Renovação sertaneja
Os ritmos que motivam os exercícios físicos
Maykon & Rangel lançam segundo CD com um pé no Sertanejo Universitário e outro na Música Raiz A gaita ganha espaço entre jovens músicos
Quando a música e a religião se unem
Entrevista: Clemente, um dos papas do punk
Orquestra da UFSM toca na Catedral de FW
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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Educação Superior Norte RS Curso de Comunicação Social Jornalismo Laboratório de Jornalismo Impresso II Orientador: Professor Mestre José Antonio Meira da Rocha <joseantoniorocha@gmail.com> Editor: Marcos Corbari <marcos.corbari@gmail.com> Diagramação: Ébida Rosa dos Santos <ebida_santos@hotmail.com> Reportagem: Angélica Aires <licaaires@hotmail.com> Viviane Carla Vendrúscolo <vivi.rai13@hotmail.com> Catiane de Medeiros <k_ana@hotmail.com> Colaborador: Cadré Dominguez Observações: Os enunciados pronunciados pelos entrevistados na redação das matérias integrantes desta publicação não refletem necessariamente a opinião dos alunos realizadores, do orientador ou mesmo da Universidade. Os espaços publicitários foram destinados para mídias sociais. Duas exceções foram inseridas veiculando eventos musicais que serão realizados em Frederico Westphalen, mas sua veiculação também se deu de forma gratuita e sem menção a patrocinadores.
Editorial
Índice
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Marcos Corbari
Pá
Estou confuso. Ou melhor, estamos. Cuca fundi da. Fundidos (please, sem segundas interpreta co Pág ções). O mundo gira e o filme segue, sem ns . 8 muitos intervalos comerciais para corrermos ut as M ao banheiro descarregar as influências at úsi ra ca que consumimos ao longo de cada dia. vé C s d ri s São tantos os aspectos necessários a a t ã: Pá ad r reflexão na leitura de mundo dos futu evo g. 1 or en 4 lui aç ov ros jornalistas (ou comunicólogos, Am ão aç úsi como preferirem) que a confusão ão cal de se estabeleceu na hora de decidir ida de os rumos editoriais deste projeto sem p re de publicação. Mas a resposta P ág. 1 veio da Sessão da Tarde. A TV histór 8 Uma ia noit e ligada em meio a discussão p a ra ficar n prépauta que já se estendia a exaustivamente, foi o fator de cisivo para um ponto final as sertivo entre todos os ! Pág. 22 Você, na "Mira do Rock" membros. O que seria dos Go onies sem Goog Enough de Cindy Lauper? Sim!!! O que se te me n e ria do filme de nossas vidas l mC o c sem uma trilha sonora??? Yes!!! a vist e r t Vamos fazer uma revista sobre a En 6 ait 2 música então!!! E lá vem mais . g g Pá ent o da debate para escolher seu nome e m i a c s r Na le pautar suas editorias... Porém se ga A agora você está clicando com seu 0 3 mouse para atravessar essas pági g. Pá nas, significa que ela deu certo. Ou talvez tenha dado muito errado. Você, leitor, é quem define. Para começo de conversa é preciso di zer que a revista é sobre música e ponto. Ou seja, não esperem encontrar dedicação exclusiva de nossos repórteres a este ou aquele gênero musical. Das harpas egípcias aos sintetizadores da Nasa, tudo pode ser pauta. E é. Nesta primeira edição falamos de rock, religiosidade, música sertaneja, gauchismo e outras cositas mas. Sejam bem vindos. Estejam prontos para estar juntos (com) e misturados (fusão). g.
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Especial
Surpresa sertaneja Texto: Marcos Corbari Fotos: Ébida Santos Um show e tanto. Apreciadores da músi ca sertaneja, tanto os mais tradicionais quanto os adeptos do chamado “sertanejo universitário”, lotaram o Ginásio de Espor tes de Seberi para prestigiar o lançamento do segundo CD da dupla Maykon e Ran gel, que se apresentaram contando com a presença de seus padrinhos no mundo ar tístico, Teodoro e Sampaio, nomes já con sagrados no país entre os de maior prestígio no gênero. Para os fãs da du pla, que acompanham a trajetória dos me ninos desde os primeiros acordes, o sucesso do show foi a confirmaçào de uma expectativa antiga. já para quem não conhecia a nova dupla e foi até o ginásio seberiense para conferir os veteranos Te odoro e Sampaio, assistiram a uma das melhores surpresas do ano.
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De um lado os dois jo vens, esperançosos com o início da carreira que tende a ser promissora. Do outro, os dois veteranos, contando na trajetória com um casting de dezenas de sucessos, 18 discos de ouro, quatro de platina e dois de platina dupla. Novatos e veteranos apresentaramse para o mesmo público, formado por cerca de dois mil fãs muito animados, provando ao vivo os motivos que le vam o gênero sertanejo e suas vertentes a mobilizar uma legião de apreciadores pelo país a fora há pelo me nos cinco décadas. Maykon e Rangel centra ram sua apresentação no repertório do novo CD, mesclando as novidades com sucessos do primeiro trabalho e também com mú sicas que se transformaram em grandes hits com outras duplas.
As novas canções dos ga rotos foram aprovadas com louvor neste primeiro teste, muitas delas sendo canta das do início ao fim. “O fato de os fãs conhecerem as canções antes mesmo de o CD estar disponível no mer cado comprova que as emissoras de rádio da re gião têm muita força junto ao público”, comentou o ge rente da Rádio Seberi AM, Jéferson Carvalho. O show foi todo em ritmo de muita energia e emoção, com di versas referências ao fator local e a importância de se valorizar as raízes. Suces sos como “Dinheiro fora” e “Cascavel” agitaram o públi co. Teodoro, que iniciou sua carreira em meados dos anos 60, ainda com o antigo parceiro, Zé Tapera, compa ra a longevidade de sua car reira frente à expectativa dos pupilos que estão lan
çando o segundo trabalho: “É preciso saber administrar a carreira, buscar novidades no tempo certo, manter o fo co no profissionalismo e na humildade. Os meninos têm muito talento, tem tudo para fazer muito sucesso”, expli cou. Sampaio, que passou a in tegrar a dupla com Teodoro no início dos anos 80, tam bém deixou a sua dica para os dois jovens: “Ter carinho com os fãs, respeitalos e sempre dar atenção. Eles são o motivo maior de a gente estar no palco cantan do”, apontou o músico. Rangel, que é seberiense, estava feliz e emocionado ao final da apresentação: “Esse é um momento muito especial para nós, estou em casa, recebendo o carinho da família, dos amigos, de toda a comunidade. É muito emocionante mesmo, só te nho a agradecer a cada um,
essa é uma noite que nunca vou esquecer”. A impressão positiva tam bém foi destacada pelo jo vem Maykon, natural do município de Erval Seco. “É muito bom tocar aqui, na ca sa do meu parceiro, rece bendo tanto carinho e calor humano dessa plateia mara vilhosa”. A parceria, que já garantiu à Maykon e Rangel a partici pação no programa de tele visão “Amigos do Teodoro e Sampaio”, exibido pelas re des Bandeirantes e Record News, também está expres sa em uma das faixas do novo disco, “Fora de sério”, composta especialmente a pedido de Teodoro para inte grar o álbum dos afilhados. O CD, que agora já se en contra disponível para a venda nas melhores casas do ramo, foi gravado em São Paulo, através da Gar ça Produções.
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Religiosidade
r C a c MĂş s i a t u d Co n
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Texto: Catiane de Medeiros
A
música por si só já tem o grande poder de transformar, de aquietar. A musica na Igreja hoje, é grande potencia e ar ma na adoração Divina, e é através dela que consegui mos o estendimento da mão de Deus, tendo bênçãos e revestimentos de conduta. A música ainda é um instru
Fotos: Clown e Corbari
mento que Deus tem para le var a sua Igreja até sua pre sença. A de adoração, por exemplo, tem um poder mui to grande de levarnos a um quebrantamento na presen ça divina e até mesmo as vezes ao arrependimento. Tudo depende da inspiração da musica, pois existem três tipos de inspiração: A divina,
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Uma boa forma de louvar a Deus é através da música. A Bíblia diz em Salmos 33:13: “Regozijai vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o louvor. Louvai ao Senhor com harpa, cantailhe louvores com saltério de dez cordas. Cantailhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.”A própria palavra de Deus diz que a adoração à ele é ato que voltará o Seu olhar sobre aquele que a fizer. Sabe se que essa prática existe desde os tempos mais remotos, a começar com a comprovação que a própria Bíblia faz com a palavra.
a humana e a satânica. Quando divina, transforma, liberta e cura, pois é um meio de Deus agir na vida das pessoas. Através da mu sica se é ministrado o poder, a misericórdia e o amor de Deus, e ela está em todos os lugares e assim está tam bém a palavra e a liberdade de Dele agir na vida de uma
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pessoa. Cristiano Hartk, vocalista da banda Vitória diz que isso vale para qualquer religião. “Até mesmo porque religião salva ninguém. Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida e somente por Ele Chega mos ao Pai. E a Igreja do Senhor somos Nós.” A banda Vitória foi criada em 2007 dentro de uma co
munidade terapêutica. Por isso não possuem uma de nominação religiosa e sim, o ecumenismo. Por conta dis so a música da banda é to cada em igrejas católicas, evangélicas, eventos de pre feituras, campanhas contra drogas, entre outros mais. O propósito da Vitória não é apenas fazer música, é ale grar a Jesus, “pois foi ele
quem morreu na cruz por nós”. Cristiano cita uma ex emplo de como a música de Igreja tem o poder de reno vação: “No aniversário de 15 anos de minha irmã era só musica mundana e todos be bendo. Então senti de fazer uma homenagem a minha ir mã, meu irmão e meus pais. Toquei a musica do Regis Danese ‘Faz um milagre’ e ate ministrei durante o louvor e não teve quem não foi to cado pelo espírito de Deus.” A musica tem este po der, porque não é simples mente um ser humano cantando, é Deus falando aos corações daqueles que necessitam Dele, e “o mun do não tem nada a nos ofe recer”. Sabese que a música na igreja se populari zou e como instrumento de adoração toma uma reper cussão que atinge a todos os que crêem em Deus. Mui tas Igrejas, de diferentes reli giões, possuem dentro de si uma equipe responsável por levar a palavra através da Música aos participantes dos Cultos, Missas, Encon tros, Concentrações e o que for e remeta a Adoração Di vina. O Rock'n'Roll que não é do diabo Sabese também que existem muitas bandas que são Cristãs, bandas de gê neros como Grindcore, Post Hardcore, Metalcore, entre
11 outros. Existem aquelas que não são totalmente Cristãs, porém alguns integrantes são e mostramse cristãos apaixonados. É o caso de Luiz Fernando Ca margo, vocalista da banda de Post Hardcore Declinio e deixa bem clara sua posição frente à música que faz , sua banda e as coisas de Deus: “A Declinio não é uma banda cristã por que somente eu sou conver tido. Sei que Deus tem um propósito e algum plano pra gente. Isso é confirmado em meu coração, por isso conti nuo na banda. Já larguei eles em momentos que eu não entendia bem sobre as coisas de Deus. Hoje eu sei que posso ter uma banda com pessoas que não são convertidas e não me cor romper, passar uma mensa gem legal. E quem sabe a vida deles um dia encontre o caminho, caminho da verda de e vida!” A exemplo de consci ência da importância da mú sica para louvar e Adorar a Deus, Luiz diz que a música Gospel, é uma música que resgata valores cristãos e não é diferente o que ele procura passar com a Declí nio. Como ele é o letrista, admite que acaba tendo uma tendência por que “não há como fingir uma realidade
para escrever”.Escreve coi sas que realmente são ver dadeiras e quer usar as letras como veículo de cons cientização, não usando de
O Rock não é do diabo. coerção, mas de conscienti zação que a Bíblia traz sobre união, princípios de paz e uma vida instrumentalizada no bem, voltada ao bem es tar do outro e não do si pró prio. O garoto tem uma grande preocupação com o conteúdo das letras. Para ele não basta ter um 'conteú do'. Devese ter um conteú do que possa mostrar a realidade e ainda encami nhar à solução. Bandas cristãs, de rock e suas vertentes, por exem plo, não sofrem preconceito segundo Luiz, pois as ban das que são mais ouvidas e que mais influenciam no esti lo são as cristãs. “Gloria a Deus porque antigamente ti nha aquela frase "O rock é do diabo”. Rock é uma ex pressão musical mais diver sa que existe, é uma arte, é um dom, e o dom provem de Deus e para Ele deve voltar. Hoje há bandas cristãs ati vas (bandas até Proselitis tas) que são verdadeiros
ministérios! O povo não dá o valor que bandas Cristãs merecem. Graças a essas bandas cristãs e eu sinto como um detalhismo de Deus fizeram essa frase ser antiquada e de um religiosis mo quase arcaico.” Enfim, bandas Gospel, corais de Igrejas católicas, bandas de rock cristãs que destinam letras a Deus, ou apenas bandas Cristãs, en tre outros que envolvem a música e adoração divina, todas tem um modo de exe cutar esta adoração. Um mo
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12 do dito em forma, pois o con teúdo passa a ser o mesmo em alguns aspectos. A inten ção é também a mesma: Adoração e Louvor à Deus. Sabese que é importante a música na Igreja. Isto é Bíbli co, é a palavra de Deus, por isso deve ser uma prática comum a todos que crêem. Para finalizar, Luiz manda um recado pra todos os leitores da (Com)Fusão: Deixo uma mensagem escri ta em João 8.32: "... e co nhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jesus
disse que somente através da verdade que seriamos li bertos. Vá atrás da verdade, se informe, se politize e se conscientize. O que assola a juventude hoje é a "falsa sensação de liberdade”. Fui um adolescente assim, bri gava com a minha mãe para poder sair de casa aos 14 anos pra varar a noite na rua, e eu dizia: “sua geração lutou por liberdade contra a ditadura militar e hoje você não deixa eu usufruir disso”, ‘xingava’ ela de opressora e ditadora. (Risos) Mas eu es
tava completamente errado, porque estava saindo da proteção da minha casa para me escravizar no álcool, nas drogas e prostituição. Me en ganei pela falsa sensação de liberdade! Liberdade não é você fazer o que você quiser a hora que você quiser e simplesmente você encon trar a paz! E a verdade é o único caminho que te leva a verdadeira paz e não a indi ferença aos problemas. Conscientizese e instrumen talizese no que é bom. Shallom HalelluJah!
Os cristãos da banda Declinio não tem vergonha de tocar diretamente para Deus
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A mu si cal i d a
Mutação
e d e semp re
Sabese que mudaram alguns aspectos sobre a produção de música e as características das bandas que surgem constantemente para aquelas que atuavam nos anos 50 ou 80, por exemplo. Para falar sobre o tema, contatamos o vocalista da banda Rock Drive e produtor musical e de eventos, Irwin Rocha. Ele é a voz da experiência em tudo que é relacionado à música e explica as diferenças daquelas produzidas pelas bandas atuais e antigas e outros fatores que a envolvem.
Texto: Catiane de Medeiros Foto: Arquivo pessoal Música: mercadoria
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Os anos 90 foi a última década de realmente artis tas, de inspirar musicalidade, acabando no Nirvana. Hoje existem grupos e músicos muito bons como Muse que toca uma música que real mente não é prostituída, que é arte. Temos o Mika, que pega um estilo pop mistura do com George Michael, El ton John. Existe também o John Mayer, que faz um esti lo mais Folk, Soul e Blues. Contudo, são coisas muito pinceladas que se misturam e esbarram no meio de uma grande prostituição merca dológica, por que a música
virou um produto. Na década de 50 a meados de 60 temos o Roc kabilly: Elvis Presley, Chuck Berry, Bill Haley, Jerry Lee Lewis, entre outros. Na épo ca de 70 temos a disco mu sic. Nos anos 80 temos o Hard Rock. Sempre terá um mercado. Só que antigamen te o mercado não era basea do só em venda. Ele era baseado na diferença, na ex pressão artística. Hoje, o mercado é baseado em ven der um produto. As bandas tem que se preocupar muito mais no tênis que vai calçar, na calça que vai botar, no cabelo que vai cortar do que no som, por que o som é
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uma cópia “Ctrl+C” e “Ctrl+V” de tudo. Bota talvez um tecladinho aqui, uma ba tidinha ali, mas no final é a mesma coisa, não muda. Principal diferença Envolve a questão da globalização, da concorrên cia e da evolução. Não que a música de hoje é pior do que a de antigamente, mas a tendência mercadológica que se criou em cima disso levou pra que fosse assim. Por exemplo, se colocasse o Fall Out Boy para tocar na época do Beatles, o Beatles seria ninguém, por que o Fall Out Boy é infinitamente mais bem feito, produzido com acordes mais trabalha dos, vocal mais afinado. Só que o Fall Out Boy barrando perto dessas bandas do es tilo deles, acabam tendo seu brilho ofuscado e em nível de mercado não tem tanta moral. O mercado consumi dor evoluiu pra um lado ruim e isso tende a fazer com que as bandas passem a ser ruins. Não que as ban das não tenham capacidade de fazer música no nível que era feito no passado, mas é que o futuro e o presente, não consomem o passado.
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Precária e perecível A situação atual dentro de um cenário mundial é caótica, é precária, é ridícu la. As bandas underground são bandas mais verdadei
ras e mais sinceras e duram mais tempo. Mas bandas co mo McFly, Jonas Brothers, Miley Cyrus não vão existir daqui um ano, por que é for çado demais a imagem do artista e o tempo dele é total mente perecível. O público vai ficando mais velho e a cada ano que passa vai re cebendo uma bomba de coi sas novas e vai trocando, vai evoluindo perante o mercado e regredindo perante pes soa. Em termos de produção é tudo feito estrategicamente para dar certo. O conteúdo é totalmente vazio e maioria das músicas hoje não tem nada. A receptividade do pú blico é voltada à moda e a parte de divulgação é sim ples: tem que se usar todos os artifícios possíveis para fazer aquilo chegar até o pú blico: visual, marca de rou pa, griffes, tênis, propaganda, capa de cader no e o que for necessário para se empurrar aquele produto humano pras pesso as, deve e vai ser usado. Is so é uma tendência de mercado, então isso não vai acabar. A tendência é piorar cada vez mais. Os grandes eventos, os grandes artistas e as déca das trouxeram muita coisa para a música. E o mais im portante que tem que se res gatar hoje é essa necessidade de se obter cultura por cultura, de se ter uma coisa por que você gos
ta. Isso tudo vai voltar quan do as pessoas começarem a se reunir de novo pra ouvir um disco, bater um papo, to car um violão, ir num barzi nho ouvir uma música ao vivo, fazer coisas que tra gam esta cultura de volta. Devese voltar a amar as coisas como elas realmente devem ser amadas; e não utilizar as coisas como um produto descartável que vem e que vai. Qualidade das bandas Da década de 80, 90 pra cá, o que mudou foram as bandas. As de hoje, são melhores. Bandas como Pa ralamas do Sucesso tinham algo a dizer, boas letras, boa composição musical, boa di versidade de estilos musi cais dentro da própria música. Tínhamos grandes ícones como Renato Russo e Cazuza. Porém há muito ‘lixo’ como RPM, Plebe Ru de, Capital Inicial, e uma ga ma de artistas pops vendidos da época, que são iguais ao que é hoje em dia o NX Zero, por exemplo. O Jota Quest e Skank são as bandas pop e under ground que mais proporam estudar novos timbres, no vos equipamentos, instru mentos, e adequar isso a tecnologia. O Rapa é talvez a maior banda que já existiu dentro do Brasil. É de exce lência mundial com grandes letras, melhores que as ban das lá de fora. É quase o
Slipknot brasileiro, pois mis tura muita coisa boa. Nas novas também tem coisas boas, como a Fresno, que na parte instrumental já dei xou outras bandas para trás. Porém temos muitas coisas ruins, como Restart, Cine, Replace, Hori, muita coisa que não tem nada a dizer. É uma música de verão, é um Felipe Dylon de novo. Estrutura Estruturalmente, nas bandas antigas e as novas, o que muda é a tecnologia. No Brasil não é cultura ter bandas. Tem gente apresen tando uma música. A cultura brasileira é de chacoalhar, dançar, curtir, beber muita
cerveja e pegar geral. E isso nunca vai mudar. Antigamen te você tocava por tocar, não tocava pra fazer sucesso por que antigamente a musica era marginalizada. O guitar rista era o ‘porta voz do in ferno’. O cara que tocava muita guitarra na frente dos adolescentes, era a melodia do capeta. Na época de El vis Presley, ele foi proibido de tocar em 24 estados dos Estados Unidos por que as musicas dele incentivavam os jovens a fazerem sexo. Antigamente amavase a música, hoje em dia não. Hoje em dia amase o di nheiro. Algumas bandas de hoje amam a música, lógico, mas logo elas são rotuladas
pelo sucesso que aquilo dá e ela começa a querer mais. As próprias bandas começam a comprar mais show, mas entrevistas. Hoje se vê artistas e produções de artistas cobrarem de fãs R$ 1.500 por um almoço, R$ 500 por uma foto, R$ 400 por um autógrafo. É um produto e o artista gosta disso por que é mais Ferra ri, é mais mansão, é mais jatinho, é mais casaco de pele, então virou um merca do, e o artista virou um pro duto. As bandas de antigamente tinham uma essência: Tocar cada vez melhor, fazer músicas cada vez mais difíceis de serem executadas pra provar que eles eram realmente muito bons e eram os melhores do planeta, por que eles eram os melhores do plane ta naquilo que eles faziam. Hoje buscase o que é necessário para se fazer sucesso. Antigamente a musica era colocada como uma arte de expressão e de colocar uma experiência e uma idéia em cima de uma letra. Os músicos e artistas usavam sua arte para se expressar a nível de uma coisa crítica e moral. Hoje em dia não. A música virou uma grande melodia para acompanhar alguma coisa. Existem bandas hoje que fazem isso, mas essas ban das correspondem a nem a 10% do sucesso do merca do.
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Erudito
Uma noite para
Dentro da programação do cinquentenário d Maria (UFSM) trouxe até Frederico Westpha foi realizada no interior da Catedral Santo A ordem por parte do púb
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Texto: Marcos Corbari e Angélic
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ficar na história
da instituição, a Universidade Federal de Santa alen a sua Orquestra Sinfonica. A apresentação Antonio e mereceu adjetivos positivos de toda blico que se fez presente.
ca Aires Fotos: Ébida Santos
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m dos mais belos espetáculos da história de Frederico Westphalen. Com a licença dos adjetivos, essa expressão serve bem pa ra definir o que foi o concerto proporcio nado pela Orquestra da UFSM na noite da última sextafeira, 29, no interior da Catedral Santo Antônio. O ato, praticado em alusão aos 50 anos de fundação da Universidade Federal de Santa Maria, atraiu cerca de 300 pessoas, que não se importaram em enfrentar a chuva que caiu durante boa parte do dia na cidade. A orquestra interpretou 12 músicas em cerca de 1 hora e 30 minutos de show, precedido por discursos do prefeito municipal José Alberto Panosso, do vice reitor da UFSM, Dalvan Reinert, e do di retor do Cesnors, Genésio Mário da Ro sa. Além de peças eruditas, os músicos regidos pelo maestro Ênio Guerra, não deixaram de lado o cancioneiro popular, mesclando a autores imortais como Mo zart, Vivaldi e Verdi, a obras do cancio neiro gaúcho, como o Canto Alegretense, de autoria de Bagre Fagundes. Superou as minhas expectativas, eu só tinha visto uma orquestra pela tele visão, vendo aqui na minha frente e ou vindo ao concerto, eu só consigo resumir esse momento em uma palavra, fantásti co – comentou a estudante, Renata Ri boli. O diretor do Cesnors, Genésio Ma rio da Rosa, mostrouse satisfeito ao final do espetáculo. “O adjetivo certo para um momento como este é maravilhoso. Esta é uma noite muito especial para a univer sidade e também para toda a comunida de que nos recebeu tão bem nestes 4 anos de atividades do nosso centro”, co mentou, afirmando ainda que a comuni
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21 dade deverá notar cada vez mais o en volvimento da UFSM através das ativida des de ensino, pesquisa e extensão. “Pretendemos estender cada vez mais as ações e fazer valer a missão da uni versidade pública que é contribuir para o desenvolvimento das comunidades”, completou. O vicereitor, Dalvan Reinert, teceu fortes elogios à Orquestra, qualificandoa como motivo de orgulho para a institui ção: “Esse é um grupo que recebe todo o nosso apoio e carinho, que nos traz mui to orgulho por onde se apresenta levan do o nome da UFSM”. Dalvan agradeceu ainda todos os esforços empreendidos pelos organizadores locais do concerto, tanto os integrantes do Cesnors, quanto aos voluntários, membros dos poderes públicos, imprensa e, em especial, aos gestores da Catedral Santo Antonio. “O bispo Dom Antonio e o Padre Leonir me recem nossa gratidão e o nosso reco nhecimento por administrar esse templo religiosos que é uma verdadeira obra de arte. Ficamos muito felizes em saber que nossa orquestra teria a honra de se apre sentar aqui dentro”, finalizou. O prefeito José Alberto Panosso agradeceu a universidade pela oportuni dade oferecida ao público local. “Não é todo dia que temos uma orquestra tocan do em nossa cidade, e, podemos afirmar com toda certeza, foi um dos espetácu los mais lindos que já passou por aqui”. O prefeito comentou ainda a importância da presença da UFSM no município: “A relevância de todas as ações que estão sendo desenvolvidas pelo nosso Ces nors é muito grande, por isso nos empe nhamos em ajudar e participar de tudo que se faz necessário sempre que so mos chamados”.
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Heavy Metal
Você, na "Mira do Rock!"
Rock’n’roll e suas constantes buscas por liberdade, espaço e acolhimento por parte de quem o tem como devoção. Aqui em Frederico Westphalen, o público foi presenteado com o ‘Na Mira do Rock’, evento que está mudando aquela realidade antiquada de ‘falta de olhar’ para tudo que é produzido em termos de música e entretenimento local e regional.
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23 Texto: Catiana de Medeiros Fotos: Carlos Domingues
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Na Mira, o rock no rádio ste que em março de 2011 completa sete anos no ar, é forte base para quem quer descobrir o que acontece de novo no mundo roqueiro e tudo o que está relacionado à ele. O programa ‘Na Mira do Rock’ é transmitido todos domingos das 21 as 24 h. São exatas três horas ao vi vo pela rádio Comunitária 97.9 FM , tendo a sua pri meira hora destinada a programação de rock em su as mais variadas vertentes: rock nacional, internacional, ainda com apresentação de “demos” de bandas, singles novos de bandas alternati vas ou mais comerciais, “sem exageros”. Há também a participação do ouvinte pe lo telefone e email solicitan do músicas e muitas vezes entrevistas ao vivo (com di reito a canja) de bandas da cidade, região ou músicos que passam por aqui. A se gunda hora é marcada pelo classic rock, com direito a “especiais” de bandas clás sicas e as vezes sorteios de brindes relacionados ao rock. A última hora dá espa
ço ao som mais pesado e to dos seus subgêneros. Na Mira do Festival O popular Fuga, idea lizador do evento, diz que a idéia de organizar a celebra ção ‘Na Mira do Rock’, sur giu a partir do aniversário de primeiro ano do programa de rádio de mesmo nome. A primeira edição teve apenas uma banda local co mo atração: a Snakes. En tretanto, juntamente com esta, houve a idéia de au mentar o cast para as próxi mas edições, fazendo dela um festival que oportuniza bandas de muitos “cantos” mostrarem seu trabalho. Partir de então, bandas de todos estados da região sul do país, já tocaram no even to, totalizando 17: Snakes, Steel Pussy, Acid Drops, Infi nity, Horyon, Rosas em Cha mas, Trévus, Tierramystica, Corax, Datavenia, T.S.F, Scarpast, Scelerata, Paul Di' Anno, Anlis, Excellence e Sabre. Fuga ainda explica que a intenção do evento é fortalecer a cena rock em to das as vertentes possíveis, fazendo com que o pessoal do rock interaja pessoalmen te com rockers de diversas cidades, também oportuni zando às bandas a chance de mostrarem seu trabalho, não só de cover, mas autoral
e, é claro, fomentar o gosto pelo programa radiofônico ‘Na Mira do Rock’. Para maior festividade, frizase que o evento está a par de realizar sua sétima edição. A mais recente ocor reu em março deste ano, mês no qual o programa ani versaria, e que esse talvez seja o mês certo para a rea lização do evento, mas as edições já ocorreram em di versos meses (março, julho, setembro), conforme as dis ponibilidades de cada ano, tendo em vista critérios co mo: o calendário de eventos, disponibilidades das atra ções, entre outros quesitos. Como incentivo à mais, um dos meses mais interessan tes para trabalhar o festival seria o mês do rock (julho), porém, se não fosse tão frio e com tantas mudanças bruscas no clima, o que aca baria por atrapalhar a reali zação do evento. Fuga diz que quanto a isso, uma aná lise está sendo feita para a escolha de uma data oficial para o Na Mira do Rock Fes tival, mas independente de qualquer coisa, a certeza é de que, todo ano tem uma edição. Já os critérios critérios para a escolha das bandas, a cada ano surgem novas idéias e o nível de exigência pode ser considerado maior. Hoje os dois prérequisitos básicos são: a banda ter uma “estrada”, ou seja: estar
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25 buscando um lugar no cená rio rock para mostrar o seu som (já estar construindo um histórico de apresenta ções) e trabalhar além dos covers, ter músicas autorais que tenham uma qualidade significativa, mostrando a sua personalidade musical. Quanto a receptivida de, Fuga comenta que o pú blico tem recebido muito bem o evento. O pessoal da cidade, da região e também de outros estados sempre prestigiam. Em relação as criticas, estas sempre são bem vindas e são levadas em consideração para a me lhora do evento a cada ano. “Sinto que é um evento con solidado em termos de rock e suas vertentes, não ape nas em nossa região mas a nível de estado.” Entre todas as bandas que já participaram, Fuga diz que a mais interessante foi a do vocalista inglês Paul Di' Anno (exIron Maiden). Essa atração rendeu mui tas coisas a serem consideradas, certa mente mostrou o evento para o Brasil. Com isso, percebese a importân cia do festival, principalmen te para fomentar a musicalidade das pessoas e ao mesmo tempo oportuni zar as bandas uma chance para que possam mostrar o gênero rock e vertentes a qual “praticam”, para uma
platéia maior e que se identi fique realmente. Abrindo Caminhos O evento ainda abre as portas para muitas ban das pois através dele conse guem mostrar seu trabalho a partir de festivais, fechar shows e até conseguir al gum patrocínio, até com fe chamento de contratos. “O estímulo proporcionado é talvez a coisa mais gratifi cante para uma produção, só em saber que muitas pessoas decidem tocar um instrumento a partir de um evento assim ou até tentam profissionalizarse, nos dei xa muito gratos”, comple menta Fuga. Encarando uma seletiva Para a escolha das bandas que farão apresenta ções no próximo festival, Fu ga diz que já existe uma seletiva rolando pra bandas do norte do nosso estado, basta a banda enviar materi al (CD ou arquivo de áudio) com música autoral e uma cover para análise, até o meio de novembro, caso se ja selecionada participará com mais quatro bandas de uma seletiva ao vivo a reali zarse em janeiro de 2011. A “ganhadora” faz a “abertura” pra uma banda maior e re cebe um prêmio surpresa no
próximo festival que ainda não tem nenhum nome con firmado, apenas possíveis nomes, que estão por hora sendo guardados a “sete chaves”. O Mascote Helldrix Para dar mais emoção ao evento, um mascote foi criado para marcar presença durante a realização do evento. Fuga explica como ocorreu este processo: “O Helldrix é novo. Só pintou com o evento de numero 6. Eu sempre quis que o even to tivesse um símbolo, po rém, algo q fosse autentico, que fosse um "ser" que mis turasse em seu biotipo,"pe culiaridades" de algumas vertentes, que não fosse agressivo, mas debochado no bom sentido. Eis que ano passado encontrei o pai da "criança", Douglas Vieira, ar tista muito meu amigo, que respeito muito e que por en tender de rock, soube ‘sa car’ a idéia. Assim, o Helldrix foi lançado no evento de nu mero 6, num sábado 13. Houve uma votação no blog e na radio pra votar no me lhor nome, nomes esses da pesquisa já pré escolhidos. A galera optou por Helldrix, de certa forma é uma home nagem também ao grande Helldrix, e com um pequeno trocadilho (risos).
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Entrevista
O músico, apresentador e diretor artístico do programa Showlivre.com, Clemente Nascimento, fala com a equipe da (Com)Fusão e conta em uma entrevista descontraída sobre seu trabalho como apresentador e de suas experências em cima do palco, com suas bandas. Curta as palavras de quem tem muito para contar. E salve o velho e bom Punk!
Clemente como é para você fazer parte do cenário punk nacional, começando com a 'Restos de Nada' e agora com a 'Plebe Rude' e 'Inocentes'? Clemente: Acho legal, são tantos anos de estrada, que o que acaba sendo importante são as bandas em si, o cenário vira pano de fundo. Como você vê o cenário punk atual? Acredita que há espaço pra fazer música punk no Brasil? Clemente: Não sei como anda o cenário, vejo novas bandas começando e me pare ce que vai bem, acho que há espaço para fazer qualquer tipo de música no Brasil, desde que ela seja boa. E como era a convivência com outras bandas do cenário musical da época? Havia muita concorrência? Clemente: Havia uma concorrência sadia, isso é inerente do ser humano, mas nada que atrapalhasse a convivência que sempre
Clemente: O punk que faz história
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Entrevista: Catiane de Medeiros Fotos: Arquivo Pessoal
foi na boa, tocamos com várias bandas an tigas ainda em atividade, como o Garotos Podres, Cólera, Ratos. Como era fazer música na época que você começou, em uma 'atuação' ainda presente da ditadura militar? Clemente: Era difícil, não existiam casas para se tocar, tudo era muito improvisado, mas divertido. Reunir jovens em um local para escutar música já era considerado subversivo, sofríamos retaliações, mas eles de certo modo estavam certos pois um dos nosso objetivos era lutar contra a ditadura militar! (risos) Acredita que a música tem seu devido valor e apreciação atualmente no Brasil? Por quê? Clemente: Acho que a música sempre te ve seu valor, temos épocas mais difíceis e mais fáceis, mas a música sempre encontra seu espaço. Por que sempre tem gente in teressada, não importa se o público é pe
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28 queno, o importante é que ele goste. Em sua carreira artística até então, qual fato você considera mais marcan te? Existe algum que você faz questão de esquecer? Qual seria? Clemente: Puts um fato só? Difícil, mas acho que o show de abertura do Ramones que fizemos em 94 foi marcante, o festival “O Começo do Fim do Mundo” no SESC Pompéia em 1982, e o show do Inocentes no River Rock em Sta Catarina em agosto de 2010, agora um fato para esquecer? O show na pizzaria Bin Bin! (risos). Acredito que a música seja uma motivação forte em decorrerência de tantos anos trabalhando na área. Como é para você conciliar trabalho e família? Clemente: É difícil, pois viajo muito, traba lho a semana toda no Showlivre, onde sou apresentador e diretor artístico, E nos finais de semana, viajo com as bandas, vou dis cotecar, dar palestras, mas também é grati ficante ter as contas em dia!(risos) Vejo pouco as crianças, mas estão todos bem. Sabese que você e suas bandas ti nham muitos contatos, inclusive interna cionais, até que ponto isso ajudou no alavanque da música que vocês produ zem? Clemente: Na verdade, foi ao contrário os contatos surgiram por causa da música.
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Qual é a mensagem que a Inocentes e da Plebe Rude procura passar para o seus respectivos públicos? Acredita que há espaço para o punk frente as novas culturas musicais que estão surgindo, (ou novas adaptações musicais)? Clemente: Não temos uma mensagem especifica, acho que temos uma determina da postura e as músicas vão surgindo, tudo depende do momento. Acho que as novas
culturas não são tão diferentes do que fazíamos, e as duas bandas não tocam apenas para público punk, faz muito tempo que estamos inseridos na cena rock geral, tocamos com bandas de to dos os estilos do heavy ao pop, somos apenas bandas, com uma postura mais inquieta. Se você tivesse que escolher entre a Inocentes e a Plebe Rude, qual se ria tua reação? E a tua escolha? Clemente: Poxa escolher entre uma e outra? Não tem como, gosto das duas e ainda toco no Combat Rock, tributo ao Clash com membros da Cólera, 365 e Ultraje a Rigor, tenho ainda o Jack & Fancy um duo com a Sandra das Mer cenárias, difícil escolher uma só. Como é fazer parte de Showli vre.com atuando ainda como diretor, apresentador e produtor? Clemente: É trabalho pra caraca! Mas ainda bem que eu gosto do que faço se não, já tinha desistido! (risos) Mas é bom poder ajudar a divulgar várias ban das e artistas que gostamos. Há um contato constante com o pessoal que produz música. Qual ar tista do meio você considerou até en tão uma 'ótima participação', aquela que dá o 'frio na barriga' ? Por quê? Clemente: Gostei muito da participa ção do Los Porongas, foi intensa emoci onante. Há algum artista que você gostaria de trazer para o Estúdio Showlivre? Qual e por quê? Clemente: Queria levar o Nação Zum bi, estamos lá tentando. Se você não exercesse as funções que ocupa, qual seria teu posto hoje?
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Clemente: Não faço a menor idéia. Na Showlivre você tem contato in clusive com artistas internacionais, com entrevistas, promoções para o pessoal entre outros eventos, como é para você este contato? Clemente: Dificílimo, pois não falo in glês, é horrível ser entendido via mími ca! (risos) Você prefere conduzir o 'Pé na Por ta' ou o 'Estúdio Showlivre'? Clemente: São emoções diferentes. Sei lá, os dois se completam. Como o nome já propõe “SHOWLI VRE”, é mais excitante um show ao vivo, ou uma conversa em estúdio? Por quê? Clemente: O show é sempre mais ex citante, é a função dele, já a conversa é para esclarecer fatos, como eu disse an tes, se completam. A Showlivre já está com 10 anos de estrada. Qual o segredo para manter mais 10 anos de sucesso nas progra mações? Clemente: Não tem segredo, é gostar do que faz e trabalhar, trabalhar e traba lhar. Prefere atuar como apresentador ou em cima do palco, como músico? Clemente: As vezes misturo tudo isso em um dia só, gosto de tudo, são coisas diferentes que me completam. O que te completa em termos musi cais? Clemente: Poder gravar e lançar no vos trabalhos. Quais músicas não deixa de ouvir? Clemente: As minhas.
Clemente é reconhecido também pela irreverencia
Se você pudesse decretar a morte de algum estilo musical, qual seria? E se pudesse decretar o sucesso constante de algum estilo, qual seria? Clemente: Nem um, nem outro o mundo ficaria chato, sempre tem alguém que gosta de determinado estilo e as pessoas tem o direito de ouvir o que quiserem. Defina o termo 'música'. Clemente: Difícil hein, sei lá, música é energia, acho que é isso. Recado para pessoal que está come çando na música. Clemente: Trabalhe duro.
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Tradição
A galera da gaita
Texto e fotos: Viviane Vendruscolo
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onta ou canta a história que a mú sica teve origem ainda na préhistória, os indí cios estão nas pinturas das cavernas e dão uma relativa noção de como a música se desenvolveu dessa época até os dias atuais, bem co mo a importância que ela te ve e ainda tem no desenvol vimento humano. Os ritmos foram se alterando com o passar dos tempos e hoje caracterizam um país ou uma região. Da mesma maneira que a música se diferencia por lo cais, se diferencia por faixa etária, com gostos mais es pecíficos, o que não quer di zer que isso seja uma regra, mas a cultura que a socieda de está inserida faz essas distinções. E da mesma forma ocorre com os instrumentos, parece o que o ideal ou o mais indi cado para os jovens são ins trumentos como a guitarra, baixo, bateria e o violão, não que não o sejam, mas exis tem tantos outros que po dem ser tocados por qualquer idade, sem distin ções. Entre estes outros está a Gaita, que vem despertan do o interesse dos jovens, por instrumentos, digamos, não tão convencionais, como a gaita, que vem geralemen te motivado pelo tradiciona lismo ou mesmo por
31 apreciarem o som extraído do instrumento, derrubando um pouco do mito de que jo vem é só rock. O acadêmico Saimon Sti val da Costa, de 19 anos, acadêmico do 6º semestre de Agronomia e professor de música, apaixonado por gai ta, teve contato com o instru mento pela primeira vez aos onze anos, e de lá para cá a
ligação com a gaita só au mentou, “A gaita é minha companheira, já faz parte de mim.” define Saimon aos ri sos e com os olhos brilhan do. Um amor que começou por acaso, mas que ao que tudo indica está longe de acabar. “Todos os meus in vestimentos são para com a gaita, quer seja para adquirir uma nova gaita, com mais
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32 recursos, quer seja em livros com notas, partituras e exer cícios para melhorar a agili dade nos dedos, mas faço isso com prazer e muita sa tisfação” salienta. Atualmente Saimon faz parte de um grupo musical formado por estudantes, pois a prioridade para ele e os colegas é a conclusão do ensino superior, afinal a mú sica exige muito tempo, en saios e dedicação quase que exclusiva, pois é necessário ensaiar muito, mas espera mos que surjam oportunida des dentro do terreno musical, pois estas serão bem vindas, declara Saimon, com risos. Com Rodolfo Sgorla da Sil
De pai para filho: Rodolfo com a gaita que ganhou dos pais aos nove anos
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Ensinar e aprender: Saimon orienta um de seus alunos
va, 19 anos, acadêmico do 4º semestre de Jornalismo, o interesse pela gaita come çou aos 9 anos, ele conta que comentou com os pais e que no começo eles acha ram que seria um interesse momentâneo, mesmo assim comeoui aulas para apren der a tocar: “E ai só foi au mentando o gosto por gaita, ai eles (pais) viram que eu gostava mesmo, só então, depois de 4 anos ganhei minha gaita” conta Ro dolfo. Diferente de Saimon, Rodolfo não tem preten sões musicais com relação a gaita, ele comenta:“Pa ra mim, tocar em um palco ou em casa sozinho não muda, eu gosto mesmo é de tocar, eu me
realizo com a sonoridade da gaita.” Considerada a Rainha dos Fandangos a gaita proporci ona aos jovens uma ligação mais intensa com as tradi ções do Rio Grande, desmis tificando a ideia de que gaita é instrumento para ser toca do por velhos. Alguns se es pelham em gaiteiros consagrados, outros nem tanto, o que fica claro mes mo é que o caso de amor entre gaita e gaiteiro aconte ce na maioria das vezes à primeira vista. E como bons gaúchos, a juventude não tem medo de demonstrar seu amor ao cul to das tradições, em algu mas regiões com maior intensidade que outras, mas seja onde for ela está no sangue, no coração e na al ma gaudéria.
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Em forma
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Música para malhar Texto e foto: Angélica Aires
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música se tornou um ele mento tão im portante na vida das pessoas que é difícil você passar um dia sem ouvir ne nhum tipo de canção. Pode ser em casa, no consultório
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do dentista, durante a propa ganda política, até mesmo durante o banho, não impor ta, a música vai sempre fa zer parte de sua vida. O local onde as músi cas mais têm se dissemina do são as academias. Seja pelo som ambiente da pró pria academia, pela trilha so nora de aulas ou pelos fones de cada indivíduo. E as no vas tecnológicas tem contri buído muito. Aparelho
celular, Ipod, Mp3, entre ou tros dispositivos, são as op ções para quem prefere malhar com uma trilha sono ra escolhida a dedo. Além de acessórios especiais para prática esportiva. Beleza corporal ou qualidade de vida é pratica mente impossível adquirir sem atividade física. Para muitas pessoas esse tipo de exercício é uma tarefa muito árdua, que pode ser resolvi da com algum tipo de trilha sonora. A canção dá ritmo ao movimento e distrai a sensa ção de dor e cansaço, além de dar uma noção de que o
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Fonte: Google
tempo passa mais rápido. A estudante Clediane Cunha, que faz academia a um ano, diz que cansa mais quando não ouve música. A música distrai, torna o exercício menos cansativo e a produtividade aumenta – diz Cleidiane. Para a professora de educação física, Janaina Al meida, a música age psicolo gicamente no individuo, servindo como motivação. Em qualquer ativida de física que a pessoa faça, musculação, esteira, a músi ca age como motivador, se tem uma música tu vai no rit mo no embalo e nem vê o tempo passar – salienta Ja naina. Dos elementos da mú sica, o ritmo é o que mais afeta diretamente a atividade física. Então, o repertório es colhido para uma aula de pi lates, por exemplo, não será o mesmo de uma aula de
Body Pump. Cada atividade física vai ter a sua trilha so nora específica. Algumas pesquisas ga rantem que as melhores mú sicas para exercícios possuem um número eleva do de BPM (batidas por mi nuto) aliado a um ritmo que possa ser coordenado com a movimentação. Isso elimina ria ritmos com oscilações bruscas como o Jazz, Punk etc. Sem música o de sempenho pode cair. A músi ca na academia ao mesmo tempo que distrai, alegra o
ambiente, melhorando a ati vidade física – é o que co menta o estudante, Eduardo Tatsch. Segundo estudos na área, o som aumenta o vi gor, combate a fadiga e sin croniza os movimentos do corpo com as batidas da música, evitando que o rit mo da malhação caia, po dendo aumentar o rendimento em até 15%. O estudante Eduardo Tatsch comenta que algu mas academias não atuali zam seu repertório, fazendo com que os clientes enjoem das músicas. É certo que os pro fessores nunca poderão agradar a todos, mas ao menos devem colocar uma trilha do momento, não mú sicas velhas que já enjoa
Em abientes que não tem sonorização a música é ouvida nos fones
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ram, ainda mais músicas que tocam toda hora na aca demia, isso enche o saco – comenta Eduardo. Uma solução para es se problema, o qual é prati cado por muitas academias, é aplicar um pequeno questi onário entre os clientes. No questionário o cliente define o gênero musical preferido, para assim fazer o playlist da academia. Atividades que utilizam a música como base para os exercícios: STEP Objetivo: desenvolver a co ordenação psicomotora e re sistência muscular localizada; aumenta a resis
Fonte: Google
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tência aeróbica; Melhora a respiração e fôlego; Auxilia no emagrecimento. Perda calórica: De 300 a 500 Kcal. JUMP Objetivos: Atividade de bai xo impacto; Ajuda no comba te ao stress; Aumenta a resistência cardiorespirató ria. Muito eficiente para dimi
nuir a celulite. Perda calórica: De 400 a 600 Kcal. PUMP Ojetivos: Melhora na coor denação motora; Grande de finição Muscular; Melhora da resistência e força; Diminui ção da gordura corporal. Perda calórica: De 400 a 600 Kcal.
Playlist para a malhação Michael Jackson – Beat It The Rolling Stones – Start Me Up Black Eyed Peas – I Gotta Feeling Queen – We Will Rock You Madonna – Celebration Ok Go – Here It Goes Again Madonna Give It 2 Me Blur – Song 2 Bob inclair World Hold On Rihanna Don't Stop The Music The Smiths – Ask Pearl Jam The Fixer
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Tiesto Escape Me Fatboyslim – funk soul brother Britney Spears – Piece Of Me Gigi Dagostino – Ill Fly With You AC/DC Highway to Hell Lady Gaga – Bad Romance Ramones Blitzkrieg Bop Pussycat Dolls Don´t cha Beyoncé Single Ladies Jennifer Lopez Jenny from the block New Order – Bizarre Love Triangle
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Precocidade
Texto e fotos: Viviane Vendrúsculo
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ual é o Seu Talento? “Ídolos” e tantos ou tros programas cha mam a atenção do público por terem como objetivo principal descobrir novos ta lentos na ou para musica, mas então uma questão va ga no ar, hoje existem mes mo estes ‘talentos’ e se existem, são ‘talentos’ real mente ou seriam sim o que muitas pessoas chamam de dom nato, ou então, apenas uma questão de treino e muita dedicação? Bom, segundo opinião de professores de música o que se vê hoje são pessoas que devido ao ambiente em que estão inseridas, ambientes estes com algum tipo de li gação com musica, e como diz o professor de musica Sergio João Mazzoneto “mu sica boa, com qualidade, musica clássica.”, o gosto musical destacase, e desta forma aprendem com maior facilidade, o que não quer di zer que todas as pessoas li gadas a musica serão
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Caminho de flores? futuros músicos, cantores ou compositores. Mestres da música clássi ca, Wolfgang Amadeus Mo zart, Johann Sebastian Bach e Ludwing Van Beethoven, considerados por alguns co mo loucos, os quais, se acredita que possuíam dom natural, mas todos eles são originários de famílias onde a música era parte da rotina diária, os seus pais eram músicos, compositores e professores de música, ou seja, o mundo do qual fazi am parte estava diretamente ligado a musica. O que pode se ver nos di as de hoje é que isto não mudou muito, o fato dos pais serem músicos, professores de musica ou compositores faz com que o gosto desper te nos filhos ou netos. Hoje, temos também, as sim como na sociedade da qual faziam parte os mestres da musica clássica, a partici pação e influência desta co munidade/sociedade desperta o gosto musical,
sendo que hoje ainda conta mos com algumas ferramen tas extras das existentes na época de Mozart, Barch e Beethoven, hoje contamos com ferramentas que eles na sua época não possuíam, o rádio, a televisão e a Internet que por um lado nos auxili am e por outro nos prejudi cam, pois muita musica de má qualidade, apenas ritma das, sem presença de notas musicais, são divulgadas. Para o professor de musi ca Sergio João Mazzoneto, fazer parte de um ambiente ou conviver com pessoas li gadas ao mundo musical in fluencia muito no desenvolvimento pelo gosto musical, “Até podemos dizer que elas nascem com dons musicais, mas não podemos dar certeza disso, a não ser que seja um virtuoso, mas que poucas são desta forma consideradas. As pessoas adquiriram através de seu esforço, do treino e da práti ca. É como andar de bicicle ta, depois que se aprende
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não se esquece mais.” Ain da segundo Mazzoneto, a diferença em aprender a an dar de bicicleta e saber can tar ou tocar está também relacionado ao gosto, pois este será o maior incentivo na busca pelo seu aprimora mento e o crescimento mu sical do individuo. A professora de música Cléria Kojoroski acredita que “existe algumas pessoas que maior facilidade de aprender musica, mas a mu sica qualquer pessoa apren de cada uma no seu tempo, cada uma tem uma dificul dade própria, ou seja, eu posso ter dificuldade em uma ‘coisa’ que você não ou viceversa, assim como em qualquer matéria da escola onde uns possuem maior di ficuldade com Matemática e outros com Português, mas todos irão aprender e assim também é com a musica. Tudo é uma questão de mui to treino e dedicação.” As pessoas acabam educando se para a música.
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