SER E PERMANECER: Centro de Apoio à População em Situação de Rua na Cidade de São Carlos

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SER E PERMANECER Centro de Apoio à População em Situação de Rua na Cidade de São Carlos



SER E PERMANECER Centro de Apoio à População em Situação de Rua na Cidade de São Carlos

Mariana Svagera Nepomuceno Orientadora: Prof. Dra. Débora de Almeida Nogueira Centro Universitário Central Paulista – UNICEP Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Graduação Interdisciplinar – TGI II

São Carlos Novembro de 2020



AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me dar força e determinação, aos meus familiares e amigos pelo total apoio, à minha orientadora Débora e a todos os docentes que fizeram parte da minha formação. Vocês são a razão pela qual cheguei até aqui.



SUMÁRIO I. APRESENTAÇÃO

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II. ANÁLISES E JUSTIFICATIVA

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III. POLÍTICA E ESPAÇOS PARA O MORADOR DE RUA 21 IV. ÁREA DE INTERVENÇÃO

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V. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

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VI. PROGRAMA DE NECESSIDADES

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VII. PROJETO

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VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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I. APRESENTAÇÃO


“Que maravilha é ninguém precisar esperar um único momento para melhorar o mundo.” O Diário de Anne Frank

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O presente trabalho apresenta como proposta a construção de um Centro de Apoio à população que se encontra em situação de rua na cidade de São Carlos, interior de São Paulo. O projeto se desenvolve a partir de um espaço que, além de suprir as necessidades básicas dessa parcela de cidadãos e albergá-los da melhor maneira, seja de apoio às ONG’s e entidades que estejam interessadas em ajudar os moradores de rua. O estudo sobre as necessidades da população de rua parte da carência de um local pelo qual a população de rua sinta um real pertencimento, além da infraestrutura precária do Centro POP da cidade. O equipamento foi pensado com total foco nessa população, a partir de entrevistas e levantamentos realizados com os próprios moradores de rua e profissionais do Centro POP, além de investigações sobre o motivo de estarem desabrigados e seu estilo de vida. A ideia é trazer para essas pessoas, além de apoio, uma oportunidade para que sejam vistas como membros da sociedade e que possam participar de forma ativa da cidade em que estão inseridas.

O local de implantação do Centro de Apoio foi cuidadosamente pensado para que fosse de fácil acesso e localização pelos desabrigados, tratando-se de um vazio urbano em área já consolidada da cidade de São Carlos. Dessa forma, compreendendo as necessidades e anseios da população em situação de rua, foi possível elaborar um espaço permissivo, sensível, focado na ideia da colaboração e contato essa parcela excluída da sociedade, de forma a permitir alterar o curso de vida dessas pessoas, oferecendo esperança e dignidade.

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II. ANÁLISES E JUSTIFICATIVA


DADOS GERAIS

do Estado, viabilizadoras da plena fruição de direitos sociais básicos,

Assim sendo, torna-se perfeitamente clara a ideia de fornecer a qualquer ser humano o que é considerado “mínimo” para uma vivência digna. Mas será que todo esse discurso está fundamentado em ações realmente efetivas? Equidade. Palavra de ordem quando se trata das leis que regem o país e o mundo como um todo. No papel, tudo é muito simples e claro. Porém, até que ponto todos esses direitos estão sendo usufruídos pela população? Como permitir que todo cidadão brasileiro, sem qualquer distinção, tenha acesso aos seus direitos? Morando nas ruas, alvo de indiferença e violência dos mais variados tipos, os desabrigados passam à sombra de uma sociedade que, na prática, nada tem de igualitária. Analisando dados publicados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2015, foi possível concluir que o Brasil tem cerca de 101.854 pessoas vivendo nas ruas, sendo que os maiores municípios abrigam grande parte dessa parcela da sociedade. A cidade de São Paulo, por exemplo, contava com 15.905 pessoas em situação de rua nesse período, número que subiu para 24.344 em 2019 (em novo censo realizado pela prefeitura da cidade). Pode-se concluir, tomando como base os censos realizados por cidades, que a situação vem piorando, e o contingente de desabrigados

tais como o direito à educação, o direito à proteção integral da crian-

certamente já é muito maior que o número obtido em 2015.

Desde que o homem resolveu se reunir e assim criar a sociedade, nesse pacto social, se aglomerando em locais específicos e detendo bens móveis e imóveis, há também aqueles que por inúmeras razões acabam por não lograr, sequer, o mínimo necessário para viver com dignidade nessa organização social não inclusiva. (SILVA, 2017)

A Constituição Federal de 1988 institui os direitos humanos inerentes a todos os brasileiros: direito à vida, à privacidade, à igualdade, à liberdade – de expressão, de locomoção, à religião –, à informação, à propriedade e seu uso social, à cultura, à educação, à saúde, ao meio ambiente equilibrado, ao asilo, entre muitos outros (KERSTEN, 2005). Institui ainda, como destaque para o tema aqui tratado, “a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais como objetivos da República” (CNMP, 2015). A partir daí, surge a ideia do fornecimento do “mínimo existencial” às pessoas em situação de rua, explicado de forma mais clara pelo Ministro Celso de Mello: A noção de “mínimo existencial”, [...] compreende um complexo de prerrogativas [...] capaz de garantir condições adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também, a prestações positivas originárias

ça e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança. (STF. Agravo Regimental no Recurso Extraordinário n. 639.337-SP)

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A falta de dados nacionais atualizados sobre os moradores de rua já pode ser vista como uma forma de exclusão, tratando-os como “invisíveis”, tornando a abordagem sobre esse tema algo extremamente relevante. São seres humanos assim como o restante dos cidadãos, devendo, portanto, ser tratados como tal. Infelizmente, as diversas políticas adotadas em algumas regiões, na busca de solucionar o problema de moradia e propor a inclusão dessas pessoas na sociedade não são o suficiente para reverter o quadro alarmante em que o país vive. Como afirmado por Snow e Anderson (1998), o desabrigo, apesar de presente ao longo da maior parte da história humana, apresenta diversas diferenças entre os próprios indivíduos e as circunstâncias que os levaram a tal situação. Assim, é preciso compreender de forma mais ampla as diferentes necessidades que essa fatia da população apresenta, buscando atender às mesmas de forma a trazer segurança e um maior sentimento de pertencimento à sociedade.

Buscando traçar um perfil mais claro referente aos moradores de rua do Brasil, um estudo realizado entre 2007 e 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente vinculado ao Ministério da Cidadania, permite avaliar quem são essas pessoas e como sobrevivem nas ruas:

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Na busca por mais dados nacionais sobre o tema, foi encontrado no site G1 um estudo voltado aos casos de violência contra moradores de rua, realizado pelo Ministério da Saúde. Foram registrados, em média, 17.386 casos de violência contra moradores de rua entre os anos de 2015 e 2017, considerando como causa desses atos o fato da pessoa estar em situação de rua. Dentre esses, a maior parte está na faixa etária dos 15 aos 24 anos, são do sexo feminino e se autodeclaram negros. Além do preconceito relacionado à situação pela qual o morador de rua passa, aqueles relacionados ao gênero e à cor da pele também seguem enraizado à sociedade. Um dado que também se destaca refere-se à alta quantidade de registros de lesões autoprovocadas (entre elas, a tentativa de suicídio): 7% do total de casos registrados.

[...] O homeless é empurrado para fora da cidade, não no sentido geográfico, e sim no de espaço desqualificado, destituído de humanidade; jogado cada vez mais para as bordas, para o lixo (coincidência?), para debaixo do tapete. Embora por diferentes motivos, e em diferentes contextos sociais e econômicos, sua presença, principalmente em locais inóspitos, acontece tanto aqui no Brasil como em outros países; trata-se, portanto, de um fenômeno global. Ora, essa não é apenas uma coincidência, mas diz respeito ao tipo de lugar da cidade que lhes é imposto, passível de ocupação silenciosa: por serem locais esquecidos, desprezados, são símbolos do abandono, do desamparo e da privação. (QUINTÃO, 2008) Fonte: Site G1.

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PERFIL EM SÃO CARLOS Através de dados obtidos por Almeida (2014) no IBGE e pela Seretaria de Cidadania e Assistência Social na cidade de São Carlos, foi possível observar um enorme aumento da quantidade de moradores de rua em um período de quase 10 anos, em comparação com o crescimento populacional da cidade como um todo. O número de moradores de rua na cidade subiu de 100 em 2010 para 246 em 2019, um aumento de 146%, enquanto a população cresceu de 221.950 em 2010 para 251.983 em 2019, um aumento de cerca de 13,5%. É possível perceber, então, a importância da criação de um novo espaço para essa parcela de desabrigados, conseguindo absorver melhor esse contingente que cresce de forma preocupante na cidade. Segundo Eliane (2019), a maioria dessa população se concentra em áreas centrais da cidade, dotadas de diversos pontos comerciais e de serviços, onde se torna mais fácil a obtenção de ajuda e esmolas.

Fonte: Autoria Própria* (2019).

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Fonte dos Dados: Eliane (2019).

Através dos dados obtidos por Eliane (2019), também é possível traçar as características gerais observadas na população de rua de São Carlos, com especial destaque à grande quantidade de trabalhadores, formais ou informais, sem abrigo fixo. O Centro de Apoio Ser e Permanecer reaparece, assim, como um apoio viável e de qualidade, fornecendo, além dos elementos básicos, manobras que tornem possível a conquista de um local de residência digno para aqueles que assim desejem.

Fonte: Site Jovem Pan (2018).

*Obs.: Todas as imagens de autoria própria que ilustram esse trabalho receberam permissão das pessoas presentes nas fotos para que as mesmas fossem publicadas.


“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” Nelson Mandela

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JUSTIFICATIVA Conforme dito anteriormente, através de dados do Censo da Secretaria de Cidadania e Assistência Social realizado em São Carlos no final de 2019, a cidade possui 246 moradores de rua. O censo mostrou ainda que 80% das pessoas entrevistadas tem vínculo familiar, mas que o desemprego e a falta de estrutura econômica levaram a viver nas ruas. Outro dado é a faixa etária dessas pessoas, que varia de 30 a 60 anos, representando 70% do grupo. O censo revelou ainda que a maioria é do sexo masculino (88%), sendo que 3% do total são mulheres trans.A pesquisa indicou que 27% estão morando na rua há mais de 10 anos, 15% estão de 5 a 10 anos e 22% está há seis meses em situação de rua. O nível escolar foi monito-

Outro dado obtido pelo Censo de 2019 que merece destaque trata do questionamento relacionado à vontade dos moradores de rua em retomar o convívio com a sociedade. Descobriu-se que a maioria deles realmente possui interesse em retomar os estudos e conseguir um emprego. Aliado a esses dados e aprofundando as pesquisas, surge o método altamente eficiente denominado Housing First, no qual se baseia o Projeto Ruas no Rio de Janeiro (Associação de fins não econômicos que presta apoio e assistência a pessoas em situação de rua).

rado e os dados indicam que existem pessoas com primário incompleto até nível superior completo vivendo nas ruas. (Jornal Primeira Página, 2019)

Como a quantidade de moradores de rua ultrapassa em quase cinco vezes o valor de atendimentos diários do Centro POP (em média, 30 a 50 pessoas), seria necessário um espaço que pudesse dar suporte ao mesmo e permitir um atendimento mais amplo. Além disso, a falta de estrutura básica para funcionamento do Centro surge também como uma justificativa pertinente para a criação de um novo equipamento. Existe a necessidade de desenvolver um local que seja destinado aos moradores de rua, ao seu modo de vida que, muitas vezes, difere do que a sociedade em geral considera como “correto”. É preciso que eles se sintam à vontade, resguardados, protegidos e felizes.

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Projeto RUAS. Fonte: Site do Projeto.


O Housing First é um método de reinserção social para pessoas em situação de rua que prioriza o fornecimento de habitação permanente e individualizada e serviços adicionais. Foca na habitação para assim terminar a falta de moradia e servir de plataforma a partir da qual a população em situação de rua pode perseguir objetivos pessoais e melhorar sua qualidade de vida. Esta abordagem é guiada pela crença (Pirâmide de Maslow) de que as pessoas precisam de necessidades básicas, como alimentos e um lugar para viver antes de atender a qualquer coisa menos crítica, como conseguir um emprego, cuidar das finanças corretamente ou buscar soluções de problemas de uso de substâncias. Além disso, o método Housing First baseia-se na teoria de que a escolha do participante é valiosa na seleção da moradia, e que exercitar essa escolha provavelmente o tornará melhor sucedido em permanecer alojado e, consequentemente, melhorar sua vida. (Cartilha de Apresentação do Projeto Ruas)

O Housing First torna-se, então, uma referência para a elaboração do programa de necessidades do Centro de Apoio, no sentido de suprir o direito ao “mínimo existencial”, permitindo que os moradores de rua possam, aos poucos e conforme suas vontades próprias, encontrar um local no qual se sintam à vontade, quer seja em um curso de capacitação para conseguir um emprego, em um atendimento psicológico, ao adotar uma rotina de higiene básica, ou mesmo ao ter um espaço confortável à sombra de uma árvore para descansar e comer.

Aplicação e resultados do método em diversos países. Fonte: Cartilha de Apresentação do Projeto.

Projeto RUAS. Fonte: Site do Projeto.

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III. POLÍTICA E ESPAÇOS PARA A POPULAÇÃO DE RUA


POLÍTICAS DE ACOLHIMENTO Quando se trata das abordagens mais comuns adotadas pelas Prefeituras em prol do apoio e melhoria da qualidade de vida dos moradores de rua na cidade, é possível citar:

ALBERGUE Os albergues surgem como uma forma de abrigar moradores de rua e imigrantes diversos durante o período noturno, oferecendo, em alguns casos, como o de São Carlos, por exemplo, até mesmo jantar e café da manhã (segundo informações fornecidas pelo site da Prefeitura de São Carlos). Porém, ao avaliar diversos albergues existentes em cidades como São Paulo, por exemplo, através de notícias de diferentes datas, é possível perceber que oferecer um local para permanência de curtos períodos é apenas um agente remediador, não a real solução do problema, já que a maioria que ali frequenta não consegue se livrar da situação precária na qual se encontra. Além disso, muitos não se sentem à vontade nos espaços dos albergues, principalmente devido às regras para permanência (como não beber, por exemplo), e acabam preferindo ficar nas ruas.

A obrigação de ir à escola é um desses processos. Trabalhar, seguir horários e regras de uma residência são outros. A população de rua passa por isso em âmbitos diferentes, como na disputa de territórios públicos - em geral, por meio da repressão. Não poder permanecer em determinadas praças ou obedecer à figura policial são exemplos. (GASPARETO, 2016)

Assim, Araújo (2016), transcrevendo explicações de Gaspareto (2016), afirma que quanto mais o ser humano torna-se envolvido por essas regras e normas, mais fácil é, para ele, se sentir confortável em espaços como salas de aula, trabalho ou casas de acolhimento. A recíproca também é válida: quanto menos contato com os métodos de vivência da sociedade em geral, mais difícil torna-se essa experiência em locais de convívio. Todos nós temos direitos sociais, um lugar de cidadania que deveria

De fato, ir para um abrigo não é o desejo de todos que dormem nas

ser garantido. Mas se você vive na rua, por exemplo, perde o direito

vias públicas. As razões variam de reclamações sobre a estrutura físi-

de entrar em certos espaços, por razões como as suas vestes e a sua

ca das casas à dificuldade de adaptação às regras destes locais. Para

aparência. E isso é a desfiliação. Parte da cidade é negada a você.

algumas pessoas, a grande rotatividade e a impossibilidade de estar

(GASPARETO, 2016)

junto a seus companheiros e animais também influenciam na decisão

A cidade de São Carlos conta com um albergue, localizado atualmente em espaço temporário, próximo ao Hospital Escola da cidade, já que o antigo edifício que abrigava o mesmo se encontra

de ir ou não para esses alojamentos. (ARAÚJO, 2016)

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Segundo Gaspareto (2016), existe uma explicação bem clara para a dificuldade dos moradores de rua em absorver métodos e ações consideradas parte do cotidiano do restante da população. Para ela, as pessoas são condicionadas, ao longo da vida, a se adaptar e se adequar às normas da sociedade na qual se encontra.


em reforma. Segundo informações do site da Prefeitura de São Carlos, o espaço oferece, como já dito anteriormente, jantar e café da manhã, além de local para banho. O horário de funcionamento é das 18h às 7h, e em dois dias da semana são fornecidas passagens para que migrantes possam retornar às suas cidades natais.

CENTRO POP O Centro Pop é um espaço de referência para o convívio social e o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito. Funciona como ponto de apoio para guarda de pertences, higiene pessoal, alimentação (café da manhã, almoço e lanche) e provisão de documentação, além de informar, orientar sobre os direitos e o acesso a benefícios Socioassistenciais. (Site do Centro POP do DF)

Ao analisar os dados do Censo SUAS (Sistema Único de Assistência Social) de 2015, cedidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Governo do Estado de São Paulo, o Estado contava, na época, com 58 Centros POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), divididos da seguinte forma:

Em nível nacional, responderam ao Censo um total de 235 equipamentos, assim distribuídos: 173 em municípios de grande porte (73,6% dos equipamentos), 41 em metrópoles (17,4% dos equipamentos), 20 em municípios de médio porte (8,5% dos equipamentos) e 01 em município de Pequeno Porte I (0,4% dos equipamentos). (Censo SUAS 2015)

A partir daí, o Censo realizado disseca de forma quantitativa e qualitativa os métodos presentes em cada localidade, incluindo seu espaço físico e atividades realizadas. Destaque é dado para o déficit relacionado à cessão de espaço para a realização de cursos de capacitação profissional ofertados por outras instituições (apenas 15,5% dos Centros contam com essa prática). A grande maioria (75,9%) realiza apenas o encaminhamento dos moradores de rua para cursos profissionalizantes em outros locais. O Censo também apresenta dados do déficit alarmante, nos centros de acolhimento, relacionado à falta de atendimento às normas ABNT de acessibilidade nos centros de acolhimento (mais de 50% possuem rotas acessíveis, porém não de acordo com as normas, enquanto 51,7% não possuem banheiros PNE). Quanto à distribuição geral dos programas de necessidade relacionados ao espaço físico, a maioria deles (65,5%) possuem de 2 a 3 banheiros, além de 84,5% informarem a presença de, pelo menos, um espaço de box com chuveiro para higiene pessoal.

Centros POP segundo porte dos municípios, Estado de São Paulo, 2015. Fonte: MDS, Censo SUAS 2015.

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co:

Já em relação aos demais espaços, estabeleceu-se um gráfi-

Percentual de existência de espaços físicos nas unidades, Estado de São Paulo, 2015. Fonte: MDS, Censo SUAS 2015.

É necessário atentar à pequena porcentagem de locais que contam com espaços para animais de estimação, já que, como dito anteriormente, a necessidade de se separar de seu cãozinho ou gato pode tornar inviável a permanência do morador de rua no espaço. Em visita ao Centro POP da cidade de São Carlos no dia 20 de Fevereiro de 2020 (localizado na Rua São Joaquim, 818, Centro), foi possível observar que o espaço (que, segundo a Coordenadora do local, Denise, atende em torno de 30 a 50 pessoas por dia) não conta com infraestrutura completa para os atendimentos (é uma edifica-

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ção antiga adaptada para o funcionamento do Centro). O mesmo não atende às normas ABNT de acessibilidade, além de não possuir espaço para a realização de cursos de capacitação profissional (ele apenas encaminha os moradores para órgãos específicos).

Avançando nas análises sobre o edifício, o banheiro foi adaptado, não possui box e nem apoios acessíveis, além de não suportar a quantidade de pessoas que são atendidas ali. A cozinha é extremamente pequena e abafada. A Sala de TV conta apenas com um aparelho antigo de DVD e uma televisão. Segundo informações da Coordenadora, os sofás tiveram de ser retirados e substituídos por cadeiras, já que os moradores de rua acabavam utilizando-os para dormir – não há nenhum espaço específico para descanso, muitos acabam deitando e dormindo no próprio chão dos ambientes internos e externos. O prédio ainda conta com um quintal com refeitório anexo, além de uma pequena lavanderia para que os frequentadores possam lavar suas roupas e um maleiro para a guarda de pertences. O maleiro foi criado no espaço anteriormente destinado do PID (Programa de Inclusão Digital), que acabou sendo desativado por problemas de infraestrutura e manutenção. Em entrevista realizada no dia 09 de Novembro de 2019 com um morador de rua denominado Carlos, ele expressa certo descontentamento com as ações do Centro POP quando relacionadas às atividades realizadas. Como exemplo, ele cita o fato de que algumas atividades, por mais que sejam executadas com boa intenção (no caso, ele fala de aulas ministradas por um professor), acabam não tendo grande serventia para os moradores de rua, já que alguns possuem mais idade e não conseguem mais acompanhar determinadas coisas.


Foi possível, assim, validar a ideia de moldar o que é oferecido nesses espaços a partir dos interesses manifestados pelos próprios frequentadores, tornando as atividades mais interessantes e inclusivas para os mesmos. Por fim, o horário de funcionamento (das 8:00h às 17:00h, de segunda a sexta-feira) não contempla os finais de semana – da mesma forma que o albergue da cidade –, tornando inexistente qualquer auxílio durante esse período, a não ser pela ação da Pastoral de Rua da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, analisada a seguir.

Apesar de todos os problemas de infraestrutura, segundo a Coordenadora Denise, o centro POP ainda é um local no qual os moradores de rua se sentem seguros, fora da violência e realidade dura das ruas na maior parte do dia.

ESTUDO DE CASO PASTORAL DE RUA

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA EM SÃO CARLOS Localizada na Rua Dona Maria Jacinta, número 40, no bairro Jardim Paraíso, a Paróquia se destaca por sua arquitetura e é tida como um dos mais importantes exemplares modernos da cidade, projetada pelo arquiteto Luiz Gastão de Castro Lima e construída entre os anos de 1965 e 1970.

Fachada do Centro POP. Fonte: Autoria Própria.

Fachada do Centro POP. Fonte: Autoria Própria.

Fachada da Paróquia. Fonte: Autoria Própria.

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A partir de informações dos frequentadores da Paróquia, foi possível entrar em contato com um grupo de voluntários denominado Pastoral de Rua, responsável pela distribuição de marmitas aos moradores de rua todos os sábados pela manhã. O local ainda conta com outro grupo que realiza o mesmo trabalho às quintas-feiras à noite. Em entrevista, Flávio Morais de Assis**, de 23 anos, durante a visita ao local de preparação das marmitas no dia 09 de Novembro de 2019, conta que o grupo se formou há mais de cinco anos, como iniciativa dos próprios membros da Igreja, que passaram a se reunir aos sábados, a partir das 8:30h, para preparar as marmitas que vão para os moradores de rua. A quantidade de membros por encontro varia entre 5 a 15 pessoas, em média, dependendo da disponibilidade de cada um.

Todos os alimentos não perecíveis utilizados são fruto de doação, enquanto os perecíveis são comprados por eles mesmos (porém, tudo é realizado com dinheiro de doação). A produção gira em torno de 40 a 50 marmitas e 2 jarras de suco por sábado e, após sua preparação, os membros do grupo se reúnem em carros e saem para a distribuição das mesmas (por volta das 11:30h).

Preparação das marmitas. Fonte: Autoria Própria.

Alguns membros do grupo Pastoral de Rua. Fonte: Autoria Própria*. **Um dos líderes do grupo, com participação a mais ou menos dois anos.

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Diversos jovens, muitos deles estudantes universitários, participam de forma bastante ativa no grupo, debruçando-se com grande dedicação à ação voluntária. Segundo o depoimento de Assis, os locais de distribuição das marmitas são mais ou menos fixos, os próprios moradores de rua já sabem desses pontos e ficam esperando que o pessoal passe para


deixá-las. > Principais pontos de distribuição citados por Assis (no caso, onde mais se concentram os moradores de rua): - Praça Independência (próxima ao Cemitério); - Praça General Carlos de Meira Mattos (ao lado da Rodoviária); - Praça XV de Novembro. Os pontos citados correspondem à rota fixa que o grupo realiza, mas, segundo Assis, esta pode se estender um pouco mais, caso sobrem marmitas para serem distribuídas (indo para locais mais próximos ao centro da cidade, incluindo, por exemplo, o Largo Santa Cruz). No dia da visita e acompanhamento (09 de Novembro de 2019), no caso, foram montadas 45 marmitas e as mesmas foram distribuídas apenas na Praça Independência e na Praça da Rodoviária. Durante a entrega das marmitas foi possível conversar com alguns moradores de rua da cidade. Eles ficam muito agradecidos ao grupo, e alguns são bem carinhosos, expressando gratidão pela comida. É possível perceber que ali se forma um laço de afeto e carinho, despertando nos moradores de rua uma socialização diferente da que estão acostumados. Morador de Rua Romilson recebendo marmita e suco. Fonte: Autoria Própria*.

Eles ficam bem agradecidos, a gente conversa um pouco com eles, e é bom, porque quando conversamos a gente fica conhecendo, eles contam sobre a história deles também, mas não ficamos tanto tempo com eles porque a gente entrega as marmitas e já tem que ir para outro ponto... Mas eles gostam bastante, e agradecem bastante também. Vamos criando amizade com alguns, é bem legal. (ASSIS, 2019)

Morador de Rua agradece recebimento de marmita. Fonte: Autoria Própria*.

Carlos, morador de rua citado anteriormente, disse que algumas pessoas realizam atos de caridade com eles apenas como “fachada”, algo que possa ser registrado e compartilhado, sem a real intenção de vê-los, além do preconceito já enraizado na sociedade. Ele (assim como a maioria, certamente) disse que é tratado como alguém diferente, alguém “pior”, mesmo sendo humano como qualquer outro cidadão, e foi possível perceber o incômodo dele quanto a isso.

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O isolamento pela sociedade faz com que a população de rua seja percebida equivocadamente, por falta de informação. Essa ideia estigmatizada se forma também pelo fato de a rua possuir uma composição heterogênea, o que dificulta qualquer caracterização perante a sociedade, como se fosse preciso uniformizá-la para entendê-la. A rua tem loucos, sim[...], mas nem todos os moradores de rua assim o são. São pessoas que, na realidade, pouco têm a ver com o imaginário de “perigo em potencial” que lhes é imputado. O perigo

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Tirinha. Fonte: Site Tec-cia.

se passa à volta, nos locais em que se inserem, [...] lugares margina-

É necessário que a sociedade reconheça a existência dessas pessoas, permitindo sua interação com o restante da população, e que o Estado enfrente esse problema com políticas mais efetivas. A partir desse princípio, é possível constatar que a participação dos moradores da cidade torna-se crucial para a criação de “pontes” estáveis, trazendo de volta ao meio social pessoas que, anteriormente, viviam “invisíveis”.

lizados, sem uso e sem qualidade, frequentados também por aque-

Projeto Re-Ação em momento de reflexão com moradores de rua. Fonte: site Registro Diário.

les que neles parasitam, através do comércio de drogas ilícitas e da prostituição, e que partilham desses mesmos espaços. Como então dar visibilidade e chamar a atenção para o problema dos não sujeitos no cenário físico e social das metrópoles? (QUINTÃO, 2008)


“What about all the broken happy ever afters? What about us? What about all the plans that ended in disaster? What about love? What about trust? What about us?”

“E quanto a todos os “felizes para sempre” destruídos? E quanto a nós? E quanto a todos os planos que acabaram em desastre? E quanto ao amor? E quanto à confiança? E quanto a nós?”

Canção “What About Us”, Pink

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IV. ÁREA DE INTERVENÇÃO


A CIDADE DE SÃO CARLOS Segundo informações obtidas através do site da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), a cidade de São Carlos, localizada a 230 km da capital do estado de São Paulo, pertence a uma das macrorregiões mais desenvolvidas do país. Conhecida como a “Capital da Tecnologia”, a cidade conta com um polo científico e tecnológico bem desenvolvido, em muito associado às faculdades públicas USP (Universidade de São Paulo) e UFSCAR presentes no local, além de unidades da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da ParqTec (Fundação Parque de Alta Tecnologia). Com seus 254.484 habitantes (dados do IBGE em 2020), a cidade foi criada e se expandiu, assim como várias outras cidades do estado, a partir da forte economia cafeeira, trazendo consigo uma grande quantidade de imigrantes para o trabalho na lavoura.

Trabalhadores imigrantes nas plantações de café (São Carlos). Fonte: FPMSC (2006)

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Cidade de São Carlos em 2019. Fonte: Site São Carlos em Rede.

Através dos escritos de Oliveira (2012), foi possível constatar que, com o grande desenvolvimento industrial e econômico da cidade, assim como observado em diversos outros locais, começam a surgir desabrigados pelas ruas da cidade. Além da questão da falta de emprego e pobreza, muitos são migrantes que vêm para o estado de São Paulo em busca de melhores oportunidades e que, na maioria dos casos, acabam tendo de enfrentar a dura realidade das ruas por não ter qualquer outra opção. Nos dias atuais, a luta permanece, “se transformando em um problema de gestão governamental” (OLIVEIRA, 2012). A ideia de uma cidade inclusiva a todos e que gere uma sensação de pertencimento, independente do local de onde se tenha vindo, é essencial em locais como São Carlos, devido à sua condição de polo industrial e de destaque no estado de São Paulo e, mesmo, no país.


Vazio urbano em área já consolidada da cidade

EXPANSÃO URBANA

Fonte: Base cartográfica a partir de mapa da SMHDU 2002. Adaptações realizadas pela autora.

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Abaixo da principal via de acesso ao terreno (Av. Trab. São Carlense), passa o Córrego do Tijuco Preto (tamponado nessa área)

DRENAGEM URBANA

Fonte: Base cartográfica a partir de mapa da SMHDU 2002. Adaptações realizadas pela autora.

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VIAS DE ACESSO E EQUIPAMENTOS DE APOIO AO MORADOR DE RUA

Fonte: Base cartográfica a partir de mapa da SMHDU 2002. Adaptações realizadas pela autora.

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PONTOS DE REFERÊNCIA E CONCENTRAÇÃO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Legenda Legenda 1

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Fonte: Base cartográfica a partir de mapa da SMHDU 2002. Adaptações realizadas pela autora.

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N


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ÁREA DE INTERVENÇÃO Localizado no bairro Jardim Macarengo, próximo à Rodoviária de São Carlos, no cruzamento entre a Rua São Joaquim e a Avenida Trabalhador São Carlense, importante via da cidade, o terreno escolhido para abrigar o Centro de Apoio conta com, aproximadamente, 5.117 m². O local foi selecionado por estar próximo ao Terminal Rodoviário, no centro da cidade, concentrando ali várias linhas de ônibus.

Fonte: Google Maps.

Legenda N

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Fonte: Base cartográfica a partir de mapa da SMHDU 2002. Adaptações realizadas pela autora.


Em 1977 foi aprovada pela Câmara a construção da “rodoviária” [...]. Alguns defendiam a instalação do terminal numa área da Prefeitura na Avenida Getúlio Vargas. Mas sobre o tema a secretaria estadual de Transportes deu a palavra final: a obra seria realizada no Macarengo ou não seria realizada. A construção começou em 1978. [...] No início da madrugada de 17 de abril de 1980, partia do Terminal Rodoviário de São Carlos o primeiro ônibus com destino a São Paulo. [...] Somente dois anos mais tarde aconteceria a inauguração oficial da rodoviária, que levou o nome do governador Paulo Egydio Martins, que governou no período militar [...]. (BRAGA, 2019)

Rodoviária de São Carlos. Fonte: São Carlos em Rede.

A importância da rodoviária como símbolo e ponto de referência para São Carlos foram levados em consideração, somando-se à entrevista realizada no dia 13 de Março de 2020 com o ex-morador de rua conhecido como “Sussa”, que hoje realiza comércio no ponto pertencente aos ônibus de linha.

O entrevistado afirmou que a Rodoviária é ponto de parada de muitos moradores de rua vindos de outras localidades, todos os dias. Além disso, a pequena praça em frente ao ponto de ônibus é estadia para diversos desabrigados, sejam eles da própria cidade ou miEx-morador de Rua Sussa e motorista grantes***. de ônibus. Fonte: Autoria Própria*. Por sua demasiada importância e pelo fato de ter sempre um grande fluxo de pessoas, o espaço passa a ser um ponto de referência para os moradores de rua. Outra informação que se valeu como embasamento para a escolha do terreno foi o fato do mesmo estar localizado em um vale, local também tido como referência para os moradores de rua e trecheiros que chegam a São Carlos, como destacado por Eliane (2019) e indicado no mapa “SÃO CARLOS: PONTOS DE REFERÊNCIA E CONCENTRAÇÃO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA”, já que os mesmos partem do princípio de que a cidade se formou a partir de um curso d’água, e ali estariam importantes pontos de permanência e circulação de pessoas.

***Conforme analisado em visita ao local no dia 13 de Março de 2020.

39


Ocupação Condicionada é caracterizada pela predominância de um sistema viário fragmentado e com a carência de infraestrutura de drenagem em algumas regiões. Próximos ao centro estão localizados bairros tradicionais, cuja tipologia habitacional assume características de baixa densidade, e ao norte da Rodovia Washington Luiz estão localizados novos empreendimentos habitacionais. Os núcleos urbanos dos distritos de Água Vermelha e Santa Eudóxia fazem parte desta zona. [...] Os Coeficientes Urbanísticos para a Zona 3 - Ocupação Condicionada são: I - CO = 70%; II - CP = 15%; III - CA = 1,4; IV - Lote mínimo = 200 m² e Moradores de Rua na Praça em frente à Rodoviária. Fonte: Autoria Própria.

Destaca-se também a localização do terreno próximo a diversos comércios, supermercado e a importante rota de acesso à cidade de São Carlos: a Avenida São Carlos. Segundo Eliane (2019), a proximidade de vias de trânsito rápido e de grande circulação de automóveis também guia os moradores de rua e facilita sua localização. Trata-se de um espaço que permite implantação de infraestrutura completa com maior flexibilidade, abrangendo o entorno imediato e possibilitando a revitalização e relação direta do projeto com a Praça da Rodoviária. A região é pertencente à Zona 3 do Plano Diretor de São Carlos: Ocupação Condicionada, além de não possui limitador de gabarito para os edifícios.

40

160 m² para HIS; V - Testada mínima = 10 m e 8 m para HIS. São Instrumentos da Política Urbana aplicáveis a Zona 3 - Ocupação Condicionada: I - Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV); II - Direito de Preempção; III - Consórcio Imobiliário; IV - Direito de Superfície; V Operação urbana consorciada. (Plano Diretor de São Carlos)


Moradores de Rua já se apropriando do espaço de implantação do Projeto. Fonte: Autoria Própria.

41


ÁREA E ENTORNO PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

12 12

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

01 13 13

11 11 05 05 16 16

06 06 07 07

04 04 10 10 15 15

09 09

08 08 14 14

01 01

02 02 03 03

Legenda

N PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

0

0

25 25

50 50

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

42

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100 100

200 200


43


USO DO SOLO E VIAS PRINCIPAIS

GABARITO DAS EDIFICAÇÕES

N

N

Legenda

Legenda

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44


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TOPOGRAFIA ORIGINAL PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

N

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6m de Desnível

Legenda PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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V. REFERÊNCIAS PROJETUAIS


CAPSLO HOMELESS SERVICES CENTER (Centro de Serviços aos Moradores de Rua CAPSLO) Localização: San Louis Obispo, Califórnia. Arquitetos: Gwynne Pugh Urban Design Studio, em conjunto com Agarcia Architecture + Design. Status: Projeto (não construído). O design geral é estruturado em torno de uma coluna central que orienta a organização da programação e distribuição de serviços de acordo com as direções principais. A segurança dos espaços aumenta das áreas públicas localizadas a oeste para as áreas muito mais íntimas e privadas no lado leste do edifício. Uma linguagem semelhante é empregada à medida que os espaços se tornam muito mais

Entrada. Fonte: Blog AEC Café.

informais quando se transita de norte a sul do edifício. A parte sul é caracterizada por uma atmosfera pública com várias conexões externas.(WINSTANLEY, 2011)

Sala Multiuso. Fonte: Blog AEC Café.

Croqui da Fachada. Fonte: Autoria Própria.

48

Lobby de Entrada. Fonte: Blog AEC Café.


Croqui da Fachada. Fonte: Autoria Própria.

O que atrai nesse projeto é a forma de transição entre as áreas consideradas “mais públicas” e “mais privadas”, algo estratégico, mantendo a privacidade dos moradores de rua que ali frequentam, além de suas ótimas soluções para a entrada de ventilação e luz natural.

49


THE BRIDGE HOMELESS ASSISTANCE CENTER (Centro de Assistência aos Moradores de Rua “The Bridge”) Localização: Dallas, Texas. Arquitetos: Overland Partners. Status: Construído. Composto por cinco edifícios que criam um pátio no centro do campus, além de envolver a comunidade ao redor, o The Bridge incorpora um prédio de serviços de três andares, um prédio de boas-vindas de um andar, um prédio de armazenamento, um pavilhão ao ar livre e um restaurante, que serve como ponto focal para o pátio interno do campus, proporcionando aos assistentes sociais a oportunidade de se conectar com os sem-teto. (ARCHDAILY, 2011)

Fonte: ArchDaily.

Fonte: ArchDaily.

Fonte: ArchDaily.

50


Primeiro Pavimento. Fonte: ArchDaily.

Terceiro Pavimento. Fonte: ArchDaily.

Segundo o ArchDaily, o The Bridge apresenta, como um de seus destaques, o conceito de arquitetura sustentável aplicado ao projeto (telhado verde, reciclagem de águas cinzas e utilização estratégica de luz natural em todos os edifícios).

Segundo Pavimento. Fonte: ArchDaily.

Croqui de Distribuição do Programa de Necessidades. Fonte: Autoria Própria.

51


MORADIAS INFANTIS – ESCOLA COM REGIME DE INTERNATO (mantida pela fundação Bradesco) Localização: Zona rural da Fazenda Canuanã, no município de Formoso do Araguaia (TO). Arquitetos: Escritórios Aleph Zero e Marcelo Rosenbaum. Status: Construído (2015-2017). Área: 60.000 m² (terreno) / 23.344 m² (construído). Em 2017, o projeto Moradias Infantis foi escolhido para receber o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Artes) na categoria “Obra de Arquitetura no Brasil”. [...]

Fonte: ArchDaily.

Dentro da instituição, que conta com mais de 23 mil metros quadrados, há ambientes para moradia e convivência, além de estudos. O lugar foi organizado em duas vilas, uma para meninos e outra para meninas. Esta separação já existia na antiga construção e foi mantida. Os dormitórios foram distribuídos em 45 unidades, com seis alunos cada. Ao lado dos quartos estão áreas de convivência, como sala de TV, espaço para leitura, varandas, pátios, redários, auditório, área para brincar, entre outras. Todas essas novas propostas foram

Fonte: ArchDaily.

feitas em conjunto com os estudantes, a fim de fortalecer a ligação deles com a instituição. (MARQUEZ)

Fonte: ArchDaily. Fachada do Edifício. Fonte: Galeria da Arquitetura.

52


Primeiro Pavimento. Fonte: Revista Área.

Segundo Pavimento. Fonte: Revista Área.

O conceito de Sustentabilidade, aliado à aproximação com a Arquitetura Vernacular, predominam no projeto, tornando-o único, aconchegante e de construção altamente eficaz. Segundo o site Galeria da Arquitetura, os materiais empregados na construção foram o tijolo de adobe, a palha trançada e madeira laminada colada. Outro destaque se dá para a construção em madeira (material mais utilizado), que simplificou de forma magistral a montagem da estrutura (por ser um material em abundância na região em questão), além da aplicação da planta livre (com ambientes separados por divisórias) e a presença de pátios internos.

Croqui destacando as Divisórias Internas. Fonte: Autoria Própria.

53



VI. PROGRAMA DE NECESSIDADES


PARTIDO ARQUITETÔNICO A partir de todas as análises realizadas e com o programa de necessidades definido, foi possível realizar a implantação do Centro de Apoio, visando a ideia de acolhimento por etapas e tendo em mente os verbos de ligação “Ser”, “Estar” e “Permanecer”, que remeteriam às sensações dos moradores de rua em relação ao local: > Espaços onde eles não precisem modificar sua forma de viver, promovendo aceitação completa de seu modo de vida como ele é (ele pode Ser), passando para um local de apoio de alimentação e realização de atividades atrativas, que permitam interação com outras pessoas (um local para Estar), e, finalmente, para os que desejem dar um passo a mais em direção à ressocialização total, residências que poderão abrigá-los, de forma temporária, em troca de pequenos serviços no próprio Centro de Apoio (poder Permanecer e promover transformações). Como pôde ser analisado, as histórias e formas de vida dos moradores de rua são complexas, exigindo diferentes formas de acolhimento para que o trabalho torne-se efetivo. > ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS (exemplos): aulas de higiene básica e cursos de cortes de cabelo, cursos de cozinha básica e barata, encontros com psicólogos e psiquiatras, rodas de conversa com professores, etc. A ideia é que os moradores de rua participem ativamente das atividades propostas, aprendendo enquanto são ajudados, colaborando, assim, uns com os outros e com os profissionais envolvidos.

56

PROGRAMA DE NECESSIDADES BASE


EDIFÍCIO PRINCIPAL

1

DESCRIÇÃO

Cozinha

Espaço destinado à preparação de refeições para os moradores de rua e realização de cursos básicos, alternando seu uso pelas diversas ONG’s atuantes na cidade.

Armário

Espaço para a guarda equipamentos de cozinha.

METRAGEM

de

57,60m²

7,60m²

Carga e Descarga

Local para recebimento de produtos e alimentos destinados ao Centro de Apoio.

13,00m²

1

Despensa

Espaço para acondicionamento de alimentos.

9,25m²

1

Salão

Destinado ao convívio e realização das refeições diárias.

80,45m²

3

Sanitários

Destinados aos trabalhadores Restaurante (sendo 1 PNE).

10,70m²

1

VESTIÁRIO

RESTAURANTE

1

AMBIENTE

do

ÁREA MULTIUSO

QUANT.

QUANT.

AMBIENTE

DESCRIÇÃO

METRAGEM

1

Recepção/ Sala de Reunião

Espaço destinado à recepção de doações, atendimento para tirar dúvidas dos moradores de rua e pequenas reuniões diversas.

11,70m²

1

Depósito

Espaço para a guarda de doações.

4,70m²

1

Copa

Local para apoio aos funcionários e membros das instituições que utilizam o espaço.

10,12m²

1

Sanitário

Destinado aos trabalhadores na Área Multiuso.

2,00m²

Salão

Espaço de uso para eventos diversos e campanhas a serem realizadas por empresas, ONG’s e Universidades, como palestras, oficinas, cortes de cabelo, atendimento psicológico, etc.

125,70m²

1

QUANT.

AMBIENTE

DESCRIÇÃO

METRAGEM

3

Cabines com Vaso Sanitário

Destinadas à utilização pelos moradores de rua (sendo 1 PNE).

6,20m²

4

Cabines com Chuveiro

Destinadas à utilização pelos moradores de rua (sendo 1 PNE).

8,30m²

1

Área Comum

Local com banco e 3 pias.

19,13m²

57


AMBIENTE

DESCRIÇÃO

METRAGEM

1

Recepção

Espaço para atendimento inicial e destinação dos animais ao canil ou atendimento específico.

5,60m²

1

Atendimen to/Banho e Tosa

1

Sanitário

1

Canil

Destinado animais.

ao

atendimento

Destinado aos trabalhadores Atendimento Veterinário.

dos

do

4 cabines para manter os animais em caso de necessidade.

12,18m²

2,33m² 11,20m²

QUANT.

AMBIENTE

DESCRIÇÃO

METRAGEM

1

Área de Serviço

Espaço destinado à higienização de roupas dos moradores das células.

9,24m²

1

Estendal

Espaço para secagem das roupas dos moradores.

15,80m²

CÉLULA MODULAR 01

QUANT.

CÉLULA MODULAR 02

LAVANDERIA

ATENDIMENTO VETERINÁRIO

EDIFÍCIOS DISTRIBUÍDOS PELO TERRENO QUANT.

AMBIENTE

DESCRIÇÃO

METRAGEM

1

Cozinha/ Estar

Espaço destinado à preparação de refeições e convívio comum.

11,15m²

1

Dormitório

Espaço para morador(es).

7,21m²

1

Banheiro

1

Área Externa

QUANT.

AMBIENTE

DESCRIÇÃO

METRAGEM

1

Cozinha/ Estar

Espaço destinado à preparação de refeições e convívio comum.

11,15m²

2

Dormitório

1

Banheiro

1

Área Externa

descanso

do(s)

Destinado ao(s) morador(es) da célula. Espaço para convívio.

Espaço para morador(es).

descanso

10,90m²

do(s)

Destinado ao(s) morador(es) da célula. Espaço para convívio.

3,15m²

7,21+7,21m²= 14,42m² 3,15m² 10,90m²

Obs: o projeto conta com 4 células tipo 01 e 4 do tipo 02, formando 2 blocos de habitação.

58


“Desejo ver um mundo melhor, mais fraternal, em que as pessoas não queiram descobrir os defeitos das outras, mas, sim, que tenham prazer de ajudar o outro.” Oscar Niemeyer

59


Fonte: Ingreja Anglicana ComunhĂŁo


VII. PROJETO


DEPOIS

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N

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Legenda

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DUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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ANTES

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62

DIRETRIZES DE IMPLANTAÇÃO


PRODUCED BYBY ANAN AUTODESK STUDENT VERSION PRODUCED AUTODESK STUDENT VERSION

DETALHE AVENIDA SÃO CARLOS

Corte Esquemático - Remoção do Pontilhão

PRODUCED BYBY ANAN AUTODESK STUDENT VERSION PRODUCED AUTODESK STUDENT VERSION

Ao avaliar as potencialidades e necessidades do entorno, v á A ideia de propor uma passarela que interligasse a praça da Rorias modificações foram realizadas em prol de tornar os acessos e perdoviária com o projeto proposto surgiu da necessidade de proteger o cursos mais fluidos. pedestre de uma travessia em avenida movimentada, o que também As pequenas “ilhotas” ao redor do terreno foram removidas, foi pensado em solo, revitalizando as faixas de pedestre existentes e unindo os canteiros e formando uma área verde mais significativa. criando mais uma, agora elevada, para reduzir a velocidade de tráfePRODUCED BYoAN AUTODESK VERSION O pontilhão da Av. São Carlos foi removido, retornando desego. ASTUDENT passarela forma um boulevard, atraindo as pessoas para subir e PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION nho da cidade ao seu relevo original. A ideia surgiu da necessidade de apreciar a vista. soltar a paisagem antes “entruncada” do local, tornando-a mais flui Uma ciclovia também foi adicionada ao local, dando continuida, agradável e natural, não havendo qualquer prejuízo à circulação de dade à uma parte deteriorada que vinha do lado direito, sentido Rodoautomóveis e pedestres. Mais adiante, visando maior comodidade ao viária, e que poderá continuar pela Av. Trabalhador São Carlense. pedestre, poderia ser instalada uma passarela de mesma linguagem Finalmente. parte da rua São Joaquim foi desativada, unindo o da proposta pelo projeto, facilitando o acesso de um lado ao outro. terreno escolhido inicialmente com o canteiro à frente, permitindo a formação de uma área verde maior para a implantação do Centro de Apoio.

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Corte AA

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Det. Passarela

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Vistas da Passarela. Fonte: Autoria Prรณpria

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DETALHE PASSARELA


N

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Diretrizes de implantação baseadas nos níveis de apropriação do espaço

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Legenda

Principais Acessos

N

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66 PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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Implantação N

IMPLANTAÇÃO


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Legenda

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832 831 830 829 828

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N

828 826 827 Topografia

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824 825

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> Busca pelo mínimo impacto à topografia original > Desnível adaptado da melhor forma, com a formação de arrimos que colaboram com o controle de visibilidade dos espaços. > Aproveitamento da área de desnível mais acentuado para o posicionamento das moradias temporárias, explorando os arrimos e tornando o espaço mais “privativo”. > Leve rotação em praticamente todos os edifícios, deslocando-os da posição em 90° e, assim, acompanhando melhor as curvas de nível

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do terreno.

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PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT V DUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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CORTES GERAIS

6.50

Corte AA

Corte BB

68

Corte CC


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Estudos de Implantação e Topografia através de Maquete Física. Fonte: Autoria Própria.

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N

Planta Geral

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70

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USOS E MATERIALIDADES


DETALHE A

DETALHE B

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VERSION

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REDÁRIO

Espaço que disponibiliza maior conforto à população de rua que prefere dormir e descansar ao ar livre, sem nenhuma restrição ou regras, aceitando e acolhendo seu modo de vida ao invés de tentar modificá-lo.

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Passagem segura sobre a movimentada Av. Trab. São Carlense.

ÁREAS COBERTAS COM FOGUEIRAS

Grandes coberturas em Lona Tensionada com fogueiras centrais e rodeadas por aquecedores de ambientes externos, sendo de grande valia principalmente em dias chuvosos ou frios. Esses espaços permitem que a população de rua se aqueça no inverno, sem a obrigatoriedade de estarem em locais fechados.

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Cobertura em Lonas Tensionadas

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PASSARELA

Piso em Blocos Intertravados (permeável)

Fonte: Autoria Própria.

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Espaço de atendimento para animais de rua e da comunidade em geral. Conta com uma sala de atendimento e banho/tosa e local para permanência temporária de animais, caso necessário.

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Local de contato com a água, disponibilizando total liberdade para que a população de rua se utilize do mesmo, seja para apenas se refrescar ou mesmo lavar seus pertences. O mesmo se conecta com mais 3 espelhos d’água, distribuídos pela implantação, através de uma fina canaleta de 8cm, formando um caminho que interliga todo o local, representando a união entre o “Ser, Estar e Permanecer”.

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ESPELHO D’ÁGUA

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Áreas com Fogueira Fonte: Autoria Própria.

Espelho D’Água no Edifício Principal Fonte: Autoria Própria.

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Varais estendidos para permitir que os moradores de rua pendurem suas roupas ou mesmo que a população em geral coloque roupas para doação, tornando o acesso às roupas algo mais livre e sem grande burocracia. É só chegar e pegar.

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Fornecimento de frutas como forma de despertar a atenção.

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POMAR

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VARAIS

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ÁREAS COBERTAS COM FOGUEIRAS

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Áreas com Fogueira Fonte: Autoria Própria. PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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Área com uma “prainha” voltada para a área do edifício principal.

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ESPELHO D’ÁGUA

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CANIL / CLÍNICA VETERINÁRIA

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DETALHE C

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Detalhamento Canil / Clínica Veterinária

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Corte BB

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DET 01

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Corte AA

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Canil / Clínica Veterinária e Espelho D’Água Fonte: Autoria Própria.

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Cobertura

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Fonte: Autoria Própria.

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Planta Legenda

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Espelho D’Água

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Fonte: Autoria Própria.

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Canil / Clínica Veterinária

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DETALHE D

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Rampa Acessível

Fachada Principal

Fachada Principal

Fonte: Autori

Fonte: Autoria Própria.

Fachada Principal

Fonte: Autori

Fonte: Autoria Própria.

Espaço Multiuso Coberto Fonte: Autori

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Canaleta de Água

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Conta com Restaurante, Vestiário e Área Multiuso. Será um espaço dividido pelas Ong’s e empresas da cidade para a produção de pratos de comida e promoção de atividades diversas. A área multiuso ainda conta com divisórias móveis, que permitem a formação de salas menores.

Fonte: Autoria Própria.

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Fachada Principal

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Rampa Acessível

CENTRO DE APOIO - EDIFÍCIO PRINCIPAL

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Fachada Principal

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N

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gumes orgânicos pelos hóspedes em troca da moradia temporária.

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PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION Produção de verduras e le-

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HORTA COMUNITÁRIA

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Fachada Restaurante

Fonte: Au


ia Própria.

Volumetria do Edifício Principal

Perspectiva vista da Praça Fonte: Autoria Própria.

ia Própria. Restaurante

ia Própria. Fachada Restaurante

utoria Própria.

Partindo de um retângulo simples, foi possível obter uma forma que valoriza os espaços externos e permite que o bloco do restaurante se projete para o meio da praça – sendo assim a visão mais predominante para a população de rua que se encontra na área aberta. Separando os dois blocos formados e inserindo entre eles a área do vestiário, percebe-se uma clara gradação no acesso ao edifício, a partir

Fonte: Autoria Própria.

das áreas livres de estar: atraindo olhares para o restaurante, passando pela área de higiene e chegando ao espaço onde a interação maior com os profissionais e funcionários ocorre.

Essa ideia parte do pressuposto de resguardar a liberdade dessa população, sem deixar de atender às suas necessidades. Fonte: Autoria Própria.

Etapas de Escolha da Cobertura (Telhado Borboleta) partindo da representação comum de “casa”, “abrigo”, “espaço seguro”.

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Legenda

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Detalhamento Edifício Principal


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78 Corte CC PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Corte AA

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DET 02

DET 03

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NOISREV TNEDUTS KSEDOTUA NA YB DECUDORP

NOIS NOISREV TNEDUTS KSEDOTUA NA YB DECUDORP

Calha em Concreto

NOISREV TNEDUTS KSEDOTUA NA YB DECUDO

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Materialidade

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Ripas em Madeira

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Pilares em MLC PRODU PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION Ripado em Madeira

Pilares em Concreto

Vedação em Tijolo Ecológico Grauteado

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Esquadrias em Vidro

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Vigas em MLC

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Esquadrias em Vidro

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Ripado em Madeira

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VANTAGENS MLC (Madeira Laminada Colada) Segundo Migliani (2019), a Madeira Laminada Colada apresenta diversas vantagens quando comparada a outros materiais da construçaõ civil, sendo elas: > Alta capacidade de carga e um baixo peso próprio, facilitando a obtenção de grandes vãos com poucos apoios; > Maior resistência ao empenamento e torção; > Grande resistência ao fogo; > Menos necessidade de conexões (quando comparada às estruturas de madeiras feitas com peças maciças); > É leve. “Estudos comprovam que uma viga de MLC possui a mesma resistência que uma viga de concreto (de mesmo volume), no entanto, o peso da peça em madeira chega a ser, aproximadamente, cinco vezes menor”; > Produzida com madeira de reflorestamento (contribuindo no quesito Sustentabilidade).

Tijolos Ecológicos De acordo com Rangel (2014), a troca do tijolo comum pelo ecológico na construção civil pode contribuir, e muito, para a proteção do meio ambiente, além de ser um elemento de encaixe modular. Dentre seus destaques, estão: > Menor poluição. “Não precisa ser cozido em fornos, eliminando assim a utilização de lenha e a emissão de gases de efeito estufa pela queima”; > Diminui a geração de resíduos em obra; > Evita desperdícios; > É mais resistente em relação ao tijolo comum; > Promove isolamento termoacústico; > Permite uma construção mais rápida; > Permite a passagem de tubulações pelos furos dos tijolos.

No princípio, o uso da madeira se devia mais especificamente à sua trabalhabilidade e rapidez para construções, além de sua facilidade de obtenção. Atualmente, sabe-se que suas vantagens são muitas, como sua capacidade calórica, elevada inércia térmica, praticidade em contruções modulares e pré-fabricadas e, além disso, pode ser considerada uma opção para absorção de gás carbônico. Quando usada na construção civil, aumenta essa captura benéfica ao meio ambiente, contribuindo para a restituição da camada de ozônio. (GONÇALVES, 2014)

Interior Área Multiuso

Fonte: Autoria Própria.

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NOISREV TNEDUTS KSEDOTUA NA YB DECUDORP

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Blocos de Residências

BLOCOS DE RESIDÊNCIAS

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Desenvolvidos tendo como base o Projeto de Iniciação Científica com bolsa pelo CNPq, com o nome “DOMINUS: Projeto Arquitetônico de Célula Modular em Madeira de Reflorestamento com Aplicação de Energia Solar”.

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ESPELHO D’ÁGUA

Blocos de Residências

Área com uma “prainha” voltada para a área das residências.

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Blocos de Residências

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Apoio para os voluntários e funcionários do Centro.

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ESTACIONAMENTO

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Canaleta de Água

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Blocos de Residências

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E ESTENDAL PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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DETALHE E

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NOISREV TNEDUTS KSEDOTUA NA YB DECUDORP

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Fonte: Autoria Própria.

Fonte: Autoria Própria.

Fonte: Autoria Própria.

Fonte: Autoria Própria.


Apresentação do Projeto DOMINUS: Projeto Arquitetônico De Célula Modular Em Madeira De Reflorestamento Com Aplicação De Energia Solar > Artefato arquitetônico em madeira; > Sistema estrutural tipo poste-e-viga; > Colunas e vigas em madeira roliça perfilada de reflorestamento Vedação em madeira compensada plastificada; > Cobertura: Exclui o uso de telhas, fixando placas fotovoltaicas (devidamente vedadas entre si) diretamente sobre a estrutura de sustentação do telhado.

CONCEITOS APLICADOS AO PROJETO

VANTAGENS DE APLICAÇÃO > Sua montagem é rápida e fácil; > Não necessita de mão-de-obra especializada para montagem; > É funcional e sustentável; > Insere-se suavemente no terreno, sem necessidade de agredir o

3D Esquemático. Fonte: autoria própria. Esta célula modular, ou simplesmente módulo, é composto em suas faces frontal, posterior e laterais, por quatro placas de compensado plastificado e três pilares. O piso obedece a ordenação e modulação da colocação das placas, quando projetadas no solo. [...] Quando conjugado com outros módulos na vertical, podem ter até dois andares, ampliando o leque de opções de programas funcionais. O seu sistema estrutural em pilotis permite sua implantação em terrenos com declividades diversas, os “terrenos difíceis”. (NEPOMUCENO, 2019)

meio ambiente; > É econômico; > Pode ser reutilizado e realocado, caso necessário, sem danificar tanto o artefato como o próprio local de implantação; > Sua estrutura pode ser facilmente adaptada; > As medidas comerciais das peças estruturais em madeira, a aplicação dos conceitos de modularidade e processos de pré-fabricação tornam a construção viável e de baixo custo.

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Perspectiva Explodida da variação de 2 Pavimentos do DOMINUS (com modificação na fundação).

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Corte BB esquemático (sem variação de sítio).

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EFEITO CHAMINÉ > Tela de aço/Muxarabi

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Estrutura do Piso

Corte AA esquemático (com detalhe de implantação em variação de sítio). PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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> Vigas de concreto em formato trapezoidal apoiando a área do PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION piso; > Pilaretes em concreto que se ajustam à topografia; > Sapatas de concreto para fixação no solo.

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FUNDAÇÃO

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A partir dos estudos realizados durante a Iniciação Científica e a verificação de todas as suas vantagens, surgiram os blocos de residências temporárias para o Centro de Apoio. Os blocos sofreram algumas modificações em relação ao projeto DOMINUS, permitindo a união de 4 células modulares ligadas por um bloco hidráulico central, que abriga os 4 banheiros. A ideia, que poderia ser uma evolução do projeto aqui proposto, é tornar os blocos facilmente replicáveis e versáteis, permitindo sua disseminação em outros vazios urbanos consolidados da cidade e tornando-se um projeto de residências acessíveis à população de baixa renda. Cada bloco conta com duas células modulares Tipo 01 (com 1 pavimento) e mais duas Tipo 02 (com 2 pavimentos).

Célula Modular de 2 Pavs. Aplicada como Habitação Temporária para Refugiados.

Célula Modular de 2 Pavs. Aplicada como Habitação Temporária para Refugiados.

Fonte: Autoria Própria.

Fonte: Autoria Própria.

Fonte: Autoria Própria.

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Detalhamento Blocos de Residências

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2º Pavimento

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1° Pavimento Legenda

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Obs: o layout aqui proposto é somente um exemplo de disposição possível. Dependendo da necessidade e de quantas pessoas serão moradoras (seja um casal, um morador único, grupos pequenos ou uma família), o layout pode ser modificado.

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Estrutura Piso

Estrutura Piso com o Madeirite e Área Central em Concreto

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Cobertura

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DET 07

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Corte AA

DET 05 Corte BB

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Detalhe de Fixação das Placas Compensadas (Madeirite) no Pilar com Parafusos

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Auto Atarraxantes

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Detalhe dos cortes de Madeirite para as Paredes (evidenciando o aproveitamento máximo do material, sem perdas)

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Cobertura

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Corte BB

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Corte AA

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Planta

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Detalhamento Lavanderia Coletiva e Estendal

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PERSPECTIVAS GERAIS

Implantação Geral. Fonte: Autoria Própria.

Vista da Passarela. Fonte: Autoria Própria.

Perspectiva da Fachada. Fonte: Autoria Própria.

Perspectiva do Restaurante. Fonte: Autoria Própria.

Perspectiva da Fachada. Fonte: Autoria Própria.

Vista da Praça. Fonte: Autoria Própria.

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PERSPECTIVAS GERAIS

Perspectiva embaixo da Cobertura. Fonte: Autoria Própria.

Vista do Restaurante e Vestiários ao fundo. Fonte: Autoria Própria.

Perspectiva do Restaurante. Fonte: Autoria Própria.

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Vista de cima das Residências. Fonte: Autoria Própria.

Residências. Fonte: Autoria Própria.

Perspectiva Residências e Lavanderia Coletiva. Fonte: Autoria Própria.


“Eu sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas, sem ele, o oceano seria menor.” Madre Teresa de Calcutá

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Foto: Thiago Fogolin.


VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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rua - e seus processos educativos; São Carlos : UFSCar, 2014. Dissertação de Mestrado > ARAÚJO, Laís S. Por que nem todos os moradores de rua querem ir para albergues no frio?; 21 de Junho de 2016. Blog Brasil de Fato. Acesso em 07 Setembro de 2020. Disponível em < https://www.brasildefato.com.br/2016/06/22/por-que-nem-todos-os-moradores-de-rua-querem-ir-para-albergues-no-frio/>. > ARCHDAILY. Blog de Arquitetura. “The Bridge Homeless Assistance Center / Overland Partners”; 01 de março de 2011. Acesso em 30 de Agosto de 2019. Disponível em <https://www.archdaily.com/115040/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/>. > BRAGA, Cirilo. “A novela da construção do terminal rodoviário”; 11 de Outubro de 2019. Site São Carlos Agora. Acesso em 30 de Março de

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2020. Disponível em <https://www.saocarlosagora.com.br/coluna-sca/a-novela-da-construcao-do-terminal-rodoviario/118702/>. > CENSO SUAS: Centro Pop – Estado de São Paulo 2015 [recurso eletrônico] / Secretaria de Desenvolvimento Social. -- São Paulo: Secreta-

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situação de rua e você precisa conhecer”; 19 de Julho de 2017. Acesso em 21 de Setembro de 2019. Disponível em

97


> PREFEITURA DE SÃO CARLOS. “São Carlos fortalece trabalho

com morador em situação de rua”; 24 de Abril de 2019. Especial Publicitário para o site do G1. Acesso em 31 de Agosto de 2019. Disponível em <https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/especial-publicitario/prefeitura-de-sao-carlos/noticia/2019/04/24/sao-carlos-fortalece-trabalho-com-morador-em-situacao-de-rua.ghtml>. > QUINTÃO, Paula Rochlitz. O sujeito (oculto) e a cidade: a arte de Wodiczko. Revista Ide (São Paulo), v.31, n.146, São Paulo, Junho de 2008. Acesso em 03 de Novembro de 2019. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062008000100020>. > RANGEL, Juliana. Tijolos ecológicos : Vantagens e cuidados; 26 de Maio de 2014. Blog SustentArqui. Acesso em 30 de Outubro de 2020. Disponível em < https://sustentarqui.com.br/vantagens-dos-tijolos-ecologicos/>. > REIS, Andressa. “Abrigos comportam só 10% dos moradores de rua”; Brasília, 10 de Julho de 2019. Destak Jornal; Brasília. Acesso em 21 de Setembro de 2019. Disponível em <https://www.destakjornal.com.br/ cidades/brasilia/detalhe/abrigos-nao-tem-vagas-para-todos>. > SASSE, Cintia; OLIVEIRA, Nelson. “Invisível nas estatísticas, população de rua demanda políticas públicas integradas”; 28 de Março de 2019. Publicação na Agência Senado. Acesso em 21 de Setembro de 2019. Disponível em <https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/especial-cidadania-populacao-em-situacao-de-rua>.

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