RELATÓRIO DE PROJETO 7 MARÍLIA PROCÓPIO TAVARES 2014.1
SOBRE PALAVRAS, ENCRENCAS, E HERANÇAS
PROFESSOR DA PAUTA: GUILHERME TOLEDO PROFESSORA ORIENTADORA: JULIETA SOBRAL
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SUMÁRIO A ENCRENCA 05 O TAMANHO DA ENCRENCA 09 DONA ENCRENCA 17 CONCEITO
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REFERÊNCIAS VISUAIS
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PESQUISA DE SIMILARES
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EXPERIMENTAÇÕES PARTE 1 27 ANÁLISE DOS EXPERIMENTOS PT1 37 EXPERIMENTAÇÕES PARTE 2 41 ANÁLISE DA SOLUÇÃO FINAL 51 CONCLUSÃO 57 REFERÂNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58
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A ENCRENCA Sabemos tão pouco sobre a origem das palavras que saem da nossa boca quanto um bebê sabe dos objetos que coloca na dele. Conhecemos, claro, seus significados. Buscamos no dicionário invisível da nossa mente as palavras certas para cada situação e as montamos de forma coesa e gramaticalmente correta para transmitir nossas ideias. O que acontece, entretanto, é que a língua não é somente um conjunto de códigos. Segundo Saussure, linguista franco-suíço, “A língua guarda consigo toda a experiência histórica acumulada por um povo durante a sua existência”. Ou seja, cada língua fala de uma herança cultural diferente; mais que um dicionário invisível na cabeça de cada indivíduo, ela é um diário que conta histórias de tempos passados. Por exemplo, sabemos que “encrenca” quer dizer problema, estar em uma situação difícil. Segundo a historiadora Beatriz Kushnir a palavra tem origem alemã e teria relação com as prostitutas judias que vieram para o Brasil no final do século dezenove e início do século vinte. Quando desconfiavam que um cliente teria doenças venéreas, falavam em Iídiche “ein krenke”, krenke significando doença. Segundo Antenor Nascentes, autor do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (1955), “Não é senão a ignorância em que estamos, da origem de uma palavra, que faz com que não percebamos relação alguma entre ela e o objeto e ela nos pareça, por consequência, fria, indiferente, exercendo só a nossa memória.” A narrativa está presente na história do homem há muito tempo. Começa pelas pinturas rupestres para decidir estratégias de caça, passando por esculturas nas portas de cidades antigas exprimindo ameaças, mitos contando a origem de elementos naturais como o sol e a noite, até as nossas fábulas que ensinam valores às crianças. A poesia rimada teve origem para facilitar a memorização de conquistas importantes. Damos valor às nossas histórias, nos identificamos com elas, aprendemos com elas, queremos guardá-las. Por que então ignoramos a história e origem de palavras que nos ajudam a entender quem fomos e como chegamos aqui? 5
A língua é um produto de construção coletiva, pois constitui um conjunto de convenções adotado por uma sociedade. “A língua não está completa em nenhum [indivíduo], e só na massa ela existe de modo completo”. O interesse no resgate da história de nossas palavras é um bem coletivo, porém para alguns indivíduos o apelo pode ser maior: curiosos de nascença, sociólogos de coração, pessoas que se importam com o porquê das coisas, gente que antecipa diálogos e os repassa na cabeça de noite. O objetivo do projeto é revelar a nossa ignorância, não com um fim acusatório, mas sim de modo a inspirar. O que não conhecemos pode esconder histórias incríveis mas muitas vezes não temos noção do que não sabemos, pois nossa atenção é dispersa na rotina. A repetição nos faz subestimar aquilo com o qual convivemos, achando que já conhecemos tudo ao seu respeito. Um caminho seria um objeto impresso que estimule o compartilhamento entre usuários, como uma coleção de postais. O compartilhamento alude a uma parte do tema central do projeto, que é a linguagem. A linguagem se divide em duas vertentes: língua, que é o dicionário/diário embutido em cada indivíduo, é o nosso consenso sobre o que cada palavra significa; e fala , a manifestação desse código coletivo, é a troca, o compartilhamento. A troca dos postais seria uma associação direta à fala: você já associou e aceitou o conteúdo (história da palavra) e o utiliza para se comunicar com outros indivíduos, expandindo o código na cabeça deles. Outro caminho, seria uma coleção de revistas ilustradas ou um almanaque, que aludiriam à outra parte da linguagem: a língua. O impresso que se guarda na estante diz muito sobre as palavras que são guardadas na memória, é ter esse dicionário/diário invisível, visível e tangível na sala.
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O TAMANHO DA ENCRENCA Para determinar as dimensões do projeto e da peça gráfica a ser desenvolvida, o primeiro passo da pesquisa foi fazer uma curadoria de palavras que poderão ser contempladas. Como critério para as escolhas, preferencialmente as palavras deveriam contar uma história, ser marcadas por um povo ou época específica e possuir um fator surpresa na comparação de seu uso atual com o uso ou contexto de sua origem. Ao todo, foram selecionadas 22 palavras. São elas: ALERTA Do italiano all’ erta, interjeição militar que avisa que se suba aos lugares elevados para observar o que se passa. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 BANAL Do francês banal e origem germânica aplicado no direito feudal a coisas, como forno, moinhos, poços, que por banho (proclamação) do senhor feudal eram designados para uso público; passou a significar comum, vulgar. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 CÍNICO Ela vem do Grego KYNIKÓS, que se aplicava aos seguidores da filosofia de Antístenes, literalmente “o que lembra um cão”, de KYON, “cão”. Muitos pensam que essa associação se deve ao sarcasmo dos seguidores, mas é mais provável que derive de KYNOSARGE, “cão cinzento”, o nome de um ginásio na periferia de Atenas ensinava. Fonte: http://origemdapalavra.com.br/site/pergunta/cinico/
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CRETINO Do Francês CRÉTIN, “indivíduo com retardo mental e deformado”, de CRESTIN, de um dialeto dos Alpes, do Latim CHRISTIANUS, “cristão”, usado muitas vezes para designar “qualquer um”, mas muitas vezes para designar “pobre coitado”. A condição de saúde citada se devia muitas vezes a problemas de tireoide devido a casamentos consanguíneos naquelas regiões afastadas onde muitas vezes não havia a entrada de um conjunto novo de gens. Atualmente é usado mais para designar um indivíduo atrevido, inconveniente, de mau caráter. Fonte: http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/cretino/ DENEGRIR Só esclarecendo, “denegrir” quer dizer “tornar negro”, no sentido de “obscurecer”, “pôr em trevas”, “sem luz”. Uma vez que a sabedoria é associada à luz, desde os remotos tempos dos filósofos gregos (me refiro à Alegoria da Caverna de Platão), as trevas que são a falta de luz, são associadas à falta de sabedoria. Por isso que aquilo que “se denigre” é tido como rebaixado, não dado crédito. “Denegrir” é, portanto, retirar do âmbito iluminado da sabedoria e tornar “escuridão”. Não tem nada a ver com “cor de pele”, com “raça”. É por isso que se diz “esclarecer” quando queremos que algo seja explicado melhor, para tornar-se mais “claro” no sentido de límpido, nítido ao entendimento, à visão. Essas referências estão em toda parte: quando dizemos “me veio uma luz na cabeça”, para explicar que entendemos algo; ou quando uma ideia nova é associada à imagem de uma lâmpada acendendo. Fonte:http://jacifoiodiscovoador.blogspot.com.br/2013/12/ paranoia-como-vocabulo-denegrir.html DOMINÓ Mais dois exemplos legais são os dados e o dominó. Os dados sempre foram usados para definir a sorte e azar e surgiram em formato de cubo na Grécia, mas nesta época já existiam na Índia, no Egito, na Pérsia e na Rússia em forma de pirâmide. Um dia, os chineses tiveram idéia de estender os dados e inventaram o dominó.Feitos de osso e marfim, quando os monges o jogavam diziam Domino gratias, “graças a Deus”, em latim. Daí vem seu nome Dominó. No Brasil, o dominó chegou através dos portugueses no século XVI e virou passatempo dos escravos. Fonte:http://www.museudosbrinquedos.org.br/modules/news1/ index.php?storytopic=2
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ENCRENCA Se todos soubessem, entretanto, que “encrenca” tem origem alemã, a nossa versão de “problema” também teria sido um grande sucesso. Tudo começou com as prostitutas judias que vieram para o Brasil no final do século 19 e começo do século 20, explica a historiadora Beatriz Kushnir, igualmente de origem judaica, que escreveu o livro Baile de Máscaras: Mulheres Judias e Prostituição. Elas falavam iídiche, a língua dos judeus da Europa Central. Quando achavam que um cliente tinha doença venérea, falavam ein krenke(krank significa “doente” em alemão). Nascia assim a palavra “encrenca”, usada desde então no português do Brasil para designar uma situação difícil. Fonte: http://www.dw.de/quando-as-palavras-viajam-da-alemanhapara-o-brasil/a-2300234 FOLCLORE Do inglês Folk-lore, ciência do povo. O vocábulo foi introduzido na ciência em 1846 por proposta de Thoms no Athendum de 22 de Agosto. Tornada internacional, aparece pela primeira vez em Portugal num artigo de Consiglieri Pedroso sobre “Mitologia Portuguesa” no Positivismo, 1880. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 FORNICAR Do latim fornicare, construir em forma de abóboda (fornix). As celas das cortesãs nos lupanares romanos eram construídos sob a terra e abobadadas; daí a extensão do sentido. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 FRANCO 1(povo): do frâncico frank, nome de um povo germânico. 2(adj) do frâncico frank, libre em oposição ao escravizado, francu nos textos morovínglos. Tomou depois o significado de não dissimulado porque só os homens livres tinham hombridade de dizer o que pensavam. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955
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GÁS É um neologismo do físico flamengo do século XVII van Helmont. Este físico imaginava uma substância sutil, unida a todos os corpos; talvez por influência de geest, palavra que em sua língua significa espírito, assim a denominou o estado aeriforme dos corpos quando extremamente aquecidos. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955
GOL DE PLACA Talvez essa seja a história mais famosa da etimologia do futebol. Segundo consta, a expressão foi cunhada após uma partida disputada entre Santos e Fluminense, no Maracanã, em 5 de março de 1961, vencida pelos santitas por 3 x 1. No jogo, Pelé marcou um gol tão fantástico que Joelmir Betting, então jornalista esportivo, solicitou ao jornal “O Esporte” que encomendasse uma placa para ser fixada no saguão do estádio, em homenagem ao feito. A partir de então, a expressão entrou para o vocabulário futibolístico como sinônimo de gol bonito. Fonte: http://www.estadocronico.com.br/tag/origem-das-palavras INFANTE Do latim infante, que não fala; espanhol infante, italiano infante, francês enfant. No sentido de criança explica-se facilmente: o homem não nasce com o uso da fala. Designou criado de menor idade, depois soldado que serve a pé. Os soldados a pé começavam por ser, na idade média, os criados dos soldados a cavalo, de cujas armas e montarias cuidavam. Daí infantaria, corpo de soldados a pé, com exceção dos archeiros e besteiros. Significa também filho dos reis de Portugal ou de Espanha, não herdeiro do trono. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 INSTALAR Do francês installer, pôr no assento (cfr. Stalle, assento no côro de uma igreja), pôr em seu lugar. Há provável demasia nesta condenação, diz João Ribeiro, Autores Contemporâneos, 61; o vocábulo é de origem germânica e corre no espanhol, no francês e no italiano e já existia no baixo latim – installare, no italiano dizia-se collocare un vescovo nello stallo, isto é, dar-lhe posse do bispado; dizia-se da posse de qualquer benefício eclesiático e daí passou a uso mais geral. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 IRONIA Do grego eironeia, interrogação, pelo latim ironia. Era um processo de ensino empregado por Sócrates que, fingindo ignorância, dirigia perguntas a seus discípulos para ver o que eles respondiam. Havia talvez certo sarcasmo nestas perguntas; daí o sentido que foi tomado a palavra. Algures se diz que houve quem derivasse o vocábulo do inglês iron, ferro(!). Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955
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JOVIAL Do latim joviale, de Júpiter. Os astrólogos consideravam o planeta Júpiter uma fonte de felicidade. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 JUBILAR Do latim jubilare, dar gritos de júbilo. É provável que o vocábulo se tenha aplicado à aposentadoria dos professores pela satisfação que eles sentem ao deixar seu pesado encargo depois de longos anos de magistério. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 JUDIAR Acha G. Viana, Apost., II, 44, que o vocábulo judiaria vem do tempo em que não havia atrocidade que não se atribuísse aos judeus para os perseguir e espoliar. Judiar, para João Ribeiro, era maltratar um judeu. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 LAMÚRIA Do latim lemuria, festas em honra dos lêmures ou almas do outro mundo (Cortesão). Silva Bastos tira de lamuriar, do francês larmoyer. Fonte: Dicionário Etimológico Da Língua Portuguesa – Antenor Nascentes; 1955 NIQUEL E COBALTO Como explica, acertadamente, o Ministério das Minas e Energia brasileiro, Níquel e Cobalto, do alemão Nickel e Kobalt, eram gnomos que habitavam, na crença dos mineiros da Idade Média, as montanhas alemãs. Os mineiros medievais acreditavam que estes espíritos maus eram responsáveis pelas impurezas na prata, ferro e cobre, minérios encontrados juntos ao níquel e cobalto. Fonte: http://www.dw.de/quando-as-palavras-viajam-da-alemanhapara-o-brasil/a-2300234 TORCEDOR “No começo do futebol, ir ao estádio era um ato de elegância, principalmente, no Fluminense. Por isso o Fluminense até hoje tem essa fama de clube aristocrático. As mulheres se enfeitavam como se fosse ao Grande Prêmio Brasil, colocavam vestidos de alta costura, chapéus, luvas. Mesmo que a temperatura na cidade estivesse por volta dos 40º de tem-
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peratura, elas iam de luvas. Como o calor era muito grande, elas tiravam as luvas e ficavam com as luvas nas mãos, e como ficavam nervosas com o jogo, elas as torciam ansiosamente. Os homens usavam a palheta, um chapéu de palha muito comum na época, muito elegante e também ficavam com o chapéu na mão enquanto torciam. O Coelho Neto, que além de poeta e cronista era pai de dois jogadores do Fluminense: o Preguinho, que foi o primeiro homem a fazer um gol pela seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e do Mano, que morreu em conseqüência de um jogo de futebol, levou uma bolada e acabou morrendo; pois o Coelho Neto escreveu uma crônica em que ele usava a expressão “as torcedoras”, referindo-se às mulheres e dali a expressão pegou e nasceu a torcida. Havia quem dissesse que torcida vinha do fato de as pessoas torcerem os fatos, de o torcedor torcer os fatos a favor de seu clube, mas não foi daí que o termo veio não. Apesar de que quem torce, realmente torce as coisas e até distorce. Mas, na verdade, não foi por isso, foi mesmo pelo gesto das moças, principalmente, das que torciam as luvas entre as mãos”. Fonte: http://jornalheiros.blogspot.com.br/2011/10/origem-dapalavra-torcedor-por-luiz.html ZAGUEIRO A palavra zagueiro é originária do termo zaga, para definir o jogador que trabalha atrás, na defesa da equipe. Todavia, no português, a palavra zaga está associada, exclusivamente, ao futebol. No entanto, o termo se originou da palavra espanhola zaga, que define a parte detrás de alguma coisa ou, ainda mais precisamente, a última linha de uma tropa em marcha. Fonte: http://www.estadocronico.com.br/tag/origem-das-palavras
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DONA ENCRENCA CONCEITO Graças ao critério de escolha das palavras, podemos cituá-las em uma época (história antiga, feudalismo, final do séc XIX, etc); associá-las a grupos sociais (prostitutas judias, filósofos, soldados, servos e senhores feudais, etc); e reconhecer sua ascendência (origem alemã, latina, grega, francesa, italiana, etc). Essa linha de raciocínio nos permite fazer a seguinte analogia:
Palavras são como pessoas. Além de serem cituadas em épocas, associadas a grupos sociais e terem suas descendências reconhecidas, as palavras contam histórias. Elas são vivas e mudam de sentido ao longo de sua existência. Traçar o caminho percorrido pelos seus significados pode ser como rever um grande album de família: você começa a compreender porque você, nesse lugar e nessa época, fala do jeito que fala.
REFERÊNCIAS VISUAIS A pesquisa de referências gráficas inicial foi sobre o início da fotografia no final do século XIX e início do século XX. Foram pesquisados albuns de famílias, registro de imigrantes, a tendência das fotos post mortem e as fotos pintadas à mão do nordeste brasileiro. Dentre estes, principalmente os albuns e os registros de imigrantes podem acrescentar ao conceito de projeto, visto que essa família de palavras outrora estrangeiras, se adaptaram ao nosso idioma e hoje fazem parte de nossa cultura e identidade brasileira.
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Registro de imigrante. Características marcantes que podem servir de apoio à linguagem gráfica do projeto: Carimbos, fotos preto e brancas desgastadas, letra cursiva, tipografia monospace, paleta sépia.
Fotos preto e brancas arrumadas como em um album. Intervenções coloridas trazem dinamismo e vivacidade, podem acrescentar informações adicionais sobre a vida das pessoas nas fotos. Também podem ajudar a criar uma identidade entre diversas fotos.
Fotos pintadas à mão, características do nordeste brasileiro. Cores podem ser utilizadas para enfatizar algum aspecto das imagens.
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PESQUISA SIMILARES O foco na pesquisa de similares foi de procurar por livros que tentassem transpor seus personagens para a vida real através da apresentação de fotos, objetos, recortes e cartas pertencente aos mesmos. Esse canal de correlação com a realidade é interessante no caso do projeto, por se tratar de histórias reais com poucos registros visuais. Não temos fotos, gravuras ou pinturas do momento exato em que se inventou uma nova palavra, ou se agregou um novo significado a uma palavra ja existente. Temos sim registro do contexto histórico, econômico e social associados a essas épocas.
The Scrapbook of Frankie Pratt As imagens acima mostram algumas páginas do livro de Caroline Preston sobre uma menina dos anos 20 que está para se formar no ensino médio e perdeu o pai. Ela herda uma antiga máquina de escrever e começa a contar sobre a sua vida em um scrapbook. 20
Papéis colados sobrepostos podem dar uma textura interessante, fotos de lugares/ prédios podem servir para apresentar um contexto ao que se é falado por escrito. Diferentes tipografias (de revista e da máquina de escrever) podem contribuir para reforçar a linguagem de colagem/ fontes diferentes de informação.
Possibilidade de diferentes planos de narrativa: uma fotografia do garoto que a convidou para um encontro, imagem de revista da celebridade sobre o qual os dois discutiram e um desenho com comentarios ao contexto geral do flerte/encontro. Razoável linearidade no texto/imagens. 21
Recortes orgânicos que acompanham os contornos tanto em fotos quanto em textos podem ajudar a montar uma composição mais fluída. O modo como a colagem é feita, sem grandes sobreposições e de modo razoavelmente linear nos diz que a dona do scrapbook é uma menina organizada, cuidadosa. A colagem do horário escolar na página superior permite um acesso à intimidade da personagem que engaja o leitor com a história contada. A mistura da tabela impressa com o preenchimento de letra à mão reforça a ideia de que a personagem é viva, uma pessoa de carne e osso com caligrafia própria.
Griffin and Sabine Griffin and Sabine é uma trilogia de Nick Bantock publicada em 1991. O primeiro volume é uma troca de correspondências entre os dois personagens principais, onde pode-se retirar cartas e postais do livro e violar suas privacidades.
Envelopes grudados no livro impelem o leitor a violar seu conteúdo para ler as cartas trocadas pelos personagens: não só eles são vivos, com caligrafia, interesses e correspondências próprias, o ato de leitura do livro implica na intromissão e curiosidade de se descobrir sua história. Pequenos desenhos, os selos e postais escolhidos vão nos acrescentando mais sobre a personalidade de quem os manda. O fato de ter que se abrir envelopes aplica um ritmo à leitura diferente do que seria caso fossem textos, é preciso parar e prestar atenção no que se está manuse-
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Cor e estilo do traço lembram um pouco o pintor surrealista Joan Miró. Essa inspiração no surreal reforça o caráter investigativo que se associa ao leitor: agora, além das correspondências, é como se estivessemos invadindo o subconsciente dos remetentes das mensagens, aquilo que eles tem de mais íntimo e pessoal.
Griffin e Sabine se comunicam tanto por textos quanto por desenhos, que não precisam ser fiés à realidade ou ao conteúdo da mensagem. Vide o exeplo desse postal, em que Sabine desenhou uma criatura que é a mistura de um bode com um coelho humanoide. Sua aparência fantasiante e a pouca relação com o resto do conteúdo do postal apontam para o fato de a personagem possuir seu próprio subconsciente e, como muitas pessoas, não precisar fazer sentido o tempo inteiro.
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The journey is the destination The journey is the destination é uma coletânia com páginas do diário gráfico de viagem do jovem fotojornalista Dan Eldon. Dan manteve 17 diários de suas viagens por 4 continentes, até o momento de sua morte, aos 22 anos de idade.
Uso de diversas camadas de tinta e colagem para gerar uma composição interessante com diferentes níveis de informação. Vemos por exemplo a embalagem do filme kodak que provavelmente o fotojornalista usava para desempenha seu trabalho; um carimbo debaixo de uma camada de tinta, textos recortato parcialmente coberto por tinta e parcialmente limpo. Foto sobre foto, sobre tinta, sobre outros tipodes de papel criando texturas.
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Uso do mapa como um recurso para contextualzação; integração da tipografia com os desenhos/ tinta.
Sobreposição de duas camadas de texto à mão, autoretrato no contexto das anotações, carimbos, intervenção de fotos e anotações. A diversidade de maneiras que Dan se expressa em um mesmo spread faz com que o leitor passe um tempo viajando com o olhar para entender os diversos elementos que o compõem. Sensação de explorar/procurar o conteúdo, de descoberta.
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EXPERIMENTAÇÕES PARTE 1 As primeiras experimentações ocorreram em um sketchbook e foram guiadas de modo livre utilizando tintas e colagens. Alguns exemplos podem ser observados à esquerda e abaixo. Todos utilizam a história da Encrenca como pano de fundo. O objetivo inicial foi testar diferentes texturas com o uso de camadas de colagens, papéis diferentes e a própria forma do pincel. Também foi experimentado pintar partes de uma foto preto e branca para gerar interesse. Nas próximas páginas pode-se ver mais exemplos do uso da coloração à mão nas fotografias preto e brando e um começo de estudo sobre criar fundos neutros de texturas para as imagens e tipografia.
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As próximas experimentações foram um pouco mais controladas e ocorreram em papéis canson A4 para maximizar a área útil do papel. Começo da utilização de um mapa do Império alemão dos anos 1910 para contextualização e de preparação de texturas isoladas para escaneamento e criação de camadas digitais. O próximo passo foi escanear essas últimas experimentações e manipulá-las digitalmente. Foi estudado o uso de camadas de informações, criação de áreas de proteção da página para inserção de tipografia e integração de outros elementos que remetem à imigração (carimbo, assinaturas e caligrafias, número de cadastro da palávra, etc). Pode-se observar esse desenvolvimento dos arquivos digitais nas páginas seguintes.
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Sabemos que “encrenca” quer dizer problema, estar em uma situação difícil. Segundo a historiadora Beatriz Kushnir a palavra tem origem alemã e teria relação com as prostitutas judias que vieram para o Brasil no final do século dezenove e início do século vinte. Quando desconfiavam que um cliente teria doenças venéreas, falavam em Iídiche “ein krenke”, krenke significando doença.
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33 Sabemos que “encrenca” quer dizer problema, estar em uma situação difícil. Segundo a historiadora Beatriz Kushnir a palavra tem origem alemã e teria relação com as prostitutas judias que vieram para o Brasil no final do século dezenove e início do século vinte. Quando desconfiavam que um cliente teria doenças venéreas, falavam em Iídiche “ein krenke”, krenke significando doença.
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EIN KRENKE 00824388
34 Sabemos que “encrenca” quer dizer problema, estar em uma situação difícil. Segundo a historiadora Beatriz Kushnir a palavra tem origem alemã e teria relação com as prostitutas judias que vieram para o Brasil no final do século dezenove e início do século vinte. Quando desconfiavam que um cliente teria doenças venéreas, falavam em Iídiche “ein krenke”, krenke significando doença.
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ANÁLISE DOS EXPERIMENTOS PT 1 Ao observar as soluções finais dos experimentos da parte 1, pude observar que as ilustrações estavam muito carregadas e pesadas, a ponto de não deixar espaço para trabalhar com a tipografia. Esta estava jogada a um canto, com muito pouco pensamento na sua inclusão. Outra observação foi que eu estava pensando pouco no suporte onde o usuário iria encontrar essas ilustrações. Por tudo isso, fez-se necessária uma pausa para a organização e planejamento das imagens a serem combinadas na ilustração, em seu equilíbrio com a tipografia e em como tudo isso chegaria ao leitor. O primeiro passo foi repensar o suporte. Seria um livro? Uma coleção de postais? Uma revista? Como eu escolheria que palavras entrariam nesse suporte e como elas seriam dispostas entre si? Ficou clara a necessidade de se classificar as palavras em grupos e descobrir o que elas tinham em comum. Foram eles:
Antiguidade Grega Foi percebido que muitas palavras tem origem grega, tendo conexão direta com o pensamento de filósofos muito importantes, cujas questões e definições permanecem atuais. São normalmente palavras ligadas a noções existenciais como o caos, a luz, o conhecimento, e também ao modo de se ensinar naquele tempo. Algumas palavras levam inclusive o nome do filósofo responsável pela construção de um conceito importante, como no caso da palavra Platônico.
Império Romano Outro grupo de palavras é originado no latim, muito falado durante o Império Romano. Berço de toda a cultura ocidental, herdamos muitos dos seus conceitos e criações, como o direito romano e o alfabeto.
Idade Média Com a queda do Império Romano e a fragmentação do território em diferentes centros de poder, foi inevitável o desenvolvimento de diferentes idiomas. Foi então que houve o
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surgimento de um primeiro esboço de diversas línguas que conhecemos hoje como o italiano, o francês, o espanhol e o português. As palavras dessa sessão tem origem nesses idiomas arcaicos que apareceram após a queda do império romano, até mais ou menos o século XV.
Árabes Devido à constante dominação sarracena na Península Ibérica, possuimos muita influência da cultura árabe. É atribuído a eles muito de nossa gastronomia, pois introduziram muitas frutas, grãos, verduras e especiarias no que hoje conhecemos como a Europa. São eles: a beringela, a abobrinha, o trigo em grão, ervilha seca, grão de bico, tomilho, hortelã, canela, pimenta branca entre outros. Além disso, a história do “Mil de uma noites” influenciou muitos trovadores e escritores medievais. A arquitetura gótica se inspirou em palácios e mesquitas muçulmanas. Os azulejos que tanto relacionamos com nossos colonizadores portugueses tem origem árabe. Muitos dos fundamentos nos campos da medicina, matemática, geografia, física, química e astronomia são atribuídos ao pensamento milenar dos árabes. (Sentir Bem, 2006-2013)
Idade Moderna até os dias atuais Esta última sessão é composta por palavras cuja origem data depois do fim da idade média e não tem ligação com os árabes. É complicado tentar classificá-las em grupos mais específicos, especialmente pelo pequeno recorte de palavras da curadoria, pois é mais fácil encontrar um padrão com um número maior de palavras a serem estudadas. Mesmo assim é possível ver algumas tendências como: palavras originadas do meio futebolístico (zagueiro, torcedor, gol de placa); palavras intrínsecas ao desenvolvimento da nação brasileira (brigadeiro, favela); palavras vindas de períodos específicos de imigração ( encrenca, imigração alemã do final do século 19) , etc. Com essa classificação, pudemos ver que a origem das palavras do português brasileiro está muito ligada a períodos históricos importantes para a construção da cultura do ocidente. As palavras nada mais são do que o reflexo das heranças que temos de tudo que já nos aconteceu, desde uma época muito remota até hoje.
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EXPERIMENTAÇÕES PARTE 2 Após essa reflexão sobre o que afinal eu estava lidando, foi mais fácil recomeçar as experimentações. Agora havia momentos históricos aos quais eu poderia aludir nas ilustrações, e poderia sintetizar essas imagens para dar espaço a uma experimentação tipográfica. Na questão do suporte, foi decidido trabalhar com vários livretos soltos, cujo tamanho do spread seria o de um A4. O Brasil recebe folhas de 66x96 cm, e o tamanho escolhido é compatível com o modelo de melhor aproveitamento desse formato. Em relação ao conteúdo, primeiro foi pensado de se trabalhar com uma palavra por livreto. No entando, essa experimentação mostrou que o conteúdo ficaria muito diluído ao tentar se estender por diversas páginas e o livreto não chegaria a um número suficiente destas para se justificar como tal. (Imagem 1) Imagem 1
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As experimentações seguintes foram de separar cada livreto por um grupo de palavras classificadas (Antiguidade Grega, Império Romano etc). Os livretos com 8 palavras com cada uma ocupando um spread já apresentava um número mais consistente de páginas para se manter. As ilustrações foram sintetizadas, dando bastante espaço para a experimentação com a tipografia. Porém a composição ainda não demonstrava um equilíbrio entre essas duas partes, e a estrutura era demasiadamente rígida e não permitia surpresas ao se pas-
Imagem 2.1
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Imagem 2.2
sar pelo seu conteúdo. (Imagens 2.1 e 2.2) Paralelamente, foi feita uma experimentação de como seria o passaporte de uma dessas palavras. Para isso foi utilizado um tamanho bem menor que os tentados anteriormente. A preocupação de como seriam as marcas d’água e como caracterizar esse impresso como um documento oficial direcionaram a linguagem gráfica para um caminho bem diferente. No entanto, pensando na peça gráfica final o conjunto de passaportes de diferentes palavras apresentaria uma solução muito repetitiva, que perderia o interesse rapidamente ao se observar mais de uma unidade. (Imagem 3)
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Imagem 3
Foi então retomada a estrutura do livreto por sessão, porém agora tentando dar um equilíbrio maior na composição das imagens com a tipografia. Houve uma tentativa de associar as palavras com as pessoas mais sutilmente. Em vez de colocar o rosto de alguém para cada palavra no sumário por exemplo, expor a silhueta humana e deixar a palavra preencher o lugar que uma pessoa ocuparia. No conteúdo, tentou-se representar a história das palavras de forma mais conceitual, com montagens metafóricas. Entretanto, os spreads entre si não compatilhavam da mesma linguagem visual, e as composições isoladamente também não apresentavam um equilíbrio no modo como preenchiam o espaço. (Imagens 4.1 e 4.2)
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Imagem 4.1
Imagem 4.2
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A próxima tentativa teve o objetivo de padronizar a linguagem visual desse conteúdo. Foi decidido usar sempre um fundo preto e branco, sobre o qual teria algum elemento colorido em duotone. Essa cor dominante seria associada àquela palavra específica, cuja tipografia também apresentaria tal cor. Tanto o fundo quanto o elemento colorido estariam ligados ao contexto da palavra, podendo trazer também, sempre que possível, um elemento de sua ressignificação. (Imagem 5)
Imagem 5
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Essa última experimentação foi a que produziu resultados mais consistentes, então as demais tentativas se encarregaram de aperfeiçoar as composições apresentadas. Foram também incluídas páginas pré-textuais, como um spread de citação e uma nota ao leitor para introduzir este ao contexto do projeto de modo gradual, apontando o tom da peça que ele está prestes a folhear. Em termos de mudanças, foram repensados os mosaicos de imagens de alguns dos fundos, refeitos alguns duotones para ressaltar contrastes nas imagens, algumas cores forma mudadas para ficarem mais vibrantes e contrastarem mais com o fundo P&B, capas e folhas pré texturias foram repensadas para apresentar elementos condizentes com a nova linguagem do conteúdo etc. (Imagens 6.1 e 6.2)
Imagem 6.1
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Imagem 6.2
Apesar do conceito de associar palavras com pessoas ter sido deixado de lado ao longo das experimentações, as referências visuais das fotografias do final do século XIX e começo do XX continuou dando suporte e agregando interesse ao projeto. Tanto por ajudar na criação de um clima de que se está entrando em assuntos antigos e revendo coisas esquecidas, quanto por ser visto de modo legal do ponto de vista dos Direitos Autorais. Estes afirmam que, após 70 anos do ano subsequente à morte de um autor, sua obra está liberada para o domínio público. (Art. 41º, LEI Nº 9.610, 1998)
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ANÁLISE DA SOLUÇÃO FINAL Conceitualmente, o ato de separar os cadernos de um livro e apresentá-los soltos condiz com o objetivo do projeto de se mostrar o que há por trás do que achamos que conhecemos. Para apresentá-los juntos, foi decidido criar uma pasta que tanto os protegeria, quando ajudaria no transporte e no armazenamento. Para evitar que os cadernos soltos caiam, seria incluído um elástico à estrutura de paraná desta pasta. A decisão de gravar a capa no paraná cru reforça o mesmo conceito de se mostrar o que há por trás das coisas. Dos papéis experimentados, o que mais agregou interesse à peça foi o reciclato da Suzano, pois sua granulação aparente ajuda a construir uma textura interessante nas imagens. E sua coloração queimada ajuda a eliminar a predominância do branco que interfiria na composição, ressaltando as áreas vazias de alguns spreads. O papel jornal também apresentou resultados parecidos com os citados, porém sua gramatura baixíssima (49g/m2) ressalta a pouca quantidade de páginas do livreto, diminuindo sua espessura e o deixando com menos estrutura na hora do manuseio. Já o reciclato é oferecidos em diferentes gramaturas, sendo a de 120 g/m2 a escolhida para ser trabalhada neste projeto. A inclusão dos QR codes no spread da palavra “Instalar” apresentam a possibilidade de se descobrir uma nova palavra, que seria acessada através de um aplicativo de celular que levaria o leitor a um site onde ele poderia baixar os spread escondido. Esses jogos de procura e descoberta poderiam acontecer também nos outros livretos do volume. Como a palavra Encrenca que dá origem ao nome do projeto não pode ser contemplada no livreto modelo, esta seria uma oportunidade de esclarecê-la para os leitores mais curiosos, como uma espécie de recompensa. Em seguida, alguns dos últimos spreads desenvolvidos para a solução final.
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CONCLUSÃO A vivência desse projeto me proporcionou algumas experiências inéditas na jornada acadêmica, principalmente pelo fato de ter sido o 1º projeto desenvolvido individualmente. O uso do cronograma se fez mais presente e necessário, pois não havia ninguém com o qual dividir as tarefas a serem realizadas. O fato de se fazer tudo sozinho e não haver alguém igualmente responsável pelo projeto para dialogar e ajudar nas decisões necessárias tornou o caminho do projeto mais pesado, mas também proporcionou um auto-conhecimento. Foi preciso aprender a lidar com frustrações e a perceber e respeitar um ritmo próprio de trabalho. Se por um lado tomar todas as decisões pode te levar a momentos de incerteza aguda a ponto de se perguntar se o que se está projetando faz qualquer sentido fora da sua cabeça, por outro também é uma sensação libertadora. Como designer, pude lidar com técnicas novas para mim, como a encadernação, o tratamento de imagens em duotone e a gravação a laser. Tais experiências me abriram para novas possibilidades da Comunicação Visual que eu não tivera ainda contato. O pensamento conceitual também foi bastante exercitado, pois imaginar imagens para a história de palavras foi um desafio imenso. Além disso, poder escolher o tema com o qual se iria trabalhar ao longo do semestre me permitiu escolher um assunto que eu achava pessoalmente interessante e instigante, e isso ajudou a conduzir a pesquisa inicial e o desenvolvimento do projeto de modo mais natural. Sobre o resultado final, sempre fica a sensação de que se podia ter feito mais, refinado mais e melhorado o acabamento. No entanto, acho que consegui externalizar e compartilhar meu interesse pelo tema com quem manipular o produto. Acho que o conceito da peça e do projeto estimulam a curiosidade do usuário, e o fazem passar por aquele momento “caraca!!”de quando se tem uma revelação sobre algo conhecido.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A Herança Árabe in Por Dentro dos Alimentos. Sentir Bem, 2006 -2013. Disponívem em <http://sentirbem.uol.com.br/ index.php?modulo=nutricao_dentro&id=8>. Acesso em 24 mai. 2014. BRASIL. Lei Nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610. htm> Acesso em 24 mai. 2014. NASCENTES, Antenor. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Segunda tiragem da Primeira Edição. Rio de Janeiro, 1955 Consultório Etimológico. Origem das Palavras. Disponível em <http://origemdapalavra.com.br/site/pergunta/cinico/>. Acesso em 28 mai 2014. ALBUQUERQUE, Carlos. Quando as Palavras viajam da Alemanha para o Brasil. DW.DE, 04 de jan 2017. Disponível em <http://www.dw.de/quando-as-palavras-viajam-da-alemanha-para-o-brasil/a-2300234> . Acesso em 28 mai 2014. GOETTENAUER, Carlos. Origem curiosa de 5 expressões do futebol. Estado Crônico, 13 jun 2010. Disponível em <http://www.estadocronico.com.br/tag/origem-das-palavras>. Acesso em 28 mai 2014. MENDES, Luiz. A origem da palavra “torcedor”. Jornalheiros, 28 out 2011. Disponível em < http://jornalheiros.blogspot. com.br/2011/10/origem-da-palavra-torcedor-por-luiz.html> Acesso em 28 mai 2014.
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