URBANO - NOVO CEAGESP

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

URBANO

NOVO CEAGESP Trabalho final de graduação apresentado a banca examinadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas,

Orientador: Discentes:

CAMPINAS, 2017. 4

Professor Mestre Pedro Paulo de Siqueira Mainieri Amana Roveri Buna Sorrini Felipe Felix Isadora Tonin Luana Nora Marina Orru Rodrigo Faraone Lopes Virginia Bernardi


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“O CEAGESP, como lugar, se foi, mas ali ainda permanece sua lembrança e mais que ela, a cobertura. A história não se perde, as feiras acontecem, os shows fazem dela iluminada e a vida é voltada a ser sentida e assim permanecida. A cobertura toma vida. Onda havia caos, agora há alegria.” (Texto autoral) 6


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AGRADECIMENTOS

Existem pessoas que passam em nossas vidas apenas para nos alegrar em certos momentos, mas existem aquelas que nos transformam. Obrigada por ter nos transformado! Não digo transformação em mudança do que éramos, mas por ter nos mostrado o prazer de ser quem somos e fazer valer aquilo que acreditamos, a arquitetura que amamos. Aprendemos com você, crescemos com você. Obrigada Pedro Paulo. Obrigada não somente por ter nos ensinado uma enciclopédia sobre arquitetura do mundo e seus diversos lados e trejeitos, mas também por ter nos dado a oportunidade de passar uma ano ao seu lado, esse ser humano que se resume em uma palavra: humano. Pra sempre estará conosco, seja no café de fim de tarde, colocando as conversas em dia, seja nas boas lembranças de madrugadas de assessoria. Não podemos deixar de agradecer também aos docentes que fizeram parte dessa conquista conosco, seremos eternamente gratos.

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SUMÁRIO Introdução.............................................................................................................12 Escolha...................................................................................................................16 História..................................................................................................................18 Contexto................................................................................................................22 Lugar......................................................................................................................24

DADOS.........................................................................................27

Estruturador.......................................................................................................29 Uso do Solo..........................................................................................................31 Gabarito................................................................................................................33 Agrangências.......................................................................................................34 Dados Censitários.............................................................................................41 Mapa Síntese.......................................................................................................43

CEAGESP.....................................................................................45 Sobre o CEAGESP................................................................................................48 Trabalhadores locais........................................................................................51 Realocação...........................................................................................................55

PROPOSTAS...............................................................................57

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Evolução do traçado.........................................................................................58 Ocupação..............................................................................................................60 Implantação.........................................................................................................66


68.....................................................................................................................Água 70...........................................................................................................Vegetação 72...........................................................................................................Mobilidade 74....................................................................................................................Viário 76........................................................................................................Setorização

79........................................................................EQUIPAMENTOS 81..............................................................................................Implantação Final 83.........................................................................................Projetos Individuais

84.................................................................................CENÁRIOS 90.............................................................................CONCLUSÃO 92..........................................................................BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO

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A construção da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP) possui um histórico de tratamento concomitante a Vila Leopoldina, quando comparado ao fator de progresso que este atribuiu a área. A princípio a sua posição estratégica na metrópole, circulada e costurada pelo fácil acesso permitido por meio das avenidas marginais aos rios Tietê e Pinheiros engendrou também conexões importantes por estar próximo a bairros como o Alto de Pinheiros, Alto da Lapa, Jaguaré bem como ao lado do Parque Villa - Lobos. Um bairro popular, inserido na região noroeste de São Paulo, considerado por muito tempo subúrbio, com pequenas residências e predominância de grandes glebas e com forte presença de indústrias têxteis adquiriu um caráter marcadamente industrial cujo desenvolvimento esteve intimamente ligado à acessibilidade viária e à presença das ferrovias. Nesse cenário, vemos que o mesmo impacta os mais variados segmentos políticos, econômicos, sociais e ambientais, tanto pelo desejo e projeto já proposto para a saída do Entreposto desta região, quanto ao processo de transformação urbana do solo assistido pelo bairro desde a década de 1990 associado ao esvaziamento das grandes glebas e a construção de empreendimentos imobiliários de médio e alto padrão, alterando assim o caráter industrial que era comum ao bairro e gerando uma certa especulação imobiliária por meio dos condomínios murados.


Proporcionalmente a isto observamos a presença de serviços complementares como, de grandes concessionárias, habitações precárias, galpões ociosos e em atividades terciárias. Além, da região sofrer com os problemas de enchentes devido a mesma estar inserida em uma área de várzea. Entendendo toda esta análise como premissa essencial para a elaboração de um projeto urbano contemporâneo para a área, a definição de um perímetro foi elemento de apoio e que norteou o projeto proposto, facilitando assim a leitura deste tecido urbano e lhe dando consistência. Essa definição foi concedida á partir das peculiaridades presentes nesta região bastante complexa e dinâmica, onde a intervenção solicitou um certo cuidado visto que a mesma já possui projetos como o da Operação Urbana Vila Leopoldina - Jaguaré. A partir disto as intervenções então incluem propostas que discutem, um novo olhar para a abrangência dos novos empreendimentos imobiliários citados, requalificando-os; a mudança do padrão de ocupação do território (esvaziamento das grandes glebas industriais); a existência de favelas e população de baixa renda vivendo nas imediações da CEAGESP em contraposição à atração de uma população de média alta renda em decorrência da atividade imobiliária; a oferta de novas concepções de serviço, comércio, áreas verdes, sistema viário juntamente com a premissa das linhas e estações de trem da CPTM além de outros equipamentos adequados ao desenvolvimento equilibrado da área. 13


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ESCOLHA

“São Paulo: uma só vontade, um só coração.” BONFIM, Paulo (2004) 16


A escolha do grupo em trabalhar com o bairro da Vila Leopldina é baseada na conjuntura atual do bairro, que possibilita abordar questões contemporâneas de diversas disciplinas de arquitetura e urbanismo. Além de ser um dos focos de desenvolvimento da cidade, abriga uma vasta área com futuro incerto, porém com uma das maiores potencialidades de desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo, o Ceagesp. A sua localização para com o entorno, possibilita uma discussão macro do sistema viário existente na área. A Vila Leopoldina se encontra como portal de entrada da cidade, onde em sua parte oeste cria desafios de transição de vias expressas de grande velocidade com importantes vias arteriais da cidade. Sua localização também é privilegiada em relação ao transporte público. Há no bairro duas estações da CPTM, algo incomum nos bairros dessa região. As estações são ponto principal na abordagem do grupo em relação à mobilidade urbana e à discussões recentes do plano diretor da cidade no aumento da importância do transporte público em relação ao automóvel de uso individual. Além da discussão de mobilidade, a área possui um grande potencial de continuidade de Assim como oportunidades e desafios pelo contexto morfológico e geográfico, questões relacionadas à política do plano diretor e grandes influências do mercado imobiliário também foram importantes. A apropriação de lotes industriais pelo mercado imobiliário, criando grandes condomínios fechados e murados, que segregam seus

moradores e negam o espaço público. Os empreendimentos murados transformam ruas em grandes canaletas de escoamento de automóveis, transformando o bairro em um espaço árido e sem vida nas ruas. A escala do pedestre é perdida e os problemas sociais potencializados. O desafio de reverter esse processo através da arquitetura e de políticas públicas de ocupação dos lotes é cenário único na cidade e grande possibilidade de enfrentamento nos projetos individuais.

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A HISTÓRIA Projeto de Loteamento Richter & Co. Loteamento não foi totalmente executado até a retificação do Rio Pinheiros. Núcleo residencial operário consolidado na maior parte da área provavelmente associado a presença da atividade ferroviária. Vetor residencial de alto padrão caracterizando os bairros Alto da Lapa e Bela Aliança. Fundação da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana em 1872.

1894

1930

Apresentava poucas áreas consolidadas estando estas próximo a estrada de ferro Sorocabana, Rua do Corredor (atual Rua Guaipá) e Vila Fausto. Atividades inndustriais previstas no loteamento implantadas até no final da década de 50. Forte ligação dos habitantes da época com a varzéa alagadiça do Rio Pinheiros 18


Arruamento do projeto se encontra executado e arborizado mesmo que a ocupação era incipiente

1940

1950

Principal marco da industrialização do bairro Implantação do Centro Industrial Mofarrej. Abertura da Estação Imperatriz Leopoldina em 1931. Retificação e drenagem das áreas alagadiças. Execução dos trabalhos de canalização e inversão do rio Pinheiros para a produção de energia elétrica. Construção das marginais. Surto Industrial do Bairro. 19


Dispersão industrial se da em duas fases: a primeira entre 1945 e 1970 e a segunda entre 1970 e 2005. Encerramento das obras do CEAGESP em 1979, trazendo novo impulso para as atividades logísticas e industriais. Foi com a implantação do CEAGESP no loteamento que as primeiras favelas se instalaram: Ocupação da ”Favela do Novo em 1972 e da Favela da Linha em 1973. Maior adensamento residencial nas áreas próximas a Estação Leopoldina.Construção das marginais na década de 1960. 1970

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Processo de alteração do uso do solo da gleba. Lançamento de empreendimentos de torres de escritórios de médio porte. Instalação de diversos produtoras de cinemas e publicidade: fomento do Distrito Criativo da Vila Leopoldina. Projetos em andamento que oferecerá 1300 unidades habitacionais para a remoção das favelas da Vila Leopoldina e outras regiões. Intensificação da forca do mercado imobiliários. Proposta de saída do Ceagesp.

2000-2016

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O CONTEXTO

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Situando a cidade de São Paulo no contexto nacional, vemos que trata-se além da capital do estado de São Paulo, é o principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul, influenciando diversos estados não só do Brasil, como do mundo. Dedica-se em se fazer principal portal do país para negociações estrangeiras e nacionais, abrangendo um dos maiores aeroportos internacionais do mundo: Aeroporto de Guarulhos. Assim, também é responsável por conter o Aeroporto de Congonhas, outra grande entrada importante no Brasil. É envolvida por uma série de conexões viárias intranacionais, como a Rodovia dos Bandeirantes, onde possui grande importância comercial quando em conjunto com o Rodoanel Mário Covas e a Rodovia Anchieta, elo entre os dois maiores pólos de importação e exportação do país: o Aeroporto Internacional de Viracopos e o Porto de Santos. É também junto com a Rodovia Anhanguera que cria o maior corredor financeiro do país, onde liga as duas regiões metropolitanas mais ricas do estado, e do Brasil. Também é privilegiada pela composição do trecho da Rodovia Ayrton Senna, que propicia a ligação Leste – Oeste (São Paulo SP – Interior e Interior – São Paulo), assim como a Rodovia Presidente Dutra, que contém uma extensão total de 402 quilômetros, iniciando-se no Trevo das Margaridas, no acesso à Avenida Brasil, no Rio

de Janeiro e terminando na Ponte Presidente Dutra, no acesso à Marginal Tietê, em São Paulo. A Rodovia Presidente Castelo Branco é a principal ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Centro-Oeste do país, onde numa primeira etapa de prolongamento da rodovia, foi executada até a divisa com o Mato Grosso do Sul. Por fim, a Rodovia Regis Bittencourt é a responsável por cortar o estado do Paraná até o Estado de São Paulo, sendo a principal ligação com a capital paulista. A capital paulista, também permite as conexxões conhecidas como conexões em rede vertical, com o estado do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Paraná, que são fortemente e indiretamente influenciadas por São Paulo, tanto em quesitos políticos, como econômicos e sociais.


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O LUGAR O entorno do bairro de estudo, é composto por aglomerações significativas para a cidade: Alto de Pinheiros, Lapa, Alto da Lapa, Butantã, Vila Hamburguesa, e até mesmo o Jaguaré, situado do outro lado da Ponte Jaguaré. Desse modo, a Vila recebe uma variedade de público permanente e provisório, desde a classe A até os trabalhadores mais humildes do CEAGESP, que moram no Jaguaré. Com a futura saída do então CEAGESP da área da Vila Leopoldina, não só o bairro da Zona Oeste, como todo seu entorno sofrerá conseqüências drásticas, porém o principal deles, será o bairro do outro lado da ponte: o Jaguaré, que como já dito, é povoado por grande porcentagem dos trabalhadores da grande feira de São Paulo.

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“É uma cidade onde coexistem todas as tribos urbanas. A falta de personalidade se transformou na personalidade da cidade.” WEINFELD, Isay (2004) Arquiteto


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DADOS

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ESTRUTURADOR Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.presença das ferrovLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt

A Vila Leopoldina localiza-se na Zona Oeste da cidade de São Paulo. Trata-se de uma área nobre da cidade por estar situada nas redondesas das principais avenidas: Marginal Pinheiro e Marginal Tietê. Além, de ter fácil acesso com duas grandes avenidas de São Paulo, sendo elas a Paulista e a Faria Lima. É caracterizada na cidade por conter diversos marcos, Parque do Ibirapuera, Parque Villa Lobos e a Universidade de São Paulo, conhecidos não só em São Paulo, como em todo país. As principais vias do bairro são a avenida Dr. Gastão Vidigal e Avenida Imperatriz Leopoldina. A rua Carlos Weber, que abriga o quarteirão mais badalado do bairro, com condomínios de apartamentos e lojas. O Bairro também é conhecido pelo CEAGESP, pela Universidade Mogi das Cruzes UMC , pelo Senai e pelo ginásio do SESI. Com o mapa abaixo, é possível compreender no contexto urbano a relevância do bairro para a cidade, as distâncias entre alguns pontos importantes, e até mesmo a ligação de metrô com a Estação Pinheiros, onde permite a permeabilidade para outros bairros, e assim, outras estações, como Paulista, Vila Madalena, Barra Funda, Luz. O distrito é servido pelos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos através das linhas 8 - Diamante e 9 - Esmeralda, nas estações: Imperatriz Leopoldina e Domingos de Moraes na linha 8 e Ceasa na linha 9.

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USO DO SOLO Caracterizada por muito tempo como uma área industrial, a região apresenta grandes lotes que receberam as primeiras indústrias da área. Esses lotes se tornaram insuficientes quanto ao tamanho e infra-estrutura, resultando em desuso e abandono. Quanto as áreas residenciais, estão em transição horizontal-vertical. O que vê-se na área são pequenas quadras orgânicas, ocupadas por residências unifamiliares, convergindo para uma área crescente de quadras maiores e retangulares que recebem hoje enormes condomínios verticalizados e murados. Já com foco no comércio, o CEAGESP representa o principal ponto de movimentação de capital da região, por isso os comércios menores são em sua maioria relacionados à ele como transportadoras, escritórios e supermercados. Os usos institucionais e culturais são escassos. A área apresenta apenas um parque qualificado, o Parque Villa Lobos, que recebe apeas um público mais elitizado. Instituições como SENAI e SESI são uns dos poucos locais de incentivo à cultura e educação na Vila Leopoldina. Importante ressaltar que a área também apresenta um grande número de ocupações irregulares e regiões sem infra estrutura adequada, como a Favela da Linha e a Favela do Nove. O local carece muito de empreendimentos sociais, de recreação e lazer.

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GABARITO Ao longo de um grande período a Vila Leopoldina sofreu muitas transformações. O adensamento construtivo decorrente da industrialização do bairro, manteve entre as décadas de 1900 a 1970 um uso predominante residencial horizontal. Com a inserção dos empreendimentos imobiliários das décadas de 1980 e 2000 houve uma ruptura no padrão construtivo do bairro, surgindo novos empreendimentos de característica residencial vertical, variando de 8 a 30 pavimentos. O zoneamento vigente da Vila Leopoldina é o Zona Mista de Média Densidade (ZM-2), que se caracteriza como uma área de transição entre as zonas exclusivamente residencial horizontal e as zonas de média e alta densidade. Essa apresenta parâmetros urbanísticos de controle de adensamento construtivo, como por exemplo a fixação do gabarito em 25 metros, equivalente a 8 pavimentos. As Zonas mistas de Alta Densidades tipo a e b (ZM-3a e ZM-3b) tem coeficientes de aproveitamento máximo maiores sem controle de gabarito, permitindo a construção de torres de 30 pavimentos que tem predominado entre os lançamentos residenciais no distrito. Apesar dos setores de densidade mais alta se destacarem por serem altos edifícios, nem sempre a verticalização é sinônimo de adensamento.

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ABRANGÊNCIAS Introduzindo a Vila Leopoldina e o seu entorno, Zona Oeste de São Paulo, em um contexto municipal, foi necessário que realizássemos uma análise quantitativa dos equipamentos urbanos presentes na área, e dessa maneira, qualificamos se os serviços oferecidos pelos mesmos, eram suficientes para suprir as necessidades dos usuários. Dessa maneira, foi realizada uma lista de equipamentos, desde Teatros até Parques existentes na área. Gerou-se então mapas a partir dos usos mais significativos, como: Educação, Saúde, e Cultura. EDUCAÇÃO O primeiro mapa localizado abaixo trata-se dos equipamentos educacionais como: 4. SESI, que oferece Ensino Fundamental, com capacidade de abrangência de 1,5km, e Ensino Médio, com raio total de 2,0km; 5. SENAI, oferecendo Ensino Técnico, capacitando a população de até 1,5km de distância; e 6. demais escolas, com suporte de Ensino Infantil, que propõe ensinamentos em até 300m de raio, como exemplo do Espaço Harmonia; o Ensino Fundamental, como a Escola Fazarte, com extensão de suporte de até 1,5km, e por fim, Ensino Médio, como o Colégio Vera Cruz, envolvendo a população de até 2,0km. 34

SAÚDE No mapa que se refere ao uso destinado à saúde, temos no número 11. Hospital SBC, que se desdobra através de ampla rede credenciada com clínicas, laboratórios e hospitais de São Paulo e de outras cidades, abrangendo uma responsabilidade social de até 8km de expansão, sendo assim, o equipamento de saúde responsável não só pelo bairro Vila Leopoldina, como também de bairros como Jaguaré, Alto de Pinheiros, Vila Hamburguesa, Alto da Lapa, Lapa entre outros que compõe a Zona Oeste de São Paulo. CULTURA No item “Cultura”, quando falamos do bairro da Vila Leopoldina, vemos dois grandes marcos importantes: 1. Biblioteca Parque Villa Lobos, 2. Museu do Relógio e 3. Teatro UMC, todos com parâmetro de abrangência de até 2,5km, são os equipamentos presentes no bairro, que são de uso tanto da população local, quanto regional da vizinhança.


SAÚDE

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EDUCAÇÃO

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CULTURA

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“Por que nunca me contaram que existia isto aqui?” THATCHER, Margaret (1925-2013), Ex-primeira-ministra britânica

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DADOS CENSITÁRIOS

A Vila Leopoldina é um dos distritos que se apresentam com maior crescimento populacional dos últimos 10 anos, segundo o IBGE. Esse adensamento é condizente com o processo de transformação urbana pelo qual vem passando o bairro, com a desocupação dos lotes ocupados pelas industrias, ancorando no vertiginoso surgimento de empreendimentos residenciais de médio e alto padrão. As transformações imobiliárias afetam a região pela alteração das dinâmicas da composição do local, como a construção destes novos edifícios, o que acaba por afetar a população de baixa renda local, dificultando a permanência de antigos moradores de renda insuficiente para sua manutenção no local cuja sua realidade foi alterada.

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MAPA SÍNTESE Como uma síntese do estudo da área, foi elaborado um mapa que divide por cores as regiões com semelhanças entre uso, gabarito, ocupação e malha urbana predominante. AMARELO: uso predominante residencial de baixo gabarito, marcado por quadras menores e malha urbana ortogonal. Presença de alguns condomínios residenciais de gabarito alto. AZUL: área comercial com condomínios residenciais de gabarito alto e lotes maiores, ganhando atenção do mercado imobiliário. Espaço em transformação VERMELHO: Espaços consolidados e tombados, caracterizados por residências unifamiliares de alto padrão, dispostas em uma malha urbana mais orgânica de lotes menores. LARANJA: área marcada por interesse social, devido a presença de ocupações irregulares e ZEIS. São quadras que não apresentam um padrão específico e alguns lotes sem uso ou abandonados. ROXO: grande área voltada ao CEAGESP, tendo um entorno marcado por quadras industriais em transformação. Recebe grande fluxo de veículos e pessoas devido à presença da estação e do comércio. VERDE: áreas consolidadas marcadas por parques e grandes comércios. São espaços com potencial de ligação entre o bairro.

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O CEAGESP

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“Cidade enigma e síntese do Brasil.” DIAFÉRIA, Lourenço(1933-2008) Escritor

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SOBRE O CEAGESP

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A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é a maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores e pescados da América Latina e a terceira maior do mundo, movimentando 250 mil toneladas de produtos por mês. Os produtos chegam de 1500 municípios brasileiros e 18 países. Pelo local circulam 50 mil pessoas por dia. Ela possibilita que a produção do campo, proveniente de vários estados brasileiros e de outros países, alcance a mesa das pessoas com regularidade e qualidade. Para tanto, conta com duas unidades de negócios distintas e que são complementares: a armazenagem e a entrepostagem. Localizada na Vila Leopoldina, zona Oeste da Capital, tem seu endereço principal na Avenida Dr. Gastão Vidigal 1946. Sua estrutura é composta por diversos galpões, formando uma área construída de aproximadamente 200.000m² e seu terreno de 651.863,29m². A Companhia surgiu em maio de 1969, da fusão de duas empresas mantidas pelo governo do Estado de São Paulo: o Centro Estadual de Abastecimento (CEASA) e a Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CAGESP). No final dos anos 70, a empresa iniciou o processo de descentralização, inaugurando em São José do Rio Preto a primeira unidade de comercialização fora da capital.


Atualmente, a companhia mantém onze unidades no interior, próximas a pólos de produção e consumo. Nos anos 80, a empresa também investiu no atendimento ao consumidor. Criou o primeiro varejão com produtos frescos a preços controlados. Em 83, vieram os sacolões para vender legumes e verduras por quilo a preço único. Em 84, surgiram os comboios, que funcionavam como mini varejões. A rede de armazenagem também acompanhou o crescimento da companhia. Em 1970, a Ceagesp construiu os primeiros silos horizontais do país, acoplados a graneleiros. Na época, a rede recebia os estoques reguladores do governo federal, comprados em vários estados e armazenados em cidades do interior de São Paulo. A partir de 1986, os armazéns da CEAGESP passaram a abrigar açúcar ensacado, por conta da expansão da cultura de cana-de-açúcarque, ao lado da laranja, assumiu a liderança da agricultura paulista. Em 1997, a CEAGESP foi federalizada e vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. mmodo

“O tempo somente é porque algo acontece, e onde algo acontece o tempo está.” SANTOS, Milton 49


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“Depois de escalar uma montanha muito alta, descobrimos que há muitas outras montanhas por escalar.” MANDELA. Nelson

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) conta, em seu quadro profissional, com funcionários concursados e outros que ocupam cargos de livre provimento, além de estagiários e aprendizes. Segundo o Sindicato dos Carregadores Autônomos (SINDICAR), trabalham no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) cerca de 3.500 carregadores. No interior, a categoria soma cerca de 500 profissionais. As operações de carga, descarga e movimentação de mercadorias nas áreas internas das unidades de entrepostagem da CEAGESP são realizadas por carregadores autônomos e também por trabalhadores com vínculo empregatício com os permissionários. Para tornar permissionário, é preciso acompanhar a abertura de processo licitatório no portal da CEAGESP. O contrato de permissão a um atacadista na Companhia, como qualquer órgão público, realiza concorrência para atribuição das áreas vagas e o contrato é do tipo Termo de Permissão Remunerada de Uso (TPRU), em consonância ao que determina a Lei de Licitações (lei federal 8.666/93).

TRABALHADORES LOCAIS

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REALOCAÇÃO

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O governo da cidade de São Paulo juntamente com o Ministério da Agricultura, decidiram que a sede da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), localizado atualmente na Vila Leopoldina, zona Oeste da Capital, se deslocará em alguns anos. A proposta de mudança da CEAGESP é assunto antigo, que duram mais de 15 anos de debate. O decreto que aprova a saída de parte da CEAGESP foi assinado pelo prefeito Fernando Haddad no ano de 2016 e tem a continuidade do atual prefeito João Doria, o qual promete que a mudança ocorrera até 2020. Desde sua fundação (1969) a estrutura física do entreposto, permanece a mesma até hoje, com pouca ou nenhuma intervenção, o que colocam reforma e modernização como questões prioritárias para que a CEAGESP continue exercendo suas atividades. Nesse contexto, a sede da rede vem sofrendo a pressão das novas exigências do mercado atacadista de hortigranjeiros e, para se adaptar à atual demanda, necessita da reestruturação de todo seu aparato físico e funcional de comércio e gestão. A intensa atuação do poder público para reestruturação do entreposto e sua rede é essencial para a permanência do CEAGESP na Vila Leopoldina, sem intervenções os problemas locais tendem a aumentar cada vez mais. Um desses problemas é a alta quantidade de caminhões que trafegam diariamente pelas vias do bairro, cerca de 15 mil, prejudicando o transito e a vivencia do bairro,


além de aumentar a poluição local. Sendo o bairro considerado o mais poluído da cidade de São Paulo. Outro fator negativo da presença do CEAGESP é o acumulo de resíduos gerados. O banco de alimentos do entreposto recebe 150 toneladas de produtos todos os meses, uma grande quantidade vai para o lixo todos os dias. Essas são descartadas por não atender os padrões exigidos por alguns supermercados e restaurantes. Os catadores se aproveitam do desperdício, para consumo próprio ou geração de renda, mesmo assim o descarte ainda é grande. Os resíduos geram mal cheiro no local e são provenientes para pragas urbanas, como ratos. Vemos então um grande descompasso na rede logística e na cadeira de abastecimento alimentício da cidade gerando uma enorme quantidade de caminhões que circulam pelo tecido urbano, aumentando os congestionamentos e poluindo bairros residenciais. O que traz prejuízos à própria logística de abastecimento e distribuição, com ineficiência e desperdício. Perus, zona norte de São Paulo, é a região escolhida para receber o novo entreposto, com promessa de solucionar os déficits atuais. NESP (Novo Entreposto de São Paulo), é um empreendimento totalmente privado e constituído por permissionários que operam no setor de abastecimento há décadas, esse tomará o papel do CEAGESP atual, propondo ser o mais moderno e eficiente entreposto do pais, com uma implantação gradativa e planejada. A nova região, Perus, tem como grande

potencialidade a sua localização, essa se encontra nas bordas da cidade e junto à melhor rede de distribuição logística e de transporte de cargas do pais: rodovias dos Bandeirantes (km 28,6) e Anhanguera, Rodoanel, ferrovia, o futuro Ferroanel e ainda o potencial futuro aeroporto de Caieiras. Esta à 16 km do Ceagesp. Embora a proximidade rodoviária seja um facilitador, serão necessárias intervenções na malha viária local, estreita e com a presença de residências e comércios. Outra infraestrutura necessária é o redimensionamento atual da estrutura de saneamento local. As tubulações e reservatórios não são suficientes para a demanda futura. Inserida na região do Vale do rio Juqueri e da Serra da Cantareira. Atualmente a região é servida pela Linha 7 (Rubi) da CPTM e possui o maior parque da cidade, o Parque Anhanguera. Ao longo das décadas, a região de Perus foi se tornando receptáculo de destinações indesejáveis, como lixão, cemitério de presos políticos, fábrica de cimento poluente. O bairro é característico de um bairro-dormitório, é uma das regiões periféricas da cidade com alguns dos piores indicadores socioeconômicos e de qualidade de vida. Perus possui um dos piores IDH da cidade, 0,772, estando na 83ª posição entre 96 distritos da cidade de São Paulo. A renda domiciliar per capita é R$ 1.014. Assim, a chegada da NESP tende a potencializar a região de Perus. O maior benefício é justamente a maior demanda da região: geração de emprego e renda local, promete-se mais de 30.000 vagas. 53


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O trabalhador poderá morar e trabalhar sem grandes deslocamentos, como ocorre atualmente, melhorando a mobilidade e qualidade de vida. O novo entreposto terá uma área média de 4 milhões m², essa será dividida em: Zona Cerealista e Peixes, áreas para caminhoneiros, cooperativa, área central, setor de turismo e gastronomia, alfandega, nova estação e os grandes armazéns. As projeções financeiras do projeto são de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões de reais ao longo de 5 a 7 anos. O Comitê de Projetos do NESP realizou um processo seletivo com diversos escritórios que apresentaram propostas para o Novo Entreposto. A ideia era a criação de projetos funcionais, que entendessem as características do trabalho realizado diariamente em um entreposto e que propusesse soluções modernas de logística. O escritório escolhido para fazer o projeto Arquitetônico do NESP, foi o consórcio Monacelli Vieira Arquitetura e Projetos, parceria entre dois arquitetos da capital Paulista.

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PROPOSTAS

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EVOLUÇÃO DO TRAÇADO

MALHA ORIGINAL: atualmente, a área se apresenta com uma malha predominantemente ortogonal, configurando grande lotes na parte oeste que vão diminuindo conforme se aproximam da parte leste da área.

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CONCEPÇÃO 01: como primeira concepção de nova malha urbana, foi traçado um desenho a partir daquilo que o original naturalmente induzia. As vias existentes foram alongadas e cruzadas, a fim de formar novos lotes e diminuir a dimensão daqueles que já existem na área. exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea

CONCEPÇÃO 02: para melhorar a integração entre o bairro, a segunda concepção foi baseada em uma malha urbana mais orgânica. Surge nessa fase, uma das principais propostas: modificação de um trecho da linha CPTM. O percurso que antes dividia a área, foi deslocado para a margem do rio, com o objetivo de diminuir a segregação causada pela linha. Dessa forma, algumas estações foram removidas e outras propostas. Novos eixos de ocupação como pólo tecnológico e parques lineares também foram propostos nessa etapa. CONCEPÇÃO 03: a terceira concepção se baseou na integração entre as duas concepções anteriores, mesclando vias ortogonais com vias mais orgânicas. A fim de organizar diferentes fluxos, vias que fazem a ligação das extremidades da área, recebem um fluxo maior de veículos. Nesse contexto, surge também um parque linear junto aos eixos de centralidades, contribuindo para a ligação entre as diferentes ocupações da área. CONCEPÇÃO 04: a partir das concepções anteriores, foi possível observar que a dimensão das quadras ainda se mantinha grande para a proposta. Por isso, na concepção final, as quadras foram diminuídas a fim de abrigar lotes menores residenciais e comerciais, perdendo a antiga aparência de quadras industriais. Alguns eixos também foram redimensionados, aumentando a integração de diferentes espaços e se conectando as transposições propostas. nostrud exercitation ullamco


Concepção 01

Concepção 02

Concepção 03

Concepção 04

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OCUPAÇÃO

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A Vila Hamburguesa é uma parte do Distrito da Vila Leopoldina onde há maior concentração de casas remanescente, em que muitos moradores originários do bairro ainda ocupam os fundos de lotes da área que permanece com características um pouco mais rurais. Grande parte desses lotes foi subdividido para locação, como forma de complementação dos rendimentos, criando condições para a permanência no bairro, onde o custo de vida vem aumentando com o tempo. A partir da década de 1950, com a intensificação da industrialização na região e a posterior chegada do Ceagesp (1969), o bairro começou a abrigar além de industrias, as residências operarias, muitas dessas sendo precárias. Em meados de 1980, decorrente da transformação funcional metropolitana, houve a diminuição e alteração das atividades industriais nos grandes centros urbanos, juntamente com a descentralização de parte das atividades do Ceagesp. Ocasionando a desocupação de grandes áreas, que passaram a ser alvo do mercado imobiliário. Temos nas décadas de 1980 e 2000 um novo padrão construtivo para o bairro, surgindo novos empreendimentos de característica residencial vertical de alto padrão. A partir da leitura do espaço urbano da cidade, foram

criadas diretrizes para o futuro do bairro. Contrapondo o atual processo de consolidação do bairro e a postura do mercado imobiliário, sendo adotada a retirada do CEAGESP e criadas propostas urbanas para uma nova Vila Leopoldina. DESAPROPRIAÇÕES: Ação inicail, demolir alguns edifícios existentes, sendo a maioria galpões e industrias abandonados e muitas vezes comprometidos estruturalmente. Lembrando que com a decisão de saída do CEAGESP, muitos galpões ao seu redor se tornaram abandonados. Esses ocupam uma grande área construída no solo urbano. Para essa ação, sob cautel, foram retirados somente o necessário. As novas vias e diretrizes foram pensadas justamente para alterar o mínimo possível no tecido urbano atual, afim de manter as características e história do bairro presentes. REVITALIZAÇÕES: Com a retirada de alguns edifícios, muitos outros abandonados permaneceram na proposta. Manter as características originais do tecido urbano da região é de extrema importância. Para isso os empreendimentos abandonados que permaneceram no território tiveram diretrizes ou projetos para um novo uso.


LEGENDA Lotes Existentes

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LEGENDA Lotes Retirados

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LEGENDA Lotes Mantidos

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LEGENDA Lotes Propostos

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ÁGUA As propostas do grupo tem como objetivo o resgate da água como elemento de bem estar e da paisagem. O bairro está localizado próximo à convergência dos rios Pinheiros e Tietê, há décadas vistos como um resíduo indesejável da cidade onde um grande emaranhado de viadutos e pontes tomam conta de suas paisagens. A partir da criação do parque linear e do destamponamento dos córregos afluentes, houve uma preocupação com o resgate da memória do rio para o bairro, O qual permite ao novos e antigos moradores presenciarem os aspectos provindos do projeto inicial proposto para o loteamento da Vila Leopoldina.ea commodo

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“Mais fácil me foi encontrar as leis com que se movem os corpos celestes, que estão a milhões de quilômetros, do que definir as leis do movimento da água que escoa frente aos meus olhos.” GALILEI, Galileummodo


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VEGETAÇÃO A proposta de vegetação segue o partido de união entre áreas verdes já consolidadas e o resgate da margem do rio pinheiros como um novo eixo verde. A união entre os parques Villas Boas(1) e Villa Lobos (2) se da através do prolongamento da ciclovia já existente no canteiro da avenida Gastão Vidigal criando um grande percurso verde para pedestres e ciclistas que adentram o bairro. O eixo une as duas grandes áreas verdes e também liga à nova estação da CPTM, possibilitando os moradores do entorno a utilizarem o eixo verde como meio de mobilidade urbano. O grande parque linear proposto ás margens do Rio Pinheiros apropria-se do terreno que hoje é ocupado por antigas linhas de trem desativadas e vagões de trem obsoletos, que se estende da ponte do Jaguaré até a bifurcação que conecta a marginal Pinheiros à Tietê. O parque linear tem como objetivo criar um grande cinturão verde, aproximando o pedestre da natureza, e dar nova vida ao antigo bairro industrial onde predomina o concreto. A nova área verde também auxilia na recuperação da paisagem do rio pinheiros, que deixa de ser uma canaleta cinza e árida e se torna, através da vegetação e equipamentos de lazer um local de bem estar. 70


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MOBILIDADE Quando falamos da mobilidade urbana do município de São Paulo, caracterizamos um sistema de transportes complexo, composto de diversas variáveis e subsistemas. A cidade é nacionalmente conhecida por sua característica de convergir diversas rodovias estaduais e federais, com destinos outros que não a cidade, de forma que sistemas de transporte de carga com destinos e origens diferentes de São Paulo passam obrigatoriamente pela cidade, tornando sua mobilidade cada vez mais caótica.

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NA VILA LEOPOLDINA : A cidade tem como uma característica pontual os grandes congestionamentos não só nas principais vias, como a Marginal Pinheiros e Tietê, como também até em ruas locais em determinados períodos do dia. Desse modo, o transporte coletivo tem um papel fundamental no dia-a-dia da metrópole. Desse modo foram pensadas na construção de ciclovias por toda a extensão do bairro, está de maneira que permitisse o acompanhamento do velho e novo desenho. Estas estão instaladas nos interiores dos parques da vila Paulista, como Villa Lobos e o Villas Boas, nas sangrias das principais marginais, como Marginal Pinheiro, nas intrínsecas ruas do distrito e principalmente nos dois grande eixos verde criados; um deles ás beiras da marginal e o outro que conecta direta-

mente a nova estação à frente da cobertura do CEAGESP até a Avenida Imperatriz Leopoldina. Vemos como finalidade dessa proposta, promover a maior circulação e deslocamento dos indivíduos por todo o bairro e principalmente, por toda a extensão de São Paulo. Também foi tomado como partido a realocação do trilho do trem da CPTM juntamente ao Rio Pinheiros, este anteriormente localizado ao lado da Marginal Pinheiros, permitindo assim que os maiores limitadores do bairro, o próprio trem e o Rio, ficassem concentrados em um único limite. Como finalidade da nova proposta, promoveu-se a maior circulação e deslocamento dos indivíduos por todo o bairro e principalmente, por toda a extensão de São Paulo. xercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo


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VIÁRIO As ruas e avenidas de uma cidade compõem o sistema viário, ou rede viária. É fundamental que ocorra ordenamento e planejamento territorial. Desta forma, no novo plano urbano, foram realizadas a hierarquização funcional das vias, decorrente do entendimento de que as vias desempenham diversas funções, como o pode-se destacar: descolamento entre locais; acesso a edificações. NO BAIRRO: Tendo este entendimento, com a saída do CEAGESP um novo desenho urbano foi construído, criando-se conseqüentemente novas vias. Dessa maneira, pode colocar que as mesmas não só devem atender os deslocamentos de veículos, mas principalmente dos pedestres que buscam se locomover de maneira dinâmica pela extensão do bairro. Assim, cada usuário possui um sistema viário relevante para seu determinado trajeto, que deve buscar atender suas necessidades. Desta forma no novo plano urbano possui também como premissa a utilização de ciclovias e ciclo faixas. Procedemos de forma a classificar o sistema viário em três categorias:

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Viário Principal: CALÇADA + VIA + VIA + CICLOVIA + VIA + VIA + CALÇADA . Têm como característica 4,0 (quatro) metros nas calçadas da extremidade; 3,5 (três e meio) metros nas vias e as ciclovia de mão dupla com 4,0 (quatro) metros. Viário Secundário: CALÇADA + CICLOVIA + VIA + VIA + CANTEIRO + VIA + VIA + CALÇADA Com 4,0 (quatro) metros em ambas as calçada; ciclovia de mão dupla com 2,5 (dois e meio) metros e as vias dos dois sentidos com 3,5 (três e meio) metros em um sentido. Com 4,0 (quatro) metros em ambas as calçada; ciclovia de mão dupla com 2,5 (dois e meio) Viário Local: CALÇADA + ESTACIONAMENTO + VIA + VIA + ESTACIONAMENTO + CALÇADA Com a conformidade de 4,0 (quatro) metros em todas as calçada; estacionamento com 2,5 (dois e meio) metros e as vias de 3,5 (três) metros nas vias. Com a conformidade de 4,0 (quatro) metros em todas as calçada; estacionamento com 2,5


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SETORIZAÇÃO

EQUIPAMENTOS Eixo principal de equipamentos com ligação ao SESI, com ocupação permeável e gabarito baixo POLO TECNOLÓGICO Edifícios corporativos e residencias, ligação com a USP e o futuro Parque Tecnológico de São Paulo (6 a 8 pavimentos). EIXO CULTURAL Proximidade a antiga linha de trem preservada pela identidade cultural. MISTO ALTA DENSIDADE Proximidade as linhas de CPTM, gabaritos altos e ocupações bem adensadas (até 12 pavimentos) MISTO MÉDIA DENSIDADE Lajes comerciais com pavimentos residenciais próximos as avenidas de grande fluxo (8 a 10 pavimentos). RESIDENCIAL ALTA DENSIDADE Edificios residenciais com ocupações adensadas, próximos a vias de fluxo médio (6 a 8 pavimentos). RESIDENCIAL BAIXA DENSIDADE Residênciais baixas com tipologias similares e ocupação modular (2 a 4 pavimentos).

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EQUIPAMENTOS

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PROJETOS INDIVIDUAIS

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CONCLUSÃO

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As concepções realizadas ao longo de todo este estudo mostraram a importância da questão do entendimento do contexto social, econômico e ambiental para a implementação das novas propostas tanto para a CEAGESP quanto para a Vila Leopoldina, onde foram levados em conta os impactos positivos e negativos que a intervenção poderia causar. A análise atenta entre o Rio Pinheiros e a Avenidas Marginais que circundam a área, possibilitou a percepção da existência de um novo cenário de atuação, onde estas entraves nortearam todo o pensamento, em especial no quesito do novo viário proposto para a área relacionado ao viário já existente. A simultaneidade da análise em diversas escalas foi fundamental para a avaliação das questões relevantes, de modo a tentar solucionar ou minimizar os problemas, apontando assim as principais localizações onde a intervenção se fez necessária. Procurou-se então mais do que definir usos e padrões de ocupação do solo, foram realizados projetos específicos que respondessem às necessidades solicitadas pela área, tentando sistematizar os pontos mais importantes além do dimensionando conferido aos mesmos. Assim os apontamentos feitos neste trabalho apoiam-se no desejo de bloquear os grandes empreendimentos imobiliários que começaram a se difundir pela área juntamente com a proposta de saída da CEAGESP, permanecendo neste somente a estrutura de concreto armado do seu galpão do Mercado Livre do Produtor.


O principal argumento para a manutenção desta estrutura fundiu-se no desejo de manter ainda uma identidade da área, requalificando-a e dando um novo uso, contribuindo ainda para a reversão do modelo de ocupação do solo que vem sendo reproduzido na região. Desse modo, no âmbito da elaboração de um Plano de Projeto, foram consideradas oito possíveis frentes de intervenção, com escalas e abordagens distintas, a primeira diz respeito à um Centro de Capacitação e Cultura, a segunda refere-se à uma Habitação de Uso Misto, a terceira à uma Unidade Básica de Saúde, a quarta à um Planetário, a quinta à uma Estação CPTM e Transposição sobre o Rio Pinheiros, a sexta à um Hostel e Moradia Estudantil , a sétima a um Edifício de Coworking e por fim Equipamentos de Apoio ao Morador de Rua. Os quais realizam e preenchem os papéis necessários para o novo programa.

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BIBLIOGRAFIA

LIVROS LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Tradução Jefessor Luiz Camargo. São Paulo, Martins Fontes, 1997. ROCHA, Lígia rodrigues. Territórios invisíveis da Vila Leopoldina: Permanência, Ruptura e Resistência na Cidade. Dissertação de Mestrado, USP, 2013. DA LUZ, Luciano Ferreira. A Geografia de Transporte de Passageiros: Avalição da modernização da CPTM e de seu papel no planejamento e na estruturação do espaço metropolitanos de São Paulo. Dissertação de Doutorado, USP, 2010. GRANJA, Caio guerreiro; SILVA, Lais costa maciel silva; GORNY, Márcia freire dos reis. Contaminação ambiental no distrito da Vila Leopoldina, São Paulo-SP e a relação com o mercado imobiliário. São Paulo, 2015. Otonto, Ctherine; Pessoa, Jorge; Grosbaum, Marcia; Grinover, Marina. Projeto de habitação social para a comunidade da Favela da Linha na Vila Leopoldina. São Paulo, 2009. 92


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