Entrevista panço fanzine arreia 2

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por márcio sno

entrevistão

NADANDO CONTRA A CORRENTE Sem modéstia ou camaradagem, Leonardo Panço é uma das figuras mais atuantes, importantes e conhecidas do cenário underground brasileirol. Já editou zines, já tocou em muitas bandas como a lendária e polêmica Soutien Xiita. Publicou recentemente seu primeiro livro Jason 2001: Uma odisséia na Europa. Hoje é dono da Tamborete Entertainment e toca na banda Jason, que em maio parte pra sua terceira tour européia. Com um humor questionável e opiniões curtas e grossas, Panço tem o privilégio de trabalhar com um de seus ídolos, com quem irá para Europa: Wander Wildner, que também fez a apresentação do seu livro. Bem, acho que o Panço tem muito mais pra falar, e olha que pra arrancar duas palavras desse cara é tarefa para poucos. Nada que uma amizade de mais de 10 anos não resolva! Simples assim. Quem era o Panço quando conheceu o rock em 1987? Não sei mais muito bem quem ele era não. Um jovem de 14 anos tentando se inserir em algum grupo e ser aceito. Acho que era isso. Não estou mais certo não. Mas creio que ele já tinha descoberto o rock. Em 87 eu já ouvia Legião, já tinha ido ao show do Ultraje em 85, ao do RPM em 86, do Kid Abelha fazendo playback, essas coisas. Em 87 eu comecei a descobrir as malvadezas depois que um amigo me emprestou uma fita cassete TDK sem caixa ou nome de músicas indo pra escola dentro do (ônibus) 676 (Penha-Méier). Esse dia certamente é o Ground Zero do processo de destruição. Nessa fita tinha o primeiro do Garotos Podres de um lado e O Futuro é Vórtex do Replicantes do outro. E esse foi o dia em que minha existência mudou de rumo. Depois vieram muitas coisas como conhecer o CIC, que era o trabalho do Rédson pro Cólera, a tour do Cólera em 87, ir ao show do Ratos ainda no Caverna em Botafogo, começar a tocar no final de 87, ir no lançamento do Beneath The Remains (do Sepultura) no Circo Voador. Foram muitas coisas de lá pra cá. Quase 20 anos. Pela minha experiência e em outros casos que conheço, será que é verdade que as bandas punks acabam sendo um divisor de águas na vida de um adolescente? Não sei ao certo. Pra mim foi sim. O que você fez nesse decorrer? Bandas eu toquei em um monte sem muita importância (e será que alguma

delas tem?) como UZI, Bodas de Sangue (nessas duas já tinha o Cláudio e o Mutley do Soutien Xiita), Cuspe na Mente (com Mutley), Dead End (com o Renato hoje no Detonautas). Daí vários anos no Soutien Xiita, oito por ora no Jason e uns seis meses no Cabeça. Zines eu fiz o Gnomo da Tasmânia, Disbablios Biblios e Bodega. Escrevi em vários outros, mas não faço mais zines há cinco anos. Pensa em voltar a fazer algum zine ou isso já está arquivado? Tudo é possível, você bem sabe. Mas diria que sim, está arquivado. Nesse percurso, você conheceu vários lugares no Brasil e pelo mundo afora. Já realizou o sonho de quando começou a tocar violão? O que falta ainda? Eu definitivamente consegui mais do que eu jamais imaginei, mas menos do que eu sonhava. Isso por sempre ter sido meio lunático, o que foi essencial pra ter ido ao nordeste tantas vezes, ter ido pra

“Eu me dou esses direitos de lançar meu livro, meus discos, tocar na Noruega, essas coisas.”


Europa. É vital que o cara sonhe mais do que é viável pra ver até aonde chega. Então qualquer humano é meio parecido. Quanto mais tem, mais quer. E eu sigo até a hora que achar que não tem mais nada pra conseguir ou que ainda tem, mas que eu não tenho conseguir mais. Não sei quando é, mas sei que não quero ser vovôgaroto, indo tocar no Garage pra 20 pessoas de bermuda aos 40 anos. Se eu ainda tocar aos 40 anos, quero estar como o Jão (do Ratos de Porão que nem tem 40 anos), o Rédson, sei lá, numa banda maneira com um certo público bom dando respaldo. Loser é bom só na música do Beck.

músicas novas que vão sair primeiro no exterior, depois aqui (ou não). E ficou foda. Não tenho qualquer constrangimento em dizer que é melhor que 96% das bandas de rock do Brasil. Quando digo isso, o que eu quero dizer é que sim, “somos o máximo dentro de nossas cabeças”. Aliás quando será que eu falei isso? (N.E.: em entrevista para Anderson Foca no site Officina na Internet, em 2002) A gente acha maneirão que quase ninguém vá conhecer essas músicas? Não, não acha. Mas elas não deixam de ser melhores ou piores pelo sucesso comercial. O fato de você não viver da sua arte, não te faz menos artista do que alguém que viva. É que existe uma soma enorme de fatores para se alcançar o sucesso comercial e eu devo ter falhado em alguns quesitos, estou certo disso.

Você aparenta ser meio avesso ao sucesso e toda “vida social” que ele proporciona. É isso mesmo? Quando você diz “somos o máximo dentro de Se rolasse um contrato com alnossas cabeças” tem alguma gum selo de uma gravadora relação com isso? grande, que lhe desse mais autoPergunta difícil. Mas em primeiro nomia como a Deck, por exemlugar, que sucesso? plo, rolaria? Todo o sucesso que eu tenho é subjetivo, ele não é paupável. Eu O livro que colocou Panço no mercado editorial Acho que rolaria sim. Mas sinceraposso listar mil coisas legais que mente não creio mais. eu tenho, como amigos no Brasil todo, amigos em A gente tem música no disco novo com sete partes vários lugares do mundo, tocar em vários lugares diferentes e sem refrão, com guitarra pesada, etc... do mundo, lançar meus discos 100% da maneira como eu e os membros da época de cada banda Mas qual o motivo? Pelo som ou por achar que quiseram, sem interferências e por aí vai. Mas o ninguém mais contratará vocês? O Dead Fish, normal de sucesso, seria o que alguns amigos con- por exemplo, foi assinar com uma gravadora seguiram como Pitty e seus comparsas, Fábio Bra- depois de mais de 10 anos de banda... sil, Renato, Bernardo (B.Negão). Talvez no passa- Sei lá. Dizem que eu sou muito pessimista. Devo do eu já tenha me importado mais em ir nos lugares ser então. Mas como te disse. Tem “n” motivos que ver os shows, conhecer pessoas, escrever nos te tornam contratável. Talvez a gente não tenha zines, mandar cartas e todas essas coisas. Hoje alguns deles. vou menos nos lugares supercool porque vejo menos porque nisso. Gosto de ir nos shows dos ami- Antes você tocava no Soutien Xiita, uma banda gos famosos pra comer e beber 0800, entrar no que foi marcada por perseguições de alguns meio das fotos deles com as fãs enlouquecidas, grupos por serem taxados de sexistas, machisdiversão pura. Tomar o todynho todo do camarim tas e coisa e tal. Como é pra você hoje dividir palco com bandas punks pelo mundo afora? Já antes dos artistas. Essas coisas nada demais. Ver como eles tão tocando, pegar uma palheta do houve algum questionamento sobre esse seu passado? Renato pra substituir a minha que tá toda gasta. Hoje mesmo a gente ouviu a mixagem de duas Não, creio que nunca. A memória das pessoas é


tocar e vender, essas coisas. A fundação foi um pouco confusa, um pouco nonsense e com mais viagens que o necessário. Levou um tempo para eu ver que eu queria outra coisa no geral, o que acabou acontecendo. Hoje em dia não me dedico mais tanto a Tamborete. Não tenho tempo por ter emprego normal, pelo menos por ora, e nem tanta vontade mais. Creio que lancei muitos discos artisticamente legais, mas com bandas já sem energia de trabalhar, de tocar. Agora não lanço mais nenhuma banda que um dos integrantes tenha perto de 30 anos, tenha alguém terminando a faculdade e procurando estágio, seja casado, tenha filhos, e por aí vai. Muita gente – eu também – se decepciona porque as condições para tocar são ruins demais. No Rio de Janeiro mesmo tem as lonas culturais, mas pouPanço na ativa: grita que eu te escuto cas são as bandas que conseguem tocar por lá e muito curta e a procura por músicas que são de com uma constância interessante. Não tem rádio, a outra geração é muito pequena. Se no rock brasilei- MTV não passa os clipes e algumas vezes até perro se divide as coisas por décadas, no under- de as fitas. É tudo muito ruim. ground, a divisão é talvez a cada cinco anos. Uma geração morre pra outra em menor tempo. De qual- Mas por que essa seleção para lançamento de quer modo eu mesmo não gosto mais de algumas bandas? Tem medo de se arriscar? letras do Soutien e não as tocaria mais hoje aos 33 Já lancei várias bandas que eu adoro o disco, mas anos. Acho que a gente fez um bom disco, sou feliz que não mexeram o dedo mindinho do pé esquerdo com ele, mas não fico ouvindo. Como depois de e eu me fudi. Como foi com o Cabeça, o Evil Motor. lançado, não ouço praticamente mais nada que já Os caras ficam mais velhos e enchem o saco. É fiz. normal. Eu mesmo já to assim. Sei como é. Mas não quero que o dinheiro jogado fora seja mais o Puxa, nem aquele maravilhoso acústico, Fora meu. da tomada? Eu gosto muito dessa demo, como gosto das ou- Da época em que você entrou no underground, tras. Mas não ouço mais. To ouvindo o Interpol no qual é a coisa que não tem mais e você acha momento. que faz falta? Não lembro de nada que eu sinta falta. Sinto falta E como foi a idéia, fundação e como é tocar o de coisas que nunca existiram. selo Tamborete? A idéia foi o de sempre. Lançar as coisas que era a Por exemplo? fim e que nunca teriam sido lançadas por outras Ué. Rádio, equipamento decente, tratamento degravadoras. Muitas das coisas que eu lancei, só cente, programas de TV, lugares bons, essas coimesmo eu lançaria. Até o Jason mesmo. E sempre sas. São muito escassos. tive vontade de fazer o meu tempo, só fazer as coisas que eu quisesse, quando eu quisesse. Sim, Hoje as coisas parecem que estão mais fáceis isso não é possível no mundo adulto. Ou pelo me- para as bandas independentes, como o acesso nos não tem sido para mim. à MTV, por exemplo. Você acha que essa aberMas foi por alguns anos com a Tamborete, então tura que ela tem dado aos indies é por acreditar esse era um dos objetivos principais. Poder ensaiar mesmo nesse “setor da música” ou é por intede tarde, ver e-mail de madruga, ir pro nordeste resse mesmo?


A abertura da MTV é muito pequena. Claro que eu prefiro ver o novo clipe do Interpol, do Artic Monkeys, do que desse bando de banda horrível que tem por aqui. A verdade é que não tem muita banda que valha a pena. Eu mesmo coloquei nossos clipes no nosso site, no Dissonancia.com, no Zonapunk, no Punknet, no site gringo. Acho que o alcance que tem na internet é pequeno, mas ainda é maior que na MTV, porque lá passa muito pouco. Essa é a parte que eu gostaria de ter uma gravadora maior. Para conseguir certas coisas que eu não consigo sozinho. Tanto no Jason como na Tamborete você parece que carrega ambos nas costas. Inclusive a única posição na banda que não trocou foi a sua. Como é isso pra você? Não se sente meio Humberto Gessinger? Na Tamborete acho bonzão. Com o Rafael (Ramos, dono da Deck Discos) era bom também, ele conseguia coisas que eu não, tinha acesso a coisas legais, estúdios bons, MTV, várias coisas. Era bom, mas ele tinha um caminho muito maior e amplo para seguir e o resultado todos conhecem. Quanto ao Jason é uma banda, no geral. Claro que eu faço muitas coisas que eles acham chatas e tenho criado muito mais nos últimos tempos, o que pra mim é muito saudável. Mas eu não componho todas as músicas sozinho e nem vou lá tocar sozinho, então é uma banda. Gostaria de chegar no nível do Gessinger, seria maneiro. Ter um público fixo, fiel e grande.

ria algo? Saiu sim. Não creio que eu fizesse melhor não. Alguns amigos disseram que fica repetitivo em algum momento e talvez mudasse um pouco isso. Mas sinceramente eu li tantas vezes e saiu como saiu. Meu QI só chegava até esse ponto mesmo. Num país como o Brasil, onde se lê menos de um livro por ano, e um público que lê pouco (povo do rock), é uma aventura e tanto lançar um livro, não? É muito caro? Qual foi a tiragem? Como está o retorno? É uma grande aventura, claro. Foi caríssimo. Mas eu acho que dinheiro é pra gastar mesmo. Emprego chato serve pra comprar sonhos. Uma casa na praia, uma na montanha, um carro novo, viagem pra Europa, sei lá. Eu me dou esses direitos de lançar meu livro, meus discos, tocar na Noruega, essas coisas. A tiragem foi de 1.000 pagos e mais 100 que sobraram e a gráfica me deu. O retorno em dinheiro é pífio. Vendeu muito pouco. No ritmo atual, faltam 12 anos pra eu conseguir empatar o investimento. Mas trank. Claro que eu gostaria do meu dinheiro de volta, até pra fazer outras coisas, mas não tenho perdido o sono por isso não. Perco – e muito - por outras coisas.

Você se arrisca a dizer que, a partir de agora, o Jason 2001: Uma odisséia na Europa é fundamental para uma banda que vai se arriscar a fazer uma turnê pela Europa? Já tem banda pedindo “assessoria” pra você? Não me arrisco não. Acho que quem lê e já tem Você acha que o Jason é a melhor banda em vontade, vai ter mais vontade. Mas cada um tem o que já tocou? Em qual banda gostaria de tocar? seu caminho. Ou melhor: em qual banda que acabou que Eu mesmo. Voltei em 2003 e foi diferente. Vou gostaria de ressuscitar? Acho o Jason sim, a melhor banda que já toquei. Principalmente gosto mais do que eu faço hoje em dia na guitarra. Eu poderia voltar como Johnny Marr, George ou John Lennon, Dimebag. O problema é que eu morreria cedo pelo visto. Quando você começou a escrever o “diário de bordo” da primeira viagem do Jason à Europa, você já pensava em lançá-lo como um livro? Já sim. Já viajei com essa intenção. E saiu do jeito que você esperava? AcrescentaPanço ao vivo, por aí: Selvagem?


Realmente, pra mim é a melhor banda, as melhores músicas, viajo muito ouvindo. Lembro exatamente quando ouvi a primeira demo seis ou sete vezes seguidas não acreditando que era o mesmo Marcelo que fazia zine que tinha aquela banda foda. Mas amigo do ídolo? Eu vou no show sempre, mas quase nunca falo com eles. Só com o Barba mesmo, E como estão os preparativos? Quem vai conti- que costumo encontrar fora do camarim e tal. Meu go? Vão tocar em algum lugar novo? Quando contato é mais com o Alex Werner que trabalha pra eles. será e quanto tempo vai durar essa turnê? Teria como responder a essa pergunta se você Os preparativos estão a toda. Todos os dias eu falasse do Wander. Daí sim, acho demais. Vou trabalho para marcar os shows, pra fazer tudo. É bem difícil. A quantidade de coisas a fazer é gigan- trabalhar com os Replicantes agora na tour gringa deles em maio. Acho que vai ser muito demais. Vou tesca. ver 28 shows seguidos. Recorde mundial. FantástiPor ora temos uns 30 shows marcados. Ainda teco. mos 16 dias vazios, o que é muito grave. Então espero nas próxiVai ser no mesmo esmas 2 ou 3 semaquema do Jason? Como nas ter pelo menos é trabalhar com o Wanmais 10 shows, o der Wildner? que já começa a Não sei o que quer dizer ser bem razoável. no mesmo esquema do Ter cinco, seis dias Jason, mas creio que sim. vazios é bem mal, Numa van, vários países, já que é um prejuíetc. Não sei como é trabazo grande. lhar com Wander Wildner. Vamos ver. No final Só vou saber em maio. das contas, espero Espero que seja bom. que tenham poucos Panço e os roqueiros em algum lugar da Europa: eu sou mau! Não só com ele, mas com dias de bobeira. os irmãos Heinz e com o Cléber, o baterista. Ainda não sei quem vai tocar. Como sempre acontece, em cima da hora, os caras que disseram que iriam, não devem mais ir. Então E como é para você essa relação com o Wander no momento vou eu, anderson o novo cantor, 90% Wildner, que foi um dos responsáveis por te “contaminar” em 87? certo q vai o george frizzo no baixo e existe uma Acho muito divertido lembrar do cara que eu ouvia chance grande de ir o Mutley ex-soutien e exgangrena na bateria. Mas realmente não sei ainda. o LP antes de ir pra escola e depois na volta ouvia Creio que em uma semana tudo estará definido. Ou de novo. Ele escreveu a contra-capa do meu livro, vou trabalhar com ele agora. Acho tudo demais, algo parecido. Não vamos a nenhum país novo, mas a cidades principalmente pelo Wander ser um cara gente fina. novas, isso sempre acontece. Sempre vai acontecer. São muitas. Começa 17/03 em Berlin e termina Você está preparando um novo livro. Eu sei que 01/05 em Lübeck, em um festival na Alemanha. você não agüenta mais falar a respeito, mas Quem quiser acompanhar, eu sempre atualizo as faça um esforço! Do que se trata e tem previsão de lançamento? datas no www.myspace.com/jasonbrasil. Não to não. Já estive, mas não tenho planos conUma adoração que você não esconde de nin- cretos de lançar não. Chama Esporro e conta históguém é pela banda Los Hermanos. Como é para rias da cena carioca dos anos 90. Várias divertidas. Mas no momento seria inviável financeiramente já você ser “amigo do ídolo”? agora em 2006 e novamente sei que vai ser diferente. Sempre é. Tem uns amigos que perguntam algumas coisas sim, mas não dá pra dizer que é uma assessoria. Hoje mesmo o Gomão do Vamoz! de Recife perguntou várias coisas.


que eu teria que usar o dinheiro do outro livro e que não voltou, então não é prioridade. Realmente não sei se ele sai um dia. São bandas que já acabaram, sem qualquer apelo, quase ninguém compraria. Então por ora ele não sai não. Sei que em 2006 100% que não.

É possível imaginar o Panço casado e pai de família? Engraçada essa. Possível é, claro. Sei lá o que falar. É possível sim. Valeu a pena? Sempre vale a pena quando a alma não é pequena. Ahahaha. O maior clichê do mundo.

Alguns lançamentos da Tamborete Entertainment (alguns títulos estão fora de catálogo)

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