LEITURA LEITURA TERRIToRIAL TERRIToRIAL
ILHA DE
ANTÔNIO ANTÔNIO VAZ VAZ
apresentação
A elaboração deste trabalho é fruto de uma estudo acadêmico desenvolvido a par�r de dados recolhidos dos trabalhos feitos em 2019.1 na disciplina de Ordenamento Urbano e Territorial, como também estudos complementares pelo site da Prefeitura do Recife e outras fontes. Foi desenvolvido estudos urbanos para a área específica da Ilha de Antônio Vaz - Joana Bezerra, Cabanga, São José e Santo Antônio, por alunas dos sé�mo período do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco em 2019.1, para a disciplica citada anteriormente sob a orientação dos professores Lea Cavalcan� e Ricardo Pessoa de Melo, aplicando a metodologia desenvolvida em sala de aula, colher informações nas áreas e enriquecer com pesquisas bibliográficas aplicadas em mapas e gráficos percentuais.
Recife, Abril de 2019
Julia von Söhsten Maria Alice Cavalcanti Thaís Pininga
sumário
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introdução
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5.1 GABARITO E PAISAGEM 5.2 MAPEAMENTO E ANÁLISE DE USOS E ATIVIDADES 5.3 ELEMENTOS MARCANTES 5.4 EQUIPAMENTOS DE USO PÚBLICO NATUReza E DIMENSÃO
formação do território
ORIGEM e evOLUÇÃO URBANA 2.1 O ONTEM E O HOJE 2.2 DIVISÃO POR BAIRRO E MICROREGIÕES 2.3
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uso e ocupação
infraestrutura urbana CAMINHOS/SISTEMAS VIÁRIOS 3.1 MEIOS DE TRANSPORTES QUE POR ELE CIRCULAM 3.2 SANEAMENTO INTEGRADO 3.3
legislação PRESERVAÇÃO X RENOVAÇÃO 4.1 ANÁLISE DAS NORMATIVAS E REGRAMENTOS 4.2
cobertura vegetal 6.1 PEÇAS VERDES: DIMENSÃO, NATUREzA 6.2 REDE DE ESPAÇOS VERDES
recursos hídricos 7.1 DESENHO E CARACTERÍSTICAS DOS RECURSOS HÍDRICOS 7.2 RESERVAS AMBIENTAIS EXISTENTES, PROTEGIDAS, DESTRUÍDAS E/OU AMEAÇADAS
socioeconomia 8.1 QUEM MORA E QUEM UTILIza 8.2 DIVERSIDADE 8.3 DINâMICA DO TERRITÓRIO
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introdução
Neste livro serão abordados temas relacionados a análise do território da Ilha de Antônio de Vaz, de suas partes e elementos, sua formação, desenvolvimento, infraestrutura, legislação, ocupação, uso, vegetação, recursos hídricos e socioeconomia. A cidade do Recife, onde está situado o território de estudo, com área territorial de aproximadamente 218 km², é a cidade nordes�na com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo também, a quarta capital brasileira na hierarquia da gestão federal, e possui o quarto aglomerado urbano mais populoso do Brasil, com 4 milhões de habitantes em 2017. O Recife é sede do aglomerado urbano mais rico do Norte-Nordeste e oitavo mais rico do Brasil, além de ter o décimo quarto maior PIB do país e o maior PIB per capita entre as capitais nordes�nas. A cidade é a nona mais populosa do país, e sua região metropolitana é a sé�ma do Brasil em população, além de ser a terceira área metropolitana mais densamente habitada do país. A es�ma�va é que esse número con�nue aumentando nos próximos anos. Como consequência a esse crescimento desenfreado, aumentado pela importância da cidade no cenário nacional, tem-se grande impacto no meio urbano, que vem sendo cada dia mais nega�vo. O pre-
sente estudo busca analisar e es�mular o bom funcionamento da cidade no futuro. Para respaldar teoricamente as análises apresentadas e nortear a elaboração do livro, foram feitos diversos estudos sobre o espaço a par�r de aspectos �sicos, morfológicos, históricos, legisla�vos e etc. O obje�vo final do trabalho trata-se de elaborar diretrizes de Planejamento Urbano para a área de estudo citada, a par�r da leitura urbana realizada nas disciplinas de PU1 e PU2, à luz dos conceitos e recomendações do Urbanismo Sustentável. Como produto final temos um livro composto por sete capítulos que abordarão os seguintes temas sobre a história do território, com a sua formação, iden�dade e mudança ao longo do tempo, assim como a infraestrutura urbana, mobilidade e saneamento integrado, a legislação, o uso e ocupação do solo, padrão morfo �pológico, as áreas de ambiente natural e a situação socioeconômica, com o intuito de compreender melhor o território para dar prosseguimento ao estudo sobre os vazios urbanos.
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formação do território
2.1. Origem e Evolução Urbana A ocupação da cidade do Recife iniciou-se por volta do ano de 1534, no período das capitanias hereditárias, nesse época era povoada apenas com alguns pescadores que se estabeleceram na estreita porção de terra que vinha de Olinda e possuía apenas algumas construções e uma capela, ou seja, a cidade �nha apenas a função portuária des�nada ao embarque e desembarque da produção de açúcar. Em 1630, os holandeses chegaram no Recife, no entanto, só alguns anos depois, sob o governo do Conde Maurício de Nassau, teve início o processo de evolução da cidade, decorrente do crescimento populacional. Com o grande processo de desenvolvimento, os atuais bairros de São José e Santo Antônio foram ocupados, recebendo a população que crescia. Ou seja, a iconografia do Recife começa com os holandeses, que são responsáveis por seu crescimento como cidade. Antes de conquistarem Pernambuco, o Recife �nha sido apenas um povoado de pescadores. Após a construção de aterros, o que indicava a expansão para o con�nente, em 1637, Maurício de Nassau, iniciou um plano de urbanização. Foram construídos dois palácios,
pontes, escolas, igrejas, ruas, estradas e o primeiro Jardim Botânico do País. Foi dessa forma que se consolidou o que hoje é conhecido como o centro histórico do Recife, formado pelos bairros do Recife, Santo Antônio, São José, Boa Vista e Soledade. Por volta do início do séc XIX, houve uma grande expansão da cidade, principalmente no atual bairro da Boa Vista, que cresceu em direção a Santo Amaro e ao Derby. As maiores obras da época foram promovidas pelo Conde da Boa vista, que modernizou o bairro, priorizando a construção de novas vias que ligavam a cidade as áreas produtoras no interior. Um grande aterro foi construído, onde hoje se localiza a Av. Conde da Boa vista, em homenagem ao governante. O eixo da Conde da Boa Vista, serviu como eixo de crescimento urbano do centro do Recife. Nesse momento da história, as áreas mais populosas da cidade do Recife eram os bairros Santo Antônio e São José, que já mostravam uma malha urbana consolidada, apresentando ruas longas, sendo cortadas por outras de menor porte. O bairro de São José começava a confirmar sua vocação para o comércio, pois parte de seus sobrados apresentavam comércio no pavimento térreo e habitação nos superiores, assim como o bairro da Boa Vista. No início do séc XX, além do
centro da cidade, ocorreu uma ocupação da população em direção a parte mais periférica da Recife, como os bairros de Joana Bezerra e do Cabanga, consolidando os subúrbios. Sendo assim, a cidade buscou cada vez mais se modernizar seguindo o molde modernista europeu, cons truiu-se novas estradas (providenciadas pelo poder privado), mercados e postos de saúde, essas melhorias deram resposta às demandas da população recifense.
“Por se encontrar no meio das r o t a s mercan�s atlân�cas, a cidade foi considerada estratégica nos projetos governamentais de ‘’modernidade’’. Por isso, se tornou uma espécie de vitrine do país. Recebendo do poder público projetos que se traduziram na reforma do porto e na subs�tuição do bairro portuário colonial, por uma nova malha com amplas avenidas e edi�cios eclé�cos que transbordavam a modernidade esté�ca daquele momento”. (CARVALHO, 2010, p.13)
Entre os anos 20 e 40 a cidade passou por um grande salto populacional, no entanto, as condições de vida não acompanharam esse crescimento. A maior concentração urbana que até então ocupava as margens do capibaribe, se direciona principalmente para o norte da cidade (ALVES, 2009), deixa de ocupar as zonas radiais ou tentaculares e preenche os vazios entre os raios.
Imagem 01 - legenda: Foto aérea do bairro de Santo Antônio no ano de 1957
2.2. O Ontem e o Hoje Primeiramente, é importante destacar que, assim como já pontuado, a cidade do Recife passou por diversas mudanças ao longo dos anos, não só de reorganização urbana como populacional. “No passado, era muito mais adensada nos bairros de Santo Antônio, São José, grande parte da Boa Vista e o Bairro do Recife”. (MOTA MENEZES, José Luiz)
Hoje sabe-se que os bairros do centro da cidade foram abandonados, des�nado a usos como o comercial e de serviço, enquanto os térreos estão sendo ocupados por essas a�vidades, os andares superiores permanecem desocupados ou servindo de depósitos. A consequência desse sistema é clara: durante o dia as ruas estão sempre cheias, no entanto, no período da noite, a falta de infraestrutura torna o centro vazio e não passa a sensação de segurança. Com a expansão do centro para as periferias da cidade, outros bairros começaram a ser adensados. No caso de Joana Bezerra, com o alto desenvolvimento demográfico a comunidade foi crescendo sem que houvesse um planejamento e contando com poucos inves�mentos em urbanização, os moradores mais an�gos, por falta de moradia, ocuparam os espaços, aterrando e construindo sobre o Rio Capibaribe. Atualmente a situação do bairro é reflexo do seu adensamento desordenado: serviços de saúde precários, ausência de esgotamento sanitário, recolhimento inadequado do lixo, constante falta de água, entre outros. A história do cabanga é fortemente ligada ao processo de urbanização do Recife. Inicialmente, a área que era marcada pela presença de
um pequeno forte, passou a ter maior importância urbana quando recebeu a primeira estação de tratamento de esgotos, mesmo assim, era marcada pela presença de uma pequena vila des�nada à funcionários públicos. Nos úl�mos anos, o bairro passou por mudanças significa�vas ligadas a construção do Shopping Rio Mar e a aprovação do Projeto do Novo Recife, desconfigurando o cenário do local.
Imagem 02 - legenda: Diferenรงa de 80 anos na Cidade do Recife
2.3. Divisão por Bairros e Microrregiões A alta concentração populacional ocasionou, ao longo dos anos, fortes consequências ligadas à infraestrutura de saneamento, urbanismo, mobilidade, meio ambiente, demandas sociais entre outras necessidades. Tornou-se preciso, então, planejar e intervir nessas localidades, a fim de que as interferências propostas sejam feitas de forma que atenda as reais necessidades da população local. As RPA (Região Polí�co Administra�va) foram criadas para formulação, execução e avaliação permanente das polí�cas e do planejamento governamentais. As Microrregiões foram criadas visando à definição das intervenções municipais em nível local e ar�culação com a população. A área de estudo faz parte da RPA-01, que é formada por bairros que concentram centros comerciais e empresariais e apresenta assim um baixo con�ngente populacional residente. Dentre essa RPA, o bairro de Santo Antônio, por exemplo, apresenta apenas 0,02% da população do Recife. Com isso, percebe-se que as divisões polí�co administra�vas são de extrema importância para o bom funcionamento da cidade. Isso se dá porque ao subdividir a região metropolitana, se torna mais fácil criar polí�cas específicas para cada região, além de criar vínculos maiores entre os moradores e a administração, facilitando a gestão local.
Atual
1965
1906
1665
1987
1932
1733
1631
EVOLUÇÃO URBANA
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infraestrutura urbana
3.1. Caminhos e Sistemas Viários e Meios de Transporte Sabe-se que a mobilidade existente no território é reflexo do desenvolvimento da cidade do Recife. Ao longo dos anos, a necessidade de interligação entre a região metropolitana e até mesmo entre bairros fez com que surgissem novas vias que fossem capaz de conectar diferentes espaços dentro e fora da cidade. Classificadas como artérias principais e vias arteriais secundárias que ligam os bairros do entorno, essas vias fazem parte do modelo radioconcêntrico, o qual a cidade foi concebida. Porém , esse modelo concentra a maior parte das viagens para o centro, conges�onando a cidade que não suporta mais essa demanda. Vias Principais do tráfego rodado (principais corredores) Pode-se classificar as vias urbanas em: 1. Vias Arteriais principais: têm como função principal atender ao tráfego de âmbito regional e metropolitano; 2. Vias Arteriais secundárias: têm como função específica ligar áreas ou bairros da cidade; 3. Vias Coletoras: têm como função principal ar�cular duas ou mais vias
Arteriais Principais ou coletar o tráfego de uma determinada área ou quadra, canalizando-o para as vias Arteriais Principais ou Secundárias. Sendo outros exemplos de vias urbanas: - Vias de Eixo Metropolitano: vias con�das em eixos de ar�culação metropolitana (cidade para cidade). - Vias de Eixo Urbano: vias con�das em eixos de ar�culação intra-urbana (conectam dois ou mais bairros). - Vias Locais: vias que ar�culam áreas de um ou dois bairros, podendo derivar de eixos urbanos ou metropolitanos. - Vias Micro-Locais: vias que ar�culam vias locais entre si ou vias sem saída que derivam qualquer outra via. Conclui-se que são: Vias coletoras: Av. Beira Rio Vias Arteriais secundárias: Rua Imperial e Av. Eng. José Estelita Vias Arteriais Principais: Av. Agamenon Magalhães Vias de Eixo Urbano: Av. Guararapes e Dantas Barreto
Imagem 03 - legenda: Avenida Dantas Barreto
3.2. Por onde circulam? - Circulação de pessoas (500 mil pessoas circulam diariamente): O bairro de Santo Antônio e São José possui a Av. Dantas Barreto e a Rua Imperial como principais corredores, respec�vamente. Possuindo um caráter não residencial, eles recebem um grande número de pessoas diariamente devido aos trabalhadores ou usuários do comércio e serviço disponível. A diversidade de usos possibilitou ao bairro uma grande mistura social, pois ali circulam pessoas que estudam, trabalham ou usam o comércio e serviços em geral. Contudo, é notável uma perda da vitalidade do local no horário noturno, pois a circulação de pessoas no bairro se restringe ao período diurno no horário comercial. Portanto a noite , Santo Antônio e
São José ficam desertos e apenas alguns aglomerados residenciais sobrevivem hoje nos bairros. O Bairro do Cabanga tem caráter de passagem para os bairros vizinhos como Boa Viagem, tendo como principal fluxo vindo dos bairros do centro histórico da cidade, no entanto, próximo a compesa, existe uma pequena vila de moradores que mantém parte do bairro a�va durante a noite. O bairro de Joana Bezerra, fortemente influenciado pelo início da Avenida Governador Agamenon Magalhães possuiu uma maior circulação de pessoas por possuir caráter residencial, e por consequência, maior fluxo nas ruas classificadas como locais e micro-locais.
dos:
- Circulação de veículos priva-
Os transportes privados tem uma grande demanda em todo território pois os meios de transporte público como ônibus, brt, bicicletas, metrô não atende a demanda da população e não fornece segurança, conforto, qualidade e principalmente integração entre elas, em sua maioria. Portanto a escolha de transportes privados acaba sendo uma opção mais segura e confortável para a população, que por sua vez causa grandes conges�onamentos, poluição e superlotamento de veículos na cidade. No território, a maioria das vias são detentoras de veículo privado, decorrente do caráter comercial e prestador de serviço da região. Segundo o IBGE, 25% da população do Recife anda de carro. Mesmo sendo um número rela�vamente pequeno, são os principais responsáveis pelo trânsito intenso existente em todos os bairros em análise. - Circulação de bicicletas: As bicicletas são meios de transporte a�vos e não poluentes. Entretanto, acabam sendo desvalorizados e subs�tuídos por outros meios de transporte, pela insegurança, o desrespeito e principalmente pela falta de ciclovias, ciclofaixas e disponibilidade de bicicletas para a população. Pode-se encontrar postos de Bike PE, apesar de ter uma grande quan�dade já existente, ainda é necessário a instalação de mais para suprir a necessidade de algumas áreas que ainda são escassas desses postos. Portanto o déficit de ciclofaixa ou ciclovia não possibilita os ciclistas um deslocarem com segurança e com qualidade pelo Recife. Tendo em vista essas dificuldades de acesso a bicicletas e deslocamento entre os bairros, uma pessoa não consegue escolher
aquele que o levaria ao seu des�no de forma mais rápida e segura, fazendo com que ela geralmente opte u�lizar o transporte privado para seus deslocamentos. Dentro da área estudada existem pequenas áreas des�nadas a ciclofaixa, dentre elas a mais significa�va é a situada no Cais José Estelita, no entanto, esse ar��cio é u�lizado apenas aos domingos, o que a restringe a um uso mais des�nado ao lazer do que a locomoção. - Circulação logística/carga e descarga: Com o crescimento intenso existente na cidade do Recife, é notável o déficit de uma organização no sistema de carga e descarga de produtos e pessoas nas ruas do território. Há uma desordem nesse processo que ocasiona, na maioria das vezes desorganização e retenção no trânsito, decorrente do caráter comercial e prestador de serviço da região. - Circulação de transporte público: O Principal transporte público que circula pelos bairros são ônibus, que apesar de não circular por todo território, complementa as linhas de transporte público. Pelo déficit da circulação de ônibus em algumas ruas, há uma distância considerável entre as paradas, pois além de não suprir na totalidade a demanda local, há ruas estreitas para a passagem desses veículos. Há estações de Metrô que possuem uma falta de conexão com os outros meios de transportes públicos, mais não existe uma con�nuidade ou integração na caminhabilidade no percurso/conexão entre os meios de transporte públicos. Na área de estudo é onde estão localizados os mais importantes corredores de ônibus da cidade, como a Av. Guararapes, Av. Dantas Barreto e Av. sul.
No entanto, como dito anteriormente, o sistema de transporte público ainda é pouco interligado entre os modais, fazendo com que os u�lizadores ainda encontrem dificuldades na locomoção. O mapa de mobilidade do Recife é diagnós�co da ocupação urbana e na caracterização dessa ocupação, é o deslocamento das pessoas em uma cidade. Segundo o dicionário: mobilidade significa “facilidade para se mover”, isto tem como finalidade tornar esse movimento fluído e prá�co. Ônibus, metrô, carros e outros transportes cole�vos fazem parte das soluções de mobilidade e têm o intuito de deixar a vida das pessoas mais fácil. Após analisarmos o mapa de mobilidade, percebemos que cada vez mais as cidades estão perdendo a capacidade de permi�r que as pessoas se movam com qualidade, pois é necessário um Plano de Mobilidade Urbana eficaz que oriente os inves�mentos públicos em infraestruturas de transportes da cidade. Primeiramente precisa-se compreender quais são as principais vias, sua importância e função. Pois elas geralmente possuem a maior circulação de pessoas, veículos e transportes públicos, para que com isso possa-se elaborar um Plano Urbano que atenda com qualidade a demanda da cidade do Recife. A área em análise é uma região que tem uma circulação de pessoas, veículos, comércio, transporte bem significa�vo, portanto a mobilidade em geral desse local é bastante intensa. Os tópicos analisados foram: Vias Principais do tráfego rodado, circulação de pessoas, circulação de veículos privados, circulação de bicicletas, circulação logís�ca/carga e descarga e a circulação de transporte público. Portanto, após a análise desses itens conclui-se que é necessário um Plano de Mobilidade Urbana mais eficaz para essa região,
visto que há uma demanda muito grande de pessoas que u�lizam os principais meios de transporte (automóveis,ônibus, bicicleta, metrô, entre outros). Além disso, é necessário uma maior organização da integração entre os meios de transporte público, melhor destruição para que atenda com eficácia todo o vasto território, uma criação de circulação logís�ca/ carga e descarga, que é inexistente no local em análise. E principalmente o incen�vo e melhor distribuição das bicicletas por serem meios de transporte a�vos e não poluentes. Sabe-se que o Rio Capibaribe é de grande importância para a cidade do Recife, no entanto, seu potencial para navegabilidade vem sendo posto em segundo plano. Com a dificuldade de locomoção dentro da cidade e as condições precárias de transporte público, inves�mentos ao uso do rio como meio de locomoção ajudaria tanto nas questões relacionadas a fluxo de pessoas quanto de diminuição da poluição.
3.3. Saneamento Integrado Diferentemente do popularmente conhecido como saneamento básico, o sistema de saneamento integrado é mais abrangente, caracterizado por um conjunto de ações em diversos setores, entre eles: abastecimento de água, esgotamento sanitário, pavimentação, drenagem, coleta e des�nação do lixo, melhoria de instalações hidrossanitária, remoção e relocação de famílias, reordenamento urbano, controle de doenças e educação sanitária e ambiental. No Recife, o início da implantação de saneamento se deu por volta da primeira década do século XX, que na época, dotou a cidade de um moderno sistema de esgotamento sanitário e de abastecimento d’água, com o obje�vo de inserir a cidade no processo de modernização que envolveu o país. “Várias propostas de ações visando tornar a cidade mais salubre, como aterros, construção de canais, reforma e fiscalização de matadouros e de outros usos impróprios já exis�am durante todo o século XIX, mas só foi empreendido um plano geral de saneamento quando exis�ram condições propícias que reunissem promotores sociais capazes de levar adiante uma ação tão complexa e abrangente” (CARVALHO, 2010)
Durante os anos de 1910 à 1918 as obras de saneamento no Recife foram supervisionadas pelo sanitarista Saturnino de Brito, entre suas principais ações estavam a implantação do sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. O sistema de esgotamento sanitário era cons�tuído por 115 km de rede que coletava e escoava os esgotos
por gravidade dos distritos em que estavam inseridos até nove estações elevatórias, as quais direcionavam o esgoto para a usina terminal, situada no Cabanga, e a par�r daí, era feito o lançamento no oceano próximo ao Bairro do Pina. “A super�cie a ser esgotada estava dividida em dez distritos, com um grande distrito funcionando com declividade para a usina terminal que localizava-se no Cabanga, outros nove funcionando com elevação elétrica.” (CARVALHO, 2010)
Sabe-se que não exis�u um zoneamento rígido do plano geral de melhoramentos proposto por Saturnino de Brito, mas pode-se notar uma preocupação em determinar algumas regiões como áreas verdes, que pudessem melhorar a qualidade de vida dos Recifenses, uma delas foi proposta ao norte da Ilha de Joana Bezerra, onde foi proposto um grande parque para toda a extensão da área. Outra proposição de Saturnino foi a de criação de um bairro operário para os funcionários da comissão de saneamento, o que hoje é o Cabanga. Já no início dos anos 70, juntamente com a criação da COMPESA, as ações no campo de saneamento foram marcadas por um período de estagnação explicado pela menor capacidade do governo em financiar recursos necessários às obras. Com o grande fenômeno da urbanização, os poucos recursos existentes foram direcionados a aumentar o volume de oferta de água, em detrimento das obras de esgotamento sanitário, com isso, as consequências de tal ação são percep�veis até hoje. O atual sistema de esgotamento sanitário é basicamente de �po convencional, ou seja, trata-se de um sistema com ligações prediais isoladas,
redes de coleta localizadas sob as vias públicas, transporte dos efluentes por coletores-tronco, estações de bombeamento, emissários de recalque e tratamento por processos �sicos e biológicos. A par�r da análise do local, conclui-se de uma forma geral, que o saneamento integrado é uma das questões que mais evidenciam a desigualdade social em que vivemos. Na área estudada, muitas regiões ainda possuem déficits no recolhimento de lixo, saneamento básico e pavimentação, principalmente nos locais de população flutuante, como é o caso do bairro de Joana Bezerra.
Imagem 04 - legenda: Bairro de Santo Antônio atualmente
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legislação
4.1. Preservação de Transporte 4.2. Análise e Normativas do Regramento De início é importante entender que, mesmo fazendo parte da mesma área, os bairros em estudo apresentam diferenças significa�vas em sua morfologia, história e u�lizadores. São essas diferenças que conferem ao local dis�ntos zoneamentos. Para um maior entendimento da área serão classificadas suas Zonas e o que as mesmas representam em questões de conservação e preservação da cidade. - As Zonas de Ambiente Natural (ZAN) encontram-se definidas em função dos cursos e corpos d`água formadores das bacias hidrográficas do Beberibe, do Capibaribe, do Jiquiá, do Jordão e do Tejipió e pela orla marí�ma, desde a faixa de praia até as águas com 10 metros de profundidade, incluindo os recifes costeiros. Todos os bairros que margeiam esses rios são providos de zona de preservação natural. - As Unidades de Conservação da Natureza (UCN) são área definidas por lei com o intuito de conservar suas caracterís�cas ambientais, protegendo rica biodiversidade e contribuindo para a manutenção dos serviços ambientais e ecossistêmicos. Esses serviços podem ser percebidos como bene�cios destas áreas
verdes prestados à sociedade, como regulação de marés, sequestro de carbono, melhoria da qualidade do ar e provimento de alimentos. Além disso, as UCNs são espaços propícios para a�vidades de lazer, contemplação e educação ambiental. - As Zonas Especiais (ZE) são áreas urbanas que exigem tratamento especial na definição de parâmetros urbanís�cos e diretrizes específicas – Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural (ZEPH). - As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) são áreas de assentamentos habitacionais de população de baixa renda, surgidos espontaneamente, existentes, consolidados ou propostos pelo Poder Público, onde haja possibilidade de urbanização e regularização fundiária e construção de habitação de interesse social. - As Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural (ZEPH) são as áreas formadas por sí�os, ruínas e conjuntos an�gos de relevante expressão arquitetônica, histórica, cultural e paisagís�ca, cuja manutenção seja necessária à preservação do patrimônio histórico-cultural do Município. Se dividem em:
I - Setor de Preservação Rigorosa – SPR; é cons�tuído por áreas de importante significado histórico e/ou cultural que requerem sua manutenção, restauração ou compa�bilização com o sí�o integrante do conjunto. II - Setor de Preservação Ambiental – SPA; é cons�tuído por áreas de transição entre o SPR e as áreas circunvizinhas. - Zona de Ambiente Construído de Ocupação Moderada (ZAC): Moderada, caracterizada por ocupação diversificada e facilidade de acessos, obje�vando moderar a ocupação, com potencialidade para novos padrões de adensamento, observando-se a capacidade das infraestruturas locais e compreendendo frações territoriais. Essa zona está presente em todos os bairros de estudo com exceção do bairro de Santo Antônio. - Os Imóveis Especiais de Preservação (IEP) são aqueles exemplares isolados de arquitetura significa�va para o patrimônio histórico, ar�s�co ou cultural da cidade do Recife, cuja proteção é dever do Município e da comunidade. - Zona de Ambiente Natural (ZAN) encontram-se definidas em função dos cursos e corpos d`água formadores das bacias hidrográficas do Beberibe, do Capibaribe, do Jiquiá, do Jordão e do Tejipió e pela orla marí�ma, desde a faixa de praia até as águas com 10 metros de profundidade, incluindo os recifes costeiros. - O Imóvel de Proteção de Área Verde (IPAV) é uma unidade de domínio público ou privado, que possui área verde formada, predominantemente, por vegetação arbórea ou arbus�va, cuja manutenção
atende ao bem-estar da cole�vidade. Ins�tui e regulamenta o plano específico para o Cais de Santa Rita, Cais José Estelita e Cabanga, e dá outra providência. Fica ins�tuído que define normas e estabelece parâmetros para o uso e ocupação desta frente d’água, considerando suas potencialidades paisagís�cas, �sico culturais e econômicas. Lei fundamenta-se na valorização dos atributos do território, especialmente quanto à relação: I estabelecida entre a cidade e suas águas - bordas e áreas de aterro, acrescidas nos séculos XIX e XX ao núcleo histórico original de ocupação, elementos imprescindíveis à significância do lugar; II - estabelecida entre a cidade e o Porto, especialmente no que diz respeito aos elementos remanescentes da primeira ferrovia pública do Brasil, datada do século XIX, elementos de grande relevância na ocupação e história da cidade; III - entre as pessoas e o lugar, o patrimônio imaterial, cons�tuindo-se na paisagem cultural, decorrente da afe�vidade e mobilização para sua preservação. Os bairros de Santo Antônio e São José, mesmo fazendo parte do Centro Histórico do Recife, possuem formas de zoneamento diferente segundo o Plano Diretor de 2008. No caso do Bairro de Santo Antônio, sua grande maior porção, a central, é �da como ZEPH (Zona especial de preservação histórica), isso ocorre porque a região é caracterizada por conjuntos an�gos de relevante expressão arquitetônica, cultural e histórica, e que necessitam de preservação, isso faz com que essas áreas estejam sob parâmetros específicos de uso e ocupação do solo. É dentro dessa ZEPH que estão localizados elementos como a Praça da República e a Praça da Independência, importantes elementos da paisagem Recifense.
As margens do Rio Capibaribe engloba as áreas de UCN (Unidade de preservação da natureza. Isso se torna imprescindível porque conserva as caracterís�cas ambientais do local, que são consideradas áreas verdes importantes que prestam bene�cios à sociedade. A úl�ma etapa de zoneamento do Bairro de Santo Antônio trata da Rua do Sol, �da como ZEDE (Zona Especial de Diretrizes Específicas) de centro principal. Configurando um ambiente que é capaz de influenciar toda a região metropolitana. Assim como no bairro de Santo Antônio, o bairro de São José possui áreas de UCN, que representa a con�nuação das margens do Rio Capibaribe, ressaltando a seriedade de assegurar a preservação dessa região,e áreas de ZEPH, como o Forte das Cinco Pontas e redondezas, destacando a importância tanto dos ambientes naturais quanto dos ambientes construídos para construção da iden�dade da cidade. Junto às áreas de UCN, está a ZAN (Zona de ambiente natural) de orla, localizado na região do Cais José Estelita e se prolonga até o Cabanga, com o obje�vo de conciliar a ocupação com a preservação dos elementos naturais da paisagem urbana e garan�ndo a preservação do ambiente. O Cais de Santa Rita e os arredores da Rua do Peixoto, consideradas ZEDE (Zona Especial de Diretrizes Específicas) de centro principal, são áreas assim como em Santo Antônio, capazes de influenciar não só as redondezas do bairro, mas de toda a cidade, isso ocorre porque possui serviços mais especializados, que são encontrados apenas nessa região. Como assume um papel de bairro de transição entre o Centro Histórico do Recife e a área de expansão da cidade, Santo Antônio já possui áreas de ZAC (Zona de ambiente construído) moderada, assim como o Caban-
ga, são regiões que contém uma maior facilidade de acessos e ocupação mais diversificada que nas áreas de ZEPH, por exemplo, e que se estende até o bairro de Joana Bezerra. É a par�r do zoneamento que nota-se que o Cabanga tem uma configuração mais diferente do centro da cidade. O bairro está dividido em três áreas: ZAC,UCN, ZAN. Entende-se como o zoneamento do Cabanga a con�nuação do que já foi determinado no Bairro de São José. As áreas de ZAC moderada, UCN e A área de ZAN configuram o que equivale à con�nuação de São José, demonstrando o papel transitório que o bairro desempenha, mesmo possuindo caracterís�cas morfológicas claramente visíveis. Dentre os bairros estudados, Joana Bezerra é o que possui a configuração mais diferente dos demais. Devido à sua formação desordenada, com alto desenvolvimento demográfico, sem planejamento e com poucos inves�mentos em urbanização, o bairro foi adensado por pessoas de baixa renda, toda sua história repercute no zoneamento atual. A maior porção do bairro é considerada ZEIS (Zona de interesse social) do coque, que se estende até São José. Tal atributo é de grande importância para população carente que habita o local, é isso que protege a área da especulação imobiliário, por exemplo, possibilitando a urbanização e regularização fundiária. Outra grande parcela do bairro está na chamada UCN Ilha do Zeca, prevendo a conservação, protegendo já que cons�tuem uma área em que os manguezais apresentam grande interface com o tecido urbano.
5
uso e ocupação
5.1. Gabaritos X Paisagem A paisagem é um conceito que se refere a tudo o que podemos perceber u�lizando os nossos cinco sen�dos. Portanto, todo o ambiente terrestre pode ser considerado como uma paisagem: o caos do centro de uma grande cidade, ou um ambiente natural. No entanto, as a�vidades humanas ao longo dos anos foram responsáveis pela mudança da paisagem do Recife. Sob análise geral, buscamos as classificações mais coerentes à situação e à área de estudo, o que gerou 6 classificações para o território, sendo iden�ficadas por predominância, São elas: - Traçado ortogonal com edificações horizontais (até 4 pavimentos) e/ou sobrados; - Traçado ortogonal com edificações ver�cais (entre 5 e 10 pavimentos); - Traçado ortogonal com edificações ver�cais (acima de 10 pavimentos); - Traçado irregular com edificações horizontais (até 4 pavimentos); - Traçado irregular com edificações ver�cais; - Traçado ortogonal com galpões.
No território em estudo são encontradas caracterís�cas das primeiras formas de urbanização da cidade do Recife, como o traçado ora ortogonal, ora irregular de Santo Antônio e São José, sendo predominantemente ortogonal como pode ser visto no mapa a seguir, quando analisado ao nível do lote. O primeiro composto predominantemente por edificações horizontais e entre medianeiras, os chamados sobrados, e com uma presença forte de edificações singulares, enquanto o segundo tem além dos sobrados, uma forte presença da �pologia galpão, que remete a uma época anterior de grande importância do porto. No bairro de Joana Bezerra, caracterizado pela presença de comunidades fortes de baixa renda, que podem ser facilmente iden�ficadas no território e se compõem da horizontalidade e de um traçado irregular, alguns pouco edi�cios que se sobressaem ver�calmente. Resultado da Polí�ca Habitacional do então interventor Agamenon Magalhães, na época do Estado Novo (1937-1945) para o bairro do Cabanga, este conta com um traçado predominantemente ortogonal, com pequenas quadras de edificações horizontais, com exceção de ocupações recentes que ocorrem de forma irregular às margens da pré-existência.
Imagem
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legenda:
Torres no Bairro de São José
Imagem 06 - legenda: Foto aérea do bairro de Joana Bezerra
A par�r deste apanhado compreende-se que o território é verdadeiramente diverso morfologicamente, devido às mais variadas formas e períodos de ocupação. Destaca-se a predominância de edificações horizontais no território de forma geral, o que destaca a peculiaridade desse território e sua importância para a leitura da formação da cidade como um todo.
5.2. Mapeamento e análise dos usos Segundo Farr (2013), para uma melhor u�lidade de usos, tem-se a divisão em três áreas fundamentais. Em primeiro lugar, no transporte, a mistura dos usos é a estratégia mais poderosa para reduzir o conges�onamento desnecessário do trânsito, porque muitos deslocamentos em automóveis são reduzidas. Em segundo lugar, um cenário com habitações mistas é muito melhor socialmente, visto que possibilita que os moradores criem raízes na comunidade, vale salientar também, que as habitações para famílias com rendas modestas são incluídas e não segregadas. E, em terceiro, a ocupação do bairro por famílias com diferentes horários e interesses contribui não só para a vivacidade do lugar mas também para a sua segurança. É possível iden�ficar que, a área de análise é bastante diversificado, devido a sua formação e ocupação territorial, os bairros assumem usos dis�ntos. Fortemente marcado pela prestação de serviços e lojas que atendem a um nível regional, os bairros de Santo Antônio e São José possuem caracterís�cas muito semelhantes já que passaram pelo mesmo processo de evolução. Com a expansão da cidade para as áreas periféricas, o centro da cidade tomou um formato mais comercial, fazendo com que a maioria dos
moradores migrassem para outras regiões do Recife. Dessa forma, a situação atual é clara: baixa densidade habitacional, muitas edificações sem uso, sensação de insegurança e pouco inves�mento em infraestrutura. Como pode-se ver no mapa a seguir, são poucos os comércios des�nados a população local, residente dos bairros, essa configuração também é consequência da falta de habitações. O Cabanga e Joana Bezerra já possuem um cenário diferente, devido a sua formação decorrente da ampliação da cidade. São bairros com uma maior porção habitacional, mas com diferenças geradas por uma par�cularização nas suas caracterís�cas socioeconômicas e morfológicas. 5.3. Elementos Marcantes Como paisagem entende-se um conjunto de componentes naturais ou não de um espaço externo que pode ser apreendido pelo olhar. Na área de estudo, os elementos da paisagem caracterizam-se por componentes que, mesmo com o passar dos anos, e com as mudanças ocorridas na cidade permanecem como marcos para a sociedade recifense, servindo como ponto de referência, dando significado histórico para a área em questão, o que gera grande apropriação social. Segundo Rogers (2015), novos ou an�gos, nossos edi�cios devem dialogar entre si ao mesmo tempo que atendem necessidades atuais. Dessa forma, se tornam sustentáveis e funcionais à sociedade, que é o maior intuito da arquitetura, trazer vida às cidades pela sua expressão livre e independente de época. É dessa preocupação arquitetônica que surgem os elementos marcantes e que geram senso de lugar para os moradores de determinado local. A área de estudo tem duas divisões claras, o bairro de Santo Antônio e de
São José fazem parte do sí�o histórico do Recife, enquanto o Cabanga e Joana Bezerra fazem parte da expansão da cidade, tal formação influencia fortemente diversas questões, entre elas, a disposição dos elementos marcantes. É na zona mais an�ga da cidade onde se encontram a maior parte das igrejas, fortes, construções an�gas e praças. São esses, dentre muitos elementos o que geram a sensação de pertencimento à determinado local. É essa preocupação com a história da cidade que reflete até mesmo no zoneamento, como já citado anteriormente, a maior parte dos bairros de Santo Antônio e São José é caracterizada com ZEPH, com o obje�vo de preservar ao máximo os ambientes com carga histórica do Recife. São essas medidas que permitem que esse sen�mento seja passado de geração em geração. É essa preocupação com a história da cidade que reflete até mesmo no zoneamento, como já citado anteriormente, a maior parte dos bairros de Santo Antônio e São José é caracterizada com ZEPH, com o obje�vo de preservar ao máximo os ambientes com carga histórica do Recife. São essas medidas que permitem que esse sen�mento seja passado de geração em geração. Por fim, entende-se que os elementos marcantes são de extrema importância não só como parte da preservação histórica, são esses elementos que criam nos moradores um maior interesse de cuidado com o local em que vivem, es�mulando a par�cipação social em questões polí�cas.
5.4. Equipamentos de Uso Público (Natureza e Dimensão “Talvez a menos intui�va discussão em planejamento pode ser o passo que, mais vezes, é dado erradamente. As pessoas gostam de espaços abertos e áreas livres. Mas também gostam e precisam de uma sensação de fechamento para se sen�rem confortáveis como pedestres. Espaços públicos são tão bons quanto seu entorno e muito cinza ou verde -estacionamento ou parques - pode fazer com que o possível pedestre fique em casa” (SPECK, 2016)
É a par�r da citação de Jeff Speck que a análise de equipamentos de uso público são respaldados. Como dito pelo autor as pessoas tem preferência por espaços abertos e áreas livres, no entanto, a situação encontrada na área de estudo é um pouco diferente da que poderíamos descrever como a ideal, principalmente nos bairros de Joana Bezerra e do Cabanga. Marcados por uma expansão desordenada, são eles que possuem a menor quan�dade de áreas des�nadas ao uso público, principalmente as abertas como parques ou praças, os maiores equipamentos público do bairro de Joana Bezerra, por exemplo, são o Fórum Rodolfo Aureliano e o terminal integrado que leva o nome do bairro, situação que também é vista no Cabanga. Nos bairros de sí�o histórico a situação é um pouco diferente, existem mais exemplos de equipamentos abertos, no entanto, são pouco atra�vos e causam pouco interesse de uso na população, fazendo com que os mesmos percam seu obje�vo. A área é fortemente marcada pela presença de igrejas e edi�cios ins�tucionais, dessa forma, não são capazes de gerar o equilíbrio propos-
to por Jeff Speck. “O planejamento de equipamentos urbanos comunitários normalmente é atribuído ao poder público e, em geral, com a finalidade de proporcionar o bem-estar à população, o ordenamento do território e aumentar a compe��vidade regional. No Brasil, a realidade do planejamento dos equipamentos urbanos aponta uma falta de critérios na implantação e locação desses equipamentos. Durante muitos anos, somente as partes das cidades brasileiras que atraíam a atenção dos planejadores foram beneficiadas pelos serviços públicos e �veram uma par�cipação desproporcional dos orçamentos locais’’ (BRASIL, 2010)
Enfim, é importante pontuar que, a implantação de elementos de uso público podem ser propostas por inicia�vas privadas, no entanto, a o poder local não es�mula tais inserções, dessa forma, tais inves�mentos não são realizados. A consequência é clara: a cada dia se torna menos interessante e seguro estar em ambientes públicos. A região do Cais José Estelita teria grande potencial implantação para parques infan�s e píeres, ciclovias ou ciclofaixas, bicicletários, áreas para corrida, caminhada, sanitários públicos, quiosques e edificações de pequeno porte des�nadas a a�vidades de suporte aos parques, à biblioteca pública e a edificações des�nadas a a�vidades culturais, no entanto, a área que é alvo da especulação imobiliária permanece fechada e sem uso, confirmando o desinteresse dos órgãos com os elementos de uso público.
6
cobertura vegetal
6.1. Peças Verdes: Dimensão, Natureza 6.2 Rede de Epaços Verdes “Assim como o transporte de massa, a maioria das cidades sabe que árvores são boas, mas poucas estão dispostas a pagar o preço justo por elas. Esse passo busca expressar o pleno valor das árvores e jus�ficar os maiores inves�mentos que merecem em quase toda cidade”. (SPECK, 2016)
Bem como dito por Jeff Speck, todos sabemos a importância das massas vegetais no ambiente urbano, são elas as responsáveis por manter a sensação de conforto em uma caminhada, melhoram a qualidade do ar e beneficia a saúde mental e �sica da população. No entanto, seu custo de manutenção e implantação equivocada vem trazendo complicações no dia-a-dia de moradores da cidade do Recife. Diante da área de estudo, duas vertentes foram definidas para o diagnós�co da cobertura vegetal, são elas: peças verdes e redes de espaços verdes. Como peças verdes entendemos pequenas manchas verdes, isoladas e sem con�nuidade, que influenciam mais seu entorno imediato, em contrapar�da, as redes de espaços verdes possuem con�nui-
dade e possuem uma ligação entre si, isso faz com que essa malha seja capaz de interferir no clima e trazer bene�cios não só para u�lizadores de uma região específica. Analisando mais profundamente o território percebe-se que de um modo geral, trata-se de um ambiente pouco arborizado. O bairro de Santo Antônio tem como sua principal peça verde a Praça da República, no entanto, como está muito atrelada ao Palácio do Campo das Princesas, é pouco u�lizada. É possível ver que a situação de elementos isolados se estende para os Bairros de São José, Cabanga e Joana Bezerra, às poucas áreas verdes existentes não são muito bem aproveitadas por não possuírem atra�vos para população, no entanto, para uma escala local, são importantes geradoras de sombra e de conforto urbano. Ao analisar as redes de espaços verdes da área, percebe-se que trata-se muito mais de uma questão legisla�va do que algo realmente concreto. Isso ocorre porque as áreas que hoje são consideradas UCN e ZAN passaram por anos de desmatamento e aproveitamento dos recursos naturais, a consequência disso é clara: hoje tais regiões são protegidas por lei, no entanto, carregam consigo os danos causados pela ação antrópica. Os quatro bairros analisados possuem unidades de
conservação da natureza, mas como já dito anteriormente, tais elementos são pouco representa�vos quando se trata de massa vegetal. Por fim, vale ressaltar que para uma boa urbanização, é preciso preservar a integridade de uma área natural não urbanizada, promovendo a biofilia. Assim, gera menor números de vias de tráfego, maior quan�dade de espaços públicos, aumento na quan�dade de vegetação com menos coberturas impermeáveis e promovendo mais técnicas de urbanização em prol da biofilia.
Imagem 07 - legenda: Vista aérea da Praça da República localizada em Sto. Antônio
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recursos hídricos
7.1. Recursos Hídricos Como recurso hídrico entende-se um conjunto de águas que estão disponíveis para sa�sfazer certa necessidade, em um local e tempo determinados. “O surgimento de grande parte das civilizações deu-se em torno do elemento “água”, recurso natural com valor estratégico, econômico e social, fundamental à vida e ao bem-estar do homem e responsável pela con�nuidade dos ecossistemas do planeta, cons�tuindo um bem comum a toda a humanidade ”. (GIL, 2011)
No Recife o cenário não foi diferente, inicialmente uma cidade de caráter portuário, sempre teve um grande ligação com o mar e os rios que a circundam. O rio Capibaribe, principal recurso hídrico da região estudada tem grande importância histórica e social na formação e no desenvolvimento de Pernambuco e da região Nordeste do Brasil. Representa um significa�vo elo de ligação entre a cultura da cana-de-açúcar da zona da Mata pernambucana e os currais do Agreste e do Sertão. Além disso, o rio Capibaribe faz parte de um sistema natural de drenagem que envolve o conjunto de bacias hidrográficas do
chamado Recife’’.
‘’Estuário
Comum
do
“Com relação à ocupação urbana da bacia, a área mais urbanizada é a par�r da Av. Caxangá em direção ao centro, sendo a zona central, nos bairros mais an�gos, onde a ocupação se apresenta mais consolidada” (Prefeitura do Recife)
Dessa forma, conclui-se a importância dos recursos hídricos não só para região estudada como para todo o estado. Nos bairros de Santo Antônio e São José assumem um papel relevante na construção da história do local. No caso do Cabanga, onde se localiza o Iate Clube Cabanga, muitos fazem uso do rio como prá�ca de a�vidade �sica e lazer. Em Joana bezerra a situação é um pouco diferente, a população em sua grande parte flutuante tem o as águas como ponto de fixação de moradias. Tais questões demonstram a versa�lidade de usos que o rio Capibaribe assume.
7.2. Reservas Ambientais As reservas ambientais são áreas designadas como de proteção ambiental, que podem ser designadas geralmente por ins�tuições governamentais. “Existem vários conceitos de reservas ambientais, mas basicamente se tratam de áreas par�culares ou públicas declarada pelos órgãos governamentais como áreas de preservação permanente, sendo necessária para o uso sustentável e a preservação dos recursos naturais, assim como para a reabilitação e conservação dos processos ecológicos, também para a conservação das biodiversidades das caracterís�cas geológicas do local e a proteção e o abrigo da flora e da fauna na�va e outras de interesse especial que possa haver”.
A área estudada, de acordo com a legislação vigente possui duas áreas de preservação ambiental: As áreas de ZAN (Zona de Ambiente Natural) e de UCN ( Unidade de Conservação da Natureza). Cabe pontuar que as regiões de UCN se sobrepõem as de ZAN, ou seja, passam por uma legislatura mais rígida em relação à conservação. São encontradas no local a UCN Estuário do Rio Capibaribe, localizada às margens dos Bairros de São José e Santo Antônio, e a UCN da Ilha do Zeca, em Joana Bezerra. Dessa forma, entende-se que tais áreas devem ser man�das por ser de grande significado ambiental para a cidade do Recife, nelas estão locadas uma boa porcentagem do mangue e da biodiversidade local.
Imagem 08 - legenda: Catamarã do Rio Cabibaribe
8
socioeconomia
Os aspectos socioeconômicos de determinada região são avaliados a par�r do levantamento de diversos dados que estão diretamente relacionados a questões como habitantes, densidade, �po de uso, renda per capita e entre outros. É essa análise que visa melhorar as condições de vida dos u�lizadores de determinado local, diante desse diagnós�co é que se pode ter mais atenção aos processos de intervenção. Na área estudada podem ser analisados diversos fatores, um deles são seus usos e população. O bairro de Santo Antônio, por exemplo, possui alto nível de migração pendular, ou seja, usuários em horário comercial que usufruam da área, mas não moram na mesma. Isso acontece devido ao seu grande número de equipamentos comerciais, serviço e ins�tuições. Santo Antônio é cons�tuído de um grande número de moradores idosos, isso se dar pelo processo de envelhecimento do bairro e sua mudança de usos, sendo hoje em dia predominantemente comercial. Questões como essas também são vistas em bairros como São José, que recebem diariamente um grande numero de usuarios vindo de várias partes da região metropolitana, devido ao comércio e serviço que essa área possui. Por tais mo�vos deve-se ter grande atenção sobre os mesmos pelo risco de falta
de vitalidade e compacidade nos bairros, podendo prejudicar a vivência dos mesmos em outros horários do dia, prejudicando a sua infraestrutura, segurança, entre outros aspectos. Além desses aspectos, podem ser estudados as habitações de cada bairro. De acordo com os dados apresentados a seguir, nota-se que os bairros estudados possuem uma baixa renda per capita familiar, tal dado repercute no �po habitacional de cada um dos bairro. Santo Antônio e São José possuem a mesma organização, são edificações an�gas, que requerem uma manutenção adequada, no entanto, devido ao baixo poder aquisi�vo dos moradores, nem sempre essa preservação acontece, a consequência é notória: as edificações acabam não atendendo muitas vezes as condições básicas de moradia. A baixa renda per capita dos bairros do Cabanga e Joana Bezerra refletem uma situação diferente. No caso de Joana Bezerra, grande parte da população é considerada flutuante, ou seja, vive em habitações locadas em cima do Rio Capibaribe, as chamadas palafitas. O Cabanga que é resultado de uma inicial vila possui as melhores níveis habitacionais analisados, os imóveis atendem as condições mínimas de moradia, as ruas são asfaltadas e saneadas.
Todos esses dados influenciam de forma direta na infraestrutura que os bairros possuem e nos inves�mentos da Prefeitura perante os mesmos. A par�r de tais análise, nota-se que há uma diferenciação entre os bairros da área estudada em relação a questões socioeconômicas, bairros com maior densidade são os mesmo que possuem menor renda per capita. Em geral tendo em base a classificação do Governo (SAE), pode-se classificar os bairros como: Santo Antônio - Alta classe média; São José - Baixa classe média; Cabanga - Média classe média; Ilha de Joana Bezerra - Vulnerável. Com essa classificação pode-se concluir a desigualdade que existe entre bairros, não há um equilíbrio no padrão de vida dos seus habitantes, seja no âmbito econômico, escolar, profissional, entre outros.
Imagem 09 - legenda: Palafitas localizadas no bairro de Joana Bezerra
Conclusão
Os bairros �dos como objeto de estudo são: Santo Antônio, São José, Ilha Joana Bezerra e Cabanga, localizados na RPA 01 de centro. Após síntese das informações dos bairros podemos observar a evolução demográfica e morfológica do traçado an�go de edificações históricas e dos longos e estreitos lotes em Santo Antônio e São José ao desenho mais recente no bairro de Joana bezerra com traçado irregular e edificações horizontais. A história da urbanização do Recife é vista a par�r de assentamento popular espontâneo, que teve início com a ocupação de áreas como Santo Antônio e São José no século XVII, apresenta edificações do século XVIII ao início do séc XX. Ao estudar a evolução do traçado da cidade compreende-se a implantação da legislação que procura conservar os aspectos originais e históricos da cidade, assim como ocupar de forma ordenada os demais espaços. Outras questões analisadas foram a iden�dade do lugar e suas transformações. A iden�dade de áreas como o Bairro de São José, onde acontece o maior bloco carnavalesco, como também a iden�dade dos rios que cortam a cidade. As transformações analisadas mostraram que cada uma serviu para que os bairros se tornassem no que são hoje. Por fim, vemos que de forma geral em todos os bairros há déficit em pontos como transporte, moradias e infraestrutura, e que cada um tem sua caracterís�ca e iden�dade. Sabendo disso, o diagnós�co de tais problemá�cas decorreu de forma
mais simples, e os bairros puderam ser entendidos como partes de uma conjunto, que é a cidade. A inves�gação de vazios urbanos será a próxima etapa do trabalho, e nela poderão ser feitas diretrizes para melhorar e agregar na infraestrutura dos bairros, podendo assim prosseguir na inves�gação do sí�o.
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