Revista - Sociedade de Medicina

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Edição Setembro/Novembro 2018 - Órgão Oficial da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas

ENTREVISTA

Padre Haroldo chega aos 100 anos em fevereiro Missionário fala sobre sua obra e sentimentos em relação aos médicos SMCC ACONTECE

“Uma Noite de Infinitas Atrações” SMCC realiza evento para 750 pessoas em homenagem ao Dia do Médico ESPECIAL

Campanha de prevenção ao suicídio da SMCC entra para calendário municipal DESTAQUE

Encontro reúne mais de 40 jornalistas na SMCC SMCC PARTICIPA E APOIA CONGRESSOS MÉDICOS ACADÊMICOS - COMASP E COMAU CLUBE DE CAMPO INAUGURA TRILHA E JARDIM SENSORIAL


SUMÁRIO EDITORIAL

03 Os médicos, a política e o futuro da saúde A presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos, analisa necessidades das políticas públicas

OPINIÃO

04 Coluna – Destaque Científico Obesidade Mórbida com cirurgião bariátrico, Dr. Admar Concon Filho

05 Departamento Jurídico / Defesa Profissional SMCC questiona Portaria da Vigilância Sanitária sobre obrigatoriedade de constituição de pessoa jurídica

06 Coluna – Medicina Baseada em Evidências Foco sobre as revisões sistêmicas

07 Coluna – SMCC em Alerta Doenças do passado, fantasmas do presente

MEMÓRIAS SMCC 08 Um encontro entre a Sociedade Hípica de Campinas e a SMCC SMCC ACONTECE

09 e 10 Confira os eventos realizados pela SMCC e parceiros CLUBE DE CAMPO

11 Trilha e jardim sensorial Inaugurados no Clube de Campo SMCC ESPECIAL

12 a 15 Cobertura Especial da Campanha de Prevenção ao Suicídio da SMCC DESTAQUE

18 SMCC marca presença no Fórum RAC de saúde ENTREVISTA

19 a 21 Padre Haroldo completa 100 anos em fevereiro 5º DISTRITAL

22 5º Distrital tem novos projetos para 2019 ESPAÇO COLABORADORES

23 Conheça nossa Equipe Nesta edição: Departamento de TI e Cadastro

ESPAÇO ACADÊMICO

24 SMCC participa e apoia COMASP e COMAU ENOTURISMO

26 As grandes riquezas da Turquia AGENDA SMCC & CLASSIMED

27 Confira Eventos e os Classificados disponíveis

02 | REVISTA MEDICAÇÃO | SETEMBRO/NOVEMBRO 2018

Edição setembro | novembro/2018 Fundada em 1º de Dezembro de 1925 Filiada à Associação Paulista de Medicina Órgão de Utilidade Pública: Lei Municipal 04966/1979 Lei Estadual nº 6/1981 Rua Delfino Cintra, 63 • Centro • 13013-055 Campinas, SP • Fone/Fax: (19) 3231-2811 smcc@smcc.com.br | www.smcc.com.br sociedademedicinacirurgiacampinas smcccampinas Diretores Presidente Dra. Fátima Maria Ap. F. Bastos | 1º Vice Presidente Dr. José Roberto Franchi Amade | 2º Vice Presidente Dr. Waldir Favarin Murari | Secretário Geral Dr. Carlos Augusto Reis Oliveira 1º Secretário Dr. Sergio Masini Alarcon | Dir. de Finanças e Patrimônio Dr. Walter Maleronka | Dir. de Finanças e Patrimônio Adj. Dr. Luiz Inácio Quaglia Passos | Dir. Científico Dr. Julio Cesar Narciso Gomes | Dir. Científico Adj. Dr. Jorge Carlos Machado Curi | Dir. Eventos Dra. Carmen Sylvia Ribeiro | Dir. Eventos Adj. Dr. Irineu Francisco Debastiani | Dir. Administrativo Dr. Marco Aurélio Bussacarini | Dir. Administrativo Adj. Dr. Antonio Cesar Antoniazzi | Dir. Comunicação e Marketing Dr. Marcelo Amade Camargo | Dir. Comunicação e Marketing Adj. Dra. Andrea Dias T. Momente Dir. Defesa Profissional Dr. Flavio Leite Aranha Junior Dir. Defesa Profissional Adj. Dr. Ricardo Antônio Araújo Dir. Sede de Campo Dr. Donizete Cesar Honorato Dir. Sede de Campo Adj. Dr. Silvio Luis de Oliveira Delegados APM Dr. Francisco A. Fernandes Neto | Dr. Mauro Duarte Caron Dr. Sandor Dosa Acras | Dra. Silvia Helena R. Mateus Conselho Fiscal Dr. José Jorge Facure | Dr. José Martins Filho | Dr. Antonio Vanderlei Ortenzi | Dr. Arlindo N. de Lemos Junior | Dr. Eugênio Sergio Riani Casanova | Dr. Marco Antonio Beluzzo Comissão Editorial Dr. Marcelo A. Camargo | Dra. Fátima Maria Ap. F. Bastos | Dra. Carmen Sylvia Ribeiro | Dr. Julio Cesar Narciso Gomes | Carolina Rodrigues Stela Maia | Branca Braga Editor-Chefe: Dr. Marcelo A. Camargo Jornalista Responsável: Carolina Rodrigues (MTB 44791/SP) Fotos: Branca Braga Analista de Comunicação: Branca Braga Colaboração: Alessandro Azevedo Projeto Gráfico: Skanner Projetos Gráficos Tiragem: 3.000 exemplares Periodicidade: Trimestral A revista não se responsabiliza pelo conteúdo das matérias assinadas, entrevistas e nem pelos anúncios veiculados.


EDITORIAL

Os médicos, a política e o futuro da saúde

O

cenário da política nacional nunca interferiu tanto na rotina da classe médica como nos últimos anos. As políticas públicas de atendimento que sempre foram questões a serem repensadas, inviabilizaram a “saúde organizacional” das unidades e hospitais. Encaramos, desde sempre, a alta demanda de atendimentos que extrapola todos os dias a estrutura e o orçamento do SUS. Lutamos para valorizar a relação médico-paciente e temos perdido esta batalha por falta de profissionais capacitados para as funções políticas em âmbito de governo. Mas, fora a triste realidade infelizmente arrastada pelos últimos tempos, estamos também sofrendo um impacto na vida do médico sentido da pior maneira, através do emocional e da saúde física e mental. Estamos diante de inúmeros casos de estresse no trabalho e até doenças ocupacionais. Nossa esperança é começar um novo ano diante de um novo governo que viabilize a manutenção de pessoas competentes e com conhecimento para a tomada de decisões sobre verbas, estrutura e condições de trabalho. Não basta olhar de forma política ou de forma financeira. Equilibrar as finanças não irá garantir boas condições de trabalho para o médico e instalações adequadas ou suprimentos para o atendimento. É preciso entender de Medicina, de Enfermagem, de estrutura hospitalar e funcionamento de unidades. Só com base nestes primeiros aspectos é possível falar de relação médico-paciente e, depois da excelência. É preciso começar a fazer prevenção e não apenas atacar a doença, por que o que vemos é uma política que onera o sistema e insiste com um formato de gestão insustentável. Nós, que somos uma entidade médica, estamos juntos com os profissionais médicos neste debate e na garantia de melhorias para o sistema. Temos encarado a questão sobre impostos como fizemos neste ano e questionado as autoridades diante dos acontecimentos. Tomamos iniciativas importantes como reunir em nossos eventos e ações não apenas médicos, mas profissionais de saúde e educação, para um debate integrado e preocupado com a sociedade de uma forma geral. Criamos um movimento que garanta a segurança do paciente e estamos encarando temas polêmicos como a Ideologia de Gênero e a prevenção ao Suicídio. Através do associativismo conseguimos alinhar as necessidades dos médicos, deliberar as prioridades, tomar uma postura protagonista na saúde pública e privada no Brasil e, assim ajudar a população. A Casa do Médico em Campinas, a SMCC, está a frente desta campanha para melhorar a saúde do país.

Dra. Fátima Bastos Presidente da SMCC

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COLUNA DESTAQUE CIENTÍFICO

Obesidade – A doença mais grave da atualidade Dr. Admar Concon Filho A obesidade é um dos grandes problemas de saúde pública do nosso século. A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, divulgada recentemente, aponta que 18,9% da população brasileira é obesa. O sobrepeso é uma realidade para 54% dos brasileiros. O tratamento da obesidade começa com mudança comportamental, orientação dietética e atividade física. Segue-se a isso o tratamento medicamentoso, acompanhado por um Endocrinologista. Podemos associar ao tratamento clínico, o tratamento endoscópico para obesidade, que hoje, no Brasil, temos a possibilidade do Balão Intra Gástrico e da Gastroplastia Endoscópica (Endossutura Gástrica). Sabe-se que, para os indivíduos com obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica é o tratamento mais efetivo e duradouro. A obesidade é uma doença crônica, que precisa ser tratada porque ela causa muitas outras doenças, algumas fatais. Os riscos de a pessoa ser obesa são muito maiores que os de uma cirurgia bariátrica e tudo isso precisa ser levado em conta na hora de indicar este procedimento ao paciente. Estima-se que apenas 2% dos pacientes com indicação para a cirurgia bariátrica realmente façam o procedimento. Os motivos para isso são vários e vão desde a falta de conhecimento, o medo e até a falta de acesso a um serviço médico. No Estado de São Paulo, mais de um milhão de pessoas (1.078.000) têm indicação para fazer cirurgia bariátrica. Em todo o País, este número chega a 4,9 milhões. Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). CIRURGIA BARIÁTRICA A obesidade é uma doença complexa, crônica, incurável, progressiva, fatal e com custo biopsicossocial importante. Muitas pessoas passam a vida inteira tentando – sem sucesso – chegar a um peso considerado normal. Para ter indicação para a cirurgia bariátrica, os pacientes precisam ter obesidade por mais de 2 anos, ter tentado tratamento clínico com médico especialista em obesidade, sem sucesso, e se enquadrar nas regras do CFM (Conselho Federal de Medicina) para ser submetido à cirurgia. Basicamente, ele só pode ser submetido a uma bariátrica se tiver IMC (índice de Massa Corporal) acima de 35, desde que seja portador de doenças causadas pela obesidade, ou IMC acima de 40, sem necessidade de comprovar comorbidade. O Brasil é o segundo País que mais realiza cirurgias bariátricas no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2017, foram realizadas 109 mil cirurgias no País, um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior, quando a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica registrou 100.512 procedimentos como este.

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Um grande aliado nesse processo é o acompanhamento multidisciplinar, que faz parte do tratamento tanto antes quanto depois da cirurgia. Para que seja submetido ao procedimento, o paciente precisa passar por avaliações de diversos especialistas, entre eles, endocrinologista, nutricionista, cardiologista, psicólogo, fonoaudiólogo, ortopedista e pneumologista. No Brasil, os dois tipos de cirurgia mais realizados são a Gastroplastia em Y de Roux (“Bypass”) e Gastrectomia Vertical (“Sleeve”). A perda de peso, nas técnicas tradicionais, gira em torno de 30% a 40% do peso inicial. Há alguns anos, as cirurgias bariátricas são menos invasivas e podem ser feitas por videolaparoscopia. São realizados de cinco a seis pequenas incisões no abdome do paciente, que tem uma recuperação muito mais rápida. A cirurgia por videolaparoscopia é minimamente invasiva. Hoje, os riscos de uma cirurgia bariátrica são comparados aos riscos de uma apendicectmia ou de uma retirada de vesícula. ENDOSCOPIA BARIÁTRICA Entre o tratamento clínico e o cirúrgico, temos a opção do tratamento endoscópico para obesidade. No Brasil, dispomos do Balão Intra-Gástrico e da Gastroplastia Endoscópica. O Balão Gástrico é um dispositivo temporário, que ocupa um espaço no interior do estômago, causando sensação de saciedade precoce, diminuindo a ingesta. Tem indicação para pacientes com IMC acima de 27. Consegue um emagrecimento, em média, de 10 a 20% do peso inicial. Procedimento que pode ser realizado em nível ambulatorial, com sedação anestésica. A Gastroplastia Endoscópica consiste numa endossutura interna do estômago, reduzindo a capacidade gástrica em 70% do seu volume. A Gastroplastia Endoscópica também é destinada a um outro tipo de paciente, com IMC (Índice de Massa Corporal) de 30 a 35, já que a perda de peso estimada é, em média, de 18 a 25% do peso inicial. Admar Concon Filho CRM 53577 Titular da SBCBM, CBC, CBCD, SOBED Membro da IFSO – International Federation of Surgery of Obesity Coordenador do GCBV – Grupo de Cirurgia Bariátrica de Valinhos 1) Weight and Type 2 Diabetes after Bariatric Surgery: Systematic Review and Metaanalysis. Henry Buchwald, Rhonda Estok, Kyle Fahrbach et al. Am J Med. 2009 Mar;122(3):248-256 2) Bariatric Surgery versus Intensive Medical Therapy for Diabetes — 5-Year Outcomes. Philip R. Schauer, Deepak L. Bhatt, John P. Kirwan et al. Engl J Med. 2017 Feb 16;376(7):641-651. 3) Efficacy of Utilizing Argon Plasma Coagulation for Weight Regain in Roux-en-Y Gastric Bypass Patients: a Multi-center Study. Rena C. Moon, Andre F. Teixeira, Admar Concon Filho et al. Obes Surg. 2018 Sep;28(9):2737-2744. 4) Brazilian Intragastric Balloon Consensus Statement (BIBC): practical guidelines based on experience of over 40,000 cases. Manoel Galvao Neto, Lyz Bezerra Silva, Eduardo Grecco et al. Surg Obes Relat Dis. 2018 Feb;14(2):151-159. 5) Endoscopic Sleeve Gastroplasty for Obesity: a Multicenter Study of 248 Patients with 24 Months Follow-Up. Gontrand Lopez-Nava, Reem Z. Sharaiha, Eric J. Vargas et al. Obes Surg. 2017 Oct;27(10):2649-2655. 6) Site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) - www.sbcbm.org.br


DEPARTAMENTO JURÍDICO / DEFESA PROFISSIONAL

Pessoa Jurídica A obrigatoriedade para renovação do alvará de funcionamento da vigilância sanitária Dr. Flávio Leite Aranha Júnior Nos últimos dias chegou ao conhecimento desta Entidade a obrigatoriedade de constituição de pessoa jurídica para a obtenção do alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária Municipal. Tal assunto derivou de inúmeros questionamentos de alguns associados, bem como da própria consulta à legislação aplicável. O tema em questão deriva da Portaria CVS nº 1 de 02 de janeiro de 2018 de emissão pela Coordenadoria de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com abrangência estadual e estrito cumprimento em todos os municípios. Na verdade, a norma veio a modificar diversas atividades, sendo que as atinentes à seara médica (códigos CNAE 86305/01 e 8630-5/02) sofreram algumas alterações. Especificamente quanto à referidas atividades houve a exigência de apresentação de pessoa jurídica (código 23- conforme citada norma) para a renovação ou concessão de alvará de funcionamento, sob o argumento de que nestas atividades há a realização de procedimentos complementares (coleta de papanicolau, eletrocardiograma, exames oftalmológicos, procedimentos estéticos e entre outros). Em que pese o entendimento e interpretação da norma acima ventilada a SOCIEDADE

DE MEDICINA E CIRURGIA DE CAMPINAS questionou administrativamente a Vigilância Sanitária Municipal; na esfera estadual, bem como o próprio Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Nesta ocasião foram expostos todos os motivos fáticos e jurídicos que envolvem o cotidiano do médico e ainda, foram apontadas as inconsistências e conflitos de referida norma legal. Os questionamentos foram realizados de modo formal e inclusive receberam o número de protocolo correspondente (2018.07.06630), sendo que a resposta advinda fora positiva na exata medida em que o Grupo Técnico Revisor da Portaria ficou ciente dos apontamentos para futura discussão e provável revisão da exigência questionada. Cabe informar que a Portaria que regula tal matéria é anual, sendo que sua emissão ocorre no mês de janeiro de cada ano. Assim, o Grupo Técnico Revisor já foi acionado antes mesmo da emissão da norma do próximo ano a fim de que os médicos sejam, ao menos, revistos em sua atuação profissional. Em que pese a movimentação desta entidade na defesa de seus interesses e no alcance de suas finalidades expostas no Estatuto Social, é a presente para informar que a matéria possui fundamento legal e deve ser regularmente cumprida, sob pena de ocorrer questionamentos e implicações administrativas. Dr. Flávio Leite Aranha Júnior Diretor de Defesa Profissional da SMCC

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MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Revisões sistemáticas: o padrão em evidências Dr. Milton Roberto Marchi Oliveira Como mencionei em colunas anteriores aqui do MedicAção, as Revisões Sistemáticas (RS) se constituem, antes mesmo dos próprios ensaios clínicos aleatorizados, no alicerce da prática da medicina baseada em evidências. Isso é fato sobretudo quando se trata da tomada da melhor decisão clínica, em termos de intervenções ou tratamentos dos pacientes. A principal vantagem de uma RS é que ela costuma estar pronta de forma mais rápida e mais barata de ser elaborada do que desenvolver-se um novo estudo bem controlado a ser conduzido em campo. Também conhecidas como Estudos de Revisão Sistemática, ou Revisão Bibliográfica Sistemática, entre vários outros sinônimos, as RS recebem essa denominação porque constituem uma revisão da literatura científica publicada em determinado intervalo de tempo. O termo sistemática decorre do fato de o levantamento das fontes bibliográficas, hoje realizado em bases de dados digitais, ser realizado de forma sistematizada. A pesquisa das publicações e sua seleção deve obedecer a critérios bem definidos. Uma RS conduzida de forma adequada inicia-se com a formulação de uma pergunta de natureza científica bem definida quanto ao seu escopo (o famoso acrônimo “P.I.C.O.”- Paciente-população, Intervenção, Controle-referência, Outcome-desfecho). Identificam-se, então, quais estudos se relacionam diretamente com a questão construída. Selecionam-se, através de critérios que procuram identificar vieses metodológicos, aqueles estudos representativos das melhores evidências científicas. Em seguida, sintetizam-se os resultados com o objetivo de fornecer um resumo completo e amplo das evidências mais atuais que sejam relevantes frente à pergunta formulada. Como leitores-consumidores de RS, devemos estar atentos a algumas características indispensáveis à boa prática na elaboração destas revisões. A metodologia da RS deve listar todos os bancos de dados e índices de citações pesquisados, além de quaisquer periódicos individuais que tenham sido consultados. Títulos e resumos dos artigos científicos devem ser comparados com critérios previamente definidos para elegibilidade e relevância com o fim de serem incluídos na revisão. O ideal é que os autores elejam e se utilizem de critérios que definam objetivamente a qualidade metodológica dos estudos, e melhor ainda, que empreguem métodos em conformidade com definições de boas práticas na ação de revisar, tais como os da Colaboração Cochrane (https://brazil.cochrane.org) ou do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes) (www.prisma-statement.org). A Colaboração Cochrane elaborou e atualiza um manual para autores de RS focadas em intervenções, o qual fornece orientação para a preparação destes estudos. O Manual Cochrane descreve, resumidamente, 8 etapas gerais para a preparação de uma RS: 06 | REVISTA MEDICAÇÃO | SETEMBRO/NOVEMBRO 2018

1. Definição da questão (ou questões) de revisão e desenvolvimento de critérios para a inclusão de estudos 2. A procura pelos estudos 3. A seleção dos estudos e coleta de dados 4. A avaliação do risco de viés nos estudos incluídos 5. A análise dos dados e (eventual) realização de metanálises 6. Como lidar com vieses dos relatórios 7. A interpretação dos resultados e obtenção de conclusões Já o PRISMA, um conjunto de padrões mais difundido e muito bem aceito na atualidade, se constitui num grupo mínimo de itens baseados em evidências para se relatar RS e metanálises. Ele tem por foco o relato de revisões que avaliem ensaios aleatorizados (randomizados), mas também pode ser utilizado como base para se relatar RS de outros tipos de pesquisa, em particular avaliações de intervenções clínicas. Eventualmente, as RS podem se utilizar de técnicas estatísticas para combinar resultados de estudos similares, aumentando o ”poder” (de caráter estatístico) de eventuais conclusões. Uma RS sobre a qual se tenham utilizado tais técnicas é denominada metanálise, a qual será objeto de nossa análise futura. Uma RS sem o emprego de tais técnicas é, portanto, considerada uma revisão “qualitativa”, em contraposição àquelas onde se lançam mão de análises estatísticas. Metanálises têm, portanto, um caráter “quantitativo”. A expressão “Revisão Sistemática” parece ter surgido em oposição à expressão “Revisão Narrativa”. Esta última é bastante adequada para descrever a história ou progresso de um problema clínico e sua solução, assim como para abordar um determinado tema do ponto de vista teórico ou conceitual. Também serve bem como base para analogias ou para integrar áreas de pesquisa independentes com o objetivo de facilitar o enfoque multidisciplinar. A Revisão Narrativa é a base, por exemplo, dos livros textos em medicina. Esta “narrativa” não é construída de forma sistematizada, estando sujeita a vieses interpretativos e a opiniões de natureza meramente pessoal dos autores. Embora ocupem lugar de destaque na medicina baseada em evidências, as RS, assim como outros tipos de estudos, também estão sujeitas a questionamentos, nem sempre desprovidos de razão. Na maioria das vezes, contudo, as impropriedades e falhas atribuídas a elas são muito mais de natureza operacional (como os estudos primários foram concebidos e conduzidos, ou como a própria RS foi idealizada e elaborada) do que de natureza conceitual. Por impossibilidade de espaço, abordo esta e outras questões no nosso podcast. Até a próxima!

Ouça um podcast complementar ao artigo em smcc.com.br

Dr. Milton Roberto Marchi de Oliveira Médico anestesiologista, com graduação e especialização em Anestesiologia pela Unicamp. Foi Diretor de Comunicação da SMCC. Colaborador do Centro de Ensino e Treinamento (SBA) em Anestesiologia da Casa de Saúde Campinas. Possui interesse por temas relacionados à Saúde Baseada em Evidências


SMCC EM ALERTA Esta nova coluna traz informações relevantes sobre doenças e riscos emergentes além de medidas de prevenção e orientação para nossos pacientes e familiares

Doenças do passado, fantasmas do presente Dr. Rodrigo Angerami Brasil, 2018. Sarampo: surtos no Amazonas e em Roraima, casos autóctones no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Roraima, Sergipe, Pernambuco e Distrito Federal; total de 2564 casos, 14 óbitos. Febre amarela: surtos da forma silvestre da doença em estados da região sudeste; 1376 casos, 483 óbitos. Influenza: 1352 óbitos confirmados. Doenças distintas em cenários tão diferentes, com elevados números de casos e óbitos que, em sua maioria, seriam potencialmente evitáveis por vacinas. É imputada aos migrantes venezuelanos a ocorrência dos surtos de sarampo reportados no Brasil. Se atribuiu os óbitos por febre amarela simplesmente à expansão da circulação do vírus a partir de primatas não-humanos e vetores. Mortes por gripe seriam secundárias à vulnerabilidade já esperada em pacientes de maior risco. No entanto, surtos e proporções significativas de casos e óbitos, ocorrem, sobretudo, pela existência de indivíduos susceptíveis à infecção, não-imunes, não devidamente vacinados. A queda nas taxas de cobertura vacinal em âmbito nacional ganhou maior visibilidade com a divulgação dos recentes (e ainda vigentes) surtos de sarampo no país. No entanto, a questão vem figurando como motivo de grande preocupação e desafio a ser enfrentado há alguns anos. O problema não se restringe ao Brasil. A menor adesão à vacinação, observada em populações de diversos países mundo afora, levou a explosão do número de casos de sarampo na Europa, onde, entre 2017 e 2018, 13.547 casos foram reportados. No Brasil, quedas das taxas de cobertura vacinal vêm sendo observadas em relação às vacinas contra HPV, hepatites A e B, doença meningocócica, rotavírus... Continua elevado o número de pessoas não-vacinadas contra febre amarela que residem em áreas com risco de transmissão e recomendação de vacina. Diversos fatores, de naturezas distintas, podem contribuir para o fenômeno da baixa cobertura vacinal no país: problemas estruturais do sistema de saúde; questões relacionadas a conhecimento-prática-atitude de profissionais da saúde; reduzidas percepções de risco da população (que também ecoa entre profissionais da saúde) em relação a doenças controladas; desinformação, mitos, falácias sobre vacinas; e, ainda que não tão robusto no Brasil, os movimentos antivacinas que propagam informações distorcidas e militam ferozmente contra vacinas e vacinação. Como resultado, reduzida adesão, menor preocupação e maior desatenção em relação à importância e necessidade em se manter a situação vacinal individual atualizada e de se garantir elevadas taxas de cobertura vacinal em âmbito populacional, mesmo para doenças consideradas eliminadas. As campanhas de vacinação figuram como uma das mais bem sucedidas estratégias de prevenção, controle e eliminação de doen-

ças na esfera da saúde pública do Brasil, imprescindíveis para que fossem alcançadas as eliminações da poliomielite, da síndrome da rubéola congênita e do sarampo. São ações de grande impacto, de imunização da população em larga escala, que permitem alcançar elevadas taxas de cobertura vacinal, fundamentais para que se mantenha o efeito da imunidade de rebanho. No entanto, as campanhas pressupõem ações complementares, pontuais e, quando não, extraordinárias. Por esse motivo, tão ou mais importantes são ações de vacinação de rotina, cotidianas, que permitem a imunização, a atualização e monitoramento da situação vacinal do ponto de vista individual e, em última instância, coletivo. As ações de vacinação de rotina devem ser ininterruptas e rigorosamente priorizadas. Sem isso, longe de qualquer viés alarmista, é mais do que tangível, possível e, infelizmente, provável não apenas a reintrodução de doenças já eliminadas como o sarampo e a poliomielite, mas a ocorrência de surtos de caxumba, mortes de recém-nascidos por coqueluche, hepatite fulminante pelo vírus da hepatite A, óbitos e sequelas por doença meningocócica em crianças e adolescentes, manutenção da elevada incidência de câncer de colo de útero... Nesse cenário, é esperado, fundamental e imprescindível, a atuação e participação ativa de médicos e outros profissionais da saúde não apenas como prescritores das vacinas indicadas a seus pacientes, mas como educadores e difusores de informações qualificadas e cientificamente embasadas acerca da segurança das vacinas e a importância (e necessidade!) de se manter o status vacinal sempre atualizado, segundo as indicações específicas a cada grupo de pacientes e para a população em geral. Finalmente, para que sucessos já obtidos continuem reais e avanços futuros no controle e eliminação de doenças imunopreveníveis permaneçam viáveis, são imperativos a atuação e os esforços, contínuos e coletivos, envolvendo o poder público e programas oficiais, médicos e demais profissionais da saúde, sociedades médicas e conselhos profissionais, mídia e meios de comunicação para que as vacinas já disponíveis continuem sendo aceitas, indicadas e aplicadas, de modo a garantir coberturas vacinais adequadas e, desse modo, além de proteger a saúde das pessoas, minimizar os riscos de surtos e epidemias e evitar a inaceitável reintrodução de doenças imunopreveníveis já eliminadas. PS: as férias se aproximam. Viagens e viajantes são hoje um dos principais fatores envolvidos com a dispersão de agentes infecciosos e doenças em âmbitos regional e global. Lembre-se de avaliar entre seus pacientes, familiares, amigos se a vacinação de rotina está atualizada e de recomendar - conforme o perfil do viajante, tipo de viagem e destinos a serem visitados - outras potenciais vacinas.Para saber mais sobre recomendações de vacinas acesse: https://sbim.org.br/publicacoes/guias Dr. Rodrigo Angerami Coordenador do Departamento de Infectologia da SMCC Seção de Epidemiologia Hospitalar, Hospital de Clínicas, UNICAMPDepartamento de Vigilância em Saúde de Campinas SETEMBRO/NOVEMBRO 2018 | REVISTA MEDICAÇÃO | 07


MEMÓRIAS SMCC

Um encontro entre a Sociedade Hípica de Campinas e a SMCC

F

oi há muitos anos! Antes mesmo da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas ter crescido em nome e número de associados quando um encontro entre as sociedades aconteceu. Na época, ambas ainda se organizavam. Estavam no começo das atividades. Tanto que consta nos registros oficiais que a 1° Assembléia Extraordinária da Sociedade Hípica de Campinas aconteceu em 21/12/1948, no Edifício Santana - 1° arranha-céu de Campinas (Obra de Lix da Cunha) na Rua Barão de Jaguara, n° 1136 - o mesmo endereço da 3° Sede da SMCC. À época, o local servia como sede das Sociedades Reunidas. A comissão organizadora da Sociedade Hípica convocou para esta reunião os 133 associados (primeiros associados = 132 homens e 1 mulher) que haviam subscrito as propostas para a categoria de sócio fundador. Houve neste dia a aprovação dos Estatutos e eleição do 1° Conselho Deliberativo e 1° Conselho Fiscal da Sociedade Hípica de Campinas. Para registro do leitor mais curioso, vale uma leitura no Livro dos 90 anos da SMCC, editado em 2015*. Por lá, em vários momentos a Hípica é relacionada a Sociedade de Medicina em seus bailes, sobre as atividades do Sr. Otávio Bierrembach (Presidente do Clube entre 1962-1967). E, ainda, no III Capítulo, que fala da 3° Sede da SMCC (Edifício Santana - 1° arranha-céu de Campinas), é possível averiguar o fato. A editoria desta revista confirmou através do cruzamento de informações do livro com a diretoria

08 | REVISTA MEDICAÇÃO | SETEMBRO/NOVEMBRO 2018

Dia da assinatura da escritura de aquisição da Fazenda da Lapa (2º sede da SHC). Na foto feita por João Balan, sentado, está o então Presidente da Sociedade Hípica de Campinas, Décio Bierrenbach de Castro (Gestão: 1952-1955)

e profissionais historiadores da Hípica de Campinas que, realmente, foi realizada a 1° Assembléia Extraordinária da Sociedade Hípica de Campinas na então terceira sede da Casa do Médico de Campinas. *Trechos do artigo foram extraídos do livro “SMCC 90 anos na história da saúde em campinas: memórias e legados”, de 2015, autoria de José Pedro Martins, coautor Paulo Cesar Nascimento. Com colaboração da Historiadora (Hípica de Campinas) Isabela Cristina Salgado.


SMCC ACONTECE Semana

do Médico

2018

Queijos

& Vinhos

na SMCC

No dia 24/10 foi realizada uma noite especial de queijos e vinhos, além de boa música na SMCC. O encontro fez parte da série de atividades em comemoração a Semana do Médico. A noite teve início com uma palestra do renomado sommelier Eduardo Lopes, sobre a história da vinícola Concha y Toro, conhecimentos técnicos sobre vinhos, tipos de uva e suas harmonizações. Depois os convidados puderam degustar uma grande variedade de queijos e frios oferecidos pelo Empório Museu da Gula ao som do grupo de jazz Dopamine, representando o Clube de Arte da SMCC. Para o sommelier o encontro foi um sucesso. “É um prazer estar novamente na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas. Neste encontro de hoje estão reunidos médicos e pessoas com um gosto em comum pelo vinho. Algo que faz bem para alma e, cientificamente comprovado, para saúde”.

Fisiatra e reumatologista, Dr. José Maria Santarém, esteve na SMCC

A palestra foi sobre exercícios físicos para pessoas na terceira idade, promovida pelo Departamento de Geriatria. O título usado foi “Segurança e eficiência dos exercícios resistidos na terceira idade”. A palestra reuniu médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, cuidadores e interessados na área de saúde da terceira idade.

Campanha Doação de Sangue No dia 05/09, na sede da SMCC, foi realizada mais uma Campanha de Doação de Sangue, em parceria com o Hemocentro da Unicamp, com mais de 40 atendimentos e cerca de 30 bolsas coletadas, sendo quase 50% doadores pela primeira vez. O objetivo da ação foi conquistar novos doadores, repor os estoques e fidelizar os que estão sempre dispostos a ajudar.

SETEMBRO/NOVEMBRO 2018 | REVISTA MEDICAÇÃO | 09


SMCC ACONTECE Semana

do Médico

2018

Boletim Especial

“Uma Noite de Infinitas Atrações” A cobertura do maior evento da história já realizado pela SMCC em homenagem ao Dia do Médico pode ser acompanhada na Edição de número IX do Boletim Informativo Especial da festa, que já está disponível nas versões digital e impressa. Todas as fotos da festa estão disponíveis no álbum virtual no Flicker e no novo site da SMCC.

Para acessar o FLICKER da SMCC

Para acessar o Boletim virtual

SMCC na mídia Mastologista e integrante do Departamento de Ginecologia da SMCC, Dra. Carolina Vicentin, concedeu entrevista a Rádio Brasil (AM 1270), para falar sobre a importância da Campanha Outubro Rosa, de conscientização da prevenção ao câncer de mama.

A Endocrinologista Dra. Walkyria Volpini concedeu entrevista à Neusa Leoncini da Rádio CBN Campinas (FM 99,1) no último dia 27/10, para informar sobre os cuidados específicos com os pés para pacientes portadores de diabetes. O tema foi motivo de um evento do Departamento de Endocrinologia da SMCC no mesmo dia na sede da entidade.

No Dia do Médico, 18/10, o jornal Correio Popular preparou um suplemento especial em homenagem à data. A SMCC foi destaque em uma reportagem que deu ênfase aos serviços, benefícios, atendimentos e ações realizadas nos últimos anos pela entidade, com destaque para atual modernização e profissionalização da gestão. 10 | REVISTA MEDICAÇÃO | SETEMBRO/NOVEMBRO 2018

O Coordenador do Departamento de Psiquiatria da SMCC, Dr. Eduardo Teixeira, concedeu entrevista à EPTV sobre o tema suicídio; comentando a eficácia de serviços de prevenção como o do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Campinas.


CLUBE DE CAMPO

Semana

do Médico

2018

Trilha ecológica com jardim sensorial é inaugurada no Clube da SMCC

O

percurso foi preparado pela direção do Clube de Campo da SMCC para abrigar a diversidade de mudas, assim como permitir atividades para as crianças durante eventos especiais. A inauguração integrou os eventos da programação da Semana do Médico e em homenagem ao Dia das Crianças, no último dia 10/11. Para criação da trilha, foram plantadas mudas respeitando o equilíbrio ecológico do local, um dos principais conceitos desenvolvidos pela administração do Clube de Campo da SMCC. Aliás, o Clube abriga mais de 60 espécies de pássaros residentes, incluindo o incomum Pica Pau Branco e uma família de tucanos.

A ideia veio após uma atividade desenvolvida em agosto no Clube de Campo com crianças, filhos e parentes de associados e funcionários da SMCC, pelo Departamento de Eventos da Sociedade e os “Guardiões da Natureza do Clube de Campo”. Agora a Trilha Ecológica está pronta para receber os adeptos de uma boa caminhada em contato com a natureza Foram realizadas várias atividades no entorno da trilha como uma divertida oficina voltada aos pequenos, desenvolvida pelos biólogos Fábio Dias Carvalho e Jefferson Otaviano, responsáveis pela criação da trilha ecológica. Os mesmos profissionais já haviam feito eventos anteriores quando apontaram a existência da diversidade de pássaros no Clube. Novas ações estão sendo programadas pelo Departamento de Eventos da SMCC e os “Guardiões da Natureza do Clube de Campo”. Acompanhe através dos meios de comunicação as novidades!

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ESPECIAL SETEMBRO AMARELO

Campanha da SMCC é sucesso de público e entra para calendário municipal em Campinas

A

iniciativa partiu dos Departamentos de Psiquiatria, Eventos e Comunicação e Marketing da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) em uma ação inédita envolvendo vários profissionais e parcerias. Foi criado um calendário para o mês de setembro com o objetivo de informar sobre a prevenção ao suicídio. As ações conjuntas entre a SMCC, Prefeitura de Campinas e os apoiadores, somaram mais de 2 mil pessoas à campanha. Atividades que foram incluídas no calendário municipal de eventos de Campinas. Apenas em eventos realizados somente pela SMCC mais de 500 pessoas participaram de palestras na entidade e universidades como a PUC, houve mesa-redonda, encontro com jornalistas e uma caminhada, que tiveram como principal objetivo conscientizar sobre a importância de se falar sobre um tema tão delicado como o suicídio, mas, que se tratado com a devida atenção, pode salvar muitas vidas. A Campanha Setembro Amarelo da SMCC contou com patrocínio da Unimed Campinas e apoio da Associação Brasileira de Psiquiatria, PUC-Campinas, Liga de Psiquiatria e Saúde Mental da Unicamp, da Prefeitura de Campinas e Cia Segredos de Teatro.

12 | REVISTA MEDICAÇÃO | SETEMBRO/NOVEMBRO 2018

Já estamos programando para o ano que vem repetir a campanha. Faz parte do nosso objetivo manter campanhas tão importantes como esta; de prevenção ao suicídio. Tanto que ampliaremos assim como temos feito com os mutirões de saúde”. A presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos comentou que as parcerias garantiram o sucesso e comemorou o protagonismo da entidade em encarar o tema suicídio.


ESPECIAL SETEMBRO AMARELO

SMCC na Mídia As ações de conscientização sobre o tema colocaram a Campanha no calendário de eventos da cidade de Campinas e a SMCC na pauta da mídia da região com um total de 14 inserções nos principais veículos de comunicação. As notícias da campanha saíram mais de uma vez no site da Prefeitura de Campinas, no Portal G1 Campinas (Globo), no site Minha Campinas, Cidade ON, Correio Popular (nas versões impresso e site), no site da APM, Rádio Band, TV Band Campinas, Canal Facebook/CBN Campinas de Neusa Leoncini, GM7 News, no Facebook da Liga de Psiquiatria PUC-Campinas, na Rádio Brasil, Rede Século 21 e na EPTV.

Para o Coordenador do Departamento de Psiquiatria da SMCC, Dr. Eduardo Teixeira, foi muito importante a ação, principalmente pela participação da entidade e a forma como mobilizou as pessoas.

A campanha se tornou contagiante e foi muito gratificante pra mim. O resultado também foi ótimo, houve muitos elogios a iniciativa. Mas, o que me marcou mesmo foi a sensibilização das pessoas que se interessaram e ficaram motivadas para o debate. O tema mexe com as emoções. Pode atingir qualquer indivíduo. Não tem como as pessoas ficarem isentas”.

Iluminação de espaços públicos e instituições Como parte da Campanha de Prevenção ao Suicídio, três pontos da cidade foram iluminados com a cor da campanha. As fachadas do Prédio da SANASA, da sede social da SMCC e do Clube de Campo da entidade foram coloridas de amarelo. Para a diretora do Departamento de Eventos da SMCC, Dra. Carmen Sylvia Ribeiro:

A cor amarela dentro de estudos de neuromarketing transmite a sensação de serenidade, confiabilidade e otimismo. Amarelo representa a ação positiva, a iniciativa. Estas são as sensações positivas que podem, através da iluminação de prédios e espaços externos, favorecer a atenção ´aos olhos de todos´ sobre o assunto de uma maneira positiva”.

SETEMBRO/NOVEMBRO 2018 | REVISTA MEDICAÇÃO | 13


ESPECIAL SETEMBRO AMARELO

Mesa-redonda reuniu educadores e profissionais de saúde Profissionais experientes da psiquiatria e da educação, além de membros do CVV (Centro de Valorização da Vida) estiveram presentes na sede da SMCC, em uma mesa-redonda que debateu o suicídio e o impacto na saúde e educação, que teve como principal objetivo disseminar práticas de prevenção e intervenção do comportamento suicida nas escolas.

E quando a gente pensa no problema do suicídio como uma questão de saúde pública a gente se dá conta de que acomete todas as idades: muitos idosos; adultos em idade produtiva, jovens. E falar de prevenção não tem como deixar de fora a escola. Ela é um parceiro fundamental”, comentou o psiquiatra coordenador da mesa, Dr Fábio Fonseca.

Estudantes de Medicina debateram o suicídio O Anfiteatro Monsenhor Salim, no Campus II da PUCCampinas, ficou lotado para o debate sobre suicídio no ambiente acadêmico. Os assuntos abordados no encontro foram a importância da prevenção do suicídio entre universitários, uma vez que os casos têm aumentado, e sobre dados relevantes que apontam o Brasil na contramão dos índices mundiais de mortes ou tentativas de suicídio.

A gente vê em todos os lugares, infelizmente! A gente vê na escola dos nossos filhos, na vida dos amigos, dos filhos dos amigos. É algo que tem aumentado exponencialmente. Temos que criar medidas para tentar coibir um pouco. E, é isso que estamos buscando fazendo parcerias com entidades como a Sociedade de Medicina”, disse o Diretor Adjunto do Centro de Ciências da Vida que integra as 11 Faculdades da Área da Saúde da PUC Campinas, Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo.

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ESPECIAL SETEMBRO AMARELO

Encontro inédito na SMCC reuniu 40 jornalistas Pela primeira vez neste formato de evento mais de 40 jornalistas, dos mais importantes veículos de comunicação de Campinas e região, estiveram presentes em uma roda de conversa sobre prevenção ao suicídio na SMCC. Um encontro de confraternização com tema de saúde pública e prestação de serviço. O evento fez parte das ações do Setembro Amarelo, idealizada pela entidade como forma de contribuir para o suporte ao papel da impresa neste debate. Há tempos, convencionou-se entre os jornalistas que o tema não deveria ser noticiado para não incentivar novos casos, mas com o passar dos anos as notícias acabavam circulando quando envolviam e envolvem celebridades, por exemplo, ou ocorrências que aparentavam em um primeiro momento outro tipo de causa. A ideia de oferecer informação médico-científica aos jornalistas é para auxiliar os profissionais a abordar a prevenção e divulgar dicas ou serviços e, não os casos.

Este encontro também serviu para estreitar o relacionamento da imprensa com a SMCC, num grande projeto de cooperação visando informação de qualidade em Saúde”, relatou o Diretor de Comunicação da SMCC, Dr. Marcelo A. Camargo.

Caminhada no Taquaral mobilizou dezenas de pessoas Para encerrar as atividades de conscientização sobre o suicídio, dezenas de pessoas participaram de uma caminhada e de um flash mob organizado pelo coreógrafo Daniel Darbello do Barracão da Dança no Taquaral, que contou com a participação de médicos, parentes de pessoas que cometeram suicídio e simpatizantes conscientes da importância da discussão do tema, todos unidos em uma única direção, a da prevenção.

Patrícia de Barros é enfermeira, perdeu um parente em razão do suicídio e destaca a importância de derrubar o tabu que existe em torno do assunto.

Tive uma experiência na minha família e estou hoje aqui por ele e por todos que precisam. Que as pessoas tomem consciência. Nós precisamos falar sobre suicídio”.

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Padre Haroldo chega aos 100 anos em fevereiro De sorriso fácil e sotaque marcante, o missionário jesuíta fez sua mais recente aparição no último mês de outubro após sérios problemas de saúde. A Revista MedicAção foi ao encontro do padre que representa um modelo internacional de tratamento trazido Brasil em 1978 chamado Comunidade Terapêutica. Com uma base técnica importante com profissionais especializados e que se difere de outros serviços que recuperam somente com voluntariado e espiritualidade. Tendo beneficiado cerca de 90 mil pessoas

O

norte-americano nasceu em 22 de fevereiro de 1919, na cidade de Tyler, no Estado do Texas. Serviu o exército e ainda nos Estados Unidos desenvolveu trabalhos sociais com jovens que viviam na fronteira com o México. Para os que não conhecem a trajetória do Padre Harold Joseph Rahm, fundador do Instituto que leva o nome dele em Campinas, ele chegou no Brasil na década de 60, fundou diversas obras, aliou-se a muitos leigos, ministrou dezenas de cursos, recebeu diversos prêmios e tem mais de 20 livros publicados. Recentemente, o Instituto recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o prêmio como uma das 100 Melhores ONGs do Brasil, promovido pelo Instituto Doar, Rede Filantropia e o Mundo que Queremos, em parceria com a Faculdade Getúlio Vargas. Mais de duas mil ONGs foram inscritas. Na avaliação, critérios como boa gestão, transparência, melhoria contínua, qualidade de processos e dos serviços. u

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Fotos: Arquivo pessoal

ENTREVISTA


ENTREVISTA Fotos: Arquivo pessoal

O senhor imaginava que conseguiria estruturar a entidade de tal forma que ela ganhasse esta notoriedade e atingisse tantas pessoas? Pensando agora, nós tentamos servir e ajudar todos os alcoolátras assim como os drogados que lá no início nos procuraram e queriam ajuda. Nunca deixamos de ajudar ninguém. Mas, realmente em comparação aos que tem (número de alcoolátras e drogados), é pouca coisa. Porém, esse pouco ajudou muitas pessoas. Eu nunca pensei que ajudaria muito neste sentido de servir e de tentar curar as pessoas.

O criativo, obstinado, amoroso e brincalhão Padre Haroldo Após problemas sérios de saúde, Padre Haroldo está há meses afastado das atividades. Apesar de ter sido muito ativo, desde 2009 entregou a presidência da obra a Beto Sdoia e passou a dedicar-se mais ao movimento da Yoga e escrita de livros, sendo liberado das funções formais da diretoria. Recentemente, veio à Campinas para o lançamento do livro “Medo de nada, só amor – A semente de um jesuíta”, da escritora Sandra Sahd, no dia 09 de outubro, na sede do Instituto. Acompanhamos a visita dele após longo período em São Paulo, onde se recupera. Uma plateia de missionários, voluntários, pacientes e amigos se emocionou ao ver e ouvir o Padre que fala com dificuldades. Tanto que a entrevista a seguir precisou ser curta, com poucas perguntas para poupar o Padre que se recupera ainda. Ao se pronunciar, o Padre agradeceu a família da autora no dia do lançamento, citou outros religiosos e terminou citando a colaboração que teve nos trabalhos que realizou na cidade. “Vocês são maravilhosos. Desde o começo em Campinas tive pessoas muito especiais como vocês ao meu lado. Da minha parte, quero dizer obrigado”. Ao redor do padre, todos contam que ele nunca via dificuldades em qualquer situação de crise que os projetos sociais passassem. Até mesmo quando faltava alimento ou dinheiro para manter os atendimentos. Ele dizia que eram oportunidades. É, até hoje, hábito dele brincar com as pessoas e até dar apelidos. Inúmeras vezes os voluntários contam que ele doou objetos que ganhava para uso próprio para garantir novas doações em nome do Padre e, assim poder repassar para quem precisasse. A prática do Yoga lhe rendeu fama por ter a habilidade até poucos anos atrás de permanecer de ponta cabeça na hora de praticar os exercícios diários.

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O senhor mesmo tendo realizado tantos projetos e ajudado tanta gente, sente que poderia ter montado a entidade diferente? Sempre na vida humana nós somos muito limitados. Por exemplo, entre 10 pessoas com o problema da dependência química, conseguimos ajudar de cinco a quatro delas. Não falta amor, mas metodologia que funcione para todo mundo. Esse negócio de alcoolismo e drogadição é uma doença terrível que muda a cabeça e para acertar é um problema que depende muito do pensamento e do trabalho. Mesmo teimando com trabalho e pensamento, nem sempre dá certo para o caso e leva a cura. Eu nem me lembro como era a primeira obra no Brasil. Não tínhamos nenhuma maneira de copiar os outros. Porém, nós fizemos o que pensávamos. Era correto e natural. Eu diria que foi depois copiado por muitas e muitas pessoas. Sabemos que o trabalho sempre carece de dinheiro, mas a Instituição tem um número de voluntários que impressiona; achava que teria tantos? Nunca imaginamos. Eu nunca nem pensei muito nisso. A minha ideia era pensar e trabalhar. Acertar a maneira que pensávamos e a maneira mais certa. Acabamos que recebermos tanta ajuda de tantas pessoas que ganhamos esta força. Somos humanos e fazemos erros. Porém, sabendo, imediatamente corrigimos porque todos nós temos muito amor. Temos muito desejo de servir o outro que precisa de nós. Os médicos sempre estiveram muito próximos do seu trabalho devido ao tema delicado que atua. Como foi esta relação? Possivelmente quase todos os médicos tem boas intenções de servir seus amigos e pacientes. E, por isso eles estudam, trabalham e vivem para servir. Ser médico é por a vida de outro antes da minha. E tem muitos bons médicos. Eu posso declarar, honestamente, do que eu me lembro que qualquer médico nunca se recusou a ajudar na maneira em que podia. Com a sabedoria em por até o seu dinheiro e muito tempo em serviço para ajudar.


ENTREVISTA

Trajetória Padre Haroldo Vida e Obra* 1964 1965 Fundou o www.centrokennedy. com.br. para fomentar a profissionalização de jovens trabalhadores. Iniciou orientação com mulheres e seus filhos, que em 1993 tornou-se na época o www.cepromm.com.br.

1975 O que é importante os médicos sentirem do trabalho que eles desenvolvem dentro das dificuldades que vivem de pouca estrutura? Em geral, todos os médicos que eu conheço pensam na pessoa humana. Eles sofrem! Os meus anos de estudos e a minha profissão me ensinaram que sobretudo servir as pessoas - o sofredor - é meio de viver, meio de ser, de desejar e a maneira como trabalhamos. Como ajudar o Instituto fundado pelo Padre Haroldo? Para dar manutenção ao atendimento é possível fazer doações mensais a partir de R$ 30. Além disto, possível ainda destinar 6% do valor do imposto de renda devido e pagar à entidade, por meio da Lei Rouanet. A Lei Rouanet ajuda a custear parte do Programa de Prevenção, com crianças e adolescentes e eventos abertos à população Às ações dos programas acrescentam-se ações educativas de Cidadania, Cuidados Ambientais e Inclusão Social que buscam mudar de forma significativa a vida de crianças, adolescentes, adultos e famílias em situação de risco social.

Criou as “Experiências de Oração”, germe da Renovação Carismática Católica no Brasil - RCC.

1984 Iniciou o Movimento “AmorExigente”, inspirado no livro “Tough Love” (EUA) e que hoje está presente em todo Brasil, Argentina, Uruguay, por meio da FEAE para oferecer apoio às famílias e desenvolver a prevenção ao uso e abuso de drogas psicoativas e álcool - www.amorexigente.org.br.

1989 Iniciou o trabalho com “Meninos de Rua”, germe do Programa de Acolhimento Institucional.

O PROJETO EM NÚMEROS

ü 04 mil oficinas realizadas por ano em diversas linguagens artísticas ü 800 atendidos envolvidos diretamente em produção e apresentações artísticas ü 05 eventos gratuitos anuais abertos ao público ü 02 mil pessoas estimadas em público nos eventos realizados ü 15 profissionais envolvidos na execução, administração e suporte do projeto

*Levantamento do projeto patrocinado por Lei Rouanet

1998 Encabeçou a Campanha da Fraternidade: “Por um mundo sem drogas” gerando um alerta nacional e dentro das comunidades religiosas para a questão da drogadicção.

DOAÇÕES

http://padreharoldo.org.br relacionamentos@padreharoldo.org.br (19) 3794.2549

OS NÚMEROS DO INSTITUTO PADRE HAROLDO ü 90 mil pessoas beneficiadas destes a inauguração ü 1.500 atendidas mensalmente ü 4 programas ü 15 serviços ü 10 endereços ü 85 voluntários ü 190 profissionais ü 40 anos de história (completados em 2018)

2006 Fundou em Campinas a Comunidade Terapêutica “Fazenda do Senhor Jesus” para oferecer tratamento e recuperação para homens dependentes de álcool e outras drogas.

2013

Chegou ao Brasil como missionário e foi direcionado para Campinas, onde fundou as paróquias de São Padro apóstolo e Nossa Senhora da Pompéia.

1966 Criou o Movimento de Liderança Cristã – TLC que se espalhou pelo Brasil todo e chegou à Itália formando e desenvolvendo jovens lideranças cristãs www.tlccampinas.org.br.

1978 Fundou em Campinas a Comunidade Terapêutica “Fazenda do Senhor Jesus” para oferecer tratamento e recuperação para homens dependentes de álcool e outras drogas.

1988 Foi co-fundador da FLACT e WFTC, as Federações Latino Americana e Mundial de Comuinidades Terapêuticas www.flact.org e www.wftc.org.

1990 Foi co-fundador da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas – FEBRACT www.febract.org.br.

2000 Iniciou a Campanha de Prevenção às drogas através da Espiritualidade um movimento ecumênico que chamou-se “Fé na prevenção” e que gerou uma cartilha de orientação a religiosos e famílias publicada pela SENAD (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas) www.senad.gov.br.

2008 Iniciou os cursos de Yoga Cristã, levando esta prática a várias cidades do Brasil. Yoga - União com Deus, com a natureza e consigo mesmo.

Participou ativamente da criação do movimento Epírito Freemind.

*Fonte: padreharoldo.org.br

SETEMBRO/NOVEMBRO MAIO/JUNHO2018 2018 | REVISTA MEDICAÇÃO | 21


5ª DISTRITAL

Projetos para 2019 incluem integração de serviços jurídicos e webtransmissões

P

ara o ano que vem a 5º Distrital da APM, tem como objetivo viabilizar alguns projetos de integração entre as distritais e aumentar a tecnologia dos processos. Um dos objetivos é implantar recursos tecnológicos como equipamentos para a webtransmissões das atividades de regionais maiores e mais dinâmicas para outras regionais menores, com o objetivo de compartilhar aulas, palestras ou cursos levando informação aos médicos das regionais com um suporte técnico, científico e jurídico. Outro desafio é integrar a Defesa Profissional para as regionais o que poderá garantir a regionalização do atendimento aos processos jurídicos ou os serviços de defesa profissional. O Diretor da 5º Distrital, Dr. Clovis Machado, acrescenta outras melhorias. “Queremos melhorar recursos ou parcerias para descontos em serviços e produtos. E também estimular a associação de novos profissionais, principalmente novos médicos”. Paralelo aos planos futuros, o médico reforçou que manterá a pedido da APM a adequação / padronização dos fluxos das

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vias de informação e integração, para que possa desenvolver uma política de apoio ao desenvolvimento das regionais, melhora no associativo com aumento da receita, a adequação de prioridades como reformas, registros das pendências das atas em cartório e busca de auto sustentabilidade econômica através de ações e parcerias, assim como já é feito em Campinas. A 5º Distrital é composta por 11 regionais com um total de aproximadamente 11.600 médicos, sendo que o maior número de associados está na regional de Campinas (SMCC).


ESPAÇO COLABORADORES A SMCC reconhece a dedicação e o trabalho de seus colaboradores. Por isso, reserva aqui um espaço para o associado conhecer cada um dos profissionais ligados direta ou indiretamente ao atendimento. Nesta edição conheça a responsável pelo Departamento de T.I. e cadastro da SMCC

Nelson Catusso Formado em técnico em hardware pelo SESI Campinas, trabalha há três anos na Entidade. O primeiro cargo na SMCC foi como auxiliar administrativo, na sequência assumiu algumas funções de T.I. e cadastro, setores sob sua responsabilidade atualmente. Acredita que a cooperação entre os funcionários, paciência e o bom convívio interpessoal são fundamentais para um bom ambiente de trabalho. Inspirado pela arte do manuseio de discos pelos disc jockeys, atua há 15 anos como DJ e tem como hobby colecionar jogos de vídeo game.

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GRUPO

SETEMBRO/NOVEMBRO 2018 | REVISTA MEDICAÇÃO | 23


DEPARTAMENTO ACADÊMICO

Congressos COMASP e COMAU tem apoio da SMCC Prêmios concedidos aos melhores trabalhos levaram o nome da Sociedade de Medicina

O

20º Congresso Médico Acadêmico Samuel Pessoa (COMASP) e a 27º Edição do Congresso Médico Acadêmico da UNICAMP (COMAU) tiveram neste ano o apoio institucional e patrocínio da SMCC. Os eventos contaram ainda com prêmios científicos aos melhores trabalhos científicos inscritos, sendo que algumas categorias levaram o nome da SMCC. O COMASP aconteceu entre os dias 22 e 25/10, no Campus II da PUC-Campinas. Participaram professores de outras instituições como Unicamp, São Leopoldo Mandic e faculdades da região. O médico Dr. Celmo Celeno Porto, autor de diversos livros na área de semiologia e cardiologia, foi o grande atrativo. O estudante de Medicina do 4º Ano da PUC-Campinas, Eduardo Ferreira Sbroggio, comentou que esta edição foi a melhor de todas. “Esse ano

nossa edição bateu todos os recordes, foi a primeira a esgotar as vagas uma semana antes do congresso. Tivemos mais de 400 inscritos e mais de 100 trabalhos apresentados”, contou o jovem que é presidente do diretório acadêmico Maria Aparecida Barone. No COMAU (26 e 27/10), o professor e historiador Leandro Karnal abriu o evento, depois uma mesa redonda moderada pela jornalista Carolina Rodrigues que reuniu a professora da UNICAMP, Renata Azevedo; o professor da UNIFESP, Thiago Fidalgo e o professor da USP, André Malbergier. Os profissionais debateram o uso de drogas na atualidade e suas consequências para o ser humano e a sociedade. A SMCC também ofereceu apoio e patrocínio ao Congresso Acadêmico da São Leopoldo Mandic, entretanto a participação da entidade não foi viabilizada a tempo pela organização do congresso.

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cafeína


As Grandes Riquezas da Turquia Bruno Vianna, DipWSET Presidente da SBSomm Professor, Jornalista de Vinhos Jurado, Consultor e Palestrante em Vinhos

E

screvo da Turquia e me pergunto por que demorei tanto a vir visitá-la. A resposta que tenho pronta é que aguardava a oportunidade de vir com tempo, ao invés de emendar uma mísera semana após passar pela Grécia. Aqui é uma surpresa atrás da outra, sempre positiva. Digo isso por dois lados: as descobertas históricas e as descobertas do vinho se entrelaçam enquanto percorremos o extenso país, dividido em 7 grandes regiões, cada qual com seu riquíssimo passado. Por aqui passaram hatitas, hititas, frígios, lícios, assírios, gregos, foceus, romanos, bizantinos e otomanos. Desde o século XI, os habitantes da Anatólia se converteram ao islamismo, mas o estado hoje é laico. O Islam não aceita bebida alcoólica, mas o estado a aceita, aproveitando para impor alta tributação, que foi especialmente aumentada em 2013. Bebidas alcoólicas não podem ser anunciadas. As vinícolas podem até ter página na Internet, mas com informações muito limitadas. A solução que muitas adotaram é construir hotel e restaurante agregados, assim conseguem promover os vinhos por tabela! A figura no alto do artigo apresenta as macro-regiões vinícolas atuais, mas não são baseadas em terroir e sim nas divisões políticas do país. Os pesquisadores pensam que o vinho surgiu no triângulo formado pelo nordeste da Turquia, Geórgia e Armênia. Os gregos ao se estabelecerem na costa oeste, banhada pelo mar Egeu, foram introduzidos ao vinho pelos frígios e contribuíram para sua disseminação pela Europa. Há muitas castas autóctones, que mais e mais vêm sendo trabalhadas para obter vinhos únicos com caráter próprio, diferenciando-se da grande maioria, que são vinhos simples. Até o século XX, o foco era na quantidade, em detrimento da qualidade. A Turquia tem a quinta maior área de vinhedos do mundo, com 517.000ha, mas somente 3% se destinam à produção de vinhos. A maioria vai para uvas de mesa, passas e destilado de uva anisado (raki). Além das vinícolas antigas, tradicionais, o que encontrei de mais incrível foram os novos projetos iniciados no século XXI, por apaixonados investidores de outras profissões, como engenheiros e médicos, que resolveram realizar um sonho e implantaram projetos de qualidade impressionante, como Nuzun, Kalpak, Barbare, Umurbey e 7 Sages, utilizando as castas francesas Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Malbec, Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay. Entre as uvas autóctones, destacam-se as Brancas: Emir e Narince e as Tintas: Öküzgözü, Bogazkere, Kalecik Karasi (esta para tintos leves ou rosés)

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winesofturkey.org

ENOTURISMO

Infelizmente, a exportação é muito baixa (menos de 5%), de modo que o vinho turco é pouco disponível e conhecido fora do país, incluindo o Brasil. Portanto, para saborear esta revolução turca do vinho só mesmo tendo o imenso prazer de estar aqui se embebedando de conhecimento das civilizações antigas. Imperdíveis passagens por Istambul, seus palácios e mesquitas, hipódromo, passeio pelo estreito de Bósforo; museu de Ankara; a Capadócia pelos balões ou explorando as cidades subterrâneas de oito ou mais andares; as piscinas calcárias e de travertino em Pamukkale; a maravilhosa cidade romana de Éfeso tão inspiradora e bem conservada; as nove camadas da cidade de Troia, cuja guerra com a Grécia realmente existiu, não por causa de Helena e sim pelo controle do comércio através do estreito de Dardanellos... e muito mais a descobrir!

A ABS-Campinas cresceu e mudou de cara. Desde 11/09/18, nos tornamos uma entidade independente, de abrangência nacional, a Sociedade Brasileira de Sommeliers - SBSomm!!! Desde sua fundação, em 19/07/2002, mantivemos por 16 anos uma vinculação direta com a ABS-SP, o que foi muito importante para consolidar uma profunda base de conhecimentos sobre o mundo do vinho. Ao longo do tempo, fomos buscando novas fontes de conhecimento e introduzindo muitas inovações em Campinas, como as Confrarias de Degustação, os jantares mensais em que cada associado leva seu vinho, as Lojas de Vinhos Parceiras com descontos para associados, os Restaurantes Amigos com rolha zero, os Programas de Aperfeiçoamento Técnico em visitas a vinícolas no exterior, os coquetéis e jantares após cursos e degustações, as fichas técnicas de análise qualitativa de vinhos, novos formatos de cursos, o Festival de Vinhos com múltiplas atividades, a Mostra Vinho & Arte, etc.. Mais que uma escola de vinhos ou palco de eventos, criamos uma nova comunidade: um ambiente de convivência, compartilhamento e congraçamento entre associados, em que passamos a nos conhecer melhor e nos tornamos amigos. Já formamos 7 turmas de Sommeliers Profissionais, com mais de 200 diplomados. A capacitação de apreciadores de vinhos (enófilos) se deu em 62 turmas do Curso Básico de Vinhos (15 horas-aula), com 2.500 diplomados, além de inúmeros outros cursos. Hoje contamos com 150 participantes em 15 Confrarias de Degustação, que já se reuniram em 634 encontros mensais. Realizamos 50 programas de visitas técnicas a vinícolas, sendo 30 viagens ao exterior e 20 no Brasil... sem falar no sem-número de degustações promovidas em nossa sede, por onde passaram ilustres produtores e vinhos ícones de todo o mundo. Queremos oferecer sempre mais no mundo do vinho. Desfrute da comunidade SBSomm, agora autônoma e mais dinâmica!


CLASSIMED ALUGA-SE Aluga-se sala para área médica Day hospital conceituado no bairro Castelo em Campinas, salas mobiliadas ou para mobiliar. Serviço de recepção e limpeza incluso no aluguel Contato (19) 32420522 / (19)994007405 administrativo@sanfranciscodayhospital.com.br Aluguel de sala Alugo sala por período ou mensal. Excelente clínica localizada em ponto nobre do bairro Nova Campinas. Contato (19) 99659-5759 Sala comercial para locação para área de saúde Alugamos salas de atendimento mobiliada ou para mobiliar inteiras ou períodos para profissionais da saúde. Clínica legalizada com ar condicionado, sala de recepção e espera, brinquedoteca e copa. Rua Camargo Paes, Jardim Guanabara. Contato - Mario (19) 99796-0708 / (19) 3368-6468 Dermatologista procura vaga em clínica ou consultório Procura-se vaga para atuar como médica dermatologista, para atender consultas, solicitar exames e fazer diagnóstico clínico. Contato: gabrielasilvapaiva@hotmail.com

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