Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto: Conectar, valorizar e readequar

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Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto

Maria Gabriela Petrocelli de Oliveira

Conectar, valorizar e readequar



Maria Gabriela Petrocelli de Oliveira

Readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto Conectar. valorizar e readequar

Orientadora: Dra. Vera Lúcia Blat Migliorini Trabalho Final de Curso apresentado ao Centro Universitário Barão de Mauá como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Ribeirão Preto, 2020.


O48r Oliveira, Maria Gabriela Petrocelli de Readequação do bosque zoo Fábio Barreto: conectar, valorizar e readequar/ Maria Gabriela Petrocelli de Oliveira - Ribeirão Preto, 2020. 106p.il Trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá Orientador: Dra. Vera Lúcia Blat Migliorini 1. Requalificação 2. Zoológico 3. Áreas verdes I. Migliorini, Vera Lúcia Blat II. Título CDU 712.253

Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878


Agradecimentos

À minha família de sangue e de consideração, por toda ajuda e apoio que me deram ao longo da vida. Aos meus amigos, que sempre me ajudaram e trocaram conhecimento comigo. À minha orientadora, por todo apoio e paciência ao longo da elaboração do meu projeto final.


Resumo Um dos debates da atualidade é o aprisionamento dos animais em zoológicos e das relações que esse equipamento, que existe há anos, estabelece entre o humano e o animal. Pensando nisso, foi estudado uma forma de readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto, partindo da ideia de que zoológicos com uma estrutura de animal - grade - humano, são ultrapassados.

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Através da retirada de todos os animais que vivem no Zoológico, o Bosque será transformado em um Parque Ecológico Urbano, cujo sentido será trazer às pessoas uma consciência e mudança de atitudes sobre a preservação do meio ambiente e o bem estar animal. Está readequação acontecerá atraves de diretrizes para a preservação dos ecossistemas naturais, recuperação das áreas degradadas, promoção da educação ambiental e proteção do patrimônio cultural e natural existente. Conectar, valorizar e readequar.

Palavras-chave: readequação, zoológico, áreas verdes, sustentabilidade.

B o s q u e Zo o Fá b i o B a r re to | Fo to d a a u to r a , 2 0 2 0 .


Abstract One of the current debates is the imprisonment of animals in zoos and the relationships that this institution, which has existed for years, establishes between the human and the animal. Bearing this in mind, a form of readjustment of Bosque Zoo Fabio Barreto was studied, starting from the idea that zoos with an animal - grid - human structure are outdated. Through the removal of all animals that live in the zoo, Bosque Zoo Fabio Barreto will be transformed into an Urban Ecological Park, whose meaning will be to bring people an awareness and change of attitudes about the preservation of the environment and animal welfare. This readjustment will take place through guidelines for the preservation of natural ecosystems, recovery of degraded areas, promotion of environmental education and protection of existing cultural and natural heritage. Connect, value and readjust.

Keywords: readjustment, zoo, green areas, sustainability.

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Sumário

.01 C o n tex to d a i nve s t i g a ç ã o ( 1 2 ) O b j e t i vo s g e r a i s ( 1 3 ) O b j e t i vo s e s p e c í fi c o s ( 1 3 ) J u s t i fi c a t i va ( 1 3 )

.02 Zo o l ó g i c o s ( 1 6 )

B o s q u e Zo o Fá b i o B a r re to | Fo to d a a u to r a , 2 0 2 0 .

S u s te n t a b i l i d a d e e m p ro j e to s d e e s p a ç o s ve rd e s ( 2 0) Re l a ç ã o e n t re R i b e i r ã o P re to e s u a s á re a s ve rd e s ( 2 2 )

.03 H i s tó r i c o d a á re a d e i n te r ve n ç ã o ( 3 0) D e l i m i t a ç ã o d a á re a d e i n te r ve n ç ã o ( 3 2 ) Situação atual / infraestrutura (34) Leva n t a m e n to s ( 3 6 )

.05 C o n e c t a r e p ro m ove r a a c e s s i b i l i d a d e ( 5 2 ) Va l o r i z a r ( 6 0) Re a d e q u a r ( 70)

... Considerações finais (98) B i b l i o g r a fi a ( 1 0 0) A n exo s e A p e n d i c e s ( 1 0 2 )

.04 P a rq u e Ec o l ó g i c o I m i g r a n te s ( 4 2 ) B i b l i o te c a Va c ( 4 6 ) Conclusão (49)


F l o re s t a | Fo to u n s p l a s h


.01 intrudução


Contexto da investigação Um dos debates da atualidade é o aprisionamento dos animais em zoológicos

O tema do projeto consiste na readequação do Bosque Zoo Fábio Barreto,

e das relações que esse equipamento, que existe há anos, estabelece entre o

localizado no meio urbano de Ribeirão Preto. A área escolhida para o projeto

humano e o animal. Segundo Vinícius Cordeiro, ex-Secretário de Proteção Animal do

apresenta características singulares, em seus 250 mil metros quadrados, dentre

Rio de Janeiro, “o confinamento de animais em recintos fechados, prejudica a saúde

elas o fato de o lugar abrigar vegetação da Mata Atlântica, contando com mais de

e o bem-estar deles, além de causar estresse” (Cordeiro, 2018). Há quem diga que

71 espécies e 60 gêneros, distribuídos em 35 famílias botânicas. O Bosque, atual-

zoológicos não são equipamentos ruins, pois a exposição desses animais permite a

mente, recebe cerca de 300 mil visitantes ao ano, o que é um número considerável,

educação ambiental, o que na realidade não acontece. Na maioria das vezes, os

perante as atuais precárias condições em que se encontra. O espaço destinado ao

animais estão em um ambiente pequeno, mal cuidado e, na verdade, tal situação

zoológico recebe 830 animais de 156 espécies sob seus cuidados, o que é um

contribui para ensinar às pessoas que o aprisionamento é correto.

grande atrativo para as pessoas que o frequentam, normalmente casais com seus

Sendo assim, o presente trabalho traz uma discussão e posteriormente uma

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filhos.

sugestão de projeto que trará à área escolhida uma readequação de seu uso, partin-

A proposta de readequação do Bosque Zoo Fabio Barreto pretende mostrar

do dessa ideia principal de que zoológicos estão ultrapassados, dando uma nova

para as pessoas que o aprisionamento dos animais para exposição é apenas válido

qualidade ao objeto de estudo, inserindo nele a sustentabilidade, acessibilidade,

quando há um projeto de educação ambiental envolvido e quando existe um

questões educacionais e sociais.

enriquecimento ambiental no lugar onde o animal está, ou seja, quando tornam o ambiente característico de onde o animal veio; e mostrar a importância que é ter em um meio urbano parte da Mata Atlântica, algo que todos deveriam ter consciência

“Readequação é o conjunto de modificações que visa a adaptação do edifício/equipamento aos níveis contemporâneos de exigência, em relação a desempenho energético, material, lumínico, térmico, conforto ambiental e social; preservando as características relativas ao seu valor histórico e cultural; sendo que o uso, em sua essência, é mantido o mesmo.” (MILLANI OBA, 2014, p. 53)

do seu valor para a cidade.


Objetivos gerais

Justificativa

O objetivo geral deste Trabalho Final de Graduação é elaborar um projeto de

O Bosque abriga vegetação da Mata Atlântica, além de ser uma APA (Área de

readequação do Bosque Zoo Fabio Barreto, através da retirada de todos os animais

Preservação Ambiental) que tem como objetivo proteger a diversidade biológica,

que vivem no espaço, que deverão ser conduzidos um santuário, transformando o

disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos

Bosque em um Parque Ecológico Urbano, cujo sentido será trazer às pessoas uma

recursos naturais. Neste sentido, é importante que as pessoas estejam cientes da

consciência e mudança de atitudes sobre a preservação do meio ambiente e o bem

importância de nossa cidade manter, em um parque, parte da Mata Atlântica, o que

estar animal.

é de extrema necessidade, e deve ser reconhecido e apreciado por elas, além de sempre representar um marco para a cidade de Ribeirão Preto. Mostrar as pessoas

Objetivos específicos

a importância da preservação da fauna e flora é necessário, mesmo com a retirada dos animais do Bosque, eles estarão em um lugar mais benéfico a eles e assim as

Neste contexto, podem ser elencados os seguintes objetivos específicos: • Considerar os resultados das pesquisas realizadas com usuários do Bosque; • Trazer um novo uso ao bosque, voltado somente ao lazer e a natureza; • Garantir condições para a adequada circulação e permanência de todos os tipos de usuários, incluindo os que apresentem qualquer tipo de limitação física ou sensorial; • Tornar o bosque um local focado na educação ambiental, não somente para jovens estudantes, mas para os adultos também; • Desenvolver projeto paisagístico para as áreas que sofrerão intervenção (antes destinadas aos animais);

pessoas tomarão consciência sobre o valor do meio ambiente cidade.

dentro de uma

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V i s t a a é re a d o c a m p u s d a U S P e d a c i d a d e d e R i b e i r ã o P re to | Fo to d e S i l v i o Tu c c i Tu c c i J r.


.02 รกreas verdes urbanas


A r a r a j u b a n o B o s q u e Zo o | Fo to d a a u to r a , 2 0 2 0 .

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Zoológicos Segundo o dicionário da língua portuguesa, zoológico significa “que diz respeito a zoologia; lugar onde vivem animais expostos à visitação pública”.

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enriquecimento ambiental . Segundo uma reportagem do ISTO É de 2016, há 111 zoológicos no país, em que 77 deles tem irregularidades e 44 foram fechados pelo

A percepção de animais como uma “coisa” ou um “objeto” não é recente na histó-

Ibama nos últimos 20 anos. As irregularidades se classificam como: lugares inade-

ria da humanidade, sendo trazido esse conceito desde o período pré-histórico, mais

quados, poucos funcionários especializados, más condições dos hospitais e ambu-

especificamente no Egito. Foi lá que surgiu o primeiro zoológico conhecido na histó-

latórios, alta mortalidade dos animais e falta de integração entre os zoológicos para

ria, onde, de forma diferente do seu significado, os animais não ficavam em exibição

acasalamento das espécies. Atualmente não foi identificado dados que informem se

para o público, e sim constituíam uma coleção particular para o Faraó e a elite

esses 77 zoológicos foram readequados as exigências ou se a quantidade total

egípcia para eles os acompanharem se caçando e para que o próprio faraó caçasse

continua a mesma.

os animais que lá estavam, ou seja, os animais significavam poder. (Greif, 2017). Foi na segunda metade do século XIX que apareceram inúmeros dos grandes

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zoológicos que já tinham um formato parecido com os de atualmente, animais expostos para entreter o público. Esse surgimento estava diretamente relacionado à acumulação de capital do desenvolvimento industrial. Atualmente, os zoológicos não são autorizados a capturarem animais no habitat

tes ilegais ou circos e aqueles nascidos em cativeiro e trocados entre diferentes instituições podem ser exibidos. Em casos extremamente excepcionais, dentro de programas especiais de recuperação de espécies ameaçadas de extinção, essa captura pode ser necessária. (Barbosa Barreto, Parisotto Guimarães, & Sobral Oliveira, 2009) O zoológico é um local propício para a realização de atividades de educação ambiental, desde que o lugar forneça instrutores para tais informações educacionais e que o zoológico em si seja um ambiente propício para os animais, respeitando seu 1

Enriquecimento Ambiental: consiste em inserir estímulos dentro dos recintos dos animais para que eles tenham a oportunidade de exibir comportamentos mais próximos do natural.

Tu c a n o s | Fo to d e L a í s Fa u s to

natural para serem exibidos. Apenas animais apreendidos pelo governo, de trafican-


O bosque Zoo Fábio Barreto, objeto de intervenção, está entre esses zoológicos que não possuem uma estrutura adequada aos animais, e com isso as atividades educacionais se tornam irrelevantes, ao mostrar aos frequentadores condições mínimas para os animais. Com isso se faz necessária a retirada dos animais desses locais que não possuem condições, além de que a Lei não ajuda na fiscalização dos 2

zoológicos, já que o IBAMA transferiu a responsabilidade de fiscalização para os governos estaduais, sendo assim de difícil controle para cada estado julgar a condição de cada zoológico. Assim, a partir do panorama trazido acima sobre a figura dos zoológicos na contemporaneidade é importante reconhecermos a urgência de (re)pensarmos esses lugares com foco na vida e experiência dos animais. Para tanto, neste mesmo sentido, faz-se necessário reconhecermos também na presente monografia a

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importância da sustentabilidade em projetos dos espaços verdes urbanas como importantes alicerces para vida humana e animal harmônica.

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IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis


O n ç a | Fo to d e J o s é Fr a n c i s c o P i m e n t a

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Atualmente, a sustentabilidade é o ponto central nos debates sobre o futuro

Sustentabilidade em projetos de espaços verdes

das cidades, e apesar de ser uma palavra muito falada nos dias de hoje, a Sustentabilidade foi definida na década de 80, em uma comissão criada pela ONU que tinha

Nessa análise, as ações sustentáveis serão separadas entre intraurbana e intra-

como objetivo avaliar a questão ambiental em nível mundial. Foi nessa comissão que

parque. As primeiras acontecem nas áreas verdes de domínio público que desem-

foi criado o Relatório Brundtland - “Nosso Futuro Comum” que traz o conceito de

penham funções ecológicas, recreativas, entre outras. As segundas envolvem a

desenvolvimento sustentável como: “...desenvolvimento que encontra as necessida-

concepção, materialização e aplicação de tecnologias sustentáveis utilizadas na

des atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas

construção dessas áreas verdes, ou seja, na forma como essas áreas serão inseridas

próprias necessidades.” (Brundtland et al, 1987, Capítulo 2).

na cidade e como elas irão impactar a cidade.

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Essas ações intraurbanas muitas vezes contribuem para o mercado imobiliário, ou seja, o parque que é inserido em um bairro novo, tende a trazer maiores investidores, mostrando que o interesse da construção dos parques não é a sustentabilidade, e sim o capitalismo. Nesse contexto, os parques se tornaram um meio para

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conseguir a valorização da terra, gerando um afastamento da população mais pobre e uma aproximação dos mais ricos, que chegam a essas áreas tanto para investir quanto para residir. (Silvestre Gomes, Cidades sustentáveis e parques: reflexões teórico-conceituais, 2019).

Fo to d e J o s é Fr a n c i s c o P i m e n t a

Vende-se satisfação, geram-se desigualdades...

(de Jesus Santos, Rodrigues, & Campos, 2018, p. 2)

A valorização imobiliária é um aspecto fundamental de análise por impulsionar projetos de parques em variadas partes do mundo, entendendo quais práticas construtivas, de manutenção e gestão têm sido utilizadas de modo que caracterizem os parques como espaços ditos “sustentáveis” no conjunto espacial urbano. (Silvestre Gomes, Cidades sustentáveis e parques: reflexões teórico-conceituais, 2019, p. 6) 3

A definição de áreas verdes, segundo o CONAMA, será apresentada no próximo capítulo


Baseado em Marques (2009, apud SILVESTRE GOMES, 2019, p.10), destacam

Independentemente do tipo de área verde inserida na cidade, todas devem atender

como princípios fundamentais para a sustentabilidade em espaços verdes urbanos:

às necessidades da população, sejam elas ambientais ou sociais; sendo todas as ações sustentáveis. (Quintão de Azevedo, 2012).

• Uma adequação do traçado às características locais e ao tipo de uso previsto; • A consideração sobre o nível e tipo de infraestruturação, adotando soluções de engenharia natural para problemas da engenharia comum; • O exercício de práticas de reciclagem e manutenção sustentável (nomeadamente, no que diz respeito à recolha, armazenamento e reutilização de águas não potáveis ou ao estabelecimento de práticas de compostagem); • A valorização da construção sustentável, tomando em consideração a origem dos materiais, os processos de fabrico e sobretudo, os seus ciclos de vida; • A utilização preferencial de materiais ambientalmente mais saudáveis (não tóxicos

No geral, os modelos ecológicos serão componentes cruciais na cidade sustentável, não somente para potencializar a redução dos impactos ambientais da vida urbana, mas também uma potencial forma de comunicar novas concepções culturais entre o relacionamento homem x natureza. Se modelado para encorpar clareza, notar diferenças, e repetição adequada, se implementada em parceria com esforços da educação ambiental (o qual paisagens formam partes cruciais) e se criado para ser significativo e interpretável para as comunidades locais, paisagens urbanas ecologicamente modeladas podem criar uma base produtiva cultural e educacional em que a sustentabilidade pode sair da raiz e ser espalhada para a vizinhança, comunida4 des e gerações futuras. (Eisenstein, 2001)

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ou poluentes) eliminando o uso de produtos químicos de síntese; • O uso de matéria-prima, materiais, produtos e mão-de-obra locais ou regionais; • A prioridade ao uso de recursos e energias renováveis; • O reaproveitamento de materiais e estruturas pré-existentes e um olhar crítico sobre o designado “consumo verde”; • A criação de sistemas permeáveis e a reutilização de águas de escorrimento superficial; • A recuperação, estimulação ou criação de habitats para a vida selvagem; • O uso de plantas nativas, naturalizadas, ou exóticas não invasoras, e de esquemas de plantação que promovam a sucessão ecológica, a biodiversidade e a redução de custos de manutenção (em particular mão-de-obra e água, no nosso clima); • A recuperação de sistemas naturais, nomeadamente ribeiras, sapais, lagoas, entre outras., e das suas funções ecológicas; 4

Texto traduzido pelo autora

Deste modo, a partir das reflexões construídas sobre a importância dos espaços verdes urbanos como componentes cruciais para a cidade sustentável, apresentaremos a partir de agora um panorama sobre as relações identificadas entre o modelo de desenvolvimento urbano ribeirão-preto (município ao qual o presente projeto está inserido) e sua relação com espaços verdes.


Relação entre Ribeirão Preto e suas áreas verdes Desde a origem da humanidade há uma constante busca pela conexão da natureza com os seres humanos, mas com o passar dos anos essa ligação foi ficando cada vez mais distante. Hoje, após termos quase esgotado toda fonte de natureza existente no mundo, somos obrigados a estudar sobre a importância das áreas verdes e a preservação dos recursos naturais, já que se não existir essa consciência, logo todos os recursos se esgotarão. As áreas verdes estão relacionadas com a qualidade de vida e exercem funções ecológicas, estéticas e psicológicas na vida dos habitantes das cidades. De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público "o espaço livro público que desempenhe função

22 P a rq u e C u r u p i r a | Fo to d e A n d re a Fre g n a n i

ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização". Em um estudo feito para o CADASTRO MUNICIPAL DE ESPAÇOS LIVRES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO, foi constatado que há 189 praças públicas

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somando

1.273.267,67 m² que correspondem a 12,95% da área de espaços livres públicos da 6

cidade. Os parques urbanos em Ribeirão Preto somam 1.769.232,81 m², que correspondem a 18% da área de espaços livres públicos da cidade. (Barbosa Barreto, Parisotto Guimarães, & Sobral Oliveira, 2009). Ribeirão Preto possui uma desigualdade na malha espacial urbana, mostrando que os bairros ocupados pela população de baixa renda, são, em geral, carentes de área verde pública (AVP) e quando há esses espaços, possuem uma infraestrutura e vegetação precárias. 5 Praça Pública: espaço livre urbano público destinado ao lazer ativo, contemplativo e ao convívio social,

podendo ou não ser dotada de vegetação. 6 Parque urbano: espaço livre urbano público com dimensão quase sempre superior à de praças e jardins públicos, destinado ao lazer ativo e contemplativo, à conservação dos recursos naturais e à promoção da melhoria das condições ambientais da cidade


Os bairros em que o poder aquisitivo é maior, é de se notar uma maior quantidade de AVP junto com uma infraestrutura e vegetação de melhor qualidade. (Silvestre Gomes, PARQUES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO-SP:NA PRODUÇÃO DO

ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009)

Tabela 1: Parques Urbanos de Ribeirão Preto

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RIBEIRÃO PRETO: PARQUES URBANOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Nome Parque Augusto Ruschi Parque Tom Jobim Parque Ecológico Orestes Lopes de Camargo Parque Linear Ulisses Guimarães Parque José Maria Morgade Miranda Parque Municipal Morro de São Bento Parque Ecológico Ribeirão Verde Parque Municipal da Mata do Jardim Palmares Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali Parque Linear Sérgio Motta Parque Francisco Prestes Maia Parque Maurílio Biagi Parque Ecológico Cláudio Franco Lima Parque Ecológico e Botânico Ângelo Rinaldi Roberto de Melo Genaro Parque Dr. Luís Carlos Raya Parque Dr. Fernando de Freitas Monteiro da Silva Parque Roberto Francói Parque Olhos D’Água Parque Dr. Rubem Cione

Localização Zona Norte - N10 Zona Norte - N6 Zona Norte - N6 Zona Norte - N1/8 Zona Norte - N1 Zona Norte - N1 Zona Leste - N9 Zona Leste - N7 Zona Leste - N3 Zona Leste - N3/6 e Zona Sul - S3 Zona Oeste - O2 Zona Oeste - O2 Zona Oeste - O7 Zona Oeste - O7 Zona Sul - S1 Zona Sul - S7 Zona Sul - S5 Zona Sul – S7 Zona Sul – S9 Zona Oeste - O12

Área (m²) 66.682,49 63.448,54 19.922,76 275.250,50 54.948,00 250.880,00 105.055,65 90.673,01 138.700,25 179.468,00 12.485,25 196.522,31 12.322,00 182.986,17 11.722,00 39.560,29 68.605,59 14.000,00 148.800,00 256.000,00

Condição Não implantado Implantado Não implantado Implantado Não implantado Implantado Semi-implantado Não implantado Implantado Semi-implantado Implantado Implantado Não implantado Semi-implantado Não implantado Implantado Implantado Implantado Implantado Não-implantado

Fonte: (Silvestre Gomes, PARQUES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO-SP:NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009, p. 57) Atualizada pela Autora - 2020.

7 Implantado: área em constante manutenção com paisagismo infraestrutura adequada; Semi-implantado: área que já recebeu e que mantém algum tratamento paisagístico, alguma infra-estrutura ou ainda, algum equipamento de lazer. Não implantado: área que não recebeu nenhuma intervenção do Poder Público ou de iniciativa da comunidade.

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Na análise feita sobre os Parques Urbanos de Ribeirão, é notado que

Dos 20 parques apresentados, apenas 30% possuem uma constante

aproximadamente 10 parques, possuem apenas a classificação de Parques

manutenção da Prefeitura ou iniciativa privada, e grande maioria deles

pois não contam com a infraestrutura necessário ao seu uso, como é o

localiza-se em bairros classe média alta de Ribeirão Preto.

caso do Parque Municipal da Mata do Jardim Palmares (número 8 na tabela

O objeto de intervenção, Bosque Zoo Fábio Barreto, se encontra

e mapa e figura 6). Alguns parques colocados como “semi-implantado" pela

também na Tabela 1 e no mapa da Figura 25, que faz parte do Parque Muni-

Prefeitura não possuem nem uma condição mínima para uso. (Silvestre

cipal Morro do São Bento, o qual abriga parte da Mata Atlântica, tornando

Gomes, PARQUES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO-SP:NA PRODUÇÃO DO

sua área uma Área de Preservação Ambiental .

ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009)

Mesmo sendo classificado parques, o “bosque” recebe tal denominação por ser resultante de uma rarefação de florestas, ou seja, constitui uma formação vegetal não muito extensa que sobrou após toda a urbanização do território, enquanto parques normalmente são lugares arborizados destinados à recreação, mas que não são originados necessariamente de uma formação vegetal.

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Com tudo que o mundo vem passando, faz-se necessário o estudo da importância ambiental urbana dos parques e como elas impactam positivamente a qualidade de vida das pessoas. Essas áreas verdes funcionam muito além de um refúgio da cidade de pedra; funcionam, assim como os zoológicos, como uma forma de educação ambiental para as pessoas, Fo to d o P a rq u e M u n i c i p a l d a M a t a d o J a rd i m P a l m a re s Diante dos discursos do poder público e dos grupos imobiliários, que ressaltam as vantagens dos parques para toda a cidade, constata-se que os espaços mais bem equipados estão localizados em áreas de crescente valorização imobiliária, geralmente pouco acessíveis às camadas de baixa renda. No eixo Sul-sudeste, para onde se tem dirigido a expansão urbana nos últimos anos, e que corresponde à área de maior valorização fundiária, é onde são implantados a maioria dos novos parques. (Silvestre Gomes, PARQUES URBANOS DE RIBEIRÃO PRETO-SP:NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO, O ESPETÁCULO DA NATUREZA, 2009)

impondo respeito a natureza, a partir do momento que ela é bem cuidada.


M a p a d o s P a rq u e s U r b a n o s d e R i b e i r ã o P re to | P re fe i t u r a d e R i b e i r ã o P re to – M o d i fi c a d a p e l a Au to r a 2 0 2 0 | S /e s c a l a

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O objeto de intervenção, Bosque Zoo Fábio Barreto, se encontra também na Tabela 1 e no mapa da Figura 25, que faz parte do Parque Municipal Morro do São Bento, o qual abriga parte da Mata Atlântica, tornando 8

sua área uma Área de Preservação Ambiental . Mesmo sendo classificado parques, o “bosque” recebe tal denominação por ser resultante de uma rarefação de florestas, ou seja, constitui uma formação vegetal não muito extensa que sobrou após toda a urbanização do território, enquanto parques normalmente são lugares arborizados destinados à recreação, mas que não são originados necessariamente de uma formação vegetal. Com tudo que o mundo vem passando, faz-se necessário o estudo da importância ambiental urbana dos parques e como elas impactam positivamente a qualidade de vida das pessoas. Essas áreas verdes funcionam

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muito além de um refúgio da cidade de pedra; funcionam, assim como os zoológicos, como uma forma de educação ambiental para as pessoas, impondo respeito a natureza, a partir do momento que ela é bem cuidada.

8 Área de Preservação Ambiental (APA): extensa área natural destinada a proteção e conservação de atributos

bióticos (fauna e flora), estéticos ou culturais ali existentes, importantes para a qualidade de vida da população local e para a proteção dos ecossistemas regionais


P a rq u e D r. L u i s C a r l o s R aya | Au to r d e s c o n h e c i d o

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V i s t a a é re a d o B o s q u e Zo o Fá b i o B a r re to | Fo to d e J o s é Fr a n c i s c o P i m e n t a


.03 bosque zoo fรกbio barreto morro do sรฃo bento


Histórico da área de intervenção

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Antigamente, o Morro do São Bento era chamado de Morro do Cipó, onde existia

(1937) conseguiu junto a instituições e chefes de Estado doações de plantas e

um trecho de floresta nativa, e ficava em uma chácara de propriedade de Olympio

animais. Em 1942, inaugurou o Parque Botânico, o Jardim Zoológico, Museu Zoológi-

Rodrigues Antunes. Segundo a escritura da chácara, ela possuía uma área de

co e Mineralógico e um bar e restaurante. Nesta época, o estande de tiro foi transfe-

360.413 metros quadrados. No final do século 19, o Morro do Cipó era usado para

rido para a cava da pedreira, a Cava do Bosque. Em 1944, foi inaugurado o Aquário

eventos, proporcionando o lazer da população. Nessas festas, que aconteciam perto

e realizadas as obras de reforma do Orquidário.

da esquina das ruas Camilo de Mattos e Tamandaré, as ruas eram enfeitadas com

A paisagem urbana se altera rapidamente e, desde o início do século XX, as

bandeirola, barracas eram colocadas e foi organizada, em 1887, a primeira Banda de

áreas de vegetação tornam-se cada vez mais escassas. A aquisição da Chácara

Música da cidade.

Olympia pela Prefeitura e a conservação da mata do Morro do Cipó foram decisivas

Em 4 de março de 1899, o coronel e vereador Francisco Schmidt apresentou à

para preservar uma área de vegetação nativa no centro de uma cidade que passava

Câmara Municipal, como iniciativa para preservação da mata, um pedido para que a

por rápida expansão urbana. José de Magalhães sucedeu a Fábio Barreto na Prefei-

Chácara Olympia fosse adquirida pela Prefeitura, mas somente em 10 de agosto de

tura, dando continuidade ao trabalho iniciado no Bosque.

1907 Maria Eugenia Ramos Antunes, viúva de Olympio Rodrigues Antunes, vendeu o

Em 22 de novembro de 1948, por meio da Lei nº 61, o Bosque Municipal passou a

terreno ao município. Posteriormente, um restaurante, um campo para demonstra-

denominar-se Bosque Fábio Barreto, homenageando a pessoa responsável pela

ção de máquinas agrícolas e o estande Tiro de Guerra foram implantados na cháca-

criação desse espaço, que veio a falecer em dezembro desse mesmo ano.

ra, inaugurando um novo período de modificações no Morro do Cipó

No final do mandato de José Magalhães e início da administração do Tenente Coro-

Entre 1910 e 1920, a Chácara Olympia foi arrendada, com exceção da área do

nel Alfredo Condeixa Filho, o Bosque passa por reformas. O restaurante do Bosque

Bosque. Este arrendamento foi importante por impedir o desmembramento da

é ampliado, as ruas internas são asfaltadas, é construído o portão da rua Liberdade

chácara, como pretendia a Câmara Municipal que, em 1911, apresentou projeto de lei

(principal acesso ao Bosque) junto com uma fonte próxima ao portão, e são instala-

que autorizava a abertura de ruas e a divisão do terreno para venda. (Gigantes do

dos o Parque Infantil Amélia Junqueira, o prédio da administração do Bosque, a

Bosque: Árvores do Parque Municipal do Morro de São Bento, 2018, p. 19).

Escola Municipal de Belas Artes, e novos recintos para as aves e felinos, entre

Em 1936, o Dr. Fábio de Sá Barreto é eleito Prefeito Municipal e passa todo seu

outras.

mandato (1936-1944) criando condições para tornar a Chácara Olympia um local

Em 1969, foi inaugurado o Jardim Japonês no Bosque Municipal, contendo apenas

destinado à preservação da flora e da fauna nacional. Após a implantação do Bosque

um lago, mas que foi ampliado em 1990, agora contendo dois lagos, uma ponte e


uma casa de chá. Entre 1969 e 1970 é aberta a Trilha do Jequitibá, que era a princípio

apenas para fins de educação ambiental. Em 1995, toda a área formada pelo Bosque Zoo Fábio Barreto, complexo esportivo, e o Complexo Cultural, ou seja, parte da área da primitiva Chácara Olympia, foi transformada no Parque Municipal do Morro de São Bento, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, que segundo o Ministério do Meio Ambiente:

a proteção da natureza é o principal objetivo dessas unidades, sendo permitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou danos aos recursos naturais. (Gigantes do Bosque: Árvores do Parque Municipal do Morro de São Bento, 2018, p. 33)

Em 2015, o Bosque passou por várias reformas, uma delas foi o novo Aquário, tornando essas novas estruturas polos atrativos de visitação. Em 2016, foi instalado o Centro de Apoio a Animais Silvestres Vitimados; o Bosque Zoológico recebe cerca de 600 a 800 animais vítimas de atropelamentos, queimadas, ferimentos diversos, entre outros. (Plano de Manejo Parque Municipal Morro do São Bento, 2019, p. 17)

V i s t a d e r u a i n te r n a a s f a l t a d a d o B o s q u e M u n i c i p a l , 1 9 5 6 | A rq u i vo P ú b l i c o e h i s tó r i c o d e R P.

utilizada para atividades de lazer, mas posteriormente passou a ser destinada

31


Delimitação da área de intervenção O objeto principal é o Bosque Zoológico Fábio Barreto, que está localizado no Campos Elíseos, bairro de classe média de Ribeirão Preto, mas a intervenção ocorrerá em todo o Parque Municipal Morro do São Bento, que é onde o Bosque está inserido, pois o objeto está ligado diretamente com todo o seu entorno. O Parque Municipal Morro do São Bento é de extrema importância, já que abriga parte da Mata Atlântica, sendo ela uma Área de Preservação Ambiental. Ele ocupa uma área de aproximadamente 250 mil metros quadrados, que é composto pelo Bosque Zoológico, Complexo Esportivo (Cava do Bosque) e o Complexo Cultura. A área a ser intervinda é o Bosque Zoológico Fábio Barreto, que possui 89 mil metros quadrados de área verde, recinto dos animais, áreas administrativas,

32

saúde (hospital veterinário), alimentação e lazer. O Bosque Zoo tem características próprias naturais, sendo constituído pelo único remanescente de vegetação natural ainda presente na área urbana de Ribeirão Preto, resguardada em grande parte devido à topografia acidentada que dificultou sua ocupação. Entretanto o homem humanizou grandes extensões desse lugar. (Parra, 2013)

Legenda: Área principal de internveção Parque Municipal Morro do São Bento


33

Mapa Parque Municipal Morro do SĂŁo Bento e entorno | Fonte Google Earth - modiďŹ cado pela autora 2020


Situação atual | infraestrutura Atualmente, o Parque Municipal Morro do São Bento (PMMSB) abriga uma área

avaliação da infraestrutura do Bosque, como área de alimentação, circulação e

de 250 mil metros quadrados, sendo 72.000 metros quadrados de mata natural,

banheiros, foi a de que há necessidade de uma constante manutenção, que os

estando a maior parte dela inserida nas dependências do Bosque e Zoológico Fábio

ambientes são mal cuidados e que falta investimento da Prefeitura. Nas respostas

Barreto. Essa vegetação natural é do tipo Floresta Mesófila Semidecídua. Em 2018, a

relacionadas aos animais, pouquíssimas foram positivas, as pessoas falam que os

equipe do setor de flora do PMMSB (Olga Kotchetkoff Henriques e os estagiários

animais aparentam estar sempre exaustos, que os espaços são pequenos e que os

Henrico Antico e Caue Ankh) realizou o levantamento florístico na área do Bosque e

ambientes são sujos. Apenas 16,25% dos participantes deram respostas positivas,

Zoológico Fábio Barreto e foram registradas 159 espécies de árvores e arbustos

mostrando a urgência de uma readequação no Parque. Tal necessidade de melhora-

lenhosos, tanto nas matas como no restante da área.

mento permite intuir que esta talvez seja o principal motivo que leva 72,1% dos

Segundo a análise feita por Matias Júnior (2019), o Bosque Zoo mantém em exposição cerca de 251 animais, cujas espécies e quantidades estão listadas no

34

Anexo A.

respondentes a visitarem o parque apenas de 0 a 1 vez por ano. Mesmo o parque atraindo pessoas de fora de Ribeirão Preto, nota-se que a maioria das visitações ocorrem por moradores, jovens e que não necessitam de

No Anexo B são apresentados trechos do Plano de Manejo do Parque Municipal

acessibilidade, já que o parque não oferece medidas voltadas a garantir que haja a

Morro de São Bento que descrevem a infraestrutura do Bosque Zoológico Fábio

possibilidade de acesso a um ou mais lugares para pessoas que possuam necessi-

Barreto. O arquivo foi de extrema importância pelo fato de possuir um elevado nível

dades especiais.

de detalhe sobre a infraestrutura do Bosque, ajudando no desenvolvimento do projeto.

Destaca-se também que, mesmo que a situação dos animais seja na verdade boa, que eles se alimentem da maneira correta e que as dimensões dos espaços

Foi elaborado, através do Google Forms, um questionário (Apêndice A) veicu-

cumpram as exigências legais, a forma de um zoológico ultrapassado ainda predo-

lado a partir das redes sociais para que as pessoas avaliassem a atual condição em

mina, mostrando apenas grades e animais presos, tirando totalmente o foco do

que se encontra o Bosque Zoo Fábio Barreto. Foram consideradas as respostas de

natureza, que é o grande potencial do parque

118 pessoas, de diversas cidades e faixa etárias. Analisando as respostas deste questionário, observa-se que cerca de 45,15% das pessoas que responderam consideram a qualidade do Bosque, em todos os aspectos perguntados, péssima ou ruim. A justificativa dada pelos participantes sobre a


35

Mapa Ilustrativo do Bosque Zoo FĂĄbio Barreto Fonte: Gigantes do Bosque modiďŹ cado pela autora 2020


Levantamentos Ribeirão Preto é uma cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, é o nono maior município no estado com uma área total de 650,916 quilômetros quadrados, sendo que 127,309km² estão em perímetro urbano. Há uma população estimada de 703.293 pessoas que vivem em Ribeirão (IBGE/2019) e cerca de 92,5% das vias públicas são arborizadas (IBGE/2019). O levantamento será feito no entorno do Parque Municipal Morro do São Bento, pegando parte do bairro Campos Elíseos, onde o objeto está localizado atualmente e parte do Centro da cidade.

36

Legenda Bairro Campos Elíseos Centro Mapa da cidade de Ribeirão Preto. Fonte: Google Earth modificado pela Autora 2020.

Parque Municipal Morro do São Bento Bosque Zoo Fábio Barreto


Uso do solo O uso do solo foi analisado observando dois bairros, a parte do Campos Elíseos, que é onde o Parque Municipal está localizado, e o centro da cidade, que é um bairro que está diretamente relacionado ao Parque pelo fácil acesso.

totalmente comercial, e o Campos Elíseos, residencial. Isso se dá pelo fato de que os centros das cidades são comerciais desde a pré-antiguidade, já que as civilizações que dominavam técnicas de agricultura e pecuária passaram a criar centros mais densamente habitados, como centros de comércio. Automaticamente com a criação dos centros de comércio, era necessário bairros que abrigassem as pessoas que trabalhavam nesses centros. Então o Campos Elíseos, um dos maiores e mais antigos bairros de Ribeirão, tem essas características pelo fato de abrigarem os trabalhadores dos centros comerciais. Mesmo o Campos Elíseos sendo predominantemente residencial, há um elevado número de comercio local, fazendo com que os moradores do bairro não tenham que se locomover para realizar compras ou atividades como ir a academia. Embora com esse comercio local, o bairro ainda sim é calmo e habitado por pessoas mais velhas, isso por causa da sua história. Essa calma é diferente do Centro, que sendo quase todo comercial, tem bastante residências e apartamentos, que normalmente tem um preço elevado de aluguel por causa de sua localização. Porem mesmo sendo bem localizado, o centro atrai um certo medo de quem o frequenta, há um alto índice de assalto em todo o centro, seja na rua ou até dentro de casa e/ou apartamento, além de que muitos moradores de rua se abrigam nas muitas praças que compõe o centro de Ribeirão.

Legenda Residencial Comercial Prestação de Serviços Institucional Área Verde Área de Preservação Ambiental Vazio Parque Municipal Morro do São Bento

: Mapa das Atividades Predominantes no entorno do Bosque | S/escala Fonte: Elaborado pela Autora 2020.

A princípio podemos perceber uma notável diferença entre o Centro,

37


Equipamentos Urbanos A área de análise, Campos Elíseos e Centro, contam com uma quantidade de Equipamentos Urbanos, sendo a maior parte deles escolas. O centro tem um maior número e variedade de equipamentos, sendo eles Igrejas, praças, órgãos públicos como a prefeitura, delegacia, escolas, entre outros. Já o Campos Elíseos, A variedade são poucas, porem há uma grande quantidade de escolas, além de ter Secretaria Municipal, 7 Capelas, um Hospital particular, teatro e o Bosque Zoo Fábio Barreto (objeto de intervenção) que está dentro do PMMSB. A grande quantidade de escolas no Campos Elíseos é de extrema importância para o projeto já que dentro de uma Diretriz é abordado a educação dentro do Bosque. Não só as escolas do bairro, mas todas devem ter uma ligação direta com

38

o Bosque para que todos tenham a consciência da importância do Meio Ambiente, principalmente um parque de tamanha escala no meio da cidade, e como isso tem que ser valorizado.

Legenda Parque Municipal Morro do São Bento

Lazer

Área principal de intervenção Particular Municipal Estadual Referente a administração Referente a educação/ cultura Referente a saúde

Religião PR - Prefeitura DE - Delegacia PO - Policia Civil PA - Palacete BI - Biblioteca E - Educação M - Museu SE - SESC SM - Secretaria Municipal

Saúde

Mapa de Equipamentos Urbanos no entorno do Bosque | S/escala Fonte: Elaborado pela Autora 2020.


Ligação viária com o Parque Municipal Morro do São Bento Nessa análise, o intuito é mostrar o fácil acesso do centro ao PMMSB, seja ele de carro, ônibus ou a pé. O centro é um local em que a qualquer momento está muito movimentado, mesmo no período da noite, o centro possui muitas atividades noturnas. A ligação foi feita a partir das principais praças do centro, consequentemente as mais movimentadas e uma delas até possuindo uma estrutura de terminal para as pessoas que esperam o ônibus. O foco sempre é priorizar o transporte público, e de cara já avistamos um problema, nenhum ônibus do centro, para na porta do Bosque, obrigando a pessoa andar 3 quarteirões para chegar ao local, e como foi analisado, a topografia e a condição do entorno do

Praça XV de Novembro

Bosque, não são boas, tornando difícil a circulação para pessoas com necessida-

39

des especiais e até pessoas idosas, que é de grande predominância no bairro

Praça das Bandeiras

Legenda Ônibus Carro

Praça 7 de Setembro A pé Parque Municipal Morro do São bento Bosque Zoo Fábio Barreto

Mapa de Viário do entorno do Bosque | S/ escala Fonte: Elaborado pela Autora 2020.


J a rd i m J a p o n e s d o B o s q u e Zo o Fรก b i o B a r re to | Au to r d e s c o n h e c i d o


.04 referĂŞncias projetuais


Parque Ecológico Imigrantes O Parque Ecológico Imigrantes (PEI) é uma realização da Fundação Kunito Miyasaka que contribui para o aumento do desenvolvimento social, cultural e econômico

• Nome do Projeto: Parque Ecológico Imigrantes;

do Brasil.

• Local: Km 35, em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo;

Objetivos: tem como principal objetivo preservar e educar por meio do conceito de desenvolvimento sustentável e da filosofia japonesa do Mottainai.

• Equipe de Projeto: Gesto Arquitetura; • Terreno: 484 mil metros quadrados;

O Parque foi pensado, projetado e construído respeitando os princípios socioambientais, nos quais a inclusão social está intimamente relacionada à conservação

• Edificação: 3.439,62m²; • Inauguração: 29 de novembro de 2018.

do meio ambiente. Localizado no chamado Coração da Mata Atlântica, o parque é

Implantação: o projeto foi inserido no coração da Mata Atlântica, em São Bernar-

dedicado a ampliar a compreensão do meio ambiente e sua importância por parte

do do Campo, obedecendo os princípios de acessibilidade, e sustentabilidade, para

da sociedade por meio de projetos educativos e transformadores, a fim de promover

causar o menor impacto ao meio ambiente, e será destinado ao convívio, estudo dos

uma nova maneira de se relacionar com a natureza.

ecossistemas e ecoturismo. Um projeto totalmente integrado, com 1.710 m² de área construída coberta, que possibilita uma experiência com atrativos como a Trilha I m a g e m 3 D d o P a rq u e Ec o l ó g i c o I m i g r a n te s

42

Ficha Tecnica

Sensorial, que oferece uma experiência sensorial da floresta ao visitante. Nas células suspensas, serão montados centros de estudo sobre a Mata Atlântica, com tecnologia de ponta em informação, além de anfiteatro. Seu programa conta com: • Passarela-ponte; • Três células de recepção (ainda não foram construídas); • Trilhas; • Um pequeno auditório; • Um espaço para exposições informativas; • Dois bondes instalados abaixo da passarela (para os visitantes com dificuldade de locomoção); • Escadaria de acesso as células.


Tecnologias: O material usado para a construção de uma passarela elevada, que permite um passeio em meio à copa das árvores, e é o principal local de circulação de pessoas pelo parque, foi a madeira plástica, feita partir da reciclagem de resíduos plásticos, que possui alta resistência à umidade e exige baixa manutenção. A passarela de 440 m de extensão, 3 m de largura (para a passagem de um veículo, se necessário) e piso de madeira plástica, tem estrutura formada por cabos e barras metálicas, com apenas quatro pilares de cerca de 15 m de altura e um vão de 80m entre eles, que diminui o impacto no solo do ecossistema. A ideia fundamental era usar as soluções ambientais também para promover a educação ambiental. Um sistema fotovoltaico e eólico para backup de energia, com 3 horas de autonomia, alimenta a rede de energia, iluminação e a bomba d´água que irriga as áreas administrativas e o lago, e tudo isso em locais bem visíveis, para

I m a g e m 3 D d o P E I | Fo n te : G e s to A rq u i te t u r a

43

mostrar aos visitantes que é possível gerar energia a partir de fontes limpas.

I m a g e m 3 D d o P E I | Fo n te : G e s to A rq u i te t u r a

I m a g e m 3 D d o P E I | Fo n te : G e s to A rq u i te t u r a


44

V i s t a a é re a d o P E I | Au to r d e s c o n h e c i d o

V i s t a a é re a d o P E I | Au to r d e s c o n h e c i d o


I m a g e m 3 D d a e s c a d a r i a e b o n d i n h o d o P E I | Au to r d e s c o n h e c i d o

Fo to d a p a s s a re l a e b o n d i n h o d o P E I | Au to r d e s c o n h e c i d o

45


Biblioteca VAC A Biblioteca-Vac é um projeto especial que traz antigos costumes rurais vietnamitas para a vida urbana. Vac é uma abreviação para Jardim, Lagoa e Gaiola, componentes que compõe o projeto. O sistema VAC usa efetivamente toda a terra, ar, água e recursos de energia solar disponível, além de reciclar subprodutos e resíduos. Ficha Técnica: • Nome do Projeto: Biblioteca-Vac (Vườn Ao Chuồng); • Local: Hanoi, Vietnã; • Equipe de Projeto: Farming Architects; • Edificação: 55m²;

46

V i s t a d e Fre n te d a B i b l i o te c a -VAC | Fo n te : N g u ye n T h a i T h a c h

V i s t a d a B i b l i o te c a -VAC | Fo n te : N g u ye n T h a i T h a c h

• Inauguração: 2018


Objetivos: o objetivo da Biblioteca-Vac é oferecer um ambiente lúdico, instigante e ao mesmo tempo educativo, mostrando às crianças os benefícios da aquaponia, sistema de produção de alimentos que combina a aquicultura convencional com a hidroponia , muito utilizado tradicionalmente nas áreas rurais. Uma outra finalidade do projeto não é apenas produzir um uso eficaz dos recursos naturais, mas também o teste de diferentes tipos de plantas e animais. Implantação: como já falado anteriormente, a Biblioteca-VAC foi projetado para ser inserido em uma área urbana, para trazer as pessoas um pouco dos antigos costumes da área rural do Vietnã, porem a estrutura poderia ser construída em qualquer lugar, levando a qualquer pessoa, seus objetivos. Biblioteca também é voltada para um espaço de biblioteca ao ar livre para crianças, podendo elas brincarem juntas, ler livros e aprender visualmente sobre esse modelo ecológico do projeto.

47 : I m p l a n t a ç ã o e s q u e m á t i c a d a B i b l i o te c a -VAC | Fo n te : Fa r m i n g A rc h i te c t s

C o r te s e s q u e m á t i c o s d a B i b l i o te c a -VAC | Fo n te : Fa r m i n g A rc h i te c t s


Tecnologia: O VAC utiliza uma linguagem derivada do uso de seus principais materiais: vigas de madeira. Essa técnica oferece a liberdade de criar uma estrutura

DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO

flexível e adaptável que pode ser facilmente implementada em todos os lugares. A estrutura também funciona como um organizador de espaço, onde diferentes

dos, oferecendo uma ampla gama de personalização para atender às necessida-

TETO SOLAR No teto, há paineis solares integrados. Eles coletam e armazenam energia para acionar as luzes e a bomba do sistema de aquicultura, tornando a Biblioteca-VAC totalmente auto-eficiente.

des das pessoas. Esse recurso de personalização se encaixa bem no aspecto cultural do povo vietnamita: abordagem DIY , já que algumas famílias do Vietnã têm costume de organizam o plantio de hortaliças em casa, no entanto, principalmente seguindo métodos espontâneos, sem planejamento estratégico ou estética arquitetônica. São caixas que são colocadas em um espaço estreito da casa ou na área do jardim da varanda e do terraço superior

48 D e t a l h e d a e s t r u t u r a d a B i b l i o te c a -VAC | Fo n te : N g u ye n T h a i T h a c h

No teto

ESTRUTURA MODULAR O VAC utiliza uma linguagem derivada do uso de seus principais materiais: vigas de madeira. Essa técnica oferece a liberdade de criar uma estrutura flexível e adaptável que pode ser facilmente implementada em todos os lugares. A estrutura também funciona como um organizador de espaço, onde diferentes recursos, da iluminação à caixa com plantas, podem ser facilmente implementados, oferecendo uma ampla gama de personalização para atender às necessidades das pessoas. Esse recurso de personalização se encaixa bem no aspecto cultural do povo vietnamita: abordagem DIY

ILUMINAÇÃO A iluminação possui um integração com o design da estrutura, seguindo uma mesma linguagem. A luzes são cubos de acrílico, semi transparentes que criam criam um ambiente com uma luz quente e difusa.

BIBLIOTECA-VAC Vac é uma abreviação para Jardim, Lagoa e Gaiola, componentes que compõe o projeto. O sistema VAC usa efetivamente toda a terra, ar, água e recursos de energia solar disponível, além de reciclar subprodutos e resíduos.

D i a g r a m a d a B i b l i o te c a -VAC | Fo n te : Fa r m i n g A rc h i te c t s | Tr a d u z i d a p e l a Au to r a .

recursos, da iluminação à caixa com plantas, podem ser facilmente implementa-


Conclusão Os dois projetos escolhidos de referência foram analisados para que algumas de suas características fossem utilizadas no projeto da autora. A diferença de escala entre os projetos foi intencional, sendo o Parque Ecológico Imigrantes abordando o Parque Municipal Morro do São Bento, e a Biblioteca-VAC, abordando mais especificamente o recinto dos animais do Bosque Zoo Fábio Barreto. A passarela do PEI servirá como forma de conexão, seu programa de necessidade inspirou nas mudanças das edificações do Bosque e a maneira que o projeto usa a sustentabilidade e a acessibilidade, será um ponto crucial na Readequação do Bosque. A Biblioteca-VAC tem uma ótima integração entre meio ambiente, ser humano, animais e educação, tudo que está tambem ligado diretamente com a Readequação.

49


V i s t a d a p a r te i n te r n a d o B o s q u e Zo o Fรก b i o B a r re to | Fo to d a a u to r a , 2 0 2 0 .


.05 diretrizes


Conectar e promover a acessibilidade (Mega)

52

O objetivo do projeto é estabelecer diretrizes, a partir do Plano de Manejo já

relação ao Bosque. Com isso o elevador estará presente apenas na Cava, a passare-

citado anteriormente, para a preservação dos ecossistemas naturais, recupera-

la estará no mesmo nível que o Bosque. Com essa altura será possível ter uma

ção das áreas degradadas e promoção da educação ambiental e proteção do

integração com a natureza, já que as pessoas terão oportunidade de “andar” pela

patrimônio cultural e natural existente. A diretrizes serão divididas em três esca-

copa das árvores, trazendo uma sensação única para os visitantes do Bosque e

las: Mega (Parque Municipal Morro do São Bento), Macro (Bosque Zoológico

assim a cidade de Ribeirão terá um novo ponto turístico dentro do Morro do São

Fábio Barreto) e Micro (Recintos dos animais dentro do Bosque).

Bento.

A primeira diretriz, classificada como Mega realizará a ligação do Bosque Zooló-

O elevador será baseado no projeto “Elevador Pfaffenthal” em Luxemburgo,

gico com a Cava do Bosque, que irá gerar uma solução de acessibilidade entre os

projetado pelo escritório STEINMETZDEMEYER em que tem uma torre oca de

Complexos, já que a topografia encontrada no PMMSB é bastante irregular. A cone-

concreto armado que será o contrapeso do elevador. Para manter um ar leve como

xão dará preferência aos pedestres, principalmente aos que tem alguma necessida-

a passarela, a torre será revestida de madeira plástica. O elevador será fixado a torre

de especial, permitindo de uma forma rápida e direta que as pessoas cheguem a

por meio vigas e pilares metálicos. e em uma parte do elevador terá paredes e

todos esses lugares. A ligação entre o Complexo Cultural e o Bosque se dará pelo

cobertura de vidro, para uma vista panoramica do Bosque.

caminho já existente, apenas sendo adaptado para uma melhor locomoção dos pedestres. A passarela/ponte será construído com viga “T”, em que a parte de cima dessa viga, já será a passarela em si. Essa viga “T” será de concreto protendido, com largura de 3 metros (espaço suficiente para cadeirantes e pedestrer caminharem tranquilamente). Com a utilização desse tipo de estrutura, vão ser necessários em todo o percurso de 140 metros de comprimento, apenas 5 pilares, pois a viga consegue vencer vãos de até 30 metros. Acima da viga, para não ficar o aspecto de concreto, algo grosseiro que não combina com a natureza, será colocado placas de madeira plástica em toda a passarela. Por conta da topografia, será necessário um elevador para o acesso à passarela, já que a Cava do Bosque situa-se a 37 metros abaixo em


Bosque

Cava do Bosque

Passarela I m p l a n t a รง รฃ o d a p a s s a re l a l i g a n d o a C ava d o B o s q u e a o B o s q u e | S /e s c a l a Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

Legenda:

53


54

Passarela

Ponto de espera do elevador PĂłrtico C o r te d a p a s s a re l a l i g a n d o a C ava d o B o s q u e a o B o s q u e | e s c a l a 1 : 70 0 Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

Elevador Panorâmico


1,10

3,0

1,5

0,2 0

0

0

1,5 0

Pilar com 60cm de diametro

P e r s p e c t i va d e d e t a l h e d a p a s s a re l a | e s c a l a 1 : 5 0 | Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a , 2 0 2 0

2,00

Viga “T” em concreto protendido 0,05

0,15

Guarda-corpo de madeira Madeira plástica

55


Passarela com extensão de 140m e 3 m de largura Cobogó Cobertura de vidro

Torre oca de concreto armado revestida de madeira

Ponto de espera

56

Cabine do elevador com faces de vidro Estrutura metálica

Desnível de 37m

P e r s p e c t i va d a p a s s a re l a l i g a n d o a C ava d o B o s q u e a o B o s q u e Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

Banco


Fotomontagem da passarela conectando a Cava do Bosque com o Bosque Fรกbio Barreto Fonte: elaborado pela autora em parceria com Axolab

57


58

“A natureza está constantemente a misturar-se com a arte.” - Ralph Waldo


59

Fotomontagem da passarela conectando a Cava do Bosque com o Bosque Fรกbio Barreto Fonte: elaborado pela autora em parceria com Axolab


Valorizar (Macro) Criar elementos que proporcionem de forma física, psicológica e visual uma valorização do Bosque e seu entorno. A valorização vai muito além de reformar a calçada e plantar vegetação para deixar visualmente mais bonito o ambiente, a

60

e facilitará a distribuição dos ambulantes e a venda de seus produtos. Considerando sua importância como referência histórica para a cidade de Ribeirão Preto, foi decidido manter a fachada da entrada principal do Bosque.

valorização tem a ver com o sentimento das pessoas, e o que essas mudanças

Na Rua Tamandaré, que oferece uma entrada alternativa ao Bosque, será reesta-

podem atrair, de forma que todo o projeto gere uma maior conscientização do públi-

belecido o paralelepípedo para controle de velocidade, já que em sua frente encon-

co sobre a importância dos ecossistemas.

tra-se a escola Dom Luís do Amaral Mousinho, reduzindo o risco de travessia para

Em todo o entorno foi proposto a padronização das calçadas, tornando-as

os estudantes. Tambem é proposta a implantação de uma faixa de pedestres eleva-

acessíveis a todos. Os trechos que receberam as maiores intervenções foram as ruas

da, facilitando a passagem dos alunos para o Bosque, criando uma ligação entre a

Camilo de Matos, da Liberdade, Carlos Gomes e Tamandaré. Uma análise feita na

escola e o parque e também colaborando, junto com o paralelepípedo, para a

área mostrou que essas são as ruas que apresentam maiores problemáticas como

redução de velocidade dos veículos.

calçadas destruídas e estreitas, e ruas sem moderadores de tráfego, fazendo com que a velocidade dos carros seja muito elevada para esse local. Na Rua Camilo de Matos houve um alargamento das duas calçadas, fazendo com que a rua seja agora para passagem de apenas de duas faixas para circulação de veículos, priorizando e melhorando o calçamento para os pedestres. Em todas essas intervenções propõe-se a retirada do asfalto e a restauração do paralelepípedo que estava abaixo dele, tornando a via mais permeável e possibilitando também a redução da velocidade dos veículos. No calçamento do lado esquerdo há uma formação de rochas que invade a passagem, mas com o alargamento do passeio, estas rochas se tornam parte do projeto e não um obstáculo. Nas ruas da entrada principal do Bosque, da Liberdade e Carlos Gomes, a intervenção propõe um calçadão compartilhado, em que carros e pedestres possam usufruir simultaneamente da via. O calçadão dará maior liberdade para o pedestre,


61

Mapa ilustrativo do Parque Municipal Morro do SĂŁo Bento | Fonte: Gigantes do Bosque modiďŹ cado pela autora 2020


5.95

3.07 4.95 2.10 3.23

Passeio Faixa de direção Estacionamento

2.10 3.23

Rua Tamandaré - Depois

C o r te s i l u s t r a t i vo s | E s c a l a 1 : 5 0 0 | Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a

Bosque

Passeio

4.95

Estacionamento

Faixa de direção

Passeio

Escola

Bosque

Passeio

3.07

Bosque

Rua Camilo de Matos - Depois

Escola

Bosque

3.88

Passeio

2.80 2.10 3.40

Passeio

8.27

Faixa de direção

Estacionamento

Passeio

Lotes

2.10 2.10

Faixa de direção

Estacionamento

Passeio

62

Lotes

Rua Camilo de Matos - Antes Rua Tamandaré - Antes


13.16

Via Compartilhada

Lotes

Retirar asfalto e colocar piso drenante - via se tornará compartilhada, acesso de carro apenas local

Lotes

Passeio

Faixa de direção

Passeio

13.16

Via Compartilhada

Bosque

Retirar asfalto e colocar piso drenante - via se tornará compartilhada, acesso de carro apenas local

C o r te s i l u s t r a t i vo s | E s c a l a 1 : 5 0 0 | Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a

3.14

Bosque

5.04

Estacionamento

2.88 2.10

Rua Carlos Gomes - Depois

Rua da Liberdade - Depois

Lotes

Lotes

Passeio

Estacionamento

Faixa de direção

Estacionamento

3.10 2.10 2.82 2.10 3.04

Lotes

Rua Carlos Gomes - Antes

Passeio

Lotes

Rua da Liberdade - Antes

63


64

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma� - Antoine Lavoisier

Atual entrada principal do Bosque Rua da Liberdade com a Carlos Gomes | Foto tirada pela autora, 2020.


65

Fotomontagem da intervenção feita na entrada principal do Bosque - Rua da Liberdade com Carlos Gomes Fonte: elaborado pela autora em parceria com Axolab


66

“Que nossos caminhos sejam oridos de felicidade, como uma bela primaveraâ€? - Autor desconhecido

Rua Camilo de Matos atualmente | Foto tirada pela autora, 2020.


67

Fotomontagem da intervenção feita na Rua Camilo de Matos Fonte: elaborado pela autora em parceria com Axolab


68

“Você só vai descobrir novos caminhos quando mudar a direção” - Autor desconhecido

Rua Tamandaré, entrada alternativa do Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


69

Fotomontagem da intervenção feita na Rua Tamandaré, ligação entre a escola e o Bosque Fonte: elaborado pela autora em parceria com Axolab


Readequar (Micro) Propõe-se remanejar os animais que ficam em exposição, encaminhando-os a santuários para que ofereçam uma melhor qualidade de vida em um habitat com maior enriquecimento ambiental e longe da poluição que a urbanização trouxe para o espaço deles. Esses lugares em que os animais permanecem, chamados de Recintos, se tornarão lugares para estudo, convivência e lazer. Os lugares edificados como terrário e casa da ciência, se tornarão respectivamente: biblioteca e um museu em que na biblioteca o foco dos livros serão estudos da natureza e no museu serão mantidas informações sobre todos os animais que já estiveram no Bosque, contando toda sua história, do porquê foi pra lá, até o motivo do remanejo de todos. O aquário e a canti-

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na, que também são edificados, serão removidos, pois a sua dimensão interrompe continuidade da paisagem do Bosque. Os demais recintos, onde ficam a maioria dos animais, como o elefante, aves, leão entre outros, alguns se tornarão continuação do parque e outros receberão a inserção de algo mais efêmero, como a Biblioteca-VAC, citada no projeto de referência.


71

Mapa ilustrativo do Parque Municipal Morro do SĂŁo Bento | Fonte: Gigantes do Bosque modiďŹ cado pela autora 2020


Aquário

O aquário é nitidamente uma edificação extensa, que atrapalha totalmente a fluidez da visão. Temos uma paisa72

gem que é interrompida por um lugar estreito, longo e escuro. Com sua retirada teremos mais um local com ampla visão para o restante do Bosque, fazendo com que os visitantes se sintam ainda mais perto da natureza.

Atual vista do Aquário no Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


Fotomontagem da intervenção do aquårio. Fonte: elaborado pela autora em parceria com Axolab


Biblioteca O terrário, local em que ficam as cobras, será transformado em uma biblioteca cujo foco será biologia, ou seja, estudos mais voltados a plantas e animais. Foi reaproveitada a maior parte da estrutura do serpentário, ocorrendo grandes alterações apenas na retirada de algumas paredes, que serviam de divisão entre os

uma maior integração com a área externa. Na fachada da biblioteca foi alterado apenas a pintura, colocação de uma platibanda e a troca da rampa para uma passarela elevatória, dando melhor comodidade a pessoas com necessidades especiais. O local em que as cobras eram mantidas, com sua retirada, tornou-se um ambiente para apreciação da vegetação que lá foi inserida.

74 Maquete 3D da Biblioteca | Fonte: elaborada pela autora, 2020.

P l a n t a H u m a n i z a d a d a B i b l i o te c a | Fo n te : E l a b o r a d a p e l a a u to r a , 2 0 2 0 .

animais. Alem de que foi colocado uma clarabóia para uma melhor iluminação e


COBERTURA DE VIDRO

70

INSERÇÃO DE VEGETAÇÃO

PAREDES DEMOLIDAS

INSERÇÃO DE PLATAFORMA ELEVATÓRIA

P e r s p e c t i va d a B i b l i o te c a Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

TROCA DE TODAS ESQUADRIAS

75


B

Área permeável 52,39m

2,54

Área permeável 39,86m

10,27

projeção cobertura de vidro 3,00 x 1,80 0,50

7,02

3,00 x 1,80 0,50

+0,64

1,28

2,71

0,53

0,42

0,15

3,09

0,53

2,33

0,15

4,46

projeção viga

14,90

12,24 2,68

3,00 x 1,80 0,50

3,00 x 1,80 0,50

A

A

+0,61

2,68

7,73

Biblioteca 2 169,11m +0,64

+0,61

3,00 x 1,80 0,50

+0,64 1,21

+0,16 +0,61 10,74 0,00

Planta baixa

1:100 B

1,95

0,91

1,67

0,70

+0,32

0,70

1,95

0,70

+0,48 2,68

2,65

depósito 7,09m

+0,64

2,68

Plataforma elevatória

2,68

12,24

3,00 x 1,80 0,50

+0,61

2,80

2,65

3,00 x 1,80 0,50

3,00 x 1,80 0,50

2,80

2,68

depósito 7,09m

7,88

76

P l a n t a d a B i b l i o te c a | Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

6,75

10,47

71


Corte B 0,16

+0,64

0,16

+0,64 2, 4 6

2,33

2,17

3,03

3,00

2,60

0,70

0,83

0,40

0,70

1 , 61

0,15

0,15

0,76

0,76

1:100

Plataforma elevatรณria

+0,61 0,00

C o r te s d a B i b l i o te c a | Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

1:100 3,00

1,80

Corte A 0,50

+0,64

0,16

0,13

0,50

3,36

+0,61 +0,61

77

1,80

3,00

2,60

3,00

3,96

3,96

0,70

0,40

0,15

0,76


78

Atual vista do Terrรกrio de Cobras no Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


79

Maquete 3D da fachada de Biblioteca Fonte: elaborado pela autora, 2020.


80

Atual vista do Terrรกrio de Cobras no Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


81

Maquete 3D do interior da Biblioteca. Fonte: elaborado pela autora, 2020.


82

Atual vista do Terrรกrio de Cobras no Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


83

78

Maquete 3D do interior da Biblioteca Fonte: elaborado pela autora, 2020.


Praça de alimentação A praça de alimentação será outra edificação a ser demolida, pois a atual edificação

suficiente para todo o espaço. A proposta foi concebida de uma forma mais orgâni-

não teve um estudo de integração com o meio ambiente, sendo construído com

ca, possibilitando um contato direto com a vegetação em seu entorno. O projeto da

barreiras para a natureza, transmitindo uma sensação de aprisionamento, já que o

cantina conta com 2 quiosques, 14 mesas com 4 cadeiras cada, totalizando 56 cadei-

local é escuro, utiliza materiais pesados e interrompe a vista da natureza. A interven-

ras, mas sendo possível colocar mais mesas, alem de 6 bancos que seguem o

ção propõe retirar todo o edifício existente, deixando um espaço livre de 470m, com

formato ondulado do projeto.

dois quiosques espalhado pelo espaço, sendo possível colocar o quiosque em qualquer posição. Em todo o restante será colocado mesas e bancos, para as

Os quiosques foram inspirados no projeto de referência da Biblioteca-VAC, que é feito com uma estrutura de madeira e uma cobertura de vidro.

pessoas sentarem e comerem, ou apenas apreciarem o local. Não foi necessário deixar uma cobertura, pois pela quantidade de árvores existentes, há sombra

79

84 Maquete 3D da praça de alimentação| Fonte: elaborada pela autora, 2020.


ILUMINAÇÃO

CANTINA BANCOS CANTINA

82

85

Maquete 3D da praça de alimentação Fonte: Elaborado pela autora, 2020.


Cubos de acrílico que iluminam

0,02

Teto de vidro

1,26

0,04

2,86

0,04

Bancada de trabalho

Nichos

0,90

0,41

0,46

86

83 6 4,1

4,08 0,6 3

50 0, 0,90

Estrutura de madeira Balcão de atendimento

0,5 3 0,6 3

P e r s p e c t i va d o m ó d u l o d a p r a ç a d e a l i m e n t a ç ã o Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

Armários (apoio da cozinha)


6,72

3,08 4,40 4,27

8,99

4,27

4,93

4,40

16,28

8,34

8,00

3,00

4,38

8,18

30,08

Implantação da praça de alimentação | escala 1:200 Fo n te : E l a b o r a d o p e l a a u to r a 2 0 2 0

Calçada

R u a i n te r n a d o B o s q u e

87


88

Atual vista da Cantina no Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


Maquete 3D da praça de alimentação Fonte: Elaborado pela autora, 2020.


90

Atual vista da Cantina no Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


91

Maquete 3D da praça de alimentação Fonte: Elaborado pela autora, 2020.


92

Atual vista da Cantina no Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


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Maquete 3D da praça de alimentação Fonte: Elaborado pela autora, 2020.


Casa da Ciênica e Museu

A Casa da Ciência é um programa do Hemocentro de Ribeirão Preto que desenvolve atividades de ensino de ciências com objetivo de aproximar a pesquisa científica de alunos e professores da rede básica de ensino e apoiá-los. Desde o início um dos focos da intervenção é o cunho educacional, e é o que a Casa da Ciência traz aos estudantes. Com isso, será mantido seu uso atual e inserido um novo, que será o Museu. A exposição da história dos animais será feita atraves de cavaletes, inspirados nos que tem no MASP, criados pela arquiteta Lina Bo

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Bardi. A frente terá a imagem do animal que vivia no bosque e atras toda sua história. A parte do museu irá ocorrer na parte externa da estrutura atual da Casa da Ciencia, enquanto na parte interna continuará acontecendo as atividades educacionais. O trabalho realizado com os animais no Bosque é sim de extrema importância para a preservação das espécies, mas com a urbanização das cidades, o Zoológico acabou se transformando em um ambiente desfavorável tanto para os habitantes dos bairros próximos, quanto para os animais. Não é porque os animais serão retirados que se deve esquecer toda a sua história, por isso a criação do Museu, para que toda a memória dos animais que ali viveram seja mantida, de forma que os visitantes saibam e compreendam todo o processo de história e adaptação do Bosque.

Atual vista da Casa da Ciencia do Bosque | Foto tirada pela autora, 2020.


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Fotomontagem da intervenção na Casa da Ciência | Fonte: elaborado pela autora em parceria com Axolab


V i s t a s u p e r i o r d e R i b e i r ã o P re to | Fo n te : J o s é Fr a n c i s c o P i m e n t a


... conclusĂŁo


Conclusão O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como é precária a manutenção do Parque Municipal Morro do São Bento, mostrando que há

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acessível, para que todos tenham acesso, um ponto de estudo para atender várias escolas que têm no bairro um ambiente de lazer e consciência para a população.

uma carência de investimentos por parte da prefeitura e de terceiros. Nesse sentido

Para dar continuidade à implantação do projeto de intervenção proposto neste

foi proposta uma intervenção no Bosque Zoo Fábio Barreto, que está dentro do

trabalho, será necessário buscar futuros parceiros para a viabilização da implanta-

PMMSB, junto com o Complexo Cultural e Esportivo, de forma a melhorar e valorizar

ção do projeto e futuras manutenções, para que a área do Bosque esteja sempre em

o Parque.

perfeito estado, para um melhor aproveitamento da população. Encontrando parcei-

Foram feitos levantamentos que mostraram que o ambiente em que os animais

ros, o projeto executivo seria iniciado, com todo o detalhamento necessário, em

vivem, são de uma forma de zoológico ultrapassado, deixando-os em um ambiente

estudos que envolvem quantidade de materiais, mão de obra, medidas, estudo

sem enriquecimento ambiental, onde as pessoas vão para assisti-los. Com isso

topográfico, entre outras coisas. Com o projeto implantado, a população poderá

fez-se necessária a retirada dos mesmos, encaminhando-os a um lugar mais

aproveitar um espaço readequado dentro de Ribeirão, trazendo uma qualidade de

adequado, como santuários, por exemplo; agora o zoológico será apenas um

vida melhor aos habitantes e aos animais que estarão em um lugar melhor.

parque, porém mantendo a história de todos os animais de passaram por lá, com a inclusão de um museu no programa de necessidades. O Parque, por não receber tantos investimentos mostra para as pessoas que, se nem o próprio órgão responsável por sua manutenção dá valor ao lugar, por que as pessoas dariam também? Assim, esse projeto faz com que as pessoas tenham consciência de como é grande ter um pedaço da Mata Atlântica em sua cidade, e como temos que valorizar qualquer tipo de espaço verde. No presente trabalho foi mostrado como funciona a relação das áreas verdes com a cidade, deixando evidente que as áreas com maior investimento estão em bairros nobres, fazendo com que exista uma desigualdade até na hora do lazer ao ar livre. Com isso, o trabalho apresentou três diretrizes divididas em escalas: MEGA, MACRO e MICRO. As diretrizes têm como objetivo tornar o parque um lugar mais


99

Atual vista da entrada principal do Bosque | Fo n te : J o s ĂŠ Fr a n c i s c o P i m e n t a


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Silvestre Gomes, M. A. (2019). Cidades sustentáveis e parques: reflexões teórico-conceituais. Cofins, 21

101


Apêndice Apêndice A – Pesquisa online com a população sobre o Bosque Zoo Fábio Barreto

102


103


Anexo Anexo A – A função dos zoológicos no contexto da sociedade contemporânea. Tabela quantitativa de animais presentes no Bosque. Análise feita por Juliano Cesar Matias Junior, para seu trabalho final de graduação na Universidade de Ribeirão Preto.

104


maiores os caminhões, maiores as dificuldades. Tendo em vista a vegetação presente e a necessidade de manejo da mesma, estes gargalos constituem impedimento para a realização de alguns serviços. O Jardim Japonês possui um pórtico Tori na sua entrada cuja baixa altura impede o acesso de caminhões de poda, de bombeiros e outros. A lotação máxima admitida para o parque é de três pessoas por metro quadrado. Para se obter o número de máximo de visitantes na área do Bosque e Zoológico, deve-se calcular as áreas de circulação do parque abertas à visitação, excluindo as áreas com acesso restrito ao visitante (setor extra, área dos recintos, áreas de jardins e vegetação, outros) e multiplicar por 3. O número de sanitários deve ser compatível com a lotação máxima do parque. Anexo B – Plano de Manejo Parque Municipal Morro do São Bento O acesso ao PMMSB, na área do Bosque Fábio Barreto, onde está instalado o Jardim Zoológico, maior polo atrativo do Parque, pode ser feito pelas portarias da rua Liberdade e Portão dos Teatros. A portaria da rua Liberdade é o acesso principal, onde existe uma catraca instalada, para contagem do número de visitantes. O Portão dos Teatros em geral permanece fechado, abrindo em ocasiões especiais ou por necessidade de acesso de serviços. Existem dois acessos de serviços, um pela Av. Capitão Salomão e outro pela rua Tamandaré. Há um estacionamento interno exclusivo para funcionários com acesso pela Av. Capitão Salomão e outro próximo à entrada da rua Liberdade, com 26 vagas. O Bosque e Zoológico dispõem de três sanitários públicos (masculino e feminino); Centro de Educação Ambiental; Praça de Alimentação; Recanto das Aves; Área Multi-Lazer; Administração do Parque; duas trilhas para visitação a pé: trilha do Jequitibá, aberta apenas para visitas monitoradas, e trilha dos Angicos, atualmente fechada; Jardim Japonês e Mirante. O antigo prédio do restaurante do bosque hoje abriga a Casa da Ciência, que alterna uso institucional (Centro de Professores) com serviço do parque (quando foi centro de visitantes ou quando é utilizada em eventos). A circulação interna na área do Bosque e Zoológico ocorre principalmente em vias asfaltadas. Existem pontos de gargalo nesta circulação, em trechos estreitos e com curvas muito acentuadas, como a esquina em frente à educação ambiental, a curva próxima ao recinto dos leões, e outros que dificultam o trânsito de caminhões de manutenção. Quanto

105


94

Trabalho Final de Graduação 2020 | Centro Universitário Barão de Mauá


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