Labic: dossiê

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DOSSIÊ EDIÇÃO 02 2021/2022 organização_ IVNA MESSINA


















ideias, desconstruindo movimentos, olhando com outros olhos para o que fazemos e como fazemos, como nos relacionamos uns com os outros, como podemos encaminhar nossas experiências. Olhar para as pesquisas de cada artista em transformação permite a reflexão e a possibilidade de pensar nos espaços que ocupo, nas travessias que escolhi trilhar, no manejo da minha relação com o tempo de pesquisa e estudo. Acredito que ser ouvinte permitiu o fortalecimento da minha capacidade de imaginar, perceber, sentir e usar essas ferramentas como fontes promotoras de conhecimento. Poéticas pessoais e colaboração coletiva Ausente de linearidade e provido de complexidade, o sujeito/artista

se posiciona a partir das conexões entre os conteúdos tanto no âmbito individual quanto coletivo, resultando dessa relação o acontecimento, que se dá pelas redes de saberes. (GATTI, 2011, p.4)

No mundo inteiro existem grupos de artistas trabalhando a partir de processos de colaboração. Porém não existe uma fórmula nem um sistema do que seja a vivência nesse tipo de processo. Por serem experiências bem distintas umas das outras, apesar dos pontos comuns entre elas, o processo de colaboração em trabalhos artísticos se dá a partir das próprias experiências peculiares daquele grupo de pessoas. Visto que o processo colaborativo não deve ser pensado como um método, mas como a instalação de um espaço para o erro e a experimentação, cada vivência em um trabalho é considerada singular. No Lab.IC, ainda que não estivéssemos em torno de uma só pesquisa, a circulação de conceitos, materiais e procedimentos entre os criadores foi fundamental para o processo de cada um deles. Assim, a colaboração do coletivo é tida como possibilidade de fortalecimento das pesquisas individuais, de diferentes artistas, que investigam a dança de maneiras diversas e plurais. Nesta edição, seis artistas se relacionaram durante seus processos pessoais de pesquisa e criação, que abordam questões políticas, sociais, autobiográficas, comportamentais, históricas e cotidianas, construindo uma experiência singular que foi sendo atravessada, contaminada pelas outras pesquisas, seus movimentos por outros movimentos, seus pensamentos por outros pensamentos a partir do compartilhamento e das trocas de experiências. O processo colaborativo é dialógico, por definição. As ideias serão muitas e múltiplas e haverá confrontação entre elas. Faz-se necessário estar aberto(a) a sugestões e críticas, pois estas serão os motores para o desenvolvimento do processo criativo. Nos processos acompanhados no Lab.IC, pude observar um processo colaborativo totalmente novo para mim, foram seis pesquisas compartilhadas e abertas às interferências. As potencialidades, os limites de cada um(a), as fronteiras que os unem/separam em suas propostas, tudo acontecendo em uma dinâmica de compartilhamento daquilo que se faz e/ou pensa, num processo inacabado de organização e articulação de ideias, conceitos, conhecimentos e experiências, buscando ao mesmo tempo estabelecer sentidos e coerência, organizando uma compreensão lógica acerca da sua própria experiência no processo.

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