos Ou em meio à multidão Vestimos a roupa aparente nos despimos da verdade nos mascaramos de gente
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Não sei o que dizer, mas digo O mundo da exploração, a tortura da carne, o mundo sem perdão, a humanidade em pane. A tecnologia entorpece as mentes deslumbradas, e toda vida fenece em sombrias baladas. As inocentes almas nada ingênuas são banhadas calmas, fontes de perdão. Somos explorados, somos exploradores, nós nada somos além de impostores. Raça estranha demente... Mas ainda há humanos em meio a essa gente? Há muitos seres iluminados, há bondade, há amor, há seres encantados, há sim senhor! Mas a opressão é suja, e ela é poderosa. O poeta a acusa e exorciza com um botão de rosa. Sem violência sem agressão, os encantados libertam a alma sem ação. Eles são mágicos, sutilmente poderosos, seres fantásticos milagrosos...
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A alegria não morre O doce menino ilumina o dia além da caverna o velho esconde sua sina por debaixo de um velho terno A menina alegria ficou triste de dar dó o menino emocionou a corda deu o nó Mas não foi o fim a menina despertou o menino Serafim arcanjo do amor A alegria nunca morre ela é menina eterna a tudo comove Viva a alegria de viver viva o caminho desperte para o Ser
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Seres do não ser Às vezes avançar é retroceder O futuro pode reproduzir Passados para esquecer Presentes para reluzir Generalizações enganam Mentes desavisadas As diferenças emanam Estradas demarcadas Pelo ódio e violência Pelo amor e amizade Lucidez e demência Seres da guerra Seres da paz Paz na terra Terra na paz
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Algumas sem coisas Raras palavras pessoas raras loucos de espadas desembainhadas Poemas em pedaços de rosas cálidas poesias em laços histórias pálidas Sonetos em métricas medidas sem medida coisas patéticas A raridade do dito em pequenos silêncios um incontido grito Na metade do papel rasgado escrevo o segredo do anel a sina e o relevo São letras apagadas ilegíveis garatujas projetos quebrados palavras sujas Na metade do caminho escutei a voz um sininho
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Terra Maria Mãe terra Terra boa Da pessoa De Maria amada Mãe divina A flamajente espada Do amor e da justiça Maria mãe do Cristo Jesus em nós Por ela existo Terra Maria Maria terra sonho & realidade Eterna primavera
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Tempo de se libertar Disquisição do despejo Nos fundos da casa Ainda eu vejo Minha partida asa Idos tempos não se foram (alforram) Ainda somos todos Escravizados entre nós Em antigos novos modos A carne ainda vem Nos porões dos navios Da exploração que se perpetua Aonde o lugar Aonde o horizonte O tempo de se libertar?
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Decadência Escravizados pelo desejo Humanos são marionetes Não resistem ao apego Aos venenos e pestes Humanos são idólatras Dependentes da aparência São seres hipócritas Não respeitam a inocência Quem são os humanos? Que raça é essa? Quais são seus enganos? Eu critico esses terráqueos Apesar de ser um deles Filho da sua decadência
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Já não há mais Escrevo sobre um horizonte Despedaçado em ácidos Azedos amargos podres Crenças mofadas seculares O castelo pegou fogo E ninguém deu sinal A vida cobre o jogo E apaga o farol Escrevo bobagens Sem nexos Sem bagagens Já não há Sonhos por aqui Tristeza é o que há
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Gaivotas No jardim do senhor Já não há Maria Nas terras do amor Acabou-se a magia Já não sou o menino Eu ainda sou o velho Sempre serei o menino Metido num velho terno O que sou Não sei ser Seu doutor O que estou não sei estar já voou
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Destinos Um dois três Já sei contar Agora é sua vez De mergulhar No mar sem água No céu sem estrelas No sol sem calor No pastor das ovelhas O carnaval acabou As sombras tomaram A luz do sol Sem destino volto Ao ponto de partida Ao início da vida
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Seres mal-amados
Não leio mais poemas Não beijo mais sua boca Não quero mais fonemas Quero o silêncio da voz louca Não digo mais palavras Não falo mais de amor Com esse ser em lavras Que me causa tanta dor Não tenho ilusões A máscara caiu Torturas nos porões Das fazendas de escravizados Dores aos borbotões Dos seres mal-amados
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Danças A dança do Camaleão A política interesseira Massacra o coração De uma gente inteira A menina reclama Da sua indigestão Mas ela não ama Nem entende a situação Sem deixar partir Parto sem meu barco Vejo o horizonte sumir A dança antiga Baila pelo salão Do velho castelo
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Desabafo dos pés Desabafo em letras Em canções alegres A alegria de Blake Exorciza dores seculares Vem minha alegria Alimenta minha alma Liberta meu menino Devolve minha calma Energia da luz Ilumina minhas sombras Faz-me esquecer da cruz Andarilhos de Santiago Levam promessas e corpos Em bolhas pelos pés
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Exorciza Exorciza a tristeza Põe o seu café Senta-te à mesa Do tempo de fé Homens falantes demais Cheios de histórias Que dançam valsas Em passos memórias Desencantos decepções Murcham corações Numa dança fúnebre Adeus às margaridas Adeus aos girassóis Às dores de todos nós
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Enganadores Frenéticos delírios meus Bailam pelo salão Do castelo de Henrique Em bolas de sabão Já não há reis Nem donzelas ou arautos Nesses novos velhos tempos Que nos tomam de assalto Eu não sou deprimido Sou sensível à dor Aprendiz do amor Sou oprimido e opressor Corpo cansado das misérias Desse mundo enganador
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A água secou A minha fúria te alegra A minha dor te apetece Somos uma relação de enganos Medos e assombros Mas eu não sei o que somos A velha ilusão te pescou Num lago sem peixes Onde a água secou Liberta meu coração Livra-me do seu excesso Mas não agora Porque me vou embora Para Pasárgada Lá serei feliz
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Chamas acessas Os olhos do interesse escuso De sombras inconfessáveis Sigo sozinho sem direção Por caminhos intermináveis Lá se vai a procissão De velhos costumes De orgulhos falastrões Bêbados de fel amargo O que vês não sou eu Sou o que não vês Das percepções despercebidas Os gestos e sorrisos São chamas que tentam Se manter acesas
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A honra de amar Eu peço perdão Pela falta de culpa Pelo coração livre Sem nenhuma multa Não vou deixar me matar Pelo veneno da sua boca Não morrerei do cansaço De rimas porcas Eu terei força fibra Terei um sorriso amiga Na hora da sua partida Vou viver essa dor Até a última gota Honrarei o amor
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Painel Um painel de carcaças Superfícies dolentes De canções mortas Em castelos estranhos Não lerei minha história Nem morrerei de tristeza Eu sou alegre Sou luz filho da beleza De se saber solitário De não se saber sozinho De chorar pelo sangue e pelo vinho Amigos que se foram Recebam o meu abraço O meu conforto... Até um dia!
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Onde estamos? O fim de tudo é começo do nada dicionário palavra contudo sem nada Dizer eu digo silêncios sem vícios doces sem azedos amargos sem tosses catarros A conversa é outra e não é outra conversa é outro assunto Quando começamos a falar choramos antes de tudo nada (...) onde estamos?
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Mendigo da Lua “QI Mundo!” Um mendigo defeca no meio da praça pública, o pastor aplica-lhe o profeta, eles vivem na “Terra do Nunca”. O mendigo é o Peter Pan, das ilusões viajante, o pastor é do “Deus Tupã”, eles são o chicote e o açoite. “Que mundo maravilhoso!”, ironiza a voz do cantor, o mendigo caga choroso para as promessas do “amor”. Sem esperança ele dorme, ao acordar continua... Nada mais o consome, sua casa é a rua. O mendigo é bebido e consumido pela miséria, não tem nenhum amigo, sua vida é muito séria. Os “arte-fatos” na mão, desse sujeito estranho, já perderam a emoção, sua dor não tem tamanho. Quem se habilita a levar o mendigo para casa onde habita, a ser seu amigo? Passamos com o olhar indiferente, não há nada de belo para se ver, até parece que aquele não é gente, que também não mereça viver. Continuamos a fechar os olhos, o problema não é nosso, posso até lhe dar um trocado, rezar-lhe um “Pai nosso!”. O mendigo evacua, na cara do mundo, e vomita seus vermes, nas “ruas da lua”.
“QI, Mundo!”
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O ritual do poeta Ritual dos elementos, água terra fogo e ar. Mandinga pros sentimentos. Quem ensina a amar? O poeta desorienta o amor, confunde a doce criatura, azeda o leite da dor constrói nova ruptura. O poeta se alimenta das velhas rachaduras que o tempo inventa. O ritual do poeta é carnaval de zombaria. É a busca do asceta. O poeta dança para lua em suas escritas tortas. Aposta que são suas, todas as palavras mortas. O poeta é ateu e tem espiritualidade. É o rei e o plebeu. Prisão e liberdade. O poeta desdenha da vida, desafia a morte. O ritual do poeta é a loucura de uma fogueira ardente em brasa. É a doença que cura o remédio que arrasa...
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O cavalo alado dos sonhos Sobrevoo as casas dos meus demônios Ao deitar enxugo as lágrimas dos olhos, ao acordar, desnudo a máscara dos sonhos. São rebeldes os olhos meus, são livres os sonhos teus... Juntos nós dançamos a ciranda de Deus. Nuvens bailarinas libertam cantigas dos corações emocionados. Doces meninas rabiscam em vermelhas bocas lindas, beijam e sonham ilusões infindas. Corcel negro alado, cavalo voador das estrelas, príncipe encantado de fulgurantes centelhas. Eu voo nas asas dos sonhos, sobrevoo as casas dos meus demônios. Tenho asas para voar, tenho poesias para sonhar, tenho a montanha para subir, o caminho para seguir... o espírito é para sempre. Linhas coloridas de carretéis, meninos tintas e pincéis, fontes de água límpida, gota que se precipita. Os algozes tormentos mastigam sofrimentos, a necessidade determina o ouro da “mina”. Como um escrever delirante que se transforma em amante da lua e do sol, da forca e do anzol. Quantos querem morrer por não conseguirem ser aquilo que sonharam por não terem as coisas pelas quais esperaram! Tudo está dito e posto, não é para causar desgosto. Mas no final é o fim. Menos para o espírito que está dentro de mim...
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O velho “sonhamor” Além da montanha sagrada mora um velho senhor. Muitos dizem que é o Nada. Outros juram que é o Amor. Esse velho, segundo alguns, é a menina sabedoria. Para outros, são os sonhos da divina alegria. O fato é que ninguém sabe quem é o velho. Se um dia de verão, ou noite de inverno. O velho é sonho. É o saber, a cobiça, o ter. Mas ninguém, ainda se dá conta. Do que seja esse velho ser...
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MAR Mar que anda em ondas que venta em águas que sobe em marés que afoga mágoas Mar doido de loucura Mar maremoto em ressaca Mar que perde a compostura Mas não troca de casaca Mar tão praia e areia Mar calmaria e Sereia Mar em lua cheia Mar dos pescadores Mar dos velhos senhores Mar de tantos amores
Mar...
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O MENINO SEM ASILO O menino morreu Sua vida naufragou No mar Europeu Sua vida terminou Ele fugia da guerra Dos homens sem paz Procurava a terra Dos homens “normais” Que sina a do infante Morrer na praia Do mundo distante Da solidariedade humana Não obteve asilo Seu pai perdeu o filho
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Pedradas na cara de pau Pedras de sal grosso Descarrego demente De angustias do poço Das neuroses de toda gente Não suporto falatórios Estou nos silêncios Discursos me cansam Devemos ser mais não menos Caos no sofá da sala A televisão queimou Fritou o cérebro cozido Pelo sol cáustico Criado por venenos Criados por nós...
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Deusa Maria mãe nossa Maria concebida Pelo amor infinito Nossa amiga O grande grito De paz e liberdade De pura fúria santa Aquela que na verdade É mãe de todos nós Maria mãe do Cristo ES a nossa voz O nosso abrigo Bendita seja oh mãe Oh puro espírito Oh Deusa Santíssima!
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A força vem da mãe terra A terra está sugada ao extremo de suas forças, mas essa deusa sagrada é mais forte que as ameaças que os humanos a impõe ela tem o poder das estrelas de uma criança que sonhe com a chama do fogo de centelhas que queima todo mal que sacraliza o coração com a energia do Sal da terra mãe somos filhos ingratos embrutecidos que ela nos perdoe!
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Feminino divino
Zum...Zum...Zum Onomatopeias sonoras Que cantam os dias meus Que brincam os dias teus Figuras dos sons Abelhas de colmeias Trabalhadoras coletivas Sociedade matriarcal Aprendamos com esse mundo Comandado pelo feminino A luz do divino Mel da vida
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Maria a Deusa Cantigas longínquas vozes de mães vozes nuas coloridas repletas de ais alegres e tristes quase duais tons celestes puros cristais várias cantigas em uma mãe super amorosa em várias mulheres e rosas trazem todo poder do feminino sagrado que habita todo ser o deus mulher santíssima que completa a trindade é Maria na verdade o sagrado feminino...
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Ave espírito de Deus Que o Mar se abra Que as asas do vento Sobrevoem o firmamento Abra cadabra! A mágica foi feita Pela maga do puro bem Não cometa a desfeita De não embarcar nesse trem A nossa viagem começa Mas jamais terminará Vamos todos nessa É o admirável mundo novo Pleno de inocentes verdades Que chegou para todo povo A kundalini é o espírito Santo venerável de Deus A promessa já foi entregue A palavra do próprio Deus... Ave Espírito Santo de Deus!
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Sem depois Viajei os seus mares Aportei em suas terras Por todos os lugares Por todas as eras Beijei sua boca quente Senti seu gosto eterno Caà muito doente Chorei um inverno No final o fim Foi um novo começo Descobri que gostavas de mim Hoje somos dois E uma unidade Vivemos o hoje Sem depois
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Poeta do amor (Agricultor) As ruas do universo Passeiam por mares De estrelas no verso Voando pelos ares O poeta ganha asas Capina a enxada Suas roças e matas Sua terra tão sonhada Ele vira agricultor De si mesmo é dono Cultiva o amor Conserta todo dano Que o capitalista provocou Matando a terra e os rios Sufocando o amor Os pássaros em seus ninhos...
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Desfruata do espírito Bebe o néctar das flores Desfruta o mel da abelha Da calma dos pastores Do calor da centelha O fogo é o espírito E ele jamais se apaga Digo-lhe o que sinto “A beleza é espírito” O espírito é beleza A chama imperecível A fonte a delicadeza A virtude da vida O Darma iluminado A água pura da Mina Maria Mina...
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O Amor e o Perdão são uma Fênix que faz brotar vida das cinzas...
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