tá-MONDUá

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táMON DuÁ Artistas Adolfo Bittencourt Alberto Semeler Felix Bressan Tetê Barachini Thiago Trindade

Curadoria Clóvis Martins Costa e Tetê Barachini


Adolfo Bittencourt e-mail: arambare66@yahoo.fr Site: www.ufrgs.br/nucleodeesculturadigital Doutor e Mestre pela Universidade Panthéon – Sorbonne (Université Paris l) - France, Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Bacharel pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor Associado da UFRGS, na qual ministra disciplinas na graduação de Artes Visuais e em Design Visual. Atua no Programa de Pós-Graduação em Design Cenográfico da UFRGS. Coordenador do Núcleo de Escultura Digital da UFRGS. Em relação à sua produção artística, realizou diversas exposições e possui obras em acervo em países, tais como, França, Portugal, Brasil e Argentina. Responsável por pesquisas interdisciplinares envolvendo áreas do conhecimento como Artes Visuais, Computação Gráfica 3D, Paleontologia, Biologia, Fisiologia, Neurofisiologia, Filosofia, entre outras. Dentre as pesquisas destaca-se: “O Rio Grande do Sul no Tempo dos Dinossauros”; “Corpo Simulado”; “Criação de próteses a partir da utilização do processo de Estereolitografia”.

Alberto Semeler e-mail: semeler@terra.com.br O pesquisador é vinculado ao Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes UFRGS junto aos cursos de Graduação no Bacharelado em Artes Visuais e História da Arte. Atua como professor em Laboratórios de Arte e Tecnologia e História da Arte e Tecnologia. Também é professor permanente no PPGAV na linha de pesquisa em Poéticas Visuais: Desdobramentos da Imagem. Coordenador substituto PPGAV (2018), Coordenador do Laboratórios de Imagem Digital (DAV) do Grupo de Pesquisa em Tecnopoéticas, Neuroestética e Cognição (UFRGS/CNPQ). Neste grupo de pesquisa, investiga o movimento Cibercontemporâneo, estética e experiência na arte Arte Abjeta, Arte Digital, Animação e Arte Interativa Computacional, Neuroarte, Neuroestética, e processos contemporâneos de naturalização da estética (fisiologia da percepção estética) interfaces e dispositivos não convencionais para interação na arte

Felix Bressan e-mail: felixbressan@gmail.com Site: www.felixbressan.blogspot.com Possui Bacharelado em Artes Plásticas - Escultura, Mestrado em Artes Visuais, Doutorado em Design e é professor de escultura na UFRGS. Participou de várias exposições individuais e coletivas, dentre elas algumas edições da Bienal do Mercosul. Integra coleções de arte contemporânea, entre as quais: Coleção Gilberto Chateaubriand (MAM/RJ), Coleção Justo Werlang (Porto Alegre/RS), Coleção Jorge Gerdau Johanpetter (Porto Alegre/RS), Coleção Liba Knijnik (Porto Alegre/RS), Coleção Kim Esteve (São Paulo/SP), Coleção Luiz Calzadilla (Caracas/Venezuela) e a de Vimmy e Leonora Belity (Estados Unidos). Entre os acervos públicos, sua obra pode ser vista nas seguintes instituições: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/RJ), Museu de Arte de Brasília (Brasília/DF), Acervo do Itaú Cultural (São Paulo/SP), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Porto Alegre/ RS), Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre/RS), Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (Passo Fundo/RS) e o Acervo da RBS, Rede Brasil Sul (Porto Alegre/RS). É detentor de edições do “Prêmio Açorianos”, também por sua atuação como cenógrafo.

Tetê Barachini e-mail: tete.barachini@gmail.com Site: www.tb.art.br Artista plástica, pesquisadora e professora do Instituto de Artes da UFRGS. Atua no Programa de PósGraduação em Artes Visuais (PPGAV|UFRGS). Como artista plástica e pesquisadora tem participado como curadora, organizadora e artista em exposições individuais e coletivas, no Brasil e no Exterior, desde de 1987. Doutora em Poéticas Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV | UFRGS). Mestre em Artes com ênfase em Poéticas Visuais pela ECA | USP. Graduação em Artes Plásticas Bacharel em Escultura pelo IA | UFRGS. Além da produção poética, tem realizado publicações na área de artes e, desde de 2017, é editora da Revista Porto Alegre. Coordena o grupo de pesquisa do OM-LAB-UFRGS|CNPq e atualmente desenvolve projeto de pesquisa envolvendo aproximações poéticas e objetos tridimensionais sensíveis, considerando suas apresentações materiais e imateriais e as possíveis interações com o outro (sujeito) e com o espaço urbano.

Thiago Trindade e-mail: trindadethiago777@gmail.com Site: www.thiagotrindade.com Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais - UFRGS. Graduado em Bacharelado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes - UFRGS. Integrante do grupo de pesquisa do OM-LABUFRGS|CNPq desde 2015, realizando atividades como pesquisador em paralelo com sua produção artística individual focada na produção imagética e objetual.


Dentre o extenso repertório de animais nativos da fauna brasileira, a figura do tamanduá ocupou lugar de especial interesse na produção de Cláudio Martins Costa. Apesar de ter observado, desenhado e convivido com este animal desde a juventude, encontramos somente na sua fase final a produção de uma escultura intitulada “Tamanduá”. O início da feitura da obra ocorreu por meio da construção de uma armação. Desenho, portanto, que alça o espaço através das linhas maleáveis do arame e do ferro. Na sequência, a estrutura metálica ganhou estofo e revestimento em cimento e mosaico. Na representação dos olhos, dois pequenos seixos. Interessante pensar na armação como trama, jogo, trapaça. No imaginário mítico indígena, o tamanduá figura como trapaceiro, animal que desobedece as regras. Tetê Barachini, no texto que integra o catálogo lançado juntamente com esta exposição, chama a atenção para este aspecto e aponta para o lugar do tamanduá, ser exótico e inquietante, no repertório dos surrealistas, nomeadamente André Breton, conhecido em seu círculo de amizades como Le tamanoir.

da natureza e admirador dos povos que habitavam as américas antes da invasão europeia. O genocídio das populações indígenas, assim como a extinção de inúmeras espécies da fauna e da flora brasileira, sempre foram motivo de sua indignação. A exuberância de seu tamanduábandeira parece evocar a dignidade das resistências que urgem no atual cenário político e cultural em nosso país. “tá-MONDUá” apresenta o trabalho fotográfico de Thiago Trindade, que registrou a obra “Tamanduá” em seu habitat atual e produções de quatro artistas que conviveram com Cláudio Martins Costa. Um colega de docência, Adolfo Bittencourt, e três ex-alunos, Alberto Semeler, Felix Bressan e Tetê Barachini. Todos, com exceção de Thiago, atualmente professores no Instituto de Artes da UFRGS. A exposição ocupa a sala contígua à exposição “Cláudio Martins Costa: Instantes de permanência” com obras produzidas a partir do “Tamanduá”. Releituras deste animal de focinho longo e garras afiadas: estranho caçador de formigas. Em cada proposição, um olhar sobre a obra do mestre querido, mas sobretudo a referência ao pensamento

escultórico, aos meandros das formas e volumes que ativam o espaço e expandem os territórios que agora nos afiguram como que em extinção: o poder da criação, a preservação das humanidades, o olhar com afeto ao outro e suas diferenças essenciais. O trabalho apresentado por Tetê Barachini alude ao contexto surrealista, ao criar mapeamentos imaginários, rotas e percursos deste bicho de movimentos lentos, arrastados. Junto aos mapas, instala seu tamanduá mole, feito de tecido. Mapas são abstrações nas quais nos perdemos num labirinto entrópico de coordenadas e direções. O olhar aqui é transportado neste tamanduá macio através de uma cartografia imaginária. Deslocamentos e migrações constituem elementos comuns entre Tetê Barachini e Alberto Semeler, que lança mão do vídeo para impregnar superfícies com imagens de insetos que fazem parte do cardápio do tamanduá. O trabalho busca, segundo Alberto, a compreensão dos hábitos do tamanduá em seu bioma e como podemos aprender com seu modo de vida, uma vez que os insetos formam uma grande fonte proteica, futuro da alimentação sustentável. Revela, portanto, o que a natureza tem a nos ensinar sobre nosso futuro enquanto espécie.

A instalação “Totem Tamanduá”, de Adolfo Bittencourt, constitui-se por um conjunto de oWbras realizadas em processo inteiramente digital em computação gráfica 3D, cujo produto resultante é fruto de impressão com polimerização à laser 3D e 2D. Essa releitura da obra de Cláudio propõe a atenção acerca da constituição do corpo humano através da justaposição de formas orgânicas e inorgânicas. Corpo em fusão com o mundo circundante.

“Tamanduá”, que agora habita o pátio da casa onde o artista viveu desde o início da década de 1960 até seu falecimento em 2008, dispara sentidos e provoca a criação deste grupo de artistas que elaboraram esta forma-conceito por meio de soluções plásticas e estratégias expográficas distintas. Cabe atentar para a utilização dos meios digitais, modelagem 3D, vídeo e apropriação

neste repertório que busca não apenas render homenagem à obra de Cláudio, mas sobretudo tratá-la em sua dimensão projetiva, no aberto em que ainda se encontra.

Clóvis Vergara de Almeida Martins Costa Artista e pesquisador

Valendo-se também das tecnologias de impressão 3D, Felix Bressan, na escultura da série “O Corpo Ausente”, utiliza alguns elementos formais que se estruturam em superfícies e volumetrias referenciados na obra do tamanduá de Cláudio Martins Costa. O seccionamento ocorre através de algoritmos e parametrizações que possibilitam a passagem da modelagem digital para o real, utilizando métodos e técnicas tradicionais com as quais desenvolve estruturas em suspensão.

Atento aos bichos e a toda espécie de vida nativa brasileira, Cláudio parece ter sintetizado, ao final dos anos 1990 e na virada para o século 21, nesta obra aqui em destaque, seus anseios de artista, defensor

Claúdio Martins Costa Tamanduá (1998) Foto: Thiago Trindade


Cláudio no Atelier de Ipanema (2000) Foto: Helena Martins Costa

Equipe de documentação e pesquisa do projeto Bruno Novadvorksi Carol Carolina Kneipp Dani Amorim Lucas Strey João Alberto Rodrigues Thiago Trindade

ABERTURA

VISITAÇÃO

10.08.2019 11h às 14h

Até 29.09.2019

MARGS - GALERIA OSCAR BOEIRA Museu de Arte do Rio Grande do Sul - MARGS Praça da Alfândega, s/nº - Centro Histórico - Porto Alegre, RS - Brasil Terça a domingo, 10h às 19h. Entrada gratuita ASSOCIE-SE Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Site: www.margs.rs.gov.br/aamargs


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