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Karmilla's Pub, por Orfeu Brocco

Bon bagay ak move bagay1 Os coturnos esmagavam as poças de chuva durante seu caminhar sobre o Viaduto do Chá, Derick estava à deriva pela cidade, a fina garoa não o intimidava, seu sobretudo de couro o mantinha seco, apenas seus cabelos ruivos molhavam, deixando as gotas escorrerem até seu rosto sardento. Apesar da garoa os arredores estavam cheios, pessoas bebiam embaixo dos toldos dos bares, garotas de mini-shorts desafiavam o vento cortante, alguns haitianos aglomerados em frente a uma ocupação animavam o lugar com som de batucada e canto. Derick se abrigou no bar da frente, puxou um cigarro e com o pé esquerdo acompanhou o ritmo dos batuques e de refrãos em creole. A ―jam session‖ atraia muitos passantes e a 1

Coisas boas e ruins — traduzido do criolo (creole) haitiano. [2]


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animação tomava conta do lugar. O garçom veio até ele, tinha um sorriso estampado no rosto, parecia estar um pouco ébrio de álcool e música. — Boa noite! Como posso ajuda-lo ? — entregou um cardápio ao rapaz que se sentou e acomodou enquanto acompanhava com rabo de olho o dançar de algumas mulheres.. — Um cinzeiro , por favor, e uma dose de caipirinha. Animado aqui hoje , não ? — o garçom concordou com o ruivo e garantiu que ia preparar a melhor caipirinha de sua vida, saiu em seguida. Enquanto acendia o cigarro, ele notou o aproximar de passos lentos e gingados de um homem bem vestido em tons de preto e vermelho. — Boa noite, amigo, como vai? — o homem tinha um olhar misterioso, mas ao mesmo tempo o movimento de suas sobrancelhas como se fosse um Bela Lugosi afro trazia a ele um grande ar de camaradagem. [3]


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— Bem e o senhor ? Só apreciando o espetáculo ? — Deu uma tragada no cigarro e observou, realmente, aquele homem parecia ter um carisma inexplicável. — Onde há mulher bonita dançando, uma roda e batucada, lá estou! Tu me cederias um cigarro? Por obséquio! — Derick sorriu e puxou um cigarro do maço e entregou ao homem. — Agradecido! — disse e acendeu o cigarro com um fósforo velho puxado do bolso da camisa vermelha. — Sente-se comigo, bora tomar uma dose, por minha conta, afinal beber sozinho é meio decadente, né? — o homem puxou uma cadeira e sentou-se sorrindo para o encapotado ruivo. — Certeza, na minha terra natal, para começar bem a noite deve-se sempre dividir uma dose, caso contrário não traz bons presságios, corre-se o risco da Boda não dar certo .— naquele momento o garçom trouxe a dose e Derick pediu mais uma para o estranho. [4]


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— De onde o senhor é ? A propósito eu sou Derick. — e esticou a mão, recebendo um caloroso aperto. — Eu sou o José, proveniente de Luanda na bela Angola. Satisfação em conhece-lo e compartilhar de uma bebida. — Noite diferente não? É raro toda esta animação por aqui. — comentou o rapaz branco enquanto esperava pela chegada da dose do outro. — Hoje tudo tá solto por aí, coisa boa e coisa ruim também. Tem que ser ligeiro para não cair em arapuca. — o homem soltou a fumaça e seus olhos pareceram emitir um brilho sábio. O garçom trouxe a outra dose de caipirinha. — Preparado? — Derick perguntou e sorriu, naquele momento a batucada parecia ter se intensificado, e após a fumaça dos cigarros se misturarem, brindaram um pela saúde do outro. José sorriu e levantou-se. — Agradecido por sua cordialidade, nunca me esqueço de um alguém cortês. Fique com essa [5]


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pulseira de conchas como lembrança deste estranho, aceite, por favor. — estendeu a mão e uma pulseira ornamentada e colorida. — Nunca faço uma desfeita a presentes, meu bom homem. — O rapaz ruivo pôs no pulso e agradeceu, em seguida também se levantou. — Se me permite um conselho, tome cuidado, noite de lual sempre é noite perigosa também. — em seguida se afastou até misturar-se ao povo que dançava e batucava até desaparecer. Após pagar a conta, o rapaz sardento, partiu, era chegada a hora, a noite era sua e das criaturas da noite.

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Tentação de sobra Andando a esmo, por mais de uma hora, Derick não teve dúvidas, o jeito era subir a Rua Augusta, talvez encontrasse alguém interessante ou conhecidos. Uma parada em frente ao Inferno Club talvez rendesse algo bom. — Ei Derick, tá perdido, é? — A voz era de Billy Negão, um grafiteiro, velho conhecido. — E aí Billy! Que tem pra hoje? Vai para algum rolê ?— saudou Billy enquanto observou uma tremenda gata junto de outras duas garotas vestidas em couro e olhar lascivo. — Hoje nem vira fazer um rolê, passei aqui só para tomar uma cerveja, tenho um lance mais tarde no apartamento de um amigo, vamos ver uns filmes, se quiser , bora comigo ! — Billy sorriu convidativo, mas não o suficiente para tirar o foco do ruivo de cabelos molhados e bagunçados das três garotas. [7]


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— Acho que hoje não, obrigado, não tô muito afim de um programa calmo, quero agitar! — ambos sabiam o que aquilo significava, dança, música, bebida e sexo. — Então, aproveite, sabe essas três de quem você não tira os olhos? Estão numa van alugada para levar pobres inocentes rapazes a uma balada nova e esquisita, numa igreja abandonada próxima da entrada de Jundiaí. — após ouvir Billy Negão os olhos de Derick brilharam. — Ah é? Billy você é um gênio! Bom rolê pra você, preciso me apresentar àquela gata loira! — o grafiteiro se despediu, enquanto Derick lançou seu melhor olhar em direção a garota loira. As outras duas garotas, uma ruiva vestida com um espartilho e com a tatuagem de uma cruz gótica sobre o ombro direito, a outra tinha cabelos pretos longos, vestida com uma calça apertada de couro e uma jaqueta que oferecia uma tentadora visão dos seios cobertos por um top preto. [8]


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— Olha só, aquele ruivinho não para de nos olhar. Ele é gato. — disse Elisa acariciando a tatuagem no ombro. — Ele virá falar conosco, tá na cara! — Lana disse enquanto deu uma mexida nas madeixas escuras. — Se ele vier, vamos convida-lo Natasha? — Claro que sim. — Natasha sorriu. — Boa noite, garotas! — Derick acendeu um cigarro e cumprimentou cada uma com um beijo no rosto, as três responderam juntas como num coral a saudação. — Vocês são promotoras de uma balada nova? — Sim, eu sou Natasha, promotora do Karmilla's Pub, estas são Elisa e Lana. — E o que é preciso para ir até lá? Quanto é a entrada? — perguntou encarando os olhos faiscantes e escuros de Natasha. — A entrada é livre, para ir é preciso ser escolhido.— o sorriso dela era mórbido e encantador. [9]


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— Escolha-me, tenho certeza de que não se arrependerá. — disse de maneira sussurrada no ouvido da promotora. — Pode ser que eu queira tudo seu, até seu sangue, você não terá medo? — Rebateu Natasha provocativa. — Eu anseio por isto. — foi um flerte certeiro. Mais algumas pessoas foram chamadas e todos entraram na van a caminho do misterioso lugar. Derick foi no último banco ao lado de Lana e Elisa. Natasha dirigia e nos outros bancos, os convidados animados bebiam vinho e falavam bastante alto. Após conversarem amenidades ficou inevitável uma tensão sexual entre os três, Lana sentou—se no colo dele e o beijava, oferecendo a bela visão de seu decote, enquanto Elisa lambia-lhe o pescoço. No rádio da van tocava Clan of Xymox – She is dangerous, enquanto os três se beijavam freneticamente, a Rodovia dos Bandeirantes [ 10 ]


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parecia ter sido tomada pela escuridão, apenas rompida pelos faróis da van e dos sons de seus ocupantes, observados do lado de fora pelos olhos da noite e dos pássaros noturnos.

Derick mordia os seios de Lana por cima do top, enquanto as duas garotas se beijavam, sem perceber ele começou a se sentir tonto e sua mente parecia em torpor, sentia seu corpo seguir com as carícias, mas parecia estar em piloto automático, parecia ter sido arrebatado para algum sombrio lugar. — Onde estou? — Derick via-se num complicado labirinto, onde o cheiro de sangue se misturava ao odor dos cigarros baratos e de corpos putrefatos. Olhou para o lado notou alguns corpos retalhados, outros sendo torturados por criaturas de corpo maleável e elástico com aparência de cobras. Os sibilos das criaturas eram desagradáveis, pareciam arranhões em um quadro negro, duas [ 11 ]


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das criaturas perceberam a presença de Derick e deslizavam lentamente para perto, assustado ele começou a fugir e se enveredar pelos labirintos, mas o longo pescoço das criaturas o seguia e ele desesperadamente corria enquanto sentia seu hálito quente tocar a pele. Percebeu o buraco em dos corredores do labirinto e ali se escondeu. Segurando sua respiração ofegante, observou o pedaço de um osso perto de si. A primeira das criaturas se aproximou com seu longo pescoço e tentou lamber o pescoço dele, enrolando-se ao corpo de Derick, como uma serpente prestes a estrangula-lo. Sem pestanejar o rapaz cravou o osso nos olhos da serpente humana que berrou desesperada, enquanto a outra criatura se lançou impiedosamente contra o rapaz. — Ai! — num sobressalto ele acordou do devaneio, graças a um grito de Lana. — Ei cuidado! Você quase arrancou meu mamilo, tá com fome, é? — perguntou a garota num misto de dor, surpresa e tesão. [ 12 ]


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Alguns dos convidados próximos riram, outros sequer perceberam o acontecido, o ruivo voltou meio ressabiado do devaneio, que raios fora aquilo? Mal havia bebido! Enfim, melhor não se prender a tolices, pensou. O envolvimento frenético dos três teve um breve intervalo todos começaram a interagir entre si, enquanto o destino, Karmilla's Pub parecia estar próximo. — Como é esse lugar Elisa ? — perguntou Derick. — Nós duas não conhecemos ainda, a Natasha nos chamou para ir quando a conhecemos num evento. Mas já adiantamos que será um evento SM também, com performances. — o olhar de Derick mostrava não conhecer a abreviatura dita. — Sado & Masoquismo. — explicou a garota, os olhos dele se arregalaram um pouco. — Nunca fui num evento desses, mas tudo bem … — disse de maneira vaga. — Você aparentemente tem tendências sado, meu mamilo que o diga! — disse Lana e riu. [ 13 ]


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Todos riram e uma garrafa de whisky chegou até eles, Derick deu um gole e a passou adiante. —Lentamente a van foi parando. Natasha desceu e abriu a porta dos passageiros. — Senhoras e senhores, aqui estamos, no melhor evento de suas vidas e morte! Benvindos ao ―Sacrifício‖! — Anunciou Natasha. Os convidados desceram festejando, o local era uma velha igreja, com alguns consertos recentes, tudo parecia o mais profano possível, a velha igreja parecia ter sido abandonada há tempos, mais vans estacionaram trazendo forasteiros para a diversão. Dois homens gigantes faziam a segurança, mas sequer revistaram ninguém, dentro do local haviam estrobos, candelabros, manequins vestidos de diabinhos, o bar ficava onde antes havia sido um altar, apesar de não tão suntuosa por fora, o local era grande por dentro. Antes de entrar Derick olhou para um dos [ 14 ]


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seguranças que impassível o encarou, o rapaz ruivo quase teve a certeza de que talvez não saísse mais dali. Quando todos entraram as portas do local foram fechadas e não mais se abriram.

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Carne para uma Rainha Nós fomos chamados para dedetizar a casa, mas o solo está amaldiçoado! — a música foi anunciada pela voz cavernosa do vocalista, seguida por um solo de guitarra. Todos começaram a se agitar com a música, Derick acendeu um cigarro e olhou ao redor, haviam pessoas vestidas com trajes de dominatrix, escravos, mulheres e homens nus, mais convidados com visual dark. Esquecendo-se do devaneio começou a dançar também e observou Lana e Elisa se beijarem enlouquecidas na pista. Achou excitante, mas precisava achar Natasha! Passou a percorrer o lugar (e percebeu como ali era imenso) numa parte subterrânea possuía diversas salas separadas por tapumes que formavam corredores longos, uma espécie de labirinto cheio de pinturas bizarras e frases absurdas escritas de vermelho na parede, par [ 16 ]


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dar impressão de serem sangue. Realmente a decoração é foda, pensou. Abriu uma das portas e avistou uma mulher chicoteando um homem amarrado e amordaçado. — Feche esta porta e sente-se, miserável, assim que terminar com este infeliz, será sua vez! — ordenou a mulher com fúria estalando o chicote. — Sinto muito, gata, mas vou declinar seu pedido, sabe onde está a Natasha? — perguntou Derick. — Natasha ...Sempre ela ! Onde o Benjamin estiver, aquela puta estará também, agora que você já sabe, quer dar o fora daqui? — com um risinho sacana, ele saiu de fininho e fechou a porta após ouvir mais uma estalada do chicote. Saiu, conseguiu orientar-se vendo de onde vinham os outros a se perderem e saiu do labirinto, subiu as escadas e voltou para o [ 17 ]


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cenário principal. Como achar alguém em uma casa noturna? — pensou – Vá até o bar! — pareceu ser a resposta mais lógica. — E aí? O que você irá querer? — perguntou o bartender. Seu rosto era conhecido. — E aí M.Wonka ! Tudo certo? Você também faz parte do evento? — perguntou Derick enquanto olhou a lista de bebidas. — É a primeira vez que trabalho para esse pessoal, às 3:00 vou para outro evento. — disse enquanto observava Derick com a lente azul do olho esquerdo. — Ei, sabe quem é a Natasha? Uma loira espetacular, provavelmente a mais estonteante deste lugar! — indagou encarando os olhos coloridos. — Sei sim, suba pro próximo andar, deve estar com o Benjamin na diretoria, vai beber ou só precisa de meus conhecimentos? — Wonka riu. — O que tem de diferente aí? O que é esse ― Spectrum ―? — perguntou animado o ruivo. [ 18 ]


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O bartender encheu um copo do líquido de um barril, era verde e luminoso. — É isso, experimenta, é a bebida grátis da casa! — anunciou sem delongas observando o relógio. — Uau que maravilha! Já experimentou? — terminando a dose, pediu outra e foi prontamente atendido. — Não, vou dirigir, sabe como é, Derick. Faz um favor? Vá procurar essa mina e some daqui? — Wonka disse em tom de brincadeira, o ruivo entendeu, deu uma piscadinha e sumiu do bar. Enquanto subia as escadas cujo ornamentos lembravam ossos , observou Elisa e Lana beberem o Spectrum e parecerem totalmente fora de si, enquanto subia tocava Section 25 – Searching for a hilltop. A Diretoria era uma sala no canto do andar superior, onde aconteciam performances, naquele momento grupo de mulheres vestidas [ 19 ]


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como freiras apresentavam aos espectadores uma garota amarrada, numa tremenda expressão de pânico que berrava e pedia para ser solta. Ele não resistiu e parou para assistir. Notou-se que diversos convidados possuíam uma tatuagem de presas no pescoço. A garota, aparentava ter 18 anos, era curvilínea, seus cabelos encaracolados caiam sobre os seios que tremiam de medo, uma ótima atriz , pensou enquanto contemplava, lentamente uma das freiras mordia a mão da garota, enquanto outras acariciavam-lhe o corpo e a desamarravam. Duas freiras deitaram a moça e começaram a lhe morder os pés, outras mordiam as mãos e a que se vestia de madre superiora se despiu, tinha unhas enormes pintadas de vermelho e começou a riscar o corpo vulnerável com uma tinta que estava num cálice. O efeito especial era ótimo, pareciam que estavam realmente fazendo talhos e sangue começava a ser derramado, o aglomerado de freiras de olhar malévolo se [ 20 ]


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lançaram sobre a garota tampando-a com suas vestes negras, enquanto gritos eram ouvidos e convidados elogiavam a performance. Derick sentiu um calafrio, olhou para o lado e viu um homem, tinha quase dois metros, usava óculos escuros, tinha cabelos pretos e escorridos e um ar majestoso. Gostou da performance, rapaz? — perguntou. O rapaz virou—se e nem fim o do show, aquele homem só poderia ser Benjamin tinha jeito de ser o dono do evento. — Bem intensa, parecia até verdade, você é o Benjamin, não? Eu sou Derick, muito prazer. O homem sorriu e afirmou com a cabeça, estendeu a mão e cumprimentou o convidado. — Derick . O que procura? Ou melhor quem você procura? — a pergunta soou como se ele lesse pensamentos. — Eu procuro a Natasha. — respondeu diretamente. — Ei-la saindo da diretoria, fantástica como sempre, a Nossa Rainha. — Benjamin apontou [ 21 ]


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e os olhos do rapaz fitaram a estonteante mulher que vinha em sua direção, vestida com um sutiã ornamentado, um arco escarlate nos cabelos loiros e uma longa saia cheia de aberturas como uma sacerdotisa pagã, lembrava Salma Hayek como Satânico Pandemonium em um filme de Tarantino. — Oi meninos!— saudou a Rainha. — Fico feliz que tenham se conhecido. Gostou do lugar , Derick? — Bem interessante, bela temática e essa bebida Spectrum ? Ótima! Quem deu o nome ao lugar ? — perguntou interessado. — Fui eu, o filme Luxúria de Vampiros é o meu favorito. — explicou Benjamin, todo toque especial restante foi ideia de minha linda irmã. — Benjamin deu um beijo nos lábios de Natasha que olhou sorrateiramente para o conquistador ruivo e sorriu. Um pouco sem graça ele quase ruborizou. — Vamos dançar, gato! Hoje você será meu vassalo preferido! — convidou a mulher, [ 22 ]


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tomando—o pelas mãos, antes de irem, Benjamin pousou sua enorme mão no ombro de Derick e disse—lhe no ouvido. — Sortudo, a Rainha gostou de você! Vai ser o prato principal dela! — o Rei deu uma piscadinha e saiu. Os dois desceram as escadas correndo e foram para o meio da pista, todos dançavam frenéticos Amour Noir da banda Opera de Nuit, a maioria parecia embriagada já por conta do Spectrum. O corpo dela se movia com graça frente ao dele que dançava do modo mais frenético possível, enquanto encarava os olhos dela e as vezes os volumosos seios. Ela percebeu os olhares e os acariciou o chamando. Quando ambos se encostaram e começaram a se beijar foi a vez de tocar Ubiquitous Mr Lovegrove com seu ritmo lento, as mãos dele percorriam o corpo dela, apertando os mamilos e sentindo o movimento das pernas dela acompanhando as dele. [ 23 ]


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— Safado, quer me enlouquecer aqui mesmo? — perguntou Natasha. — Onde você quiser, Natasha. — respondeu convidativo. Ela sorriu e após a música terminar o puxou pela mão. Ambos desceram até os labirintos correndo, procurando por uma das salas livre, a primeira que abriram viram um Dominador derramando parafina sobre outro homem acorrentado na parede, fecharam a porta, se esgueiravam pelos corredores beijando-se loucamente até alcançarem outra porta e tentarem a sorte, abriram mais uma porta , onde um bela mulher negra, pisava as costas de um homem enquanto se masturbava. — Que falta de sorte! — disse Derick desesperado ao fechar a porta. — Acalme-se ...Logo acharemos um lugar! — tranquilizou a Rainha cheia de apetite. Na seguinte tentativa conseguiram, acharam uma sala vazia, era incrível como aquele lugar parecia crescer de tamanho, com seus [ 24 ]


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corredores a se multiplicarem e cada vez mais ser difícil achar o caminho de volta. Ambos entraram na sala e ele observou uma camisa de força no chão, correntes que vinham das paredes para prender mãos e pés e uma espécie de mesa com prendedores de pés e mãos, além de instrumentos de corte, chicotes , entre outros. Um calafrio percorreu a espinha dele, para não dar chance de alguma ideia louca, ele se adiantou: Olha, não precisamos usar tudo isso, né ? — Cale-se e venha me possuir ! — respondeu Natasha, sem pensar duas vezes ele foi até ela e enquanto a beijava abriu o sutiã ornamentado e o deixou cair ao chão, velozmente a viu despi-lo de todas as roupas e no momento seguinte já estavam transando sobre a mesa. De repente sentiu a vista ficar turva e a voz de Natasha distante, ouviu algumas frases que não soube distinguir, devia ser efeito do Spectrum, enquanto ele a [ 25 ]


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penetrava por cima, sentiu que sua mente girava , mas não conseguia parar, com uma força absurda ela o jogou para baixo e após submete-lo, cavalgou freneticamente e em meio a delírios, enquanto quase chegavam ao orgasmo, Derick sentiu a coisa mais pavorosa de sua vida, a Rainha cravou suas unhas no peito dele, pareciam navalhas a rasgar a pele, enquanto ele gritava, ela ria de modo satânico, ao abrir os olhos ele viu o pescoço dela aumentar de tamanho, como se fosse o corpo de uma serpente e mover-se para baixo perto do rosto dele. — Vai ser uma Petit Mort inesquecível, mas eu deixarei um pouco para depois ! — sem perder a excitação, no momento em que ambos chegaram ao orgasmo, Derick sentiu os caninos dela cravarem-se em seu pescoço e num misto surreal de delírio, dor , medo e prazer, ele desfaleceu.

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A fuga do labirinto — Puta que pariu! Puta que pariu! — após alguns minutos desmaiado, Derick acordou desesperado e sentou-se no chão da cela, tentando se acalmar e vestir as roupas, tocou os furos no pescoço e sentiu dor. — Puta que pariu! Tô fudido! Foi verdade mesmo! Caralho, bem que achei tudo muito louco, devo estar num covil desses monstros! Um pouco trêmulo conseguiu vestir a cueca, encontrou as calças, vestiu-as, achou a camisa toda abarrotada no canto da cela e vestiu, abotoou errado e por fim encontrou o sobretudo perto da camisa de força. — Droga, cadê os coturnos? Filha da puta, levou meus coturnos! E agora? Merda ! — mas ao olhar atentamente no chão viu que a criatura havia esquecido as chaves da van, sem pestanejar pegou, olhou pela cela procurando [ 27 ]


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mais alguma coisa útil e achou um chicote cheio de navalhas. Foi para os corredores, descalço, com o chicote nas mãos, com a mente ainda turva por conta da estranha bebida e começou a procurar a saída, após raciocinar, decidiu ir para o lado onde a música ficava mais forte. Enquanto seguia o caminho, pensou em como ia fugir dali e nas outras pessoas que tornariam-se alimentos daqueles seres. Aos tropeços após pisar num caco de vidro esbarrou numa porta e caiu dentro de uma sala, onde um homem torturava uma mulher com cortes de navalha no peito, o torturador em êxtase nem percebeu a presença dele , enquanto a garota gritava por piedade. Pensou em sair dali rapidamente, mas a misericórdia falou mais alto, se fosse morrer que algo pelo menos valesse a pena e que não morresse como um covarde. Girou o chicote e atingiu a face do homem causando diversos rasgos na face, a criatura virou-se para ele em berros e [ 28 ]


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gritou: — Desgraçado! Como ousa? — Derick tentou chicotear novamente, mas o vampiro segurou o chicote e o puxou derrubando, pisou sobre o peito do rapaz que estava ferido e começou a apertar. — Isso grite, grite garotinho isso é música pra mim! Já que tentou bancar o herói eu lhe darei a honra de morrer pela espada, enquanto tentava se levantar, a criatura fez com que o braço esticasse anormalmente até alcançar uma espada longa no canto da cela. Derick resistiu a dor e percebeu que o pé havia afrouxado a pisada, conseguiu alcançar rapidamente uma navalha e assim que a espada chegou até o ser, o ruivo reuniu todas suas forças e deslizou por baixo do homem nu e de maneira certeira fez um rasgo nos testículos dele, após um berro superlativo , levou as mãos ao órgão ferido e que espirrava um sangue escuro e podre deixando cair a espada, aproveitando a deixa, Derick se [ 29 ]


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levantou e com um chute certeiro no traseiro derrubou o monstro, tomando a espada em mãos. Vou acabar com você , filho da puta ! — balbuciou o monstro virando-se e levantando, seu corpo disforme e trêmulo. O pescoço se esticou e a face se deformou quando a boca se abriu de uma maneira inimaginável , inchando a cabeça e preparando para um bote certeiro. Aproveitando do aspecto trêmulo do oponente, Derick levantou a espada e atravessou a boca da criatura varando sua cabeça e a porta de plástico. O corpo caiu, tornando-se uma massa fétida a se dissolver rapidamente, temendo vomitar, o rapaz virou-se para a garota, mas ela já estava morta, com os olhos abertos de pânico, clemente ele fechou-lhe os olhos e saiu da cela. Ao sair da cela notou que todo os corredores que haviam passado pareciam ter deixado de existir. [ 30 ]


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— Não pode ser, se tudo aqui embaixo é uma ilusão basta eu seguir reto e subir! Com este pensamento ele seguiu e encontrou a escada para subir, antes de subir olhou para trás e viu que aquele subsolo não era tão ornamentado e nem tão grande quanto achava. Olhou para a pulseira e pensou: — O que vou fazer quando subir?

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O espetáculo final Quando subiu já era esperado, tentou em vão o ataque contra uma das criaturas, mas foi rendido e levado ao meio do salão, viu todos os humanos que restavam ali em cima serem montarias daqueles seres abomináveis, as pessoas pareciam estar hipnotizadas. — Irmãos, é uma honra esse encontro secular esta noite ! Nossa casta tem lutado pela sobrevivência, geralmente se alimentando da escória da humanidade, sem levantar suspeitas, fomos privados da grandeza do passado! — Benjamin falou para uma silenciosa plateia enquanto os dois seguranças brutamontes imobilizavam Derick que atônito assistia a tudo. — Temos três maravilhosas surpresas para anunciar esta noite! A primeira como muitas devem imaginar, é este rapaz Derick, foi escolhido por nossa Rainha para ajudar a gerar [ 32 ]


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o próximo líder da casta. O líder que será a promessa de nossa ascensão neste mundo, sairemos da latrina que fomos condenados e iremos ter nosso lugar novamente na superfície. Natasha olhou para Derick e sorriu. — Nem vem, posso morrer , mas não transo contigo de novo! — anunciou Derick num deboche. — Insolente! Como ousar insultar a Rainha? — uma das criaturas tentou atacar o ruivo, mas foi impedido por Benjamin. — Contenha-se, não vá querer pôr tudo a perder! Vamos a segunda surpresa, teremos uma magnifica Chuva Vermelha essa noite! Uma das criaturas mandaram os humanos restantes se enfileirarem e um alçapão foi aberto, cheio de serras e trituradores além de tubos que colhiam sangue e em seguida despejava sobre as aberrações. Um dos seguranças virou o rosto de Derick [ 33 ]


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para que assistisse. Um dos seres arrastou Elisa e Lana pelo cabelo, ambas estavam nuas e berravam, pareciam ter saído do transe, Elisa foi jogada a borda, mas conseguiu se agarrar e não caiu, diversas criaturas se juntaram a borda e um por vez pisavam as mãos da garota para que soltasse e caísse. Ela resistia corajosamente chorando. — Não , por favor … — o chute de uma das criaturas a derrubou sobre as serras e o corpo foi triturado em mínimos pedaços, naquele momento os tubos drenadores subiram e despejaram sangue sobre os convidados mais próximos. Derick berrava ao assistir a cena, enquanto o sangue da pobre Elisa era degustado pelos malditos. — Senhores antes de sacrificarmos outros humanos, numa deliciosa Chuva Vermelha, gostaria que se atentassem para a terceira [ 34 ]


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surpresa da noite! — Benjamin bateu palmas e uma cadeira de tortura ornamental foi trazida em suporte móvel para o lado oposto dos trituradores. — Não é possível! — Diziam alguns sem acreditar. — Não pode ser! — todos estupefatos a assistirem boquiabertos a cadeira ser retirada do suporte e colocada sobre o chão. — Sim, senhoras e senhores, esta é a Máquina da Insanidade! Adquirida através do Mercado Negro das criaturas seculares. O alvo da tortura é sentado e preso a cadeira, em seguida colocamos esse capacete que irá torturar a mente e a alma do infeliz inserindo agulhas em sua cabeça e causando as piores alucinações, podemos usar também estes cabos que podem ser inseridos em diversas partes do corpo para drenar o sangue do infeliz, para nosso deleite após o sangue ser drenado e o indivíduo ter seu corpo, alma e espírito destruídos, fizemos um pequeno ajuste [ 35 ]


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para devolver o sangue através deste mecanismo e poder brindar a todos com drinks fantásticos extraídos através do sofrimento lendário de um pobre humano. — Liguem a máquina ao gerador e tragam um dos humanos machos para cá! Vamos testar nossa joia! — a Rainha agora vestida como tal, com um manto escarlate um tridente em mãos e uma coroa apontou um dos rapazes. — Que tal uma Chuva Vermelha antes da demonstração? — perguntou o acólito de Natasha que ainda segurava Lana. — Hoje é noite de festa, faça como quiser, enquanto isso Benjamin, prenda o infeliz escolhido na Máquina da Insanidade. — rapidamente Benjamin prendeu o rapaz na cadeira, mas não ligou o mecanismo, todos estão se reuniram em volta dos trituradores, os seguranças seguiram arrastando Derick que a essa altura já poderia ter perdido o juízo, mas conseguia manter a sanidade e o medo assistindo a tudo temeroso. [ 36 ]


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A Rainha tomou a frente e ficou mais próxima dos tubos despejadores, num último gemido Lana foi jogada nos trituradores e foram ordenados aos humanos restantes e hipnotizados que se jogasse em fila no alçapão. Com tremendo horror uma torrente de sangue banhou os convidados e o próprio Derick que percebeu um por um dos seres malignos a ficarem atônitos e em êxtase, sentiu as enormes mãos que o soltaram diante de tantos jorros de sangue. Derick caiu ao chão e levantou-se , quando o último humano se jogou e suas vísceras foram espalhadas sobre as engrenagens , o ruivo sorrateiramente foi abrindo caminho entre os demoníacos seres em gozo e chegou próximo a Rainha também em torpor. — Você sequer deve estar me escutando! Não é sua puta? — com todo ódio possível Derick chutou a Rainha com toda sua força e ela escorregou para dentro do alçapão, ainda [ 37 ]


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tentando se agarrar a borda, mas por conta dos últimos jorros de sangue que ainda molhavam a todos não conseguiu ter firmeza e caiu no meio dos trituradores. Sequer houve tempo para um grito, todo o sangue podre de Natasha foi drenado e devolvido sobre os restantes em pânico, em uma reação assustadora , as criaturas banhadas pelo sangue da Rainha se jogavam ao chão parecendo vítimas de envenenamento ou intoxicação. — Rainha ! Não! Peguem-no bando de imbecis! — Benjamin tentou se esquivar da chuva de sangue fétido e escuro, mas Derick percebendo a fraqueza dos seres contra seu próprio sangue arrastou alguns dos que se debatiam próximos a borda dos trituradores, fazendo com que fossem jogados e a chuva escura fosse ininterrupta. Mas Derick sabia que isso não o salvaria por muito tempo, os que estavam a salvo manteriam-se longe até que os mais próximos fossem jogados e o [ 38 ]


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incidente terminasse. De repente … — Derick! Não pare! Eu cuidarei do restante! Surpreso Derick viu o rapaz que havia sido preso na tal Máquina da Insanidade solto, havia visto o rapaz na van, mas sequer haviam conversado, havia algo familiar na voz. As criaturas restantes voltaram-se a ele. Que caminhou majestosamente até Benjamin e o ergueu com um braço. — Sabe o que vocês são sanguessugas? Lixo, só isso! — Benjamin foi atirado contra o bar, onde por sorte Wonka havia deixado antes de todos os acontecimentos. Duas criaturas avançaram contra o homem, com tremenda facilidade e com as mãos nuas ele perfurou o peito de ambos e arrancou um pulsante coração negro de um cada um deles, os deixando caídos no chão como uma reles casca vazia. Os sanguessugas que tentaram fugir pelas portas se incendiavam com um mero toque e [ 39 ]


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se jogavam em pânico no chão. Quase não haviam mais daqueles seres de pé. Derick observava a força e os poderes do rapaz. — Vocês querem fugir? Já se esqueceram que sou uma das forças que abre e fecha as entradas entre os mundos ? — quando Derick ouviu aquilo finalmente entendeu. Um dos últimos sanguessugas fora arrastado e destroçado por Derick nos trituradores, ambos se aproximaram de Benjamin que estava encolhido de medo no bar. O rapaz tomado pelo Exu , pulou o bar e arrastou o remanescente dos sanguessugas pelos cabelos, o rosto de Benjamin envelheceu e suas feições tornaram-se cadavéricas, num último ato desesperado , tentou atacar o Exu sem sucesso, pois fora brutalmente arremessado sobre a cadeira de tortura, a famigerada Máquina da Insanidade. Assim que tentou se levantar, recebeu um chute de Derick e caiu sentado novamente. O ruivo e o Exu amarraram o monstro na [ 40 ]


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cadeira, colocaram o capacete e introduziram os cabos em todo seu corpo. Quando o gerador foi ligado, diversas agulhas perfuraram o crânio de Benjamin e ele se viu sendo devorado por crianças famintas dos campos da Baviera onde havia nascido. Enquanto sua mente era destroçada pelas ilusões seu corpo ia murchando cada vez mais que seu sangue podre era drenado pela máquina e enchia o compartimento, até que parou de se debater, restando apenas um amontado de ossos e pela seca, sem sangue, mente e alma (se é que sequer possuía uma). — Acho que essa bebida você não irá dividir comigo, não é ? — perguntou Derick ao Exu. — Não mesmo! — Naquele momento olhou para o corpo que havia possuído e pensou. — Vamos sair daqui, mas antes preciso ao menos vestir esse corpo. Após saírem ambos ensanguentados, pararam em frente à igreja. — Como um lugar desse pode ser tão grande [ 41 ]


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por dentro? — Indagou, lembrou-se que seu maço de cigarros estava no bolso todo amassado, retirou um e deu ao rapaz ao lado. — Essa igreja é meramente um portal de entrada para uma pequena dimensão entre os mundos, por isso. Obrigado pelo cigarro, Derick. É hora de pôr a porta abaixo! — com um toque toda velha construção se incendiou. — Obrigado, José. Você me salvou. — Derick abriu as portas da van e ambos entraram enquanto viam a igreja lentamente ser consumida, o carro foi ligado e começaram a se afastar, até a igreja em chamas sumir da vista. — Ei eles eram o que afinal, vampiros? Mas ao perguntar olhou para o lado e viu um rapaz acordando desesperado e se debatendo. — Acalme-se cara, já passou! Estamos salvos! Derick tentou acalma-lo e parou a van. Seria um longo caminho para casa. [ 42 ]


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Epílogo O mal, como defini-lo? Como lidar seu atroz papel em nossa existência? Como lidar com o desconhecido? Dias depois policiais foram chamados para irem até o apartamento de Derick, vizinhos se queixaram do mal cheiro, os oficiais forçaram a porta e encontraram lá um imenso banho de sangue em meio a móveis quebrados, pedaços de pele inexplicavelmente rasgados e soltos ao chão, porém o rapaz ruivo jamais fora encontrado. Na parede havia uma estranha mensagem escrita com sangue: ―A vida sangra por todos os poros!‖

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