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Mostra do Cinema de Pernambuco 1ª Edição Junho de 2014 ISBN 978-85-68194-00-3 Coordenação editorial: Daniel Porto e Valeria Luna Revisão: Anne Ungerer
Todos os direitos reservados. comerciais sem prévia autorização dos organizadores. 2
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A CAIXA, uma das principais patrocinadoras da Arte e da Cultura brasileiras, destina anualmente mais de R$ 60 milhões de seu orçamento para patrocinar projetos culturais em espaços próprios e de terceiros, dando ênfase às exposições de Artes Visuais, peças e festivais de Teatro, espetáculos de dança e shows musicais, Mostras de Cinema e de Artesanato em todo o território nacional. Os projetos patrocinados são escolhidos por seleção pública. Esta é uma opção da CAIXA para tornar mais democrática e acessível a participação de produtores e artistas de todo o país, assim como para dar mais transparência à utilização dos recursos da empresa. social na democratização do acesso aos seus espaços e à sua programação. Reforçando sua postura de fomento à Cultura em todas as suas formas de expressão e, cumprindo seu papel institucional de difundir o conhecimento e estimular a criação, oferece condições concretas para que a população brasileira tenha contato com o que há de melhor e mais inspirador na produção artística nacional e internacional.
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O Cinema de Pernambuco
ValĂŠria Luna
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Aclamado pela crítica especializada e pelo
grande maioria, curta-metragens com participação
público em geral, o Cinema de Pernambuco goza de
relevante nos festivais nacionais realizados em diversas
três maiores polos de produção desde os primórdios do Cinema Brasileiro. Já na década de 1920, com o movimento nacional pró-cinema promovido pelas revistas Para Todos e Selecta, foram criados os
Em
1996,
na
“Retomada
do
Cinema
Brasileiro”, um novo ciclo de cinema surge em
chamados “Ciclos Regionais” e, em Pernambuco, deuse início ao do Recife, considerado o maior produtor da época com enredos baseados em temas do cotidiano
uma série de grandes realizações que repercutiram
da sociedade recifense.
internacionalmente.
Assim,
Pernambuco
se
Nos anos 30, quando fatores econômicos e o advento do cinema sonoro levaram à decadência do
cinema
brasileiro,
Pernambuco
sofreu
com uma produção respeitada pela qualidade técnica
um
arrefecimento mas não parou sua produção e, em 1942,
produzem um cinema que é, ao mesmo tempo, singular e plural. Um cinema que tem como herança a assinatura do autor e que brilha nas telonas e nos festivais do mundo inteiro, com produções autênticas
de Alberto Cavalcanti. Na década de 1970,
com a introdução
e produzidas com primazia.
de dispositivos técnicos mais baratos no mercado internacional, surge o Movimento Super-8 e, mais uma vez, Pernambuco retoma a sua posição de grande
Valéria Luna é Produtora Cultural, Graduada em Cinema e assina a idealização,
importante quanto o anterior e que produziu, em sua
curadoria e coordenação geral da Mostra 7
Sumรกrio 8
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História de Amor em 16 (e 24) Quadros por Segundo por André Dib
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Ciclo do Recife por André Gil por Marcelo Pereira
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O Importante Era Jogar Luz na Tela por Geneton Moraes Neto por Ricardo Oliveira de Freitas
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O Cinema ao Redor por Alexandre Fiqueirôa
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Um Encontro Pernambucano por Alexandre Lino
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A Educacão do Cinema Pernambucano por Wilson Freire
61 96
Programação
100 Debate 101 Agradecimentos 102 Créditos 103 104 Apoios
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Hist贸ria de Amor em 16 (e 24) Quadros por Segundo Andr茅 Dib 10
A seleção aqui apresentada traça um recorte bastante abrangente do Cinema feito em Pernambuco. Mais do que um panorama histórico, ela é, principalmente, um inventário de formas de olhar para este que é o principal
sentimentos de seus habitantes. Através deles podemos cruzar o século XX e chegar ao atual, no qual o Cinema é elemento ativo para a construção de uma consciência politizada que critica e propõe formas de convivência diferentes do modelo dicotômico Voltam”, formam um discurso coletivo e de inquietações estéticas marcadas pela busca de um olhar livre e de suas consequências. 11
E, como toda relação de amor, é contraditória. Se, há cem anos, “Veneza Americana”, driblou
documentários dos anos 60, o viés político do Cinema
limitações técnicas e evocou de forma singular
Pernambucano surgiu de maneira mais incisiva com
um “admirável Recife novo”, desprovido de traços coloniais e alinhado com os anseios modernizantes
questionamentos comportamentais que caracterizaram a cultura da época, em que o Tropicalismo e a Contracultura
compreendida no livro “Utopia Provinciana”, de Paulo Cunha, como o complexo de uma cidade em busca da
eram as respostas dos artistas à ditadura militar. O Ciclo do Super-8, assim como todas as
importância perdida. Ao contrário da produção atual, a produção
Spencer, jornalista que já tinha o domínio técnico
do Ciclo do Recife não explicita os questionamentos estéticos, políticos e existenciais que caracterizam a
anos 1970 começou: Geneton Moraes Neto, Paulo
produção contemporânea. O grupo formado por Gentil
Cunha, Amin Stepple, Osman Godoy, entre outros;
Roiz, Jota Soares, Edson Chagas e Ary Severo, tinha
outro nome basilar é o de Jomard Muniz de Britto,
como modelo o Cinema comercial norte-americano.
que migrou da experiência cineclubista dos anos
Daí o pendor por histórias de amor impossível (“Aitaré
1950-1960 para o experimentalismo estético em que desagua décadas depois, em “Tatuagem”, mais
Se, tematicamente, ele guarda poucos pontos
que belo manifesto a favor das utopias possíveis.
de cruzamento com o Cinema que virá, podemos dizer que o Ciclo do Recife estabeleceu localmente o método periférico de fazê-lo, em que a inventividade compensa os recursos limitados. 12
“Telephone Colorido”, que também bebeu na fonte do
Cinema marginal ao utilizar-se dos recursos técnicos
Mata, “O Homem da Mata”, “Garotas da Moda” e
disponíveis para
“Acercadacana”, relacionam-se com o imaginário da
anarquizar a hegemonia cultural
da virada do milênio. Sua principal obra, “Resgate Cultural”, é Cinema corrosivo em última potência,
a programação como um instigante conjunto de histórias, ideias, formas e pontos de vista. Eles estão
ao mesmo tempo em que gira em sua órbita. Entre
entre os melhores que conheço.
seus desdobramentos está o trabalho de Petrônio Lorena, que participa da Mostra com “O Som da Luz do Trovão”. Como sugerem “O Som ao Redor”, “Avenida condição de metrópole malsucedida está atrelada a um Recife de posturas coronelistas ou de herança colonial. Sintomas estes, mostrados de maneira especialmente estranha em “Dique”, cujo deslocamento de ponto de vista, convida a abrir os sentidos para a violência social e arquitetônica, observada em praias da Região Metropolitana. André Dib nasceu em Londrina-PR e vive
regiões distintas de Pernambuco. Premiado no
em Recife-PE; é pesquisador, crítico de Cinema, Jornalista formado pela Universidade Federal de Pernambuco
assim como “Cinema, Aspirinas e Urubus” e
e membro da Diretoria da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abraccine) 13
Ciclo do Recife AndrĂŠ Gil 14
de partida. Houve intensa atividade em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Desses movimentos pioneiros, o Ciclo do Recife (1923-1931) foi um dos mais importantes e produtivos. Apesar das condições adversas, foram rodados treze longa-metragens de enredo e sete “naturaes”, mostrar suas obras públicas. 15
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São inegáveis o sucesso e a repercussão de algumas das produções do Ciclo do Recife. “Retribuição” Rua Nova, em sessões contínuas do meio-dia à meiacompra de ingressos. “Aitaré da Praia”, além de bem
o negativo era caro e escasso e, a revelação era feita
sucedido nas bilheterias, é reconhecido por ter sido o
em banheiras.
Advogado”, com um roteiro atraente e direção segura,
valorizar o Ciclo do Recife e aumentar a admiração por
foi exibido comercialmente em trinta e um cinemas do
seus realizadores. No site “revistadecinema”, do portal Uol, Gentil Roiz e Jota Soares são “reconhecidos como fundadores de uma temática genuinamente nacional no cinema brasileiro”. A eles se juntam, Ary Severo e
foi diferente. Mesmo sob a forma de empresas amadora, principalmente a maioria de seus integrantes. Todos tinham outras ocupações como principal atividade, embora houvesse alguns que viviam somente
estrelas na tela.
de Cinema. Os equipamentos eram precários, com
motivaram esses jovens, lá no início do século 20, em
cada cena. O amadorismo, os sacrifícios, a coragem de fazer Cinema tornam-se mais notáveis quando se
Edson Chagas trouxe alguns conhecimentos técnicos 17
fãs de Rodolfo Valentino, Theda Bara e Gloria Swanson. Era o star-system, que perduraria por muitas décadas ainda. A sedução foi inevitável.
eles mais tarde, Jota Soares, que viria a ser o diretor
pioneiros não poderiam ter tomado como modelo outra
exclusivamente de Cinema, no auge do Ciclo.
ao ser indagado sobre o assunto, costumava citar uma
Mas a questão persistia. E foi o próprio
frase do cineasta francês René Clair: “Imitar o que é perfeito é dar provas de inteligência e bom gosto”.
Aliadas à paixão, a inspiração e a imitação do que se
Hollywood consagrou a narrativa linear, os enredos
via nas telas, foi a escola dos pioneiros. Desde o seu começo, o Cinema estabeleceu-se como uma indústria
foi copiado pelos realizadores do Ciclo, que procuraram aproximar-se do Cinema que julgavam perfeito. Em
apenas uma forma de expressão artística. Como típico
“Sangue de irmão” há uma briga entre mocinho e
produto da cultura de massas, procura atingir o maior
bandido sobre um trem em movimento; o personagem
público possível. No Recife dos anos 1920, ir ao cinema
principal de “Herói do Século XX” é uma homenagem
já era, havia algum tempo, uma diversão consolidada.
a Buster Keaton; “Jurando vingar” mostra cowboys nas matas pernambucanas; Jota Soares fez um ensaio
cinemas locais mas, com o passar do tempo, a produção norte-americana se impôs. Moda, comportamento, estilo de vida, já eram ditados pelas estrelas de cinema.
Mesmo que a estrutura consagrada de
Maneiras, olhares, roupas e cabelos eram copiados pelos
Hollywood não tenha sido alterada, os realizadores
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A Estética do Ciclo do Recife – Eduardo Duarte, 1992 Cinema Pernambucano: Uma Historia em Ciclos –
representa essa preocupação em aproveitar a realidade
“cowboys não eram coisa de brasileiros” e que havia a bom desempenho nas bilheterias e conferiu prestígio entre jangadeiros e valendo-se das belezas das praias nordestinas como locações. A despeito da onipresente
brasileira a apresentar temáticas regionais. André Gil é graduado em Historia, com especializações em Conservação de Acervos, no Arquivo Nacional; Restauração de Filmes, na Cinemateca Brasileira; Processos Técnicos de Conservação e Catalogação, na Filmoteca Espanhola e; Conservador do Acervo da Cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco 21
Super-8 A Febre dos Anos 70 Marcelo Pereira 22
capital pernambucana meio século depois do surgimento do pioneiro “Ciclo do Recife” na década de 1920, ainda na época do cinema mudo. A popularização da bitola Super-8 com banda sonora em 1973, tornou-se uma febre em celuloide que contaminou toda uma geração, durante uma década, com produções que realizaram um cinema alternativo, experimental e marginal. 23
“Arranje uma câmara, reúna a turma, vá jornalista Geneton Moraes Neto, um dos maiores entusiastas do Ciclo do Super-8 e para quem, “os fatos mais aparentemente comuns” poderiam “ser maldito piauiense Torquato Neto, que em sua Geleia Geral godardiana provocava: “Invente. Uma câmara na mão. O Brasil no olho. Documente isso, amizade”. Para se tornar cineasta, mais do que uma ideia na cabeça era necessário ter acesso a um equipamento e um pequeno projetor – numa analogia, ao que são hoje em dia as câmeras digitais, os smartphones e para a revelação (pelo menos 16 vezes mais barata se comparadas aos altos custos dos 16mm e 35 mm, que inviabilizavam os projetos). Era na montagem, casos, não havia um roteiro previamente elaborado. Muita gente que adquiriu as primeiras
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doméstico.
Seus
motivos
eram
prosaicos,
dos
por mais esforço e assistência empregados pelo
diletantes da classe média: registro do nascimento dois dos mais requisitados pelos “superoitistas” reuniões em família, paisagens de uma viagem, a
amadores. Se não conseguiu-se alcançar o resultado do
manifestações culturais, sejam o Carnaval de Olinda, uma briga de galo ou um folguedo popular. Mas havia
melhores exemplos, um cinema de resistência e de
quem almejasse fazer mais: fazer Cinema com todos
experimentação, além de documentalmente relevante.
os recursos de linguagem.
Há quem fale em 150, outros contabilizam 200,
Os documentários da cultura rural nordestina, experimentais voltados para a crítica cultural e os temas existenciais urbanos, foram as principais temáticas metragem, elencados pelo jornalista, crítico de cinema de Noronha pelos militares Athos Eichler e Osman mestrado “O cinema Super-8 em Pernambuco: do lazer
Godoy; o registro documental da Missa do Vaqueiro,
doméstico à resistência cultural”, apresentada à Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo
conto “A continuidade dos Parques”, de Cortázar, em
(ECA-USP). O Ciclo do Super-8 em Pernambuco foi
Três dos maiores entusiastas e divulgadores do
pródigo, apesar da precariedade do equipamento e das
Super-8 em Pernambuco foram também realizadores: Spencer e Celso Marconi, que utilizavam as páginas 25
dos jornais diários de Recife, onde trabalhavam, para
religião e na arte popular; a Naturalista, com um olhar
além de abrir discussões sobre a movimentação
expressão poética e engajada politicamente. Entre seus
“superoitista” recifense. A eles se juntam três dos
títulos, destacam-se “Morro da Conceição”, “Dona
principais cineastas autorais do ciclo: Jomard Muniz
Betinha e Ana das Carrancas”, “Corbiniano Lins”, “A
de Britto, Amin Stepple e Paulo Bruscky.
Brigada Portinari” e “Recife 0 Km” (sobre a degradação do Recife Antigo).
documentarista pernambucano das décadas de 1970 a
No início, Geneton Moraes Neto pregava o “faça você mesmo” como política para o superoitista,
suas produções, realizou trabalhos em Super-8, 16mm e 35mm. Sua principal preocupação era fazer o registro
realizado. Com o tempo, ele passou a se preocupar
dos artistas e das manifestações culturais periféricas. o premiado “Valente é o Galo” (sobre a violência nas
(em parceria com Paulo Cunha), numa época em que
rinhas de briga de galo) e “Bajado – um artista de Olinda” (sobre o pintor naïf olindense). Quanto a Celso Marconi, pode-se dizer
cultural, declamado por Jomard Muniz de Britto diante
que foi um verdadeiro ativista da imprensa, que não escondia seu otimismo quanto ao futuro da bitola
de uma Década em Brancas Nuvens”, no qual compara
Super-8 e seu engajamento contra a hegemonia do
a repressão militar e o vazio cultural da década de 1970
cinema hollywodiano.
com a efervescência dos anos 1960.
Com a câmara na mão, fez um cinema com
Jomard Muniz de Britto talvez tenha sido o
três vertentes: a Antropológica, onde o foco estava na
maior agitador do ciclo dos Super-8. Provocador, além
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de produzir e atuar, ele também percorria espaços em geral” e o político “Tempo Nublado”, que teve o Palhaço Degolado”, ele vocifera contra o patriarcalismo “Armorial”, de Ariano Suassuna, numa crítica ao
destemor de atacar a censura e a ditadura militar de Paulo
Bruscky
é
o
mais
radical
dos
superoitistas pernambucanos. Desde os seus primeiros também disparava contra as vanguardas nacionais e
trabalhos, suas preocupações são
muito mais
estéticas, experimentais e performáticas, utilizando o cinema como registro de sua atitude política. Ele se com o grupo teatral “Vivencial Diverciones”, citando trechos de “Sobrados e Mocambos” e também do e experimentações, como em “Artexpocorponte”. Em A sexualidade foi uma das preocupações da
“Xerozperformance” ele utiliza sua experiência com
obra jomardiana, no curta “Inferonolento”, inspirado na
faxarte, artepostal e xeroarte. Ele faz reproduções
tragédia grega “Prometeu Acorrentado”, considerado o fazendo exercícios corporais ao ar livre, próximo à
proposta radicaliza. Ele toca fogo em chumaços de
igreja. “Babalorixá Mário Miranda, Maria Aparecida no
algodão embebidos de álcool e aciona a máquina,
Já “Noturno em Ré(cife)”, traz o ator e diretor Antonio Cadengue como um vampiro bissexual. De Amin Stepple vale citar três curtas em
Cinema de resistência e vanguarda, a maior utopia de quem fez Super-8 em Pernambuco foi um dia sonhar que a bitola poderia tornar-se viável
Super-8: “Creuzinha não é mais a tua”, debochado 29
comercial, dominado pelo cinema americano e pelas chanchadas. Chegou-se na época, a vislumbrar a possibilidade dos curta-metragens serem sempre incluídos na programação dos canais
abertos de
televisão e serem exibidos dentro da cota de reserva de mercado dos cinemas. Sem
mercado
exibidor,
o
Super-8
só
de Cinema. Havia pouco incentivo à produção e quando o havia, era resultante de prêmios ou de algum por questões ideológicas - não queriam aproximação com a ditadura militar em vigor. Assim, o mais comum eram cineastas bancarem suas próprias produções, sem alguma receita de bilheteria.
Marcelo Pereira é Escritor; Jornalista e Especialista em Jornalismo Cultural. 30
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O Importante Era Jogar Luz na Tela Geneton Moraes Neto 32
Era uma vez, no
remoto Recife dos anos setenta, um grupo de
realizadores - diferentes entre si, mas certamente unidos pela paixão pelo cinema – que embarcou numa pequena aventura: a de jogar luz nas telas, ainda que precárias, anônimas, ou ainda, “marginais”. A arma usada nesta guerrilha a favor da luz eram nossas câmeras Super-8. 33
Eis aí o que pode ter sido a “originalidade” do ciclo do Super-8 de Pernambuco: tentar fazer cinema “normais”, era usado apenas em um ambiente familiar (para registros domésticos de casamentos, festas de formatura, batizados, entre outros). Nossa plataforma era outra. O Super-8 foi “sequestrado” por estes realizadores. Motivo básico: em curta-metragem, tendo os bolsos vazios e, claro, sufoco político. As câmeras de Super-8 passaram engajados, alienados,
folclóricos, de denúncia, de
crítica cultural, geniais, bons, ruins, ótimos e, até mesmo,
péssimos. Havia espaço para quaisquer
realizadores. Que importava a precariedade técnica se o mais importante era produzir imagens, jogar luz na
na época - dizia: “Eu vos anuncio que nós não estamos plenamente mortos”. Eis aí uma “proclamação” que poderia ser aplicada a todos os que apostavam na 34
possibilidade de fazer cinema, nem que fosse de obviamente, eram exibidos para pequenas plateias. A chance de exibição para um público maior só ocorria nos festivais. No início dos anos oitenta, quando o movimento Super-8 já agonizava,
alguns tiveram
experiências com 16mm - como é o caso de “O Coração do Cinema”, livre adaptação de um roteiro do genial Paulo Cunha. Era um 16mm, cem por cento banhado pelo espírito do Super-8, inclusive pela luminosa participação de Jomard Muniz de Britto, agitador cultural, cineasta, poeta, nome fundamental da cena pernambucana da época e até hoje. Encarnado em Jomard, o poeta gritava pelas praias da Pernambucália, às margens do Atlântico Sul: “Brilhar como um farol!”. Pernambuco, ingenuamente tentou: “brilhar como um faro!”. Pouca importa se conseguiu ou não. Valeu tentar.
Geneton Moraes Neto é repórter. Dirigiu, para o Canal Brasil, o documentário “Canções do Exílio” (2011) e, para a Globonews, “Garrafas ao Mar: a Víbora Manda Lembranças” (2012) e “Dossiê 50: Comício a Favor dos Náufragos” (2013). 35
Retomada Cinema Pernambucano: Excelência Cinematográfica em Áridos Movies Ricardo Oliveira de Freitas 36
comemorada, a do cinema nacional produzido fora do eixo dos grandes centros urbanos do Sudeste, é coisa para ser duplamente comemorada. Primeiro, pelo fato de reconhecer que o deslocamento físico-espacial, tanto em termos de produção como de distribuição dos conteúdos audiovisuais, permite ao espectador acessar um número maior de possibilidades expressivas e, por extensão, alcançar conhecimento mais vasto alicerçado em uma diversidade de temáticas e imagens que quebram a monótona hegemonia do cinema produzido no Sudeste do país. para dar sentido à realidade social brasileira. 37
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Assim, ao assumir a necessidade de abarcar a amplitude de realidades que compõem o diverso para além das duas maiores metrópoles, o cinema feito em Pernambuco contribui para engrossar o caldo das múltiplas representações que dão sentido às muitas referências ideológicas que caracterizam o Brasil. Aliás, Pernambuco, terceiro polo de produção primórdios do cinema brasileiro está na vanguarda da produção audiovisual, comprometido com a inovação linguística e com o incisivo enfrentamento, ao produzir cinema fora dos grande centros produtores (Rio e São Paulo) e batalhar para a formação de um mercado e público locais-regionais, naquilo que se convencionou chamar “Ciclo do Recife”. No cinema de retomada, o de Pernambuco não é menos inovador. As referências ideológicas, que dão construídas com base em representações de um Nordeste até então não apresentáveis – o que não quer dizer que não fossem dignas de apresentação; mas, por conta de uma lógica de mercado e de uma intencionalidade 39
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política regida e determinada desde o eixo Centro-Sul do país, o que se via era uma recorrência desenfreada a estereótipos e clichês, que colocavam o Nordeste e sua gente num sub-lugar representado pelo atraso, em oposição ao Brasil moderno, industrializado e desenvolvido. A infantilização do povo nordestino, maquiavelicamente
relacionada
à
bestialidade
e à subnutrição, era ilustrada por antagônicos, recorrentes e alienantes cenários do seu típico litoral (abusando das suas praias, dunas e coqueirais) ou do árido Sertão (corriqueiramente representado pela hostilidade da vegetação da caatinga, falta de chuva e as representações quase folclóricas acerca do homem nordestino, que tinha como única salvação, segundo
às adversidades do miserável Nordeste. A
retomada
“na”
e
“da”
produção
tipo de produção. Tanto que o marco fundador do dito cinema de retomada é o longa “O Baile Perfumado”, que teve como cenário o velho e conhecido Sertão, 43
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apresentado através de várias referências e retalhos do cinema documental produzido no passado. Mas, este cinema quer ir além das representações folclóricas lineares que, com discursos e narrativas regulares, nos preencheram os olhos em décadas passadas.
Ricardo de Oliveira Freitas é Doutor em Comunicação e Cultura {UFRJ) e Professor Titular da Universidade do Estado da Bahia/UFBa. 47
O Cinema ao Redor Alexandre Figueir么a 48
Desde a Retomada do Cinema Pernambucano, estamos vivendo em Pernambuco um período extraordinário para a produção audiovisual. Os longas e curtas realizados pelos cineastas pernambucanos têm conquistado prêmios em festivais nacionais e internacionais além de serem reconhecidos pela crítica por sua pujança criativa e originalidade. Isto, a exemplo do que aconteceu na música com o movimento mangue-bit, nos coloca em sintonia com o que vem acontecendo de
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Esta vocação para a Sétima Arte, por mais estranha que possa parecer - por ter surgido num lugar
conservadora, apegada ao purismo das manifestações artísticas regionais. Os novos realizadores escapam dos modelos
na verdade, não nos surpreende. Recife, pelo seu desejo
clássicos de representação do Nordeste e do olhar
provinciano de parecer moderno e cosmopolita, desde
pitoresco sobre as expressões da cultura popular, para integrarem aos seus trabalhos novas linguagens e
nunca mais o abandonou. Os pioneiros do Ciclo do Recife
uma concepção da região que engloba o tradicional e
- e todos aqueles que continuaram empunhando suas
o contemporâneo, estabelecendo novos paradigmas disponibilidade para experiências e desenvolvimento
afeto pelas imagens em movimento, fazendo delas
de um olhar que se desloca da visão paternalista e
a expressão sincera, tanto de nossas agruras sociais
conciliadora do intelectual engajado, para um mergulho
quanto da poesia que emana de nossas ruas.
nas tensões e contradições de nossa vida cotidiana. A
Um dos dados mais positivos desta onda
imagem resultante deixa de ser um instrumento de preservação de uma identidade regional idealizada e cristalizada, para tornar-se um elemento ativo e dinâmico do processo cultural.
Assis; “Cinema, Aspirinas e Urubus”, de Marcelo Gomes; “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça
forma, se caracterizado pela liberdade expressiva de seus autores. Sem perder de vista as raízes culturais às
Sorte, Meu Amor”, de Daniel Aragão; “Tatuagem”,
quais estão ligados, eles as reprocessam e permitem, ao
de Hilton Lacerda e tantos outros - é a ruptura com
Cinema por eles realizado, a abertura a uma atualização das formas narrativas e um olhar pop sobre o mundo.
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Longas e curtas-metragens não escamoteiam as questões sociais mas tentam estabelecer um diálogo no contexto por eles captados, de modo a permitir que a imagem traduza interpretações promovidas pelos próprios protagonistas dessas questões. em Pernambuco temos uma cena audiovisual com personalidade própria e em constante movimentação, ela não é fruto do acaso. É o resultado de uma conjuntura favorável que inclui desde o aparecimento
cursos universitários na área e implantação do CTAVNordeste. Mas, todos esses subsídios não vingariam se não fosse a mobilização constante de realizadores e técnicos. As trocas e colaborações dos fazedores de desde os pioneiros Ary Severo, Jota Soares, Gentil Roriz, Almeri Esteves. Sim, porque nós amamos o Cinema.
Alexandre Figueirôa é Jornalista, crítico e pesquisador de cinema 51
Um Encontro Pernambucano Alexandre Lino 52
polo produtor no país é um dado mais que representativo, principalmente se “Arte de Resistência”. A realização artística sempre teve maior estímulo e projeção na região Sudeste, em especial no eixo Rio – São Paulo.
E, quando pensamos
em manifestações como o Cinema que, para seu acontecimento, necessita de dispositivos tecnológicos, a problemática se acentua.
No entanto, são nas
limitações que a criação sempre encontrou um lugar de transbordamento. Se não há registros de produções milionárias e orçamentos extraordinários internacionais e a aceitação da crítica especializada e da classe artística, não podem ser vistas com a mesma modéstia dos baixos orçamentos. O cinema de Pernambuco é hoje um dos mais representativos e atuantes desde a chamada “Retomada” com em todos os festivais de cinema nacional e em inúmeros internacionais e recebeu Mendonça (2013), foi escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil muito positivas tanto nos EUA quanto na Europa.
Arte sempre manteve um diálogo com o Teatro e, sem dúvida, deve às Artes 53
Cênicas sua trajetória, narrativas e apuro estético. Não
minuciosamente ensaiada e marcada e ora, outras cenas que sugerem puro improviso. Tal característica dialoga
continua sendo William Shakespeare. George Mélies,
em absoluto com o fazer-teatral e essa particularidade cria
hoje, estimam-se mais de 400 produções em todo o
discurso do outro. Reconhecemos o trabalho de Assis por essa verve teatral e isso sugere muito da identidade
do Bardo.
do cinema pernambucano.
Analisando do
Cinema
em
especial
Pernambucano”
a
“Retomada
encontramos
aqui
Hilton Lacerda, que vem a ser parceiro e roteirista dos três longa-metragens de Cláudio Assis, apesar de não ter formação em Artes Cênicas cria, na
características pertencentes à encenação teatral. A atuação dos atores, a decupagem, a escolha da peça
eco com Nelson Rodrigues e Plínio Marcos (dois dos
teatral para adaptação, a metalinguagem, a estética, a
nossos maiores dramaturgos, sendo o primeiro, também
experimentação e, propriamente, a mise-en-scène.
pernambucano). É extraordinária a maneira que conduz
Cláudio Assis é, sem dúvida, uma das
o espectador e o surpreende em cada nova “virada”.
maiores representações nesse encontro em evidência. Com formação inicial em Teatro e, cineclubista, suas
metalinguistica em seu longa-metragem de estreia.
obras têm essa força. Quem assiste “Amarelo Manga”
“Tatuagem” (2013), de Lacerda, passa-se num Brasil da década de 1978, onde um grupo de artistas provoca a
(2011), percebe uma visceralidade nas interpretações
moral e os bons costumes em plena ditadura militar. Um
dos atores que só um trabalho quase artesanal pode
teatro-cabaré no Nordeste onde aconteciam os espetáculos
permitir. Ora encaramos uma interpretação que parece
da trupe “Chão de Estrelas”. É nesse cenário que Hilton
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metalinguagem, seja pela forma como dirigiu seus atores, homônimo e traz como protagonista o ator Gustavo Numa outra perspectiva, encontramos também diretores pernambucanos radicados no Rio de Janeiro,
Noite” (2006), também adaptação da peça homônima
mas que produzem obras que dão continuidade a esse encontro, mesmo com um suporte diferenciado e desdobrado em formatos diversos para o mesmo
realizações e reforçam essa singularidade dos criadores
projeto. Guel Arraes, Cineasta e Diretor da TV Globo,
pernambucanos.
busca também no Teatro a sua fonte de inspiração. São
O
cinema
de
Pernambuco,
ou
“Cinema
dele: “O Auto da Compadecida” (2000), um roteiro
Pernambucano”, entendeu esse diálogo e assumiu o
a partir de várias peças de Ariano Suassuna, “Lisbela
hibridismo que é, sem dúvida, sinônimo para a Sétima Arte.
e o Prisioneiro” (2003), a partir da peça homônima de
Por essa razão torna-se “original” e potente num cenário
Osman Lins e, por último, “Romance” (2008), que
onde as preocupações são quase que exclusivamente
se passa durante a montagem da peça Tristão e Isolda.
mercadológicas. E, se não causou nenhuma revolução, como o ciclo do Super-8, certamente reforçou a vocação do
uma projeção e alcance de público mais expressivos, pernambucanas apesar de seu realizador. No entanto, a sua feitura também procura esse lugar do fazer-teatral. Seguindo a mesma linha de Arraes, encontramos
artista pernambucano: a multiplicidade. Alexandre Lino é ator pernambucano; produtor de Arte; documentarista; sócio- fundador da “Produtora Cineteatro” e lançará neste ano seu primeiro longa “Saudades Eternas”. 55
A Educac達o do Cinema Pernambucano Wilson Freire 56
no Estado de Pernambuco, desde a chamada Retomada do Cinema Brasileiro, O Baile Perfumado (1996), até o “Som ao Redor públicas federais, estaduais e municipais, além de produtoras e realizadores, têm mercado de trabalho audiovisual. Massangana Multimídia Produções Nabuco, desde abril de 2008, o Centro Audiovisual Norte-Nordeste (CANNE) realizou 119 cursos de formação em audiovisual, gratuitos e de curta duração, nas e estudantes de Cinema, Comunicação e Artes, com faixa etária de 18 a 45 anos . Trinta e cinco obras audiovisuais dos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, tiveram apoio através da cessão dos equipamentos de 2.001.136,00 em capacitação. O Governo Estadual, por sua vez, mantém um edital anual que também
faixa etária de 16 a 24 anos, oriundos das escolas públicas do Estado. Estes, já estão inseridos no mercado de trabalho. 57
de
2008); Marcelo Lordello (vencedor, entre outros
Gouveia, Diretora do Projeto “Realizando Em Um Minuto”,
festivais, do de Brasília em 2012); Leo Lacca (Melhor
informa que desde 2009 o Projeto já formou cerca de
Diretor com o curta-metragem “Décimo Segundo”,
600 adolescentes, também provenientes da rede pública e editores. Andrea Mota, Diretora do Cine Cabeça Esses cursos não formam técnicos ou realizadores - diz a
desde 2007, diz que este Projeto atua em três frentes.
diretora - mas estimulam o fazer, abrindo possibilidades
A primeira, “Escola no Cinema”, disponibiliza ônibus e monitores que conduzem alunos de 88 escolas da
apresentarem seus discursos e falas através do Cinema”,
rede pública de ensino ao Projeto São Luís (referência
conclui. Um exemplo disso é que seis ex-alunos estão
ao homônimo e tradicional cinema de rua, inaugurado
Maria Pessoa, Diretora da Blue Filmes e
de curta e longa-metragens. Já levou cerca de 60.000
Produções, há 15 anos desenvolve atividades de formação
alunos. A segunda, “Cabeça de Cinema”, seleciona dentre
em audiovisual, muito antes dos editais públicos. Já
as 88 escolas, 12, que recebem cursos de iniciação
formou aproximadamente 150 alunos com idades entre
audiovisual. Esta, desde o segundo semestre de 2012, já formou 360 alunos entre 13 e 18 anos e que já
curso é de grande importância pois é preciso que exista
Cinema na Cabeça”,
espaço para a experimentação. Aprender em equipe, na prática e com os erros. O “Curta em Curso em 16mm”,
cineclubismo a 30 escolas públicas estaduais, onde são
ajudou a despertar o gosto pela atividade e os alunos continuaram produzindo e se aperfeiçoando. Já foram alunos, diretores como Tião (Prêmio Regard Neuf,
da Secretaria de Educação do Governo do Estado. Então, qual a relação do poema “A Educação Pela Pedra”, do poeta pernambucano João Cabral de Melo
58
Neto, com a geração ainda em formação de futuros
fazendo suas leituras de mundo) (pela visão ela começa as aulas), é preciso aprender a ver. Isto é
é o processo de formação que os interessados em se
muito mais que assistir. A lição de moral, o claro-escuro.
todas as atividades acima descritas. Vejamos esta estrofe
Pelo abrir e fechar da íris da lente
da obra literária: A de economia, seu adensar-se compacto (aqui a semelhança “Uma educação pela pedra. Por lições; para aprender da pedra,
entre a Poesia e o Cinema: ambos enxutos nas suas formas de
frequentá-la: captar sua voz inefática, impessoal (pela dicção,
expressão)
ela começa as aulas). A lição de moral, sua resistência fria ao
Lições de imagem (de dentro para fora, tela aberta), para quem decifrá-la.
concreta; a de economia, seu adensar-se compacta: Ou como disse o nosso Poeta Maior, no seu “Monumento lições da pedra (de fora para dentro, cartilha muda), para quem
à Aspirina”:
soletrá-la”.
“Claramente: o mais prático dos sóis...”.
Ou seja: Wilson Freire é Médico (UFPE); Cineasta; Co-roteirista,
Uma educação pelo Cinema: por lições;
com Heitor Dhalia, do longa-metragem “As Três Marias”;
Para aprender da imagem, frequentá-la (como os 60 mil alunos
Compositor (Prêmio Sharp de Música, 1996, em parceria
que sentaram nas poltronas do belo Cinema São Luís)
com Antônio Nóbrega no CD: “Na Pancada do Ganzá”
Captar sua voz interior e pessoal (como a novíssima safra de
e Escritor do romance “A Mulher que queria
cineastas, destaque no cenário nacional e internacional, cada um
ser Micheliny Verunschk”. 59
Filmografia 60
Veneza americana
aitaré da Praia de Gentil Roiz (1925,BP, 60min, 14 anos)
Câmera: J. Cambiere
Argumento e roteiro: Ary Severo Câmera: Edson Chagas
Sinopse: Documentário mostrando as obras do governador de Pernambuco, Sérgio Loreto
Elenco: Ary Severo, Almery Steves, Claudio José, Jota Soares, Queiroz Coutinho, Amalia de Souza, Rosa Temporal, Tito Severo, Antônio Campos, Pedro Neves e Gerson Marinho Sinopse: Aitaré namora Cora, uma moça da aldeia. Numa viagem de jangada em dia tempestuoso, ele salva o rico Coronel de pescadores até a chegada de um barco, que os leva de volta ao Recife. Por causa de intrigas, Aitaré e Cora se desentendem. Somente cinco anos mais tarde será esclarecido e eles se reconciliarão.
61
a Filha do adVogado
reVezes
de J. Soares (1926, PB, 100min, 14 anos)
de Chagas Ribeiro (1927, PB, 44 min, 14 anos)
Argumento: Costa Monteiro.
Argumento, roteiro e direção: Chagas Ribeiro
Roteiro: Ary Severo
Câmera: Horácio de Carvalho
Câmera: Edson Chagas Elenco: Mariinha Marrocos, Antonio Marrocos, Anísio Moreira, Elenco: Euclides Jardim, Guiomar Teixeira, Jota Soares,
Lincoln Lima, Antonio Pinto, Ernani Autran e Humberto
Norberto Teixeira, Jasmelina Oliveira e Pedro Neves
Cordeiro
e leva uma vida boêmia. Dr. Paulo tem uma amante e uma desconhecendo o parentesco, tente seduzí-la. Na luta que se segue, ela o mata. Ninguém aceita lhe defender no tribunal, até que um estranho aparece para ajudá-la.
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a górgona doméstica
recinFernália
de Osman Godoy (1973, 11min, Livre)
de Jomard Muniz de Britto (1975, 10min, Livre)
Roteirista: Athos Cardoso
Camera: Carlos Cordeiro Som: Rali
Elenco: Ronaldo Carneiro, Ligia Villar, Eldio Villar, Oscar Godoy,
automovel com as chaves imaginárias do coração de uma
June Sarita, Marilene Breda, Osani Godoy, Maria Ladjane
cidade. Entre o Recifede e o Recifeliz uma copa do mundo, Super 8 que se deseja uma fricção histórico–existencial.
Sinopse: No escuro da sala há um monstro que paralisa suas vítimas.
8, em abril de 1974, em Curitiba.
63
o Palhaço degolado
inVentario de um Feudalismo cultural nordestino
de Jomard Muniz de Britto (1977, 9 min, Livre)
de Jomard Muniz de Britto (1978, 10min, Livre)
Interpretação: Jomard Muniz de Britto Assistente de concepção: Guilherme Coelho
Montagem: Jomard Muniz de Britto
Imagens: Carlos Cordeiro
Elenco: Grupo Vivencial e Tonico Aguiar
Sinopse: Uma paródia abrangente dos grandes Mestres da Cultura Brasileira
interpretação de Tonico Aguiar, uma panorâmica das situações limite da repressão cultural a partir da AI 5
Super-8 Brasileiro, SP, 2001 Experimentalismo no Super-8 Brasileiro, SP, 2001.
64
Jogos Frutais Frugais
Funeral Para a década de Brancas nuVens
de jomard Muniz de Britto (1979, 10min, 14 anos)
de Geneton Moraes Neto (1979, 9min, Livre)
Argumento, Roteiro e Produção: Jomard Muniz de Britto
Imagens e texto: Geneton Moraes Neto
Imagens: Rucker Vieira
Montagem: Geneton Moraes Neto e Lima
Elenco: Ivonete Melo e Sérgio Lemos
Narração: Jomard Muniz de Britto Sonorização: Lima
Sinopse: Transpiração das pinturas de Sérgio Lemos em cumplicidade com a nudez performativa de Ivonete Melo
Colaboração: Adriano, Douglas, Romero
Sinopse: Balanço emotivo e severo da vacuidade artística, social Experimentalismo no Super-8 Brasileiro, SP, 2001
e política da década de 1970 cotejada ao decênio anterior.
Super-8 Brasileiro, SP, 2001; Mostra Carta Branca ao Submarino São Paulo, SP, 2008.
65
censura liVre
o coração do cinema
de Ivan Cordeiro (1980, 28min, Livre)
de Paulo Cunha e Geneton Moraes Neto (1983, 18min, Livre)
Roteiro e Produção: Ivan Cordeiro Câmera: Eduardo Lima
Montagem: José Almeida
Still: Régi Galvão Som: Lima Voz: Amin Stepple Ator:Ângelo José como Carlitos Participação Especial : Seu Júlio Sinopse: Da vertigem do Cinema ao Calafrio dos Supermercados. Torre, Ideal, Brasil, Coliseu, Boa Vista, Império. Qual a pelas caixas registradoras. O estrupo do espaço físico (sub) urbano limita as funções sociais e anestesia as novas gerações.
1982; Bienal de SP e no circuito de cineclubismo de Recife e praças públicas em bairros de São Paulo.
66
Maiakovsky. Lança a proclamação diante do mar de Pernambuco:
hans
destruindo o monólito
de Ricardo Brandão (1998, 5min, Livre)
de Telephone Colorido e Basement Shaman, (2000, 1min, Livre)
Edição e sonorização: Grilo Realização: Telephone Colorido
Roteiro, produção, direção de arte, som: Basement Shaman Produtor: Basement Shaman
Sinopse: Um cão de guarda, uma família, um vacilo. A ironia urbana de ter em casa um amigo que não desperta muita
Ricardo Brandão Animação: Lourival Batista Empresa Produtora: Telephone Colorido
minutos - Salvador/BA, 1999; Mostra Nordestes - Sesc São Paulo/SP, 1999
Sinopse: José Roberto e o xamã se unem pra derrotar o mau maligno.
67
o homem da mata de Antonio Luiz Carrilho de Souza Leão (2004, 20min, Livre)
através do audiovisual.
Roteiro: Antonio Souza Leão, José Borba da Silva, Guilherme Sarmiento Produção: Rosa Melo e Renato Pimentel
Prêmio Kodak e o Prêmio de aquisição Canal Brasil; Prêmio especial do júri na Mostra Curta Cinema do Rio de Janeiro;
Som Direto: Osman Assis e Barbara de Lito Direção de Arte: Antonio de Olinda, Cristiano Sidoti , Daniela Brilhante e Lourival Batista Montagem: Karen Barros e Rodrigo Savastano
do ano, concorrendo com vencedores de outros festivais, no
Música: Armando Lobo Elenco: Hermila Guedes, Lourival Batista, Nerisvaldo Alves, Lucena, José Borba da Silva Sinopse: José Borba da Silva, ator, canavieiro, cantor, pai de santo e artista da cultura popular, interpreta Jack, o vingador justiceiro, super-herói defensor dos trabalhadores
expressando, usando westerns, kung-fus e policiais
para
discutir as injustiças e analisar sua situação sócio-econômica criticamente. Cinema do novo mundo, o novo caminho do
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o som da luz do troVão
muro
de Petronio Lorena e Tiago Scorza (2005, 20min, 16 anos)
de Tião (2006, 20min, Livre)
Produção: Alvaro Severo, Elaine Olinda e Tiago Morena Quesado Som direto: Bruno espirito Santo e Rafael Eiras
Roteiro: Tião
Animação: Dani Brilhante e Lourival Batista Montagem: Esdras Montgomery
Montagem: João Maria
Trilha Sonora: Petronio Lorena
Direção de Arte: Diogo Balbino, Rita Carelli, Leonardo Lacca
Elenco: Evangelista Ignácio de Oliveira Elenco: Renata Lima,Antônio Edson, Inaê Veríssimo,José Sinopse: Nada se está onde se avista...
Humberto. Sinopse: Alma no vazio, deserto em expansão.
de Aquisição do Canal Brasil e Prêmio Porta Curtas Petrobras;
e Prêmio ABD; divisão Pernambuco para o Melhor CurtaLondrina de Cinema em 2009. Paulo 2006; Prêmio ABD – divisão São Paulo para o Melhor Curta-Metragem e menção entre os 10 mais bem colocados no
2006. 69
número 27
soParia do Pina de Nilton Pereira, Marcelo Pinheiro e Gilson martins (2009,
Roteiro: Marcelo Lordello
20min, 16 anos)
Som Direto: Phelipe Costa Produção: Lívia de Melo Montagem: Marcelo Lordello Trilha Sonora: Lucas Alencar
Edição: Gilson Martins
Produtor Executivo: Alexandre Nogueira e Marcelo Lordello
nos anos 90.
Elenco: Caio Almeida; Jorge Queiroz; Renata Roberta; Marília Mendes; Alexandre Sampaio; Lucas Glasner; Ana Claúdia
Normal, Lula Cortes, Ortinho, José Teles, Renato L, Marcia e
Sinopse: O banheiro tá na limpeza. - Luiz responde, segurando
Paulo André, Hebert Viana, Banda da Paraiba, Nilton Pereira,
abre a porta! - O banheiro tá na limpeza, procura outro, por favor. - Que limpeza...abre logo a porta eu quero mijar, velho! - Meu irmão, você pode chamar o coordenador, por favor...
Cine PE 09; Mostra de Cinema de Ouro Preto 09; In the Palace Internacional - Recife/PE 09; Melhor Som - Curtas Nacionais TOP 10 ABD; Espaço Unibanco; Cachaça Cine Clube; Curta Cinema Rio de Janeiro. 70
Sinopse: O melhor ponto cultural do cenário pernambucanos
acercadacana
resgate cultural Direção Coletiva (2011, 19min, Livre)
Produção: Diego Medeiros Roteiro: Abel Alencar Ernesto Teodósio Edição de Som: Nicolau Domingues e Rafael Travassos Montagem: Paulo Sano
Direção de arte: Pajé Limpeza Trilha Original: Pejé Limpeza
Sinopse: Nos anos 90, com a valorização do etanol e a expansão
Empresa Produtora: Telephone Colorido
do latifúndio canavieiro, 15 mil famílias foram expulsas dos
Montagem: Grilo, Karen Barros.
decidiu resistir. Rebeldes, que pedem um resgate cultural para libertá-lo. paises e entre outros prêmios conquistou o de Melhor Curta Niterói e RJ, Prêmio a Barro, La Ursa de e Melhor Montagem 2011.
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72
73
calma monga, calma
ProJeto torres gêmeas
de Petronio Lorena (2011, 20min, 14 anos)
de Marcelo Pedroso/Grupo Telephone Colorido (2011 ,20min, 18 anos)
Co- produção: Diana Lliescu O projeto contou com particpação de: Allan Christian, Ana Lira, Roteiro: Godô Quincas e Petronio Lorena
André Antônio, André George Medeiros, Auxiliadora Martins,
Edição e Edição de Som: Philipe Cabeça Direção de Arte: Maria Simonetti e Todé
Cristina Gouvêa, Diana Gebrim, Eduarda Ribeiro, Eli Maria,
Produção executive: Diana Lliescu Montagem: Carungauá e Grilo Interpretação Musical: Anjo Gabriel
Rocha, Isabela Stampanoni, João Maria, João Vigo, Jonathas
Grilovsky, Hilda Torres, Jomard Muniz de Britto, Ramilson
Henrique Leal, Luiz Joaquim, Marcele Lima, Marcelo Lordello,
Gomes, Samir Abou Hana, Sérgio Dionízio, Tomás Nascimento
Marcelo Pedroso, Mariana Porto, Matheus Veras Batista, Mayra Meira, Michelle Rodrigues, Milene Migliano, Nara Normande,
Sinopse: Pisicopata misteriosa chama atenção da polícia e
Nara Oliveira, Nicolau Domingues, Paulo Sado, Pedro Ernesto
do jornalismo investigative a partir de ataques simiescos aos varões da sociedade recifense
Travassos, Rodrigo Almeida, Tamires Cruz, Tião, Tomaz Alves
Sinopse: Numa cidade invadida por tubarões, a elite tenta chegar ao nivel mais alto do mar, já antevendo uma iminente catástrofe. O projetotorresgemeas é fruto de várias discussões que vêm sendo realizadas sistematicamente desde 2009. metragem de São Paulo 2011 74
Ele nasce da vontade de algumas pessoas ligadas ao meio
audiovisual pernambucano de falar do Recife e de suas
dique
relações de poder a partir do projeto urbano que vem sendo
de Adalberto oliveira, (2012, 18min, Livre)
desenvolvido na cidade. A ideia consistiu da realização de cidade, aberto a qualquer pessoa que desejasse participar,
Captaçnao com hidrofone: Thelmo Cristovam
independentemente de experiências prévias com o audiovisual ou outros meios artísticos. Assistente de Produção: Nícolas Oliveira outubro de 2013), e recebeu três prêmios no festival: Melhor
Sinopse: Onde antes era um cenário paradisíaco, surge uma nova paisagem sonora proporcionada pela urbanização desordenada e caótica de uma cidade dormitório.
e internacionais e recebeu prêmios de: Melhor Curta
Melhor Curta Documentário e Melhor Som na VII edição do Comunicurtas UEPB - Mostra Nacional; Melhor Curta
Cinema Universitário de Alagoas; Melhor Montagem e Melhor
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Melhor Curta Experimental Universitário e Prêmio Especial do
garotas da moda
Júri de Melhor Som na 11a. Mostra Nacional de Audiovisual
de Tuca Siqueira (2012,18min, 12 anos)
Universitário em Mato Grosso; Menção Honrosa (pela Edição Roteiro: Tuca Siqueira
Aruanda. Som direto: Ariel Maia
gay “sempre feliz” e debochado, o curta-metragem faz uma abordagem crua ao retratar seus personagens, que rompem as barreiras entre o masculino e o feminino.
76
zuleno
Produção: Diego Medeiros
Montagem: João Maria Edição de áudio: Nicolau Domingues e Rafael Travassos Correção de cor: Pablo Nóbrega Still: Mateus Sá Produção Executiva: Alexandre Nogueira Som Direto: Bicudo e Hidido Logger: Santiago e Rapha Spencer Design: Gilmar Rodrigues
que buscava beleza em tudo tocado e revelado pela luz. Homônimo, o curta é o registro de três encontros com o artista, momentos nos quais, na fragilidade dos 92 anos, ele deixa transparecer a sabedoria acumulada em sua trajetória, com a humildade de quem dedicou a longa caminhada aos outros e a não si.
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Baile PerFumado (2013, 110min, 16 anos)
Elenco: Aramis Trindade, Chico Díaz, Cláudio Mamberti, Duda Mamberti, Jofre Soares, Luís Carlos Vasconcelos
Paulo Rafael, Siba Elenco: Aramis Trindade, Chico Diaz, Claudio Mamberti, Duda Mamberti, Jofre Soares, Luís Carlos Vasconcellos. Sinopse: Amigo íntimo do Padre Cícero (Jofre Soares), o mascate libanês Benjamin Abrahão (Duda Mamberti) decide
contatos iniciais ele conversa diretamente com o famoso cangaceiro e expõe sua idéia, mas os sonhos do mascate são prejudicados pela ditadura do Estado Novo.
coadjuvante (Luiz Carlos Vasconcelos)- Premio APCA 1998.
78
o raP do Pequeno PrinciPe contra as almas seBosas de Marcelo Luna e Paulo Caldas (2000, 90min, 14 anos)
Produção: Clélia Bessa, Danniella Hoover, João Júnior, Luís Vidal Trilha Sonora: Alexandre Garnize, DJ Dolores, Edi Rock, Ice Blue, Mano Brown Empresa
Produtora:
Raccord
Produções
Artísticas
e
Empresa(s) Co-produtora(s): Rec Produtores Associados, Produção Executiva: Luis Vidal, João Junior, Danielle Hoover e Clélia Bessa. Odete Montagem/Edição: Nataraney Nunes Direção de Arte: Cláudio Amaral Peixoto Edição Som: José Moreau Louzeiro, Maria Muricy e Simone Petrillo Trilha musical: Dj Dolores e Garnizé
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opiniões divergentes…”
Cardinot – radialista Paulo Roberto de Souza Vera Lúcia Alves de Souza Mano Brown – Racionais MCs William – Racionais MCs Sinopse: Dois personagens reais, Helinho e Garnizé, formam o eixo do documentário. Helinho, justiceiro, 21 anos, conhecido como “Pequeno Príncipe”, é acusado de matar 65 bandidos no município de Camaragide (PE) e em alguns bairros de subúrbio. Garnizé, músico, 26 anos, componente da banda de Camaragide, usa a cultura para enfrentar a difícil sobrevivência na periferia. Os dois são os opostos e ao mesmo tempo iguais é travada diariamente nos subúrbios das grandes cidades brasileiras.
80
cinema asPirinas e uruBus de Marcelo Gomes (2004, 99min, 14 anos) Roteiro: Karim Ainouz, Marcelo Gomes, Paulo Caldas Produção: João Vieira Jr, Maria Ionescu, Sara Silveira Trilha Sonora: Tomaz Alves Souza Distribuidor: Imovision Elenco: Peter Ketnath, João Miguel, Hermila Guedes, Oswaldo
Sinopse: Em 1942, no meio do sertão nordestino, dois homens vindos de mundos diferentes se encontram. Um deles é Johann (Peter Ketnath), alemão fugido da 2ª Guerra Mundial, que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho (João Miguel), um homem simples que sempre viveu no sertão e que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante. Viajando sobre o remédio “milagroso” para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema. Aos poucos surge entre eles uma forte amizade.
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Rio 2005 -Prêmio Especial do Júri, Troféu Redentor - Melhor
convidado a participar de mais de 80 festivais no mundo.
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aVenida Brasilia Formosa de Gabriel Mascaro (2010, 85min, 16 anos) Roteiro e Produção: Gabriel Mascaro Direção de Produção: Marília Assis Direção de Arte e Elenco: Thales Junqueira Vancouver (Canadá); Montagem: Tatiana Almeida Som Direto: Phelipe Cabeça
dos Realizadores (Brasil); Janela Internacional de Cinema
Edição de som: Carlos Montenegro Mixagem de Som: Gera Vieira Colorista: Rogério de RS (Brasil); Panorama Coisa de Cinema da Bahia (Brasil);
eventos no bairro de Brasília Teimosa (Recife). No seu acervo, contratado pela manicure Débora para fazer um videobook e
Janeiro (Brasil); CachoeiraDoc (Bahia, Brasil); 25th Annual
5 anos de Cauan, fã do Homem Aranha. Já o pescador Pirambu mora num conjunto residencial construído pelo governo para
(Göttingen- ALE)
incontornável” da Avenida uma via de encontros e desejos.
83
na quadrada das águas Perdidas de Wagner Miranda e Marcos Carvalho (2011, 75 min, Livre) Roteiro: Wagner Miranda e Marcos Carvalho Camilo Melo Montagem: Marcos Carvalho, Camilo Melo e Wagner Miranda Trilha sonora: Matingueiros, Geraldo Azevedo e Elomar Direção musical: Wagner Miranda Edição de som: Carlos Montenegro e Albérico Junior Mixagem: Albérico Junior Produção Executiva: Marcos Carvalho, Wagner Miranda, Lara
Elenco: Matheus Nachtergaele SINOPSE: O ator Matheus Nachtergaele interpreta Olegário, um catingueiro que sai da sua humilde e solitária casa, em uma carroça puxada por um jumento numa viagem de 15 léguas, para trocar dois bodes por mantimentos. Em busca de atalhos, ele encontra uma grande aventura, com diversos animais que atuam como coadjuvantes daquele solitário humano. O urubu que persegue e espreita; a onça que ataca 84
o acampamento, a cobra no meio do caminho... O único Internacional (Rio de Janeiro) - 2013; sobrevivência humana e sua relação ancestral com a terra. Um Brasil pitoresco, desconhecido em sua intimidade. Canções instrumentais tão áridas e brutas como a caatinga inspiram
não é pouca coisa, não.”
a trilha sonora. Ritmos e instrumentos folclóricos típicos dessa região do país contribuem ricamente, inspirando toda a atmosfera revelada.
(São Paulo) - 2012; Melhor Ator (Matheus Nachtergaele) -
85
PernamcuBanos – o cariBe que nos une de Nilton Pereira (2012, 73 min, 14 anos)
Direção de Produção e Elaboração de Projeto: Eduardo Homem Produção: Alice Chitunda, Valentina Homem Som Direto: Roberto Carlos Imagens Adicionais: Amara Barroso, Edinho Moraes, Mariano Edição e Mixagem De Som: Estudio Carranca, Catarina Apolônio (Edição), Carlos Montenegro (Mixagem) , Geraldo Mair Tavares, Tina Saphira) Correção de Cor: Daniel Leite
Still: Xirumba , Amara Barroso Gabriela Carvalho, Tabatha Morais Tradução: Valentina Homem Logger: Amara Barroso, Cristopher Da Silva Coordenação de Lançamento: Tarcila Jacob Grupo de Teatro Macuba, Cabildo Cimarron, Kiriba y Nengón, Kokoye, Ilê Àsé Oba Ògúnté, Ylé Àsé Oxóssi Guangoubira, 86
Maracatu Nação Porto Rico, Nação Xambá ,Vodu Pilon
Itau, sala Livraria Cultura - Mostra Internacional de Cinema; Cine Olido- In-Edit Brasil – São Paulo – 2013; SEPSC
Cabildo Garabali, Cavalo Marinho Boi Brasileiro, Gagá De
Consolação - Evento Pernamcubanos, Virada Cultural - São
Barranca,Gagá de Thompson , Cabildo Nilonille, Roça Oxum Opara de Oxossi Iboalama, Maracatu Cambinda Brasileira, Eva
Edit Brasil, exibido em bluray – Salvador; Primeira Mostra do
Griñan y Gabino, Henrique Bonne, Tnt Resistenza, Orquestra
Cinema de Pernambuco – Caixa Cultural – RJ – 2013; Mimo
Popular da Bomba do Hemetério, Steel Band Del Cobre y
– Parati – RJ e Olinda / PE – 2013; 7a Primavera dos Museus
Maestro Hermes Ramirez, Conga de Los Hoyos, Coco de Umbigada , Mestre Galo Preto Sinopse: Documentário sobre as identidades culturais, com ênfase na música, e religiões de matrizes africana entre Cuba e Pernambuco, vistas através dos olhares de uma artista (atriz (coquista) e mãe de santo pernambucana, Beth de Oxum, Nazaré da Mata, e em Santiago de Cuba, Baracoa, Guantanamo,
formado por gentes com origens e histórias que se assemelham e entrecruzam
Under | Argentina/ Buenos Aires; 7o Brasil Cine Estocolmo,
Garanhuns, PE -2013; 87
o som ao redor
Produção: Emilie Lesclaux Direção de arte: Juliano Dornelles
Som direto: Nicolas Hallet & Simone Dourado Trilha Sonora: DJ Dolores 1a Assistente de direção: Clara Linhart Direção de produção: Brenda da Mata & Renato Pimentel Produção de elenco: Daniel Aragão Preparadores de elenco: Amanda Gabriel, Leonardo Lacca Elenco: Irandhir Santos, Gustavo Jahn, Maeve Jinkings, W.J. Solha, Irma Brown, Lula Terra, Yuri Holanda, Clébia Souza,
Sinopse: A vida numa rua de classe-média na zona sul do Recife toma um rumo inesperado após a chegada de uma milícia que oferece a paz de espírito da segurança particular. A presença desses homens traz tranqulidade para alguns, e tensão para outros, numa comunidade que parece temer muita coisa. 88
Enquanto isso, Bia, casada e mãe de duas crianças, precisa achar uma maneira de lidar com os latidos constantes do cão Nouveau Cinéma de Montreal, Canadá; Mumbai International história, violência e barulho.
Cinema de Gramado, Brasil - Competição - prêmio da crítica,
boa parte de comédias descartáveis ou obras narcisistas que
prêmio do júri popular, prêmio de melhor desenho de som;
interessam ao diretor e talvez a seus amigos, O Som ao Redor realiza essa tarefa única e indispensável ao cinema brasileiro: traz de volta à cena temas como o peso da História, as contradições sociais e a luta de classes. Não é pouca coisa”
89
FeBre do rato de Cláudio Assis (2010, 85min, 16 anos) Roteiro: Hilton Lacerda Produção: Julia Moraes e Claudio Assis Edição: Karen Harley Produção Executiva: Marcello Maia Direção de Arte: Renata Pinheiro Direção de Produção: Joana Araújo
Montagem: Karen Harley Trilha Sonora: Jorge Du Peixe Produtor associado: Malu Viana Distribuidor: Imovision Elenco: Irandhir Santos, Nanda Costa, Matheus Nachtergaele, Conceição Camarotti, Juliano Cazarré, Tânia Granussi, Mariana Nunes, Victor Araújo, Ângela Leal, Maria Gladys, Hugo Gila Sinopse: OUSADIA NÃO SE COMPRA NA ESQUINA Recife que designa alguém quando está fora de controle, inconformado e de atitude anarquista, chama um pequeno 90
tablóide que ele publica as próprias custas. Nosso personagem
“pulsante, envolvente e contagiante em seu derramamento
está sempre às voltas com o universo que ele criou a sua
poético.”
volta. Um mundo todo particular, onde desafortunados são saciados com poesia e satisfeitos com os benefícios do corpo: matéria e espírito em comunhão. favelas, nosso personagem alimenta sua pena, seu sarcasmo, sua “grossa” ironia. As coisas caminham de maneira descontrolada, mas ao mesmo tempo todas as relações estão para si mesmo. deparar com Eneida, espécie de consciência contemporânea e periférica. As colocações de Eneida, jovem de aproximadamente tornando na antena que orientará, a partir daquele momento,
sobre determinado universo, que não o esgota, mas alimenta a nossa excitação em pensar e fazer cinema.
(Karen Harley), direção de arte (Renata Pinheiro), trilha (Jorge du Peixe) e prêmio da crítica. 91
eles Voltam (2013, 95 min, 16 anos) de Marcello Lordelo Roteiro: Marcelo Lordello Produção: Mannuela Costa Trilha Sonora: Caçapa, Elenco: Clara Oliveira, Elayne de Moura, Georgio Kokkosi, Germano Haiut, Teresa Costa Rêgo, Irma Brown, Jéssica Silva, Maria Luiza Tavares, Mauricéia Conceição Sinopse: Cris, 12 anos, e seu irmão mais velho são deixados na beira da estrada por seus pais. Em pouco tempo percebem que acompanha Cris em sua jornada de retorno ao lar. Um caminho feito de encontros, em que realidades distintas serão seus guias. Uma fábula de tons realistas sobre as vivências que farão Cris se revisitar.
Abraccine; 14º Mostra Londrina de Cinema; Mostra Vitória – Vitória da Conquista; V Janela Internacional de Cinema do Recife;
92
93
tatuagem
Sinopse: Brasil, 1978. A ditadura militar, ainda atuante, mostra
de Hilton Lacerda (2013, 110min, 16 anos)
sinais de esgotamento. Em um teatro/cabaré, localizado na periferia entre duas cidades do Nordeste do Brasil, um
Roteiro: Hilton Lacerda
grupo de artistas provoca o poder e a moral estabelecida com seus espetáculos e interferências públicas. Liderado por
Produção Executiva: Nara Aragão
Clécio Wanderley, a trupe conhecida como Chão de Estrelas,
Direção de Produção: Dedete Parente
juntamente com intelectuais e artistas, além de seu tradicional público de homossexuais, ensaiam resistência política a partir
Montagem: Mair Tavares
do deboche e da anarquia.A vida de Clécio muda ao conhecer
Direção de Arte: Renata Pinheiro Diretor Assistente: Marcelo Caetano
garoto do interior que presta serviço militar na capital. É esse
Maquiagem: Donna Meirelles
dois universos. A aproximação cria uma marca que nos lança
Som Direto: Danilo Carvalho
no futuro, como tatuagem: signo que carregamos junto com
Edição de Som: Waldir Xavier
nossa história.
Mixagem: Ricardo Cutz Trilha Original: DJ Dolores DIstribuidor: Imovision
(Melhor Ator – Irandhir Santos, Melhor Trilha Sonora,
Elenco: Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo García, Sílvio Coadjuvante para Rodrigo Garcia, Melhor Longa-metragem Nash Laila, Arthur Canavarro, Clébia Sousa, Erivaldo Oliveira, Mariah Teixeira, Diego Salvador, Everton Gomes, Rafael Guedes, Jennyfer Caldas e Iara Campos.
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“Não se iluda – Tatuagem, de Hilton Lacerda, não é apenas um a liberdade. Entendendo-se sempre, que a liberdade é, antes de tudo, a liberdade dos outros, de quem discorda de nós”.
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PROGRAMAÇÃO 3ª FEiRA- DiA 29/7
ENTRADA FRANCA
ENTRADA FRANCA DiQUE, de Adalberto Oliveira (2012, DVD,19min, livre) O PALHAÇO DEGOLADO, de Jomard Muniz de Britto (1977, DVD, 9min, livre) RESGATE CULTURAL, de Pajé Limpeza, Grupo Telephone Colorido, (2011, DVD, 19min, livre)
CENSURA LiVRE, ivan Cordeiro (1980, DVD,28min, livre)
ENTRADA FRANCA
FUNERAL PARA A DÉCADA DE BRANCAS NÚVENS, de Geneton Moraes Neto (1979, DVD, 9’20min, livre) 96
O SOM DA LUZ DO TROVÃO, de Petrônio Lorena (2005, DVD, 20min, 16 anos) A GÓRGONA DOMESTiCA, de Osman Godoy (1973, DVD, 11min, livre) iNVENTÁRiO DE UM FEUDALiSMO CULTURAL NORDESTiNO, de Jomard Muniz de Britto (1978, DVD, 11min, livre)
18h – NA QUADRADA DAS ÁGUAS PERDiDAS, de Marcos Carvalho e Wagner Miranda
20h30 – DEBATE: Tema: “O Cinema de Pernambuco e Politicas Publicas de incentivo ao Audiovisual” Dabatedores: Jomard Muniz de Britto/ Petrônio Lorena e Carla Francine Mediação: Marcos Cordiolli ENTRADA FRANCA 5ª FEiRA – 31/7
ENTRADA FRANCA
ENTRADA FRANCA
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O CORACAO DO CiNEMA, de Paulo Cunha e Geneton Moraes Neto,(1983, DVD, 17min, livre) ZULENO, de Felipe Peres Calheiros (2012, DVD, 20min, 16 anos) GAROTAS DA MODA, de Tuca Siqueira (2012, DVD, 20min, 16 anos)
20h30 – PERNAMCUBANOS - O CARiBE QUE NOS UNE, de Nilton Pereira
6ª FEiRA - 01/8
ENTRADA FRANCA
ENTRADA FRANCA HANS, de Ricardo Brandão ( 1998, DVD, 5min, livre) ACERCADACANA, de Felipe Peres Calheiros ( 2010,DVD, 19min, livre) RECiNFERNÁLiA, de Jomard Muniz de Britto ( 1975, DVD,10min, livre) DESTRUiNDO O MONÓLiTO, de Basement Shaman e Grupo Telephone Colorido (2000, DVD, 1min, livre)
PROJETO TORRES GÊMEAS, Direção coletiva (2011, DVD, 20min,18 anos) 98
MURO, Tião (2006, DVD, 20min, livre)
20h30 – AVENiDA BRASiLiA FORMOSA, Gabriel Mascaro (2010, DVD, 85 min, documentário, 12 anos)
SÁBADO – 02/8
DOMiNGO – 03/8
15h30 – O RAP DO PEQUENO PRÍNCiPE CONTRA AS ALMAS SEBOSAS, de Paulo Caldas e Marcelo Luna 2000, 75 min, documentário, DVD, 16 anos)
20h30 – TATUAGEM, Hilton Lacerda (2013, DVD, Ficção, 110min, 16 anos) 99
DEBATE Tema: “O Cinema de Pernambuco e Politicas Publicas de Incentivo ao Audiovisual”
é Coordenadora de Audiovisual do Governo de Pernambuco, onde formula, desenvolve e implementa políticas públicas para o setor no Estado, além de coordenar ações como editais,
Lorena
festivais e projetos de formação
Mediação: Marcos Cordiolli PETRôNIO LORENA é Graduado em Comunicação Social (Recife PE 1937) formade Pernambuco e em Inglês/Português no curso de Letras Músico,; Diretor, Produtor e Roteirista de cinema com atuação aposentado aos 27 anos pelo golpe militar de 1964. Escritor,
da movimentação tropicalista no Nordeste nos anos 70. Não
MARCOS CORDIOLLI
pertence a qualquer das Escolas do Recife: de Tobias Barreto ao
é formada em Comunicação Social com
da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados
especialização em Gestão e Produção cultural. Atua há mais
e assessor da diretoria da Agência Nacional do Cinema –
de 20 anos na área de audiovisual. Participou das equipes de
Ancine e é Secretário de Cultura de Curitiba como presidente
produção de mais de duzentos documentários. É idealizadora 100
AGRADECiMENTOS Julio Katona
Rapha Spencer
AGRADECiMENTO
D. Luci Siqueira
ESPECiAL
Daniela Nader
Sergio Valença Pezão
Edson Vilar
Laura Luna
Rec Produções
Elias Oliveira
Ligia Gabarra
Regis Galvão
Raphael Heide
Renata Monteiro
Emilie Lesclaux
Renato Spencer
AGRADECiMENTOS Marcelo Gomes Marcelo Luna
Ricardo Spencer
Marcelo Pedroso
Roberto Iuri
Gabriel Mascaro
Marcelo Pereira
Silvana Meireles
Geneton Moraes Neto
Marcelo Pestana
Suchi Barbosa
Gisele Andrade
Marcos Carvalho
Tarsila Tavares
Alexandre Lino Amara Barroso
Ricardo Brandão
Marcelo Lordello
Adalberto Oliveira
Thomás Baccaro
André Dib
Grilo
André Gil
Grupo Telephone Colorido
Mauro Carvalho
Tiago Scorza
André Soares
Hanna Godoy
Miriam Juvino
Tião
Antonio Luiz Carrilho de
Heliane Barros
Nilton Pereira
Toninho Rocha
Hilton Lacerda
Octavio Caruso
Tuca Siqueira
Athos Cardoso
Ivan Cordeiro
Osman Godoy
Vanda Vasconcellos Gonçalves
Basement Shaman
Ivo Lopes Araujo
Pai Antonio
Wagner Miranda
Souza Leão
João Vieira Jr
Paulo Caldas
Carlos Cordeiro
João Vinicius Saraiva
Paulo Cunha
Carol Dreyer
Johnny Hooker
Paulo Sano
Carolina Guanabara
Jomard Muniz de Britto
Pedro Sotero
Clarice Dutra
Julia Cavour
Petrônio Lorena
E toda a Equipe da CAIXA
Cláudio Assis
Júlio Cavani
Plinio Tavares Jr.
Cultural Curitiba 101
CRÉDiTOS PRODUÇÃO EM CURITIBA Rômulo Miranda
CRÉDITOS
MONITORIA Ana Maria Sato Rômulo Miranda
CURADORIA Petrônio Lorena Valeria Luna
WEBDESIGNER, EDITOR DO SITE
COORDENAÇÃO GERAL Valéria Luna
VINHETA
PRODUÇÃO EXECUTIVA
PRODUÇÃO Alexandre Lino Ana Tito Carla Barbosa
DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL Ana Maria Sato CLIPPAGEM E VALORAÇÃO DE MIDIA Ed Rocha (RT Press Comunicação)
Mariana Martins
COORDENAÇÃO EDITORIAL E Daniel Porto Valéria Luna REVISÃO DE TEXTOS Anne Ungerer
Sessões Longa Metragem: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia) Caixa Cultural Curitiba Rua Conselheiro Laurinho, 280 Centro, Curitiba 41 2118-5111 www.facebook.com/CaixaCulturalCuritiba www.mostradocinemadepernambuco.com.br
Carla Barbosa COORDENAÇÃO PRODUÇÃO CURITIBA Beth Capponi (Bell’Arte Produções) 102
ASSESSORIA DE IMPRENSA da CAIXA Cultural Curitiba Annalice Del Vecchio
Estevan Reder
www.artimanhaproducoes.com.br
Mostra do Cinema de Pernambuco
CRÉDiTOS DE FOTOS Página 16 Joaquim Nabuco Página 19 Joaquim Nabuco Página 20 Nabuco Página 24
Página 27
Página 28
Página 30
Página 31 Censura livre - Regis Galvão Página 34
Página 38
Página 47 Eles Voltam - Ivo Lopes Araujo
Página 39
Página 72 (sentido horário)
Novaes Página 40 O Som ao Redor – Pedro Sotero Página 41 Cinema, Aspirinas e Urubus – Divulgação/Rec Produtores Página 42 Rap do Pequeno Príncipe Contra as
Página 43
Página 44
Página 45
- Dique – Adalberto Oliveira
Página 73 (sentido horário)
- O Homem da Mata – Thomás Baccaro - O Som da Luz do Trovão – Tiago Scorza - Censura Livre - Regis Galvão - Número 27 – Roberto Iuri A produção pede desculpas, se por acaso não creditou alguma foto, o que será corrigido em futuras edições.
Página 46 Pernamcubanos – O Caribe que nos Une – Amara Barroso 103
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