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ESDEaD – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita à Distância

O Evangelho Segundo o Espiritismo junho 29

Módulo-2 Bem Aventuranças

2013

Unidade 11 – Bem-Aventurados os que são Misericordiosos I


O Consolador Ditado pelo Espírito Emmanuel Psicografado por Chico Xavier

332 – Perdoar e não perdoar significa absolver e condenar? – Nas mais expressivas lições de Jesus, não existem, propriamente condenações implícitas ao sofrimento eterno, como quiseram os inventores de um inferno mitológico. Os ensinos evangélicos referem-se ao perdão ou à sua ausência. Que se faz ao mau devedor, a quem já se tolerou muitas vezes? Não havendo mais solução para as dívidas que se multiplicam, esse homem é obrigado a pagar. É o que se verifica com as almas humanas, cujos débitos, no tribunal da justiça divina, são resgatados nas reencarnações, de cujo círculo vicioso poderão afastar-se, cedo ou tarde, pelo esforço no trabalho e boa vontade no pagamento. 333 – Na lei divina, há perdão sem arrependimento? – A lei divina é uma só, isto é, a do amor que abrange todas as coisas e todas as criaturas do Universo ilimitado. A concessão paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada oportunidade de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a magnanimidade da Lei. Todavia, essa oportunidade só é concedida quando o Espírito deseja regenerar-se e renovar seus valores íntimos pelo esforço nos trabalhos santificantes. Eis por que a boa vontade de cada um é sempre o arrependimento que a Providência Divina aproveita em favor do aperfeiçoamento individual e coletivo, na marcha dos seres para as culminâncias da evolução espiritual. 334 – Antes de perdoarmos a alguém, é conveniente o esclarecimento do erro? – Quem perdoa sinceramente, fá-lo sem condições e olvida a falta no mais íntimo do coração; todavia, a boa palavra é sempre útil e a ponderação fraterna é sempre um elemento de luz, clarificando o caminho das almas.


335 – Quando alguém perdoa, deverá mostrar a superioridade de seus sentimentos para que o culpado seja levado a arrepender-se da falta cometida? – O perdão sincero é filho espontâneo do amor e, como tal, não exige reconhecimento de qualquer natureza. 336 – O culpado arrependido pode receber da justiça divina o direito de não passar por determinadas provas? – A oportunidade de resgatar a culpa já constitui, em si mesma, um ato de misericórdia divina e, daí, considerarmos o trabalho e o esforço próprio como a luz maravilhosa da vida. Entendendo, todavia, a questão da generalidade das provas, devemos concluir ainda, com o ensinamento de Jesus, que “o amor cobre a multidão dos pecados”, traçando a linha reta da vida para as criaturas e representando a única força que anula as exigências da lei de talião, dentro do Universo infinito. 337 – “Concilia­te depressa com o teu adversário” – Essa é a palavra do Evangelho, mas se o adversário não estiver de acordo com o bom desejo de fraternidade, como efetuar semelhante conciliação? – Cumpra cada qual o seu dever evangélico, buscando o adversário para a reconciliação precisa, olvidando a ofensa recebida. Perseverando a atitude rancorosa daquele, seja a questão esquecida pela fraternidade sincera, porque o propósito de represália, em si mesmo, já constitui numa chaga viva para quantos o conservam no coração. 338 – Por que teria Jesus aconselhado perdoar “setenta vezes sete?” – A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos e aquele que se sinta ofendido por alguém não deve esquecer que ele próprio pode também errar setenta vezes sete. 339 – Em se falando de perdão, poderemos ser esclarecidos quanto à natureza do ódio? – O ódio pode traduzir-se nas chamadas aversões instintivas, dentro das quais há muito de animalidade, que cada homem alijará de si, com os valores da autoeducação, a fim de que o seu entendimento seja elevado a uma condição superior. Todavia, na maior parte das vezes, o ódio é o gérmen do amor que foi sufocado e desvirtuado por um coração sem Evangelho. As grandes expressões afetivas convertidas nas paixões desorientadas, sem compreensão legítima do amor sublime, incendeiam-se no íntimo, por vezes, no instante das


tempestades morais da vida, deixando atrás de si as expressões amargas do ódio, como carvões que enegrecem a alma. Só a evangelização do homem espiritual poderá conduzir as criaturas a um plano superior de compreensão, de modo a que jamais as energias afetivas se convertam em forças destruidoras do coração. 340 – Perdão e esquecimento devem significar a mesma coisa? – Para a convenção do mundo, o perdão significa renunciar à vingança, sem que o ofendido precise olvidar plenamente a falta do seu irmão; entretanto, para o Espírito evangelizado, perdão e esquecimento devem caminhar juntos, embora prevaleça para todos os instantes da existência a necessidade de oração e vigilância. Aliás, a própria lei da reencarnação nos ensina que só o esquecimento do passado pode preparar a alvorada da redenção. 341 – Os Espíritos de nossa convivência, na Terra, que partem para o Além sem experimentar a luz do perdão, podem sofrer com as nossas opiniões acusatórias, relativamente aos atos de sua vida? – A entidade desencarnada, muito sofre com o juízo ingrato ou precipitado que, a seu respeito, se formula no mundo. Imaginai-vos recebendo o julgamento de um irmão de humanidade e avaliai como desejaríeis a lembrança daquilo que possuís de bom, a fim de que o mal não prevaleça em vossa estrada, sufocando-vos as melhores esperanças de regeneração. Em lembrando aquele que vos precedeu no túmulo, tende compaixão dos que erraram e sede fraternos. Rememorar o bem é dar vida à felicidade. Esquecer o erro é exterminar o mal. Além de tudo, não devemos esquecer que seremos julgados pela mesma medida com que julgarmos.


AS LEIS MORAIS Rodolfo Calligaris

A Pena de Talião

Pode parecer à primeira vista que justiça e misericórdia sejam virtudes antagônicas, que se excluam reciprocamente. Daí a razão de muitos não compreenderem como possa Deus exercitá-las, sem que uma precise ser anulada para que a outra prevaleça. Tudo, entretanto, se torna claro quando nos lembramos de que as boas qualidades morais são filhas do Amor e que este sentimento sublime sempre encontra meios de harmonizá-las. Senão, vejamos. A Justiça exige que toda infração à Lei seja punida e desde a origem dos tempos isso tem acontecido, infalivelmente. Aliás, todos os grandes missionários religiosos que têm vindo à Terra, inspirados que foram pelo Alto, estabeleceram em seus códigos a pena de talião, ou seja, castigo igual à culpa. O“olho por olho e dente por dente”, de Moisés, p. ex., e o “quem com espada fere, com espada será ferido”, do Cristo, são preceitos que consagram esse princípio fundamental da Justiça. Moisés, todavia, dava ao ofendido o direito de tirar desforra, pessoalmente e na proporção da ofensa recebida, enquanto o Cristo, surgindo entre nós quando era chegado o momento de os terrícolas darem início a uma fase mais avançada de sua evolução espiritual, trouxe como missão ensiná-los a quebrar as cadeias do mal a que se jungiam pela lei de ação e reação. Introduziu nas relações humanas, então, uma nova ética: “amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio e orai pelos que vos perseguem e caluniam”, exemplificando-a, ele mesmo, até às últimas consequências. Não deixou, porém, de adverti-los, mui explicitamente: “Se perdoardes aos outros as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados, mas, se não lhes perdoardes quando vos tenham ofendido, tampouco vosso Pai celestial vos perdoará os pecados.”


Analisando, a fundo, estas novas regras de conduta, percebe-se conterem elas a mesma justiça da pena de talião, com a diferença de que, ao invés de “castigo igual à culpa”, acenam com “premio igual ao merecimento”. Reparemos bem: Aquele que revida ao seu ofensor com igual ofensa, está exercendo a justiça, cobrando o que lhe devem, mas, por sua vez, terá de pagar na mesma moeda toda injúria que fizer a outrem. Já aquele que perdoa as ofensas recebidas, fica com um crédito do mesmo valor na contabilidade celeste, crédito esse que será levado em conta quando lhe aconteça cometer alguma falta. E quem não está sujeito a errar? Por haver entendido perfeitamente esse mecanismo da Justiça Divina é que o colégio apostólico proclamava, amiúde: “suportai-vos uns aos outros”, “tende entre vós mútua caridade”, “o amor cobre uma multidão de pecados”, etc. Talvez nos perguntem: no segundo caso, sendo o ofensor perdoado pelo ofendido, ficará sem a punição devida? Absolutamente! A Providência cuidará disso e, seja na mesma existência ou em outra(s) posterior(es), ele “sofrerá o que tenha feito sofrer”, não porque apraza a Deus castigar os culpados, mas para que todos se corrijam, progridam e sejam felizes. E é assim, deixando-nos experimentar os funestos resultados de nossas más ações, bem como nos ensejando a oportunidade de emendar-nos através das vidas sucessivas, que Deus se revela, a um só tempo, soberanamente justo e misericordioso, como convém Àquele que é o Santo do santos. Quando transportarmos para a vida prática os luminosos ensinamentos do Cristo, preferindo perdoar a usar de represálias, retribuindo ao mal com o bem, a paz e a. alegria farão morada permanente em nossos corações, valendo isso dizer que já estaremos adentrando “o reino dos céus”.


Livro da esperança Ditado pelo Espírito Emmanuel Psicografado por Chico Xavier

Capítulo 25 – Donativo da Alma

“Bem-aventurados os que são misericordiosos, por- que alcançarão misericórdia.” - JESUS - MATEUS, X 5: 7. “A misericórdia o complemento do brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacifico.” – cap 10, 4.

Reflete nas provações alheias e auxilia incessantemente. Louvado para sempre o trabalho honesto com que te dispões a minorar as dificuldades dos semelhantes, ensinando-lhes a encontrar a felicidade, através do esforço digno. Bendita a moeda que deixas escorregar nas mãos fatigadas que se constrangem a implorar o socorro publico. Inesquecível a operação da beneficência, com a qual te desfazes de recursos diversos para que não haja penúria na vizinhança. Abençoado o dia de serviço gratuito que prestas no amparo aos companheiros menos felizes. Enaltecido o devotamento que empregas na instrução aos viajores do mundo, que ainda se debatem nos labirintos da ignorância. Glorificado o conselho fraterno com que te decides a mostrar o melhor caminho. Santo o remédio com que alivias a dor. Inolvidáveis todos os investimentos que realizes no Instituto Universal da Providência Divina, quando entregas a beneficio dos outros o concurso financeiro, a pagina educativa, a peça de roupa, o litro de leite, o cobertor aconchegante, o momento de consolo, o gesto de solidariedade, o prato de pão...


Não se pode esquecer que Jesus consignou por crédito sublime da alma, no Reino de Deus, o simples copo de água que se dê no mundo em seu nome. Entretanto, mil vezes bem-aventurada seja cada hora de tua paciência diante daqueles que não te compreendam ou te esqueçam, te firam ou te achincalhem, porque a paciência, invariavelmente feita de bondade e silêncio, abnegação e esquecimento do mal, é donativo essencialmente da alma, benção da fonte divina do amor, que jorra das nascentes do sacrifício, seja formada no suor da humildade ou no pranto oculto do coração.

Palavras de Vida Eterna Ditado pelo Espírito Emmanuel Psicografado por Chico Xavier

111 – Perante os inimigos

“Reconcilia-te sem demora com o teu adversário...” – Jesus. (MATEUS, 5:25.)

Diante dos inimigos, preservemos a própria serenidade. Reconciliar-se alguém com os adversários, nos preceitos do Cristo, é reconhecerlhes, acima de tudo, o direito de opinião. Exigir a estima ou o entendimento dos outros e preocuparmo-nos em demasia com os apontamentos depreciativos que se façam em torno de nós, será perder tempo valioso, quando nos constitui sadio dever garantir a nós próprios tranquilidade de consciência. Harmonizar-nos com todos aqueles que nos perseguem ou caluniam será, pois, anotar-lhes as qualidades nobres e desejar sinceramente que triunfem nas tarefas em cuja execução nos reprovam, aprendendo a aproveitar-lhes as advertências e as críticas naquilo que mostrem de útil e construtivo, prosseguindo ativamente no caminho e no trabalho em que a vida nos situou.


Renunciemos, assim, à presunção de viver sem adversários que, em verdade, funcionam sempre por fiscais e examinadores de nossos atos, mas saibamos continuar em serviço, aproveitando-lhes o concurso sob a paz em nós mesmos. Nem o próprio Cristo escapou de semelhantes percalços. Ninguém conseguiu furtar a paz do Mestre, em momento algum; entretanto, ele, que nos exortou a amar os inimigos, nasceu, cresceu, lutou, serviu e partiu da Terra, com eles e junto deles.

178 – Adversários e Delinquentes

“Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele...” – Jesus. (MATEUS, 5:25)

Jesus nos solicitou a imediata reconciliação com os adversários, para que a nossa oração se dirija a Deus, escolmada de qualquer sentimento aviltante. Não ignoramos que os adversários são nossos opositores ou, mais apropriadamente, aqueles que alimentam pontos de vista contrários aos nossos. E muitos deles, indiscutivelmente, se encontram em condições muito superiores às nossas, em determinados ângulos de serviço e merecimento. Não nos cabe, assim, o direito de espezinhá-los e sim o dever de respeitá-los e cooperar com eles, no trabalho do bem comum, embora não lhes possamos abraçar o quadro integral das opiniões. Há companheiros, porém, que, atreitos ao comodismo sistemático, a pretexto de humildade, se ausentam de qualquer assunto em que se procura coibir a dominação do mal, esquecidos de que os nossos irmãos delinquentes são enfermos necessitados de amparo e intervenção compatíveis com os perigos que apresentem para a comunidade. Todos aqueles que, exercem algum encargo de direção sabem perfeitamente que é preciso velar em defesa da obra que a vida lhes confiou. Imperioso manter-nos em harmonia com todos os que não pensam por nossos princípios, entretanto, na posição de criaturas responsáveis, não podemos passar indiferentes diante de um irmão obsidiado, que esteja lançando veneno em depósitos de água destinada à sustentação coletiva. Necessitamos acatar os condôminos do edifício que nos serve de residência, toda vez que não consigam ler os problemas do mundo pela cartilha de nossas ideias,


todavia, não será justo desinteressar-nos da segurança geral, se vemos um deles ateando fogo no prédio. Cristo, em verdade, no versículo 25 do capítulo 5, do Evangelho de Mateus, nos afirma: “reconcilia-te depressa com o teu adversário”, mas no versículo 2 do capítulo 16, do Evangelho de Lucas, não se esqueceu de acrescentar: “dá conta de tua mordomia”.


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