EDIÇÃO N° 1 ABRIL | 2011
em revista
Cooperativa de Crédito
SUSTENTA
BILIDADE
LEIA NESTA EDIÇÃO: •A força do cooperativismo de crédito, um modelo de negócio vencedor •Destaques no desempenho de 2010
8 a 13
14 a 17
Sicoob Credicitrus encerra em 2010 período mais brilhante de sua história
•Resultado social econômico resume as vantagens do sistema
18 e 19
A década de 2001 a 2010 foi o período de maior evolução da Sicoob Credicitrus em seus quase 28 anos de existência
•Responsabilidade social e desenvolvimento humano
20 a 23
•Balanço patrimonial e demonstrativos
24 a 28
Os resultados de 2010 confirmam esse desempenho
MENSAGENS DA Sicoob Credicitrus
O ano de 2010 coroou o período de maior expansão da Sicoob Credicitrus ao longo de sua trajetória histórica. continua sendo um exemplo Fatores internos e externos contribuíram para isso. O cenário econômico foi favorável, mesmo com a persistência de alguns reflexos da crise financeira internacional. Diretor-presidente Nos países desenvolvidos, principal destino de nossas exportações, a demanda por alimentos continuou baixa, afetando as vendas externas das commodities agrícolas com maior peso nas atividades de nossos cooperados: soja, milho, suco de laranja, café e açúcar. Além disso, o real mantevese valorizado. No entanto, compensando esses fatores adversos, os estoques mundiais das commodities caíram e, em consequência, as cotações internacionais subiram, assegurando boa remuneração aos produtores.
Raul Huss de Almeida
Em paralelo, nos últimos anos, a política do governo contribuiu para fortalecer as cooperativas de crédito, valorizando a imagem destas no mercado. Isso trouxe inegáveis benefícios à Sicoob Credicitrus. Um deles foi o fato de nosso patrimônio líquido ter crescido em boa parte graças ao programa criado em 2006 pelo BNDES para capitalizar as cooperativas de crédito. Esses recursos permitiram lançarmos o Cotas PLUS, por meio do qual os cooperados têm adquirido novas cotas de capital financiadas com amplas facilidades. Em 2010, esse programa representou um aporte de 13 milhões de reais ao nosso capital. Internamente, a capacidade de gestão de nossa equipe e o apoio recebido de nossos cooperados, concentrando aqui boa parte de suas operações financeiras, foram vitais para nosso sucesso. E merecem nossos agradecimentos, pois constituem a base para crescermos ainda mais. O cooperativismo de crédito é um modelo de negócio vencedor no mundo inteiro, em razão dos benefícios que proporciona em todos os níveis. O Brasil pode trilhar o mesmo caminho, em benefício de toda a sociedade. E, nesse sentido, temos orgulho de verificar mais uma vez que a Sicoob Credicitrus continuou sendo um exemplo a ser seguido.
Transparência é princípio
Desde que iniciou seu período de maior crescimento, a partir da implantação do SisBR em 2002 e da execução de ação fundamental do plano de abertura de filiais, nossa cooperativa tem adotado o que há de mais atualizado em termos de governança cooperativa. Além de termos os sistemas de Diretor de Planejamento e Controle informática mais avançados hoje disponíveis, utilizamos modernas ferramentas de gestão, planejando cuidadosamente nossas ações a curto, médio e longo prazo. Desse modo, atuamos com um nível de incerteza muito baixo, com base em duas premissas: de um lado, proporcionar a cada cooperado os melhores produtos e serviços disponíveis com as melhores condições possíveis em termos de custos e prazos; de outro, proteger e valorizar o bem comum dos associados, mantendo sólida a base para oferecer os benefícios citados. Isso exige perfeito equilíbrio, ajustado continuamente.
Siguetoci Matusita
Para isso, contamos com rígidos Controles Internos. Estes contêm as regras e os procedimentos para cada ação e operação e estão disponíveis para consulta permanente de toda a equipe no portal corporativo interno da Cooperativa. Ao mesmo tempo, seguimos três princípios, que traduzem a ética do cooperativismo: transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa. A transparência é, provavelmente, o mais importante deles. É obrigatória não só na clareza das regras de conduta a serem seguidas por todos, mas igualmente na comunicação aberta e regular com os cooperados. A prestação de contas deriva da transparência e consiste em manter o cooperado a par da evolução da Cooperativa e de tudo o que é feito visando a prestar-lhe bons serviços e proteger seu patrimônio. Finalmente, a responsabilidade corporativa deve estar presente nos cuidados com a sustentabilidade da organização, ou seja, com a sua longevidade. Para isso, a definição dos negócios não se limita ao aspecto econômico, também incluindo considerações sociais e ambientais. Tudo isso explica nosso êxito ao mesmo tempo em que amplia nossa responsabilidade.
4
|
2010 EM REVISTA
DIRETORIA O cooperativismo só tem sentido se for praticado como uma via de mão dupla, com equilíbrio entre a obtenção de benefícios e o exercício de deveres. Esse equilíbrio, embora nem sempre fácil, uma vez que o cooperado normalmente se coloca na posição de cliente da cooperativa, eventualmente não se recordando de que também é coproprietário desta, é absolutamente necessário.
Cooperativismo é via de duas mãos
Moacyr Pegoraro Diretor Operacional
Está demonstrado pela história do cooperativismo no mundo que somente as cooperativas em que esse conceito de reciprocidade foi praticado de forma regular e consistente obtiveram sucesso e sobreviveram. Ao contrário, nas organizações em que a oferta de vantagens se sobrepôs à administração segura e criteriosa, os resultados foram negativos, quando não desastrosos. Portanto, toda cautela é pouca nesse particular. Assim, neste momento em que a Sicoob Credicitrus inicia uma nova fase de expansão acelerada, com a admissão de cooperados de novas categorias de pessoas físicas e jurídicas, é necessário recapitular a cada um esse duplo papel do cooperado. E não se trata de uma imposição, mas sim de uma regra de bom senso que vale para qualquer tipo de empreendimento em qualquer setor econômico. Somente uma instituição sólida tem capacidade de proporcionar de forma contínua produtos e serviços com a qualidade exigida. E essa solidez somente será possível se os donos da organização atuarem com responsabilidade. A Sicoob Credicitrus tem obtido desde sua fundação, há quase 28 anos, essa resposta positiva de seus associados. Isso explica sua trajetória crescente, mesmo em períodos econômicos difíceis, como a recente crise financeira internacional. Por isso, insistimos em um ponto que temos enfatizado ao longo do tempo: para continuarmos a registrar o sucesso que tem marcado nossa história, precisamos ter ao nosso lado não apenas cooperados, mas sim verdadeiros cooperativistas.
Sustentabilidade leva à longevidade
Maria Madalena Fernandes Rocha
Diretora Administrativa
Os benefícios sociais do cooperativismo têm efeito não só sobre os cooperados, mas igualmente sobre as comunidades em que estes vivem e trabalham. Nesse sentido, o indicador mais claro das vantagens criadas por uma cooperativa como a nossa é o resultado social econômico, introduzido pela Sicoob Credicitrus há alguns anos e hoje adotado por muitas cooperativas de crédito brasileiras.
Esse indicador mostra as economias que o cooperado obtém ao realizar suas operações na cooperativa em comparação com os valores que desembolsaria ao fazer essas mesmas operações no sistema financeiro tradicional. Embora os valores apresentados sejam médios, significando que para alguns cooperados a economia será ligeiramente menor e para outros, ainda maior, o fato inegável é que uma cooperativa de crédito como a nossa permite que um expressivo volume de recursos permaneça nas suas regiões de origem, nas quais, naturalmente, serão canalizados para a aquisição local de produtos e serviços, gerando empregos, renda e, consequentemente, desenvolvimento. Assim, o cooperativismo de crédito é também um agente de progresso regional. Além dessa presença benéfica no mercado, nossa cooperativa também tem proporcionado, por intermédio do seu Fundo de Investimento Social e Cultural (FISC), mantido em conjunto com a Coopercitrus, recursos para apoiar projetos próprios e de terceiros com o objetivo de ampliar as condições de acesso à educação (básica, complementar, profissionalizante e ambiental), à cultura, à arte e ao bem-estar social às comunidades mais carentes dos municípios em que mantemos atividades por meio de nossas filiais. A Sicoob Credicitrus entende, desde que foi fundada, que a responsabilidade social não é um fator acessório, mas sim um componente obrigatório em seus negócios. E quando falamos em responsabilidade social, não nos referimos apenas a manter atividades socialmente justas, mas também economicamente viáveis e ambientalmente adequadas. Nosso objetivo permanente, que sempre alcançamos, é a sustentabilidade da Sicoob Credicitrus, trabalhando continuamente para a sua longevidade no mercado. 2010 EM REVISTA | 5
2010 EM RESUMO Indicadores de desempenho têm novos recordes A Sicoob Credicitrus viveu em 2010 mais um ano de recordes de desempenho. O maior destaque coube à expansão de 44% dos depósitos à vista e a prazo, alcançando 873 milhões de reais. Também foram expressivos os crescimentos dos ativos totais, superando 2,2 bilhões de reais, do patrimônio líquido, que alcançou 579 milhões de reais, e do saldo das operações de crédito ao final do ano, perfazendo 1,24 bilhão de reais.
A2+
A cooperativa com a mais alta segurança de crédito do Brasil A Sicoob Credicitrus manteve em 2010 o importante avanço alcançado em 2009 em sua classificação de risco, conservando o nível A2+, fortalecendo ainda mais sua posição de mais sólida e segura cooperativa do País em sua categoria.
Admissão de novas categorias amplia presença no mercado
A simplificação da razão social para Cooperativa de Crédito Credicitrus, a adoção da sigla Sicoob Credicitrus e a autorização para admissão como cooperados de profissionais das áreas de agronomia e saúde e micro e pequenos empresários foram as grandes alterações aprovadas na Assembleia Geral Extraordinária realizada pela Sicoob Credicitrus no dia 28 de abril. A Cooperativa iniciou as operações com os novos públicos a partir de julho de 2010 e, até 31 de dezembro, atingiu 95,6% da meta estabelecida em seu plano de negócio aprovado pelo Banco Central, evidenciando o elevado grau de eficácia na sua execução.
Começa construção da nova sede administrativa Teve início em setembro a construção do edifício que abrigará a sede administrativa da Sicoob Credicitrus, na região central de Bebedouro. Além de representar um investimento que valoriza o patrimônio da Cooperativa e sua imagem de modernidade e sustentabilidade, a nova sede reunirá em um só espaço a Diretoria Executiva e as áreas de decisão, coordenação administrativa e tecnologia da informação.
6
|
2010 EM REVISTA
Um ano de grandes números e acontecimentos marcantes Avanços e reconhecimentos na área de recursos humanos A Sicoob Credicitrus recebeu em 2010 dois importantes reconhecimentos. Classificou-se novamente entre as 150 melhores empresas para se trabalhar de todo o País, de acordo com pesquisa realizada pela revista Você S/A Exame. E foi eleita, pelo quinto ano consecutivo, entre as melhores empresas para se estagiar no estado de São Paulo, de acordo com pesquisa do Ibope Solution coordenada pelo CIEE - Centro de Integração Empresa Escola e pela Associação Brasileira de Recursos Humanos – seccional São Paulo (ABRH-SP).
Exposição valoriza responsabilidade ambiental A criativa exposição “Homem x Natureza - um percurso pelos quatro elementos”, mostrando o impacto das ações humanas sobre o meio ambiente e as possibilidades de reciclagem dos resíduos sólidos, teve presença marcante em vários municípios nos quais a Sicoob Credicitrus está presente com filiais. Depois de inaugurada em Bebedouro, foi montada nos municípios paulistas de Araraquara, Barretos, Fernandópolis e São José do Rio Preto e em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Até o final de 2010, recebeu a visita de mais de 50 mil pessoas.
Cresce apoio do FISC a projetos sociais
As ações da Sicoob Credicitrus na área de responsabilidade social, notadamente as executadas por intermédio do Fundo de Investimento Social e Cultural (FISC), prosseguiram em desenvolvimento em 2010, com projetos próprios e apoio a 48 projetos de terceiros, que beneficiaram mais de 30 mil pessoas, principalmente crianças e jovens, em 24 municípios. Além disso, três campanhas lideradas pelo Fundo beneficiaram mais 70 mil pessoas.
2010 EM REVISTA | 7
MODELO DE NEGÓCIO
VENCEDOR A forma mais avançada de organização econômica da sociedade
O
cooperativismo nasceu como uma reação à miséria e ao sofrimento. A primeira cooperativa de que se tem notícia, a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochedale, cidade do interior da Inglaterra, foi fundada em 1844 por 27 tecelões e uma tecelã para fazer frente
O
cooperativismo de crédito teve sua origem na Europa Ocidental em meados do século dezenove. Foi na Alemanha que se desenvolveu o modelo de cooperativas de crédito de maior sucesso hoje, com diretorias eleitas democraticamente e cada cooperado com direito a um voto, independentemente de tamanho. As primeiras cooperativas de crédito alemãs foram fundadas, respectivamente, por Herman Schulze-Delitzsch e Friedrich Raiffeisen. Após conquistar a Europa, cerca de meio século depois o modelo chegou à América por intermédio de Alphonse Desjardins. Schulze-Delitzsch > A quebra
N
o Brasil, a primeira cooperativa de crédito foi fundada pelo padre jesuíta Theodor Amstadt em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, em 1902. Conhecedor da experiência alemã de Raiffeisen, que se aplicava a pequenas comunidades rurais ou vilas, procurou transplantá-la para a realidade da Serra Gaúcha. Nessa cooperativa pioneira, voltada para atender os pequenos produtores rurais, toda a movimentação financeira era feita por meio de depósitos, que recebiam uma pequena remuneração. O modelo baseava-se em um pressuposto: a honestidade dos cooperados. Qualquer pessoa podia associar-se e lá depositar suas economias. Não havia preocupação com o capital dos cooperados. Com as sobras apuradas,
8
|
2010 EM REVISTA
à dura crise do desemprego causado pela Revolução Industrial.
Essa forma de organização econômica da sociedade, com propriedade coletiva e direitos iguais entre todos os participantes, que se mostrou muito eficaz em momentos de dificuldades, revelou-se um modelo de negócio muito competitivo na sociedade moderna, em razão das vantagens proporcionadas aos cooperados em comparação com as soluções tradi-
Na Europa, a origem de safra e o consequente quadro de miséria e fome que assolou a Alemanha em 1846 levaram Schulze-Delitzsch a fundar um moinho de trigo e uma padaria de propriedade cooperativa com o objetivo de fornecer pães a seus associados a preços substancialmente mais baixos. Em seguida, aplicou o mesmo conceito para o atendimento de necessidades de crédito das pessoas em geral. Em 1850, fundou a primeira sociedade cooperativa de crédito, conhecida como “banco popular”. Raiffeisen > Por sua vez, o objetivo de Raiffeisen foi desde o início proporcionar crédito aos produtores rurais. Para isso, fundou a Cooperativa
eram criadas reservas para os momentos de incerteza. Essa experiência multiplicou-se no Rio Grande do Sul, que chegou a contar com uma central reunindo mais de 50 cooperativas singulares. Apesar desse sucesso, o cooperativismo de crédito brasileiro teve altos e baixos, principalmente por falta de regras abrangentes e instrumentos de controle que contribuíssem para aumentar a confiabilidade do sistema e oferecer garantias aos cooperados. Desse modo, cooperativas geridas com honestidade e competência profissional conviviam com outras cujas diretorias e equipes gestoras não poderiam ser classificadas como boas administradoras e, em certos casos, nem mesmo como éticas.
cionais. E isso se deu em ambientes tanto capitalistas quanto socialistas, uma vez que o cooperativismo floresce independentemente de cor ideológica ou sistema de governo. Em poucas palavras, o cooperativismo é a adaptação para fins econômicos da inclinação instintiva do ser humano para associar-se a seus semelhantes, o que fez desde os tempos pré-históricos, formando grupos para caçar com mais eficiência ou defender sua aldeia contra ataques externos. Heddesorf em 1864, para auxiliar os agricultores alemães a adquirirem víveres, equipamentos, sementes e outros insumos necessários às suas atividades. O modelo que criou é o que prevalece hoje e foi aplicado nas cooperativas de crédito brasileiras. Desjardins > Em 1900, a solução cruzou o Atlântico e chegou a Levis, em Quebec, no Canadá, onde o jornalista Alphonse Desjardins, indignado com os altos juros cobrados pelas instituições financeiras, organizou a Caixa Popular de Levis. Após o sucesso alcançado no Canadá, em 1909 Desjardins ajudou um grupo de franco-americanos católicos de Manchester, New Hampshire, a organizar a Associação de Crédito Cooperativo de St. Mary, a primeira cooperativa de crédito dos Estados Unidos.
No Brasil, expansão lenta Somente a partir do início dos anos 1980 é que o cooperativismo de crédito começou a renascer, em especial no segmento rural, após um movimento encabeçado em São Paulo pelo cooperativista Roberto Rodrigues, que depois viria a ser ministro da Agricultura no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse movimento, que teve entre seus líderes mais atuantes o fundador da Sicoob Credicitrus, Leopoldo Pinto Uchôa, baseava-se nas recomendações do cooperativista gaúcho Mario Kruel Guimarães. Este dizia que para ter sucesso, uma cooperativa de crédito rural deveria estar vinculada a uma cooperativa agropecuária bem-sucedida, de modo a manter identidade com a credibilidade, os princípios e os objetivos estratégicos desta.
A
partir dessa recomendação, em setembro de 1983, um grupo de cooperados da Coopercitrus – Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo, sob a liderança de Leopoldo Pinto Uchôa, fundaram a Credicitrus, com a denominação inicial de Cooperativa de Crédito Rural de Bebedouro, logo depois modificada para Cooperativa de Crédito Rural Coopercitrus. O segundo nome demonstrava que as duas cooperativas formavam um só sistema, comandado pela Coopercitrus, então uma das maiores e mais sólidas organizações do Brasil em sua categoria. Na prática, por ser pequena e dispor de poucos recursos, a Credicitrus só conseguiu operar no início com o apoio direto da Coopercitrus, que lhe cedeu espaço, mobiliário, equipamentos e pessoal. Em março de 1990, com pouco menos de 500 cooperados e uma equipe profissional com menos de dez componentes, a Credicitrus começava a crescer, quando foi surpreendida pela decisão do presidente Fernando Collor de Mello, recém-empossado, de extinguir o Banco Nacional de Crédito
A
partir da criação dos bancos cooperativos, foi criado o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), ao qual a Credicitrus está vinculada. O Sicoob é composto por cooperativas singulares e centrais de crédito, reunidas na Confederação Nacional de Cooperativas de Crédito (Sicoob Brasil). Seu objetivo é criar e manter padrões operacionais e de controle para o fortalecimento do cooperativismo de crédito no país. O sistema é complementado pelo Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) e pelo Fundo Garantidor do Sicoob (FGS), fundamentais para a operacionalização dos processos, a qualidade dos serviços financeiros e a proteção ao patrimônio
Cooperativo (BNCC). A decisão deixou órfãs todas as cooperativas de crédito do país, pois era por intermédio desse banco que dispunham de talões de cheques e acesso à compensação, podendo oferecer serviços bancários a seus associados. Com isso, se havia alguma desconfiança no cooperativismo de crédito, esta se acentuou após a medida de Collor. Mais uma vez, a Credicitrus só se manteve em pé graças ao apoio imediato da Coopercitrus e a um convênio que firmou com o Banco do Brasil cerca de três meses após a liquidação do BNCC. Esse quadro desfavorável só se modificaria a partir de 1995, quando o Banco Central baixou uma resolução permitindo a constituição de bancos comerciais controlados por cooperativas de crédito, os chamados bancos cooperativos, e definiu regras para o funcionamento das cooperativas, consideradas elementos fundamentais para capilarizar os recursos no sistema financeiro nacional. Pouco depois, foram fundados os principais bancos do setor, o Bancoob – Banco Cooperativo do Brasil, ao qual a Credicitrus
O importante papel do Sicoob dos cooperados. Um dos avanços de maior importância para a expansão do setor foi a criação do SisBR, o sistema de informática do Sicoob, desenvolvido com a participação direta da Sicoob Credicitrus, que também foi a primeira a implantá-lo em caráter piloto, em 2002, para os ajustes finais antes de ser distribuído às demais cooperativas. Com essa base informatizada, a Sicoob Credicitrus passou a crescer de forma acelerada, ao mesmo tempo em que oferecia segurança ainda maior às operações dos cooperados. Os números que marcam a extraordinária
Nasce a Credicitrus está ligada, e o Banco Sicredi, cuja atuação é mais concentrada no sul do país. Com o Bancoob, os cooperados da Credicitrus passaram a contar com talões de cheques e cartões múltiplos, permitindo-lhes efetuar todas as operações financeiras realizadas pelos bancos comerciais. Isso abriu caminho para a expansão da Cooperativa, que passou a caminhar sobre as próprias pernas.
expansão da Sicoob Credicitrus na década 2001/2010 devem-se em grande parte ao SisBR. O Sicoob, de acordo com os números finais do exercício de 2009 (ainda não estão disponíveis os dados de 2010), é composto por 14 cooperativas centrais e 608 singulares, com aproximadamente 1.800 pontos de atendimento e 1,7 milhão de associados. Suas operações de crédito totalizaram 9,4 bilhões de reais em 2009, acreditando-se que esse valor tenha alcançado 10 bilhões de reais em 2010 – sendo que a Sicoob Credicitrus responde por mais de 10% desse valor.
2010 EM REVISTA | 9
Números mundiais são gigantescos Os expressivos números relativos às cooperativas de crédito nos países desenvolvidos demonstram a enorme distância que as separa do cooperativismo de crédito brasileiro. Isso tem um lado positivo, pois revela o potencial de expansão que o sistema ainda tem no Brasil. A seguir, para efeito de comparação, são apresentados os principais dados das cooperativas de crédito na Europa, nos Estados Unidos e no Japão.
União Européia > O cooperativismo de crédito está fortemente consolidado na Europa, com cerca de 50 milhões de cooperados, 160 milhões de clientes (ou seja, pessoas que utilizam os serviços das cooperativas, mas não têm cotas de capital) e 4.200 bancos locais. As maiores instituições do setor são apresentadas na tabela. Banco
País
Crédit Agricole BVR/DZ Bank Rabobank Crédit Mutuel Associazione Nazionale fra le Banche Popolari BPCE – Natixise
Ativos totais Op. crédito (€ bilhões) (€ bilhões)
Cooperados
França Alemanha Holanda França
1.694 1.016 608 579
828 560 416 304
6,5 milhões (59 milhões de clientes) 16,4 milhões (30 milhões de clientes) 1,7 milhões (9,5 milhões de clientes) 7,4 milhões (23,3 milhões de clientes)
Itália Françav
461 349
357 123
1,2 milhão (9,5 milhões de clientes) 3,3 milhões (7,8 milhões de clientes)
>Fonte: European Association of Co-Operative Banks (EACB) - www.eurocoopbanks.coop<
Estados Unidos > O cooperativismo de crédito evoluiu muito nos Estados Unidos, onde as organizações do setor cresceram com maior velocidade durante os anos 1990 e o início do século 21. Hoje o setor conta com aproximadamente 8 mil cooperativas, com cerca de 90 milhões de associados, cujos depósitos somam quase 700 bilhões de dólares. As cooperativas têm participação importante no financiamento imobiliário, entre outras modalidades de crédito. As cinco maiores cooperativas de crédito norte-americanas são apresentadas na tabela. Estado
Ativos totais (US$ bilhões)
Navy Federal
Virginia
State Employees
Carolina do Norte
Pentagon Federal Boeing Employees
Cooperativa
Schoolsfirst Federal
Op. crédito (US$ bilhões)
Cooperados (mil)
44,2
31,2
3.600
21,0
13,0
1.600
Virginia
14,0
12,6
992
Washington California
9,1 8,4
6,6 4,4
667 458
>Fonte: National Credit Union Association (NCUA) – www.ncua.gov<
Japão > No Japão, o líder do setor é o Norichukin Bank, com US$ 844 bilhões em ativos e operações de crédito somando mais de US$ 330 bilhões. Tem 4 mil cotistas, dentre os quais se destacam as cooperativas centrais e singulares dos segmentos agrícola, florestal e de pesca e as entidades correlatas. O banco beneficia diretamente os 47 milhões de associados dessas instituições.
entrevista
com Matthias Knoch (DGRV)
Visão externa enriquece conhecimento interno A Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV Deutsche Genossenschafts - und Raiffeisenverband) atua no Brasil desde 1996, colaborando para o desenvolvimento do cooperativismo de crédito brasileiro ao lado de várias instituições, a começar pelo Banco Central. Esse apoio se justifica pelo fato de o cooperativismo de crédito brasileiro ser em grande parte baseado no modelo alemão. Para conhecer um pouco mais esse trabalho e a visão que os dirigentes da entidade têm do cooperativismo brasileiro e de suas perspectivas, foi entrevistado Matthias Knoch, coordenador da DGRV para a região Norte e Nordeste do Brasil e para a cooperação com Moçambique.
Nascido na Alemanha, com mestrados em Gestão de Sistemas de Informação pela Universidade de Berna, Suíça, e em Administração de Empresas – Gestão Econômica pela Universidade de Berlim, Alemanha, Knoch é um es-
10
|
2010 EM REVISTA
pecialista em criação e desenvolvimento de cooperativas de crédito para micro, pequenas e médias empresas, tendo ampla experiência internacional. Inicialmente trabalhou no Deutsche Kredit- und Handelsbank, em Berlim, na Alemanha, onde ingressou em 1991. Depois, transferiu-se para o Dresdner Bank, a serviço do qual iniciou em 2000 sua carreira internacional, atuando em Nova York, EUA. A partir de então, trabalhou como consultor de bancos cooperativos em nove países: Sérvia e Montenegro (antes da dissolução da união entre os dois estados da antiga Iugoslávia, hoje independentes), Índia, Barbados, Venezuela, Argentina, Peru, Bolívia, Paraguai e Moçambique. Atualmente, está sediado em Salvador, na Bahia e suas respostas referem-se ao sistema de cooperativismo de crédito brasileiro como um todo e não especificamente à Sicoob Credicitrus, que tem sido apontada até no exterior como exemplo de boa gestão.
P. O que é necessário fazer, em termos quali-
tativos, para que o cooperativismo de crédito brasileiro atinja nível similar ao dos países desenvolvidos?
Matthias Knoch > Atingir um nível de profissionalismo similar ao dos bancos comerciais.
P. Quais fatores internos às cooperativas e externos a estas podem afetar positiva ou negativamente a evolução mencionada na questão 1?
Matthias Knoch > Fatores externos: adaptação do ambiente regulatório e normativo ao dos bancos comerciais; harmonização da legislação; permissão às cooperativas para que ofereçam todos os serviços bancários a cooperados e clientes; promover fusões e incorporações de cooperativas fracas pelas mais fortes; e intercooperação entre cooperativas de crédito e de outros segmentos. Fatores internos: profissionalização continuada do quadro de funcionários e da direção; basear a seleção do pessoal e da direção estritamente a critérios da capacidade profissional na área, limitando certas tendências ao “empreguismo”, ao “amiguismo” e ao romantismo social; pagar salários comparáveis aos de outras instituições no mercado financeiro; limitar o tamanho dos órgãos sociais remunerados ao realmente necessário em termos do tamanho do negocio, especialmente em cooperativas pequenas; contratar profissionais do mercado para funções-chave, inclusive para a direção, e retirar gradualmente dos órgãos sociais pessoas que não tiverem experiência significativa no setor financeiro; introduzir esquemas de remuneração variável e transparentes em todos os níveis; abrir as cooperativas para livre admissão de associados; oferecer produtos inovadores a faixas do mercado ainda pouco exploradas pela concorrência dos bancos comerciais (como microcrédito); e investir com mais intensidade em tecnologias inovadoras (como telefonia móvel, que permite fazer negócios em regiões distantes) e pessoal qualificado, montando, por exemplo, equipes móveis de microcrédito com motos, explorando a área no raio de 50 a 100 km da sede de cada cooperativa, onde existe uma enorme demanda ainda não satisfeita. P. Como o trabalho da DGRV tem contribuído
para essa evolução do cooperativismo de crédito brasileiro?
Matthias Knoch > No Brasil, os projetos da DGRV financiados pelo Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) desde o início concentraram-se nas cooperativas de crédito. A primeira cooperação formal concretizou-se em 1996, no estado de Mato Grosso, com a estruturação de uma central cooperativa do sistema Sicredi. Na segunda fase do projeto (1999 a 2003), a sede da DGRV foi transferida para Brasília, onde se trabalhou intensivamente com o Banco Central do Brasil na área de Normas e Supervisão. No início do projeto, existiam cerca de mil cooperativas de crédito, que eram controladas somente pelo Banco Central. Não existia qualquer norma, muito menos supervisão ou auditoria especializada. Após poucos anos do projeto da DGRV para o Brasil, assessorado pelo projeto regional da DGRV para a América Latina, es-
pecializado em auditoria, já havia sido criado um conjunto de normas exemplar para as cooperativas de crédito, suas centrais e os bancos cooperativos. A partir desse trabalho tornou-se possível, nos dias de hoje, a supervisão integral das cooperativas de crédito pelo Banco Central, apoiado preponderantemente nas cooperativas centrais. Paralelamente a isso, as cooperativas passaram por um processo de profissionalização, deixando de ser instituições geridas amadoramente a intermediárias financeiras administrativamente eficientes e orientadas aos seus sócios.
P. Com relação ao microcrédito, como tem sido a atuação da DGRV? Matthias Knoch > Com a introdução do microcrédito, a DGRV busca, diferentemente dos microbancos comerciais e de várias iniciativas de ONGs, adotar uma abordagem ampla e integrada, combinando formação em gestão empresarial e consultorias adaptadas local e regionalmente, para o atendimento de serviços de microcrédito demandados, oferecidos tanto como empréstimos individuais ou por intermédio de grupos de solidariedade. O público-alvo é formado, principalmente, por microempresários (a maioria informais), que, dessa forma, devem ser ajudados a sair da economia de subsistência e passar para uma existência formal e economicamente sustentável. Nesta área a DGRV e o Sicoob trabalham estreitamente com o SEBRAE. A abordagem inicial de microcrédito da DGRV, portanto, destina-se principalmente ao apoio a pequenas e médias empresas, diferenciando-se dos bancos comerciais de microcrédito, que já atuam principalmente no financiamento ao consumo e, assim, intensificam o contínuo desenvolvimento da espiral da dívida na população brasileira. P. Quanto à cooperação com a África, o que vem sendo feito? Matthias Knoch > Ao projeto de sucesso da DGRV no Brasil soma-se a cooperação tripartite com a África de língua portuguesa, principalmente com Moçambique, onde a DGRV, juntamente com outros organismos de desenvolvimento alemães e o Banco de Desenvolvimento de Moçambique (Gapi), iniciou um projeto para reconstituição do setor cooperativo. Em 2010, com ajuda de consultores brasileiros foram realizados dois seminários, cada um de 14 dias, para responder a questões sobre cooperativismo e auditoria interna e externa das cooperativas de crédito. Além disso, houve uma substancial transferência de recursos do Brasil para a África por meio da oferta de materiais educativos, orientações cooperativas, manuais, documentos legais, descrições de produtos, etc. O fato de o setor cooperativo moçambicano estar ainda no início de sua reconstrução abre a essa cooperação triangular uma duradoura área de atuação. 2010 EM REVISTA | 11
entrevista
com Marco Aurélio Almada (Bancoob)
Bancoob pretende lançar novos produtos e serviços
O Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) tem planos de expansão, conforme acentua seu presidente, Marco Aurélio Almada na breve entrevista a seguir. À frente do banco desde março de 2009, ex-diretor do Fundo Garantidor do Sicoob (FGS) e ex-superintendente da Confederação Sicoob, Almada é administrador de empresas, com MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC. Fez especializações em Gestão Estratégica de Custos na Oklahoma Baptist University, nos EUA, e Monitoria e Avaliação de Projetos na Inwent, na Alemanha.
P. Quais foram os principais progressos registrados pelo Bancoob desde 2009?
> Desde que assumimos a Presidência do Bancoob, estamos trabalhando para aprimorar o portfólio de produtos e serviços, bem como para estreitar cada vez mais o relacionamento com as cooperativas. De lá para cá, firmamos parcerias estratégicas, ampliamos o mix e já estamos colhendo os frutos da gestão. Em 2010, o Bancoob registrou, entre as instituições financeiras do País, as maiores taxas de crescimento nos principais indicadores de acompanhamento do mercado financeiro, tais como ativos totais, operações de crédito, depósitos totais e patrimônio líquido. O banco encerrou o exercício com R$ 10,7 bilhões de ativos, registrando alta de 58% em relação ao ano anterior. Os esforços para ampliar os depósitos também merecem destaque. O valor dos depósitos totais cresceu 100%, passando de R$ 3,5 bilhões para R$ 7 bilhões. Já a carteira de crédito totalizou o montante de R$ 3,3 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 38% em comparação com 2009.
Marco Aurélio Almada
P. As cooperativas de crédito brasileiras
ainda não operam com algumas modalidades que têm grande peso nas atividades das suas congêneres no exterior, como, por exemplo, o crédito imobiliário. O que tem impedido essa evolução?
> A Resolução 3.549/2008, do Conselho Monetário Nacional, permitiu que instituições financeiras com depósitos de poupança rural aplicassem 10% no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Na época, a diretoria decidiu estrategicamente aumentar o nível de fidelidade das captações, ainda muito volátil entre depósitos e saques. Em dezembro de 2010, o saldo da poupança rural atingiu a cifra de
Marco Aurélio Almada
12
|
2010 EM REVISTA
mais de R$ 800 milhões, disponibilizando, em média, de R$ 80 a R$ 90 milhões para aplicação em crédito imobiliário. Diante disso, iniciamos o estudo de viabilidade econômica e financeira para constituir carteira para lançar o produto com abrangência sistêmica. Atualmente, estamos na fase final do projeto, que será submetido em março* à aprovação do Conselho de Administração do Bancoob. Se recebermos o sinal verde, enviaremos o pedido de criação da carteira ao Banco Central. * N.R. Quando esta edição estiver circulando, essa reunião provavelmente já terá sido realizada e seu resultado será publicado nos meios de comunicação da Sicoob Credicitrus
P. Para o futuro próximo, que avanços estão sendo projetados pelo Bancoob e qual o impacto que estes devem ter no dia a dia financeiro dos cooperados? Marco Aurélio Almada > Paralelamente ao estudo para criar a carteira de crédito imobiliário, também estamos fazendo projetos para constituir o Consórcio Nacional Sicoob e uma seguradora. São produtos e serviços que facilitarão o dia a dia dos cooperados.
entrevista
com José Salvino de Menezes (Confederação Sicoob Brasil)
Sicoob planeja ações de fortalecimento
O Sicoob tende a ficar cada vez mais forte, de acordo com declarações de José Salvino de Menezes, presidente da Confederação Sicoob Brasil desde março de 2008. Ele foi o primeiro presidente do Fundo Garantidor do Sicoob Brasil, de 2003 a 2005. É contabilista, empresário rural e comerciante no ramo de veículos, foi um dos fundadores da Cooperativa Central de Crédito de Goiás (Sicoob Goiás Central), da qual é presidente desde 1992, além de ser diretor administrativo da Cooperativa de Crédito do Vale do São Patrício Ltda. (Sicoob Coopercred), em Goianésia, GO, município do qual foi vice-prefeito e prefeito. Na entrevista a seguir, fala sobre os planos da Confederação Sicoob para o futuro próximo.
P. Quais são as medidas que a Confederação Si-
coob vem tomando para fortalecer o sistema de cooperativismo de crédito no Brasil?
> Nossas medidas prioritárias são a consolidação da nova marca Sicoob e a finalização do Sistema de Informática do Sicoob (SisBR) com todas as suas funcionalidades. Somente com a divulgação e o fortalecimento da nossa marca, associada à excelência em tecnologia, é que iremos atender com plenitude o cooperado, fazendo com que ele tenha o Sicoob como sua principal instituição financeira. Enfim, colocaremos em prática tudo o que foi aprovado no último planejamento estratégico do sistema Sicoob.
José Salvino de Menezes
citação em todos os níveis, tanto para funcionários quanto para dirigentes. Num segundo momento, vamos ampliar sua atuação com cursos específicos de cooperativismo para cooperados e a comunidade em geral. * O Educanet é um programa de certificação e de capacitação a distância de funcionários e de dirigentes do Sistema Sicoob, de forma on-line e com custo diferenciado, que tem como objetivo a capacitação para o adequado uso das normas aplicáveis às cooperativas do Sicoob, bem como das ferramentas tecnológicas disponíveis, visando a eficácia na gestão e a solidez do Sistema.
P. Na área de educação cooperativista - para cooperados, de um lado, e dirigentes e funcionários das cooperativas - o que a Confederação vem fazendo e pretende fazer?
> Vamos aprimorar o Educanet*, transformando-o numa universidade virtual do cooperativismo, para que ofereça todos os cursos de capa-
José Salvino de Menezes
2010 EM REVISTA | 13
INDICADORES DE DESEMPENHO
Recordes sucessivos confirmam rápida expansão da Cooperativa
Os números que definem o desempenho da Sicoob Credicitrus – com destaque para Patrimônio Líquido, Operações de Crédito, Depósitos à Vista e a Prazo e Ativos Totais – registraram aumentos superiores a 1.000% entre o início de 2001 e o final de 2010. Esse percentual impressionante demonstra, a um só tempo, o vigor da atuação da Cooperativa e a sua elevada credibilidade perante os cooperados.
Solidez
O patrimônio líquido é o principal indicador da solidez das instituições financeiras. Na Sicoob Credicitrus, alcançou em 2010 a cifra de R$ 579 milhões, com 11,6% de crescimento em relação ao ano anterior. Cabe ressaltar que a expansão do patrimônio líquido ficou limitada, em razão do menor volume de recursos disponibilizados durante o ano pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social por meio do Programa de Capitalização das Cooperativas de Crédito (Procapcred). Este programa, lançado em 2006,
possibilitou à Sicoob Credicitrus criar o Cotas PLUS, que permite a cada cooperado adquirir até R$ 10.000,00 em novas cotas de capital, financiadas com grandes facilidades em seis anos, com um de carência. Os cooperados que aderem ao Cotas PLUS passam a usufruir das menores taxas de juros do mercado em seu cheque especial e, além disso, ao completarem 65 anos de idade e 10 anos de filiação à Sicoob Credicitrus, poderão resgatar em parcelas parte do capital que acumularam na Cooperativa.
519
305 121
372
193
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
48
59 87
154
579
14
|
2010 EM REVISTA
Operações de crédito
1.243
1.130 922 675,6
111 142
251
346,3
430,6
485,5
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
A cautela dos tomadores de crédito, em todos os níveis, foi a tônica de 2010. Em consequência, a Sicoob Credicitrus encerrou 2010 com R$ 1,24 bilhão de saldo em suas operações de crédito, valor 9,7% superior ao registrado em 2009 (R$ 1,13 bilhão). É preciso reconhecer, entretanto, que a Cooperativa continuou colocando recursos à disposição de seus cooperados, sempre de acordo com as boas práticas financeiras e dentro dos limites autorizados pelas normas legais.
Baixa exposição a riscos
A Sicoob Credicitrus manteve em 2010 sua postura conservadora no que diz respeito aos riscos de crédito, ficando bem abaixo do limite de alavancagem permitido pelo Banco Central. Este admite um grau máximo de alavancagem de 11 vezes o patrimônio das instituições financeiras, seguindo a recomendação do Acordo da Basiléia, firmado por bancos do mundo inteiro em 1998 e atualizado em 2006, com o objetivo de manter sob controle os riscos do sistema financeiro. Em 2010, o grau de alavancagem da Sicoob Credicitrus foi pouco superior a 5.
Classificação de risco
A gestão conservadora, associada aos investimentos realizados nas áreas de Tecnologia da Informação e Controles Internos, valeu à Sicoob Credicitrus a manutenção do nível de classificação de risco A2+ conquistado em 2009.
Rede de atendimento Essa classificação é atribuída pelo Comitê de RISKcoop e LFRating, organismo neutro e independente que avalia periodicamente todas as instituições financeiras do País. Em suas análises, atribui nove ratings ou classificações de risco: D, C1, C2, B1, B2, B3, A1, A2 e A3.
A classificação A2+ significa: “Muito boa condição geral de risco. As bases financeira e estrutural são fortes e resistem, no longo prazo, à maioria das mudanças conjunturais ou estruturais da economia”.
Com a inauguração de duas novas filiais, nos municípios paulistas de Itajobi e Mirassol, e a transferência de outras duas já existentes no interior de São Paulo para novas instalações (em Fernandópolis e São José do Rio Preto), a Sicoob Credicitrus deu continuidade ao programa de ampliação e modernização de sua rede de atendimento. Com isso, encerrou 2010 com 44 unidades de atendimento, sendo 39 filiais em São Paulo, três em Minas Gerais, além de duas unidades em Bebedouro, SP: sua matriz e um posto em operação na loja de insumos da Coopercitrus.
2010 EM REVISTA | 15
Depósitos têm a maior expansão
Quadro associativo
A Sicoob Credicitrus encerrou 2010 com 43.223 associados, dos quais 41.984 pessoas físicas e 1.239 pessoas jurídicas. Com isso, registrou expansão de 12,2% em seu quadro associativo que, em 2009, era composto por 38.527 cooperados (37.477 pessoas físicas e 1.050 pessoas jurídicas). Ingressaram na Cooperativa no ano 4.696 novos associados, evidenciando a imagem positiva de que a Sicoob Credicitrus desfruta em todas as localidades nas quais mantém operações.
16
|
2010 EM REVISTA
204,5 123 156
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
73
438
606
2.240
Total de ativos (R$ milhões)
183 257
354
519
751
1.800
1.007
1.225
1.390
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
O excelente desempenho relativo a depósitos à vista e a prazo refletiu-se positivamente sobre os ativos totais da Cooperativa, que cresceram 24,4%, alcançando R$ 2,24 bilhões em 2010. Mais uma vez, esse número demonstra o crescente vigor da Sicoob Credicitrus, que continua avançando em ritmo muito superior ao da grande maioria dos setores da economia brasileira.
364,8
520,9 528
Quadro associativo 38.527
43.223
33.021 28.061 20.109 16.047
4.255
6.243
8.915
10.900
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Ativos totais
873
Depósitos à vista e a prazo (R$ milhões)
Os depósitos à vista e a prazo somaram R$ 873 milhões em 2010, 44% acima dos R$ 606 milhões registrados em 2009. Esse crescimento, o maior entre todos os indicadores da Cooperativa e registrado em um período em que ainda se sentiram reflexos da crise financeira internacional, demonstra a alta credibilidade da Sicoob Credicitrus perante seus cooperados, além de ter contribuído de forma decisiva para a sua liquidez durante o ano.
Nova sede administrativa
O novo edifício administrativo da Sicoob Credicitrus, com seis pavimentos e área total de 9.300 m2, teve sua construção iniciada em setembro de 2010 na região central de Bebedouro. destinado a abrigar a diretoria executiva, todas as áreas de decisão e coordenação e o núcleo de tecnologia da informação, o edifício foi concebido em todos os detalhes para ser sustentável e enquadrar-se na categoria internacionalmente denominada de “green building”, valorizando a imagem que a cooperativa construiu e fortaleceu desde os primeiros dias de sua história. Aliás, essa foi uma determinação observada já no processo de seleção da empresa responsável pelo projeto do prédio, vencido pela Dupré Arquitetura, comandada pelo arquiteto Nelson Dupré, de São Paulo. Tudo foi pensado considerando o equilíbrio ambiental, a começar pelo impacto visual do edifício na paisagem
urbana de Bebedouro, cidade predominantemente horizontal e fortemente ensolarada e, portanto, luminosa na maior parte do ano. Nesse sentido, não foram utilizados, como de hábito nos principais centros urbanos do país, vidros espelhados. A orientação do edifício em relação à trajetória do sol foi outro ponto considerado, de modo a assegurar períodos adequados de sombreamento, visando a reduzir a carga térmica dos ambientes internos e, consequentemente, o uso de ar condicionado e da energia correspondente, sem qualquer prejuízo ao conforto e à eficiência profissional da equipe. Com o mesmo objetivo, foram projetadas áreas internas com vegetação, prevendo-se também, nos espaços possíveis, ventilação e iluminação naturais. Também foram observados cuidados ambientais na escolha dos materiais que comporão o edifício, nos seus sistemas operacionais e nos equipamentos, com o fim de proporcionar economia de energia e água.
O novo edifício já obteve para a concepção e o projeto o selo AQUA – Alta Qualidade Ambiental. Essa é a mais alta e respeitada certificação da área no mercado brasileiro, concedida pela Fundação Vanzolini, instituição privada sem fins lucrativos criada e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Para a concessão do selo, a entidade faz sucessivas auditorias, que se completam quando o edifício entra em operação. O projeto do novo edifício já obteve um reconhecimento público. No primeiro semestre de 2010, foi o ganhador do VII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa na categoria “Escritório Predial Green”. Considerado o principal prêmio dessa área em toda a América Latina, é conferido pela Flex Eventos, organizadora da Office Solution Arquishow, feira que reúne a cada dois anos em São Paulo as mais recentes novidades em produtos e soluções para o mercado corporativo.
2010 EM REVISTA | 17
R E S U LTA D O
SOCIAL
ECONÔMICO Síntese de todas as vantagens do cooperativismo de crédito
Apurado anualmente, o resultado social econômico engloba a economia que o cooperado usufrui em tarifas e juros somada ao retorno das sobras. Esse valor traduz a verdadeira essência do cooperativismo de crédito, sendo o mais completo indicador dos benefícios proporcionados pela Sicoob Credicitrus. Porém, embora seja muito expressivo, é invisível, pois não faz parte dos demonstrativos contábeis tradicionais.
18
|
2010 EM REVISTA
Economia social 2010
2009
2008
1. Taxas de juros + encargos sobre operações de crédito Valor médio das operações realizadas junto à Sicoob Credicitrus
645.507.080
651.551.619
511.347.603
338.120.799 255.166.309 240.688.301
Diferença entre a taxa média anual cobrada pela Sicoob Credicitrus e a taxa média anual dos principais bancos do País Economia a favor do cooperado(*)
31,255% 29,132% 30,313% 201.753.238 189.810.018 155.004.798
29,290% 27,387% 45,826% 99.035.582 69.882.397 110.297.820
2. Tarifas Quantidade de operações realizadas durante o exercício Economia a favor do cooperado(*)
9.092.163 8.320.413 125.563.385 89.900.069
4.973.543 51.214.904
3.169.674 3.547.310 33.576.629 31.408.440
3. Resultado do exercício Sobras
56.755.409
56.917.816
Resultado Social Econômico (1 + 2 + 3) (**)
64.000.275
384.072.032 343.710.362
2007
50.056.171
2006
36.705.455
2005
4.329.371 28.563.055 36.184.469
263.137.518 182.668.382 137.996.292 175.045.344
(*) Tanto em juros quanto em tarifas, a economia indicada representa o valor que o cooperado teria pago a mais se tivesse realizado junto ao sistema bancário as operações que efetuou na Sicoob Credicitrus. (**) Este valor expressa a economia bastante significativa que a Sicoob Credicitrus proporciona aos seus cooperados, mas que é invisível, uma vez que não faz parte dos demonstrativos contábeis tradicionais.
2010 EM REVISTA | 19
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Agente de desenvolvimento humano nas comunidades em que está presente Ao operar a custos inferiores aos do sistema financeiro tradicional e, ao mesmo tempo, ao reaplicar em suas operações grande parte dos recursos captados junto a seus associados, a Sicoob Credicitrus possibilita que a riqueza gerada no campo circule nas regiões de origem. Desse modo, beneficia não só os cooperados, mas toda a comunidade em que estes vivem e trabalham, representada por seus familiares, funcionários e prestadores de serviços. A Sicoob Credicitrus mantém compromissos sociais com cinco públicos: cooperados e meio rural; funcionários; comunidade (por meio do FISC); fornecedores; governo e órgãos públicos. 20
|
2010 EM REVISTA
cooperados
Os principais benefícios oferecidos são: Viva Bem Plus - permite aos cooperados que tiverem adquirido novas cotas de capital por meio do Cotas PLUS, resgatarem parcialmente suas cotas, em parcelas mensais, a partir de 65 anos de idade e dez anos de associação à Cooperativa. Também são beneficiados os cooperados que, antes desse programa, já tivessem acumulado cotas de capital. Em 2010, desfrutavam desse benefício 140 cooperados (ao final de 2009, eram 101). Viva Bem Feliz - adiantamento de parte das sobras que o cooperado teria direito a receber somente após a AGO de prestação de contas do exercício, normalmente realizada no final do primeiro trimestre do ano seguinte. Esse adiantamento corresponde aos juros sobre o saldo médio do capital de cada
cooperado. O valor calculado em 31 de dezembro totalizou aproximadamente R$ 20 milhões, dos quais 60% convertidos em novas cotas de capital para os cooperados, proporcionalmente aos respectivos saldos, e 40% distribuídos em espécie. Além disso, merecem destaque o convênio firmado com a Fast Shop, para aquisição de aparelhos eletroeletrônicos com condições exclusivas de financiamento, e o programa cultural, com viagens nacionais e internacionais com pagamento facilitado. Em 2010, 196 cooperados participaram deste programa, que incluiu uma excursão à cidade de São Paulo para assistir ao Cirque du Soleil e duas viagens internacionais, uma a Buenos Aires e outra ao Leste Europeu.
Funcionários
A Sicoob Credicitrus encerrou 2010 com 570 funcionários (mais 31 estagiários e 15 aprendizes), tendo realizado 96 contratações no ano. O grau de escolaridade do quadro de funcionários é alto: 552 (96%) têm instrução superior, sendo que 283 têm curso superior completo e 113 têm especialização em nível de pós-graduação.
Tempo de casa
Faixa Etária
Sexo
40 a 49 anos
30 a 39 anos
25%
9%
7% 20 a 29 anos
55%
Até 19 anos
4%
49%
4 a 8 anos %
27
Mais de 50 anos
Feminino
Até 3 anos %
63
9 a 12anos
8%
Mais de 17 anos %
1
51% Masculino
13 a 16 anos %
1
A Sicoob Credicitrus foi eleita em 2010, pelo quinto ano consecutivo, como uma das melhores empresas para se estagiar no estado de São Paulo, segundo pesquisa realizada pelo CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola (com o qual a Sicoob Credicitrus mantém convênio para contratar seus estagiários), pela ABRH/SP – Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional São Paulo e pelo Ibope Solution, por meio de entrevistas realizadas diretamente com os próprios estagiários. A Sicoob Credicitrus foi novamente a cooperativa com melhor classificação nessa pesquisa. Outro importante reconhecimento foi a classificação da cooperativa, pelo segundo ano consecutivo, entre as 150 melhores empresas para se trabalhar de todo o País, de acordo com pesquisa realizada pela revista Você S/A Exame.
A Sicoob Credicitrus também deu continuidade em 2010 ao programa “Menor Aprendiz”, iniciado em 2008. A iniciativa visa a proporcionar oportunidades de inclusão profissional e social a jovens de 16 a 24 anos pertencentes aos segmentos menos assistidos das comunidades nas quais a Cooperativa está presente. Outro destaque foi a capacitação dos funcionários. Em 2010 foram ministrados 54 treinamentos em educação cooperativista e técnicas operacionais, que contaram com 589 participantes (o que significa que, em média, cada funcionário participou pelo menos de um treinamento durante o exercício).
2010 EM REVISTA | 21
Comunidade Além do apoio indireto às comunidades, próprio do cooperativismo de crédito, a Sicoob Credicitrus também apoia projetos de terceiros, nas áreas de educação (complementar, profissionalizante, artística e ambiental), ações sociais, cultural e de fomento ao cooperativismo. Esse apoio é dado por meio do FISC – Fundo de Investimento Social e Cultural, criado em 2005 com o objetivo de materializar a política de responsabilidade social da Sicoob Credicitrus e da Coopercitrus. Em 2010, foram apoiados projetos sociais, educacionais e culturais de 48 instituições instaladas em 24 municípios, beneficiando diretamente 30 mil pessoas, principalmente crianças e jovens. Além disso, com seus projetos próprios e três campanhas (doação de cobertores e cestas de Natal e destinação do IR para fundos de apoio à infância e à adolescência), foram beneficiadas mais 70 mil pessoas. O investimento realizado pelo FISC nesse conjunto de ações somou R$ 453.060,83.
Projetos próprios
Os projetos de maior destaque foram: exposição “Homem x Natureza” (iniciativa exclusiva da Sicoob Credicitrus) e, com apoio do FISC, Cooperlimpo, Educação Ambiental e Baús Literário e Pedagógico, brevemente explicados a seguir.
Cooperlimpo >
A Cooperativa dos Coletores de Materiais Sólidos de Bebedouro – Cooperlimpo, constituída com o apoio direto das cooperativas sediadas no município (Coopercitrus, Sicoob Credicitrus, Unimed, Uniodonto e Cotram) teve desempenho muito expressivo em 2010. Consolidou sua carteira de clientes e coletou no ano mais de 780 toneladas de resíduos recicláveis (contra 236 toneladas em 2009). A criação do PEV – Posto de Entrega Vo-
22
|
2010 EM REVISTA
luntária na área central de Bebedouro permitiu ampliar o envolvimento da comunidade com a cooperativa e atraiu novos coletores que, assim, passaram a desfrutar de condições mais dignas de trabalho, saindo da informalidade.
Educação Ambiental >
O projeto, criado em parceria com a Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, foi lançado em março de 2008 com o objetivo de proporcionar a alunos de escolas de ensino fundamental noções de preservação e recuperação de matas nativas. Para isso, foi criada na EECB uma área específica para receber as crianças, composta por mata de 4 ha com trilha sinalizada, viveiro de mudas (que são semeadas pelas próprias crianças), espaço anexo para cursos e palestras, além de sanitários. Em 2010, o projeto recebeu 2 mil alunos de 28 escolas, dos municípios de Bebedouro, incluindo os distritos de Andes e Turvínia, Jaborandi, Monte Azul Paulista, Pitangueiras, Taquaral e Viradouro.
Baús Literário e Pedagógico >
Baús contendo livros infantis ou infanto-juvenis, selecionados de acordo com a faixa etária dos alunos que serão beneficiados, foram criados para incentivar a prática da leitura entre crianças e jovens que cursam o ensino fundamental. Em 2010, foram doados 20 baús, contendo o total aproximado de mil livros, beneficiando diretamente cerca de 6 mil alunos, número ao qual devem ser acrescidos mais alunos no futuro, uma vez que os baús permanecem nas escolas. Por outro lado, os Baús Pedagógicos foram criados em parceria com a APAE Bebedouro, com o objetivo de beneficiar outras unidades da APAE, bem como escolas e entidades sociais sele-
cionadas. Cada baú contém elementos destinados a utilização em brincadeiras, jogos e atividades artísticas e culturais infantis, todos confeccionados pelos próprios alunos da entidade com materiais recicláveis. Em 2010, foram doados 30 baús, beneficiando cerca de 3 mil crianças e jovens, principalmente assistidos pela APAE, atingindo 22 municípios. Exposição “Homem x Natureza” >
A exposição “Homem x Natureza – um percurso pelos 4 elementos” foi idealizada pela Sicoob Credicitrus com o objetivo de conscientizar a população em geral e os mais jovens em particular para a urgência do equilíbrio ambiental no mundo contemporâneo. Utilizando cenografia arrojada e inovadora, é composta por seis módulos. O primeiro representa o crescente caos gerado pelo lixo. Os quatro seguintes levam os visitantes a uma viagem sensorial pelos elementos da natureza (fogo, água, terra e ar), cada um deles representado por um ambiente distinto, apresentando os impactos neles provocados pelos humanos. O sexto módulo reproduz o mundo em decomposição e a velocidade das novas tecnologias, que geram com grande rapidez cada vez mais “lixo tecnológico”. Em cada módulo, um biólogo fornece informações e esclarecimentos aos visitantes. A exposição foi inaugurada no dia 24 de março de 2010, em Bebedouro, como parte das ações relacionadas à Assembleia Geral Ordinária da Sicoob Credicitrus. Após esse evento, permaneceu aberta mais dois dias para receber a visita de alunos das escolas do município. Em seguida, foi montada em Fernandópolis, Bebedouro (retorno para a Semana Coopera, evento de promoção do cooperativismo e da consciência ambiental), São José do Rio Preto, Barretos, Araraquara e Uberlândia. Mais de 50 mil pessoas visitaram a exposição durante o ano.
do Valor Adicionado
Demonstrativo
Nas atividades de cunho social que desenvolve, a Sicoob Credicitrus gera um valor adicionado para cada segmento de público com que se relaciona. Esse valor foi superior a R$ 936 milhões em 2010, conforme demonstra a tabela a seguir.
Valores
Valor adicionado aos cooperados Viva Bem Plus Recursos Crédito Rural Resultado Social Econômico Benefício de pesquisa e desenvolvimento Educação cooperativista
2010
2009
2008
941.085.884 2.183.926 552.136.267 384.072.031 310.000 2.383.660
924.956.981 898.131 579.067.000 343.710.362 240.000 1.041.488
700.725.171 1.143.515 435.526.800 263.137.518 240.000 677.338
Valor adicionado aos funcionários Benefícios legais Capacitação Convênios-saúde
7.423.503 5.739.842 274.470 1.409.191
6.284.456 4.810.858 274.952 1.198.646
4.729.537 3.297.995 434.355 997.187
Valor adicionado aos fornecedores Imobilizado Demais materiais, produtos e serviços Materiais e manutenção Processamento de dados Promoções e Relações Públicas Propaganda e Publicidade Seguros Serviços Serviços técnicos e especializados Aluguéis
28.109.273 6.257.208 3.431.424 1.647.606 540.953 2.808.852 1.264.810 595.391 4.876.614 3.325.413 3.361.002
23.516.592 5.035.648 3.009.819 1.606.289 329.344 2.323.082 1.472.513 722.813 4.422.942 1.685.196 2.908.946
15.078.836 0 3.312.464 1.161.341 285.617 2.605.164 859.972 923.984 1.943.482 1.580.676 2.406.136
992.853 710.330 39.026 46.386 54.044 78.455 64.612
1.051.510 650.956 35.012 18.500 125.772 221.270 0
979.456 562.404 107.772 77.981 177.821 53.478 0
6.131.490 1.972 214.228 4.902.730 74.174 598.199 340.187
5.489.723 2.072 165.143 4.181.905 56.710 1.083.893 0
4.815.566 2.907 110.485 3.192.956 54.628 1.454.590 0
983.743.003
961.299.262
726.328.566
Valor adicionado à comunidade Projetos assistenciais Projetos ambientais Projetos culturais Projetos educacionais Projetos sociais – geração de renda Operacionais Valor adicionado aos órgãos públicos Federal Estadual/Municipal INSS ISSQN PIS/COFINS IRPJ/CSLL TOTAL
2010 EM REVISTA | 23
BALANÇO E RELATÓRIO DA DIRETORIA Balanço patrimonial em 31 de dezembro (Em reais)
Ativo 2010
2009
Circulante Disponibilidades Aplicações interfinanceiras de liquidez Títulos e valores mobiliários Relações interfinanceiras Operações de crédito Outros bens e valores a receber
1.198.591.342 1.268.951 48.267.904 185.526.249 22.816.215 936.034.493 4.677.530
1.391.769.210 1.648.443 233.138.948 121.184.762 207.559.826 824.684.599 3.552.632
Realizável a longo prazo Aplicações interfinanceiras de liquidez Títulos e valores mobiliários Operações de crédito Outros bens e valores a receber
976.658.540 669.232.208 307.184.070 242.262
378.613.460 33.784.644 38.748.507 305.848.394 231.915
62.079.359 38.792.670 18.215.797 2.412.131 2.658.761
48.572.794 26.914.017 16.787.778 3.138.370 1.732.629
2.237.329.241
1.818.955.464
Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Intangível Total do ativo
24
|
2010 EM REVISTA
Números
mostram gestão
conservadora
e equilibrada Passivo e patrimônio líquido Circulante Depósitos à vista, a prazo e sob aviso Obrigações por empréstimos e repasses Obrigações sociais e estatutárias Obrigações fiscais e previdenciárias Outras obrigações Exigível a longo prazo Obrigações por empréstimos e repasses Provisão para contingências tributárias Patrimônio líquido Capital social Reserva legal Reserva especial de sobras Reserva de contingência Reserva especial de desenvolvimento Sobras à disposição da Assembleia Geral Total do passivo
2010
2009
1.520.952.644 873.385.992 534.707.791 14.488.052 5.036.376 93.334.433
1.126.836.591 605.679.473 444.017.511 13.936.863 3.775.899 59.426.845
137.178.646 127.239.061 9.939.585
173.037.349 153.856.516 19.180.833
579.197.951 375.495.976 97.054.989 9.730.483 63.055.089 17.955.242 15.906.172
519.081.524 326.916.842 87.529.761 10.284.630 49.527.724 12.906.494 31.916.073
2.237.329.241
1.818.955.464
2010 EM REVISTA | 25
Demonstrações das sobras Exercícios findos em 31 de dezembro (Em reais)
Ingressos da intermediação financeira Operações de crédito Ingresso de aplicações interfinanceiras Resultado de operações com títulos e valores mobiliários Dispêndios da intermediação financeira Operações de captação no mercado Operações de empréstimos e repasses Provisões para perdas com operações de crédito Resultado bruto da intermediação financeira Outros ingressos (dispêndios) operacionais Ingresssos de prestação de serviços Dispêndios de pessoal, honorários da Diretoria e dos Conselhos de Administração e Fiscal Dispêndios tributários Outros dispêndios administrativos Outros ingressos operacionais Outros dispêndios operacionais Resultado operacional Receitas (despesas) não operacionais, líquidas Sobras/ lucro antes do imposto de renda e da contribuição social Imposto de renda e contribuição social sobre atos não cooperativos Sobras/ lucro líquido do exercício antes da reversão dos juros sobre o capital integralizado Juros sobre o capital Sobras do exercício
26
|
2010 EM REVISTA
2010
2009
255.530.711 196.012.073 26.987.413 32.531.225
236.204.796 199.662.635 36.244.746 297.415
(140.900.458) (58.278.955) (40.043.463) (42.578.040)
(111.293.074) (45.791.362) (34.993.307) (30.508.405)
114.630.253
124.911.722
(76.898.792) 1.561.361
(72.436.925) 1.139.444
(36.401.835) (888.574) (31.227.019) 31.863.861 (41.806.586)
(31.532.493) (1.307.817) (26.467.729) 13.157.426 (27.425.756)
37.731.461
52.474.797
284.756
(668.803)
38.016.217
51.805.994
(340.187) 37.676.030
51.805.994
19.079.378
12.194.280
56.755.408
64.000.274
Demonstrações das mutações do patrimônio líquido (Em reais)
Capital social
Em 31 de dezembro de 2008
209.611.305
Reserva legal
Reserva Reserva de especial contingência de sobras
74.563.059
21.109.615
Reversão de sobras capitalizadas
(15.203)
15.203
Integralização de capital
86.410.100
Destinação das sobras de 2008
42.206.189
Reserva Sobras à especial de disposição da desenvolviAssembleia mento Geral
9.076.431
8.602.440
Admissões e retiradas de cooperados, líquidas
8.520.120
Capitalização de reserva
1.280.905
371.910.097
(29.712.055)
Distribuição de sobras
36.453.113
Total
(6.741.058)
(6.741.058) 86.410.100
8.520.120
(1.280.905)
Sobras do exercício
64.000.274
64.000.274
(12.194.280)
(1.909.650)
Proposta para destinações estatutárias e legais Juros sobre o capital integralizado
10.284.630
Reserva legal (25%)
12.951.499
(12.951.499)
Reserva de sobras
3.830.063
FATES (5%)
FISC (1%)
(3.830.063) (2.590.300)
(2.590.300)
(518.059)
(518.059)
31.916.073
519.081.524
Em 31 de dezembro de 2009
326.916.842
87.529.761 10.284.630
Destinação das sobras de 2009
12.274.728
Capitalização e distribuição dos juros sobre o capital
6.427.894
(10.284.630)
Reversão de sobras capitalizadas
(106.220)
106.220
Integralização de capital
13.665.900
9.565.619
6.751.213
49.527.724
12.906.494
15.703.476
(27.978.204)
Distribuição de sobras
Admissões e retiradas de cooperados, líquidas Capitalização de reserva
(3.937.869)
Sobras do exercício
Proposta para destinações estatutárias e legais
Juros sobre o capital integralizado
(3.856.736) 13.665.900 9.565.619 (2.176.111)
(4.575.102)
9.730.483 9.419.008
Reserva legal (25%)
9.623.850
FATES (5%)
FATES - lucro de operações com não cooperados
56.755.408
56.755.408
(19.079.378)
(9.348.895)
(9.419.008)
Reserva de sobras
(3.937.869)
FISC (1%)
(9.623.850) (1.883.802)
(1.883.802)
(466.438)
(466.438)
(376.760)
(376.760)
15.906.172
579.197.951
Em 31 de dezembro de 2010
375.495.976
97.054.989
9.730.483
63.055.089
17.955.242
2010 EM REVISTA | 27
Demonstrações dos fluxos de caixa Exercícios findos em 31 de dezembro (Em reais)
2010 Fluxo de caixa das atividades operacionais 56.755.408 Sobras do exercício 4.108.774 Depreciação e amortização (205.624) Resultado das baixas do ativo imobilizado (9.241.248) Reversão de provisão para contingências 42.578.040 Provisão para perda com operações de crédito 93.995.350 Ajustes Variações nos ativos e passivos (155.263.610) Operações de crédito (1.135.245) Outros bens e valores a receber Aplicações interfinanceiras de liquidez, títulos (263.847.699) e valores mobiliários e relações interfinanceiras 261.219.531 Depósitos à vista, a prazo e sob aviso 64.072.825 Obrigações por empréstimos e repasses 551.189 Obrigações sociais e estatutárias 29.579.158 Outras obrigações 29.171.499 Caixa líquido proveniente das (aplicado nas) atividades operacionais Fluxo de caixa das atividades de investimentos (11.878.653) Aporte de capital em investimentos 726.146 Recebimentos pelas vendas de bens do ativo imobilizado (4.328.507) Aquisições de ativo imobilizado (218.619) Aquisição de ativo diferido Aquisição de ativo intangível (1.710.082) (17.409.715) Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos Fluxo de caixa das atividades de financiamentos 9.565.619 Admissões e retiradas de cooperados, líquidas 13.665.900 Integralização de capital (7.794.605) Sobras distribuídas 15.436.914 Caixa líquido proveniente das atividades de financiamentos 27.198.698 Aumento (redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa 35.266.453 Caixa e equivalentes de caixa no inicio do exercício 62.465.151 Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício
28
|
2010 EM REVISTA
2009 64.000.274 3.231.547 (22.203) 30.508.405 97.718.023
(239.014.609) (181.258) (247.198.292) 79.347.810 183.283.471 (4.758.410) 18.815.143 (111.988.122)
(851.309) 511.880 (2.811.123) (263.941) (1.918.096) (5.332.589)
8.520.120 86.410.100 (6.741.058) 88.189.162 (29.131.549) 64.398.002 35.266.453
EXPEDIENTE Coordenação editorial Siguetoci Matusita e Maria Madalena Fernandes Rocha Texto e edição Allen A. Dupré Assessoria editorial Gledson G. Viana, Eduardo F. P. Viegas e Tiago A. Bernardes Projeto gráfico 6P Marketing e Propaganda Atendimento Renata Kronka Ayres Diretores de criação Karin M. G. Rossi e Gustavo de Almeida Diretores de arte Marcos Manarelli e Renato Bedore Arte finalista Diego Dalpogeto Impressão e acabamento Margraf Fotos Shutterstock, FISC e Marketing Credicitrus Cooperativa de Crédito Credicitrus Praça Monsenhor Aristides da Silveira Leite, 207 14700-119 – Bebedouro, SP Tel. (17) 3345-9000 www.sicoobcredicitrus.com.br
TIRAGEM: 24.000 exemplares
2010 EM REVISTA | 29