CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ INTRODUÇÃO AO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto: Conectar, Valorizar e Readequar
Maria Gabriela Petrocelli de Oliveira Orientadora: Dr.a Vera Lúcia Blat Migliorini
RIBEIRÃO PRETO 2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ INTRODUÇÃO AO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto: Conectar, Valorizar e Readequar
Relatório Técnico de Desenvolvimento do Trabalho Final de Curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Dr.a Vera Lúcia Blat Migliorini
RIBEIRÃO PRETO 2020
i
DEDICATÓRIA
À família aos amigos, aos professores.
ii
AGRADECIMENTOS
À minha família de sangue e de consideração, por toda ajuda e apoio que me deram ao longo da vida. Aos meus amigos, que sempre me ajudaram e trocaram conhecimento comigo. À minha orientadora, por todo apoio e paciência ao longo da elaboração do meu projeto final.
iii
SUMÁRIO DEDICATÓRIA .......................................................................................................... i AGRADECIMENTOS ............................................................................................... ii Sumário...................................................................................................................... iii Lista de tabelas ........................................................................................................... v Lista de Figuras ......................................................................................................... vi 1
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8 1.1
Contexto da investigação ............................................................................ 8
1.2
Objetivos gerais .......................................................................................... 9
1.3
Objetivos específicos .................................................................................. 9
1.4
Justificativa ................................................................................................. 9
1.5
Procedimentos metodológicos .................................................................. 10
1.5.1
O problema do projeto .......................................................................... 10
1.5.2
Procedimentos metodológicos .............................................................. 10
1.6 2
Organização do caderno ........................................................................... 11 ÁREAS VERDES URBANAS ........................................................................ 13
2.1
Zoológicos ................................................................................................ 13
2.2
Sustentabilidade em projetos de espaços verdes ...................................... 15
2.3
Relação entre Ribeirão Preto e suas áreas verdes ..................................... 18 BOSQUE ZOOLÓGICO FÁBIO BARRETO – MORRO DO SÃO BENTO 23
3 3.1
Histórico da área de intervenção .............................................................. 23
3.2
Delimitação da área de intervenção .......................................................... 26
3.3
Situação atual / infraestrutura ................................................................... 27
3.4
Levantamentos .......................................................................................... 31
3.4.1
Uso do solo ........................................................................................... 34
3.4.2
Equipamentos urbanos .......................................................................... 35
3.4.3
Ligação viária com o Parque Municipal Morro do São Bento ............. 37
iv 4
REFERÊNCIAS PROJETUAIS ...................................................................... 39 4.1
Parque Ecológico Imigrantes .................................................................... 39
4.2
Biblioteca Vac .......................................................................................... 45
4.3
Conclusão sobre os projetos de referência ............................................... 50
5
DIRETRIZES................................................................................................... 51 5.1
Diretrizes Gerais – Parque Municipal Morro do São Bento..................... 51
5.2
Diretrizes Bosque Zoológico Fábio Barreto ............................................. 52
5.3
Diretrizes Recinto dos Animais ................................................................ 52
6
CONSIDERAÇÕES PARCIAIS ..................................................................... 55
7
Referências Bibliográficas ............................................................................... 56
8
APÊNDICE ...................................................................................................... 58 8.1
Apêndice A – Pesquisa online com a população sobre o Bosque Zoo Fábio
Barreto
.................................................................................................................. 58
9
ANEXO ........................................................................................................... 61 9.1
Anexo A – Plano de Manejo Parque Municipal Morro do São Bento ..... 61
v
LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tabela dos Parques Urbanos de Ribeirรฃo Preto........................................ 20 Tabela 2: Tabela de animais expostos no Bosque Zoo Fรกbio Barreto...................... 28
vi
LISTA DE FIGURAS Figura 1: Macaco enjaulado ..................................................................................... 13 Figura 2: Papagaio enjaulado ................................................................................... 14 Figura 3: Foto Aérea da Praça XV de Novembro em Ribeirão Preto. ..................... 15 Figura 4:Parque Dr. Luis Carlos Raya em Ribeirão Preto ....................................... 16 Figura 5:Vista aérea do campus da USP e da cidade de Ribeirão Preto .................. 19 Figura 6: Foto do Parque Municipal da Mapa do Jardim Palmares ......................... 21 Figura 7: Mapa dos Parques Urbanos de Ribeirão Preto .......................................... 22 Figura 8: Vista do córrego Retiro Saudoso. 1990. ................................................... 23 Figura 9:Fábio de Sá ao centro no Bosque Municipal.............................................. 24 Figura 10:Vista de rua interna asfaltada no .............................................................. 24 Figura 11:Aquário do Bosque Municipal.1962. ....................................................... 24 Figura 12: Vista superior de Ribeirão Preto. 2020. .................................................. 25 Figura 15: Mapa Parque Municipal Morro do São Bento e entorno. ....................... 26 Figura 13: Mapa Ilustrativo do Bosque Zoo Fábio Barreto ..................................... 27 Figura 14: Mapa Ilustrativo do Parque Municipal Morro do São Bento .................. 30 Figura 16: Mapa da cidade de Ribeirão Preto. ......................................................... 33 Figura 17: Mapa das Atividades Predominantes no entorno do Bosque | S/escala .. 34 Figura 18: Mapa de Equipamentos Urbanos no entorno do Bosque | S/escala ........ 36 Figura 19: Mapa de Viário do entorno do Bosque. .................................................. 37 Figura 20 – Imagem 3D do Parque Ecológico Imigrantes ....................................... 39 Figura 21: Foto da Passarela e Bondinho do Parque Ecológico Imigrantes. ............ 40 Figura 22: Implantação Esquemática do Parque Ecológico Imigrantes ................... 41 Figura 23: Mapa Ilustrado do PEI. ........................................................................... 42 Figura 24: Foto aérea do Parque Ecológico Imigrantes. .......................................... 43 Figura 25: Corte esquemático das Células do PEI. .................................................. 43 Figura 26: Imagem 3D da Entrada do PEI. .............................................................. 43 Figura 27: Imagem 3D do PEI. ................................................................................. 44 Figura 28: Imagem 3D do PEI. ................................................................................. 44 Figura 29: Imagem 3D da escadaria e bondinho do PEI .......................................... 44 Figura 30: Vista de cima PEI.................................................................................... 44 Figura 31: Foto da Passarela PEI.............................................................................. 44 Figura 32: Vista de Frente da Biblioteca-VAC ........................................................ 45
vii Figura 33: Foto Biblioteca-VAC .............................................................................. 45 Figura 34: Croqui da Biblioteca-VAC ..................................................................... 46 Figura 29: Imagem 3D da escadaria e bondinho do PEI .......................................... 47 Figura 30: Vista de cima PEI.................................................................................... 47 Figura 31: Foto da Passarela PEI.............................................................................. 47 Figura 38: Implantação esquemática da Biblioteca-VAC ........................................ 48 Figura 39: Cortes esquemáticos da Biblioteca-VAC................................................ 48 Figura 40: Diagrama da Biblioteca-VAC. ................................................................ 49 Figura 41: Imagem Ilustrada Parque Municipal Morro do São Bento ..................... 51 Figura 42: Imagem Ilustrada Parque Municipal Morro do São Bento ..................... 52 Figura 43: Imagem Ilustrada do Parque Municipal Morro do São Bento ................ 53 Figura 44: Diagrama das Diretrizes .......................................................................... 54
8
1 1.1
INTRODUÇÃO
Contexto da investigação
Um dos debates da atualidade é o aprisionamento dos animais em zoológicos e das relações que esse equipamento, que existe há anos, estabelece entre o humano e o animal. Segundo Vinícius Cordeiro, ex-Secretário de Proteção Animal do Rio de Janeiro, “o confinamento de animais em recintos fechados, prejudica a saúde e o bem-estar deles, além de causar estresse” (Cordeiro, 2018). Há quem diga que zoológicos não são equipamentos ruins, pois a exposição desses animais permite a educação ambiental, o que na realidade não acontece. Na maioria das vezes, os animais estão em um ambiente pequeno, mal cuidado e, na verdade, tal situação contribui para ensinar às pessoas que o aprisionamento é correto. Sendo assim, o presente trabalho traz uma discussão e posteriormente uma sugestão de projeto que trará à área escolhida uma readequação de seu uso, partindo dessa ideia principal de que zoológicos estão ultrapassados, dando uma nova qualidade ao objeto de estudo, inserindo nele a sustentabilidade, acessibilidade, questões educacionais e sociais. “Readequação é o conjunto de modificações que visa a adaptação do edifício/equipamento aos níveis contemporâneos de exigência, em relação a desempenho energético, material, lumínico, térmico, conforto ambiental e social; preservando as características relativas ao seu valor histórico e cultural; sendo que o uso, em sua essência, é mantido o mesmo.” (MILLANI OBA, 2014, p. 53)
O tema do projeto consiste na readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto, localizado no meio urbano de Ribeirão Preto. A área escolhida para o projeto apresenta características singulares, em seus 250 mil metros quadrados, dentre elas o fato de o lugar abrigar vegetação da Mata Atlântica, contando com mais de 71 espécies e 60 gêneros, distribuídos em 35 famílias botânicas. O Bosque, atualmente, recebe cerca de 300 mil visitantes ao ano, o que é um número considerável, perante as atuais precárias condições em que se encontra. O espaço destinado ao zoológico recebe 830 animais de 156 espécies sob seus cuidados, o que é um grande atrativo para as pessoas que o frequentam, normalmente casais com seus filhos. A proposta de readequação do Bosque Zoo Fabio Barreto pretende mostrar para as pessoas que o aprisionamento dos animais para exposição é apenas válido quando há um
9 projeto de educação ambiental envolvido e quando existe um enriquecimento ambiental no lugar onde o animal está, ou seja, quando tornam o ambiente característico de onde o animal veio; e mostrar a importância que é ter em um meio urbano parte da Mata Atlântica, algo que todos deveriam ter consciência do seu valor para a cidade. 1.2
Objetivos gerais
O objetivo geral deste Trabalho Final de Graduação é elaborar um projeto de readequação do Bosque Zoo Fabio Barreto, através da retirada de todos os animais que vivem no espaço, que deverão ser conduzidos um santuário, transformando o Bosque em um Parque Ecológico Urbano, cujo sentido será trazer às pessoas uma consciência e mudança de atitudes sobre a preservação do meio ambiente e o bem estar animal. 1.3
Objetivos específicos
Neste contexto, podem ser elencados os seguintes objetivos específicos: •
Considerar os resultados das pesquisas realizadas com usuários do Bosque;
•
Trazer um novo uso ao bosque, voltado somente ao lazer e a natureza;
•
Garantir condições para a adequada circulação e permanência de todos os tipos de usuários, incluindo os que apresentem qualquer tipo de limitação física ou sensorial;
•
Tornar o bosque um local focado na educação ambiental, não somente para jovens estudantes, mas para os adultos também;
•
Desenvolver projeto paisagístico para as áreas que sofrerão intervenção (antes destinadas aos animais);
1.4
Justificativa
O Bosque abriga vegetação da Mata Atlântica, além de ser uma APA (Área de Preservação Ambiental) que tem como objetivo proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Neste sentido, é importante que as pessoas estejam cientes da importância de nossa cidade manter, em um parque, parte da Mata Atlântica, o que é de extrema necessidade, e deve ser reconhecido e apreciado por elas, além de sempre representar um marco para a cidade de Ribeirão Preto. Mostrar as pessoas a importância da preservação da fauna e flora é necessário, mesmo com a retirada dos animais do Bosque, eles estarão
10 sendo preservados em um lugar mais benéfico a eles e assim as pessoas tomarão consciência sobre o valor do meio ambiente natural dentro de uma cidade. 1.5
Procedimentos metodológicos 1.5.1 O problema do projeto
Para a realização deste trabalho, o tema – Readequação do Bosque Zoo Fabio Barreto – foi escolhido em virtude da situação atual do local. O Bosque é o único zoológico de Ribeirão Preto e não se encontra em boas condições. O local não apresenta condições ideiais de manutenção ideal e os animais não contam com uma estrutura física suficiente e adequada. Portanto, faz-se necessário que os animais sejam retirados de lá e encaminhados para santuários, que trarão uma melhor qualidade de vida aos mesmos. Para as pessoas que frequentam o zoológico, partindo de que a maioria delas não têm consciência da situação dos animais, a retirada dos animais será uma maneira de fazer com que as pessoas tenham uma percepção e consciência de que não é correto que eles sejam aprisionados de forma indevida, e que para você se sentir próximo à natureza não são necessários grades e muros separando você dos animais. Isso não nos mostra a realidade do mundo animal, muito pelo contrário. Além da situação voltada às condições que os animais vivem, temos o trecho que é remanescente da Mata Atlântica, um dos poucos que ainda restam no interior de São Paulo, e um dos raros em áreas urbanas, mas que não é usado para valorizar a cidade em si e que é uma informação pouco conhecida pela população, o que nos mostra uma falta de incentivo aos cuidados dessa remanescente. 1.5.2 Procedimentos metodológicos O projeto urbanístico e paisagístico realizado nesse trabalho foi fundamentado por três tipos de pesquisa, que permitiram identificar todas as condicionantes necessárias ao bom desenvolvimento do projeto. 1.5.2.1 Pesquisa teórica A pesquisa documental refere-se a pesquisas obtidas por meio de leituras de (artigos, teses, dissertações, livros, etc) com o intuito de fundamentar o conteúdo do tema escolhido “Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto”.
11 O conteúdo discutido foi Zoológicos, Relação de Ribeirão Preto com as Áreas Verdes e a Sustentabilidade em Projetos de Espaços Verdes, todos esses fundamentados em artigos, sites e livros. 1.5.2.2 Pesquisa documental Nessa etapa do projeto se apontam os conceitos a serem desenvolvidos na pesquisa, sendo assim, se faz necessário o entendimento das ideias a serem implantadas nas etapas seguintes. Para esse entendimento são tratados alguns assuntos específicos: •
Referencias Projetuais – Parque Ecológico Imigrantes e Biblioteca-VAC.
•
Bosque Zoo Fábio Barreto – Levantamentos, histórico e diretrizes. 1.5.2.3 Pesquisa de campo
Pesquisas de campo no Bosque Zoo Fábio Barreto, localizado na Rua da Liberdade Campos Elísios, Ribeirão Preto - SP, por meio de levantamento fotográfico, do mobiliário existente, iluminação, condições dos passeios, entre outros que, junto às pesquisas bibliográficas e documentais - a coleta de dados, utilizando informações do Plano de Manejo já citado, permitirão reunir as informações necessárias ao correto desenvolvimento da proposta projetual. Entre tais levantamentos, destacam-se: •
Cartografia sonora e olfativa no Bosque para identificar os diferentes tipos de sons e cheiros que o ambiente possui.
•
Questionário elaborado no Google Forms, incorporando a metodologia da Percepção Ambiental (LYNCH, 1999), a ser aplicado presencialmente nos usuários do Bosque.
•
Mapas Comportamentais onde serão registradas as atividades desenvolvidas nos espaços do Bosque Zoo Fábio Barreto.
Tais pesquisas demandam visitas ao local, portanto serão feitas após o período de Quarentena, ainda que seja durante o período de férias. Para uma análise superficial do Bosque, foram elaboradas perguntas no Google Forms, questionando virtualmente as pessoas sobre a atual condição em que se encontra o Bosque Zoo Fábio Barreto 1.6
Organização do caderno
O caderno será dividido em nove capítulos, sendo que a estrutura do trabalho se dá no capítulo 2, Área Verdes Urbanas, o qual é dividido em três subcapítulos que são
12 fundamentações teóricas para um bom embasamento do projeto todo. Após a fundamentação é apresentado a Área de Intervenção, que está dentro do Parque Municipal Morro do São Bento, o Bosque Zoo Fábio Barreto. Nesse capítulo há um breve histórico sobre a área, sua situação atual e levantamentos do entorno. As referências projetuais vem após o capítulo três, a escolha de colocar esse capítulo após a apresentação da área se deu pelo fato de fazer uma ligação direta com as diretrizes do projeto, já que foi feita uma análise dos Projetos de Referencia, entendendo quais aspectos melhor se encaixariam nas diretrizes. O capítulo 5 são as diretrizes do projeto, explicando e mostrando como será feita a readequação do Bosque, vindo finalmente as Considerações Parciais, em que é exposto tudo o que já foi feito e o que será feito futuramente no trabalho.
13
2 2.1
ÁREAS VERDES URBANAS
Zoológicos
Segundo o dicionário da língua portuguesa, zoológico significa “que diz respeito a zoologia; lugar onde vivem animais expostos à visitação pública”. A percepção de animais como uma “coisa” ou um “objeto” não é recente na história da humanidade, sendo trazido esse conceito desde o período pré-histórico, mais especificamente no Egito. Foi lá que surgiu o primeiro zoológico conhecido na história, onde, de forma diferente do seu significado, os animais não ficavam em exibição para o público, e sim constituíam uma coleção particular para o Faraó e a elite egípcia para eles os acompanharem se caçando e para que o próprio faraó caçasse os animais que lá estavam, ou seja, os animais significavam poder. (Greif, 2017). Foi na segunda metade do século XIX que apareceram inúmeros dos grandes zoológicos que já tinham um formato parecido com os de atualmente, animais expostos para entreter o público. Esse surgimento estava diretamente relacionado à acumulação de capital do desenvolvimento industrial.
Figura 1: Macaco enjaulado Fonte: Foto de James Rajaste disponível em unsplash.com
Atualmente, os zoológicos não são autorizados a capturarem animais no habitat natural para serem exibidos. Apenas animais apreendidos pelo governo, de traficantes ilegais ou circos e aqueles nascidos em cativeiro e trocados entre diferentes instituições
14 podem ser exibidos. Em casos extremamente excepcionais, dentro de programas especiais de recuperação de espécies ameaçadas de extinção, essa captura pode ser necessária. (Barbosa Barreto, Parisotto Guimarães, & Sobral Oliveira, 2009) O zoológico é um local propício para a realização de atividades de educação ambiental, desde que o lugar forneça instrutores para tais informações educacionais e que o zoológico em si seja um ambiente propício para os animais, respeitando seu enriquecimento ambiental1. Uma reportagem do Jornal O Globo de 2011, avaliou que, dos 111 zoológicos e aquários existentes em o território brasileiro, apenas 44 seguem a legislação do Ibama, sendo que os demais negociavam prazos para adequar-se às exigências. Atualmente não foi identificado dados que informem se esses 44 zoológicos foram readequados as exigências ou se a quantidade total continua a mesma.
Figura 2: Papagaio enjaulado Fonte: Foto de Paolo Candelo disponível em unsplash.com
O bosque Zoo Fábio Barreto, objeto de intervenção, está entre esses zoológicos que não possuem uma estrutura adequada aos animais, e com isso as atividades educacionais se tornam irrelevantes, ao mostrar aos frequentadores condições mínimas para os animais. Com isso se faz necessária a retirada dos animais desses locais que não possuem
1
Enriquecimento Ambiental: consiste em inserir estímulos dentro dos recintos dos animais para que eles tenham a oportunidade de exibir comportamentos mais próximos do natural.
15 condições, além de que a Lei não ajuda na fiscalização dos zoológicos, já que o IBAMA2 transferiu a responsabilidade de fiscalização para os governos estaduais, sendo assim de difícil controle para cada estado julgar a condição de cada zoológico. Assim, a partir do panorama trazido acima sobre a figura dos zoológicos na contemporaneidade é importante reconhecermos a urgência de (re) pensarmos esses lugares com foco na vida e experiência dos animais. Para tanto, neste mesmo sentido, fazse necessário reconhecermos também na presente monografia a importância da sustentabilidade em projetos dos espaços verdes urbanas como importantes alicerces para vida humana e animal harmônica. 2.2
Sustentabilidade em projetos de espaços verdes
Atualmente, a sustentabilidade é o ponto central nos debates sobre o futuro das cidades, e apesar de ser uma palavra muito falada nos dias de hoje, a Sustentabilidade foi definida na década de 80, em uma comissão criada pela ONU que tinha como objetivo avaliar a questão ambiental em nível mundial. Foi nessa comissão que foi criado o Relatório Brundtland - “Nosso Futuro Comum” que traz o conceito de desenvolvimento sustentável como: “...desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.” (Brundtland et al, 1987, Capítulo 2).
Figura 3: Foto Aérea da Praça XV de Novembro em Ribeirão Preto. Fonte: https://nacoesunidas.org/declaracao-de-sao-paulo-um-chamado-para-a-sustentabilidadeurbana/#:~:text=Declara%C3%A7%C3%A3o%20de%20S%C3%A3o%20Paulo%3A%20cidades,principais%20fator es%20da%20transforma%C3%A7%C3%A3o%20econ%C3%B4mica. Acessado em 09/06/2020.
2
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
16 Nessa análise, as ações sustentáveis serão separadas entre intraurbana e intraparque. A primeira é usada como política pública para atingir os índices de áreas verdes, espaços livres públicos, áreas impermeáveis, entre outros. A segunda seria a materialidade e tecnologias sustentáveis utilizadas na construção dessas políticas públicas. Essas ações intraurbanas muitas vezes contribuem para o mercado imobiliário, ou seja, o parque que é inserido em um bairro novo, tende a trazer maiores investidores, mostrando que o interesse da construção dos parques não é a sustentabilidade, e sim o capitalismo. Nesse contexto, os parques se tornaram um meio para conseguir a valorização da terra, gerando um afastamento da população mais pobre e uma aproximação dos mais ricos, que chegam a essas áreas tanto para investir quanto para residir. (Silvestre Gomes, Cidades sustentáveis e parques: reflexões teórico-conceituais, 2019). Vende-se satisfação, geram-se desigualdades (de Jesus Santos, Rodrigues, & Campos, 2018, p. 2) A valorização imobiliária é um aspecto fundamental de análise por impulsionar projetos de parques em variadas partes do mundo, entendendo quais práticas construtivas, de manutenção e gestão têm sido utilizadas de modo que caracterizem os parques como espaços ditos “sustentáveis” no conjunto espacial urbano. (Silvestre Gomes, Cidades sustentáveis e parques: reflexões teórico-conceituais, 2019, p. 6).
Figura 4:Parque Dr. Luis Carlos Raya em Ribeirão Preto Fonte: https://mundozumm.com.br/carnaval-a-ceu-aberto-em-ribeirao-preto/
17 Baseado em Marques (2009, apud SILVESTRE GOMES, 2019, p.10), destacam como princípios fundamentais para a sustentabilidade em espaços verdes urbanos: •
Uma adequação do traçado às características locais e ao tipo de uso previsto;
•
A consideração sobre o nível e tipo de infraestruturação, adotando soluções de engenharia natural para problemas da engenharia comum;
•
O exercício de práticas de reciclagem e manutenção sustentável (nomeadamente, no que diz respeito à recolha, armazenamento e reutilização de águas não potáveis ou ao estabelecimento de práticas de compostagem);
•
A valorização da construção sustentável, tomando em consideração a origem dos materiais, os processos de fabrico e sobretudo, os seus ciclos de vida;
•
A utilização preferencial de materiais ambientalmente mais saudáveis (não tóxicos ou poluentes) eliminando o uso de produtos químicos de síntese;
•
O uso de matéria-prima, materiais, produtos e mão-de-obra locais ou regionais;
•
A prioridade ao uso de recursos e energias renováveis;
•
O reaproveitamento de materiais e estruturas pré-existentes e um olhar crítico sobre o designado “consumo verde”;
•
O uso de plantas nativas, naturalizadas, ou exóticas não invasoras, e de esquemas de plantação que promovam a sucessão ecológica, a biodiversidade e a redução de custos de manutenção (em particular mão-de-obra e água, no nosso clima);
•
A criação de sistemas permeáveis e a reutilização de águas de escorrimento superficial;
•
A recuperação de sistemas naturais, nomeadamente ribeiras, sapais, lagoas, entre outras., e das suas funções ecológicas;
•
A recuperação, estimulação ou criação de habitats para a vida selvagem.
Independentemente do tipo de área verde inserida na cidade, todas devem atender às necessidades da população, sejam elas ambientais ou sociais; sendo todas as ações sustentáveis. (Quintão de Azevedo, 2012). No geral, os modelos ecológicos serão componentes cruciais na cidade sustentável, não somente para potencializar a redução dos impactos ambientais da vida urbana, mas também uma potencial forma de comunicar novas concepções culturais entre o relacionamento homem x natureza. Se modelado para encorpar clareza, notar diferenças, e repetição adequada, se implementada em parceria com esforços da educação ambiental (o qual paisagens formam partes cruciais) e se criado para ser significativo e interpretável para as
18 comunidades locais, paisagens urbanas ecologicamente modeladas podem criar uma base produtiva cultural e educacional em que a sustentabilidade pode sair da raiz e ser espalhada para a vizinhança, comunidades e gerações futuras.3 (Eisenstein, 2001)
Deste modo, a partir das reflexões construídas sobre a importância dos espaços verdes urbanos como componentes cruciais para a cidade sustentável, apresentaremos a partir de agora um panorama sobre as relações identificadas entre o modelo de desenvolvimento urbano ribeirão-preto (município ao qual o presente projeto está inserido) e sua relação com espaços verdes. 2.3
Relação entre Ribeirão Preto e suas áreas verdes
Desde a origem da humanidade há uma constante busca pela conexão da natureza com os seres humanos, mas com o passar dos anos essa ligação foi ficando cada vez mais distante. Hoje, após termos quase esgotado toda fonte de natureza existente no mundo, somos obrigados a estudar sobre a importância das áreas verdes e a preservação dos recursos naturais, já que se não existir essa consciência, logo todos os recursos se esgotarão. As áreas verdes estão relacionadas com a qualidade de vida e exercem funções ecológicas, estéticas e psicológicas na vida dos habitantes das cidades. De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público "o espaço livro público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização".
3 Traduzido pela Autora - “Overall, ecological design will be a crucial component of the sustainable city, not only because of its potential to reduce the ecological impacts of urban life, but also because of its potential to communicate new cultural conceptions of the human relationship to nature. If designed to embody clarity, noticeable differences, and adequate redundancy, if implemented in partnership with ecological education efforts (of which landscapes form a crucial part), and if created to be meaningful and interpretable to local communities, ecologically designed urban landscapes can create a fertile piece of cultural and educational ground in which sustainability can take root and spread to neighboring communities and to generations beyond.” (Eisenstein, 2001)
19
Figura 5:Vista aérea do campus da USP e da cidade de Ribeirão Preto Fonte: Foto de Silvio Tucci Tucci Jr.
Em um estudo feito para o CADASTRO MUNICIPAL DE ESPAÇOS LIVRES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO, foi constatado que há 189 praças públicas4 somando 1.273.267,67 m² que correspondem a 12,95% da área de espaços livres públicos da cidade. Os parques urbanos5 em Ribeirão Preto somam 1.769.232,81 m², que correspondem a 18% da área de espaços livres públicos da cidade. (Barbosa Barreto, Parisotto Guimarães, & Sobral Oliveira, 2009). Ribeirão Preto possui uma desigualdade na malha espacial urbana, mostrando que os bairros ocupados pela população de baixa renda, são, em geral, carentes de área verde pública (AVP) e quando há esses espaços, possuem uma infraestrutura e vegetação precárias. Os bairros em que o poder aquisitivo é maior, é de se notar uma maior quantidade de AVP junto com uma infraestrutura e vegetação de melhor qualidade. (Silvestre
Gomes,
PARQUES
URBANOS
DE
RIBEIRÃO
PRETO-SP:NA
PRODUÇÃO DO ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009).
4
Praça Pública: espaço livre urbano público destinado ao lazer ativo, contemplativo e ao convívio social, podendo ou não ser dotada de vegetação. 5 Parque urbano: espaço livre urbano público com dimensão quase sempre superior à de praças e jardins públicos, destinado ao lazer ativo e contemplativo, à conservação dos recursos naturais e à promoção da melhoria das condições ambientais da cidade
20
Tabela 1: Tabela dos Parques Urbanos de Ribeirão Preto
RIBEIRÃO PRETO: PARQUES URBANOS Nome
Localização
Área (m²)
Condição
1
Parque Augusto Ruschi
Zona Norte - N10
66.682,49
Não implantado
2
Parque Tom Jobim
Zona Norte - N6
63.448,54
Implantado
3
Parque Ecológico Orestes Lopes de Camargo Parque Linear Ulisses Guimarães Parque José Maria Morgade Miranda Parque Municipal Morro de São Bento Parque Ecológico Ribeirão Verde Parque Municipal da Mata do Jardim Palmares Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali Parque Linear Sérgio Motta
Zona Norte - N6
19.922,76
Não implantado
Zona Norte - N1/8
275.250,50
Implantado
Zona Norte - N1
54.948,00
Não implantado
Zona Norte - N1
250.880,00
Implantado
Zona Leste - N9
105.055,65
Semi-implantado
Zona Leste - N7
90.673,01
Não implantado
Zona Leste - N3
138.700,25
Implantado
Zona Leste - N3/6 e Zona Sul - S3 Zona Oeste - O2
179.468,00
Semi-implantado
12.485,25
Implantado
Zona Oeste - O2
196.522,31
Implantado
Zona Oeste - O7
12.322,00
Não implantado
Zona Oeste - O7
182.986,17
Semi-implantado
15
Parque Ecológico Cláudio Franco Lima Parque Ecológico e Botânico Ângelo Rinaldi Roberto de Melo Genaro
Zona Sul - S1
11.722,00
Não implantado
16
Parque Dr. Luís Carlos Raya
Zona Sul - S7
39.560,29
Implantado
17
Zona Sul - S5
68.605,59
Implantado
18
Parque Dr. Fernando de Freitas Monteiro da Silva Parque Roberto Francói
Zona Sul – S7
14.000,00
Implantado
19
Parque Olhos D’Água
Zona Sul – S9
148.800,00
Implantado
20
Parque Dr. Rubem Cione
Zona Oeste - O12
256.000,00
Não-implantado
4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Parque Francisco Prestes Maia Parque Maurílio Biagi
Fonte: (Silvestre Gomes, PARQUES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO-SP:NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009, p. 57) Atualizada pela Autora - 2020.6
Na análise feita sobre os Parques Urbanos de Ribeirão, é notado que aproximadamente 10 parques, possuem apenas a classificação de Parques pois não contam com a infraestrutura necessário ao seu uso, como é o caso do Parque Municipal
6
Implantado: área em constante manutenção com paisagismo infraestrutura adequada; Semi-implantado: área que já recebeu e que mantém algum tratamento paisagístico, alguma infra-estrutura ou ainda, algum equipamento de lazer. Não implantado: área que não recebeu nenhuma intervenção do Poder Público ou de iniciativa da comunidade.
21 da Mata do Jardim Palmares (número 8 na tabela e mapa e figura 6). Alguns parques colocados como “semi-implantado" pela Prefeitura não possuem nem uma condição mínima para uso. (Silvestre Gomes, PARQUES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETOSP:NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009)
Figura 6: Foto do Parque Municipal da Mapa do Jardim Palmares Fonte: Google Earth acessado dia 11/06/2020.
Muitos parques se localizam em áreas e sob condições questionáveis de implantação. Diante dos discursos do poder público e dos grupos imobiliários, que ressaltam as vantagens dos parques para toda a cidade, constata-se que os espaços mais bem equipados estão localizados em áreas de crescente valorização imobiliária, geralmente pouco acessíveis às camadas de baixa renda. No eixo Sul-sudeste, para onde se tem dirigido a expansão urbana nos últimos anos, e que corresponde à área de maior valorização fundiária, é onde foram criados e implantados pelo poder público o Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali, no ano 2000, e o Parque Dr. Luís Carlos Raya, em 2004, objetos de análise deste estudo. (Silvestre Gomes, PARQUES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO-SP:NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009)
Dos 20 parques apresentados, apenas 30% possuem uma constante manutenção da Prefeitura ou iniciativa privada, e grande maioria deles é em bairros classe média alta de Ribeirão Preto.
22
Figura 7: Mapa dos Parques Urbanos de Ribeirão Preto Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto – Modificada pela Autora 2020
O objeto de intervenção, Bosque Zoo Fábio Barreto, se encontra também na Tabela 1 e no mapa da Figura 25, que faz parte do Parque Municipal Morro do São Bento, o qual abriga parte da Mata Atlântica, tornando sua área uma Área de Preservação Ambiental7. Com tudo que o mundo vem passando, faz-se necessário o estudo da importância ambiental urbana dos parques e como elas impactam positivamente a qualidade de vida das pessoas. Essas áreas verdes funcionam muito além de um refúgio da cidade de pedra; funcionam, assim como os zoológicos, como uma forma de educação ambiental para as pessoas, impondo respeito a natureza, a partir do momento que ela é bem cuidada.
7
Área de Preservação Ambiental (APA): extensa área natural destinada a proteção e conservação de atributos bióticos (fauna e flora), estéticos ou culturais ali existentes, importantes para a qualidade de vida da população local e para a proteção dos ecossistemas regionais
23
3
BOSQUE ZOOLÓGICO FÁBIO BARRETO – MORRO DO SÃO BENTO O Bosque Zoo Fábio Barreto é um parque zoológico que está dentro do Parque
Municipal Morro do São Bento, localizado próximo ao centro de Ribeirão Preto, o qual abriga um complexo esportivo e cultural. 3.1
Histórico da área de intervenção
Antigamente, o Morro do São Bento era chamado de Morro do Cipó, onde existia um trecho de floresta nativa, e ficava em uma chácara de propriedade de Olympio Rodrigues Antunes. Segundo a escritura da chácara, ela possuía uma área de 360.413 metros quadrados. No final do século 19, o Morro do Cipó era usado para eventos, proporcionando o lazer da população. Nessas festas, que aconteciam perto da esquina das ruas Camilo de Mattos e Tamandaré, as ruas eram enfeitadas com bandeirola, barracas eram colocadas e foi organizada, em 1887, a primeira Banda de Música da cidade. Em 4 de março de 1899, o coronel e vereador Francisco Schmidt apresentou à Câmara Municipal, como iniciativa para preservação da mata, um pedido para que a Chácara Olympia fosse adquirida pela Prefeitura, mas somente em 10 de agosto de 1907 Maria Eugenia Ramos Antunes, viúva de Olympio Rodrigues Antunes, vendeu o terreno ao município. Posteriormente, um restaurante, um campo para demonstração de máquinas agrícolas e o estande Tiro de Guerra foram implantados na chácara, inaugurando um novo período de modificações no Morro do Cipó.
Figura 8: Vista do córrego Retiro Saudoso. 1990. Fonte: João Passig.
24 Entre 1910 e 1920, a Chácara Olympia foi arrendada, com exceção da área do Bosque. Este arrendamento foi importante por impedir o desmembramento da chácara, como pretendia a Câmara Municipal que, em 1911, apresentou projeto de lei que autorizava a abertura de ruas e a divisão do terreno para venda. (Gigantes do Bosque: Árvores do Parque Municipal do Morro de São Bento, 2018, p. 19) Em 1936, o Dr. Fábio de Sá Barreto é eleito Prefeito Municipal e passa todo seu mandato (1936-1944) criando condições para tornar a Chácara Olympia um local destinado à preservação da flora e da fauna nacional. Após a implantação do Bosque (1937) conseguiu junto a instituições e chefes de Estado doações de plantas e animais. Em 1942, inaugurou o Parque Botânico, o Jardim Zoológico, Museu Zoológico e Mineralógico e um bar e restaurante. Nesta época, o estande de tiro foi transferido para a cava da pedreira, a Cava do Bosque. Em 1944, foi inaugurado o Aquário e realizadas as obras de reforma do Orquidário. A paisagem urbana se altera rapidamente e, desde o início do século XX, as áreas de vegetação tornam-se cada vez mais escassas. A aquisição da Chácara Olympia pela Prefeitura e a conservação da mata do Morro do Cipó foram decisivas para preservar uma área de vegetação nativa no centro de uma cidade que passava por rápida expansão urbana. José de Magalhães sucedeu a Fábio Barreto na Prefeitura, dando continuidade ao trabalho iniciado no Bosque.
Figura 9:Fábio de Sá ao centro no Bosque Municipal Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.
Figura 10:Vista de rua interna asfaltada no Bosque Municipal. 1956. Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto
Figura 11:Aquário do Bosque Municipal.1962. Fonte: Miyasaka.
25 Em 22 de novembro de 1948, por meio da Lei nº 61, o Bosque Municipal passou a denominar-se Bosque Fábio Barreto, homenageando a pessoa responsável pela criação desse espaço, que veio a falecer em dezembro desse mesmo ano. No final do mandato de José Magalhães e início da administração do Tenente Coronel Alfredo Condeixa Filho, o Bosque passa por reformas. O restaurante do Bosque é ampliado, as ruas internas são asfaltadas, é construído o portão da rua Liberdade (principal acesso ao Bosque) junto com uma fonte próxima ao portão, e são instalados o Parque Infantil Amélia Junqueira, o prédio da administração do Bosque, a Escola Municipal de Belas Artes, e novos recintos para as aves e felinos, entre outras. Em 1969, foi inaugurado o Jardim Japonês no Bosque Municipal, contendo apenas um lago, mas que foi ampliado em 1990, agora contendo dois lagos, uma ponte e uma casa de chá. Entre 1969 e 1970 é aberta a Trilha do Jequitibá, que era a princípio utilizada para atividades de lazer, mas posteriormente passou a ser destinada apenas para fins de educação ambiental. Em 1995, toda a área formada pelo Bosque Zoo Fábio Barreto, complexo esportivo, e o Complexo Cultural, ou seja, parte da área da primitiva Chácara Olympia, foi transformada no Parque Municipal do Morro de São Bento, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, que segundo o MMA8: “a proteção da natureza é o principal objetivo dessas unidades, sendo permitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou danos aos recursos naturais”. (Gigantes do Bosque: Árvores do Parque Municipal do Morro de São Bento, 2018, p. 33)
Figura 12: Vista superior de Ribeirão Preto. 2020. Fonte: José Francisco Pimenta
Em 2015, o Bosque passou por várias reformas, uma delas foi o novo Aquário, tornando essas novas estruturas polos atrativos de visitação. Em 2016, foi instalado o Centro de Apoio a Animais Silvestres Vitimados; o Bosque Zoológico recebe cerca de
8
Ministério do Meio Ambiente
26 600 a 800 animais vítimas de atropelamentos, queimadas, ferimentos diversos, entre outros. (Plano de Manejo Parque Municipal Morro do São Bento, 2019, p. 17) 3.2
Delimitação da área de intervenção
O objeto de intervenção fica dentro do Parque Municipal Morro do São Bento, que é localizado no Campos Elíseos, bairro de classe média de Ribeirão Preto. O objeto é o Bosque Zoológico Fábio Barreto, e a intervenção ocorrerá apenas no espaço onde os animais são mantidos atualmente, os chamados Recintos.
Figura 13: Mapa Parque Municipal Morro do São Bento e entorno. Fonte: Google Earth - modificado pela autora 2020.
Área de intervenção Parque Municipal Morro do São bento O Parque Municipal Morro do São Bento é de extrema importância, já que abriga parte da Mata Atlântica, sendo ela uma Área de Preservação Ambiental. Ele ocupa uma área de aproximadamente 250 mil metros quadrados, que é composto pelo Bosque Zoológico, Complexo Esportivo (Cava do Bosque) e o Complexo Cultura. A área a ser intervinda é o Bosque Zoológico Fábio Barreto, que possui 89 mil metros quadrados de área verde, recinto dos animais, áreas administrativas, saúde (hospital veterinário), alimentação e lazer.
27 O Bosque Zoo tem características próprias naturais, sendo constituído pelo único remanescente de vegetação natural ainda presente na área urbana de Ribeirão Preto, resguardada em grande parte devido à topografia acidentada que dificultou sua ocupação. Entretanto o homem humanizou grandes extensões desse lugar. (Parra, 2013) 3.3
Situação atual / infraestrutura
Atualmente, o Parque Municipal Morro do São Bento (PMMSB) abriga uma área de 250 mil metros quadrados, sendo 72.000 metros quadrados de mata natural, estando a maior parte dela inserida nas dependências do Bosque e Zoológico Fábio Barreto. Essa vegetação natural é do tipo Floresta Mesófila Semidecídua. Em 2018, a equipe do setor de flora do PMMSB (Olga Kotchetkoff Henriques e os estagiários Henrico Antico e Caue Ankh) realizou o levantamento florístico na área do Bosque e Zoológico Fábio Barreto e foram registradas 159 espécies de árvores e arbustos lenhosos, tanto nas matas como no restante da área.
Figura 14: Mapa Ilustrativo do Bosque Zoo Fábio Barreto Fonte: Gigantes do Bosque modificado pela autora 2020.
28 Segundo a análise feita por Matias Júnior (2019), o bosque tem em exposição cerca de 251 animais. A tabela 2 apresenta os animais que hoje estão em cativeiro e que, segundo as diretrizes deste TFG, deverão ser retirados do Bosque: Tabela 2: Tabela de animais expostos no Bosque Zoo Fábio Barreto
Espécies
Nome Científico
Quantidade
Anta
Tapirus terrestris
1
Arara Azul Grande
Anodorhynchus hyacinthinus
1
Arara Canindé
Ara ararauna
10
Arará Vermelha
Ara chloropterus
2
Araracanga
Ara macao
3
Ararajuba
Guaruba guarouba
4
Avestruz
Struthio camelus
2
Cachorro do Mato
Carnivora
2
Caiçara
Bothrops Caicara
2
Capivara
Hydrochoerus hydrochaeris
5
Caracará
Caracara plancus
2
Cascavel
Crotalus Durissus
2
Cisne Branco
Cygnus olor
7
Cisne Negro
Cygnus atratus
3
Coruja Buraqueira
Athene cunicularia
8
Coruja Orelhuda
Pseudoscops clamator
1
Coruja Suindara
Tytonidae
1
Corujinha de Orelha
Megascops choliba
4
Dragão Barbado Elefante Asiatico
Pogona Vitticeps Elephas maximus
3 1
Ema
Rhea americana
3
Gavião Carijó
Rupornis magnirostris
4
Gavião Carrapateiro
Milvago chimachima
3
Gralha do Campo
Cyanocorax cristatellus
1
Gralha do Mato
Cyanocorax chrysops
2
Iguana
Iguana
5
Irara
Eira barbara
1
Irere
Dendrocygna viduata
5
Jabuti Tinga
Chelonoidis denticulata
23
Jacaré Coroa
Paleosuchus trigonatus
2
Jacaré do Pantanal
Caiman yacare
3
Jacaré Tinga
Caiman crocodilus
1
Jacupemba
Penelope superciliaris
2
Jacurutu
Bubo virginianus
3
Jaguatirica
Leopardus pardalis
1
Jandaia Mineira Jandaia Verdadeira
Aratinga auricapillus Aratinga jandaya
2 2
Jararaca
Bothrops Jararaca
1
29 Jiboia Amazonica
Boa Constrictor
1
Leão
Panthera leo
2
Leoa
Panthera leo
1
Lhama
Lama glama
3
Macaco Aranha de Cara Vermelha Macaco Prego
Ateles paniscus
2
Sapajus
2
Mandril
Mandrillus sphinx
1
Mão Pelada
Procyon cancrivorus
2
Maracana de Cara Amarela
Orthopsittaca manilata
4
Maritaca
Pionus
10
Marreca Cabocla
Dendrocygna autumnalis
2
Mico de Cheiro
Saimiri vanzolinii
2
Mico Leão da Cara Dourada
Leontopithecus chrysomelas
3
Mutum Cavalo
Mitu tuberosum
1
Mutum de Penhacho
Crax fasciolata
1
Mutum do Sudeste
Crax blumenbachii
2
Onça Parda
Puma concolor
2
Onça Pintada
Panthera onca
2
Ouriço Cacheiro Anão
Ateleryx albiventris
3
Papa Cacau
Amazona festiva
2
Papagaio Diadema
Amazona autumnalis
1
Papagaio do Mangue
Amazona amazonica
3
Papagaio Galego
Alipiopsitta xanthops
2
Papagaio Molero
Amazona farinosa
1
Papagaio Verdadeiro
Amazona aestiva
3
Pato
lato sensu
1
Pavão Indiano
Pavo cristatus
9
Periquito De Encontro Amarelo
Brotogeris chiriri
5
Periquito Rei
Eupsittula aurea
2
Piton Indiana
Phyton Molurus
5
Piton Real
Phyton Regius
2
Raposinha do Campo
Lycalopex vetulus
1
Sagui do Tufo Branco
Callithrix jacchus
4
Salamanta do Sudeste
Epicrates Crassus
2
Saracura Três Potes
Aramides cajaneus
1
Seriema
Cariamidae
3
Tamanduá Bandeira
Myrmecophaga tridactyla
2
Tartaruga
Testudines
11
Tartaruga Tigre D'agua
Trachemys dorbigni
5
Tucano do Bico Verde
Ramphastos dicolorus
3
Tucano do Papo Branco
Ramphastos tucanus
1
Tucano Toco
Ramphastos toco
3
Urso de óculos
Tremarctos ornatus
1
Urubu
Coragyps atratus
1
30 Urubu Rei
Sarcoramphus papa
1
Urutu
Bothrops Alternatus
1
Veado Catingueiro
Mazama gouazoubira
1
Fonte: (MATIAS JUNIOR, 2019, p. 21)
No Anexo A são apresentados trechos do Plano de Manejo do Parque Municipal Morro de São Bento que descrevem a infraestrutura do Bosque Zoológico Fábio Barreto. O arquivo foi de extrema importância pelo fato de possuir um elevado nível de detalhe sobre a infraestrutura do Bosque, ajudando no desenvolvimento do projeto. Infelizmente não foi possível identificar todos os recintos que há no Bosque e onde ficam todos os animais, isso ocorreu por conta da pandemia e pela falta de documentos que o próprio Bosque deveria ter.
Figura 15: Mapa Ilustrativo do Parque Municipal Morro do São Bento Fonte: Plano de Manejo do Parque Municipal Morro do São Bento – Modificado pelo Autora 2020.
Legenda: Circulação interna do Bosque Zoo Trilhas do Bosque Zoo Delimitação – Parque Municipal Morro do São Bento Complexo Cultural
31
Complexo Esportivo - Cava do Bosque Foi elaborado, através do Google Forms, um questionário (Apêndice A) veiculado a partir das redes sociais para que as pessoas avaliassem a atual condição em que se encontra o Bosque Zoo Fábio Barreto. Foram consideradas as respostas de 118 pessoas, de diversas cidades e faixa etárias. Analisando as respostas deste questionário, observa-se que cerca de 45,15% das pessoas acham a qualidade do Bosque, em todos os aspectos perguntados, péssima ou ruim. A justificativa dada pelos participantes sobre a avaliação da infraestrutura do Bosque, como área de alimentação, circulação e banheiros, foi a de que há necessidade de uma constante manutenção, que os ambientes são mal cuidados e que falta investimento da Prefeitura. Nas respostas relacionadas aos animais, pouquíssimas foram positivas, as pessoas falam que os animais aparentam estar sempre exaustos, que os espaços são pequenos e que os ambientes são sujos. Apenas 16,25% dos participantes deram respostas positivas, mostrando a urgência de uma readequação no Parque. Tal necessidade de melhoramento permite intuir que esta talvez seja o principal motivo que leva 72,1% dos respondentes a visitarem o parque apenas de 0 a 1 vez por ano. Mesmo o parque atraindo pessoas de fora de Ribeirão Preto, nota-se que a maioria das visitações ocorrem por moradores, jovens e que não necessitam de acessibilidade, já que o parque não oferece medidas voltadas a garantir que haja a possibilidade de acesso a um ou mais lugares para pessoas que possuam necessidades especiais. Destaca-se também que, mesmo que a situação dos animais seja na verdade boa, que eles se alimentem da maneira correta e que as dimensões dos espaços cumpram as exigências legais, a forma de um zoológico ultrapassado ainda predomina, mostrando apenas grades e animais presos, tirando totalmente o foco do natureza, que é o grande potencial do parque. 3.4
Levantamentos
Ribeirão Preto é uma cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, é o nono maior município no estado com uma área total de 650,916 quilômetros quadrados, sendo que 127,309km² estão em perímetro urbano. Há uma população estimada de 703.293 pessoas que vivem em Ribeirão (IBGE/2019) e cerca de 92,5% das vias públicas são arborizadas (IBGE/2019). O levantamento será feito no entorno do Parque Municipal
32 Morro do SĂŁo Bento, pegando parte do bairro Campos ElĂseos, onde o objeto estĂĄ localizado atualmente e parte do Centro da cidade.
33
Figura 16: Mapa da cidade de RibeirĂŁo Preto. Fonte: Google Earth modificado pela Autora 2020.
34 3.4.1 Uso do solo
Figura 17: Mapa das Atividades Predominantes no entorno do Bosque | S/escala Fonte: Criado pela Autora 2020.
35 O uso do solo foi analisado observando dois bairros, a parte do Campos Elíseos que é onde o Parque Municipal está localizado, e o centro da cidade, que é um bairro que está diretamente relacionado ao Parque pelo fácil acesso. A princípio podemos perceber uma notável diferença entre o Centro, totalmente comercial, e o Campos Elíseos, residencial. Isso se dá pelo fato de que os centros das cidades são comerciais desde a pré-antiguidade, já que as civilizações que dominavam técnicas de agricultura e pecuária passaram a criar centros mais densamente habitados, como centros de comércio. Automaticamente com a criação dos centros de comércio, era necessário bairros que abrigassem as pessoas que trabalhavam nesses centros. Então o Campos Elíseos, um dos maiores e mais antigos bairros de Ribeirão, tem essas características pelo fato de abrigarem os trabalhadores dos centros comerciais. Mesmo o Campos Elíseos sendo predominantemente residencial, há um elevado número de comercio local, fazendo com que os moradores do bairro não tenham que se locomover para realizar compras ou atividades como ir a academia. Embora com esse comercio local, o bairro ainda sim é calmo e habitado por pessoas mais velhas, isso por causa da sua história. Essa calma é diferente do Centro, que sendo quase todo comercial, tem bastante residências e apartamentos, que normalmente tem um preço elevado de aluguel por causa de sua localização. Porem mesmo sendo bem localizado, o centro atrai um certo medo de quem o frequenta, há um alto índice de assalto em todo o centro, seja na rua ou até dentro de casa e/ou apartamento, além de que muitos moradores de rua se abrigam nas muitas praças que compõe o centro de Ribeirão. 3.4.2 Equipamentos urbanos A área de análise, Campos Elíseos e Centro, contam com uma quantidade de Equipamentos Urbanos, sendo a maior parte deles escolas. O centro tem um maior número e variedade de equipamentos, sendo eles Igrejas, praças, órgãos públicos como a prefeitura, delegacia, escolas, entre outros. Já o Campos Elíseos, A variedade são poucas, porem há uma grande quantidade de escolas, além de ter Secretaria Municipal, 7 Capelas, um Hospital particular, teatro e o Bosque Zoo Fábio Barreto (objeto de intervenção) que está dentro do PMMSB. A grande quantidade de escolas no Campos Elíseos é de extrema importância para o projeto já que dentro de uma Diretriz é abordado a educação dentro do Bosque. Não só as escolas do bairro, mas todas devem ter uma ligação direta com o Bosque para que todos
36 tenham a consciência da importância do Meio Ambiente, principalmente um parque de tamanha escala no meio da cidade, e como isso tem que ser valorizado.
Figura 18: Mapa de Equipamentos Urbanos no entorno do Bosque | S/escala Fonte: Criado pela Autora 2020.
37 3.4.3 Ligação viária com o Parque Municipal Morro do São Bento
Figura 19: Mapa de Viário do entorno do Bosque. Fonte: Criado pela Autora 2020.
Nessa análise, o intuito é mostrar o fácil acesso do centro ao PMMSB, seja ele de carro, ônibus ou a pé. O centro é um local em que a qualquer momento está muito movimentado, mesmo no período da noite, o centro possui muitas atividades noturnas. A ligação foi feita a partir das principais praças do centro, consequentemente as mais movimentadas e uma delas até possuindo uma estrutura de terminal para as pessoas que
38 esperam o ônibus. O foco sempre é priorizar o transporte público, e de cara já avistamos um problema, nenhum ônibus do centro, para na porta do Bosque, obrigando a pessoa andar 3 quarteirões para chegar ao local, e como foi analisado, a topografia e a condição do entorno do Bosque, não são boas, tornando difícil a circulação para pessoas com necessidades especiais e até pessoas idosas, que é de grande predominância no bairro.
39
4
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Para a elaboração da proposta de Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto em Ribeirão Preto é necessário analisar referências projetuais que permitam um bom embasamento para o projeto. Foram escolhidos dois projetos de parques, um de escala maior e outro de uma escala menor. O Parque Imigrantes é o projeto de escala maior que foi de grande interesse por causa do seu programa de necessidades e a maneira que eles usam a sustentabilidade no projeto inteiro. O segundo projeto, de escala bem reduzida, é uma forma de inspirar o que pode ser possível fazer nas áreas abertas onde ficavam os animais. A Biblioteca-Vac pode ser utilizada de várias formas, maneiras e uso. As informações dos projetos são apresentadas conforme sua disponibilidade, procurando-se seguir o plano de análise: •
Ficha técnica: nome do projeto, localização, equipe de projeto, terreno, área construída, conclusão da obra;
•
Objetivos;
•
Implantação: programa e setorização;
•
Tecnologias: matérias e técnicas;
4.1
Parque Ecológico Imigrantes
PARQUE ECOLÓGICO IMIGRANTES
Figura 20 – Imagem 3D do Parque Ecológico Imigrantes Fonte: Imagem disponível em https://www.fkm.org.br/parque-ecologico-imigrantes/parque-ecologicoimigrantes-3/ acessada em 09/06/2020.
40 O Parque Ecológico Imigrantes (PEI) é uma realização da Fundação Kunito Miyasaka que contribui para o aumento do desenvolvimento social, cultural e econômico do Brasil. O Parque Ecológico Imigrantes é um presente da comunidade Japonesa ao povo brasileiro (Parque Ecológico Imigrantes, s.d.)
Objetivos: tem como principal objetivo preservar e educar por meio do conceito de desenvolvimento sustentável e da filosofia japonesa do Mottainai. O Parque foi pensado, projetado e construído respeitando os princípios socioambientais, nos quais a inclusão social está intimamente relacionada à conservação do meio ambiente. Localizado no chamado Coração da Mata Atlântica, o parque é dedicado a ampliar a compreensão do meio ambiente e sua importância por parte da sociedade por meio de projetos educativos e transformadores, a fim de promover uma nova maneira de se relacionar com a natureza.
Figura 21: Foto da Passarela e Bondinho do Parque Ecológico Imigrantes. Fonte: Disponível em https://www.guiadasemana.com.br/na-cidade/noticia/parque-ecologico-imigrantes-emsao-paulo acessado em 09/06/2020.
Ficha Técnica: •
Nome do Projeto: Parque Ecológico Imigrantes;
•
Local: Km 35, em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo;
•
Equipe de Projeto: Gesto Arquitetura;
41 •
Terreno: 484 mil metros quadrados;
•
Edificação: 3.439,62m²;
•
Inauguração: 29 de novembro de 2018.
Figura 22: Implantação Esquemática do Parque Ecológico Imigrantes Fonte: Gesto Arquitetura.
Implantação: o projeto foi inserido no coração da Mata Atlântica, em São Bernardo do Campo, obedecendo os princípios de acessibilidade, e sustentabilidade, para causar o menor impacto ao meio ambiente, e será destinado ao convívio, estudo dos ecossistemas e ecoturismo. Um projeto totalmente integrado, com 1.710 m² de área construída coberta, que possibilita uma experiência com atrativos como a Trilha Sensorial, que oferece uma experiência sensorial da floresta ao visitante. Nas células suspensas, serão montados centros de estudo sobre a Mata Atlântica, com tecnologia de ponta em informação, além de anfiteatro. Seu programa conta com: •
Passarela-ponte;
•
Três células de recepção (ainda não foram construídas);
•
Trilhas;
•
Um pequeno auditório;
•
Um espaço para exposições informativas;
•
Dois bondes instalados abaixo da passarela (para os visitantes com dificuldade de locomoção);
42 •
Escadaria de acesso as células.
Figura 23: Mapa Ilustrado do PEI. Fonte: Automatic House.
Tecnologias: O material usado para a construção de uma passarela elevada, que permite um passeio em meio à copa das árvores, e é o principal local de circulação de pessoas pelo parque, foi a madeira plástica, feita partir da reciclagem de resíduos plásticos, que possui alta resistência à umidade e exige baixa manutenção.
43
Figura 24: Foto aérea do Parque Ecológico Imigrantes. Fonte: Disponível em https://bora.ai/sp/passeios/parque-ecologico-imigrantes-em-saeo-bernardo-do-campo acessado em 09/06/2020. Modificado pela Autora 2020.
A passarela de 440 m de extensão, 3 m de largura (para a passagem de um veículo, se necessário) e piso de madeira plástica, tem estrutura formada por cabos e barras metálicas, com apenas quatro pilares de cerca de 15 m de altura e um vão de 80m entre eles, que diminui o impacto no solo do ecossistema.
Figura 26: Imagem 3D da Entrada do PEI. Fonte: Gesto Arquitetura.
Figura 25: Corte esquemático das Células do PEI. Fonte: Gesto Arquitetura.
44
Figura 27: Imagem 3D do PEI.
Figura 28: Imagem 3D do PEI.
Fonte: Gesto Arquitetura
Fonte: Gesto Arquitetura
A ideia fundamental era usar as soluções ambientais também para promover a educação ambiental. Um sistema fotovoltaico e eólico para backup de energia, com 3 horas de autonomia, alimenta a rede de energia, iluminação e a bomba d´água que irriga as áreas administrativas e o lago, e tudo isso em locais bem visíveis, para mostrar aos visitantes que é possível gerar energia a partir de fontes limpas.
Figura 30: Vista de cima PEI Fonte: Disponível em passeiosbaratosemsp.com.br acessado em 09/06/2020
Figura 29: Imagem 3D da escadaria e bondinho do PEI Fonte: Disponível em https://www.fkm.org.br/parque-ecologicoimigrantes/parque-ecologico-imigrantes-3/ Figura 31: Foto da Passarela PEI Fonte:
acessado em 09/06/2020.
45 4.2
Biblioteca Vac
Biblioteca-Vac
Figura 32: Vista de Frente da Biblioteca-VAC Fonte: Nguyen Thai Thach
A Biblioteca-Vac é um projeto especial que traz antigos costumes rurais vietnamitas para a vida urbana. Vac é uma abreviação para Jardim, Lagoa e Gaiola, componentes que compõe o projeto. O sistema VAC usa efetivamente toda a terra, ar, água e recursos de energia solar disponível, além de reciclar subprodutos e resíduos.
Figura 33: Foto Biblioteca-VAC Fonte: Nguyen Thai Thach
46 Ficha Técnica: •
Nome do Projeto: Biblioteca-Vac (Vườn Ao Chuồng);
•
Local: Hanoi, Vietnã;
•
Equipe de Projeto: Farming Architects;
•
Edificação: 55m²;
•
Inauguração: 2018.
Figura 34: Croqui da Biblioteca-VAC Fonte: Disponível em https://www.c3diz.net/vac-library-in-hanoi/ acessado em 09/06/2020.
Objetivos: o objetivo da Biblioteca-Vac é oferecer um ambiente lúdico, instigante e ao mesmo tempo educativo, mostrando às crianças os benefícios da aquaponia, sistema de produção de alimentos que combina a aquicultura9 convencional com a hidroponia10, muito utilizado tradicionalmente nas áreas rurais. Uma outra finalidade do projeto não é apenas produzir um uso eficaz dos recursos naturais, mas também o teste de diferentes tipos de plantas e animais.
9
Aquicultura: produção racional de organismos aquáticos, como peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis e plantas aquáticas para uso do homem. 10 Hidroponia: técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.
47
Figura 36: Vista de cima PEI Fonte: Disponível em passeiosbaratosemsp.com.br acessado em 09/06/2020
Figura 35: Imagem 3D da escadaria e bondinho do PEI Fonte: Disponível em https://www.fkm.org.br/parque-ecologicoimigrantes/parque-ecologico-imigrantes-3/ Figura 37: Foto da Passarela PEI
acessado em 09/06/2020.
Fonte:
Implantação: como já falado anteriormente, a Biblioteca-VAC foi projetado para ser inserido em uma área urbana, para trazer as pessoas um pouco dos antigos costumes da área rural do Vietnã, porem a estrutura poderia ser construída em qualquer lugar, levando a qualquer pessoa, seus objetivos. Biblioteca também é voltada para um espaço de biblioteca ao ar livre para crianças, podendo elas brincarem juntas, ler livros e aprender visualmente sobre esse modelo ecológico do projeto.
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Figura 38: Implantação esquemática da Biblioteca-VAC Fonte: Farming Architects
Figura 39: Cortes esquemáticos da Biblioteca-VAC Fonte: Farming Architects
Tecnologia: O VAC utiliza uma linguagem derivada do uso de seus principais materiais: vigas de madeira. Essa técnica oferece a liberdade de criar uma estrutura flexível e adaptável que pode ser facilmente implementada em todos os lugares. A estrutura também funciona como um organizador de espaço, onde diferentes recursos, da iluminação à caixa com plantas, podem ser facilmente implementados, oferecendo uma ampla gama de personalização para atender às necessidades das pessoas. Esse recurso de personalização se encaixa bem no aspecto cultural do povo vietnamita: abordagem DIY11, já que algumas famílias do Vietnã têm costume de organizam o plantio de hortaliças em casa, no entanto, principalmente seguindo métodos espontâneos, sem planejamento estratégico ou estética arquitetônica. São caixas que são colocadas em um espaço estreito da casa ou na área do jardim da varanda e do terraço superior. 11
DIY: Do it yourself – faça você mesmo
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Figura 40: Diagrama da Biblioteca-VAC. Fonte: Farming Architects | Traduzida pela Autora.
50 4.3
Conclusão sobre os projetos de referência
Os dois projetos escolhidos de referência foram analisados para que algumas de suas características fossem utilizadas no projeto da autora. A diferença de escala entre os projetos foi intencional, sendo o Parque Ecológico Imigrantes abordando o Parque Municipal Morro do São Bento, e a Biblioteca-VAC, abordando mais especificamente o recinto dos animais do Bosque Zoo Fábio Barreto. A passarela do PEI servirá como forma de conexão, seu programa de necessidade inspirou nas mudanças das edificações do Bosque e a maneira que o projeto usa a sustentabilidade e a acessibilidade, será um ponto crucial na Readequação do Bosque. A Biblioteca-VAC tem uma ótima integração entre meio ambiente, ser humano, animais e educação, tudo que está tambem ligado diretamente com a Readequação.
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5
DIRETRIZES
O objetivo da Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto é estabelecer diretrizes, a partir do Plano de Manejo já citado anteriormente, para a preservação dos ecossistemas naturais, recuperação das áreas degradadas e promoção da educação ambiental e proteção do patrimônio cultural e natural existente. A diretrizes serão divididas em três escalas: Mega (Parque Municipal Morro do São Bento), Macro (Bosque Zoológico Fábio Barreto) e Mini (Recintos dos animais dentro do Bosque). 5.1 •
Diretrizes Gerais – Parque Municipal Morro do São Bento Conectar e promover a acessibilidade
Realizar a ligação do Bosque Zoológico com a Cava do Bosque e o Complexo Cultural, que irá gerar uma solução de acessibilidade entre os Complexos, já que a topografia encontrada no PMMSB é bastante irregular. A conexão dará preferência aos pedestres, principalmente aos que tem alguma necessidade especial, permitindo de uma forma rápida e direta que a pessoa chegue a todos esses lugares.
Figura 41: Imagem Ilustrada Parque Municipal Morro do São Bento Fonte: Gigantes do Bosque modificada pela Autora 2020.
52 5.2 •
Diretrizes Bosque Zoológico Fábio Barreto Valorizar
Criar elementos que proporcione de forma física, psicológica e visual uma valorização do Bosque e seu entorno. A valorização vai muito além de reformar a calçada e plantar vegetação para deixar visualmente mais bonito o ambiente, a valorização tem a ver com o sentimento das pessoas, e o que essas mudanças podem atrair, de forma que todo o projeto gere uma maior conscientização do público sobre a importância dos ecossistemas.
Figura 42: Imagem Ilustrada Parque Municipal Morro do São Bento Fonte: Gigantes do Bosque modificada pela Autora 2020.
5.3 •
Diretrizes Recinto dos Animais Readequar
Remanejar os animais, que ficam em exposição, encaminhando-os a santuários para que tenham uma melhor qualidade de vida em um habitat com maior enriquecimento
53 ambiental. O Centro de Apoio a Animais Silvestres Vitimados será mantido, para que os animais sejam tratados a princípio e depois remanejados a santuários. Esses lugares em que os animais ficavam chamados de Recintos, se tornarão lugares para estudo, convivência e lazer. Os lugares edificados como o aquário, serpentário e casa da ciência, se tornarão respectivamente: mini estufa, biblioteca e um museu que serão mantidas informações sobre todos os animais que já estiveram no Bosque, contando toda sua história, do porquê foi pra lá, até o motivo do remanejo de todos. Os demais recintos que é onde ficam a maioria dos animais, como o elefante, aves, leão entre outros, alguns se tornarão continuação do parque e outros terão a inserção de algo mais efêmero, como a Biblioteca-VAC, citada no projeto de referência. Todas as edificações terão mínima intervenção, para que não seja gerado uma grande quantidade de entulho e o que for gerado tenha como ser reaproveitado em outro espaço do Bosque.
Figura 43: Imagem Ilustrada do Parque Municipal Morro do São Bento Fonte: Gigantes do Bosque modificada pela Autora 2020.
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Figura 44: Diagrama das Diretrizes Fonte: Criado pela Autora 2020.
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CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como é precária a manutenção do Parque Municipal Morro do São Bento, mostrando como há uma falta de investimentos da prefeitura e de terceiros. A área a ser intervinda é o Bosque Zoo Fábio Barreto, que está dentro do PMMSB, junto com o Complexo Cultural e Esportivo. Dada a importância do assunto, tornou-se necessário a elaboração do projeto de forma a melhorar e valorizar o Parque. Foi feito levantamentos que mostraram que o ambiente que os animais vivem, são de uma forma de zoológico ultrapassado, em que eles ficam em um ambiente sem enriquecimento ambiental, e as pessoas vão para assisti-los. Com isso fez-se necessário a retirada deles, encaminhando-os a um lugar mais adequado, como santuários, por exemplo; agora o zoológico será apenas um parque, porem mantendo a história de todos os animais de passaram por lá, com a inclusão de um museu no programa de necessidades. O Parque por não receber tantos investimentos mostra para as pessoas que, se nem o próprio órgão responsável por sua manutenção dar valor ao lugar, por que as pessoas dariam tambem? Há uma importância nesse projeto de fazer com que as pessoas tenham consciência de como é grande ter um pedaço da Mata Atlântica em sua cidade, e como temos que valorizar qualquer tipo de espaço verde. No presente trabalho foi mostrado como funciona a relação das áreas verdes com a cidade, deixando evidente que as áreas com maior investimento são de bairros nobres, fazendo com que exista uma desigualdade até na hora do lazer ao ar livre. Com isso o trabalho apresentou três diretrizes divididas em escalas: MEGA, MAGO e MINI. As diretrizes tem como objetivo tornar o parque um lugar mais acessível, para que todos tenham acesso, um ponto de estudo para atender várias escolas que tem no bairro e um ambiente de lazer e consciência para a população. Na etapa seguinte do trabalho, se possível serão feitas as pesquisas de campo que são de extrema importância para todo o entendimento de conscientização das pessoas e seguinte um detalhamento de todas as diretrizes, em que as diretrizes passam da teoria e vão para a prática, que serão os projetos de como tudo isso será inserido no Parque Municipal Morro do São Bento, de como as diretrizes vão realmente funcionar e qual seria o resultado para a população.
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7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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05
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Imigrantes:
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58
8 8.1
Apêndice A – Pesquisa online com a população sobre o Bosque Zoo Fábio Barreto
•
APÊNDICE
Perguntas Gerais:
59 •
Perguntas sobre o bosque:
60
61
9 9.1
ANEXO
Anexo A – Plano de Manejo Parque Municipal Morro do São Bento
O acesso ao PMMSB, na área do Bosque Fábio Barreto, onde está instalado o Jardim Zoológico, maior polo atrativo do Parque, pode ser feito pelas portarias da rua Liberdade e Portão dos Teatros. A portaria da rua Liberdade é o acesso principal, onde existe uma catraca instalada, para contagem do número de visitantes. O Portão dos Teatros em geral permanece fechado, abrindo em ocasiões especiais ou por necessidade de acesso de serviços. Existem dois acessos de serviços, um pela Av. Capitão Salomão e outro pela rua Tamandaré. Há um estacionamento interno exclusivo para funcionários com acesso pela Av. Capitão Salomão e outro próximo à entrada da rua Liberdade, com 26 vagas. O Bosque e Zoológico dispõem de três sanitários públicos (masculino e feminino); Centro de Educação Ambiental; Praça de Alimentação; Recanto das Aves; Área Multi-Lazer; Administração do Parque; duas trilhas para visitação a pé: trilha do Jequitibá, aberta apenas para visitas monitoradas, e trilha dos Angicos, atualmente fechada; Jardim Japonês e Mirante. O antigo prédio do restaurante do bosque hoje abriga a Casa da Ciência, que alterna uso institucional (Centro de Professores) com serviço do parque (quando foi centro de visitantes ou quando é utilizada em eventos). A circulação interna na área do Bosque e Zoológico ocorre principalmente em vias asfaltadas. Existem pontos de gargalo nesta circulação, em trechos estreitos e com curvas muito acentuadas, como a esquina em frente à educação ambiental, a curva próxima ao recinto dos leões, e outros que dificultam o trânsito de caminhões de manutenção. Quanto maiores os caminhões, maiores as dificuldades. Tendo em vista a vegetação presente e a necessidade de manejo da mesma, estes gargalos constituem impedimento para a realização de alguns serviços. O Jardim Japonês possui um pórtico Tori na sua entrada cuja baixa altura impede o acesso de caminhões de poda, de bombeiros e outros. A lotação máxima admitida para o parque é de três pessoas por metro quadrado. Para se obter o número de máximo de visitantes na área do Bosque e Zoológico, deve-se calcular as áreas de circulação do parque abertas à visitação, excluindo as áreas com acesso restrito ao visitante (setor extra, área dos recintos, áreas de jardins e vegetação, outros) e multiplicar por 3. O número de sanitários deve ser compatível com a lotação máxima do parque.