Publico 20150117

EDIÇÃO LISBOA SÁB 17 JAN 2015 Argélia é o alvo a abater numa CAN que chegou a estar em risco p38 ENRIC VIVES-RUBIO

DEBATE QUINZENAL PASSOS ADMITE “REVISÃO DE ACORDO TÉCNICO” DAS LAJES Portugal, 4/5 PRÉMIOS 2014 JORNAL EUROPEU DO ANO JORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL

Grupo de autarcas do PSD junta-se para apoiar Santana Lopes O provedor da Santa Casa da Misericórdia começa a somar apoios com vista a uma eventual candidatura presidencial p6

HAMPI, A HISTÓRIA DA ÍNDIA AO VIVO E A CORES

Violência regressa à Ucrânia e o cessar-fogo é uma miragem A Base das Lajes e a privatização da TAP foram dois dos assuntos que dominaram o debate ontem no Parlamento

Acordo para a venda só garante que TAP será portuguesa durante uma década

FOTOGRAFIA A MARCHA DO CORTA-E-COLA QUE NÃO ENCHEU AS RUAS DE PARIS Mundo,20/21

Acordo firmado com os sindicatos assegura o hub de Lisboa apenas por dez anos. Sobre a polémica dos despedimentos, Pires de Lima dá o dito por não dito Destaque, 2/3 e Editorial

Os confrontos de ontem fizeram 11 mortes — o último episódio de uma semana de combates violentos p22

Brasileira Oi extrema posições e abre guerra a Granadeiro A operadora diz que a fusão com a Portugal Telecom “é irreversível” e queixa-se de que foi “a maior vítima” da falência da Rioforte p12

Várias detenções na Europa por suspeita de terrorismo Vários suspeitos de terem ligação a células jihadistas foram detidos na Bélgica, França e Alemanha P18/19 ISNN:0872-1548

Ano XXV | n.º 9043 | 1,65€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Simone Duarte, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora de Arte: Sónia Matos

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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

PRIVATIZAÇÃO DA TAP

Acordo entre Governo e sindicatos só garante hub de Lisboa durante uma década Ministro da Economia voltou atrás para garantir que cláusula que impede despedimentos colectivos abrange “todos os trabalhadores”. Comprador da TAP não poderá ter mais de 25% da mão-de-obra em outsourcing durante cinco anos Raquel Almeida Correia

O

acordo começou a ser negociado ainda no final do ano passado, mas foi assinado ontem com mais de uma hora de atraso. Já tinham passado 30 minutos da hora marcada quando o sindicato dos pilotos subiu as escadarias do Ministério da Economia. E seriam precisos ainda mais 45 minutos para afinar pormenores de “semântica”.

Só depois os nove sindicatos, o ministro, o secretário de Estado e o presidente da TAP se sentariam à volta da mesa oval do salão nobre, no n.º 15 da Rua da Horta Seca, para finalmente assinar o documento de cinco páginas.

Este acordo, que começou com um musculado braço-de-ferro nas vésperas do Natal (de um lado, a ameaça de greve, e, do outro, a requisição civil), estabelece, logo na primeira alínea, regras para que a TAP se mantenha uma companhia de bandeira portuguesa. Mas essas garantias, de manutenção da sede, da direcção efectiva e do estabelecimento da empresa no país e de preservação do hub [placa giratória] de Lisboa só ficaram asseguradas

“por um período não inferior a dez anos”, lê-se no documento, a que o PÚBLICO teve acesso.

O Governo sempre disse que estas questões ficariam salvaguardadas na privatização, mas subentendeuse que algumas teriam um carácter permanente, como é o caso do hub, o mais valioso activo da TAP. O facto de o acordo limitar essa garantia a um período não inferior a dez anos não impede o executivo de encontrar uma fórmula mais restritiva no caderno de encargos que aprovou na quinta-feira e que deverá ser divulgado na próxima terça.

Ao que o PÚBLICO apurou, o incumprimento deste requisito até poderá resultar na reversão do negócio, sem que o comprador tenha direito a qualquer indemnização.

Ainda assim, no acordo com os nove sindicatos, o Governo aceitou colocar um prazo.Há outras questões, no acordo assinado ontem, que são mais transversais à TAP, como a “promoção da adequada capitalização do grupo (...) através de novos activos”. Ou seja, dinheiro que venha de fora, do comprador, e não que seja extraído de recursos da própria empresa. Mas a maioria das alíneas dizem directamente respeito ao futuro dos trabalhadores.

A começar, como já tinha sido noticiado, pela proibição de se avançar com despedimentos colectivos por um período de 30 meses após a transmissão das acções ou enquanto o Estado (que ficará com 34% do capital por pelo menos dois anos) for accionista. Prevalecerá a alternativa for mais longa. E também pela protecção dos acordos de empresa para além do limite legal (12 meses), prolongando-os por mais 36 meses.

Uma novidade do acordo é que o comprador terá limites concretos no recurso ao outsourcing e ao trabalho externo, por exemplo quando são fretados aviões e as respectivas tripulações. O documento prevê que estes mecanismos não possam representar mais de 25% da força de trabalho ao longo de cinco anos, tanto nas actividades de aviação, como nas de manutenção.

De resto, as alíneas já eram conhecidas: a manutenção da capitalização dos instrumentos relativos às pensões, complementos de reforma, prémios de jubilação, seguros de saúde e de visa, bem como a sua autonomização e gestão por uma entidade externa. O que terá de acontecer até 31 de Dezembro deste ano. E, por fim, a criação de um

órgão onde os trabalhadores terão assento, que discutirá matérias com impacto na vida da TAP e que reunirá pelo menos trimestralmente.

Em contrapartida, os nove sindicatos que assinam o acordo assumiram “o compromisso de envidar os seus melhores esforços, dentro de uma espírito de boa-fé, para preservar um clima de paz social no grupo TAP”, lê-se no documento. O entendimento produz efeitos a partir de ontem, data da assinatura, e vigora até ao fim do processo de venda, mas deixa de vigorar se a privatização for suspensa.

Fora ou dentro?

O documento tinha ficado fechado logo na segunda-feira, mas desde quinta à noite que se tornou indispensável fazer alterações. Nomeadamente, no que se refere à proibição de avançar com despedimentos colectivos. Inicialmente, pretendia-se que esta salvaguarda ficasse circunscrita aos associados dos nove sindicatos, mas, por questões legais, foi necessário abranger todos os mais de dez mil trabalhadores do grupo.

O tema, porém, gerou muito ruído, com o Governo a contradizer-se sobre quem ficava dentro e quem

ficava fora do acordo, já que três sindicatos da TAP não aceitaram negociar, tendo mantido a greve entre o Natal e o Ano Novo. Ontem, na cerimónia de assinatura, o ministro da Economia corrigiu a informação que tinha dado menos de 24 horas antes, numa entrevista à TVI, garantido que beneficiam daquele impedimento “todos os trabalhadores”.

Na noite anterior, Pires de Lima tinha afirmando precisamente o contrário. “Não podemos estender Sindicatos comprometeram-se a “preservar um clima de paz social” na TAP, em contrapartida do acordo

esse acordo a sindicatos que não se quiseram sentar connosco à mesa e que não assinaram o acordo de paz social relativo a esta privatização”, disse, na entrevista ao canal de televisão.

Isto depois de o secretário de Estado dos Transportes ter deixado bem claro, no briefing que se seguiu ao Conselho de Ministros onde foi aprovado o caderno de encargos da privatização, que o acordo se limi-

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | DESTAQUE | 3 NUNO FERREIRA SANTOS

Pires de Lima, ontem na cerimónia de assinatura do acordo entre os nove sindicatos e o Governo

O QUE ELES DISSERAM

“Não podemos estender esse acordo a sindicatos que não se quiseram sentar connosco à mesa e que não assinaram o acordo de paz social” António Pires de Lima Ministro da Economia 15/01/15

“Alguns aspectos de natureza laboral dão a estes sindicatos e aos seus associados a garantia de não existência de despedimentos” Sérgio Monteiro Secretário de Estado 15/01/15

tava aos 3000 associados dos nove sindicatos subscritores. Há “alguns aspectos de natureza laboral, nomeadamente os acertados por acordo entre o Estado e os sindicatos, que têm a ver com prevalência dos acordos de empresa por um período de tempo mais alargado, que dão a estes sindicatos e aos seus associados, nos termos que ficaram definidos, a garantia de não existência de despedimento colectivo durante um determinado período de tempo”, afirmou Sérgio Monteiro.

Ainda na quinta-feira à noite, o secretário de Estado reiterou esta interpretação numa entrevista à SIC: “Não consigo compreender como é que estenderíamos protecções a quem não está neste acordo, a quem não aceitou sentar-se connosco. O Governo não pode pedir a um comprador que se vincule a protecções de acordos que não existem”, disse.

Sérgio Monteiro acrescentou ainda que “está garantida a igualdade, mas o acordo é com nove sindicatos”.

Porém, ainda nesse dia à noite, o Governo apercebeu-se de que esta visão poderia ser posta em causa, uma vez que seria ilegal proteger apenas alguns trabalhadores da possibilidade de um despedimento colectivo.

Foi isso que obrigou o primeiro-ministro a clarificar, logo pela manhã de ontem, no Parlamento.

Desafiado pela bloquista Catarina Martins a “explicar direitinho” como é que, em jeito de “retaliação”, “há trabalhadores que têm o posto de trabalho assegurado e outros não”, respondeu: “Retaliação? Não sei a que é que se refere. Terá oportunidade de ver no caderno de encargos que os acordos de empresa estabelecidos com os sindicatos têm que ser respeitados pelos futuros compradores”. Passos Coelho confidenciou ainda que o ministro da Economia lhe pediu “para deixar claro que não há nenhuma discriminação”.

Também ficou claro ontem que das normas que vigoram apenas para os nove sindicatos podem beneficiar não só os actuais associados, como os futuros. A garantia foi deixada pelo ministro da Economia, numa altura em que as estruturas que negociaram com o Governo estão a receber mais pedidos de adesão por causa do acordo. “Acautelar o futuro [a eventual privatização da TAP] não é concordar com ele”, afirmou o porta-voz dos sindicatos na cerimónia de ontem. com Sofia Rodrigues

“Prevalece a norma geral do Direito, portanto, não há nenhuma restrição quanto à aplicação desses acordos. Não há nenhuma discriminação” Pedro Passos Coelho Primeiro-ministro 16/01/15

“[Quanto à proibição de despedimento colectivo] a Lei Geral do Trabalho prevalece e não pressupõe nenhuma diferenciação” António Pires de Lima Ministro da Economia 16/01/15

“Terão hipótese de analisar a abrangência do acordo quando for publicado o caderno de encargos” Sérgio Monteiro Secretário de Estado 16/01/15

O que prevê o acordo Manutenção da sede e do hub Logo na primeira alínea, o acordo assinado entre nove sindicatos da TAP e o Governo estabelece que a sede, a direcção efectiva e o estabelecimento do grupo TAP têm de continuar localizados em Portugal “por um período não inferior a dez anos após a celebração do contrato de venda”. O mesmo prazo é definido para a manutenção do actual hub nacional e do estatuto do grupo TAP “como companhia de bandeira”. O caderno de encargos, que será conhecido na terçafeira, poderá, porém, ser mais restritivo, implicando a reversão do negócio caso, por exemplo, o hub de Lisboa não seja preservado.

Vigência dos AE Uma das maiores conquistas dos sindicatos foi o alargamento do prazo para a denúncia unilateral, por parte da empresa, dos acordos de empresa (AE) vigentes. O prazo foi estendido por mais 36 meses além do limite legal, que é de 12.

Proibição aos despedimentos O acordo proíbe o comprador da TAP de avançar com despedimentos colectivos durante 30 meses após a celebração do contrato de venda. Ou, em alternativa, enquanto o Estado (que ficará com 34% do capital durante pelo menos dois anos) for accionista do grupo. O prazo mais longo prevalecerá. Não está vedado, porém, o recurso a outros mecanismos para emagrecer o quadro de pessoal, como as reformas antecipadas ou as rescisões por mútuo acordo, por exemplo.

Limites ao outsourcing Também foram incluídas no acordo regras claras quanto ao recurso ao outsourcing e ao trabalho externo (quando são fretados aviões e as respectivas tripulações). O documento refere que está proibida a “subcontratação ou externalização cumulativa

superior a 25% das actividades de aviação e manutenção” no prazo de cinco anos após a transmissão das acções.

Direitos protegidos Outra cláusula acordada entre os nove sindicatos e o Governo estabelece “mecanismos de protecção das antiguidades e carreiras, nas eventualidades de fusão ou de aquisição do grupo TAP, por um período de cinco anos” a contar a partir da assinatura do contrato de venda.

Pensões e seguros Ficou igualmente assegurada a capitalização dos instrumentos e veículos de financiamento das responsabilidades com pensões, complementos de reforma, prémios de jubilação, seguros de saúde e de vida, bem como a sua autonomização e gestão por parte de uma entidade externa à TAP, até 31 de Dezembro deste ano. A medida está, porém, condicionada à garantia de que serão os sindicatos a suportar os custos da sua concretização.

Capitalização da TAP O acordo torna ainda obrigatório, como já era pretensão do Governo, que o comprador promova a “adequada capitalização do grupo TAP”, mas “através de novos activos e recursos” e não à custa de meios da própria empresa, com o objectivo de garantir um “crescimento sustentado da actividade”.

Trabalhadores envolvidos Por fim, os sindicatos e o Governo acordaram a criação de um órgão em que os trabalhadores terão assento, que “reunirá com periodicidade trimestral para discutir os assuntos com impacto relevante na vida da empresa”.

Compromisso de paz social O acordo termina com um compromisso entre as partes que, embora não seja concreto, refere que vão “envidar os seus melhores esforços para preservar um clima de paz social no grupo TAP”. R.A.C.

4 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

Passos admite “revisão de acordo técnico” das Lajes Primeiro-ministro viu-se atacado por todos os lados no debate quinzenal. TAP, PT, desemprego, impostos. Conseguiu ir apresentando respostas. Excepto para a falta de médicos nos hospitais Parlamento Nuno Sá Lourenço O primeiro-ministro aproveitou o debate quinzenal de ontem para criticar os EUA a propósito da redução na Base das Lajes. Comentando a situação, Pedro Passos Coelho ouvia de Washington “muito verbo e pouca acção” sobre a possibilidade de aplicação de medidas para mitigar o impacto socioeconómico da redução na Base das Lajes, nos Açores.

O chefe do Governo admitiu mesmo que o anúncio poderá “suscitar a revisão do acordo técnico” que regula a permanência militar americana na ilha Terceira.

O acordo técnico foi um dos documentos oficiais assinados entre os dois Estados em 1995. Nele se fixaram as regras de utilização da base, os procedimentos a levar a cabo para as aeronaves em trânsito — quando os EUA teriam de solicitar autorização ou apenas avisar as autoridades portuguesas —, o pagamento dos custos de operação e manutenção na base, o número máximo de pessoal americano destacado, militar e civil (6500) e a concessão de facilidades no porto da Praia da Vitória.

Esse acordo prevê ainda a facilitação de recursos locais aos americanos, isenção de taxas na importação de equipamentos, abastecimentos e material para uso da força militar. O acordo permite até isenção do IVA de material e serviços portugueses.

No início deste mês, a Administração Obama confirmou que a racionalização de efectivos militares na Europa aplicar-se-ia também às Lajes, com a redução dos actuais 600 para 165 norte-americanos e o corte de trabalhadores portugueses de 800 para 400.

As declarações de Passos Coelho surgiram após uma pergunta do líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, sobre o que se poderia fazer para “evitar as consequências” económicas da redução. Passos anunciou a criação de uma comissão, a juntar os governos da República e o regional, “para encontrar medidas que possam atenuar” esse impacto e “revi-

talizar a economia da ilha”.

Passos Coelho defendeu no Parlamento que as consequências iriam ter “um peso muito negativo” na ilha e Açores e que essa era uma realidade “a que os EUA não podem deixar de atender”. E acrescentou que o “Governo não aprecia” a forma como a administração tinha gerido a questão “ao longo dos vários anos”.

O desejo de um empenho conjunto dos diferentes partidos na defesa da posição portuguesa, manifestado por Montenegro, não se reflectiu, no entanto, neste debate. O PS criticou a reacção do Governo ao anúncio feito a 8 de Janeiro, denunciou o “isolamento atlântico” e o “tratamento vexatório” de que o país fora alvo. O que levou o primeiro-ministro a criticar o PS por utilizar a questão “como arma de arremesso político”.

As Lajes foram apenas um dos muitos temas através dos quais o primeiro-ministro foi metralhado pela oposição. Na maior parte dos embates, Passos Coelho foi conseguindo responder aos ataques, à excepção de um tema. Na saúde, o chefe do executivo revelou maiores dificuldades para contrariar as críticas. Todos os partidos da oposição lembraram a falta de médicos nos hospitais. Heloísa Apolónia, dos Verdes, deu o tiro de partida ao afirmar que havia “gente a morrer nas urgências deste país”, apontando a responsabilidade aos cortes efectuados no sector.

O chavão da austeridade regressava. “As consequências das políticas de austeridade estão à vista. O Governo preferiu cortar nas escalas, reduzir nos vencimentos, recrutar médicos sem ligação aos hospitais”, insistia Ferro Rodrigues. A única resposta que Passos conseguiu articular foi repescar o passado. “Pensei que se referia ao pagamento de dívidas que os senhores deixaram. Conseguimos pagar parte do passivo e de dívidas e capitalizar alguns hospitais.

Apesar das restrições, não puseram em causa os serviços prestados”.

Ainda assim, nos restantes temas, Passos foi conseguindo apresentar respostas às críticas. O PCP acusou o Governo de, com os seus planos para a requalificação, ter criado a “antecâ-

Ferro Rodrigues acusou Passos Coelho de estar “isolado da administração pública” mara” para despedimentos. Por começar “nos cortes nos salários, numa autêntica chantagem” a que depois juntava os números distorcidos.

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, acusou o Instituto Emprego e Formação Profissional (IEFP) de distorcer “as estatísticas”. “Lá se foram os sinais tão proclamados sobre as estatísticas do desemprego, as quais, desde que torturadas e retorcidas, dizem sempre aquilo que se pretende”, afirmou, classificando de “inquietantes as tendências” anunciadas de “despedimentos no sector financeiro, na Base das Lajes, na TAP”, entre outras.

Passos Coelho já antes reconhecera preocupação com os números do desemprego. “Houve um aumento do valor do índice, e isso evidentemente preocupa o Governo”, disse o chefe do executivo, para depois se

manifestar esperançoso de que os mais recentes valores fossem apenas um contratempo: “Não estou certo de que isto transmita uma inversão de tendência, mas precisamos de estar atentos”.

PT e Novo Banco Do BE, o foco foi para a PT. Catarina Martins desafiou o Governo a tomar uma posição na Portugal Telecom, insistindo no trunfo do Novo Banco. “Na quinta-feira, há uma nova assembleia geral de accionistas e é possível, usando Novo Banco, Segurança Social e pequenos accionistas, ter os 30% para parar a venda da PT à Altice. Que indicações é que o Governo vai dar aos administradores que vão estar nessa assembleia geral representando o Estado?”, interrogou a porta-voz do BE. Sem surpresas, Passos disse que

não levantaria um dedo. Para o social-democrata, o Estado não era “dono do Novo Banco”. “O Novo Banco foi criado com a resolução do BES, foi criado pelo Fundo de Resolução, o Fundo de Resolução não dá ordens à administração do Novo Banco em nome do interesse do Estado para que, na gestão dos interesses correntes do banco, os administradores votem de uma ou outra maneira”, vincou. Mas Catarina Martins ainda lembrou que quem estava a “meter dinheiro” era o Estado e, como tal, a administração tinha de “obedecer” às indicações desse accionista.

O posicionamento dos dois partidos do Governo sobre impostos foi também tema no debate. Ferro Rodrigues abordara o tema, mas uma intervenção do líder parlamentar do CDS permitiu ao primeiro-ministro sublinhar a “total sintonia dentro do

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | PORTUGAL | 5 RUI GAUDÊNCIO

ENRIC VIVES-RUBIO

Maioria chumba seis projectos para repor feriados

A

Governo” na fiscalidade. Que foi usada, sublinhou depois, para “conseguir servir os objectivos” ambientais e de promoção da natalidade. Através do líder socialista, o PS ensaiou um discurso em que tentava apresentar o Governo “isolado” em relação ao resto do país. Não só em relação à política externa — a propósito das Lajes —, mas também nas reformas na justiça, nas urgências hospitalares, na requalificação e nas “discriminações positivas” em carreiras do Ministério das Finanças. “O senhor primeiro-ministro está isolado da administração pública e começam a sentir-se sinais de que as trapalhadas do seu Governo podem conduzir a um isolamento face às forças políticas que o sustentam”, sustentou. Na resposta, Passos Coelho argumentou que o executivo não trabalhava “com a preocupação de agradar”.

maioria PSD/CDS chumbou ontem os projectos de reposição de feriados apresentados por PS, PCP, BE, Verdes e pelo centrista José Ribeiro e Castro.

O antigo líder do CDS abstevese na iniciativa comunista, votou a favor do projecto socialista e de Os Verdes e contra a fixação do Carnaval como feriado obrigatório.

O projecto do PS propunha a reposição dos feriados civis abolidos em 2012, o 5 de Outubro e o 1.º de Dezembro.

Já PCP e BE defendiam a recuperação dos quatro feriados eliminados, incluindo os dois religiosos, Corpo de Deus e Todos os Santos.

No caso de Os Verdes, os deputados apresentaram dois projectos em separado, um dos quais propunha a fixação do Carnaval como feriado obrigatório e que mereceu o voto contra da maioria e também de Ribeiro e Castro.

Na sua declaração de voto, o deputado centrista lamentou que a maioria parlamentar tenha “desperdiçado a oportunidade para clarificar” a lei e que “tenha escolhido manter a flagrante contradição entre o discurso público (suspensão de feriados por cinco anos) e o texto efectivo da lei (eliminação de feriados, que foram inteiramente apagados da respectiva lista legal e, portanto, da ordem jurídica)”. Para o deputado, esta contradição “só pode, infelizmente, contribuir para o prosseguimento do clima de confusão e desconfiança”.

O antigo líder do CDS, e do movimento a favor da restauração do 1.º de Dezembro, confessa ter alguma mágoa por ser a quarta vez nesta legislatura que não se consegue repor os feriados históricos: “Nem Portugal nem os portugueses merecem ver assim tratado o mais alto dos seus dias nacionais”. Sofia Rodrigues

Anabela Rodrigues reuniu-se com o PS e quer afinar legislação contra o terrorismo

Ministra da Administração Interna reuniu-se com PS sobre combate ao terrorismo Segurança Nacional Pedro Sales Dias e Nuno Sá Lourenço Anabela Rodrigues e Jorge Lacão deram início ao diálogo. MAI admite “afinamentos” na Lei de Combate ao Terrorismo No mesmo dia em que o PÚBLICO dava voz às queixas de Carlos César, presidente do PS, sobre a ausência de diálogo do Governo com o principal partido da oposição sobre políticas de combate ao terrorismo, o executivo chamou os socialistas para um encontro sobre o tema. A reunião entre a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, e o responsável do PS para estes assuntos, Jorge Lacão, realizou-se logo no dia seguinte, na quinta-feira. O deputado Jorge Lacão confirmou ao PÚBLICO a reunião com a ministra, assumindo que “esse contacto se manterá”.

O primeiro encontro, adiantou o socialista, serviu para “estabelecer um início de diálogo que o PS e o Governo aceitam no sentido de garantir, designadamente, que as políticas de prevenção e combate ao terrorismo possam merecer um consenso alargado”.

Também uma assessora do Ministério da Administração Interna confirmou o encontro ao PÚBLICO.

E acrescentou que “estão previstos afinamentos na legislação de combate ao terrorismo”.

Sobre o conteúdo da conversa nada é avançado por nenhuma das partes. Mas em causa estão possíveis modificações ao Tratado de Schengen, admitidas em várias capitais europeias no rescaldo dos atentados de há uma semana em Paris. O PS, precisou Carlos César nas declarações ao PÚBLICO antes deste encontro, admite, se forem necessárias, alterações a Schengen, “mas nunca a inibição do tratado”.

Há vários meses que o Governo estuda modificações. Numa primeira fase, para dispor de meios eficazes para o controlo dos “combatentes estrangeiros” de origem portuguesa que se juntaram às fileiras do autoproclamado Estado Islâmico (EI).

Abre-se um conjunto de situações inéditas pelo envolvimento no EI, desde o crime de apologia do terrorismo ao envolvimento em actos terroristas. O alcance das mudanças na legislação portuguesa não está ainda estabelecido. Já o fundamento das alterações terá a força de uma decisão internacional: a Resolução 2178 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de 24 de Setembro de 2014.

Aprovada por unanimidade e de natureza vinculativa, aquela resolução insta os Estados-membros da ONU a prevenir o movimento de grupos terroristas através de um controlo efectivo das suas fronteiras. “A

abordagem destes temas deve ser técnica, ou seja, os serviços têm de demonstrar a urgência de determinados procedimentos”, destaca o dirigente socialista.

Portugal conta com uma lei de combate ao terrorismo desde 2003, ainda quando Jorge Sampaio era Presidente da República e Durão Barroso (que veio a ser presidente da Comissão Europeia) primeiro-ministro.

A lei, actualizada em 2007, 2008 e 2011, considera grupo terrorista as associações que actuem para “prejudicar a integridade e a independência nacionais” ou que “subvertam as instituições do Estado previstas na Constituição da República”.

Quem aderir ou fundar um grupo terrorista pode ser punido com uma pena de oito a 15 anos de prisão. Já para as chefias deste tipo de grupos a lei prevê uma pena que pode ir até aos 20 anos de prisão. O diploma estabelece ainda uma pena que pode ir até aos 15 anos de prisão para quem financiar acções terroristas.

A investigação do terrorismo é da competência exclusiva da PJ, que é, aliás, a representante de Portugal em grupos de trabalho que estudam o fenómeno na Europol e Interpol.

Porém, em caso de atentado terrorista, no terreno e na preparação da resposta ao que as autoridades designam de incidente táctico-policial, avançam a Unidade Especial de Polícia da PSP e o Grupo de Intervenção e de Operações Especiais da GNR.

6 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 DANIEL ROCHA

Costa e Assis lado a lado pela primeira vez depois do incidente do congresso Partidos Margarida Gomes Secretário-geral do PS estará em Matosinhos numa conferência sobre Estado e democracia que está a gerar polémica

Santana Lopes tem andado por todo o país, em jantares e outras iniciativas do partido

Autarcas do PSD juntam-se a Santana e na calha está uma nova vaga de apoios Presidenciais Margarida Gomes Na mesma semana, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa recebeu por duas vezes o apoio de autarcas Pedro Santana Lopes começa a somar apoios com vista a uma eventual candidatura presidencial. Um novo grupo de presidentes de câmara sociais-democratas do interior declarou-lhe ontem apoio, três dias depois dos autarcas de Oleiros, Pedrógão Grande, Pampilhosa da Serra, Sertã e Vila de Rei terem anunciado estar ao seu lado numa provável candidatura à Presidência da República.

O PÚBLICO sabe que há uma nova vaga de apoios de autarcas do partido, nomeadamente os presidentes das câmaras de Almeida, Arganil, Manteigas, Sabugal e Vila Nova de Foz Côa. Todos eles estão disponíveis para apoiar Santana Lopes, caso decida formalizar a sua candidatura a Belém. Alguns subscreveram o comunicado que sustentou os primeiros apoios e que enumera alguns princípios que vão presidir à eventual candidatura do ex-líder do PSD. Outros ainda não o fizeram, mas já deixaram expressa a vontade de estar a seu lado.

O presidente da Câmara de Manteigas, José Manuel Biscaia, é um dos autarcas que estão com Santana, por considerar que o ex-primeiro-ministro “é o homem certo para ser o próximo Presidente da República”.

Ao PÚBLICO, José Manuel Biscaia elogia o perfil do ex-presidente do PSD e realça-lhe o “desassombro” e a “particularidade de a todos nos confundir e a todos nos agradar”.

“Ele disse que ia andar por aí e anda mesmo”, aponta, sublinhando que “é um homem de solidariedades e de portas abertas e devemos dar-lhe guarida”.

“Não assinei o comunicado, mas, se Pedro Santana Lopes me convencer com as suas ideias, subscreverei a sua candidatura”, diz, entusiasmado.

Nas palavras do presidente da Câmara de Arganil, Ricardo Pereira Alves, o actual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa “tem o perfil para o cargo e é a pessoa mais bem posicionada para a Presidência da República”. Porquê? “Porque tem a leitura do país face à sua experiência autárquica e governativa”. “Apoiá-lo-ei com toda convicção”, declara este autarca, revelando que os apoios a uma eventual candidatura presidencial têm surgido de forma espontânea”.

“A função presidencial exige uma compreensão muito grande do país e das expectativas dos portugueses

e Santana Lopes tem essa sensibilidade”, afirma.

Sublinhando que o timing das candidaturas presidenciais não está dependente dos “calendários que possam interessar a esta ou àquela força política”, o presidente da Câmara de Arganil enfatiza que o “avanço de Pedro Santana Lopes será no tempo que ele próprio decidir”. “Estamos a um ano das eleições presidenciais e acho natural que dentro de três ou quatro meses surja a candidatura”, sublinha.

Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, que pode vir a disputar o mesmo terreno do centro-direita, o autarca nota que pode ser candidato a qualquer função, mas que pessoalmente prefere o provedor da SCML. Estes apoios dos autarcas sociaisdemocratas não surgiram do nada.

Discretamente, Santana Lopes tem andado no terreno, não apenas no interior do país, mas um pouco por todo o lado. De acordo com relatos feitos ao PÚBLICO, o ex-presidente do PSD tem participado em jantares com militantes e simpatizantes e outras iniciativas, umas organizadas pelo próprio partido, outras promovidas pelas estruturas da Juventude Social-Democrata e da Juventude Centrista, como aconteceu recentemente na Covilhã. Por estes dias, Santana esteve na Academia do Poder Local, na Guarda, numa iniciativa dos Autarcas Sociais-Democratas.

António Costa e Francisco Assis vão encontrar-se hoje, em Matosinhos, pela primeira vez depois do incidente no último congresso nacional do PS, em Novembro passado, em Lisboa. O actual eurodeputado e exlíder da bancada parlamentar do PS abandonou os trabalhos da reunião magna dos socialistas no primeiro dia dos trabalhos, em sinal de protesto por não lhe ter sido permitido usar da palavra antes do jantar. Francisco Assis responsabilizou Carlos César, que conduzia os trabalhos, por não o ter deixado discursar no congresso.

Assis, um dos apoios de peso do exsecretário-geral do PS, António José Seguro, ficou de fora do secretariado nacional, um órgão da estrita confiança do líder do PS, e recusou integrar quaisquer outros órgãos do partido.

Hoje, os dois socialistas vão estar na mesma sala a participar numa conferência organizada pela federação distrital do PS-Porto sobre Melhor Estado — Mais Democracia, que juntará um conjunto de personalidades. Para além de António Costa e Francisco Assis, estarão presentes Silva Peneda, João Teixeira Lopes, Rui Rio, Emídio Gomes, Paulo Cunha e Manuel Machado.

A organização desta iniciativa está a gerar alguma polémica. No PS, há quem afirme que esta conferência

António Costa vai participar numa acção da distrital do Porto

não passa de uma “autopromoção” do presidente da federação distrital, José Luís Carneiro, e muitos afirmam não entender por que é que se promove uma iniciativa com tanta gente de sensibilidades diferentes. “O líder da distrital promove uma conferência em que ele próprio fala duas vezes, na abertura e no final, não se entende, a não ser num quadro de autopromoção”, disse fonte socialista.

Mas há mais gente descontente. A iniciativa decorre em Matosinhos e a comissão política local não foi convidada a participar, um gesto que caiu mal nos militantes. A concelhia do Porto também não terá sido convidada. O PÚBLICO tentou por várias vezes contactar José Luís Carneiro, mas o líder distrital não se mostrou disponível.

As relações entre distrital e a concelhia do PS-Porto, que nunca foram muito próximas, estão agora mergulhadas num impasse, porque a federação decidiu solicitar ao secretariado nacional um parecer sobre a questão da sucessão de Manuel Pizarro na liderança da concelhia socialista do Porto.

Manuel Pizarro foi eleito para o secretariado nacional de António Costa, o que implica o abandono da liderança do órgão concelhio. Os estatutos prevêem que, nestes casos, avence o número dois da lista, Tiago Barbosa Ribeiro, o qual, no entanto, só aceita assumir o cargo na sequência de eleições antecipadas, que foram já aprovadas, sem nenhum voto contra, pelo secretariado concelhio.

A situação está a gerar um impasse, uma vez que as regras prevêem que avance sempre o elemento que se seguiu na lista candidata. A questão é que a concelhia solicitou já à distrital a convocação de eleições antecipadas, mas os seus responsáveis querem avaliar a concreta possibilidade de convocação do acto eleitoral, sem ser necessário que pelo menos metade e mais um dos elementos da lista renunciem à sucessão de Pizarro. É esta questão concreta que a distrital quer ver analisada pelo secretário nacional para a organização dos socialistas. A concelhia já sugeriu duas datas para a convocação das eleições — os dois últimos sábados de Fevereiro —, mas a distrital só deverá convocar o acto eleitoral depois de ter em seu poder o parecer.

Ao PÚBLICO, Tiago Barbosa Ribeiro disse que não foi informado da diligência da distrital e aguarda que lhe seja comunicada a decisão e que sejam convocadas as eleições.

Comunicado da Oi A PT Portugal está enfrentando uma situação adversa, que requer o claro entendimento e senso de sua importância. O episódio da Rio Forte, que provocou um default de 897 milhões de euros, causou dano sério à companhia, fazendo inclusive com que ela sofresse um downgrading das agências internacionais de rating, dificultando acesso ao mercado de capitais e aumentando o custo de capital. A Oi vem centrando todos seus esforços no apoio à apuração dos fatos para contribuir com as devidas responsabilizações pelos atos praticados, e tomará todas as medidas pertinentes, pois é a principal vítima das aplicações realizadas na Rio Forte. Além disso, afetada diretamente pelo default, a Oi está fazendo o que é certo diante deste cenário e trabalha arduamente para superar o desafio que esse episódio gerou para as companhias.

Nesse sentido, a Oi entende que a assembleia de acionistas da PT SGPS marcada para o dia 22 de janeiro é a melhor oportunidade para assegurar o futuro sustentável da PT Portugal e da Oi. Esta decisão, que gera mais valor para todos os acionistas, vai beneficiar a empresa portuguesa, resultando numa companhia com baixa alavancagem, preparada para enfrentar os desafios financeiros e operacionais no futuro.

A PT Portugal continuará sendo uma empresa concentrada em Portugal, prestando serviço aos portugueses, investindo, recolhendo impostos e gerando empregos no país. Ou seja, a venda proposta para votação dos acionistas vai resultar somente na mudança de controle da companhia, mas a empresa em si não muda. Ela sai fortalecida frente à situação atual.

A Oi considera também que a venda da PT Portugal é o melhor para todos os seus acionistas diretos e indiretos, inclusive para a PT SGPS, cujo principal ativo consiste no investimento na própria Oi. Isso porque com a venda, a Oi também reduzirá alavancagem e ganhará flexibilidade financeira e capacidade de investimento. Além disso, se habilita a participar do esperado processo de consolidação no Brasil, que tem potencial de captura de sinergias materiais, ganhos de escala e competitividade.

Quanto às recentes especulações sobre a possibilidade de se desfazer o aumento de capital (e, consequentemente, a fusão), sob argumento de que teria havido um suposto descumprimento pela Oi dos termos originalmente acordados para fusão, a Oi esclarece que as alterações que estão sendo feitas decorrem de eventos posteriores ao aumento de capital e que levaram a Oi e a PT SGPS a renegociar de forma consensual os termos da fusão. E também especificamente no que se refere à venda da PT Portugal, não há nenhum descumprimento dos termos da fusão, uma vez que a venda está condicionada à aprovação dos acionistas da PT SGPS. Se os acionistas aprovam a venda, o consentimento foi dado; se não aprovam, não ocorre a venda. Em ambos os casos, não há descumprimento do que foi acordado; há apenas a hipótese de ocorrer ou não uma alteração consensual nos termos acordados anteriormente.

Além disso, uma vez que a contribuição dos ativos da PT Portugal à Oi se deu no aumento de capital da companhia brasileira e este foi homologado, a operação está juridicamente concluída. A Legislação brasileira, que rege a operação, não prevê um eventual descumprimento contratual (que não existe, no caso) como fundamento para a desconstituição de um aumento de capital finalizado. A própria PT SGPS, conforme fato relevante divulgado à CMVM, contratou análises jurídicas cujos pareceres concluem e ratificam o entendimento da Oi, de que a fusão é irreversível.

A Oi detém os mesmos interesses que os demais acionistas da PT SGPS, conforme confirmado oficialmente por escrito pelo presidente da mesa da assembleia de acionistas da PT SGPS ao presidente do conselho da PT SGPS ao declarar não existência de conflito de interesse para a Oi. Em consequência, o exercício do direito de voto da acionista Telemar Norte Leste S.A. (subsidiária da Oi) na assembleia de acionistas da PT SGPS (para venda da PT Portugal) deveria ser preservado, direito este que não foi respeitado na assembleia do dia 12 de janeiro que deliberou para a convocação de nova assembleia para o dia 22. Este fato, que causou estranheza, foi contestado pela Oi por considerar não haver fundamento para qualquer impedimento de exercício do seu direito de voto relativamente aos assuntos em deliberação na assembleia. De qualquer modo, a Oi reitera que age no melhor interesse das duas companhias.

A Oi vem divulgando ao mercado e ao órgão regulador todas as informações que estão ao seu alcance sobre o caso Rio Forte, e entende que a apuração de responsabilidades neste episódio e a aprovação da venda da PT Portugal são assuntos que não devem se misturar. A Oi apoia e sempre apoiou todas as iniciativas no sentido de se apurar e responsabilizar os culpados, mas entende que é preciso seguir fazendo o que é correto para o futuro sustentável das empresas e, nesse sentido, vender a PT Portugal é fundamental, pois coloca ambas as empresas em melhores condições financeiras e operacionais. A Oi aproveita e reitera seu compromisso já manifestado anteriormente, no âmbito de seu aumento de capital, de ingressar no Novo Mercado de forma a se tornar uma companhia de capital pulverizado com os mais altos padrões de governança corporativa.

8 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

Para o Parlamento, as políticas de natalidade são assunto de mulheres?

Combate ao desemprego jovem e aos baixos salários voltou a ser abordado numa conferência sobre a problemática da natalidade em Portugal que contou com a participação de diversas deputadas Debate Maria João Lopes A resposta mais directa veio da deputada socialista Catarina Marcelino: “Não vou dizer por que sou eu que estou aqui, mas a Assembleia da República reproduz o resto, o que existe na sociedade.” A comissão organizadora da conferência A(s) Problemática(s) da Natalidade em Portugal: Uma Questão Social, Económica e Política, que terminou ontem em Lisboa, desafiou os grupos parlamentares para um debate sobre o tema e, no painel, só havia deputadas. Não foi só a composição da mesa que saltou à vista, as questões de género continuam a marcar o debate sobre o tema.

João Lavinha, da direcção da Associação para o Planeamento da Família (APF) e da comissão orga-

nizadora, esclareceu que os convites foram dirigidos aos vários grupos parlamentares, com excepção do Partido Ecologista Os Verdes, especificamente endereçado a Heloísa Apolónia: “Subscrevo o que disse a deputada do PS. A Assembleia da República e os partidos reflectem a cultura do país, em que estes temas ainda são assuntos de mulheres, mas nós não concordamos”, frisou à margem da conferência.

Só o Bloco de Esquerda não esteve presente.

Mónica Ferro, do PSD, admitiu que a natalidade persiste “ligada à percepção dos papéis sociais” e que as mulheres continuam a acumular mais tarefas, em casa e no trabalho.

“Isto tem de ter impacto”, disse, referindo-se à decisão de ter filhos. No que toca a políticas, ergueu a reforma do IRS deste Governo, considerando que é “uma medida emblemá-

tica de apoio às famílias na promoção da natalidade”. Em resposta às críticas de deputadas da oposição, defendeu: “Não estamos a penalizar quem não tem, mas a desonerar quem tem mais [filhos].”

A social-democrata reconheceu, porém, que a “cobertura de equipamentos sociais”, que permita aos pais conciliar a vida familiar e a profissional, continua insuficiente.

E deu o seu exemplo: “A Assembleia da República tem creche, o que me deixa descansada. Mas isto não pode ser uma questão de sorte ligada à profissão que se tem.”

A socialista Catarina Marcelino também abordou as questões de género: “As mulheres continuam a fazer muito mais trabalho doméstico do que os homens. Perante esta nossa realidade, temos uma questão central para o PS: as nossas políticas públicas têm de ter um foco na igual-

dade de género, as políticas públicas de natalidade não podem ser feitas à custa das mulheres”, defendeu, temendo, por exemplo, que a defesa do trabalho a tempo parcial, como forma de incentivar a natalidade, possa representar “uma regressão” para as mulheres.

“Governo é responsável” Já Paula Santos, do PCP, fez questão de garantir que neste partido a natalidade não é assunto de mulheres e ressalvou que no seu lugar poderia “estar um camarada”. Tal como as outras deputadas, pôs a tónica no mercado de trabalho, na carga horária, nos baixos salários, na precariedade: “As causas da baixa natalidade são várias, mas a génese do problema são as questões relacionadas com rendimento e emprego versus desemprego”, afirmou, acrescentando que o Governo, com a ausENRIC VIVES-RUBIO

A Associação para o Planeamento da Família convidou os partidos para discutir a natalidade — todos enviaram deputadas

teridade, tem “responsabilidade” na matéria. “Para que é que estas políticas estão a contribuir? Quem é que tem responsabilidade pela redução da natalidade? Não podemos responsabilizar as famílias, isto é o resultado das políticas dos últimos anos.” Também Heloísa Apolónio insistiu no combate à precariedade, ao desemprego e aos baixos salários.

A deputada do CDS, Inês Teotónio Pereira, defendeu, porém, que o Estado não tem de “convencer ninguém a ter filhos”, mas sim resolver as causas que não permitem ter a quem quer. E considerou que seria bom sinal que “fosse a crise” a responsável pela baixa natalidade, porque significaria que iria crescer quando “a crise passasse”: “A crise agrava, mas não é a causa.” Uma das medidas que defendeu foi “tornar o pré-escolar obrigatório”, para que as famílias saibam que têm onde deixar os filhos a partir dos três anos, bem como tornar os manuais tendencialmente gratuitos e os transportes escolares “muito mais facilitados”. À margem da conferência, João Lavinha salientou o contributo que Angela Greulich, da Universidade de Paris, deu nas sessões: “Fez uma análise que permitiu definir os factores que mais contribuem para que as pessoas realizem a natalidade desejada. As duas variáveis mais influentes para o segundo filho, porque o primeiro vamos tendo, são o emprego estável para ambos os cônjuges e equipamentos sociais de apoio nos primeiros anos de vida, dos 0 aos 3, nas creches, e dos 3 aos 6, na préprimária”, frisou, destacando ainda a posição de Tomas Sobotka, do Instituto de Demografia de Vien. “Desdramatizou o problema da queda da natalidade, referindo que há fluxos migratórios que podem ser reactivados e que dispensam as pessoas de terem filhos só para repor as gerações. Acha exageradas as expressões segundo as quais a Europa esteja a cometer um suicídio demográfico.

Considera que há um discurso catastrofista”, resumiu.

A conferência foi realizada pela APF, pelo Observatório das Famílias e das Políticas de Família, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Institute of Public Policy.

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | PORTUGAL | 9 JOÃO CORTESÃO

MEC diz ter saldado dívidas com colégios

Laboratório oferece 100 tratamentos para hepatite Saúde

Ensino especial Graça Barbosa Ribeiro O atraso na transferência de verbas tem afectado várias instituições, entre as quais os conservatórios

Enquanto o Governo não chega a acordo com a farmacêutica, esta oferta representa poupança de um milhão de euros

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) informou ontem que o Estado saldou quinta-feira as dívidas com todos os colégios de ensino especial, que no início de Janeiro já ascendiam a 1,2 milhões de euros. O problema afecta outros estabelecimentos com contratos com o ministério e já obrigou a Academia de Música de Almada a suspender as aulas de 190 alunos, confirmou o director, Fernando Pavão, que disse que as instituições estão numa situação “desesperada”.

Em causa estavam 11 colégios de ensino especial, dos quais oito são associados da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (Aeep), a mais activa na denúncia da situação. Só aquelas oito instituições, que fecharam portas por um dia, em protesto, após as férias de Natal, acolhem cerca de 700 crianças e jovens com necessidades educativas severas.

Segundo disse na altura o presidente da AEEP, Rodrigo Queiroz e Melo, no dia 5 o MEC devia aos seus associados 1,2 milhões de euros, referentes aos serviços educativos, alimentação e transportes prestados desde Setembro de 2014; e “nas instituições já havia dezenas de trabalhadores com salários em atraso, dívidas ao fisco e à Segurança Social e dívidas aos fornecedores”.

Soube-se, depois, que não era caso único. O MEC enviou para o Tribunal de Contas 80 contratos de financiamento de colégios do ensino especial, escolas profissionais e do ensino artístico especializado e entidades promotoras das AEC, entre outros.

Segundo informação do Tribunal de Contas, dois destes contratos foram enviados em Outubro e os restantes chegaram a partir de 15 de Dezembro. Todos foram devolvidos ao MEC por faltarem elementos.

“Estamos a viver uma situação desesperada. Já a contar com algum atraso, pedimos um empréstimo bancário de 160 mil euros, mas desta vez é de mais. Para além da dívida ao banco, já temos salários em atraso, dívidas a fornecedores e ao próprio Estado”, disse ontem ao PÚBLICO Fernando Pavão, director da Academia de Música de Almada.

O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) revelou ontem que o laboratório que comercializa o medicamento inovador Ledipasvir/Sofosbuvir, contra a hepatite C, ofereceu 100 tratamentos que deverão representar uma poupança de perto de um milhão de euros para o Estado. Eurico Castro Alves disse à Lusa que a oferta é uma boa notícia, mas que as negociações para se chegar a um “preço justo” continuam.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, também citado pela Lusa, adiantou que já foram dados importantes passos nestas negociações com o laboratório Gilead Sciences, destacando a baixa de preços que o laboratório se mostrou disponível a fazer, mas que ainda “não é aceitável”, no seu entender. O ministro sublinhou ainda a existência de fármacos concorrentes que poderão facilitar o acesso dos doentes aos tratamentos. Sobre as negociações em curso, Paulo Macedo garantiu que não vão durar eternamente, referindo que quer este processo concluído antes do final do ano.

Desde Setembro de 2014, altura em foram definidos os critérios excepcionais para os doentes com hepatite C serem tratados com o Sofosbuvir, até ao final do ano, 67 pessoas tinham recebido este novo tratamento que apresenta taxas de cura superiores a 90%, segundo dados então avançados ao PÚBLICO pelo Infarmed. Os critérios definidos por este organismo determinam que o fármaco só seja disponibilizado aos doentes que estejam em risco de evoluírem para uma situação mais grave, como cirrose ou cancro do fígado, até o Governo conseguir baixar o preço de 48 mil euros pedido pelo laboratório.

O Sofosbuvir foi autorizado em Janeiro de 2014 pela Agência Europeia do Medicamento, mas em Portugal o Infarmed ainda não aprovou a sua comparticipação devido ao valor considerado “incomportável” e “imoral” para o Serviço Nacional de Saúde.

Ao todo, de acordo com os dados do Infarmed, há mais de 13 mil doentes com hepatite C registados nos hospitais.

Conclusões do inquérito aberto pela Administração do Hospital Garcia de Orta enviadas para o MP

Espera de três horas não matou paciente, assegura hospital de Almada Saúde Ana Henriques e Sara Dias Oliveira “Agravamento súbito de doença com vários dias de evolução tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil”, diz a unidade O inquérito aberto pelo Hospital Garcia de Orta, em Almada, para determinar as causas da morte de um sexagenário nas urgências no dia 11 de Janeiro concluiu que não foram determinantes para o óbito as três horas de espera do paciente.

Segundo um comunicado da administração da unidade hospitalar, o doente padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, “e o seu agravamento súbito, pelo carácter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte”. O hospital assegura terem sido prestados todos os cuidados que numa situação deste tipo são considerados adequados.

“O tempo de espera não influenciou o desfecho final, nem influenciaria mesmo que, em vez de ter esperado três horas, tivesse esperado apenas uma”, frisa o conselho de administração, que diz lamentar profundamente o sucedido.

O resultado do inquérito foi, mes-

mo assim, enviado ao Ministério Público, bem como à Inspecção-Geral de Saúde, à Entidade Reguladora da Saúde, à Ordem dos Médicos e à Ordem dos Enfermeiros, entidades com competências judiciais, no primeiro caso, e inspectivas, nos restantes.

Foi a quinta morte nas urgências em apenas três semanas que levantou suspeitas de falta de assistência médica atempada. O homem de 60 anos passou pela triagem, onde recebeu uma pulseira amarela, acabando por morrer com um enfarte.

O caso foi denunciado pela Ordem dos Médicos. As mortes de uma mulher de 79 anos e de três homens de 57, 77 e de 80 anos nos hospitais de Setúbal, Peniche, Santa Maria da Feira e São José também estão sob investigação. O PÚBLICO tentou saber a que conclusões se chegou em S. José, onde a seguir ao Natal um octogenário terá ficado seis horas à espera, sendo encontrado morto numa maca pelo filho. Mas não obteve resposta da unidade hospitalar.

O conselho regional do Norte da Ordem dos Médicos, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) visitaram ontem a urgência do Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira. Os responsáveis pelas organizações médicas estão apreensivos e garantem que o serviço está a funcionar com metade

dos profissionais de saúde e com o dobro do tempo de espera recomendável. Insiste-se na contratação de mais recursos humanos e pede-se ao ministro da Saúde que não permita que essas contratações sejam feitas através de empresas.

No ano passado, a Ordem dos Médicos já tinha alertado para a falta de 40 médicos em 14 especialidades no São Sebastião e este ano avançou com um inquérito de averiguações de responsabilidade disciplinar à directora clínica da unidade hospitalar, depois da morte do doente de 57 anos, que esperou cerca de cinco horas para ser atendido.

Depois da visita, a primeira que as organizações que representam os médicos farão a vários hospitais do Norte do país, Miguel Guimarães, da Ordem dos Médicos, conta o que viu: “Muitos doentes e poucos profissionais de saúde. O hospital tem, de facto, uma carência muito grande a nível de médicos, enfermeiros, operacionais, maqueiros, assistentes administrativos, o que faz com que o tempo de espera para a observação de doentes seja clinicamente inaceitável”. Tempos de espera que, segundo revelou, ultrapassam uma a duas horas no caso das pulseiras laranja, usadas para as situações muito urgentes, e três a quatro nas pulseiras amarelas, entregues às situações urgentes. “Os doentes acabam por estar em risco”, critica o dirigente.

10 | LOCAL | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

Ponte da Galp está pronta há meses mas continua sem data para abrir Câmara de Lisboa e Galp não explicam os motivos do protelamento da entrada em serviço de uma infra-estrutura polémica que, com os acessos, custou mais de 1,5 milhões de euros Acessibilidades José António Cerejo Apresentada publicamente como uma obra que vem minimizar os problemas de mobilidade dos peões e ciclistas que circulam entre Telheiras e a zona das Torres de Lisboa, a ponte ciclopedonal ali erguida pela Galp e pela Câmara de Lisboa está pronta há cerca de sete meses sem ter sido ainda aberta ao público.

Residentes na zona têm-se interrogado, nomeadamente nas redes sociais, sobre o facto de a obra não ter sido ainda inaugurada, mas as respostas da câmara e da Galp têm sido inconclusivas. Nem uma nem outra explicam claramente o que é que impede a abertura do viaduto, tal como não indicam uma data para a sua entrada em funcionamento.

No dia 27 de Julho do ano passado, a Galp tornou público que o empreendimento, financiado em 900 mil euros pela Lisboagás e em 465 mil pelo município, estava pronto já “há algum tempo”, aguardando-se apenas que fossem “assegurados alguns acabamentos finais”. De então para cá, foi feito o arranjo paisagístico da zona envolvente, que implicou a mobilização de numerosos trabalhadores durante alguns finsde-semana de Setembro e Outubro, e nada mais aconteceu.

Em resposta a perguntas da oposição, o vereador José Sá Fernandes afirmou em Novembro que a inauguração estava dependente apenas da resolução de “quatro ou cinco problemas” por parte do empreiteiro, tais como “um varão numa descida” e “um arranjo em parte do piso”.

O autarca acrescentou que a aber-

tura ao público estava “iminente”.

Nessa ocasião também já estavam concluídos os acessos aos quatro braços da ponte e um troço de 727 metros de ciclovia que custou cerca de 260 mil euros e liga as Torres de Lisboa à ciclovia que passa por cima da Segunda Circular junto ao Colégio Alemão.

Entretanto, circularam informações de que um dos problemas que estariam na origem deste impasse se prende com dúvidas sobre a

1,3

A obra estava orçamentada em 1,2 milhões de euros, mas acabou por custar 1,365, dos quais 900 mil foram pagos pela Lisboagás e o restante pelo município

obrigatoriedade de montar vedações laterais por cima dos bordos da ponte, para impedir o arremesso de objectos para a Segunda Circular, mas nem a Galp nem a câmara confirmam esta versão. As duas passagens pedonais e cicláveis existentes a poucas centenas de metros sobre a mesma via rápida dispõem de vedações laterais de rede.

Fontes da Galp referem que há ainda negociações em curso com o empreiteiro, para que este se comprometa a resolver posteriormente alguns problemas que subsistem mas que não impedem a utilização da enorme estrutura em betão, com a forma de um H. Oficialmente, porém, a empresa diz apenas que “a ponte pedonal e ciclável sobre a Segunda Circular está praticamente concluída, faltando acertar aspectos documentais técnicos para se proceJOÃO SILVA

A ponte, que já está pintada de laranja, a cor da Galp, situa-se junto à sede do grupo petrolífero, nas Torres de Lisboa

der à respectiva abertura” ao público. “Esperamos que esta ocorra tão depressa quanto possível”, acrescenta o porta-voz da empresa.

Já a câmara, através do assessor de imprensa de Sá Fernandes, afirma que “todas as questões que era necessário ultrapassar estão ultrapassadas”, mas não avança nenhuma explicação concreta para a actual situação. “A obra ainda não foi recebida pelo município” e continua sob a alçada da Galp, diz a mesma fonte, assegurando que a sua recepção e a respectiva abertura terão lugar “muito em breve”.

Obra anunciada em 2009 A construção desta infra-estrutura, cuja utilidade, dimensões e custo têm suscitado algumas dúvidas, foi anunciada por António Costa em 2009, na sequência da assinatura de um protocolo entre a autarquia e a Fundação Galp Energia. Nessa altura previa-se que a obra ficasse concluída em Outubro de 2010. O projecto, contudo, apenas foi apresentado em Setembro de 2011.

Ficou-se então a saber que o investimento necessário seria de 1,2 milhões de euros, integralmente suportados pela Fundação Galp Energia, e que os trabalhos ficariam concluídos na Primavera de 2012. Na apresentação do projecto do gabinete de arquitectura MXT, António Costa referiu-se a ele como um futuro “ícone” de Lisboa e “o primeiro passo para a humanização da Segunda Circular”.

Mais tarde, em Março de 2013, a câmara assinou um novo acordo com o grupo Galp, o qual revogou o protocolo de 2009 e atribuiu à Lisboagás o papel de mecenas e responsável pela obra que antes cabia à Fundação Galp Energia. A diferença é que ela já não custava 1,2 milhões de euros, mas sim 1,365, e a Lisboagás apenas pagaria 900 mil. Os restantes 465 mil ficavam a cargo do município e o prazo de execução seria mais uma vez adiado, agora para o dia 4 de Setembro de 2013.

As obras tiveram de facto início logo a seguir, em Abril de 2013, arrastando-se a sua conclusão até ao Verão de 2014. A ponte, que já está pintada de laranja, a cor da Galp, situa-se junto à sede do grupo petrolífero, nas Torres de Lisboa.

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | LOCAL | 11 Parlamento recomenda construção de escola

Suspeito de homicídio de taxista fica em prisão preventiva

Parque das Nações Marisa Soares

Justiça Pedro Sales Dias

Projecto do PSD e CDS-PP que sugere a conclusão das obras “não resolve problema nenhum”, lamenta autarca

Um dos suspeitos do homicídio de um taxista, ocorrido na manhã de terça-feira em Odivelas, vai aguardar julgamento em prisão preventiva.

Trata-se de um jovem com 19 anos.

“O arguido, sujeito a primeiro interrogatório judicial de arguido detido, viu ser decretada a prisão preventiva em virtude dos perigos de fuga, perturbação da tranquilidade pública e continuação da actividade criminosa”, informou ontem a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) numa nota divulgada no seu site. O processo decorre no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa Noroeste/Loures.

O suspeito já estava referenciado por diversos crimes desde os 15 anos.

Tinha, aliás, sido detido recentemente, suspeito de ter tentado incendiar

O projecto de resolução do PSD e do CDS-PP sobre a construção da segunda fase da escola básica do Parque das Nações, aprovado ontem no Parlamento, é “uma mão-cheia de nada”, critica José Moreno, presidente da junta da freguesia lisboeta. Os partidos da maioria pedem ao Governo que disponibilize o terreno necessário mas essa, diz o autarca, é uma “falsa questão”.

O documento, aprovado por PSD, CDS-PP, PCP, BE e PEV e com abstenção do PS, recomenda ao Ministério da Educação que “envide esforços” para a “disponibilização do terreno” necessário para a construção da segunda fase do projecto da escola básica integrada com jardim-de-infância do Parque das Nações. Pede também que, “após a resolução das questões jurídicas que têm impedido a concretização da obra”, esta possa avançar, mas não refere qualquer data.

Porém, nenhuma destas recomendações resolve o problema com que se debatem os pais das cerca de 200 crianças residentes naquela zona que, todos os anos, não conseguem vaga. “Não foi pela titularidade do terreno que a segunda fase ainda não avançou, mas sim alegadamente por questões de disponibilidade financeira”, diz José Moreno.

O terreno para onde está prevista a segunda fase fica na mesma parcela onde foi construída a primeira, e pertence, segundo o autarca, à Parque Expo, empresa estatal em dissolução. O lote está vazio e as obras estavam prometidas para Junho de 2011. Desde então, a verba necessária, cerca de cinco milhões de euros, está inscrita no Orçamento do Estado, mas o processo nunca avançou.

Além do PSD e CDS-PP, também o BE, o PCP e o PEV apresentaram projectos de resolução, todos rejeitados.

Os três pediam urgência na abertura de um concurso público para o início das obras e que fosse garantida a entrada em funcionamento das novas instalações no próximo ano lectivo, mas os partidos que suportam o Governo votaram contra. “Vamos continuar esta batalha ao lado dos pais”, garante José Moreno.

As obras do IKEA em Loulé já começaram, apesar da contestação

IKEA arranca em Loulé mas Faro chumba acessos Investimento Idálio Revez Vereador da oposição critica empreendimento, alegando que prejudica o património cultural e natural da região O primeiro passo para a construção da nova loja IKEA, no Algarve, foi dado esta semana com a limpeza dos terrenos onde se irá erguer o novo espaço comercial. Mas o processo sofreu um contratempo na última reunião da Câmara de Faro. Os vereadores da oposição, PS e CDU, chumbaram o pedido de licenciamento para a construção de uma parte dos acessos. O empreendimento, que representa um investimento de 200 milhões de euros, desenvolve-se quase na totalidade no concelho de Loulé, donde recebeu viabilidade.

A nova centralidade comercial, a implantar junto ao Estádio Algarve, “não reúne as condições para ser aprovada, pois afecta ou poderá vir a afectar o património natural e paisagístico do concelho”. Esta foi a justificação apresentada por Paulo Neves, do PS, autor da proposta de rejeição à obra. O vereador, candidato a presidente do município das últimas eleições, considera que o empreendimento irá “afectar profundamente o desenvolvimento económico e social” do concelho.

A dimensão da nova loja IKEA, sublinha, terá uma área três vezes e meia superior à do Fórum Algarve, localizado à saída de Faro.

O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, do PSD, reconhe-

ceu que “haverá impacto — o mesmo já se verificou com a construção do Fórum Algarve [inaugurado em 2001], mas não há maneira de impedir a livre concorrência”. O licenciamento solicitado para esta obra, diz, é “apenas um pequeno troço (a única parte do empreendimento que fica no concelho de Faro), destinado à construção de um acesso a partir da Via do Infante”. Os terrenos, adiantou, estão afectos ao Domínio Público Municipal, mas foram comprados a particulares pelo promotor.

Segundo um estudo elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), em 2010, já nessa altura o Algarve apresentava uma média de grandes superfícies que representava mais do dobro da média nacional: 461m2/1000 habitantes face à média nacional, que é de 240m2/1000 habitantes. Entretanto, do lado da concorrência, o Fórum Algarve inaugurou recentemente uma loja FNAC e anunciou mais investimentos.

Na declaração de voto, a justificar a rejeição do licenciamento, Paulo Neves invoca, também, razões de “segurança jurídica” relacionadas com alegadas violações dos instrumentos de ordenamento do território. No Tribunal Administrativo de Loulé, sublinha, decorre um processo onde se discute a legalidade da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) da obra e no Ministério Público está pendente uma queixa, apresentada por várias associações representativas regionais e pessoas singulares, sobre a legalidade do Plano de Urbanização de Caliços Esteval, que viabilizou o licenciamento de mais esta grande superfície que promete criar 3 mil postos de trabalho directos e indirectos.

uma bomba de gasolina na Avenida D. Dinis, em Odivelas, a 1 de Dezembro. Na altura, foi presente a tribunal, mas ficou em liberdade.

O outro jovem de 17 anos detido pela polícia por suspeita de envolvimento na morte do taxista, saiu em liberdade, depois de ser inquirido em primeiro interrogatório judicial.

Ficou sujeito apenas a termo de identidade e residência, “em virtude de não se terem recolhido indícios suficientes da comparticipação dolosa na morte provocada”, explica a PGDL. O taxista de 39 anos foi morto na sequência de uma alegada discussão por causa de tabaco com os dois jovens. Apesar das várias tentativas de reanimação, a vítima morreu no local, em plena Rua do Senhor Roubado, Odivelas. Segundo a PSP, a vítima e os dois jovens seriam passageiros de um autocarro e tinham saído numa paragem naquela zona.

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12 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

Brasileira Oi extrema posições e abre guerra a Henrique Granadeiro Operadora diz que a fusão com a PT “é irreversível” e queixa-se de que foi “a maior vítima” da Rioforte.

Accionistas da PT SGPS devem poder discutir a redução da posição na nova PT/Oi, defende jurisconsulto Mercados Ana Brito Com a aproximação da data em que será retomada a assembleia geral (AG) de accionistas da PT SGPS para votar a venda da PT Portugal à Altice (na quinta-feira), as posições começam a extremar-se. A brasileira Oi emitiu ontem um comunicado em que assinala, por um lado, que a fusão entre a PT e a Oi “é irreversível” e, por outro, que é “a maior vítima das aplicações na Rioforte”.

O comunicado surgiu um dia depois de ser conhecida a carta que Henrique Granadeiro enviou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em que, seis meses depois de ter renegociado a fusão com a operadora brasileira, veio dizer que “é legítimo à PT SGPS denunciar o acordo”. Nesse documento, o ex-presidente da PT, que deixou a empresa em Agosto, empurrou parte da responsabilidade pela renovação

dos investimentos na Rioforte para a PT Portugal. E uma vez que esta era, à data dos investimentos, presidida por Zeinal Bava, que era simultaneamente presidente da empresa brasileira, “é impossível defender que a Oi não tinha conhecimento” das operações, sublinhou.

Uma tomada de posição que não agradou aos brasileiros, que tencionam agora processar aquele que chegou a estar indicado como o futuro presidente da nova PT/Oi. Ontem, em declarações ao site Dinheiro Vivo, Granadeiro mostrou-se surpreendido com a decisão: “Não sabia que no Brasil tinha sido restabelecido o crime de delito de opinião”.

Em causa não está a opinião do gestor, disse ao PÚBLICO fonte próxima da Oi. A questão são os “factos relatados” na carta, nos quais Granadeiro fundamenta a sua opinião de que a Oi tinha conhecimento das aplicações. “São falsos e desenquadrados”, disse a mesma fonte.

No comunicado de ontem, a Oi

adiantou que, a propósito das “especulações sobre a possibilidade de se desfazer o aumento de capital (e, consequentemente, a fusão)”, a transferência dos activos da PT Portugal para a Oi deu-se por meio de um aumento de capital que está juridicamente concluído. A lei brasileira não “prevê um eventual descumprimento contratual (que não existe, no caso) como fundamento para a desconstituição de um aumento de capital finalizado”. Por outras palavras, a Oi deixa antever que considera que o caminho para desfazer o negócio será uma longa batalha jurídica.

No comunicado, os brasileiros indicam que não vão abrir mão facilmente do negócio de 7400 milhões de euros com a Altice. O documento será reproduzido na íntegra, e durante três dias consecutivos, em alguns órgãos de comunicação, segundo informação recolhida pelo PÚBLICO. A mensagem, em vésperas de ser retomada a AG, é clara e parece ter um destinatário bem definido: o

presidente da mesa da AG, António Menezes Cordeiro. Em carta enviada ao conselho de administração da PT SGPS, a 6 de Janeiro, Menezes Cordeiro sustentou que os contratos celebrados entre a PT SGPS e a Oi “foram inadimplidos desde o momento em que esta ajustou a venda da PT Portugal”. Por isso, é possível à PT SGPS “resolver o contrato”, à luz das leis portuguesa e brasileira.

Nessa carta, Menezes Cordeiro defende a desconvocação da AG (que entretanto se realizou no dia 12) e a marcação de uma outra com dois assuntos a votação: a resolução do contrato com a Oi “por incumprimento grave” e depois (e só se o primeiro ponto não fosse aprovado), a discussão sobre a venda da PT Portugal à Altice. Esta carta consta num conjunto de informação que a PT SGPS divulgou na quinta-feira à noite, por imposição da CMVM. Ainda não é claro se António Menezes Cordeiro vai avançar com a introdução do ponto sobre a resolução NACHO DOCE / REUTERS

Empresa brasileira avisa das dificuldades jurídicas de tentar desfazer o aumento de capital através do qual recebeu a PT Portugal

do contrato na agenda de dia 22 (embora já seja evidente que não tem o apoio dos accionistas de referência). À saída da AG na segunda-feira, disse apenas tratar-se de “matéria jurídica complexa que tem de ser estudada”.

Advogados contactados pelo PÚBLICO concordaram que é uma matéria que “não é isenta de dúvidas”, tratando-se de uma AG que está suspensa e que já tinha agenda.

Haveria, no entanto, a possibilidade um accionista com 5% do capital apresentar esse pedido à mesa.

Porém, a hipótese de se aprovar a resolução do contrato parece pouco evidente se continuarem representados os mesmos 50% do capital e se se mantiver a aparente sintonia entre os accionistas de referência Novo Banco, Ongoing, Controlinveste e Visabeira (que representam cerca de 25% do capital), que estão representados no conselho de administração – o qual, por sua vez, defende a venda à Altice. Além disso, cerca de 20% do capital da PT SGPS está nas mãos de investidores institucionais que dificilmente dirão não ao negócio.

Para Eduardo Paz Ferreira (coautor de um parecer pedido pela PT SGPS que conclui que há base legal para desfazer o negócio com a Oi), a “última documentação divulgada”, nomeadamente a informação apresentada por Henrique Granadeiro, é esclarecedora. “Parece inequívoco que a Oi não só sabia como autorizou as aplicações na Rioforte”, disse o professor catedrático de Direito ao PÚBLICO. Esse facto “tira qualquer base à redução da participação” prevista nos novos termos da fusão (de 37% para 25,6%), defende Paz Ferreira, que entende que assim se está perante “uma espoliação” e uma “transferência de dinheiro de Portugal para o Brasil”.

“Quando dei o meu parecer, essas informações não eram conhecidas, mas para mim fica claro que Zeinal Bava [ex-presidente executivo da Oi] sabia”, disse ainda. E se a reversão do negócio não vier a ser discutida, os accionistas devem, “no mínimo”, poder discutir a diminuição de capital na futura PT/Oi numa nova AG. Eduardo Paz Ferreira mostrou-se ainda “espantado, enquanto cidadão, com a posição de alguns accionistas públicos”, que parecem estar dispostos “a contribuir para a destruição de uma empresa portuguesa”.

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | ECONOMIA | 13 NUNO FERREIRA SANTOS

Justiça confirma condenação de seis dos nove arguidos no caso BPN Banca Tribunal considera que existiu infracção permanente e não houve prescrição dos factos

Mota Soares foi esta semana ao Parlamento dar explicações sobre o processo de requalificação

Tribunal força Segurança Social a revelar contratações externas até ao fim do mês Função pública Raquel Martins Sindicato quer saber se as tarefas desempenhadas podiam ser atribuídas a funcionários da lista para a requalificação O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Lisboa obrigou esta semana o Instituto de Segurança Social (ISS) a divulgar, até ao final de Janeiro, o pessoal contratado em regime de outsourcing nas áreas da limpeza, segurança e manutenção de equipamentos. Estas funções, diz o tribunal, estão integradas na carreira de assistente operacional e poderiam ser desempenhadas por alguns dos funcionários que estão na lista para a requalificação. A intimação, com data de 13 de Janeiro, resulta de uma queixa apresentada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).

A decisão obriga ainda o instituto — que quer dispensar 485 assistentes operacionais e 151 funcionários de outras carreiras técnicas — a revelar as tarefas executadas pelos trabalhadores contratados a entidades externas e quando terminam os contratos com desempregados que tem ao seu serviço.

De acordo com a decisão a que o PÚBLICO teve acesso, o tribunal dá

dez dias ao instituto para facultar à FNSTFPS a informação pedida.

No parecer que enviou, ainda em Novembro do ano passado, ao ISS a propósito do processo de requalificação de trabalhadores, a estrutura sindical (ligada à CGTP) pediu uma relação do número de postos de trabalho afectos às áreas da limpeza, segurança e manutenção de equipamentos em regime de outsourcing e a descrição das tarefas que executam; do número de contratos empregoinserção e inserção+ que estavam ao serviço, a data de término e as funções desempenhadas; e ainda o número de trabalhadores em mobilidade interna considerados nos mapas de pessoal.

Porém, as respostas dadas não foram consideradas suficientes e a federação instaurou um processo ao ISS para que a informação fosse prestada. Agora, o TAF vem dar parcialmente razão ao pedido dos representantes dos trabalhadores.

No que respeita à primeira questão, o ISS limitou-se a informar que estão em causa as prestações de serviço celebradas com empresas, sem adiantar o número de postos de trabalho e as tarefas executas. Ora, diz o tribunal, o instituto deve divulgar esses dados, “uma vez que estas funções estão integradas na carreira de assistente operacional — abrangida pela requalificação.

Já em relação ao número de pessoas que estão no ISS ao abrigo dos contratos emprego-inserção, o ISS

respondeu que tem oito pessoas nesse regime a desempenhar funções da carreira de assistente operacional, não tendo divulgado o total de pessoas abrangidas por estes programas a exercer funções nos serviços tutelados pelo instituto. O tribunal, contudo, considera a questão respondida, excepto no que diz respeito à data prevista para o fim dos contratos.

Esta semana, durante uma audição parlamentar, o secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho adiantou, após a insistência dos deputados dos partidos da oposição, que o instituto tem 388 pessoas ao abrigo destes contratos, mas não disse quantas estão a desempenhar funções nas áreas afectadas pelo processo de requalificação.

Quanto à terceira questão, relacionada com os trabalhadores em mobilidade, o instituto já tinha esclarecido que apenas os que vêm de outros organismos fazem parte do mapa de pessoal, algo que, no entendimento do tribunal, é suficiente para responder às dúvidas da federação.

O ISS desencadeou um processo de dispensa de 697 trabalhadores, justificado pela transferência de competências para entidades de apoio social e com a informatização dos processos. Esta semana, os dirigentes do instituto, que também estiveram no Parlamento a prestar esclarecimentos, anunciaram que o número de pessoas a enviar para a requalificação ainda não estava definido e que naquele momento seriam 697.

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão condenou ontem o BIC/BPN, o BPN-SGPS, a Galilei/SLN e os administradores José Augusto Costa, Luís Caprichoso e Francisco Sanches por falsificação de contabilidade, absolvendo os restantes arguidos do processo Contas Investimento do BPN. Na sentença do recurso às contraordenações decretadas em 2013 pelo Banco de Portugal (BdP), o juiz João Manuel Teixeira agravou a coima que havia sido aplicada a José Augusto Costa — de 85.000 para 100.000 euros —, considerando a sua conduta, enquanto administrador do BPN e do BPN-SGPS responsável pelos pelouros financeiros e da contabilidade, “extremamente gravosa”.

O tribunal manteve as coimas de 400.000 euros decretadas na decisão administrativa do BdP à Galilei (ex-Sociedade Lusa de Negócios) e ao BIC (que adquiriu o BPN em 2012), mas neste caso decidiu suspender a execução total pelo período de dois anos, por considerar que o banco BIC foi arrastado para o processo por ter adquirido o BPN, servindo a condenação como medida preventiva.

A coima de 150.000 euros a que havia sido condenado o BPN SGPS foi mantida pelo juiz, sendo o ex-administrador Luís Caprichoso conde-

Depois da nacionalização, o BPN foi vendido ao BIC

nado ao pagamento de uma coima única de 200.000 euros. Embora esta coima tenha igual valor àquela a que Luís Caprichoso vinha condenado, passa a corresponder ao cúmulo jurídico de duas contra-ordenações (praticadas enquanto administrador do BPN SGPS e da SLN), uma vez que o juiz entendeu, na alteração da qualificação jurídica que fez em Novembro, considerar autonomamente as infracções cometidas na contabilidade do BPN, e nas contabilidades consolidadas do BPN SGPS e da SLN. Também Francisco Sanches foi condenado por duas contra-ordenações, mas neste caso o cúmulo jurídico, no valor de 140.000 euros, é inferior ao de que vinha condenado (180.000 euros).

O tribunal absolveu os restantes três arguidos que haviam recorrido da condenação do BdP: Teófilo Carreira (que vinha condenado ao pagamento de uma contra-ordenação de 45.000 euros), António Coelho Marinho (40.000 euros) e Armando Pinto (35.000 euros). Por outro lado, considerou como tendo transitado em julgado as condenações dos três arguidos que não recorreram: José Oliveira e Costa, alvo de uma contra-ordenação no valor de 300.000 euros, Abdool Karim Vakil (25.000 euros) e António Alves Franco (100.000 euros).

Mais dias para o recurso Invocando a complexidade da sentença, os advogados dos arguidos que foram condenados pediram a prorrogação do prazo para interposição de recurso para o período máximo previsto na lei (30 dias), requerimento a que o juiz responderá na terça-feira.

Na decisão administrativa que motivou o recurso de nove dos 12 arguidos, o BdP considerava ter existido inobservância de regras contabilísticas que terão “prejudicado gravemente o conhecimento da situação patrimonial e financeira da sociedade”, situação “dolosamente planeada e executada” por membros do conselho de administração e imputável também ao BPN. Além de considerar que houve falsificação de contabilidade e não mera inobservância de regras contabilísticas, o juiz entendeu que, tratando-se de uma infracção permanente, não houve prescrição dos factos, como alegavam vários arguidos. Considerou ainda não ter sido provado neste processo que existia um plano de cúpula. Lusa

14 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

Empresas que receberem fundos da UE e falharem metas têm penalizações Quem cumprir menos de metade dos objectivos reembolsa antecipadamente todo o financiamento.

Parceiros sociais têm até terça-feira para dar sugestões sobre o sistema de incentivos às empresas Fundos comunitários Pedro Crisóstomo

Regras de devolução das verbas atribuídas aos projectos

Os projectos de empresas que receberem dinheiro do novo quadro de fundos comunitários e cumprirem as metas contratualizadas com as autoridades de gestão ficam isentos de reembolsar uma parte das verbas. Mas da mesma forma que há um benefício para quem atingir os objectivos, há penalizações para quem não os cumprir.

O Portugal 2020 continua a conceder apoios a fundo perdido, mas dá mais ênfase aos apoios reembolsáveis. Segundo a proposta de regulamento do sistema de incentivos às empresas apresentada ontem aos parceiros sociais – e que ainda pode ser alterada em função das sugestões dadas pelas confederações patronais e as centrais sindicais –, uma empresa tem de reembolsar antecipadamente uma parte das verbas se o grau de cumprimento for considerado insuficiente.

Para isso foram definidos patamares. Há um nível intermédio entre os incentivos e as penalizações, em que as empresas não ficam obrigadas ao reembolso antecipado, mas também não recebem incentivos. Será assim para os projectos que, embora ficando aquém das metas (não atingindo 100% dos objectivos), cumprem mais de 75% do que ficou estabelecido.

Quem só cumprir entre 50% e 75% do que ficou estabelecido já sofre uma penalização, ficando obrigado a reembolsar de forma antecipada metade da verba equivalente à percentagem de incumprimento.

Por exemplo, se um projecto receber 133.000 euros de incentivos reembolsáveis e, depois de feita a avaliação, se concluir que só cumpriu 64% das metas, tem de devolver de forma antecipada 23.940 euros (o equivalente a 18% das verbas).

Num caso extremo, em que o projecto não chega a cumprir metade das metas, o reembolso antecipado é de 100%.

A empresa cumpre as metas As empresas têm de devolver o dinheiro que receberam, mas beneficiam de uma redução do valor a reembolsar, se as metas forem ultrapassadas

Incentivos até 50% Pelo contrário, se as metas forem superadas, há uma redução do valor a reembolsar, percentagem que vai aumentando proporcionalmente à avaliação. A isenção começa nos 10% (caso a execução varie entre 100 e 105%) e pode chegar a 50%. Para se

% Isenção de reembolso

Grau de cumprimento dos objectivos, em %

10

100 - 105

15

105 - 110

20

110 - 115

25

115 - 120

35

120 - 125

50

>125

Se a empresa falhar as metas, o reembolso é antecipado % de antecipação do reembolso

0

até 25*

100 Grau de cumprimento dos objectivos, em %

75 - 100

50 - 75

<50

*0,5 por cada 1% de incumprimento

Fonte: Governo de Portugal 2020

PÚBLICO

Governo quer pelo menos 2000 milhões para reabilitação urbana Possibilidade de haver limites às rendas preocupa sector da construção

O

programa de apoio à reabilitação urbana para a habitação, comércio e serviços, alavancado em fundos europeus, deverá mobilizar, pelo menos, 2000 milhões de euros, revelou ao PÚBLICO o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida.

O montante do programa agrada ao sector da construção, que, no entanto, se mostra apreensivo com a possibilidade de serem introduzidos limites ao valor das rendas a praticar em imóveis reabilitados com apoios do fundo em criação.

Entre outros objectivos, o programa visa dinamizar o mercado de arrendamento e a oferta de casas “com rendas acessíveis, promovendo a diversidade

etária e social da população residente nos centros urbanos”.

Em declarações ao PÚBLICO, o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, Reis Campos, alega que “se forem introduzidas limitações às rendas, isso vai desincentivar muitos proprietários a reabilitarem os seus imóveis”. O líder associativo defende que, nesta matéria, “se deve deixar o mercado funcionar”.

A tarefa de desenhar o instrumento de financiamento da reabilitação foi entregue a um grupo de trabalho criado por despacho governamental e não inclui representantes da fileira da construção.

O programa vem dar continuidade ao Fundo Jessica e estará mais centrado na habitação

para particulares, apoiando a eficiência energética, a “gestão inteligente da energia” e a “utilização das energias renováveis nas infra-estruturas”, tanto para a habitação como para edifícios públicos.

O novo instrumento financeiro vai abranger edifícios preferencialmente concluídos há 30 anos ou mais e prioritariamente localizados em áreas de reabilitação urbana”. A par dos fundos estruturais europeus do Portugal 2020, sucessor do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), o novo programa vai incluir recursos financeiros do Banco Europeu de Investimento (BEI) e de outros investidores públicos ou privados. Há no país 980 mil edifícios a precisar de reparações e mais de um terço a necessitar de intervenções médias ou grandes, estima o Governo. P.C./R.S.

atingir o cenário mais favorável, em que a empresa só tem de devolver metade do dinheiro concedido, o grau de execução tem de ser superior a 125%. Ao todo, há seis patamares de isenção: 10% das verbas, 15, 20, 25, 35 e 50.

A avaliação dos projectos é feita em dois momentos: no momento da conclusão financeira ou física do projecto é avaliada a concretização dos objectivos e condições que levaram à aprovação; no chamado “ano de cruzeiro, é aferida a atribuição da isenção (o que acontece ao “segundo exercício económico completo após o ano de conclusão física e financeira do projecto”, sendo dado mais tempo aos projectos de turismo).

Os reembolsos têm de ser pagos com uma periocidade semestral até oito anos (há dois anos de carência, seguindo-se seis de reembolso). Só os projectos em que são criados novos estabelecimentos hoteleiros e conjuntos turísticos é que o prazo é maior, chegando aos dez anos (três anos de carência e sete para ser concretizado o pagamento).

Quando começa o período de reembolso, os pagamentos têm ser feitos semestralmente, em montantes iguais. A autoridade de gestão do programa operacional que atribuiu o financiamento pode decidir alargar os prazos de reembolso. Para isso, tem de ter em conta a avaliação dos resultados do projecto, avaliando igualmente o “grau de superação das metas fixadas pelo beneficiário para os indicadores de resultado associados a impacte positivo ao nível da competitividade regional ou nacional”.

Patrões queixam-se O arranque do novo pacote de fundos comunitários (21 mil milhões de euros em fundos da política de coesão de 2014 a 2020) foi um dos temas tratados na última reunião da Concertação Social, na quarta-feira passada, com os patrões a queixarem-se de estarem à margem doa preparação do novo quadro comunitário.

Os parceiros receberam a proposta ontem e têm até terça-feira para apresentar sugestões ao sistema de incentivos. O objectivo do Governo – que se diz aberto a alterar o documento, indo ao encontro das preocupações dos sindicatos e dos patrões – é ter a regulamentação fechada em Fevereiro.

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | ECONOMIA | 15

Valorização do franco suíço atira corretoras para a falência

Bolsas

Política monetária José Manuel Rocha

O DIA NOS MERCADOS Dinheiro, activos e dívida

Diário de bolsa

Divisas Valor por euro

Portugal PSI20

Euro/Dólar

1,1568

6200

Euro/Libra

0,763

5800

Euro/Iene

136,04

5400

Euro/Real

3,0313

5000

Euro/Franco Suíço

0,9915

4600

UBS corta previsão de crescimento do PIB suíço, dos anteriores 1,8% para 0,5%. Euro em queda

Últimos 3 meses

Acções

Taxas de juro Euribor 3 meses

0,069%

Euribor 6 meses

0,161%

PSI20

1,25%

Euro Stoxx 50

1,42%

Dow Jones

1,09%

Variação dos índices face à sessão anterior

Euribor 6 meses

Mais Transaccionadas

0,32

Volume

0,28

BCP

0,24

Banif

71.368.682

0,20

PT

18.429.371

0,16

EDP

6.138.058

Últimos 3 meses

Galp

2.409.272

Melhores

Variação

Mercadorias 47,02

Petróleo

1275,86

Ouro

249.120.563

Galp Energia

6,11%

J Martins

2,17%

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

EDP Renováveis

2,15%

Obrigações

Piores

Variação

OT 2 anos

0,426%

Portugal Telecom

-6,84%

OT 10 anos

2,538%

Impresa

-3,37%

Banif

-1,67%

Europa Euro Stoxx 50

Obrigações 10 anos 3,9

3300

3,5

3175

3,1

3050

2,7

2925

2,3

2800

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

PSI-20 Nome da Empresa

Var%

PSI 20 INDEX

1,25

Fecho

Última Sessão Volume Abertura

5018,72 357207277

Máximo

Mínimo

Performance (%) 5 dias 2015

4947,85

5020,53

4927,03

4,49

4,58

ALTRI

-0,32

2,81

245237

2,81

2,82

2,79

4,87

13,21

BANIF

-1,67

0,01

71368682

0,01

0,01

0,01

-1,64

3,51

BPI

0,56

0,89

1134245

0,89

0,89

0,86

-6,55 -13,26

BCP

-0,29

0,07 249120563

0,07

0,07

0,07 -0,44

3,20

CTT

2,01

8,63

688576

8,46

8,66

8,40

1,68

7,65

EDP

0,74

3,40

6138058

3,36

3,41

3,36

6,50

5,69

EDP RENOVÁVEIS 2,15

5,70

505376

5,53

5,71

5,51

2,61

5,42

GALP ENERGIA

6,11

8,95

2409272

8,38

9,00

8,26

0,89

6,10

-3,37

0,83

32158

0,85

0,85

0,81

4,24

5,46

2,17

9,13

1940327

8,92

9,15

8,87

9,68

9,54

-1,43

2,83

1005313

2,86

2,91

2,75 16,34

6,31

0,18

5,47

830386

5,46

5,50

5,36

4,47

PORTUGAL TELECOM-6,84

0,64

18429371

0,69

0,70

0,64 -15,29 -25,93

PORTUCEL

0,06

3,26

296700

3,27

3,30

3,25

3,66

5,74

REN

-0,25

2,39

798995

2,39

2,40

2,38

0,63

-0,79

SEMAPA

-1,23

10,40

31874

10,55

10,60

10,40

4,78

3,74

0

0,76

31440

0,76

0,77

0,74

2,70

6,89

-0,72

1,10

2200704

1,11

1,12

1,09

9,25

7,62

IMPRESA J MARTINS MOTA ENGIL NOS

TEIXEIRA DUARTE SONAE

7,08

Os destroços do tsunami provocado pela decisão do Banco Nacional da Suíça (BNS) de acabar com a ligação do franco local à cotação do euro começaram ontem a ser visíveis. Três corretoras de dimensão mundial reconheceram perdas substanciais que, nuns casos, afectaram os rácios de capital e, noutros, obrigaram mesmo a um fecho de portas. Em bolsa, as acções das maiores empresas do país agravavam o cenário de perdas que vinham de quinta-feira.

O caso mais grave será o da corretora norte-americana FXCM, que apenas no último trimestre de 2014 geriu operações cambiais num valor de 1,4 biliões (milhão de milhões) de dólares. Só em Dezembro, pelo sistema da empresa passaram cerca de 600 mil operações por dia.

Num comunicado, a FXCM revela que, na sequência da decisão do BNS, muitos clientes tiveram perdas significativas que, segundo as regras do sector, são, em última instância, assumidas pelo intermediário. A contabilização destas perdas fez com que o balanço patrimonial da empresa entrasse no vermelho, com um saldo negativo de 225 milhões de euros.

Mais grave é a situação da Global Brokers, da Nova Zelândia, que vai sair do negócio depois de a maioria dos seus clientes terem registado perdas com a decisão da autoridade monetária suíça. “A maioria dos nossos clientes estava do lado dos prejuízos e sofreu perdas muito maiores do que o nível de capital acumulado”, reconheceu David Johnson, director da firma que anunciou o abandono da actividade. Os valores depositados estão, no entanto, seguros e podem ser levantados a qualquer momento, adiantou o responsável.

Em Londres, a Alpari não teve alternativa senão a de pedir a insolvência, depois de uma parte substancial dos seus clientes ter registado perdas superiores aos valores em depósito. À Alpari não restou outra saída que não fosse a de “confirmar que entrou em insolvência”.

A sangria pode não se ficar por aqui. Nick Parsons, analista-chefe do Banco Nacional da Austrália, diz que não ficaria admirado se surgis-

sem mais vítimas. “Assistimos a uma mudança de 180 graus na política do Banco Nacional da Suíça. As pessoas sentem-se feridas e atraiçoadas”, afirmou à agência Reuters.

Com o franco suíço a manter ontem o nível de paridade face ao euro que registava no fecho dos mercados na quinta-feira, as bolsas europeias fecharam ontem com ganhos ligeiros. Na Ásia, onde os efeitos da decisão do SNB só se fizeram sentir na sessão de ontem, as perdas foram significativas.

A bolsa suíça manteve um quadro de vermelho vivo, fechando a perder 6%. A banca não escapou ao vendaval, o mesmo acontecendo com algumas firmas que gerem marcas com alcance mundial, como é o caso da Swatch, da Nestlé e das farmacêuticas Roche e Novartis.

O comportamento das acções destas empresas reflecte o ambiente de pessimismo que se instalou no pa-

ís e, muito especialmente, entre os agentes económicos. Ainda na ressaca da intervenção do banco central, a União dos Bancos Suíços cortou a previsão de crescimento do produto interno bruto do país para o ano em curso — dos anteriores 1,8% para 0,5%.

A Suíça, pátria de algumas das mais conhecidas multinacionais do planeta, pode ver as suas exportações substancialmente reduzidas agora que entrou numa era de “franco forte”. E como a zona euro é o principal destino das vendas das suas empresas para o estrangeiro, com a decisão do banco central os preços dos produtos exportados ficaram cerca de 20% mais elevados.

A instabilidade nos mercados cambiais passou também pelo euro, que ontem, pela primeira vez em 11 anos e face à possibilidade de o BCE começar a comprar dívida pública, caiu abaixo dos 1,15 dólares.

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• Ortopedia Oferecemos a oportunidade de integração na equipa permanente do hospital e nos diversos projetos em curso, proporcionando um excelente ambiente de trabalho. A contratação será feita através de contrato individual de trabalho ou em prestação de serviços.

Envio de candidatura acompanhada do respetivo currículo resumido para o Hospital Garcia de Orta, EPE, através do e-mail candidaturas.rh@hgo.min-saude.pt. Contacto telefónico: 212727308

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Alvarinho A guerra acabou numa paz inesperada O Minho viveu em 2014 uma das mais apaixonadas querelas rurais dos últimos anos, a propósito do alargamento da menção da casta Alvarinho a toda a região dos Vinhos Verdes. A Assembleia da República e a Comissão Europeia envolveram-se nos combates. Após dura negociação, Monção e Melgaço tiveram de ceder os privilégios aos seus vizinhos Manuel Carvalho

A

o longo dos últimos 12 meses, os cerca de 2000 produtores de vinho dos concelhos de Monção e Melgaço mantiveram uma guerra improvável em defesa de um património genético que acreditam ser da sua inteira propriedade. Geração após geração, os agricultores desses dois concelhos encostados ao rio Minho aproveitaram as condições naturais das suas encostas e o potencial da casta Alvarinho para fazerem vinhos brancos com aromas exóticos, corpo de veludo, uma mineralidade única e um potencial de envelhecimento notável.

O mundo, entretanto, mudou, as regras europeias também e a globalização levou o Alvarinho a todas as regiões do país e a muitas áreas produtoras de outros continentes.

Impotentes para evitar a expansão da grande casta branca do país, os agricultores de Monção e Melgaço foram conseguindo proibir que os seus congéneres da sua própria região, os Vinhos Verdes, a usassem nos seus vinhos de categoria superior. Esta semana perderam a batalha decisiva.

Dos dois campos do conflito ouviram-se dezenas de argumentos a favor e contra o alargamento da produção de Alvarinho a todas as zonas do Vinho Verde — hoje, um agricultor de Penafiel, por exemplo, pode plantar a casta, mas se quiser declarar o seu vinho como “Alvarinho” não pode usar a denominação de origem “Vinho Verde”, mas apenas a indicação geográfica “Regional Minho”

— uma espécie de segunda divisão dos vinhos do Noroeste, com menor valor económico. Em cima da polémica que opôs dois concelhos ao resto da região estiveram noções ancestrais de domínio exclusivo do património genético, bairrismo de pendor rural, preconceitos de classe entre produtores de um vinho que se diz de classe mundial e aqueles que — consideram os primeiros — se dedicam ao “volume” e ao “granel” e, principalmente, interesses de natureza económica. “Foi uma polémica muito marcada pela emoção e pela afectividade”, resume Anselmo Mendes, o enólogo que se tornou num dos emblemas do Alvarinho.

Um dia, sabia-se, a exclusividade da menção do Alvarinho nos Vinhos Verdes dos produtores de Monção e Melgaço teria de acabar, mas, em vez de esperar pela imposição legal, a Comissão de Vitivinicultura

da Região (CVRVV) optou por um processo de discussão interna. Em Dezembro de 2013, o debate abriu-se a todos os produtores e desde logo ficou claro que o combate seria duro e difícil. Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV, fez o papel de “capacete azul” da ONU e deixou que a discussão seguisse o seu próprio caminho.

“Mais do que corrigir problemas, o fundamental era planear o futuro e aí a região acabou por se unir”, diz agora Manuel Pinheiro. Mas, até chegar a este ponto, foi preciso remediar a desunião. Principalmente depois de duas propostas de resolução do PS e do PSD terem sido votadas na Assembleia da República exigindo que se mantivesse a exclusividade do uso da menção Vinho Verde Alvarinho aos produtores dos dois concelhos encostados à margem do rio Minho.

Se até então fora difícil gerar consenso no seio de um grupo de tra-

balho com dez elementos da produção e do comércio, a intervenção dos partidos agravou ainda mais a situação. “Os políticos aproveitaram esta polémica para ter um pouco de palco”, lamenta Anselmo Mendes, que integrou o grupo de trabalho.

Mas quando se julgava que o debate estava condenado a eternizar-se ou a esvaziar-se na indefinição, a Comissão Europeia entra em cena e, em Outubro do ano passado, notifica Portugal que as restrições à rotulagem de Alvarinho são incompatíveis com as regras comunitárias.

Acto contínuo, Bruxelas exige uma resposta do Estado até ao final deste mês. Nesta fase, a polémica deixara de ser um conflito bairrista. Tornarase um assunto que o Governo teria de resolver.

Confrontado com o problema, o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, faz regres-

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | ECONOMIA | 17 NELSON GARRIDO

sar o debate ao ponto zero e pede à CVRVV que volte a reunir as partes desavindas para encontrar uma solução até 15 de Janeiro deste ano. O grupo de trabalho volta a reunir-se.

Mas, desta vez, o que estava em causa já não era o sim ou não ao alargamento. Os produtores de Monção e Melgaço sabiam que a sua causa estava perdida. O que importava agora era obter o máximo de concessões para acordarem o alargamento da menção Alvarinho a todos os vinhos com direito à denominação de origem “Vinho Verde”. Foi a essa tarefa que os membros do grupo de trabalho se dedicaram. No final da tarde de segunda-feira, o caderno de encargos para o futuro estava decidido.

Todos votaram a favor, com excepção de Pedro Soares, representante da Quinta de Melgaço, uma empresa cuja maioria do capital está nas mãos da autarquia na sequência de uma

dádiva de um ex-emigrante no Brasil, Amadeu Abílio Lopes, em 1996.

Soares absteve-se.

O último fôlego Numa última tentativa para travar um acordo, umas quatro centenas de habitantes do concelho de Melgaço deslocaram-se ao Porto para se fazerem ouvir junto do grupo de trabalho que ultimava o documento final. “Temos que defender o que temos, porque em Melgaço não há fábricas, não há mais nada. O alargamento vai tirar aquilo que é nosso”, dizia uma manifestante. O grãomestre da Real Confraria do Vinho Alvarinho, José Afonso, protestava contra a “usurpação que a restante região quer fazer de um trabalho que foi desenvolvido na viticultura de Monção e Melgaço”.

Na produção, os preços praticados parecem dar-lhes razão. Um quilo-

A exclusividade de Monção e Melgaço acabará dentro de seis anos. Até lá, os Alvarinho da sub-região vão receber meio milhão de euros por ano para se promoverem no exterior. E continuam a ter direito a uma designação especial

grama de uvas Alvarinho pode valer facilmente mais de um euro em Monção e Melgaço, enquanto a mesma quantidade da mesma casta em outras zonas dos Vinhos Verdes se fica pelos 60 cêntimos e a produção com outras castas regionais vale, segundo Pedro Soares, da Quinta de Melgaço, entre 40 e 45 cêntimos. Só que esta valorização nem sempre tem os reflexos ideais no mercado. A produção da sub-região de Melgaço e Monção não tem sido capaz de acompanhar o dinamismo dos Vinhos Verdes, que à custa das suas ofertas de vinhos frutados, frescos e com um menor teor médio de álcool se tornou uma poderosa máquina de exportação (43,9 milhões de euros entre Janeiro e Outubro do ano passado facturados em 98 países). As vendas regionais de branco, tinto e rosado ascenderam no ano passado a mais de 52 milhões de litros de vinho — os Alvarinho fi-

caram-se pelos 1,4 milhões de litros.

Como consequência, enquanto na região se fala na necessidade de novas plantações para responder à procura crescente, em Monção e Melgaço têm-se registado excedentes que ajudam a explicar congelamento dos preços a níveis do ano 2000, na avaliação de Manuel Pinheiro. Melgaço e Monção têm atraído o interesse de grandes empresas nacionais, como a João Portugal Ramos, que tem o seu próprio Alvarinho, mas nem a crescente apetência pelos aromas desta casta promoveram grandes melhorias na situação. “Muitos dos Alvarinho mais baratos do mercado são de Monção e Melgaço”, sublinha António Guedes. Mesmo ao nível da qualidade, a discussão sobre o potencial desta sub-região é objecto de discussões. No concurso de 2014 entre os Alvarinho portugueses e galegos, realizado em Bruxelas, um dos dois vencedores da medalha “grande ouro” foi um vinho de Amares – o outro foi um espanhol. Mas entre a crítica especializada parece consensual que os Alvarinhos da Soalheira ou os criados por Anselmo Mendes atingem níveis de qualidade imbatíveis. O acordo final do grupo de trabalho acaba por reconhecer que há um direito histórico dos produtores de Monção e Melgaço cuja extinção requeria medidas transitórias, compensações financeiras e distinções especiais. O fim da exclusividade acontecerá no prazo de seis anos.

Até lá, os Alvarinho da sub-região vão receber meio milhão de euros por ano para se promoverem no exterior. E a sua produção vai poder continuar a ter direito a uma menção especial — inicialmente falouse em Alvarinho Premium, mas a designação caiu. “Eles ganharam imenso”, diz António Guedes.

Anselmo Mendes concorda, em termos genéricos, mas teria preferido que a sub-região mantivesse um estatuto especial, uma espécie de denominação de origem própria dentro do chapéu dos Vinhos Verdes como existe na Borgonha em relação a, por exemplo, Montrachet.

Pedro Soares anuncia que, para já, a polémica fica suspensa, mas lamenta que os produtores da sua região tenham agora de enfrentar a concorrência.

No final da polémica, sobra ainda a história rara de uma região vitícola portuguesa ter sido capaz de resolver uma questão com esta complexidade pelos seus próprios meios, sem ingerências de terceiros.

“Chegou-se a um acordo mais cedo do que a maioria das pessoas pensava”, regozija-se Manuel Pinheiro.

“O que conseguimos foi muito bom.

A Comissão ficou mais forte”, nota António Guedes. Agora, sublinha o presidente da CVRVV, “há que olhar para a frente e concentrar-nos no que interessa: em afirmar o nosso Alvarinho no mundo contra a força do Albariño espanhol”.

18 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

Europa em modo de contra-ataque porque “o medo deve mudar de lado” Dezenas de pessoas detidas na Bélgica, em França e na Alemanha, por suspeitas de ligação a células jihadistas.

Autoridades dizem que estava em marcha um plano para matar polícias nas ruas e em esquadras Terrorismo Alexandre Martins Os atentados da semana passada na região de Paris deixaram os cidadãos franceses em estado de choque e a União Europeia (UE) em estado de alerta, reforçado na noite de quinta-feira com uma operação que desmantelou uma célula jihadista na Bélgica com ramificações em França. É a Europa em modo de contraataque, a julgar pelas desafiadoras palavras do primeiro-ministro belga: “O medo deve mudar de lado.”

A declaração de Charles Michel não especifica que lado é esse, e onde se demarca a fronteira entre “nós” e “eles”, mas o resultado da operação das forças especiais belgas esclarece quaisquer dúvidas: 15 detidos, dois mortos, todos suspeitos de pertencerem a um grupo jihadista que planeava matar polícias um pouco por toda a Bélgica. Cinco dos detidos foram acusados de “participação num grupo terrorista” e dois foram libertados com uma medida de coacção não-especificada.

“Esta operação teve como objectivo desmantelar uma célula terrorista e também a rede logística que a suportava”, disse o procurador Eric van der Sijpt em conferência de imprensa. “A nossa investigação já mostrou que estas pessoas tinham a intenção de matar vários agentes da polícia nas ruas e em esquadras.”

Dos 15 suspeitos, dois foram detidos em França, embora as autoridades belgas não tenham encontrado qualquer ligação entre esta célula e os responsáveis pelo massacre no jornal francês Charlie Hebdo e numa mercearia kosher em Paris.

A polícia belga encontrou mais dificuldades em Verviers, perto da fronteira com a Alemanha — dois suspeitos de pertencerem à célula terrorista foram mortos numa troca de tiros. Durante as buscas foram encontradas munições e armas, entre as quais quatro metralhadoras Kalashnikov; explosivos; uniformes da polícia; telemóveis e walkie-talkies; documentos falsos; e “uma quantia substancial em dinheiro”, disse o procurador Eric van der Sijpt.

Em Verviers foi também detido um terceiro suspeito de pertencer à célula jihadista — todos eles, o detido e os dois suspeitos que foram mortos pela polícia, eram cidadãos belgas que tinham regressado recentemente ao país de uma viagem à Síria, onde estiveram em contacto com o Estado Islâmico, segundo o procurador belga Thierry Werts.

O medo tomou conta da sociedade belga, e reflectiu-se no encerramento de escolas judaicas em Bruxelas e Antuérpia. Outros cidadãos decidiram não levar os seus filhos à escola, ainda que as autoridades não tenham lançado qualquer alerta.

Numa medida apresentada como “temporária”, o Governo belga chamou o Exército para reforçar a segurança no país. O ministro da Defesa, Steven Vandeput, disse que as forças estão preparadas para entrar em acção a qualquer momento e que o seu trabalho “durará o tempo que o Governo julgar necessário”.

Para além do recurso aos militares, o Governo belga decidiu também apressar a abertura de celas especiais em duas prisões, para “isolar detidos radicalizados” e para impedir que “influenciem outros prisioneiros”.

Atentados em quatro países Oficialmente, não são conhecidos mais pormenores sobre a extensão da rede que a polícia belga diz ter desmantelado, mas a estação norteamericana CNN avança que os serviços secretos de vários países da UE detectaram pelo menos 20 células terroristas, com 120 a 180 pessoas preparadas para cometerem atentados em França, na Alemanha, na Bélgica e na Holanda.

De acordo com as informações avançadas pelos jornais belgas, os três suspeitos que viviam em Verviers estavam a ser vigiados há várias semanas, mas a operação de quintafeira foi precipitada pelos atentados em França — as autoridades belgas conseguiram unir os pontos após a detenção do suspeito de ter vendido armas a Amedy Coulibaly, o jihadista que jurou fidelidade ao Estado Islâmico e que matou uma agente da polícia e quatro reféns em Paris.

O sentimento de insegurança alastrou-se a outros países, principalmente Alemanha e Espanha.

A estação francesa M6 revelou que Coulibaly viajou de carro para Madrid no dia 2 de Janeiro, acompanhado pela namorada, um irmão, a cunhada e um sobrinho. Os familiares de Coulibaly apanharam um avião para a Síria, com escala na Turquia, como provam as imagens das câmaras de segurança do aeroporto de Barajas — o francês terá regressado depois ao seu país no mesmo automóvel, para lançar os atentados na semana passada.

Em Berlim, foram feitas buscas em 11 locais relacionados com o “movimento islamista”, de acordo com a polícia. Durante a noite de quinta para sexta-feira, foram detidas duas pessoas de nacionalidade turca, embora não tenham sido encontrados indícios de que estivessem a preparar atentados na Alemanha.

Ambos pertenciam a um grupo de cinco pessoas que foi localizado na capital alemã, cujos membros são “extremistas islamistas, incluindo cidadãos turcos ou russos de origem tchechena ou daguestanesa”. Um dos detidos, identificado pela polícia como Ismet D., de 41 anos, é suspeito de liderar a célula e de preparar e apoiar financeira e materialmente candidatos a jihadistas.

Emin F., de 43 anos, seria o responsável pelas finanças do grupo.

UE discute mudanças Enquanto se debate se os atentados em França resultam de uma coordenação directa da Al-Qaeda na Península Arábica ou do Estado Islâmico, os governos da UE começam a discutir propostas para limitarem a possibilidade de novos atentados.

Numa reunião marcada para segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros vão discutir novas medidas e o reforço das que já existem para tentarem travar o fluxo de potenciais jihadistas entre países europeus e a Síria ou o Iraque.

Os líderes europeus têm tentado passar a mensagem de que o objectivo é agilizar a coordenação dos serviços que já existem e reforçar as leis em vigor, segundo informações

Para além da polícia, o Governo belga destacou militares para reforçarem recolhidas pela Reuters. Este esforço tem como objectivo tranquilizar quem teme uma reforma profunda, que limite de forma substancial direitos e liberdades, como aconteceu após os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Ouvido pela Reuters, Anthony Dworkin, do European Council on Foreign Relations, diz que os líderes europeus não devem ceder à tentação de aprovar leis mais restritivas, e olha para os apelos nesse sentido como “um desejo de se ser visto como alguém que está a agir”.

“Medidas adoptadas de forma precipitada são mais facilmente excedidas, e podem ser menos eficazes do que uma melhor coordenação e aplicação dos procedimentos que já existem”, alerta o especialista.

John Kerry foi a Paris abr

Secretário de Estado norte-

O

secretário de Estado norte-americano, John Kerry, realizou ontem um périplo oficial e pessoal pelos vários pontos da capital atingidos pelos atentados da semana passada, que fizeram 17 vítimas em três dias e que, “em vez de nos afastar, como tencionavam os terroristas, nos tornaram ainda mais próximos”. “O que estes bandidos extremistas jamais compreenderão é que um povo

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Operação da polícia deteve 15 suspeitos — 13 na Bélgica e dois em França. Cinco deles foram acusados de envolvimento num grupo terrorista

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Os serviços secretos europeus detectaram pelo menos 20 células terroristas com planos para ataques em França, Alemanha, Bélgica e Holanda KENZO TRIBOUILLARD/AFP

Avalancha de medidas anterrorismo na Europa Ana Fonseca Pereira

a segurança nas ruas do país

raçar Hollande e todo o povo francês americano pediu desculpa por não ter participado na marcha de domingo corajoso e decente nunca se verga à intimidação e ao terror”, declarou.

Depois de uma cerimónia oficial no Quai d’Orsay, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Kerry passou pelo supermercado kosher da Porte de Vincennes, sequestrado por Amedy Coulibaly, e ainda pela rua onde o mesmo terrorista matou uma agente da polícia. O chefe da diplomacia americana depositou um ramo de flores

à porta das instalações do Charlie Hebdo, o jornal satírico atacado na quarta-feira pelos irmãos Kouachi, e terminou o dia com uma passagem pelo Palácio do Eliseu, onde abraçou o Presidente François Hollande e, simbolicamente, a cidade de Paris e todo o povo francês.

“Saiba que conta com as mais sentidas condolências do povo americano, que partilha com toda a França a dor e o horror provocado por tudo o que

aconteceu”, disse Kerry.

O secretário de Estado norte-americano, que tem uma ligação à França, onde a sua mãe nasceu e cresceu e onde passou as suas férias de infância, exprimiu-se em francês e pediu desculpa, em nome próprio, por não ter participado na marcha republicana que juntou milhões de pessoas em Paris. A Administração Obama já admitiu ter sido um “erro” não se ter feito representar ao mais alto nível.

Na obrigação de responder ao desafio dos extremistas e aos receios dos cidadãos, os líderes europeus — com a França à cabeça — desdobraramse na última semana em promessas de reforço das leis antiterrorismo, mesmo que boa parte das medidas anunciadas esteja (pelo menos parcialmente) em vigor e seja de duvidosa legalidade ou mesmo eficácia.

Uma das iniciativas mais polémicas foi avançada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, que na segunda-feira anunciou que, se for reeleito, vai avançar com legislação para permitir às agências de informação aceder aos serviços que usam comunicação encriptada para interceptar trocas de mensagens entre suspeitos de terrorismo. “O princípio que devemos adoptar é o de que não pode haver um espaço seguro para os terroristas comunicarem”.

A imprensa noticiou que tal legislação poderia levar à proibição de populares serviços de mensagens instantâneas como o WhatsApp ou o Snapchat. Mas o que Downing Street terá em mente é pressionar as empresas, a maioria sediada nos EUA, a criar backdoors (forma de aceder a um dispositivo ou rede sem ser detectado) nos seus serviços, para permitir às secretas desencriptar comunicações de pessoas sob suspeita. Os especialistas avisam, no entanto, que além de pôr em causa a privacidade dos utilizadores, esta vulnerabilidade poderá ser aproveitada também pelos hackers.

Em França, o seu homólogo Manuel Valls anunciou no dia seguinte, na Assembleia Nacional, ter pedido ao ministro do Interior para apresentar também propostas para reforçar o controlo da Internet, com especial atenção às redes sociais, “mais usadas do que nunca para recrutar” jihadistas. França tem já uma das mais rígidas leis antiterrorismo, actualizada ainda em Novembro, meses depois de o francês Mehdi Nemmouche, recém-regressado da Síria, ter matado quatro pessoas no museu judaico de Bruxelas. O diploma criminaliza a apologia do terrorismo, prevendo uma pena máxima de sete anos para

quem o faça através da Net, e permite que sites suspeitos sejam bloqueados por decisão administrativa.

A mesma lei criou outros mecanismos que agora voltam a ser falados, como a proibição de saída do país a quem seja suspeito de se querer juntar a grupos terroristas e de regresso a quem constituir uma “ameaça real” para a segurança nacional, mesmo que esta última medida seja de duvidosa aplicação a quem detenha apenas passaporte francês. Igualmente a ser testada está a criação de alas especiais nas prisões para detidos radicalizados.

Algumas destas ideias estão também incluídas no “pacto de Estado” negociado entre populares e socialistas espanhóis para apresentar dentro de um mês uma lei contra o jihadismo e que poderá equipar os lobos solitários aos radicais que actuam no seio de organizações terroristas.

O francês Manuel Valls quer reforçar o controlo da Internet, com especial atenção às redes sociais

Na Alemanha, a prioridade está a ser dada ao reforço das restrições às viagens para zonas de conflito e, depois da apreensão de passaportes, Berlim quer agora retirar a potenciais jihadistas os bilhetes de identidade (único documento para viajar até à Turquia), substituindo-o por outro com a indicação de proibição de viajar.

Mais lenta avança a discussão sobre uma resposta coordenada da União Europeia às novas ameaças.

No centro do debate está a criação, para os voos na Europa, de um Registo de Nomes dos Passageiros (PNR) da aviação, à semelhança da lista já partilhada com os EUA. Bruxelas e vários Estados pediram ao Parlamento Europeu que desbloqueie o diploma, mas subsiste quem considere que a medida não salvaguarda o direito à privacidade. Espanha, França e Alemanha sugeriram também a reintrodução dos controlos de identidade dentro do espaço Schengen, mas neste caso é a Comissão a opor-se à proposta.

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A marcha corta-

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Hugo Torres e Sérgio B. Gomes

A

s fotografias da marcha de solidariedade que encheu as ruas de Paris, no domingo, foram as que mais manipulações sofreram a posteriori? É difícil responder. A Internet é terreno fértil para a disseminação de imagens falsas, tanto as que são logo reconhecíveis como sátiras como as que visam moldar a realidade ou atingir alguém. A rede transborda com exemplos, que cobrem todo o novo século, das imagens que marcaram o 11 de Setembro de 2001 às fotomontagens de nus e pornografia com rostos de celebridades.

A massificação do acesso à Internet potenciou a difusão dessas imagens falsas, tal como o grau de escrutínio a que são sujeitas todas as fotografias.

Mas a torrente de informação a que somos expostos dificulta a capacidade de identificar os embustes e de os catalogar como mentiras. Um exemplo: na visita que George W. Bush fez a uma escola em 2002, a fotografia que mostra o então Presidente dos EUA a segurar um livro ao contrário, é verdadeira ou falsa? É falsa.

As imagens manipuladas com origem na capital francesa visaram em particular o grupo de líderes políticos que se manifestou em defesa da liberdade de imprensa, tal como o fizeram mais de um milhão de anónimos à sua volta. São todas reconhecíveis, mesmo a única falsificação feita com o intuito de passar por verdade — a fotografia publicada na capa do jornal judeu ultra-ortodoxo HaMevaser, de

Israel, que apagou todas as mulheres.

O logro foi denunciado e repudiado por outros media israelitas.

A eliminação de mulheres por “ultraconservadores” não é novo, nota o designer gráfico Marco Escobedo.

O peruano diz ao PÚBLICO que a intenção de jornais como o HaMevaser, que apagou Angela Merkel e Federica Mogherini, é “minimizar a presença feminina e desvalorizar a sua imagem”. Outros meios de igual ideologia já o tinham feito: reconhecidamente, o nova-iorquino Di Tzeitung e o israelita Yated Ne’eman.

O que essa acção acabou por destacar, no entanto, foi o escasso número de mulheres na primeira linha do grupo de representantes oficiais.

O jornal satírico irlandês Waterford Whispers pôs a circular uma versão em que apenas figuravam Mogherini, Merkel e Anne Hidalgo. Três mulheres numa rua deserta. Uma imagem

que, apesar de ser claramente falsa e com fonte definida (um jornal humorístico), se partilhou nas redes sociais como obra de um jornal feminista. É fácil perceber por que a imagem passou por verdadeira. A manipulação de imagens “também é um meio utilizado por artistas e fotógrafos para denunciar problemas sociais, consequências da guerra, prostituição, pederastia, corrupção”, diz Escobedo, lembrando que esse tipo de trabalho já é feito ostensivamente e em grande escala em campanhas publicitárias como as da PETA. Por que não poderia um movimento feminista proceder de forma idêntica?

Os cibernautas têm picos de interesse por assuntos muito diversos.

Quando algo se transforma numa “tendência” nas redes sociais, a produção deste tipo de imagens acontece em catadupa. E essa é a principal razão para que seja difícil dizer se o

número de manipulações partilhadas nos últimos dias foi superior a momentos proporcionados por Kim Kardashian a mostrar o rabo ou por Kim Jong-Il a olhar para objectos.

Na manifestação de solidariedade às vítimas dos ataques ao Charlie Hebdo e à mercearia kosher de Paris, o que foi caricaturado à exaustão foi a sede de protagonismo de Nicolas Sarkozy. O ex-Presidente francês, de regresso à liderança da UMP, furou o protocolo e chegou-se à frente para ficar na fotografia. Isso motivou fotomontagens que, dando-lhe importância desmesurada na História, o ridicularizavam e rebaixavam. Uma das primeiras substituía todos os rostos pelo de Sarkozy.

Ora isto não é só uma crítica ao ex-Presidente, sublinha o fotógrafo Jarek Kubicki ao PÚBLICO: “Colar a cara de Sarkozy em todos os rostos é um statement: vocês são todos Sa-

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-e-cola de Paris

PHILIPPE WOJAZER/REUTERS

HAMEVASER

WATERFORD WHISPERS

rkozy, são todos hipócritas.” O artista polaco refere-se ao facto de o grupo de políticos incluir líderes que não respeitam a liberdade de imprensa e de expressão, como o Presidente do Gabão, o primeiro-ministro turco e os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Egipto, Argélia e EAU. Esse escrutínio também foi feito.

A realidade é real?

No próprio dia da “manifestação republicana”, as imagens do grupo de líderes que acompanharam o Presidente François Hollande começaram a dar polémica. Sobretudo, quando o jornal Le Monde divulgou uma fotografia (sem autoria e captada de um ponto elevado), pouco antes do início da marcha, onde o triângulo de políticos se mostra separado do resto dos manifestantes.

Apesar de muitos comentários admitirem que essa separação se impu-

nha por razões de segurança, outros criticaram a falta de coragem dos políticos de estarem lado a lado com as pessoas que encheram as ruas de Paris. Mas o grosso das críticas dirigiu-se aos autores das imagens e à forma como foram captadas. Choveram acusações de “manipulação”, “mentira” e “maquilhagem da realidade”. É que a maioria das imagens que correu mundo no início da manifestação (e as que vieram estampadas nos jornais no dia a seguir) dava a entender que era este grupo de cerca de 50 líderes políticos que encabeçava a gigantesca manifestação. Na verdade, aqueles que se juntaram a Hollande na capital francesa marcharam numa rua inacessível ao resto dos manifestantes e nunca se cruzaram com eles (segundo o Le Monde estiveram na Praça Léon Blum, que fica a quase dois quilómetros da Praça da República).

A confusão sobre “quem estava on-

A maioria das fotografias do grupo foi captada de maneira frontal (ao centro) Imagem do Le Monde revela grupo sem outros manifestantes por perto Merkel também foi alvo das sátiras na Internet Apesar dos ataques, os cibernautas não se coibiram de parodiar a situação A sede de protagonismo de Sarkozy fê-lo alvo de chacota O jornal judeu ultra-ortodoxo HaMevaser eliminou as mulheres da fotografia Jornal satírico fez o negativo da manipulação do HaMevaser

de” ganhou terreno: a maioria das imagens divulgadas pelas agências induzia em erro e não era explícita sobre a localização dos políticos.

Entre as centenas de imagens divulgadas por duas das principais agências internacionais de notícias, a Reuters e a France Press, contam-se pelos dedos de uma mão as fotografias onde é possível perceber que Merkel, Cameron, Rajoy ou Passos estão numa manifestação paralela àquela que juntou mais de um milhão de pessoas. O que vimos nas redes sociais e reproduzido nos jornais foram fotografias frontais de líderes políticos de braço dado, talvez a perspectiva menos rigorosa deste acontecimento de escala global.

Para lá da discussão sobre se os políticos deveriam estar entre os manifestantes, episódios como este representam mais uma machadada naquele que é um dos alicerces do

fotojornalismo: atestar o real. Num tempo em que a produção fotográfica de vocação documental se vê diminuída na sua força (as redacções tendem a desinvestir em secções de fotojornalismo experientes), nada como um rastilho como este para incendiar a discussão e colocar uma profissão já fragilizada ao nível dos mais temíveis manipuladores da realidade.

A propósito de um trabalho recente da fotógrafa Patrícia Almeida, que lida com a uniformidade das imagens nos media e a maneira como cada vez mais são produzidas de forma acrítica, o professor de fotografia Sérgio Mah alertou para o “colapso da profissão de fotojornalista”, um desaparecimento que na sua opinião “não está a ser avaliado com deve ser”. “As mudanças não são socioprofissionais, mas também ideológicas.”

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Com o regresso dos combates, Ucrânia prepara-se para mais violência Confrontos no Leste do país fazem mortos a um ritmo diário. Kiev anuncia nova mobilização militar, aumentando receios de nova escalada do conflito. Negociações com separatistas em ponto morto SERGUEI SUPINSKY/AFP

Separatismo João Ruela Ribeiro Desrespeitado quase desde a primeira hora, o cessar-fogo em curso no Leste da Ucrânia foi oficialmente violado nos últimos dias. A intensificação dos combates, mobilizações militares e a descrença pública internacional trazem os receios de uma entrada num novo ciclo de violência.

Os confrontos de ontem fizeram 11 mortes — o último episódio de uma semana em que os combates se tornaram mais violentos.

O Exército ucraniano comunicou a morte de seis soldados durante um bombardeamento feito pelas forças rebeldes pró-Moscovo. As autoridades separatistas contabilizaram, por seu turno, quatro vítimas civis em Donetsk, segundo a AFP. “Os combates estão verdadeiramente ao rubro, a situação é a pior desde o final de Setembro”, descreveu Iuri Biriukov, um conselheiro do Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, através do Facebook.

A Ucrânia parece ter voltado ao padrão já conhecido desde o Verão — ao falhanço de negociações seguese um pico da violência. Foi o que aconteceu esta semana, com o cancelamento da cimeira internacional de Astana, que pretendia juntar os presidentes da Rússia e da Ucrânia, sob mediação alemã e francesa. Na segunda-feira, Berlim e Paris decidiram não fazer o longo caminho até à capital do Cazaquistão sem ver progressos significativos da aplicação dos acordos de Minsk.

Desde então a violência que já havia no terreno subiu de intensidade. Logo na terça-feira um autocarro foi atingido por um míssil Grad mal direccionado, matando 12 civis.

Como tem sido hábito, os dois lados culparam-se mutuamente pelo incidente.

O míssil tinha como destino um checkpoint controlado pelo Exército ucraniano perto de Buhas (50 quilómetros a sudoeste de Donetsk), mas dirigentes separatistas na região negaram que as suas bazucas tenham capacidade para alcançar grandes distâncias e afirmam que o autocarro passou por cima de uma mina terrestre. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) con-

Poroshenko anunciou que o Exército vai realizar três novas rondas de mobilização até ao final do ano

“Qualquer acção relacionada com preparações militares não ajuda o processo”, disse Serguei Lavrov denou o ataque, sem responsabilizar nenhum dos lados e admitiu que “a situação no Leste do país se deteriorou significativamente”.

O ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros, Ivica Dacic, cujo país preside à OSCE desde o início do ano, pediu o “regresso à mesa das negociações e a concretização tanto da letra como do espírito dos documentos de Minsk”.

Desde o início de Setembro que se fala em cessar-fogo no Leste da

Ucrânia — onde desde Abril já morreram mais de 4800 pessoas —, mas a verdade é que poucos foram os dias sem mortos no terreno. Calcula-se que desde que representantes do Governo de Kiev e das autoridades separatistas assinaram o documento na capital bielorrussa tenham morrido quase duas mil pessoas, sobretudo na região de Donetsk.

Face à continuação dos combates, Poroshenko anunciou na quartafeira que o Exército vai realizar três novas rondas de mobilização até ao final do ano, que devem abranger mais de cem mil efectivos. “Sangue novo deve juntar-se às tropas e substituir os recrutas mobilizados há já quase um ano. Temos de deixar os homens na frente regressarem a casa, descansar e recuperar capacidade de combate”, disse o Presidente, através de um comunicado.

Os separatistas acusaram Kiev de se estar a “preparar para a guerra”.

“É óbvio pelo movimento de equipamento e pelo envio de tropas”, disse o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko, citado pela agência russa Sputnik. A mobilização ucraniana também foi criticada por Moscovo, que receia a “renovação da confrontação militar”. “Qualquer acção relacionada com preparações militares não ajuda o processo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov.

Kiev, tal como a NATO, acusa, porém, a Rússia de apoiar os insurgentes e de enviar equipamento e pessoal militar para o território ucraniano — algo que Moscovo sempre negou. Segundo o Conselho Nacional de Segurança, dos 38 mil homens que combatem o Exército ucraniano, 8500 são soldados russos regulares.

O secretário do CNS, Oleksandr Turchinov, alertou esta semana para os dois possíveis cenários fu-

turos para o conflito no Leste. “O primeiro é o regresso em grande escala das hostilidades e um ataque com a participação activa das forças armadas russas, em que as consequências podem ser a de uma guerra continental de grande amplitude”, explicou. A alternativa passa pela continuação das “tentativas do Kremlin em impedir a estabilização da situação na Ucrânia”.

Os sucessivos falhanços nas negociações e na aplicação de um cessar-fogo sólido são realidades já reconhecidas por todas as partes. No entanto, como nota Serguei Galaka, professor da Universidade Taras Shevtchenko de Kiev, num artigo para o think tank European Leadership Network, “uma alternativa às negociações é a escalada dos combates, a possível desestabilização da situação em toda a região, mais perdas humanas e um risco para a estabilidade global”.

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | MUNDO | 23 GIUSEPPE CACACE/AFP

Washington e Londres iniciam colaboração para travar criminalidade online Segurança Rita Siza Os dois aliados vão constituir equipas especializadas para monitorizar actividades criminosas na Internet O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciaram a constituição de “células” conjuntas para a vigilância e combate à criminalidade online, como a pirataria informática e ataques cibernéticos. Estas unidades, que serão integradas pelos respectivos serviços de informação e agências de espionagem dos dois países — FBI e MI5; GCHQ e NSA —, começarão a testar a nova colaboração com um simulacro de ataque virtual contra instituições financeiras e bancárias de Wall Street e da City de Londres.

Este primeiro exercício — apresentado como a simulação de um “jogo de guerra” contra o sector financeiro — conta com a colaboração do Banco de Inglaterra e de alguns dos maiores bancos comerciais de Londres e Nova Iorque e tem como objectivo testar o nível de protecção contra ataques e a capacidade de defesa das redes dessas organizações. Outras experiências, para aferir da “resiliência de infra-estruturas” informáticas nos dois países, estão já planeadas.

“A cibersegurança e os ciberataques são um dos maiores desafios e ameaças que enfrentamos: oito em cada dez grandes empresas britânicas já foram alvo de algum tipo de ataque informático. Se o Reino Unido e os EUA trabalharem juntos, combinando a sua imensa experiência e partilhando informação, serão capazes de se proteger melhor”, explicou Cameron, em declarações à BBC em Washington. Assim que este novo sistema de defesa entrar em funcionamento, acrescentou, “os Estados e organizações hostis perceberão que não têm como atacar [os EUA e o Reino Unido]”.

Os novos riscos para a segurança nacional, industrial e individual estiveram no topo da agenda das conversações bilaterais entre os EUA e o Reino Unido, que terminaram ontem em Washington. Obama e Cameron discutiram o desafio representado pela utilização das redes sociais pelos movimentos extremistas — mas, como frisaram, as ameaças e perigos

cibernéticos não estão limitados à acção de organizações terroristas.

Casos recentes como o ataque informático à Sony Pictures, que a Casa Branca atribuiu à Coreia do Norte, ou a pirataria que afectou os serviços online das consolas Playstation e Xbox durante a época do Natal, mostram que qualquer informação armazenada na rede está vulnerável à actividade criminosa.

Ontem, as autoridades britânicas detiveram um jovem de 18 anos em Southport, próximo de Liverpool, por suspeita de envolvimento nos ciberataques às consolas da Sony e Microsoft e que poderá também estar ligado a ameaças falsas nos Estados Unidos — uma prática conhecida como “swatting” e que tem a ver com a divulgação de informação que leve as autoridades a mobilizar equipas de forças especiais de intervenção rápida (SWAT, na nomenclatura norte-americana). O jovem, cuja identidade não foi divulgada, foi acusado dos crimes de acesso ilegal a material informático e de ter feito ameaças de morte.

“O que está em causa não é só a protecção das empresas [atingidas pela pirataria informática] mas também a segurança dos dados dos seus clientes e das finanças pessoais.

Este tipo de ataques pode ter consequências muito sérias”, assinalou à BBC o líder conservador, que para a sua deslocação a Washington se fez acompanhar por representantes de várias empresas britânicas especializadas em serviços de cibersegurança.

Várias organizações de defesa da privacidade e especialistas criticaram a nova iniciativa de monitorização transatlântica.

Obama recebeu Cameron na Casa Branca

Abdullah pede revisão de sentença de blogger Arábia Saudita Ana Gomes Ferreira

“Hoje, mais do que nunca”, os líderes políticos têm de ser honestos

Papa: políticos devem “rejeitar a corrupção” Filipinas Hoje Francisco visita a cidade destruída pelo furacão Haiyan e, amanhã, celebra uma missa campal em Manila É hábito do Papa Francisco adequar a sua mensagem ao lugar que visita.

Ontem, disse ao Presidente das Filipinas, Benigno Aquino, para se empenhar no combate à corrupção, de forma a acabar com as “escandalosas” desigualdades sociais no país.

O Papa Francisco pediu aos líderes filipinos para combaterem a corrupção e porem fim às “escandalosas” desigualdades sociais.

Nas Filipinas, a corrupção é endémica e atravessa todos os sectores da economia, da administração pública e do sistema judicial, através de aliciamentos, subornos, desfalques, negócios paralelos, nepotismo e favorecimento. Em 2008, o Banco Mundial considerou este país o caso mais grave de corrupção na Ásia e, na última tabela do Índice de Transparência, que lista 176 países, as Filipinas estão em 85.º lugar.

“Hoje, mais do que nunca, é necessário que os líderes políticos sejam honestos, íntegros e comprometidos com o bem comum”, disse o Papa na cerimónia no Palácio de Malacanang. Porque, acrescentou, é um dever cristão “acabar com a injustiça e a opressão que dá origem à escandalosa desigualdade social”. Os líderes, pediu o Papa, devem “rejeitar todas as formas de corrupção que desviam os recursos [que deveriam beneficiar] os pobres” e devem lutar pela inclusão.

Aquino respondeu ao Papa dizendo que a Igreja Católica filipina pouco faz para denunciar a corrupção. “É um verdadeiro teste à fé vermos os membros da Igreja, que em tempo foram os defensores do povo, dos marginalizados, dos desprotegidos, manterem o sillêncio perante os abusos que estamos a tentar combater”. Aquino tem denunciado a Igreja por criar resistências a algumas das reformas que quer fazer e por o criticar publicamente, mesmo em assuntos marginais. “Um prelado chegou a criticar-me por ter tratado do meu cabelo, como se fosse um pecado mortal”, disse o Presidente ao Papa.

Ao clero local, Francisco também passou uma mensagem, durante a missa que se seguiu e foi celebrada na Catedral da Imaculada Conceição: disse que os membros da Igreja Católica filipina têm que “reconhecer e combater as causas da muito enraizada desigualdade na sociedade”.

O ponto alto da visita do pontífice ao país mais católico da Ásia (mais de 80% da população) será amanhã, com uma missa campal em Manila, onde são esperados muitos milhões de pessoas.

Diz a BBC que se vive na capital um ambiente festivo, tendo todos os dias da visita papal sido declarados feriados na cidade (o Papa chegou quinta-feira e regressa ao Vaticano na segunda). Porém, as medidas de segurança são muito apertadas e há milhares de soldados na patrulha das ruas. Antes da grande missa campal de hoje, o Papa desloca-se a Tacloban, a cidade mais devastada pelo furação Haiyan (2013) e encontra-se com sobreviventes. Só ali, o furacão matou 7000 pessoas.

As feridas nas costas e nas pernas de Raif Badawi não sararam a tempo da segunda ronda da flagelação O rei Abdullah da Arábia Saudita enviou para o Supremo Tribunal o caso do blogger condenado em Novembro a 15 anos de prisão, mil chicotadas (divididas em doses de 50 durante 20 semanas) e a uma multa de mais de 200 mil euros por insulto ao islão e não obediência ao monarca, noticiou ontem a BBC. Esta decisão parece indicar que as autoridades sauditas estão dispostas a rever a pena de Raif Badawi, que ontem viu adiada a segunda sessão de chicotadas por “razões médicas”.

Foi flagelado pela primeira vez a 9 de Janeiro e a segunda série de 50 chicotadas tinha sido marcada para ontem. Porém, “os médicos da prisão concluíram que a saúde de Raif não recomendava a flagelação [de ontem]”, disse à AFP a sua mulher, Ensaf Haidar, por telefone. Quando o marido foi condenado, ela partiu para o Canadá com os três filhos do casal.

Ensaf Haidar explicou que o marido tem ferimentos que foram provocados pelas chicotadas de 9 de Janeiro, dadas em frente à mesquita de Jeddah, a cidade natal do blogger que defende o secularismo e a separação dos poderes na Arábia Saudita e escrevia sobre estas matérias no blogue que fundou, o Rede Liberal Saudita, entretando fechado pelas autoridades.

A Amnistia Internacional, que está a promover uma campanha mundial pela libertação do blogger, confirmou que as chicotadas previstas para ontem foram adiadas, mas faz notar que adiamento não significa cancelamento. A punição, e caso o Supremo não se pronuncie até lá, continua na próxima sexta-feira. “Os médicos só concluíram que as cicatrizes não sararam devidamente e que ele não está, por enquanto, em condições para levar mais um castigo”, esclareceu a AI em comunicado.

A Arábia Saudita é o berço do wahabismo, um movimento religioso ultraconservador do islão sunita.

Qualquer sugestão de separação de poderes político e religioso é considerada crime, assim como qualquer crítica à dinastia reinante.

24 | CULTURA | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

“Para a maioria dos colonos, era nula a possibilidade de abandonar África” Estudo antropológico junto de famílias de colonos procura cruzar histórias de vida com a história da colonização e descolonização portuguesa em África. Há muitas resistências para revisitar este passado DR

Memória Paulo Curado A guerra colonial passou desapercebida a muitas famílias portuguesas em Angola e Moçambique, alheadas do conflito e surpreendidas depois pelo processo de descolonização decorrente do 25 de Abril de 1974. O fim do império significou o regresso a Portugal de centenas de milhares de cidadãos nacionais, pejorativamente apelidados de “retornados”, iniciando um processo de integração em muitos casos traumático e com efeitos ainda no presente. O “retorno” foi precisamente o último tema do painel “democratização e descolonização” que encerrou o primeiro dia da conferência O Ano do Fim. O Fim do Império Colonial Português, que terminou ontem no Instituto de Ciências Sociais (ICS), em Lisboa.

“Muitas destas famílias [de colonos] receberam o 25 de Abril em Portugal com indiferença, acabando por ser obrigados a regressar por força dos conflitos armados internos da pós-descolonização, nomeadamente em Angola”, explicou Elsa Peralta, antropóloga e investigadora do ICS. A guerra colonial que antecedeu as independências foi seguida com igual distanciamento. “Na maior parte das entrevistas que realizei junto desta população, não se verifica um discurso que permita pensar que existia uma noção do que estava a acontecer. Nem sequer havia consciencialização de que ocorria um conflito armado”, revela, ressalvando que esta indiferença não pode ser generalizada a toda a sociedade colonial.

A natureza do regime que a revolução de Abril encerra em Portugal e o seu minucioso controlo da informação junto das populações africanas poderão explicar, em parte, este distanciamento, segundo defendeu António Costa Pinto, historiador e organizador da conferência, que alerta para a ausência de grandes estudos sobre esta temática. Elsa Peralta alarga o leque de hipóteses ao facto de estas populações estarem concentradas em centros urbanos, longe dos palcos do conflito, e à ausência de qualquer tipo de politização e envolvimento, que potenciava o desinteresse. “É difícil aferir e podem existir várias explicações”, salienta a antropó-

Família Freitas Munheiro no Huambo, em 1962: chegou a Angola no séc. XIX e dispersou-se após a descolonização entre Portugal, Brasil e EUA loga que iniciou esta investigação há cerca de ano e meio, no âmbito do desenvolvimento do projecto Memória, esquecimento e pós-colonialismo: Representações públicas do Império Colonial Português. “Este trabalho segue a longa tradição tipológica das biografias familiares, escritas a partir da recolha de dados etnográficos e de entrevistas em profundidade. Uma abordagem que permite compreender como forças sociais e quadros culturais e históricos são incorporados com a experiência individual. Ou seja, a partir de experiências de vida concretas, pretende alcançar estruturas sociais, políticas e históricas mais amplas.” Deixam de ser apenas histórias de vida, para se tornarem também na história da colonização e descolonização portuguesa em África.

Apesar das quatro décadas decorridas sobre as independências e o regresso forçado a Portugal destas

populações, na sua maioria brancas, mas também mestiças e negras, Elsa Peralta encontrou muitas resistências para revisitar este passado, que deixou feridas que ainda perduram, em muitos casos. “Muita gente recusou-se a falar, não só por receio de exposição, mas simplesmente por não quererem recordar. Há um ressentimento muito grande, privado, mas também com uma face pública, expresso quando chega o momento das eleições, por exemplo. Não imagino estas populações a votarem em candidatos ou linhas políticas próximas de figuras que identificam como responsáveis pelo processo de descolonização. Não desculpam o que aconteceu.” É um passado traumático, que causa mágoa e ainda não se reconciliou com o presente. “Os ressentimentos que emergem das entrevistas são geralmente três, começando pelo rancor relacionado com o carácter súbi-

to e inesperado da descolonização e do regresso a Portugal. Para a maioria dos entrevistados, a possibilidade de virem a abandonar África era nula, mesmo depois do 25 de Abril.

Sentem-se inconformados e mesmo ludibriados pelo processo das independências conduzido pelas forças revolucionárias em Lisboa”, esclarece Elsa Peralta. A perda dos bens materiais deixados para trás e o chamado “desapossamento”, ou perda da legitimidade aos olhos do Estado e da sociedade, são igualmente factores de ressentimento, segundo a investigadora.

E depois, houve os traumas de um regresso súbito e inesperado a Portugal, onde foram recebidos, em muitos casos, com hostilidade e desconfiança por uma sociedade então emersa num processo revolucionário, marcado pela forte radicalização ideológica em torno da questão colonial. “Aqui são apelidados de ‘re-

tornados’, que muitos consideram, na melhor das hipóteses, um eufemismo para nomear uma população de refugiados das guerras civis em África. Na pior das hipóteses, consideram-no um termo ofensivo e persecutório que permitia rotular parte da população nacional como conivente com a doutrina do salazarismo e da colonização.” Para outros ainda, a expressão seria apenas inexacta, visto já estarem em terras africanas há várias gerações.

Inquestionável é que muitos dos testemunhos recolhidos por Elsa Peralta contrastam claramente com o quadro traçado para esta população, que sugere a sua integração positiva na sociedade portuguesa: “Esta suposta história de sucesso não é corroborada por muitos dos entrevistados, que preferem salientar o efeito traumático, marcado por uma integração muito difícil, que, em muitos casos, ainda hoje não está completada.”

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | CULTURA | 25 Mais visitas nos museus e monumentos da DGPC Património

De Sophia Loren a Maxi Pereira: cultura popular e os legados do império Série Fim do Império (3) Nuno Domingos Em 1921, em Lourenço Marques, capital da colónia de Moçambique, num dos mais célebres espaços culturais da cidade, o Varietá, o programa de cinema norte-americano, o mais longo, era seguido pelo francês, pelo italiano e, por fim, pelo português. Nessa altura, os espaços mostravam cinema, promoviam um embrionário starsystem internacional, estimulado pelos grandes estúdios norteamericanos, a Warner Brothers, a MGM, ou a RKO. O cinema, suportado por uma tecnologia de difusão única, conquistou um ainda restrito público local, que assistiria também aos espectáculos de companhias de teatro, de opereta, de zarzuela, de circo e de cabaret. Alguns artistas vinham propositadamente à cidade, mas a maior parte, estrangeiros, passava no decurso de tournées pela África austral. Na imprensa, as páginas dedicadas à “vida artística” assinalavam a animação cultural da cidade, mas também se referiam aos heróis do cinema clássico americano, bem como a êxitos franceses e italianos.

Chaplin, Buster Keaton, Sarah Bernard, Totó, Cantinflas, Errol Flynn ou Sophia Loren tornaramse personagens familiares num dos pontos mais longínquos da África Oriental.

Nas festas, onde uma elite portuguesa se juntava a uma elite internacional ligada aos negócios com a África do Sul, escutava-se Glenn Miller e Louis Armstrong, dançavam-se conhecidos estilos internacionais, como o jive e o foxtrot, ao som de conjuntos de jazz, em teatros, salões de chá, hotéis e casas privadas. Em 1932, o Grémio dos Radiófilos de Moçambique iniciou as suas emissões. Transmitia para o território moçambicano, mas também para a África do Sul, em inglês e africânder. Apostou numa programação cosmopolita, com destaque para os chegados dos circuitos norte-americanos.

Mas as redes de uma cultura popular produzida e consumida nas cidades coloniais revelavam outras morfologias, menos evidentes porque raras nos arquivos e na imprensa da época.

Os trabalhadores africanos em trânsito entre o Sul de Moçambique e as minas do Transval, muitos deles “alugados” pelo Estado, transmitiram novos hábitos e consumos. Estes percursos culturais escapavam aos circuitos da chamada “cidade de cimento”, onde viviam maioritariamente os colonos. No regresso do “John”, estes trabalhadores traziam instrumentos musicais, performances e estilos novos, alguns ouvidos na rádio ou num gramofone, que depois se cruzavam com outras tradições, elas próprias já variações urbanas de estilos antigos, realidades demasiado fluidas e ricas para serem fixadas por uma qualquer noção de cultura.

Os subúrbios coloniais, subsistindo em precariedade constante, eram espaços de uma troca cultural cosmopolita que ultrapassava as fronteiras do território colonial. Nestas periferias, a existência de cinemas para indígenas era apenas um entre muitos indicadores de que a cultura popular urbana, partilhada em larga escala por meios tecnológicos cada vez mais eficazes, se encontrava sujeita às lógicas de uma desigualdade social e racial prevalecente. A força de uma cultura popular global, tanto aquela proporcionada pelas grandes indústrias culturais como a que circulava em circuitos mais restritos, permaneceu até ao fim do período imperial.

A expressão “cultura popular” é imprecisa e não valerá a pena tentar delimitá-la a partir de um elenco de géneros culturais, dado que a sua definição depende mais dos contextos de produção e consumo, no âmbito dos quais a industrialização da cultura e a tecnologia são componentes essenciais, do que de uma abstracção qualquer. Noutro sentido, sabe-se que a sua separação de outras designações,

como “cultura erudita” ou “cultura tradicional”, é também bastante artificial. Ainda assim, o estudo de um conjunto de objectos que podemos incluir neste universo oferece observatórios de análise do processo colonial português e permite questionar as linhas de continuidade e de ruptura depois do fim do império. Estes questionamentos convocam ainda para a narrativa histórica actores sociais marginalizados e dimensões do quotidiano negligenciadas pela investigação.

Talvez uma das questões mais relevantes que o estudo da cultura popular pode colocar ao estudo das formas imperiais é até que ponto é possível uma potência colonial como Portugal controlar práticas e consumos culturais no quadro das fronteiras do império e dos seus territórios. E, neste contexto, qual o papel ideológico desempenhado pela cultura

Em cidades como Maputo é difícil encontrar os resíduos de uma cultura popular definida pelo tempo do império popular.

Durante o Estado Novo a censura afectou a edição musical e editorial, a produção e a exibição de filmes, impondo limites à circulação cultural. O Estado produziu cinema, música, livros de propaganda e fiscalizou os canais de produção privados, vigiou os jornais e as associações, controlou a escola oficial e procurou impor uma língua. Num universo de estudos concentrado na análise da produção cultural, e muito menos no consumo, qual foi o efeito das políticas estatais, e das suas mudanças, na formação de um campo de práticas e consumos culturais? Como se apropriaram as populações destas formas culturais?

Outras pistas de interpretação podem ser propostas a partir

da análise da cultura que terá permanecido depois do fim do império nas antigas colónias. É certo que o império deixou uma língua que os novos Estados africanos, mais do que o sistema colonial português, se esforçaram por generalizar, ajudados pelo burocracia e pela escola e depois pela televisão; e que esta língua é o idioma da literatura nacional, forma de cultura mais erudita do que popular, em países em que os livros são produtos de luxo.

Se em cidades como Maputo é simples reconhecer a projecção cada vez mais tecnológica de uma cultura popular global, misturada com dinâmicas regionais africanas e nacionais, é mais difícil de encontrar os resíduos de uma cultura popular definida pelo tempo do império. Talvez o futebol seja, neste quadro, a excepção.

Hoje, é muito provável que um “moçambicano comum” saiba melhor quem é Maximiliano Pereira, o defesa-direito uruguaio do Benfica, do que quem foram o navegador Vasco da Gama e Mouzinho de Albuquerque, o grande símbolo do poder colonial português no território, quem é Aníbal Cavaco Silva, bem como quem são os maiores vultos da cultura portuguesa cantados pela diplomacia cultural.

Uma tal constatação obriga a olhar para a cultura popular como um universo dotado de certa autonomia e uma dinâmica própria, distintas da lógica de actuação do poder político. Extravasa, assim, o âmbito da constituição de uma memória oficial. É que o “tempo do império” foi também o período em que a cultura popular se tornou num princípio fundamental de relação entre os indivíduos nos espaços urbanos, e isso não pode ser reduzido às narrativas da história nacional.

ICS-UL Série feita em colaboração com os participantes na conferência O Ano do Fim. O Fim do Império Colonial Português, organizada pelo ICS

No ano passado, os monumentos e museus da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) tiveram mais 100 mil visitantes do que em 2013, ultrapassando a barreira dos 3,5 milhões (ao certo, são 3.577.433).

Um crescimento tímido que se deve, essencialmente, ao Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), que passou de 138.728 visitantes para os 221.675, ultrapassando pela primeira vez o Museu Nacional dos Coches (206.887 em 2014), que nos últimos anos tinha vindo a ser, de forma consolidada, o mais popular dos museus da esfera da DGPC. Nos monumentos, o mais concorrido continua a ser o Mosteiro dos Jerónimos (807.845), seguido da Torre de Belém, mas a uma distância considerável (530.903).

Os dados foram divulgados ontem pela DGPC, que faz saber ainda que o público nacional regista um aumento nos monumentos e museus, decrescendo nos palácios porque 2013 foi um ano atípico devido ao sucesso da exposição da artista plástica Joana Vasconcelos no Palácio Nacional da Ajuda, que ultrapassou as 235 mil entradas (face ao ano passado, museu, palácios e monumentos atraíram menos 6100 visitantes portugueses). Na Ajuda a queda é drástica: dos 253.658 visitantes de 2013, para os 53.534 deste ano. Uma queda que contrasta com a do Palácio Nacional de Mafra, que teve quase mais 30 mil visitantes (274.255).

No total, o número da DGPC cresceu 3%. Por comparação, e para fazer referência a alguns palácios que já pertenceram a esta direcção-geral, a Parques de Sintra-Monte da Lua, empresa de capitais públicos que gere a paisagem cultural de Sintra, cresceu 13%. Os oito equipamentos ficaram perto dos dois milhões de visitantes, com o Parque e Palácio da Pena a liderarem, com 889 mil entradas (mais 14% do que em 2013), seguido do Palácio de Sintra (445 mil), e do Castelo dos Mouros (307 mil), alvo de uma requalificação recente.

Na contabilidade nacionais/estrangeiros, a diferença é grande: em Sintra, a esmagadora maioria é estrangeira (86%), na DGPC representam mais de dois terços (68%).

Na “competição” pelo monumento mais visitado, no entanto, todos estes equipamentos perdem para o Castelo de São Jorge, em Lisboa, com mais de 1,2 milhões visitantes, uma subida de quase 18%.

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Agente de Execução Cédula 2621

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Nos autos acima identificados, encontra-se designado o dia 6 de Favareiro de 2015, pelas 10.30 horas, neste Tribunal para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues na referida Comarca de Santarém, Entroncamento - Inst.

Central - Sec. Execução - J2, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel: Fracção autónoma designada pela letra C, correspondente a moradia três, apartamento do tipo T3, com ré-do-chão, primeiro andar, arrumo no sótão e dois espaços de estacionamento na cave, designados pelos n.ºs 5 e 6, destinado a habitação, sito em Covões, Lote 1, freguesia e concelho de Benavente, descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente, sob o n.º 3398/20001020C, da freguesia de Benavente, e inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o n.º 6134.

O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer, acima de 85% do valor-base de 155.000,00 euros (cento e cinquenta e cinco mil euros), ou seja, 131.750,00 euros (cento e trinta e um mil setecentos e cinquenta euros).

São fiéis depositários os executados Francisco José dos Santos da Silva Inês e Ana Paula Birrento Martins Inês, que a pedido o devem mostrar.

O(s) proponente(s) deve(m) juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem da Agente de Execução, no montante correspondente a 5% do valor anunciado para a venda.

A Agente de Execução Helena Chagas Rua Alberto Serpa, 19-A 2855-126 St.ª Marta do Pinhal Tel.: 212532702 Fax.: 212552353 E-mail: 2621@solicitador.net Público, 17/01/2015 - 1.ª Pub.

DIREÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO NORTE

ANÚNCIO

Visite-nos em LISBOA de segunda a sextafeira, das 09h às 19h e sábados das 11h às 17h

CARTA FECHADA

HELENA CHAGAS

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, E DO MAR

Lisboa - Inst. Local - Secção Cível - J22 Processo: 235/15.1T8LSB Interdição / Inabilitação Requerente: Maria do Rosário Simões Raposo Graça Mira Corrêa Sepúlveda e outros Interdita: Eugénia Margarida Simões Raposo Graça Mira Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Eugénia Margarida Simões Raposo Graça Mira, com residência na Casa de Repouso “Cantinho da Ternura”, Av.ª Poeta Mistral, n.º 17, 1.º Lisboa, 1050-171 Lisboa, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

Público, 17/01/2015

Processo: 665/12.0TBBNV Exequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A. Executados: Francisco José dos Santos da Silva Inês e Ana Paula Birrento Martins Inês

Venda mediante propostas em carta fechada

Nos autos acima identificados, encontra-se designado o dia três de Fevereiro de dois mil e quinze, pelas catorze horas, na Comarca de Santarém - Entroncamento - Instância Central - Secção Execução - J2, para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues na Secção Execução - J2 pelos interessados na compra do seguinte bem: Prédio urbano, destinado a habitação sito na Rua Rosendo Matias de Sá, n.º 53, da freguesia de Lapas, concelho de Torres Novas, descrito na Conservatória do Registo Predial de Torres Novas sob a ficha n.º 896, e inscrito na matriz sob o artigo 187 actual artigo matricial 140 da União das Freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca.

O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer.

Valor a anunciar para a venda: 39.100,00 Euros (Trinta e Nove Mil e Cem Euros). É fiel depositária a Executada, Paula Cristina Gonçalves Maia, obrigada a mostrar o bem a quem pretenda examiná-lo, mas pode fixar as horas em que, durante o dia, facultará a inspeção, tornando-as conhecidas do público por qualquer meio.

Adverte-se ainda que junto com a proposta a apresentar deverá ser junto cheque visado, com 5% do valor anunciado para a venda.

14/01/2015 O Agente de Execução Luís Filipe Carvalho

Público, 17/01/2015 - 2.ª Pub.

Loja

Entroncamento - Inst. Central - Sec. Execução - J2

AVISO RECRUTAMENTO DE TITULAR DE CARGO DE DIREÇÃO INTERMÉDIA DE 2.º GRAU 1 - Nos termos do n.º 2 do art.º 21.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, alterada e republicada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro, faz-se público que se encontra aberto procedimento concursal para recrutamento do cargo de Direção Intermédia de 2.º Grau, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, sita na Rua da República, n.º 133, 5370-347 Mirandela, a seguir indicado, com as atribuições e competências constantes do Despacho n.º 13474/2012 de 16 de outubro, alterado e republicado pelos Despachos n.º 4708/2013, publicado em D.R. em 04 de abril, e n.º 1671/2014, publicado no D.R., em 03 de fevereiro, conjugado com o estabelecido na alínea a) do art.º 10.º da Portaria n.º 305/2012, de 04 de outubro: Procedimento Concursal A - Chefe de Divisão de Investimento de Entre Douro e Minho; 2 - A indicação dos requisitos formais de provimento, do perfil exigido, da composição do Júri e dos métodos de seleção, será publicitada durante 10 dias úteis, na Bolsa de Emprego Público (BEP), até ao 2.º dia útil após a data da publicação na II Série do Diário da República, do referido procedimento concursal, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 21.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, alterada e republicada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro.

INSOLVÊNCIA MARIA CLOTILDE FARINHA COELHO Proc. 1718/13.3TBALM do 3.º Juízo Competência Cível do Tribunal de Comarca e de Família e Menores de Almada

Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência, vamos proceder à venda extrajudicial, com apresentação de propostas em carta fechada, dos imóveis a seguir identificados: BENS IMÓVEIS Verba 1: Fração autónoma designada pelas letras “AX” do prédio urbano sito em Rua das Quintas, n.ºs 34, 34A a 34E, lugar de Monte de Caparica, Caparica, Almada, correspondente ao Bloco B – parqueamento seis - piso -2, destinado a estacionamento automóvel, inscrito na matriz 11728-AX e descrito na CRP de Almada sob o n.º 4206-AX. Valor mínimo: 3.081,76€.

Verba 2: Fração autónoma designada pela letra “G” do prédio urbano sito em Rua David Mourão Ferreira, n.º 6, lugar de Monte de Caparica, Caparica, Almada, correspondente ao Bloco A - arrecadação cinco - piso -1, destinado a arrecadação e arrumos, inscrito na matriz 11728-G e descrito na CRP de Almada sob o n.º 4206-G. Valor mínimo: 3.289,62€.

REGULAMENTO 1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas em carta fechada até ao dia 30.01.2015 e dirigidas à Leiloeira do Lena.

2. As propostas terão de conter: Identificação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identificar o nome e processo.

3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque de 20%, referente ao valor da proposta e ainda nossa comissão e respetivo IVA. 4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência.

5. As propostas serão abertas no dia 04.02.2015 às 11h no escritório do Administrador da Insolvência, Rua Brito Pais, 4 A, Miraflores, Algés (1495-028) e desde que exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convidados a comparecer pessoalmente ou representados no dia da abertura das propostas acima indicado para licitarem entre si.

6. Os imóveis são vendidos no estado físico em que se encontram.

7. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respetivo IVA referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena.

INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170 Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dt.º Urb. Planalto 2415-395 LEIRIA Siga-nos no facebook E-mail: geral@leiloeiradolena.com Site: www.leiloeiradolena.com

Mirandela, 09 de dezembro de 2014 O DIRETOR REGIONAL - Manuel Cardoso

A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1988. É a única organização em Portugal especificamente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores.

A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profissionais, com experiência na Doença de Alzheimer.

Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade.

www.alzheimerportugal.org Contactos Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 E-mail: geral@alzheimerportugal.org Centro de Dia Prof. Dr. Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2 - Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Tel.: 21 360 93 00 Lar e Centro de Dia “Casa do Alecrim”: Rua Joaquim Miguel Serra Moura, n.º 256 - Alapraia, 2765-029 Estoril Tel. 214 525 145 - E-mail: casadoalecrim@alzheimerportugal.org Delegação Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente n.º 47A R/C, 4455-301 Lavra Tel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: geral.norte@alzheimerportugal.org Delegação Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal Tel. 236 219 469 - E-mail: geral.centro@alzheimerportugal.org Delegação da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL Tel. 291 772 021 - E-mail: geral.madeira@alzheimerportugal.org Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A, 2080-114 Almeirim Tel. 24 300 00 87 - E-mail: geral.ribatejo@alzheimerportugal.org Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro Tel. 23 494 04 80 - E-mail: geral.aveiro@alzheimeportugal.org

FERNANDO AUGUSTO GONÇALVES DE VASCONCELOS KEUL FALECEU Sua esposa e filhos participam o seu falecimento e informam que o funeral antecedido de Cerimónias religiosas, realiza-se amanhã dia 18 às 09.00 horas, da Igreja de Santo Condestável para o Cemitério dos Olivais.

MARIA RISETE DA CUNHA MARTINS CARMONA E COSTA MISSA DE 7.º DIA Seus Filhos, Cunhada, Noras e Netos participam que será celebrada Missa de 7.º Dia amanhã, domingo, pelas 19 horas na Capela de Nossa Senhora no interior da Igreja de São João de Deus (Praça de Londres).

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30 | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

FICAR

Os mais vistos da TV Quinta-feira, 15 % Aud. Share

Mar Salgado Secret Story Jornal da Noite Jornal das 8 Telejornal

SIC TVI SIC TVI RTP1

17,5 13,3 12,5 12,4 12,1

35,1 26,6 24,8 24,7 24,5

FONTE: CAEM

RTP1 RTP2 SIC TVI Cabo

16,8% % 1,8% % 20,8% % 23,5% % 29,0% %

CINEMA O Guarda do Zoo Título original: Zookeeper De: Frank Coraci Com: Kevin James, Rosario Dawson, Leslie Bibb, Donnie Wahlberg EUA, 2011, 112 min SIC, 17h55 Quando Griffin Keyes, o guarda do zoo, decidiu procurar outro emprego por considerar que o trato com os animais o afastava dos da sua própria espécie, não estava preparado para o que se seguiria. Aterrorizados com a iminência de perderem aquele que tem sido um dos seus melhores e mais dedicados amigos, os animais do zoo decidem juntar-se e revelar-lhe o grande segredo das suas vidas: eles pensam, falam e têm ideias brilhantes. Assim, decididos a convencer Griffin de que é sempre possível conciliar o amor aos humanos ao dos animais, eles vão descobrir uma parceria inesquecível que os vai beneficiar a todos...

Um Amor Entre Dois Mundos [Upside Down] TVC1, 21h30 Adam e Eden vivem em mundos separados por leis gravitacionais contrárias. Os planetas onde habitam, apesar de quase se tocarem, possuem regras específicas e estão organizados por classes e sistemas políticos opostos: o mundo de baixo, onde ele vive, é pobre e desolado; o dela, pelo contrário, é rico e desenvolvido. Depois de anos a viverem um romance secreto, são apanhados por agentes fronteiriços e Eden sofre uma queda aparentemente fatal.

Destroçado e cheio de culpa, o rapaz vai sobrevivendo ao difícil dia-a-dia do mundo de baixo. Até descobrir que, afinal, ela continua viva...

A Juventude de Jane [Becoming Jane] AXN White, 21h50 Jane Austen acredita no amor. Mas sabe que, na Inglaterra de 1795 e para os seus pais, o amor não é a chave de um casamento, mas sim o dinheiro. Todos a querem ver casada com o sobrinho de Lady Gresham, mas é por um pobre e encantador irlandês, aspirante a

O Guarda do Zoo advogado, que Jane se apaixona perdidamente, aos 20 anos. É ele que abala toda a independência e talento precoce de Jane. Mas poderão eles arriscar tudo?

O Bom Pastor [The Good Shepherd] AXN, 21h55 Com realização de Robert de Niro, esta é a história do nascimento de uma das mais famosas e influentes agências de espionagem: a CIA. Estudante sedento de conhecimento em Yale, Edward Wilson (Matt Damon) é recrutado em 1939 para aderir à sociedade secreta Skull & Bones, acabando, durante a II Guerra Mundial, com os seus camaradas do clube secreto, a criar a mais poderosa agência secreta do mundo. Uma história sobre o valor do segredo e do empenho e sobre um homem que sacrificaria tudo pelo seu país. Nomeado para o Óscar de melhor direcção artística. No elenco, ainda Angelina Jolie, Alec Baldwin e William Hurt.

As Portas do Céu [Heaven’s Gate] TVC2, 22h00 Depois de O Caçador (1978), Michael Cimino dirigiu este épico, que viria a revelar-se um dos maiores fiascos financeiros do cinema americano. Baseando-se numa história verídica, Cimino filmou o conflito entre colonos europeus e criadores de gado no Wyoming dos finais do século XIX. O filme gira em torno da guerra que surge entre os rancheiros e os colonos imigrantes.

Melodia do Coração [Music of the Heart] Cinemundo, 22h30 Um filme assinado por Wes Craven. Conta a história de Roberta Guaspari, uma mulher divorciada, com dois filhos menores a seu cargo e cujo saber se resume a tocar o violino.

Roberta (Meryl Streep) decide então arranjar trabalho como professora de violino numa escola pública do bairro de

Harlem, em Nova Iorque. Mas, antes, vai ter de enfrentar a directora, Janet Williams (Angela Bassett), o sistema de ensino e os próprios alunos, que se recusam a aprender a tocar o instrumento.

Lágrimas e Suspiros [Viskningar och Rop] RTP2, 22h33 Final do século XIX. Três irmãs e uma criada vivem numa enorme mansão. Agnès padece de um cancro em fase terminal, mas nem isso desperta o afecto de Maria e Karin, suas irmãs, que vivem angustiadas com os seus próprios dramas pessoais. Anna, a criada da casa é a única que acarinha Agnès, acompanhando-a nos últimos minutos de vida. O filme tem como temas a morte, uma das obsessões do realizador Ingmar Bergman, e as relações humanas, que ele filma com grande contenção e sentido estético, quase sem palavras, com os gestos a encherem o ecrã.

Blood - O Último Vampiro [Blood: The Last Vampire] FOX Movies, 00h39 Saya (Gianna Jun) é uma rapariga de 16 anos, meia vampira e imortal, fruto de um amor proibido entre um homem e uma vampira, cuja alma de 400 anos anseia por vingança. A sua longa existência tem sido dedicada a livrar o mundo dos vampiros.

Quando a organização secreta para a qual trabalha a envia para uma base militar americana no Japão, percebe que esta é a grande oportunidade de destruir Onigen, o perverso patriarca da raça dos vampiros.

SÉRIE 1600 Penn FX, 12h15 A viver na cidade de Washington, os Gilchrist são apenas uma família normal norte-americana que tenta lidar com os problemas do dia-a-dia. São divertidos, um

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | 31

Televisão

Star Wars Rebels, Re e Disney, 12.32

lazer@publico.pt

pouco loucos e disfuncionais.

Mas, no fundo, são como todas as outras pessoas do mundo. Porém, existe uma pequena excepção: o pai, Dale Gilchrist (Bill Pullman), é o Presidente dos Estados Unidos da América.

DESPORTO Futebol: Taça das Nações Africanas 2015 Eurosport2, a partir das 16h00 A edição 2015 da competição de futebol disputada no continente africano, organizada de dois em dois anos, tem lugar na Guiné Equatorial. Com emissão até 8 de Fevereiro, os canais Eurosport oferecem uma cobertura da CAN (sigla para Coupe d’Afriques des Nations), transmitindo 22 jogos no canal Eurosport e 9 jogos no Eurosport 2. No primeiro dia de prova, acompanham-se os jogos da fase de grupos Guiné Equatorial x Congo (16h00) e Burkina Faso x Gabão (18h45).

RTP1 6.05 Escolhas do Consumidor 6.30 Zig Zag 8.00 Bom Dia Portugal Fimde-semana 10.41 Agora Nós 12.43 Voz do Cidadão 13.00 Jornal da Tarde 14.19 Aqui Portugal 20.00 Telejornal 20.45 Linha da Frente - A Terra é Deles 21.20 Sabe ou Não Sabe 22.56 Filme: Striptease 1.03 Silence 4 SongBook 2014 2.06 Janela Indiscreta 2.43 Hotel 5 Estrelas

RTP2 7.00 Euronews 8.00 Zig Zag 11.00 Consigo 11.27 Biosfera 11.57 Ingrediente Secreto 12.22 Brain Games 12.50 Uma Família de Detectives 14.30 Eurodeputados 15.00 Desporto 2 19.01 Olhar o Mundo 19.46 Visita Guiada 20.18 Cuidado com a Língua! 20.33 Brain Games 21.00 Jornal 2 21.37 Eunice Muñoz - Eu de Eunice 22.33 Filme: Lágrimas e Suspiros 00.03 Homenagem a José Luís Tinoco 1.31 Este Sábado 2.24 Euronews

DOCUMENTÁRIO Eunice Muñoz - Eu de Eunice RTP2, 21h37 Um retrato que acompanha os momentos mais marcantes da vida profissional e pessoal da actriz Eunice Muñoz, assim como as experiências que mais contribuíram para a tornar uma das maiores referências do teatro em Portugal.

REPORTAGEM Linha da Frente RTP1, 20h45 Uma equipa de reportagem segue explorações agrícolas no Douro e no Alentejo que actualmente estão a ser cultivadas por brasileiros, ingleses, franceses, espanhóis e suíços, para assim tentar perceber quais os investimentos estrangeiros feito em Portugal. A Terra é Deles é uma reportagem de Jorge Almeida, com imagem de Mário Piteira.

6.05 Etnias 6.45 LOL@SIC 8.45 Disney Kids 10.25 Violetta 12.15 O Nosso Mundo 13.00 Primeiro Jornal 14.00 Alta Definição 14.25 Fama Show 15.10 E-Especial 16.00 Filme: O Chupeta 17.55 Filme: O Guarda do Zoo 20.00 Jornal da Noite - Directo 21.50 Mar Salgado 22.55 Sorteio do Totoloto 23.00 Lado a Lado 23.50 Xutos & Pontapés: 35 Anos de Carreira 1.00 Ray Donovan 2.00 Filme: RPG

TVI 6.30 Animações / Kid Kanal 9.10 I Love It 9.50 Inspector Max 13.00 Jornal da Uma 14.05 Águas Profundas 15.54 Filme: Velocidade + Furiosa 18.15 Sábado Especial 20.00 Jornal das 8 21.45 S.S. Desafio Final - Diário 22.50 Jardins Proibidos 23.55 S.S. Desafio Final - Fim-de-Semana 1.40 Ora Acerta 2.55 Filme: Flicka 4.28 Batanetes

9.55 Libertem Willy 11.45 Momento da Verdade 3 13.35 A Toda a Prova 15.10 Os Simpsons: O Filme 16.40 Ladrão e Policia 18.15 Homem-Aranha 20.20 Espírito Selvagem 22.25 Robocop 2 00.25 Fúria Silenciosa 2.00 Domino 4.05 Instinto Fatal

AXN 14.01 Mentes Criminosas 14.51 Mentes Criminosas 15.41 Mentes Criminosas 16.31 Mentes Criminosas 17.21 Filme: O Alfaiate do Panamá 19.10 C.S.I. 20.04 C.S.I. 21.00 C.S.I. 21.55 Filme: O Bom Pastor 00.45 Filme: Obsessão 2.33 Mentes Criminosas

13.54 The Mob Doctor 14.41 The Mob Doctor 15.29 The Mob Doctor 16.16 The Mob Doctor 17.03 Filme: Memento 18.55 Filme: Ong Bak 3 - A Batalha Final 20.33 Sangue Fresco 21.35 The Tomorrow People 22.22 Filme: Os Crimes do Rio Rei 00.04 Filme: Ong Bak 3 - A Batalha Final 1.42 Sangue Fresco 2.42 The Tomorrow People

AXN WHITE 13.52 Pequenas Mentirosas 14.39 Pequenas Mentirosas 15.26 Pequenas Mentirosas 16.14 Filme: Vestida Para Casar 18.05 A Teoria do Big Bang 18.29 A Teoria do Big Bang 18.53 A Teoria do Big Bang 19.17 A Teoria do Big Bang 19.41 A Teoria do Big Bang 20.06 A Teoria do Big Bang 20.30 Melissa e Joey 21.00 Infiéis 21.50 Filme: A Juventude de Jane 23.50 Filme: Alta Fidelidade 1.43 Infiéis

9.55 O Mordomo 12.05 O Falsificador 13.40 As Vidas de Arthur 15.15 Diana 17.10 O Mordomo 19.20 Voltar a Nascer 21.30 Um Amor Entre Dois Mundos 23.15 A Purga 00.40 O Falsificador 2.10 Voltar a Nascer

14.00 Filme: Lutador - A Lei das Ruas 15.45 Filme: Blade 17.44 Tyrant 18.35 Tyrant 19.21 Sob Suspeita 20.14 Sob Suspeita 21.14 Gotham 22.15 Filme: O Condenado de Alcatraz 00.21 Spartacus: A Vingança 1.10 Spartacus: A Revolta dos Escravos 2.04 Dexter

FOX LIFE FOX MOVIES 10.13 Infiltrado 12.18 Inferno Vermelho 14.00 O Lobisomem 15.40 Dívida de

MÚSICA

16.20 Clássicos Disney 16.28 Clássicos Disney 16.35 Clássicos Disney 16.44 Clássicos Disney 16.52 Clássicos Disney 17.00 Lab Rats 17.25 Lab Rats 17.50 Lab Rats 18.15 Lab Rats 18.40 Lab Rats 19.05 Boa Sorte, Charlie! 19.30 Boa Sorte, Charlie! 19.55 Boa Sorte, Charlie! 20.19 Boa Sorte, Charlie! 20.44 Boa Sorte, Charlie!

21.10 Phineas e Ferb 21.22 Phineas e Ferb 21.34 Phineas e Ferb 21.50 Sabrina: Segredos de uma Bruxa

Silence 4 Songbook 2014 RTP1, 1h03 Um dos maiores fenómenos da década de 1990 no campo da música feita em Portugal. Os Silence 4 formaram-se em 1995 e, para além de David Fonseca e Sofia Lisboa, incluiam o baixista Rui Costa e o baterista Tozé Pedrosa. Duraram cerca de seis anos, durante os quais gravaram dois álbuns. Em 2014, voltaram aos palcos, motivados por uma causa (a angariação de fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro), para uma série de quatro concertos especiais: Açores, Madeira, Guimarães e Lisboa.

DISCOVERY

INFANTIL

DISNEY

17.20 Pesca Radical 18.15 Pesca Radical 19.10 Amarrados 20.05 Amarrados 21.00 À Pesca de Ouro 21.55 À Pesca de Ouro 22.50 Ieti Russo 00.30 Pesca Radical

HISTÓRIA 16.47 O Preço da História Reino Unido: Duelo de Tiro 17.35 Segredos Desclassificados: A Declaração da Independência Dos EUA 18.22 Como a Terra Fez o Homem 19.48 Alienígenas: Raptos Misteriosos 20.32 Alienígenas: Os Monólitos 21.16 Alienígenas: Os Deuses Vikings 22.00 O Livro dos Segredos: Os Nazis Americanos 22.43 O Livro dos Segredos: Assassinos em Série 23.26 O Preço da História: Toda A Artilharia 23.47 O Preço da História: E Tudo O Penhor Levou 00.09 O Preço da História: Espertalhões 00.30 O Preço da História: Robosaurus 00.51 O Preço da História: Harrison a presidente

1001 Noites Panda, 14h30 Estreia de novos episódios.

Contam-se as histórias da famosa obra homónima da literatura árabe, que consiste numa colecção de contos narrados, personagens memoráveis e muitos temas musicais.

Stella Biggs, 9h15 e 16h15

ODISSEIA FOX

TVC1

to Silence (An Amish Murder) 18.59 Em Contacto 19.44 Em Contacto 20.30 Em Contacto 21.30 The Good Wife 22.20 Filme: Gente Gira 00.40 Filme: Um Acaso Com Sentido 2.24 Em Contacto

HOLLYWOOD

AXN BLACK SIC

Futebol: I Liga SPTV1 Directo. Os duelos Vitória de Guimarães x Académica (18h00) e Penafiel x FC Porto (20h15) dão início à 17.ª jornada do campeonato.

Sangue 17.28 Dupla Sedução 19.30 Máquinas de Guerra 21.15 Operação Swordfish 22.52 O Reino 00.39 Blood - O Último Vampiro 2.12 O Caçador

14.02 Foi Assim Que Aconteceu 14.30 Filme: A Filha do Patrão 15.59 Filme: Profile for Murder 17.29 Filme: Sworn

16.48 Os Pirenéus Selvagens: As Montanhas da Luz 17.33 A Invasão da Piton Gigante 18.19 Alerta, Espécies em Perigo: Os Últimos Senhores 19.12 Carros Incríveis: Saab de Combate 19.59 U-455, O Mistério do Submarino Desaparecido 20.53 Rude Tube: Que Disparate 21.18 Rude Tube: Brincalhões 21.43 Rude Tube: Homenagens 22.06 Rude Tube: Ups! 22.30 A Tecnologia que nos Rodeia: Aviões 23.30 Sexy Business Ep. 6 00.17 A Tecnologia que nos Rodeia: Aviões 1.17 Sexy Business Ep. 6

Stella junta-se aos seus amigos Dahlia, Poppy, Willow e Luca no universo Angry Birds. Cada um destes pássaros tem uma personalidade forte e nem sempre estão de acordo. Mas, como em qualquer amizade, acabam por fazer as pazes. A única excepção é Gale: esta já foi a melhor amiga de Stella, mas quando a sua amizade ruiu, Gale, a “Princesa Má”, seguiu por um caminho sombrio...

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SAIR

Em estreia lazer@publico.pt cinecartaz@publico.pt

CINEMA Lisboa @Cinema Av. Fontes Pereira de Melo - Edifício Saldanha Residence. T. 210995752 O Jogo da Imitação M12. 15h, 18h30, 21h50 Cinema City Alvalade Av. de Roma, nº 100. T. 218413040 Caminhos da Floresta M12. 17h15, 23h55; Abelha Maia - O Filme M6. 11h20, 13h20, 15h20 (V.Port.); Uma Senhora Herança M12.

13h30, 15h40, 17h25, 19h35, 21h40, 00h15; Mr. Turner M12. 15h30, 21h10; Boyhood: Momentos de Uma Vida M12. 17h50; Os Pinguins de Madagáscar M6. 11h30 (V.Port.); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 13h10, 18h30, 21h30, 24h; O Jogo da Imitação M12. 12h55, 15h10, 19h30, 21h45, 00h10; Papel de Natal M6. 11h35 (V.Port.)

Cinema Ideal Rua do Loreto, 15/17. T. 210998295 A Quimera do Ouro M6. 12h; O Garoto de Charlot 11h; Adeus à Linguagem M12. 15h30, 19h30, 22h30; Mr. Turner M12. 16h45; Cavalo Dinheiro M12. 13h45, 20h45 CinemaCity Campo Pequeno Centro Lazer do Cp. Pequeno. T. 217981420 Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h45; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 11h20, 13h15, 15h25, 17h55 (V.Port.); Interstellar M12. 21h10; Caminhos da Floresta M12. 13h05, 15h25, 17h15, 00h30; Taken - A Vingança M16. 13h20, 15h30, 17h40, 19h50, 22h, 00h20; Invencível M12. 13h10, 15h55, 18h40, 21h25, 00h10; O Sétimo Filho M12. 11h30, 13h30, 19h45; Abelha Maia - O Filme M6. 11h25, 13h25, 15h20, 17h50 (V.Port.); O Jogo da Imitação M12. 11h20, 13h30, 15h45, 18h30, 21h30, 23h55; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 15h30, 18h25, 21h20, 21h45; À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12. 15h40; Foxcatcher M16. 21h25; Os Pinguins de Madagáscar M6. 11h15, 17h35, 19h35 (V.Port.); Exodus: Deuses e Reis M12. 00h10; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 19h35, 21h50, 00h20; Papel de Natal M6. 11h45 Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade, Cp. Grande. T. 16996 O Jogo da Imitação M12. 13h10, 15h50, 18h30, 21h10, 23h50 ; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12.

13h10, 16h, 19h, 21h40, 00h30; Invencível M12. 13h40, 16h40, 21h20, 00h20 ; Taken 3 M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 24h ; Encalhados M12. 13h50, 16h50, 19h10, 21h50, 00h10 ; The Hunger Games: A Revolta - Parte 1 M12. 21h45, 00h25; Os Pinguins de Madagáscar M6. 11h, 13h25, 15h40, 18h (V.Port.); Exodus: Deuses e Reis M12. 13h35, 17h10, 20h50, 00h05 ; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12.

13h20, 16h30, 21h, 00h10 ; Virados do Avesso M12. 21h35, 23h50 ; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 11h15, 13h40, 16h20, 18h40 (V.Port.); O Sétimo Filho M12. 13h45, 16h20, 18h55, 21h50, 00h30 ; Interstellar M12.

13h25, 20h30, 24h; Foxcatcher M16.

17h; Abelha Maia - O Filme M6. 11h, 13h15, 15h30, 17h30 (V.Port.); Autómata M12. 21h40, 00h15 Cinemas Nos Amoreiras Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996 Taken 3 M12. 13h30, 16h, 18h50, 21h40, 00h10; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 13h05, 15h40, 18h20, 21h, 23h40; O Jogo da Imitação M12. 12h50,

15h20, 18h, 21h20, 23h55; A Linguagem do Coração M12. 19h; Uma Senhora Herança M12. 13h40, 16h20, 21h50, 00h25; Foxcatcher M16. 13h20, 16h, 18h40, 21h30, 00h15; Boyhood: Momentos de Uma Vida M12. 14h, 17h30; Invencível M12. 21h10, 00h05; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6.

13h (V.Port.); Rosewater - Uma Esperança de Liberdade M12. 15h30, 17h50, 20h50, 23h20 Cinemas Nos Colombo Av. Lusíada. T. 16996 Encalhados M12. 12h50, 15h25, 18h20, 21h20, 23h50; Abelha Maia - O Filme M6.

13h15, 15h35, 17h55 (V.Port.); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12.

21h10, 00h20; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 13h10, 17h20, 21h15, 00h30; O Jogo da Imitação M12. 13h05, 15h45, 18h30, 21h05, 24h; Invencível M12.

13h25, 16h30, 20h50, 23h55; Invencível M12.

13h, 15h40, 18h15, 21h, 23h45; Sala Imax: 13h30, 16h10, 18h45, 21h30, 00h15; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h20, 15h55, 18h25 (V.Port.); Chefes Intragáveis 2 M12. 21h25, 00h10; O Sétimo Filho M12. 12h55, 15h30, 18h, 20h55, 23h35 Cinemas Nos Vasco da Gama Parque das Nações. T. 16996 O Jogo da Imitação M12. 13h40, 16h10, 18h50, 21h50, 00h30; O Sétimo Filho M12.

13h30, 16h, 18h30, 21h40, 00h40; Abelha Maia - O Filme M6. 11h, 13h, 15h20 (V.Port.); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 18h, 21h, 23h50; Taken 3 M12. 13h10, 15h40, 18h40, 21h30, 24h; Invencível M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 00h10; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 18h10, 21h20, 00h20; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 11h, 13h20, 15h50 (V.Port.)

Cinemateca Portuguesa R. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200 La Comédie du Travail 15h30; The Match + Bom dia Futuro, Envelhecer no Delta 21h30 Medeia Fonte Nova Est. Benfica, 503. T. 217145088 Boyhood: Momentos de Uma Vida M12.

14h15, 21h15; Pasolini M16. 17h20, 19h15; Mr. Turner M12. 18h30, 21h30; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 15h30 (V.Port.); Caminhos da Floresta M12. 14h30, 17h, 19h30, 22h Medeia Monumental Av. Praia da Vitória, 72. T. 213142223 O Jogo da Imitação M12. 12h20, 14h35, 16h50, 19h15, 21h30, 23h45; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12.

14h40, 17h, 19h20, 21h40, 24h; Invencível M12. 12h; Miss Julie M12. 12h10, 14h45, 17h15, 21h50, 00h20; 3 Corações M12. 19h45; Boyhood: Momentos de Uma Vida M12.

18h50; Pasolini M16. 13h30, 15h15, 17h, 22h, 00h10 Nimas Av. 5 Outubro, 42B. T. 213574362 Sono de Inverno M12. 14h, 17h30, 21h10 UCI Cinemas - El Corte Inglés Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221 Mamã M16. 18h10; Mr. Turner M12. 14h30, 21h20, 00h15; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 21h15, 00h15; Abelha Maia - O Filme M6. 14h10, 16h15, 18h20 (V.Port.); Adeus à Linguagem M12. 19h15; O Sétimo Filho M12. 14h15, 00h10 (3D), 16h45, 21h40 (2D); Exodus: Deuses e Reis M12.

21h15, 00h15; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 14h, 16h25, 18h50 (V.Port.); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 14h, 16h35, 19h05, 21h35, 00h15; Invencível M12. 14h20, 18h05, 21h25, 00h20; 3 Corações M12. 19h25; Foxcatcher M16. 14h, 16h45, 21h45, 00h30; Boyhood: Momentos de Uma Vida M12. 14h20, 18h, 21h40; Taken 3 M12.

Encalhados

14h15, 16h50, 19h15, 22h, 00h30; Interstellar M12. 14h15, 17h45, 21h20; Caminhos da Floresta M12. 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h25; O Jogo da Imitação M12. 14h05, 16h45, 19h10, 21h40, 00h10; Uma Senhora Herança M12. 14h10, 16h35, 19h, 21h40, 00h05; Miss Julie M12. 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30

Almada

Encalhados De Lynn Shelton. Com Keira Knightley, Chloë Grace Moretz, Sam Rockwell. EUA. 2014. 99m.

Comédia. M12.

Uma década se passou desde que Megan terminou o liceu. Apesar disso, pouco mudou na sua vida.

Os amigos são os mesmos, divide casa e despesas com o namorado da adolescência e ainda mantém o lugar de secretária na empresa do pai. Quando o namorado lhe faz um inesperado pedido de casamento, Megan mergulha numa autêntica crise existencial.

Em pânico, dá-se conta de que, apesar dos seus 28 anos, ainda não está preparada para o que se espera de uma mulher adulta...

O Jogo da Imitação De Morten Tyldum. Com Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode.

EUA/GB. 2014. 114m. Drama, Thriller. M12.

Um filme dramático sobre a vida do criptoanalista e matemático britânico Alan Turing, o lendário génio que se tornou um herói ao decifrar códigos nazis.

Apesar do reconhecimento, a sua carreira terminou abruptamente depois de ter sido processado por atentado ao pudor, acusação que culminou numa condenação por homossexualidade, à época ilegal no Reino Unido. A 8 de Junho de 1954, dois anos depois de iniciar um tratamento com injecções de hormonas femininas (que preferiu à prisão), Turing foi encontrado morto na sua própria casa. Esta é a sua história.

Miss Julie De Liv Ullmann. Com Colin Farrell, Jessica Chastain, Samantha Morton. NOR/GB. 2014. 129m. Drama. M12.

Irlanda, 1880. Ao longo da noite do solstício de Verão, Julie, uma jovem aristocrata, dança com John, o jovem camareiro do seu pai. Levados pela força do momento, abandonam-se a um perigoso jogo de sedução.

A altivez e infelicidade dela colidem com a ambição dele, unindo-os num misto de desejo descontrolado e raiva.

Rapidamente, a intimidade levaos a cenários imaginários de uma vida em comum. Porém, eles não estão certos se o futuro lhes trará desespero ou esperança.

Apesar de tudo, a solução será encontrada na manhã seguinte.

Taken 3 De Olivier Megaton. Com Liam Neeson, Maggie Grace, Famke Janssen, Forest Whitaker. FRA. 2015. 109m. M12.

Há muito que Bryan Mills abandonou os serviços secretos norte-americanos para se dedicar à família. Hoje, leva uma vida tranquila com Lenore, com quem está a tentar uma reaproximação, e a filha de ambos. Um dia, ao chegar a casa, encontra Lenore brutalmente assassinada.

Percebendo que foi vítima de uma armadilha, Mills decide encontrar os culpados e fazer justiça com as suas próprias mãos. Com a polícia de Los Angeles, o FBI e a CIA em sua perseguição, ele move-se com um único objectivo: encontrar e proteger a filha antes que seja demasiado tarde.

Cinemas Nos Almada Fórum Estr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996 O Jogo da Imitação M12. 13h, 15h45, 18h30, 21h20, 00h10; Invencível M12.

12h25, 15h25, 18h25, 21h30, 00h30; O Sétimo Filho M12. 13h10, 15h40, 18h20, 21h15, 23h45; Taken 3 M12. 12h50, 15h35, 18h10, 21h, 24h; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 13h05, 16h15, 20h55, 00h05; Foxcatcher M16. 12h25, 15h20, 21h50; Boyhood: Momentos de Uma Vida M12. 12h30, 18h20; Exodus: Deuses e Reis M12. 16h, 20h45, 00h05; Os Pinguins de Madagáscar M6. 13h15, 15h35, 18h; Autómata M12. 21h40, 00h20; Encalhados M12. 13h05, 15h30, 18h15, 21h35, 24h; Virados do Avesso M12. 21h45, 00h15; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6.

13h25, 15h55, 18h35; The Hunger Games: A Revolta - Parte 1 M12. 21h10, 00h05; Abelha Maia - O Filme M6. 13h15, 15h45, 18h15; Caminhos da Floresta M12. 13h, 15h50, 21h15, 00h10; Uma Senhora Herança M12. 18h40; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12.

12h40, 15h25, 18h10, 21h05, 24h; Chefes Intragáveis 2 M12. 13h05, 15h50, 18h30, 21h45, 00h20

Amadora CinemaCity Alegro Alfragide C.C. Alegro Alfragide. T. 214221030 O Jogo da Imitação M12. 11h20, 13h35, 15h50, 18h30, 21h30, 23h55; Taken 3 M12.

13h20, 15h30, 17h40, 19h50, 22h, 00h20; Caminhos da Floresta M12. 13h10, 15h30, 19h35, 21h45; À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12. 11h35, 15h20, 17h50; O Sétimo Filho M12. 15h45, 19h45, 21h55, 00h05 (2D), 17h15 (3D); Chefes Intragáveis 2 M12. 00h30; Virados do Avesso M12.

13h30, 21h40; The Hunger Games: A Revolta - Parte 1 M12. 13h15, 00h30; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 16h, 19h25, 21h50, 00h25; Interstellar M12. 21h10; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 17h45, 21h20, 00h15; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 11h15, 11h30, 13h20, 15h35, 17h55 (V.Port.); Abelha Maia - O Filme M6. 11h20, 13h35, 15h40, 17h40 (V.Port.); Invencível M12. 13h10, 15h55, 18h40, 21h25, 00h10; Os Pinguins de Madagáscar M6. 11h25, 13h25, 15h25, 17h25 (V.Port./2D); Exodus: Deuses e Reis M12.

18h15, 21h15, 00h15; Autómata M12. 13h50, 15h25, 19h30; Foxcatcher M16. 23h40

Barreiro Castello Lopes - Fórum Barreiro Campo das Cordoarias. T. 760789789 Taken 3 M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h30, 24h; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 12h40, 14h50, 17h (V.Port.); O Sétimo Filho M12. 19h10, 21h20, 23h40; Invencível M12. 12h50, 15h30, 18h20, 21h10, 23h50

Cascais Cinemas Nos CascaiShopping EN 9, Alcabideche. T. 16996 O Sétimo Filho M12. 12h50, 15h50, 18h40,

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | 33 DR

Notes for a Choreography A Kunsthalle Lissabon inaugura o seu novo espaço na Rua José Sobral Cid com o trabalho da artista Marwa Arsanios, que vive e trabalha em Beirute, no Líbano, e se apresenta pela primeira vez em Portugal. Aqui é exibido Olga’s Notes, all those restless bodies, o novo filme de Arsanios, que parte de um artigo da revista Al Hilal de Janeiro de

21h40, 00h10; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 12h40, 15h20, 21h10, 23h50; Foxcatcher M16. 18h; O Jogo da Imitação M12. 12h30, 15h10, 18h10, 21h20, 24h; Invencível M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h25; Taken 3 M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h, 23h40; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 20h30, 23h30; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h20, 15h45, 18h05 (V.Port.); Caminhos da Floresta M12.

17h50, 21h05, 00h20; Abelha Maia - O Filme M6. 13h05, 15h (V.Port.)

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da Rainha C.C. Vivaci. T. 262840197 Invencível M12. 15h20, 18h15, 21h15; À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12. 21h40, 00h10; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6.

13h20, 15h50, 18h15 (V.Port.); Taken 3 M12.

12h50, 15h25, 18h30, 21h20, 24h; O Sétimo Filho M12. 15h35, 18h, 21h30, 00h05; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12.

21h20; Abelha Maia - O Filme M6. 13h30, 16h, 18h30 (V.Port.)

Carcavelos Atlântida-Cine R. Dr. Manuel Arriaga, C. C. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653 Uma Senhora Herança M12. 15h30, 18h15; O Jogo da Imitação M12. 15h30, 21h30; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 21h30

Sintra Cinema City Beloura Quinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643 Invencível M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h30, 00h15; Interstellar M12. 21h10; Abelha Maia - O Filme M6. 11h20, 13h30, 15h35, 17h40, 19h55 (V.Port.); Taken 3 M12. 13h20, 15h30, 17h40, 19h50, 22h, 00h20; Chefes Intragáveis 2 M12. 15h20, 17h35, 00h30; Caminhos da Floresta M12. 15h20, 17h35; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 17h50, 21h15; À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12. 11h50, 13h50, 15h50; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 19h25, 21h40, 00h10; Exodus: Deuses e Reis M12.

21h45; Os Pinguins de Madagáscar M6.

11h25, 13h25, 15h25, 17h25 (V.Port.); Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 11h10, 13h15, 15h30, 17h55, 19h35 (V.Port.); O Sétimo Filho M12.

11h15, 13h20, 21h55, 23h55; O Jogo da Imitação M12. 11h20, 13h30, 15h45, 18h40, 21h35, 24h; Foxcatcher M16. 00h05 Castello Lopes - Fórum Sintra Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789 O Sétimo Filho M12. 12h55, 15h10, 17h15, 19h20, 21h50, 00h20; Invencível M12. 12h50, 15h40, 18h25, 21h25, 00h10; O Jogo da Imitação M12. 13h10, 16h, 18h40, 21h40, 24h; Taken 3 M12. 13h20, 15h50, 18h30, 21h30, 00h15; Os Pinguins de Madagáscar M6. 13h, 15h, 17h (V.Port.); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 19h, 21h15, 23h50; Exodus: Deuses e Reis M12. 21h35, 00h15; Abelha Maia - O Filme M6.

13h15, 15h15, 17h10 (V.Port.); Foxcatcher M16. 18h50; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 21h20, 00h05; Big Hero 6 Os Novos Heróis M6. 12h40, 14h40, 16h45 (V.Port.); Caminhos da Floresta M12. 18h50

Leiria Cinema City Leiria R. Dr. Virgílio Vieira da Cunha. T. 244845071

Abelha Maia - O Filme M6. 11h20, 13h30, 15h40, 17h35 (V.Port.); O Jogo da Imitação M12. 11h20, 13h30, 15h45, 18h30, 21h35, 24h; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 11h10, 15h20, 17h20 (V.Port.); Chefes Intragáveis 2 M12. 22h10; Caminhos da Floresta M12.

19h45; O Sétimo Filho M12. 17h45, 19h40, 21h40, 00h30; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 13h20, 19h30, 21h45, 00h10; Taken 3 M12. 13h20, 15h30, 17h40, 19h50, 22h, 00h20; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 16h, 21h25; Virados do Avesso M12. 19h35; À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12.

11h25, 13h25, 15h25; Invencível M12. 12h50, 15h50, 18h40, 21h30, 00h15; Interstellar M12.

23h55; Foxcatcher M16. 00h25; Os Pinguins de Madagáscar M6. 11h35, 13h35, 15h35, 17h35 (V.Port.)

Cineplace - Leiria Shopping CC Leiria Shopping, IC2.

Taken 3 M12. 14h30, 16h50, 19h20, 21h40, 24h; Invencível M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Caminhos da Floresta M12.

15h; O Sétimo Filho M12. 12h50, 17h30, 19h40, 21h50, 00h05; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 18h20, 21h20, 00h10; Abelha Maia - O Filme M6. 12h30, 14h20, 16h20 (V.Port.); Exodus: Deuses e Reis M12. 19h10, 22h10, 24h; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 12h40, 14h50, 17h (V.Port.); O Jogo da Imitação M12. 14h, 16h20, 18h50, 21h30, 23h55; Os Pinguins de Madagáscar M6. 13h40, 15h40 (V.Port.); À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12.

17h40, 19h50; Chefes Intragáveis 2 M12. 22h, 00h15

Loures Cineplace - Loures Shopping Quinta do Infantado, Loja A003.

Os Pinguins de Madagáscar M6.

12h50, 14h50, 16h50 (V.Port.); O Sétimo Filho M12. 18h50, 21h, 23h10; Exodus: Deuses e Reis M12. 18h20, 21h20, 00h20; Caminhos da Floresta M12. 13h20, 15h50; Invencível M12. 13h, 15h40, 18h40, 21h30, 00h15; O Jogo da Imitação M12.

14h40, 17h, 19h20, 21h40, 24h; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 18h20 (3D), 21h10, 00h05 (2D); Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 14h, 16h10 (V.Port.); Taken 3 M12. 14h30, 16h50, 19h10, 21h30, 23h50; À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12.

19h10, 21h20, 23h30; Abelha Maia - O Filme M6. 13h10, 15h10, 17h10 (V.Port.)

Montijo Cinemas Nos Fórum Montijo C. C. Fórum Montijo. T. 16996 Taken 3 M12. 13h, 15h30, 18h, 21h20, 23h50 ; O Jogo da Imitação M12. 13h20, 15h50, 18h20, 21h40, 00h15 ; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 21h, 24h ; Abelha Maia - O Filme M6. 13h10, 15h20, 17h50 (V.Port.); Invencível M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h30, 00h20 ; O Sétimo Filho M12.

13h40, 16h, 18h45, 21h45, 00h10 ; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h50, 16h10, 18h40 (V.Port.); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 21h10, 23h40

Odivelas Cinemas Nos Odivelas Parque C. C. Odivelasparque. T. 16996 O Jogo da Imitação M12. 13h, 15h30, 18h10, 21h20, 23h50 ; Taken 3 M12. 13h10, 15h40, 18h30, 21h30, 24h ; Invencível M12. 15h, 18h, 21h, 23h50 ; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 20h50, 24h ; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h30, 15h50, 18h20 (V.Port.); O Sétimo Filho M12. 17h50, 21h10, 23h40 ; Abelha Maia - O Filme M6. 13h20, 15h20 (V.Port.)

Oeiras Cinemas Nos Oeiras Parque C. C. Oeirashopping. T. 16996 Boyhood: Momentos de Uma Vida M12.

15h20; Rosewater - Uma Esperança de Liberdade M12. 12h50, 18h50, 21h50, 00h20; Taken 3 M12. 13h15, 15h50, 18h30, 21h30, 00h10; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 13h10, 16h, 21h40, 00h25; Foxcatcher M16.

18h40; Caminhos da Floresta M12.

18h, 21h45, 00h30; Abelha Maia - O Filme M6. 12h50, 15h10 (V.Port.); O Jogo da Imitação M12. 12h55, 15h30, 18h10, 21h20, 24h; Uma Senhora Herança M12. 13h05, 15h40, 18h20, 21h10, 23h55; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 21h, 00h15; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6.

12h55, 15h25, 17h50 (V.Port.)

Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita Miraflores Av. das Túlipas. T. 707 CINEMA O Jogo da Imitação M12. 15h30, 18h30,

ASAESTRELAS s DO PÚBLICO

Jorge Mourinha

Adeus à Linguagem

mmmmm

Birdman Encalhados

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

mmmmm

mmmmm

mmmmm

–

mmmmm

mmmmm

–

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Foxcatcher

mmmmm

mmmmm

mmmmm

O Jogo da Imitação

mmmmm

–

–

Invencível

mmmmm

mmmmm

–

Miss Julie

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mmmmm

–

Mr Turner

mmmmm

mmmmm

mmmmm

Sono de Inverno

mmmmm

–

mmmmm

Uma Esperança de Liberdade

mmmmm

mmmmm

–

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

1963, sobre uma escola pública de ballet no Cairo (Egipto), descrita como uma “fábrica de corpos”.

A exposição inclui ainda a curta I’ve Heard Stories, que narra um acontecimento no Hotel Carlton, em Beirute. A inauguração está marcada para hoje, às 16h. Os trabalhos podem ser vistos até 21 de Março, de quinta a sábado, das 15h às 19h. Grátis.

21h30, 00h30 ; O Sétimo Filho M12. 15h10, 18h10, 21h10, 00h10 ; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 15h, 18h (V.Port.); Caminhos da Floresta M12. 21h, 24h ; Chefes Intragáveis 2 M12. 21h20, 00h20 ; Abelha Maia - O Filme M6. 15h20, 17h40 (V.Port.)

Torres Novas Castello Lopes - TorreShopping Bairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220 Taken 3 M12. 13h, 15h30, 18h20, 21h30, 00h10; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 21h10, 23h55; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 12h35, 14h40, 16h50 (V.Port.); Caminhos da Floresta M12.

18h50; Invencível M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 24h

Torres Vedras Cinemas Nos Torres Vedras C.C. Arena Shopping. T. 16996 Taken 3 M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h30, 00h15 ; O Jogo da Imitação M12. 13h, 15h30, 18h15, 21h, 23h45 ; O Sétimo Filho M12. 21h15, 23h30 ; Abelha Maia - O Filme M6. 13h15, 15h45, 18h (V.Port.); Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h45, 16h15, 19h (V.Port.); Chefes Intragáveis 2 M12. 21h45, 00h25; Invencível M12. 14h, 17h30, 20h45, 24h

18h30, 21h30; Abelha Maia - O Filme M6.

13h, 14h50, 16h40 (V.Port.); O Jogo da Imitação M12. 14h40, 17h, 19h20, 21h40, 00h05; À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12. 12h50, 17h30; Caminhos da Floresta M12. 15h, 19h40; Foxcatcher M16.

22h10

Faro Cinemas Nos Fórum Algarve C. C. Fórum Algarve. T. 289887212 O Sétimo Filho M12. 18h, 21h, 23h30; Abelha Maia - O Filme M6. 11h05, 13h10, 16h; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 10h55, 13h20, 15h40 (V.Port.); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 18h10, 21h10, 23h50; O Jogo da Imitação M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h40, 00h25; Invencível M12. 12h30, 15h30, 21h20, 00h15; Foxcatcher M16. 18h30; Taken 3 M12. 12h50, 15h20, 18h20, 21h30, 00h05

Albufeira

Castello Lopes - Santarém Largo Cândido dos Reis. T. 760789789 Os Pinguins de Madagáscar M6. 13h, 15h10, 17h10, 19h10 (V.Port.); Caminhos da Floresta M12. 21h10, 23h40; O Sétimo Filho M12. 19h40, 21h50, 24h; Abelha Maia - O Filme M6. 13h40, 15h40, 17h40 (V.Port.); Taken 3 M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h40, 00h10; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 18h10, 21h, 23h50; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h20, 15h30 (V.Port.); Invencível M12. 13h10, 15h50, 18h40, 21h20, 24h; O Jogo da Imitação M12.

13h20, 16h, 18h30, 21h30, 00h10

Cineplace - AlgarveShopping Estrada Nacional 125 - Vale Verde.

Exodus: Deuses e Reis M12. 18h10, 21h10, 00h10; Caminhos da Floresta M12.

13h10, 15h40 (V.Port.); O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 18h30 (3D), 21h20, 00h15 (2D); Os Pinguins de Madagáscar M6. 12h30, 14h30, 16h30 (V.Port.); À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12. 12h50, 15h, 17h10; Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) M12. 19h20, 21h50, 00h05; O Jogo da Imitação M12. 14h, 16h20, 18h40, 21h20, 23h45; Encalhados M12. 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h55; O Sétimo Filho M12. 17h30, 19h40, 21h50, 24h; Abelha Maia - O Filme M6. 13h30, 15h30 (V.Port.); Invencível M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Taken 3 M12.

14h40, 17h, 19h10, 21h30, 23h50; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 14h30, 16h40 (V.Port.); Autómata M12. 18h50, 21h10, 23h40

Setúbal

Olhão

Auditório Charlot Av. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446 3 Corações M12. 16h, 21h30 Cinema City Alegro Setúbal C. Comercial Alegro Setúbal. T. 265239853 O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 21h25, 00h05; Invencível M12. 13h25, 16h, 18h40, 21h35, 00h10; Exodus: Deuses e Reis M12.

24h; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6.

11h10, 13h20, 17h15 (V.Port.); Caminhos da Floresta M12. 17h55, 19h25; Abelha Maia - O Filme M6. 11h40, 13h45, 15h30 (V.Port.); Os Pinguins de Madagáscar M6.

11h30, 15h50, 17h40 (V.Port.); À Noite no Museu: O Segredo do Faraó M12. 13h35, 19h45; O Sétimo Filho M12. 20h15, 22h10, 00h30; Taken 3 M12. 13h10, 15h20, 17h25, 19h35, 21h55, 00h20

Algarcine - Cinemas de Olhão C.C. Ria Shopping. T. 289703332 O Jogo da Imitação M12. 15h30, 18h30, 21h30, 23h40; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h30, 18h30 (V.Port.); Invencível M12.

15h30, 21h30, 23h50; O Sétimo Filho M12.

18h30, 21h30, 23h15; Abelha Maia - O Filme M6. 13h15, 15h, 16h45 (V.Port.)

Santarém

Seixal Cineplace - Seixal Qta. Nova do Rio Judeu.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 19h, 21h50; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 14h30, 16h40 (V.Port.); Taken 3 M12. 14h20, 16h50, 19h10, 21h30, 23h50; Invencível M12.

15h30, 18h20, 21h10, 24h; Os Pinguins de Madagáscar M6. 14h30, 16h30 (V.Port.); O Sétimo Filho M12. 19h40, 21h, 23h20; Exodus: Deuses e Reis M12.

Portimão Algarcine - Cinemas de Portimão Av. Miguel Bombarda. T. 282411888 Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h50 (V.Port.); Invencível M12. 15h, 18h30, 21h30, 24h; Encalhados M12. 17h15, 21h30, 24h; Abelha Maia - O Filme M6. 13h50, 15h30 (V.Port.)

Cineplace - Portimão Quinta da Malata, Lote 1 - C. C. Continente.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 18h20, 21h10, 24h; Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 14h,16h10 (V.Port.); Invencível M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; À Noite, No Museu 2 M12. 15h, 19h40, 00h20; Caminhos da Floresta M12.

12h30, 17h10, 21h50; Exodus: Deuses e Reis M12. 18h, 21h, 24h; Abelha Maia - O Filme M6. 14h10, 16h (V.Port.); Os Pinguins de Madagáscar M6. 13h30, 15h30 (V.Port.); O Sétimo Filho M12. 17h40, 19h50, 22h, 00h10; Taken 3 M12. 14h30, 16h50, 19h10, 21h30, 23h50

34 | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

SAIR Tavira Cinemas Nos Tavira R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996 Taken 3 M12. 13h15, 15h40, 18h20, 21h25, 23h55 ; Invencível M12. 14h40, 18h20, 21h05, 24h ; O Sétimo Filho M12. 13h, 15h25, 18h10, 21h15, 23h45 ; O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos M12. 21h, 00h05 ; Abelha Maia - O Filme M6. 13h10, 13h (V.Port.); Big Hero 6 - Os Novos Heróis M6. 13h20, 16h, 18h30 (V.Port.); Chefes Intragáveis 2 M12.

21h10, 23h40

TEATRO Lisboa A Barraca Largo de Santos, 2. T. 213965360 O Despertar da Primavera De Frank Wedekind. Grupo: Instituto para o Desenvolvimento Social. Enc. Rafael Rodrigues. Com Ana Sofia Ferreira, Fábio Ferreira, Gonçalo Lima, Joana Araújo, João Parreira, Paula Bolonha, Rafael Rodrigues, Sara Rio Frio. De 7/1 a 17/1. 4ª a Sáb às 19h30. M/14. Reservas e informações: 929060161/911736057. Tartufo De Molière.

Comp.: A Barraca. Enc. Hélder Costa. Com Maria do Céu Guerra, João Maria Pinto, Adérito Lopes, Carolina Parreira, Rúben Garcia, Samuel Moura, Sérgio Moras, Sónia Barradas, Teresa Mello Sampayo, Tiago Barbosa. De 4/12 a 1/2. 5ª e 6ª às 21h30. Dom às 16h30. Sáb às 16h30 e 21h30. M/12.

Culturgest Rua Arco do Cego - Edifício Sede da CGD. T. 217905155 Pocilga Comp.: Colectivo 8. Enc. John Romão. Com Albano Jerónimo, Ana Bustorff, Cláudio da Silva, João Lagarto, Mariana Tengner Barros, Pedro Lacerda, Paulo Pinto, Guilherme Moura, Mickael de Oliveira. De 15/1 a 17/1. 5ª a Sáb às 21h30 (no Grande Auditório). M/16. Duração: 90m.

O Negócio R. do O Século, 9 - Páteo de Santa Clara Ptª 5 . T. 213430205 A Importância de Ser Simone de

JORGE GONÇALVES

Beauvoir Com Miguel Bonneville. Enc. Miguel Bonneville. De 14/1 a 17/1. 4ª a Sáb às 21h30.

Teatro da Comuna Praça de Espanha. T. 217221770 Buffalo Enc. Alexandre Tavares. Com Carla Galvão, Maria Ana Filipe, Tânia Leonardo. De 16/1 a 1/2. 4ª, 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 16h.

5ª às 19h e 21h30. M/12. Play Loud De Falk Richter. Com Álvaro Correia, Carlos Paulo, Cucha Carvalheiro, Lia Carvalho, Hugo Franco, Vicente Wallenstein. De 8/1 a 22/2. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.

Teatro da Politécnica Rua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Ájax Por Exemplo De Heiner Müller. Comp.: Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. Com Jorge Silva Melo. De 16/1 a 17/1. 6ª e Sáb às 19h. M/12.

Teatro Meridional Rua do Açúcar, 64 (Poço do Bispo).

T. 218689245 Portugal por Miúdos Enc. Vasco Letria. Com Carlos Pereira, Tiago Peralta, José Pedro Ramos. De 12/1 a 31/1. 2ª a 6ª às 11h e 14h30 (para escolas). Sáb às 16h. M/6. Duração: 50m.

Teatro Municipal Maria Matos Avenida Frei Miguel Contreiras, 52.

T. 218438801 História Mergulhada De Ana Lúcia Palminha, Cláudia Andrade, Suzana Branco. Com Ana Lúcia Palminha. De 15/1 a 25/1. 5ª e 6ª às 10h.

Sáb às 16h30. Dom às 11h e 16h30 (na Sala de Ensaios). Duração: 30m.

Teatro Municipal São Luiz Rua António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 As Ondas De Virginia Woolf (a partir). Enc. Sara Carinhas. Com Cristina Carvalhal, Lígia Roque, Miguel Loureiro, Marcello Urgeghe, Sofia Dinger. De 15/1 a 24/1. 5ª a Sáb às 21h (no Jardim de Inverno). M/12. Na Solidão dos Campos de Algodão Comp.: Teatro da Terra.

Enc. Marcello Urgeghe, Maria João Luís, Rita Blanco. Com Maria João Luís, Rita Blanco. De 8/1 a 25/1. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30 (na Sala Principal). M/12.

Teatro Nacional D. Maria II Praça Dom Pedro IV. T. 800213250 Memórias Partilhadas Comp.: TNDM II, Teatro Regional da Serra de Montemuro. Enc. Steve Johnstone. Com Abel Duarte, Eduardo Correia, Paulo Duarte. De 3/1 a 1/2. 4ª às 19h15. 5ª a Sáb às 21h15. Dom às 16h15 (na Sala Estúdio).

Jorge Silva Melo encena e interpreta Ájax Por Exemplo

Museu Nacional de História Natural e da Ciência Rua da Escola Politécnica, 58/60.

T. 213921800 A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução A partir de 19/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h (última admissão às 16h). Sáb e Dom das 11h às 18h (última admissão às 17h). Ciência, Outros.

A Pequena Galeria Avenida 24 de Julho, 4C. T. 218264081 Salão de Inverno De vários artistas. De 16/12 a 18/1. 4ª, 5ª e 6ª das 18h às 20h. Sáb das 16h às 20h. Fotografia.

Casa-Museu da Fundação António Medeiros e Almeida Rua Rosa Araújo, 41. T. 213547892 Azul Profundo De 10/12 a 31/1. 2ª a 6ª das 13h às 17h30 (Última entrada 17h). Sáb das 10h às 17h30 (Última entrada 17h). Pintura.

Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 Guido Guidi. Carlo Scarpa. Tomba Brion De 9/12 a 28/2. 3ª a Dom das 10h às 18h (Garagem Sul, entrada pelo Jardim das Oliveiras). Fotografia, Arquitectura.

Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão Rua Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Animalia e Natureza na Colecção do CAM De vários autores. De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h45) (Encerra dias 24, 25 de Dezembro e 1 de Janeiro). Pintura, Desenho, Fotografia, Vídeo, Escultura.

António Dacosta 1914-2014 De 17/10 a 25/1.

3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h45) (Encerra dias 24, 25 de Dezembro e 1 de Janeiro). Pintura. Arshile Gorky e a Colecção De 5/6 a 31/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Salette Tavares: Poesia Espacial De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h45) (Encerra dias 24, 25 de Dezembro e 1 de Janeiro).

Objectos, Outros.

Fundação e Museu Calouste Gulbenkian Avenida de Berna, 45A. T. 217823000 A História Partilhada. Tesouros dos Palácios Reais de Espanha De 22/10 a 25/1.

3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada 17h45) (Encerra dias 24, 25 de Dezembro e 1 de Janeiro). Pintura.

Jardim Botânico de Lisboa Rua da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 As Plantas do Tempo dos Dinossáurios A partir de 23/11. Todos os dias das 09h às 18h.

Botânica.

Kunsthalle Lissabon Rua José Sobral Cid, 9E. T. 912045650 Notes for a Choreography De Marwa Arsanios. De 17/1 a 21/3. 5ª a Sáb das 15h às 19h. Filme.

Museu Nacional de Arte Antiga Rua das Janelas Verdes, 1249 (Palácio Alvor).

T. 213912800 FMR. A Colecção Franco Maria Ricci De vários autores. De 28/11 a 12/4. 4ª a Dom das 10h às 18h (Encerra 24 e 25 de Dezembro, 1 de Janeiro e 5 de Abril). 3ª das 14h às 18h (Encerra 24 e 25 de Dezembro, 1 de Janeiro e 5 de Abril). Pintura.

Museu Nacional de Etnologia Avenida Ilha da Madeira. T. 213041160 10 anos depois: objectos de outros lugares. Doação Francisco Capelo De 12/11 a 12/5. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 18h. Documental, Objectos.

Verde - Alentejana Chamusca - Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Frazão Covilhã - São Cosme Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Elvas - Lux Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Carapeta Irmão Évora - Ferro Suc Faro - Montepio Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Costa Coelho Fundão - Avenida Gavião - Gavião, Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Vieira Santos (Estombar) Lagos - Telo Leiria Central Loulé - Nobre Passos (Almancil), Pinto, Algarve (Quarteira) Loures - Central de Bucelas (Bucelas), Nova da Portela (Portela) Lourinhã - Marteleirense, Ribamar (Ribamar) Mação - Catarino Mafra - Ericeirense (Ericeira), Ferreira (Malveira) Marinha Grande - Roldão

Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Nova Fátima (Baixa da Banheira) Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montijo - União Mutualista Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Central Nazaré - Sousa, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa Seabra Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Famões, Jardim da Amoreira Oeiras - Mota Capitão (Carnaxide), Central Park (Linda-a-Velha), Ribeiro Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Rocha Ourém - Fátima, Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Centro Farmacêutico Lda. Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Proença Pombal - Paiva Ponte de Sor - Matos Fernandes Portel - Fialho Portimão - Pedra Mourinha Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Reguengos de Monsaraz - Moderna Rio

Torres Novas Teatro Virgínia Largo José Lopes dos Santos. T. 249839300 I Don’t Belong Here Enc. Dinarte Branco.

Com Zita Almeida, António Brum, Cláudia Gaiolas, José Leandro, Tiago Nogueira, Paulo Pacheco, Luís de Sousa. Dia 17/1 às 21h30.

M/12. Duração: 120m.

EXPOSIÇÕES Lisboa

MÚSICA Lisboa Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 Margarida Soeiro Dia 17/1 às 21h (no Pequeno Auditório. Há Fado no Cais. M/6).

Igreja de S. Vicente de Fora Lg. S. Vicente. T. 218824400 João Vaz e Capella Patriarchal Com João Vaz (órgão). Dia 17/1 às 21h (Reservas: info@ althum.com ou 919745338). Concerto de Ano Novo.

Abrantes Igreja de São Vicente R. São Vicente.

Coro do Teatro Nacional de São Carlos Maestro Giovanni Andreoli. Com Kodo Yamaghishi (piano). Dia 17/1 às 21h (Concerto de Ano Novo).

Alcanena Cine-Teatro São Pedro Avenida 25 de Abril. T. 249889115 Celina da Piedade Dia 17/1 às 21h30.

Apresentação de “Em Casa”.

DANÇA Lisboa Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 Tap Factory De 17/1 a 18/1. Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/6. Duração: 90m.

FARMÁCIAS Lisboa/Serviço Permanente Aeroporto (Alvalade - (Ant. Av. Aeroporto)) - Av. Almirante Gago Coutinho, 101 - D - Tel. 218482384 Brisália (Alvalade) - Avenida Rio de Janeiro, 66 - 66 A - Tel. 218482368 Lusitana (Areeiro) - Av. de Roma, 18 - A Tel. 218485443 Miranda (Largo do Campo Pequeno) - Largo do Campo Pequeno, 36 B - C - Tel. 217970776 Vitalis (Chile - Alto de S. João) - Rua Morais Soares, 69 - C - Tel. 218141779 Da Lapa - Rua da Lapa, 52-54 Tel. 213962246 Outras Localidades/Serviço Permanente Abrantes - Sousa Trincão (S.Miguel do Rio Torto) Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Santos Pinto Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Campeão Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre Rito, Varela Aljustrel - Dias Almada - Tovar Chaves (Feijó), Nova (Monte da Caparica) Almeirim Mendonça Almodôvar - Aurea Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama,

Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Cavaca, Dolce Vita Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis Nova de Aviz Azambuja - Central, Miranda, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos Barranquense Barreiro - Normal Batalha - Moreira Padrão, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Palma Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente Batista, Mendes (Porto Alto) Bombarral - Hipodermia Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Caldense Campo Maior - Central Cartaxo - Abílio Guerra Cascais - D’Aldeia, Sacoor do Riviera (Junqueiro), Aragão (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Reis Castelo de Vide - Freixedas Castro

Maior - Candido Barbosa Salvaterra de Magos - Martins Santarém - Pereira Santiago do Cacém - Barradas Sardoal - Passarinho Seixal - Nova Amorense (Amora) Serpa - Oliveira Carrasco Sertã Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Leão Setúbal - Monte Belo, Nova Silves - Algarve, Dias Neves Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra O´Neill Pedrosa, Tapada das Mercês, Silva Duarte (Cacém) Sobral Monte Agraço Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Félix Franco Tomar - Dos Olivais Torres Novas - Lima Torres Vedras - São Gonçalo Vendas Novas - Santos Monteiro Viana do Alentejo Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Mercado (Alverca), Romeiras (Forte da Casa), Roldão Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira Vila Real de Santo António Carrilho Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Montemor-o-Novo - Sepúlveda

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | 35

CRIANÇAS MÚSICA Lisboa Pequenos Violoncelos do Conservatório de Lisboa Centro Cultural de Belém (Pç. do Império).

T. 213612400 Amanhã, às 17h. No Pequeno Auditório.

M/6. 5€ Acompanhados pela pianista Luísa Gonçalves, os pequenos virtuosos da escola lisboeta interpretam um programa diversificado, em que temas tradicionais convivem com obras de compositores como Lehar, Suzuki, Purcell, Beethoven ou Mozart.

Porto Da Música Nascem Histórias Casa da Música (Av. da Boavista, 604/610).

T. 220120220 Hoje, às 16h. Na Sala 2. 6€ (sujeito a desconto) A música dá as mãos ao teatro para contar histórias. A actriz Inês Mariana Moitas encarrega-se de dar vida a composições de Schumann, Beethoven e Brahms, interpretadas pelo Ensemble da Escola Profissional de Música de Espinho.

DANÇA Carnaxide Viagem ao País da Levitação Auditório Municipal Ruy de Carvalho (R. 25 de Abril, Lote 5 - Centro Cívico de Carnaxide). T. 214170109 Amanhã, às 16h. M/6. Grátis A partir de um texto de Gonçalo M. Tavares, Costanza Givone constrói um espectáculo infantil sobre o desprendimento e a libertação. Tudo começa quando uma personagem se cansa de carregar fardos e, numa viagem em busca da leveza, encontra um mundo de pessoas tão leves que levitam. O segredo? Renunciaram a quase tudo. Só têm uma necessidade: dançar.

Livros

Olival Basto Truz-Truz... Deixa-me Entrar!

C. C. da Malaposta (R. Angola). T. 219383100 Sáb, às 15h30 e 16h30; Dom, às 10h e 11h.

Até 1/3. Na Black Box. 6€ Concebida e interpretada por Ana Beatriz Degues e Patrícia Vieira, é uma oficina-espectáculo-descoberta que, de forma divertida, leva os mais pequenos ao contacto com o som, o ritmo e o movimento. O cenário é uma cidade de cartão onde qualquer casa se pode transformar, de repente, num tambor, num banco, num chapéu ou num qualquer outro objecto pedido pela imaginação.

EXPOSIÇÕES Guimarães Era uma vez... Ciência para quem gosta de histórias Instituto de Design (R. da Ramada, 52).

T. 253510800 Todos os dias, das 10h às 18h. Até 11/4. 1€ Mostra interactiva sobre a ciência e a tecnologia que podemos encontrar nas histórias clássicas infantis. É com Os Três Porquinhos (será possível construir uma casa de palha que resista ao lobo?), Branca de Neve e os Sete Anões (teria a princesa um problema de despigmentação?) ou O Capuchinho Vermelho (porque teria o lobo uma boca tão grande?) que se descobrem divertidos segredos científicos.

Lisboa Loucamente: uma exposição sobre o bem-estar da mente Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva (Al. dos Oceanos - Pq. das Nações). T. 218917100 Sáb, Dom e feriados, das 11h às 19h; 3.ª a 6.ª, das 10h às 18h. Até 30/9. 4€ (dos 3 aos 5 anos), 5€ (dos 6 aos 17) e 8€ (adultos, c/ descontos) Estarmos bem implica uma mente saudável.

A proposta desta exposição é fomentar uma maior compreensão e discussão sobre saúde mental, explicando diversas perturbações mentais: o visitante é RACHEL CAIANO

convidado a entrar na “sala das fobias” e na “barbearia das psicoses”, a olhar-se ao “espelho da auto-estima”, a desfazerse dos problemas no “triturador de preocupações”, a conhecer os tratamentos existentes e a enveredar por “loucuras saudáveis” como dançar “ao som de uma música inspirada pela loucura”.

Porto Porto Desconhecido Museu Nacional de Soares dos Reis (R. Dom Manuel II - Palácio das Carrancas).

T. 223393770 4.ª a Dom, das 10h às 18h; 3.ª, das 14h às 17h. Até 1/3. 5€ (c/descontos); Grátis (1.º domingo de cada mês) Esta mostra apresenta o processo de Porto Desconhecido, um projecto intergeracional que envolveu a população da cidade. Um dos resultados foi a realização de filmes de animação por crianças, jovens e seniores.

Vila do Conde Anfíbios: uma pata na água outra na terra Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (Av. Marquês Sá da Bandeira, 320) 2.ª a 6.ª, das 10h às 12h30 e das 14h às 18h.

Até 13/6. Grátis A vida dos anfíbios. Na exposição, os visitantes podem encontrar os animais em aquaterrários que recriam os seus habitats naturais, elementos multimédia, painéis informativos, jogos electrónicos e uma exposição colectiva de fotografia da natureza.

FEIRA Lisboa Feira Popular de Natal Entrecampos (Av. República). T. 217934435 Sáb, Dom e vésperas de feriados, das 14h às 24h; 2.ª a 6.ª, das 14h às 23h30. Até 25/1.

Grátis (entrada) O saudoso parque alfacinha de diversões voltou a assentar arraiais em Entrecampos.

A nostalgia fica e, como os feirantes ainda não desistiram, a Feira Popular volta a receber visitantes pelo quinto ano consecutivo. Estão de volta atracções como a casa dos espelhos mágicos, a roda gigante (com 18 metros), uma superpista de carrinhos de choque, um hipercarrossel que faz voltas em oito e um pavilhão de matraquilhos. Além das diversões, o espaço acolhe também o Circo Chen, cuja família é uma das organizadoras do evento.

TEATRO Lisboa

Viagem ao País da Levitação, em Carnaxide

A Bela e o Monstro Teatro da Trindade (Lg. da Trindade, 7A).

T. 213420000 Sáb, às 16h; Dom, às 15h. Até 25/1. 8€ a 12€ A versão da Yellowstar do conto clássico infantil de Madame LePrince de Beaumont conta a história do príncipe transformado em monstro por uma feiticeira, que é obrigado a permanecer nessa horrenda forma até ao dia em que encontre quem se apaixone por ele. Será Bela a sua salvação?

Isaac Centro Cultural de Belém (Pç. do Império).

T. 213612400 5.ª e 6.ª, às 11h. Dia 24/1, às 15h30 e 25/1, às 11h30. M/12. Na Sala de Ensaio. 3,20€ a 5,35€ (fim-de-semana) Pedro Penim e a sua cadela Rita (que interpreta um cordeiro) contam com cada espectador (no papel de Isaac) para um espectáculo sobre os direitos dos animais que não quer ser paternalista, contado como se fosse um filme de Walt Disney.

Se Eu Fosse…

Texto Richard Zimler Ilustração Aurélie de Sousa Design Margarida Sarabando Edição Porto Editora 48 págs., 12,20€ Autor conhecido por outros tipos de literatura, Richard Zimler de vez em quando incorre no universo dos livros para crianças. Com talento.

Aqui, põe os miúdos a imaginar que são animais, mas também outros elementos da natureza, como uma árvore (“se eu fosse uma sequoia, podia chegar aos 100 metros de altura e ter uma vista espetacular sobre toda a cidade”), um trovão (“podia fazer tremer todos os meninos e meninas de Portugal – e do resto da Europa também!”) ou um oceano (“podia abraçar todas as costas e praias do mundo”).

A ideia não é original, há outros autores que já a exploraram (António Mota, por exemplo), mas resulta sempre bem junto das crianças, estimulando-lhes a imaginação e convidandoos à superação de limitações.

Quem nunca se imaginou uma ave a sobrevoar espaços conhecidos e desconhecidos?

O texto é criativo, mas serão as divertidas e muito apelativas imagens de Aurélie de Sousa as primeiras a conquistar o pequeno leitor, provavelmente não leitor ainda. Por isso não se justifica que o nome da ilustradora não surja na capa ou noutro espaço mais visível.

Há que descobri-lo na pequena ficha técnica. Destaque para o plano do rapaz-oceano, que nos obriga a rodar o livro, e da menina-morcego, a dormir de “pernas para o ar”. Se eu fosse... criança, gostava de ter este livro. Rita Pimenta

Daqui Vê-se Melhor Chapitô (R. Costa do Castelo, 1/7). T. 218855550 Sáb e Dom, às 17h. Até 1/2. M/8. 5€ a 10€ A História do Teatro contada em tempo real e desenhada ao vivo, num convite destinado ao público de todas as idades, para ficar a conhecer como surgiu e se desenvolveu o teatro até aos nossos dias.

Porto O Livro da Selva - O Musical Teatro Sá da Bandeira (R. Sá da Bandeira, 108). T. 222003595 Hoje, às 16h. 7,50€ a 12,50€ Inspirado no original de Rudyard Kipling nasce este musical infantil onde Mogli, o rapaz criado por lobos que vive na selva, permanece o personagem principal.

Conta com efeitos especiais e música para mostrar a aventura que vive quando decide regressar ao mundo dos homens.

CINEMA Olival Basto Filminhos Infantis Centro Cultural da Malaposta (R. Angola).

T. 219383100 Sáb, às 16h15. Até 31/1. Na sala de cinema.

M/3. 3€ Este mês, os Filminhos Infantis à Solta pelo País apresentam curtas-metragens de animação dedicadas aos mais pequenos.

Dotyk, de Rebecca Barbuscia, Nikki Valid, Kamil Kopys e Subaru Yamazaki, A Ave Rara, de Leslie Pandelakis, e Um Ovo ao Nascer do Sol, de Michael Haas, estão entre os escolhidos.

ACTIVIDADES Almada Pintar de olhos vendados CIAV – Centro de Interpretação de Almada Velha (Lg. Conde Ferreira). T. 212724170 Hoje, das 10h às 13h. Dos 4 aos 12 anos.

Grátis (requer inscrição prévia) Integrada nas oficinas Colorir Histórias, esta é uma actividade para explorar os sentidos, usar os dedos e exercitar a memória.

Coimbra O Alfaiate e a Lua Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (Lg. Marquês de Pombal). T. 239854350 Hoje, das 15h às 16h. Dos 3 aos 5 anos. 4€ Nos ateliers do Sábado no Museu, os temas são sempre científicos. Nesta, conta-se uma história cheia de peripécias sobre a Lua, através de um alfaiate que não sabia que ela não está sempre igual.

lazer@publico.pt

36 | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

JOGOS

Meteorologia Ver mais em www.publico.pt/tempo

CRUZADAS 9043

TEMPO PARA HOJE

Horizontais: 1. Instrumento cortante, composto de lâmina de gume e de cabo.

Habitações. 2. Toada para adormecer crianças. Nome de qualquer guisado ou ensopado (Bras.). 3. Porção de dinheiro.

Avançavam. 4. Interjeição designativa de dor. Governador de uma tetrarquia.

5. Patranha ou peta mais ou menos engenhosa (prov.). 6. Tira de couro, cujas extremidades se prendem aos chifres do boi e pela qual é puxado ou guiado. Intestinos (Minho). 7. Avinagrado.

Artigo antigo. Argola. 8. Multar. Planta liliácea da China. 9. Alguns. Fazer doação de. Sufixo (agente). 10. Minguante.

11. Unidade SI de resistência eléctrica.

Agastar-se sem dizer o motivo.

Solução do problema anterior: Horizontais: 1.

Gumoso. Dril. 2.

Atine. Fiado. 3. Odre.

Siar. 4. QUE. Valado.

5. Eu. Ataca. 6. Nebri.

Eta. 7. Lio. PARECER. 8. Amazona. Usa. 9. Cota. Traste.

10. Acme. Paul. 11.

Grosso. Roo. Verticais: 1. Gal. Enlace. 2. Ut. Queimo. 3. Miou.

Boatar. 4. Ondear.

Zaco. 5. SER. Tipo.

MS. 6. Eva. ANTES. 7.

Acerar. 8. Dislate. AP. 9. Raia. Acusar. 10.

Idade. Estuo. 11. Loro.

Graelo.

Provérbio: Antes ser que parecer.

Verticais: 1. Neste lugar. Fui em socorro.

2. Desfruta. Bolo pequeno, doce ou salgado, geralmente servido com manteiga ou compota. 3. Altar. Faísca eléctrica. 4. Determinação do número. Ródio (s.q.). 5. Modifica. Espécie de pato. 6.

Sete mais um. Deus do Amor entre os Gregos. 7. Planta parecida com a esteva. Mau cheiro (Bras.). 8. Atmosfera. Rio suíço. Conjunto de utensílios de cozinha. 9. Abandonar. Tomba. Despido. 10.

Abaixar-se para não ser visto. Base aérea portuguesa. 11. Resumo. Padecer.

Depois do problema resolvido encontre o título de uma obra de Bruno Franco (2 palavras).

Bragança

Viana do Castelo 2º 10º Braga

-3º 4º

1º 10º

Vila Real -1º 6º

Porto

14º

3º 10º Viseu 3-4m

3º

Guarda

-2º 5º

Aveiro

-1º 4º Penhas Douradas -5º 2º

11º Coimbra 3º 10º

Castelo Branco

Leiria

-1º 8º

3º 13º Santarém

Portalegre

3º 11º

-1º 8º

Lisboa

BRIDGE Dador: Sul Vul: Todos NORTE ♠ Q87 ♥ 52 ♦ AK2 ♣ Q7543 OESTE ♠ 43 ♥ Q9764 ♦ Q10853 ♣J

ESTE ♠ A2 ♥ 108 ♦ J9764 ♣ 10986

Norte

passo 3♦ (2) passo 4♦ (3) passo 5♠ Todos passam

Este passo passo passo

Setúbal

Problema 5866 Dificuldade: fácil

tes a copas, podemos então jogar desde logo a Dama de paus do morto para apresentar Ás e Rei de ouros onde baldamos o Ás e o Rei de paus! Ainda sem tocar nos trunfos, prosseguimos com Ás e Rei de copas e copa cortada. De pouco importará nesta altura se Este recorta ou não, pois sobrará sempre pelo menos um trunfo para cortarmos ainda a última copa perdente da nossa mão.

A defesa só terá direito à sua vaza, o imponente Ás de trunfo.

Considere o seguinte leilão: Oeste Norte Este passo 1♥ 1ST

SUL ♠ KJ10965 ♥ AKJ3 ♦♣ AK2

Oeste

6º 12º

SUDOKU

2º 12º

15º

Beja

Sines 6º

3º 13º

13º

Sagres

Faro

5º 14º

Solução do problema 5864

5º 13º 17º 1-1,5m

Sul ?

Açores Corvo Flores

Graciosa

16º

15º 18º

Resposta: Não se deixe amedrontar pela voz de 1ST, mesmo tendo apenas 4 pontos de figura (que no fundo se traduzem em 6 por causa do singleton a ouros). Marque sem medos o apoio a copas. Assim, caso Oeste tenha algum jogo, estará também a complicar a vida ao adversário seguinte que terá menos espaço para falar. A boa voz: 2 copas.

16º

Problema 5867 Dificuldade: difícil

2-3m

S. Jorge Faial

14º

Leilão: Qualquer forma de Bridge. (1) Forcing de partida (2) Ás de ouros (3) Rei de ouros

16º

Terceira

17º

Pico

12º

2-4m

17º

S. Miguel

12º 17º

2-3m

Ponta Delgada Sta Maria

Madeira Porto Santo

11º 17º

Sol

18º

Nascente 06h25 Poente 21h00

3-4m

Carteio: Saída: J♣. Qual o seu plano de jogo?

Solução: O cheleme é óptimo, temos apenas uma vaza perdente: o Ás de trunfo.

Mas, todo o cuidado é pouco. Se a saída for um singleton podemos vir a ter problemas, pois Este pode fazer o seu Ás de trunfo e jogar um pau que Oeste corta.

Haverá forma de evitar este contratempo?

O segredo do jogo é não mexer nos trunfos e baldar dois paus da nossa mão em Ás e Rei de ouros. Como os trunfos do morto podem tomar conta de dois cor-

AMANHÃ

3-4m

O que marca com a seguinte mão? ♠K832 ♥1092 ♦2 ♣J10542

Sul 2♦ (1) 3♠ 4♠ 6♠

Évora

4º 15º

Lua Nova

Solução do problema 5865

Funchal º 1-2m 19

20 Jan. 13h14

12º 18º

Marés Leixões Preia-mar 12h24 00h49*

João Fanha/Pedro Morbey (bridgepublico@gmail.com)

© Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

Cascais

Faro

2,9 11h58

2,9 12h02

3,0

3,1 00h24*

3,2 00h29*

3,1

Baixa-mar 06h12

1,1 05h48

1,2 05h42

1,1

18h35

1,0 18h08

1,1 18h01

1,0

Fonte: www.AccuWeather.com

*de amanhã

Colecção de 10 DVD. PVP unitário: 5 €. Preço total da colecção: 50 €. Periodicidade semanal à sexta-feira. De 30 de Janeiro a 3 de Abril de 2015. Limitado ao stock existente. A compra do produto implica a aquisição do jornal.

SELECÇÃO OFICIAL

DO PEDRO PARA A CATEGORIA

FILMES QUE MARCAM PARA A VIDA

Série Ípsilon “Grandes Realizadores 2” Vol. 1: “Pina”, Wim Wenders Depois de prémios nos principais festivais de cinema, esta colecção promete ganhar a sua distinção. São 10 realizadores, de Jean-Luc Godard a Peter Greenaway, passando por Béla Tarr, que vão deixá-lo ainda mais apaixonado por cinema.

A colecção começa em grande com “Pina”, do mestre Win Wenders, um documentário sobre a famosa coreógrafa alemã Pina Bausch. Que prémio lhe vai dar?

+5€

SEXTA, 30 JAN COM O PÚBLICO

38 | DESPORTO | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

A turbulência fica para trás na hora de contrariar o favoritismo da Argélia Taça das Nações Africanas começa hoje na Guiné Equatorial, com alguns receios de falhas na logística.

Após a excelente imagem deixada no Mundial, a selecção argelina é o alvo a abater pela concorrência JUNG YEON-JE/AFP

Futebol Tiago Pimentel Há apenas dois meses, estava instalado o caos relativamente à organização da Taça das Nações Africanas (CAN, na sigla original), com Marrocos a abdicar de receber o torneio devido ao surto de ébola. A Confederação Africana de Futebol teve de encontrar uma solução de emergência, com a Guiné Equatorial a assumir a responsabilidade. Há apenas duas semanas, a selecção anfitriã não tinha treinador, com Andoni Goikoetxea a ser dispensado e Esteban Becker a ser nomeado para lhe suceder. Nos últimos dias, à medida que as várias selecções chegavam à Guiné Equatorial, sucediam-se as queixas, nomeadamente quanto ao alojamento e condições de treino.

Mas hoje é o dia em que a turbulência fica para trás: esta tarde, frente ao Congo, a Guiné Equatorial dá o pontapé de saída para a 30.ª edição do torneio africano de selecções.

A imprevisibilidade é uma característica indissociável da CAN — não só pelas surpresas que amiúde acontecem em campo, mas também por circunstâncias externas, como se percebe pelo facto de a Guiné Equatorial ter estado desqualificada da prova (pela utilização irregular de um jogador) e acabar a organizá-la.

A selecção agora orientada por Esteban Becker é, de entre as 16 que disputam a CAN 2015, aquela que está mais abaixo no ranking da FIFA. Cumpre a segunda participação na CAN, novamente na qualidade de anfitriã (co-organizou a prova com o Gabão em 2012), e já está prometido por parte do Presidente, Teodoro Obiang, no poder desde 1979, que os adeptos mais pobres não vão ficar à porta dos estádios: “Aqueles que têm os meios devem ajudar os necessitados. Eu mesmo vou comprar 40 mil entradas, à razão de dez mil por região [nas quatro cidades que recebem o torneio].”

Mas nem tudo são rosas na Guiné Equatorial. Os receios que a logística falhe são grandes e reflectiram-se nas dificuldades sentidas assim que as selecções começaram a chegar: em algumas das cidades-sede o alojamento disponível não é suficiente.

Os partidos da oposição ao regime fizeram um apelo à população para

Lugar aos jovens Média de idades a descer na CAN

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Halliche festeja um dos golos apontados pela selecção argelina no último Mundial de futebol

CLASSIFICAÇÕES GRUPO A 1.ª Jornada Guiné Equatorial-Congo Burkina Faso-Gabão Guiné Equatorial Burkina Faso Gabão Congo

16h, Eurosport 2 19h, Eurosport 2

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GRUPO B Zâmbia Tunísia Cabo Verde RD Congo

GRUPO C Gana Argélia África do Sul Senegal

GRUPO D Costa do Marfim Mali Camarões Guiné

boicotar a CAN. “Pedimos aos cidadãos que não vão aos jogos, porque esta competição vai deixar o país mais pobre e escravizado”, podia ler-se num comunicado. Em consequências, dois activistas políticos foram detidos.

Com Jorge Costa e Rui Águas Em termos puramente desportivos, esta CAN fica marcada pela ausência da campeã Nigéria e também do Egipto, a selecção com mais títulos na prova (sete). O favoritismo é unanimemente dado à Argélia, que despertou a atenção do mundo durante o Mundial 2014: só caiu nos oitavos-de-final, diante da anunciada campeã Alemanha. Brahimi (FC Porto), Slimani (Sporting) e Feghouli (Valência), os “três fantásticos”, dão garantias de espectáculo num grupo que promete dificuldades: os argelinos, campeões africanos em 1990, defrontam a África do Sul (vencedora da CAN em 1996), Gana (que tem quatro títulos, o último dos quais em 1982) e o Senegal (vice-campeão em 2002).

A 30.ª edição do torneio marcará também um momento de mudança para o futebol africano. Pela primeira vez em mais de uma década, a CAN não conta com o marfinense Drogba e o camaronês Eto’o, dois dos maiores goleadores que o continente conheceu. Aos 36 e 33 anos, respectivamente, decidiram dizer adeus às suas selecções e libertar espaço para outros brilharem. A média de idades dos jogadores das 16 selecções presentes na Guiné Equatorial é das mais baixas de sempre (ver caixa) e o palco está pronto para ver brilhar os talentos mais jovens.

Neste primeiro dia da CAN 2015 entra em acção a selecção gabonesa orientada pelo português Jorge Costa, frente ao Burkina Faso (19h, Eurosport 2). O ex-defesa do FC Porto faz parte do esmagador contingente de treinadores estrangeiros que estão na CAN, assim como Rui Águas, que lidera a equipa de Cabo Verde nesta segunda participação no torneio. Só três das 16 selecções finalistas têm técnicos nacionais: África do Sul, RD Congo e Zâmbia.

urante as próximas semanas os entusiastas do futebol vão centrar atenções em África. Até 8 de Fevereiro, 16 selecções disputam a sucessão à Nigéria, mas esse não é o único aliciante da Taça das Nações Africanas (CAN): saber quem são as figuras que vão despontar no continente torna-se ainda mais interessante quando, pela primeira vez em muitos anos, vultos como Drogba ou Eto’o vão estar ausentes. A Confederação Africana do Futebol sublinhava no seu site oficial que esta CAN será “a mais jovem de sempre”. “Dos 368 jogadores presentes na Guiné Equatorial, apenas 26 têm mais de 30 anos. A maioria das selecções escolheu equipas jovens, em comparação com torneios anteriores”, podia ler-se.

O Congo, orientado pelo experiente francês Claude Le Roy (que disputa a oitava CAN da carreira, ao comando da quinta selecção diferente), é um dos paradigmas da aposta na juventude: “Somos a única equipa que não tem sequer um jogador que já tenha participado na CAN. Na última vez [que o Congo chegou à fase final, em 2000] eram todos crianças”, vincou.

Os candidatos a protagonistas da CAN 2015 são numerosos, mas no diário desportivo francês L’Équipe destacavam-se nomes como os de Yannick Bolasie (RD Congo), Wilfried Bony (Costa do Marfim), Sadio Mané (Senegal), Riyad Mahrez (Argélia), Eric Maxim ChoupoMoting (Camarões), Ferjani Sassi (Tunísia), Didier Ndong (Gabão) ou Bertrand Traoré (Burkina Faso). Promessas para confirmar ao longo das próximas semanas.

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | DESPORTO | 39

FC Porto alerta em Penafiel e revoltado com a federação Futebol Nuno Sousa

I LIGA Jornada 17 V. Guimarães-Académica 18h, SP-TV1 Penafiel-FC Porto 20h15, SP-TV1 Belenenses-Gil Vicente amanhã, 16h Boavista-Estoril amanhã, 16h Paços Ferreira-Nacional amanhã, 16h Moreirense-Arouca amanhã, 16h V. Setúbal-Sp. Braga amanhã, 16h, SP-TV1 Marítimo-Benfica amanhã, 18h, SP-TV1 Sporting-Rio Ave amanhã, 20h15, SP-TV1 J Benfica FC Porto Sporting V. Guimarães Sp. Braga Rio Ave Paços Ferreira Belenenses Moreirense Marítimo Estoril Boavista Nacional Arouca V. Setúbal Académica Penafiel Gil Vicente

“Dragões” não gostaram da falta de referências a Pedroto na gala da FPF. Hoje, encaram o penúltimo classificado da Liga O FC Porto é um clube habituado a capitalizar desportivamente os momentos em que sente o orgulho ferido e terá nesta noite, em Penafiel, uma nova oportunidade para confirmar esta tendência. Revoltados com a total ausência de uma referência a José Maria Pedroto, um dos mais emblemáticos treinadores do clube, na recente gala do centenário da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), os dirigentes dos “dragões” lançaram duras críticas ao organismo federativo, enquanto o treinador, Julen Lopetegui, mentalizava a equipa para os perigos que o adversário de hoje representa.

“O que nos intriga é a incompreensível e inaceitável ausência de qualquer referência a José Maria Pedroto.

Se há treinador na história do futebol português que não pode ser esquecido, é José Maria Pedroto, pela revolução que provocou, pelas barreiras que ajudou a derrubar, mas também por ter sido o primeiro treinador a conquistar um título internacional para a federação, quando em 1961 levou a selecção de juniores ao título europeu”, apontam os “azuis e brancos”, num comunicado publicado no seu site oficial, já depois de criticarem o esquecimento de Pinto da Costa, “o dirigente mais titulado da história do futebol mundial”.

E se, fora dos relvados, o alvo do clube é, por estes dias, a FPF, em campo o FC Porto terá de preocuparse com o Penafiel, que parte para esta 17.ª jornada na penúltima posição, a 26 pontos dos “dragões”. Lopetegui assinala os obstáculos a derrubar: “É um campo reduzido e vamos defrontar uma equipa com boa dinâmica, ordem, agressividade, boa nas transições e que dificulta muito as opções do adversário”, explicou o espanhol, deixando claro que a equipa “não pode facilitar”.

Nesse sentido, os portistas devem voltar ao “onze” mais rotinado, depois do embate com o União da Madeira na Taça da Liga, naquele que será um embate entre o melhor ataque (39 golos) e a pior defesa do campeonato (32). Confrontado com o facto de Benfica, Sporting e

CLASSIFICAÇÃO

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1 1 37-7 43 4 1 39-8 37 6 1 30-12 33 4 3 26-13 31 4 4 26-11 28 6 4 21-16 24 5 5 21-21 23 5 5 15-18 23 6 5 14-15 21 2 8 21-20 20 7 5 19-25 19 1 10 13-28 16 3 9 13-21 15 3 9 10-24 15 2 10 10-27 14 9 5 11-21 12 2 11 12-32 11 6 9 11-29 9

Próxima jornada V. Guimarães-Gil Vicente, Sporting-Académica, V. Setúbal-Rio Ave, Belenenses-Penafiel, Moreirense-Nacional, Estoril-Arouca, Marítimo-FC Porto, Boavista-Sp. Braga, Paços Ferreira-Benfica

Julen Lopetegui

II LIGA

Estádio Municipal 25 de Abril, 20h15 Penafiel SP-TV1

Penafiel 4-2-3-1 Tiago Rocha

Dani

P. Ribeiro

Bura

Rafa

V. Bruno Ferreira A. Fontes

J. Martins

Rabiola

Aldair

Jackson Tello Quaresma Ó. Torres Herrera Casemiro A. Sandro

M. Indi

Maicon

Danilo

Fabiano

FC Porto 4-3-3 Árbitro: Artur Soares Dias

Porto

Sp. Braga terem saído de Penafiel com vitórias expressivas (0-3, 0-4 e 1-6), o epanhol desvalorizou: “O que aconteceu com as outras equipas não importa”.

Do lado do Penafiel, Rui Quinta — que já foi adjunto de Vítor Pereira, no FC Porto — tem alguns problemas para resolver, o primeiro dos quais logo na baliza. Haghighi está a representar o Irão na Taça da Ásia e Coelho foi expulso no jogo com o Gil Vicente, cenário que abre as portas da titularidade ao terceiro guarda-redes, Tiago Rocha. “Seria uma almofada de conforto se nos quiséssemos agarrar a isso, mas não podemos arranjar desculpas. Ele passou toda a carreira a evitar que a bola entrasse na baliza e é isso que tem de continuar a fazer”, resumiu o técnico.

Jornada 23 Sporting B-Sp. Braga Bamanhã, 11h, SportingTV Tondela-Freamunde amanhã, 11h15, SP-TV1 Atlético-Olhanense amanhã, 15h Sp. Covilhã-Santa Clara amanhã, 15h Leixões-Portimonense amanhã, 15h Trofense-Desp. Aves amanhã, 15h V. Guimarães B-Benfica B amanhã, 15h Ac. Viseu-Beira-Mar amanhã, 15h Oliveirense-Desp. Chaves amanhã, 15h Feirense-Farense amanhã, 15h União Madeira-Oriental amanhã, 15h FC Porto B-Marítimo B amanhã, 16h, Porto C. Freamunde Tondela Benfica B Portimonense Oliveirense Desp. Chaves Feirense U. Madeira FC Porto B Sp. Covilhã Beira-Mar Farense Sporting B V. Guimarães B Académico Viseu Oriental Olhanense Leixões Atlético Sp. Braga B Desp. Aves Santa Clara Marítimo B Trofense

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11 7 4 26-11 40 10 9 3 30-23 39 10 8 4 43-28 38 10 8 4 31-23 38 10 7 5 28-23 37 9 10 3 29-22 37 10 5 7 32-28 35 9 6 7 28-22 33 9 5 8 36-26 32 9 5 8 30-23 32 8 6 8 27-27 30 7 8 7 20-20 29 8 5 9 25-26 29 8 4 10 38-36 28 7 7 8 28-29 28 6 7 9 24-26 28 7 6 9 26-33 27 7 4 11 23-33 25 5 8 9 33-32 23 6 7 9 28-34 23 5 8 9 21-32 23 4 9 9 19-27 21 6 3 13 21-41 21 4 4 14 17-38 16

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Uma assembleia geral para reforçar o presidente Bruno de Carvalho Futebol Marco Vaza A reunião magna do Sporting realiza-se hoje, em Alvalade, e sócios vão poder questionar a direcção Bruno de Carvalho lançou a proposta em Dezembro do ano passado nestes termos: “Têm de ser os sócios, de forma clara e inequívoca, que têm de referendar se este é o caminho que querem percorrer.” Um mês depois, o presidente do Sporting vai ouvir hoje, em Alvalade, a partir das 15h, em assembleia geral (AG), o que os sócios “leoninos” têm para dizer sobre os seus quase dois anos de liderança do clube de Alvalade. Este será o segundo ponto da ordem de trabalhos. Antes, os sócios irão analisar e votar as contas consolidadas do clube.

Para Bruno de Carvalho, será uma oportunidade de testar o nível de concordância dos sócios com a sua actuação e obter um “reforço de confiança”, tendo dado a entender, em Dezembro, que a saída do clube não estava posta de parte, caso sentisse falta de apoio. “Aceitaremos qual for o resultado da vontade dos sócios e retiraremos as devidas ilações. Só assim teremos o destino clarificado por parte daqueles a quem compete decidir o destino do clube”, afirmou o presidente “leonino” na altura.

Certo é que não haverá nenhuma votação para referendar a actual direcção, como referiu há poucos dias Jaime Marta Soares, presidente da mesa da AG. “Os órgãos sociais foram eleitos e estão legitimamente

mandatados. Não há razões para votar o que quer que seja. Nem isso foi solicitado no requerimento que a direcção me enviou para solicitar a marcação da AG”, esclareceu o presidente da mesa. “Os órgãos sociais vão apresentar o trabalho feito durante estes dois anos e depois haverá um período aberto aos sócios.

Acho que isto é inédito no Sporting: não me lembro de uma direcção ter esta abertura com os associados para lhes explicar o que tem feito e o que vai fazer”, acrescentou.

Numa altura em que o blackout impera em Alvalade, esta será uma oportunidade para os sócios ouvirem Bruno de Carvalho falar sobre a sua gestão do clube desde que assumiu a presidência, em Março de 2013, após ter derrotado nas eleições José Couceiro e Carlos Severino. Temas como a reestruturação financeira, a construção de um novo pavilhão ou o futebol de formação serão abordados durante esta reunião magna.

O futebol profissional também deverá ser discutido, mesmo que Bruno de Carvalho tenha dito que esta AG “não tem a ver com o treinador ou com a equipa, mas sim com o projecto”. É, no entanto, inevitável que o presidente “leonino” seja questionado pelos sócios sobre a situação do treinador Marco Silva, cuja saída terá equacionado há algumas semanas, devido a alegados desentendimentos com a direcção, um cenário que acabaria por ser afastado pelo próprio Bruno de Carvalho numa das suas últimas intervenções públicas. A verdade é que o futebol “leonino” atravessa o seu melhor momento da temporada, com sete vitórias consecutivas em todas as competições.

PEDRO CUNHA

Próxima jornada Marítimo B-Desp. Aves, Trofense-Benfica B, União Madeira-Beira-Mar, Sporting B-Farense, Ac. Viseu-Desp. Chaves, Atlético-Freamunde, Sp. Braga B-Tondela, Leixões-Olhanense, Sp. Covilhã-Portimonense, Oriental-Sta. Clara, Feirense-V. Guimarães B, Oliveirense- FC Porto B

MELHORES MARCADORES I Liga 13 golos Jackson Martínez (FC Porto) 9 golos Maazou (Marítimo), Talisca (Benfica) 7 golos Deyverson (Belenenses), Slimani (Sporting), Hassan (Rio Ave), André André (V. Guimarães) 6 golos Bruno Moreira (P. Ferreira) II Liga 14 golos Rui Fonte (Benfica B), Tozé Marreco (Tondela) 13 golos Bjorn (Atlético), Crivellaro (V. Guimarães B)

Bruno de Carvalho vai falar do que tem feito e quer fazer no Sporting

40 | DESPORTO | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 Planisférico Os “peixinhos” vão começar a nadar rumo ao Mundial 2018 Futebol internacional Tiago Pimentel A qualificação para o Campeonato do Mundo que a Rússia acolhe daqui a três anos e meio terá início nas Caraíbas Enquanto há quem ainda esteja a recuperar das emoções do Mundial 2014, outros começam já a prepararse para lutar por um lugar no Mundial 2018. Para várias equipas, será uma caminhada necessariamente curta: no final de Março, haverá dez selecções já afastadas. A qualificação vai começar na CONCACAF (América do Norte, Central e Caraíbas), onde até já foram sorteados os duelos da primeira ronda de apuramento, e também na zona asiática. Para algumas das selecções menos cotadas do ranking da FIFA, será a única amostra que terão do ambiente no Mundial.

A qualificação para o Campeonato do Mundo de 2018 já estabeleceu um marco histórico: pela primeira vez, anunciou a FIFA, todas as 209 federações-membros apresentaram a inscrição para disputar a competição de acesso ao Mundial. São muitos candidatos para as 31 vagas que restam, já que a Rússia, como anfitriã, tem lugar garantido.

PRIMEIRA RONDA Baamas-Bermudas Ilhas Virgens Britânicas-Domínica Barbados-I. Virgens Americanas Ilhas Turcas e Caicos-São Cristóvão e Neves Nicarágua-Anguila Belize-Ilhas Caimão Curaçao-Monserrate

Breves

Em Março, joga-se a primeira ronda de apuramento na confederação asiática e também na CONCACAF, onde o sorteio “ditou o destino de alguns dos mais pequenos peixes do lago futebolístico”, escreveu a FIFA. Haverá duelos como Belize-Ilhas Caimão ou Baamas-Bermudas e, para Anguila, a actual penúltima selecção do ranking da FIFA (apenas à frente do Butão), o adversário será a Nicarágua. Um desafio de proporções históricas para os anguilanos, que há mais de quatro anos não conseguem marcar golos em partidas reconhecidas pela FIFA. Desde Outubro de 2010, quando perdeu 4-1 com as Ilhas Caimão, a selecção da minúscula ilha sofreu 39 golos e não festejou nenhum.

Com uma base de recrutamento muito reduzida — a população supera ligeiramente os 16 mil habitantes, numa estimativa de Julho de 2014, e os dados da FIFA apontam para a existência de somente 902 futebolistas federados —, Anguila recorreu a algumas soluções criativas. Como recrutar jogadores no amador Slough Town (do oitavo escalão do futebol inglês), um emblema do subúrbio de Londres que acolhe a maior comunidade anguilana fora da ilha. Foi em 2008, no apuramento para o Mundial 2010, e não correu bem: duas derrotas com El Salvador (12-0 e 4-0) e mais uma despedida precoce. Mas os anguilanos acreditam que um dia a sorte sorrirá a esta selecção filiada na FIFA desde 1996.

Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias e campeonatos de futebol periféricos Ver mais em www.publico.pt/planisferico DR

A selecção de Anguilla, que não marca um golo há quatro anos

Inglaterra

Van Gaal descontente com Falcao: “Talvez lhe falte motivação” O treinador do Manchester United, o holandês Louis van Gaal, desafiou ontem o avançado Radamel Falcao a “mostrar o que vale”, afirmando ainda que “talvez falte motivação” ao colombiano. “Não há nenhuma diferença entre um jogador que vale 125 milhões de euros ou 6.500 euros. Ambos devem demonstrar o que valem. É isso que o Falcao tem de fazer, porque foi isso que acordámos aquando da sua chegada”, afirmou o treinador na conferência de imprensa que antecedeu o jogo frente ao Queens Park Rangers para a Liga inglesa. O avançado de 28 anos, que nesta época foi emprestado ao Manchester United pelo Mónaco, não tem sido aposta regular de Van Gaal: fez um total de 12 jogos e marcou três golos.

Futebol

David Ginola anuncia candidatura à presidência da FIFA O antigo futebolista francês David Ginola, de 47 anos, anunciou ontem que vai candidatar-se à presidência da FIFA, cujas eleições estão marcadas para 29 de Maio.

Em conferência de imprensa, revelou ter recebido cerca de 327.000 euros de uma casa de apostas para entrar na corrida: “Precisamos de dinheiro para a campanha”, justificou, defendendo que “o actual sistema não funciona” e que “é preciso relançar o futebol”.

“Há muita desilusão quando se fala dos problemas da modalidade. Não pode haver lugar para dúvidas e suspeitas sobre o futebol”, disse o antigo jogador, que tem até 29 de Janeiro para oficializar a candidatura e concorrer contra Joseph Blatter, Jérôme Champagne e o príncipe jordano Ali bin Al Hussein.

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | DESPORTO | 41 KARIM JAAFAR/AFP

Paulo Gonçalves a um dia de igualar o melhor resultado português no Dakar Todo-o-terreno Jorge Miguel Matias O australiano Toby Price (KTM) venceu a etapa que antecedeu a consagração em Buenos Aires

A Alemanha impôs-se por 29-26 no segundo dia do Mundial

Polónia derrotada pela equipa que tinha eliminado Andebol Manuel Assunção A repescada Alemanha entrou no Mundial com um triunfo. Empate entre Argentina e vice-campeã Dinamarca foi a 1.ª surpresa Em Junho, a Polónia achava que já tinha feito o suficiente para afastar do Mundial de Andebol a Alemanha.

Mas foi precisamente a selecção germânica, uma das suas maiores concorrentes e rivais, que lhe estragou a estreia na prova disputada no Qatar, marcada por uma derrota por 29-26.

A Alemanha, campeã mundial em três ocasiões, a última em 2007 numa final contra a Polónia, foi eliminada da prova nos play-offs da qualificação europeia por este adversário, mas entretanto teve um golpe de sorte. Na qualidade de selecção mais bem classificada do último Mundial (5.ª) entre os nãoapurados, foi repescada para o lugar da Austrália, proibida de participar pela Federação Internacional de Andebol, que actualmente não reconhece a Federação Continental da Oceânia.

Ao contrário dos duelos nos playoffs, ambos ganhos pela vantagem mínima pela Polónia, ontem foi a Alemanha que saiu com o triunfo.

Uwe Gensheimer (7) e Steffen Weinhold (9) fizeram grande parte dos golos alemães em Lusail, enquanto Carsten Lichtlein, o único “sobrevivente” do plantel campeão mundial em 2007, também teve contributo importante (dez defesas em 26 remates).

Recordista de presenças no Mundial (23 em 24 edições), a Alemanha

RESULTADOS Jornada 1 Grupo A Qatar-Brasil Espanha-Bielorrússia Eslovénia-Chile Grupo B Bósnia-Irão Macedónia-Tunísia Croácia-Áustria Grupo C Argélia-Egipto França-República Checa Suécia-Islândia Grupo D Rússia-Arábia Saudita Polónia-Alemanha Dinamarca-Argentina

28-23 (anteontem) 38-33 36-23 30-25 33-25 32-30 20-34 30-27 24-16 27-17 26-29 24-24

lidera o Grupo D, a par da Rússia, sem problemas frente à Arábia Saudita (27-17).

Previa-se que a Dinamarca, vista como uma das grandes candidatas à vitória final, também fizesse parte do grupo de líderes após esta jornada inaugural, mas foi travada pela Argentina, autora da primeira grande surpresa da competição.

O campeão sul-americano recuperou de uma desvantagem de cinco golos ao intervalo e conseguiu o empate (24-24) frente ao vice-campeão mundial, que teve assim um mau aranque num dos “grupos da morte”.

No Grupo B, a Áustria também esteve perto de surpreender um favorito, mas a Croácia, que teve uma vantagem tangencial já dentro do último minuto, segurou o triunfo (32-30). A campeã mundial Espanha começou de forma positiva a defesa do seu título, com uma vitória sobre a Bielorrússia (38-33), que foi um adversário incómodo. Apesar da vantagem aparentemente curta (30-27) frente à República Checa, a entrada em cena da França, campeã europeia e olímpica, foi mais tranquila.

A um dia do final do Dakar, já pouco ou nada se espera que mude entre os primeiros classificados. Nas motos e nos carros, a hierarquia parece estabelecida. Por isso, os pouco mais de três minutos que Paulo Gonçalves (Honda) conquistou na etapa de ontem (Termas Rio Hondo-Rosario, 298km) em relação ao catalão Marc Coma (KTM), líder da classificação geral, não têm grande significado.

Coma segue em primeiro e com uma vantagem confortável sobre o português e só um desastre o impedirá de ganhar a prova.

Apesar de afirmar que ainda faltam alguns quilómetros para este Dakar terminar, Gonçalves deixa transparecer que o seu objectivo já passa mais por conservar o segundo lugar do que chegar ao primeiro. “O Dakar não está terminado, falta mais um dia de corrida. Estou na segunda posição, mas nada está garantido.

Tudo pode acontecer ainda, positiva ou negativamente. Mas estou muito feliz por mim e por toda a equipa HRC, e por todo o trabalho que tem vindo a ser feito. O Joan Barreda esteve na frente da corrida até ao Salar de Uyuni, mas perdeu o comando devido a um problema causado pela água no motor. Se terminarmos o Dakar no pódio já será bom”, afirmou ontem o motard português, a apenas um dia de igualar o melhor desempenho português de sempre

CLASSIFICAÇÃO MOTOS 12.ª ETAPA (T. RIO HONDO-ROSARIO) 298KM Etapa 1.º Toby Price (KTM) 2.º Joan Barreda (Honda) 3.º Paulo Gonçalves (Honda) 4.º Ivan Jakes (KTM) 5.º Stefan Svitko (KTM) (...)

7.º Hélder Rodrigues (Honda) 20.º Ruben Faria (KTM) Geral 1.º Marc Coma (KTM) 2.º Paulo Gonçalves (Honda) 3.º Toby Price (KTM) 4.º Pablo Quintanilla (KTM) 5.º Stefan Svitko (KTM) 6.º Ruben Faria (KTM) (...)

11.º Hélder Rodrigues (Honda)

3h19m04s a 1m55s a 3m02s a 3m08s a 6m01s a 8m40s a 16m21s 45h08m32s a 17m49s a 25m18s a 36m57s a 46m43s a 1h50m39s a 3h27m54s

CARROS Etapa 1.º Orlando Terranova (Mini) 2.º Vladimir Vasiliev (Mini) 3.º Eminiano Spataro (Renault) 4.º Nasser Al-Attiyah (Mini) 5.º Bernhard ten Brinke (Toyota) (...)

6.º Carlos Sousa (Mitsubishi) 17.º R. Leal dos Santos (Nissan) Geral 1.º Nasser Al-Attiyah (Mini) 2.º Giniel de Villiers (Toyota) 3.º Krzyzstof Holowczyc (Mini) 4.º Erik van Loon (Mini) 5.º Vladimir Vasiliev (Mini) (...)

8.º Carlos Sousa (Mitsubishi) 25.º R. Leal dos Santos (Nissan)

A festa dentro da festa

3h04m06s a 30s a 1m29s a 1m37s a 1m50s a 1m52s a 11m20s 40h18m30s a 35m39s a 1h31m51s a 3h01m34s a 3h12m19s a 3h44m35s a 11h27m32s

na prova, conseguido por Ruben Faria, em 2013.

O australiano Toby Price (KTM) foi o mais rápido na tirada de ontem, batendo o espanhol Joan Barreda por 1m55s.

Nos automóveis, Nasser Al-Attiyah (Mini) acabou a etapa num tranquilo quarto lugar e deu-se até ao luxo de ganhar quase mais sete minutos ao segundo da geral, apesar de ter uma vantagem superior a meia hora. O catari está a um dia de repetir o seu triunfo de 2011, na altura ao volante de um Volkswagen. com agências JEAN-PAUL PELISSIER/REUTERS

Paulo Gonçalves segurou o seu segundo lugar na classificação geral

Crónica Miguel Barbosa Desde há muitos anos que, quase em vésperas de mais um Dakar terminar, no bivouac se festeja muito particularmente o dia 16. É dia de aniversário de Carlos Sousa e não falta o bolo da praxe e muitos amigos que vêm cantar os parabéns. Desta vez, a festa será reforçada pelo bom desempenho do piloto português na etapa que, depois de três anos a vestir as cores chinesas, regressou agora a uma Mitsubishi onde a língua portuguesa reina. O sexto tempo alcançado nesta penúltima etapa foi o seu melhor resultado nesta edição de 2015 em que, tudo indica, irá fazer o seu décimo “top-10” em 14 anos de Dakar. É a festa dentro da outra festa que é a ponta final de mais uma edição desta fabulosa maratona.

Chegados a esta altura do rali, as sensações entram um pouco em contradição. Por um lado, há uma descompressão física, um alívio face à carga psicológica a que estivemos sujeitos ao longo de 15 dias muito duros, complicados e que, por vezes, chegam mesmo a ser violentos. Por outro, a derradeira etapa tem sempre um sabor nostálgico de se estar a completar mais um ciclo, um sabor a despedida.

O Dakar é uma corrida que, para a maioria dos pilotos, é um projecto anual e para alguns o culminar de vários anos de intensa luta para conseguir concretizar um sonho. Poucos são os pilotos que conseguem estar no Dakar e ter, para além disso, uma temporada plena de corridas.

Todavia, há que manter o espírito lúcido. No derradeiro dia de prova, já não há geralmente nada a provar, mas há todavia muito a perder. É raro o ano em que não há uma desistência no último dia, o que é, seguramente, uma enorme frustração. Piloto

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ESPAÇOPÚBLICO Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

EDITORIAL

Privatizar à pressa não dá bom resultado Sem um consenso político mínimo, o Governo quer acelerar o calendário para vender a TAP

D

iz-se que a pressa é inimiga da perfeição. Ninguém está à espera que o processo de privatização da TAP seja uma perfeição, sem nenhuma falha. Mas a forma atabalhoada como arrancou a operação para vender a TAP não augura nada de bom. Comecemos pela pressa. Nesta privatização, ao contrário do que é habitual, o Governo vai atalhar caminho e vai prescindir da fase de ofertas preliminares, passando a operação a ter uma única fase de entrega de propostas vinculativas.

O Governo sabe que, em ano de eleições, se o processo se arrastar, o fecho da operação poderá cair na próxima legislatura. E, nesse cenário, o comprador não terá garantias que o próximo Governo, qualquer que ele seja, queira concretizar a venda da companhia

aérea. Mas este é um problema e um risco que o Governo assumiu ao avançar para a privatização sem tentar um mínimo de consenso político. A TAP não é propriedade de um Governo e a sua venda deveria ser secundada por um consenso político e social mínimo. Coisa que hoje não existe.

E talvez por causa da pressa, o processo de venda começou da pior forma. Tal como o PÚBLICO noticiou esta quinta-feira em primeira mão, o caderno de encargos da privatização da TAP irá ter uma cláusula que impede que o comprador possa fazer despedimentos colectivos enquanto o Estado for accionista, ou seja, durante um período de dois anos.

O problema é que o secretário de Estado dos Transportes veio dizer no briefing após o Conselho de Ministros que essa impossibilidade de haver despedimentos abrangia apenas os associados dos nove sindicatos que chegaram a acordo com o Governo. O que é uma aberração jurídica, já que não faz sentido nenhum que a segurança no emprego de um trabalhador esteja dependente da sua filiação sindical. Mas não só Sérgio Monteiro estava convencido que tal era possível, como o próprio ministro Pires

de Lima deu uma entrevista esta quintafeira à TVI24 onde reafirmou a tese: “Não podemos estender esse acordo a sindicatos que não se quiseram sentar connosco à mesa e que não assinaram o acordo de paz social relativo a esta privatização.” É grave e até assustador que Pires de Lima e o seu secretário de Estado tenham chegado a ponderar e achar que tal discriminação seria possível. Chegámos ao ridículo de ter tido trabalhadores da TAP a correr para se filiarem nos sindicados que se sentaram à mesa com o Governo ou a mudarem de sindicatos, não fosse o ministro da Economia ter razão. E Pires de Lima causou um enorme embaraço político ao primeiro-ministro, que se viu obrigado a ter de corrigir as palavras do ministro da Economia em pleno debate quinzenal.

Partir para uma privatização desta dimensão sem acautelar o mínimo consenso político e social é grave. Mais grave é quando os responsáveis por conduzir essa privatização passam uma imagem de amadorismo. E, pior ainda, com um espírito de retaliação para com os sindicados que discordam da privatização e que recusaram desconvocar a greve do final do ano.

CARTAS À DIRECTORA “Eu sou Baga”

As cartas destinadas a esta secção devem indicar o nome e a morada do autor, bem como um número telefónico de contacto. O PÚBLICO reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos não solicitados e não prestará informação postal sobre eles.

Email: cartasdirector@publico.pt Contactos do provedor do Leitor Email: provedor@publico.pt Telefone: 210 111 000

Sabem o que é? Uma cidade inteira de duas mil pessoas sem rosto nem identidade dizimadas por terroristas na quinta-feira passada.

Crianças feitas bomba pulverizadas em nome do nada, do zero absoluto, da total ausência de humanidade. Baga é na Nigéria, um sítio que não é sítio, e totalmente desinteressante para nós, arautos da grande civilização ocidental, ocupados com os nossos pequenos dramas entreportas. Só choramos e vamos a funerais que estão à esquina da rua onde moramos. Os outros pouco nos tocam, são longe e mal frequentados...

Sou Baga, sou Charlie, sou Maomé, sou Cristo, sou EU, ser individual que integra em si todas essas caras. Tenho o sonho, mas não sei como o realizar, de ver esses assassinos alcançarem em vida a dimensão do Ser. Sei que é

uma utopia e que haverá sempre uma quantidade indeterminada de seres tendencialmente bons e outra idêntica de seres tendencialmente maus, nos equilíbrios de leis que desconhecemos.

Tenho, no entanto, esse sonho, que me atormenta mais do que me pacifica. Luís Robalo, Lisboa

“A história da pimenta ou a da liberdade de expressão” (“Nada é o que parece, sempre há algo por detrás das aparências” — Maurice Duverger) Em Portugal, não há liberdade de expressão. Há a liberdade consentida de expressão limitada.

Excepto os jornais de âmbito regional, os nossos órgãos de comunicação, especialmente os jornais nacionais de referência, só aceitam publicar os textos que estejam de acordo com o

politicamente correcto, que não mexam com a linha de conforto editorial e que satisfaçam os seus desígnios. Os leitores que intervêm ou pretendem “incomodar” com convicção e objectividade, não encontram espaço nem directores dessas edições corajosos, que respeitem o ponto de vista, a diversidade ou a opinião de um leitor mais original, independente, marginal, mas dentro da decência, que não se limite a apenas repetir o que está dito e mais do que dito ou escrito por outras penas e por gente mais especializada, e sem recurso a mexer e remexer na Net. Verifica-se é que, no espaço que é dispensado às “cartas dos leitores”, reproduzem aí só aquelas que parecem sempre as mesmas, sem quaisquer atractivos, e que saem do punho dos mesmos de sempre e adulteradas. Um leitor que tente e teime em ser diferente, mais original, com outra criatividade ou

fantasia sobre o verídico, é tomado de ponta e botado ao lixo, colado que nem selo à sua carta. No entanto, em cada redacção, todos gritam para proclamarem que lá por dentro só se respira “liberdade de expressão”. É falso, aos olhos do leitor “anónimo” e sem rosto.

Eles, os editores/redactores dos jornais, apenas se manifestam ou se solidarizam quando a dita “liberdade de expressão” é posta em causa ou à prova nos vizinhos do lado ou mais distantes, numa de demonstração de unidade de classe corporativista. Entretanto, dentro da sua própria casa, ainda existem tesouras ou guilhotinas para os “anónimos escritores de cartas”, a quem nem sequer facilitam o direito a palco mas tão-só ao cadafalso e ao fosso.

Sumariamente. E temos assim a história da pimenta no cu dos outros!

Joaquim A. Moura, Penafiel

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | 43

Será normal?

F

São José Almeida A semana política oi com um tom geral de unanimismo condescendente que foi recebida, segunda-feira, a demissão de Alberto João Jardim, uma das mais — senão mesmo a mais — problemática figura político-institucional da democracia portuguesa. Será normal o silêncio da crítica a Jardim? É certo que muito deste silêncio pode significar alívio por Jardim sair do poder aparentemente de livre vontade. Mas será normal que não se questione e não se debata o que significou e as consequências que trouxe a sua perpetuação por quase quatro décadas na chefia do Governo Regional da Madeira?

Depois de declarar por inúmeras vezes que abandonava a liderança do governo regional e do PSD-Madeira, Jardim acabou mesmo por sair, aos 71 anos de idade e depois de ter sofrido uma significativa derrota eleitoral nas últimas autárquicas, em que o PSD perdeu sete das 11 municipais do arquipélago. Jardim abandona assim para evitar um desastre eleitoral nas próximas regionais que deveriam realizar-se em 2016 e que serão agora antecipadas para Março, devido à demissão.

Do ponto de vista dos interesses do PSD-Madeira, a forma como decorreu a saída de Jardim foi bem gerida. O partido escolheu um novo líder, que foi sufragado no congresso ocorrido no fim-de-semana antes da demissão. Agora, Miguel Albuquerque irá enfrentar a oposição nas urnas, ainda dentro de um período de graça em que se estreia à frente do partido e se mostra decidido a fazer a diferença em relação a Jardim, que no passado criticou.

A diferença de Albuquerque em relação a Jardim já se faz, aliás, notar, como explicou o jornalista Tolentino de Nóbrega no PÚBLICO. De tal forma que no congresso

BARTOON LUÍS AFONSO

do PSD-Madeira o novo líder fez aprovar a sua estratégia, que inclui uma série de medidas que Jardim sempre afastou e até estigmatizou: “A redução do financiamento partidário, o fim da acumulação da reforma com vencimento de cargo político, a limitação de mandatos do presidente do governo, o regime de incompatibilidades, etc.” (PÚBLICO de 11/01/2015) Será normal o partido que aplaudiu Jardim aplaudir o líder que defende o oposto do que Jardim defendeu sem que haja espaço para autocrítica? Será que é normal que ninguém questione o que Jardim significa? É referido com ar entre a curiosidade de almanaque e o recorte folclórico que Jardim foi líder do PSD-Madeira 14.030 dias e permaneceu quase 37 anos na chefia do Governo. Foi eleito presidente da comissão política regional do PPD a 21 de Agosto de 1976. Sai e volta pouco depois. Sobe ao governo regional a 17 de Março de 1978, em substituição de Ornelas Camacho. Bateu assim até Oliveira Salazar, que em ditadura foi presidente do conselho durante 36 anos e 84 dias (PÚBLICO de 12/01/2015). É certo que Jardim foi sucessivamente reeleito, mas não será que estamos perante um caso de caciquismo que mantém dependente a sociedade devido à forma como tutela essa mesma sociedade? Mas até que ponto essa orientação que Jardim imprimiu à governação não prejudicou a região autónoma? Será normal o estado de atrofiamento democrático que é demonstrado por tal permanência no poder do mesmo partido e da mesma pessoa?

E quanto à situação financeira da Madeira, será esta normal? Em 1997, o primeiro Governo de António Guterres perdoou uma dívida pública da Madeira de 110 milhões de contos (550 milhões de euros). O então ministro das Finanças, António de Sousa Franco, fez aprovar na Assembleia da República a Lei das Finanças Regionais, precisamente para, a partir de 1998, estabelecer as regras e as balizas das relações das regiões autónomas com a política orçamental portuguesa. Isto na expectativa

Benditos pescadores que, com os contadores no zero e regras precisas, o problema dos gastos fosse ultrapassado (PÚBLICO de 13/09/2011).

Depois disso, em 2002, o Governo de Durão Barroso, através da ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, assumiu mais 32,4 milhões de euros de dívida da Madeira. E em 2011 o país percebeu que a Madeira tinha uma dívida oculta de mais de mil milhões de euros. Em Setembro de 2011, a dívida da Madeira calculada pela Inspecção-Geral de Finanças era de 6,3 mil milhões de euros. Isto, quando o serviço da dívida da Madeira absorve metade das receitas fiscais próprias da região.

Mais: a Madeira perdeu em 2011 o estatuto especial em termos fiscais das regiões autónomas portuguesas que era de menos 30% em relação às taxas nacionais. Assim, nos últimos três anos a política fiscal na Madeira é igual à do continente.

Isto, quando a Madeira não tem gastos com as despesas de soberania na região autónoma, ou seja, a defesa, a segurança interna, a Segurança Social na Madeira são pagas por Lisboa — além de que a Madeira não contribui para as despesas gerais nacionais, ao contrário do que acontece com as regiões autónomas espanholas.

Será que esta herança é normal?

Será normal o estado de atrofiamento democrático demonstrado por tal permanência no poder do mesmo partido e da mesma pessoa?

Jornalista. Escreve ao sábado sao.jose.almeida@publico.pt

C

Miguel Esteves Cardoso Ainda ontem omeçaram as chuvas. Tão cedo não acabarão. Carregaramse os céus. Sabe-se lá quando azularão outra vez. Claro que se sabe, mas admitir-se que se sabe arruina o melodrama que se pretende nestes dias encharcados e cinzentões. A minha mãe ensinou-me a não ter medo da chuva. Em Londres chove menos do que em Lisboa. Só que em Londres chove sempre fininho e em Lisboa chove pouco, mas, quando chove, dói.

Não consigo olhar para o mar sem pensar nos cinco pescadores da embarcação Santa Maria dos Anjos que morreram aqui perto.

O mar mata quem lá entra. Aqui em terra consolamo-nos estupidamente dizendo que eram “inexperientes”. Ou será para não desanimarmos os igualmente valentes pescadores que nos trazem o peixe que comemos? Tenho a certeza que sim.

Os caçadores de coelhos e perdizes têm a grande vantagem de trabalharem em terra. Os pescadores arriscam as vidas.

Deveriam ser exemplos e heróis: financeira e culturalmente recompensados pelos riscos que correm. O meu pai, que foi directorgeral das Pescas e secretário-geral da NAFO, só chorava quando ouvia a Amália a cantar ou ouvia falar dos pescadores portugueses — ou de qualquer país.

Os pescadores deveriam ser todos ricos e beneficiar de todos os apoios que tornam a vida deles menos arriscada. Quando morrem — como morrem, mais do que alguma outra profissão útil —, as famílias deveriam ser dupla ou triplamente recompensadas. É o que acontece? Não. A Justiça, por enquanto, ainda é pior do que o mar.

44 | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015

Um grande equívoco GONZALO FUENTES/REUTERS

José Pacheco Pereira A França não é um modelo de liberdade de expressão, como parece nestes dias, demasiado politicamente correctos

N

o “Je suis Charlie” e nas manifestações que se mobilizaram a partir dessa frase há várias coisas que não oferecem dúvidas. Há algumas minorias que não pensam assim, e que são coniventes com o terrorismo, por múltiplas razões, mas essas não estiveram lá. Entre os que estiveram lá, a luta contra o terrorismo é inequívoca. A luta contra a violência política é inequívoca. A luta pela liberdade, pela maior liberdade que se vive na nossa parte do mundo, é inequívoca. Já a luta pela liberdade de expressão parece inequívoca, mas é muito menos.

Uma semana depois, as autoridades francesas mostraram que “não são Charlie” prendendo um comediante anti-semita, Dieudonné M’Bala, que entre outras barbaridades escreveu, nesse lugar onde se fazem hoje todas as asneiras, o Facebook, a frase “Je suis Charlie Coulibaly”. Coulibaly foi o terrorista que matou uma mulherpolícia e um grupo de frequentadores da loja judaica, antes de ser abatido pela polícia.

A frase pode ser considerada provocatória, odienta, imbecil, e de total mau gosto. Para os judeus, que foram o alvo do terrorista, é insultuosa. Para a maioria das pessoas, é inaceitável. Mas alguém me explica qual é a diferença entre essa frase e muitas que se escreveram no Charlie Hebdo, igualmente merecendo os mesmos adjectivos por parte dos seus alvos? Sim, os alvos são diferentes, num lado, na maioria dos casos, cristãos e muçulmanos nas capas do Charlie Hebdo, no caso de Dieudonné, judeus. Mas a estrutura da provocação, e mesmo a sua forma e conteúdo, são idênticos. Uns podem ser melhores na sua arte do que outros, podese considerar que Wolinsky, ou Cabu têm qualidades que Dieudonné não tem.

Mas não estamos a julgar qualidades ou talentos, nem a ser dúplices em função da nossa simpatia ou antipatia com os alvos, pois não? Porque se é assim — e de facto é assim — a luta pela liberdade de expressão é muito mais ambígua do que imaginamos nestes momentos muitas vezes artificiais de unanimismo.

O que faz Dieudonné é socialmente perigoso? Penso que sim, mas também penso que o que fazia o Charlie Hebdo também o era, como comprovaram infelizmente os próprios. A defesa da

liberdade de expressão faz-se exactamente aqui, na defesa do direito dos outros emitirem opiniões que me indignam, ofendem e enojam. O único limite pode ser a lei, se a lei não for ela própria dúplice, como é o caso de França.

A França não é um modelo de liberdade de expressão, como parece nestes dias, demasiado politicamente correctos para o exercício de pensar. Aliás, os primeiros a sabê-lo são os assassinados do Charlie Hebdo, que, a começar pelos mais velhos, conhecem uma longa história de processos, proibições, sanções e ameaças. Sim, porque as ameaças não são de agora e não são exclusivas do fundamentalismo muçulmano. Os mesmos moderados muçulmanos que marcharam em Paris, já tinham processado o Charlie Hebdo, fazendo companhia ao Governo francês, a Le Pen, a católicos conservadores, a políticos franceses, por aí adiante.

Processar, ou mesmo ameaçar de boca, não é a mesma coisa que matar a tiro de Kalashnikov, mas havia uma multidão lá fora a pensar que pelo menos uma boa bofetada “estavam mesmo a

O que faz Dieudonné é socialmente perigoso?

Penso que sim, mas também penso que o que fazia o Hebdo também o era

pedi-la”. Ou, uma boa e definitiva proibição, como aconteceu com o Hara-Kiri, em nome da paz da alma de De Gaulle.

Mas a prisão de Dieudonné remete para outros problemas da lei francesa, que poucos levantam e ainda mais agora. É que em França é proibido escrever artigos e livros de conteúdo anti-semita, e não coloco aspas como devia fazer, para mantar a classificação bem aberta, mesmo nas suas ambiguidades. Ainda mais, existe uma condenação legal, a chamada Lei Gayssot, que criminaliza a “contestação de crimes contra a humanidade”, e que já levou alguns a tribunal. É o caso do chamado “negacionismo”, a negação de que houve um holocausto, que tenha existido um assassinato em massa de judeus antes e durante a Segunda Guerra. Aliás, isto abre uma caixa de Pandora, como já se viu com a exigência da lei punir o “negacionismo” do genocídio arménio pela Turquia, também pedida por muitos arménios.

O anti-semitismo é, para usar uma velha classificação leninista, “imbecil”, e o ódio aos judeus uma atitude altamente perniciosa. Em países suspeitos como a França, cuja história durante a guerra foi de perseguição aos judeus, o anti-semitismo é particularmente odiento. Considero-o uma atitude condenável, sem “mas” e sem reservas. Mas não posso achar um crime de opinião escrever um escrito anti-semita, por muito que me incomode, e por muito que ele possa ser perigoso. A censura é sempre pior.

O mesmo acontece com a condenação pela lei francesa das teorias de Faurrison e seus discípulos, o chamado “negacionismo”. O “negacionismo” é “história”-vudu, ou seja, nada tem a

ver com a história, por muito aparato “científico” que o adorne. É uma teoria política anti-semita, que acrescenta o agravo ao insulto, ao negar a milhões de famílias a “memória” e as razões das mortes e todas as outras violências cometidas contra os judeus. Mas não concebo que estes escritos e estas opiniões possam ser considerados crimes e levar os seus autores à cadeia.

Escritos perigosos há muitos e eu, como muitos, já os escrevemos. O que é que significa fazer a apologia da violência revolucionária numa sociedade democrática? O que é uma revolução? Tiros, mortos, prisões, pancada, como lembrava o velho Mao Zedong, uma revolução não é um banquete de gala. Pode-se encontrar, e eu conheço-as a todas, as argumentações para diferenciar o apelo à violência assente numa base social e política, mesmo nacional, diferente do argumento étnico, mas nós só valorizamos essa diferença e a “sentimos” como menos perigosa porque o ímpeto revolucionário nas sociedades ocidentais não tem hoje muito significado e não mete medo a ninguém.

Pelo contrário, os ódios étnicos parecem muito mais significativos e perigosos. Mas, em democracia, o apelo à violência cabe na liberdade de expressão, a não ser que se proíbam milhares de pequenos escritos, jornais, panfletos.

A tragédia dos assassinatos em França tem a ver com um desafio maior, que pode ser classificado como cultural e “civilizacional”. Não é agora a altura de discutir a tese, mais amaldiçoada do que conhecida, de Huntington sobre o “choque de civilizações”, nem precisamos dela para definir as questões sociais, comportamentais, culturais, históricas e políticas em causa. Mas a ideia de que a natureza de alguns conflitos contemporâneos opõem elementos que são culturais, religiosos e de modo de vida, e que isso possa ser descrito como “civilizacional”, é mais explicativa do que o wishfull thinking multicultural.

Quem foi morto? Vários jornalistas e desenhadores radicais e iconoclastas, vários polícias, um deles muçulmano e que podia perfeitamente detestar o Charlie Hebdo, e um conjunto de jovens judeus que estavam a fazer compras num loja kosher.

Franceses e em França, em Paris, uma das sedes cosmopolitas do mundo “ocidental”, vivendo o modo de vida que reconhecemos como nosso, incluindo uma liberdade de expressão que vai até à blasfémia e ao nojo racista. Porque, quem não quer, não compra o Charlie Hebdo ou não vai ver os espectáculos de Dieudonné. Foi isso que foi atacado, é isso que temos de defender e implica “ser Charlie” e protestar com a prisão de Dieudonné.

Historiador. Escreve ao sábado

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | 45

Somos todos Charlie?...

MIGUEL MANSO

Manuel Loff Pelo contrário Fui dos que sentiram uma sensação de náusea pela manipulação que tomou conta dos discursos oficiais

H

á invernos assim. Perante os dois massacres de Paris (os 12 mortos no Charlie Hebdo, os quatro na mercearia kasher), fui dos que (e sei de muitos) rapidamente sentiram juntarse ao horror pela pura abjeção de toda aquela violência e crueldade uma sensação de náusea pela manipulação que rapidamente tomou conta dos discursos oficiais, dos comentários improvisados (e, por isso, talvez mais sinceros) que os media reproduziram, desde o cidadão comum (“eles andavam a pedi-las”, “com a religião não se brinca” – tese que o Papa reproduziu há dois dias) ao especialista encartado (“ataque aos valores ocidentais”, “estamos em guerra”, “deixemo-nos de correção política: o Islão é uma religião violenta”).

Somos muitos os que, como a escritora marroquina-americana Laila Lalami, nos sentimos cansados. “Cansados de que um desenho de Maomé cause mais raiva do que a efusão de sangue”, mas também “cansados de que contextualizar seja visto como desculpar.” (The Nation, 10.1.2015) Comecemos por aqui: os que querem responder aos jihadistas com uma guerra santa usam os mortos de uma revista ateia e provocadora que eles nunca leram para demonstrar que estamos em guerra. (É verdade: até o primeiroministro francês, Manuel Valls, já o diz...)

E numa guerra não se gasta tempo em contextualizações, não se dão argumentos ao inimigo! Naftali Bennett, um antigo membro das forças especiais israelitas que é ministro da Economia, veio a Paris, como muitos outros, para se fazer ver na chamada Marcha Republicana e aproveitou para deixar uma lição aos europeus: a de que continuamos a ser “ingénuos” quando nos esforçamos para explicar o terrorismo, a violência política; “debaixo do politicamente correto”, diz ele, insultando toda a racionalidade democrática, “há um desejo de compreender os motivos destes terroristas.” Ou seja, explicar é justificar.

“Eu não quero entendê-los, quero derrotálos” (Euronews, 11.1.2015), diz Bennett, como se uma coisa fosse incompatível com a outra. Paris é como Gaza, a Europa está, portanto, em guerra; o problema é que ainda não o percebeu. Bennett e Netanyahu estão em campanha eleitoral e queriam ser filmados de braço dado com os franceses em

luto, ou aclamados na Grande Sinagoga de Paris por judeus franceses, legitimamente aterrorizados por se verem arrastados, a milhares de quilómetros, para a guerra de ocupação da Palestina, ou para todas as guerras em que os franceses se meteram nos últimos anos (Mali, República Centroafricana, Líbia, Afeganistão, Iraque, Síria, ...).

Sendo certo que foram os jihadistas de Paris que escolheram uma simples mercearia como teatro de guerra, não se julgue que terão sido os únicos a associar esse ato a um contexto internacional que, quando lhes não convém, os Governos acham inaceitável invocar para explicar atentados.

Foi também o que fez Valls, ao definir as muitas aventuras militares da França em África e no Médio Oriente como “a resposta da República” que, à moda americana, se dá tanto em França como “onde os grupos terroristas se organizam para nos atacar, nos ameaçar, aos nossos interesses e aos nossos compatriotas (...), em nome da Europa e dos seus interesses estratégicos.” (Le Figaro, 14.1.2015) Há 60 anos,

Somos muitos os que, como a escritora marroquinaamericana Laila Lalami, nos sentimos cansados

era assim que teria falado um primeiroministro francês a propósito da Argélia ou da Indochina. “Nós não conduzimos uma guerra de religião, mas sim um combate pela tolerância, a laicidade, a democracia, a liberdade e a soberania dos Estados.”

Pois, deve ter sido por tudo isto que, domingo passado, governantes de profundas convicções e práticas democráticas, partidários incansáveis da liberdade de expressão (como Rajoy, que impôs a “Leimordaça” em Espanha), da soberania dos Estados (como Netanyahu que ocupa a Palestina, que só na última operação militar em Gaza matou 17 jornalistas), da tolerância (como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, um antissemita cuja relação com a imprensa livre é quase tão boa quanto a que tem com a minoria cigana e as oposições políticas) desfilaram de braço dado com Hollande e Valls. Não é preciso ser-se mais subversivo que o Papa Francisco para, a propósito do “atentado de Paris, pensar na muita crueldade humana”, presente “em tanto terrorismo, tanto o isolado, como o de Estado” (El Mundo, 8.1.2015). É verdade: o de Estado. É curioso que Valls se tenha esquecido de que nenhum dos assassinos veio de um qualquer país onde neocolonialmente diz que anda a combater o mal: os três eram franceses, nascidos em França. Não: os “jovens [islamistas] radicalizados não são a vanguarda ou os porta-vozes das frustrações da população muçulmana”, como bem recordou Olivier Roy (Universidade Europeia, Florença). Eles estão “em rutura deliberada tanto com o

Islão dos seus pais como com as culturas das sociedades muçulmanas. Eles inventam o Islão que opõem ao Ocidente, vêm da periferia do mundo muçulmano – e em especial do [próprio] Ocidente”. Acima de tudo, eles “movem-se numa cultura ocidental da comunicação, da encenação da violência (...), praticam a auto-radicalização na Internet, procuram uma Jihad global, não se interessam pelas lutas concretas do mundo muçulmano (Palestina)” (Le Monde, 10.1.2015). Vinte e cinco por cento dos voluntários do Estado Islâmico são convertidos. Adotaram, aos 25-30 anos, um integrismo islâmico que partilha os mesmos valores da vaga de reacionarismo moral, político e cultural na qual coincidem católicos tradicionalistas, evangélicos das Américas, judeus ortodoxos: o horror à liberdade, o desprezo pela mulher, a homofobia, a xenofobia (de que a islamofobia e o antissemitismo são apenas exemplos).

Foi tudo isto que invocou Anders Breivik em 2011 para matar, à bomba e à metralhadora, não 17, mas 77 pessoas na Noruega – 33 eram menores de 18 anos.

Outras 329 ficaram feridas. A grande maioria jovens militantes socialistas, partidários, segundo Breivik, de um multiculturalismo que põe em causa o Ocidente. Condenações internacionais não faltaram, é verdade, e muita indignação retórica contra um populismo a que se não quer chamar racismo neofascista — mas não se viu em Oslo nenhuma concentração de líderes mundiais em protesto. Afinal, é muito mais fácil criar esta vaga de consenso contra uns fanáticos dispostos a matar em nome do islão do que contra fanáticos que o fazem em nome do Ocidente. Breivik não era filho de imigrantes muçulmanos como os irmãos Kouachi e Coulibaly, dele não se podia dizer que não era um dos nossos — ao contrário dos três franceses que, diz-se, não tinham conseguido merecer sê-lo... Por algum motivo, o Partido do Progresso, no qual Breivik fez a sua formação política, entrou pela primeira vez no Governo norueguês pela mão da direita tradicional, dois anos apenas depois do massacre. Reivindica-se do “liberalismo clássico”, de uma certa conceção do “Ocidente” de “tradição cristã”. De resto, ele partilha dessa nova tendência da direita populista europeia, onde, historicamente, nasceu e se desenvolveu o antissemitismo genocida dos sécs. XIX e XX, de apoiar indefetivelmente as guerras de Israel contra os palestinianos. A única explicação para semelhante guinada política só se pode encontrar no preconceito antiárabe e na islamofobia que os une agora a todos.

Ah!, é verdade: o PP norueguês proclamase fã de Thatcher. Não deve, portanto, haver perigo.

Historiador. Escreve quinzenalmente ao sábado

46 | PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 11 Janeiro 2015 Por Francisco Louçã

Paris neste domingo de inverno Perguntou-me alguém se me vou sentir bem, hoje, em Paris, na manifestação em que também desfilam Sarkozy e Hollande, Netanyahu e Orban, Juncker e alguma da gente que tem feito tanto mal à Europa e até ao direito de opinião.

Pois sim. Porque estou onde a minha consciência me manda, a homenagear amigos, em defesa da cultura profana. E porque sei que foi a força da liberdade dos jornalistas que obrigou esses estadistas tão caricaturados. Como acho que Bordallo Pinheiro se divertiria se visse o rei D. Carlos forçado a desbarretar-se, estou certo de que os do Charlie Hebdo desenharão o

cinismo dos que tiveram que se dobrar hoje. É da liberdade que se trata e não dos que temem o riso e a sua irreverência. Por isso, que bela que é Paris neste domingo de inverno.

12 Janeiro 2015 Por António Bagão Félix

Tudo cristalino Presidentes executivos não presidiam.

Administradores não administravam.

Conselhos não aconselhavam. Colegas não colegiavam. Decisores não decidiam.

Responsáveis não se responsabilizavam.

Conhecedores não conheciam.

Contabilistas (contabilizavam), mas não desconfiavam. Conselhos Fiscais não fiscalizavam. Revisores não reviam.

Auditores não auditavam. Controllers

não controlavam. Consultores não consultavam. Indicadores de alerta não alertavam. Avaliadores não avaliavam.

Participadas não participavam. Relatórios não relatavam.

Tudo no pretérito (imperfeito, obviamente) do indicativo. Ninguém sabia de nada. Nem no gerúndio. E muito menos no infinitivo pessoal. Tudo cristalino.

Sartre disse um dia que “o dinheiro não tem ideias”. E… memória, pelos vistos.

13 Janeiro 2015 Por António Bagão Félix

(3) CR 7 Cristiano Ronaldo foi, pela terceira vez, considerado o melhor jogador. O (2) CR 7 passou a (3) CR 7!

Na globalização sem limites, Ronaldo tem no fascínio e desafio da profissão o que outros eleitos como Eusébio, Pelé, Di Stéfano e, mais recentemente, Maradona ou Cruyff nunca tiveram com a mesma magnitude: fama e iconografia planetárias, apreço universal, dinheiro a jorro, mercado publicitário à discrição.

Ronaldo tem qualidades não habituais no português-padrão: trabalhador incansável, perfeccionista até ao limite, exemplarmente determinado, saudavelmente ambicioso. Dele bem se pode dizer uma conhecida frase: a de que “a sorte só vem antes do trabalho… no dicionário”. Além disso, não esquece nem secundariza as suas humildes origens, a sua família e a sua terra.

14 Janeiro 2015 Por Francisco Louçã

A boa moral não faz uma boa política A minha amiga Isabel do Carmo, hoje dirigente do Livre-Tempo de Arriscar, explicou a sua proposta política num interessante artigo no PÚBLICO. O seu argumento que mais me preocupa é este: “Reduzir o objectivo a uma secretaria de Estado é o mesmo do que deixar a esperança pendurada à porta, como se fosse uma segunda pele. No entanto, pode haver outra razão para que se arrisque vitórias e derrotas, rótulos e classificações.

Essa razão é ética: não podemos deixar correr este filme como simples observadores.”

A evocação da ética é surpreendente.

Quer ela dizer que os outros intervenientes

políticos “deixam correr este filme como simples observadores”? Seria absurdo pensar isso. O PSD e o PP não são “simples observadores”. O PS também não. A esquerda também não. Em que é que a ética de “não deixar correr este filme” fundamenta especificamente aquela proposta de que Isabel do Carmo é portadora? Em nada.

Ora, se isto quer dizer que a ética ilumina a uma resposta contra as outras, propondonos, em nome dela, “dançar o tango” com o PS para a tal secretaria de Estado e o mais que nos explicou, então o problema agrava-se, pois nenhuma ética pode ser a forma de legitimação de uma política. A ética identifica valores que me orientam a mim e a ti e são portanto essenciais para as minhas escolhas e as tuas; mas nem eu nem tu podemos usar o imperativo ético das nossas consciências como a determinação de uma política específica que deve ser decidida por todos, incluindo os que não reconhecem a minha ética.

A política é de uma ordem diferente da da ética: uma é o modo de deliberação de todo um povo na sua diversidade, outra é o modo de enunciação de uma particularidade, mesmo que respeite à forma como vejo os outros. Uma reside na escolha colectiva, outra mora na escolha individual.

Por isso, se a política fosse determinada pela ética do Manuel ou pela da Maria, seria totalitária, porque submeteria o outro. Na verdade, a laicização da política impõe a explicitação democrática de todas as suas escolhas, não reconhecendo qualquer fundamentação autoritária transcendental, seja religiosa, seja ética.

Há portanto, no argumento da última instância (no fim das contas, a minha política é determinada por este alto valor ético, a tua não) o perigo evidente de se colocar no lugar onde não pode ser haver debate.

14 Janeiro 2015 Por António Bagão Félix

Telemóveis desligados…

A intervenção de Machado da Cruz na comissão parlamentar BES/GES foi à porta fechada, tendo em consideração a natureza de alguns aspectos da audição que estariam abrangidos pelo segredo de justiça.

Segundo li, o presidente da comissão terá pedido aos deputados que desligassem os telemóveis, certamente por ter sido informado que, fora da sala, o essencial das declarações era conhecido logo de seguida.

blogues.publico.pt/tu

PÚBLICO, SÁB 17 JAN 2015 | 47 se os referenciais de hoje são os mais apropriados. Olhando para o passado, nem sempre, o rumo que se segue se afigura ser o rumo certo.

Como representantes do povo, alguns parlamentares terão dado um péssimo exemplo para lamentar. Que, em nada, prestigia o complexo trabalho que têm pela frente e onde alguns deputados e deputadas têm realizado um trabalho notável. Afinal, se não se consegue respeitar o segredo de justiça e o consequente carácter sigiloso (autoestabelecido), como se poderá falar do não respeito do mesmo segredo de justiça noutros contextos?

Aqueles que assim procedem põem em causa a atitude de quem cumpre as regras éticas e deontológicas de membro de uma Comissão de Inquérito, generalizando-se injustamente a ideia de que “são todos iguais”.

Finalmente, o que terá acontecido evidencia uma cumplicidade transaccional de favores entre quem informa e quem é informado, onde até podem “ganhar” ambas as partes, mas não ganham as instituições e o país.

15 Janeiro de 2015 Por Ricardo Cabral

Os referenciais ficam mas muito vai mudando (e nem sempre para melhor) Há certas formas de agir, certos consensos, que hoje fazem parte da ortodoxia e que no passado, há uma ou duas gerações, seriam consideradas inaceitáveis. Claro que, como só vivemos uma vez, e só temos como horizonte referencial o tempo das nossas vidas, é-nos difícil por vezes avaliar

Por exemplo, a propósito do Estado social: • Otto von Bismarck foi o ministro presidente da Prússia entre 1862 e 1890.

Foi ele que unificou a Alemanha do emaranhado de principados germânicos que antes existia na Europa Central, tendo sido o seu primeiro “Chancellor” entre 1871 e 1890. Otto von Bismarck era conservador e aristocrata. No entanto, foi sob sua regência e proposta que se criaram, pela primeira vez no mundo, alguns dos instrumentos do Estado social (seguro de doença, de acidentes, de reforma e de incapacidade entre 1883 e 1889) que foram posteriormente adoptados — com variações — por esse mundo fora. Um leitor notou ainda que foi a Prússia conservadora que, em 1717, introduziu essa preciosa inovação do Estado social que é a escola pública.

• Winston Churchill, outro grande político conservador e igualmente aristocrata, é considerado um dos fundadores do Estado social na Inglaterra e chegou a fazer campanha a favor da taxação da riqueza, em 1909, imagine-se.

Na actualidade, os partidos conservadores mas também sociaisdemocratas e até socialistas, embora raramente pondo em causa a continuidade do Estado social, têm-se pautado, quando no poder, pela redução do âmbito e abrangência dos programas do Estado social.

Uma evolução preocupante para quem acredita na direcção dos passos iniciados por esses grandes estadistas da História da Europa.

16 Janeiro 2015 Por Francisco Louçã

A provocação TAP Pires de Lima apresentou ontem o caderno de encargos para a privatização da TAP. O ministro foi claro: os sindicatos que romperam com a greve do Natal serão premiados com uma garantia de que, durante dois anos e meio, os despedimentos colectivos não abrangem os seus associados.

Este sinal significa que, para o Governo, a escolha dos trabalhadores a ameaçar terá um único fundamento: ou fizeram greve ou estão fora dos sindicatos do Governo.

Claro que o ministro, perguntado sobre a constitucionalidade desta trafulhice, revira

os olhos e alega que “não é jurista”. Em pose de Reagan, anuncia-se ao país como o domesticador dos sindicatos e como o torcionário da lei. Na verdade, só lho podemos agradecer. Agora, os sindicatos têm a oportunidade de impugnar judicialmente o caderno de encargos, de multiplicar o conflito contra a privatização e de reclamar o seu direito de greve.

16 Janeiro de 2015 Por Ricardo Cabral

O franco suíço abala um mito Uma das verdades de La Palice, ou uma “lapalissada” a bem dizer, é que um Banco Central tem poder ilimitado porque tem liquidez ilimitada. Pode sempre imprimir mais papel-moeda para obter essa liquidez. Como consequência lógica, um Estado soberano, com moeda própria e banco central próprio, nunca entraria em incumprimento — outra lapalissada. Ora, o Banco Central suíço, há cerca de um mês atrás, garantia que a taxa de câmbio euro-franco suíço (CHF) manter-se-ia fixa nos 1€=1,2 CHF e que não deixaria o franco suíço valorizar-se. E os “crentes” acreditavam que tal taxa de câmbio se poderia manter, porque o Banco Central suíço poderia sempre imprimir mais francos suíços.

Só que, ontem [quinta-feira] de manhã, o Banco Central suíço deu o dito pelo não dito, mudando de ideias e abandonando, de um momento para outro, a taxa de câmbio fixa. O resultado foi que o franco suíço chegou a valorizar-se cerca de 43% face ao euro, em apenas 20 minutos. Não se trata aqui do rublo ou de outra moeda de um país considerado “em desenvolvimento” mas de uma das principais praças financeiras do mundo desenvolvido, i.e., do establishment.

Depois a taxa de câmbio corrigiu algo, mas penso que ainda se irá valorizar bastante mais.

Evolução do franco suíço 0,9804 EUR -0,0249 -2,45% 11:32:01 (Forex) 1,000 0,950 0,900 0,850 0 10 Janeiro 2015 Fonte: onvista.de

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Por paradoxal que pareça, este evento pode vir a ser benéfico para Portugal por várias razões. Dois exemplos: • A Alemanha anda a namorar com a ideia de sair do euro, para deixar de ter os custos de suportar os países periféricos, criando uma nova moeda. Agora, terá muito receio de o fazer, não vá acontecer ao seu novo marco o que aconteceu ao franco suíço nos 20 minutos críticos de ontem. Pode ser que este facto amacie a sua posição negocial face à Grécia e aos outros países periféricos; • O consenso é que bastaria ao BCE anunciar que iria realizar compras ilimitadas de dívida pública para evitar que as taxas de juro da dívida pública subissem.

Ora esse mito, após o terramoto cambial suíço, deverá em breve ser testado pelos mercados. E pode ser que isso acabe finalmente com a paz podre que vigora nos mercados de dívida pública dos países periféricos da zona euro desde 2012 e precipite, finalmente, uma resolução séria e construtiva da crise que afecta o euro.

16 Janeiro 2015 Por António Bagão Félix

Um certo Islão e um certo Ocidente O que certo Islão diabolizou, certo Ocidente relativizou: o bem.

O que certo Islão espalhou, certo Ocidente consentiu: o mal.

O que certo Islão abusou, certo Ocidente corrompeu: o respeito pela vida.

O que certo Islão anulou, certo Ocidente deixou de consultar: a consciência.

O que certo Islão desviou para o mal, certo Ocidente idolatrou como fim supremo: o dinheiro.

O que certo Islão fabricou em nome do mal, certo Ocidente destruiu em nome do igualitarismo: líderes.

O que certo Islão perpetuou, certo Ocidente ignorou: a pobreza.

O que certo Islão aproveitou, certo Ocidente semeou: a indiferença.

O que certo Islão quis utilizar demoniacamente, certo Ocidente quis tornar dispensável: Deus.

O que certo Islão fanatizou por excesso, certo Ocidente banalizou por defeito: a religião.

De um lado, um obscuro e insuportável moralismo; do outro, um neutral e asséptico amoralismo. O que prova que moralismo e amoralismo podem nada ter a ver com a defesa da dignidade inalienável da pessoa humana e dos valores fundamentais da liberdade, da solidariedade e do bem comum.

udomenoseconomia/

Por Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral

SÁB 17 JAN 2015 ESCRITO “É sempre melhor que quem nos incute medo tenha mais medo do que nós” NA PEDRA Umberto Eco (1932-), escritor

Alvarinho: a guerra acabou numa paz inesperada

“Para os colonos, era nula a possibilidade de abandonar África”

Há penalizações para quem receber fundos da UE e falhar metas

O Minho viveu uma das mais apaixonadas querelas rurais dos últimos anos p16/17

Estudo cruza histórias de vida com a história da colonização e descolonização p24/25

Parceiros sociais vão poder dar sugestões sobre o sistema de incentivos p14

Robô Beagle 2, perdido em Marte, encontrado...

11 anos depois Exploração espacial Ana Gerschenfeld O robô europeu desapareceu na descida para o planeta vermelho.

Agora foi localizado, pousado na superfície Uma cuidada e paciente análise de imagens do local, em Marte, onde o robô Beagle 2 deveria ter pousado, põe termo a um mistério que dura desde finais de 2003 sobre o destino daquele aparelho. E permite concluir que o problema não foi uma aterragem falhada, como se pensava até agora, mas uma falha no desdobramento dos seus painéis solares, anunciou em comunicado a Agência Espacial Europeia (ESA).

O Beagle 2 foi construído pelo Reino Unido e viajou para Marte a bordo da sonda Mars Express da ESA. Deveria ter aterrado na superfície marciana a 25 de Dezembro de 2003, mas nunca enviou notícias para a Terra.

Foi dado como oficialmente perdido a 11 de Fevereiro de 2004.

Em 2005, a agência espacial norte-americana NASA lançou a sua sonda Mars Reconnaissance Orbiter.

E a partir de 2006, a câmara de alta resolução a bordo deste satélite, a HiRISE, começou a fotografar a su-

Beagle 2 na superfície marciana perfície de Marte. São essas fotos que a equipa do Beagle 2, em colaboração com a NASA, tem estado a analisar há anos, numa procura que culminou agora, com a descoberta do robô desaparecido.

As pequenas dimensões do robô — menos de dois metros de envergadura com os seus painéis solares abertos — poderiam ter comprometido a sua detecção, tanto mais quanto o Beagle 2 se encontra “numa configuração [só] parcialmente desdobrada”, lê-se num comunicado a Universidade de Leicester (Reino Unido), cujos cientistas participaram na sua construção. Mas mesmo no limite do seu poder de resolução, a HiRISE permitiu identificar imagens

de um objecto “compatíveis com o tamanho e a forma do robô” a menos de cinco quilómetros do centro da zona de aterragem prevista.

O problema com os painéis solares, refere ainda o documento, “pode explicar por que nunca foram captados quaisquer sinais ou dados vindos do robô, na medida em que teria sido preciso que os painéis solares estivessem totalmente abertos para que a antena do robô ficasse exposta e fosse capaz de transmitir e receber dados”.

Para os envolvidos, a descoberta do Beagle 2 prova que o robô conseguiu efectivamente pousar em Marte.

“O Beagle 2 foi mais bem sucedido do que pensávamos”, diz David Parker, da agência espacial britânica, citado no mesmo documento.

“Fico encantado por termos finalmente encontrado o Beagle 2 em Marte”, diz Mark Sims, da mesma universidade britânica, que participou no projecto desde o início.

“Desde 2003 que, todos os Natais, eu me perguntava o que teria acontecido. O meu Natal de 2003 e o de muitos outros que trabalhavam no Beagle 2 foi estragado pela desilusão perante o silêncio do robô. E, para ser sincero, já tinha desistido de algum dia o vir a saber.” O líder do projecto, Collin Pillinger, da Universidade Aberta britânica, morreu em Maio de 2014.

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1.º Prémio

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SOBE E DESCE Museu de Arte Antiga Os museus e monumentos da Direcção-Geral do Património Cultural atraíram no ano passado mais 100 mil visitantes em relação a 2013 e ultrapassou-se a barreira dos 3,5 milhões de entradas. Nesta contabilidade, e falando dos museus, o Museu dos Coches perdeu a liderança dos últimos anos para o Museu Nacional de Arte Antiga. Nos monumentos, o mais visitado continua a ser os Jerónimos. (Pág. 25)

Pedro Santana Lopes A procissão ainda vai no adro e talvez seja ainda cedo para se contarem espingardas, mas os apoios à volta do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa sobre a provável candidatura à Presidência da República começam a surgir. Há uma primeira vaga que integra alguns autarcas sociais-democratas e tudo aponta para que mais apoios apareçam nos próximos dias. É ainda cedo para se saber qual será o candidato do PSD, mas Santana Lopes agrada claramente a alguns sectores do partido. (Pág. 6)

Anabela Rodrigues Anabela Rodrigues continua a cultivar uma atitude low profile herdada da sua prestigiada carreira académica. Quase não se dá por ela, mas foi já no seu consulado que foi aberto e concluído um inquérito ao caso dos vistos gold. Agora, discretamente, convidou o PS para acertar estratégias sobre o combate ao terrorismo. A ministra mostra assim saber que questões como esta têm de ser tratadas sigilosamente pelos dois partidos que têm alternado no poder desde o 25 de Abril.

(Pág. 5)

Pedro Mota Soares Com o polémico processo do envio de mais de 600 trabalhadores do Instituto da Segurança Social para a requalificação a decorrer, o ministro da tutela vê a justiça a envolver-se, obrigando o ISS a divulgar até ao final do mês quem está contratado em regime de outsourcing em determinadas áreas que, diz o tribunal, poderiam ser desempenhadas por alguns funcionários que estão naquela lista.

(Pág. 13)

A crónica de Vasco Pulido Valente voltará a este espaço durante o mês de Janeiro Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares E-mail publico@publico.pt Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Urbanos Press – Rua 1.º de Maio, Centro Empresarial da Granja, Junqueira, 2625-717 Vialonga, Telef.: 211544200 Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Dezembro 34.191 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem PUBLICIDADE

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