FICHA TÉCNICA Copyright 2016 by João F Sombra – Capa e ilustrações - Dydha Lyra Diagramação – Marcos Gargamel Revisão- Caio Porto Filho / João F Sombra / Cel. J. F. Maya Pedrosa / Astrea Pedrosa Algumas imagens foram retiradas da internet, onde não havia a identificação do autor. • Este livro foi impresso na gráfica editora GRAFMARQUES LTDA, em Maceió-Alagoas, em agosto de 2016. • Este livro é uma edição limitada e numerada, sequencialmente de 1 a 500.
É proibida a reprodução total ou parcial do texto e imagens deste livro por qualquer meio (mecânico, eletrônico, xerográfico, fotográfico, etc) sem a autorização do autor ou do biografado.
ÍNDICE APRESENTAÇÃO 1 O PENSAR DO BIOGRAFADO - 3
RESUMO DE UMA EXISTÊNCIA 4 A FAMÍLIA – INFÂNCIA E JUVENTUDE - 7 A FAMÍLIA PORTO - 13 A VIDA PROFISSIONAL - 15
REGISTROS ESPECIAIS 35 CAIO E SUA FAMÍLIA - 38
CAIO, OS ESPORTES E A CAÇA SUBMARINA, SUA PAIXÃO 45 DEPOIMENTO DOS FILHOS QUERIDOS COM OS NETOS 57 CAIO PORTO NETO - 57 LUANA, a princesa do CAIO, sua única filha. - 61 KAEL - 64 KAYMI - 66 SAMIR - 70 NETINHO - 72
UM MOMENTO TRISTE PARA TODOS 75 DEPOIMENTO DOS IRMÃOS E AMIGOS 81 CID EDUARDO PORTO - 81 CIRO PORTO - 83 CAPITÃO DOS PORTOS DE ALAGOAS - 85 SURUCA - 87 CORONEL PAULO NEY - 88 EDÉCIO LOPES, PELA /FAMÍLIA - 90 NADO TORRES - 92 ENALDO MARQUES - 94 JOSÉ FERNANDO MAYA PEDROSA - 95 ZUZA SOMBRA - 97 JOSÉ NICOLAU (ZECA) - 99 PROFESSOR – “PROF” - 101 LOUIS - 103 JOÃO F SOMBRA - 105
TEXTOS NOTÁVEIS DO CAIO 111 HOMENAGENS, APRECIAÇÕES, MEDALHAS RECEBIDAS E PORTARIAS DE NOMEAÇÕES 155 A VIDA DO CAIO EM IMAGENS 175 EPÍLOGO 201
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
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esde há muito que tínhamos a intenção de escrever um livro sobre nosso grande amigo CAIO PORTO FILHO. Nos quase 17 anos em que velejávamos os mares do mundo, CAIO sempre foi presença 100% em nossos textos, escritos e livros. Quando chegamos à Austrália pela vez primeira, em 1999, as semelhanças daquele país e seu povo com a maneira de ser do CAIO, ensejaram dedicarmos nosso livro, O GUARDIAN NA AUSTRÁLIA, à Família Porto, inclusive tendo seu Prefácio sido levado a efeito pela Matriarca da Família, Dona Ilza. Nosso débito de gratidão por este exponencial amigo, transcende todas as formas de agradecimento, bastando tão somente aportar, que todas as nossas viagens seria impossível realizá-las sem o auxilio do CAIO, pois ele era o administrador de nossas finanças aqui no Brasil, e nos enviava religiosamente os recursos para onde estivéssemos. Esta prática somente teve seu fim quando apareceram os cartões de crédito para saque no exterior. Assim, em nossas navegadas sempre nutrimos o desejo de prestar uma homenagem a este notável amigo. Agora já estando mais aquietado, um pouco mais amadurecido pelos anos e o peso da idade septuagenária, chegou a ocasião. A ideia fora de escrevermos uma biografia deste nosso superior amigo, e prestar-lhe a devida e imperiosa homenagem, e neste mister não poderíamos fazê-lo de forma solo, pois muitos são aqueles que avocam CAIO como também O AMIGO. Destarte, somam-se textos de amigos que se juntaram as nossas manifestações de amizade e sobretudo gratidão a esta notável figura humana que sempre animou todos nós com sua completa e exponencial amizade. Orgulho para todos nós e mais, honra maior, do que termos com ele convivido é poder chamá-lo de CAIO, O AMIGO. JFS
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RESUMO DE UMA EXISTÊNCIA
Resumo de uma uma Existência
O PENSAR DO BIOGRAFADO Este livro não pretende ser mais do que um singelo depoimento de um cidadão comum dotado de inabaláveis sentimentos de idealismo, patriotismo e ética, e que desempenhou em suas atividades públicas e particulares a nítida escolha pelo bem comum com a mais absoluta retidão de caráter e firmeza de atitudes. A inclusão de alguns de seus artigos definem seu pensar e em todos os momentos investiu contra nossa omissão e passividades doentias e a “cultura política” que mantém todos os tipos de atrasos que contaminam este país. É a favor da pena de morte, controle populacional semelhante ao da China, redução da maioridade penal para 14 anos, de penas mais severas – especialmente para traficantes, políticos e juízes corruptos, da reforma do regime de funcionamento das penitenciárias, da proibição do direito do voto aos analfabetos, dos direitos ao acesso e uso de armas semelhantes aos dos respeitados pelo Estados Unidos da América, da concessão de mais verbas para a educação, saúde e segurança. Condena o absurdo loteamento dos cargos das estatais e economias mistas por políticos, privilegiando parentes e/ou “laranjas” incompetentes e muitos deles desonestos, contrariando os interesses maiores das empresas, de seus profissionais de carreira e da nação brasileira. Condena igualmente a excessiva permissividade da conduta social contemporânea (a suposta normalidade “do ficar” e a atitude de confronto social dos integrantes do pseudo “orgulho gay”), e o fanatismo religioso em especial os praticados por charlatões tipo Agenor Duque “Apóstolo” da Igreja Apostólica Plenitude do Trono de Deus, para citar apenas uma dentre as muitas “igrejas” que ai estão a roubar os parcos recursos do sofrido povo brasileiro, impunemente, graças à omissão e incompetência dos nossos poderes públicos (“50% da nossa existencia é arruinada pelas nossas omissões... os outros 50% são arruinados pelo governo”). Admirador de Voltaire e iluministas franceses, acredita que a partir da razão e da ciência seria possível uma sociedade mais justa, equilibrada e feliz – em contraposição à mera elucubração metafísica abstrata que não expõe a verdade do mundo. CAIO prega, com a sua maneira de ser, a amizade, a solidariedade, os valores sociais antigos, o respeito, a honestidade, a honra, a união, o bem-querer. E ensina, um pouco, a valorizar o lado bom da vida, respeitando e curtindo a natureza.
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Caio, o amigo
RESUMO DE UMA EXISTÊNCIA “Os que me estimam, fingem ignorar a minha ignorância. Os que não me apreciam, divulgamna fingindo lamentar”. (Alcides Carneiro e Caio Porto Filho)
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egundo CAIO, claro, lógico, óbvio e evidente que jamais sequer imaginou que alguém, senhor de suas faculdades mentais, se propusesse a escrever a sua biografia. Considera-se um homem comum, em nada excepcional, simples, bafejado pela sorte de ter tido uma família maravilhosa e bons amigos (cuja maioria já não mais existe). Acredita que contribuiu com o melhor dos seus esforços em todas as empresas e empreendimentos particulares em que teve a oportunidade de participar – inclusive vários órgãos públicos, que teve a honra de ocupar – aos quais serviu com dedicação, honestidade e zelo, o que, como diz, não foi mais do que sua obrigação. Repete que nada recompensa mais o homem do que fazer o que era para ter sido feito, já dizia o Padre Antônio Vieira. Ocorre que ao se aproximar da maior certeza da vida – que é a morte haja vista já tem 75 anos gozados e sofridos com muitas emoções, e lutando contra vários motins deflagrados por partes do seu corpo que não obedecem mais aos comandos do cérebro sofrido, pareceu-lhe razoável aceitar a ideia (com relutância) deste amigo João Francisco Sombra de Albuquerque de ajudá-lo a escrever um pequeno livro sobre o amigo CAIO - por três motivos: primeiro, porque realmente acha que todas as pessoas devem escrever um resumo de suas vidas porquanto certamente algo de bom haveria de servir como ensinamento e/ou exemplo. Segundo, porque é uma excelente oportunidade para expressar sua gratidão e agradecimento aos amigos que lhe propiciaram agradável convivência. E terceiro, porque a vaidade fica satisfeita em ter um livro onde só os amigos (inimigos não entram) falam sobre o seu dono. E aos 75 anos todos estaremos com a autoestima em declínio precisando de um empurrão para cima. E nesta idade é recomendável inventar ocupações, que mexam com o intelecto já que o físico é passado do verbo “já era”. CAIO diz ter absoluta consciência de sua “nenhuma importância”. Costuma repetir a frase – “Sou a 2ª pessoa do Seu Zé Ninguém e a 3ª pessoa do doutor quase nada”. E fala com convicção de quem estudou um pouco de cosmologia, o bastante para ser sabedor que este planeta Terra não é mais que um grão de areia no Universo e que os seus algozes, os pseudos Homo Sapiens, que se acham a imagem e a semelhança do Criador, não valem mais do que uma 4
Resumo de uma uma Existência
partícula de subfosfato da casca do pó da poeira de estrela. E é na condição deste subfosfato que ele se assume com seus muitos defeitos confessados e suas poucas virtudes, embora até mesmo estas poucas se achem impregnadas de defeitos (palavras do biografado). O importante é que se diz feliz e não ter vergonha de ser feliz. E foi o que é, não às custas da infelicidade de alguém. Foi e é porque sempre procurou fazer o bem. Fazer o certo. Porque aprendeu que respeito, consideração, amizade e amor são coisas que você tem que ter para obter. Sem forçar a natureza para viver de acordo com as variadas expectativas dos outros. Sem ter vergonha de ser honesto. E ajudar sempre que puder. Evitar os falsos, os mentirosos, os recalcados, os invejosos, os que revelam pouco caráter, os donos da verdade e os fanáticos religiosos. No que diz respeito às crenças, (todas donas da verdade) elas deveriam significar, efetivamente, a fraternidade a solidariedade, o entendimento, a conciliação - e não o fanatismo que separa os homens levando-os ao ódio, às guerras, ao extermínio de gerações envenenadas pela inconsciência de orientadores apócrifos. Há que se cultuar a sensibilidade e a ternura – que têm sede no coração humano, generoso altar onde se celebram os ofícios do bem em nome da solidariedade humana. Reporta-se à solidariedade no sentido moral que vincula o individuo à vida, aos interesses maiores que reúnem os indivíduos em grupos sociais, nações organizadas com normas, direitos e obrigações, educação moral e valores respeitados. Tudo passará porque só fica o bem que se faz – que desafia o esquecimento e vence o tempo. Há que se lembrar, sem ódio, que é efêmero. O mundo tornou-se demasiadamente perigoso para qualquer coisa que não seja a verdade e demasiadamente pequeno para outra coisa que não seja fraternidade e solidariedade. Considera direito e dever de cada um buscar a felicidade – os ”oásis de sonhos” (de certa forma parafraseando Gilberto Rodrigues, poeta paraibano). “A existência, pavorosa messe de frutos negros dos pauis medonhos – que seria, afinal se não tivesse oásis de sonhos”. A titulo de divagação complementar vale a pena ter presente a resposta do Premio Nobel da paz, Dalai Lama, ao ser perguntado o que mais o surpreende na humanidade. “Os homens...porque perdem a saúde para juntar dinheiro. Depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E, por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer. E morrem como se nunca tivessem vivido. CAIO PORTO FILHO, viveu e vive no presente, celebrando os encantos da vida, sem pensar tão ansiosamente no futuro. E quanto ao passado, um amigo o orientou de que o cérebro deveria ter sido feito para 5
Caio, o amigo
esquecer os momentos sombrios (que nos trazem tristezas) e os momentos felizes (que nos fazem padecer de saudades). O importante ĂŠ que a caravana passa......
Dona Ilza Porto, jovem (mĂŁe do CAIO)
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Resumo de uma uma Existência
A FAMÍLIA – INFÂNCIA E JUVENTUDE
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AIO PORTO FILHO nasceu em Maceió aos 22 de outubro de 1940. Terceiro filho do casal Caio de Aguiar Porto e Ilza Espírito Santo Porto, ambos alagoanos, de Maceió. O pai, ex-funcionário do Banco do Povo S/A – formou-se Bacharel em Direito, exerceu a função de advogado toda a vida, chegando a ser Chefe do Departamento Jurídico do Banco do Brasil, vindo a falecer aos 68 anos, vitima de enfarte ao regressar da Europa em passeio turístico, no navio. Desportista, praticou futebol e remo, CAIO na infância, ele está à frente de seu pai participou ativamente da vida social em Maceió tendo sido um dos fundadores dos Clubes Cavaleiros do Monte e Iate Clube Pajuçara, dos quais foi Presidente. Austero, exemplo de probidade e honradez era, sem favor algum, um homem bom e do bem. A mãe, Ilza Espírito Santo Porto, era uma mulher extraordinária. Beirava a perfeição. Extremamente amorosa com o marido e com os filhos, cuidava com alegria no coração, da casa e dos filhos. Neta do Major Bonifácio... figura exponencial conectada às festas e tradições culturais do povo alagoano, graciosamente encantava a todos com suas Crônicas no Jornal Gazeta de Alagoas sob o pseudônimo de Mara, sem que seu marido soubesse, até um dia em que, após ler uma de suas crônicas, teceu elogiosos comentários que a levaram a confessar. A seguir informações obtidas nos arquivos da Academia Alagoana de Letras: Ilza Espírito Santo Porto (1919-2003), jornalista fundadora do Grupo Literário Alagoano. Nasceu em 5 de janeiro, em Bebedouro, Maceió (AL), filha de João Cavalcante Espírito Santo e Odete Silveira Espírito Santo. Concluiu o primário no Asilo de Órfãs, em Bebedouro. Na Aliança Francesa de Maceió, fez o curso de Nancy. Diplomou-se em Letras pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL (1972). Foi agraciada com quatro prêmios da Academia Alagoana de Letras por livros e Pais do CAIO – Dr. Caio e Dona Ilza poemas escritos em francês, recebeu ainda 7
Caio, o amigo
o prêmio da Associação de Cultura Franco-Brasileira. Fundadora do Grupo Literário Alagoano. Consócia do IHGA (Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas), empossada em 30/05/1984, na cadeira 47. Membro, ainda, do Conselho Estadual de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro – Seção Alagoas. Usou os seguintes pseudônimos para escrever: Mara, Sinhazinha, Gita. OBRAS: Poemas da Vida Real, prefácio de Carlos Moliterno, Maceió, SERGASA, 1973, sob o pseudônimo de MARA (poesia); Contos do Vale de Jacarecica (contos) capa de Pierre Chalita, Maceió, SERGASA, 1979, prêmio Romeu de Avelar, gestão AAL, 1979, Felix Dona Ilza Lima Junior; O amigo dos estudiosos, Maceió [s.ed], 1984 (biografia); Major Bonifácio Magalhães da Silveira O Homem do Governo e o Homem do Povo. Anotações de sua neta [s.ed] (biografia); Memórias de uma colegial, Maceió, SECULT/SERGASA, 1993; Mandacarus, nota introdutória de Heloisa Marinho Medeiros, capa de Marisa Gatto, Maceió, SERGASA, 1987 (contos); Poemas Simples, capa de Roberto Lopes, Maceió, 1984, prêmio Gustavo Paiva, AAL/1982; João Sem Terra e outros contos, 1983 (prêmio Guimarães Passos, da Assembléia Legislativa e AAL, 1981); Lendas do Vale do São Francisco, Maceió, SERGASA, 1990; O Momento, Maceió, SERGASA, 1992. Escreveu os seguintes artigos dentre inúmeros outros: Um museu de perseverança, Revista IHGA, 35, 1979, Maceió, p. 183-184 Mestre Aurélio e Homenagens, Revista IHGA, v. 37, 1979-81, Maceió, 19981. Consócia Ilza do Espirito Santo Porto saudando o novo Consócio José Fernando de Maya Pedrosa, em 16 de setembro de 1989. Revista do IHGA, v.LI, número 1993-1994, Maceió, 1995, p. 65-74. A Vingança, Revista da AAL, n*18 p. 34-37 (conto). Pensamento e No sítio, Revista da AAL, n* 18, p 193-194 (poesia) Maceió. 2001 Em certo período foi responsável pelo suplemento do jornal Gazeta de Alagoas. Escreveu ainda crítica literária para aquele jornal e para o Jornal de Alagoas. Com O Grito, participou do livro Contos Alagoanos, 1982, seleção, prefácio e notas de Ricardo Ramos e ilustrações de Pierre Chalita, e com o mesmo conto, de Os contos de Alagoas, uma antologia, de Antônio S. de Mendonça Neto, Ed. Catavento, 2001, p.139-141. Com o conto Cachaça do Mato, recebeu o prêmio Guimarães Passos da Assembléia Legislativa/ AL, em 1979. Com O Vento, participou de 14 Poetas Alagoanos, de Waldemar Cavalcanti, p.22. É uma das alagoanas citadas no Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras (1711-2001) de Nelly Novaes Coelho. Colaborou ainda no jornal Gazeta de Alagoas, escrevendo Crônicas Dominicais, por vários anos, além de ter participado na coluna Gazeta Literária desse jornal, tendo a página 8
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inteira sob sua direção, e ter sido jornalista atuante da Associação Alagoana de Imprensa. Agraciada com vários prêmios promovidos pela Academia Alagoana de Letras e pela UFAL, recebeu também o Diploma de destaque promovido pelo Women’s Club of Alagoas. Faleceu aos 85 anos, em 3 de março de 2003. Foram cinco filhos: Maria Alice Porto (Licinha), Cid Eduardo Porto, Caio Porto Filho, Ciro Stenio Porto e Cilza Mara Porto. Expressou em suas obras profunda empatia com o bravo povo do sertão e com os valores que dignificam o ser humano submisso às desigualdades e às injustiças praticadas por uma sociedade permanentemente omissa e por governos incompetentes que se sucedem. Em 1977 foi convidada pelo Congresso Nacional para representar a Mulher Alagoana na CPI da mulher. Criadora e Presidente do Grupo Literário Alagoano, integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Alagoana de Letras, ILza Porto deixou-nos uma herança valiosa, a de uma criatura que amou intensamente as pessoas e a natureza e foi amada por todos que tiveram o privilégio de com ela conviver. CAIO morou 17 anos fora de Maceió (um ano em Recife, onde estudou no Colégio Americano Batista, onze anos no Rio de Janeiro, quatro em São Paulo, um ano nos Estados Unidos). Ao regressar a Maceió para assumir o cargo de Diretor do Banco do Estado de Alagoas em 1975 e até a data de falecimento de sua Mãe, em 2003 (28 anos), todas as noites, das segundas às sextas feiras, CAIO fazia companhia aos seus pais das 18:15 às 21:00 horas.
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Mensagem de Dona Ilza ao CAIO
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Quanto aos filhos, na época, as escolas e colégios particulares eram poucos e as opções ofertadas pelos Municípios e Estado eram boas, razão pela qual estudou na Escola Diegues Junior (próxima à Praça do Rex, em Maceió) os quatros primeiros anos, o Ginasial e o Científico (mais sete anos) no Colégio Estadual Alagoas dos saudosos Mario Broad, Hélio Gazaneo, Padre Pontes, Jesualdo Ribeiro e tantos outros. Nós tivemos este exponencial privilégio e em nossos livros que narram nossas navegadas pelo mundo em nosso veleiro, um destes, O Guardian na Austrália, que dedicamos à Família Porto, D.Ilza foi a Prefaciadora.
O Guardian na Austrália, ofertado à FAMÍLIA PORTO
Dr. Jarbas Maia Gomes, Presidente do Clube Fenix - D. Ilza Porto – Dr. Ardel Jucá e Dr. Caio de Aguiar Porto
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A FAMÍLIA PORTO Nosso CAIO enfatiza que ninguém teve infância e juventude melhores que as suas. Sempre estudou bastante e os companheiros do bairro eram muitos e animados. Estavam sempre, nas horas vagas, a praticar esportes e inventar diversões. Quando ainda menino era o futebol, ximbra, peão, arraia, guerra com petecas, banho de mar na Pajuçara e na Ponte do Leão, na Av. Duque de Caxias. Depois, aos 12 anos, além do futebol começavam a praticar outros esportes, como vôlei, basquete e futebol de salão e já iniciavam a se interessar pelas mocinhas. CAIO e os mais metidos a homem, segundo suas palavras, iniciavam antes do tempo o vício do tabagismo e de vez em quanto juntavam um dinheirinho para comprar uma garrafa de licor de Jenipapo na Praça do Rex. Mas foram poucas vezes e nada aconteceu de preocupante. O vício o acompanhou até os 63 anos de idade. Não tivesse praticado vôlei e basquete (fez parte da seleção alagoana de ambas as modalidades por quase 6 anos) e caça submarina (durante 40 anos) acho que não estaria vivo há muito tempo. Saudoso era... o costume de se juntarem – jovens entre 14 e os 20 anos -para deflagrar “assalto” vale dizer, a chegada do grupo na casa de um de nós para uma pequena festa na base do disco
A família Porto
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de vinil, guaraná, e pequenos lanches por conta do dono da casa, estendendo-se a brincadeira até a meia noite. Nunca houve registro de surgimento de drogas nem de homossexualismo, nem de gente “ficando”. O comportamento era mais respeitoso e civilizado (preocupado com a marginalidade e a amoralidade que sorrateiramente vem se sedimentando na nossa “cultura”) escreveu uma série de artigos que foram publicados no Jornal Primeira Edição abordando esses e outros assuntos que considerou relevantes e fazem parte desta biografia em seu capítulo próprio. Voltando a sua juventude em Maceió, o que fez de CAIO um saudosista inveterado, é que relembra com frequência as maravilhosas festas de carnaval na Fênix, Iate Clube Pajuçara, Tênis, Portuguesa e até mesmo nas ruas do Comércio, onde, ao lado dos corsos, comemoravase o mais legítimo carnaval ao som das bandas de música que se situavam em várias ruas do centro da cidade. Relembra também as Festas Juninas e Natalinas quando a população (embora bem mais reduzida que hoje), aparentemente toda ela se entregava às folias com mais ardor e satisfação.
CAIO, na praia de Copacabana - 1959
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A VIDA PROSISSIONAL
E
m 1958 CAIO e seu irmão Cid, após exames vestibulares, ingressaram na Faculdade de Direito de Alagoas. E aí iniciou seu primeiro emprego no Banco da Lavoura de Minas Gerais S/A, esquina da Rua 1* de Março com a Rua do Comércio. Nos anos anteriores Caio tinha tido a oportunidade de estudar na Aliança Francesa em Maceió, onde aprendeu, com relativa facilidade, um pouco da língua francesa, e no Colégio Estadual de Alagoas tivera um bom começo da língua inglesa. Daí a ideia de concluir o curso de Direito na Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil no Rio de Janeiro e, paralelamente, tentar ser admitido no Curso do Instituto Rio Branco sonhando integrar o Corpo de Diplomatas do Brasil. Ocorre CAIO no dia de sua formatura - 1963 que seu inglês era ainda muito rudimentar e não foi aprovado, o que o levou a desistir, concentrando-se nos estudos de Direito, graduando-se Bacharel em dezembro de 1963. (Quem conhece bem CAIO, sabe ele ser um diplomata nato; perdeu assim o Itamaraty, aquele que poderia vir a ser um dos mais notáveis e destacados diplomatas de nosso país. N.A.) Durante os quatro anos remanescentes de estudo de Direito no Rio de Janeiro, trabalhou como funcionário do Banco Nacional de Minas Gerais S/A - Agência da Rua do Ouvidor e na da Av. Presidente Vargas. A decisão de concluir seus estudos no Rio de Janeiro foi exclusivamente dele e contou com o apoio de um dos melhores amigos que alguém pode ter. O Paulo Ney Machado Ramalho de Azevedo, que o acolheu no apartamento que habitava na Av. Nossa Senhora de Copacabana (próximo ao Posto 3 da Av. Atlântica). Nos depoimentos dos amigos nesta biografia encontra-se o belo testemunho de seu amigo Paulo Ney em referência a CAIO (N.A). Com acordo feito com o Banco da Lavoura de Minas Gerais, em Maceió, e com o dinheiro recebido, adquiriu uma passagem de ida para o Rio de Janeiro, na Panair do Brasil e dois dias antes da partida surpreendeu toda a família com a notícia. O amigo e companheiro de esportes em Maceió, Paulo Ney, era tenente do Exercito Brasileiro e servia em Deodoro, na Vila Militar no Rio de Janeiro. Saía cedo e voltava tarde, mas tiveram agradável convivência principalmente nos 15
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finais de semana. CAIO registra dever ao amigo e companheiro conselheiro, exemplo de homem digno e honrado a sua gratidão, admiração e respeito. No ano subsequente ao da sua formatura – 1964 – participou do Curso de Desenvolvimento Econômico promovido pela SUDENE, fez estágio na Companhia de Desenvolvimento de Alagoas e pleiteou bolsa de estudos pelo Vista da UNIVERSIDADE DE PITTSBURGH Ponto IV da USAID. Depois de estudos intensivos no IBEU/Rio e submeter-se aos exames de praxe foi aprovado para cursar na UNIVERSIDADE DE PITTSBURGH, PENSYLVANIA. – GRADUATE SCHOOL OF PUBLIC AND INTERNATIONAL AFFAIRS, UM CURSO INTENSIVO DE ECONOMIA, PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, o que viabilizou a sua admissão, em 1965, no Ministério de Planejamento e Coordenação Geral, dirigido pelo Ministro Roberto de Oliveira Campos, um cargo de ANALISTA DE PROJETOS DO FUNDO DE FINANCIAMENTO DE PROJETOS E PROGRAMAS – FINEP – empresa essa nos primórdios de sua estruturação e funcionamento, sob o comando do extraordinário Executivo Arthur Chagas Diniz, ainda hoje em funcionamento de destaque na estrutura administrativa de nosso Governo Federal. Pouco tempo depois, assumiria o cargo de chefe do Departamento Jurídico atuando inclusive na contratação de empréstimo de US$11 milhões de dólares.
Ministro Roberto Campos
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Em 1967 foi indicado pelo Governo Federal para participar em Washington D.C., no BID BANCO INTERAMERICANO DE DESAROLLO, de curso em espanhol, intitulado EL BID Y OTRAS FUENTES DE FINANCIAMENTO.
Ao regressar ao Brasil, novo governo se implantando, o novo Secretário do FINEP solicitoulhe que permanecesse por mais 3 meses para repassar os trabalhos atinentes a sua área. Ao mesmo tempo, amigos convidaram-no para que viesse ocupar o cargo de COORDENADOR GERAL DA FUNDAÇÃO MUDES – MOVIMENTO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL, presidida pelo simpático e extraordinário Senador Ney Braga. Ainda em 1967, CAIO se casou com Katia da Silva Malta e dessa união nasceram 4 filhos: Caio Porto Neto (1969), Kayan Malta Porto (1971), e falecido no dia 19/04/2006, Kael Malta Porto(1973) e Kaymi Malta Porto (1975). Aproximadamente um ano depois, princípios de 1968, o Ministro Roberto de Oliveira Campos tendo sido convidado pelos acionistas do First National City Bank, do Deuthsh Bank, do Crédit Lyonais, e outras instituições, para assumir a Presidência do que viria a ser o maior Banco de Investimento da América Latina – o Banco de Investimento Industrial S/A – INVESTBANCO, convidou CAIO para que assumisse o cargo de Gerente Geral para Assuntos Jurídicos e, durante os quatro anos seguintes (1968 – 1971), os serviços se estenderiam às demais empresas do que veio a ser o GRUPO INVESTBANCO. Deste GRUPO fariam parte: CORRETORA IB DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS; CAIO e os filhos do primeiro casamento 17
Caio, o amigo
CAIO , e parte da equipe do jurídico do INVESTBANCO
DISTRIBUIDORA IB DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS S/A; MERCANTIL PARTICIPAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO S/A; INVESTLEASING S/A - LOCADORA DE MÁQUINAS; INVESTPAR S/A – PARTICIPAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO; INVESTCRED S/A E CRÉDITO – CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO. Integrou as Diretorias das quatro primeiras empresas supramencionadas, coordenando os serviços jurídicos de todas graças ao razoável corpo jurídico estruturado para este fim. Em 1971, novas mudanças, desta feita no comando maior. O professor Roberto de Oliveira
Campos foi convidado para assumir a Presidência do GRUPO UNIVEST, ligado ao GRUPO PETROQUÍMICA UNIÃO do Sr. Paulo Fontainha Geyer. Mais uma vez CAIO foi convidado pelo professor Roberto Campos para acompanhá-lo, de volta ao Rio de Janeiro, onde assumiria o cargo de CHEFE DO DEPARTAMENTO JURÍDICO DO BANCO UNIVEST S/A, ganhando, obviamente, bem menos do que recebia em São Paulo, onde inclusive possuía apartamento próprio na Rua Augusta e apartamento na Praia do Zé Menino, divisa entre Santos e São Vicente. Por dever de gratidão e de consideração, pediu demissão das quatro Diretorias supramencionadas e da Chefia do departamento Jurídico e voltou feliz, para o Rio Janeiro.
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CAIO com os compadres Galileu e Senhora, ele Chefe de Gabinete do Ministro Roberto Campos e depois Superintendente do INVESTBANCO
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A amizade de CAIO com o Professor Roberto Campos se houve sempre de admiração mútua, como prova abaixo a dedicatória que o eminente Professor fez ao amigo quando do lançamento de seu livro, ENSAIOS CONTRA A MARÉ .
Capa do Livro do Professor Roberto Campos
Dedicatória do Professor Roberto Campos a Caio no livro
Para o CAIO, companheiro de lutas jurídicas e financeiras, ofereço o ENSAIOS CONTRA A MARÉ Assinado Roberto Campos..... Três anos depois o Ministro Roberto Campos foi convidado para assumir a Embaixada do Brasil em Londres e Caio para ocupar, no ano seguinte (1975), o cargo de DIRETOR DA CARTEIRA DE DESENVOLVIMENTO DO BANCO DO ESTADO DE ALAGOAS S/A – PRODUBAN, e o de PRESIDENTE DO CENTRO DE ASSISTÊNCIA GERENCIAL DE ALAGOAS, graças ao convite então formulado pelo amigo-irmão Divaldo Suruagy. O regresso a Maceió depois de 16 anos, para ser Diretor do Banco do Estado de Alagoas foi para Caio uma honra e uma satisfação indescritíveis. E os assuntos bancários eram, por assim dizer, a sua praia, pois já estava a acumular 11 anos de experiência nos BANCOS DA LAVOURA DE MINAS GERAIS, NACIONAL, INVESTBANCO E UNIVEST. Como assuntos bancários são normalmente entediantes, deixa de relatar episódios que, entretanto, foram para ele enriquecedores e interessantes. Ao deixar o Banco do Estado, expressou ao Governador Divaldo Suruagy em carta que chegou a ser publicada no Diário Oficial do Estado, a sua gratidão e estima, esclarecendo que deixava de trabalhar com o AMIGO IRMÃO para trabalhar com o IRMÃO AMIGO, Cid Eduardo Porto, na PROJETEC (empresa na qual já era acionista) onde permaneceu como Diretor de 1979 até 1983.
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Caio, o amigo
Abaixo as cartas – a de CAIO (30/11/77) e a do Governador Divaldo Suruagy (19/12/77)
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Caio, o amigo
CAIO, e o amigo-irmão Divaldo Suruagy
Entrega do Prêmio Imprensa de Turismo – PIT
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Em 1983, eleito Governador, seu AMIGO IRMÃO Divaldo Suruagy, convidou Caio para integrar a sua equipe de Governo, desta feita à frente da EMATUR – EMPRESA ALAGOANA DE TURISMO – quando conquistou o PRÊMIO PIT de Turismo com Destaque de Marketing em solenidade acontecida no Hotel Intercontinental no Rio de Janeiro face a ter conseguido colocar Maceió como destinação turística com a maior taxa de ocupação hoteleira do Brasil e fazê-la passar em poucos anos do modesto 18º lugar para o 4º lugar entre as destinações de melhores atrações Turísticas do Brasil.
Resumo de uma uma Existência
CAIO com o Governador Divaldo Suruagy e o Ministro do Turismo Miguel Colassuono (1984)
CAIO dirigindo os trabalhos do Encontro de Municípios Turísticos do Nordeste – 1985
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Caio, o amigo
CAIO Implantou o primeiro Terminal Turístico de Alagoas com 3 500 m2 às margens do Rio Niquim, na Barra de São Miguel, que serviu de modelo para tantos outros no nordeste. Realizou três anos de Festival do Mar na orla da Pajuçara, que contava com aproximadamente 150 eventos esportivos, culturais e artísticos aumentando substancialmente o fluxo turístico.
CAIO na Presidência da EMATUR -1983
CAIO com seu colega e amigo Geraldo Mota, nos idos de 1977, então Diretores do Produban
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Resumo de uma uma Existência
PROGRAMA OFICIAL DO FESTIVAL DO MAR
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Caio, o amigo
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Resumo de uma uma ExistĂŞncia
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Caio, o amigo
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Resumo de uma uma Existência
Tentou implantar na área do Jaraguá um complexo turístico de relevante importância para Alagoas – com uma Marina, um Centro de Convenções e um Hotel Escola. Chegou a ter o projeto arquitetônico completo incluindo uma maquete com o objetivo de “despertar” a vontade pública. A Prefeitura de Maceió não liberou a área alegando motivos ate hoje não esclarecidos. Manteve como atrações turísticas durante os anos inteiros, em que esteve à frente da EMATUR, Animações Turísticas na Piscina Natural da Pajuçara (grupos musicais) e em frente ao Iate Clube Pajuçara todas as sextas, sábados e domingos (apresentações com grupos folclóricos). Convocou o funcionário e radialista Edécio Lopes, à semelhança do povo baiano que valoriza e propaga as belezas de sua terra através dos seus cantos, para que preparasse junto com Dhyda Lyra, Leureny e outros cantores e amigos um disco MÚSICAS QUE CANTAM ALAGOAS – o que foi feito com maestria e muito serviu para divulgar as belezas e encantos da nossa terra.
Capa do disco músicas que cantam alagoas
Tentou também recuperar a Praia de Pajuçara, submetida que se encontrava ao crescente assoreamento com o surgimento de inúmeros bancos de areia que provocavam o desaparecimento da praia – principalmente do lado norte, próximo ao Clube Alagoinhas. Hoje, o quadro é o mesmo, piorado ainda mais com a estupidez de se acabar com o Clube que trouxe beleza e alegria a tantos por muito tempo. Típico caso da inteligência a serviço da burrice. Envidou inúmeros esforços objetivando imitar o que foi feito com sucesso em varias cidades do país (São Luis, Vitória, Rio de Janeiro, etc) – um planejamento e execução de simples dragagem e “engordamento”, recuperação das praias ao tempo em que se devolveria a profundidade antiga – permitindo a navegação de barcos de médio porte nas marés secas e o maior fluxo de águas aumentando a presença da vida marinha. A previsão era deixar toda a praia da Pajuçara com uma largura “seca” de 70 metros em toda sua extensão, principalmente o lado norte, facultando o espaço ideal para paisagismo e áreas para prática de múltiplos esportes. A EMATUR realizou os estudos básicos, dimensionamento do volume de metros 29
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cúbicos a serem dragados e utilizáveis na recuperação da praia e... faltaram vontade política, determinação, vislumbre e inteligência para recuperar a área turística da mais bela praia do Nordeste e mais importante para consolidação de Maceió como destinação turística da preferência nacional. As atividades e preocupações relacionadas aos cargos que ocupou não seriam objeto destas linhas, mas como aporta CAIO, pequenas “derivações” que valem a pena serem trazidas à baila, para fins melancólicos de reflexões transcendentais e para massagear o ego dos amigos que acompanharam o amigo naqueles tempos, como deste que escreve e que participou em assessoramento ao CAIO nos trabalhos que desenvolveu na EMATUR, de onde nasceu uma amizade para toda a vida. Voltando à trajetória profissional de CAIO, como já notaram os leitores, rica e dinâmica, foram, durante o período na PROJETEC, criadas as empresas CONTROL–ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA, PROPAR–ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA (das quais participou como sócio-gerente) e a AGRO INDÚSTRIAS DO VALE DO SÃO FRANCISCO S/A, DA QUAL FOI DESDE OS PRIMÓRDIOS MEMBRO EFETIVO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO e, desde 2012, teve a honra de presidir esse órgão da empresa que é a maior agroindústria do Estado da Bahia, até os dias presentes. Ao deixar a EMATUR em 1986, recebeu o convite do Diretor Geral do SESI, Sr. Napoleão Barbosa, para assumir a DIRETORIA DA VILA OLÍMPICA ALBANO FRANCO no período de 1986 a 1991. Em 1990 foi também convidado pelo Prefeito João Sampaio para assumir a COORDENADORIA DO TURISMO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ acumulando essa função com as exercidas no SESI durante os anos de 1990 e 1991. Já em 1991 teve a grata satisfação de criar a EMPRESA MUNICIPAL DE CAIO – Diretor Técnico da Vila Olímpica Albano Franco SESI TURISMO DE MACEIÓ, com Diretor Superintendente Carlos Guido Ferrário Lobo e Napoleão Barbosa Diretor Geral do SESI ainda hoje, atuante, permanecendo como seu Presidente até o final da administração João Sampaio, em 1993. 30
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Em 1984, criou a EMPRESA – CAIOMAR EMPREENDIMENTOS REP. IMP. E EXPORTAÇÃO LTDA, transformada posteriormente em CAIOMAR TURISMO COM. E SERVIÇOS LTDA, com sede na Barra de São Miguel onde possui 2 barcos de razoáveis dimensões (Trimarãs – três cascos) aptos a fazerem o melhor passeio turístico do planeta – 6 horas de passeio com 2 paradas – uma nas piscinas naturais próximas aos arrecifes e outra na Praia do Gunga – com direito à orgia gastronômica (mesa com 15 tipos de frutas diferentes, 7 bebidas sem álcool, 17 pratos das melhores iguarias que são servidos em ordem sequencial: (siri no requeijão, agulhinha frita, caldeirada com ostras, peixe, camarão e sururu, arroz de polvo, camarão com pene rigate italiano, cubos de peito de frango ao curry, ceviche de salmão, salmão ao forno com ervas e alcaparras, filé mignon com ervas finas ao forno, bisteca de porco frita, carne de sol de filé mignon com queijo de coalho derretido, postas de badejo fritas, camarão ao alho puxado ao molho de manteiga, dourado, cavala, carapeba frita, camarão frito ao alho e óleo, rabadas com carne e feijoada completa. Esporadicamente o número de pratos é aumentado com lagostas, bacalhau, cozido etc... oferta ainda de 8 tipos de sobremesas diferentes.) Vale esclarecer que todos estes pratos são preparados com água mineral e em panelas de aço inoxidável. Todavia, e vale o dizer, todos preparados diretamente por CAIO, que se eleva ao nirvana neste mister. Ainda, como CAIO, O AMIGO se refere, tem um “Departamento de Embriaguês” de fazer inveja, além das cervejas de diversas marcas geladérrimas, dispõe de inúmeras qualidades de excelentes vinhos, champanhes, Scoths, cachaças especiais, vodcas e sua coleção de “Jack Daniels”, acreditamos a maior de que já tivemos conhecimento. Alias Jack Daniel é a bebida preferida do CAIO. O Trimarã CAIOMAR VIII foi construído na residência do CAIO, no Pontal da Barra e consumiu 7 anos de trabalhos . Está autorizado pela nossa Marinha para passeios turísticos, podendo receber ate 90 passageiros e é considerado o barco mais seguro do Estado. CAIO se propôs e se mantém firme na decisão de propiciar o melhor passeio turístico do Brasil. No período de 1996 e 1997 foi designado pelo Governador Divaldo Suruagy, Membro Efetivo do Conselho De Administração da CEAL – COMPANHIA ENERGÉTICA DO ESTADO DE ALAGOAS e em 1997, designado para assumir cargo de extrema responsabilidade – de PRESIDENTE DO CONSELHO TRIBUTÁRIO ESTADUAL – SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE ALAGOAS, quando, por dois anos decidiu ( voto de Minerva) importantes questões tributárias do Estado. Nesse período foi também designado pelo Governador Divaldo Suruagy para assumir a Superintendência da Fundação Alagoana de Promoções Esportivas – FAPE, período em que 31
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as atividades do esporte amador foram incrementadas com 136 convênios de apoio. Divaldo Suruagy honrou mais ainda CAIO, em um telegrama que fomos autorizados a reproduzir.
Tudo isto feito restou ao CAIO, por dever de reconhecimento, valer-se das históricas palavras de Winston Churchil, Primeiro Ministro Britânico, durante a 2a Guerra Mundial quando a LUFTWAFE atacou a Inglaterra entre Julho e Outubro de 1940, tendo os pilotos da Royal Air Force repelido repetitivamente e com crescente sucesso as investidas dos caças e bombardeios alemães. “NEVER WAS SO MUCH OWED BY SO MANY TO SO FEW” ( Nunca houve uma dívida tão grande de tanta gente para com tão poucos) CAIO reconhece que nunca uma pessoa deveu tanto a outra quanto ele ficou a dever a Divaldo Suruagy. Uma amizade digna de páginas de antologia – sem outros interesses, sem “puxa-saquismos“ sem falsidades. E por tudo, CAIO registra a sua gratidão e estima, para sempre. E mantém razoável ritmo de atividades (apesar de aposentado), ora no exercício da função de Presidente do Conselho de Administração da AGRO INDUSTRIAS DO VALE DO SÃO FRANCISCO S/A, ora propiciando agradáveis passeios turísticos na Barra de São Miguel, no CAIOMAR VIII, ora engajado na construção do Trimarã KAYAN DO MAR, homenagem que faz o pai ao filho querido que perdeu no mar, que ele tanto amava (e que gostava tanto 32
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do mar, que o mar ficou com ele). Dizem que quem não mais sonha, continua vivo, mas deixou de existir. O último sonho de CAIO é navegar por toda costa do nordeste e do norte do Brasil até o Caribe, onde pretende conhecer e desfrutar o maior número de ilhas e escolher a mais agradável delas lá permanecendo 6 meses por ano – período de ventos calmos e, no período de ventos fortes, de avião para Barra de São Miguel que é, sem favor nenhum, O CARIBE BRASILEIRO. É possível que as raízes e/ou a saúde o impeçam de realizar esse sonho. Mas, ele diz que vai continuar sonhando, para não deixar de existir. CAIO assevera que certamente seria mais feliz se o seu país fosse mais rico em caráter. A esse respeito escreveu o texto, FORMAÇÃO DE CARÁTER, um dos inúmeros destes que apresentamos nesta sua biografia no Capítulo próprio.
Tempos da EMATUR CAIO com Noé Simplício – Secretário da Industria e Comércio
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REGISTROS ESPECIAIS
Registros especiais
REGISTROS ESPECIAIS
C
AIO confessa que falar sobre sua vida é tarefa para que lhe falta competência, e essa falta é maior ainda quando se trata de falar de terceiros, principalmente aqueles que foram de extrema importância na sua vida (além dos pais e irmãos).
Os grandes amigos da esquerda para direita – Walter Guimarães, Coronel Paulo Ney, CAIO, Divaldo Suruagy e Walter Pitombo Laranjeiras (Toroca)
Pessoas como WALTER PITOMBO LARANJEIRAS-TOROCA - PAULO NEY M.R. DE AZEVEDO, amizades jamais abaladas durante mais de 67 anos, ARTHUR CARLOS CHAGAS DINIZ, ExSecretário Executivo da FINEP, quatro anos de agradável convivência diária, JOSÉ GALILEU DE CASTRO, cearense de Itapipoca, Chefe de Gabinete do Ministro Roberto de Oliveira Campos e ex-Superintendente do INVESTBANCO, amigão com mais de 10 anos de convivência diária em São Paulo e no Rio de Janeiro, EDMAR DE SOUZA, braço direito, procurador e substituto do Professor Roberto de Oliveira Campos, com quem teve a honra de conviver durante 11 anos (4 anos no FINEP, 4 anos no INVESTBANCO e 3 anos no GRUPO UNIVEST) , a família Prefeito João Sampaio
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CAIO no Salão de Despachos do Palácio do Governo de Alagoas Divaldo Suruagy , Guilherme Palmeira, José de Melo Gomes e outros
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Registros especiais
ZWICKER (de ANTONIO, ERNANI, ANDRÉ e WALDEMAR) que o acolheram como se fosse irmão, em São Paulo. DIVALDO SURUAGY e CID PORTO, sobre quem CAIO faz enaltecidos registros, NAPOLEÃO BARBOSA e JOÃO SAMPAIO, com quem teve os melhores dos relacionamentos e convivências. Essas as pessoas especiais credores maiores de sua gratidão e apreço. É claro que CAIO possui inúmeros amigos merecedores de sua estima e que se fizeram presentes em diversas fases de sua vida, como Roberto Suruagy, o popular Suruca, Bianor Paes Filho, Spinelly, Hélio Miranda, Arlindo Chagas, Luiz Gonzaga Dória, Ascânio, Bebé Laranjeiras, Antonio Nogueira, Fernando Gonçalves, José Batinga da Rocha, Fernando Figueiredo, José Fernando de Maya Pedrosa, Jaílson Bóia, Carlito Lobo, Mario Cesar Viana, Marco Antonio Moreira Sampaio, Mozart Cintra, Andrews Laurens Du Plooy ( o Luis da África do Sul que mora na Barra de São Miguel), o “Prof” – Izael Tonheiro, José Sulino de Souza, companheiro de lutas, braço direito do CAIOMAR, José Nicolau e Zezeco amigos por mais de 20 anos, Ronaldo Torres e Euzenir, Luiz Gonzaga Mendes de Barros, Mauro Vasconcelos (o Barão, ex -sócio da CAIOMAR), Edécio Lopes, Dydha Lyra, Mestre Alvaro, Lincoln Cavalcante e Franklin Cavalcante, Plinio Buenos Aires – impossível, segundo CAIO, nominar a todos, pois neste livro não caberiam, que foram seus companheiros durante suas estadas como Diretor nas empresas: BANCO DO ESTADO DE ALAGOAS S.A. – PROJETEC – PROJETOS TÉCNICOS LTDA, EMATUR – EMPRESA ALAGOANA DE TURISMO, CONTROL ADM. E PARTICIPAÇÕES LTDA, AGROINDÚSTRIAS DO VALE DO SÃO FRANCISCO S/A, SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – SESI, VILA OLÍMPICA ALBANO FRANCO, PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ, EMPRESA MUNICIPAL DE TURISMO (ENTURMA), CONSELHO TRIBUTÁRIO ESTADUAL, FUNDAÇÃO ALAGOANA DE PROMOÇÕES ESPORTIVAS – FAPE, CIA ENERGÉTICA DO ESTADO DE ALAGOAS (CEAL), CAIOMAR EMPREENDIMENTOS PESQUEIROS LTDA, CAIOMAR TURISMO LTDA. Ocioso explicitar a amizade e a estima recíproca que sempre existiram entre o Sombra e CAIO biógrafo e o biografado.
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CAIO E SUA FAMÍLIA
E
m 1967 Caio casou-se em Maceió com Kátia da Silva Malta e foram morar no Rio de Janeiro. Dessa união nasceram quatro filhos: Caio Porto Neto em 1969, Kayan Malta Porto em 1971, Kael Malta Porto, em 1973 e Kaymi Malta Porto em 1975. Caio Porto Neto formado em História, empresário e proprietário da CASA SURF – Pontal da Barra, em Maceió, Kayan Malta Porto, economista, faleceu em 19 de abril de 2006, era então Presidente da Câmara de Vereadores do Município da Barra de São Miguel/AL, Kael Malta Porto, advogado e Oficial de Justiça do TJ do Estado de Alagoas e Kaymi Malta Porto, advogado e Procurador da Prefeitura do município de Marechal Deodoro, AL.
CAIO no primeiro casamento com os filhos pequenos
Em 1992, após 24 anos de casados, CAIO e Katia combinaram amistosamente, efetivar separação judicial passando o filho mais novo, Kaymi, a morar com a mãe, permanecendo os mais velhos com o pai. CAIO costuma dizer que coração é terra na qual ninguém anda e muito menos manda. Nas últimas décadas, em Maceió, na sua busca permanente em suprir carências afetivas foi premiado com mais três filhos de quem também muito se orgulha: Luana Mariá Rocha Porto, Samir Pontes de Miranda Porto e José Rodrigues Paiva Neto, pessoas da melhor qualidade e do bem, tanto quanto os oriundos do casamento. E os sete filhos (hoje apenas seis em decorrência do falecimento do Kayan) sempre se deram muito bem.
CAIO com a família - 1990
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Registros especiais
CAIO e sua princesa Luana
CAIO com Samir e Netinho
CAIO, padecendo da crônica carência afetiva aguda, manteve inúmeros relacionamentos amorosos que se acham obviamente guardados nos arquivos do coração, melancolicamente relembrados com gratidão, hoje, apaixonado por uma galega do Pontal da Barra – Maceió, “cheia de direitos e que quer comer três vezes por dia”, como diz o CAIO brincando, ele está feliz com a TEREZA LAURA.
CAIO e sua “Galega”, como chama a Teresa Laura
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Teresa Laura
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Registros especiais
CAIO, Teresa e filhos
CAIO, Teresa e filhos, Cainan, Bila e o filho Alcides, e Cauai
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Um aspecto que deve ser ressaltado é o apreço que CAIO detém por sua tripulação e que serve de forma ímpar aqueles que estiveram, estão e ainda estarão curtindo seu barco;
Comandante CAIO e sua Tripulação da esquerda para direita, Cássio, Olho de vidro, Betão, Hulk, Deja, e 82, com CAIO ao centro. Os nomeados são como os chamamos e a autenticidade seria perdida se usássemos os seus verdadeiros nomes. (N.A.)
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Registros especiais
Casa do CAIO na Barra de SĂŁo Miguel
Casa do CAIO no Pontal da Barra
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CAIO, E OS ESPORTES
Caio e os esportes
CAIO, OS ESPORTES E A CAÇA SUBMARINA, SUA PAIXÃO
C
AIO praticou com afinco todos os esportes disponíveis na sua infância e juventude. Futebol nas praias e gramados, natação, vela, atletismo, voleibol, basquetebol, futebol de salão, caça submarina, dedicando-se a todos com grande entusiasmo, razão pela qual chegou a integrar durantes anos as seleções alagoanas de vôlei e de basquete, e destaques em várias modalidades do atletismo.
CRB – CAMPEÃO DE VÔLEI – Em pé: Carlos, Bebé Laranjeiras, Toroca, Eduardo Laranjeiras, Ivaldo Gato, de Cócoras: CAIO, Leonardo, Walter Guimarães, Edmilson Salles
FADU – Federação Alagoana de Desportes Universitários Em pé: Almir, Fernando Figueiredo, CAIO, Sebastião, Walter Guimarães, de Cócoras: Bebé Laranjeiras, José Batinga, Macário, Toroca
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Caio, o amigo
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Caio e os esportes
Mas foi a caça submarina o esporte a que, durante 40 anos, se dedicou com maior entusiasmo e tem obviamente, muitas “histórias de pescador” para contar. Lamentavelmente duas delas, dolorosamente tristes – a perda de seu filho Kayan Malta Porto - a 19 de abril de 2006, quando, doente com sinusite, foi mergulhar sozinho no pesqueiro mais profundo de nossa costa (o Dragão em frente à Praia do Francês) e a perda de seu companheiro e amigo Fernando Gonçalves em 29 de dezembro de 1972 no “Cabeço do Floriano” em frente à cidade de Paripueira, ao norte de Maceió. No que diz respeito ao setor esportivo em Alagoas, CAIO teve a oportunidade de contribuir com o costumeiro entusiasmo como Presidente da FUNDAÇÃO ALAGOANA DE PROMOÇÕES ESPORTIVAS – FAPE (1997-1998) e como Superintendente da Vila Olímpica Albano Franco (SESI – 1986 a 1991) Quando em 1983 começamos a trabalhar com CAIO na EMATUR, ele ainda praticava a caça submarina, não nos moldes que o fizera com os sempre amigos, Mauro “BARÃO”, o Antonio Nogueira “BORORÓ” e o Chaba. Mergulhar com CAIO, exímio caçador, era uma tranquilidade. Sempre atento a seu parceiro, um acompanhando o outro na “gangorra”, como chamávamos, um subia outro descia e vice versa e sempre inspecionando atentamente o companheiro. Por vezes antes de irmos para a EMATUR, pela manhã, ao raiar do dia já estávamos mergulhando no “Saco da Pedra”, pelo lado de fora, ou nos recifes que costeiam o litoral sul. Numa destas vezes foi que ele se acidentou com o arpão na mão, quando Kayan iniciava seus primeiros mergulhos com 9 anos. Algumas vezes mergulhamos na Barra de São Miguel e outros locais famosos de mergulhos à época. Inegavelmente CAIO foi dos mais completos mergulhadores que conhecemos e atestando seguem imagens de algumas de suas exponenciais pescarias. CAIO e seus amigos de caça submarina
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Caio e os esportes
CAIO e o amigo e companheiro de caça submarina Antonio Nogueira o “Bororó”
CAIO com os amigos Mauro “Barão” e “Bororó”
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Caio e Mauro Vasconcelos
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OS FILHOS QUERIDOS E NETOS
Caio e os esportes
DEPOIMENTO DOS FILHOS QUERIDOS COM OS NETOS CAIO PORTO NETO
A
você, pai por natureza, por opção e amor, não tenho palavras para AGRADECER. Mas é o que me acontece agora, quando procuro arduamente uma forma verbal de exprimir uma emoção que se localiza na mais profunda região de meu ser.. Caio Porto Neto
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Netas do CAIO (Carolina, Sofia e Larissa)
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Tereza Laura e filhos
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LUANA, a princesa do CAIO, sua única filha.
É
CAIO e sua princesa
apenas uma história de amor, sendo contada por uma filha apaixonada!! Em meio a um universo masculino, eu surgi para colorir de rosa a vida de todos vocês: OS PORTO’S. Muito grata ao grande amigo Sombra em poder deixar aqui registrado todo o meu amor e gratidão pelo senhor. Meu eterno agradecimento por todos seus cuidados, sua educação que por vezes me parecia tão radical, mas com o tempo percebi o quanto me foi necessária e precisa. Aproveito para me desculpar por algum provável aborrecimento ou decepção que cheguei a lhe causar em alguma fase de minha vida, saibas que doeu mais em mim do que em você. A Luana de hoje é um reflexo de todos seus ensinamentos, não só aqueles que os pais costumam ensinar na teoria, mas sim os vividos na prática. Você é referência para mim em forma de amizade, respeito, ética e princípios. Que eu possa criar Sofia e transmitir a ela todo carinho e amor que recebi de você. Porque o senhor não precisa de NADA para mostrar que o TUDO da gente é nosso coração!! Luana Mariá Porto Aragão
CAIO e sua princesa Luana Mariá na valsa dos seus 15 anos
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Caio, o amigo
CAIO e sua única filha, Luana
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Caio e os esportes
Sofia, filha de Luana
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KAEL
E
u s처 tenho a agradecer a meu Pai, por tudo o que fez por mim. Pai sempre presente e sempre muito carinhoso. Pai em que podia e posso contar e confiar em todos os momentos. Minha gratid찾o e meu amor ser찾o eternos. CAIO PORTO FILHO, meu Pai, meu her처i, meu amigo !!!!! Muito obrigado por tudo Pai. TE AMO !!!!!!!!!! Kael Malta Porto
CAIO com Kael, Ingrid e a netinha Larissa
CAIO, Kael e sua esposa Ingrid
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CAIO na formatura de Kael
Caio e os esportes
Kael, Ingrid e a neta Larissa
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Caio, o amigo
KAYMI
P
ai, tentarei juntar letras frias para adjetivar o maior sentimento descrito pela humanidade: o amor. Falar do meu Pai é isso, desligar a mente e falar através do coração automaticamente. “O amor cobre uma multidão de pecados” (I Pedro, 4:8). Em minha interpretação, nesse caso, seria enxergar a pessoa sem defeitos, sabendo que eles existem, mas amando tanto, que os defeitos se fazem inexistentes. Bom... Caio Porto Filho, ou como orgulhosamente eu chamo, Pai, é uma das poucas pessoas que conheço desde CAIO com Laila e Kaymi que nasci (risos)! Personalidade forte, mas sempre amável. Logo cedo, em minha infância, decidiu morar no Pontal da Barra, local que no início era quase um vilarejo de pescadores, parecia uma pequena cidade do interior. Hoje tem uma cara a mais de bairro de Maceió. Lembro-me com muita clareza que todas as vezes em que saíamos de casa, papai fazia questão de cumprimentar a todos que cruzavam pelo seu caminho. Por inúmeras vezes, assisti, quando ao passar pelo ponto de ônibus perto de minha casa, oferecia carona a quem estivesse ali, e assim, desde pequeno, já comecei a ter meus primeiros exemplos de humildade e camaradagem, naqueles simples gestos que até hoje se repetem diariamente. Sempre presente em todos os momentos da minha vida, orientou-me a valorizar mais a moralidade ao invés da materialidade. Praticante de vários esportes, deixa esse legado aos filhos: o amor ao esporte. Todos os seus filhos, de algum jeito, se dedicaram a algum tipo de esporte. A mim, incentivou a velejar. Logo ganhei um pequeno barco a vela, e nele comecei a navegar pelas águas do mar da Pajuçara, sob a guarda de meu Pai, que ficava em seu barco, o Caio Mar VIII. Seus exemplos de amor e dedicação ao mar estão sendos repetidos por seus filhos. Filho dedicado, nos finais de tarde, papai jantava com sua CAIO e Kaymi 66
Caio e os esportes
Mãe, minha Vó Ilza, e assistia um filme em DVD, todos os dias, até a partida de minha Vó dessa vida, nos deixando, assim, essa marca de amor filial. Advogado por formação, mas na realidade um Arquiteto, Engenheiro civil e náutico, adora construir. Dentre suas obras, 12 barcos, 1 prédio de três andares, e 2 casas, fora as pequenas construções, que são incontáveis... Orgulhase em assinar a autoria de suas obras, as quais, para quem as conhece, são inconfundíveis. Papai não economiza na segurança, reforça suas construções com estruturas além do necessário. Por exemplo, usa 2 a 3 vezes mais concreto que uma construção normal necessitaria, e assim vai, sendo até chamado muitas das vezes de exagerado. Falando em exagero, há mais de 20 anos recebe familiares e amigos em sua amada Barra de São Miguel; sua vida é tecida por essa singularidade, sempre foi um anfitrião generoso, assim, é conhecido pelas farturas de comidas com as quais recebia seus convidados, mas não para por aí, apaixonado pela culinária, passa o dia como alquimista, fazendo e inventando seus deliciosos pratos, cada vez mais em busca da degustação perfeita. Reunindo algumas de suas paixões em seu pequeno reino, seu barco, no qual construiu seu paraíso na terra, a Barra de São Miguel, sua culinária única e a presença daqueles que lhe são caros. Kaymi Porto
Casamento do Kaymi
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Kaymi com os pais, a irmĂŁ e a esposa Layla
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Caio e os esportes
Casamento do Kaymi e Layla (2016)
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SAMIR
Q
uando o amigo do meu Pai, e meu amigo também, João Sombra me pediu para escrever algo para meu pai, ele não teve ideia de quanto me deixou feliz! Primeiramente por dizer que ele representa um “ídolo” para mim! Onde nos momentos com ele tenho oportunidades de aprender e me divertir muito. Poderia “escrever também literalmente um livro” falando sobre ele, mas vou tentar resumir em poucas palavras que podem tentar explicar um pouco a
infinidade de sentimentos que sinto por ele: PAI, TE AMO MUITO! As palavras não explicam o prazer, honra, destino, apoio, alegria, sentimento, entre outros, a sorte de tê-lo como pai! Perguntei para seu neto Davi e meu filho, no momento com 04 anos, o que gostaria de dizer sobre o Avô ele pediu para dizer: que o senhor era muito “espertinho e danadinho” (rsrsrsrsr). Portanto, mediante os fatos, que valem mais que bilhões de palavras, só gostaria de dizer “como uma criança”, mais uma, vez que o Senhor é meu herói! Samir Porto e Davi Porto com o CAIO
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Samir com o irmĂŁo Netinho, com D. Ilza, com a esposa Somaya e com CAIO
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NETINHO
P
ai
Falar do meu pai é fácil, homem de personalidade forte e caráter inquestionável. Suas convicções são claras e firmes, independente do quão polêmicas possam ser. Isso sempre me passou uma ideia do quanto eu precisava me definir como pessoa, profissional e seguir esses princípios sem medos e dúvidas; afinal quando se faz qualquer coisa com segurança esta é realizada de uma forma muito mais eficaz. A história que ele mais me contava era de como foi para o Rio de Janeiro, ainda muito moço, em busca de seus objetivos e de ser independente. Essa história sempre me inspirou, pois a maior conquista que o homem pode ter é a sua autonomia. Sem ela nos tornamos pessoas fracas de mente e espírito, vulneráveis e naturalmente dependentes, ou seja, tudo que ele nunca foi. Esse é o exemplo que eu tenho e sou muito feliz e realizado por isso, de um homem batalhador que nunca hesitou em perseguir seus propósitos, por mais difíceis que fossem. Mesmo hoje em dia, em idade de suposta aposentadoria, é uma pessoa super ativa e com projetos a perder de vista. Finalizando a construção de mais um barco, sua eterna paixão, com a pretensão de viajar ao Caribe navegando e por lá aproveitar alguns meses antes da volta. Rogo a Deus que lhe conceda muita saúde para realizar todos os seus intentos, aspecto esse que precisa mais de sua atenção, visto que o próprio cuida de várias pessoas e esquece de si mesmo. Depois de uma vida de luta, desejo que só colha os frutos que lhe são merecidos, como filho, estarei sempre aqui para ajudar. Eu o amo, pai! Com carinho, José Rodrigues de Paiva Neto
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Caio e os esportes
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UM MOMENTO TRISTE PARA TODOS
Um momento triste para todos
UM MOMENTO TRISTE PARA TODOS
E
stamos em São Paulo, após descermos com nosso veleiro GUARDIAN o litoral brasileiro de Maceió até Santos, recebendo homenagens e conhecendo aqueles amigos no Brasil, que no decurso dos primeiros dez anos velejados pelos mares do planeta, estavam desejosos de nos conhecer pessoalmente. Estávamos vivendo o dia 19 de abril de 2006. De Santos fomos para a capital, onde já previamente agendado, estaríamos pela vez segunda sendo entrevistados pelo JÔ em seu conhecido programa. Desta feita a pauta versaria sobre dois temas em dois blocos diferenciados. O primeiro sobre o tsunami do sudeste asiático de 2004, quando em Pukhet na Tailândia nos encontrávamos e fizemos os primeiros registros de imagem daquela tragédia. No segundo bloco conversaríamos sobre Machado de Assis, nosso tio trisavô e o seu exponencial acervo com o qual convivemos em nossa infância, adolescência e até o nosso casamento, quando deixávamos o casarão de nossos avós maternos na Tijuca. Ainda nos encontrávamos no camarim nos preparativos para a entrevista, repassando pontos daquela tragédia que presenciáramos e nem imaginávamos que outra tragédia nos iria atingir. Quando o nosso telefone celular faz sua tradicional chamada. Nosso estimado amigo “Guiga” Paiva nos informa que Kayan, filho do CAIO, estava mergulhando no “Dragão”, uma velha draga naufragada umas 5 milhas em frente à Praia do Francês em Alagoas, onde tínhamos nossa morada, e desaparecera. Eram umas 17 horas, em torno de, e os amigos estavam todos já em franca atividade procurando o Kayan. Cumprimos aquele protocolo da equipe do JÔ, e adentrávamos a entrevista. Nossos pensares se voltavam para Alagoas e como autômatos respondíamos às questões do entrevistador, que já conhecíamos. Posteriormente os amigos mais chegados, que sabem de nosso jeito alegre e descontraído, nos questionavam porque aquele ar circunspecto e sem grandes esbanjares de alegrias, tradicionais em nossas entrevistas. Terminávamos as gravações e retornávamos ao Camarim, e voltava o celular a sua música de chamada. Pelo número já sabíamos se tratar do Guiga: O frio, agregava-se ao destempero emocional e envolvido pelo choque da notícia, estático estávamos, estáticos ficávamos !!!!!!!!!!!! - Sombra, acabaram de achar o corpo do Kayan, junto ao Dragão, apagado!! A mente nestes momentos nos causa surpresas inesperadas e como numa tela se 75
Caio, o amigo
descortinavam os momentos vividos com Kayan e os filhos do CAIO. Todos eles, desde meninos quando os conhecemos, sempre tiveram cada qual e de forma bem distinta, nos deixado suas marcas. Kayan iniciou seus mergulhos de caça submarina: quando, com CAIO, saímos para as nossas caçadas, deveria ter uns 9 para 10 anos. E acabamos mergulhando muitas vezes juntos, com Hector e Wilson; CAIO já havia parado. Kayan era um notável atleta e já estava com seus vinte e poucos anos. Acabara se tornando um fantástico caçador e fazia suas pescas de forma lucrativa, vendendo seu pescado, que não era pouco. Kayan, campeão de surf, faixa roxa de Jiu Jitsu, Vereador na Barra de São Miguel, Presidente de sua Câmara e admirado por todos, que provavelmente seria destaque no futuro do cenário político de Alagoas, tão carente de gente ínclita e KAYAN proba. E nós longe, sem podermos estar ao lado de nosso amigo CAIO, neste terrível momento. Minha querida companheira de toda vida, nos representava e depois nos reportava estarem todos abaladíssimos, Maceió, Francês, Barra de São Miguel e arredores estavam sem cor e sem sabor, perderam seu brilho, aliás como todos aqueles que, com Kayan, tiveram o privilégio de conviver, ficaram opacos. Ainda ficaríamos em São Paulo, alguns dias e depois aproávamos para o Rio Boat Show na Marina da Gloria, em maio, onde iríamos nos encontrar com CAIO. Conversas dentro de nosso veleiro GUARDIAN e o amigo narrando aquele terrível acontecer, que tanto abalou a ele e aqueles seus mais chegados. Hoje já se fazem 10 anos, as dores e feridas sendo amenizadas pelos remédios naturais do tempo, mas deixando em cada um de nós, que com Kayan conviveu, a sua marca de alguém muito especial.
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Um momento triste para todos
Abaixo transcrevemos o texto derradeiro ao filho querido redigido por CAIO e que consta do livro OBRIGADO KAYAN, publicado pelo saudoso pai.
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Caio, o amigo
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Um momento triste para todos
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DEPOIMENTOS DOS IRMÃOS E AMIGOS
Depoimento dos irmão e amigos
DEPOIMENTO DOS IRMÃOS E AMIGOS CID EDUARDO PORT0
Q
uanto ao livro homenageando tio CAIO! Nossa, fico muito agradecida em ter lembrado de mim, mas fico me perguntando, como posso fazer o papel do olhar do meu pai para seu irmão tão querido e amado? Ainda mais eu, filha e sobrinha no meio dessa relação, com todos os meus mais nobres sentimentos e emoções tão afloradas sobre eles para tentar encontrar palavras que consigam traduzir ou descrever o que existe entre esses irmãos tão admiráveis e que amo tanto! Cada um no seu jeito e maneira tão distintos de ser e ao mesmo tempo, tão complementares! Acredito que meu pai sempre teve uma admiração gigante pela forma de viver de tio CAIO, que carinhosamente chama de Cainho, onde a leveza e a arte de saber viver estão sempre estampadas no eterno sorriso lindo, olhos brilhantes, aliadas a uma super disposição em levar essa alegria a todos que estão a sua volta! Apaixonado pelo mar, pela vida, filhos, família, culinária...inteligente, educado, amigo, brincalhão, justo, honesto, verdadeiro, tem o dom e a sabedoria de brincar de viver, pois vive com simplicidade, nas atitudes, nas palavras, pensamentos, lembranças...Aliás beleza essa que mostra tão bem seu interior que se torna mais bonito com o passar do tempo! Tio CAIO, Cainho, é um vivedor! Fala o que pensa sem pestanejar, não tem meias palavras, por isso é tão autêntico, espontâneo e transparente no jeito de ser, de sentir, de pensar e agir! É um exemplo! Uma lição de vida! Não tenho como falar sem expor meu amor por ele! É apaixonante mesmo!
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Caio, o amigo
Cid com os filhos Maria Eduarda, Carla, Cidinho e Christine
Cid e Christine autora do belo texto sobre o CAIO
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Depoimento dos irmão e amigos
CIRO PORTO
C
aio…….. Com seu sorriso franco e aberto ao me receber em seu CAIOMAR, fico cheio de orgulho e com certeza de que nossa forte amizade continuará para sempre. Lembro-me dos momentos alegres que juntos passamos por São Paulo e Rio de Janeiro em que enaltecíamos essas grandes metrópoles, sem, contudo esquecer nossas O amigo e irmão mais novo origens alagoanas a que tanto você se referia, no intuito de realizar seu grande sonho. Sonho de construir um barco e singrar os mares (preferencialmente os já desbravados). Barcos foram construídos e sonhos foram concretizados e agora com o novo KAYAN DO MAR, poderemos quem sabe, realizar viagens mais longas. Palavras, dizem, o vento leva, por isso as afirmo neste papel, para dizer-lhe o quanto o amo e admiro. Continue assim: honesto, íntegro, generoso e amigo em todos os momentos. Minha eterna gratidão e orgulho por ser seu amigo e irmão.
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Caio, o amigo
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Depoimento dos irmão e amigos
CAPITÃO DOS PORTOS DE ALAGOAS CAIO PORTO m mero texto pode não conseguir, de maneira sucinta, expressar todas as qualidades deste exímio Marinheiro chamado Caio Porto. Portanto, sinto-me com imensa dificuldade de escrever, em poucas linhas, a grandeza e o inegável desprendimento deste valoroso amigo. Desde que o conheci, em Julho de 2014, por ocasião de minha posse no Cargo de Capitão dos Portos de Alagoas, já pude perceber suas nobres características marinheiras, entre as quais destaco o elevado senso de responsabilidade, a disciplina, a coragem, a liderança e a força de vontade – ainda mais quando descobri que, sendo ele advogado, projetava e construía seus próprios barcos. Além disso, tem um acurado senso de humor, inteligência e uma alma jovial que contagia a
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CAIO e o Comandante Antônio Braz Capitão dos Portos de Alagoas em 2015
todos que estão ao seu redor. Como Amigo da Marinha do Brasil e membro da Diretoria da Sociedade de Amigos da Marinha, em Alagoas, torna-se mister destacar sua grande colaboração para o desenvolvimento de uma mentalidade marítima no seio da sociedade alagoana. Ademais, sempre foi um divulgador dos serviços prestados pela Capitania dos Portos, no Paraíso das Águas. Grande Amigo, tenho a mais clara convicção que todos os Capitães dos Portos que o conheceram gostariam de escrever estas breves palavras, razão pela qual acredito ser um privilegiado. Todavia, mantenha sua invejável juventude como sempre o fez: com alegria, força, coragem e fé. Pois toda a sua vida vem sendo sublinhada com atos de evidente vontade de fazer o bem e de ser feliz, especialmente na aprazível Barra de São Miguel. A Capitania dos Portos de Alagoas tem muito a lhe agradecer, eu tenho muito a lhe agradecer. 85
Caio, o amigo
É um privilégio e uma honra tê-lo como amigo. Relembro-lhe, sempre, só existem três tipos de homens: os vivos, os mortos e nós, os Marinheiros! Tenha sempre bons ventos e mares tranquilos em sua caminhada. ANTONIO BRAZ DE SOUZA Capitão-de-Fragata Capitão dos Portos de Alagoas
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Depoimento dos irmão e amigos
SURUCA
C
aio, ao longo do tempo você era, e continua a ser, expressão de caráter, ética e honradez. Seu sentimento interior abomina e execra personalidades caracterizadas pelo egocentrismo inato e megalomania dos ensandecidos na busca da projeção, da notoriedade e do poder. Se auto intitulam sábios dos sábios, mestres dos mestres, senhor dos senhores. Se julgam os donos da verdade. Para a história, você é o Renascimento e o Iluminismo da sua concreção factualmente racional. Segundo Marilene Chauí, no livro “Convite à Filosofia”, o sujeito ético moral é aquele que sabe o que faz. Você o sabe. Você é fundamentalmente a essência da ética. Ser amigo é repetir o óbvio ululante. Basta sentir interiormente : “ você, meu amigo de fé , meu irmão camarada.” Na minha ancestralidade primitiva, não prometo, cumpro. Sempre às ordens. Um grande abraço SURUCA
CORONEL PAULO NEY 87
Caio, o amigo
CAIO e Paulo Ney em Copacabana
C
AIO PORTO FILHO, você meu amigo de fé, meu irmão, camarada! No final do ano de 1959, estava eu em Maceió, de férias, quando CAIO, na festa natalina da Pajuçara, me procurou e me fez um pedido. Disse-me ele: “Soube que você mora em Copacabana com um companheiro de farda, que deverá casar em breve. Poderia eu morar com você ?” Não pensei muito e logo lhe respondi: “Não somente pode morar, como pode desde já, pois o amigo que mora comigo, tenho certeza, concordará em recebê-lo.” E assim CAIO providenciou suas transferências de faculdade, banco etc. e tornou-se um novo
morador de Copacabana. O nosso companheiro, Pellegrino, realmente casou-se e daí ficamos nós dois, até o meu casamento em julho de 1963. Foram poucos anos que consolidaram mais nossa amizade e marcaram nossas vidas. CAIO concluindo seu curso de Direito e eu realizando vários cursos dentro da minha carreira militar. Para mim, essa curta temporada, foi um privilégio, pois foi e continua sendo, uma amizade leal e descontraída. Bons tempos que bem aproveitamos na famosa praia, almoços folclóricos no Restaurante Giratório e uma convivência sadia sem apresentar nenhum desentendimento. CAIO, uma personalidade forte, que mantém um bom relacionamento com os amigos. Depois de alguns anos afastados, voltamos a nos encontrar mais uma vez, agora em Maceió, quando o saudoso amigo Divaldo Suruagy, Governador do Estado de Alagoas em 1975, me convidou para comandar a Polícia Militar de Alagoas e o CAIO para o Banco do Estado de Alagoas. Foram mais 4 (quatro) anos de contato, CAIO e Paulo Ney em Copacabana quando então ganhei um afilhado, seu filho Kaymi, que me proporciona uma grande alegria em ser seu padrinho de Batismo. CAIO, figura singular, que está sempre pronto a ajudar, orientar e proporcionar momentos alegres, como nos seus passeios náuticos na Barra de São Miguel. 88
Depoimento dos irmão e amigos
Realmente um grande amigo, cujos reencontros proporcionam sempre grande satisfação e prazer renovados. Até o próximo! Um grande abraço! Paulo Ney UM EPISÓDIO INTERESSANTE E FELIZ Em fevereiro de 1959, como apresentado no início, CAIO com 18 anos chegava ao Rio de Janeiro, com o propósito de se graduar Bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil. Fora convidado pelo amigo PAULO NEY MACHADO DE
Quartel da Policia Militar
AZEVEDO, para compartilhar seu apartamento em Copacabana, onde conviveram até 1963, ano em que Paulo Ney se casou no Rio em que CAIO se formou. CAIO ainda continuou morando neste apartamento até 1968, quando foi para São Paulo. Em fevereiro de 1975, CAIO e PAULO NEY retornavam Produban a Alagoas e chegavam vitoriosos os bons amigos. CAIO para assumir a Diretoria do Banco do Estado de Alagoas – PRODUBAN e PAULO NEY para assumir o Comando da POLICIA MILITAR DE ALAGOAS.
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Caio, o amigo
EDÉCIO LOPES, PELA /FAMÍLIA Caio Porto Filho e Edécio Lopes ...
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oda a família de Edécio Lopes é testemunha da amizade, do respeito mútuo e da troca de conhecimentos por parte de um e de conselhos por parte do outro. A convivência dos dois extrapolava as relações de trabalho quando frequentavam diariamente a EMATUR, Empresa Alagoana de Turismo, e a EMTURMA, que era a Fundação de Turismo de Maceió, onde juntos, trabalharam em defesa da divulgação de Alagoas em todo o cenário nacional. Juntos participaram da produção de livros e discos com as músicas que falavam de Alagoas como o frevo “MARCEIÓ”, de Edécio Lopes, e a “CIDADE SORRISO”, que relatava as belezas naturais e outros encantos dessa terra que os turistas tanto se esbaldavam em desfrutar. Nos finais de semana, frequentavam o “Caio Mar”, barco de Caio Porto, onde apreciavam as delícias culinárias do proprietário, dentre as quais, a mais a destacada, feijoada de peru. Lembro de Caio Porto Filho em um momento especial, durante um acidente automobilístico sem maiores proporções ocorrido na Rua Sá e Albuquerque, em Jaraguá, quando “ fechados” por um motorista de caminhão, ficamos literalmente com o nosso carro embaixo dele . Naquele momento, ouvi a voz de uma pessoa gritando na rua, chamando o motorista de criminoso, pela sua manobra irresponsável e vindo ao nosso socorro sem saber quem seriam as vítimas, que no caso foram eu, minha cunhada que estava grávida e meu irmão. Essa pessoa era o Caio Porto Filho que confessou também nem saber quem estaria no carro, mas diante do acontecido, veio imediatamente ao socorro de nossa família . Algumas vezes, Caio Porto Filho era entrevistado por meu pai - Edécio Lopes, falando do desenvolvimento de suas atividades no estado à frente do Turismo e de suas experiências nessa área. Mas, como disse anteriormente, a amizade de Caio Porto Filho foi ampliada para toda a família que muitas vezes o encontrava na Barra de São Miguel, onde meu pai também tinha uma casa de veraneio e quase sempre nos finais de semana prazerosamente desfrutavam de um papo amigo, leve, cordial e sempre regado a uma cerveja gelada e um 90
Depoimento dos irmão e amigos
bom tira-gosto , papo esse que renovava as energias de Edécio para recomeçar sua semana de trabalho . A amizade fazia bem a meu pai e o deixava muito feliz, pois no seu grupo de amigos encontravam-se sempre pessoas do mesmo círculo de amizades como João Sombra, o mestre dos mares, Guilherme Palmeira, Evilásio Soriano, Manduca e tantos outros amigos da Barra. Com a partida do meu pai, conseguimos manter a amizade de Caio Porto Filho, o que muito nos alegra, e o sentimento de respeito, gratidão e saudade que ele tem por meu Pai. Receba Caio Porto Filho um grande abraço de Olindina Lopes e de todos os seus filhos.
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Caio, o amigo
NADO TORRES CAIO PORTO – AMIGO FIEL
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inha amizade vem dos anos 80, quando eu tinha restaurante. Caio sempre me impressionava pela elegância, bom gosto e pela educação. Era presença certa, sempre bem acompanhado, nas sextas-feiras. Caio era, numa palavra, um bon-vivant da capital alagoana – aliás, pessoas com tais predicados fazem muita falta hoje. Por essa época, nossa amizade era mais comercial. Foi só no começo do século, quando fui morar na Barra de São Miguel, que a amizade pessoal começou: eu, gerenciando o Village Barra Hotel; ele, em seu Trimarã Caio Mar, o maior do Brasil. De alto astral e energia positiva, Caio como que me ensinou a amar ainda mais a Barra. Não conheço uma pessoa que ame mais a Barra de São Miguel do que ele! Fui me aproximando e conhecendo o amigo Caio Porto. Os melhores adjetivos não bastam para descrevê-lo. É preciso inventar mais adjetivos para que deem conta de uma pessoa amável como ele. Com a criação da Folha da Barra, nosso convívio intensificou-se. Nas páginas da revista, o Trimarã Caio Mar virou figurinha carimbada. Merecido. Afinal, é a oitava maravilha do mundo. No trimarã, como já virou costume, tudo é exagerado: são 18 deliciosos pratos. O capitão Caio, por sinal, um “chef” perfeccionista, abomina os pitacos na sua cozinha. É quando se torna chato. E parece que ele está certo: sua mão é simplesmente excepcional ao preparar as mais maravilhosas e picantes delícias. O melhor de tudo é que os pratos são afrodisíacos. Os filhos de Caio, a quem respeito como meus também, são jovens educados, atletas sarados e amigos de todos – como o pai, são bonitões. A galega Tereza, esposa do Caio, é amiga de infância de minha esposa Euzenir – moraram no mesmo bairro. Não poderia deixar de citar também os amigos de Caio, os quais passei a admirar: o exgovernador Divaldo Suruagy, Walter Pitombo Laranjeiras (o Toroca), regateano de coração, e o almirante João Sombra, o arquiteto que idealizou este livro. São muitos amigos, mas com estes três convivi mais. Já virou um hábito meu dar uma passada, aos sábados, no barco para abraçá-lo. Quando isso não acontece, o fim de semana fica, sem dúvida, incompleto. 92
Depoimento dos irmão e amigos
É indescritível dizer o quanto significa ser amigo do Caio Porto. Por isso, ao receber a “ordem” do amigo João Sombra para escrever umas linhas sobre o Caio, fiquei matutando: “O que falar se as palavras, inúteis para definilo, fogem?”. Fico realmente com inveja (boa) do meu amigo João Sombra por ter idealizado essa homenagem. Mas fico ainda mais satisfeito pelo fato de ver postadas na obra minhas belas imagens registradas nos bons momentos vividos no Caio Mar. Caio Porto, a felicidade é tão grande que fiquei com as ideias bloqueadas – Falar em você é fácil, mas fica difícil passar nesse momento. Um beijo no coração e obrigado por pertencer a sua coleção de amigos. Euzenir & Nado Torres
A REVISTA FOLHA DA BARRA, sempre esteve presente na amizade ao CAIO, é raro o número que não traga matéria ou imagens sobre o nosso amigo.
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Caio, o amigo
ENALDO MARQUES
A CAIO,e o amigo Enaldo.
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migo CAIO, para mim é um prazer compartilhar desse grande momento da sua vida. Um amigo responsável, que proporciona momentos maravilhosos de lazer aos amigos e a todos que visitam a Barra, gerando emprego e renda para nosso estado. Sempre divertido semeando bem-estar e tratando a todos de forma especial e respeitosa, conquistando assim a admiração de todos. Por isso, querido Caio Porto, tenho a grande satisfação em tê-lo como amigo. Enaldo Marques
Depoimento dos irmão e amigos
JOSÉ FERNANDO MAYA PEDROSA
E
CAIO PORTO FILHO, UMA MENSAGEM screver sobre o meu amigo Cainho resulta numa definição da pessoa humana ideal, porque sempre encontrei nele coerência e retidão. Sendo uma figura especial, para compreendê-lo melhor fui consultar André Lalande, no VOCABULÁRIO TÉCNICO E CRÍTICO DA FILOSOFIA, Editora Martins Fontes, no verbete “amizade”. E concluí que tinha dois caminhos a seguir para defini-lo: o da lógica e o da minha estima por ele tão cultivada através dos tempos. Segundo Aristóteles (em Lalande), a mais nobre das amizades é aquela que tem por objeto o bem moral, a identidade e a sabedoria, algo que foi preconizado pelos estoicos. Aí está a razão do Cainho ter tantos amigos autênticos, de bom caminho na vida, identificados no bem-fazer e na correção de atitudes. Este é o seu perfil. Mas, qual a razão disto tudo? Em primeiro lugar, cito seus pais, o Dr. Caio Porto e Dona Ilza, que conheci morando na Rua do Araçá, nas proximidades da casa de Paulo Pedrosa e Benita, meus pais. Era um casal próximo de nós também espiritualmente, quando nos aconselhava nos momentos difíceis, ele como advogado experiente, ela como uma mulher sábia, amiga e convincente. Aqueles meninos, Cainho, Cidinho, Ciro (muito pequeno ainda) e meninas, Licinha e Cilza eram como primos-irmãos, referência de beleza e de bom afeto, pessoas que nos tinham como amigos. Lembrar os tempos daquela rua (hoje Epaminondas Gracindo) explica porque tanto gosto de todos eles, enquanto compreendo a razão do Cainho ter tantos amigos. Pensando nas afinidades que nos aproximam, vejo a natureza, a lua e o sol, o mar e nele as marés, as dunas, os coqueirais, os ventos, os pássaros, os peixes e os demais espécimes da fauna lacustre que nos cercaram desde crianças na Pajuçara, nas Lagoas Manguaba e Mundaú, depois na Barra de São Miguel. Por tudo isto, mesmo com os atrativos dos grandes centros do sul do País, para onde Cainho foi atraído depois de formado em Direito, aquele encanto da natureza foi mais forte do que o sucesso garantido que teria por lá. Foi a mesma afinidade que nos uniu, 95
Caio, o amigo
mas com uma diferença: ele logo regressou, eu tive que esperar quatro décadas para fazer o mesmo. Cainho, homem lúcido e muito inteligente, procurou servir a humanidade atendendo ao que lhe parecia essencial, a natureza lacustre de Alagoas em volta e a sua engenhosidade para navegar depois de construir seus barcos, ver a luminosidade em volta, a força de suas manifestações no correr e no regressar das águas, sentir a alma de seu povo cheio de espontaneidade, de afeto pelos que merecem consideração. Por tudo que ele sentia e gostava, penso que não havia outro caminho para seguir, o turismo, atividade que, infelizmente para muitos, é vista apenas por sua essência econômica. Mas que, para o Cainho, é muito mais do que isto, porque aproxima os brasileiros de regiões tão distantes, que levam uma imagem da geografia em volta e a ideia de que somos uma só nação de povo gentil com todas as suas variedades. Por isto tudo, tenho certeza de que ele visualizou o seu mais apropriado campo de serviço para a humanidade e de realizações pessoais naquele barco tão original, o Caio Mar. Quando embarcado nele, é mais o anfitrião alagoano, gentil, de excelente aparência, que transmite sinceridade de administrador de sua empresa junto com seu empenho de marinheiro, de cozinheiro, até de garçom. Naqueles momentos, os turistas, vendo o paraíso da Barra - o Gunga – desconhecem que o barco em que navegam, foi feito pelas mãos (e desenho) do mesmo Cainho, em formas tão próprias e inconfundíveis que os conterrâneos, quando o localizam no horizonte próximo ou passando ao largo, pensam em seu dono mais do que na própria embarcação. Eles dizem: “Lá vai o Cainho!”. Neste cenário, ele serve melhor à sociedade dos homens do que se estivesse na advocacia, na assessoria de empresas em São Paulo e no Rio de Janeiro, como dono e gerente de um hotel de turistas, como secretário de Estado ou em outra qualquer atividade, algumas das quais já havia exercido antes e com sucesso. Meus prezados leitores. Não se trata aqui de um panegírico, de um elogio para simples exaltação de um amigo. O que intento mostrar é o Cainho em seu universo próprio, em sua identidade com os amigos, em sua afinidade com a terra em que nasceu e vive seus costumes, paisagem, tradições, no serviço que presta a nossa Alagoas. Pelo fato de ter restringido sua notável capacidade para vencer nos sofisticados meios administrativos e financeiros, até mesmo políticos, em proveito de um turismo eivado de sentimentos e de autenticidade, nós todos lhe devemos muito. E peço a Deus que viva mais de cem anos. JF MAYA PEDROSA Maceió, 21 de maio de 2015
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Depoimento dos irmão e amigos
ZUZA SOMBRA
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mano João, escritor naval, está escrevendo sobre o amigo CAIO PORTO. Como convivi com esta figura rara, raríssima, por algum tempo, fui honrado com o convite de passar algumas lembranças destes momentos para mim extraordinários. CAIO PORTO não tem defeitos, não tem inimigos, não tem vícios e não tem maldades. É bom caráter, puro, leve e ótimo papo. Somente tem dois defeitos; é alto, forte e bonitão, e adora mulher, se a isto podemos chamar de defeito. Sair com ele é terrível, no bom sentido. As damas, independentes de nível cultural, posição social, cor e físico, só olham para aquele Apolo alagoano. Olham e se insinuam. Coitadinhas das damas, este Apolo alagoano não nega fogo, atende a todas e despedaça corações. Sua simplicidade e cabeça bem feita, com pitadas de carioquices, não lhe permitem qualquer tipo de discriminação. Gosta de reunir seus amigos em seu Restaurante Flutuante, da mais alta autoridade ao mais humilde, e todos recebidos com a mesma fidalguia e atenção. Aqui um esclarecimento, seu Restaurante Flutuante é projeto seu e sua construção também. A lembrança me transporta à garagem na sua casa do Pontal, feita com a finalidade de local para aquela construção, que foi crescendo, crescendo e acabou se tornando a porta pequena para a saída da embarcação. Para o amigo CAIO, diminuto problema, arranca a porta, e a garagem também. E o Restaurante Flutuante, não quis flutuar como desejado, também problema menor, os milhões de amigos juntos lá no Pontal arregaçaram as mangas. Apoiar e ajudar era preciso!!!! Maquinários leves e pesados, material de toda sorte não paravam de chegar. A nata dos seus amigos estava lá. E, o combinado, o código secreto, todos já sabiam; não dê pitaco e nem coloque gosto ruim!!!! E como todos torciam e queriam, o barcão flutuou, todos ficaram felizes e Alagoas ganhou um grande engenheiro naval. Sim, também é um arquiteto de mão cheia, tinha um projeto seu na Pajuçara, com aquelas janelas arredondadas que nos deixava muitas das vezes pensativo. Lá morava sua primeira esposa Katia com os filhos menores, mas o edifício até hoje nos causa muita espécie, um estilo de arquitetura “sui generis”. Para atender aos amigos embarcados, de forma excelente, sua marca maior, todos os finais de semana às 5 horas já está no Mercado da Produção, comprando tudo que exige um chefe de 97
Caio, o amigo
gastronomia. Sim, também é um exímio cozinheiro. Em seu Restaurante Flutuante, sem problemas cabem mais de 80 pessoas, e durante os comes e bebes, como ele se refere à “orgia gastronômica”, brinda os amigos com histórias, piadas e ditados alagoanos, muitos destes de sua própria criação. Suas tiradas “machistas” de gozação são incríveis, do tipo: lugar de mulher, criança e menino é na cozinha !!!! Aos olhares menos simpáticos da plateia feminina, completava... Mas, o CAIOMAR (o nome oficial do Restaurante Flutuante), é uma grande cozinha!!!!! E, tudo devidamente esclarecido, a gargalhada é geral. Algumas vezes nos lembramos, que com nossa esposa Anabela, que seus filhos chamavam de Tia Belinha íamos lá e o Kayan perguntava: -Tia Belinha, qual é o peixe que a senhora quer comer??? E lá ia ele mergulhar com seu equipamento Cobra, e trazia o peixe desejado e o grande “Chefe” CAIO, preparava o pescado. Sua simpatia e retidão, muito admirada pelos alagoanos, o elegeriam para qualquer cargo politico que desejasse. Vários convites foram feitos, mas ele declinava de forma direta. CAIO é, e sempre foi, um homem de bem!!!!!!!! Este é o CAIO, O AMIGO !!!!!!!!! JJ Sombra
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Depoimento dos irmão e amigos
JOSÉ NICOLAU (ZECA)
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alar de um AMIGO IRMÃO de muitos anos é fácil e gratificante, mesmo porque em nenhum instante tivemos divergências em opiniões a não ser no fato de não gostar de comer....rs rs. Não há data precisa para iniciar esta amizade, apenas se formou e foi se solidificando “de graça” e assim já se foram lindos 20 anos ou quase. Muitos momentos bons e alguns de grande tristeza no coração. Foram situações no mar com os “banquetes“ e muitos “convidados” no Caio Mar 7 com pessoas maravilhosas, sem citar nomes, com a música ao vivo de Forró a samba e a permanente orgia gastronômica que mesmo sem muito espaço fazia a alegria dos convidados e penetras permanentes com a mesma simpatia e alegria. Houve situações que não se via o barco, era gente empoleirada por toda parte, não afundava porque foi construído estilo Caio Porto. O espaço físico ficou pequeno e acompanhamos a construção do Caio Mar VIII do início ao fim com o projeto do Advogado náutico Caio Porto, totalmente “sem miséria”: onde seriam necessários e suficientes 3 centímetros de fibra mandava por 15 ou 20 assim por diante, após 8 anos e uma queda que me deixou preocupado com a sua costela, o 120 toneladas foi posto no mar em pedaços, nave central, naves laterais, que foram acoplados no Pontal da Barra. Ajuste de nível das três flutuações e lá se vão dezenas de sacos de cimento estilo Caio. Tudo funcionou e o maior trimarã das Américas foi navegando para a Barra de São Miguel com seus motores poderosos. Objetivo ir ao Caribe costeando. Da Barra de São Miguel, Caio nos convidou para ir a Maceió, eu não fui, porém foi meu filho Zezeco com a mãe Stella. Não tenho detalhes, porém algo não saiu direito, uma travessa se soltou e creio que neste momento Caio desistiu temporariamente de utilizar este barco para a sua viajem ao Caribe. Palavras da Stella: O que sinto pelo Caio: carinho, admiração. É o Capitão dos Mares da Barra !! Quando vou para a Barra de São Miguel e não o encontro, parece que faltou alguma coisa; é sempre um prazer. - Caio, que sua beleza continue se renovando a cada nascer do Sol. Stella iniciou o planejamento e construção de outro trimarã mais leve e confortável que deve ir para água este ano de 2015 com o objetivo de alcançar o Caribe. 99
Caio, o amigo
Neste tempo, e não podia deixar de citar a presença do querido e saudoso Kayan e a amizade de irmão que teve com o Zezeco, o qual chamava de “barracudinha”, foi o Vereador mais votado, amigo, filho exemplar, estará sempre presente. Minhas idas à Barra foram se intensificando, porém tenho me dedicado bastante ao apoio técnico para o Prefeito, José Medeiros Nicolau (Zezeco), muitas vezes não deixando espaço para o lazer e visita ao amigo. O amor pela Barra é algo que não é difícil de entender, basta ficar na Barra com o Caio um dia de sol ou sem sol. Suas frases “tirando o que está ruim, o resto está bom, “quem não come será comido” (segundo Charles Darwin), “não existe, NO MUNDO, lugar mais bonito do que este”, etc. Ás vezes nos prega um susto com a sua saúde de ferro mantida a Jack Daniel, e vamos em frente com a vinda semanal à Barra de São Miguel sempre com convidados amigos e penetras. Me dá “bronca” pelo fato de gostar de correr pelas ruas e de esquiar. Procure algo menos violento!...Cuidado! e sempre com bom humor e de coração aberto. Caio é uma pessoa que eu não esqueço, tenho satisfação em estar por perto e seguirmos juntos o tempo que for possível. Vamos em Frente Amigo. Zeca - José Nicolau
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PROFESSOR – “PROF”
E
m um dos dias de abril de 1992, fui procurado pelo meu amigo Pedro Ugá, para ensinar musica a uma pessoa. Perguntei quem era e ele me disse que se tratava do Dr. Caio Porto Filho. Não o conhecia e dirigi-me à ENTURMA (Empresa de Turismo de Maceió), para conhecer o mais novo aluno, acertarmos os detalhes, etc e tal. A partir daquele momento firmou-se um relacionamento recíproco de amizade entre nós que dura até hoje. CAIO é uma pessoa que se sensibiliza com as situações adversas dos amigos, procura ajudar sem medir esforços e com extremada boa vontade. Um não é coisa por demais rara que se ouve do CAIO. É o amigo que todos desejam ter !!!!!! Em seu barco, o trimarã CAIOMAR VIII, com desmedida alegria e satisfação, que lhe são peculiares recebe as pessoas, todas pessoas, sempre de bom humor, contando piadas e fazendo gozações. Todos os finais de semana me “intima” a lá comparecer, e ai de mim se não o fizer, é reclamação na certa (no bom sentido, obviamente). Para CAIO, é prazeroso receber os amigos e os amigos dos amigos. Caio é inegavelmente o melhor dos amigos que tenho. VALEU CAIO, POR VOCÊ EXISTIR !!!!!!! Izael Tonheiro Filho “O Prof”
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Caio, o amigo
O “Prof” no Sax
CAIO exibindo o troféu
Carnaval na Barra de São Miguel 3 anos seguidos – Barco Cairo Mar VII - Eleito o mais animado
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Depoimento dos irmão e amigos
LOUIS
I
sailed into Barra de Sao Miguel on my catamaran, ROCK IN ROLL RENEGADE, in june of 1992, and was fortunate and privileged to meet and be friend Caio Porto Filho, a man for all seasons, who I highly respect and admire. I planned to stay in Barra for a maximum of 3 days as I was on my way to the Caribean. Caio Porto changed all that and I am still here. Another .... day in Paradise. Caio is one of only 2 men that I know of, who can truly say, “ I did it my way “. Thank you for being my friend. Your friend, Andries Lourens du Plooy (Louis)
Velejando até a Barra de São Miguel no meu catamarã, ROCK IN ROLL RENEGADE, em junho de 1992, tive a felicidade e o privilégio de encontrar e ser amigo de CAIO PORTO FILHO, um homem para todas as ocasiões, que altamente respeito e admiro. Planejei estar na Barra no máximo 3 dias quando no meu caminho para o Caribe. CAIO PORTO mudou tudo isto e eu continuo aqui. Outro dia no paraíso... CAIO é um dos 2 homens que eu conheço que pode dizer verdadeiramente, “Eu faço meu caminho”. Muito obrigado por ser meu amigo. Seu amigo, Andries Lourens du Plooy (Louis)
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Caio, o amigo
CAIO, Hector, Mauro Vasconcelos e Samir, filho do CAIO
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Depoimento dos irmão e amigos
JOÃO F SOMBRA
E
nquanto escrevemos estas linhas, desfilam pelas gavetas azuis de nossa memória mais de 33 anos desde o primeiro momento em que conhecemos CAIO. Início de 1983 em viagem de serviço do BNH, éramos a ele apresentados pelo amigo Getúlio Cabral, então, Gerente do BNH em Alagoas. As coisas, os pensares e outros similares nos identificavam e de pronto surgiu nossa amizade. À época CAIO era o Presidente da EMATUR (Empresa Alagoana de Turismo). Apresentamos a ele a sugestão de construir uma marina, a tão sonhada MARINA MACEIÓ. De imediato comprou a ideia e vencidos os trâmites burocráticos, fomos cedidos do BNH ao Governo do Estado, e em meados de junho daquele ano chegávamos a Maceió para sermos seu Assessor de Gabinete na EMATUR e levarmos a efeito o projeto da Marina, que em outubro era apresentado incluindo uma maquete, onde se tinha uma visão tridimensional daquele Complexo Náutico, que envolveria a Marina e seus elementos, a sede da EMATUR e um auditório, embrião do Centro de Convenções do Estado, além de bares e restaurantes. Isto em 1983 há mais de 30 anos daquela que poderia ter sido à época a única marina do nordeste, pois nem Salvador na Bahia tinha algo semelhante. Pela falta de visão e outros aspectos deploráveis do então Prefeito de Maceió à época, CAIO, pessoa proba e honesta, achou por bem não levar avante tal projeto. Mesmo sem a Marina Maceió ter sido levada a efeito, assessoramos o amigo na EMATUR de forma ímpar nos projetos do Festival do Mar, construção do Terminal Turístico da Barra de São Miguel e outros aspectos, do e para, o desenvolvimento turístico em Alagoas. Compartilhávamos naquela assessoria com exponenciais amigos que o seriam para toda nossa vida, o Coronel José de Almeida, engenheiro da EMATUR, e o último oficial do Exercito Brasileiro a Capa do disco músicas que cantam alagoas comandar a Policia Militar de Alagoas. 105
Caio, o amigo
O radialista Edécio Lopes, que nos enchia de atenções, e mais ainda, de relatos extraordinários. O outro partícipe deste seleto grupo de assessores era o Dydha Lyra, cantor seresteiro de mão cheia, judoca dos melhores, advogado e que se notabilizou como dos maiores artistas alagoanos e com sua arte valoriza estes nossos escritos. Sob a batuta do CAIO e a coordenação de Edécio foi produzido o primeiro CD de “Músicas que cantam Alagoas”. CAIO notabilizou o turismo em Alagoas e deixou eventos registrados no setor com índices que nunca mais iguais foram alcançados. Com ele estávamos sempre, mesmo após sua saída da Ematur, os mergulhos na caça submarina eram constantes e a amizade sempre presente e elemento maior de nossas vidas. Agrega-se a todo este contexto, a amizade CAIO e sua princesa Luana de nossos filhos com os dele, tendo como sua única filha mulher elo de ligação o surf. Os filhos do CAIO são como nossos filhos também, no duplo sentido de carinho, excelentes surfistas e
Casamento da Luana e toda a filharada – da esquerda para direita: Netinho, Kaymi, CAIO, Luana, Caio Neto, Kael e Samir
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Depoimento dos irmão e amigos
amantes do mar. Caio Neto, Kayan, Kael e Kaymi, sempre foram o prolongamento de nossa amizade com seu pai, e queridos amigos desde os tempos de meninos. Hoje, quando os admiramos já casados e na plena vida de homens notáveis e completos, vemos e vivenciamos, aquele orgulho do CAIO por eles e o entendemos bem. Sempre mantivemos excelentes amizades com e pelas damas que passaram pela vida de nosso amigo, a Tia Katia, aquela notável figura de Mãe, posteriormente a Mônica e a menina galega Teresa Laura, que acompanhamos quando CAIO deu seus primeiros puxares de canto de olho. De cada sua companheira, guardamos uma lembrança muito especial, como um bom amigo deve fazer e ser. Posteriormente fomos conhecendo os demais filhos do CAIO, e de imediato houve o mesmo carinho e amizade, ao Samir, Netinho e à suave e doce Luana Mariá a única filha de CAIO, a sua princesa. Quando em 1995 nos aposentamos e partimos para compra do veleiro GUARDIAN por tempos ficamos ausentes de Maceió, mas mantínhamos sempre contato com este notável amigo, sendo ele o gestor de nossos amoedados, como citado na APRESENTAÇÃO. Hoje sempre que possível estamos juntos, no seu barco na Barra de São Miguel, “Sempre aos domingos”, o que nos enseja além de curtir o amigo e aqueles a ele mais chegados, como o “PROF” e o “LOUIS”, que também se tornaram excelentes companheiros desta caminhada. E vamos, em nossas conversações, relembrando momentos exponenciais que juntos compartilhamos e que jamais serão esquecidos, pois quem é amigo de CAIO PORTO FILHO estará sempre se lembrando das coisas boas da vida, e é um privilegiado. JFSA
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Caio, o amigo
O quarteto fantรกstico
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Depoimento dos irmĂŁo e amigos
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TEXTOS NOTÁVEIS DO CAIO
Textos notáveis do caio
TEXTOS NOTÁVEIS DO CAIO QUESTÃO DE OPINIÃO KAYAN MALTA PORTO
U
m bom amigo meu, ensinou-me que o grande mérito do cérebro não é o de lembrar, mas sim o de esquecer. Mas, aconteceu – E por mais que você não queira aceitar o inaceitável, aconteceu. Infelizmente, ninguém descobriu a arte de esperar o inesperado e quando acontece, você fica com o olhar daqueles que se despediram da razão e descobre que a vida sem sentido realmente não faz sentido. E CAIO E seus admiráveis filhos, aí, você chega à conclusão de que você é Kayan é o que está ao centro a ínfima parte do “subfosfato” da casca do pó da poeira das estrelas – um “tico” de matéria submetida à lei maior da gravidade, até se transformar em energia e depois matéria e depois energia..... Até o fim dos tempos. Kayan Malta Porto morreu aos 19 de abril de 2006. Convivo com dois arrependimentos: o de não ter sido um pai melhor e o de ter propiciado o seu enterro no Parque das Flores (seu túmulo deveria ter sido o local onde morreu, no mar, berço de todos os seres do planeta). Quanto mais mágica a vida, mais chocante é o seu desfecho, mais infinitamente angustiante e intensa é a tristeza que fica, mais injusta é a saudade que maltrata. Acredito que uma pessoa, que é sempre lembrada, não morre jamais. Para que seus amigos lembrem-se sempre, escrevi um pequeno livro intitulado: “Obrigado Kayan”, onde faço um resumo mais do que condensado de sua vida; discorro e agradeço as homenagens que lhe foram feitas. Agrego matérias jornalísticas e as últimas palavras dos familiares e dos amigos mais próximos. Comovido, escrevi entre outros textos a seguinte “queixa”: Você, Kayan “Você, combinação rara de elementos selecionados da poeira das estrelas, formidável conjunção de partículas da terra, do mar e do espaço; Você, ser maravilhoso, resultante de múltiplas simbioses químicas nas mutações dos tempos sem fim – Produto das evoluções e das metamorfoses em busca permanente da evolução. Você, Kayan, obra prima da natureza em comunhão com os tempos, não devia, meu filho, se desintegrar em favor da grande nebulosa cósmica.” Kayan era senhor da extraordinária maneira de ser. Beirava a perfeição. Era imenso o seu poder de sedução afetiva de cativar. Jamais conseguirei retratar com fidelidade sua personalidade, seu 111
Caio, o amigo
caráter, seu poder de encantar a todos com a magia dos seus gestos e invejável personalidade. Seus amigos, que foram muitos, não cessam de homenageá-lo. Alguns deles casaram-se e deram aos seus filhos o nome Kayan: Adalberto Viana (companheiro de surf), Hider Amaral (companheiro de caça submarina) e Ricardo Canuto (companheiro de excursões da Pajuçara Turismo). Orgulhoso, agradeço!!!!! Com certeza, outros ”Kayans” haverão de nascer. Que sejam bons, íntegros, amigos e felizes como foi o meu Kayan. Afinal, somos todos “castelos de areia”, construídos nas marés secas. E, as marés são inexoráveis. Os castelos irão desmoronar e suas areias irão se misturar à imensidão das praias e tornar-se-ão imperceptíveis. Resta-nos apenas a certeza de que não existem consolos, nem resignações para determinadas perdas. QUE NÃO ME OFEREÇAM EXPLICAÇÕES PARA O INEXPLICÁVEL!!!! Caio Porto Filho Julho de 2011
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Textos notáveis do caio
QUESTÃO DE OPINIÃO OU A VOLTA DO “FEBEAPA”
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audades de Stanislaw Ponte Preta, cronista e articulista dos melhores jornais do Rio de janeiro. Foi ele que lançou o “FEBEAPA” – FESTIVAL DE BESTEIRA QUE ASSOLA O PAÍS – nos idos de 1960/70. E, certamente, ele ficaria muito satisfeito se soubesse que está havendo agora, em pleno 2011, o retorno do FEBEAPA, graças ao lamentável evento ocorrido numa escola de Realengo/Rio de Janeiro, onde um tresloucado esquizofrênico feriu e assassinou a sangue frio, inúmeras crianças. Por conta da abertura do festival, assistimos atônitos, de uma só feita, dia 12 do mês em curso, declarações do Presidente do Senado Federal, do Ministro da Justiça e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, o primeiro advogando novo referendo para proibir o comércio de armas de fogo e munições, o segundo propondo nova campanha de desarmamento a ser deflagrada após debate e a terceira, nova jornada de desarmamento objetivando a diminuição do número de homicídios por armas que vêm sendo adquiridas por preços promocionais. Na maioria das vezes, o bom senso é o menos comum dos sensos. A faculdade de apreciar peca muitas vezes pela omissão da busca efetiva das múltiplas e verdadeiras razões. O homem é, indiscutivelmente, produto do meio social em que se desenvolveu. Altamente vulnerável, primorosamente sugestionável e permanentemente bombardeado pelas ações, exemplo e influências externas. Cada qual administra essas informações e pressões de uma maneira diferente, resultando, por conseguinte, em diversidades, em indivíduos com suas idiossincrasias. Dai, as opiniões contrastantes, os antagonismos irreconciliáveis, as opostas idiossincrasias. A nossa cultura, em grande parte, é a de fazer o mal. Observem-se os brinquedos das nossas crianças, os vídeos e jogos violentos, os programas de nossas televisões, principalmente as novelas, onde as pregações sistemáticas do homossexualismo, o fim absoluto da censura aos bons costumes, a ausência de princípios, a inversão ou banalização dos valores. Agregue-se a esse panorama, a extinção do planejamento familiar graças ao Bolsa Família (o mais bem bolado esquema de corrupção eleitoral do país), os exemplos nefastos dos nossos políticos (grande maioria), o triunfo das nulidades e do mau caratismo, e o arremedo de democracia onde o analfabeto vota e a compra de voto é a regra para se eleger. Eis ai, a fórmula para se ter uma nação de apáticos individualistas que perderam o orgulho e as noções de moral, justiça e patriotismo. Os diversionismos das autoridades retromencionadas são evidentes. Armas - forçoso ressaltar – não matam ninguém. Quem mata, é o ser humano. E mata de muitas formas e por variados motivos. 113
Caio, o amigo
O desarmamento dos homens de bem é um tiro pela culatra. O cerceamento do direito de defesa é um estupro à liberdade individual e vai privilegiar apenas os maus que sempre terão acesso às armas importadas. Como “stultitia”, “stultitia invocat”, do jeito que as coisas estão sendo conduzidas pelas pessoas do poder, se alguém, com a ajuda de um travesseiro sufocar outrem, teremos um plebiscito para proibir o comércio e a produção de travesseiros. Precisamos, urgentemente, revisar a educação e o bom senso deste país. Caio Porto Filho 18 a 24/4/2011
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Textos notáveis do caio
QUESTÃO DE OPINIÃO DESCULPE-NOS, NOALDO
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oaldo Dantas, o paraibano mais alagoano que tive a honra de conhecer, apaixonado por Maceió, onde viveu seus últimos anos, deixou-nos entre outras heranças o maior e mais belo elogio que alguém possa ter feito a uma cidade por ele escolhida para viver. Vale a pena relembrar:
“Escrevi certa vez que Deus além de ser brasileiro, era também alagoano. Em verdade, não se cria um estado com tanta beleza sem cumplicidade. Sou capaz de imaginar o dia da criação de Alagoas. Ô São Pedro, pegue o estoque de azul mais puro e jogue dentro das manhãs encharcadas de sol, faça o mar o espelho do céu, povilhado de jangadas. Quero entardeceres sangrando no horizonte e aquelas lagoas que estávamos guardando para uso particular, coloque-as neste paraíso. E tem mais, São Pedro, dê a este estado um cheiro sensual de melaço e cubra os seus campos com o verde dos canaviais. As praias, ora, as praias deverão ser fascinantemente belas, sob a vigilância de altivos e fiéis coqueiros. Faça piscinas naturais dentro do mar. Coloque um povo hospitaleiro e bom e que a terra seja fértil e a comida típica melhor do que o nosso maná. Dê o nome de Alagoas à terra. E a capital, pela ciganice e beleza de suas noites, deverá chamar-se Maceió e a sua padroeira a Nossa Senhora dos Prazeres.” Como alagoano, de Maceió, todas as vezes que leio essas palavras, sinto muito orgulho e renovo as esperanças de que as gerações futuras reconheçam as dádivas da nossa natureza e a importância de preservá-las. Confesso-me curioso. Não sei se Noaldo Dantas estivesse ainda entre nós escreveria o que escreveu, ao observar a nossa Praia de Pajuçara e as Lagoas que o criador estava guardando para uso particular, extremamente assoreadas e poluídas, e a nossa belíssima Avenida da Paz, transformada em depósito de lixo e esgoto, graças ao Salgadinho e um pouco mais ao sul próximo à Praia do Sobral, um complexo sistema de destruição em massa, semelhante nos 115
Caio, o amigo
efeitos, ao implantado na cidade indiana de Bhopal (Fábrica de Pesticidas da Multinacional UNION CARBIDE), onde um vazamento de gás venenoso em 1984, matou imediatamente cerca de 8.000 (oito mil) pessoas aumentando para 22.000 nos 12 anos seguintes, deixando ainda cerca de 100.000 pessoas acometidas de enfermidades crônicas ou debilitantes. Para voltarmos à Maceió de Noaldo Dantas precisamos: 1. Desassorear a Praia da Pajuçara utilizando o volume de areia a ser dragada no “engordamento” da praia; 2. Dragar o canal em torno da Ilha de Santa Rita, ensejando a plena navegação e desassoreamento das áreas e bancos de areia selecionados; 3. Implantação da unidade Cloro/Soda cáustica da BRASKEN, para o mais afastado possível de Maceió, antes da provável tragédia, anunciada. Caio Porto Filho Agosto de 2011
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Textos notáveis do caio
FORMAÇÃO DE CARÁTER
F
ala, para que eu te veja. (Socrates) J.H.Metha, Diretor do Departamento de Economia da Universidade da Alemanha ensinou que “Um país é pobre, não porque é pobre no sentido material. Pobre porque é pobre de caráter”. O problema da formação do capital é, no fundo, um problema de formação de caráter. O Brasil, para chegar efetivamente a ser o “País do Futuro” profetizado por Stephan Zweig, necessita indubitavelmente, melhorar as condições estruturais educativas direcionadas à formação do caráter nacional. “Estamos perdidos como cego no meio do tiroteio”. Precisamos corrigir os rumos, as metas, os objetivos. Escolher melhor os nossos líderes saneando inicialmente nossa pseudodemocracia fundada em votos de analfabetos. Precisamos reduzir os contrastes regionais, de renda e de todas as ordens, porquanto estes sempre foram os fundamentos das revoluções. Não é necessário ser um “expert” em economia e em política e/ou sociologia, para constatar que o nosso bem-estar social (meta prioritária única de todos os governos) encontra-se extremamente ameaçado pelo absurdamente elevado nível de corrupção e incompetência dos poderes da República, haja vista os episódios dos mensaleiros, a rapinagem dos recursos da Petrobrás, os usos indevidos de recursos da CAIXA, BANCO DO BRASIL, BNDES, a destruição do setor sucroalcooleiro do Brasil, as trapalhadas na ELETROBRÁS, os cortes orçamentários do ensino superior da “Pátria Educadora”, a aniquilação dos empregos e do setor privado sufocado pelos excessos de impostos e burocracia, o encolhimento do PIB, as mentiras orquestradas, a impunidade e as “pedaladas” orçamentárias e outras mazelas da “entourage” colocada no poder pelo PT, partido líder especializado em achaques e propinodutos junto com o PMDB e outros partidos menores. Atribuem a Aristóteles a frase: “Todo povo tem o Governo que merece”. Provavelmente nossa população mereça isso que aí está. Talvez porque sejamos acomodados demais a curtir, conformados, a nossa passividade doentia, o colapso do sistema de distinções morais e da capacidade de nos indignarmos com os absurdos que se sucedem. Talvez seja efetivamente um problema do caráter do brasileiro ser assim: apático, embotado, não patriótico, bem individualista, submisso, resignado. Afinal de contas nós sempre vamos ter futebol, carnaval, cachaça, etc. “Foi DEUS que quis assim”. O quadro é lamentavelmente melancólico. Dizem que o ex Governador de Alagoas Góes Monteiro tinha o costume de proferir pequenas palestras sempre que tivesse a sua disposição plateias. Numa dessas oportunidades, discorria sobre a pureza da raça negra que, segundo ele, seria tão pura quanto a raça ariana. Nesse exato momento adentrou ao recinto um jornalista mestiço que prestava serviços ao único jornal da oposição. Ao avistar o referido jornalista o Governador apontando117
Caio, o amigo
lhe o indicador foi contundentemente enfático: “O problema do Brasil é que o negro raça pura misturou-se com o índio preguiçoso e o português ladrão e deu estas pestes que andam por todo o país” (o maior número, imaginamos, filiado ao PT). A verdade é que este país não aguenta mais tanta corrupção, tanta incompetência, tanta mentira, tanta impunidade, tanta injustiça. Imaginemos o que diria hoje o grande patriota brasileiro Rui Barbosa que no seu tempo já criticava o triunfo das nulidades, a prosperidade das injustiças e o agigantamento dos poderes nas mãos dos maus, a um ponto tal que o cidadão de bem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a sentir vergonha de ser honesto. Não pretendemos apresentar fórmulas, remédios supostamente eficazes para todos os males morais de nossa sociedade. Entendemos, entretanto não ser necessário sermos peritos laureados com PhD em assuntos generalizados e abrangentes, para efetivar inúmeras constatações da má condução das instituições públicas e privadas do Brasil com reflexos imediatos extremamente negativos para toda a nação. Permitimo-nos, por conseguinte abordar algumas áreas, ainda que de maneira superficial, identificando as falhas clamorosas, merecedoras de reparos:
Planejamento Familiar Precisamos urgentemente de planejamento familiar imposto pelo Estado limitando o número de filhos por casal, à semelhança do que fez a China há mais de 30 anos. É fundamental estabelecer regras e condições mais rígidas à concessão de “Bolsas-Família”, que nas condições atuais só faz fomentar a geração de filhos por meninas a partir dos 10 anos com o objetivo de recebimento deste “salário emprego” cujo resultado será, a longo prazo o de uma superpopulação de iletrados, mal-alimentados, drogados, assaltantes e prostitutas. Some-se a esse imenso problema a enxurrada de imigrantes legais e ilegais sem qualificação profissional que adentram o Brasil anualmente aumentando o problema populacional, agravando o quadro global de deficiências estruturais e sociais do povo brasileiro. Há menos de 100 anos atrás a população do planeta era de aproximadamente 2 bilhões e 300 milhões de habitantes. Ultrapassamos os 7 bilhões no primeiro semestre de 2015. Seremos 9 bilhões dentro de 30 anos. Com problemas climáticos crescentes em decorrência do aquecimento global, com reflexos catastróficos à produção de alimentos e incrementos da fome, caos e guerras, estamos preparando o cenário para a extinção, a médio prazo, da humanidade.
A Segurança Insatisfatória e insuficiente a nível estadual tem parcelas significativas da Polícia Civil e Militar mal selecionadas, mal preparadas e frequentemente omissas e incompetentes para lidar com o tráfico de drogas, assaltos e crimes de mando. As penitenciárias, igualmente transformadas em verdadeiras escolas do crime, não descobriram ainda a óbvia necessidade de se impor tarefas 118
Textos notáveis do caio
ocupacionais durante, pelo menos, 10 horas por dia – uma estratégia absolutamente justa de fazer com que os condenados cubram, ainda que parcialmente, os custos decorrentes dos seus encarceramentos (roupas, alimentação, água, energia, vigilância, etc). É óbvia a necessidade que tem o governo de propiciar acomodações que não degradem a dignidade humana. Inadmissível a superlotação de celas. A solução ideal seria a da estruturação da penitenciária em módulos de 50 a 200 celas dispostas em círculo com a administração, refeitório, área de prestação de serviços e área de lazer no centro. Celas individuais, equidistantes, onde o detento deveria permanecer por aproximadamente 12 horas, sendo as horas remanescentes consumidas no trabalho, refeições e lazer, com exercícios obrigatórios. Absolutamente favorável à privatização das penitenciárias, à redução da maioridade penal, à pena de morte para traficantes, crimes hediondos, e para traidores da Pátria tipo políticos corruptos, juízes mercadores de sentenças e empresários que por ganância e com dolo e má fé acarretam prejuízos significativos à natureza e ao meio ambiente. Quem sabe se, com penas mais severas e com disciplina mais rigorosa, não deixaríamos de ter a quarta maior população carcerária do mundo com 70% de reincidentes? As tentativas diárias de linchamento estão a indicar que o povo brasileiro já não aguenta mais conviver com esses índices de criminalidade, insegurança e impunidade, consequências óbvias de má gestão governamental calcada na incompetência, corrupção e arrogância que levaram o editorial do “Financial Times” (23/07/15) a comparar o Brasil a “um filme de terror sem fim”.
Eleições Democráticas Inconcebível imaginar que um país com elevado percentual de sua população de analfabetos promova eleições não só facultando como obrigando a participação desses iletrados no processo de escolha dos seus governantes. Não satisfeitos com essa absurda permissividade agregam a essa espantosa “massa de manobra” brasileiros com 16 anos. Trata-se, como dizia o Presidente Francês Charles de Gaulle, de um país que não é sério. Agrega-se a esses fatos lamentáveis, a prática descarada da compra de votos. Imperativa a decisão de se extinguir as chamadas doações empresariais e financiamentos de campanhas eleitorais (algumas, bilionárias). É público e notório que tais recursos têm a mais vergonhosa das utilizações – a compra de votos de analfabetos, excluídos, e muitos “letrados” exemplos de má formação de caráter. Os eleitos, por sua feita, pertencentes à base governista, disputam, no famoso “balcão de negócios” os cargos mais importantes dos Ministérios, Empresas Públicas e Economias Mistas, os famosos cargos em comissão, atualmente em número assustador de 23.941 com custo anual de R$1.900.000.000,00 (um bilhão e novecentos milhões de reais). Na França o número é limitado a 4.800 e nos USA, 8000.
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Caio, o amigo
Ministérios e Finanças Dai-me boas politicas e eu dar-vos-ei boas finanças (Francis Bacon) Não existe país no mundo com a quantidade de Ministérios que possui o Brasil. São 39. Campos férteis onde florescem a burocracia, o nepotismo e o fisiologismo e resplandecem, como vigas mestras da incompetência endêmica que assola o país. As finanças públicas por sua feita sentem orgulho em destacar o Brasil como o país que mais cobra impostos no mundo desestimulando a iniciativa privada e sufocando os contribuintes. A dívida pública brasileira registrou no final do primeiro semestre de 2015 um total superior a R$2 trilhões e 600 bilhões de reais. O déficit das contas públicas para o ano de 2015 será de R$462 bilhões de reais. A inflação aproxima-se dos dois dígitos. O Produto Interno Bruto vem sendo mensalmente registrado para menos. A Taxa de Desemprego por sua feita, aumentando. Como mais um reflexo da má gestão da nossa administração financeira já estamos sofrendo as maiores taxas dos cartões de crédito e das operações de financiamento dos últimos 20 anos. Para as pessoas físicas, os encargos financeiros dos cartões de crédito chegam, em alguns casos a atingir 340% ao ano, o equivale a dizer que uma dívida de R$1000,00 no mesmo período acarreta uma “dívida” de quase R$5000,00. O Bradesco, no primeiro semestre de 2015 teve um lucro de R$8,7 bilhões tendo cobrado R$20,7 bilhões de juros. Já o Santander teve no segundo trimestre um lucro de R$4,8 bilhões de reais (Revista-Dinheiro 05/08/2015 pag62). Imune às críticas e com a conivência das autoridades governamentais, bancos (à semelhança dos vários órgãos da Receita Federal) praticam, impunemente, vergonhosas e imorais taxas de juros. Sem sinais de retomada da produção, a indústria brasileira realizou de janeiro a julho a sua mais intensa demissão de empregados dos últimos 14 anos. Redução de 5,2%, queda do emprego na indústria, a maior da série histórica da Pesquisa Indústria Mensal: Emprego e Salário do IBGE. Mês de julho de 2015, 8,3% o nível de desemprego global. Já a queda dos preços dos produtos nos mercados internacionais ( variação entre abril de 2012 e agosto de 2015): açúcar e petróleo Brent caíram 61%, minério de ferro, 71%, café 58%, soja 46%. A cotação do dólar chegou a R$4,25, valorização em doze meses de quase 100%, resultado da indefinição sobre o desfecho da crise política, fragilidade da economia e nebulosidade das previsões quanto ao futuro. A inflação acumulada nos últimos doze meses é de 9,56%, a maior taxa desde 2003. Diante deste quadro assustador, a fé e as esperanças se apresentam mais como as falsárias da verdade. Não vislumbro melhores dias para a nação brasileira que certamente terá que pagar um preço muito alto por haver permitido que seus filhos praticassem e consolidassem uma cultura passível de tantos reparos. “WE HAVE MET THE ENEMY AND HE IS US” (máxima da cultura humanista) “Encontramos os nossos inimigos e eles são nós mesmos”. 120
Textos notáveis do caio
De parabéns, a imprensa nacional. Tomara que a imagem que Rui Barbosa lhe fez seja verdadeira: “A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa, perto e longe, enxerga o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde a alvejam ou nodoam, mede o que lhe interessa e se acautela do que a ameaça”! Caio Porto Filho agosto de 2015 Em janeiro de 2016, CAIO acrescentou um pensar, bem pertinente à conjuntura politico -nacional que vivemos nestes tempos conturbados e infames, a seu texto, FORMAÇÃO DE CARÁTER.
MARAVILHOSAMENTE IMPERFEITOS
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omos todos seres humanos titulares, pela própria natureza, de virtudes e defeitos. E as regras sociais, impostas pelas minorias detentoras do poder (em todas as regiões do planeta e ao longo dos tempos registrados) mantêm, estranhamente, um espaço maior à manutenção, surgimento e ressurgimento das forças do mal, à proliferação dos pequenos e grandes defeitos. Daí a conclusão óbvia de que somos todos imperfeitos. Seria ótimo que em cada um de nós, a soma das imperfeições fosse sempre inferiores à soma das virtudes. Seria ótimo que fôssemos todos maravilhosamente imperfeitos. Resta-nos aguardar que a inteligência nacional encontre meios de “estimular” adequadamente as virtudes e “repreender” adequadamente os defeitos e imperfeições – fórmulas de se buscar um país mais justo, mais sério, mais democrata, mais solidário, mais orgulhoso e com melhor bem-estar.
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Caio, o amigo
A EXTRAVAGÂNCIA DOS FINS E A INCOMPETÊNCIA DOS MEIOS I
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ara alguns, o problema brasileiro está na insuficiência da demanda global, cuja terapêutica estaria no aumento compensatório de gastos públicos, nas reformas distributivas e no esforço dos salários nominais. Infelizmente a terapêutica Keynesiana aplica-se às economias desenvolvidas em depressão. (Mario Henrique Simonsen) Alguém já disse – em tom de blague – que o maior problema deste país não era a divida externa, mas a dúvida interna. Inegavelmente temos sido pródigos geradores de dividas. (E, quem sabe, nosso Governo Federal deveria até institucionalizá-lo criando o “Ministério das Dúvidas”. Cuja função precípua seria de organizar e coordenar o pânico que aí se encontra. Lamentavelmente não sistematizado). J.Bonn em seu livro “ETAT ET VIE ECONOMIQUE”, constatou “Nada mais fácil do que dirigir toda economia quando não se deve contas a ninguém dos erros que se cometem”. Nosso Governo Central, que nunca foi tão central (notória a extremada dependência dos municípios e dos Estados à União) vem praticando despercebidamente, um dirigismo econômico, no atual contexto da nova ordem econômica internacional, que por seus resultados, deveria preocupar profundamente o mais sensível dos passíveis individualistas brasileiros (que não são poucos). Inflação crônica galopante, dívida externa aproximando-se dos 50 bilhões de dólares (ocupando o Brasil o primeiro lugar em endividamento entre os países do terceiro mundo) empreguismo, desemprego, fome e miséria institucionalizadas, dependência externa, indefinição e/ou confusão de prioridades, condução politica de assuntos técnicos, insuficiência, peias partidárias, baixa produtividade, insuficiência do ensino e queda da qualidade da educação, burocracia, concentrações industriais urbanas, de renda e de riqueza, desníveis regionais crescentes, estatização, vulnerabilidade da base econômica, piora da qualidade de vida, greves, carência de habitação e de saúde, sujeição às multinacionais, para não citar outras endemicidades. Ai está um receituário de insatisfação e da geração de contrastes, a impedir o desenvolvimento econômico e social (condição imprescindível à paz e ao progresso) – e os contrastes sempre foram o fundamento dos conflitos sociais. Certamente, não é esse o desejo do povo brasileiro, de índole pacifica e gozadora. Índole que, por mais maravilhosa, possui ponto de rutura, ponto de saturação. Futebol e carnaval à parte, despertamos para a necessidade de acompanhar as definições e de preservar as verdades essenciais, a dignidade, o patriotismo e a liberdade. Por mais entorpecido, comodista e individualista que seja o povo brasileiro, por mais passivo e doentiamente resignado que seja o povo, NÃO PODE, NEM DEVE, permanecer alheio e indiferente aos problemas econômicos e sociais que aí estão. É preciso, necessário e imperativo que participe, exigindo, reivindicando, sugerindo e até mesmo solicitando as 122
Textos notáveis do caio
ações do governo – como fórmula única de melhor seleção dos nossos dirigentes, de correção de nossos desacertos, de definição do nosso modelo. Pois, “Cada povo tem o governo que merece” e a politica é a arte do possível e não da hipocrisia confortável.
Caio Porto Filho 29 de agosto de 1979
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Caio, o amigo
A EXTRAVAGÂNCIA DOS FINS E A INCOMPETÊNCIA DOS MEIOS II
... e
montou em fogoso corcel, e partiu em todas as direções... Economia parece ser realmente a arte de alcançar a miséria com o auxílio da geometria. E aí está o Governo Federal para confirmar a frase: O Brasil bate recorde de expansão dos meios de pagamento e a inflação superou em muito a casa dos 5%, no mês de agosto. A disponibilidade de moeda em julho de 1979 elevou-se a 549,2 milhões de cruzeiros – um salto de 51,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A mais elevada taxa dos últimos dez anos. É preciso lembrar que a inflação se acumula a juros compostos de modo que, por exemplo, 5.1% ao mês corresponde a uma inflação anual de 81,6%. Como a tônica agora – a partir da mudança ministerial – é a do crescimento econômico, com uma politica creditícia relativamente folgada, principalmente para o setor agrícola, é provável que a taxa não apresente redução acentuada no segundo semestre, comprometendo assim a politica “antiinflaçionária”. Ao que tudo indica o Governo Federal iniciou a politica que pretende: aumentar salários, expandir o crédito às empresas, incrementar os gastos públicos, aumentar a gasolina e...no fim de tudo...conservar estáveis os preços !!! Para essa mágica ou milagre, colocou à frente do Governo uma versão cabocla do Mandrake (um gordo, baixo, sem bigode, versado em manipulações estatísticas) que justifica as constantes emissões de papel moeda “desde que para fins produtivos”. Confunde-se o desenvolvimento, que é um processo, com desenvolvimentismo, que é uma aventura. Como consequência desse processo eficaz de realimentação das pressões inflacionárias, estamos irremediavelmente submetidos aos horrores de uma inflação ascendente a taxas geométricas de consequências imprevisivelmente catastróficas. É preciso lembrar que a inflação é ainda mais séria e insidiosa do que o desemprego (Alvim Hansem – Fiscal Policy and Business Cycles). A inflação de papel moeda é a causa de uma série de desequilíbrios na economia de um país. Seus efeitos são análogos aos de uma certa moléstia que causa no corpo humano um desenvolvimento e uma hipertrofia estranha e anormal a certos músculos. A inflação impede as várias partes da economia de um país de se desenvolverem de forma harmoniosa de modo que algumas se desenvolvem mais e outras menos. O crescimento anormal das mercadorias é financiado, em última análise, pela economia do povo que tem que reduzir seu consumo. (Professor Brescioni Turroni – La Vivende del Marco Tedesco) Não há plano possível SEM ORDEM MONETÁRIA. A preliminar de qualquer plano é o restabelecimento dessa ordem. Estamos lamentavelmente, em épocas de franca depravação inflacionária no templo
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Textos notáveis do caio
administrativo. A arte de alcançar a miséria atinge radiante e apoteótico esplendor.
Caio Porto Filho 12 de setembro de 1979
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Caio, o amigo
RÉQUIEM PARA UM PASSADO SAUDOSO
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s dias eram brilhantes e as noites mais aconchegantes. O ar era mais puro e o céu mais, mais estrelado. As ruas não eram revestidas de asfalto e o cheiro da terra e das plantas era imediatamente percebido no primeiro chuvisco. Eu era considerado um “lente” no jogo de ximbras, medíocre no pião, razoável nas peladas e admirado pela coragem de pular de cabeça da Praia da Pajuçara – década de 70 cumieira do trapiche Ponte do Leão na Av. Da Paz. Além dessas atividades frequentes, pescávamos no cais do porto ou no batelão Mundaú em frente à garagem do CRB a meio caminho das piscinas naturais da Pajuçara, incrível variedade de pequenos e saborosos peixes xerelete, vermelhos, peixe gato, quatro olhos, pilombeta e outros. Todo mundo se conhecia. Desavenças eram raras e de curta duração. Os sorrisos eram mais fartos e mais sinceros. As mães eram perfeitas como esposas, como donas do lar e como educadoras afetuosas. O marido era o chefe da família, rei e herói. Os casais eram mais carinhosos e a família mais família. O convívio e a família se estendiam aos clubes Fênix, Iate, Tênis, CRB e Português. Todos em permanente e saudável disputa para ver quem fazia o melhor carnaval, as melhores festas, igualmente saudáveis eram as disputas de voleibol, basquetebol e futebol de salão. A moçada tinha costume de, após combinações prévias, invadir a residência de um dos pais e promover arrasta-pé na base da vitrola até as 24hs. Tudo muito civilizadamente e em absoluto respeito. E nas noites de lua, serenatas eram ouvidas em muitos bairros de Maceió. E aí, uma certa noite, não se sabe quando, adormecemos. E, depois de um sono demorado e profundo, acordamos. E o mundo estava diferente. Áreas antes infestadas de coqueiros, mangueiras, cajueiros e outras tantas árvores tinham sido substituídas por altos prédios de apartamentos ridicularmente apertados (a maioria), todos dotados de televisão antenada em notícias pavorosas e novelas desagregadoras e, quase todos, com computadores ligados na internet, blogs, googles, com boas e péssimas informações. As ruas já não são mais seguras. As crianças mais novas passam parte do dia nas creches e escolas especiais. As demais são incrívelmente dependentes e desumanamente precoces graças aos hormônios e ao excesso de liberdade sem vigilância e parcas orientações, tornando-se alvos fáceis das drogas, do
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Textos notáveis do caio
álcool, do homosexualismo, da imoralidade. Tanto assim é que centenas de adolescentes entre 12 e 17 anos se fazem presentes nas boates, discotecas, shows musicais ao ar livre etc. Até o dia amanhecer, com direito ao uso de bebidas alcoólicas, drogas e sexo. E para a moçada, já há algum tempo, é “ficar” (ter relações sexuais sem compromisso). Como se o conjunto de regras de conduta social não mais estivesse em vigor, como se os direitos e deveres, a responsabilidade, a vergonha e a honra não mais existissem, assistimos impotentes, submissos, ao domínio nocivo de parcela considerável das últimas gerações – essas que banalizam os valores maiores da sociedade, essas que são destituídas de princípios e confundem o cerne da democracia, essas que são refratárias às críticas por mais construtivas que sejam, essas que não são contrárias nem conformes à moral e que reagem taxando a todos os demais de quadrados, machistas, racistas e preconceituosos. Às vezes estamos tão próximos da árvore que não enxergamos a floresta. Onde será que erramos???? Ou é porque já estamos irremediavelmente vencidos pela soma de todos os medos????? Uma nação dominada por raciocínios sinuosos, pela dialética da empulhação, pela inversão de valores, pelo domínio avassalador das minorias politizadas, pela falta de bom senso, por supertições religiosas generalizadas, pelas leis anacrônicas, superadas, ineptas e emprestadas, pela exploração absurda (com a homologação conivente do governo federal) das instituições financeiras em geral, companhias de seguro, administradoras de cartões de crédito etc, uma nação dominada pela apatia contemplativa, narcisismo burocrático e mediocridades periféricas. Uma nação dominada por criminosos que navegam galhardamente em infinito oceano de impunidade. Uma nação dominada por políticos corruptos, eleitos graças a uma democracia que é uma farsa, porquanto analfabetos votam e a maioria dos votos é comprada. Uma nação que se caracteriza pela má distribuição de renda, e os contrastes sempre foram os fundamentos de todos os conflitos sociais. Declinamos do desprazer de listar outras dezenas de mazelas. Não se faz necessário nenhum ataque de lucidez nem lampejos de repugnante sobriedade para se constatar que os nossos sonhos e as nossas esperanças jazem na estática do nada. Caio Porto Filho 06 a 12/06/2011
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Caio, o amigo
QUESTÃO DE OPINIÃO. HOMOSEXUALISMO
E
ra um entardecer, como tantos outros da Praia de Pajuçara. E o saudável costume de empreender caminhadas aportara pessoas de todas as idades. Sendo a praia de minha infância e juventude, uma espécie de saudosismo faz com que, vez por outra, eu estacione meu carro próximo à praia, nas imediações do Hotel Enseada para lembrar, tipo “eu era feliz e não sabia”, - as saudades da aurora da minha vida. Eis que, a poucos metros, diviso dois homens trajando calças jeans e camisas esportivas, barbados, de mãos dadas, indiferentes a todos. Em seguida, aproximam-se do tronco de frondosa amendoeira e beijam-se apaixonadamente em cena que faria inveja à novela Passione, da Globo, televisão lider na propagação do outrora “amor que não ousava dizer o nome”. Não tão antigamente, o homosexualismo era uma doença que tinha a ver com o excesso ou falta de cromossomos causadores dessa anomalia. E os acometidos eram raros e também raros os que abandonavam a discrição e assumiam comportamento social de desafio público à moral e aos bons costumes. A exacerbada apatia contemplativa de nossa sociedade composta de indivíduos extremamente individualistas e perigosamente desagregadores, enfraquece a pátria como um todo, deixando, ela, de ser uma família amplificada preservadora dos bons costumes, dos bons princípios, e da moral. Lamentavelmente, decisões erradas são tomadas todos os dias em todos os lugares do mundo. A sorte é que a maioria dessas decisões não tem efeito nenhum, outras produzem pequenos e sazonais resultados, e outras Desastrosas Consequências. A decisão do Supremo Tribunal Federal, atropelando o Congresso Nacional, de conceder aos casais “gays” os mesmos direitos dos heterossexuais e que pleiteiam agora a adoção de crianças, é ameaça de colheitas oficializadas de frutos de árvores contaminadas. Imaginem a vida na escola dessas crianças e quais vão ser suas opções sexuais???? Os praticantes da pedofilia agradecem sensibilizados. O próprio relator Ministro Carlos Ayres Brito afirmou que as consequências da decisão do STF, são imprevisíveis. O Deputado Federal Jair Bolsonaro denunciou em plenário a existência de uma suposta Comissão, no Ministério da Educação propondo a inclusão entre o material escolar de uma espécie de “Kit Gay” para as crianças se acostumarem desde cedo com os encantos da “diversidade”. Afinal de contas, que país é este que reveste de nobreza e dignidade a perversão sexual e defende e propala essa vergonhosa aberração em insolentes desfiles públicos de “orgulho gay” com a conivência covarde de grande parte de uma sociedade passivamente doentia, moralmente enfraquecida por conveniências inconfessáveis. 128
Textos notáveis do caio
E o pior é que essa parte da sociedade, mancomunada com ativistas “gays”, lésbicas, transexuais e afins querem cassar o direito das pessoas normais de sentirem aversão aos homossexuais que deveriam, em muitos casos, ser submetidos a tratamentos médicos adequados. Não existe, aqui, ódio aos homossexuais. Existe sim, uma preocupação extrema diante da “inépcia” da sociedade como um todo, principalmente, dos governos, de desenvolverem estruturas de tratamento dessas anomalias. Precisamos minimizar e não estimular. Precisamos urgentemente revisar a educação e o bom senso deste país. Caio Porto Filho maio / 2011
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Caio, o amigo
TURISMO ??? ORA DIREIS OUVIR ESTRELAS
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ão haveram de ter muito sentido ou importância, palavras em favor do turismo – não bastante esse segmento da economia tenha se revelado mundialmente poderoso agente de desenvolvimento econômico e social. Não adianta evidenciar que se trata, hoje, da segunda atividade econômica que mais fatura no mundo (a primeira é o petróleo). Pouco vale demonstrar que dezenas de países tem no turismo o sustentáculo maior de suas economias. Tampouco vale enfatizar ser o turismo a atividade econômica que mais gera empregos a baixo custo, a que melhor e mais rapidamente propicia retorno dos investimentos, além de ser extraordinária geradora de renda, captadora de preciosas Ponta Verde - Maceió divisas e redistribuidora de ganhos. Estamos todos em busca de motivos razoáveis para acreditar no absurdo. Com suas dimensões continentais, suas belezas naturais e panorâmicas inigualáveis, clima, hidrografia e litoral extraordinários, comidas típicas, artesanato e folclore sumamente variados e com um povo que já se caracterizou mundialmente como hospitaleiro, de extraordinário calor humano, o Brasil tem se especializado em dar soberbas demonstrações de incompetência e inépcia, embasadas na falta de percepção e senso prático, e da conscientização quanto à importância econômica e social do turismo. O Brasil recebeu no ano de 1990 menos turistas estrangeiros do que em 1980. Atribui-se esse decréscimo, ao marketing que se fez no exterior da nossa principal entrada de turistas, o Rio de Janeiro (e seus problemas de segurança). Contribuindo também para este decréscimo, o Brasil continua investindo, em divulgação de suas potencialidades turísticas, quantias irrisórias, inferiores até mesmo às que investe em publicidade o menor dos países do Caribe. Ainda a nível nacional perduram os problemas oriundos das tarifas praticadas no Atlântico Sul, que, por serem mais caras que as tarifas do Atlântico Norte, privilegiam o Caribe e o Hawaí, dificultando a intensificação de linhas regulares dos Estados Unidos para as cidades do nordeste. Já em 1981, quando cerca de 290.000.000 de turistas gastavam 106 bilhões de dólares em Turismo, o Brasil detinha a ridícula posição de 1,8% do movimento mundial (renda de US$1.750
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Textos notáveis do caio
bilhões) e o nordeste com US$25 milhões de dólares. Em 1990 o nosso faturamento caiu para US$1,5 bilhão de dólares, menos de 50% do que faturou o longínquo Estado do Hawaí em 1981 (US$3,2 bilhões). Durante longo período, o Governo Federal, mesmo concedendo pálida prioridade ao turismo, dotou a Embratur de recursos a serem aplicados no turismo (financiamento subsidiado), incentivando a instalação de equipamentos hoteleiros e outros, melhorando substancialmente a nossa estrutura de receptivo. Mas há muito tempo que os tempos são outros. Não há mais incentivo, e os recursos que são escassos (nada mais nacional que a falta de recursos), somente são alcançáveis com muito “lobby” e a custos excessivamente elevados. Se o apoio anterior era pálido, hoje se acha em estado comatoso. (A Espanha, depois de um trabalho sério de incentivos, praticados a partir da década de 1960 conseguiu aumentar sua rendas com Turismo, de 6 bilhões de dólares em 1980 a mais de 20 bilhões de dólares em 1990) A não-concessão de prioridade ao turismo, consequência da falta de percepção e de vislumbre de nossos governantes de todos os níveis, relega o nosso pais a um sono patológico prolongado, cuja apatia e inércia redundam em generalizada prostração moral, que a todos desencanta, sobretudo quando sobram exemplos de desperdícios de recursos escassos, corrupção, empreguismo e outras endemias nacionais. E no convívio com a depravação dos critérios de prioridades no templo administrativo. Quem quer não pode Quem não pode quer Quem não sabe faz Quem sabe não faz Caio Poto Filho 28/01/1982
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AMOR PARA SEMPRE
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u era jovem, muito jovem quando a conheci. E, desde então meu coração bate mais forte cada vez que com ela me encontro. E ela sempre me parece mais bonita. E sua beleza deslumbrante é indescritível, estonteante, incrível, emocionante. E desde o primeiro dia, eu sabia que iria amá-la para sempre. De manhã, à tarde ou à noite, ela, com sua magia, faz questão de me agradar com seus múltiplos encantos, e suas intermináveis carícias. Quarenta anos de convivência, sem desentendimentos. Um bem-querer inestimável. Uma dívida de gratidão impagável. Vou morrer amando você, BARRA DE SÃO MIGUEL. Para sempre. CAIO, apaixonado pela BARRA DE SÃO MIGUEL, onde teve a honra de construir o primeiro Terminal Turístico de Alagoas quando exercia a presidência da EMATUR – Empresa Alagoana de Turismo e onde construiu uma Praça ao lado do estacionamento/porto de embarque dos turistas (em frente a sua residência) na Praça São Pedro, 200. 132
Textos notáveis do caio
CAIO “bancando”, ou melhor brincando de compositor, fez uma música que contou com a melodia de Izael Tonheiro (o “Prof”), com a qual demonstra o seu encantamento com a Barra de São Miguel: Cansei de amar sem ser amado E de tão magoado, agora só quero paz. Siga o teu caminho Me deixe sozinho. Não te quero mais. Vou procurar, um amor diferente Que me deixe contente E nada mais. Por isso, vou curtir a natureza Vou abraçar a beleza Da BARRA DE SÃO MIGUEL. Quero o mar, quero navegar, Quero o sol e quero amar Os coqueirais, o massunim e esse céu, Quero enfim viver Na BARRA DE SÃO MIGUEL. Essa música chegou a ser gravada pelo Grupo Musical “CIRROSE” e foi cantada muitos anos pelo conjunto musical liderado pelo “Prof”, Izael Tonheiro Filho. 133
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Textos notรกveis do caio
O recanto do CAIO na barra de Sรฃo Miguel
Caio Porto Filho Novembro 2015
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Caio, o amigo
A EMPRESA CAIOMAR CAIOMAR TURISMO COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA
S
omente aqueles que no momento apropriado tiveram a coragem e a determinação de enfrentar os desafios da vida em outros estados ou países que não os seus – longe dos apoios e suportes sociais e familiares das cidades onde nasceram – têm a exata noção das dificuldades, sacrifícios e saudades que acumularam na perseguição de sonhos distantes, com direito, cada qual, às suas cotas de decepções, frustrações, conquistas e vitórias. Com o objetivo firme de se formar em Direito na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, aos 18 anos, em 1958, CAIO deixou a sua Caiomar I morada em Maceió para somente regressar em 1975 para assumir o cargo de DIRETOR DA CARTEIRA DE DESENVOLVIMENTO DO BANCO DO ESTADO DE ALAGOAS – há 40 anos atrás. Um dos sonhos que acalentou durante anos foi o de um dia montar um estaleiro de construção de barcos e administrar também uma empresa de pesca. Assim, deu inicio, nos primeiros meses de 1976, à construção do maior barco de pesca de Alagoas – O CAIOMAR I. CAIO constituiu então uma sociedade limitada e pleiteou ao Serviço de Patrimônio da União – Ministério da Fazenda, a cessão de área próxima à Balança do Peixe, em Jaraguá (área contigua à Federação Alagoana de Vela e Motor) medindo 100 x 100 metros (matagal abandonado, com esgoto passando no meio). Não obstante houvesse Caiomar I
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Textos notáveis do caio
uma lei disciplinando a cessão de área de domínio da União a titulo gratuito desde que o empreendimento consultasse os interesses do Estado – por ser de relevante interesse econômico e social – aflorou, depois de muita burocracia que a CAIOMAR teria que pagar o valor integral da área após avaliação a custos do mercado, ficando ainda a empresa com a obrigação de mantê-la funcionando “ad eternum” sob pena de perda da área. Concluída a construção do CAIOMAR I, na Barra de São Miguel e após a grande festa de lançamento, iniciaram-se as operações de captura de camarões e pesca de linha por um período de 4 anos, quando decidiram CAIO e seu sócio e amigo Mauro Vasconcelos, o “Mauro Barão”, encerrar as atividades por motivos pessoais. A estas alturas já possuíam mais três barcos menores que foram facilmente vendidos e o maior negociado com a Norte Pesca, de Recife. CAIO neste época adquiriu uma lancha de fibra, fabricação da CIPESA, com o objetivo de continuar a prática da caça submarina – CAIOMAR V – encerrando as atividades de pesca profissional. Em seguida adquiriu um barco de 27 pés, com dois motores de popa, também para a prática da pesca submarina – CAIOMAR VI.
Nos primeiros anos da década de 90, construiu o primeiro Trimarã, o CAIOMAR VII – (antiga oficina do Mestre Alvaro, na Praça Rayol) e aí iniciou o longo período de “passeios turísticos” gratuitos na Barra de São Miguel. O Caiomar IX
Foram muitos anos de passeios maravilhosos, sempre com som ao vivo e muita comida (adivinhem quem era o cozinheiro) e muita bebida e muita alegria. Durante três anos seguidos foi conquistado o troféu de barco mais animado dos carnavais da Barra de São Miguel. O Caiomar VII
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Ainda na década de noventa, iniciou em sua casa às margens da Lagoa Mundaú, Pontal da Barra, a construção do trimarã CAIOMAR VIII, este de proporções agigantadas - 28 metros de comprimento e 12,80m de largura, dois decks, três motores, sendo o central um Catterpilar 3408 de 8 cilindros. Após 6 anos de construção, foi lançado à lagoa O Caiomar VII e depois estacionado na Barra de São Miguel, que CAIO considera o lugar mais bonito do mundo. (Aliás totalmente aprovado por este “escriba”, que teve a oportunidade de conhecer lugares náuticos em todo o mundo)N.A. Na Barra de São Miguel nosso CAIO e seu Trimarã CAIOMAR VIII se encontra, ate hoje, sem nunca deixarem de sair aos sábados, domingos e feriados, chovendo ou fazendo sol, inverno ou verão, com ou sem turistas e amigos. Na verdade o CAIOMAR VIII foi idealizado para CAIO realizar seu ultimo sonho – o de ir até o Caribe. Ocorre que, preocupado com as prováveis dificuldades O Caiomar VIII de navegar mares “nunca dantes navegados”, exagerou um pouco na espessura das tábuas, no número de “cross beans” e na estrutura global o que redundou na elevação de seu peso a 120 000 kilos (com reflexos na elevação do custo da viagem ao Caribe). Como há males que vêm para o bem, revelouse o CAIOMAR VIII o barco ideal para passeios turísticos no Caribe Brasileiro – a Barra de São Miguel.
O Caiomar VIII
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Há oito anos, nosso CAIO vem construindo na Barra de São Miguel, outro barco, este bem mais leve porquanto todo construído em fibra de vidro, três motores e vela. Terá o nome de seu filho amado, que perdeu aos 19 de abril de 2006, o Kayan Malta Porto. Chamar-se-á KAYAN DO MAR !!!!!
CAIO construindo o KAYAN DO MAR
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O ÁLCOOL E O COMPLEXO QUÍMICO Historicamente o Estado de Alagoas tem tido como base de sua economia a agroindústria do açúcar que responde, ainda, por elevado percentual de sua renda interna. Hoje, terceiro maior produtor do país, em perspectivas de, a curto prazo, passar a ser o segundo maior produtor. Alagoas conta com 27 usinas e 6 destilarias autônomas, Complexo Cloroquímico de Alagoas estimando-se a capacidade instalada das usinas em condições de produzir 30 milhões de sacos de açúcar. A vulnerabilidade, característica das economias calcadas na monocultura, sujeitaram este Estado a uma estreita dependência do preço do açúcar, sabidamente sujeito às variações de mercado. A crise do petróleo e seus derivados alterou parcialmente a ordem econômica internacional, afetando particularmente os países em desenvolvimento, entre os quais se alinha o Brasil que, em plena expansão de suas taxas de produto real, já se ressentia do forte crescimento das importações. Essa crise, como era de se esperar, provocou uma retração nos mercados mundiais e o recrudescimento do protecionismo. Paralelamente, verificaram-se no mercado internacional constantes baixas no preço do açúcar. A redução da produção do açúcar – evidenciada como alternativa recomendável para minimizar a pressão baixista dos preços do açúcar – propicia a liberação de matéria prima (cana-de-açúcar) que deverá se destinar à produção direta do álcool, facultando inclusive a exportação de melaço ou a sua utilização como ração animal. Examina-se, com grande interesse a decisão de se dotar o país, ainda que a médio prazo, de uma frota de veículos exclusivamente movida a álcool, bem como a utilização do álcool como insumo básico para uma série de produtos químicos, o que torna a demanda de álcool no Brasil quase ilimitada. As novas condições da economia mundial recomendam, para o Brasil, um esforço concentrado de substituição das importações, particularmente nas áreas do petróleo, da indústria química e de fertilizantes, do papel e celulose e da produção dos bens de capital. Já sobejamente evidenciadas as oportunidades potenciais de substituição de hidrocarbonetos 143
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do petróleo na fabricação de produtos básicos. O ETENO a partir do álcool, por exemplo, apresenta-se estrategicamente como excepcional opção face aos reduzidos custos de fabricação, e consequente poder de competição. É exemplo passível típico de matéria prima nacional possível de utilização no setor petroquímico, acarretando economia de divisas ao tempo em que propicia diversos benefícios de ordem econômica, social e regional. (O ETENO produzido no país a partir da NAFTA, derivado do petróleo e sujeito às tendências altistas do mercado, tende, racionalmente, a ser substituído pelo ETENO a partir do álcool, uma vez que o rendimento neste processo corresponde ao dobro do adotado a partir da NAFTA. Razão identicamente relevante decorre do fato de que o investimento necessário para uma unidade produtora de ETENO a partir do álcool corresponde à metade daquele necessário à implantação de uma unidade de ETENO a partir da NAFTA) Para que se tenha uma ideia melhor das potencialidades do álcool, basta mencionar que, por desidratação, dele se poderia obter o ETENO, do qual, utilizado como base matricial se poderiam derivar: I – O Etil-Benseno que geraria os seguintes produtos intermediários: I.1 – Estireno (Usos: Poliestireno e Copolímeros) I.2 – Acetofenona (Usos: Sabonetes, Perfumes, Produtos Farmacêuticos) I.3 – Ácido Benzoico (Usos: Benzoato de Sódio, Corantes, Sabores Artificiais, Produtos medicinais) I.4 – Di-Etil-Benzeno (Usos: Elastômeros, Resinas, Óleos Secantes) II – O Dicloroetano, que geraria os seguintes produtos intermediários e finais: II.1 – O Tricloretano: Tetra Cloro Etano (Usos: Tricloro etileno, Perclaro etileno, Penta cloro etileno) II.2 – O Cloreto de Vinilídeno (Usos: Filmes, Fibras e Plásticos) II.3 – O Cloreto de Vinila (Usos: Filmes, Fibras e Plásticos) III – O Cloreto de Etila, de cujo produto intermediário o Chumbo Tetra Etila se fabricaria a Gasolina (anti-detonante) IV – O Polietileno, cujos usos são bastante conhecidos na fabricação de embalagens, brinquedos, tubos e artefatos diversos. V – Di-Bromo-Etileno, na fabricação de corantes, desinfetantes, produtos farmacêuticos, solventes. VI – Óxido de Etileno VII – Aldeído Acético Mediante a desidrogenação do álcool etílico, obter-se-ia o Aldeído Acético que como fase matricial possibilitaria a produção dos seguintes produtos básicos e intermediários: 1. Ácido Acético 1.1 - Ácido 2.4.0 (Diclorofenoxiacético) (Herbicidas) 144
Textos notáveis do caio
1.2 – Carboxi-Metil-Celulose (Industrias Texteis) 1.3 – Acetato de Etila (Tintas, Adesivos, Fotografia) 1.4 – Acetato de Propila (Solventes e Lacas) 1.5 – Acetato de Butila (Solventes e Lacas) 1.6 – Acetato de Vinila (Resinas Polivinílicas, Revestimentos para Texteis, Couros, Papéis, Adesivos) 1.7 – Acetato 2 Etil Hexílico (Solventes para Laca) 2. Anidrido Acético 2.1 – Aceto Butinato de Celulose (Plásticos) 2.2 – Aceto Propinato de Celulose (Plásticos) 2.3 – Ácido Acetil Salicílico (Aspirina) (Medicina) 3. Penta-Eritral (Plastificantes, Resinas Alguídicas, Explosivos) 4. Cloral (DDT – Inseticidas) 5. Acrilonitrila (Borrachas nitrílica, Plásticos ABS, Nylon) 6. Álcool Etil Hexanol (plastificantes, herbicidas, solventes, anti-espuma) 7. Álcool Butílico Normal 7.1 – Acetato de Butila (Solventes) 7.2 – Di-Butil Etalato (Plastificantes) 7.3 – Polivinil Butinal (vidros de segurança) 7.4 – Butilaminas (corantes, inseticidas) 7.5 – Trimetil Propano (resinas alquídicas, polirentanos) 8. Butadieno 8.1 – Polibutadino 8.2 – SBR 8.3 – Policloropeno 8.4 – Plásticos ABS 8.5 – Ácido Adípico 8.6 – Hexametileno Diadema Cansativo seria enumerar as dezenas de outros subprodutos dessa extraordinária fonte renovável de matéria – prima que é o álcool. O importante é que, enquanto o Setor Petroquímico nacional encontra-se ainda abalado pela elevação dos seus insumos a partir da crise do petróleo – gerando a necessidade imperativa de uma indústria química competitiva – acelera-se em Alagoas, a implantação do Complexo Cloroquímico, descortinando-se perspectivas de aproveitamento de matérias – primas básicas disponíveis localmente. - A SALGEMA S.A. instalada sobre uma reserva cubada de salgema de 300.00.00 de toneladas e pureza superior a 99%, já em funcionamento, com capacidade instalada atual de 250.000 145
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toneladas por ano de cloro. - Em fase de implementação, uma unidade de ETENO a partir do álcool, de dimensão relativamente pequena, (60 a 90.00 toneladas por ano) e que já consumira a partir de 1979, 139 milhões de litros de álcool. - Em implantação acelerada, a fábrica de Dicloroetano, que deverá produzir 160.000 toneladas a partir de 1979/80. - A capacidade instalada para produção do álcool, em Alagoas, é a que se segue: DISCRIMINAÇÃO/ DESTILARIAS ATUAL A CURTO PRAZO Destilarias anexas 553.000 1.855.000 Destilarias autônomas 270.000 780.000 TOTAIS DIÁRIOS 823.000 2.635.000 Se considerarmos 230 dias de produção por ano, teremos a curto prazo, uma produção anual de 606.050.000 litros de álcool. A fixação em Alagoas, de unidades processadoras de cloro da SALGEMA S.A., configura-se como medida da mais elevada significação no processo de desenvolvimento do eixo químico do nordeste, cuja materialização, dotará a região de importantes indústrias motrizes, cujos múltiplos efeitos dinamizadores constituirão a principal garantia de expansão regional. A inclusão do Complexo Cloroquímico de Alagoas no rol das prioridades nacionais é matéria pacífica, conforme evidenciado nas E.Ms números 165/77 e 83/78 dos Srs. Ministros Chefe da Secretaria de Planejamento, do Interior, de Minas e Energia, dos Transportes e da Indústria e Comércio, aprovadas pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República, em 14 de julho de 1977 e abril de 1978, respectivamente. O Estado de Alagoas, em condições extremamente vantajosas, deseja, por consultar os mais relevantes interesses do país, o apoio indispensável do Governo Federal, no sentido de que se faça agregar às indústrias existentes, uma fábrica de CLORETO DE POLIVINILA (PVC), pelas razoes seguintes: I – Existência de mercado, uma vez que a demanda no Brasil é maior que a oferta, conforme evidenciado no quadro abaixo:
Na projeção acima foi incluída, a partir de 1982, a entrada em funcionamento da PETROPAR, do Rio Grande do Sul, planejada para fornecer 240.000 toneladas. Mesmo assim, somente nesse ano e se produzirem o total da capacidade instalada, será satisfeita a demanda interna, 146
Textos notáveis do caio
sendo o país reconduzido à condição de importador a partir de 1983. II – Ensejará o aproveitamento de matérias–primas disponíveis localmente, porquanto insumirá: Razoável parcela da produção estadual de álcool, na fabricação de ETENO; Considerável parcela de produção de Cloro da SALGEMA S.A. fabricação do Cicloroetano; Expressiva quantidade da produção do Dicloroetano; III – Permitirá a exportação de eventuais excedentes, a preços competitivos, face aos custos de produção serem reduzidos em decorrência das disponibilidades locais das matérias – primas. IV – Evitará importações futuras destinadas a satisfazer à crescente demanda interna. V – Será fator de correção de desequilíbrios regionais. VI – Incrementará a renda do Estado, reduzindo, concomitantemente, a dependência e a vulnerabilidade da sua economia. VII – Será decisão coerente com a política de descentralização industrial, elidindo custos sociais nem sempre considerados, que a concentração industrial normalmente acarreta, tais como, água, luz, esgotos e telecomunicações. VIII – Gerará empregos em uma região de mão-de-obra abundante e barata. IX – Contribuirá decisivamente na consolidação do Complexo Cloroquímico de Alagoas, provocando outros efeitos, diretos e indiretos, altamente benéficos à economia. Contatos, a nível de sondagem, indicam a viabilidade, a priori, de obtenção de recursos e tecnologia necessárias à concretização desse empreendimento. A PETROQUISA, em associação com empresas estrangeiras e nacionais, teria condições de factibilizar a fábrica de PVC em Alagoas em prazo relativamente curto. Igualmente viável a exportação de eventuais excedentes do produto. Eis ai uma luta válida em prol da maior participação no esforço nacional de desenvolvimento econômico. Caio Porto Filho 1977
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Caio, o amigo
Caiomar VIII na praia de Pajuรงara
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Textos notáveis do caio
POSSE DO CAIO COMO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AGROVALE S/A
T
rata-se da primeira reunião do Conselho de Administração sob a nossa Presidência e desde pronto já nos sentimos honrados e gratificados porquanto nos reunimos com os diretores em raro congraçamento, irmanados com o objetivo maior que é o de buscarmos, todos, os melhores caminhos a serem trilhados por esta empresa – a maior agroindústria do Estado da Bahia, de que tanto nos orgulhamos. É possível que alguém não perceba a importância e a grandiosidade desta empresa. E possível também que alguém não perceba a necessidade de cuidados redobrados para que ela continue a ser importante e que se mantenha sempre como a maior agroindústria do Estado da Bahia. Para tanto se faz necessário o aprimoramento das técnicas de planejamento, cultivo, colheita e produção industrial, da supervisão vigilante dos custos fixos e variáveis, tendo sempre presentes os problemas medulares de toda atividade econômica, vale dizer: disciplina das prioridades, percepção dos custos alternativos e consciência quanto à escassez de recursos. Paralelamente às preocupações de ordem econômica e financeira, precisamos desenvolver um esforço no sentido de mudança comportamental de todos quantos integram a alta administração da AGROVALE. Precisamos abolir a apatia contemplativa, o narcisismo burocrático e as falsas disputas periféricas. Precisamos restabelecer o império da verdade, sem dono. Que é uma só – a verdade é que nos encontramos no mesmo barco e que nele não há vagas para a prepotência, a arrogância, a ditadura, a insensatez e muito mesmos para a burrice. Com o objetivo de contribuir, ainda que palidamente, para uma melhor união de propósitos, permite-se a Presidência deste Conselho enumerar em conjunto com os membros de toda a alta Administração da AGROVALE, de maneira sucinta e objetiva, os seguintes e oportunos conselhos, lembranças e ensinamentos. 1. Que o ideal que nos une é mais forte do que os que possam nos separar; 2. Quem dá a missão tem que prover os meios; 3. O imobilismo é a arte de se chegar a lugar nenhum mais cedo do que se espera; 4. Não há felicidade duradoura na revolta contra os números; 5. É tarefa complicada dividir o bolo em fatias, cuja soma seja superior ao todo; 6. Nada no mundo tem mais dono que a verdade; 7. Se você tem que fazer alguma coisa, tem que fazer bem feito. O inimigo do bom é o ótimo; 149
Caio, o amigo
8. Até o mais forte bambu se curva ao vento. Adotemos a discordância construtiva ao invés da dissidência cancerígena; 9. Sejamos como o rio que aprende a contornar os obstáculos; 10. Precisamos cultivar a sabedoria, a capacidade de prever as consequências em longo prazo de ações atuais: a disposição de sacrificar ganhos a curto prazo em favor de benefícios a longo prazo; a habilidade de controlar o que é controlável e não atingir o que não é. A essência da sabedoria é, portanto, a preocupação com o futuro. Não é porém a preocupação com o futuro que o adivinho tem. O sábio envida esforços para controlar o futuro. Temos a satisfação e o privilégio de sermos administradores de uma das maiores empresas do Brasil. Estamos unidos e mobilizando energia e recursos tentando fazer o melhor para a AGROVALE, despendendo esforços para controlar o futuro, contornando os obstáculos e sem pretendermos ser donos da verdade. Estamos bem e de parabéns estão todos quantos fazem a AGROVALE. (O que não quer dizer que não devamos tentar fazer o ótimo)
Agrovale, Caio Porto Filho 28 de agosto de 2012
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Textos notáveis do caio
(PARODIANDO RUI BARBOSA)
A AGROVALE não é ninguém. São todos. E cada qual tem no seio dela O mesmo direito à ideia, à palavra, à associação A AGROVALE não é um sistema Nem uma seita, nem um monopólio, Nem uma forma de governo; É o solo, o céu, são os funcionários, a tradição, A consciência, a conivência, o berço dos nossos sonhos. A comunhão dos nossos propósitos, E a razão de ser dos nossos objetivos. Os que melhor a servem são os que não invejam, Os que não infamam, os que não conspiram, Os que não desalentam, os que não emudecem, Os que não se acovardam - mas resistem, mas se esforçam, Mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração E o entusiasmo. Caio Porto Filho
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ÉTICA
A
ética tem tudo a ver com a observância dos princípios que norteiam a moral, os bons costumes, as regras de conduta, a vergonha. A ética é resultante do histórico amontoado de regras selecionadas dos comportamentos sociais com o propósito de atingir a saudável e desejável convivência social. É, em última análise, a apreciação permanente do bem e do mal, do certo e do errado a regular os mais diferentes grupos societários nos mais variados tempos da história conhecida. A ética, assim como a moral, o bem, o mal, o direito positivo são filhos da vida e guardam características variadas em função dos diferentes costumes e normas de cada povo e região. Não obstante tais variações tenham sido observadas, com reflexos comportamentais e normativos diferenciados, a ética prevalece com maior ou menor intensidade, como um bem maior a ser preservado na busca incessante do bem estar social. Um país sem ética, amoral, é campo fértil à proliferação dos malfeitos, das nações que não são sérias, de um povo constituído de maus-carateres onde o que prevalece é o poder desvirtuado, a ambição desmedida, a inversão de valores, o enfraquecimento dos princípios morais, da honra e da virtude, as esperanças voláteis que se transformam em falsárias da verdade, a impunidade, a corrupção política generalizada, a sedimentação de uma cultura danificada pelos malefícios supramencionados que vêm transformando nosso país em uma nação de incompetentes, amorais, acomodados e que tudo aceitam. “Há muitos líderes bem-intencionados que querem um país melhor para todos, mas quantos destes estão efetivamente empenhados em fazer que o bem-comum aconteça? E quantos deles permanecem passivos, omissos e evitam se envolver? Ser ético é escolher o bem comum. Decidir não agir, se manter em silêncio deixando o medo prevalecer...Esse é um ato não ético” (Oscar Motomura). A imobilidade é a arte de se chegar em lugar nenhum, mais cedo do que se espera. Caio Porto Filho Abril 2016
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Textos notรกveis do caio
O farto sorriso de um exponencial amigo
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HOMENAGENS, APRECIAÇÕES E MEDALHAS RECEBIDAS
Homenagens, apreciações e medalhas recebidas
HOMENAGENS, APRECIAÇÕES, MEDALHAS RECEBIDAS E PORTARIAS DE NOMEAÇÕES
Campeão Alagoano de Vôlei – CRB e Iate Clube Pajuçara
Campeão Alagoano de Basquete – CRB e Iate Clube Pajuçara
FADU - Em pé- Almir, Fernando Figueiredo, Caio, Sebastião Teixeira, Walter Guimarães De cocoras- Bebé Laranjeiras, Batinga, Macario, Toroca.
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Caio, o amigo
Medalha Amigo da Marinha
Tripulante Honorรกrio da Capitania dos Portos de Alagoas
Com o Comandante Henrique Martins
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Homenagens, apreciaçþes e medalhas recebidas
Com o Comandante Henrique Tadeu
Com o Comandante Gerson Luiz
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HOMENAGENS DA MARINHA Comando do 3* Distrito Naval – janeiro 2015 Fragata União – janeiro 2015 Navio Patrulha Araguari – março 2015 Tropiaçu-Com-Div/2 – maio 2008 Capitania dos Portos de São Paulo – janeiro 2011
Com o Comandante Antônio Braz
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Homenagens, apreciações e medalhas recebidas
Recebendo das mãos do professor Laurentino Veiga – Presidente da Associação Alagoana de Imprensa, a COMENDA DOUTOR IB GATTO MARINHO FALCÃO
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COMENDA DOUTOR IB GATTO MARINHO FALCÃO
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Diploma de cidadĂŁo da barra de SĂŁo Miguel
Mister alagoas e Brasil terceira idade
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Homenagens, apreciações e medalhas recebidas
OUTRAS HOMENAGENS DE DESTAQUE
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ALGUMAS PORTARIAS DE NOMEAÇÕES
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A VIDA DO CAIO EM IMAGENS
A vida do CAIO em imagens
A VIDA DO CAIO EM IMAGENS
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Carolina Porto, filha de Caio Porto Neto e Gelma Souza Porto
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Luana Mariá Porto Aragão, filha de CAIO e a neta Sofia Porto Aragão
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Sofia, neta de CAIO e filha de Luana
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Kael, Ingrid e a netinha Larissa
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Kaymi Malta Porto, filho de Caio
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Samir P.M. Porto, filho de CAIO, e o Neto David
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JosĂŠ Rodrigues (Netinho), filho de CAIO
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Fotos de Kayan
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CAIO e familiares
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A vida do CAIO em imagens
CAIO com Tereza: companheira, amiga, namorada, amante e esposa
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A vida do CAIO em imagens
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EPÍLOGO
Epílogo
EPÍLOGO
Q
uando nos veio à mente a ideia de escrever a biografia deste excepcional amigo de todos nós, CAIO – O AMIGO, o fizemos embasados na premissa maior que deve ser em vida o prestar homenagem àqueles exponenciais nomes de nossa amizade e da sociedade em que estamos inseridos. Todavia, o sabíamos, seria algo notável e eloquentemente prazeroso, mesmo porque todos aqueles a CAIO mais chegados o sabem ser possuidor de uma vida repleta de sucessos. Mas mesmo nós, dele muito íntimo, fomos colhendo outras informações e momentos de sua notável existência que desconhecíamos. Momentos e passagens de sua vida que somente nos fizeram nutrir, ainda mais, aquele sentimento de orgulho em tê-lo como amigo. Fôssemos nos deter em todas as suas exponenciais e notáveis histórias, teríamos que escrever inúmeros livros. Lá se vão mais de dois anos de trabalhos, de copilações de textos, pesquisas, catalogação e digitalização de imagens, recebimentos de textos do biografado, revisões, depoimentos dos irmãos, filharada e amigos, mas chegamos a bom termo e finalmente alcançamos o objetivo proposto. 201
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Um livro de amigos para o amigo, onde a gratidão, o prazer e a honra, se manifestam de forma frequente e eloquente daqueles que como este humilde “escriba” se rejubilam em poder chamar a CAIO – O AMIGO. Transcende a nossa comum vivência, externar a admiração que todos os amigos de CAIO possuem e, sobretudo, a reciprocidade desta admiração que ele dedica a seus amigos. Quantos e incontáveis domingos, “normalmente sempre aos domingos”, CAIO passava em nossa casa para apanhar-nos por volta das 7 horas da manhã, alguns dias até mais cedo, junto com nosso também exponencial amigo comum “PROF”, para passarmos o dia em seu barco na Barra de São Miguel, onde se agregam o LOUIS, um alagoano nascido na África do Sul, o Nelson, o pai da Cecilia, que por determinação superior, segundo CAIO, somente pode estar conosco na partida e na chegada da nau. Eventualmente aparecem outros amigos para alegrar a turma, como o Tarciso com suas músicas e poesias jocosas que a todos deliciam. E, obviamente, aquela sua especial tripulação em atender bem a todos que lá estão, capitaneada pelo braço direito do CAIO, o BETÃO. Em seu barco CAIOMAR VIII, na Barra de São Miguel, aqueles domingos são sempre diferenciados, pois o receber seus amigos os elevam a momentos de rara satisfação. Lá aparecem tantos quantos conhecem bem CAIO e sua capacidade inigualável de bem receber, para abraçar o amigo, privar de suas inigualáveis iguarias, dos drinks, gelados ou não, mas com o sabor de amizade em suas exponenciais conversas. Ver o amigo com seus mais de 75 anos, bem vividos, ativo e altivo, firme e com sua simpatia incrivelmente única, nos traz de imediato aquele orgulho de estarmos e privarmos daquele ambiente, que com todas as certezas dos homens do mar, como nós, não iremos encontrar em local nenhum do mundo, e o dizemos de cátedra. Conversas e histórias de CAIO, como a do seu amigo “Pintinho”, dos velhos tempos em que viveu no Rio de Janeiro, é o se divertir ininterruptamente. Suas observações sobre os aspectos conjunturais de nosso país, sempre externados e pautados no bom senso, no conhecimento de causa, como notaram os leitores, em seu texto O ÁLCOOL E O COMPLEXO QUÍMICO. Suas posturas éticas e suas afirmativas por vezes envolvidas em pensamentos de jocosidade, coisas típicas de sua personalidade, fazem-no a pessoa fantástica por nós todos enaltecida. As lições recebidas de seu Pai Dr. Caio e sua Mãe D. Ilza que sempre em conversas, quando estavam juntos, e nos relatos, nos dão a dimensão exata do norte e da formação de um homem de bem. CAIO é, em sua tranquilidade um abnegado em direcionar suas ações para ajudar seu próximo, quantas vezes fomos testemunhas destas ações do ajudar sem alardes, com lições de desprendimento e satisfação, tudo levado a efeito com sua maneira de tratar reis e mendigos com a mesma simplicidade. Assim, vamos chegando ao término deste livro, que nos elevou a momentos extraordinários, 202
Epílogo
que nos forneceu tempos de hemorragias de prazer e que esperamos venha a enaltecer a este que realmente é dos amigos maiores com quem nesta caminhada tivemos a honra e o privilégio de estar juntos.
CAIO e sua “Galega“, Tereza Laura
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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Se faz mister que ao encerrarmos este escrito façamos nosso agradecimento aos amigos ENALDO da GRAFMARQUES e JAILSOM BOIA, que nos auxiliaram de forma direta a tornar possível o transformar este livro em realidade.
O amigo Dydha Lyra, nosso companheiro do Gabinete na EMATUR, que foi o autor de artes, retratos e ilustrações deste livro.
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Assim, estimado e querido CAIO, O AMIGO, este livro é seu, e tornou-se um tsunami de felicidades ter podido realizá-lo !!!!!! JFSA
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Casa, praรงa e pier do Caiomar VIII na Barra de Sรฃo Miguel
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Caiomar VIII
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Caiomar VIII na praia de Pajuçara
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