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O sentir-se pertencente estratégias de vinculação dos aprendizes junto às empresas parceiras

Sabrine de Jesus Ferraz Faller*

A Associação Canoense de Deficientes Físicos - ACADEF - é uma organização não governamental filantrópica que há mais de 37 anos articula assistência social, inclusão social e reabilitação, que desenvolvem as potencialidades da pessoa com deficiência e outras minorias. Sendo uma Instituição que atua e concretiza ações sob a luz da sua missão: “Desenvolver, capacitar e ocupar o potencial da pessoa com deficiência (PCD), na perspectiva da inclusão, da cidadania e qualidade de vida”, a ACADEF propõe, como um de seus projetos, a aprendizagem profissional, mantendo o foco nas pessoas com deficiência, oportunizando através do Programa Aprendiz a inserção destas no mundo do trabalho. Ao estabelecer parcerias para a realização do Aprendiz, a ACADEF busca uma atuação de proximidade efetiva entre Instituição e as empresas, para que dentro das nossas articulações, busquemos, em conjunto, um ambiente de inclusão e pertencimento naquele espaço profissional para os alunos. No artigo da Revista de Aprendizagem na edição de 2020, ao tratarmos das atividades a distância, já havíamos mencionado a manutenção do vínculo por parte dos aprendizes durante o curso, devido isolamento social imposto pela pandemia: “Um ponto forte da interação virtual foi conseguir o estabelecimento e o fortalecimento do vínculo entre todos participantes do curso”. E com a decisão das contratantes, ainda, do afastamento presencial das nossas 02 turmas de aprendizes, respeitando as legislações vigentes decorrentes da pandemia, surgiu um novo desafio para o ano de 2021: criar vínculo entre os aprendizes e as empresas parceiras, pois não houve possibilidades de atuarem de forma presencial dentro dos seus locais de trabalho. O sentimento de pertencimento nessa fase de construção profissional é muito importante para os aprendizes, sentir-se parte da empresa é fundamental no processo de aprendizagem, e para pessoas com deficiência é um fator decisivo na inclusão profissional. Dentro dessa percepção, da necessidade de vinculação dos aprendizes com as organizações, estabelecemos a estratégia de realizarmos atividades síncronas com a participação dos responsáveis, dentro da empresa, pelos programas de aprendizagem e inclusão e/ ou colegas de setores, onde foram realizadas sensibilizações e reuniões para que os aprendizes trocassem ideias, sugestões, e externassem seus anseios e expectativas. Os colaboradores das empresas parceiras buscaram estabelecer, durante as atividades, relações com os aprendizes, incentivando-os a participar através de suas falas, escutando-os de forma efetiva e trazendo-os mais para dentro do meio corporativo. Para a aprendiz Paola Silveira, dialogar com os colegas da empresa foi importante, pois ao realizar determinada tarefa já os conhecia e “foi supertranquilo, pude agir com naturalidade” (SIC). Essa interação de modo virtual, nesse período de distanciamento em que os alunos não tiveram a oportunidade de experienciar o dia a dia dentro de uma empresa, foi essencial para estabelecer os vínculos necessários entre aprendizes e empresas, fortalecendo o sentimento de pertencimento dentro do espaço profissional.

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Sentir-se parte da empresa é fundamental no processo de aprendizagem, e para pessoas com deficiência é um fator decisivo na inclusão profissional.

*Graduada em Dança, pósgraduada em Educação de Surdos; Administração, Supervisão e Orientação Escolar; Políticas e Gestão em Serviço Social; pós-graduanda em Antropologia Brasileira; Mestre em Educação. Atua na gestão do Serviço Social - ACADEF.

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