tgi ii _ marina furtado targa

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centro de saúde e convivência

proposta equipamento para o conjunto habitacional eduardo abdelnur em são carlos


TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO II Marina Furtado Targa | n°USP 7959771 Universidade de São Paulo - São Carlos, SP Instituto de Arquitetura e Urbanismo COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO PERMANENTE (CAP) Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert Jose Lancha Profª. Drª. Luciana Bongiovanni Martins Schenk Profª. Drª. Simone Helena T. Vizioli COORDENADORES DO GRUPO TEMÁTICO (GT) Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Marcelo Suzuki São Carlos Dezembro, 2018



FOLHA DE APROVAÇÃO

centro de saúde e convivência proposta de equipamento público para o conjunto habitacional eduardo abdelnur em são carlos (sp) trabalho de graduação integrado apresentado ao Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, USP - Campus de São Carlos (SP)

MARINA FURTADO TARGA BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. David Moreno Sperling Instituto de Arquitetura e Urbanismo - IAUUSP

Prof. Dr. Marcelo Suzuki Instituto de Arquitetura e Urbanismo - IAUUSP

Prof. Dr. Renato Aurelio Locilento Aprovado em:

/12/2018



resumo este trabalho de graduação é sobre a implantação de um equipamento público em um conjunto habitacional minha casa minha vida na cidade de são carlos. o projeto partiu de questionamentos a respeito do direito à cidade e direitos básicos, focando neste caso na saúde. o estudo da cidade de são carlos e seus conjuntos habitacionais caracterizados pela ausência e exclusão; em paralelo a investigações a respeito da área da saúde e mudanças paradigmáticas em seus empreendimentos, fundamentaram o objeto de projeto deste trabalho: um centro comunitário de convivência que funciona em torno de atividades para a saúde pública. com a atenção voltada para o engajamento e a ocupação de espaços públicos pelos moradores, todo o projeto foi pensado para incentivar que os usuários reivindiquem e se apropriem da cidade, a partir da entrega à população não só de atendimento - básico e amplo - de saúde, mas também de espaços cívicos. palavras-chave: equipamento público; saúde; centro comunitário; direito à cidade



agradecimentos aos professores por nortearem desenvolvimento desse projeto;

o

a lauro miquelin e prof. sergio mascarenhas, grandes mestres por quem tenho enorme admiração, por me envolverem e me motivarem na área da saúde; à minha família pelo apoio e carinho incondicional, o amor de vocês me mune de coragem para enfrentar todos os obstáculos; às irmãs de república, cujas doses cotidianas de leveza e parceria tornaram agradáveis não só os dias que dediquei ao trabalho, mas todos aqueles vividos em são carlos; ao victor, pela ternura e a inabalável confiança em mim.


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i. questões

sumário

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referências projetuais

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ii. leituras 29 abdelnur


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iii. açþes projetuais 41 processo 49 programa 53. o centro 113 detalhes

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projeto no tempo

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referĂŞncias


fig.01

“É evidente que uma arquitetura ‘que intensifique a vida’ deva provocar todos os sentidos simultaneamente e fundir nossa imagem de indivíduos com nossa experiência do mundo. A tarefa mental essencial da arquitetura é acomodar e integrar. A arquitetura articula a experiência de se fazer parte do mundo e reforça nossa sensação de realidade e identidade pessoal; ela não nos faz habitar mundos de mera artificialidade e fantasia.” (Pallasmaa, 2011)

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i. questĂľes de projeto


questões de projeto reivindicar este projeto partiu de reflexões sobre privilégios e direitos garantidos. enquanto pequena parte da população tem acesso aos direitos prometidos a todos, a grande maioria encontra dificuldade no acesso a estes. mesmo quando entregues pelo governo, a infra-estrutura de muitos é precária e segue uma linha de exclusão e segregação. no artigo 6º da constituição está definido o compromisso da nação com “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”. muitas vezes negligenciados, estes direitos se tornaram diretrizes para o pensar e fazer arquitetura neste trabalho; sua reivindicação, a motivação do mesmo.

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“a ideia do espaço público para o arquiteto é fundamental porque ela é o lugar da democracia. o espaço urbano e público é o lugar onde as diferenças acontecem, as pessoas se encontram e há o dissenso e a concordância também.” (Wisnik , 2018)


a arquitetura como ação política nosso país está inserido em um momento que apresenta sérios riscos à democracia e à pluralidade. mais do que nunca é importante que nos mostremos aptos a criar arquitetura que inspire o encontro e a articulação popular. são necessários centros condensadores, onde as divergências e convergências existam e possam ser reconhecidas e trabalhadas, especialmente em áreas na situação de exclusão, nas quais há grande escassez de espaços de caráter cívico. reivindicar e ocupar espaços públicos é uma questão de conquistar o território urbano que já pertence à população. com isto e a ausência de entrega de direitos, ficou claro para mim que este trabalho deveria se desdobrar no sentido de um equipamento público que garanta aos cidadãos saúde, lazer, espaço cívico e assistência em um local onde haja ausência dos mesmos.

como estudante e moradora de são carlos, não poderia retratar ausência sem pensar nos conjuntos minha casa minha vida. uma situação conhecida e particular da cidade, os loteamentos de baixa renda na região sul se destacam dos tantos condomínios fechados onde há enorme concentração de renda. desconectados, os conjuntos habitacionais têm pouco acesso à cidade, apesar de seu desproporcional contingente habitacional; são a concretização por políticas públicas de uma agenda de exclusão espacial pautada em classes socioeconômicas. esta situação, em conjunto às inquietações relacionadas aos direitos cívicos, deu origem a este tgi.


saúde “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (Constituição Federal, 1988, art. 196, p. 103) este projeto foi pensado no sentido da entrega de serviços e espaços necessária à população. buscando um programa que satisfaz não só o atendimento básico da saúde, como todos os aspectos envolvidos no bem-estar físico e emocional, é que foi projetado este equipamento de caráter público. a intenção é ir na contramão da agenda de exclusão de políticas públicas que posicionam conjuntos habitacionais às margens da cidade, oferecendo espaços e serviços de qualidade a estes conjuntos não para estimular a especulação imobiliária, mas para, apesar dela, atender a quem já reside nestas habitações.

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equipamento como instrumento de conquista é essencial pensarmos a função social de equipamentos públicos como não só entregues ao público, mas também apropriados por estes de maneira coletiva. o engajamento e o senso de pertencimento dos indivíduos, ao substituir o sentimento de negligência e desimportância que a falta causa, transforma a relação destes com a cidade e suas dinâmicas de maneira fundamental.

"os espaços do homem refletem a qualidade de seus sentidos e sua mentalidade” (Yi-Fu Tuan, 1983) há uma reciprocidade na afirmação de yi-fu tuan que torna evidente a influência que os espaços e lugares nos quais vivemos e crescemos têm sobre a nossa estrutura como indivíduos.


identidade comunitária o projeto de equipamentos e espaços coletivos em áreas em situação de exclusão social compreende a solução de uma questão que vai além do individual para interferir em todo um coletivo. assim, é elementar que se pense o edifício como uma ferramenta de reivindicação do território urbano para a comunidade, a conquista da mesma sobre um espaço que já lhe pertence, apesar de não ser visto como tal. essa situação do abdelnur e de tantos outros conjuntos similares é caracterizada por uma relação de marginalidade na relação entre o território e os contextos social e econômico. o conjunto, fruto do programa minha casa minha vida (mcmv) é exemplo das políticas públicas que geram espaços destituídos de qualidades urbanas em questão de mobilidade, serviços, necessidades básicas etc. a falta de resposta a essas questões gera uma conjunção de baixa coesão social, o que cria a necessidade de projetos que atentem a essa insuficiência comunitária e revertam a instabilidade social, urbana e política do local.

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este projeto tem a intenção de retomar o território público e incentivar a ocupação deste para criar assim uma identidade comunitária, comum ao coletivo, a partir da interação e apropriação do espaço. assim, os vazios urbanos já presentes e atualmente em situação de abandono e precariedade se tornarão condensadores públicos, centralidades qualificadas associadas a programas que atendem às necessidades básicas dos moradores, resgatando a função social destes espaços. para isso, foi pensado um ambiente construído (e seus vazios não construídos também vistos como objetos de projeto) como articulador das relações entre indivíduos e dos mesmos com o próprio conjunto onde habitam, que incentiva o cuidado e bom uso do espaço agora identificado pelos moradores como parte de sua identidade coletiva.


o equipamento foi projetado para englobar espaços que satisfaçam diretamente as necessidades primordiais que como regra são deixadas desatendidas neste tipo de construção social; visando não só o atendimento à saúde, mas pensando também no lazer, convivência e permanência dos usuários. o objetivo é oferecer ferramentas que incentivem o desenvolvimento do coletivo, estimulando o engajamento com a identidade comunitária, e que este movimento seja internalizado e influencie na esfera individual de cada um, através também de programas de capacitação e envolvimento social voltados para essa comunidade específica.


referĂŞncias projetuais

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fig.02


hub de saúde eAm _ estúdio de arquitetura mutável menção honrosa no concurso “Smart, Green & Beyond: Healthcare facility of the future”, o projeto pensado para a cidade de são paulo apresenta uma reflexão sobre as instituições contemporâneas de saúde e seus paradigmas. de acordo com os arquitetos, o projeto repensa como lidar com saúde, abrangendo os diversos aspectos envolvidos na qualidade de vida e bem-estar dos usuários, focado no público local. além do atendimento à saúde, a atividade “motivadora da ocupação do espaço” (SOUZA, 2017), o hub também tem espaços planejados para convivência e integração da comunidade local. embora tenha seu programa verticalizado (diferente do projeto para o abdelnur e do centro em rehovot, pelas condições do terreno), o edifício cria também uma espécie de praça coberta em seus dois níveis térreos, onde ficam o auditório, pista de skate, a academia e o playground. desta forma, o equipamento confere ao bairro um espaço cívico.

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fig.03

projetado para a vila nova esperança, bairro periférico novo na região noroeste de são paulo, o hub foi pensado para os moradores, que percorrem longas distâncias para receber atendimento médico


fig.04

fig.05


unidade básica de saúde em parque do riacho - codhab-df alexandre ruiz da rosa, andré bihuna d’oliveira, haraldo hauer freudenberg e rodrigo vinci philippi o projeto - que ficou em 1º lugar no concurso para unidade básica de saúde em parque do riacho em 2016 - lidou com o programa de saúde de maneira muito simples e eficiente, dividindo o bloco do edifício e o deslocando para criar acessos e dinâmicas entre eles. estruturado a partir de blocos quadrados com pátios internos, o projeto, segundo o site, parte de uma “estratégia projetual com dois focos de qualificação: o externo (espaço urbano) e o interno (humanização funcional)”. além disso, a estratégia permite que a volumetria seja ampliada e assim ocupe melhor o terreno disponível, de grandes dimensões. o projeto também adota técnicas como a utilização de brises, cobogós, venezianas e piscinas pluviais tratadas para responder às questões de conforto, o que o torna um edifício sustentável e de menor custo de manutenção, com boa iluminação e ventilação cruzada, fatores essenciais a equipamentos de saúde.

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fig.06

fig.07


fig.08


“edificações e cidades fornecem o horizonte para o entendimento e o confronto da condição existencial humana.” (PALLASMAA, 2011).

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ii. leituras de local


leituras de local diretrizes de leitura a cidade escolhida para o exercício de tgi foi são carlos, no centro do estado de são paulo. além de seu grande potencial pela população relacionada às universidades (alunos, professores e servidores), a cidade possui questões diferenciadas por seus conjuntos habitacionais. com base nas questões já discutidas, as leituras cartográficas para o trabalho focalizam a região sul da cidade, uma área de alta densidade populacional e de renda baixa, afastada dos centros e pouco atendida por equipamentos. o estudo de cartografias agregou muito à escolha do local de intervenção, apesar da área - o conjunto habitacional eduardo abdelnur - não aparecer em muitos desses mapas por se tratar de um conjunto novo e não estar nos últimos censos. ainda assim, os mapas e comparativos estudados dão um claro panorama da evolução e da situação da cidade de são carlos.

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densidade demogrรกfica fonte: censo demogrรกfico IBGE, 2010


comparativo da densidade demográfica fonte: revisão do plano diretor, 2011

este comparativo deixa clara a tendência ao aumento significativo populacional no eixo de expansão sul da cidade. em paralelo, os mapas a seguir mostram que enquanto este adensamento é visível, é também vista uma desproporcional concentração de atividades, serviços e equipamentos na região central.

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renda + áreas públicas + linhas de ônibus fonte: censo demográfico IBGE, 2010


conjunto habitacional eduardo abdelnur

o conjunto abdelnur (demarcado pelo quadrado rosa no detalhe, por não aparecer no censo de 2010) se encontra no região sul da cidade, parte do eixo de expansão. no mapa apresentado aqui, é possível verificar que em seu entorno faltam equipamentos que atendam à saúde, serviços e lazer. apesar da unidade de atendimento existente no jardim social antenor garcia, apresentada nas cartografias de equipamentos do plano diretor, os moradores do conjunto abdelnur são direcionado à ubs no jardim botafogo e relatam dificuldade de acesso e falta de linhas de ônibus. enquanto a unidade básica de saúde no bairro jardim botafogo seja capaz de prover o atendimento básico, o equipamento pensado tem a proposta de desenvolver muito além do tratamento clínico, mas a saúde em todos seus aspectos, se configurando também como um condensador da comunidade, que atraia e certifique a ocupação desse território pelo coletivo do bairro.

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densidade demográfica + equipamentos de saúde e educação fonte: censo demográfico IBGE, 2010


conjunto habitacional eduardo abdelnur

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o conjunto o conjunto habitacional eduardo abdelnur, ao sul de são carlos, é da faixa 1 do programa minha casa minha vida, destinada a famílias com renda mensal correspondente a r$ 1.800,00. ainda muito recente, o conjunto vem se consolidando gradativamente e representa muito bem a realidade deste tipo de implantação política. conectado a são carlos apenas pela estrada municipal domingos zanata e ao conjunto habitacional zavaglia por outra via menor, o abdelnur apresenta configuração de uma bolha habitacional em meio rural, afastado da malha urbana e pouco atendido por equipamentos e estruturas da cidade. é composto por 936 unidades habitacionais, em uma zona na qual se consideram 5 habitantes por unidade, de acordo com o plano diretor.

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apesar de densamente povoado, o bairro não conta com o atendimento de políticas públicas. sua população depende de uma única linha de ônibus que chega ao local para se transportar, e há escassez de equipamentos, serviços, comércio, locais de trabalho e atividades, ao contrário da região central. o conjunto apresenta uma paisagem árida, existem espaços livres e um previsto sistema de recreação negligenciado que se tornaram grandes vazios urbanos em meio às habitações seriadas. seus terrenos de caráter institucional não são qualificados ou sequer zelados, e a falta de diversificação dos usos dá um caráter monótono e de abandono ao conjunto.

“o que a gente tem aqui? nada. não tem nada, não tem nem uma farmácia. olha, se você tivesse chegado aqui cinco minutos antes ia ver os carros jogando lixo aqui na frente da rua. a gente é esquecido, e se reclama ainda é ameaçado.” - depoimento de moradora do bairro ao ser questionada a respeito do conjunto


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fotos do conjunto fonte: acervo pessoal


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fig.09

implantação do conjunto abdelnur

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áreas de uso institucional sistema de recreação linha de ônibus


fig.10

os dois grandes terrenos centrais e o sistema de recreação linear destacado conformam vazios proporcionais à ausência de atendimento do bairro. por este motivo, foram escolhidos como área de intervenção para este tgi.

vista aérea do conjunto


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iii. ações projetuais


processo de espacialização

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diretrizes de espaço a espacialização do centro foi desenvolvida em paralelo a seu programa, de maneira concomitante. o processo foi pautado com base nas inquietações que existiam e nas que se revelaram durante o desenrolar do trabalho, considerando sempre a integração do bairro e sua identidade. assim, para seu desdobramento foram observadas as relações desde a escala urbana até a configuração espacial do edifício em si.


escala urbana conectar uma das principais dificuldades encontradas no trabalho com o conjunto habitacional é seu distanciamento e exclusão em relação à cidade. inicialmente, se espera que a implantação de espaços qualificados e equipamentos atraia atenção maior para a área, e que isto apareça em investimentos na mobilidade e inclusão do bairro. somado a isso, foi imaginada uma conexão entre o abdelnur e os bairros mais próximos através da continuação do trecho cicloviário existente na avenida henrique gregori, chamado de ciclovia

do parque das torres. o novo trecho se conecta não só ao conjunto eduardo abdelnur mas aos demais conjuntos mcmv situados nesta região e à linha de ciclovia já existente que, além de percorrer parte da rodovia, atende aos bairros cidade aracy e vila conceição. em seu percurso atende às ruas e avenidas mais significativas dos bairros, facilitando o acesso a outros equipamentos já estabelecidos nos mesmos.

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a rota projetada foi desenvolvida por ruas e caminhos de acesso melhor para bicicletas, baseada no mapa de ciclismo urbano desenvolvido pelo grupo ciclismo são carlos visando caminhos seguros e apropriados para ciclistas na cidade.


jardim botafogo 1

legenda

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

ciclovia existente ciclovia proposta casa da infância estrela da manhã prefeitura municipal de são carlos e.m. arthur natalino deriggi e.e. marivaldo carlos degan e.e. orlando perez escola do futuro - caic emeb afonso fiocca vitali ubs redenção e.m. carmine botta e.e. elydia benetti parque do bicão

eduardo abdelnur josé zavaglia

vila conceição 1

antenor garcia 2 3

4

cidade aracy 5

planalto verde

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o abdelnur disrupção o conjunto apresenta uma dinâmica clara de pequenas casas seriais dispostas em grelha ortogonal ao longo dos quarteirões. esse ritmo contínuo e repetitivo cria uma certa monotonia na vivência do espaço do bairro. para criar um movimento disruptivo nesta estagnação, as circulações diagonais foram valorizadas e foram criados eixos contínuos que se desdobram ao longo do programa, apresentando diferentes momentos e ações. os grandes vazios centrais foram reimaginados, o primeiro como um grande parque que traga ao bairro de aspecto árido arborização e um contato maior com a natureza para os moradores, enquanto o outro foi reservado para a implantação do equipamento.

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a ciclovia projetada penetra o bairro por sua rota principal, que comporta a única linha de ônibus, os pontos de ônibus, sistema de recreação e público, traçando um caminho fluido por uma longa praça linear. então se divide, criando a possibilidade do indivíduo seguir para o parque ou o complexo de saúde.

a partir daí, a ciclovia passa a ser acompanhada por uma larga calçada arborizada com um espaço para caminhadas e circulação valorizado ao redor dos dois quarteirões centrais. a qualificação destes espaços e a ação de repensá-los como locais atrativos tem como intenção defini-los como centralidades do bairro; há uma via de mão dupla na qual só a utilização e a ocupação desses equipamentos justifica a implantação dos mesmos.

estudo do conjunto


proposta

espaço de saúde parque

ponto de ônibus praça linear arborizada

ciclovia

pista de caminhada


área de intervenção intervalo a área escolhida para a implantação do equipamento foi um dos dois grandes terrenos centrais de caráter institucional. a escolha por este foi pautada pelo simples fato de estar na mão de entrada do ônibus no conjunto, posicionado na rua principal no sentido que o transporte público chega ao bairro. a imagem deixa claro o estado de abandono dessa área atualmente, e como ela se apresenta como um intervalo no ritmo contínuo das habitações iguais, criando um paralelo com o objetivo deste trabalho. embora a intenção seja manter um respiro neste ritmo repetitivo, isto foi feito no projeto a partir da qualificação dos espaços, diferente do caso atual em que o intervalo se dá pela ausência.

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programa do centro de saúde e convivência

diretrizes de programa além de contar com estruturas básicas como administração, materiais, recepção e salas de espera, o centro teve seu programa pensado de acordo com as condições de tratamento, prevenção e convivência, básicas à saúde mental e física, a partir do programa de saúde da família do sus (sistema único de saúde).

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sus _ saúde da família a saúde da família (sf) é um programa criado em 1994 como estratégia de organização da atenção básica do sistema único de saúde (sus), que propõe uma mudança de modelo afim de contribuir para a melhoria determinante das condições de vida da comunidade. o programa então se consolidou como a estratégia prioritária para fortalecer a atenção básica. seu desenvolvimento depende e deve estar atento às diferenças loco-regionais, realizando estudos e adquirindo maior conhecimento da área a partir do cadastramento e de ações programadas, que visam o acompanhamento contínuo e integral dos usuários e famílias. segundo o manual do ministério, equipes de saúde da família (esf) estão capacitadas a resolver aproximadamente 85% dos problemas de saúde da comunidade. para que o trabalho mantenha esse compromisso, é necessário dispor de recursos estruturais e equipamentos que viabilizem a ação destes profissionais de saúde. a concepção arquitetônica das unidades deve ser integrada ao entorno, com facilitação no acesso e seguindo os valores da comunidade local, além de certificar uma clara identificação das unidades.

“a saúde da família é uma estratégia de caráter substitutivo da atenção básica tradicional, acima de tudo, compromissada com a promoção à saúde, com as mudanças dos hábitos e padrões de vida, mediante o empoderamento dos indivíduos e famílias frente à vida. para tal, a equipe de saúde da família tem composição multiprofissional e trabalha de forma interdisciplinar. é responsável pela atenção integral continuada à saúde de uma população até quatro mil pessoas residentes em seu território de abrangência.” - Ministério da Saúde, 2018. .


abordagem de programa o que é saúde?

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por suas diretrizes e por se tratar de um equipamento que atende a um bairro afastado, no qual há uma falta de cidade no sentido mais amplo da palavra, ficou claro que um equipamento que tratasse apenas de atendimento básico (como uma upa ou ubs) não seria o suficiente para atender à demanda. foi necessário compreender saúde de maneira irrestrita, indo além dos curativos e vacinas. o centro de saúde e convivência abrange, além do atendimento clínico básico ao qual a população precisa ter acesso facilitado, uma série de outros espaços que propiciam saúde em aspecto mais extensivo, indo do tratamento de doenças à prevenção das mesmas através de alimentação e exercícios físicos, atendendo também a necessidade de cuidar da saúde mental e do bem-estar emocional. além de disponibilizar oficinas, espaços livres e atendimento psicológico, o equipamento intenta despertar um senso de pertencimento e de comunidade, sendo um espaço de convivência que traga os moradores para dentro e provoque neles o interesse e vontade de participar das atividades e manter o equipamento sempre vivo.

o projeto se desdobra a partir da intenção de ampliar o campo do atendimento básico em instituições de saúde, pensando no sentido de uma mudança paradigmática de como enxergamos este serviço. o propósito, similar ao hub do eam, é “criar um equipamento social que possa oferecer à comunidade espaços de convivência, lazer, esporte, além de tratar a saúde dos habitantes locais de forma preventiva e humanizada” (SOUZA, 2017). dessa maneira, o centro se revela como um espaço aberto para a comunidade, oferecendo ambientes de convivência, esportes e atividades que movem a saúde dos moradores do bairro para muito além do atendimento básico de uma clínica pública. com um programa diversificado de atividades e a pertinente combinação programática entre saúde, lazer e educação, o complexo de equipamentos – desenvolvidos em áreas construídas e espaços livres coerentes e permeáveis – se configura como uma combinação de centro comunitário e instituição de saúde, entregando também espaços de caráter cívico ao bairro.


atendimento básico

saúde mental

alimentação

saúde

bem-estar

esportes

recuperação convivência em coletivo


o programa o equipamento projetado para o abdelnur compreende então o funcionamento de uma esf, que atende a cerca de 4.000 pessoas. além do programa básico registrado no manual, conta também com ambientes e espaços para atividades que viabilizam um engajamento maior da comunidade com a saúde em todos seus aspectos, abrangendo um leque amplo que envolva esportes, recuperação, saúde mental e bem-estar. assim, possibilita também maior envolvimento da esf com a população do bairro e prevê ações educativas, que coloquem indivíduos de diferentes faixas etárias em contato. além do espaço de atendimento clínico convencional, conta com uma sala onde podem atender alternadamente um nutricionista, um psicólogo e um fisioterapeuta (que também conta com a piscina e quadra para o processo). próxima a ela há também uma sala para realização de palestras e oficinas, oferecendo contatos diversos com música, culinária, meditação etc.

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o calendário de atividades fica sob responsabilidade da administração, que pode desenvolvê-lo em conjunto com a equipe de saúde da família e a população local, de acordo com suas demandas. o seguinte programa foi definido seguindo as regras do manual de estrutura física das unidades básicas de saúde do ministério da saúde e de acordo com os princípios da resolução da diretoria colegiada - rdc nº 50/ anvisa/fevereiro/2002, que descreve como primeiro nível de atendimento “os estabelecimentos de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde em regime ambulatorial e de hospital dia”.


recepção recepção arquivo de prontuários espera (pelo menos 15 pessoas) sanitários (masc/fem) café

administração administração e gerência sala de reuniões e agentes de saúde almoxarifado farmácia – dispensação* e armazenamento

apoio banheiro de funcionários (com vestiário) copa e estar dml utilidades abrigo resíduos sólidos – expurgo depósito de lixo depósito de equipamentos

atendimento clínico consultório com sanitário consultório odontológico escovário – junto ao consultório equipamento odontológico vacinas/coleta/procedimentos/curativos* nebulização ambulatório

permanência sala de aula/palestra/oficina sala para atendimento (fisioterapia/nutricionista/psicólogo) vestiários apoio esportivo (depósito) quadra piscina

*necessita circulação independente do acesso principal


importância da replicabilidade o programa foi pensado como replicável, para que possa ser repetido em outros locais que necessitem de espaços e serviços como o caso do conjunto abdelnur, tendo em mente situações similares de conjuntos minha casa minha vida ou bairros caracterizados pela exclusão. considerando um estudo prévio (já previsto para as próprias equipes de saúde da família do sus) que adapte o programa às particularidades locais, ele pode ser facilmente implantado em outros bairros, também por sua escala amigável e sistemas construtivos simples. embora os edifícios tenham sido projetados levando em consideração a relação com as habitações mcmv em seu entorno, a flexibilidade do programa e as técnicas construtivas permitem que isto seja repensado para se adequar a entornos diferentes.

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“se você tiver apenas qualidade formal, fantástico, é uma forma de contribuir, mas não o suficiente. é desejável entrar em questões que importem a muitos e cujo benefício atinja o maior número possível de pessoas.” (ARAVENA, 2017)


o centro de saĂşde e convivĂŞncia

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processo de desenho situação atual atualmente, o quarteirão selecionado dispõe de um passeio para pedestres de tamanho razoável, mas muito acidentado e pouco atrativo.

proposta o projeto propõe um alargamento das calçadas para então qualificá-las. criando espaço para a ciclovia, faixas de vegetação que protejam tanto os ciclistas quanto os pedestres e que também garantam permeabilidade ao quarteirão, e uma pista ampla para passeio e corrida. estes caminhos correm pelo percurso do quarteirão e o ligam ao parque criado na outra área institucional, os unindo.

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pedestres + pista caminhada faixa arborizada proteção pedestres

barreira vegetação

ciclovia


calรงada em corte

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8,00m

1,00m

2,50m

1,50m

2,00m


disposição espacial a disposição dos equipamentos na quadra foi feita em alguns momentos, seguindo sempre a lógica de disrupção dos primeiros movimentos espaciais. os espaços foram criados também visando um percurso pelo equipamento que propicie experiências diversas, quebrando a monotonia observada no restante do bairro. momento 1: na quadra escolhida para o complexo de saúde, o eixo diagonal definido como diretriz foi evidenciado através da disposição dos edifícios e anexos. a esquina sul foi considerada a entrada para o quarteirão por ser a mais próxima ao ponto de ônibus e se localizar na via principal do bairro. é ligada pelo eixo diagonal principal à esquina norte.

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momento 2: a quadra esportiva, por seu potencial atrativo para os moradores, foi disposta próxima à esquina sul, orientada no eixo norte-sul para que tenha maior aproveitamento. sua implantação foi feita enterrada em relação ao nível da rua, criando uma arquibancada extensa e posicionando a quadra no mesmo nível que o bloco esportivo. o edifício foi colocado como uma ligação entre a quadra e a piscina, que fica no ponto mais baixo do quarteirão.


piscina apoio esportivo + atendimento

praรงa seca de acesso

momento 1

quadra enterrada

momento 2


disposição espacial momento 3: o bloco de atendimento da saúde da família foi disposto com a mesma orientação que os outros equipamentos, posicionado em relação à marquise principal e próximo à esquina oeste, onde ficam o acesso de emergência e a área de carga e descarga de apoio. momento 4: os fluxos principais foram demarcados e hierarquizados para tornar possível a criação de percursos no quarteirão, em função dos equipamentos já dispostos.

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saĂşde da famĂ­lia

momento 3

momento 4


implantação a partir dos fluxos principais foi traçado um percurso pelo quarteirão que alterna entre espaços de estar (permeáveis e não permeáveis) e espaços de circulação, entremeados por canteiros gramados e muita arborização para criar uma situação melhor de conforto. na praça gerada entre os dois edifícios existe também um café para atender aos usuários. por se tratar de um local com grande incidência solar e altas temperaturas, além da arborização ficou claro que era necessário outra forma de proteção e cobertura para estes ambientes, e a partir dessa necessidade foi criada uma marquise que demarca o eixo principal e os caminhos entre os equipamentos do centro.

0

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10

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a quadra a quadra poliesportiva localizada próxima à esquina sul do centro foi implantada com um desnível de 2 metros em relação a rua, que possibilitou a arquibancada.

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escoamento pluvial



o desenho da marquise a marquise foi desenhada criando espaços cobertos e descobertos de estar e circulação. demarcando o eixo diagonal principal, ela estabelece uma conexão entre as diferentes atividades no centro comunitário. além disso, o conjunto habitacional possui um comércio informal nas próprias habitações, feito pelos moradores que não têm espaço adequado para isso. com isto em vista, a extensa área coberta da marquise prevê a utilização aos domingos para a realização de uma feira feita pelos próprios moradores, incentivando assim o engajamento e a permanência no centro.

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os equipamentos e percursos atendidos pela marquise

a forma final da marquise feita para atender aos equipamentos e รกreas de estar e passagem.


o desenho da marquise seus pilares de diâmetro 0,22m compreendem vãos de 5 metros, não seguindo uma malha ortogonal convencional, mas sendo disposto em um raio de 5 metros um do outro. em certo momento, ela se divide para atender a arquibancada e o percurso em níveis diferentes. sua cobertura é uma laje impermeabilizada de 0,20m de altura com platibandas de 0,40m.

a disposição dos pilares que se relacionam entre si por raios de 5 metros de distância

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implantação final

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b a’

b’ a


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bloco de saĂşde da famĂ­lia

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implantação próximo à avenida principal, o edifício térreo tem o acesso para o público voltado para a marquise e também um acesso de ambulância para caso de emergência. tanto este quanto o outro bloco foram projetados em escala amigável e similar à das habitações. era importante para o trabalho que o centro de permanência se destacasse mas mantivesse a relação com o entorno.

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planta baixa projetado em uma malha com vão de 5m entre os pilares, o edifício foi articulado ao redor de seu pátio interno, que contribui para a ventilação e a iluminação de todo o bloco. possui dois acessos na fachada leste, onde está a marquise: um principal, e um acesso independente para farmácia e procedimentos (vacina, curativos etc) - como especificado no manual. na fachada oeste ficam o acesso de funcionários e carga e descarga de materiais - junto ao estacionamento de serviço - e a saída de lixo e materiais contaminados, separada de todo o resto. com estrutura de concreto armado, seu fechamento é feito de concreto e caixilharia de alumínio. 0

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ambulatório

vestiário func.

vestiário func.

copa + estar func.

dml

utilidades

almox.

farmácia armaz.

c

expurgo

lixo comum

farmácia dispensação

administração gerência

pátio interno

procedimentos

sala de reunião

espera

sub-espera

nebulização

consultório geral

san.

equip. odonto

escovário

recepção consultório odonto

san.

san. pne

san.

san. pne

c’


planta mobiliada como solução para a privacidade e conforto térmico, as fachadas norte, leste e oeste contam com brises vegetais e brises mistos de concreto nas janelas, além de uma marquise em balanço no acesso de procedimentos. o pátio é mobiliado com bancos para momentos de estar e contemplação. há também espelhos d’ água que além de ajudarem com o conforto térmico funcionam para captação de chuva, como pequenas piscinas de água pluvial tratada, onde desembocam os condutores das calhas. embora não seja capacitado para atender urgências, conta com um ambulatório onde eventuais pacientes de emergência podem ser atendidos enquanto aguardam o transporte para outra unidade de saúde. 0

85

5

10



ambulatório

apoio

administração

pátio percurso de emergência

recepção

87

diagramas

atendimento clínico


saída lixo + material contaminado acesso funcionários e carga + saída ambulatório

acesso principal fechamento em vidro acesso procedimentos + farmácia

caminho pátio interno


fachadas

fachada leste

fachada oeste

89


0

fachada norte

fachada sul

5

10


bloco de esportes e atendimento

91



implantação para atender e conectar os equipamentos esportivos, o edifício foi implantado no eixo norte-sul e entre a piscina e a quadra.

o edifício abriga não apenas as salas atendimento e oficinas e vestiários, mas cria intermeio para os equipamentos que podem vistos como uma praça seca e uma molhada, níveis diferentes.

0

93

10

20

de um ser em



planta baixa projetado com a mesma malha de vão 5m, este edifício também conta com um pátio, mas externo. é a conexão entre a piscina e a quadra, e possui um corredor largo sem fechamentos, apenas coberto, que realiza essa ligação entre os equipamentos. possui um acesso principal na fachada oeste, voltado para a marquise e o café do centro, e um na fachada sul que se abre para o pátio e a quadra..

0

95

5

10


vestiário

atendimento nutri + fisio + psi

oficinas + aulas

depósito equip. esportivo

d espera

d’

sanitário vestiário

recepção

pátio externo


planta mobiliada assim como no bloco de saúde da família, uma das soluções para o conforto térmico é o brise vegetal na fachada norte do edifício. no pátio externo há um espelho d’água para captação de chuva onde desembocam os condutores da calhas. os vestiários foram pensados para comportar em dias de grande movimento até 10% dos moradores do bairro, seguindo o estipulado pela RDCnº50 de um vaso sanitário para cada 20 usuários.

0

97

5

10



99

diagramas


acesso pátio

eixo de conexão piscina +quadra

apoio atendimento clínico acesso principal

recepção

pátio


fachadas

fachada norte

fachada sul

101


0

fachada leste

fachada oeste

5

10


cortes de projeto

103



cortes dos edifícios

bloco de saúde da família

corte cc’

105


0

bloco de esportes e atendimento

corte dd’

5

10


cortes do quarteirĂŁo

107



109



111



detalhes

113



soluçþes estruturais concreto moldado no local

armadura de continuidade

0,2m armadura saliente 0,15m

pilar de concreto

ligação pilar - viga - laje 115

painel alveolar

0,3m

viga de concreto


argamassa de regularização (inclinação = 2%)

lã de vidro (conforto térmico) manta asfáltica

placas de concreto pré-moldadas pingadeira

platibanda

viga laje

cobertura laje impermeabilizada


soluçþes de conforto

0,8m

0,2m

0,07m

2,5m

voltado para o norte

brises mistos de concreto 117


haste metálica para tensionamento dos cabos (pode ser engastada ao brise de concreto ou na própria parede)

cabo em aço inox

trepadeira “sete léguas”

sistema em plástico injetado para jardim vertical saco de plantio e nutrientes suporte metálico parafusado ao concreto

pingadeira metálica

referência de fachada com brise vegetal

brises vegetais fig.11


tipos de vegetação

fig 12: jasmim-manga

119

fig 12: alfeneiro

fig 13: jaboticabeira

ig 14: aroeira


fig 15: amoreira preta

fig 16: ipĂŞ


121


o projeto do bloco de atendimento permite que seja planejada uma expansão no futuro, se necessário, no local que agora está qualificado como uma praça (com árvores de pequeno porte apenas). enquanto a área de apoio também conta com espaço para pequena expansão na esquina oeste.

o projeto no tempo é sempre importante pautar as transformações que poderão ocorrer no projeto com o decorrer do tempo. este centro foi projetado para uma população de aproximadamente 4.500 pessoas, enquanto o número de habitantes do conjunto só tende a crescer. o bloco esportivo foi projetado para atender a uma capacidade maior de usuários do que o número atual.

além disso, este projeto não tem a abrangência necessária para sanar todos os problemas e carências do conjunto, mas se apresenta como um primeiro passo em direção à entrega dos direitos dos moradores que foram excluídos da cidade. ainda que possa contribuir para a especulação imobiliária da região, essas pessoas precisam de equipamentos, de saúde, educação, serviços e convivência. e, como mencionado anteriormente, o centro de saúde e convivência foi projetado com grande atenção para sua replicabilidade, para que esta iniciativa se repita em outros espaços onde há a necessidade.


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lista de figuras fig. 01: http://rodes-to.com.br/site/project/construcao-de-500-unidades-habitacionais-programa-minha-casa-minha-vida-em-colinas-do-tocantins-to/ fig. 02: https://www.archdaily.com/803544/rehovot-community-center-kimmel-eshkolot-architects fig. 03: https://www.archdaily.com.br/br/880817/escritorio-brasileiro-recebe-mencao-honrosa-em-concurso-internacional-para-instalacoes-de-saude fig. 04: https://www.archdaily.com.br/br/880817/escritorio-brasileiro-recebe-mencao-honrosa-em-concurso-internacional-para-instalacoes-de-saude fig. 05: https://www.archdaily.com.br/br/880817/escritorio-brasileiro-recebe-mencao-honrosa-em-concurso-internacional-para-instalacoes-de-saude fig. 06: https://www.archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df fig. 07: https://www.archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df fig. 08: https://www.archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df fig. 09: rps engenharia eireli fig. 10: google earth fig. 11: http://construindodecor.com.br/wp-content/uploads/2014/11/fachada-verde.jpg fig. 12 - 16: https://www.mrcutout.com/

as demais imagens sĂŁo da autora.



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