Expedição Capixaba - Uma viagem pitoresca e fotográfica pelo Espírito Santo

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Copyright 2019 © Gabriel Lordêllo, Tadeu Bianconi & Tarcísio Bahia de Andrade Editores Tarcísio Bahia de Andrade Saulo Ribeiro Gustavo Binda Fotografia, edição e tratamento de imagem Gabriel Lordêllo Tadeu Bianconi Mosaico Imagem Organização e textos Tarcísio Bahia de Andrade Produção editorial, projeto gráfico, diagramação e capa Gustavo Binda Assistente editorial Gabriel Nascimento Natielly Dias Nobre Revisão Tiago Zanoli Versão em inglês Nadja Trombetta Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP)

A553e

Andrade, Tarcísio Bahia de. Expedição capixaba: uma viagem pitoresca e fotográfica pelo Espírito Santo / Gabriel Lordêllo; Tadeu Bianconi; Tarcísio Bahia de Andrade. – Vitória: Cousa / Maré, 2019. 264 p. 25cm

ISBN: 978-85-9578-096-5

1. Geografia 2. Viagens I. Lordêllo, Gabriel II. Biancconi, Tadeu III. Título CDU 910.4(81)

IMPRESSO NO BRASIL | PRINTED IN BRAZIL |2019| Todos os direitos desta edição reservados à Editora Cousa e Editora Maré Editora Cousa Editora Maré R. Sete de Setembro, 415

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APRESENTA:

PRODUÇÃO

APOIO



De Gabriel Lordello para Roberto Lordello e Ana Neri Rangel Lordello Katiuscia Comarella Lordello e Bento Comarella Lordello De Tadeu Bianconi para Waldir Bianconi da Silva e Daysi Helena Fontana da Silva Valéria Valim, Heitor Valim Bianconi e Henrique Valim Bianconi De Tarcísio Bahia de Andrade para Edson Odete de Andrade e Iêda Bahia de Andrade Carmen Maria Izento de Menezes e Rafael Izento de Andrade Gabriel e Tadeu também dedicam a Marco Antônio Ceotto Agradecimentos Caê Guimarães | Patrícia Salles | Vitor Bermudes



08 Apresentação 12 Introdução 26 Povos 44 Vilas e cidades 70 Arquitetura 86 Mares, Rios, Baías, C achoeiras e Lagoas 108 Matas e montanhas 136 Gastronomia 154 Trabalho 172 Artes & C ultura 192 Fé 218 Esportes


Apresentação



Viagens sem fim Ao longo dos últimos cinco séculos, muitas palavras

e intransferível. O “pitoresco” e o “fotográfico” do

e imagens fixaram aspectos variados das terras do

subtítulo se sobrepõem na obra de forma harmônica.

Espírito Santo. Na extensa lista desses primorosos Ambos se referem à imagem; ambos pressupõem um registros, agora se insere a presente obra, construída olhar próprio, refinado. com olhares privilegiados por pertencerem ao arquiteto Tarcísio Bahia e aos fotógrafos Gabriel Lordêllo e Na parte referente aos povos, os portugueses não são Tadeu Bianconi. Por um lado, três artistas conjugam

destacados – talvez por ser a etnia que predominou

suas sensíveis visões do espaço e do tempo capixabas em termos de língua e religiosidade e porque se quis para nos oferecer novos pontos de vista assentados ressaltar outras contribuições étnicas para se afirmar no belo. Por outro, revela-se nítida a filiação dos três

a heterogeneidade dos habitantes do Espírito Santo.

autores aos viajantes que os precederam – o gosto de O passado está mais vivo do que nunca nos rostos dos sair do conforto cotidiano, a capacidade de descrever capixabas aqui retratados que não traem suas origens, vivências inusitadas, o empenho de partilhar com

mas trazem ao presente poderosas heranças genéticas

outras pessoas caminhos e lugares revelados por meio e rico patrimônio cultural. de diferentes luzes, saberes e desejos. No item que trata das vilas e cidades, constam diversos Expedição Capixaba – uma viagem pitoresca e

sítios históricos e o que, no plano urbanístico, os

fotográfica pelo Espírito Santo estrutura-se a partir de

autores consideram mais representativo, ou que

projeto amorosamente pensado por ser concebido

mais de perto falam às suas almas de artistas – em

com carinho e liberdade. Basta levar-se em conta a ordem alfabética se apresentam Guarapari, Itapina, verdadeira aula ministrada na erudita introdução Itaúnas, Muqui, Santa Leopoldina, Santa Teresa, de Tarcísio Bahia, organizador e comandante do

São Mateus, São Pedro de Itapaboana e as “cidades

itinerário. Se o arranjo final dos temas não é lançado gêmeas” Vila Velha e Vitória, unidas para sempre ao acaso, ele também foge do convencional. Concilia pela baía e pela história. Há correlações entre os In English, p. 236

aspectos naturais e culturais, históricos e artísticos, povos e as vilas e cidades? É possível. Compete aos

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antigos e modernos num amálgama que agrada por leitores descobri-las. ser multifacetado. Os leitores recebem um convite: para com os mesmos textos e fotos fazerem suas No que diz respeito à arquitetura, primeiro se próprias combinações de um Espírito Santo pessoal definiram as tipologias existentes – as construções


populares no campo e na cidade, as casas rurais e de acordo com os interesses e as circunstâncias de as fazendas de café – maneira de chamar a atenção vida dos que se debruçarem sobre as páginas que se para as preciosidades ainda não descobertas ou seguem. Afinal, a expedição ora realizada pelo trio pouco valorizadas dessas edificações espalhadas pelo se multiplicará em muitos outros percursos dos território capixaba. Depois se alinham as escolhas

leitores – os que entrarão em contato com esta bela

de programas construtivos bem diversificados, e que obra assim que for lançada, ou mesmo aqueles que a contemplam ícones vinculados a múltiplas paisagens

interpretarão no decorrer do tempo, daqui a 20, 50,

humanas – Palácio Anchieta, Farol de Santa Luzia,

100 anos... Cada nova leitura significará uma outra

Ponte Florentino Avidos e o novo Aeroporto de visão do universo capixaba. Leituras e visões que se Vitória, recém-inaugurado.

perpetuarão em viagens sem fim.

A obra possui um fio condutor, uma instância sofisticada – palavras e fotos conversam entre si

Vitória, verão de 2019.

e umas com as outras, num diálogo mutuamente enriquecedor. Eis aí um dos pontos altos da Expedição

Fernando Achiamé

Capixaba a que se associa outro – a real contribuição

Poeta e historiador

para se construir e consolidar manifestações de ordem diversa que farão parte do patrimônio futuro do Espírito Santo. Neste livro, é emocionante constatar a presença de diversas modalidades de esporte e trabalho existentes em nosso estado; é admirável repassar as manifestações de arte, de fé, de gastronomia e de folclore que nos dizem respeito; é esclarecedor documentar a situação atual das plantações de eucalipto, das explorações de mármore e granito, dos rios e do litoral, das nossas matas, cachoeiras, montanhas e lagoas tão vilipendiadas, mas que ainda resistem. Até quando? Muito importante esta apresentação da realidade capixaba a ser interpretada de diferentes ângulos,

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Introdução



Introdução: Viagem e C onhecimento I

do país, sobre o lombo de cavalos ou mulas durante

Livros sobre viagens se tornaram um gênero próprio semanas ou meses, dormindo sob a lua, vulneráveis a da cultura humana, desde as célebres narrações de todo tipo de animal selvagem? Desbravar a mata “apeMarco Polo, passando por Goethe, em Viagem à Itá-

nas” para ver ou presenciar com os próprios sentidos

lia (1816), a David Byrne, mais recentemente, com

um mundo totalmente diferente de suas realidades?

Diários de Bicicleta (2009). E, no Brasil, para ficarmos, por enquanto, num único exemplo, temos Mário de Se, desde a época dos viajantes, muita coisa mudou, Andrade, com O Turista Aprendiz (1976).1

principalmente sob os aspectos tecnológicos, graças aos novos meios de transporte e comunicação, o fato é

Já o tema específico dos viajantes estrangeiros no Brasil

que viajar, buscar o “desconhecido”, sair do cotidiano

– comerciantes, diplomatas, aventureiros e/ou explo- e da zona de conforto, vivenciar o mundo, outras culradores naturalistas que, durante suas viagens, deixa-

turas, paisagens e sabores, enfim, tudo isso ainda faz

ram registradas em textos, desenhos e fotografias suas parte da alma humana. impressões sobre o ambiente que vivenciaram –, principalmente ao longo do século XIX, como demonstra- É esse espírito que vem nos movendo – eu e os fotógrado nos trabalhos de Ana Maria Belluzo (2000) e Car-

fos Gabriel Lordêllo e Tadeu Bianconi. Já tendo viaja-

los Martins (1999), tem sido bastante estudado sob os

do para todas as regiões capixabas, sentimos que era

mais diversos enfoques, num esforço de nos reconhe- hora de compartilhar nossas experiências, isto é, aprecermos melhor como nação e civilização.

sentar parte das nossas vivências a um público mais vasto, dando uma pequena contribuição à imagem do

Mas o que de fato movia tais pessoas a se aventurarem a

Espírito Santo.

cruzar o Atlântico em direção ao sul do Equador durante meses navegando, embarcados dentro de navios in- Uma ideia comumente aceita é a de que há dois Espí-

In English, p. 237

seguros, com risco de tempestades ou doenças a bordo? ritos Santos. O primeiro razoavelmente conhecido ou

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Ou, uma vez aportados no Brasil, mais precisamente na divulgado, porém nunca de modo intenso e extenso, capital implantada às margens da baía de Guanabara, seja pelos próprios capixabas, seja pelos demais brasiquais as razões os impeliam a se embrenhar pelo interior leiros. Mas há ainda o outro Espírito Santo, aquele de 1Sobre o tema, recomenda-se a seguinte leitura: MONTELEONE, Jorge. El Relato de Viaje. Buenos Aires: El Ateneo, 1999.

fato quase oculto, perdido nos grotões e que possibilita descobertas sensoriais inimagináveis.


Expedição Capixaba parte, então, da seguinte premissa: modo simples e direto, as vantagens do uso da expresapresentar uma visão geral do Espírito Santo atual por

são “viagem pitoresca” como título de um livro ilustra-

meio de fotografias e breves textos que buscam forne- do retratando “aspectos naturais e sociais” de um detercer um retrato parcial dessa parte do Brasil que ainda minado lugar, de tal modo que, desde a publicação de precisa ser melhor conhecida e reconhecida. Isso, con- Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, por Jean-Baptiste tudo, não significa esgotar um panorama desse estado Debret (entre 1834 e 1839), ou de Brasil Pitoresco, de brasileiro que quer se mostrar como um lugar dialético, Victor Frond3 e Charles Ribeyrolles, editado em 1859, multicultural, com fortes tradições seculares ainda pre- muitas outras obras surgiram com tal enfoque. Ainda sentes em seu dia a dia, mas também como uma econo-

que muitas tenham optado por adotar outras denomi-

mia voltada para além dos oceanos. Ou, dito de outro

nações, é certo que a construção de “enciclopédias ter-

modo, fortemente voltada ao comércio exterior, mas ritoriais ilustradas” se tornou um importante veículo ainda vinculada às commodities, isto é, tendo como base

de comunicação e registro histórico dos lugares.

produtos com pouco valor agregado. Contradições que só enriquecem aquilo que se entende por ser capixaba.

Expedição Capixaba está organizado da seguinte forma: são 10 capítulos temáticos, cada um deles subdi-

É, portanto, um desafio o que buscamos aqui: revelar

vididos em verbetes, que incluem fotos e texto, con-

esse Espírito Santo de hoje, um território relativamen-

textualizando cada assunto abordado. São eles, pela

te pequeno, porém com grande diversidade histórica,

ordem: Povos; Vilas e Cidades; Arquitetura; Mares,

geográfica e cultural.

Rios, Baías, Cachoeiras e Lagoas; Matas e Montanhas; Gastronomia; Trabalho; Arte e Cultura; Fé; e Esporte.

Ainda assim, cabe reforçar que Expedição Capixaba também é, como o subtítulo deixa claro, um livro de

A organização dos verbetes levou-nos, muitas vezes, a

fotografias. Por isso, uma viagem fotográfica. Mas por indagações sobre onde seria melhor posicioná-los. É o que pitoresca?

caso do Santuário de Anchieta, que se destaca tanto pelo aspecto arquitetônico quanto religioso. Ou, então, onde

Se Dawn Adès2 esclarece o uso do termo “pitoresco”

seria melhor colocar o “café”: em Trabalho ou Gastro-

por meio da análise de várias publicações de europeus

nomia? Além disso, nos vimos também com dúvidas

que tratam da representação da paisagem americana, é de outra natureza em relação a um verbete tão caro ao Herculano Gomes Mathias (1965) quem advoga, de Espírito Santo: o congo. Entendemos que, ao longo do 2 ADÈS, Dawn. “Os artistas viajantes, a paisagem e representações do Brasil”. In: MARTINS, Carlos (org.). O Brasil Redescoberto. Rio de Janeiro: Paço Imperial/Minc-Iphan, 1999, p. 16.

tempo, ele adquiriu um componente artístico próprio – 3 Sobre Victor Frond, trataremos mais adiante, haja vista sua inédita produção fotográfica em solo espírito-santense. 15


representado pelos grupos folclóricos, pela dança, pelo Por ora, fazemos um convite para que você venha conoscanto, pela famosa casaca e, até mesmo, por sua influên- co nesta “expedição” através das páginas que se seguem. cia na música capixaba contemporânea –, paralelamente ao aspecto religioso, cuja expressão é a puxada de mastro. II Expedição Capixaba é, de certo modo, uma homenaOutra questão foi a seleção de imagens, dada a qua-

gem a dois pioneiros, cada um a seu modo: o francês

lidade e quantidade de fotos de cada item, de modo

Auguste de Saint-Hilaire, que realizou sua primeira

que alguns verbetes encontram-se mais ilustrados, viagem às terras capixabas há exatos 200 anos, isto é, com mais fotografias, do que outros. É possível tam-

em 1818, e o escritor Levy Rocha, autor de Viajantes

bém que se faça algum questionamento em relação à

Estrangeiros no Espírito Santo (1971).

ausência de algum verbete. Nesse caso, o argumento é que tínhamos consciência sobre a impossibilidade de

Não devia mesmo ser algo simples de se realizar naquele

esgotar a totalidade de aspectos ou de informações que período, mas Saint-Hilaire não só percorreu boa parte pudessem revelar o que é o Espírito Santo atual.

do Brasil, como também do Espírito Santo, registrando e catalogando suas impressões sobre os lugares que visi-

Cabe também deixar claro que, dentro de cada capítu-

tou e, depois, divulgando tal conhecimento por meio da

lo, não houve intenção de criar uma ordem (cronoló- publicação do livro Segunda Viagem ao Interior do Brasil: gica ou alfabética, por exemplo) em relação aos verbe- Espírito Santo (1936). Mais tarde, ele retornou para emtes, ainda que logo o primeiro capítulo – Povos – dê a

brenhar-se em nova viagem, desta vez focada principal-

entender algo assim. A sociedade contemporânea pós- mente na região do Rio Doce, cujo resultado foi outra -industrial é caracterizada pela fragmentação e descon- publicação: Viagem ao Espírito Santo e Rio Doce (1974)4. tinuidade, entre outros aspectos que se opõem à unidade do período histórico anterior. Se não buscamos Por sua vez, o livro de Levy Rocha faz um apanhado ser tão desconexos e fragmentados assim, tampouco sobre diversos viajantes que, de passagem ou não entre fizemos esforço para estabelecer uma linha sequencial, o norte e sul do Brasil, estiveram no Espírito Santo, deixando ao leitor o (prazeroso) trabalho de interligar como a inglesa Maria Graham ou o pintor Charles os vários objetos retratados.

Landseer. Cabe ainda destacar outra obra de Rocha, esta sobre a ilustre viagem realizada por D. Pedro II

Enfim, importa dizer que foram todas as decisões tomadas de modo não arbitrário e que buscamos ao máximo organizar o livro coerentemente. 16

à província capixaba. Publicado em 1960, Viagem de 4 O trabalho de Saint-Hilaire foi publicado originalmente em dois tomos, em 1833, em Paris, de onde se extraíram os conteúdos de ambas versões brasileiras dedicadas ao Espírito Santo.


Pedro II ao Espírito Santo é também uma espécie de terras inabitadas ou para trabalhar nas fazendas de homenagem ao imperador, cuja visita se deu 100 anos café que já não mais contavam com a mão de obra antes, ou seja, em 1860, período no qual a monarquia

de africanos escravizados, foi determinante para a

ainda gozava de prestígio5.

transformação de algumas províncias brasileiras, entre elas o Espírito Santo. Se, inicialmente, esses novos

O Brasil, como se sabe, foi o último país das Amé- habitantes do Velho Mundo objetivavam trabalhar a ricas a proclamar a abolição da escravatura, ocorri- terra, acabaram também se dividindo entre a lavouda em 1888. Até então, a mão de obra escrava foi ra, a construção de novas estradas e também com a exaustivamente usada nas lavouras, num país onde a

derrubada da mata ainda virgem, cujas consequências

economia ainda era extrativista de base agrícola. Pres- são sentidas até hoje. sionado, o governo imperial de D. Pedro II empenhou-se em apoiar os grandes latifundiários na subs- III tituição daqueles trabalhadores libertados por meio

O Iluminismo do século XVIII, com o conceito de en-

de imigrantes europeus. Eram pessoas que buscavam

ciclopédia, fomentou o desejo de catalogação de infor-

novas oportunidades de trabalho, posto que a Europa mação como fonte de conhecimento e, até mesmo, de vivia grandes dificuldades políticas e econômicas na- entretenimento na nova população urbana europeia. O quele período. Em suas viagens pelo país, o monarca conhecimento, mais do que nunca, abrigava-se na napôde presenciar essa transição que marcaria definiti- tureza visível e inesgotável, capaz de suprir tudo aquilo vamente o destino do Brasil, assim como da provín- necessário às aspirações humanas. Mas, para isso, era cia capixaba, uma vez que a presença dos imigrantes indispensável que o homem a penetrasse, indo até seus europeus foi determinante para a construção do que

mais profundos grotões.

se entende pelo Espírito Santo atual. “O fato é que meu interesse pelo mundo se reno-

Então, em 1889, foi proclamada a República, e a famí-

va; testo meu poder de observação e examino até

lia imperial refugiou-se na Europa, dando início a uma

onde vão minha ciência e meus conhecimentos,

nova etapa da história brasileira.

se meus olhos estão limpos e veem com clareza, quanto posso apreender em meio à velocidade, e

O período entre a segunda metade do século XIX e

se as rugas sulcadas e impressas em meu espírito

as primeiras décadas do século XX, com a chegada de

podem ser de novo removidas.”6

levas de imigrantes europeus que vieram para ocupar 5 ROCHA, Levy. Viagem de Pedro II ao Espírito Santo. Vitória: Governo do Estado do Espírito Santo, 2008.

6 GOETHE, Johann Wolfgang von. Viagem à Itália: 1786-1788. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 30. 17


A partir da 1808, com a chegada do príncipe Dom

tidade de viajantes. A justificativa de muitas daquelas

João à colônia e a abertura dos portos às nações ami- viagens podia se dar em função de missão comercial ou gas, o Brasil tornou-se um território ávido por se re- até mesmo diplomática. Mas também houve as viagens velar. Como consequência, as terras brasileiras pas- exploratórias realizadas com o único propósito de estusaram a receber inúmeros viajantes estrangeiros que dar a natureza local, coletando material de pesquisa para buscavam conhecer, retratar, pesquisar e catalogar in- ser analisado por instituições europeias8. formações para serem enviadas à Europa. Do Brasil, saiu uma enorme quantidade de amostras coletadas

Eram grupos financiados por instituições científicas

para serem pesquisadas em laboratórios ou guardados

ou mesmo governamentais, autorizados pelas autori-

em museus, bem como desenhos e pinturas para ilus-

dades brasileiras a realizar tais missões. Desse modo,

trar livros e álbuns europeus.

na composição de parte dessas expedições, era comum a presença de naturalistas com várias formações, todos,

“Os aspectos pitorescos e etnográficos da fauna

porém, ávidos pelo estudo da ciência e da paisagem

e flora foram amplamente ilustrados pelos Spix e

dos trópicos e que deixaram registradas, em textos

Martius, Pohls, Wieds e Mikans. A beleza das nos-

(que podiam se dar na forma de diários de viagens)

sas flores, a pujança das nossas florestas, com a sua

ou em imagens (fossem por meio de esboços, fossem

variedade de plumitivos [sic], tiveram uma divul-

elaboradas aquarelas), as impressões que o país lhes

gação, nessa época, como poucos outros países.”7

impregnava, e que hoje nos servem de documentação indispensável à formatação do Brasil atual.

Assim, várias expedições de caráter científico e artístico, que muitas vezes encobriam interesses econômicos,

Alguns desses viajantes estrangeiros eram, portanto, ar-

percorreram o Brasil a partir daquele momento, com re-

tistas, como o já mencionado Debret, além de Johann

sultados que foram registrados, entre outras formas, em

Moritz Rugendas, Eduard Hildebrandt ou Thomas

publicações ilustradas por imagens contundentes, capa-

Ender, enquanto outros eram cientistas, como os ale-

zes de revelar ao mundo as peculiaridades das paisagens

mães Johann Baptist von Spix e Karl Friedrich Phili-

naturais, urbanas e rurais, que a maioria dos brasileiros pp von Martius, ou até mesmo aristocratas ou nobres nem sequer conhecia ou dava o devido valor.

monarcas, como o príncipe Maximiliano e a princesa Teresa da Baviera. Apesar das motivações e formações

Por se tratar da capital da colônia e depois do Império, o distintas, trata-se de um aspecto comum: estrangeiros Rio de Janeiro foi o território que recebeu a maior quan-

que vieram ao Brasil para uma curta ou longa perma-

7 LEÃO, Joaquim de Sousa. In: FERREZ, Gilberto. O Brasil de Eduard Hildebrandt. Rio de Janeiro, s.d, p.7-8.

8 MARTINS, Carlos (org.). O Brasil Redescoberto. Rio de Janeiro: Paço Imperial/Minc-Iphan, 1999. p.74.


nência, mas que produziram, cada um à sua maneira,

gistradas suas impressões sobre o que viram em livros,

um arcabouço de informações coletadas e registradas diários, relatórios, desenhos e fotografias10. que seriam parte do conhecimento acerca do próprio Brasil e que, na maioria das vezes, só se revelaram aos Não resta dúvida, porém, de que, provavelmente, o mais brasileiros em épocas recentes.

contundente de todos eles tenha sido o já mencionado Auguste de Saint-Hilaire. Naturalista com olhos volta-

A despeito de ter produzido um documento sobre o

dos para a botânica, Saint-Hilaire tinha, em suas viagens,

Espírito Santo em forma de diário, as palavras da prin-

o objetivo de realizar uma catalogação científica. Não

cesa Teresa da Baviera são bastante exemplares e sinte- obstante, daquilo que publicou, registrado com acuratizam os interesses dos viajantes. Segundo ela, o obje- da percepção social, é hoje um material formidável para tivo da sua viagem era “conhecer os trópicos e, sempre conhecermos um pouco da história capixaba. Por outro que possível, visitar povos indígenas, coletar plantas,

lado, também se pode vê-lo como um visionário: “(...)

animais e objetos etnográficos”9.

quando a província do Espírito Santo for sabiamente administrada e seus habitantes tiverem mais instrução,

E assim, graças ao trabalho e à iniciativa de pessoas como é possível que alcance um alto grau de prosperidade”11. Debret, Rugendas ou, até mesmo, de uma princesa como Teresa da Baviera, somos mais conscientes do nosso pas- Outro ilustre viajante que aportou em terras capixasado, para melhor entender o presente e, desse modo,

bas, em meados do século XIX, foi o artista francês

projetar o futuro. São exemplos clássicos e indispensáveis François-Auguste Biard. Durante o período em que para compreendermos o Brasil não apenas do século XIX, permaneceu na região, foram temas de suas pinturas mas o que viria ser o Brasil e, consequentemente, o Espírito Santo de hoje. IV Tal como outras províncias, a exemplo de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Maranhão, o Espírito Santo também recebeu a visita de estrangeiros e, até mesmo, de brasileiros de outras regiões – como foi o caso do bispo D. Pedro Maria de Lacerda –, que deixaram re9 BAVIERA, Teresa da. Viagem pelo Espírito Santo (1888): Viagem pelos Trópicos Brasileiros. Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2013. p.29.

10 Há também o caso de estrangeiros que simplesmente imigraram e produziram uma inestimável obra que nada deve à dos viajantes. As fotografias do alemão Albert Richard Dietze, que fixou residência no Espírito Santo, não ficam atrás dos registros deixados pelos visitantes, que “apenas” permaneceram por um curto período de tempo no território espírito-santense (hoje, damos o nome de turista a quem vivencia a “efêmera” experiência de viajar). Não obstante, o recorte desse texto são os viajantes e o que eles presenciaram em terras capixabas. Sobre o trabalho de Dietze, recomenda-se a seguinte leitura: LOPES, Almerinda Silva. Alberto Richard Dietze: Um Artista-Fotógrafo Alemão no Brasil do Século XIX. Vitória: Gráfica e Editoria A1, 2003. 11 SAINT-HILAIRE, Auguste de. Segunda Viagem ao Interior do Brasil: Espírito Santo. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936. Disponível em: http://www.brasiliana.com.br/brasiliana/ colecao/obras/50/Segunda-viagem-ao-interior-do-BrasilEspirito-Santo. Acesso em: 05 abr. 2016.


e desenhos tanto os índios e a floresta quanto as festas

Entre os habitantes, havia em sua maioria portugueses e

folclóricas que presenciou, além de ter produzido in-

negros, enquanto, do ponto de vista da produção agrí-

clusive um panorama .

cola, destacavam-se a mandioca, o milho, o açúcar e a

12

pastagem para criação de gado. Quanto aos indígenas, Além deles, o príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied, que de fato não se miscigenaram, restavam várias aldeias o enviado do governo suíço Johann Jakob von Tschu- de algumas etnias como os tupiniquins, sendo que muidi, o geólogo canadense e exímio desenhista Charles to se falava dos temidos botocudos, em sua maioria loFrederick Hartt, o também desenhista William John calizados nas regiões do Rio Doce e de São Mateus. Steains e o fotógrafo francês Victor Frond são alguns dos nomes de outros viajantes estrangeiros que percor- Como se sabe, o primeiro ciclo econômico do Brasil reram o território capixaba registrando as caracterís-

foi o da cana-de-açúcar, iniciado em meados do sé-

ticas do povo, a morfologia das cidades, a natureza e culo XVI. Sem conseguir domar o índio, fazendo-lhe suas paisagens. Até mesmo o já mencionado e célebre ser o trabalhador ativo e obediente para as usinas de Rugendas percorreu o Espírito Santo13.

açúcar, o português buscou no negro africano escravizado a solução para a mão de obra durante essa fase do

De modo geral, o que os visitantes presenciaram foram

período colonizador. O Espírito Santo não foi indife-

vilas e cidades ocupadas por casas em geral toscamente

rente ao restante da colônia, de tal modo que possuía

construídas, apesar de muitas delas cobertas por telhas.

proporcionalmente grande população de negros, que

O bispo Lacerda chegou a escrever: “Mas que quer? Na

ia das fazendas e usinas em Cachoeiro de Itapemirim,

terra não há arquitetos, e um que venha de fora custa

no sul da província, a São Mateus, no norte, uma das

um dinheirão”14. As antigas construções jesuítas, entre- portas de entrada dos africanos escravizados, no Brasil. tanto, como as de Benevente (atualmente Anchieta) e Reis Magos, sempre eram reconhecidamente marcantes. Menos desenvolvido do que o Rio de Janeiro, o Espírito Santo causou espanto e, eventualmente, certo desdém 12 “Antes de se despedir das matas, desejou pintar um panorama; contudo, os maruins, mais inconvenientes do que os pernilongos, foram um entrave. (...) À noite, as formigas cabeçudas pregaram-lhe uma grande peça: picotaram a obraprima, quase destruindo-a. Necessitou cinco dias mais de trabalho, para restaurar o quadro.” ROCHA, Levy. Viajantes Estrangeiros no Espírito Santo. Brasília: Ebrasa, 1971. p.102.

em muitos dos visitantes que provinham da corte. Vitó-

13 ROCHA, Levy, op. cit., p. 19.

Já Saint-Hilaire o que viu foi “um povoado decadente,

14 LACERDA, bispo Pedro Maria de. Diários das visitas de 1880 e 1886 à Província do Espírito Santo. Vitória: Phoenix Cultura, 2012, p. 601. 20

ria, até a virada do século XIX para o XX, ainda não era mais do que uma pequena vila. Sobre Vila Velha, por exemplo, Teresa da Baviera escreveu que não era nada mais do que “uma insignificante aldeia de pescadores”15.

15 BAVIERA, Teresa da. op. cit., p.140.


com pouco mais de quarenta casas rústicas, [que] não O olhar do visitante, contudo, era de fato atento a oferecia atrativos ao viajante, salvo o Convento da Pe-

tudo: “Nesta terra selvagem praticamente inabitada, os

nha” . Quanta diferença para os dias de hoje!

diretores e seus ajudantes não estão sujeitos a nenhum

16

controle e, assim, as somas anualmente destinadas pelo Mais lamentável, porém, foi o que ocorreu ao botâ- governo às aldeias nem sempre são aplicadas para os fins nico francês Jean-Théodore Descourtilz, pesquisador previstos originalmente”20. Como se vê, as contradições do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e enviado ao

e os desvios tão evidentes no Brasil de hoje, e que tanto

Espírito Santo em 1851 pelo governo imperial para

rechaçamos, já eram notados pelo visitante desavisado.

“proceder estudos mineralógicos e entomológicos”17. Conforme relata Levy Rocha, Descourtilz foi encon-

O tema da intolerância religiosa também foi objeto de

trado morto em 1855, na região de Santa Cruz.

registro do olhar estrangeiro à época. Trata-se de questão lamentavelmente atual, dada a radicalização que se vê hoje

Mas havia também quem visse o Espírito Santo da-

no Brasil e em boa parte do mundo. No Espírito Santo,

quela época com bons olhos, ou melhor, como se

isso foi observado a partir da chegada dos primeiros imi-

a região fosse constituída por benesses, como são o

grantes luteranos. Segundo von Tschudi (2004), o conflito

conjunto de imagens do fotógrafo Victor Frond. É se deu entre católicos e protestantes nas colônias de Santa bem verdade que se pode entender tais fotografias

Isabel e Santa Leopoldina. Entretanto, por ordem do go-

como uma estratégia midiática, para seduzir europeus verno imperial, tal ocorrência foi reprimida de imediato. insatisfeitos com a situação em seus países, “visando atrair a vinda de um número maior de imigrantes Já as estradas que percorriam a província eram poucas, para os assentamentos coloniais capixabas”18. Porém,

inseguras e até mesmo perigosas, com risco de ataques

a despeito da visão panfletária, as imagens de Frond

dos índios botocudos. A solução, muitas vezes, foi usar

tornam-se relevantes em função de serem “reconheci- os estrangeiros recém- chegados para trabalhar na medas como as mais antigas imagens fotográficas reali- lhoria das estradas. Com isso, a mão de obra masculina zadas no Espírito Santo”19.

de imigrantes deixava de se dedicar ao trabalho na sua própria lavoura. E, talvez, não houvesse jeito mesmo,

16 ROCHA, Levy, op. cit., p.78-79.

pois eles precisavam contar com caminhos viários tan-

17 Ibid, p.86.

to para o escoamento da safra plantada como para tra-

18 LOPES, Almerinda da Silva. In: FRANCESCHETTO, Cilmar. Victor Frond – 1860: Uma Aventura Fotográfica pelo Itinerário de D. Pedro II na Província do Espírito Santo. Vitória: Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, 2015. p.17.

zer os demais gêneros não produzidos na região, e que

19 FRANCESCHETTO, Cilmar. op. cit., p. 58.

20 BAVIERA, Teresa da. op. cit., p. 87.

eram necessários para a sua subsistência.

21


Naquele período, a economia capixaba, como a de boa

grandes transformações em sua economia, estrutura

parte do Brasil, estava centrada na monocultura do urbana e social, além dos aspectos culturais a partir café, o principal produto da balança comercial do país.

da contribuição das etnias de europeus que chegavam

Tratava-se de uma atividade produtiva que demanda-

para formar uma nova força de trabalho.

va intensa mão de obra e que também proporcionou investimentos não só em estradas, mas em ferrovias,

Também se pode fazer referência aqui às questões de

portos e transporte marítimo em geral, além da expan- saúde pública. Se há 200 anos, época de vinda de Sainsão urbana das vilas e cidades. Para que tal processo

t-Hilaire ao Espírito Santo, a província ainda encontra-

de desenvolvimento não fosse obstruído e, principal- va-se totalmente carente de infraestrutura, inclusive urmente, atendesse aos anseios de uma elite econômica,

bana, nas quais cidades antigas como Vitória e Vila Ve-

oligárquica e rural, era necessária uma massa de traba-

lha não eram mais do que povoados, é possível afirmar

lhadores capazes de dar conta de todo tipo de serviço que, ao longo dos 100 anos seguintes, foram notáveis as braçal que se apresentava disponível.

transformações ocorridas. No entanto, mesmo durante os primeiros anos do período republicano, com algumas

Ao Espírito Santo, chegaram famílias vindas de diversas

cidades capixabas já tendo expressivo desenvolvimento,

partes da Europa, tais como: Itália, Alemanha, Suíça,

ainda era grande a carência de outros serviços públicos,

Açores (ilha portuguesa), Tirol (estado austríaco), Po- como saneamento. As consequências desse tipo de conmerânia (região entre a Alemanha e Polônia), Luxem- tradição foram epidemias de cólera, varíola e até mesmo burgo, entre outros. Em terras capixabas, esses imigran- febre amarela, o que demonstra o quanto ainda é netes, mais do que substituir os negros africanos, foram cessário superar entraves crônicos, haja vista os recentes usados para ocupar terras até então improdutivas e com casos desta última doença no território capixaba21. mata fechada, anteriormente habitadas por indígenas. Apesar dos enormes avanços socioculturais ocorridos Cabe, porém, lembrar que o Brasil, graças aos movi-

no século XIX, desde a época dos viajantes europeus e,

mentos republicanos em curso, não gozava de uma

em seguida, a dos novos imigrantes colonizadores, já

tranquilidade política. À transição do fim da escrava- havia uma estrutura socioeconômica na qual o govertura, cuja Lei Áurea foi sancionada em 1888 – após a

no brasileiro era um importante indutor da economia

proibição do comércio ou da entrada de africanos no local, oferecendo trabalho de caráter público, o que país, em 1850, e a Lei do Ventre Livre, em 1871 –, so- fazia o dinheiro circular pela região onde eles estivesmou-se a Proclamação da República, em 1889. Todas 21 É certo que boa parte dos casos recentes de febre amarela se deu em áreas de matas, de modo que se trata do tipo silvestre. Ainda

ações aspiravam à modernização do Brasil, que já vivia assim, as populações urbanas, não só do Espírito Santo, mas de boa parte da Região Sudeste, tiveram que ser massivamente imunizadas.

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sem instalados. Se não era uma abundância de recursos

foi bastante elevado. Fatos que contribuíram para que

financeiros, por outro lado, os colonos desviavam sua tais comunidades pouco se integrassem com os demais atenção da produção da sua principal atividade, que capixabas até poucas décadas atrás. era o cultivo da lavoura em sua própria terra. Trata-se assim de uma situação recorrente que vemos ainda

O período que vai da queda da bolsa de Nova Iorque,

hoje em muitos municípios brasileiros e capixabas: a em 1929, ao fim da Segunda Guerra, foi decisivo do dependência da população local dos empregos oferta- ponto de vista econômico para o Espírito Santo. Pridos por prefeituras, a partir de recursos recebidos por meiro, a crise financeira no mercado de ações norte-ameio de repasses federal ou estaduais.

mericano fez o preço do café cair rapidamente. Depois, os conflitos armados na Europa e no Pacífico aumenta-

As primeiras décadas dos imigrantes europeus no Espíri- ram a demanda por minério de ferro a ser utilizado na to Santo não foram das mais fáceis. Muitos deles se senti-

fabricação de armamentos. A criação da Companhia

ram enganados pelo governo, cujas sedutoras promessas Vale do Rio Doce se deu nesse contexto. apresentavam condições gerais bem mais atraentes no que se referia, por exemplo, à qualidade do solo a ser cul-

Desse modo, se o retrato do Espírito Santo do século

tivado e ao tamanho dos lotes que cada família receberia.

XIX visto por alguns dos viajantes não era dos mais promissores, hoje é possível perceber o quanto houve de

Posteriormente, já no segundo quarto do século XX, no

avanços, mas também de retrocessos. O mais evidente e

âmbito da Segunda Guerra Mundial, um novo quadro lamentável talvez seja a destruição de boa parte da Mata se mostrou para tais populações. O Brasil tomou posi- Atlântica, entre outros biomas, e que tem como conseção em favor dos Aliados e contra a Alemanha e a Itália, quência a diminuição e o assoreamento do leito dos rios justamente os países de onde saiu a maior quantidade de e a crise hídrica vivida nos dias atuais. A perda de boa imigrantes que se destinaram ao Espírito Santo. A partir

parte da cobertura vegetal provocou o desaparecimento

de então, as famílias alemãs, italianas e seus descendentes de várias nascentes, a evaporação das águas fluviais e a passaram a sofrer diversos tipos de dificuldades impos- erosão das margens dos rios, num círculo vicioso. tas pelos demais habitantes do território capixaba, como foi o caso de barreiras educacionais contra o ensino das

Não obstante, muitos dos hábitos daquele período

línguas maternas nas escolas localizadas nas colônias de pouco se modificaram, e o desejável é que assim mesimigrantes. Se isso ocorreu principalmente nos assenta- mo deveriam permanecer, isto é, que continuem sendo mentos do interior onde elas tinham se estabelecido, em valorizados e, na medida do possível, preservados. É o cidades maiores, como Vitória, o clima de animosidade caso da culinária. Se há algo de que o capixaba sente

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orgulho é da sua gastronomia, com destaque para a que agora, em pleno século XXI, tal contexto se torna moqueca preparada na panela de barro, um costume

uma imensa oportunidade.

que remonta ao modo de comer dos índios da região. Assim, é evidente que o Espírito Santo atual é um E ainda hoje somos submetidos cotidianamente ao uso

grande caleidoscópio cultural, apresentando enorme

de utensílios e objetos domésticos, bem como ao tra- diversidade de paisagens, povos e histórias, que retamento de moléstias à base de ervas, a partir do co- sultam numa gastronomia própria, em monumentos nhecimento e dos costumes indígenas. Daí que colher arquitetônicos e paisagísticos singulares e numa ativide pau, cestos de fibras e cochilar ou dormir na rede

dade econômica pujante.

são coisas típicas herdadas dos índios que já habitavam esta terra desde muito tempo.

Enfim, pode-se afirmar que qualquer visitante hoje, estrangeiro ou não, terá uma percepção bem distinta daque-

Há também outras tradições seculares relacionadas à fé

la percebida pelos viajantes que estiveram em terras capi-

ou festejos que, nesse caso, na maioria das vezes, têm xabas no passado, quando a província era mesmo consiorigem portuguesa ou africana e ainda permanecem

derada “decadente”, segundo palavras de Tschudi (2004).

impregnadas na cultura local formando o patrimônio afetivo do povo espírito-santense. Segundo Francisco Aurélio Ribeiro, são duas as condições que caracterizam a cultura capixaba: a mestiçagem, devido às várias etnias que ocuparam o território, e a “marginalidade histórica, geográfica e política”, dada a proximidade justamente com quem teve o protagonismo na história brasileira (Bahia, nos séculos XVI e XVII; Minas Gerais, no século XVIII; Rio de Janeiro, no século XIX; e São Paulo, no século XX). Se isso fez com que o capixaba canibalizasse a si próprio, num processo cuja cultura se mostra “híbrida e marcada por contrastes”22, é possível pensar 22 RIBEIRO, Francisco Aurélio. In: ESPÍRITO SANTO (Estado). Espírito Santo: Um Painel da Nossa História. Vitória: Edit, 2002. p.37. 24

Tarcísio Bahia de Andrade


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povos

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Índios Habitantes originais do Espírito Santo, os indígenas são hoje apenas uma pequena parcela da população que compõe o que se denomina “capixaba”, que vem justamente a ser uma palavra de origem tupi-guarani, cujo significado é roça de milho. Por não se aculturarem, isto é, por não se submeterem aos interesses dos colonizadores portugueses, os indígenas foram praticamente dizimados em quase todas as regiões do estado. Não obstante, durante os períodos colonial e imperial o território espírito-santense também era bastante conhecido por ser a morada dos valentes botocudos, que habitavam as matas do interior. Na atualidade, o povo indígena do Espírito Santo é composto por remanescentes tupiniquins e guaranis, a maioria deles estabelecida no município de Aracruz. A despeito da sua trágica história, a herança indígena é extremamente rica e presente na cultura capixaba, seja na culinária In English, p. 243

(como no caso da típica panela de barro

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com sua famosa moqueca), seja na denominação de várias localidades, tais como Itaoca, Itapina, Cariacica ou Piraquê-Açu, entre outros.


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Negros A história dos negros africanos no Brasil começa no século XVI, no início do processo colonizador pelo português, após o fracasso em tentar fazer do índio autóctone a mão de obra subserviente que trabalharia nas fazendas. Apesar de subjugado à força, o negro resistiu, se miscigenou, integrou-se e hoje compõe o caleidoscópio étnico-cultural brasileiro e, claro, capixaba. A porta de entrada dos negros escravizados no Espírito Santo foi o porto de São Mateus, no norte do estado, próximo à província da Bahia. Graças a isso, São Mateus e Conceição da Barra são os municípios com maior percentual de população negra no território espírito-santense e onde está localizada a maioria das comunidades quilombolas capixabas. Quilombo é o nome dado aos locais onde os negros fugidos se escondiam durante o período escravocrata brasileiro. Os habitantes dos quilombos são chamados de quilombolas, e seus descendentes conformam as muitas comunidades afro-brasileiras reconhecidas em todo o país.

In English, p. 243

Hoje, a cultura negra se faz presente em todas re-

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giões do Espírito Santo, desde manifestações folclóricas tradicionais, como o caxambu e o carnaval de Roda d’Água, até ações contemporâneas como o cinema com temática negra.


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Italianos De todas as etnias europeias que vieram para o territó- de um italiano pioneiro: Pietro Tabacchi. Mais tarde, rio capixaba, os italianos foram (e ainda são) os mais chegou um novo grupo de italianos para a colônia de numerosos, presentes não só na imagem atual do Es- Rio Novo, no sul capixaba e, em seguida, os que viepírito Santo como em todas as regiões do estado. Se as

ram para trabalhar nas fazendas latifundiárias na região

precárias condições econômicas na segunda metade do de Cachoeiro de Itapemirim. século XIX na recém-unificada Itália foram a motivação para imigrarem, somadas às promessas feitas pelo Mas, sem dúvida, a cultura italiana se vê hoje mais in-

In English, p. 243

Governo Imperial do Brasil, atualmente, os italianos e tensa em municípios como Santa Teresa (considerada a

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seus descendentes capixabas têm significativa participa-

primeira cidade fundada por italianos no Brasil) e Ven-

ção na cultura, economia e política do Espírito Santo.

da Nova do Imigrante, ambas na região centro-serrana do Espírito Santo, e também no norte do estado, em

Inicialmente, houve um pequeno número de imigran- cidades como Colatina e Nova Venécia, cujo nome é tes que se estabeleceu em Santa Cruz por intermédio justamente uma homenagem a Veneza.


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Alemães A história das primeiras famílias de alemães que chegaram ao Espírito Santo começa em meados do século XIX, na colônia de Santa Isabel, na região serrana do estado, que na ocasião pertencia a Viana, mas hoje faz parte do município de Domingos Martins. Trata-se de uma época na qual as condições de vida para muitos alemães eram difíceis e não promissoras. Tudo mudou com o convite para imigrarem para o Brasil, feito pelo Governo Imperial de D. Pedro II, que prometeu contrapartidas que incluíam doação de terras e ajuda de custo às famílias. Esses primeiros colonos alemães do Espírito Santo eram tanto católicos quanto luteranos. Após o estabelecimento de Santa Isabel, os luteranos acabaram decidindo adentrar mais a serra e iniciarem outra colônia, posteriormente denominada Campinho, atual sede do município. Tendo recebido imigrantes provenientes de várias regiões da antiga Prússia, antes da unificação e criação do Império Alemão, Santa Leopoldina é outro município que também possui forte presença de alemães desde sua fundação.

In English, p. 244

Hoje, a herança germânica se faz bastante presente na

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cultura capixaba, em festas como a Sommerfest – Festival da Imigração Alemã, na gastronomia à base de salsichas, chucrute e cerveja ou em nomes familiares de destaque como Schowambach ou Gerhardt.


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Pomeranos A Pomerânia era um território localizado entre a Alemanha e a Polônia e que, após o processo histórico iniciado na unificação germânica, que durou até a Segunda Guerra Mundial, já não existe. Devido à crise econômica naquela região europeia ao longo do século XIX, na década de 1870 milhares de pomeranos imigraram para o Brasil, incluindo várias famílias que chegaram ao Espírito Santo, cujos descendentes ainda mantêm hábitos originais, entre eles seu próprio idioma. Confundidos com os alemães e, justamente por isso, discriminados pelos brasileiros durante a guerra, os pomeranos se mostraram um povo resiliente, de tal modo que Santa Maria de Jetibá, município na região serrana do estado que abriga a maioria dos pomeranos e seus descendentes capixabas, desponta na agropecuária nacional, ocupando lugar de destaque na produção de ovos. Ao longo do tempo, alguns dos costumes originais dos pomeranos espírito-santenses foram se transformando ou se perdendo, tais como o antigo casamento no qual a noiva vestia-se de preto. In English, p. 244

Entretanto, num esforço de recuperar e preservar

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alguns outros aspectos culturais tradicionais, essas comunidades vêm promovendo uma série de ações de valorização do seu patrimônio afetivo, evidenciado em festas e danças típicas.


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Tiroleses Tirol, cuja capital é Innsbruck, é um estado da Áus-

ratriz Leopoldina, a população da Áustria tomou conhe-

tria. Em meados do século XIX, “proibidos pelas rigo- cimento dos tiroleses capixabas, fato que causou grande rosas leis austríacas de contrair matrimônio e, assim, surpresa no país europeu. A partir desse fato, foram reaconstituir família, os jovens do Tirol encontraram a lizadas viagens em ambos os sentidos e reativaram-se as saída: emigrar em massa para o Brasil. Formaram em relações afetivas e familiares outrora esquecidas. Santa Leopoldina uma comunidade isolada” (Medeiros, 1997: 110).

Na comunidade capixaba do Tirol, em Santa Leopoldina, tanto a igreja católica, uma construção do final

Tão surpreendente quanto foram as razões do processo do século XIX, quanto a casa paroquial construída na imigratório tirolês para o Espírito Santo foi a posterior década de 1920, são tombadas pelo Conselho Estadual descoberta dessa comunidade pelos austríacos. Somente de Cultura. A arquitetura da igreja, com seu telhado na década de 1990, quando uma equipe jornalística visi- acentuado e uma torre lateral excêntrica, remete ao es-

In English, p. 244

tou o Brasil para realizar uma reportagem sobre a Impe- tilo neogótico, típico do período.

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Vilas e cidades

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Guarapari Seu nome é de origem indígena, significando “arma-

nazíticas. A proximidade com a capital faz com que

dilha de pássaro”, no caso, para caçar guará, ave cuja muitos moradores de Vitória e da vizinha Vila Velha plumagem é intensamente avermelhada e era encon- possuam uma segunda residência na cidade, criando trada nos mangues da região.

um movimento sazonal durante os finais de semana.

Hoje, sendo o principal destino turístico capixaba, Ao longo do seu belo litoral, encontram-se diversos tiGuarapari recebe uma imensa população flutuante pos de praias, desde as mais calmas às mais agitadas, das no verão e nos feriados, trazendo muita agitação e

pequenas enseadas às longas e extensas, daquelas fre-

também muitos problemas típicos de uma cidade que quentadas por idosos às dos surfistas. Além das praias passa a maior parte do ano esvaziada. A principal atra- famosas, Guarapari também abriga o Parque Estadual ção do lugar são suas praias, que adquiriram fama na Paulo César Vinha, no qual o visitante pode contem-

In English, p. 244

década de 1960 por conta das terapêuticas areias mo- plar um ambiente de restinga em sua plenitude.

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Itapina Localizada no município de Colatina,

Outro aspecto que lhe particulariza é o fato de a cidade mar-

Itapina foi fundada no século XIX. En-

gear o Rio Doce, cuja bacia serviu para implantação da Estrada

tretanto, Itapina só veio mesmo a crescer

de Ferro Vitória a Minas, linha ferroviária construída para o

e prosperar a partir da primeira década

transporte do minério de ferro de Minas Gerais para o litoral

do XX, vivendo seu apogeu até os anos

capixaba. Desse modo, Itapina possui na ferrovia e estação de

1960, quando entrou em decadência.

passageiros um dos seus marcos urbano e arquitetônico.

In English, p. 245

Seu casario reflete, então, as característi-

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cas arquitetônicas do período anterior ao

Destaque ainda para uma ponte metálica rodoviária inacabada,

modernismo, com construções em linhas

que deveria ligar a cidade à outra margem do Rio Doce e hoje

ecléticas e até mesmo art déco.

é um dos seus atrativos turísticos.


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Itaúnas A pequena e bucólica vila da Itaúnas, na divisa com a Bahia e pertencente ao município de Conceição da Barra é, na verdade, uma urbanização recente, pois a antiga vila que existia próxima ao mar foi soterrada pelas areias das famosas dunas do lugar. Trata-se de um processo da natureza provocado pelo próprio homem, ao remover uma faixa de mata que servia de barreira e impedia a movimentação da areia. Hoje, do alto das duas dunas, olhando para o mar, o que se vê é uma das imagens mais atraentes do patrimônio paisagístico capixaba. E o mar, de águas mornas, é um convite permanente para um mergulho. Além disso, o visitante também encontra no lugar o Parque Estadual de Itaúnas, composto por restinga, dunas, alagados e até mesmo sítios arqueológicos. Não bastassem tais atrativos, Itaúnas também é conhecida por ser a “terra do In English, p. 245

forró pé-de-serra”, que, mesmo sendo

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um ritmo musical nordestino associado às festividades de São João, encontrou no norte do Espírito Santo mais um lugar onde refugiar-se.


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Muqui Muqui teve grande impulso ao longo do ciclo econômico cafeeiro, graças à implantação da linha ferroviária inaugurada em 1902, que possibilitou a conexão da cidade com Vitória, a capital da província, de onde o café era exportado principalmente para a Europa. O traçado urbano histórico possui duas vias que se articulam transversalmente a partir da praça principal da cidade, em formato triangular, estando a igreja matriz posicionada num dos vértices e numa cota ligeiramente elevada, o que lhe dá uma destacada visibilidade. A via principal desenvolve-se paralelamente ao rio e à linha férrea, além de concentrar o comércio local. O conjunto urbano é formado principalmente por construções ecléticas de até dois pavimentos, mas também encontramos algumas edificações com linhas modernistas. A cidade é também cenário de manifestações culturais tão importantes quanto incomuns no âmbito do Espírito Santo e de caráter erudito e popular. No aspecto erudito, dado o apogeu de outrora, a cidade abriga vários pianos em muitas das residências, senIn English, p. 245

do palco de saraus musicais. Já em termos de cul-

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tura popular, Muqui realiza anualmente o carnaval do Boi Pintadinho e o encontro de Folias de Reis, ambos eventos festivos tradicionais que reúnem o sagrado e o profano.


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Santa Leopoldina Sua história começa com a chegada de imigrantes europeus

Tombada pelo Conselho Estadual de Cultura

não lusitanos, no final do século XIX, convidados pelo Go-

em 1983, a cidade tem no Museu do Colo-

verno Imperial de D. Pedro II para substituir a mão de obra

no o seu principal atrativo turístico, também

escrava na lavoura de café, sendo que seu desenvolvimento

muito visitado por grupos de estudantes.

In English, p. 245

se deu principalmente em função do Rio Santa Maria, que

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possuía leito navegável, de onde partiam mercadorias para

No entanto, a despeito de ser o registro vivo

Vitória, capital da província.

de tradições, imagens e lembranças, boa parte da população que hoje vive em Santa Leo-

Se, junto à margem sul do Rio Santa Maria, encontra-se a maior

poldina ainda precisa passar por um processo

parte do casario da cidade, incluindo a Igreja Matriz numa par-

de educação patrimonial que redirecione a

te elevada, na margem norte está a principal praça, ainda que

percepção sobre o valor embutido no patri-

esvaziada, o que lhe dá mais um caráter contemplativo.

mônio que lhe pertence.


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Santa Teresa Considerada a mais antiga cidade brasileira coloniza- Um dos seus principais atrativos é a Casa Lambert, da por imigrantes italianos que chegaram ao país na construída originalmente pelos irmãos Antônio e segunda metade do século XIX, Santa Teresa é, junto Virgílio Lambert, em 1875, e atualmente tombada com Venda Nova do Imigrante, a que também me-

pelo Conselho Estadual de Cultura.

lhor preservou aspectos culturais herdados da Itália. A estrutura urbana da cidade evidencia a inexistência Graças a isso, a cidade é hoje um destacado destino de um planejamento territorial prévio, de tal modo que turístico capixaba, tendo inclusive um calendário de a ocupação espacial do lugar provavelmente se deu de festas e eventos que atraem tanto pessoas de outras forma espontânea, como aliás encontramos em diversas

In English, p. 245

partes do Espírito Santo quanto de outros estados. cidades italianas, em especial as do período medieval.

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São Mateus Importante entreposto comercial para a movimentação de

centes quilombolas, ao contrário de outras

mercadorias pela região norte do Espírito Santo e sul da Bahia,

regiões do Espírito Santo.

In English, p. 246

São Mateus viveu seu apogeu graças à farinha de mandioca e,

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só posteriormente, à cafeicultura, além, é claro, às condições

O local de implantação do núcleo urbano

favoráveis de navegação ao longo do Rio Cricaré.

obedece ao modelo colonizador português, com parte baixa contendo o porto junto a um

Foi também uma região que recebeu muitos negros escraviza-

rio, baía ou mar, e uma parte alta, de onde

dos trazidos da África e que concentra, ainda hoje, remanes-

toda a cidade e seu entorno se podia avistar.


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São Pedro do Itabapoana Trata-se de um pequeno distrito no sul do Espírito

baixa e outra alta, na qual encontra-se a praça com a Igre-

Santo, ao redor do qual encontram-se algumas dezenas

ja Matriz em seu ponto central. E se a parte alta possui

de fazendas do ciclo do café que demonstram a opu- calçamento em paralelepípedo, a baixa, principal entrada lência daquele período, que vai do final do século XIX do sítio, apresenta pavimentação em pé de moleque. às primeiras décadas do século XX. O local é tombado pelo Conselho Estadual de Cultura, incluindo tanto o

São Pedro do Itabapoana começa seu declínio após a

perímetro urbano quanto 41 dos seus imóveis.

construção de uma linha ferroviária onde atualmente encontra-se a sede do município de Mimoso do Sul.

Implantada no meio de um vale por onde passa um cór-

Hoje, porém, a cidade se mantém como um destacado

rego pouco visível e com um trecho inclusive canalizado, destino turístico do sul capixaba, além de sediar o tra-

In English, p. 246

a cidade possui estrutura urbana dividida numa parte dicional Festival da Sanfona e Viola.

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Vila Velha Marco do início da colonização espírito-santense, Vila

vento da Penha, maior símbolo religioso do Espírito

Velha foi fundada em 1535 por Vasco Fernandes Couti- Santo. Trata-se de um patrimônio que se soma à beleza nho, o português donatário da então Capitania do Espí- de suas praias, como a da Costa, a de Itapuã ou a do rito Santo. Em 1549, ela perdeu a condição de sede para Barrão, localizada no balneário da Barra do Jucu. Vitória, uma ilha com um promontório no fundo do canal navegável, que dava melhores condições de defesa, Após a conclusão, em 1989, da Ponte Deputado Darcy principalmente de ataques indígenas.

Castello de Mendonça, mais conhecida como Terceira Ponte, a cidade teve um grande impulso econômico e

In English, p. 246

A cidade conta com vários monumentos históricos que demográfico. Com mais de 400 mil habitantes, Vila Ve-

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guardam a memória daquele período, como a Igreja

lha é hoje a segunda maior cidade do estado em popu-

Nossa Senhora do Rosário e, principalmente, o Con-

lação e sua economia está baseada no setor de serviços.


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Vitória Junto com Florianópolis e São Luís, Vitória é uma das

com o mar, a Baía de Vitória e o Canal de Camburi, a

três capitais insulares brasileiras. Fundada em 1551, natureza se faz bastante presente em Vitória nos seus é também uma das cidades mais antigas do país. Seu morros, com destaque para o Maciço da Fonte Grannome foi dado como homenagem à vitória na batalha

de, e no manguezal na parte noroeste da ilha.

liderada pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho contra os índios goitacazes.

Vitória também conta com um Centro Histórico, onde encontram-se várias construções arquitetonicamente

Além da parte insular, a capital do Espírito Santo pos-

significativas, como o Palácio Anchieta, a Capela de

sui parte do seu território no continente e conta ainda Santa Luzia e a Catedral Metropolitana de Vitória.

In English, p. 246

com diversas outras ilhas no conjunto do seu perímetro

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municipal. Tal condição faz com que um dos elemen-

Não obstante, hoje ela é uma cidade cosmopolita, foca-

tos presentes na paisagem da cidade sejam as pontes,

da no setor de serviços, com altos índices de desenvol-

que ligam a ilha ao seu entorno, bem como a expressi-

vimento em termos nacionais e voltada para o século

va presença da água como aspecto da paisagem. Junto

XXI, cuja economia está atrelada ao comércio exterior.


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Arquitetura

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C onstrução popular e vernacular Segundo a tradição portuguesa adotada pelos primei- L. Wright; mas, dentro do conceito, também é possível ros colonizadores, as construções domésticas adotaram

incluir as brasileiras casas em taipa ou adobe.

preferencialmente a taipa de mão como sistema estrutural e de vedação. A taipa de mão consiste em paredes Por outro lado, toda construção não erudita, isto é, formadas por trama de madeiras preenchida por barro

feita a partir de um conhecimento aprendido na expe-

(argila) que, uma vez seco, endurece, garantindo a ri- riência prática, sem formação acadêmica, pode ser congidez e estabilidade da construção.

siderada popular. No Espírito Santo, como em todo o Brasil, em função de sua história socioeconômica, é

Toda edificação, uma casa normalmente, cujos mate-

possível encontrar excelentes exemplos de construção

riais e técnicas construtivos utilizados são provenientes

popular, seja na área urbana, seja na rural.

da sua própria região, é considerada uma construção vernacular. Daí que é comum associá-la à ideia de que

São construtores que, muitas vezes, aprenderam seus

se trata de uma arquitetura de baixa qualidade técnica,

ofícios no convívio familiar e que hoje, usando de cria-

o que não é verdade. Uma construção vernacular pode

tividade, dão forma às edificações que respondem à sua

ser bastante sofisticada. Um exemplo disso é a famosa função primordial, isto é, servir de abrigo às pessoas

In English, p. 247

Casa da Cascata do arquiteto norte-americano Frank que delas necessitam.

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C asa rural Conforme registros da época, pode-se afirmar que as cons-

A grande mudança que se deu com o tempo

truções que hoje vemos nas diversas zonas rurais agrícolas do

foi em relação ao processo construtivo: se an-

interior do Espírito Santo pouco diferem daquelas casas do

tes essas casas eram edificadas com taipa, hoje

passado, quando se iniciou a ocupação do território capixaba.

o que se vê é o tijolo cerâmico cozido sendo

In English, p. 247

usado como elemento construtivo preferen-

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Em geral, tratam-se de casas com a planta em formato retan-

cial, além da substituição de folhas de palmei-

gular contendo todos os ambientes da residência, excetuando-

ras ou da telha cerâmica capa-canal artesanal

-se, em alguns casos, a cozinha, abrigada num outro retângulo

pela telha cerâmica industrializada ou mesmo

menor justaposto ao volume principal.

pela telha de fibrocimento.


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Fazendas de café O ciclo econômico do café no Espírito Santo ini-

os cafeicultores ergueram edificações exemplares em

ciou-se na segunda metade do século XIX, nas re-

termos arquitetônicos para abrigarem as sedes das

giões sul e serrana capixabas. Já por volta da década

propriedades. Símbolos da opulência daquele perío-

de 1830, o café era o principal item de exportação do, as sedes serviam de administração da fazenda e brasileiro, tendo se desenvolvido intensamente em

residência familiar dos barões.

boa parte da Região Sudeste graças ao clima local.

In English, p. 247

O Espírito Santo possui diversos casarões históricos

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A estrutura social que possibilitou a existência das remanescentes, muitos em ruína. Outros, contudo, grandes fazendas de café era baseada na escravatura

encontram-se em perfeito estado de conservação,

e no rigoroso controle dos “barões do café”, latifun- como a Fazenda Independência, em Mimoso do diários que viviam sob a égide do Governo Imperial.

Sul, a Fazenda Santa Rita, em Muqui, e a Fazenda

No que tange à estrutura física das fazendas, porém,

do Centro, em Castelo.


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Palácio

Anchieta Sede cerimonial do Governo do Estado do Espírito Santo e situado sobre a colina da Cidade Alta do Centro de Vitória e defronte para o porto, o Palácio Anchieta sofreu diversas alterações ao longo da história, desde o início de sua construção, em 1570, até chegar ao seu aspecto atual. Sua gênese, em meados do século XVIII, remonta ao Colégio de São Tiago, quando a edificação possuía apenas uma ala e uma igreja. A forma quadrilátera e o estilo neoclássico atuais são, portanto, características da imagem de um patrimônio histórico que está consolidado no imaginário dos capixabas, mas que não corresponde à origem formal da edificação.

In English, p. 247

Após sua última restauração, o Palácio

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Anchieta passou a abrigar diversas exposições artísticas, tornando-se um importante equipamento cultural da cidade, sendo bastante visitado tanto por turistas como pelos próprios capixabas.


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Farol de

Santa Luzia Com 12 metros de altura e estrutura da torre em ferro e formato octogonal trazida da Escócia, o Farol de Santa Luzia foi inaugurado em 1871, no governo de D. Pedro II, sendo hoje um ponto turístico da cidade de Vila Velha. Sua função era orientar os navegadores no canal de acesso ao Porto de Vitória. Originalmente, a iluminação se fazia com querosene, substituído por energia elétrica em 1938. Se a função de um farol é ser visto pelos navegantes, é curioso observar que a visão que se tem da magnífica paisagem circundante é um atrativo do lugar. Farol é uma palavra de origem grega em referência à ilha da Faros, In English, p. 247

que era ligada à Alexandria, cidade

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fundada por Alexandre, o Grande, em 332 a.C., onde se localizava o famoso farol, considerado uma das Sete Maravilhas da Antiguidade.


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Ponte Florentino Avidos Popularmente conhecida como Cinco Pontes, uma vez

A decisão de se instalar uma ponte naquela parte

que sua estrutura é constituída de cinco vãos arqueados

da cidade se deve ao início de construção do por-

justapostos, a Ponte Florentino Avidos foi construída

to de Vitória em 1906, o que demandaria acesso

para ligar o continente à ilha de Vitória. Na verdade, a

rodoferroviário para escoamento das mercadorias.

In English, p. 248

ponte inicialmente ligava a parte continental à ilha do Encomendada na Alemanha, a Florentino Avidos é

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Príncipe, de onde saía uma outra ponte com um único

uma ponte metálica que veio transportada em na-

vão arqueado que então chegava à capital. Após o ater-

vio, tendo sido montada no próprio local onde está

ro que uniu Vitória com a ilha do Príncipe, esta última

instalada. No entanto, sua conclusão só se deu em

ponte passou a ser chamada de Ponte Seca, já que sob

1928, graças a diversos motivos, entre eles a Primei-

ela não existe mais nenhum curso d’água.

ra Guerra, de 1914-1918 na Europa.


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Aeroporto de Vitória Oficialmente denominado Aeroporto Eurico de Aguiar

apoio. Projetado para um horizonte de 20 anos, o novo

Salles, o Aeroporto de Vitória é o maior do Espírito aeroporto pode atender a até 8,4 milhões de passageiSanto e o único com linhas comerciais regulares, de tal

ros/ano, estando também previstos voos internacionais.

modo que possui fundamental importância na economia de todo o estado, uma vez que é porta de entrada Apesar de o novo terminal ter sido executado com e saída tanto de turistas quanto de cargas.

diversas soluções inovadoras, incluindo sistemas de eficiência energética que reduzem os gastos com con-

Com nova estrutura inaugurada em 2018, após anos de

sumo de água e energia, ao usuário o que chama a

atraso no cronograma das obras, o Aeroporto de Vitória atenção é a beleza de sua arquitetura, seja pela forma é agora o que possui melhor avaliação nacional, quan-

de asa da sua cobertura, seja pela fachada em mosai-

do comparado com os demais aeroportos brasileiros de co cromático, solução atual e visualmente dinâmica. mesmo porte. Ele inclui não apenas um novo terminal

Além disso, com a nova pista, a decolagem e o pouso

de passageiros, como também nova pista – maior e mais

sobre a Praia de Camburi é um espetáculo paisagísti-

In English, p. 248

segura que a anterior –, além de instalações técnicas de co para todos os passageiros.

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Mares, Rios, BaĂ­as, C achoeiras e Lagoas

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Baía e manguezal de Vitória Localizada entre os municípios de Vitória,

Não obstante, a Baía de Vitória também apresenta significativa

Vila Velha, Cariacica e Serra, a Baía de Vi-

importância econômica, pois abriga o porto de Vitória, na capital,

tória possui uma forma alongada como um

além dos cais de Capuaba e Paul, em Vila Velha.

In English, p. 248

canal, o que levou a ser considerada por

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muito tempo a foz do Rio Santa Maria da

Se, desde a sua entrada no mar até chegar à Segunda Ponte, no Cen-

Vitória. Ao longo do seu canal encontram-

tro de Vitória, no sentido leste-oeste, a baía tem uma configuração

-se vários marcos históricos, arquitetônicos

mais urbanizada ao longo de suas margens, a partir daí ela aos poucos

e paisagísticos capixabas, como o Conven-

vai se tornando lugar de um dos maiores manguezais urbanos brasi-

to da Penha, o Palácio Anchieta, os morros

leiros. Nesse trecho, encontram-se a Ilha das Caieiras, bairro turístico

do Penedo e Mochuara, além da Ponte Flo-

onde é possível saborear pratos típicos capixabas, e a Ilha do Lamei-

rentino Avidos (Cinco Pontes).

rão, uma reserva ecológica para fins educacionais e científicos.


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Rio Benevente Com 79 quilômetros de extensão, tendo sua nascente

No aspecto histórico, o primeiro marco se deu du-

no município de Alfredo Chaves, enquanto a foz está rante o período colonial, quando jesuítas fundaram situada em Anchieta, o Benevente é um rio tão impor- aldeia de Reritiba para catequisar indígenas da retante em termos ambientais quanto por sua história.

gião, com destaque para o padre José de Anchieta, que mais tarde deu nome ao município no qual se

Fonte de água e alimento para as populações ribeiri-

encontra o estuário. Outro importante momento

nhas, na parte baixa o Benevente possui vasto man-

ocorreu no período imperial, entre os anos 1875 e

guezal cuja fauna é composta tanto de caranguejos 1894, quando ali desembarcaram as primeiras famí-

In English, p. 248

como vários tipos de peixes e até mesmo de garças.

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lias de imigrantes italianos.


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Rio Doce Principal rio do Espírito Santo e também formador implantação da Estrada de Ferro Vitória a Minas, no da mais importante bacia hidrográfica exclusiva da final do século XIX e, posteriormente, fez surgir a Região Sudeste, o Rio Doce nasce em Minas Gerais,

Companhia Vale do Rio Doce, em 1942.

percorrendo 853 quilômetros até alcançar o oceano Atlântico na localidade de Regência, no município de O processo de ocupação ao longo do curso do rio Linhares, no norte capixaba.

promoveu o desaparecimento de boa parte da mata atlântica na região, o que vem provocando, por

Durante boa parte do período colonial, a região do exemplo, o assoreamento do leito e a perda do voluRio Doce, por ser morada dos temíveis índios boto-

me de água. Nada que se compare ao grave acidente

cudos, foi pouco explorada. A efetiva ocupação da ambiental ocorrido em 2015, quando uma barragem região se deu no período republicano, com a desco-

de lama se rompeu na parte alta do rio e contaminou

berta das grandes jazidas de minério de ferro em Mi- suas águas, matando a flora e a fauna que encontrou

In English, p. 249

nas Gerais, que teve como consequência o projeto de pelo caminho até chegar ao mar.

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Rio Piraquê-Açu Com quase 50 quilômetros de extensão, tendo sua nas- Seu nome, de origem indígena, significa “rio grande”. cente no município de Santa Teresa, o Piraquê-Açu pas-

Em suas águas é possível encontrar várias espécies de

sa ainda por Ibiraçu e João Neiva, até desembocar no peixes, como robalo e vermelho, além das espécies típimunicípio de Aracruz. Ali, ele forma o maior manguezal cas de mangue, como são o caranguejo, a ostra e o siri.

In English, p. 249

do Espírito Santo. Nesse belo estuário, está a localidade

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Ele também possui boa parte do seu leito navegável,

de Santa Cruz, uma pequena e graciosa vila pesqueira, sendo hoje um passeio turístico bastante explorado. na qual há também o Museu Histórico de Santa Cruz, instalado na antiga Casa de Câmara e Cadeia. Além dis- Em sua bacia hidrográfica, fonte de água para miso, em Santa Cruz encontram-se duas aldeias indígenas:

lhares de pessoas da região, também faz parte o Rio

Caeiras Velha e Boa Esperança (Tekoá Porâ).

Piraquê-Mirim.


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C achoeira da Fumaça Com 144 metros de queda d’água e localizada no deslumbrante, ao aproximar-se de sua base, o turista município de Alegre, na região do Caparaó, a Ca-

sentirá o frescor provocado pelas gotículas, razão pela

choeira da Fumaça é o principal atrativo do Parque

qual o lugar é bastante visitado durante o verão.

Estadual Cachoeira da Fumaça. Para se chegar até a cachoeira é necessário percorrer O nome da cachoeira se deve ao fato de que a água uma trilha de 800 metros. O parque, com 27 hecque cai e escorre pelas pedras é dispersada formando tares de área, possui ainda outras três trilhas, nas pequenas gotículas, cujo resultado é uma imagem que quais o visitante poderá contemplar a exuberância

In English, p. 249

lembra uma fumaça branca. Se a vista da cachoeira é da Mata Atlântica.

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C achoeira Alta O município de Cachoeiro de Itapemirim é famo-

de altura e uma pequena enseada de areia formando

so por vários motivos, entre eles o fato de ser o lo- uma agradável prainha, onde o visitante pode desfrucal de nascimento de personalidades como o cantor

tar desse aprazível lugar. Além disso, a profundidade

Roberto Carlos, o cronista Rubem Braga e o “rei da

do poço d’água é pequena, permitindo banhos sem

pilantragem” Carlos Imperial. Mas a cidade também riscos, apesar da força da água. é famosa pelas altas temperaturas durante boa parte do ano, dada a sua implantação no meio de um vale A cachoeira também é propícia para a prática de rapel cortado pelo rio que lhe dá nome.

negativo, quando se desce pela corda sem ter contato com a rocha. Isso ocorre graças à fenda existente en-

Para amenizar o calor, nada melhor do que um banho tre a cortina d’água e a rocha. Essa fenda serve ainda na bela Cachoeira Alta. Localizada no distrito de São

de abrigo para centenas de andorinhas, que costu-

In English, p. 249

Vicente, essa queda d’água possui cerca de 90 metros mam revoar pelo lugar.

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C achoeira

de Matilde

Maior cachoeira do Espírito Santo em queda livre, com seus 62 metros de altura e oficialmente denominada Cachoeira Engenheiro Reeve, a Cachoeira de Matilde oferece uma imagem fascinante para quem deseja apenas contemplá-la, como também pode ser encarada como um desafio para os praticantes de rapel, com trecho em descida negativa. Aos que gostam de trilha, também é possível encarar a descida e chegar até a base da cachoeira para sentir o frescor da água respingando. Distrito do município de Alfredo Chaves, Matilde possui outros atrativos além da famosa cachoeira, incluindo diversas outras quedas d’água na região, tais como Iracema, Iraceminha e Darós. Cabe também destacar a Estação Ferroviária de Matilde, construída em 1910 e

In English, p. 249

recém-restaurada. Junto com a estação,

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encontra-se o Túnel de Matilde, uma estrutura em declive com 65 degraus sob os trilhos de linha de trem por onde passam as águas de um afluente do Rio Benevente, que formam uma outra cachoeira.


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Lagoa Juparanã Apesar de ser a segunda maior lagoa

O nome Juparanã, porém, é de origem tupi, cujo significado é

do Brasil em volume de água doce, a

“mar de água doce”.

In English, p. 250

Juparanã é também bastante conheci-

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da pela Ilha do Imperador, onde D.

Essa grande lagoa está localizada nos municípios de Linhares, Soore-

Pedro II esteve durante sua viagem

tama e Rio Bananal, e ao longo de suas margens encontramos várias

ao Espírito Santo, em 1860. Em suas

praias de areias claras e águas limpas e calmas; mas nem todas elas

anotações, o monarca deslumbrou-se

possuem acesso público. Além disso, a Juparanã é muito usada para

ao ter avistado em sua visita ao local

passeios em barcos e lanchas, sendo assim importante espaço de lazer

periquitos, garças e jacarés.

da população local que encontra ali uma paisagem aprazível.


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litoral sul Itaoca, Castelhanos, Ubu são alguns dos nomes das

paisagísticas singulares. Em outros casos, a presença

diversas e belas praias do litoral sul capixaba, cada

de uma lagoa próxima ao mar cria um outro tipo de

uma com seu próprio charme. Umas mais urbaniza-

paisagem não menos interessante, como ocorre na

das e com infraestrutura, outras mais selvagens, es- Praia e Lagoa do Siri e na Praia e Lagoa de Maembá. condidas, de difícil acesso e quase desconhecidas. Já em Anchieta, mais precisamente na localidade de Do município de Presidente Kennedy, no extremo sul

Iriri, o que encontramos são pequeninas praias em

do Espírito Santo, passando por Marataízes e Piúma

sequência, escondidas e intercaladas por promontó-

na direção norte, as praias são mais extensas, algumas rios. Dessas, as mais conhecidas são as praias da Areia

In English, p. 250

delas possuindo falésias que lhes dão características

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Preta e da Costa Azul.


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litoral norte A presença de extensos coqueirais intercalados com Mateus, o destaque são as praias de Urussuquara e Barvegetação de restinga e pedras dentro d’água, criando

ra Nova, além de Guriri, localizada na ilha de mesmo

piscinas naturais, é uma das características das praias nome e um famoso destino turístico da região. do município de Aracruz, cuja paisagem encanta do nascer ao pôr do sol.

Em Conceição da Barra, encontram-se praias urbanas que atualmente vêm sofrendo com o processo de

Já no município de Linhares, destacam-se a vila de Re- erosão, como Bugia e do Farol na sede do município. gência na foz do Rio Doce, preferida pelos surfistas e Mas, do ponto de vista paisagístico, cabe mencionar Barra Seca, única praia onde se pratica o naturismo as Praias de Itaúnas, na vila que lhe dá nome, e Ria-

In English, p. 250

no Espírito Santo. Seguindo em direção norte, em São

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cho Doce, já na divisa com o estado da Bahia.


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Matas e Montanhas

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Museu Mello Leitão Criado por Augusto Ruschi, capixaba descendente

biblioteca, pavilhões de botânica, zoologia e ornito-

de italiano considerado patrono da ecologia no Bra-

logia, herbário, orquidário, além de viveiros conten-

sil, o Museu de Biologia Professor Mello Leitão é

do várias espécies de animais como pássaros e cobras.

um dos principais centros de pesquisa sobre a natureza brasileira, principalmente no que tange à mata Mello Leitão foi professor e amigo de Ruschi, com atlântica, e também um importante atrativo turísti-

quem trabalhou no Museu Nacional no Rio de Janei-

co da cidade de Santa Teresa, onde está localizado.

ro, razão pela qual resolveu homenageá-lo ao fundar o museu capixaba. Vinculado ao governo federal, o

O museu possui vasto acervo científico sobre fauna Museu Mello Leitão, que já esteve sob a égide do Ins-

In English, p. 250

e flora, como no caso dos colibris (ou beija-flores, tituto Brasileiro de Museus (Ibram), do Ministério

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como são mais conhecidos) e morcegos, e das orquí-

da Cultura (MinC), hoje faz parte da estrutura do

deas e bromélias, respectivamente. O local conta com

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.


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C aparaó e Pico da Bandeira

Terceiro ponto mais alto do Brasil, com 2.892 metros de altitude, o Pico da Bandeira é um local de difícil acesso, mas bastante visitado por aqueles que gostam de se aventurar por trilhas, curtir o nascer do sol e o frio congelante, emoções compensadas pela vista que se tem da paisagem circundante. Localizado no Parque Nacional do Caparaó, entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, tendo cada um deles uma portaria de acesso ao parque, o Pico da Bandeira já foi considerado o mais alto do Brasil. Dentro do parque, o visitante encontra várias trilhas, cachoeiras, locais de acampamento, num importante fragmento da Mata Atlântica que serve de proteção dos rios Itapemirim, Doce e Itabapoana. Tendo o turismo ecológico como um importante patrimônio da região, os municípios que com-

In English, p. 250

põem o entorno do parque oferecem ampla rede

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de hospedagem em pequenas pousadas ou pelo sistema de cama e café, além de eventos e produtos do agroturismo.


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Reserva Biológica de Sooretama e

Reserva Natural da Vale em Linhares

A Mata Atlântica, considerada um dos biomas de maior diversidade do planeta e, infelizmente, já bastante devastada ao longo do país, possui ainda alguns importantes remanescentes, como no caso das duas reservas contíguas localizadas no norte do Espírito Santo, nos municípios de Sooretama e Linhares. Uma reserva biológica, como no caso da de Sooretama, é rigorosamente protegida por lei e busca a integridade dos atributos naturais da sua área, sendo vedada inclusive a visitação, a não ser em caso educativo ou em razão de pesquisas científicas previamente autorizadas.

In English, p. 251

A reserva da Vale, por outro lado, é aberta ao público em geral,

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contando inclusive com hotel e infraestrutura de lazer com piscina e quadra esportiva. Mas seu principal foco é mesmo o turismo ecológico, que pode ser realizado por suas diversas trilhas, onde o visitante poderá contemplar e compreender a importância da conservação da natureza.


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Pedra Azul A montanha que é símbolo da região serrana do Es- trilhas e banhar-se nas diversas piscinas naturais. Já pírito Santo tem seu nome em função da coloração a região é um importante destino turístico capixaba, azulada que adquire em determinadas horas do dia, abrigando dezenas de hotéis, pousadas e restaurangraças a incidência solar. Também é conhecida como tes, além de inúmeros sítios e condomínios residenPedra do Lagarto, pois uma saliência numa das suas

ciais que configuram um qualificado turismo de se-

encostas apresenta a forma desse tipo de réptil tão gunda residência. comum na região, ou seja, dependendo de onde se olha a pedra é possível mesmo imaginar um enorme

Localizada no município de Domingos Martins, Pe-

lagarto subindo a montanha.

dra Azul é um dos mais importantes símbolos paisagísticos do Espírito Santo, tendo sido, inclusive,

A área onde encontra-se a Pedra Azul é hoje um par- solicitado junto à Unesco seu reconhecimento como

In English, p. 251

que estadual onde o visitante pode percorrer suas Patrimônio Natural da Humanidade.

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Itabira Com cerca de 700 metros de altura e um dos monumentos naturais do município de Cachoeiro do Itapemirim, o Pico do Itabira pode ser avistado de diversos pontos da cidade, sendo um dos elementos marcantes da paisagem da região. Sua forma assemelha-se a de um dedo indicador em riste. Apesar disso, seu nome vem do tupi-guarani, cujo significado é “pedra empinada”. Tanto a pedra quanto o seu entorno são hoje patrimônios naturais protegidos e tombados pelo Conselho

Estadual

de

Cultura, em 1999, além In English, p. 251

de configurar um parque

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municipal, onde encontram-se algumas quedas d’água que formam piscinas para banho.


Pontões C apixabas Localizado nos municípios de Pancas e Águia Branca, desenvolvimento de atividades de educação e interpreregião noroeste do Espírito Santo, o Monumento Na- tação ambiental, de recreação em contato com a natutural Pontões Capixabas é uma unidade de conserva- reza e de turismo ecológico”. ção protegida sob a égide do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Além da beleza cênica dada pelas singulares montanhas de granito, como a Pedra do Camelo (que alcança 720

dade de conservação é “a preservação de ecossistemas

atrai os praticantes de trekking e, principalmente, de

naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica,

voo livre. A rampa Clementino Izoton é considerada

possibilitando a realização de pesquisas científicas e o

uma das melhores do Brasil para a prática do voo livre.

In English, p. 251

Ainda segundo o ICMBio, o objetivo básico da uni- metros de altura) e a Pedra da Agulha, o lugar também

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O Frade e a Freira Tombado pelo Conselho Estadual de Cultura, em 1986,

Apesar do impedimento da relação, o amor proi-

e localizado no município de Itapemirim, esse curioso

bido foi recompensado, afinal eles encontram-se

conjunto rochoso que marca a visão de quem percorre a

eternamente posicionados um diante do outro.

rodovia BR-101, no sul do Espírito Santo, mas que também pode ser visto à distância, recebeu tal denominação

Essa formação montanhosa de granito alcança

pela evidente semelhança que guarda com as duas figuras

os 68 metros de altura. Uma estrada de terra

que fazem parte de ordens religiosas católicas.

leva até a base das costas do Frade, de onde se

In English, p. 251

tem uma fascinante vista da paisagem circun-

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Dessa similitude, nasceu uma lenda no período colonial,

dante. Grupos de alpinistas costumam escalar a

segundo a qual uma freira e um frade foram apaixonados.

pedra granítica.


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Mestre Álvaro Com 833 metros de altura e localizado no municí- culo XVI, já havia relatos sobre a significativa prepio da Serra, porém visto à distância de vários pon- sença dessa montanha na paisagem local, inclusive tos da Região Metropolitana da Grande Vitória, o

por Saint-Hilaire e D. Pedro II quando da viagem

Mestre Álvaro é uma montanha granítica coberta de

de cada um deles ao Espírito Santo no século XIX.

Mata Atlântica que, por sua posição junto à faixa litorânea, tem servido como ponto de orientação para Hoje, o Mestre Álvaro e seu entorno configuram-se a navegação marítima.

como uma área de preservação ambiental, sendo bas-

In English, p. 252

tante visitada por aqueles que gostam de fazer trilhas.

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Apesar de não haver nenhum registro histórico so-

O local oferece quatro trilhas, cada uma com um

bre a origem do seu nome, é certo que, desde o sé-

grau de dificuldade e tempo de percurso distintos.


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Mochuara Com 718 metros de altura e um dos marcos da pai- fauna. Por tais razões, em 1992 foi criado o Parque sagem natural da Grande Vitória, dada a sua impo- Natural Municipal Monte Mochuara. nência, o Mochuara é um morro granítico localizado

In English, p. 252

em Cariacica, sendo considerado o principal atrativo Em meados do século XIX, a região do entorno do

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turístico do município.

Mochuara também foi abrigo de negros fugidos de fazendas. Hoje, contudo, o lugar é conhecido pelo

Sua importância, porém, não se dá somente pelo

Carnaval de Roda d’Água, com a participação de ani-

aspecto paisagístico e simbólico, mas também por madas bandas de congo e tendo muitos dos seus parquestões ambientais, pois o local abriga rica flora e

ticipantes fantasiados e mascarados.


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Eucalipto A árvore do gênero eucalipto possui mais de 700 espécies, algumas delas plantadas extensivamente no Espírito Santo, dada sua importância econômica em função do seu rápido crescimento e como matéria-prima para celulose (na fabricação de papel), carvão vegetal e até mesmo em posteamento, mourões e construção civil. Na década de 1970 foi criada no Espírito Santo a Aracruz Celulose, que se tornaria a maior fábrica de celulose do mundo. Após mudanças acionárias e fusões, a empresa hoje se chama Suzano e possui ampla área plantada em todo o território capixaba, além das áreas de plantio do eucalipto de terceiros. Sobre a monocultura do eucalipto, há um controverso debate, entre quem veja vantagens (monitoramento de áreas plantadas intercaladas com áreas In English, p. 252

de preservação, formando corredores

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ecológicos, com preservação de flora e fauna) e desvantagens (desaparecimento de outras culturas agrícolas e êxodo rural por exclusão, entre outras).


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Parque do Forno Grande Localizado no município de Castelo, o Parque do

Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hí-

Forno Grande possui 730 hectares e diversos atrativos dricos (Iema), o local é abrigo de rica flora e fauna, para quem visitá-lo. É o caso das piscinas naturais,

inclusive de animais em risco de extinção, tais como

denominadas Poços Amarelos, e das quedas d’água, a jaguatirica e o macaco mono-carvoeiro. onde se pode tomar banho e refrescar-se. Ao todo são quatro trilhas, sendo que uma delas, a da Mas a importância do parque se dá principalmente Pedra Azul, apresenta notáveis pontos de vista panopor aspectos ambientais. É o caso do Pico do Forno râmica, inclusive o da própria Pedra do Lagarto (ou Grande, que dá nome ao parque, e é o segundo ponto

Pedra Azul), localizada em Domingos Martins, além

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mais alto do Espírito Santo. Sendo administrado pelo do Frade e da Freira, no município de Itapemirim.

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Gruta do Limoeiro

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Considerada a mais importante gruta do

A partir de 1979, com os estudos arqueológicos realizados no

Espírito Santo, localizada no município de

local, foram encontradas ossadas de ancestrais ameríndios cuja

Castelo, a Gruta do Limoeiro é tanto um

datação é de aproximadamente 4.500 anos.

atrativo turístico quanto um sítio arqueológico onde vem sendo realizadas pesquisas

Tombado pelo Conselho Estadual de Cultura, atualmente o lo-

científicas, além de local de orações, pois

cal possui um Centro de Visitantes que dá suporte aos turistas.

em sua entrada encontra-se uma imagem

A gruta possui vários salões que podem ser percorridos pelos

de Nossa Senhora de Lourdes.

visitantes com acompanhamento de guias.


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Gastronomia

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Moqueca e Torta C apixaba Graças ao incomparável paladar desse prato, o jor- peixes, mariscos e crustáceos, uniu-se à crença canalista Cacau Monjardim criou o slogan: “Moqueca

tólica portuguesa de não comer carne durante o

é capixaba, o resto é peixada”.

período da Páscoa.

No preparo da moqueca, além do peixe fresco, são Para seu preparo é necessário, entre outros ingreusados ingredientes como coentro, urucum, tomate dientes, frutos do mar como sururu, siri e camarão e cebola. Ela é servida, normalmente, acompanhada

e, até mesmo, bacalhau, que se juntam ao palmito

de arroz branco e pirão, feito com o caldo do peixe natural. Sua cobertura é feita com ovos batidos, poe farinha de mandioca. Também se pode fazer mo- dendo ser enfeitada com rodelas de cebola. queca de camarão, siri ou peixe com camarão. Nos dias que antecedem a Semana Santa, as cidades A torta capixaba, dentro da particularidade da tra- mudam parte de suas paisagens, recebendo centenas dição cultural espírito-santense, é um prato que se

de comerciantes vindos de locais como o sul da Bah-

só come na Semana Santa. Nas regiões litorâneas ia, trazendo o palmito diretamente das regiões de

In English, p. 252

habitadas por índios habituados ao consumo de

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matas, para ser utilizado no preparo da torta.


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Socol e

polenta Embutido feito a partir do lombo do porco e temperado com sal, pimenta do reino e alho, o socol é mais uma das heranças dos imigrantes italianos capixabas, sendo produzido no município de Venda Nova do Imigrante. Para acompanhar o socol, nada melhor que a famosa polenta, também de origem italiana e feita de farinha de milho e que é servida cozida ou frita. Por conta dessa atraente e peculiar gastronomia, a cidade de Venda Nova do Imigrante promove anualmente a Festa da Polenta, evento criado pelo padre Cleto Caliman, em 1978, e que hoje em dia atrai milhares de turistas para a região. O ponto alto da festa é o “tombo da polenta”: numa enorme panela com 1,60 metro de diâmetro é feita a polenta que será servida para o público presente na festa.

In English, p. 253

Tais tradições, que se juntam à produção

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de geleias, caponatas, biscoitos etc., fizeram com que Venda Nova seja considerada a Capital Nacional do Agroturismo pela Associação Brasileira de Turismo Rural (Abratur).


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C afé Sendo considerada historicamente a alavanca do desenvolvimento capixaba e ainda um dos principais itens da economia do Espírito Santo, a cultura do café está presente em todas as regiões do Estado. Sua importância também se dá por ser grande empregadora de mão de obra, com mais de 300 mil pessoas envolvidas nessa atividade. O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil, com boa parte dele sendo exportado para diversos países. No estado, são encontrados tanto o café arábica quanto o conilon, sendo que o Espírito Santo é o maior produtor dessa espécie, o que corresponde a 35% do PIB agrícola capixaba e uma produtividade de até 35 sacas por hectare. Hoje, após muitas pesquisas e In English, p. 253

investimentos, o café capixaba

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também é destaque por sua qualidade, já tendo vencido diversos concursos com seus vários tipos de sabores e aromas.


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Peroá Alguns anos atrás, o peroá frito era o tira-gosto preferi-

A razão do seu desaparecimento não é conclusiva, atri-

do pelos turistas ao visitarem o Espírito Santo. Trata-se

buída desde a pesca predatória a explosões sísmicas para

de um tipo de peixe que era bastante comum no lito- exploração petrolífera. ral capixaba. De carne branca, leve e saboroso, o peroá também era sempre uma opção barata para acompanhar

Contudo, o período de escassez parece estar finalizando,

uma cerveja num quiosque ou bar de praia.

de tal modo que já não é tão difícil voltar a ver o peroá frito novamente ofertado nos cardápios. Podendo ser

Aos poucos, porém, o peixe foi escasseando e sumindo

servido com cebola e/ou tomate cortados e quase sem-

dos cardápios de bares e restaurantes, aumentando bas- pre acompanhado de batata frita, o peroá faz parte do

In English, p. 253

tante de preço e, assim, perdendo muito do seu atrativo. imaginário gastronômico capixaba.

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C aranguejo Crustáceo presente em áreas de manguezais do litoral brasileiro, o caranguejo é um dos itens que melhor expressam a gastronomia capixaba, seja numa caranguejada ou simplesmente comendo-o com as próprias mãos, com ajuda de uma tábua e martelinho, num boteco de rua. O hábito de comer caranguejo provém dos indígenas, e o modo como eles são catados permanece tal como se dava no passado: andando no meio do manguezal com a lama até os joelhos, enquanto as mãos dos catadores procuram os animais que se defendem com suas puãs. A captura do caranguejo é controlada pelos órgãos ambientais, visando protegê-lo durante os períodos de defeso, no qual ocordo machos e as fêmeas acasalam, tornando-se mais vulneráveis. Trata-se de um controle que permite a preservação da espécie.

In English, p. 253

re a andada dos animais. É quan-

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C achaças Apesar da fama das cachaças de regiões como Salinas, em Minas Gerais, ou Paraty, no Rio de Janeiro, o Espírito Santo também é hoje um importante produtor de aguardente, tendo cerca de 80 destilarias espalhadas por grande parte do seu território, sem contar aquelas de caráter artesanal, totalizando cerca de 20 milhões de litros por ano, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Bebidas do Espírito Santo. Na verdade, trata-se de uma bebida símbolo nacional, atrelada à história colonial e ao ciclo econômico da cana-de-açúcar, matéria-prima da cachaça – que, por sua vez, é a base de outro ícone brasileiro, a caipirinha. A produção da cachaça capixaba está espalhada por vários municípios do Espírito Santo, como é o caso de

In English, p. 253

São Roque do Canaã e Domingos

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Martins, e com muitas marcas já famosas e premiadas em diversos concursos. O grande desafio agora é fazer da cachaça capixaba realmente uma preferência nacional.


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C acau e C hocolate O chocolate é uma das coisas mais apreciadas em

Espírito Santo. De lá saiu o cacau que, em 2017, foi

todo o mundo, proporcionando, inclusive, vários

considerado um dos melhores do mundo pelo Inter-

benefícios à saúde humana, conforme pesquisas re- national Cocoa Award realizado em Paris. centes. Cabe destacar, porém, que o Espírito Santo goza de prestígio nacional e internacional graças

Fundada em 1929, pelo imigrante alemão Heinrich

tanto à produção do cacau (fruto que é a principal Meyerfreund, a Chocolates Garoto possui marcas matéria prima do chocolate) quanto a importan- já consagradas pelo público, tais como o bombom tes marcas capixabas, entre elas, a quase centenária Serenata de Amor e os chocolates Baton e Talento. Chocolates Garoto (hoje pertencente à multinacional Nestlé) e a Espírito Cacau.

Já a Espírito Cacau, cujas amêndoas são de produção própria em Linhares, tem em seu catálogo três

Com cerca de 90% da produção estadual, o muni-

tipos diferentes de chocolates premium conforme

In English, p. 254

cípio de Linhares é o maior produtor de cacau no teor de cacau: 31%, 46% e 70%.

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Trabalho

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Portos Com uma economia fortemente atrelada ao comér- Imperador. Do outro lado da baía, em Vila Velha, cio exterior, o conjunto de portos do Espírito Santo

foram construídos os cais de Paul e de Capuaba,

é um dos mais dinâmico do país. Trata-se de uma

nas décadas de 1940 e 1970, respectivamente.

atividade que remonta ao século XIX em função da hegemônica cultura cafeeira capixaba à época.

Já ao norte, encontram-se o Terminal de Produtos

Hoje, porém, os portos movimentam vários tipos Siderúrgicos (TPS), um consórcio administrado de mercadorias, que vão desde rochas ornamen- pela Usiminas, ArcelorMittal e Gerdau, e o Porto tais, como mármore e granito, passando máquinas

de Tubarão administrado pela Vale S/A.

e automóveis, até granéis líquidos, como gasolina e óleo diesel, e que são enviadas ou recebidas de O Espírito Santo conta ainda com os portos de diversas partes do mundo.

Barra do Riacho, no município de Aracruz; de

In English, p. 254

Ubu, em Anchieta; e, futuramente, com o Porto

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Antes do Porto de Vitória, que começou a ser cons-

Central no município de Presidente Kennedy, no

truído em 1906, havia na cidade apenas o Cais do

sul do estado, cuja construção já foi autorizada.


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Mineração e siderurgia Mineração é o processo de retirar da natureza ele-

Já a siderurgia é a atividade de processar ferro e aço, utili-

mentos minerais, que podem ir do ouro à prata, ao

zando-se na composição deste último vários tipos de mi-

petróleo e ao gás, passando pelo ferro, por exemplo.

nérios, como o carbono. A importância desse segmento

A economia do Espírito Santo é hoje bastante vincu-

industrial no Espírito Santo deve-se à presença da Arce-

lada à atividade mineradora por meio da presença de

lorMittal (antiga Companhia Siderúrgica de Tubarão),

duas importantes empresas do setor: a Vale S/A, que

uma das maiores empresas do mundo no setor.

In English, p. 254

recebe o minério extraído de Minas Gerais, em Vitó-

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ria, para processá-lo e exportá-lo; e a Samarco, cuja

Apesar dos impactos que tais atividades provocam nos lo-

unidade capixaba se localiza em Anchieta, mas que

cais onde atuam, seja pelo número de trabalhadores empre-

recentemente foi responsável pelo principal acidente

gados, seja pela massa salarial em circulação na economia,

ambiental do país, ocorrido em novembro de 2015,

seja pelos impostos gerados, a mineração e a siderurgia são

que resultou em grave dano ao Rio Doce.

parte da história contemporânea do Espírito Santo.


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Petróleo e gás

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Segundo maior produtor de petróleo e gás do Brasil,

O ano de 1968 marca o início da atividade no Espírito

atrás apenas do Rio de Janeiro, o Espírito Santo tem

Santo, quando a Petrobras inicia a perfuração do primeiro

nessa atividade extrativa um dos pilares da sua econo-

poço na região de São Mateus. Quarenta anos depois, em

mia. Com jazidas localizadas tanto em terra como no

2008, um novo marco se dá quando começa o trabalho de

mar, em águas rasas ou profundas, a produção de pe-

exploração na camada do pré-sal no Campo de Jubarte.

tróleo e gás é responsável hoje por 28% da atividade industrial estadual. Trata-se de um setor que movimenta

Uma vez que se trata de um recurso finito, o principal

uma grande cadeia produtiva, com empregos diretos e

desafio do Espírito Santo é se preparar para uma econo-

indiretos, atraindo cada vez mais empresas especializa-

mia pós-petróleo e gás e focada numa energia limpa e

das a se instalarem em todo o território capixaba.

sustentável.


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Produção agropecuária Segundo José Gonçalves Salvador (1994), desde

que para o mamão papaia, o coco, o cacau, o inha-

meados do século XVI, o Espírito Santo já produzia me e a banana. Uma das características da produção “mandioca, arroz, algodão e algum açúcar, embora agrícola capixaba é que ela se dá normalmente em neste caso os poucos engenhos estivessem desmante-

pequenas e médias propriedades rurais familiares, ao

lados devido a ataques dos índios”.

contrário ao que ocorre em outros estados brasileiros.

Hoje, além do café, são várias as culturas produzidas Destaque ainda para o setor de frango e ovos, ocupanno solo capixaba e que mantém um saldo positivo na do o segundo lugar em produtividade nacional, situado

In English, p. 255

balança comercial da economia estadual, com desta- principalmente no município de Santa Maria de Jetibá.

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Rochas ornamentais O Espírito Santo é o maior produtor de rochas or- pemirim, no sul, e Barra de São Francisco, na região namentais do país, com cerca de 75% da produção noroeste do estado. nacional, cujos mármores, no caso do branco neve e o azul acqua marina, são granitos reconhecidos

Dada a importância econômica do setor, o Espírito

mundialmente.

Santo vem promovendo anualmente a Feira Internacional do Mármore e Granito, que ocorre tanto em

A extração e o beneficiamento de rochas, com mais Cachoeiro de Itapemirim quanto na Região Metrode 60 anos de atividade, é responsável por empregar

politana da Grande Vitória. É a oportunidade de re-

mais de 120 mil trabalhadores, diretos e indiretos,

presentantes empresariais de todo mundo se encon-

em todo o estado. Dois municípios são destaques na trarem no Espírito Santo e realizarem negócios, cuja

In English, p. 255

produção de rochas ornamentais: Cachoeiro do Ita-

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vitrine são os mármores e granitos capixabas.


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Moda Com cerca de 1.300 empresas, a maioria delas pe-

quenas empresas familiares. Com o Plano Cruzado e

quenas e médias, o Espírito Santo tem tido cada vez a crise no café capixaba, muitas empresas foram abermais destaque na indústria da moda. O setor de con- tas, criando uma sinergia que resultou num setor que fecções está concentrado em Colatina, referência na- hoje encontra-se consolidado e dinâmico. cional na produção de jeans, mas também no Polo da Glória em Vila Velha, cujo foco é a fabricação de Uma das áreas mais pulsantes da economia criativa, malhas. Em Colatina, essa atividade gera mais de 16 a moda é um segmento estratégico quando se pensa mil empregos, enquanto em Vila Velha são gerados

em mercado de trabalho, principalmente para os jo-

cerca de 12 mil postos de trabalhos.

vens, num mundo cada vez mais globalizado. Para dar visibilidade a esse segmento, foi criado o Vitória

O grande salto do setor, em ambas as regiões, se deu Moda, evento anual com desfiles das grifes capixabas

In English, p. 255

na década de 1980. Até então, o que havia eram pe-

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e espaço de negócios.


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Movelaria Um dos estados mais industrializados do país, o Espírito Santo tem no setor moveleiro um dos mais estruturados segmentos empresariais capixabas. Trata-se de uma produção que é comercializada em todo o Brasil e gera milhares de empregos. O principal polo moveleiro está localizado em Linhares, cuja produção é, em sua maioria, seriada e retilínea, com uso intenso de MDF em sua composição. O MDF é uma chapa composta por fibras de madeira e resina, bastante utilizada na confecção de móveis graças à sua versatilidade e rigidez. Com o início da operação da primeira fábrica capixaba de MDF no município de Pinheiros, espera-se um novo impulso na indústria moveleira espírito-santense. Além do setor moveleiro seriado, o In English, p. 255

Espírito Santo também se destaca pela

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marcenaria: uma produção personalizada, de alta qualidade de acabamento e contendo madeira de reflorestamento na composição dos móveis.


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Artes & C ultura

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Panela

de barro Segundo o Iphan, o conceito de patrimônio imaterial refere-se às “referências culturais fundadas na tradição e manifestada por indivíduos ou grupos de indivíduos como expressão de sua identidade cultural e social”. Nesse sentido, o modo de fazer as panelas de barro em Goiabeiras, um bairro de Vitória, foi o primeiro bem imaterial brasileiro tombado em 2002, tendo sido inscrito no Livro dos Saberes. Trata-se de uma tradição de herança indígena e que hoje é uma das principais expressões da cultura espírito-santense. Os mais famosos pratos da culinária capixaba (a moqueca e a torta) estão intrinsicamente ligados à panela de barro, ou seja, só podem ser feitos e servidos nela. Na produção das panelas, utiliza-se uma argila, cuja jazida encontra-se exclusivamente no Vale do Mulembá, parque natural municipal de Vitória localizado na porção insular, e tanino,

In English, p. 256

extraído da casca do tronco do mangue-verme-

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lho, árvore típica do manguezal. Moldadas manualmente por artesãs que guardam o ofício há gerações, as panelas passam então por queima em fogueiras, antes de serem comercializadas, a maioria num galpão em Goiabeiras.


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C asaca e Tambores Na tradição do congo, ritmo musical tipicamente capi-

Além da sonoridade específica de cada instru-

xaba (ainda que tenha pontos de contato com outros gê-

mento, que pela artesania não permite que duas

neros folclóricos, como a congada mineira), destacam-se

casacas ou dois tambores tenham o mesmo som,

dois instrumentos musicais artesanais: o tambor e a casa-

sobressaem também a intensidade cromática na

ca, espécie de reco-reco esculpido em madeira, contendo

pintura dos objetos, que elevam seus valores

na extremidade superior a figura de uma cabeça humana.

artísticos. Com isso, a casaca, principalmente,

In English, p. 256

tem se tornado um adorno típico capixaba, co-

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Na visita que fez ao Espírito Santo em 1860, o impera-

mercializado como souvenir em lojas turísticas.

dor D. Pedro II conheceu a casaca, tendo feito inclusive

E, no caso dos grupos de congo, a cor predomi-

um desenho desse instrumento, conforme seus registros

nante dos instrumentos, costuma ser a mesma

daquela viagem.

utilizada nas indumentárias dos componentes.


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Pios de C achoeiro de Itapemirim Instrumentos de madeira que reproduzem os cantos

numa época em que as preocupações ecológicas eram

de pássaros, os pios são utilizados principalmente pe- quase inexistentes. los praticantes de birdwatching, uma forma de observação da natureza na qual as pessoas percorrem matas Para cada espécie de ave, seja uma jacutinga, seja um

In English, p. 256

e áreas rurais procurando visualizar as aves em seu macuco, seja um inhambu, há um tipo específico

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próprio habitat.

de pio. Capazes de encantar tanto pelo som quanto pela forma exótica, os pios, que também são usa-

Criada por Maurílio Coelho, em 1903, em Cachoei-

dos como peças decorativas e em educação musical,

ro do Itapemirim, a Fábrica de Pios produzia os ins- são exportados para vários países para os amantes de trumentos com outra função que era a caça selvagem,

birdwatching.


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Artesanato de conchas de Piúma

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A produção de artefatos ornamentais em concha teve origem

e outra fria, o mar de Piúma é propício para

nas tribos indígenas que habitavam o litoral sul do Espírito

a procriação de moluscos, cujas conchas são a

Santo, mas que se perdeu ao longo do tempo.

matéria prima desse belo artesanato.

A tradição do artesanato de conchas confeccionado na cidade

Se, no início, eram basicamente colares, pul-

de Piúma, famosa tanto pela quantidade quanto pela quali-

seiras e pingentes, hoje são produzidos diver-

dade de sua produção, deve, porém, sua retomada na década

sos tipos de objetos, não só de vestuário mas

de 1960, com a artesã Carmem Muniz Guimarães. Graças à

também para decoração, tais como flores or-

existência de duas correntes marítimas na região, uma quente

namentais, molduras para espelhos e abajures.


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Boi Pintadinho Presente em várias regiões brasileiras com algumas dade, cada qual com seus integrantes fantasiados acomvariações e denominações distintas, como é o caso do

panhando o boi – normalmente um homem fantasiado

boi-bumbá, no Amazonas, ou bumba meu boi, no que dança, sacode e dá chifradas –, puxado pelo vaqueiMaranhão, o folguedo do boi pintadinho capixaba é

ro. Além desses personagens, também faz parte da festa

uma das principais tradições populares do município as mulinhas, crianças que se divertem atrás do boi. de Muqui, onde anualmente o carnaval é animado com a presença dos diversos grupos de bois.

Segundo consta, a tradição do boi pintadinho em

In English, p. 256

Muqui teve início entre as décadas de 1930 e 1940,

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Muqui conta com cerca de 20 blocos de boi pintadi-

quando a cidade ainda usufruía do prestígio econô-

nho, que percorrem as ruas do centro histórico da ci-

mico do ciclo do café.


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Museu Vale Antiga estação de trem da Estrada de Ferro Vitória

gas) onde se realizam exposições e seminários dedi-

a Minas, anteriormente denominada Pedro Nolas-

cados à arte contemporânea.

co, a sede do Museu Vale é uma obra eclética construída em 1927 no município de Vila Velha e po- Uma exposição permanente, contando a história sicionada à margem da Baía de Vitória, de onde se da ferrovia, que inclui uma maquete em grande tem uma bela vista do centro da capital do estado.

escala, também faz parte dos atrativos do museu. Desse modo, o visitante do Museu Vale, ao encon-

O museu, inaugurado em 1998, também conta com trar o passado e o presente, é capaz de refletir sobre a presença de uma locomotiva a vapor e vagões de o futuro, algo inerente à experiência museológica

In English, p. 257

trem, além de um galpão (antigo armazém de car-

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contemporânea.


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Theatro C arlos Gomes Projetado em 1925 pelo arquiteto italiano André Carloni

No interior, destaque para o painel do teto da

(também autor da Catedral Metropolitana de Vitória) em

plateia, que possui pintura de Homero Massena

linhas ecléticas para substituir o antigo Teatro Melpômene

em homenagem ao compositor Carlos Gomes.

In English, p. 257

que foi destruído por um incêndio, o Theatro Carlos Gomes,

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além de ser a atual casa da Orquestra Sinfônica do Espírito

Localizado no Centro de Vitória, na Praça Costa

Santo, é palco de importantes espetáculos cênicos e musicais.

Pereira, o teatro que é tombado pelo Conselho Estadual de Cultura, faz parte do roteiro histó-

Sua tipologia obedece ao modelo de teatro italiano, com

rico da cidade juntamente com outros equipa-

foyer, procedido por plateia com galerias ou balcões em fer-

mentos culturais tais como o Museu de Arte do

radura, antes do proscênio e palco.

Espírito Santo e o Centro Cultural Sesc Glória.


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Hilal Sami Hilal Nascido em 1952 na cidade de Vitória, Hilal Sami atos físicos orientados por determinados princípios e Hilal é hoje um dos mais destacados artistas plásticos

conceitos”.

capixabas. Formado em Artes na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde lecionou durante Se, em sua primeira fase, Hilal tinha no papel a matéria um período, Hilal já expôs em vários museus e gale-

prima da sua produção, como é o caso da série “Rendas”,

rias do Brasil e do mundo, entre eles o Museu Vale,

da década de 1990, na qual o papel se faz emergir como

em Vila Velha, e o Museu Lasar Segall, em São Paulo.

uma caligrafia árabe por meio da fibra de bananeira com algodão pigmentado, hoje o cobre também ocupa um

Segundo o renomado crítico capixaba Paulo Herke-

espaço importante em sua obra artística. Com o cobre,

nhoff (2008), Hilal “desenvolveu uma obra consis-

Hilal faz com que a forma se materialize a partir da cor-

tentemente marcada por especial sensibilidade com rosão e oxidação. Numa terceira tendência, surge nos

In English, p. 257

relação aos materiais. A forma é gerada por meio de anos 2010 a escultura híbrida de caráter cinético.

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Fé

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C onvento e Festa da Penha Mais importante patrimônio histórico e religioso do O interior possui talhas em cedro da segunda metade Espírito Santo, cujo tombamento pelo Iphan inclui do século XIX, cujo trabalho na madeira é atribuído o morro e seu entorno enquanto marco da paisagem

ao português José Fernandes Pereira. A tonalidade

local, o Convento da Penha deve sua existência ao escura desse ornamento, cria forte contraste com as frei Pedro Palácios, que chegou à província em 1558. paredes caiadas de branco. No pé do morro, ao lado da gruta onde ele próprio

In English, p. 257

morava, Pedro Palácios construiu um nicho sobre Todos os anos o lugar recebe a Festa da Penha, uma das

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uma pedra para abrigar um painel de Nossa Senhora.

maiores celebrações religiosas do Brasil e que começa oito

Posteriormente, decidiu iniciar a construção de uma

dias após o Domingo de Páscoa. O evento, que atrai mi-

edificação no alto do morro, no que hoje se constitui lhares de devotos e até turistas, conta com missas, romao Convento da Penha, onde instalou o painel e uma

rias e inclusive shows musicais, tudo em comemoração

imagem de Nossa Senhora.

à Nossa Senhora da Penha, padroeira do Espírito Santo.


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Igreja dos

Reis Magos Construção jesuíta do século XVI, localizada no distrito de Nova Almeida, município da Serra, a Igreja dos Reis Magos é um dos melhores exemplares desse tipo de arquitetura colonial religiosa no Brasil. Sua implantação obedece à lógica das ocupações portuguesas daquele período, isto é, sobre uma escarpa junto ao mar, de onde se podia avistar ao longe qualquer possibilidade de invasão de inimigos estrangeiros ou índios não catequizados. A tipologia arquitetônica é composta por uma igreja com nave única e torre sineira lateral, justaposta à residência dos jesuítas: um quadrilátero com dois pavimentos e pátio central. Trata-se de uma construção convencional feita com paredes de pedra e óleo de baleia, caiadas, com telhado cerâmico sobre estrutura de madeira. A Igreja dos Reis Magos é um conjunto histórico-arquitetônico tombado pelo Iphan, em

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1943, e inclui também a praça gramada e com

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palmeiras imperiais defronte. Seu entorno oferece ainda hoje uma paisagem magnífica, formada pelo encontro do Rio Reis Magos com o mar e por praias de areia batida e ondas baixas que correm ao longe.


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Santuário de Anchieta

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Tombado pelo Iphan, o Santuário de Anchieta é um importante

Entretanto, boa parte da importân-

exemplar da arquitetura jesuítica do Brasil colonial. O local onde

cia e fama do local se deve ao Padre

está assentado obedece às mesmas características preferenciais dos

Anchieta, provavelmente o mais co-

jesuítas, isto é, sobre uma colina junto ao mar e ao lado de uma

nhecido missionário do Brasil, que

foz de rio, a partir de onde se poderia ter ampla visão do entorno.

ali viveu. A própria cela que ele ocupou é considerada original, sendo

Construído com pedra e cal, o conjunto arquitetônico compõe-se

um destacado registro histórico da

de um colégio de missionários justaposto à igreja. A torre sineira é

arquitetura do século XVI no Espí-

posicionada na lateral da fachada principal da igreja.

rito Santo.


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Folia

de Reis

A Folia de Reis, também chamada de Festa dos Santos Reis em outras regiões do país, é uma manifestação popular católica em celebração à visita que os Três Reis Magos fizeram ao menino Jesus, após seu nascimento. Durante a festa, os grupos devidamente paramentados saem pelas ruas da cidade, de casa em casa, carregando a bandeira ou o estandarte que simboliza e identifica cada grupo. Trata-se de um galhardete contendo alguma imagem cristã associada ao episódio bíblico. Atrás dele, seguem os palhaços e, depois deles, a banda de música acompanhada do povo. Durante a visitação às casas, entoam-se canções, homenageia-se cada presépio que ambienta o espaço familiar, para depois festejarem com comidas e

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bebidas oferecidas pelo dono da casa.

202

No Espírito Santo, destaca-se o Encontro Nacional de Folia de Reis em Muqui, com a participação de grupos de várias partes do Brasil.


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C axambu Também conhecido como jongo, o caxambu é uma

demais participantes cantam, dançam e batem palmas

dança de roda de origem angolana manifestada em ao lado de uma fogueira. As músicas podem aludir áreas rurais do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Como tanto aos símbolos cristãos quanto ao cotidiano vivido muitas das manifestações afro-brasileiras, o caxambu pelos (ancestrais) negros. Seus alegres participantes, os impõe uma teatralidade rítmica ao rito que também jongueiros, participam desse folguedo noturno dizenpossui um componente religioso, que se soma ao pro- do que se trata de uma dança ou mesmo de uma brinfano. As vestimentas são simples e os enfeites e adere- cadeira que comemora a libertação dos escravos. ços variam de acordo com cada banda. Em 2005, o jongo foi reconhecido como Patrimônio Junto com o mestre, componentes do grupo ditam o

Imaterial do Brasil, tendo sido inscrito no Livro de

In English, p. 258

ritmo musical em tambores e atabaques, enquanto os Formas de Expressão pelo Iphan.

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Ticumbi Tradicional folguedo capixaba, a batalha entre os exércitos dos reis africanos Congo e Bamba pelo louvor de São Benedito é secularmente reencenada pelos negros do norte do Espírito Santo, no Vale do Cricaré, nos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, no impressionante bailado do Ticumbi. As indumentárias brancas têm adereços ricamente ornados com flores, papel colorido, espelhos e fitas, acompanhados por espadas. Os participantes são divididos entre congos, vassalos e guerreiros. As únicas diferenças visuais entre os grupos são os detalhes das fitas coloridas e a disposição dos ornamentos. As músicas são executadas por pandeiros, ganzás e viola. As cantigas dialogam em batalha, com as batidas cadenciadas até que os reis duelam entre si, com a vitória final do

In English, p. 258

rei Congo e as honrarias ao vencedor.

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A origem do Ticumbi remonta a mais de dois séculos. A cada ano, os grupos escolhem um tema condutor dos cânticos, bailados e evoluções.


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C ongo e Puxada de Mastro De matriz africana, a partir dos negros escravizados,

Assustados, os escravos começaram a rezar e pedir

o congo é uma das mais importantes manifestações proteção. Foi quando o mastro do navio se quebrou, culturais do Espírito Santo, tombado como patrimô-

eles o agarraram e, assim, puderam se salvar, che-

nio imaterial pelo Conselho Estadual de Cultura.

gando com segurança à praia. Nasceu daí a tradição da puxada de mastro, sempre acompanhada por

As datas mais comemoradas pelos diversos grupos de

grupos de congo.

congo, a maioria deles localizados nas regiões litorâneas, são em homenagem a São Benedito, padroeiro

Com algumas variações, a festa ocorre da seguinte ma-

dos negros, ou a São Sebastião.

neira: um tronco de árvore (o mastro) é carregado pela população sobre um barco pelas ruas, depois fincado

No Espírito Santo, existe a lenda de que um navio

na praça e enfeitado, permanecendo durante um pe-

In English, p. 258

carregado de negros naufragou na costa capixaba. ríodo, até ser retirado pelos devotos celebrantes.

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Mosteiro Zen Morro da Vargem Localizado no município de Ibiraçu, com acesso às mar- Instalado numa exuberante área de Mata Atlântica, gens da rodovia BR-101, o Mosteiro Zen é facilmente propícia à vida monástica budista de reflexão e conidentificado graças ao grande portal vermelho denomi-

templação, o mosteiro também é aberto à visitação

nado Torri, cujo significado é “portão sem portão” e re-

pública, visando compartilhar tais ensinamentos com

presenta o encontro da cultura oriental com a ocidental.

todos aqueles, leigos ou não, que desejam vivenciar esses fundamentos.

O Mosteiro Zen Morro da Vargem tem como princípio norteador a Escola Soto Zen, que busca propor- Em função desses princípios, o Mosteiro Zen de Ibicionar a atividade monástica de acordo com a tradição

raçu vem desenvolvendo parcerias de capacitação com

In English, p. 259

japonesa do século XIII, em pleno Espírito Santo e em diversas instituições, que incluem treinamento para

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consonância com valores espirituais próprios do bu-

policiais militares, professores e alunos de escolas pú-

dismo, como autoconhecimento e vida participativa.

blicas, entre outros.


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Tapetes de C orpus C hristi A tradição da celebração do corpo de Cristo remonta ao gem ao Corpus Christi. Iniciados na década de 1960, os século XIII, durante o papado de Urbano IV, estando

tapetes de Castelo, mais do que um patrimônio cultu-

já presente no Brasil no período colonial. Muitas co-

ral e religioso, são também um atrativo turístico.

munidades católicas brasileiras comemoram a festa por meio da confecção de tapetes ornamentais efêmeros que

Confeccionados com materiais coloridos como serra-

adornam as cidades, por onde o ostensório, carregado

gem, casca de ovo, palha de arroz, papel picado e até

pelo sacerdote, percorre as ruas acompanhado dos fiéis.

bola de gude e tampinhas de garrafas, em substituição às folhas e flores secas usadas no passado, a produção

No Espírito Santo, é na cidade de Castelo que se en- dos tapetes movimenta quase toda a população duran-

In English, p. 259

contram os mais belos tapetes capixabas em homena- te a madrugada, na véspera da festividade.

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Iemanjá Inaugurada em 1988, no dia de sua celebração, 2 de fevereiro, a estátua de Iemanjá é a mais pura expressão de algo bem brasileiro: o sincretismo religioso. A rainha dos mares, como é chamada, é o mais conhecido dos orixás, já estando arraigada na cultura popular brasileira, cantada em músicas e até venerada por alguns católicos que a associam à Nossa Senhora da Conceição ou Nossa Senhora dos Navegantes. Ela está localizada num dos extremos da Praia de Camburi, a maior de Vitória, no píer que divide a praia do canal que separa a ilha de Vitória da parte continental do município. Por sua localização e pela beleza da paisagem que a circunda, o local é um importante atrativo turístico da cidade, de onde também saem passeios de escuna, e local bastante frequentado por pescadores. Se o píer é um lugar sempre muito visitado por pessoas em busca de lazer, no In English, p. 259

dia de Iemanjá o que se vê é uma festa de

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esperança e devoção, que bem representa a fé de um povo que, em agradecimento, joga flores no mar. Ou, como disse Dorival Caymmi, é “dia de festa no mar”.


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Esporte

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Voo Livre A prática do voo livre no Espírito Santo, seja em asa delta, seja em parapente, ocorre desde a década de 1970, inicialmente nos morros do Penedo e do Moreno, ambos localizados no município de Vila Velha. De lá para cá, o esporte cresceu muito, sendo praticado em quase todo o território capixaba, com várias rampas, algumas delas consideradas as melhores do Brasil, como a da Cachoeira Alta, no município de Alfredo Chaves, que possui 465 metros de altura. Entre as várias rampas capixabas que possuem diversos graus de dificuldade, também cabe destacar a de Santa Teresa, no Vale do Caravaggio, a Clementino Izoton, no município de Pancas, e a Córrego de Ubá, em Castelo. O alto nível do desenvolvimento In English, p. 259

desse esporte no Espírito Santo se

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deve muito ao trabalho da Associação de Voo Livre do Espírito Santo, fundada em 1989 e que conta hoje com cerca de 90 pilotos associados.


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Estádio Kleber Andrade Localizado no município de Cariacica, na Região guns jogos de times de outros estados, que atraíram Metropolitana da Grande Vitória, o Estádio Kleber uma grande quantidade de torcedores locais. Mas o Andrade é hoje o maior palco do futebol capixaba.

maior evento ocorrido ali, sem dúvida, foi o show

Suas obras foram parcialmente concluídas em 2014, de Paul McCartney em 2014. visando à sua utilização no período em que o Brasil sediou a Copa do Mundo. Na ocasião, o estádio foi

Do ponto de vista arquitetônico, o grande destaque

o local de treinamento da Seleção de Camarões du- do projeto é sua cobertura metálica circular, que forrante sua participação na Copa.

ma um anel circunscrito ao campo. Esse elemento, ainda que não cumpra efetivamente a função de co-

Uma vez que os clubes capixabas não têm disputa-

brir o público, é a marca visual do estádio. Menos

do as primeiras divisões do futebol nacional e o ca- evidente, porém, é a composição gráfica das arquilendário estadual foi encurtado, o estádio tem sido bancadas, que remete ao pintor holandês Piet Mon-

In English, p. 260

usado esporadicamente, apesar de ter recebido al- drian, importante artista da vanguarda modernista.

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Vela Taputera é um nome de origem indígena, cujo

Outra competição que marcou época foi a regata oceâ-

significado é “pedra submersa”. Trata-se de uma

nica Eldorado-Brasilis, na qual as embarcações partiam

rocha que está no fundo do canal da Baía de Vitó-

de Vitória até a Ilha da Trindade, distante cerca de 1.200

ria. Organizada pelo Iate Clube do Espírito Santo,

quilômetros da costa brasileira e 2.400 quilômetros da

localizado em Vitória, a Volta da Taputera é a mais

costa africana.

In English, p. 260

tradicional competição de vela do Espírito Santo.

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Essa competição teve início na década de 1940 e

A vela encontra no Espírito Santo, em particular em Vitó-

hoje é realizada com a participação de diversos ti-

ria – arquipélago composto por 33 ilhas, entre elas Trin-

pos de embarcações, divididas por categorias, tais

dade –, condições propícias para a sua prática, dadas as

como oceano e hobie cat.

características do seu litoral, correntes marítimas e vento.


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C orrida de rua A corrida de rua é um esporte cada vez mais popular, com milhares de provas e praticantes em todo o mundo. Na verdade correr é simples, barato (basta calçar um tênis), saudável e agradável, pois ao ser praticado ao ar livre permite a contemplação do ambiente no qual vivemos. Fazendo parte do calendário oficial da Confederação Brasileira de Atletismo, a Dez Milhas Garoto é a mais importante prova de corrida de rua do Espírito Santo e considerada uma das mais bonitas do Brasil. Com um percurso aproximado de 16 quilômetros, passando por ruas de Vitória e de Vila Velha, além da Terceira Ponte, que liga as duas cidades, a prova atrai anualmente cerca de dez mil atletas, entre eles alguns dos melhores do mundo. Ainda que seja comum a participação dos famosos corredores do Quênia e da Etiópia, que vêm dominando as últimas edições, o maior vencedor, no masculino, é o brasileiro Marilson Gomes dos Santos e, no feminino, a brasileira Márcia Narloch. Atualmente, a prova também conta com uma versão infantil: a Corrida Garotada. Hoje, são várias as provas realizadas em todo o Espírito Santo ao longo do ano, o que permite que qualquer In English, p. 260

cidadão espírito-santense possa praticar e competir. Se

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o percurso e os locais são variados, o mesmo se pode dizer das distâncias, sendo mais comuns as que possuem 5 quilômetros, 7 quilômetros, 10 quilômetros e até 21 quilômetros, a meia maratona.


C iclismo Pode-se dizer que andar de bicicleta é algo natural, já

andar de bicicleta é um bom modo de se praticar es-

que (quase) todo mundo aprende a pedalar. Hoje, no porte, se divertir e conhecer novos lugares. entanto, o ciclismo, em suas várias modalidades, está na moda, o que é motivo de comemoração.

E, como os esportes radicais também estão na moda, modalidades ciclísticas como o mountain bike e o BMX

Se, por uma questão econômica e até de praticidade, também são bastante populares no Espírito Santo. vemos pessoas andando de “magrela”, como a bicicleta é carinhosamente chamada, em todos os municí- Não bastassem tais vantagens, o ciclismo também é trapios, seja nas áreas urbanas ou rurais, com os temas da

tado de modo estratégico quando se pensa a mobilidade

saúde e sustentabilidade tão em voga, o ciclismo tem

urbana nas maiores cidades capixabas. Com a implan-

cada dia mais adeptos: homens ou mulheres, crianças,

tação de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, além do sis-

adultos ou idosos. Seja em passeios ciclísticos coletivos

tema de compartilhamento de bicicletas, será cada vez

In English, p. 260

(conhecidos como “pedal”), seja de modo individual, mais fácil e seguro pedalar pelo Espírito Santo.

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Futebol de areia Bastante popular em todo o Brasil, mesmo em regiões

melhor goleiro do mundo em 2009 e 2014. E não é

não litorâneas, é fato que o futebol de areia tem como só entre os homens, pois o futebol de areia feminino marco o 1º Mundialito de Beach Soccer realizado em

capixaba conta com várias atletas destacando-se e jo-

Copacabana, Rio de Janeiro, na década de 1990.

gando em times europeus.

Desde então, o Espírito Santo é destaque nesse espor- Iniciado em 2000, o Campeonato Estadual de Beach te, tanto em nível nacional quanto internacional, com Soccer, que reúne seleções municipais, é o mais tradialguns dos seus atletas entre os melhores do mundo. cional do Espírito Santo. Naquela ocasião, a seleção

In English, p. 261

É o caso de Jenílson Brito Rodrigues, o Mão, eleito

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da Serra sagrou-se campeã.


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Vôlei de praia O Espírito Santo é um celeiro de craques do vôlei de Em 2017, André Stein, aos 22 anos, tornou-se o mais praia, com atletas como Alison, Fábio Luiz e Larissa, ga- jovem atleta a sagrar-se campeão mundial em Viena, nhadores de medalhas olímpicas, além de Loiola e, mais jogando em dupla com Evandro. recentemente, André Stein, ambos campeões mundiais. Mas muitas das conquistas recentes do vôlei capixaba se Um momento sem dúvida especial foi a conquista da

devem a Loiola, cuja grande conquista foi o título mun-

medalha de ouro nas Olímpiadas 2016, no Rio de Ja-

dial conquistado em 1999, na França. Morando atual-

In English, p. 261

neiro, por Alison e Bruno Schmidt. Cabe ressaltar que mente nos Estados Unidos, onde é treinador, o pioneiro

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Bruno, mesmo não sendo capixaba, passou parte da

atleta capixaba foi agraciado com o Hall da Fama do Vo-

sua vida morando no Espírito Santo.

leibol como reconhecimento ao seu talento esportivo.


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Remo e C anoagem Com mais de cem anos de história, o remo é um – muito usado também para pescaria –, o stand up dos esportes mais tradicionais do Espírito Santo. Ao

paddle e até o mesmo o rafting, no qual botes inflá-

longo do tempo, as equipes de clubes como Álvares veis descem o Rio Jucu no município de Domingos Cabral, Saldanha da Gama e Caxias atraíram uma

Martins. Em todas essas modalidades, o atleta faz do

torcida vibrante por assistir às disputas realizadas no

remo a extensão do seu braço como instrumento de

canal da Baía de Vitória. Na verdade, as condições

controle da prancha ou embarcação sobre a água.

da raia da Baía de Vitória, marcada pela imponente presença do morro do Penedo, são ideais para a prá- Hoje, porém, é a canoa havaiana que vem atraindo tica desse esporte centenário.

novos praticantes da canoagem no Espírito Santo.

In English, p. 261

Como o nome já diz, trata-se de um tipo de em-

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A natureza capixaba é realmente propícia para tais

barcação originária do Havaí, utilizada pelos nativos

tipos de esportes, incluindo-se aí também o caiaque

para travessia entre ilhas.


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English Version ENDLESS TRIPS Over the last five centuries , many words and images have marked several aspects of the lands from Espirito Santo. In the extensive list of these exquisite records, the present work is now inserted, built with privileged glances belonging to the architect Tarcísio Bahia and the photographers Gabriel Lordêllo and Tadeu Bianconi. On one hand, three artists combine their sensitive visions of space and time in order to offer us new points of view based on the beauty. On the other hand, the affiliation of the three authors to the travelers who preceded them - the taste of leaving behind everyday comfort, the ability to describe unusual experiences, the commitment to share paths and places were revealed by different lights, knowledge and desires. Capixaba Expedition - A picturesque and photographic journey through Espírito Santo is structured from a project lovingly thought for being conceived with affection and freedom. Just take into account the true lesson given in the erudite introduction by Tarcísio Bahia, organizer and commander of the itinerary. If the final arrangement of the themes is not cast randomly, it moves away from the conventional. It reconciles natural and cultural aspects, historical and artistic, ancient and modern in an amalgam that pleases for being multifaceted. The readers are invited to make their own combinations of the same texts and pictures of a personal and nontransferable Espírito Santo. The "picturesque" and "photographic" of the subtitle overlap in 236

the work in a harmonic way. Both refer to the image; both presuppose a proper, refined look. In the part referring to the peoples, the Portuguese are not highlighted,maybe because it was the ethnic group that predominated in terms of language and religiosity and because other ethnic contributions were emphasized in order to affirm the heterogeneity of the inhabitants of Espírito Santo. The past is more alive than ever on the faces of the capixabas portrayed here , who do not betray their origins, but bring to the present powerful genetic inheritances and rich cultural heritage. In the item that deals with the towns and cities, there are several historical sites and what, in the urban plan, the authors consider more representative, or what is closer to their artistic souls, in alphabetical order they are presented Guarapari, Itapina, Itaúnas, Muqui, Santa Leopoldina, Santa Teresa, São Mateus, São Pedro de Itapaboana and the "twin cities" Vila Velha and Vitória, united forever by the bay and by history. Are there correlations between peoples and towns and cities? It's possible. It is up to the readers to discover them. As far as architecture is concerned, the existing typologies were first defined -the popular buildings in the countryside and in the city, the rural houses and the coffee farms - to draw attention to the yet undiscovered or undervalued treasures

of these buildings scattered throughout the territory of Espírito Santo. Then the choices of very diverse construction programs are aligned and that contemplate icons linked to multiple human landscapes - Anchieta Palace, Santa Luzia Lighthouse, Florentino Avidos Bridge and the recently inaugurated new Airport. The work has a thread, a sophisticated instance - words and photos talk to one another in a mutually enriching dialogue. There it is, one of the highlights of the Capixaba Expedition to which another is associated - the real contribution to building and consolidating diverse manifestations that will be part of the future patrimony of Espírito Santo. In this book, it is exciting to note the presence of various sports and work existing in our state; it is admirable to go over the manifestations of art, faith, gastronomy and folklore that concern us; it is enlightening to document the current situation of eucalyptus plantations, marble and granite farms, rivers and coastlines, our forests, waterfalls, mountains and ponds so vilified but still resisting. Until when? Very important, this presentation of Capixaba reality to be interpreted from different angles according to the interests and life circumstances of those who look at the pages that follow. After all, the expedition now carried out by the trio will multiply in many other journeys of the readers those who will come in contact with this beautiful work as soon as it is launched, or even those who will interpret it in the course of time, in 20, 50, 100 years ... Each


new reading will mean another vision of the Capixaba universe. Readings and visions that will perpetuate in endless trips. Vitória, summer 2019. Fernando Achiamé Poet and historian

INTRODUCTION: JOURNEY AND KNOWLEDGE I Travel books have become a genre of their own, since Marco Polo’s famous stories through Goethe’s Italian Journey (1816) and David Byrne’s Bicycle Diaries (2009). In addition, in Brazil, in a single example, The Apprentice Tourist (1976)1 by Mario de Andrade. Yet, the specific theme of foreign travelers in Brazil : traders, diplomats, adventurers and / or naturalistic explorers who, during their trips, recorded in texts, drawings and photographs their impressions of the environment, has been extensively studied in a variety of ways, in an effort to better see ourselves as a nation and civilization. This happened especially during the 19th century as in the works of Ana Maria Belluzo (2000) and Carlos Martins (1999). However, what really moved these people to venture across the Atlantic towards the south of the Equator sailing for months, embarked in unsafe ships, at risk of storms or diseases on board? Alternatively, once they had docked in Brazil, more precisely in the capital located on the shores of Guanabara Bay, what were their reasons 1 About the theme, we recommend reading: MONTELEONE, Jorge. El Relato de Viaje. Buenos Aires: El Ateneo, 1999.

for going deep into the interior of the country, for weeks or months, on the backs of horses or mules, sleeping under the moon, vulnerable to all kinds of wild animals? Clearing the forest for "only" seeing or witnessing with their own senses a world very different from their realities? If, since the era of these travelers, much has changed, mainly in technological aspects, thanks to the new means of transportation and communication, the fact is that traveling, seeking the "unknown", stepping out of the daily life and from the comfort zone, experiencing the world, other cultures, landscapes and tastes, ultimately, is still part of the human soul. It is this the spirit that has moved us - the photographers Gabriel Lordêllo, Tadeu Bianconi and I. Having traveled to every region of Espírito Santo, we felt it was time to share our experiences, that is, to present part of our experiences to a wider audience, thus, making a small contribution to Espirito Santo. One commonly accepted idea is that there are two Espirito Santos. The first is reasonably known or divulged but, never in an intense and extensive way, either by Capixabas themselves or by other Brazilians. Nevertheless, there is still the other Espirito Santo, the one in fact almost hidden, lost in the grottoes that allows unimaginable sensory discoveries. Capixaba Expedition starts with the following premise: to present an overview of the current Espirito Santo through photographs and brief texts that seek to provide a partial picture from this part of Brazil that still needs to be better known or acknowledge.

This, however, does not mean exhausting an overview of this Brazilian state that wants to show itself as a dialectical, multicultural place with strong secular traditions still present in its daily life, but also as an economy, that reaches beyond the oceans. Or rephrasing, a state strongly focused on foreign trade, but still linked to commodities, that is , based on products with little added value. Contradictions that only enrich what is understood as being Capixaba. Therefore, it is a challenge what we seek here: to unveil this current Espirito Santo, a relatively small territory but with great historical, geographical and cultural diversity. Still, it is worth emphasizing that Capixaba Expedition is also, as the subtitle makes clear, a photo book. So, a photographic trip. Yet, why picturesque? If Dawn Adès2 clarifies the use of the term "picturesque" through the analysis of several European publications dealing with the representation of the American landscape, Herculano Gomes Mathias is the one who advocates, the advantages in the use of the expression “picturesque Voyage” as the title of an illustrated book depicting "natural and social aspects" of a certain place. Thus, since the publication of Picturesque and Historical Journey to Brazil, by Jean-Baptiste Debret (between 1834 and 1839), or Picturesque Brazil, by Victor Frond3 and Charles Ribeyrolles, edited in 1859, many other 2 ADÈS, Dawn. “Os artistas viajantes, a paisagem e representações do Brasil”. In: MARTINS, Carlos (org.). O Brasil Redescoberto. Rio de Janeiro: Paço Imperial/Minc-Iphan, 1999, p. 16. 3 About Victor Frond, we will deal with him later, because of his unpublished photographic production in espírito-santense soil. 237


works have emerged with such approach. Although many have opted to adopt other denominations, it is true that the construction of "enlightened territorial encyclopedias" has become an important vehicle for communicating and recording places. Capixaba Expedition is organized as follows: there are 10 thematic chapters, each subdivided into entries, which include photos and text, contextualizing each addressed subject. They are, in order: Peoples; Villages and Cities; Architecture; Sea, Rivers, Bays, Waterfalls and Ponds; Woods and Mountains; Gastronomy; Job; Art; Faith; and Sports. The organization of the entries has often led us to questions about where it would be best to position them. As in the case of the Sanctuary of Anchieta, which stands out for both its architectural and religious aspects. On the other hand, where would it be best to place "coffee": in Work or Gastronomy? In addition, we also had doubts regarding an entry so dear to Espirito Santo: the Congo. We understand that, over time, it has acquired an artistic component of its own - represented by folk groups, dance, singing, and the famous “casaca” and even by its influence in Capixaba’s contemporary music- parallel to the religious aspect, whose expression is the pulling of a mast. Another issue was the selection of images, given the quality and quantity of photos of each item, so that some entries are more illustrated, with more photographs, than others are. There may also be some questioning about the absence of some entries. In this case, the argument is that we were aware of the impossibility of exhausting 238

all aspects or information that could reveal what the current Espirito Santo is. It should also be clear that, within each chapter; there was no intention to create an order (chronological or alphabetical, for example) in relation to the entries, even though the first chapter - Peoples - implies something like this. The post-industrial contemporary society is characterized by fragmentation and discontinuity, among other aspects that are opposed to the unity of the previous historical period. We have decided to let the reader connect the dots of linking the various objects portrayed. Finally, it should be said that all decisions were taken in a non-arbitrary way and that we have really tried to organize the book coherently. For now, we invite you to come with us on this "expedition" through the next pages. II Capixaba Expedition is, in a way, a tribute to two pioneers, each in his own way: the French Auguste de Saint-Hilaire, who made his first voyage to Capixabas’ land exactly 200 years ago, that is, in 1818, and the writer Levy Rocha, author of Foreign Travelers in Espírito Santo (1971). It should not have been a simple thing to do at that time, but Saint-Hilaire not only traveled much of Brazil, as well as of Espirito Santo, recording and cataloging his impressions of the places he visited, but then disclosing such knowledge through the publication of the book Second Journey to the Interior of Brazil: Espírito Santo (1936). Later he returned to embark on a new voyage, this time focusing mainly on the Doce river region, which resulted in

another publication: Trip to Espírito Santo and Rio Doce (1974). On the other hand, Levy Rocha's book, is a collection about several travelers who passing or not between the north and south of Brazil, have been to Espírito Santo, like the English Maria Graham or the painter Charles Landseer. It is worth mentioning another work by Rocha, this one on the illustrious trip made by Pedro II to Espírito Santo. Published in 1960, the book is also a kind of tribute to the emperor, whose visit to the Capixaba province happened 100 years earlier, that is, in 1860, a period in which the monarchy still enjoyed prestige. Brazil, as we know, was the last country in the Americas to abolish slavery in 1888. Until then, slave labor was extensively employed in agriculture, in a country where the economy was still extractive agricultural based. Under pressure, the imperial government of D. Pedro II committed to supporting the landowners in replacing by European immigrants those workers released. These were people who were looking for new job opportunities, as Europe was experiencing great political and economic difficulties in that period. In his trips around the country, the monarch was able to witness the transition that would definitively mark the fate of Brazil, as well as of the province of Espírito Santo, since the presence of European immigrants was crucial for the construction of what is known as the current Espirito Santo. Then, in 1889, the Republic was proclaimed, and the imperial family took refuge in Europe, starting a new phase in the Brazilian history. In the period between the second half of the nineteenth century and the first decades


of the twentieth century, waves of European immigrants arrived to occupy land uninhabited or to work on coffee farms that no longer relied on the labor of enslaved Africans, what was determinant for the transformation of some Brazilian provinces, among them Espírito Santo. If, at first, these new inhabitants of the Old World intended to work the land, they also ended up dividing themselves between farming, the construction of new roads and the deforestation of the still virgin forest, the consequences of which are still felt today.

to Europe. From Brazil, a huge amount of samples was sent to be researched in laboratories or stored in museums, as well as drawings and paintings to illustrate European books and albums.

The Enlightenment of the eighteenth century with the encyclopedia concept fostered the desire to catalog information as a source of knowledge and even entertainment in the new European urban population. Knowledge, more than ever, was lodged in the visible and inexhaustible nature, supplying human aspirations needed. Nevertheless, it was necessary that man penetrated it, going to its deepest gorges.

Thus, several scientific and artistic expeditions, which often covered up economic interests, traveled Brazil from that moment on, with results that were recorded in illustrated publications by blunt images capable of revealing to the world the peculiarities of natural, urban and rural landscapes, which most Brazilians did not even know or value.

"The fact is that my interest in the

Because it was the colony capital and later the Empire’s, Rio de Janeiro was the territory that received the largest number of travelers. The justification for many of those trips would be commercial or even diplomatic mission. However, there was also the explorations carried out for the sole purpose of studying the native nature, collecting research material to be analyzed by European institutions.6

world is renewed; I test my powers of observation and examine how far my science and my knowledge go, if my eyes are clean and clear, much I can apprehend in the midst of speed, and if furrowed and imprinted wrinkles in my spirit can be removed again".4

From 1808 on, with the arrival of Prince Dom João to the colony and the opening of the ports to friendly nations, Brazil became a territory avid to be revealed. As a result, Brazilian land received numerous foreign travelers seeking to know, portray, search and catalog information to be sent 4 GOETHE, Johann Wolfgang von. Viagem à Itália: 1786-1788. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 30.

"The picturesque and ethnographic aspects of the fauna and flora were largely illustrated by Spix and Martius, Pohls, Wieds and Mikans. The beauty of our flowers, the might of our forests, with its variety of plumitives [ sic ] , had a disclosure at that time, not like any other countries".5

These were groups funded by scientific or even governmental institutions, autho5 LEÃO, Joaquim de Sousa. In: FERREZ, Gilberto. O Brasil de Eduard Hildebrandt. Rio de Janeiro, s.d, p.7-8. 6  MARTINS, Carlos (org.). O Brasil Redescoberto. Rio de Janeiro: Paço Imperial/Minc-Iphan, 1999. p.74.

rized by the Brazilian authorities to carry out such missions. Thus, in the composition of these expeditions, it was common the presence of naturalists with various formations. Everyone, however, eager to study the tropics science and landscape recording them in texts (which could be in the form of travel diaries ) or in images (whether by sketches or watercolors drawings), giving the impression that the country impregnated them, what today is used as essential documents for the formatting of current Brazil. Some of these foreign travelers were artists as the aforementioned Debret, Johann Moritz Rugendas, Eduard Hildebrandt or Thomas Ender, while others were scientists, as the Germans Johann Baptist von Spix and Karl Friedrich Philip P. von Martius, or even aristocratic or noble monarchs, as Prince Maximilian and Princess Teresa of Bavaria. Despite the distinct motivations and formations, there is a common aspect: foreigners came to Brazil either for a short or long stay, each produced in each own way a framework of collected and recorded information that would be part of the knowledge about Brazil itself, which in most cases, has only been disclosed to Brazilians recently. Despite having produced a document about Espírito Santo in the form of a diary, Princess Teresa of Bavaria words are exemplary and synthesize the interest of the travelers. According to her, the purpose of her trip was "to visit the tropics and, whenever possible, to visit indigenous peoples, to collect plants, animals and ethnographic objects".7 7 BAVIERA, Teresa da. Viagem pelo Espírito Santo (1888): Viagem pelos Trópicos Brasileiros. Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2013. p.29. 239


And so thanks to the efforts and initiative of people like Debret, Rugendas and even of a Princess like Teresa of Bavaria , we are more aware of our past to better understand the present and, thus, to think the future. These are classic and indispensable examples to understand not only nineteenth century Brazil, but also what Brazil would become and, consequently, Espirito Santo. IV As the other Provinces, such as São Paulo, Bahia, Pernambuco and Maranhão; Espírito Santo was also visited by foreigners and even Brazilians from different regions, as Bishop Pedro Maria de Lacerda who left recorded in books, journals, reports, drawings and photographs their impressions of what was seen.8 There is no doubt, that the most remarkable of them all was the aforementioned Auguste de Saint-Hilaire. A naturalist with interest in botany, Saint-Hilaire had in his travels, the objective of carrying out a scientific cataloging. Nevertheless, what he published, recorded with accurate social perception, is nowadays a formidable material for us to know a little of the history 8 There is also the case of foreigners that simply immigrated and produced an inestimable work that owes nothing to that of travelers. The photographs of the German Albert Richard Dietze, who settled inEspírito Santo, are not behind the records left by the visitors, who "only" stayed for a short period of time in the Espirito Santo territory (today we call tourist the one who experiences the "ephemeral" experience of traveling). Nevertheless, the highlight of this text are the travelers and their testimonies about capixaba land. Regarding Dietze's work, the following reading is recommended: LOPES, Almerinda Silva. Alberto Richard Dietze: A German Artist-Photographer in 19th Century Brazil. Vitória: Gráfica e Editoria A1, 2003. 240

of Espírito Santo. On the other hand, one can also see him as a visionary: "... when the province of Espirito Santo is wisely administered and its inhabitants are more educated, it is possible that it reaches a high degree of prosperity." (http://www.brasiliana.com. br/obras/segunda-ao-interior-do-brasil-espirito-santo/page/25/texto ) Another illustrious traveler who arrived in Espirito Santo in the mid-nineteenth century was the French artist François-Auguste Biard. During the period spent in the region, both the Indians and the forest as well as the folk parties he witnessed were subjects of his paintings and drawings, and he even produced a “panorama” .9 Besides them, Prince Prince Maximilian of Wied-Neuwied, the envoy of the Swiss government Johann Jakob von Tschudi , the Canadian geologist and expert draftsman Charles Frederick Hartt ,the designer William John Steains and French photographer Victor Frondare are some of the names of others foreign traveler who visited the state of Espírito Santo. They recorded the characteristics of the people, the morphology of cities, nature and its landscapes. Even the aforementioned and celebrated Rugendas toured Espirito Santo.10 In general, what visitors witnessed were 9 “Before bidding farewell to the woods, he wished to paint a panorama; however, the Maruins, more inconvenient than the mosquitoes, were a hindrance. (...) At night, the bigheaded ants tricked him: they pierced the masterpiece, almost destroying it. It needed five more days of work, to restore it.” ROCHA, Levy. Viajantes Estrangeiros no Espírito Santo. Brasília: Ebrasa, 1971. p.102. 10 ROCHA, Levy, op. cit., p. 19.

towns and cities occupied by generally roughly constructed houses, though many of them were covered by shingles. Bishop Lacerda (date: page) wrote: "But so what? Over there, there are no architects, and one who comes from abroad costs a buck”. The old Jesuit buildings, however, like those of Benevente (currently Anchieta) and Reis Magos were already known. Among the inhabitants, the majority was Portuguese and African descendants, while among agricultural production, cassava, corn, sugar and pasture for livestock stood out. As for the natives, who did not really miscegenated, several villages of some ethnic groups, such as the Tupiniquins, remained, and much was said of the feared Botocudos, mostly located in the regions of Doce river and São Mateus. As we know, Brazil's first economic cycle was that of sugar cane, which began in the mid-16th century. Without being able to tame the Indians, transforming them into active and obedient worker for the sugar mills, the Portuguese found in the African enslaved the solution for labor during this phase of the colonizing period. Espirito Santo was not different from the rest of the colony, in a way that it had a proportionately large black population, ranging from farms and mills from Cachoeiro do Itapemirim in the south of the province, to São Mateus, in the north, one of the gateways to Africans enslaved in Brazil. Less developed than Rio de Janeiro, Espirito Santo caused astonishment and eventually some disdain on many of the visitors who came from the court. Vitória, until the turn of the nineteenth to the twentieth century, was still no more than a small village. About


Vila Velha, for example, Teresa of Bavaria wrote that it was no more than "an insignificant fishing village"11. Saint-Hilaire, saw "a decadent town with no little more than forty rustic houses, [which] offered no attraction to the traveler except to Convent of Penha"12 . What a difference from today! Regretful though was what happened to French botanist Jean-Théodore Descourtils, a researcher at the National Museum In Rio de Janeiro and sent to Espirito Santo in 1851 by the imperial government "to undertake mineralogical and entomological studies"13. According to Levy Rocha, Jean-Théodore Descourtilz was found dead in 1855, in the region of Santa Cruz. Although there were also those who saw Espirito Santo, of that time with good eyes, or rather, as if the region was gifted, as in the set of images of photographer Victor Frond. It is true that these photographs can be seen as a media strategy, to seduce Europeans dissatisfied with the situation in their countries, "in order to attract a greater number of immigrants to the colonial settlements of Espírito Santo state"14. However, in spite of the pamphlet point of view, the images of Frond became relevant because were “recognized as the oldest photographic images taken in Espirito Santo"15. 11 BAVIERA, Teresa da. op. cit., p.140 12 ROCHA, Levy, op. cit., p.78-79. 13 Ibid, p.86. 14 LOPES, Almerinda da Silva. In: FRANCESCHETTO, Cilmar. Victor Frond – 1860: Uma Aventura Fotográfica pelo Itinerário de D. Pedro II na Província do Espírito Santo. Vitória: Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, 2015. p.17. 15 FRANCESCHETTO, Cilmar. op. cit., p. 58.

The visitor's eye, however, was in fact mindful of everything: "In this almost uninhabited wilderness, directors and their helpers are not subject to any control, and so the sums allocated annually by the government to the villages are not always applied for the purpose originally intended"16. As it can be seen the contradictions and misappropriation so evident in Brazil today and which we reject so much, were already noticed by the unsuspecting visitor.

monoculture of coffee, the main product of the country's trade balance. This productive activity required intense labor that also provided investments not only in roads, but also in railway, ports and shipping in general, besides the urban expansion of towns and cities. Not to obstruct such a development process, and mainly to meet the aspirations of an economical, oligarchic and rural elite, a mass of able workers to handle any kind of manual work available was needed.

The theme of religious intolerance was also the object of a foreign look recording at the time. This is a regrettably current issue given the radicalization seen today in Brazil and in much of the world. In Espírito Santo, this was observed since the arrival of the first Lutheran immigrants. According to von Tschudi (2004), the conflict happened between Catholics and Protestants in the colonies of Santa Isabel and Santa Leopoldina. However, by an imperial governmental order such occurrence was immediately suppressed.

To Espirito Santo families from different parts of Europe arrived, such as Italy, Germany, Switzerland, Azores (Portuguese island), Tirol (Austrian state), Pomerania (region between Germany and Poland), Luxembourg, among others. In Capixaba soil, these immigrants, rather than replacing the African descendent labor, were used to occupy previously unproductive, dense forest areas, previously inhabited by Indians.

Yet the roads that covered the province were few, insecure and even dangerous, with the risk of attacks by the Botocudo Indians. The solution many times was to use the newly arrived foreigners to work on improving roads. With this, the male labor force of immigrants ceased to devote themselves to labor in their own fields. Moreover, perhaps, there was no other way, for they needed to count on roads both for the disposal of their crops and for bringing the other goods not produced in the region, which were necessary for their subsistence.

However, one should be reminded that Brazil, due to Republican movements under way, did not enjoy a political stability. To the transition from the end of slavery, whose Aurea Law was enacted in 1888 - after the ban on trade and the entry of Africans enslaved into the country in 1850 and the Free Womb Law in 1871 – the proclamation of the Republic, in 1889 was added. All actions aspired the modernization of Brazil, which already had undergone major changes in its economical, urban, social structure and cultural aspects with the contribution of the ethnic groups of Europeans who came to form the new workforce.

At that time, the economy of Espírito Santo, like much of Brazil, focused on the 16 BAVIERA, Teresa da. op. cit., p. 87.

Public health issues should be mentioned. If 200 years ago, when Saint-Hilaire came to Espírito Santo, the province had a lack of 241


infrastructure, including urban, old cities like Vitória and Vila Velha were no more than settlements. It is possible to state that during the next 100 years, the transformations that occurred were remarkable. However, even during the early years of the Republican period, when some Capixaba cities were already having significant development, there was still a great shortage of other public services, such as sanitation. The results of this contradiction were epidemics of cholera, smallpox and even yellow fever, which shows how much, is still needed to overcome chronic obstacles, given the recent cases of the late disease in Capixaba territory17 . Despite the enormous sociocultural advances of the nineteenth century from the time of European travelers to the new colonizing immigrants, there was already a socio-economic structure in which ,the Brazilian government was an important inducer of the local economy, offering work of public nature; making money circulate around the region, where it was present. If there was not an abundance of financial resources, on the other hand, the settlers diverted their attention from the production of their main activity, cultivation of crops in their own land. This is a recurrent situation still seen in many Brazilian and Capixaba municipalities: the dependence of the local population on the jobs offered by municipalities, from grants received through federal or state transfers. The first decades of European immigra17 It is true that most of the recent cases of yellow fever have occurred in forest areas, so it is the wild type. Even so, urban populations, not only in Espírito Santo, but in much of the Southeast, had to be massively immunized. 242

tion in Espírito Santo were not the easiest. Many of them felt cheated by the government, whose seductive promises had much more attractive general conditions regarding, for example, the quality of the soil to be cultivated and the size of the lots that each family would receive. Later, in the second quarter of the twentieth century, within the framework of the Second World War, a new picture emerged for such populations. Brazil took stand in favor of the Allies and against Germany and Italy, the very countries where the majority of immigrants assigned to Espirito Santo had come from. Since then, Germans, Italians and their families have suffered several types of difficulties imposed by the other inhabitants of the territory of Espírito Santo, as was the case of educational barriers against teaching their native languages in schools located in the colonies of immigrants. If this happened mainly in the countryside settlements where they had settled, in bigger cities, like Vitoria, the atmosphere of animosity was quite high. These facts contributed to the no integration of these communities with the other Capixabas until a few decades ago. The period from the fall the New York Stock Exchange in 1929, to the end of World War II, was decisive from the economic point of view of Espirito Santo. First, the financial crisis in the US stock market made coffee prices drop rapidly. Then the armed conflict in Europe and in the Pacific increased the demand for iron ore used in the manufacturing of armaments. The creation of Companhia Vale do Rio Doce occurred in this context. Thus, if the portrait of the nineteenth cen-

tury Espirito Santo seen by some of the travelers as not the most promising, today it is possible to realize how much progress has been made, but also setbacks. The most obvious and unfortunate may be the destruction of much of the Atlantic Forest, among other biomes, which has caused a reduction and silting of the riverbeds and water crisis experienced today. The loss of much of the vegetation cover has led to the disappearance of several springs, the evaporation of river waters and erosion of riverbanks, in a vicious circle. Nevertheless, many of the habits from that period has changed, and it is desirable that they should remain so, that is, continue to be valued and, as if possible, preserved. This is the case of cooking. If there is something that capixabas are proud of it their cuisine, especially the fish stew prepared in the clay pot, a custom that dates back to the local Indians eating habits. In addition, today we are daily submitted to the use of utensils and household goods, as well as the treatment of diseases, based on herbs drawn on indigenous knowledge and customs. Hence, the wooden spoon, fiber baskets and to doze or sleep in the hammock typical things inherited from the Indians that inhabited this land since ages. There are also other secular traditions related to faith or festivities from Portuguese or African origin, that are still impregnated in the local culture forming the affective patrimony of the Espirito-Santense people. According to Francisco Aurélio Ribeiro, there are two conditions that characterize the Capixaba culture: the miscegenation, due to the various ethnic groups that occu-


pied the territory, and the "historical, geographic and political marginality", due to the proximity with those who had the leading role in Brazilian history". (Bahia, in the sixteenth and seventeenth centuries; Minas Gerais in the eighteenth century, Rio de Janeiro, in the nineteenth century, and São Paulo, in the twentieth century). If this caused the Capixaba to cannibalize himself, in a process whose culture is "hybrid and marked by contrasts"18, it is possible to think that now, in the XXI century, such a context becomes an immense opportunity. Thus, it is clear that the current Espirito Santo is a great cultural kaleidoscope, presenting an enormous diversity of landscapes, peoples and histories, which result in its own gastronomy, unique architectural and landscape monuments and a thriving economic activity. Finally, it can be said that any visitor today, foreigner or not, will have a quite different a perception from that of the travelers who were in Capixaba soil in the past, when the province was even considered "decadent", according to Tschudi (2004). PHOTOS PEOPLES Indians Espírito Santo native inhabitants, the Indians are currently a small part of the population that composes what is known as “Capixabas”, a Tupi Guarani word-meaning cornfield.

Portuguese colonizers, the Indians were practically decimated in almost every regions of the state. Nevertheless, during the colonial and imperial periods the Espirito-Santense territory was also well known for being home to the brave Botocudos that inhabited the forests in the countryside. Today, the indigenous peoples of Espírito Santo are composed of the remaining Tupiniquins and Guarani, most of them settled in the municipality of Aracruz. Despite their tragic history, the indigenous heritage is extremely rich and present in the culture of Espírito Santo, either in the cooking (as in the case of the typical clay pot with its famous “moqueca”), or in the naming of several localities, such as Itaoca, Itapina, Cariacica or Piraquê-Açu, among others. Negroes The history of African descendants in Brazil starts in the 16th century, in the beginning of the Portuguese colonizing process, after the failure in trying to make the autochthonous Indian the subservient labor that would work on the farms. Although forcibly subjugated, the African descendants resisted, miscegenated, integrated and today are part of the Brazilian and, of course, Capixaba ethnic-cultural kaleidoscope.

As they did not acculturate, that is, because they did not submit to the interests of the

The entrance of the blacks enslaved to Espírito Santo was by the port of São Mateus, north of the state, next to the province of Bahia. Thanks to this, São Mateus and Conceição da Barra are the municipalities with the greatest percentage of blacks in the territory of Espírito Santo, where the majority of quilombolas communities are located.

18 RIBEIRO, Francisco Aurélio. In: ESPÍRITO SANTO (Estado). Espírito Santo: Um Painel da Nossa História. Vitória: Edit, 2002. p.37.

Quilombo is the name given to the sites where runaway blacks hid during the Brazil-

ian slave period. Quilombo inhabitants are called quilombolas, and their descendants made up many of the Afro-Brazilian communities recognized all over the country. Nowadays, Black culture is present in every region of Espírito Santo, from traditional folkloric manifestations such as “Caxambu” and the carnival of Roda d'Água, to contemporary actions such as Black-themed cinema. Italians Of all the European ethnicities that came to Capixaba territory the Italians were and still are the most numerous, present not only in the current image of Espírito Santo as in every region of the state . If the precarious economic conditions in the second half of the nineteenth century in the newly unified Italy were the reason to immigrate, added to the promises made by the Imperial Government of Brazil, the Italians and their Capixabas descendants hold significant part in Espírito Santo’s culture, economy and politics. Initially, there was a small number of immigrants, who settled in Santa Cruz with the help of pioneering Italian: Pietro Tabacchi. Later, a new group of Italians arrived for Rio Novo colony, in the South and later the ones who came to work in Rio Novo in the south, then another group to work in the plantations in the region of Cachoeiro de Itapemirim. But undoubtedly ,the Italian culture is nowadays more intense in municipalities like Santa Teresa (considered the first city founded by Italians in Brazil)and Venda Nova do Imigrante, both in the central mountain region of Espírito Santo and also in the North of the State in towns like 243


Colatina and Nova Venécia, whose name is a homage to Venice. Germans The history of the first German families who arrived in Espírito Santo begins in the early nineteenth century in the colony of Santa Isabel, in the mountain region of the state, that used to belong to Viana, but today is part of Domingo Martins’ municipality. It was a time when the living conditions for many Germans were difficult and not promising. Everything changed with the invitation to immigrate to Brazil from D. Pedro II Imperial Government that promised counterparts that included donation of land and subsidies to families. These early German settlers to Espírito Santo were both Catholic and Lutheran. After the establishment of Santa Isabel, the Lutherans decided to go further into the mountain range and start another colony, later called Campinho, the current headquarters of the municipality. Having received immigrants from several regions from old Prussia, before it was united and the German Empire created, Santa Leopoldina is another municipality that also has a relevant presence of Germans since its foundation. Nowadays the German heritage is present in Capixaba culture, at parties such as the Sommerfest – The German Immigration Festival, gastronomy based on sausages, sauerkraut and beer or in prominent family names such as Schowambach or Gerhardt. Pomeranians Pomerania was a territory located between Germany and Poland that, after the his244

torical process initiated in the German unification, which lasted until World War II, no longer exists. Due to the economic crisis in that European region during the nineteenth century, in the 1870’s thousands of Pomeranians immigrated to Brazil, including several families who came to Espírito Santo, whose descendants still keep their original habits, including their own language. Mistaken by Germans and discriminated during the war for this, the Pomeranians were resilient, so Santa Maria de Jetibá, a municipality in the mountainous region of the state houses the majority of the Pomeranians and their descendants of the Capixabas, it emerges in the national agriculture, occupying a prominent place in egg production. Over time, some of the original customs of the Espírito Santo Pomeranians changed or were lost, as the traditional wedding in which the bride dressed in black. However, in an effort to recover and preserve some other traditional cultural aspects, these communities have been promoting a series of actions to value their affective patrimony, shown in festivals and typical dances. Tyrolean Tyrol, whose capital is Innsbruck, is a state in Austria. In the early nineteenth century “forbidden by the strict Austrian laws of getting marriage and, thus, constituting a family, young people from Tyrol found a way out: to mass immigrate to Brazil. Santa Leopoldina became an isolated community” (Medeiros, 1997: 110). As surprising as the reasons for the Tyrolean immigrant process to Espírito Santo was the later discovery of this community by the Austrians. Only in the 1990s, when a team of journalists visited Brazil to report

on Empress Leopoldina the population of Austria became aware of the Tyrolean Capixabas causing great surprise in the European Country. From that time on, trips were made both ways reactivating the once forgotten affective and familiar relations. In Santa Leopoldina both the Catholic Church, from the end of the nineteenth century, as well as the parish house, built in the 1920s, are listed by the State Council of Culture. The architecture of the church, with its accentuated roof and an eccentric side tower, refers to the neo-gothic style, typical of the period. VILLAGES AND CITIES Guarapari Its name is of indigenous origin meaning, “bird trap”, that is to trap “guará”, a bird whose plumage is intensely reddish and inhabited the mangroves of the region. Today, as the state main tourist destination, Guarapari receives an immense floating population during summer and holidays, bringing much excitement and many typical problems for a city that spends most of the year abandoned. The main attractions of the place are its beaches that became famous in the 1960s due to the therapeutic monazite sand. The proximity to the capital means that many residents of Vitoria and neighboring Vila Velha have a second residence in the city, creating a seasonal movement during the weekends. Along its beautiful coastline, there are several types of beaches, from the calmest to the most agitated, from the small inlets to the long and extensive ones, from those frequented by the elderly to those liked by the surfers. Besides the famous beaches, Guara-


pari also houses Paulo César Vinha State Park, in which the visitor can contemplate a “resting” environment in its fullness. Itapina Located in the municipality of Colatina, Itapina was founded in the 19th century. However, Itapina only really developed and prospered from the first decade of the twentieth century on, living its heyday before the 1960s, and then it became decadent. Its houses reflect the architectural features of the period before modernism, featuring buildings in eclectic lines and even art deco. Another peculiar aspect is the fact that the city borders the Doce River, whose watershed served for the implementation of the railroad Vitória - Minas Gerais, railway line built to transport iron ore from Minas Gerais to the coast of Espírito Santo. Thus, Itapina has in the railroad and passenger station, one of its urban and architectural landmarks. Also noteworthy is an unfinished metal bridge on the road, which would connect the city to the other side of the Doce River that became a tourist attraction. Itaúnas The small and bucolic village of Itaúnas, on the border with Bahia and belonging to the municipality of Conceição da Barra is a recent urbanization, because the old village that existed by the sea was buried by its famous dunes. It is a nature process, brought about by man when the forest strip that served as a sand movement barrier was removed. Today from the top of the two dunes, overlooking the sea, one of the most attractive images of the patrimony of Espírito Santo can be seen. Moreover, the warm seawater

is a standing invitation for a dive. In addition, the visitor also visit the State Park of Itaúnas, with its dunes, mangroves, and even archaeological sites. Notwithstanding such attractions, Itaúnas is also known as “land of forró pé-de-serra”, that, although a northeastern musical rhythm associated with the festivities of Saint Jonh, found in the north of Espírito Santo another place to take refuge. Muqui Muqui had a great momentum throughout the coffee economic cycle, due to the implementation of the railway line inaugurated in 1902, enabling the connection of the city to Vitória, the province capital, where coffee was mainly exported to Europe. The historical urban layout has two routes that are transversally articulated from the city main square, in triangular format, the parent church being positioned at one of the vertices and at a slightly elevated site, which gives it an outstanding visibility. The main road runs parallel to the river and the railway line, besides concentrating the local commerce. The urban complex consists mainly of eclectic buildings of up to two floors, but we also find some modernist lines Buildings. The city is also the scene of cultural, popular, erudite, and important as unusual events in Espírito Santo. In the erudite aspect, given the pinnacle of yore, the city shelters several pianos in many houses, where many music parties happen. In terms of popular culture, Muqui annually holds the Boi Pintadinho Carnival and the rendezvous for Reis Folia groups, both

traditional festive events that combine the sacred and the profane. Santa Leopoldina Its history begins with the arrival of non-Lusitanian European immigrants, in the end of the 19th century, invited by D. Pedro II Imperial government as a substitute for the enslaved work force in coffee plantations, which had developed mainly due to Santa Maria River navigable riverbed from where goods where shipped to Vitória, the province capital. If next to the Santa Maria River South bank there is the majority of the town’s houses, including the main church in an elevated part, in the North bank there is the main square still emptied giving a more contemplative character. Declared a national heritage by the State Counsel of Culture in 1983, the city has the Settlers Museum as its main tourist attraction often visited by groups of students. However, despite being the living record of traditions, pictures and memories, great part of the current inhabitants of Santa Leopoldina still need to undergo a process of heritage education redirecting their perception about the value embedded in their heritage. Santa Teresa Considered the oldest Brazilian city colonized by Italian immigrants who arrived in the country in the second half of the 19th century, Santa Teresa is, along with Venda Nova do Imigrante, the ones that best preserved cultural aspects inherited from Italy. Thanks to this, the city is a prominent tourist destination in Espírito Santo, 245


boasting a calendar of parties and events, which attract people from other parts of Espírito Santo as well as from other states. One of its main attractions is the Lambert House, originally built by the Lambert Brothers, Antônio and Virgílio, in 1875 and currently declared a national monument by the State Counsel of Culture. The urban structure of the city evidences the absence of a previous territorial planning, in such a way that the spatial occupation of the place probably occurred spontaneously, as we find in several Italian cities, especially those of the medieval period. São Mateus Important commercial warehouse for the handling of goods through the northern region of Espírito Santo and southern Bahia, São Mateus lived its apogee thanks to cassava flour and, later, to coffee plantations, besides, of course, the favorable conditions of navigation along the Cricaré River. It was also a region that received many enslaved blacks brought from Africa that still houses remnants “quilombolas”, unlike other regions in Espírito Santo. The place of implementation of the urban nucleus follows the Portuguese colonizing model, with a lower part containing a port by a river, bay or sea, and a high part, from where the whole city and its surroundings could be seen. São Pedro do Itabapoana It is a small district in the south of Espírito Santo surrounded by a dozen of coffee cycle farms, which demonstrates the opulence of that period. Period that lasted from the end of the nineteenth century to the first decades of the twentieth century. 246

The State Council of Culture lists the site, including both the urban perimeter and forty-one of its properties. Implanted in the middle of a valley through which a small visible stream passes by an even channeled stretch, the town shows an urban structure divided into a low part and a high part, where the square and the main church are located in its central point. Moreover, if the upper part has cobblestone paving, the low, the main entrance of the site, presents “pé de moleque” paving. São Pedro do Itabapoana began declining after the construction of a railway line where currently the headquarters of the municipality of Mimoso do Sul is located. Today, however, the city remains a prominent tourist destination in southern Espírito Santo, in addition to hosting the traditional Festival of Accordion and Viola. Vila Velha The starting milestone of Espírito-Santense colonization, Vila Velha was founded in 1535 by Vasco Fernandes Coutinho, the Portuguese donee of the then Espírito Santo Captainship. In 1549, it lost the headquarter status to Vitória, an island with a promontory at the end of the navigable canal, which provided better conditions for defense, mainly from indigenous attacks. The city has several historical monuments that keep the memory of that period, as Our lady of Rosary Church and mainly Convento da Penha, Espírito Santo greatest religious symbol. A heritage that added to the beauty of its beaches, such as Costa, Itapuã or Barrão, the last located in Barra do Jucu.

In 1989 with the conclusion of Deputado Darcy Castello de Mendonça Bridge, known as the Third Bridge, the town had a huge economic and demographic impulse. With over 400 thousand inhabitants, Vila Velha has currently the second greatest population in the state and its economy is based in services. Vitória Like Florianópolis and São Luís, Vitória is one of the three Brazilian island capitals. Founded in 1551, it is one of the oldest cities in the country. It was named as an homage to the victory in the battle led by the grantee Vasco Fernandes Coutinho against the Goitacazes Indians. Besides the insular part, the capital of Espírito Santo has part of its territory in the continent and several other islands in its municipal perimeter. Such condition makes bridges one of the elements ubiquitous in the city landscape, connecting the island to its surroundings, as well as the expressive presence of water as an aspect of the landscape. Near Vitória Bay and Camburi canal, nature is present in Vitoria on its hills, with emphasis to the Fonte Grande Massif, and in the mangrove in the northwest part of the island. Vitoria also has a Historic Center, where there are several architecturally significant buildings, such as Anchieta Palace, Santa Luzia Chapel and Vitória Metropolitan Cathedral. Nevertheless, today Vitória is a cosmopolitan city, focused on the service sector, boasting high rates of development in national terms and directed to the twenty-first century, whose economy is linked to foreign trade.


ARCHITECTURE Popular and Vernacular urban construction According to Portuguese tradition followed by the first settlers, the domestic constructions preferentially adopted wattle and daub as a structural and sealing system. Wattle and daub consist of walls formed by a weft of wood filled with clay, which, once dried, hardens, guaranteeing the rigidity and stability of the construction. Every building, usually a house, whose materials used and constructive techniques come from its own region, is a vernacular construction. Hence, it is common to associate it with the idea that it is an architecture of low technical quality what is not true. A vernacular construction can be quite sophisticated. An example is the famous Waterfall House by the American architect Frank L. Wright; and within this concept, it is also possible to include Brazilian houses in wattle and daub or adobe. On the other hand, any non-erudite construction, that is, made from an acquired knowledge, practical experience, without academic background, may be considered popular. In Espírito Santo, as in all of Brazil, due to its socioeconomic history, it is possible to find excellent examples of popular construction, whether in urban or rural areas. The builders of these houses have often learned their trade from their family and today, using creativity, shape the buildings that serve to their primordial function, that is, to shelter people who need them. Rural House According to records, it can be said that the constructions we see today in several

rural agricultural areas in the countryside of Espírito Santo are slightly different from those of the past, when the occupation of the territory of Espírito Santo began.

however, are well preserved, such as Independência Farm in Mimoso do Sul, Santa Rita Farm in Muqui, and Do Centro Farm in Castelo.

In general, these are houses with a rectangular floor plan containing all the rooms of the residence, except in some cases from the kitchen, sheltered in another smaller rectangle juxtaposed to the main volume. The great change that has taken place over time was in relation to the constructive process: if before these houses were built from mud, today what is seen is baked ceramic brick as a preferential constructive element ,replacing palm leaves or carcass layer ceramic tile for industrialized ceramic tile or even for fiber cement tile.

Anchieta Palace Espírito Santo Government Ceremonial Headquarters located on a hill in the upper City Center of Vitoria and facing the port, Anchieta Palace has undergone several changes throughout history, from the beginning of its construction, in 1570, to its current shape.

Coffee Farms The coffee business cycle in Espírito Santo began in the second half of the nineteenth century, in the south and mountain regions of the state. By the 1830s, coffee was the main Brazilian export item, having developed intensively in much of the southeast due to the local climate. The social structure that enabled the existence of large coffee farms was based on slavery and a strict control by the "coffee barons", landowners who lived under the aegis of the Imperial Government. Regarding farms physical structure, however, the coffee growers constructed exemplary buildings in architectural terms to house the headquarters of the estates. Symbols of the opulence of that period, the headquarters were used as the farm management offices and family residence for the barons. Espírito Santo has several remaining historic mansions, many in ruins. Others,

Its genesis, in the middle of the eighteenth century, dates back to St. James School, when the building had only one wing and one church. The current quadrilateral form and neoclassic style is therefore characteristic of the image of a historical patrimony that is in the imaginary of Capixabas but does not correspond to the origin of the building. After its last restoration the palace has held several art expositions, becoming an important city cultural structure, visited by tourists as well the local inhabitants. Farol de Santa Luzia At twelve meters high and with an iron and octagonal tower format structure brought from Scotland, Santa Luzia Lighthouse was inaugurated in 1871, during D. Pedro II government .Today it is a tourist destination in the town of Vila Velha. Its function was to guide the navigators accessing the canal to the Port of Vitória. Originally, the lighting worked with kerosene, replaced by electricity in 1938. If the function of a lighthouse is to be seen by the navigators, it is curious to note that the 247


view one has of the magnificent surrounding landscape is the attraction of the place.

since it is a gate of entrance and exit for both tourists and cargo.

Lighthouse is a Greek word in reference to the island of Faros that was connected to Alexandria, city founded by Alexander the Great in 332 B.C. A famous lighthouse was located there and it was considered one of the Seven Wonders of the Ancient World.

With a new structure inaugurated in 2018, after years of delay in the construction schedule, Vitória Airport is now the one which has the best national evaluation, when compared to other Brazilian airports of the same size. It includes not only a new passenger terminal, as well as a new runaway– longer and safer than the previous one, in addition to technical support facilities. Designed for a 20-year horizon, the new airport can serve up to 8.4 million passengers/year, and international flights are planned.

Florentino Avidos Bridge Popularly known as Five Bridges, since its structure consists of five arched juxtaposed spans, Florentino Avidos Bridge was built to connect the mainland to the island of Victoria. In fact, the bridge initially linked the mainland to Prince Island, from where another bridge with a single arched span reached the capital. After the embankment, that linked Vitória to Prince Island, this bridge began to be called Dry Bridge, since there was not a watercourse under it any longer. The decision to install a bridge in that part of the city was due to the construction of the port of Vitória in 1906, which would require a road-rail access for the outflow of goods. Commissioned in Germany, Florentino Avidos is a metallic bridge, which was transported by ship, assembled at the place where it was installed. Nevertheless, its conclusion only occurred in 1928, due to several reasons, among them the First War, 1914-1918 in Europe. Vitória Airport Officially called Eurico de Aguiar Salles Airport, it is the biggest airport in Espírito Santo and the only one operating regular commercial lines, it has fundamental importance to the economy of all the state, 248

Although the new terminal has been built with several innovative solutions including energy efficiency systems, which reduce water and energy consumption expenditures, to the user what is striking, is the beauty of its architecture, either by the wing shape of its roof, or by facade in chromatic mosaic, a current and visually dynamic solution. Besides, because of the new runaway, take offs and landings over Camburi Beach are a scenic show to all passengers. SEAS, RIVERS, BAYS, WATERFALLS AND LAGOONS Bay and Mangrove in Vitória Located between the municipalities of Vitória, Vila Velha, Cariacica and Serra, the Bay of Vitória has an elongated shape as a canal, which led to it being considered for a long time the mouth of the Santa Maria da Vitoria River. Along its canal, there are several capixaba historical, architectural and landscape landmarks, such as Penha Convent, Anchieta Palace, Penedo and Mochuara hills, besides Florentino Avidos Bridge (Five Bridges).

Nevertheless, the Bay of Vitória is also of great economic importance for the state, since it houses the port of Vitoria, in the capital, besides the quays of Capuaba and Paul, in Vila Velha. If, from its entrance into the sea until reaching the Second Bridge, in the Center of Vitoria, east-west direction, the bay has a more urbanized configuration along its banks, from there on it gradually becomes the site of one of the largest Brazilian urban mangrove. In this section, you will find Caieiras Island, a tourist district where you can taste typical dishes from the state of Espírito Santo, and Lameirão Island, an ecological reserve for educational and scientific purposes. Benevente River 79 kilometers long, having its source in the municipality of Alfredo Chaves, while the mouth is located in Anchieta, the Benevente is a river as important in environmental terms as in history. Source of water and food for the riverside population, in the low part the Benevente possesses a vast mangrove whose fauna is composed of crabs, several types of fish and even herons. In the historical aspect, the first landmark occurred during the colonial period, when Jesuits founded the village of Reritiba to catechize the indigenous peoples of the region, especially by the priest José de Anchieta, whose later gave his name to the municipality in which the estuary is located. Another important moment occurred during the imperial period, between the years 1875 and 1894, when the first families of Italian immigrants arrived there.


Doce River The main river of Espírito Santo and also formative of the most important exclusive hydrographic basin of the Southeast Region, Doce river begins in Minas Gerais, flowing 853 kilometers until reaching the Atlantic Ocean in the locality of Regência, in the municipality of Linhares, in the north of Espírito Santo. During much of the colonial period, Doce River region was little explored, as it was the home of the fearsome Botocudo Indians. The discovery of large deposits of iron ore in Minas Gerais, resulted in a project to implement the Vitória - Minas Railroad, at the end of the 19th century, and later the Vale do Rio Doce Company in 1942. The occupation process along the course of the river has led to the disappearance of much of the Atlantic forest in the region, which has caused, for example, the silting of the bed and loss of water volume. Nothing comparable to the serious environmental accident that occurred in 2015, when a mud dam broke in the upper part of the river and contaminated its waters, killing the flora and fauna that existed along the way until reaching the sea. Piraquê-Açu River Almost 50 kilometers long, having its source in the municipality of Santa Teresa, Piraquê-Açu runs through Ibiraçu and João Neiva until reaching the municipality of Aracruz. There, it forms the largest mangrove in Espírito Santo. In this beautiful estuary, one can find the locality of Santa Cruz, a small and graceful fishing village, in which there is also the Historical Museum of Santa Cruz, installed in the former “Casa de Câmara e Cadeia”.

In Santa Cruz there is also two indigenous villages: Caeiras Velha and Boa Esperança (Tekoá Porâ). Its name, of indigenous origin, means "Great River". In its waters, it is possible to find several species of fish, such as sea bass and red, besides typical mangrove species, such as crab and oyster. A large part of its bed is navigable, being today a quite explored tourist tour. Its hydrographic basin, source of water for thousands of people of the region, also includes the Rio Piraquê-Mirim. Fumaça Waterfall The 144-meter waterfall is located in the municipality of Alegre, in the region of Caparaó, and it is Fumaça Waterfall State Park main attraction. It is named Smoke/Fumaça because the water that falls and runs down the rocks is dispersed into small droplets, resulting in an image resembling white smoke. If the view of the waterfall is breathtaking, when approaching its base, the tourist will feel the coolness caused by the droplets, which is why the place is quite visited during summer.

the chronicler Rubem Braga and the show business man Carlos Imperial. However, the city is also famous for its high temperatures much of the year, given its location in the middle of a valley, cut by the river that it is named after. To relieve the heat, nothing better than a swim in the beautiful Alta Waterfall. Located in the district of São Vicente, this waterfall is about 90 meters high and a small cove of sand forms a pleasant beach, where the visitor can enjoy this pleasant place. In addition, the depth of the water well is small, allowing baths without risks, despite the strength of the water. The waterfall is appropriated for practicing negative rappel, when you go down the rope without touching the rock. This is due to a gap between the water curtain and the rock. This gap serves as a shelter for hundreds of swallows that flock around. Matilde Waterfall The largest freefall waterfall in Espírito Santo at 62 meters high and officially called Engineer Reeve Waterfall, Matilde Waterfall offers a fascinating image for those who just want to contemplate it, but can also be seen as a challenge for rappelling fans, with negative slope.

To get to the waterfall it is necessary to walk an 800 meters trail. The 27 hectares of Park, also offers three other trails, in which the visitor can contemplate the exuberance of the Atlantic Forest.

A district in the municipality of Alfredo Chaves, Matilde offers, besides the famous waterfall, several other falls such as Iracema, Iraceminha and Darós.

Alta Fall The municipality of Cachoeiro de Itapemirim is famous for several reasons, among them being the birthplace of personalities like the singer Roberto Carlos,

It is also worth mentioning Matilde Railway Station, built in 1910 and recently restored. Next to the station, there is Matilde Tunnel, a downhill structure displaying 65 steps under the railroad tracks where 249


the water of a tributary of the Benevente River flows creating another fall. Juparanã Lagoon Despite being the second largest lagoon in Brazil in volume of fresh water, Juparanã is also well known as the Island of the Emperor, where D. Pedro II stayed during his trip to Espírito Santo in 1860. In his notes, the monarch was dazzled to have spotted parakeets, herons and alligators. The name Juparanã comes from the Tupi language, which means "sea of fresh water". This large lagoon is located in the municipalities of Linhares, Sooretama and Rio Bananal and along its banks; there are several sandy beaches with clear and calm water; but not all of them with public access. In addition, Juparanã is very used for sailing and boat rides, being therefore an important place for leisure for the local population that finds there a pleasant scenery. South Coast Itaoca, Castelhanos, Ubu are some of the names of beautiful beaches on the south coast of the state, each one with its own charm. Some more urbanized and with infrastructure, others wilder, hidden, difficult to access and almost unknown. From the municipality of Presidente Kennedy, in the extreme south of Espírito Santo, through Marataízes and Piúma north bound, the beaches are longer; some of them having cliffs what gives them unique landscape characteristics. In other cases, the presence of a lagoon next to the sea creates another type of landscape not less interesting, as in Praia and Siri Lagoon and in Praia and Lagoa de Maembá.

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In Anchieta, more precisely in Iriri, what we find is a sequence of small beaches, hidden and interspersed by promontories. Of these, the best known are the beaches of Areia Preta and Costa Azul. North Coast The presence of extensive coconut palms interspersed with “restinga” vegetation and stones in the water, creating natural pools, is one of the characteristics of the beaches of the municipality of Aracruz, whose landscape enchants from sunrise to sunset. In the municipality of Linhares, the town of Regência stands out at the mouth of the Doce River preferred by surfers and Barra Seca, the only beach where naturism is practiced in Espírito Santo. Going north, in São Mateus, the highlights are the beaches of Urussuquara and Barra Nova, as well as Guriri, located on the island with the same name and a famous tourist destination in the region. In Conceição da Barra, there are urban beaches that are currently suffering from the erosion process, such as Bugia and the Farol in the headquarters of the municipality. Nevertheless, from a landscape point of view, it is worth mentioning the beaches of Itaúnas, in the village with the same name, and Riacho Doce, already on the border with the state of Bahia. FORESTS AND MOUNTAINS Mello Leitão Museum Created by Augusto Ruschi, capixaba of Italian descend, considered patron of ecology in Brazil , the Museum of Biology Professor Mello Leitão is one of the main centers of research on Brazilian nature , especially in relation to the Atlantic forest,

and also an important tourist attraction in the city of Santa Teresa, where it is located. The museum has a vast scientific collection on fauna and flora, as of hummingbirds and bats, and oforchids and bromeliads, respectively. The place has a library, pavilions of botany, zoology and ornithology, herbarium, orchid greenhouse, in addition to nurseries containing several species of animals like birds and snakes. Mello Leitão was a teacher and friend to Ruschi, with whom he worked at the National Museum in Rio de Janeiro, which is why he decided to pay tribute to him when he founded the Capixaba Museum. Linked to the federal government, the Mello Leitão Museum, which was once under the aegis of the Brazilian Institute of Museums (Ibram), from the Ministry of Culture (MinC), is now part of the structure of the Ministry of Science, Technology and Innovation. Caparaó and Da Bandeira Peak Third highest peak in Brazil, at 2.892 meters high, Da Bandeira Peak is a place with difficult access, but quite visited by those who like to venture along trails, to enjoy the sunrise and the freezing cold, emotions rewarded by the view of the surrounding landscape. Located in Caparaó National Park, between the states of Espírito Santo and Minas Gerais, with an entrance access to the park in each state, Da Bandeira Peak was once considered the highest in Brazil. In the park, visitors will find several trails, waterfalls, camping sites, in an important fragment of the Atlantic Forest that serves as protection to Itapemirim, Doce and Itabapoana rivers.


Being ecological tourism an important heritage for the region, the municipalities that compose the surroundings of the park, offer a large lodging network composed of small inns or n the bed and breakfast system, besides events and agro tourism products Sooretama Biological Reservation and Vale Natural Reservation in Linhares The Atlantic Forest, considered one of the most diverse biomes on the planet and, unfortunately, already devastated throughout the country, still has some important remnants ,as in the case of the two contiguous reserves located in the north of Espírito Santo, in the municipalities of Sooretama and Linhares. A biological reserve, as in the case of Sooretama, is rigorously protected by law and seeks the integrity of the natural attributes of its area, and even visitation is prohibited, except in education situations or of previously authorized scientific research. The Vale reservation, on the other hand, is open to the public, including a hotel and leisure facilities as a swimming pool and sports court. However, its focus is ecological tourism, which can be done on its various trails, where the visitor can contemplate and understand the importance of nature conservation. Pedra Azul The mountain that is symbol of Espírito Santo mountainous region has its name because of the bluish coloration it acquires at certain times of the day, due to the solar incidence. It is also known as Lizard Stone, because a ledge on one of its slopes shows the shape of this type of reptile so

common in the region, that is, depending from where you look at the stone you can even imagine a huge lizard climbing the mountain. The area where Pedra Azul is located is now a state park where the visitor can walk through trails and bathe in several natural pools. The region is a major tourist destination in the state of Espírito Santo, home to dozens of hotels, inns and restaurants, as well as numerous residential sites and condominiums that make up a qualified second-home tourism. Located in the municipality of Domingos Martins, Pedra Azul is one of the most important symbols of Espírito Santo landscape. It has already been requested for Unesco to recognize it as a Natural Heritage of Humanity. Itabira 700 meters high and one of the natural monuments of Cachoeiro do Itapemirim municipality, Itabira Peak can be sighted from several city points, being one of the outstanding elements of the region landscape. Its shape resembles that of a pointing index finger. Despite this, its name comes from the Tupi-Guarani, meaning "steep stone".

tected by the Chico Mendes Institute for Biodiversity Conservation (ICMBio). Also according to ICMBio, the basic objective of the conservation unit is “the preservation of nature ecosystems of great ecological and scenic beauty accomplishing scientific researches and the development of educational activities; recreation in contact with nature and eco-tourism ". In addition to the scenic beauty provided by the unique granite mountains, like Camel Rock (that rises to 720 meters) and Needle Rock, the site also attracts trekking fans and, mainly, of free flight . Clementino Izoton ramp is considered one of the best in Brazil for hang gliding practice. The Friar and the Nun Listed in 1986, by the State Council of Culture, and located in the municipality of Itapemirim, this curious rocky complex, which catches the eyes of those crossing highway BR-101, in the south of the state, can also be seen at a distance. It was given such a name by the evident similarity that it holds with the two figures from Catholic religious orders.

Both the stone and its surroundings are today protected natural heritage sites by the State Council of Culture, in 1999, besides configuring a municipal park, where there are some waterfalls that form swimming pools.

From this similarity, a legend was born in the colonial period, according to which a nun and a friar fell in love. Despite the impediment of the relationship, the forbidden love has been rewarded; after all, they find themselves eternally positioned in front of each other.

Pontões Capixabas Located in the municipalities of Pancas and Águia Branca, northwest region of Espírito Santo, Pontões Capixabas Natural Monument is a conservation unit pro-

This mountainous granite formation rises to 68 meters. A dirt road leads to the base of the Friar’s back, from which one has a fascinating view of the surrounding landscape. Groups of hikers usually climb the 251


granite rock. Mestre Álvaro At 833 meters high and located in the municipality of Serra, but seen from a distance from several sites of the Greater Vitória Metropolitan Region Mestre Álvaro is a granite mountain covered by the Atlantic Forest. Due to its location, next to the coastal strip, has served as an orientation site for maritime navigation. Although there is no historical record of the origin of its name, it is true that, since the sixteenth century, there were already reports on the significant presence of this mountain in the local landscape, including by Saint-Hilaire and D. Pedro II when they were in Espírito Santo in the nineteenth century. Nowadays, Mestre Álvaro and its surroundings are an area of environmental preservation, being quite visited by those who like tracking. The site offers four tracks, each with a different degree of difficulty and hiking time. Mochuara At 718 meters high and one of nature’s landscape of the great Vitória, given its magnificence Mochuara is a granite hill located in Cariacica and considered the municipality main tourist attraction. Its importance, however, is not only due to its landscape and symbolic aspect but also for environmental issues as the site shelters a rich flora and fauna. That is why in 1992 Monte Mochuara Natural Municipal Park was created. In the mid-nineteenth century the region 252

around Mochuara was a shelter for African descendants who had fled from farms. Today, however, the place is famous for the Carnival of Roda d'Água, including Congo lively bands with many of the participants costumed and masked. Eucalyptus The tree of the genus eucalyptus has more than 700 species; some of them extensively grown in Espírito Santo, because of its economic importance and rapid growth as well as being raw material for cellulose (in the manufacturing of paper), charcoal and even in stakes, poles and construction. In fact, in Espírito Santo there is, Fibria the largest pulp mill in the world, former Aracruz Celulose, a forest product market company that has a large planted area throughout the territory of Espírito Santo, in addition to outsourced plantation areas. There is a controversial debate about the eucalyptus monoculture, in one hand those who see advantages (monitoring planted areas interspersed with preservation areas, forming ecological corridors, with flora and fauna preservation) and on the other hand those who see disadvantages (disappearance of other agricultural crops and rural exodus by exclusion, among others). Forno Grande Park Located in the municipality of Castelo, Forno Grande Park is 730 hectares long, featuring several attractions for those who visit such as natural pools, called Yellow pools, and waterfalls where it is possible to bath and refresh. However, the importance of the park is mainly due to environmental aspects. This is the case of Forno Grande Peak, the sec-

ond highest peak in Espírito Santo, which gives name to the Park. Being ran by the State Institute of Environment and Water Resources (Iema), the place shelters a rich flora and fauna, including animals at risk of extinction, such as the ocelot and a rare species of monkey. In all four tracks, as in Pedra Azul, there are remarkable panoramic views including the Lizard Rock (or Blue Rock), located in Domingos Martins besides the Friar and the Nun in the municipality of Itapemirim. Limoeiro Cave Considered the most important cave in Espírito Santo, located in the municipality of Castelo, Limoeiro Cave is both a tourist attraction and an archaeological site where scientific research has been carried out as well as a place for prayers, because at its entrance there is an image of Our Lady of Lourdes. From 1979, with the archaeological studies carried out on the site, Amerindian ancestor bones were found dating to approximately 4,500 ago. Listed by the State Council of Culture, currently there is at the site a Visitors Center to help tourists. The cave has several halls and offers guided tours. GASTRONOMY Moqueca and Capixaba Pie Thanks to his unparalleled taste, the journalist Cacau Monjardim created the slogan “moqueca is capixaba, the others are fish stew”. In preparing “moqueca”, in addition to


fresh fish, ingredients such as coriander, annatto, tomato and onion are used. It is usually served accompanied by white rice and “pirão”, made from fish stock and cassava flour. You can also make shrimp, crab or even fish with shrimp “moqueca”. Capixaba pie, within the particularity of the cultural tradition of Espírito Santo, is a dish that is only eaten during Holy Week. In coastal regions inhabited by Indians accustomed to the consumption of fish, shellfish and crustaceans, the Portuguese Catholic belief of not eating meat during the Easter period was added. For its preparation, it is necessary, among other ingredients, seafood such as “sururu”, crab and shrimp, and even cod, which mixes with the natural heart of palm, and its cover is made with beaten eggs and can be garnished by onion rings. In the days leading up to Holy Week, cities change part of their landscapes, receiving hundreds of merchants from many places, like southern Bahia, who bring their hearts of palm directly from the forest regions, to be used to prepare the pie. Socol and Polenta A sausage made from pork loin and seasoned with salt, black pepper and garlic, Socol is one of the Italian immigrants heritage produced in the municipality of Venda Nova do Imigrante. To go with Socol, nothing better than the famous polenta, also of Italian origin; that is corn meal served boiled or fried. Because of this attractive and peculiar gastronomy, the town of Vend Nova do Imigrante annually promotes a Polenta

Festival, created by Father Cleto Caliman in 1978, and nowadays attracting thousands of tourists to the region. The highlight of the festivities is the “Tombo da polenta”: in a huge pan with 1.60 meters in diameter, polenta that is served to the public at the party is cooked. Such traditions, as well as the production of jellies, caponatas, biscuits etc. transformed Venda Nova into the National Capital of Agrotourism by the Brazilian Association of Rural Tourism (Abratur). Coffee Historically considered the lever of Capixaba development and one of the main goods of Espírito Santo's economy, coffee culture is present everywhere in the state. Its importance also happens because it is a great employer of labor, with more than 300 thousand people involved in this activity. Espírito Santo is the second largest coffee producer in Brazil, with much of it exported to various countries. In the state, both the Arabica and Conilon coffee are grown, Espírito Santo is the largest producer of the latter species, which corresponds to 35% of the agricultural GDP of Espírito Santo and a productivity of up to 35 sacks per hectare. Today, after much research and investment, capixaba coffee is also famous by its quality, having already won several competitions with its diversity of flavors and aromas. Peroá A few years ago, fried peroá was the favorite appetizer for tourists visiting Espírito Santo. It was a common species of fish in the coast of Espírito Santo. White meat, light and tasty, peroá was also a cheap option to accompany a beer in a kiosk or

beach bar. Little by little the fish began to scarce and disappear from the menus of bars and restaurants, increasing the price, thus losing much of its appeal. The reason for its disappearance is not conclusive but it may be attributed from predatory fishing to seismic explosions for oil exploration. The period of shortage seems to be ending as it is not difficult to see the fried peroá again in the menus. It may be garnished with onions and / or sliced tomatoes and usually by French fries, peroá is part of the gastronomic imaginary of Espírito Santo. Crab (Mud Crab) Crustacean found in mangrove areas of the Brazilian coast the crab is one of the items that best expresses Espírito Santo gastronomy, whether in a crab moqueca or simply eaten with your hands, with the help of a board and hammer, in a street bar. The habit of eating crab comes from the natives, and they are caught the same way as they were in the past: scavengers walk in the middle of the mangrove with mud to their knees, while the hands look for the animals that defend themselves with their claws. The capture of the crab is controlled by environmental agencies, aiming to protect it during the closed seasons, during which the animals move. It is when males and females mate and therefor become more vulnerable. A control that allows the preservation of the species. Cachaças Despite the reputation of the cachaças from regions like Salinas, in Minas Gerais, or 253


Paraty, in Rio de Janeiro, Espírito Santo is also an important producer of the spirit. There are about 80 distilleries spread over a large part of its territory, not to mention those of artisan character, totaling around 20 million liters per year, according to data from the Union of Beverage Industries of Espírito Santo.

Award held in Paris.

In fact, it is the national drink, linked to colonial history and the economic cycle of sugarcane, raw material for cachaça - which, in turn, is the basis for another Brazilian icon, caipirinha.

Espírito Cacau /Cocoa Spirit, that produces its own almonds in Linhares, has in its catalog three different types of premium chocolates according to cocoa content: 31%, 46% and 70%.

The production of Capixaba cachaça is spread among several municipalities of Espírito Santo, as in São Roque do Canaã and Domingos Martins, many brands are already famous and awarded in various competitions. The big challenge now is to make the Capixaba cachaça really a national preference.

WORK Harbors With an economy strongly linked to foreign trade, the group of ports in Espírito Santo is one of the most dynamic in the country. An activity that dates back to the 19th century due to the hegemonic coffee culture in the state of Espírito Santo. Today, however, the ports move several types of goods, ranging from ornamental stones such as marble and granite, passing by machines and automobiles, to liquid bulk such as gasoline and diesel, which are loaded to or unloaded from various parts of the world.

Cocoa and Chocolate Chocolate is one of the most appreciated delicacies in the whole world, providing several benefits to human health, according to recent research. It is worth mentioning that Espírito Santo enjoys national and international prestige thanks to both the production of cocoa (the fruit that is the main raw material for chocolate) and important Capixaba brands, as the almost 100-year-old Chocolates Garoto (now belonging to the multinational Nestlé) and Espírito Cacau. Holding about 90% of the state production, the municipality of Linhares is the largest cocoa producer in Espírito Santo. From there came the cocoa which, in 2017, was considered one of the best in the world by the International Cocoa 254

Founded in 1929, by the German immigrant Heinrich Meyerfreund, Chocolates Garoto has brands celebrated by the public such as Serenata de Amor, Baton and Talento.

Before the construction of the Port of Vitória in 1906, there was only the Emperor's Pier in the city. On the other side of the bay, in Vila Velha, Paul and Capuaba wharves were built in the 1940s and 1970s, respectively. To the north, there is the Steel Products Terminal (TPS), a consortium managed by Usiminas, ArcelorMittal and Gerdau, and the Tubarão Port managed by Vale S / A. Espírito Santo also has the ports of Barra do Riacho, in the municipality of Aracruz;

Ubu, in the municipality of Anchieta; and, in the future, the Central Port in the municipality of Presidente Kennedy, in the south of the state, whose construction has already been authorized. Mining and Steel Industry Mining is the process of removing minerals from nature, which can range from gold to silver, or oil and gas, or iron, for example. The economy of Espírito Santo is nowadays closely linked to the mining activity through the presence of two important companies in the sector. Vale S / A, which receives the ore, extracted in Minas Gerais processes and exports it and Samarco, whose Capixaba unit is located in Anchieta, but recently was responsible for one of the country's main environmental accident, which occurred in November 2015, resulting in serious damage to the Rio Doce. The steel industry is the activity of processing iron and steel using in the composition of the latter several types of ores, such as carbon. The importance of this industrial segment in Espírito Santo is due to the presence of ArcelorMittal (former Companhia Siderúrgica de Tubarão), one of the largest companies in the world in the sector. Despite the impact of such activities on the places where they operate, whether by the number of workers employed, the salary mass in circulation in the economy, or the taxes generated, mining and steelmaking are part of the contemporary history of Espírito Santo. Oil and gas Second largest producer of oil and gas in Brazil only behind Rio de Janeiro, Espírito Santo has in this extractive activity one of


the pillars of its economy. With deposits located both on land and at sea, in shallow or deep waters, oil and gas production is now responsible for 28% of the state industrial activity. A sector that moves a large productive chain, generating direct and indirect jobs, attracting more and more specialized companies to settle in Espírito Santo. The year of 1968 marks the beginning of the activity in Espírito Santo, when Petrobras started drilling the first well in the São Mateus region. Forty years later, in 2008, a new milestone comes as exploration work begins on the pre-salt layer in the Humpback Field. Since it is a finite resource, Espírito Santo's main challenge is to prepare for a post-oil and gas economy that will focus on clean and sustainable energy. Agricultural production According to José Gonçalves Salvador (1994), since the middle of the sixteenth century, Espírito Santo produced "cassava, rice, cotton and some sugar, although the few sugar mills were dismantled due to Indian attacks”. Today, in addition to coffee, there are several crops produced in Espírito Santo, maintaining a positive balance of trade in the state economy, with highlight for papaya, coconut, cocoa, yam and banana. One of the characteristics of Capixaba agricultural production is that it usually occurs in small and medium family farms, different from other Brazilian states. Also noteworthy is the chicken and eggs sector, occupying the second place in national productivity, located mainly in the

municipality of Santa Maria de Jetibá. Ornamental rocks Espírito Santo is the largest producer of ornamental stones in the country, with about 75% of the national production, whose marbles, such as the white snow and the blue acqua marina, and granites are recognized worldwide. The extraction and processing of rocks, with over 60 years of activity, is responsible for employing, directly and indirectly, more than 120 thousand workers throughout the state. Two municipalities are prominent in the production of ornamental rocks: Cachoeiro do Itapemirim, in the south, and Barra de São Francisco, in the northwest region of the state. Given the economic importance of the sector, Espírito Santo has been annually promoting the International Fair of Marble and Granite, which occurs in Cachoeiro do Itapemirim or Metropolitan Region of Greater Vitória. It is an opportunity for business representatives from around the world to meet in Espírito Santo and conduct business, whose showcase is the Capixaba marbles and granites. Fashion With nearly 1,300 companies, most of them small and medium-sized, Espírito Santo has been increasingly prominent in the fashion industry. The clothing sector is not only concentrated in Colatina, a national reference in the production of jeans, but also in Polo da Glória in Vila Velha, whose focus is the manufacture of knitwear. In Colatina, this activity generates more than 16 thousand jobs, while in Vila Velha, around 12 thousand jobs are generated.

The boom of the sector, in both regions, occurred in the 1980s. Until then, there were small family businesses. With the Cruzado Plan and the coffee crisis in Espírito Santo, many companies opened; creating a synergy that resulted in a sector that is now consolidated and dynamic. One of the most pulsating areas of the creative economy, fashion is a strategic segment when thinking about the labor market, especially for young people, in an increasingly globalized world. To give visibility to this segment, Vitoria Fashion was created, a yearly event with parades of brands from the state of Espírito Santo and a business hub. Furniture Maker One of the most industrialized states in the country, Espírito Santo has in the furniture sector one of its most structured business segments. A production marketed all over Brazil that generates thousands of jobs. The main furniture pole is located in Linhares, whose production is mostly serial and rectilinear, with intense use of MDF in its composition. MDF is a flat panel composed of wood fibers and resin, widely used in furniture making due to its versatility and rigidity. With the start of the operation of the first factory of MDF in the municipality of Pinheiros, a new impulse is expected in the furniture industry of Espírito Santo. Besides the serial furniture sector, Espírito Santo also stands out in woodworking: a customized, high quality finishing production, using reforestation wood in the furniture composition. 255


ARTS & CULTURE Clay pot According to Iphan, Intangible Heritage refers to “cultural references based on tradition and manifested by individuals or groups of individuals as an expression of their cultural and social identity”. Thus, the way the clay pots are made in Goiabeiras, a neighborhood in Vitória, is the first Brazilian intangible asset listed in 2002, having been inscribed in the Book of Knowledge. It is an indigenous tradition that today is one of the main expressions of Espírito Santo culture. The “moqueca” and the pie, Capixaba’s cuisine most famous dishes, are intrinsically linked to the clay pot, that is, they can only be made and served in it. In the production of the pots a special clay is used, whose deposit is found exclusively in the “Mulembá” Valley, a municipal natural park located in the island of Vitória, and tannin, extracted from the bark of the Red Mangrove trunk, a typical mangrove tree. Hand-molded by artisans who have kept the craft for generations, the pans are then burned in bonfires before being marketed, most in a shed in Goiabeiras. “Casaca” and Drums In the Congo tradition, a typically Capixaba musical rhythm (although similar with other folk genres, such as the Minas Gerais congada), two handcrafted musical instruments stand out: the “casaca”: a kind of carved wooden “reco-reco” containing at the end which it is held, the figure of a human head, and the drum. During his visit to Espírito Santo in 1860, Emperor D. Pedro II was introduced to 256

“Casaca” and even drew this instrument, according to his records of that trip. Besides the specific sound of each instrument, which because of the artisanship does not allow two “casacas” or two drums to have the same sound, the chromatic intensity in the painting of the objects also stands out, increasing their artistic value. Thus, the “casaca”, especially, has become a typical Capixaba adornment, marketed as a souvenir in tourist shops. Moreover, in the case of Congo groups, the predominant color of the instruments is usually the same as that used in the costume of the participants. Whistles from Cachoeiro de Itapemirim Wooden instruments that reproduce the songs of birds, the whistles are mainly used by birdwatchers, as a way for observing nature; people walk through woods and rural areas attempting to see the birds in their own habitat. Created by Maurílio Coelho in 1903, at a time when ecological concerns were almost non-existent, in Cachoeiro do Itapemirim, the whistle factory originally produced the instruments for another function: hunting.

of Espírito Santo. The tradition of shell designing in the city of Piúma, famous for the quantity and the quality of its production, owes its come back in the 1960s to the artisan Carmem Muniz Guimarães. Thanks to the existence of two maritime currents in the region, one hot and other cold, the sea of Piúma is conducive to the breeding of mollusks, whose shells are the raw material for this beautiful craft. If, in the beginning, there were necklaces, bracelets and pendants, today various types of objects are produced, not only for clothing but also for decoration, such as ornamental flowers, mirror frames and lamps. “Boi Pintadinho” Present in several Brazilian regions with some variations and different denominations such as “Boi-Bumbá” in the Amazonas or “Bumba meu boi” in Maranhão the Capixaba Boi Pintadinho version is one of the main popular traditions of the municipality of Muqui, where the carnival has been animated by the presence of several groups for many years.

For each species of bird, whether a jacutinga, a macuco, or an inhambu, there is a specific type of tweet. Capable of enchanting by both the sound and exotic form, the whistles, which are also used as decorative pieces and in music education, are exported to various countries for bird watching lovers.

There are about 20 Boi Pintadinho groups in Muqui, that parade along the streets in the historic center of the city, each with its members dressed in costume following the ox usually a costumed man who dances, shakes and horns- pulled by a cowboy. In addition to these characters, children are also part of the party, having fun following the ox.

Shell Craft The production of ornamental shell artifacts originated in the indigenous tribes that inhabited the southern coast

The tradition of Boi Pintadinho in Muqui began between the 1930s and 1940s, when the city still enjoyed the economic prestige of the coffee cycle.


Vale Museum Former Vitória-Minas Railway Station, previously named Pedro Nolasco, the headquarters for the Vale Museum is an eclectic work built in 1927 in the municipality of Vila Velha and positioned on the banks of the Bay of Vitoria, where there is a beautiful view of downtown Vitória. The museum, opened in 1998, displays a steam locomotive and train wagons, as well as a warehouse (former loading warehouse) where exhibitions and seminars dedicated to contemporary art are held. A permanent exhibition, telling the history of the railway, which includes a largescale model, is also part of the museum's attractions. In this way, the visitor of the Vale Museum, in meeting the past and the present, is able to reflect on the future, something inherent in the contemporary museology experience. Carlos Gomes Theater Designed in 1925 by the Italian architect André Carloni (also author of the Metropolitan Cathedral of Vitoria) in eclectic lines to replace the old Melpomene Theater that was destroyed by a fire, Carlos Gomes Theater, besides being the current home for the Symphonic Orchestra of Espírito Santo, is the stage for important scenic and musical spectacles. Its typology follows the Italian theater model, with foyer, proceeded by audience with galleries or horseshoe counters, before the proscenium and stage. In the interior, highlight to the audience ceiling panel, that shows a painting from Homero Massena in homage to the composer Carlos Gomes.

Located in the Center of Vitoria, in Costa Pereira Square, the theater that is listed by the State Council of Culture, is part of the city's historic itinerary along with other cultural facilities such as the Espírito Santo Art Museum and the Sesc Glória Cultural Center. Hilal Sami Hilal Born in 1952 in the city of Vitoria, Hilal Sami Hilal is today one of the outstanding plastic artists in the state. A graduate from the Federal University of Espírito Santo (Ufes), where he taught for a period, Hilal has had exhibition in several museums and galleries in Brazil and the world, among them the Vale Museum in Vila Velha and the Lasar Segall Museum in São Paulo. According to the renowned Capixaba critic Paulo Herkenhoff (2008), Hilal "developed a work consistently marked by a particular sensitivity to materials. The form is generated by means of physical acts guided by certain principles and concepts ". If, in his first phase, Hilal had on paper the raw material for his production as in the “Rendas” series , in the 1990s, in which the paper is made to emerge as an Arabic calligraphy via banana fiber with pigmented cotton, nowadays copper also occupies an important place in his artistic work. With copper, Hilal causes the shape to materialize from corrosion and oxidation. In a third trend, in the 2010s the hybrid sculpture of kinetic character appears. FAITH Convento da Penha e Penha Festival The most important historical and religious patrimony of Espírito Santo, whose listing

by Iphan includes the hill and its surroundings as landmark of the local landscape, Penha Convent owes its existence to Friar Pedro Palácios, who arrived in the province in 1558. At the foot of the hill, next to the grotto where he lived, Pedro Palácios built a niche on a stone to house a panel of Our Lady. Later, he decided to start a building on the top of the hill, in what is now the Penha Convent, where he installed the panel and an image of Our Lady. The interior features cedar carvings from the second half of the 19th century, whose work in the wood is attributed to the Portuguese José Fernandes Pereira. The dark tonality of this ornament creates a strong contrast with the whitewashed walls. Every year the place receives the Festival of Penha, one of the largest religious celebrations in Brazil that begins eight days after Easter Sunday. The event ,that attracts thousands of devotees and even tourists, features masses, pilgrimages and even musical shows, all in commemoration of Our Lady of Penha, the patron saint of Espírito Santo. Reis Magos Church The sixteenth-century Jesuit construction, located in the district of Nova Almeida, municipality of Serra, the Reis Magos Church is one of the best examples of this type of colonial religious architecture in Brazil. Its implantation obeys to the logic of the Portuguese occupations of that period, that is, on an escarpment by the sea from which one could see in the distance any possibility of invasion by foreign enemies or not catechized Indians. The architectural typology is composed of a church with a single nave and a lateral 257


bell tower, juxtaposed to the residence of the Jesuits: a quadrilateral with two floors and central courtyard. It is a conventional construction made of stone walls and whale oil, whitewashed, with ceramic roof over a wooden structure. The Reis Mago Church is a historical-architectural ensemble that was listed by Iphan in 1943, and includes the grassy square with imperial palms opposite. Its surroundings still offer a magnificent landscape, formed by the encounter of Reis Magos river with the sea and by beaches of beaten sand and low waves that run in the distance. Anchieta Sanctuary Listed by Iphan, Anchieta Sanctuary is an important example of the Jesuit architecture of colonial Brasil. The place where it is settled obeys the same preferential characteristics of the Jesuits that is on a hill by the sea beside a river mouth, from where one could have a broad view of the surroundings. Built with stone and lime, the architectural complex consists of a college of missionaries juxtaposed to the church. The bell tower is positioned on the side of the main facade of the church. However, much of the importance and fame of the place is due to Father Anchieta, probably the best-known missionary in Brazil, who lived there. The very cell that he occupied is considered original, being a prominent historical record of the 16th century architecture in Espírito Santo. Folia de Reis The Folia de Reis, also called the Feast of 258

the Three Wise Men in other regions of the country, is a popular Catholic manifestation in celebration of the visit that the Three Wise Men made to baby Jesus, after his birth. During the festival, properly dressed groups take the streets of the city, and go from house to house, carrying the flag or banner that symbolizes and identifies each group and a pennant containing some Christian image associated to the biblical episode. Clowns followed by a band accompanied by the people follow the banner. During the visit to the houses, songs are sung, a homage is paid to each nativity scene in every family room, and the owner of the house offers a celebration with food and drinks. In Espírito Santo, the National Encounter of Folia de Reis in Muqui stands out, with the participation of groups from various parts of Brazil. Caxambu Also known as Jongo, Caxambu is a dance of Angolan origin manifested in rural areas of Espírito Santo and Rio de Janeiro. Like many of the Afro-Brazilian manifestations, Caxambu imposes a rhythmic theatricality to the rite and it has a religious component, which joins the profane. The costumes are simple and the embellishments and props vary according to each band. Along with the master, members of the group dictate the musical rhythm in drums and “atabaques”, while the other participants sing, dance and clap their hands around a fire. The songs may refer to both the Christian symbols or the daily life experimented by the Blacks (ancestors). Its cheerful members, the Jongueiros, participate in this nightly party saying that it is a dance or even a jest that

celebrates the liberation of the slaves. In 2005, Jongo was recognized as Intangible Heritage of Brazil, having been included in the Book of Expression Forms by Iphan. Ticumbi Tradicional Capixaba costume, the battle between the armies of the African kings Congo and Bamba for the praise of St. Benedict, is secularly reenacted by the blacks from the north of Espírito Santo, in the Cricaré Valley, in the municipalities of Conceição da Barra and São Mateus, in the impressive ballet of Ticumbi. The white costumes have props richly ornamented with flowers, mirrors and ribbons, colored paper, and are accompanied by swords. Participants are divided among congos, vassals and warriors. The only visual differences between the groups are the colored ribbons details and the arrangement of the ornaments. Tambourines, ganzás and viola perform the songs. The songs dialogue in battle, with the beats in compass until the kings duel each other, with the final victory of king Congo and honors to the winner. The origin of the Ticumbi goes back more than two centuries. Each year, groups choose a theme that is conducive for songs, ballets and evolutions. Congo and the Pull of the Mast Of African origin, brought by the enslaved Africans, Congo is one of the most important cultural manifestations in Espírito Santo, listed as an intangible heritage by the State Council of Culture.


The most celebrated dates by the various groups of Congo, most of them located in the coastal regions, are in honor of Saint Benedito, patron saint of the blacks, or Saint Sebastião.

partnerships with various institutions, including training for military police officers, teachers and public school students, among others.

In Espírito Santo there is this legend of a ship loaded with enslaved Africans that sank off the coast of Espírito Santo. Scared, they began to pray and asked for protection. That was when the mast of the ship broke and they grabbed it to save themselves, arriving safely on the shore. Hence, comes the tradition of mast pulling, always accompanied by groups of Congo.

Corpus Christi Rugs The tradition of the celebration of Christ's body dates back to the 13th century, during the papacy of Urban IV, and was already present in Brazil in the colonial period. Many Brazilian Catholic communities celebrate the feast by making ephemeral ornamental rugs that adorn the cities, where the monstrance, carried by the priest, takes the streets accompanied by the faithful.

Zen Morro da Vargem Monastery Located in the municipality of Ibiraçu, with access to BR-101 highway, the Zen Monastery is easily identified thanks to the large red portal called Torri, meaning "gate without gate" and representing the encounter of the oriental culture with the western one.

In Espírito Santo, it is in the city of Castelo that the most beautiful rugs in honor of Corpus Christi are found. Started in the 1960s, Castelo’s rugs, more than a cultural and religious heritage, are also a tourist attraction.

The Zen Monastery Morro da Vargem has as guiding principle the Soto Zen School which seeks to provide monastic activity according to the Japanese tradition of the thirteenth century, right in the middle of Espirito Santo in harmony with spiritual values proper to Buddhism, such as self-knowledge and participative life. Set in a lush area of Atlantic Forest, propitious to the Buddhist monastic life of reflection and contemplation, the monastery is also open to public visitation, aiming to share such teachings with all those, laity or not, who wish to experience these principles. Because of these principles, the Zen Monastery of Ibiraçu has developed training

Made from colored materials such as sawdust, eggshells, rice, straw, shredded paper and even marbles and bottles caps, replacing the dried leaves and flowers used in the past, the production of rugs moves almost the entire population on the eve of the holiday. Iemanjá Inaugurated in 1988, in the day honoring her, February 2nd, the statue of Iemanjá is the purest expression of something very Brazilian: religious syncretism. The queen of the seas, as she is called, is the most famous orixá, already rooted in Brazilian popular culture, sung in music and even venerated by some Catholics who associate her to Our Lady of Conceição or Our Lady of the sailors.

It is located at one end of Camburi Beach, the largest in Vitória, on the pier that divides the beach from the channel that separates Vitória Island from the mainland. Because of its location and the beauty of the surrounding landscape, the place is an important tourist attraction in the city, where schooner trips also take place, and attended by fishermen. If the pier is a place always visited by people in search of leisure, on the day of Iemanjá, what is seen is a feast of hope and devotion, well representing the faith of a people who, in gratitude, throw flowers in the sea. Or, as Dorival Caymmi said is "a feast day at sea". SPORTS Hang Gliding The practice of Hang Gliding in Espírito Santo, whether in hang gliding or in paragliding, occurs since the 1970s, initially in Penedo and Moreno hills, both located in the municipality of Vila Velha. Since then, the sport has grown a lot, being practiced in almost all the territory of the state of Espírito Santo, with several ramps, some of them considered the best in Brazil, such as Cachoeira Alta, in the municipality of Alfredo Chaves, at 465 meters high. Among the various Capixaba ramps featuring varying degrees of difficulty, we can also highlight Santa Teresa in the Caravaggio Valley, Clementino Izoton in the municipality of Pancas, and Cór de Ubá in Castelo. The high level of development of this sport in Espírito Santo is due to the work of the Espírito Santo Hang Gliding Association, founded in 1989 and currently supported 259


by about 90 associated pilots. Kleber Andrade Stadium Located in the municipality of Cariacica, in the Metropolitan Region of Great Vitória, Kleber Andrade Stadium is currently the biggest stage for football in the state of Espírito Santo. Its works was partially completed in 2014, aiming to be used in the period in which Brazil hosted the World Cup. At the time, the stadium was the training ground for the Cameroon Team during their participation in the World Cup. Since Capixaba clubs have not played the first divisions of national football and the state calendar has been shortened, the stadium has been used sporadically, despite having received some games from teams from other states that attracted a lot of local fans. However, the biggest event there was, without a doubt, Paul McCartney's show in 2014. From the architectural point of view, the main highlight of the project is its circular metallic cover, which forms a ring circumscribed to the field. This element, although it does not effectively fulfill the function of covering the public, is the visual mark of the stadium. Less obvious, however, is the graphic composition of the bleachers, which refers to the Dutch painter Piet Mondrian, an important artist of the modernist avant-garde. Sail Taputera is a name of indigenous origin, meaning "submerged rock". A rock that is in the bottom of the Bay of Vitoria channel. Organized by Espírito Santo Yacht Club, located in Vitoria, the Tour of Taputera is the most traditional sailing 260

competition in Espírito Santo. This competition began in the 1940s and today is carried out with the participation of several types of vessels, divided by categories, such as ocean and Hobie cat.

ed the last editions, the runner with most victories is: male: the Brazilian Marilson Gomes dos Santos and female: the Brazilian Márcia Narloch. Currently, the race also has a children's version: the Kids Run.

Another competition that marks the season is the Eldorado-Brasilis ocean race, in which boats departed from Vitória to Trindade Island, about 1,200 kilometers off the Brazilian coast and 2,400 kilometers off the African coast.

Today, there are several races carried out throughout Espírito Santo during the year, which allows any citizen in Espírito Santo to practice and compete. If the routes and locations are varied, the same can be said of the distances, being more common those of 5 kilometers, 7 kilometers, 10 kilometers and up to 21 kilometers, a half marathon.

Sailing finds in Espírito Santo, in particular in Vitória - an archipelago composed of 33 islands, among them Trindade -, conditions conducive to its practice, given the characteristics of its coastline, sea currents and wind. Street race Street racing is an increasingly popular sport with thousands of races and practitioners around the world. Actually running is simple, inexpensive (just put on a pair of sneaker), healthy and pleasant, because when practiced outdoors allows the contemplation of the environment in which we live. Part of the official calendar of the Brazilian Athletics Confederation, the Ten Miles Garoto is the most important street racing event in Espírito Santo and considered one of the most beautiful in Brazil. Approximately 10 miles long, along the streets of Vitória and Vila Velha, besides passing by the Third Bridge, which connects the two cities, the event attracts around 10,000 athletes annually, among them some of the best in the world. Although it is common the participation of famous runners from Kenya and Ethiopia, who dominat-

Cycling You can say that riding a bicycle is a natural thing, since (almost) everyone learns to pedal. Today, however, cycling, in its various modalities, is fashionable, which is reason for celebration. If, for reasons of economy and even practicality, we see people riding "skinny", as the bicycle is affectionately called, in all municipalities, whether in urban or rural areas, with health and sustainability themes so in vogue, cycling has more and more followers: men , women, children, adults or elderly. Whether it is for cycling tour groups, known as "pedaling", or for individuals, cycling is a good way to practice sports, have fun and get to know new places. In addition, as extreme sports are also fashionable, cycling modalities like mountain biking and BMX are quite popular in Espírito Santo. If these advantages were not enough, cycling is also seen strategically when one


thinks about urban mobility in larger cities in the state. With the implementation of cycle lanes, cycle paths in addition to the bicycle sharing system, it will be increasingly easier and safer to pedal through Espírito Santo.

his life in Espírito Santo.

Beach Soccer Popular in Brazil, even in non-coastal regions, beach soccer is a landmark of the 1st Beach Soccer World Cup held in Copacabana, Rio de Janeiro, in the 1990s.

However, many of the recent achievements of Capixaba volleyball are due to Loiola, whose great achievement was the world title in 1999 in France. Currently living in the United States, where he is a coach, the pioneer athlete from Espírito Santo was inducted in the Volleyball Hall of Fame in recognition to his sporting talent.

Since then, Espirito Santo has featured in this sport, both nationally and internationally, with some of its athletes among the best in the world. This is the case of Jenílson Brito Rodrigues, the Hand, elected the best goalkeeper in the world in 2009 and 2014. Moreover, it is not only among men, because the Capixaba female Beach soccer counts with several prominent athletes standing out and playing in European teams. Started in 2000, the State Beach Soccer Championship, which gathers municipal teams, is the most traditional of Espírito Santo. At that time, the Serra’s team was champion.

In 2017, André Stein, at age 22, became the youngest athlete to become world champion in Vienna, playing in double with Evandro.

Rowing and canoeing With over one hundred years of history, rowing is one of the most traditional sports of Espírito Santo. Over time, teams from clubs like Álvares Cabral, Saldanha da Gama and Caxias attracted a vibrant crowd for disputes on the Victoria Bay canal. In fact, the conditions of Vitoria bay, marked by the imposing presence of Penedo hill, are ideal for the practice of this centenary sport.

Beach volleyball Espírito Santo is a beach volleyball club, with athletes such as Alison, Fábio Luiz and Larissa, Olympic medal winners, as well as Loiola and, more recently, André Stein, both world champions.

The environment is suitable for such sports, including kayaking - also used for fishing -, stand up paddle and even rafting, in which inflatable boats descend the Jucu River in the municipality of Domingos Martins. In all these modalities, the athlete turns the oar the extension of his arm as instrument to control the board or vessel on the water.

A great moment without a doubt was the gold medal at the 2016 Olympics in Rio de Janeiro by Alison and Bruno Schmidt. It should be noted that Bruno, is not Capixaba, although he has spent part of

Today, however, the Hawaiian canoe has been attracting new canoeing aficionados in Espírito Santo. As the name says, this is a type of boat originated in Hawaii, used by natives for crossing between islands. 261


Gabriel Lordêllo Jornalista, formado em 2001 pela Faesa e pós-graduado em Gestão de Comunicação pela Faesa. Atuou como fotojornalista pelo jornal A Gazeta durante 10 anos, onde também foi editor de fotografia. Participou de coberturas de Jogos Panamericanos 2007 e da Copa do Mundo do Brasil 2014. Sócio da agência de fotografia Mosaico Imagem, que atua no mercado editorial para imprensa nacional e internacional e no mercado corporativo onde atende empresas como ArcelorMittal, Vale, Petrobras, EDP, entre outras. Participou como fotógrafo da publicação "Catálogo do Artesanato Capixaba" 2012, e do livro: "Histórias dos Índios do Espírito Santo". Recebeu o Prêmio Petrobras de Jornalismo Cultural em 2013 e venceu o Prêmio Findes de Jornalismo em 2016, categoria Fotojornalismo.

Tadeu Bianconi Formado em publicidade na UFES, aprendeu a arte da fotografia na Alemanha com o fotógrafo Ekkehard Grote. Já publicou três livros de sua autoria: “Olhar Vagamundo”, “Imagens do Espírito Santo” e “Espírito Santo, Cores e Sentimentos”. Já colaborou com outras publicações, como o “Catálogo do Artesanato Capixaba”, 2012, “Iconografia Capixaba e Arquitetura Escolar Capixaba”, 2012. Já realizou trabalhos editoriais e corporativos para empresas como Petrobras, Vale, EDP, Fibria, ArcelorMittal e Editora Abril. Participou de diversas exposições no Brasil e no exterior em países como Alemanha, Áustria, Noruega, Bulgária, França e México. Professor de fotografia, hoje é sócio da agência de fotografia Mosaico Imagem.

Tarcísio Bahia de Andrade Arquiteto-urbanista formado pela FAU/UFRJ, é professor associado da UFES desde 1991. É doutor em Arquitetura pela Universidad Politécnica da Cataluña/Espanha. Fez parte do Conselho do Plano Diretor Urbano de Vitória. É diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil/Espírito Santo e atualmente é colunista do Gazeta Online. Foi Secretário de Desenvolvimento Urbano da Serra. É coordenador local do grupo de desenhistas Urban Sketchers Vitória, já tendo organizado exposições no Parque Botânico Vale, no Museu Solar Monjardim e no Convento da Penha. Já publicou os livros “Abstrações Arquitetônicas em Aço” (2006), “Visões sobre a cidade” (2011), “Paisagem Desenhada” (2016), além de ter participado da coletânea “Sketchers do Brasil” (2016).


Gabriel Lordêllo Journalist graduated in 2001 from Faesa and post graduated in Communication Management from Faesa. For 10 years he worked as a photojournalist for A Gazeta, a former newspaper, where he was also a photo editor. Participated in coverage of the Pan American Games 2007 and the 2014 World Cup in Brazil. Partner of the photography agency Mosaico Imagem, which operates in the publishing market for national and international press and in the corporate market serving companies such as ArcelorMittal, Vale, Petrobras, EDP, among others. Participated as a photographer in the publication "Catalog of Capixaba Handicrafts” 2012, and the book: "Stories of the Espírito Santo Indians". Received the Petrobras Award for Cultural Journalism in 2013 and won the Findes Award for Journalism in 2016, Photojournalism category.

Tadeu Bianconi Graduated in advertising at UFES, he learned the art of photography in Germany from photographer Ekkehard Grote. He has published three books of his own: “Vagamundo Look”, “Images of Espírito Santo” and “Espírito Santo, Colors and Feelings”. He has collaborated with other publications, such as the “Capixaba Handicraft Catalog”, 2012, “Capixaba Iconography and Capixaba School Architecture”, 2012. He has done editorial and corporate work for companies such as Petrobras, Vale, EDP, Fibria, ArcelorMittal and Abril Publishing. He has participated in several exhibitions in Brazil and abroad in countries such as Germany, Austria, Norway, Bulgaria, France and Mexico. Professor of photography today is a partner in the photography agency Mosaico Imagem.

Tarcísio Bahia de Andrade Architect-urbanist graduated from FAU / UFRJ, has been an associate professor at UFES since 1991. He holds a PhD in Architecture from the Polytechnic University of Cataluña / Spain. He was part of the Council for Vitória Urban Master Plan. He is the director of the Institute of Architects of Brazil / Espírito Santo and is currently a columnist for Gazeta Online. He was Serra’s Secretary of Urban Development. He is the local coordinator of the Urban Sketchers Vitória, a group of designers, having already organized exhibitions at Vale Botanical Park, Monjardim Solar Museum and Penha Convent. He has published the books “Abstrações Arquitetônicas em Aço” (2006), “Visões da Cidade” (2011), “Paisagem Desenhada” (2016), and has participated in the collection “Sketchers do Brasil” (2016).


Este livro foi composto no inverno de 2019, na tipografia Adobe Garamond Pro, de Claude Garamond, corpo 12/19, sobre papel couchĂŠ 170g/m2.


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