Escola Parque 303/304 sul

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a escola parque 303/304 sul por marina lira | fau unb


Vista aĂŠrea oeste


apresentação Este caderno tem por objetivo apresentar o projeto arquitetônico para A Escola Parque da 303/304 Sul, assim como a pesquisa que deu base ao projeto, concluindo assim o Trabalho Final de Graduação, a última matéria obrigatória da cadeira de Projeto, Expressão e Representação – PRO da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

Marina Azevedo Lira graduanda

Igor Soares Campos orientador

Bruno Capanema Pereira membro da banca examinadora

Cláudia da Conceição Garcia membra da banca examinadora

Maria Cecília Filgueiras Lima Gabriele membra da banca examinadora

Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projetos, Expressão e Representação Trabalho Final de Graduação – código 100293 Brasília, 1º de dezembro de 2016


sumário 04 | introdução

fachadas sudoeste e nordeste

06 | justificativa, objetivos e conceitos

fachadas sudeste e noroeste

07 | contexto histórico

corte a

anísio teixeira e a educação no brasil

corte b

o ensino integral público brasiliense

corte c

as escolas parque de brasília

corte d

corte e

12 | local de intervenção 45 | detalhes

legislação

fluxos

isométrica estrutural

uso do solo

ampliação do corte d

hierarquia viária

detalhamento da claraboia da cobertura

condicionantes físicos e climáticos

detalhamento do banco-claraboia

visuais do terreno 50 | apêndice: as escolas parque de brasília

19 | a escola parque da 303/304 sul

escola parque 210/211 sul

conceitos

escola parque 313/314 sul

referências arquitetônicas

escola parque 210/211 norte

partido

escola parque 303/304 norte

programa de necessidades

escola parque 308 sul

perspectivas

planta de locação e cobertura

planta baixa do térreo

66 | agradecimentos

planta baixa do 1º pavimento

67 | referências bibliográficas

planta baixa do 2º pavimento


introdução Na época em que Brasília estava prestes a se tornar a nova capital do país, o pedagogo Anísio Teixeira (1900-1971) propôs para a cidade o Plano de Construções Escolares, uma proposta pedagógica bem diferente do que já havia sido implantado no país até então. Apresentou uma visão que tinha por objetivo a formação integral e progressiva do aluno de ensino fundamental por oito horas diárias na escola e, durante esse período, ele teria aulas de Português, Matemática, História, Geografia e Ciências num turno e, no turno oposto, teria aulas em que se desenvolveria artisticamente, fisicamente e recreativamente. O ensino intelectual tradicional se daria na Escola Classe e, o ensino complementar, na Escola Parque, oferecendo aos moradores da cidade uma educação pública de qualidade. Em estreita sintonia à concepção de Unidade de Vizinhança proposta pelo urbanista Lucio Costa (1902-1998) para Brasília, existiria uma Escola Parque para cada Unidade de Vizinhança1 de Brasília, totalizando 28 escolas na cidade e cada uma atenderia a quatro Escolas Classe, uma de cada superquadra. Assim, o caminho a ser percorrido pelas crianças de 7 a 14 anos seria menor e poderia ser feito a pé, o que é condizente com essa faixa etária2. Além disso, os alunos ainda poderiam escolher quais atividades realizariam durante o semestre, favorecendo os reais interesses da criança, num sistema de oficinas. Seguindo essa proposta, a primeira Escola Parque brasiliense foi inaugurada em novembro de 1960 e atendia as Escolas Classe das superquadras 308 Sul, 307 Sul, 108 Sul e 107 Sul. Em 1974, o Governo do Distrito Federal – GDF e a Secretaria de Educação do Distrito Federal

– SEDF traçaram um plano para construir mais oito Escolas Parque na cidade, com o título de “A Escola-Parque em Brasília”, onde apresentaram os resultados obtidos na Escola Parque da 308 Sul e as perspectivas para as novas escolas que seriam construídas nas entrequadras 214/215 Sul, 313/314 Sul, 210/211 Sul, 308 Sul, 206/207 Sul, 303/304 Sul, 202/203 Norte, 303/304 Norte e 210/211 Norte. Em 1977, dezessete anos após a inauguração da primeira instituição, mais duas Escolas Parque foram inauguradas: uma na entrequadra da 303/304 Norte e outra na 313/314 Sul, ambas projetadas pela mesma dupla de arquitetos (Raul Frederico José Spinza Molinas e Ewandro Magalhães Freitas) e inauguradas no mesmo dia. Quatro anos depois outra Escola Parque foi inaugurada na 210/211 Norte e, em 1992, outra na 210/211 Sul. Desde então, não foram construídas mais instituições desse tipo no Plano Piloto, o que resultou em modificações na proposta pedagógica de Anísio Teixeira. Atualmente, os alunos das Escolas Classe frequentam a Escola Parque apenas uma vez por semana e, ainda assim, cada uma das cinco Escolas Parque de Brasília recebe alunos de oito ou nove escolas diferentes, sendo algumas bem distantes, o que desvirtua a ideia de acesso próximo e seguro para as crianças. O transporte via ônibus escolar é oferecido pelo GDF a alguns alunos que estudam em instituições mais distantes, mas o percurso não deixa de ser cansativo e estressante. Outro ponto que se perdeu foi o atendimento aos alunos mais velhos, de 6º ao 9º ano, pois o

1 Conjunto residencial formado por quatro superquadras, cada uma contendo cerca de onze edifícios residenciais multifamiliares de quatro a seis pavimentos. Além disso, também engloba atividades comerciais, recreativas e escolares, como as Escolas Classe e a Escola Parque.

2 FERREIRA E GOROVITZ, 2008, p.23 3 A educação integral consiste em oferecer ao aluno aulas das cinco modalidades básicas (Português, Matemática, História, Geografia e Ciências) e das quatro modalidades complementares (Artes Visuais, Artes Cênicas, Música e Educação Física)

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e.r 2 1

3

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Localização das Escolas Parque segundo a proposta de 1974 1

214/215 Sul

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308 Sul

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202/203 Norte

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313/314 Sul

5

206/207 Sul

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303/304 Norte

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210/211 Sul

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303/304 Sul

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210/211 Norte

Escolas construídas

lago p a ranoá

Escolas não construídas

número de estudantes era muito grande para as escolas suportarem. Favoreceu-se o ensino das artes e das atividades físicas aos alunos de 1º ao 5º ano com a justificativa de que estes seriam mais receptivos ao ensino complementar da Escola Parque. Ao mesmo tempo, perdeu-se o caráter de oficinas, pois os alunos mais novos não apresentavam maturidade para escolher as atividades a serem realizadas em cada semestre. Como resultado, tem-se muitas crianças desmotivadas por realizarem atividades das quais não gostam, além de professores com dificuldade em realizar projetos de longa data com seus alunos, visto que o tempo de aula é bem curto. Com exceção da Escola Parque da 308 Sul, que é patrimônio arquitetônico do GDF, percebe-se a falta de manutenção dos edifícios escolares, além da necessidade de certas adaptações, principalmente no que diz respeito à acessibilidade de alunos com necessidades especiais. Na maioria dos casos, o que poderia ter sido resolvido no projeto acaba sendo adaptado de forma precária e rápida pelos próprios funcionários da escola, como mudanças de layout utilizando divisórias de PVC. Diante deste quadro, percebe-se que há a necessidade de mais Escolas Parque em Brasília para suprir a necessidade de 42 escolas públicas que são atendidos em apenas cinco instituições desse tipo. O Plano de Anísio Teixeira é seguido de forma adaptada, não oferecendo aos alunos a educação integral3 em tempo integral como foi proposto pelo pedagogo. Além disso, ainda há em Brasília pelo menos mais quatro terrenos que até hoje são destinados para a construção de Escolas Parque, conforme foi proposto no documento em 1974.

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justificativa

objetivos

conceitos

O terreno localizado na entrequadra da 303/304 Sul, por exemplo, permanece desocupado e está localizado em uma Unidade de Vizinhanças que necessita de equipamento para a comunidade, visto que o Clube de Vizinhança da 104/105 Sul, previsto para esse conjunto, também não foi construído. Assim, há um potencial de equipamento urbano para atender não somente aos alunos das escolas próximas, mas também à comunidade que reside nos blocos das superquadras e nas casas da 703 e 704 Sul. Assim, a Escola Parque da 303/304 Sul surge em atenção à proposta original de Anísio Teixeira e para atender os alunos das Escolas Classe da 103 Sul, 204 Sul, 304 Sul e 305 Sul, proporcionando aos professores e aos estudantes de 1º ao 9º ano um espaço com estruturas para desenvolver as atividades das modalidades de Artes Visuais, Artes Cênicas, Música e Educação Física. Além disso, a Escola também busca proporcionar à comunidade um espaço de lazer, sendo um edifício inclusivo não apenas para seus alunos, mas também para aqueles que desejarem desfrutar de tal equipamento público, reforçando a ideia de Parque da instituição.

A Escola Parque da 303/304 Sul tem como objetivos: • Atender diariamente cerca de 1290 alunos provenientes das Escolas Classe próximas ao terreno escolhido; • Ser uma escola acessível e inclusiva, acolhendo bem todos os seus alunos; • Reafirmar e valorizar as quatro modalidades principais da Escola: Artes Visuais, Artes Cênicas, Música e Educação Física; • Valorizar a dimensão de Parque da escola ao criar um local com espaços para recreação da comunidade.

A partir desses objetivos, os seguintes conceitos surgem como pontos importantes no projeto da Escola Parque: inclusão A Escola deve ter espaços acessíveis de forma que todos os alunos possam se sentir acolhidos e motivados a realizar as atividades propostas. Na dimensão de Parque, deve ser um equipamento aberto à comunidade, onde pessoas de diferentes faixas etárias possam frequentar livremente a parte pública da edificação. flexibilidade As quatro modalidades da Escola Parque podem ser desenvolvidas de diversas formas, então espaços flexíveis são necessários para que professores e alunos possam desenvolver seus projetos pedagógicos livremente, independentemente do tamanho da turma ou da maneira em que a atividade será realizada. apropriação O aluno tem necessidade de pertencer a algum ambiente. Se ele não achar na família, procurará em amigos e, talvez, no próprio ambiente escolar. É importante que a escola passe esse sentimento para aqueles que a frequentam, como um marco visual que possa ser utilizado como referencial de articulação urbana para os alunos da Escola e para os moradores das áreas próximas ao terreno.

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contexto histórico 08 | anísio teixeira e a educação no brasil 10 | o ensino integral público brasiliense 11 | as escolas parque de brasília

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anísio teixeira e a educação no brasil “Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a escola pública. ” - Anísio Teixeira

Anísio Spínola Teixeira (1900-1971) nasceu em Caetité, cidade localizada no sudeste do estado da Bahia. Durante os anos escolares, teve formação jesuítica em uma escola baiana e, em seguida, graduou-se em Direito em 1922 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1924, Teixeira foi chamado por Otavio Mangabeira (1886-1960), governador da Bahia na época, para dirigir a Educação na Bahia, que se encontrava em situação crítica, com apenas 9% de crianças em idade escolar que, de fato, frequentavam escolas4. Dessa forma, Anísio iniciou sua carreira no cenário da educação pública brasileira. Após quatro anos, em 1928, Anísio Teixeira mudou-se para os Estados Unidos e foi aluno do pedagogo americano John Dewey (1859–1952). Durante os dois anos seguintes, Teixeira teve contato com uma visão de que a escola não pode ser apenas uma preparação para a vida, mas deve ser a própria vida5. A proposta de Dewey ficou conhecida como Escola Progressista e consiste basicamente na educação que busca um crescimento constante do aluno, incentivando os reais interesses das crianças através de estudos dirigidos que vão além do intelectualismo e da memorização. Em seguida, após esse período na América do Norte, Anísio retornou ao Brasil em 1930 e, no Rio de Janeiro, integrou um grupo de pedagogos que seguiam uma linha filosófica reformista, que se dedicavam aos estudos sociais (geografia, antropologia, psicologia e sociologia) e buscavam mo4 KOWALTOWSKI, 2011, p. 31 5 Idem, p. 20

dificar as condições sociais da educação brasileira. Sob a liderança de Teixeira, esse grupo propôs a reconstrução da pedagogia brasileira, alegando que a escola deveria estar sempre conectada a museus e bibliotecas. No entanto, em 1937, por razões políticas, essas ideias não foram levadas adiante. Teixeira retornou à Bahia em 1946 e, em 1947, implantou a primeira Escola Parque da Bahia, também conhecida como Centro Educacional Carneiro Ribeiro. Considerada pela Organização das Nações Unidas – ONU como uma das maiores experiências de ensino primário do século 20, a proposta visa uma educação de sala de aula complementada por aulas de estudo dirigido, com atividades de educação física, social, artística e industrial6. Em um turno, os alunos vão à Escola Classe e têm aulas baseadas nas áreas de conhecimento de português, matemática, história,

geografia e ciências e, no turno contrário, vão à Escola Parque as atividades complementares, tendo assim um ensino integral em tempo integral (diariamente, as crianças estudariam por 8h, sendo 4h na Escola Classe e 4h na Escola Parque). O projeto do Centro Educacional foi assinado pelo arquiteto Diógenes Rebouças, que caracterizou o edifício como sadio, modesto e sério, além de ser um ponto de convívio da comunidade. Dez anos depois, Anísio Teixeira estava à frente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP quando foi incumbido a elaborar o plano de educação para Brasília, a nova capital do país7. Teixeira retomou a ideia de Escola Parque e propôs o “Plano de Construções Escolares de Brasília”. No que diz respeito à educação primária, tem-se a seguinte configuração: “1. “Jardins de infância” - destinados à educação de crianças nas idades de 4, 5 e 6 anos;

6 Idem, p. 88

7 PEREIRA e ROCHA, 2006, p. 5004

Anísio Teixeira. Fonte: http://tabernadahistoriavc.com.br/anisio-teixeira-o-inventor-da-escola-publica-no-brasil/

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anísio teixeira e a educação no brasil

2. “Escolas-classe” - para a educação intelectual sistemática de menores nas idades de 7 a 14 anos, em curso completo de seis anos ou séries escolares; 3. “Escolas-parque” - destinadas a completar a tarefa das “escolas-classe”, mediante o desenvolvimento artístico, físico e recreativo da criança e sua iniciação no trabalho, mediante uma rede de instituições ligadas entre si, dentro da mesma área e assim constituída: a) biblioteca infantil e museu; b) pavilhão para atividades de artes industriais; c) um conjunto para atividades de recreação; d) um conjunto para atividades sociais (música, dança, teatro, clubes, exposições); e) dependências para refeitório e administração; f) pequenos conjuntos residenciais para menores de 7 a 14 anos, sem família, sujeitos às mesmas atividades educativas que os alunos externos. Como a nova capital é construída em quadras, e cada quadra abrigará população variável de 2.500 a 3.000 habitantes, foi calculada a população escolarizável para os níveis elementar e médio, ficando estabelecido o seguinte: 1. Para cada quadra: a) 1 jardim da infância, com 4 salas, para, em 2 turnos de funcionamento, atender a 160 crianças (8 turmas de 20 crianças); b) 1 escola-classe, com 8 salas, para, em 2 turnos, atender a 480 meninos (16 turmas de 30 alunos).

2. Para cada grupo de 4 quadras: a) 1 “escola-parque” - destinada a atender, em 2 turnos, a cerca de 2 mil alunos de “4 escolas-classe”, em atividades de iniciação ao trabalho (para meninos de 7 a 14 anos) nas pequenas “oficinas de artes industriais” (tecelagem, tapeçaria, encadernação, cerâmica, cartonagem, costura, bordado e trabalhos em couro, lã, madeira, metal, etc.), além da participação dirigida dos alunos de 7 a 14 anos em atividades artísticas, sociais e de recreação (música, dança, teatro, pintura, exposições, grêmios, educação física). Os alunos frequentarão diariamente a “escola-parque” e a “escola-classe”, em turnos diferentes, passando 4 horas nas classes de educação intelectual e outras quatro horas nas atividades da “escola-parque”, com intervalo para almoço”8 Considerando que Brasília possui 112 quadras residenciais distribuídas nas Asas Sul e Norte, a cidade deveria ter 28 Escolas Parque, além de Escolas Classe em todas as superquadras. Com uma visão democrática, a escola pública deveria atender as mais diversas classes sociais das famílias que se mudaram para a nova capital brasileira. Além da Escola Parque da 308 Sul, inaugurada em 1960, Anísio Teixeira não viu outras Escolas Parque construídas em Brasília. Retornou ao Rio de Janeiro e dirigiu a coletânea Cultura, Sociedade, Educação, da Editora Nacional de 1964 até 1971, ano em que veio a falecer.

A Escola Parque da 308 Sul em construção. Fonte: https://chicosantanna.wordpress.com/page/85/

8 TEIXEIRA, 1961

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o ensino integral público brasiliense No relatório do Governo do Distrito Federal – GDF e da Secretaria de Educação do Distrito Federal – SEDF, intitulado “A Escola-Parque em Brasília”9 , apresenta-se a experiência realizada na Escola Parque da 308 Sul desde a sua inauguração até o ano de publicação do relatório (1974), além das perspectivas de construção de novas Escolas Parque em Brasília. Dividido em duas partes (“Formação Especial e Escola-Parque” e “Estrutura Curricular das novas Escolas-Parque”), o documento mostra como a escola mais antiga e as que seriam construídas se adaptaram à Lei de Diretrizes e Bases (nº 5692/71) 10, que trata do Ensino de 1º e 2º graus do Brasil e atribui ao Estado a responsabilidade pelo ensino fundamental. O relatório atesta que:

9 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 1974

diovisual, a praticar jardinagem, a tratar animais domésticos, a preparar merendas escolares e a reparar utensílios simples12, semelhante ao que foi proposto por Anísio Teixeira, que caracteriza a Escola Parque como uma Universidade Infantil. Propõe-se a construção de mais oito Escolas Parque em Brasília, nas seguintes entrequadras: 214/215 Sul, 313/314 Sul, 210/211 Sul, 308 Sul, 206/207 Sul, 303/304 Sul, 202/203 Norte, 303/304 Norte e 210/211 Norte. Infelizmente, apenas quatro escolas foram construídas até o presente momento (313/314 Sul, 210/211 Sul, 303/304 Norte e 210/211 Norte), totalizando apenas cinco Escolas Parque em Brasília, bem inferior às 28 instituições previstas no Plano de Construções Escolares de Brasília. De fato, a visão de Anísio Teixeira foi modificada: as aulas voltaram-se para as atividades sociais, como Artes Visuais, Música, Teatro e Educação Física, enquanto as artes industriais foram deixadas de lado. Devido ao número reduzido de Escolas Parque brasilienses, não foi possível manter a frequência diária dos alunos e, como consequência, atende-se bem mais do que 4 Escolas Classe Ao invés de frequentarem todos os dias, no turno oposto, as crianças vão à Escola Parque somente uma vez por semana. Como alternativa, algumas Escolas Classe adotam o sistema de educação integral em tempo integral, ou seja, os alunos frequentam a Escola Classe em um turno e, no turno oposto, frequentam a Escola Parque, a Escola da Natureza, o Centro Interescolar de Línguas – CIL e o Centro Integrado de Educação Física, cada atividade

10 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1971

12 Idem, p. 30

“Às Escolas-Parque de Brasília compete essencialmente oferecer ao educando a oportunidade de encontrar e desenvolver a nível de 1º Grau, as próprias tendências naturais construtivas, treinar capacidades básicas, perceber melhor o mundo exterior e organizar e expressar o mundo interior, formando atitudes fundamentais para o atingimento dos níveis aspirados de crescimento intelectual, físico e cultural” 11 Além das quatro modalidades básicas (Artes Visuais, Artes Cênicas, Música e Educação Física), esperava-se que a Escola Parque também conduzisse os alunos ao início de uma formação técnica, ensinando-os a operar aparelhos de au-

num dia diferente. Apesar desses alunos possuírem um conhecimento mais completo, os percursos são longos e cansativos, ainda mais para as crianças mais novas. Os alunos das escolas que não adotam o ensino em tempo integral também frequentam a Escola Parque em um dia da semana, e, nos outros quatro dias letivos, vão à Escola Classe. Outro ponto que se perdeu em relação à proposta original foi a educação de tempo integral para todos os alunos de ensino fundamental da rede pública. Atualmente, os alunos de 6º ao 9º ano não frequentam a Escola Parque e tem as quatro modalidades no próprio Centro de Ensino que frequentam, ainda que este não tenha estrutura para tais atividades. E, como as crianças que frequentam a Escola Parque são mais novas, também se perdeu o caráter de oficina, ou seja, os alunos não podem mais escolher quais aulas desejam realizar, deixando de lado os reais interesses do aluno.

11 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 1974, p. 27

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as escolas parque de brasília Visando compreender melhor a realidade e o programa do projeto de Diplomação, foram realizadas visitas a todas as Escolas Parque de Brasília. Além de tirar fotos do local, também foram realizadas entrevistas com diretores ou supervisores pedagógicos da escola, segundo a ficha de entrevista elaborada para este trabalho. Alguns pontos em comum entre as cinco instituições visitadas: • Todos os alunos frequentam a Escola apenas uma vez por semana; • Todas as escolas recebem alunos com necessidades especiais; • A matrícula dos alunos é diretamente ligada à escola de origem: quando são matriculados na Escola Classe, automaticamente estão matriculados em uma das Escolas Parque; • Costuma-se dividir os alunos por turmas diferentes daquelas que frequentam na Escola Classe, reduzindo o número de alunos e dando nomes às turmas de acordo com cores, objetos lúdicos ou até mesmo simplesmente números. Em todas as escolas, sempre havia um espaço para formação de filas de crianças; • Não há almoço, apenas lanche reforçado, de acordo com a proposta nutricional da Secretaria de Educação; • As aulas são divididas apenas em quatro modalidades (Artes Visuais, Música, Teatro e Educação Física) e os alunos têm uma aula de cada por dia; • Não há quadras poliesportivas cobertas nas escolas; e • Todos os entrevistados concordam que há necessidade de mais Escolas Parque em Brasília. O relato das visitas realizadas pode ser visto no apêndice deste caderno, juntamente com fotos e plantas baixas esquemáticas de cada instituição. a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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local de intervenção 13 | legislação 14 | fluxos 15 | uso do solo 16 | hierarquia viária 17 | condicionantes físicos e climáticos 18 | visuais do terreno

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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legislação O terreno escolhido para o projeto da Escola Parque encontra-se desocupado e, segundo a Norma Geral de Brasília - NGB 29/89, o lote B da EQS 303/304 é destinado ao uso educacional, mais especificamente ao Ensino Seriado - Escola Parque. Esta Norma também estabelece outros parâmetros para o sítio em questão, como: • Afastamento mínimo de 5 metros de todos os limites do sítio • Taxa de ocupação máxima = 80%

cr sul 503

76

área para escola parque - lote b entrequadra sul 303/304

templo religioso

80% de área construída

236 cr sul 504

edifícios existentes

via w2 sul

via w3 sul

afastamentos de 5 m 20% de área permeável

• Taxa máxima de construção = 160 %

limite do lote

vias existentes

bloco residencial comércio da w3 sul 8,5 m

0

50

100m

bloco residencial

• O número máximo de dois pavimentos-térreo mais um (subsolo é opcional) paróquia

Corte do terreno da EQS 303/304 Sul, com a altura máxima segundo a NGB 29/89.

• Altura máxima da edificação = 8,5 m (a partir da cota de soleira) • Permite-se que uma torre ou castelo d’água passe da altura limite caso o projeto de instalações justifique a altura escolhida. O consumo diário para a Escola Parque é de 128900 L (já considerando a quantidade para dois dias de

consumo). Com uma área de 10,74 m2, adotou-se um castelo d’água com 12 m de altura. • Possibilidade de cercamento com no mínimo 70% de transparência e altura máxima de 2,2 m. Considerando os limites determinados pela NGB, o terreno possui uma área de 17.936 m². a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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fluxos sqs 202

sqs 102

sqs 302

Considerando que a Escola Parque poderia atender somente à quatro escolas de ensino fundamental, o mapa a seguir foi elaborado de forma a compreender quais são essas escolas de origem e como se relacionariam com a Escola Parque da 303/304 Sul.

25

0m

Em laranja, tem-se as seguintes instituições:

sqs 303

sqs 103

sqs 203

500m área de intervenção

sqs 304

sqs 104

sqs 204

terreno previsto para o clube de vizinhança

sqs 305

sqs 105 sqs 205

escolas que poderiam frequentar a EP

entrada para estação de metrô

outras instituições educacionais

parada de ônibus

• Centro de Ensino Fundamental da 103 Sul • Escola Parque da 102 Sul • Escola Parque da 204 Sul • Escola Parque da 304 Sul • Escola Parque da 305 Sul Considerando as distâncias, a escola que teria mais dificuldade para chegar à Escola Parque seria a da 204 Sul, devido à dificuldade de atravessar o Eixo Rodoviário, que é uma via de alta velocidade. As outras instituições estão a menos de 1 km da Escola, o que evitaria a perda de tempo de aula dos alunos devido à problemas de trânsito: seria possível acessar a escola a pé. Como um possível equipamento também voltado para a comunidade, seria possível acessar a Escola utilizando ônibus ou metrô, visto que existem paradas e uma estação de metrô próximas ao sítio escolhido.

percurso de ônibus 0

100

250m

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uso do solo No mapa ao lado, pode-se perceber que o uso residencial é predominante e, por outro lado, o uso voltado para o lazer é mais reduzido, sendo os edifícios voltados para esse fim relativamente distantes das áreas residenciais. Outro ponto perceptivel é a quantidade de atividades de uso educacional: além das escolas públicas, há diversas escolas particulares (ex: Colégio Batista, Centro Educacional Leonardo da Vinci, Colégio Dom Bosco) e faculdade (ex: UDF). Esse ponto é interessante quanto retoma-se um pensamento de Anísio Teixeira, em que a Escola Parque não seria voltada exclusivamente para a educação pública, mas poderia se abrir eventualmente para atividades de instituições privadas. Quanto às atividades comerciais próximas, há uma variedade grande, com restaurantes, farmácias, elétricas, lavanderia, óticas, salões de beleza, lotéricas e até mesmo supermercados, como o Big Box. Tal variedade gera um movimento considerável de pessoas próximo ao sítio escolhido, o que poderia dar visibilidade à Escola e às atividades realizadas ali.

área de intervenção

residencial

educacional

comercial

religioso

lazer

público

misto

vias

0

100

250

500m

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hierarquia viária Ainda considerando as possíveis escolas que frequentariam a Escola Parque da 303/304 Sul, é interessante observar como a malha viária é um obstáculo, principalmente para os alunos da Escola Classe da 204 Sul. Um pedestre que desejasse deslocar-se dessa escola para a Escola Parque teria que atravessar vias expressas e arteriais em passagens subterrâneas, aumentando um percurso que poderia ser mais direto. Por outro lado, os moradores das casas localizadas nas quadras 700 teriam que atravessar as vias W3 (arterial) e W2 sul (coletora), mas a travessia é facilitada pelas faixas de pedestres e sinais de trânsito encontrados ali. Semelhante à Escola Parque da 308 Sul, na NGB 29/89 o terreno escolhido avança praticamente até a W3 Sul, o que significa que o estacionamento que atualmente existe na via W2 não deveria existir. A partir disso, propõe-se sua eliminação, além da ideia de não propor estacionamentos desnecessários dentro da instituição, favorecendo o pedestre no projeto da nova Escola Parque.

área de intervenção

via expressa - 80km/h

via coletora - 40 km/h

via arterial - 60 km/h

via local - 30 km/h

0

100

250

500m

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condicionantes físicos e climáticos

caimento do terreno

edifícios existentes

vegetação existente

vento leste

vias existentes

caminho do sol

vento noroeste

0

50

100m

A partir de visitas ao local e de cartas solares, o mapa ao lado foi elaborado para compreender como as condições existentes se relacionariam com um edifício escolar. Ao mesmo tempo em que uma escola pode ser silenciosa durante os horários de aula, ela também pode emitir ruídos consideráveis nos períodos de atividades físicas, teatrais e musicais, além dos horários de recreio e de entrada/ saída de alunos. Assim, a densa arborização se torna um fator favorável para a Escola Parque, pois ajuda no isolamento acústico da instituição. O terreno possui uma declividade de aproximadamente 8 metros entre suas extremidades, um desnível considerável que favorece um edifício organizado em patamares. No entanto, é importante pensar em uma estratégia em que tais desníveis não se tornem barreiras, principalmente no que diz respeito à acessibilidade de alunos com necessidades especiais. Considerando a orientação solar e a frequência dos ventos, a lateral voltada para a superquadra 303 sul seria a mais indicada para salas de aula e quadras esportivas, visto que a recebe luz solar matutina e ventos mais frescos oriundos do leste. Em contrapartida, o limite do terreno voltado para a via W2 Sul é prejudicado pela insolação mais forte que acontece no período da tarde, além de ser próximo de uma via de serviços. Seria mais propício localizar ali atividades de curta permanência ou até mesmo atividades com ambientes mais úmidos, como é o caso da piscina. a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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visuais do terreno

1

2

3

7 3

8 2

6

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1

5

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8

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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a escola parque da 303/304 sul 20 | conceitos 21 | referências arquitetônicas 22 | partido 23 | programa de necessidades 27 | perpectivas 34 | planta de locação e cobertura 35 | planta baixa do térreo 36 | planta baixa do 1º pavimento 37 | planta baixa do 2º pavimento 38 | fachadas sudoeste e nordeste 39 | fachadas sudeste e noroeste 40 | corte a 41 | corte b 42 | corte c 43 | corte d 44 | corte e

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conceitos O nome Escola Parque não deveria remeter somente a um ambiente escolar, mas um local arborizado e aberto ao público. Assim, o projeto para a Escola Parque da 303/304 Sul tem como objetivo não apenas um espaço propício para as atividades das quatro modalidades de aula convencionais, mas também um equipamento público de lazer que supra a necessidade da comunidade. Retomando o que foi dito anteriormente, a Escola Parque da 303/304 Sul tem como conceitos principais os seguintes princípios:

inclusão Na dimensão da escola, deve ser um lugar onde qualquer aluno possa sempre se sentir apto a realizar as atividades propostas pelos professores. Na dimensão parque, deve ser um equipamento atraente e acessível a diversas faixas etárias.

flexibilidade A Escola Parque deve ser um ambiente flexível, tanto para alunos e professores quanto para a comunidade, dispondo de ambientes que possam ser adaptados segundo a necessidade do momento.

apropriação Com o propósito de ser um lugar marcante para alunos e comunidade, é necessário que se estabeleça uma conexão entre os usuários e a Escola, sendo um lugar aconchegante e, ao mesmo tempo, um referencial urbano para a Unidade de Vizinhança.

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referências arquitetônicas

Campus Coorporativo de QualaMéx • Autores do projeto: MMX + Isaac Broid • Localização: Distrito Federal do México, México Vencedor de um concurso de ideias, o projeto é voltado para uma multinacional que buscava instalações modernas e relação com a paisagem para os funcionários da empresa. Como resultado, tem-se um edifício que não se impoe sobre o terreno, mas adere-se a ele. A partir da topografia do local, criou-se um modelo geométrico a partir de uma determinada modulação, o que confere certa flexibilidade ao espaço. Neste projeto, o edifício é a paisagem e a paisagem é o edifício. Em relação à Escola Parque, um ponto interessante deste projeto é a forte relação com o terreno, pois o edifício incorpora-se a ele. Seria uma estratégia interessante, pois seria evidenciado o Parque existente na escola, ressaltando que é um projeto não só para alunos e professores, mas também para a comunidade.

Montenmedio Museum • Autor do projeto: Alberto Campo Baeza • Localização: Cádiz, Espanha Com o objetivo de ser um edifício simples e, ao mesmo tempo, memorável, o museu Montenmedio acompanha a declividade do sítio onde se encontra ao ser organizado em patamares que dialogam com o programa cultural de museu, como galeria, biblioteca e cafeteria. Em diferentes pontos do projeto, há aberturas e variações de pé direito que se adaptam à topografia. Além disso, há um jardim que segue a mesma linguagem simples e delicada do museu. A organização linear e em patamares do projeto poderia ser uma estratégia aplicável a escola parque, onde há um processo de aprendizagem linear e, ao mesmo tempo contínuo, que poderia ser traduzido em um pavilhão que se adapta à topografia.

Escola Raffaello de ensino primário • Autor do projeto: AHH (Herman Hertzberger) • Localização: Roma, Itália Localizada no subúrbio de Roma, esta escola recebe alunos de nível primário e, em menor número algumas classes de ensino secundário, de forma proporcionar uma transição suave aos alunos. Assim, os níveis escolares diferentes são separados por blocos, com entradas também separadas. Esses blocos são agrupados ao longo de um eixo central, que também liga uma área de estar ao auditório, localizado no outro extremo do terreno. Outro ponto importante foi a criação de pátios internos para cada bloco, característica oriunda da casa romana tradicional. Para o projeto da Escola Parque, seria interessante aplicar a ideia de circulação juntamente aos espaços de estar, que nesse projeto corresponde aos pátios internos, de forma a incentivar encontros sociais entre alunos, professores e funcionários. a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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partido

Segundo a Norma Geral de Brasília - NGB 29/89, o lote B da EQS 303/304 é destinado ao uso educacional, mais especificamente ao Ensino Seriado - Escola Parque, conforme ilustrado ao lado. Considerando os limites delimitados pela NGB, propõe-se eliminar o estacionamento existente e modificar o percurso da via w2 sul nesse trecho, de forma a aproveitar toda a área destinada à Escola Parque. O terreno possui uma diferença de oito metros de altura entre o limite próximo à via w3 sul e o limite próximo a igreja. Assim, para aproveitar o desnível, propõe-se um volume que acompanhe essa inclinação existente, delimitando um eixo central para o projeto.

Respeitando o limite de altura para a edificação apresentado na NGB (8,5 m a partir da cota de soleira), o edifício central contém as salas de aulas nos dois níveis superiores e, no pavimento térreo, um extenso pátio coberto para atividades diversas para professores e alunos. Com o objetivo de ter uma entrada democrática, um outro eixo atravessa o terreno no sentido transversal, para que a Escola seja acessada tanto pela quadra SQS 303, quanto pela quadra SQS 304.

Além das salas das aulas, o programa da Escola Parque também dispõe de refeitório, teatro, biblioteca, administração, direção, quadra coberta e piscina. Para facilitar o acesso à esses espaços, eles foram distribuídos ao longo do edifício principal, no mesmo nível do pátio coberto.

Por ser uma área bem arborizada atualmente, procura-se reforçar a idea de parque dentro da própria Escola Parque. Como solução, adotou-se coberturas verdes acima de todos os edifícios do conjunto. Além da dimensão estética, as coberturas verdes também auxiliam nos confortos térmico e acústico dos ambientes da escola.

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programa de necessidades Para elaborar o programa de necessidades, utilizou-se como base o número real de alunos nas Escolas Classe das quadras SQS 102, SQS 304, SQS 305 e no Centro de Ensino Fundamental da SQS 103. As três primeiras possuem alunos de 1o ao 5o ano, enquanto o CEF possui alunos de 6o ao 9o ano. Dessa forma, caso a Escola Parque atendesse à essas escolas mais próximas, receberia diariamente 1289 alunos em suas depedências. Conforme pode-se observar na tabela 2, cerca de 30 turmas teriam aula simultaneamente durante um turno escolar, o que mostra a necessidade de ter pelo menos 30 salas de aula na Escola Parque. O número de alunos e de turmas também serviu de base para o cálculo de outras áreas, como a biblioteca, o refeitório, as áreas de lazer, a sala dos professores, o arquivo etc, segundo o programa de necessidades para educação básica da Secretaria de Educação do Distrito Federal, o que resultou no programa apresentado nas páginas seguintes na tabela 3.

Tabela 1

Turno Matutino

Ano 1o ao 5o ano 6o ao 9o ano

Vespertino

1o ao 5o ano 6o ao 9o ano

Escola 102 sul 304 sul 305 sul 103 sul 102 sul 304 sul 305 sul 103 sul

Alunos 164 112 160 170 178 131 194 180

Alunos por turno

Total

436 170

1289

503 180

Tabela 2

Turno

Matutino

Vespertino

Ano 1o ano 2o ano 3o ano 4o ano 5o ano 6o ano 7o ano

Alunos por ano 87 87 87 87 87 43 43

Turmas por ano 4 4 4 4 4 2 2

8o ano 9o ano

43 43

2 2

1o ano 2o ano 3o ano 4o ano 5o ano 6o ano 7o ano 8o ano 9o ano

101 101 101 101 101 45 45 45 45

5 5 5 5 5 2 2 2 2

Total de turmas

30

33

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programa de necessidades Tabela 3

Tipo

Ambiente

Área unitária (em m2)

Quantidade

Área total (em m2)

Artes Visuais Música

Sala de Artes Visuais Sala de Música Sala de Artes Cênicas Teatro (270 lugares) Camarim Vestiário feminino do camarim Vestiário masculino do camarim Depósito do teatro Sala de projeção Bilheteria Cantina do teatro Sanitário feminino do teatro Sanitário masculino do teatro Biblioteca Sala de multimídia Sala de dança Guarita Sala técnica Sanitário da guarita Enfermaria Depósito de material esportivo Quadra coberta Quadra descoberta Piscina (1,5 m profundidade) Piscina infantil Casa de máquinas Vestiário feminino (alunos) Vestiário masculino (alunos) Refeitório Cantina Cozinha Pré-lavagem Depósito de gêneros Área de serviço coberta GLP

83 83 83 516 48,5 38 38 21 13 6,5 6,5 8 8 322,5 35,5 35,5 16,5 7,5 4,5 21,5 21,5 684 430 120 30 8 38 38 612 12 42,5 17,5 23,5 17 6,5

10 10 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

830 830 830 516 48,5 38 38 21 12 6,5 6,5 8 8 322,5 71 71 16,5 7,5 4,5 21,5 21,5 684 860 120 30 8 38 38 612 12 42,5 17,5 23,5 17 6,5

Teatro

Apoio

Educação física

Alimentação

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programa de necessidades

Tipo

Administração e direção

Outros

Ambiente

Área unitária (em m2)

Quantidade

Área total (em m2)

Hall de espera Secretaria Reprografia Arquivo Vestiário feminino dos funcionários Vestiário masculino dos funcionários Sala de reunião Sala da direção Sala da vice-direção Sala da coordenação Sala de orientação educacional Sala de recursos Sala dos professores Depósito pedagógico Depósito de material de limpeza Sanitário feminino (alunos) Sanitário masculino (alunos) Caixa d’água Depósito de lixo Pátio coberto/pilotis Pátio descoberto Horta

16,5 17,5 11,5 69 17 17 47 12,5 12,5 12 12 12 87 12,5 20,5 38 38 11 20,5 2500 408 155

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 8 8 1 1 1 1 1

16,5 17,5 11,5 69 17 17 47 12,5 12,5 12 12 12 87 12,5 61,5 304 304 11 20,5 2500 408 155

Total:

10357,5 m2

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programa de necessidades

artes cênicas

artes visuais

música

educação física

apoio

administração e direção

alimentação

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perspectivas

Vista aĂŠrea leste


Perspectiva a partir do pรกtio descoberto | Fachada sudeste


Perspectiva a partir do parque infantil


Perspectiva interna da quadra coberta


Perspectiva da cobertura verde acima da biblioteca


Perspectiva da entrada da SQS 304 | Fachada sudoeste


desenhos tĂŠcnicos


Via W2 Sul Mercado

Limite do terreno

Paróquia São Camilo de Lélis

Afastamento obrigatório

Acesso para o teatro

Via W3 Sul

Acesso de serviço

Acesso 303 Sul

Acesso 304 Sul

Via W2 Sul

Ótica/ Faculdade de pósgraduação

Escola Classe 304 sul

1 | PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTURA escala 1 : 1000

0

10

20

40 m


D 1

2

3

4

5

5,00

6

7

8

9

10

11

12

63,35

13

14

15 16 Acesso 303 Sul

38,40

17

7,50

Limite do terreno

5,00

E 18

19

22,60

20

21

22

11,00

23

24

25

26

27

26,50

28

29

30

31

56,65

FCH NE

Afastamento obrigatório

39

46

51 49

8,3%

44

46

45

50

47 9

c

42 47

43 projeção da cobertura

s

d

A FCH NW

25,00

1

e

C

48

b

36

1 33

3

34

38

NA +0,00

35

2

2

A

18

37

FCH SE

C

40 41 20,50

a

17

f NA +0,00

1

2

25

g

19 15

20

17

26

18

27

h 11 13

28

23

14 16

12

17

5,00

j

7,8%

i

20,50

B

21

31

B

29 22

18

30

32

24

FCH SW

5,00

64,25

37,50

7,50

22,60

11,05

26,50

56,60

Acesso 304 Sul

D

1 | PLANTA DO NÍVEL TÉRREO 0,00 escala 1 : 500

0

5

10

E

20 m 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


D

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

63,475

5,00

13

14

16

38,275

17

7,50

Limite do terreno

5,00

15

E

18

19

20

22,60

21

22

11,00

23

24

25

26

26,50

27

28

29

30

31

56,65

FCH NE

Afastamento obrigatório

8,3%

C

7

20,50

a

8

C

b 9

c

A

s

s

FCH NW

e

25,00

1 3

4

4

s

4

4

5

5

5

5

5

6

2

NA +3,50

2

4

A

1

1

6

s

6

6

FCH SE

NA +0,00

d

6

2

f NA +3,50

NA +0,00

g

i

20,50

B

7,8%

h

B

5,00

j

FCH SW

5,00

1 | PLANTA DO 1º PAVIMENTO +3,50 escala 1 : 500

64,25

0

37,50

5

10

7,50

22,60

11,05

D

20 m

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

26,50

56,60

E

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


E

D 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

63,475

5,00

13

14

38,275

16

17

7,50

Limite do terreno

5,00

15

18

19

22,60

20

21

22

11,00

23

24

25

26

26,50

27

28

29

30

31

56,65

FCH NE

C

Acesso de serviço

a

20,50

Afastamento obrigatório

10

C

b 9

c

s

A

s

25,00

e

FCH NW

1 3

1 4

4

s

4

4

4

5

5

5

5

5

6

2

2

f

A

1 s

6

6

6

FCH SE

d

6

2 NA +7,00

NA +7,00

B i

20,50

h

Acesso para o teatro

g

B

5,00

j

FCH SW

5,00

64,25

37,50

7,50

22,60

11,05

D

1 | PLANTA DO 2º PAVIMENTO +7,00 escala 1 : 500

0

5

10

20 m

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

26,50

56,60

E

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


1 | FACHADA SUDOESTE escala 1 : 500

2 | FACHADA NORDESTE escala 1 : 500

0

5

10

20 m

0

5

10

20 m


1 | FACHADA SUDESTE escala 1 : 500

2 | FACHADA NOROESTE escala 1 : 500

0

5

10

20 m

0

5

10

20 m


Ver detalhamento da claraboia

+10,50 COBERTURA 6

6

6

6

6

1

5

5

5

5

5

1

4

4

4

4

4

1

6

6

6

6

6

1

5

5

5

5

5

1

4

4

4

4

4

1

+7,00 NÍVEL 2 PAV +3,50 NÍVEL 1 PAV 18

36

1

1

+0,00 NÍVEL TÉRREO

1 | CORTE A escala 1 : 250

0

5

10

20 m

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


+10,50 COBERTURA +7,00 NÍVEL 2 PAV +3,50 NÍVEL 1 PAV 11

+0,00 NÍVEL TÉRREO -1,45 NÍVEL TEATRO

13

14

16

22

23

29

31

-3,50 NÍVEL QUADRA

1 | CORTE B escala 1 : 250

0

5

10

20 m 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


+10,50 COBERTURA +7,00 NÍVEL 2 PAV 8

+3,50 NÍVEL 1 PAV 47

+0,00 NÍVEL TÉRREO

45

44

42

Ver detalhamento do banco-claraboia

48

-3,50 NÍVEL QUADRA

50

1 | CORTE C escala 1 : 250

0

5

10

20 m

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


+10,50 COBERTURA 5

+7,00 NÍVEL 2 PAV

Ver corte ampliado

5

+3,50 NÍVEL 1 PAV +0,00 NÍVEL TÉRREO

1 | CORTE D

0

escala 1 : 250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

5

10

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

20 m

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


+10,50 COBERTURA +7,00 NÍVEL 2 PAV +3,50 NÍVEL 1 PAV +0,00 NÍVEL TÉRREO 31

-3,50 NÍVEL QUADRA

50

1 | CORTE E

0

escala 1 : 250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

5

10

SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE ARTES CÊNICAS SALA DE ARTES VISUAIS SALA DE MÚSICA DEPÓSITO DE LIXO GLP CAIXA D'ÁGUA CARGA E DESCARGA BILHETERIA CANTINA DO TEATRO SALA DE PROJEÇÃO

49

20 m

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

TEATRO DEPÓSITO DO TEATRO CAMARIM VESTIÁRIO FEMININO VESTIÁRIO MASCULINO HALL DE ESPERA SECRETARIA REPROGRAFIA ARQUIVO SALA DE REUNIÃO SALA DOS PROFESSORES SALA DA DIREÇÃO SALA DA VICE-DIREÇÃO

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

SALA DA COORDENAÇÃO SALA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL SALA DE RECURSOS DEPÓSITO PEDAGÓGICO QUADRA COBERTA PARQUE INFANTIL GUARITA SALA TÉCNICA SANITÁRIO GUARITA DEPÓSITO DE MATERIAL ESPORTIVO ENFERMARIA PÁTIO DESCOBERTO DEPÓSITO DE GÊNEROS

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51

A.S. COBERTA PRÉ-LAVAGEM COZINHA CANTINA REFEITÓRIO BIBLIOTECA SALA MULTIMÍDIA SALA DE DANÇA CASA DE MÁQUINAS PISCINA PISCINA INFANTIL HORTA


detalhes 46 | isométrica estrutural 47 | ampliação do corte d 48 | detalhamento da claraboia da cobertura 49 | detalhamento do banco-claraboia

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

45


Laje steel deck Polydeck 59S, ArcelorMittal Viga metálica Claraboia (ver detalhamento)

Viga-parede em concreto armado para caixa d'água

Viga de borda

Laje em concreto armado Pilar parede em concreto armado para elevador de cargas Viga em concreto armado Banco-claraboia (ver detalhamento) Viga em concreto armado Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=50 cm)

Cortina de contenção em concreto armado Escada em concreto armado Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=50 cm)

Banco-claraboia (ver detalhamento) Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=50 cm)

Viga em concreto armado

Pilar em concreto armado

Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=100 cm)

Viga em concreto armado

Cortina de contenção em concreto armado

Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=100 cm) Viga de borda Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=50 cm)

Claraboia (ver detalhamento)

Viga em concreto armado

Escada em concreto armado

Banco-claraboia (ver detalhamento)

Viga metálica Pilar em concreto armado Pilar metálico

Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=100 cm) Cortina de contenção em concreto armado

Viga-parede em concreto armado Viga em concreto armado

2 | ISOMÉTRICA ESTRUTURAL escala

Escada-arquibancada em concreto armado Laje steel deck Polydeck 59S, ArcelorMittal


Painel com tela artística ondulada

+7,00 NÍVEL 2 PAV Laje steel deck Polydeck 59S, ArcelorMittal Viga metálica

Forro de gesso

2,755

3,50

Painel com tela artística ondulada

Guarda-corpo metálico

Piso a definir

+3,50 NÍVEL 1 PAV

Viga de borda

Aparelho de apoio para sustentação do painel

Cantoneira para sustentação da laje

1 | CORTE AMPLIADO escala 1 : 25


92

92

92

92

92

92

92

92

92

92

92

1,14

92 1,02 12,575

1 | CLARABOIA DA COBERTURA: VISTA SUPERIOR escala 1 : 50

2 | CLARABOIA DA COBERTURA: CORTE TRANSVERSAL escala 1 : 50

Anteparo metálico para sustentação do vidro Vidro laminado antélio

Viga metálica

Vegetação

Camada de terra Camada filtrante Impermeabilização Camada de regularização Laje steel deck Polydeck 59S, ArcelorMittal Viga metálica Cantoneira para sustentação da laje

4 | DETALHE escala 1 : 10

605

Ver detalhe abaixo

15 455

2 14

3,155

1,02

1,14


2 15

60 55

10

70

50

vazio

40

55

10

Ver ampliação abaixo

10

2,80

10

3,00

1 | BANCO-CLARABOIA: PLANTA BAIXA

2 | BANCO-CLARABOIA: CORTE TRANSVERSAL

escala 1 : 25

escala 1 : 25

Pingadeira

Vidro aramado fixo Tela de proteção Vidro aramado fixo Vegetação Camada de terra Camada filtrante Impermeabilização Camada de regularização Laje pré-moldada duplo T em concreto armado (h=50 cm)

3 | ISOMÉTRICA

4 | DETALHE

escala

escala 1 : 10


apêndice 51 | escola parque 210/211 sul 54 | escola parque 313/314 sul 57 | escola parque 210/211 norte 60 | escola parque 303/304 norte 63 | escola parque 308 sul

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

50


a escola parque da 210/211 sul data de visita | 05.04.2016 entrevistada | Fabricia Cypriano ano de inauguração | 1992 autora do projeto | Maria Madalena N. Israel escolas atendidadas | 204 Sul, 206 Sul, 209 Sul, 410 Sul, SHIS, CEF 5 Cruzeiro, CEF 5 Don Orione, CEF 1 do Planalto escola de tempo integral | 204 Sul faixa etária dos alunos | 5 a 15 anos quantidade de alunos | 1800

A Escola Parque da 210/211 Sul foi inaugurada no dia 20 de novembro de 1992, de acordo com a proposta de expansão da Escola Parque com base na Lei n º 5692/71. Atualmente, a Escola recebe alunos de 1º ao 5 º ano de oito Escolas Classe diferentes, atendendo cerca de 1800 alunos por semana e 200 por turno. Segundo a supervisora pedagógica Fabricia Cypriano do Nascimento, as dependências da escola atendem bem ao número de alunos estipulados pela proposta pedagógica em vigor. A escola também recebe alunos portadores de necessidades especiais e, para adaptar-se, possui piso podo-tátil por quase toda a edificação, além de sinalização em braile ao alcance das crianças que ali frequentam. O transporte das crianças acontece por meio de ônibus ou pelos próprios pais, situação que varia de acordo com o tempo que passam na escola (tempo integral ou somente matutino ou vespertino) e/ou a distância em relação a esta Escola Parque. No entanto, devido às grandes distâncias percorridas, os alunos costumam chegar cansados e, consequentemente, desmotivados para realizar as atividades da escola. As crianças não almoçam na Escola Parque, mas fazem um “lanche reforçado” conforme a proposta nutricional da Secretaria de Educação. Esse lanche ocorre no turno da manhã das 9h40 às 10h05 e no turno da tarde das 15h20 às 15h40 e corresponde ao recreio dos alunos. Às vezes, por falta de recursos financeiros, não há tempero para os alimentos, como macarrão e carne. Para suprir essa necessidade, a Associação de Pais e Mestres –APM arrecada dinheiro com aluguel dos es-

paços da escola para diversas atividades realizadas pela comunidade, como encontros religiosos, aulas de Jiu-jitsu, aulas de futebol e encontros do Vigilantes do Peso. A verba adquirida serve não só para suprir as necessidades alimentícias, mas qualquer necessidade mais urgente que a escola apresente. O uso desse dinheiro é disponibilizado à comunidade através de relatórios. Além do dinheiro da APM, a situação da falta de temperos também tem sido resolvida através de uma iniciativa de um professor de música, que aproveitou os canteiros da escola para plantar plantas alimentícias, como o coentro e a cebolinha. Com essa iniciativa, o professor supre uma necessidade e, ao mesmo tempo, ensina às crianças um pouco sobre alimentação saudável e cultivo de alimentos. O corpo docente é composto por 28 professores especializados que, durante a semana, se revezam entre as 48 turmas de aproximadamente 25 alunos. Diariamente, cada turma tem aulas de Artes Visuais, Artes Cênicas, Música e Educação Física, não permitindo que o aluno escolha conforme a sua vontade. As aulas duram no mínimo 50 minutos e são preparadas de acordo com temas específicos, como cores, números etc, dando liberdade ao professor para propor aos alunos atividades que complementem o que é estudado nas Escolas Classe de origem. Todas as turmas são separadas por cores, para ensinar/reforçar o conceito dessa etapa de aprendizagem. Por exemplo: a turma B da 1ª série da Escola Classe, quando está nesta Escola Parque, é conhecida como turma Laranja. Quanto ao funcionamento da escola, adaptou-se o layout para um problema de projeto: a biblioteca, que também é voltada para a comunidade, estava próxima da entrada principal da escola, que é próxima das três quadras esportivas. Devido à poluição sonora, o espaço originalmente destinado à biblioteca foi convertido em sala multiuso para atividades de educação física e a biblioteca foi movida para o interior de um dos blocos da escola. Seu uso continua voltado para alunos e para a comunidade, porém quem desejar acessá-la tem que atravessar parte do edifício. Outra modificação necessária foi o fechamento da entrada principal da escola, que era voltada para a superquadra da 210 Sul. Segundo a super-

visora, os moradores reclamaram do barulho que as crianças faziam e, devido a isso, transformaram a entrada secundária da instituição em entrada única. Como o percurso ficou mais longo para acessar os blocos da escola, instalou-se toldos para proteger as pessoas da chuva e do sol forte. De forma geral, a Escola Parque da 210/211 Sul atende bem os alunos que recebe, ainda que a proposta do Anísio Teixeira não seja seguida integralmente. Apesar disso, a supervisora acredita que a Escola Parque faz diferença na formação dos alunos e que há a necessidade de mais instituições no Plano Piloto. Com mais Escolas Parque, as crianças poderiam frequentá-la mais vezes durante a semana e o deslocamento não seria tão cansativo, o que melhoraria o desempenho dos alunos.

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

51


a escola parque da 210/211 sul

2 piscina

parque de areia

sala de vestiário vestiário rec. masculino piscina quadra de futsal

auditório

horta

dep.

enferm.

sala de prof.

secretaria

refeitório

1

dep. dep.

wc wc

cozinha

adm. direção coorden.

horta

estacionamento

horta

horta sala de vídeo

SOE

biblioteca vestiário feminino

sala multiuso

quadra de vôlei

quadra poliesportiva

vestiário pne

1 entrada principal

artes visuais

educação física

2 entrada desativada

artes cênicas

música

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

52


a escola parque da 210/211 sul

entrada principal

teatro

horta

refeitório

pátio coberto

sala de artes visuais

corredor com piso podotátil

quadra poliesportiva

biblioteca

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

53


a escola parque da 313/314 sul data de visita | 06.04.2016 entrevistada | Regina Darc R. Guedes ano de inauguração | 1977 autores do projeto | Raul F. J. S. Molinas e Ewandro M. Freitas escolas atendidadas | 114 Sul, 314 Sul, 316 Sul, 413 Sul, 416 Sul, CEF 4 Cruzeiro, CEF 6 Cruzeiro e CEF 8 Cruzeiro escolas de tempo integral | 413 Sul e CEF 8 do Cruzeiro faixa etária dos alunos | 6 a 14 anos quantidade de alunos | 2700

A Escola Parque da 313/314 Sul foi inaugurada no dia 21 de abril de 1977, também de acordo com a proposta de novas Escolas Parque da Lei n º 5692/71. Durante a semana, a escola recebe 2700 alunos de 1º ao 5º ano, sendo que 1246 vão à escola no período da manhã e 1454 vão à tarde. Segundo a diretora Regina Darc Rodrigues Guedes, atualmente o espaço da instituição atende bem aos alunos, pois passou por adaptações para comportar as crianças das oito Escolas Classe que recebe. Como na 210/211 Sul, a Escola Parque da 313/314 Sul também recebe alunos com necessidades especiais, como aqueles com diferentes níveis de autismo, além de deficiências auditivas e múltiplas, em que em alguns casos necessitam de cadeira de rodas para se locomover. Como forma de adaptação, a escola possui uma rampa no acesso principal e banheiros adaptados, com barras de apoio e cabine ampliada para o portador de necessidades especiais. No entanto, não há rampas para as quadras de esportes, o que dificulta a proposta de inclusão desses alunos em suas turmas de origem. O transporte dos alunos varia de acordo com a Escola Classe de origem. O governo fornece ônibus para transportar as crianças que estudam nas três instituições do Cruzeiro, enquanto as crianças das outras cinco Escolas Classe devem ser levadas e trazidas pelos próprios pais ou responsáveis. Devido a essa diferença, os horários de aula dos alunos do primeiro grupo são reduzidos, de forma a permitir que eles cheguem às 12h à

Escola Classe correspondente no turno matutino e às 18h no turno vespertino. Como na 210/211 Sul, não há almoço na Escola Parque, mas “lanches reforçados” propostos pela Secretaria de Educação. Em alguns pontos da escola, foi possível ver o cardápio do mês de abril colado na parede, composto por alimentos como biscoito com achocolatado, galinhada e macarronada com carne e legumes. Nesta instituição há 52 professores especializados de acordo com as aulas que serão ministradas. Como na outra Escola Parque, cada turma frequenta a escola uma vez por semana e tem todas aulas propostas pelo currículo em vigência: Artes Visuais, Artes Cênicas, Música e Educação Física. Por turno, cerca de 250 crianças frequentam a escola, com turmas de 10 a 20 alunos. Cada turma é nomeada a partir de um número (e.g.: o Grupo 1 corresponde aos alunos do 1º ano C da Escola Classe da 114 Sul). Além dessas aulas, há professores de Educação Física que se dispõem a ensinar balé em uma oficina gratuita que acontece duas vezes por semana, fora do horário de aula. Atualmente, há duas turmas com 35 alunos em cada. Quanto a outras atividades complementares, a Escola realiza anualmente duas festas típicas: a Festa das Regiões, que acontece em julho, e a Festa da Cigarra, que celebra a chagada da primavera e acontece em setembro. Diferentemente, nesta escola não há diversas atividades noturnas diariamente. A exceção é um coral que se encontra ali duas vezes por semana, logo após o turno vespertino. Eles não pagam aluguel, o espaço é apenas cedido a eles. Uma das maiores frustrações dos alunos desta Escola Parque é a piscina desativada, que se encontra assim há 15 anos. Segundo a diretora, a piscina apresentou problemas de infiltração e teve que ser fechada para reforma. Por falta de verba, a situação continua a mesma, com um espaço subutilizado: não fecharam apenas as duas piscinas, mas também os vestiários adjacentes. Outra reclamação constante por parte de alunos e professores é a falta de cobertura nas três quadres esportivas. Devido a isso, há períodos do ano em que estas não são utilizadas devido ao sol forte e, como alternativa, a aula de Educação Física acontece no pátio coberto (e central) da es-

cola, o que resulta em muito barulho para as salas que se encontram próximas a essa atividade. A escola tem enfrentado um problema relativamente recente: devido às fortes chuvas, a via W3 Sul tem inundado, o que resulta na inundação da via W2 Sul e, por conta da topografia, a entrada da escola também fica inundada. Por conta da infraestrutura da entrada, a água não entra na instituição, mas dificulta a passagem da Escola Parque para a W2 Sul, via conectada ao principal acesso do edifício. Outro problema relativo ao espaço construído são os gradis baixos, que comprometem a segurança da escola. Segundo a diretora, houve diversas tentativas de assalto e, felizmente, nenhuma foi bem-sucedida. No entanto, quem desejava roubar a instituição conseguiu entrar naquele local, ainda que não tenha levado nada. O partido desta Escola Parque é bem marcado por uma cobertura composta por uma sequência de arcos de mesmo raio que, em alguns pontos, são recortados para que o pátio interno receba iluminação natural. A partir desse partido, as salas não são vedadas completamente, de piso a teto: quando o arco começa a se formar, há gradis que permitem a ventilação interna. Devido a isso, as salas são bem ventiladas e não necessitam de ventiladores, facilitando o aprendizado e poupando o desgaste do professor com calor ou com o tom de voz elevado para superar o barulho de ventiladores. Os únicos ambientes que possuem ventiladores são o auditório, a sala de vídeo e o laboratório de informática, devido ao isolamento acústico (no caso do auditório) e aos aparelhos que emitem mais calor (nos casos da sala de vídeo e do laboratório de informática). Quanto ao layout da escola, modificações foram necessárias para comportar um maior número de alunos: de 1200 alunos, a escola passou a receber 2700. Devido a isso, salas que eram subutilizadas (como a sala de cerâmica, que possuía um forno desativado por muito anos) foram adaptadas e divididas em mais salas de artes visuais. As quadras esportivas, por sua vez, atendem bem o número de alunos: são duas quadras poliesportivas e um campo de futebol de tamanho reduzido, que atualmente passam por um processo de revitalização.

Por fim, a diretora da escola acredita que há necessidade de mais Escolas Parque, não só no Plano Piloto, mas também em outras Regiões Administrativas, de forma a diminuir longos deslocamentos. Se a pedagogia de Anísio Teixeira fosse seguida à risca, ela acredita que essa ideia só funcionaria se o valor da Escola Parque fosse reconhecido. Apesar de ser obrigatória, atualmente o aluno só reprova por falta, pois é um ensino complementar ao que é ensinado na Escola Classe. Por sua vez, os pais veem a Escola Parque como algo secundário, que pode ser deixado de lado quando o filho está de recuperação na Escola Classe no final do ano.

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

54


a escola parque da 313/314 sul

teatro de arena depósito

auditório

wc wc

secretaria

1

biblioteca

apoio sala de dança

wc

refeitório

sala de funcion.

cozinha

galeria

wc wc depósito

lab. inform.

direção

sala de professores

SOE coord.

adm.

piscina

wc wc

wc wc

quadra poliesportiva

horta

dep.

piscina

estacionamento de funcionários

quadra poliesportiva

gramado de futebol

1 entrada principal

artes visuais

educação física

2 entrada de funcionários

artes cênicas

música

wc wc vestiário

2

quadra poliesportiva

casa de máq. vestiário

sala de vídeo

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

55


a escola parque da 313/314 sul

entrada principal

teatro

sala de dança

refeitório

marcação no chão para organização dos alunos

sala de artes visuais

biblioteca

piscinas

quadras poliesportivas

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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a escola parque da 210/211 norte data de visita | 08.04.2016 entrevistado | Reinaldo Miranda ano de inauguração | 1981 autor do projeto | Raul F. J. S. Molinas escolas atendidadas | 113 Norte,115 Norte, 312 Norte, 407 Norte, 411 Norte, 415 Norte, Vila do RCG, CELAN e ASPALHA escola de tempo integral | 407 Norte faixa etária dos alunos | 6 a 12 anos quantidade de alunos | 2250

Inaugurada entre 1980 e 1981, a Escola Parque da 210/211 Norte também foi construída segundo a proposta de construção de novas Escolas Parque de 1971. Como as duas escolas visitadas anteriormente, esta também recebe alunos de 1º ao 5º ano, cuja faixa etária vai dos 6 aos 12 anos. Segundo o diretor Reinaldo Miranda, a instituição recebe semanalmente 2250 crianças, que são bem atendidas no espaço que a escola possui, ainda que ele acredite que esta Escola Parque tenha atingido seu número máximo de alunos. Atualmente, a escola recebe cerca de 15 alunos com necessidades especiais, como autistas, portadores de transtornos de conduta e alunos que têm dificuldade de mobilidade e que precisam utilizar cadeiras de rodas. Infelizmente, a estrutura da instituição não atende bem àqueles que estão em cadeiras de rodas: apesar de ser térrea, a entrada da escola contém brita e, de acordo com o diretor, isso dificulta muito o deslocamento dos alunos. Só em 2016, dois acidentes ocorreram em que alunos se machucaram ao deslocarem-se do estacionamento para o interior da Escola Parque. Os alunos que frequentam Escolas Classe mais distantes (Escola Classe RCG, CELAN e ASPALHA) contam com ônibus cedido pelo governo. Das 9 escolas atendidas, apenas 4 contam com este tipo de serviço e, considerando o tempo de transporte, elas têm o horário de aula reduzido em relação àquelas que são transportadas pelos pais ou utilizam o sistema de transporte público convencional. Curiosamente, esta escola recebe alguns alunos índios e, somente para estes, há ônibus sempre, independente da Escola Classe que frequentem. Anualmente, acontecem três festas na Escola Parque da 210/211 Norte: a Festa da Família,

que ocorre em abril, a Festa Junina e a Revoada de Pipas, que acontece em agosto. Esta última é um projeto implantado pelo atual vice-diretor e acontece há 29 anos. Implantado anteriormente no Centro de Atendimento Juvenil Especializado – CAJE, esta festa consiste em confeccionar e empinar pipas, envolvendo alunos, pais e professores. Além dessas festas, outras atividades acontecem fora do período de aula: há ensaios de uma Companhia de Teatro, além de aulas de dança e de futebol. Nesta escola, há 16 professores que lecionam de manhã e mais 16 que lecionam à tarde, todos especialistas em suas áreas de atuação. Além desses, mais quatro professores trabalham na sala de recursos, dois em cada turno, e preparam os materiais adaptados para os alunos portadores de necessidades especiais. Os professores se dividem em quartetos, ou seja, equipes formadas por quatro professores, um de cada modalidade de ensino e, juntos, desenvolvem projetos com suas turmas. As equipes são nomeadas por cores (Azul, Amarela, Vermelha Verde) e, a partir disso, dividem seus alunos, como, por exemplo, a turma Azul A – 1º ano. Seguindo o currículo atual, a instituição oferece aos alunos aulas de Artes Visuais, Artes Cênicas, Música e Educação Física. Dentro das aulas de Educação Física e no recreio dirigido, também são ministradas aulas de dança. No caso do recreio, a participação nessa aula é opcional e, segundo a professora que leciona neste período, esta situação é a melhor, pois tais crianças dançam porque gostam, e não porque são obrigadas a realizar uma aula. Esse ponto é interessante, pois, até 2015, os alunos do 5º ano podiam escolher qual atividade realizar dentro das quatro aulas principais. Por exemplo, dentro das Artes Visuais, existiam opções como pintura, escultura, gravura e tecelagem. O aluno, após passar por todas as áreas nos anos anteriores, poderia escolher de acordo a sua preferência (e o mesmo acontecia nas Artes Cênicas, Música e Educação Física), o que resultava em uma pequena especialização, como ocorria no plano original da Escola Parque. Infelizmente, esse programa de oficinas foi extinto e as aulas são padronizadas de acordo com a série da criança. Dentre os professores, há alguns formados em instrumentos específicos, como violino e violão, e que desejam passar este conhecimento às crian-

ças. No entanto, não tem como fornecer instrumentos para todos os alunos, então as aulas não acontecem. Da mesma forma, existe o desejo de ensinar aos alunos sobre esculturas de argila na prática, mas o forno próprio para isso encontra-se quebrado. Apesar disso, os professores conseguiram desenvolver uma nova atividade: o projeto horta, que consiste em uma plantação de hortaliças liderada pelo grupo de professores da Equipe Verde. Devido à implantação, a escola enfrenta problemas de alagamento, sendo o auditório o ambiente mais prejudicado: por ser mais baixo, costuma alagar nas épocas de chuva, com uma camada de água de aproximadamente 30 cm de altura. Como resultado, o palco de madeira tem apodrecido cada vez mais. Além disso, o sistema hidráulico é antigo e, como não há manutenção predial necessária, costuma faltar água na escola. Outro problema enfrentado pela escola é o calor nos ambientes internos. As telhas metálicas retêm muito calor e, consequentemente, as salas são bem quentes, ainda que existam jardins internos para ventilação. Buscando melhorar a situação, instalou-se forros de PVC em praticamente todo o edifício, mas ainda assim é necessário o uso de ventiladores, principalmente nas aulas de dança e no auditório. A Escola Parque da 210/211 Norte conta com apenas uma quadra poliesportiva, além de um campo de futebol improvisado e uma pequena quadra de vôlei, todos descobertos. Devido ao sol forte, em certas épocas do ano essas áreas não são utilizadas, transferindo as atividades de Educação Física para dentro da escola. Além desses espaços, a instituição também possui um parque ecológico, com corda de escalada e ponte pênsil. No entanto, está desativado. O diretor desta escola acredita que a proposta de ensino Anísio Teixeira é eficiente e condizente com a situação atual. De fato, há necessidade de mais Escolas Parque, instituições que podem apresentar as artes e os esportes aos alunos e, se eles tiverem interesse, podem seguir nessas áreas de profissionalização, como foi o caso do próprio diretor, que graduou-se em Artes Plásticas a partir do interesse que surgiu quando ele frequentava a Escola Parque da 308 Sul.

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

57


a escola parque da 210/211 norte

parque ecológico

campo de futebol improvisado teatro de arena

quadra de vôlei

depósito

estacionamento

enf.

depósito

auditório

coordenação

refeitório

dep. biblioteca

secretaria

admin.

audiovis.

sala de professores

direção

sala de reunião

wc wc

wc wc

cozinha

wc

wc

sala de dança wc

quadra poliesportiva

copa horta

entrada principal

horta

artes visuais

educação física

artes cênicas

música

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

58


a escola parque da 210/211 norte

entrada principal

teatro

horta

refeitório

pátio coberto para organização dos alunos

sala de artes visuais

biblioteca

parque ecológico

quadra poliesportiva

a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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a escola parque da 303/304 norte data de visita | 11.04.2016 entrevistado | Lilson Pelegrine ano de inauguração | 1977 autores do projeto | Raul F. J. S. Molinas e Ewandro M. Freitas escolas atendidadas | 106 Norte, 302 Norte, 304 Norte, 306 Norte, 403 Norte, 405 Norte, 708 Norte, Granja do Torto e Varjão escola de tempo integral | 306 Norte faixa etária dos alunos | 5 a 12 anos quantidade de alunos | 2500

A Escola Parque da 303/304 Norte foi inaugurada em 21 de abril de 1977, juntamente com a Escola Parque da 313/314 Sul, como mais uma nova Escola Parque segundo a Lei n º 5692/71. Semanalmente, atende cerca de 2500 alunos de 1º ao 5º ano provenientes de nove Escolas Classe. De acordo com o supervisor pedagógico Lilson Pelegrine, o número de alunos está maior do que a escola poderia atender de forma adequada. Em 2016, esta Escola Parque recebe cerca de 20 alunos com necessidades especiais, como alunos com síndrome de Down, autistas e com deficiências intelectuais, físicas e auditivas. Além desses alunos, a Sala de Recursos também tem auxiliado crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção – TDA, Desordem do Processamento Auditivo Central – DPAC e Transtorno Opositor Desafiador – TOD. Contando com estes transtornos, cerca de 140 alunos são auxiliados de forma especial nesta instituição. De forma geral, o transporte dos alunos fica por conta dos pais, visto que não há nenhuma Escola Classe de tempo integral entre as que trabalham com a Escola Parque da 303/304 Norte. O governo fornece ônibus somente para as crianças das escolas do Varjão e da Granja do Torto devido à distância maior a ser percorrida entre as duas instituições. Como nas outras escolas, o período de aula desses alunos é reduzido para compensar o tempo de transporte. A Escola Parque da 303/304 Norte também possui festas abertas à comunidade: em abril, comemora-se o aniversário da escola, mostrando para pais/responsáveis e comunidade as ativida-

des realizadas na instituição, além de realizar atividades de lazer para envolver os alunos e suas famílias. Em julho, tem-se o Arraial Cultural, com apresentações musicais e teatrais envolvendo a temática de festa junina. E, em dezembro, acontece a Expoarte, onde os trabalhos que os alunos desenvolveram ao longo do ano são expostos nas dependências da escola. Durante o período noturno, cede-se o espaço escolar para atividades como dança de salão, dança do ventre, forró, tai-chi chuan, ioga e capoeira. São atividade realizadas por terceiros e não envolvem professores e servidores da Escola Parque. Segundo o supervisor, não há professores suficientes para trabalharem durante o período da noite. Nesta escola há 40 professores em regência, ou seja, que estão em sala de aula. Em revezamento, 20 lecionam de manhã e os outros 20 lecionam à tarde. Eles seguem o Currículo em Movimento da Secretaria da Educação, mas tem liberdade de escolher como abordarão cada assunto dentro de uma das quatro modalidades da Escola Parque. Por exemplo, nas aulas de Artes Cênicas, ensinam dança, circo e teatro. Em Artes Visuais, ensina-se pintura, desenho e escultura com materiais recicláveis. Já nas aulas de música, os professores optam, em sua maioria, por ensinar canto coral para as crianças, mas há aqueles que dão noções de instrumentos específicos, como flauta, violão, percussão e teclado. E, em Educação Física, as atividades variam bastante, desde jogos cooperativos e de coordenação motora, até esportes mais complexos, como futebol e vôlei, por exemplo. Como na 210/211 Norte, por um período de tempo os alunos a partir do 5º ano podiam escolher quais atividades realizariam dentro das quatro áreas principais, em um sistema de oficinas. Além disso, havia projetos interdisciplinares que as crianças podiam escolher, como um musical que envolvia um grupo específico de quatro professores (um de cada área) que trabalhariam em conjunto com os alunos para a realização deste espetáculo. No entanto, em 2013, esse sistema de oficinas foi extinto e deixou-se de receber alunos de 6º ao 9º ano. As Escolas Parque da 313/314 Sul e 303/304 Norte são semelhantes não só na data de inauguração, mas também foram projetadas pelos mesmos arquitetos. Aliás, o projeto é praticamente o

mesmo: são iguais no que diz respeito ao layout, soluções construtivas e localização da entrada principal. Os terrenos são correspondentes (ambos se encontram voltados para a via W2) e, coincidentemente, as piscinas estão desativadas nas duas escolas. A principal diferença está no nível da edificação: na 313/314 Sul, a escola está no mesmo nível da via W2 Sul, enquanto a 303/304 Norte é um edifício semi-enterrado, com um desnível na entrada de aproximadamente três metros. Além disso, a cobertura em arcos, comum em projeto nas duas instituições, foi drasticamente modificada na Escola Parque da Asa Norte: retirou-se toda a cobertura original e substitui-se por telhas metálicas que esquentam muito e reverberam ainda mais o som das atividades que ali ocorrem. No entanto, percebe-se que na 303/304 Norte aproveitou-se melhor as áreas livres: há mais quadras nesta escola, além de um parquinho para as crianças. As telhas metálicas, além de aumentarem a temperatura das salas, também são mais frágeis. Como resultado, nas épocas de chuva, diversas salas ficam alagadas. Outra modificação realizada foi a demolição de certas paredes e a instalação de divisórias de PVC para compartimentar ainda mais o espaço administrativo e a área de artes visuais. Semelhante à Escola Parque da 210/211 Sul, a entrada principal foi modificada devido às reclamações de moradores por conta do barulho das crianças. A entrada original e acessível é voltada para a superquadra 304 Norte e conta com duas rampas de largura generosa. No entanto, essa entrada está fechada e só é aberta quando um aluno cadeirante necessita entrar na escola, o que dá a ele um sentimento de separação, contrário ao que a instituição busca, que é incluir a criança sempre que possível. A entrada principal agora é voltada para a via W2 Norte e conta somente com uma escada com 18 degraus, que vence um desnível de aproximadamente 3,2m de altura. Quanto à estrutura para esportes, a escola dispõe de quatro quadras poliesportivas, duas quadras de vôlei de areia e um campo de futebol de areia, todos descobertos. Além disso, também possui um parquinho de areia, um salão de jogos com mesas de ping-pong e de pebolim e duas piscinas que estão desativadas. De acordo com o supervisor pedagógico, estes espaços atendem

bem aos alunos e professores, mas, como nas outras escolas, seria bem melhor se as quadras fossem cobertas. Com o intuito de melhorar tais condições, apresentou-se um projeto de reforma, onde as quadras esportivas seriam restauradas e algumas seriam cobertas, além da reativação da piscina e substituição de todo o telhado da escola. Porém, este projeto foi apresentado no ano passado e, até agora, não saiu do papel. Em suma, o supervisor Lilson acredita que certamente há a necessidade de mais Escolas Parque na cidade. Se a pedagogia de Anísio Teixeira fosse executada nos dias de hoje, poderia envolver crianças e adolescentes, apresentando os esportes e as artes como uma alternativa aos problemas de gangues, drogas e violência que envolvem principalmente alunos de 6º ao 9º ano.

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a escola parque da 303/304 norte

3 quadra poliesportiva

auditório

wc wc SOE

quadra quadra poliesportiva poliesportiva

teatro de arena

1 secret. dir.

dep refeitório

sala de prof.

quadra poliesportiva

copa

dep.

biblioteca

vice dir.

adm.

piscina

seg.

coord.

animação

wc wc

wc wc

sala de rec.

sala de dança cozinha

dep dep

piscina

quadra de vôlei

quadra de vôlei

parque de areia

campo de areia

vestiário

2

estacionamento de funcionários

casa de máq. vestiário

coord. telesala

horta

1 entrada principal

artes visuais

educação física

2 entrada de funcionários

artes cênicas

música

3 entrada desativada

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a escola parque da 303/304 norte

entrada principal

teatro

horta

refeitório

pátio coberto para organização dos alunos

sala de artes visuais

biblioteca

piscinas

quadras poliesportivas

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13 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 1974, p. 7

instituições, o tempo de aula destes alunos é reduzido em relação àqueles que não possuem ônibus para o percurso Escola Classe – Escola Parque. Ao invés de terem 1h15 de cada modalidade, as aulas destes alunos duram apenas 45 minutos. A escola possui um corpo docente formado por 74 professores, que se dividem entre educação física, artes visuais, artes cênicas, música e sala de recursos. Os professores têm liberdade de escolher como abordarão os conteúdos propostos pelo Currículo em Movimento da Secretaria de Educação15. Dentro das quatro áreas principais, o professor monta seu plano de ensino e pode propor projetos com a escola, dentro de um quarteto de professores ou até mesmo um projeto diferente por turma. De todas as Escolas Parque visitadas, esta é a que mais busca se conectar com as outras Escolas Parque e com todas as Escolas Classe nas quais seus alunos frequentam durante a semana. Para isso, realizou, pela primeira vez, o Grande Encontro dos Educadores das Escolas de Origem. Esse encontro, realizado em abril de 2016, teve como objetivo aproximar a escola das nove Escolas Classe, mostrando o que é a Escola Parque através de oficinas das quatro modalidades de ensino. Assim, cerca de 250 professores se conectaram e compreenderam o que acontece ali, evitando preconceitos entre as escolas e fortalecendo laços. A partir disso, algumas festas que aconteciam separadamente passaram a ocorrer em conjunto, como a Festa Junina. Anteriormente, cada Escola Classe realizava sua Festa Junina em suas dependências, vendendo para aproximadamente 300 pessoas. Agora, as nove escolas se reúnem na Escola Parque da 308 Sul, cada uma com sua barraquinha vendendo para um público de cerca de 3000 pessoas, além de apresentações típicas ensaiadas nas aulas de Música e de Teatro. Além dessa festa, a escola também celebra seu aniversário e a vivência familiar na Festa da Família, que ocorre em novembro. E, nesta escola, cada modalidade tem sua festa, de forma a expor os trabalhos realizados no decorrer do ano. São elas: a Festa da Primavera (Educação Física), a Festa da Música, a Festa do Teatro e a Expoarte (Artes Visuais), todas realizadas no segundo semestre do ano. Como nas outras escolas, nesta os alunos frequentam diariamente uma aula de cada modalidade de ensino. Dentro das modalidades, a aula varia

de acordo com a especialização do professor, mas adapta-se ao conteúdo do currículo proposto pela Secretaria de Educação. Por exemplo, nas aulas de Artes Visuais, o aluno pode ter contato com pintura em tela, desenho, escultura com materiais recicláveis, colagem e até mesmo fotografia. Já na aula de Música, a teoria musical pode ser abordada de forma mais teórica ou pode-se ensinar o básico de um instrumento, como flauta e violão ou até mesmo ensinar canto coral para as crianças. As aulas de teatro podem ir desde o teatro de bonecos até mesmo à montagem de roteiros e figurino. As aulas de Educação Física, por sua vez, podem focar no movimento do corpo através de queimada, vôlei e da natação na piscina da escola. Nesta Escola Parque também há projetos desenvolvidos pelos professores que vão além das quatro modalidades principais. Nesta Escola Parque há aulas de dança dentro das aulas de música e, nas aulas de artes cênicas, há um projeto chamado “Preservarte Patrimônio”, em que se ensina às crianças sobre o que é patrimônio, como preservá-lo como Brasília está inserida nesse contexto. Já nas aulas de Artes Visuais, há um projeto conhecido como “Infoarte”, que consiste em aulas ministradas no laboratório de informática e que são voltadas para a programação visual, ensinando aos alunos como mexer em programas como o CorelDraw. E, no turno contrário às aulas, são oferecidas aos alunos aulas de ginástica artística, ministradas por professores experientes na área. Dentre as cinco Escolas Parques construídas em Brasília, esta é a única tombada e registrada como patrimônio do Governo do Distrito Federal16, processo que ocorreu somente em agosto de 2004. A partir disso, qualquer proposta de intervenção deve ser examinada e aprovada pela Subsecretaria do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural – SUPHAC do Distrito Federal. Sendo assim, uma modificação como a instalação de elevador no bloco de salas de aula torna-se uma situação delicada. Dessa forma, alunos com deficiências de locomoção têm bem mais dificuldade para acessar o segundo pavimento do bloco de aulas, onde a única forma de deslocar-se verticalmente é subir ou descer a escada central. Como solução, optou-se por sempre deslocar as turmas com alunos cadeirantes para as salas de aula do térreo. Algumas modificações mais brandas já foram realizadas na escola, como o fechamento perma-

14 TEIXEIRA, 1961

15 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2010

16 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2016

a escola parque da 308 sul data de visita | 12.04.2016 entrevistada | Margareth Lobato ano de inauguração | 1960 autor do projeto | José de Souza Reis escolas atendidadas | 102 Sul, 108 Sul, 111 Sul, 304 Sul, 305 Sul, 308 Sul, Jardim Botânico, SMU e CEF 1 Cruzeiro escola de tempo integral | nenhuma faixa etária dos alunos | 5 a 14 anos quantidade de alunos | 2567

Inaugurada em 20 de novembro de 1960, a Escola Parque da 308 Sul nasceu praticamente com Brasília e, por 17 anos, foi a única Escola Parque da cidade. Inicialmente, atendia somente 270 alunos13, provenientes das Escolas Classe da 108 Sul e da 308 Sul, bem menos do que Anísio Teixeira propunha: segundo ele, em cada turno, cerca de 1000 alunos deveriam ser atendidos14. Atualmente, a escola atende cerca de 2567 alunos semanalmente: 1113 no turno matutino e 1454 no turno vespertino, com uma média de 256 alunos por turno, quase um quarto do que foi proposto por Teixeira. Apesar disso, a supervisora pedagógica Margareth Lobato afirma que a instituição atende bem ao número de crianças que recebe diariamente. Dentre estes 2567 alunos, 220 necessitam de atendimento especial da sala de recursos. Na 308 Sul há alunos com Síndrome de Down, autismo, DPAC, TDAH, deficiência intelectual e deficiência locomotiva, além de alunos com baixa visão e surdez parcial. Sempre que possível, os alunos com estas condições convivem junto com os demais alunos, favorecendo a inclusão dentro da sala de aula. Nesses casos, forma-se as classes especiais, onde reduz-se o número de alunos quando há uma criança com necessidades especiais: ao invés de 20 alunos em sala de aula, nesta turma tem-se apenas 10. Como nas outras Escolas Parque, os alunos das nove Escolas Classe de origem frequentam esta instituição apenas uma vez por semana, sendo que apenas três delas dispõe de transporte oferecido pelo governo. São elas: CEF 1 do Cruzeiro, Escola Classe do Jardim Botânico e Escola Classe do Setor Militar Urbano – SMU. Como nas outras

nente de uma das entradas da escola devido à falta de porteiro e a colocação de toldos nos caminhos para o teatro e para o pavilhão de artes visuais. No mais, não há problemas de alagamento ou de encanamento entupido, pois a manutenção do edifício é constante. Segundo a supervisora, o microclima da escola costuma sempre ser mais frio do que seu entorno imediato e, nos dias um pouco mais quentes, os ventiladores instalados em todas as salas amenizam o calor. Diferente das outras escolas, a insatisfação com as quadras descobertas não é majoritariamente em relação ao sol intenso, mas sim aos dias de chuva. Todas as quadras poliesportivas desta Escola Parque são descobertas e, como alternativa aos dias de tempo desfavorável, as aulas de Educação Física ocorrem no pátio coberto da escola. Há um projeto para cobrir pelo menos uma das quadras, de forma a utilizar as quadras tanto nos dias de sol muito forte quanto nos dias chuvosos. A supervisora Margareth Lobato acredita que, de fato, há necessidade de mais Escolas Parque em Brasília. Aplicada nos dias de hoje, a pedagogia proposta por Anísio Teixeira funcionaria muito bem, pois seria a verdadeira escola de ensino integral em tempo integral. Com o número reduzido de Escolas Classe, seria mais fácil realizar projetos em conjunto com o conteúdo ministrado lá, aproximando os trabalhos pedagógicos. Por exemplo, seria possível desenvolver atividades sobre a história da escravidão nas aulas de teatro e de música ao mesmo tempo em que o conteúdo mais teórico é ministrado no turno contrário na Escola Classe. Lobato ainda afirma que seria possível retomar a ideia de oficinas para alunos de 6º ao 9º ano se estes frequentassem a Escola Parque desde o 1º ano. Dessa forma, seria um trabalho em progressão, em que os alunos seriam apresentados às quatro modalidades, aprenderiam a valorizá-las e, com o passar do tempo desenvolveriam senso de autonomia para escolher quais atividades realizariam no decorrer do ano escolar. De acordo com a supervisora, a educação de qualidade não consiste somente em ter um professor bom, mas também em ter uma boa estrutura para realização das aulas e que, atualmente, não é disponível para os alunos de 6º ao 9º ano.

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a escola parque da 308 sul 4

dep.

refeitório

piscina

piscina

quadra improvisada

quadra poliesportiva cozinha

wc wc

quadra poliesportiva

wc wc

quadra poliesportiva

sala de prof.

direção secretaria

teatro

quadra poliesportiva

dep. coord. wc wc

parque de areia

estacionamento de funcionários

TÉRREO

3

2

1 sala de ginástica

wc wc wc wc

dep.

horta

lab. inform. biblioteca

sala de dança 1º PAVIMENTO

1

entrada principal

artes visuais

2

entrada do teatro

artes cênicas

3

entrada de funcionários

4

entrada desativada

educação física música a escola parque da 303/304 sul | trabalho final de graduação

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a escola parque da 308 sul

entrada principal

teatro

refeitório

sala de dança

biblioteca

piscinas

horta

sala de música

quadras poliesportivas

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agradeço: A Deus, pelas oportunidades que tive durante esse período: a vaga na UnB, as pessoas que conheci, os ensinamentos aprendidos, a experiência de intercâmbio, os estágios... Diversas situações maravilhosas que não foram obras do acaso. Sei que não estaria aqui se não fosse por Ti.

Aos meus pais, Ana e Assis e às minhas irmâs, Daniele e Ester: obrigada pelas orações, pelos abraços, pela disposição em ajudar (mesmo não sendo arquitetos!) e pela paciência nos momentos de estresse.

Ao meu namorado e (quase!) engenheiro, PauAo professor e orientador Igor Campos: obriga- lo: obrigada por sempre me animar e me incentida por tantos ensinamentos durante esse ano e var a fazer o meu melhor. Obrigada pelas consulpela paciência nos momentos de crise. Obrigada torias e por toda a ajuda durante esse ano. pelas sugestões que enriqueceram (e muito!) este trabalho. Às amigas e (quase) arquitetas, Juliana Santiago, Sahra Lemos, Luana Leyendecker e Mylena Aos professores da banca examinadora, Cláu- Lopes: obrigada pela amizade formada aqui na dia Garcia, Bruno Capanema e Maria Cecília FAU, pelas palavras de apoio e por toda a ajuda Lima: obrigada pelas observações que ajudaram dada durante esses 6 anos de curso. no desenvolvimento do projeto. E, por fim, a todos que prestigiaram o meu traÀ equipe da Bloco Arquitetos: obrigada por todo balho: muito obrigada! o aprendizado, pela paciência para tantas perguntas e pelo auxílio constante. Obrigada pela oportunidade de trabalho e pela amizade.


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