Clínica Veterinária TFG Marina Guerreiro

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ ARQUITETURA E URBANISMO . 2012

CLÍNICA VETERINÁRIA MARINA GABRIELA GUERREIRO


CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

PROJETO DE UMA CLÍNICA VETERINÁRIA NA CIDADE DE VIRADOURO/SP.

MARINA GABRIELA GUERREIRO

Ribeirão Preto 2012


MARINA GABRIELA GUERREIRO

PROJETO DE UMA CLÍNICA VETERINÁRIA NA CIDADE DE VIRADOURO/SP.

Trabalho apresentado ao Centro Universitário Barão de Mauá, como exigência para a conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo Orientador: Professor Roberto Ferreira

Ribeirão Preto 2012.


AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar a Deus, por permitir que eu realizasse mais um sonho em minha vida e que pudesse subir mais um degrau em busca de meus objetivos.

Ao meu orientador, Professor Roberto Luiz Ferreira, pela dedicação, paciência e válidas sugestões.

Aos demais professores, por estarem sempre prontos para atender nossas dificuldades.

Aos meus pais, Luiz e Lurdinha, por estarem sempre presentes dando-me apoio, estímulo e muito amor.

Ao Veterinário Newton Fernandes Morelli, Pontes Gestal e aos seu ajudante auxiliar Luiz Henrique Rodrigues, por aceitar que eu visitasse a sua Clínica e com ela realizasse o meu estudo de caso.

À Construtora Empreendimento Imobiliário Guerreiro Ltda., por acreditar em meu potencial e fornecer os dados da área para a realização deste trabalho.


RESUMO

O objetivo deste trabalho foi realizar um projeto arquitetônico para uma Clínica Veterinária Pública na cidade de Viradouro/SP., apresentando os dados fundamentais para a elaboração deste, assim como também o objetivo e suas intenções formais. Como objetivos específicos, apresentou-se o contexto da arquitetura contemporânea, arquitetura sustentável e arquitetura hospitalar; abordou-se a história e evolução da medicina veterinária; enfatizou-se a importância do projeto arquitetônico; descreveu-se sobre metodologias de projetos arquitetônicos; destacou-se a necessidade dos projetos arquitetônicos para Clínicas Veterinárias; apresentou-se três referências projetuais e um estudo de caso. A motivação para a escolha deste tema se deve à necessidade de se buscar maiores conhecimentos acerca de um projeto arquitetônico de uma Clínica Veterinária Pública, visto que, falar de projetos em arquitetura é entender a sua transversalidade com outras áreas, como qualidade do ambiente construído, conforto ambiental, psicologia ambiental, dentre outras, em razão de que nos últimos anos, a complexidade do projeto e a exigência da qualidade ambiental das construções têm aumentado significativamente. Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica, buscando-se em renomados autores sobre o assunto, todo o referencial teórico necessário à concretização do objetivo proposto. Também realizou-se um projeto para uma Clínica Veterinária Pública na cidade de Viradouro, levando-se em consideração a escolha do local, do material; o trabalho com elementos luz e ventilação naturais; considerou-se o meio ambiente no entorno da clínica e a sustentabilidade, bem como a qualidade de vida dos animais, o conforto, bem estar, a biossegurança, unindo a estética com a funcionalidade.

Palavras-chave: Arquiterura. Projeto arquitetônico. Clínica Veterinária.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Hospital Sarah Kubitschek em Brasília.................................................................................................................................................. 5 Figura 2: Sistema Drywall que pode ser usado em qualquer ambiente hospitalar................................................................................................ 8 Figura 3: Sistema de revestimento com chapas Drywal....................................................................................................................................... 9 Figura 4: Esquema explicativo do sistema de ventilação do hospital Sarah Kubitschek...................................................................................... 12 Figura 5: Vista aérea do Hospital Sarah Kubitschek no Rio de Janeiro................................................................................................................ 12 Figura 6: Jardins internos no Hospital do Aparelho Locomotor, Salvador-BA, de João Filgueiras Lima........................................................... 13 Figura 7: Planta Baixa do Pavimento Térreo do Hospital Fêmina……………………………………………………………………………… 18 Figura 8: Distribuição do coeficiente de luz no quarto do Hospital Fêmina........................................................................................................ 22 Figura 9: Esquema em planta baixa da ventilação cruzada nas internações do Hospital Fêmina........................................................................ 23 Figura 10: Fachada da Clínica Odontológica de Orlândia................................................................................................................................... 33 Figura 11: Simplicidade do volume e engenhosidade nos detalhes..................................................................................................................... 33 Figura 12: Fachada lateral da Clínica................................................................................................................................................................... 34 Figura 13: Acesso principal da Clínica................................................................................................................................................................. 34 Figura 14: O alpendre junto à esquina marca a entrada da clínica e abriga o acesso principal............................................................................ 35 Figura 15: Junto aos painéis de madeira, a circulação de clientes....................................................................................................................... 35 Figura 16: Área destinada ao apoio...................................................................................................................................................................... 36 Figura 17: A caixa de vidro suspensa é abrigada pelo pórtico de concreto......................................................................................................... 36 Figura 18: Feixe de luz brota do vão entre a empena e a laje............................................................................................................................... 37 Figura 19: Painel de ripas de madeira que protege a fachada norte..................................................................................................................... 37 Figura 20: Corte da Clínica Odontológica de Orlândia....................................................................................................................................... 38


Figura 21: Corte transversal da Clínica Odontológica de Orlândia..................................................................................................................... 40 Figura 22: Corte transversal do acesso da Clínica Odontológica de Orlândia..................................................................................................... 40 Figura 23: Croqui da Clínica Odontológica de Orlândia...................................................................................................................................... 41 Figura 24: A esplanada e os dois edifícios: à esquerda, a biblioteca; à direita, o ambulatório............................................................................. 44 Figura 25: Planta do andar térreo.......................................................................................................................................................................... 45 Figura 26: Implantação.......................................................................................................................................................................................... 47 Figura 27: Biblioteca e Ambulatório..................................................................................................................................................................... 49 Figura 28: Biblioteca e aos fundos ambulatório de fisioterapia............................................................................................................................ 50 Figura 29: Detalhe do interior das rampas. A grande abertura possibilita iluminar o interior do edifício........................................................... 50 Figura 30: O conjunto de quatro pilares, em forma de “mesa”, compõe um dos quatro pontos de apoio da biblioteca...................................... 51 Figura 31: Sistema estrutural da Biblioteca........................................................................................................................................................... 53 Figura 32: Conjunto arquitetônico: a) Vista do bloco principal do Hospital Sarah Asa Sul; b) Complexo do Hospital Sarah Asa Sul.............. 55 Figura 33: Principais usos do Hospital Sarah Sul................................................................................................................................................. 55 Figura 34: a) Planta baixa do térreo do HDAL; b) Planta baixa do subsolo1 e c) Planta baixa do subsolo 2...................................................... 56 Figura 35: a) Planta baixa do térreo do HDAL; b) Planta baixa do subsolo1 e c) Planta baixa do subsolo 2. ................................................... 57 Figura 36: Planta Enfermaria................................................................................................................................................................................ 57 Figura 37: Vista da fachada principal do Hospital Asa Sul................................................................................................................................. 60 Figura 38: Perspectiva da espera do ambulatório. Área de apoio ás consultas, dentro do ambulatório do Hospital........................................... 60 Figura 39: Vista geral a partir do lago.................................................................................................................................................................. 61 Figura 40: Cais e Ginásio...................................................................................................................................................................................... 61 Figura 41: Montagem da estrutura........................................................................................................................................................................ 61 Figura 42: Escola de excepcionais......................................................................................................................................................................... 62


Figura 43: Enfermaria............................................................................................................................................................................................ 62 Figura 44: Cais....................................................................................................................................................................................................... 62 Figura 45: Hospital Sarah Brasília......................................................................................................................................................................... 63 Figura 46: Clínica veterinária Pontes Gestal......................................................................................................................................................... 65 Figura 47: Área verde próxima à Clínica Pontes Gestal....................................................................................................................................... 65 Figura 48: Andar inferior e superior...................................................................................................................................................................... 56 Figura 49: Acesso ao andar superior...................................................................................................................................................................... 56 Figura 50: Corredor lateral com entulhos.............................................................................................................................................................. 67 Figura 51: Entulhos no local de abrigo dos animais.............................................................................................................................................. 67 Figura 52: Animais internados de maneira inadequada...................................................................................................................................... 68 Figura 53: Pouca iluminação natural................................................................................................................................................................... 68 Figura 54: Uso de ventilador............................................................................................................................................................................... 69 Figura 55: Local inadequado para depósito de medicamentos........................................................................................................................... 69 Figura 56: Depósito de medicamentos se ventilação natural.............................................................................................................................. 70 Figura 57: Ausência de acessibilidade ao deficiente físico................................................................................................................................. 70 Figura 58: Plano de massa da clinica vizitada .....................................................................................................................................................71 Figura 59: Localização de Viradouro no Estado de São Paulo........................................................................................................................... 72 Figura 60: Acesso à cidade de Viradouro............................................................................................................................................................ 73 Figura 61: Trevo de acesso à Viradouro.............................................................................................................................................................. 73 Figura 62: Trevo de acesso à Viradouro............................................................................................................................................................... 74 Figura 63: Imagem aérea de Viradouro .................................................................................................................................................................74


Figura 64: Praça da Matriz em Viradouro............................................................................................................................................................ 74 Figura 65: Praça da Matriz em Viradouro...............................................................................................................................................................75 Figura 66: Mapa da cidade de Viradouro................................................................................................................................................................75 Figura 67:Mapa do uso do solo................................................................................................................................................................................76 Figura 68: Equipamento Urbano...............................................................................................................................................................................77 Figura 69: Mapa de Topografia.................................................................................................................................................................................78 Figura 70: Foto leitura urbana...................................................................................................................................................................................79 Figura 71: Foto do terreno escolhido........................................................................................................................................................................80 Figura 72: Foto terreno escolhido.............................................................................................................................................................................81 Figura 73: Bairro com energia elétrica e asfalto.......................................................................................................................................................81 Figura 74: Bairro Nova Viradouro II ...................................................................................................................................................................82 Figura 75: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro...........................................................................................................................................84 Figura 76: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro...........................................................................................................................................85 Figura 77: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro..........................................................................................................................................85 Figura 78: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro..........................................................................................................................................86 Figura 79: Plano de massa do projeto......................................................................................................................................................................87 Figura 80: Planta com layout e acessos...................................................................................................................................................................88 Figura81: Planta com layout...................................................................................................................................................................................89 Figura82: Planta com cotas...................................................................................................................................................................................90 Figura83: Imagem 3D...........................................................................................................................................................................................91 Figura84: Imagem 3D...........................................................................................................................................................................................92


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................................................................................

1

CAPÍTULO 1 - ASPECTOS GERAIS DA ARQUITETURA..............................................................................................................................

4

1.1 Conceito de arquitetura...........................................................................................................................................................................................

4

1.2 Arquitetura contemporânea.....................................................................................................................................................................................

4

1.3 Arquitetura sustentável...........................................................................................................................................................................................

6

1.4 Arquitetura hospitalar sustentável...........................................................................................................................................................................

9

CAPÍTULO 2 – IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS ARQUITETÔNICOS NO PLANEJAMENTO DO AMBIENTE HOSPITALAR.....

15

2.1 O projeto arquitetônico............................................................................................................................................................................................. 16 2.2 Projeto arquitetônico hospitalar …………………………………………………………………………………………………………………..

17

2.2.1 Fluxos Hospitalares……………………………………………………………………………………………………………………………… 19 2.2.1.1 Setorização…………………………………………………………………………………………………………………………………….. 20 2.2.1.2 Circulação……………………………………………………………………………………………………………………………………… 21 2.2.1.3 Flexibilidade…………………………………………………………………………………………………………………………………… 21 CAPÍTULO 3 – CLÍNICAS VETERINÁRIAS: CARACTERIZAÇÃO E ASPECTOS RELEVANTES.......................................................

24

3.1 Definição de clínica veterinária.................................................................................................................................................................................. 24 3.2 Registro do estabelecimento....................................................................................................................................................................................... 24 3.3 As instalações.............................................................................................................................................................................................................. 25 3.4 Os serviços disponibilizados em clínicas veterinárias................................................................................................................................................ 26 3.5 O planejamento da obra............................................................................................................................................................................................. 28 3.6 Legislação................................................................................................................................................................................................................... 29


3.7 Biossegurança na clínica veterinária......................................................................................................................................................................... 29 3.8 O conforto e bem estar do animais............................................................................................................................................................................ 31 CAPÍTULO 4 – ELABORAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA CLÍNICA VETERINÁRIA............................................. 32 4.1 Referências projetuais............................................................................................................................................................................................... 32 4.1.1 A Clínica Odontológica de Orlândia/SP................................................................................................................................................................ 32 4.1.2 Biblioteca e Ambulatório de Fisioterapia da PUC de Campinas............................................................................................................................ 43 4.1.3 Hospital da Rede Sarah em Brasília........................................................................................................................................................................ 54 CAPÍTULO 5 - ESTUDO DE CASO............................................................................................................................................................................ 65 CAPÍTULO - 6 PROJETO DA CLÍNICA VETERINÁRIA DE VIRADOURO.................................................................................................... 71 6.1 A cidade de Viradouro............................................................................................................................................................................................... 71 6.2 A escolha do terreno.................................................................................................................................................................................................... 79 6.3 Programa de necessidades da clínica veterinária pública............................................................................................................................................ 81 6.4 Materiais utilizados..................................................................................................................................................................................................... 83 6.5 Croquis........................................................................................................................................................................................................................84 Plano de massa.................................................................................................................................................................................................................87 Planta de layout com acessos............................................................................................................................................................................................88 Planta com layout................................................................................................................................................................................................................89 Planta com cota..................................................................................................................................................................................................................90 Imagem 3D.........................................................................................................................................................................................................................91 Imagem 3D.........................................................................................................................................................................................................................92 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................................................................... 93 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................................................................................... 95 ANEXO A – DECRETO Nº 40.400/95........................................................................................................................................................................... 98 ANEXO B - ROTEIRO DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE ARQUITETURA DE EDIFICAÇÃO ................... 106 ANEXO C- PORTARIA MINISTÉRIO DA SAÚDE N. 1.884/94............................................................................................................. 115


APÊNDICES................................................................................................................................................................................................................... 117


INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO

animais domésticos de pequeno porte, como cães e gatos, entre outros, disponibilizando um atendimento clínico, por meio de

Entre homens e animais, promover a atenção e a saúde dos bichos de estimação, de guarda ou de companhia tornou-se uma necessidade.

exames de raios-x, vacinação preventiva, exames laboratoriais e até intervenções cirúrgicas, seguidas de internamento. No Estado de São Paulo as atividades desenvolvidas pelas

Atualmente quase todas as residências nas cidades modernas

Clínicas Veterinárias são estabelecidas pelo Decreto nº 40.400/95,

possuem bichos de estimação e o Veterinário representa para eles o

em seu artigo 1º, parágrafo II, conforme se segue: “estabelecimento

mesmo que médico representa para os seres humanos. Isso levou à

onde os animais são atendidos para consulta, tratamento médico e

necessidade da existência das clínicas de atendimento veterinário,

cirúrgico, com funcionamento em horário restrito, podendo ter, ou

assim como os hospitais, os postos de saúde e os consultórios

não, internação de animais atendidos” (IGF, 2010).

médicos.

Esses estabelecimentos veterinários, ainda de acordo com

O público consumidor das clínicas veterinárias é amplo e

dados do IGF (2010), necessitam serem mantidos nas mais perfeitas

composto por donos de animais, que buscam nesses locais a saúde e

condições de ordem e higiene, inclusive quanto às instalações,

a aparência de seus bichinhos de estimação. Por isso, esse

equipe de profissionais e material.

empreendimento, de preferência, precisa estar localizado em um

Diante do apresentado até aqui, este trabalho propôs a criação

imóvel amplo, de fácil acesso e que possua estacionamento, bem

de um projeto arquitetônico de uma Clínica Veterinária pública,

como dispor de uma infra-estrutura necessária para sua instalação e

especializada no ramo de clínica e cirurgia de pequenos animais de

propiciar o seu crescimento.

famílias carentes, com baixo poder aquisitivo e daqueles que vivem

De acordo com Goes (2004), uma clínica veterinária é um

soltos e abandonados pelas ruas da cidade. Por isso, este projeto

empreendimento voltado para o atendimento à saúde e estética de

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apresentou um diferencial, desde a arquitetura contemporânea do

apresentando os dados fundamentais para a elaboração deste, assim

prédio, bem como no programa de necessidades da clínica.

como também o objetivo e suas intenções formais.

Com este projeto arrojado, caracterizado por espaços amplos,

Para

isto

apresentou-se

o

contexto

da

arquitetura

conceito moderno e serviços diferenciados, a Clínica busca ser uma

contemporânea, arquitetura sustentável e arquitetura hospitalar;

referência na cidade de Viradouro/SP, pioneira nas questões

abordou-se a história e evolução da medicina veterinária; enfatizou-

ambientais, visto que contará com iluminação e ventilação naturais e

se a importância do projeto arquitetônico; descreveu-se sobre

abundantes em todas as dependências do empreendimento, bem

metodologias de projetos arquitetônicos; destacou-se a necessidade

como o aproveitamento da água das chuvas e acessibilidade de

dos projetos arquitetônicos para Clínicas Veterinárias.

pessoas com necessidades especiais. Tudo em prol dos pequenos

Justifica-se este trabalho pela necessidade de se buscar

animais que não puderam, até então, receber um tratamento

maiores conhecimentos acerca de um projeto arquitetônico de uma

adequado em termos de saúde.

Clínica Veterinária Pública, visto que, falar de projetos em

Um projeto arquitetônico de uma Clínica Veterinária tem

arquitetura é entender a sua transversalidade com outras

áreas,

como objetivo o atendimento das funções determinadas pelo setor,

como qualidade do ambiente construído, conforto ambiental,

bem como contribuir para o desempenho das atividades terapêuticas

psicologia ambiental, dentre outras, em razão de que nos últimos

nos pequenos animais, de forma a não causar nenhum dano à saúde

anos, a complexidade do projeto e a exigência da qualidade

dos bichos que ali permanecem para tratamento, bem como do meio

ambiental das construções têm aumentado significativamente.

ambiente, como contaminação por proximidade entre áreas funcionais ou até mesmo fluxos de materiais contaminados.

Em um mundo globalizado, com a ocorrência diária de evoluções tecnológicas em todas as áreas, com consumidores cada

Este trabalho buscou realizar um projeto arquitetônico para

vez mais exigentes e conhecedores das mais variadas novidades que

uma Clínica Veterinária Pública na cidade de Viradouro/SP,

se apresentam, as empresas se vêm pressionadas a se adequarem

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para melhor atender as expectativas e necessidades de seus clientes.

mostrar que o projeto arquitetônico para Clínicas veterinárias pode

Considerando-se que as Clínicas Veterinárias são também empresas,

proporcionar um aumento na qualidade e excelência nos serviços

cabe ao seu gestor a responsabilidade de planejamento das

prestados, conciliando qualidade de vida, sustentabilidade e bem

estratégias que levem à otimização dos resultados esperados, bem

estar dos animais e de seus respectivos donos, otimizando os

como atender o cliente com qualidade, satisfazendo-lhe suas

resultados e apresentando um diferencial competitivo.

necessidades. Sendo assim, planejar adequadamente uma Clínica

Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa

Veterinária, por meio de projetos arquitetônicos é uma forma de

bibliográfica, buscando-se em renomados autores sobre o assunto,

alcançar tais objetivos, embora esta seja uma técnica ainda não

todo o referencial teórico necessário à concretização do objetivo

muito discutida na área da saúde animal. Contudo, são vários os

proposto.

benefícios que o gestor destes empreendimentos poderá obter com

Quanto à elaboração do projeto arquitetônico da Clínica

um adequado projeto de arquitetura, dente os quais, os mais

Veterinária, este foi baseado em três obras já existentes, que

importantes são: maior qualidade na prestação dos serviços e no

forneceram as noções de como deveria ser o local e quais conceitos

atendimento aos clientes, agilidade, segurança, bem como a

formais deveriam ser utilizados.

inovação e competitividade. Desta forma, a arquitetura na área veterinária pode ser considerada um diferencial para a empresa, no sentido de a destacar perante a concorrência, no sentido de unir a estética com a praticidade e segurança. Assim, este trabalho busca alcançar o objetivo proposto, através das idéias dos diversos autores pesquisados, bem como dos modelos selecionados, na intenção de

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1 CAPÍTULO

ASPECTOS GERAIS DA ARQUITETURA


dade e clareza – o que confere à obra o seu caráter de permanência, isto sim é arquitetura”.

CAPÍTULO 1 - ASPECTOS GERAIS DA ARQUITETURA

Neste capítulo apresenta-se o conceito de arquitetura, de arquitetura contemporânea, sustentável e hospitalar.

Outro conceito de arquitetura é apresentado por De Botton (2006), quando ensina que a arquitetura, traduzida como construção, é aquela que se relaciona com a arte ou a técnica de projetar e

1.1 Conceito de arquitetura

edificar o ambiente habitado pelo homem, de forma a organizar o espaço e seus elementos, ordenando com estética os componentes

Para conceituar arquitetura buscou-se em um arquiteto e urbanista brasileiro, Lúcio Costa, (apud LEMOS, 1980, p. 38-9), a seguinte afirmação:

em qualquer situação de arranjo espacial. De acordo com Le Corbusier, um dos mais importantes arquitetos do século XX, a arquitetura: “ trata-se de um jogo sábio,

“(...) arquitetura é aquela construção que enquanto satisfaz apenas às exigências técnicas e funcionais – não é ainda arquitetura; quando se perde em intenções meramente decorativas – tudo não passa de cenografia; mas quando – popular ou erudita – aquele que a ideou pára e hesita ante a simples escolha de um espaçamento de pilar ou de relação entre altura e a largura de um vão e se detém na procura obstinada da justa medida entre cheios e vazios, na fixação dos volumes e subordinação deles a uma lei e se demora atento ao jogo de materiais e seu valor expressivo – quando tudo isso se vai pouco a pouco somando, obedecendo aos mais severos preceitos técnicos e funcionais, mas também àquela intenção superior que seleciona, coordena e orienta em determinado sentido toda essa massa confusa e contraditória de detalhes, transmitindo assim ao conjunto ritmo, expressão, uni-

correto e magnífico dos volumes reunidos sob a luz” (BOESIGER, 1998, p. 203).

1.2 Arquitetura contemporânea

A arquitetura, assim como ocorreu com as demais artes, também passou por uma evolução ao longo dos tempos, buscando novas técnicas e diferentes materiais para desenvolver diversos tipos de edificações,

visto

que,

diante das transformações

que

aconteceram e vêm acontecendo no mercado industrial, os métodos e

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objetivos tradicionais de composição arquitetônica deixaram de ter

quais é visível a preocupação com a humanização dos espaços e o

efetiva validade frente ao novo contexto tecnológico.

conforto ambiental dos edifícios, por meio da exploração

Foi após o ano de 1840 que os grandes nomes ligados à arquitetura deram início à busca por novas formas para tratar com os

das

condições naturais dos locais onde estão inseridos, conforme se pode observar na figura 1:

problemas construtivos. A primeira inovação no desenvolvimento da arquitetura contemporânea ocorreu no ano de 1941, quando uma empresa, de propriedade de Joseph Paxton, a Crystal Palace, desenvolveu um espaço criado com elementos pré-fabricados de aço e vidro, além do ferro, através de novas tecnologias, trazendo um outro

mais

novo

conceito

de

beleza,

o

que

influenciou

significativamente o design das edificações em prol de um maior funcionalismo, em razão das necessidades sociais e culturais da modernidade. Neste sentido, vale destacar Zevi (2002), quando ressalta que tais necessidades se ligam à arquitetura contemporânea, que propõe obras que proporcionam melhores condições de vida para a

Figura 1: Hospital Sarah Kubitschek em Brasília

sociedade, visto que a arquitetura e a sociedade em geral possuem as

Fonte: Mascarello (2005)

mesmas perspectivas. Um exemplo da arquitetura contemporânea pode ser mostrado por meio das obras de João Figueiras Lima “O Lelé”, nas

Os

hospitais

projetados

por

Lelé,

conforme

afirma

Mascarello (2005), promovem ambientes adaptados ao clima do

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local e com baixo consumo de energia, com o uso de proteções para

parte do habitat vivo, estreitamente relacionado ao ambiente, à

radiação solar, aproveitamento das brisas, inércia térmica dos

sociedade, ao clima, à região e ao planeta. A arquitetura sustentável,

materiais, umidificação dos espaços e emprego da luz natural, por

portanto, é aquela que constrói causando o menor impacto ambiental

meio da utilização dos elementos de arquitetura.

possível,

promove

maiores

ganhos

sociais

e

é

viável

economicamente. 1.3 Arquitetura sustentável

Em

um

projeto

de

arquitetura

que

preza

pela

sustentabilidade a atenção é dada para todo o ciclo de vida da Nos dias atuais muito se tem discutido sobre a questão do

edificação, para sua utilização, manutenção e sua reciclagem ou

meio ambiente, em virtude da relação intrínseca existente entre

demolição e o caminho para a sustentabilidade exige muito

qualidade de vida e a própria vida dos seres humanos, com um

conhecimento e criatividade de cada parte envolvida. Isto significa

ambiente equilibrado. Conforme afirma Dias (2007), trata-se de uma

que o profissional deve sempre buscar por soluções que cheguem

questão complexa, enquadrando-se no conjunto dos problemas

mais perto da perfeição, ou seja, de uma arquitetura mais

contemporâneos, cabendo a cada um contribuir para que cesse, ou,

sustentável. Contudo, Yeang (1999) argumenta que a expansão da

que se reduza ao máximo, a degradação ambiental.

tecnologia tem proporcionado soluções mais eficientes para isto.

Em se tratando de arquitetura, atualmente são os edifícios

Segundo dados extraídos do site da ASBEA (2009), alguns

os maiores causadores de impactos à natureza, pois eles consomem

princípios devem ser seguidos para um projeto de arquitetura

grande parte da energia usada nos países desenvolvidos e produzem

sustentável, quais sejam:

a maioria dos gases que vem modificam o clima. Por isso, há uma

- Avaliar o impacto sobre o meio ambiente, de forma a

grande preocupação com a arquitetura sustentável, a qual contesta a

evitar algum tipo de dano, respeitando elementos naturais como o ar,

idéia do edifício como obra de arte e passa a compreendê-lo como

a água, o solo, a flora, a fauna e o ecossistema;

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- Implantar e analisar o entorno;

tranformará em requisito, pois insere-se na necessidade urgente de

- Selecionar materiais atóxicos, recicláveis e reutilizáveis;

melhores indicativos de qualidade de vida.

- Minimizar e reduzir resíduos; - Valorizar a inteligência nas edificações de forma a otimizar o uso;

Portanto, ainda dados da ASBEA (2009) revelam que os principais benefícios de um projeto de arquitetura sustentável são: - redução dos custos de investimento e de operação;

- Promover a eficiência energética, enfatizando as fontes alternativas;

- imagem, diferenciação e valorização do produto; - redução dos riscos;

- Reduzir o consumo de água;

- mais produtividade e saúde do usuário;

- promover a qualidade ambiental interna;

- novas oportunidades de negócios;

- Usar uma arquitetura bioclimática.

- satisfação de fazer a coisa certa.

Uma vez seguidos estes princípios, as vantagens de um projeto sustentável, ainda conforme dados da ASBEA (2009), são: - a interdisciplinariedade, garantindo maior preocupação com o meio ambiente,

com os aspectos sociais, culturais e

econômicos;

Os projetos arquitetônicos que buscam a sustentabilidade proporcionam ambientes que satisfazem as expectativas dos clientes e usuários, além do mais, possibilitam uma interação edifício/ambiente eficiente, economia energética e qualidade dos ambientes projetados (PECI, 2000, p. 45)

- benefícios para os consumidores, que terão edifícios saudáveis, claros, confortáveis, consumindo menos água e energia;

Dentre tantos exemplos de elementos de arquitetura

- trata-se de uma oportunidade vantajosa, visto que tal nicho

sustentável, um que tem se destacado atualmente é o Drywall, uma

de mercado é atualmente um diferencial, mas no futuro se

tecnologia que substitui a alvenaria, racionaliza sistemas e reformas dentro de hospitais. Considerando que estas edificações necessitam

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de rapidez e eficiência quando precisam passar por uma reforma pesada, o Drywall apresenta-se como um produto muito mais versátil e prático do que o sistema de construção de alvenaria. Este produto surgiu nos últimos anos como uma das melhores opções para os ambientes de saúde. As paredes feitas com placas de gesso pré-moldadas oferecem isolamento acústico e térmico, proteção contra fungos e bactérias e até segurança contra radiação. Além disso, evitam desperdício de material e permitem uma velocidade maior de execução do serviço. A figura 2 demonstra esta tecnologia para uma arquitetura sustentável:

Figura 2: Sistema Drywall que pode ser usado em qualquer ambiente hospitalar Fonte: Núcleo de Pesquisa e Estudos Hospital Arquitetura (2008)

As chapas de Dry Wall podem ser fixadas diretamente sobre a parede original, como revestimentos, com massa para fixação. Os

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revestimentos, indireto e autoportante, consistem em revestimentos,

De acordo com Elizalde e Gomes (2009), a evolução rápida

estrutura metálica e chapas de dry wall aparafusadas de um lado. Os

dos hospitais, em paralelo com a evolução humana, tem refletido de

revestimentos podem ser de uma ou duas camadas de chapa de dry

maneira significativa na história da arquitetura, em razão da grande

wall. A figura 3 demonstra este sistema construtivo:

importancia do cuidado com a saúde do homem, o que leva as unidades hospitalares a repensarem a sua estrutura física. Em virtude da crescente exigencia dos clientes, por serviços com mais qualidade, os hospitais se vêm obrigados a buscar por inovações que atendam a essas exigências, de forma a promover um melhor atendimento, mantendo-se competitivos no mercado. Sendo assim, tem crescido a busca por projetos arquitetônicos hospitalares que ofereçam instalações mais modernas e funcionais, aumento da produtividade e adequação às normas técnicas, podendo atender uma melhor organização dos setores afins, bem como o planejamento eficaz da circulação e fluxo desses setores, afirmam ainda os

Figura 3: Sistema de revestimento com chapas Drywall Fonte: Isolar (2010)

referidos autores. Os ambientes hospitalares, por se relacionarem de forma direta com a saúde humana, exigem muito mais do que um ambiente confortável e de qualidade. É preciso possuir espaços flexíveis para

1.4 Arquitetura hospitalar sustentável

acomodar sofisticados equipamentos, para promover um trabalho eficiente, para manter um elevado nível de segurança, enfim, que

9


tenham

adequadas temperaturas e ruídos (quando inevitáveis),

2) Fluxos intrafuncionais: são aqueles que ocorrem dentro de

trocas de ar e umidade, iluminação natural e artificial, contato

uma só unidade funcional, os quais se dividem em: a) Fluxos

interior/exterior, visualização do meio externo, jardins, uso de

contaminados e b) Fluxos sem riscos de contaminação.

condicionamento de ar artificial em alguns ambientes (exigido por normas de projetos de estabelecimentos de saúde). Conforme afirmam Elizalde e Gomes (2009), um projeto arquitetônico de um empreendimento hospitalar deve levar em consideração alguns fatores fundamentais, quais sejam: o fluxo, a setorização, a circulação e a flexibilidade. 

É importante a atenção a esses fluxos, em razão da necessidade da implantação de barreiras físicas ou outros tipos de procedimento,

visto que é por meio do fluxo adequado que se

poderá combater o risco de infecção hospitalar. 

Quanto à setorização, Elizalde e Gomes (2009)

afirmam que ela se trata do estudo da forma de englobar setores

Quanto aos fluxos hospitalares, por desempenharem

afins, que necessitam estar próximos. Por conta do aumento da

papel determinante nos empreendimentos hospitalares, necessitam

complexidade dos empreendimentos hospitalares, a setorização

ser planejados adequadamente, para que sejam separados conforme

torna-se peça fundamental. Seu início em um projeto de arquitetura

sua atividade.

hospitalar se dá quando é esclarecida a funcionalidade de

Os fluxos hospitalares podem ser divididos em dois grupos:

determinada unidade, como a do usuário, a patologia, as atribuições

1) Fluxos interfuncionais: ocorrem entre diversas unidades

e o fluxo.

funcionais dentro do hospital (paciente externo, paciente interno,

Quanto à circulação, Elizalde e Gomes (2009)

acompanhantes, funcionarios, insumos, material contaminado e

ressaltam sua grande importância em edifícios hospitalares, visto seu

resíduos sólidos, cadáveres, visitantes).

papel determinante na funcionalidade do edifício. De acordo com Matos (2008), a circulação em um hospital não significa apenas um elemento que liga setores, mas sim um

10


estruturador do edifício, possibilitando a organização e a

indispensável o uso de materiais que possibilitem a expansão e

funcionalidade.

adequação dos espaços.

Carvalho (2002) argumenta que a circulação de um hospital é

Verifica-se, portanto, que fatores como planejamento do

que vai estabelecer a conformação física, não apenas no sentido de

fluxo, da setorização, da circulação e da flexibilidade, em obediência

reduzir os trajetos, mas também para separar determinados fluxos. A

ás necessidades da unidade, são imprescindíveis para manter a

circulações e os fluxos nas diferentes unidades de um hospital é que

segurança no controle das infecções hospitalares, bem como na

vão condicionar o funcionamento do edificio.

otimização dos serviços prestados. Desta forma, o projeto de

Para Corbioli (2000), a circulação é de grande importância no

arquitetura hospitalar deve contribuir para o restabelecimento da

hospital, visto que os espaços necessitam de uma hierarquia de

saúde do paciente, bem como o conforto de familiares e

forma a tornar mais ágil para o trabalho dos funcionários e controlar

acompanhantes.

riscos de infecção, comportando o fluxo do público, equipes e serviços. 

Ao se tratar de arquitetura hospitalar sustentável, deve-se destacar a importância fundamental do arquiteto João Filgueiras

Quanto à flexibilidade do dimensionamento do

Lima, o Lelé, que esteve presente dando a sua contribuição no início

espaço, de acordo com Elizalde e Gomes (2009), esta permite que

das construções de Brasília juntamente com Lucio Costa e

se realice

modificações internas e externas em um edificio

Niemeyer, sendo o precursor do uso de sistemas construtivos pré-

hospitalar, sem que se agrida a concepção arquitetônica original. Isto

moldados e fazendo uso excelente da iluminação e ventilação

ocorre porque um edificio hospitalar possui um ciclo ligado às

naturais em seus projetos. Este arquiteto resolve muito bem os

necessidades e expectativas, assim como a satisfação dos usuários e

conceitos de iluminação e ventilação natural nos Hospitais da Rede

funcionários, por isto debe ser adaptável as possíveis mudanças a

Sarah Kubitschek, dentre tantos outros projetos seus, nos quais ele

serem incorporadas no projeto arquitetônico. Por esta razão é

faz udo de coberturas em sheds que integram e unem os sistemas de

11


ventilação. A figura 4 demonstra o esquema explicativo do sistema

consumo menor ou controlado de energia, de maneira a preservar o

de ventilação do hospital, mostrando o baixo consumo de energia e

ambiente para as gerações futuras, o dever da arquitetura é aderir a

ótimo conforto térmico, segundo dados do site Construa Verde

esta filosofia, colaborando para isto, de maneira a conceber espaços

(2009).

construídos provendo o máximo e melhor possível das necessidades de abrigo, iluminação, proteção, ventilação e conforto, reduzindo ou até mesmo eliminando os recursos mecânicos e artificiais. Isto pode ser observado através da figura 5, que ilustra a vista aérea do Hospital Sarah Kubitschek no Rio de Janeiro.

Figura 4: Esquema explicativo do sistema de ventilação do hospital Sarah Kubitschek. Fonte: Construa Verde (2009)

Figura 5: Vista aérea do Hospital Sarah Kubitschek no Rio de Janeiro.

Para Lelé (CONSTRUA VERDE, 2009), considerando que a

Fonte: Construa Verde (2009).

sustentabilidade tem, como um de seus princípios básicos, o

12


Lelé (CONSTRUA VERDE, 2009), em seus projetos sustentáveis, faz com que a luz natural entre no ambiente para não precisar da luz artificial, porém, ele cria mecanismos para aumentar a ventilação, uma vez que o clima do Brasil é, na maior parte, quente e úmido, mas o controla, para manter o aquecimento quando for preciso. Este arquiteto afirma que não adianta fazer uso do vidro de forma indiscriminada, sem uma adequada proteção e também não adianta uma grande preocupação com a orientação e localização do prédio, mas sim buscar compreender o todo, entendendo a dinâmica entre o entorno e o edifício.

Figura 6: Jardins internos no Hospital do Aparelho Locomotor,

Nos projetos de Lelé ele ainda apresenta soluções muito

Salvador-BA, de João Filgueiras Lima

simples e trazem eficiência para resolver os sistemas da edificação,

Fonte: Construa Verde (2009)

bem como beleza plástica e solução integrada com os programas de necessidades dos prédios que executa. Exemplo disto são os jardins

Observa-se, portanto, que os hospitais são instituições

internos em diferentes níveis, atender não apenas as necessidades

complexas e dinâmicas, em virtude das inúmeras atividades

físicas, mas também pensando no

específicas que neles são desenvolvidas. Por este motivo, o ambiente

bem estar dos usuários, que

devem estar presentes num green building: as visuais, a natureza

hospitalar

presente no espaço, o intercâmbio entre o espaço interno e externo.

desenvolvimento dessas atividades, considerando o fator mais

A figura 6 ilustra este exemplo.

importante, que é a recuperação da saúde do paciente, que está

precisa

conter

inúmeras

instalações

para

o

intrinsecamente relacionada com o bem estar, o conforto, a

13


humanização do espaço. Desta forma, é necessário que os projetistas tenham esta consciência e projetem espaços com as melhores condições ambientais, utilizando-se de práticas sustentáveis.

14


2 CAPÍTULO IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS ARQUITETÔNICOS NO PLANEJAMENTO DO AMBIENTE HOSPITALAR


CAPÍTULO 2 – IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS

Kowaltowski et al. (2006) citam cinco razões que exigem

ARQUITETÔNICOS NO PLANEJAMENTO DO AMBIENTE

uma maior complexidade dos projetos arquitetônicos e a exigência

HOSPITALAR

da qualidade ambiental das construções de grande porte, como os hospitais e as clínicas veterinárias:

Diante de um contexto caracterizado por constantes e rápidas transformações em todas as áreas, especialmente na de tecnologia, as quais levam os consumidores a serem mais exigentes em relação aos produtos e serviços que adquirem, é preciso que as empresas acompanhem estas evoluções, adequando-se às transformações, de forma a poder atender a seus clientes com eficiência e qualidade. Considerando que o hospital, assim como as clínicas veterinárias, são também empresas, nas quais há um gestor atento para tantas mudanças, este tem a responsabilidade do planejamento das

1) avanço rápido da tecnologia; 2) mudança de percepção e de demanda dos proprietários de edificações; 3) aumento da importância do prédio como facilitador da produtividade; 4) aumento da troca de informações e do controle humano; e 5) a necessidade de criação de ambientes sustentáveis, com eficiência energética. Há ainda evidências de uma intensificação competitiva e a necessidade crescente de colaboração dos agentes de um projeto para produzir com eficiência e qualidade. Essas exigências sobre o trabalho do arquiteto demandam um aprimoramento dos procedimentos adotados e a aplicação de metodologias mais sistemáticas de pesquisa e projeto.

estratégias que levem ao alcance dos resultados que a instituição espera, bem como a obtenção da satisfação e fidelidade do usuário.

Embora a área da saúde (tanto humana quanto a de animais)

Sendo assim, um adequado planejamento hospitalar, inicia-se com

ainda pouco discuta sobre os projetos arquitetônicos, é inegável os

um eficiente projeto arquitetônico, como um dos elementos

benefícios que este pode trazer, dentre os quais: a prevenção de

fundamentais para que a instituição consiga alcançar seus objetivos.

riscos de infecções hospitalares, agilidade, qualidade e segurança nos serviços prestados, além de inovação e competitividade. Desta

15


forma, entende-se que a contribuição que a arquitetura hospitalar

em que se insere e atender às necessidades do cliente e futuros

traz é um diferencial competitivo para a organização.

usuários do edifício. Estas exigências são expressas por meio do

Diante disto, este capítulo aborda a importância do projeto arquitetônico

no

planejamento

hospitalar,

como

uma

fator

fundamental para o aumento da qualidade e excelência na prestação dos serviços, bem como para a otimização dos resultados esperados

programa de necessidades que define metodicamente o objetivo do projeto. Rosso (1980 apud KOWALTOWSKI et al., 2006, p. 9) argumenta que

pela instituição, tornando-se um diferencial competitivo.

2.1 O projeto arquitetônico

(...) num projeto de edificações, o projetista tem a função de apresentar não um universo de soluções, mas aquelas que, em princípio, atendam ao programa do cliente nos aspectos funcionais e técnicos e ao enfoque econômico que o mesmo cliente propõe.

Conforme explica Dulgeroglu (1999 apud KOWALTOWSKI et al., 2006), o campo que envolve a criação de um projeto

O projetista, diante da complexidade do projeto, é auxiliado

arquitetônico está situado em uma área intermediária entre ciência e

por métodos no processo criativo, contudo, há um consenso entre os

arte, necessitando responder a questões que não estão perfeitamente

teóricos de que a intuição é fundamental nesse processo e que o

definidas e permitindo múltiplas abordagens, por isso não possui

modelo de projeto não é o resultado de uma série linear de atividades

métodos rígidos ou universais entre profissionais, embora existam

exatas, visto que, inicialmente, o projetista não contém ainda um

muitos procedimentos comuns entre projetistas.

amplo conhecimento da natureza do objeto de projeto, e seu

Isto significa que um projeto de arquitetura de edificação tem como seu principal objetivo executar uma obra idealizada pelo

processo de pensamento não pode ser considerado totalmente racional, afirma Lang (1974, apud KOWALTOWSKI et al., 2006).

arquiteto, a qual deverá se adequar aos contextos naturais e culturais

16


Assim, os métodos utilizados pelo projetista, com a participação do cliente/usuário, são essenciais para a redução de

na 77ª Reunião do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil, realizada em Salvador, Bahia.

erros durante a trajetória do processo. A diversidade de opiniões e percepções aumenta significativamente os conhecimentos sobre

2.2 Projeto arquitetônico hospitalar

natureza do objeto de projeto. O projetista também faz uso de procedimentos e ferramentas

Entende-se por um projeto arquitetônico hospitalar, aquela

específicas para auxiliá-lo no desenvolvimento do projeto, dentre

alternativa que possa atender às funções determinadas pelo setor,

estes citam-se os desenhos e maquetes. “ O desenho “congela” um

trazendo contribuições para o desempenho terapêutico, de maneira a

número de fatores, enquanto a mente trabalha outros aspectos do

não causar nenhum dano à saúde do cliente que ali permanece para

projeto. A maquete de escala reduzida, do objeto sendo projetado, é

tratamento (ELIZALDE e GOMES, 2009).

uma representação mais fiel do objeto em relação ao desenho, já que a terceira dimensão é real” ( RYDER et al., 2002 apud

A figura 7 ilustra o projeto arquitetônico do Hospital Fêmina em Porto Alegre:

KOWALTOWSKI et al., 2006, p. 13). O uso do computador também trouxe uma grande contribuição ao desenho e maquetes no processo criativo, em razão de facilitar a manipulação do objeto, sendo projetado com precisão, e a visualização direta em várias projeções, otimizando o processo. O Anexo B demonstra o roteiro para desenvolvimento do projeto de arquitetura de edificação, conforme documento aprovado

17


Figura 7: Planta Baixa do Pavimento Térreo do Hospital Fêmina. Fonte: Mascarello (2005)

O Hospital Fêmina foi construido no ano de 1995 em Porto Alegre e a autoria do projeto é de Irineu Breitman, marcando o início da arquitetura moderna naquela cidade. Um projeto arquitetônico hospitalar, segundo ainda Elizade e Gomes (2009), seja de uma construção ou reforma, exige um cuidado especial em relação ao meio ambiente, para não lhe causar nenhum dano,

como contaminação por proximidade entre áreas

funcionais ou fluxos de materiais contaminados. Por isto, um projeto arquitetônico hospitalar deve envolver o pensamento de fatores como o fluxo, a setorização, a circulação e a flexibilidade.

18


2.2.1 Fluxos Hospitalares

Fluxo

de

funcionários:

trata-se

do

fluxo

de

profissionais de saúde, na maior parte dos casos com circulação Elizalde e Gomes (2009) ressaltam que em uma edificação

permitida por todas as unidades do hospital. 

hospitalar, assim como em uma clínica veterinária, debe-se estudar a distribuição espacial, de forma que ocorra um adequado

fluxo

hospitalar, os quais são determinantes para o sucesso da instituição, podendo ser divididos divididos em dois grupos, quais sejam: 1) Fluxos interfuncionais: são os fluxos que ocorrem entre diversas unidades funcionais dentro do hospital. São eles: 

Fluxo do paciente externo: trata-se do fluxo de

atendimentos imediatos como urgência, emergência, diagnóstico, terapia, onde há circulação restrita do paciente. 

têm

Fluxo de insumos: trata-se do fluxo de insumos que

circulação

por

diferentes

unidades

funcionais,

como

medicamento e roupas limpas. 

Fluxo de material contaminado e resíduos sólidos:

trata-se da movimentação de roupa suja, resíduos de serviços de saúde, dentre outros. Uma forma adequada de tratar esses itens contaminados e a técnica de transporte eliminam a necessidade de haver circulação exclusiva para eles nas unidades funcionais. 

Fluxo de cadáver: trata-se da movimentação de

Fluxo do paciente interno: trata-se dos fluxos com

cadáveres, a qual necesita de cuidados especiais, de forma a evitar

pacientes internados que acessam outras unidades funcionais

contato com áreas como, refeitórios, salas de espera e internações,

acompanhados por funcionários ou acompanhantes para a realização

até mesmo para não causar nenhum impacto psicológico às pessoas

de diagnóstico ou terapia.

que ali estiverem.

Fluxo dos acompanhantes: trata-se do fluxo de

familiares de pacientes, sejam eles internos ou externos.

Fluxo de visitantes: trata-se da movimentação de

visitantes, a qual debe ser monitorada em relação a horários e delimitações das áreas de circulação para que possa ocorrer um bom funcionamento e segurança nas unidades.

19


2) Fluxos intrafuncionais: são os fluxos que acontecem no

Conforme afirmam Elizalde e Gomes (2009), após o

interior de uma só unidade funcional, os quais podem ser divididos

esclarecimento da funcionalidade de determinada unidade, como

em dois tipos:

por exemplo, a do usuário, a patologia, as atribuições e o fluxo, dá-

Fluxos contaminados;

se início à etapa de setorização, a qual tem merecido cada vez mais

Fluxos sem riscos de contaminação.

reconhecimento, em razão do aumento da complexidade dos

Os fluxos intrafuncionais devem receber atenção especial, visto que eles são determinantes

para o conhecimento da

edifícios hospitalares, pois a setorização trata-se do estudo da forma de cómo englobar setores afins, que necessitam estarem próximos.

necessidade de implantar barreiras físicas ou outros tipos de

A proximidade dos setores afins, segundo Costeira (2004

procedimento, uma vez que é por meio de um adequado fluxo que se

apud ELIZALDE e GOMES, 2009), é necessária para resultar em

poderá obter o controle dos processos, de forma a combater o risco

maior agilidade e eficácia ao setor. Por exemplo, o centro obstétrico

de infecção hospitalar.

tem de estar localizado próximo à maternidade, para posibilitar o

Planejar o acesso do hospital é outra questão que exige

rápido deslocamento do bebe de uma área para outra, tornando mais

dedicação, por se tratar de ponto importante dos fluxos hospitalares.

seguro tal procedimento. Também há necessidade de proximidade

Para isto deve-se levar em conta o porte do hospital, bem como

entre a sala de pré-parto e a sala de cirurgia, pois em circunstancias

também o número de acessos que a instituição necesita, de maneira a

adversas, com complicações no parto, pode-se deslocar a paciente

se desenvolver um controle adequado dos fluxos.

com rapidez.

.

2.2.1.1 Setorização

20


2.2.1.2 Circulação

demandas, por isto é fundamental a utilização de materiais que facilitam a expansibilidade e a adequação dos espaços. Daí a

Assim como a setorização, também o conhecimento da

importancia da flexibilidade do dimensionamento do espaço, a qual

circulação do hospital é importante, através da análise do

visa a realização de reformas tanto internas quanto externas nos

desempenho na funcionalidade do edifício. A circulação não

hospitais (e nas demais edificações), sem nenhum risco de agressão

significa somente um elemento que liga os diversos setores do

à concepção arquitetônica original. No caso da edificação de um

hospital, mas é entendida como um estruturador do edifício, que

hospital, a qual precisa estar sempre em transformações, para

contribui para a organização e determinação do funcionamento.

atender as necessidades e expectativas dos pacientes e equipe de

Carvalho (2002 apud ELIZADE e GOMES, 2009) afirma

profissionais, assim como também dos demais usuários e

que é a circulação de um hospital quem estabelece a conformação

funcionários, esta debe ser adaptável as eventuais transformações a

física, não apenas em se tratando da necessidade de diminuir os

serem implementadas no projeto arquitetônico.

trajetos, mas ainda como de separação ou controle de certos tipos de

Verifica-se,

portanto,

que

os

projetos

arquitetônicos

fluxos. São as circulações e os fluxos de diferentes unidades que irão

hospitalares sofreram grandes avanços no decorrer dos tempos,

condicionar o funcionamento do edifício hospitalar

passando a comportar inúmeras instalações exigidas por diversas atividades, bem como enfatizando o bem estar do paciente e de seus

2.2.1.3 Flexibilidade

familiares, por meio da humanização de seus espaços. Isso levou os projetistas a terem consciencia a respeito dessa problemática,

Segundo Elizade e Gomes (2009), levando-se em conta os

criando espaços com as melhores condições ambientais, de forma a

avanços no campo da medicina e da tecnología, os hospitais

propiciar conforto aos pacientes e a todos os que dele fazem uso, isto

necessitam ser constantemente reformados, para atender a estas

porque “as pessoas devem sentir conforto nos ambientes onde se

21


encontram e a arquitetura é responsável pela criação de ambientes

leitos, cada paciente deve ter acesso igual aos controles de

confortáveis”, afirma Miquelin (1992, apud MASCARELLO, 2005,

iluminação, telefone, televisão, e campainhas de emergência,

p. 20).

aumentando a autoconfiança e a segurança. Dentre as melhores condições ambientais nos ambientes

hospitalares,

Mascarello

(2005)

destaca algumas de

maior

importancia em um projeto arquitetônico: -

O projetista deve considerar, no inverno, as trocas

térmicas do corpo humano e do ambiente térmico por condução, assim como também a proliferação de germes patogénicos no corpo,

-

Estas premissas confirmam o quanto é importante o

conforto nos ambientes hospitalares e o quanto é necessário que o projetista adote os adequados princípios para que elas sejam atendidas eficazmente. A figura 8 demonstra a distribuição do coeficiente de luz no quarto do Hospital Fêmina.

criando estratégias para que haja renovação constante do ar entrando em contato com a pele do paciente, permitindo a liberação do ar quente e impedindo a contaminação do ambiente. -

Deve ainda levar em conta a quantidade e qualidade

da iluminação, visto que são inúmeros os benefícios terapêuticos obtidos com o contato do paciente com o meio exterior. Além desse efeito psicológico e terapêutico sobre o paciente, o projetista deve considerar também a diminuição do consumo de energia, através da utilização correta da luz solar. -

Também a ergonomia dos ambientes deve ser levada

Figura 8: Distribuição do coeficiente de luz no quarto do Hospital Fêmina. Fonte: Mascarello (2005)

em conta pelos projetistas. Por exemplo, em quartos com vários

22


De acordo com Mascarello (2005), a altura da janela, do

dessa fachada ocorre somente no início das manhãs de verão. As

meio da parede até a laje, contribui para que a luz atinja maior

entradas de ar, por estarem do lado da direção dos ventos, permitem

profundidade no ambiente.

que ocorra ventilação cruzada, formando zonas de baixa pressão,

A figura 9 demonstra a implantação do volume do Hospital Fêmina em relação á direção dos ventos predominantes no quadrante leste-sul, criando as condições ideais na fachada sul.

ideais para que ocorra uma eficaz circulação de ar no ambiente., afirma Mascarello (2005). Deve-se ressaltar, contudo, que os projetistas, além de considerarem o conforto ambiental nas edificações hospitalares e nas demais edificações, precisa levar em conta a preservação dos recursos naturais, equilibrando o conforto humano com o meio ambiente ecológico.

Figura 9: Esquema em planta baixa da ventilação cruzada nas internações do Hospital Fêmina Fonte: Mascarello (2005)

A ventilação não contribui para aumentar a temperatura interna, uma vez que a incidência da radiação solar nas aberturas

23


3 CAPÍTULO CLÍNICAS VETERINÁRIAS: CARACTERIZAÇÃO E ASPECTOS RELEVANTES


CAPÍTULO

3

CLÍNICAS

VETERINÁRIAS:

CARACTERIZAÇÃO E ASPECTOS RELEVANTES

nº 40.400/95 (ANEXO A), que estabelece que: “(...) estabelecimento onde os animais são atendidos para consulta, tratamento médico e cirúrgico; funciona em horário restrito, podendo ter, ou não,

O objetivo deste capítulo é fornecer informações básicas

internação de animais atendidos (Art. 1º, II) (IGF, 2010).

sobre as clínicas veterinárias, tais como: definição, legislação,

Para o funcionamento legal e regular de uma clínica

planejamento da arquitetura do edifício, biossegurança dos animais,

veterinária a legislação vigente determina que ela seja dirigida por

dentre outros.

médico veterinário, o qual poderá exercer a atividade na qualidade de responsável técnico, se estiver devidamente habilitado para o

3.1 Definição de clínica veterinária

exercício da função, ou seja, se estiver portando a carteira profissional

As clínicas veterinárias são direcionadas para o atendimento de animais domésticos de pequeno porte, como cães e gatos, entre

expedida

pelo

Conselho

Federal de

Medicina

Veterinária, ou pelos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária, conforme dispõe a Lei nº 5.517/68 (IGF, 2010).

outros. Trata-se de um tipo de clínica que oferece os seguintes

O quadro de funcionários das clínicas veterinárias deve ser

serviços: exames de raios-x, vacinação preventiva, exames

composto

por

médico

(s)

veterinário(s)

responsável(s)

e,

laboratoriais e até intervenções cirúrgicas, seguidas de internamento.

obrigatoriamente, por auxiliar(es) de veterinário e faxineiro(s), que

Elas possuem também os centros de zoonose, que são unidades de

deverão estar presentes durante todo o período de atendimento (IGF,

saúde pública, cujo objetivo é o controle e prevenção de zoonoses

2010).

(como raiva, dengue, chagas, dentre outras) (GÓES, 2004). As atividades desenvolvidas pelas Clínicas Veterinárias, no

3.2 Registro do estabelecimento

Estado de São Paulo, devem obedecer as determinações do Decreto

24


Toda clínica veterinária ou demais estabelecimentos que requerem a participação de médico-veterinário, estão obrigados a se

competente, ela estará apta a adquirir e utilizar drogas sob controle especial (Dec. 40.400/95).

registrarem no Conselho de Medicina Veterinária das regiões em que se localizam. O Ministério da Agricultura determina que todo

3.3 As instalações

estabelecimento que fabrica, manipula, fraciona, comercializa,

Dados do IGF (2010) relatam que os estabelecimentos

armazena, importa ou exporta produtos veterinários para si ou para

veterinários deverão ser mantidos nas mais perfeitas condições de

terceiros, deve, obrigatoriamente, estar registrado no Departamento

ordem e higiene, inclusive no que se refere ao pessoal e ao material.

de Defesa Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do órgão. O

De acordo com a legislação paulista (Decreto nº 40.400/95), as

registro dos estabelecimentos deverá ser requerido pela firma

instalações mínimas necessárias para funcionamento de uma Clínica

proprietária ou por seu representante legalmente constituído,

Veterinária são:

mediante pedido formal instituído pelo Ministério da Agricultura.

I - Sala de espera;

Além destes registros, estes estabelecimentos somente

II - Sala de consultas;

poderão funcionar no Estado de São Paulo, mediante licença de

III - Sala de cirurgias;

funcionamento e alvará expedido pela autoridade sanitária

IV - Sanitários;

competente.

V - Compartimento de resíduos sólidos.

Para

a

concessão

da

licença

e

alvará,

os

estabelecimentos deverão estar antes legalizados perante o Conselho

Se a Clínica Veterinária internar animais, deverá ter ainda:

Regional de Medicina Veterinária e pela autoridade municipal.

I - sala para abrigo de animais;

Com a legalização da Clínica Veterinária no Conselho Regional de Medicina Veterinária e na autoridade sanitária estadual

II - cozinha. O Ministério da Agricultura também estabelece condições básicas de instalações para os estabelecimentos que manipulam

25


produtos farmacêuticos injetáveis, ou outros que exijam condições

Conforme informações extraídas do site da Clivep (Clínica

assépticas de preparação. Para tanto, eles deverão possuir área

Veterinária Penedo, 2010), os serviços disponibilizados em uma

destinada especialmente a esta finalidade, atendendo aos seguintes

clínica veterinária são os seguintes:

requisitos (Portaria nº 301/96):

Medicina interna: Diagnóstico e tratamento das

I - A área deverá ser independente e o seu piso, assim como

principais doenças dos sistemas digestivos, circulatório, urinário,

paredes, teto, portas, vidros e janelas, deverão manter condições

reprodutivo, endócrino e respiratório. Para isto é necessário o apoio

adequadas de higiene, limpeza e/ou desinfecção, além de possuir um

de um laboratório de patologia clínica, exame ultrassonográfico e

sistema de renovação de ar que assegure a ausência de contaminação

com equipamento radiográfico, que podem ser próprios ou

do produto final;

terceirizados.

II - Além do constante no item anterior, deverá haver o

Oncologia Veterinária: Diagnóstico das principais

mínimo de saliências projetadas, armários e equipamentos. Os canos

neoplasias que acometem os pequenos animais através de exames

e dutos deverão estar instalados de forma a facilitar a limpeza. Pias e

clínicos, radiográficos e principalmente biópsia com histopatologia

ralos, sempre que possível, deverão ser evitados;

em laboratório (próprio ou terceirizado). Disponibilidade das

III - As áreas de manipulação devem ser providas de mesas

principais drogas quimioterápicas para o tratamento destas

revestidas de material impermeável, da aparelhagem e do

enfermidades bem como procedimento cirúrgico adequado. Tratado

instrumental necessários às demais práticas que nelas se processem.

neoplasias tais como TVT, Osteossarcoma , Linfoma e tumores de pele diversos.

3.4 Os serviços disponibilizados em clínicas veterinárias

Toxicologia:

Considerando-se

a

freqüência

de

tratamento de cães que sofreram acidentes ofídicos, principalmente por Bothrops (Jararaca e Urutu), há necessidade da disponibilidade

26


constante de soro em estoque. Outra toxicose importante deparada é

urinário com zelo pela proteção radiológica de todos os envolvidos

a intoxicação por “Chumbinho” e, nestas situações, o animal é

no processo.

medicado e o seu proprietário é informado a respeito das possíveis fontes de intoxicação. 

Ortopedia e Traumatologia: 1) Doenças articulares

(Osteocondrite dissecante, Necrose asséptica da cabeça do fêmur,

Doenças infecto-parasitárias: Prevenção (vacinação e

Luxação da patela, Luxações articulares gerais, Displasia de

vermífugação), diagnóstico e tratamento das principais doenças

cotovelo e de cadeira, Não união do processo ancôneo, Ruptura do

determinadas por bactérias, vírus, fungos, protozoários, nematóides,

ligamento cruzado cranial, Artrodeses); 2) Fraturas (Diagnóstico e

cestódios e trematódios. Para a prevenção é necessário a

tratamento das principais fraturas que ocorrem nos pequenos animais

disponibilização de vacinas com alto potencial imunogênico e

como as obliquas, transversas, longitudinais, avulsivas, cominutivas,

vermífugos apropriados para cada caso.

intrarticulares e expostas. Utilização de métodos cirúrgicos de

Dermatologia: Diagnóstico e tratamento das doenças

dermatológicas determinadas principalmente por causas autoimunes, ácaros, bactérias, fungos e distúrbios hormonais. Como

estabilização com fixadores externos, cerclagens com fio de aço, placas e parafusos. 

Anestesia: Disponibilidade das principais drogas para

auxílio diagnóstico, é necessário o uso de raspados de pele,

proporcionar analgesia, sedação e plano anestésico. O intuito

citologias e histopatologia por meio de biópsia cutânea.

principal é a execução de procedimentos diversos sem dor ou stress

Banhos terapêuticos: devem ser realizados em casos

de dificuldade de execução por parte do proprietário. 

Radiodiagnóstico: Realização dos pincipais exames

radiográficos do esqueleto apendicular, coluna vertebral e caixa craniana; exames radiográficos contrastados do aparelho digestivo e

no pré, trans e pós procedimento. Disponibilidade de opiódes, fenotiazínicos,

benzodiazepínicos,

anestesia

dissociativa,

barbitúricos e anestesia inalatória. 

Cirurgia Geral: Tratamento das principais afecções

cirúrgicas que acometem os pequenos animais, dentre elas: a

27


ovariohisterectomia (castração de fêmeas); vasectomias, correção

assimilar a personalidade do profissional que vai trabalhar neste

cirúrgica de hérnias, retirada de nódulos cutâneos, retirada de

ambiente, que estará indiretamente na arquitetura de interior; tratar e

próstata, enterotomias devido a obstruções intestinais, torções

cuidar dos detalhes técnicos para que o estabelecimento tenha cores,

gástricas e retirada de cálculos vesicais.

ventilação, acústica e insolação adequadas, em obediência ás normas

Laboratório de Patologia clínica: Localizado nas

vigentes para as edificações dos serviços de saúde. Daí a

dependências da clínica, devendo realizar os seguintes exames:

necessidade de se discutir e analisar muito bem O programa que

Hemograma, Uréia, Creatinina, AST, ALT, Bilirrubinas, EAS,

compreende a listagem das necessidades que caracterizam o objetivo

Citologias diversas, Análises de líquidos corporais, Sorologia para

e função da clínica veterinária, visto que esta é a matéria prima do

Erlichia/Dirofilariose/Lyme, Disease, Parasitológico de fezes.

projeto. O médico veterinário é quem dita as necessidades, qual a

Internação: Os animais que necessitam de cuidado

imagem que a clínica quer passar e que tipo de clientela vai atender.

mais intensivo ou que por algum motivo não podem ser tratados pelo

Qualquer unidade do serviço de saúde exige um tratamento

proprietário são tratados e mantidos na clínica pelo tempo que for

específico, sendo necessário romper mitos e dar mais identidade aos

necessário para a sua total recuperação.

espaços para que o ambiente não fique sem personalidade. Nos dias de hoje, o consultório não é mais o lugar onde se

3.5 O planejamento da obra

realiza o diagnóstico, porque tal função passou a ser realizada por meio de centenas de exames, os quais, em sua grande maioria, eram

Segundo dados do Manual de Bissegurança (2011), a

feitos na própria clínica. Contudo, hoje isso não é mais possível, por

construção de uma clínica veterinária nos dias atuais exige um rígido

isso o arquiteto precisa absorver essas mudanças para desenvolver o

e criterioso planejamento, em razão da evolução da medicina e os

seu projeto.

novos conceitos de tratamento de saúde, cabendo ao arquiteto

28


Considerando que o consultório é um local onde se trabalha

Em nível Estadual e Municipal as Secretarias de

com ansiedade e preocupação, deve ser dado uma atenção especial

Saúde Estaduais e Municipais

às cores, evitando-se tons fortes e optando-se por cores mais

utilizam esta portaria como instrumento para exercerem os controles

tranqüilizantes, como os tons pastéis.

e fiscalizações sobre projetos e construções destas edificações.

Com a evolução da medicina e com o avanço tecnológico,

Portanto, todo Estabelecimento de Serviços de Saúde deve ser

uma clínica que realiza exames tem uma imagem muito mais

construído, reformado ou ampliado, estando em perfeita consonância

tecnológica. Por isso o tratamento do ambiente por meio das cores é

com as normas da Portaria MS nº 1.884/94, e demais normas e

muito importante.

regulamentos nela contidos nesta portaria, para que se integrem à rede assistencial adotada, seja ela composta por estabelecimentos

3.6 Legislação

públicos ou privados. O estudo detalhado desta portaria encontra-se exposto no

Informações do Manual de Biossegurança (2011) indicam

Anexo C.

que os projetos físicos dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (ESS) são regidos e normatizados por órgãos federais, estaduais e

3.7 Biossegurança na clínica veterinária

municipais, por meio de portarias e normas, dispostos da seguinte forma:

Dados do Manual de Biossegurança (2011) indicam que a 

Em nível federal - O Ministério da Saúde instituiu as

Biossegurança em clínicas veterinárias, bem como nos demais

Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de

estabelecimentos de saúde, tem como função a realização de

Saúde, através da Portaria MS nº 1.884/94 (Anexo C), que versam

diagnóstico, tratamento e a cura dos animais encaminhados por

sobre a normatização de projetos arquitetônicos, de engenharia e

médicos veterinários ou diretamente por seus proprietários. Por isso,

orientação sobre o planejamento das redes físicas de saúde.

tal estabelecimento necessita ter o controle de ingresso e egresso de

29


animais e seu endereço completo para posterior eventual necessidade de localização. Independente do porte da clínica, há necessidade de

A utilização freqüente de equipamentos de raio X deve ser mediante instalação de proteção e blindagem adequada para proteção do animal, do proprietário do animal e do profissional.

sinalizações das áreas restritas e permitidas, as quais devem ser

A utilização de equipamentos de proteção individual é

permanentes e visíveis, estando também expressas em “braile” para

indispensável e recomendada segundo orientação da Vigilância

os deficientes visuais, ou com indicação por monitor para os

Sanitária.

analfabetos.

Os animais que vão a óbito sem contaminação devem ser

É necessário que haja uma rígida determinação das áreas e do

conduzidos para descarte de resíduos especiais, preparados para

fluxo de animais passageiros ou internados, bem como de seus

sepultamento, pelo órgão responsável pela coleta de resíduos de

proprietários, as quais devem ser controladas totalmente pelo

clínicas de saúde.

sistema de vigilância e recepção, que deverá possuir uma área de

Os animais que apresentarem infecção, ou perigo de ser fonte

administração e uma de recepção, com funcionários devidamente

de contaminação, devem ser conduzidos como resíduo contaminado,

capacitados para o cargo, cujas atividades e o controle devem ser

refrigerado até o momento do descarte final e indicação da empresa

monitorados e discutidos continuamente para melhora do quadro de

ou órgão responsável pela coleta especial de saúde com destino final

recepção ao animal.

de incineração.

Os sistemas elétricos, hidráulicos e instrumentos de esterilização são necessários e exigidos. Os processos de limpeza, desinfecção e assepsia devem ser iguais aos das instalações de hospitais para assistência humana.

O profissional deve ter consciência da necessidade de mudança de roupa na saída do trabalho e da assepsia pelo menos da mão. Os cabelos devem estar amarrados e ao ingressar em casa, o profissional deve deixar a vestimenta e acessórios em local separado para limpeza antes de ser guardado com os utensílios particulares

30


limpos. Na entrada e na saída da clínica deve haver indicações e

irresponsável é crime ambiental no Brasil. Contudo, não se conhece

sinalizações de utilização do processo de assepsia e desinfecção

o valor de multa estabelecido e nem há fiscalização para que a lei se

numa pia larga que deve estar visível e acessível na entrada e na

efetive. Acredita-se que somente quando a articulação simultânea de

saída da clínica.

todas as atividades em beneficio destes animais ocorrer é que se haverá o alcance do sucesso no controle populacional de cães, de

3.8 O conforto e bem estar do animais

forma a lhes proporcionar uma melhor qualidade de vida. Diante do que foi exposto, resta afirmar que uma clínica

Segundo Lacerda (2008), milhares de animais vivem abandonados pelas ruas das cidades, sofrendo maus tratos, mutilações e sendo mortos diariamente e, embora existam leis que os protejam, estas não são respeitadas. Existem também aqueles animais que possuem um lar, uma família que os protege e dá carinho. Tanto os primeiros quanto os segundos precisam ter os seus direitos respeitados e, quando necessitarem de atendimento para sua saúde, devem recebê-lo com o máximo de qualidade, conforto, de forma a lhes proporcionar bem estar. Por isso os hospitais e clínicas veterinárias precisam dispor de uma infra estrutura adequada e que possa eficazmente atendê-los. O referido autor acrescenta ainda que tratar mal os animais, recolhê-los em

carrocinhas e se apossar deles de forma

veterinária para atender a população que não tem condições financeiras para vacinar, nem dar maiores cuidados para seus animais de estimação, deve oferecer todas as condições necessárias para que os animais possam ter uma vida digna, sem passar fome, frio, sofrer com maus tratos e doenças eventualmente contraídas. O projeto arquitetônico que se busca realizar para uma clínica veterinária consistirá de uma estrutura adequada, espaço suficiente e adaptado para o estilo de vida desses animais e será considerado de grande importância para o município de Viradouro, visto que lá não há um local destinado a proporcionar conforto e boa qualidade de vida aos animais de classes menos favorecidas, com espaço adequado e disponibilizando-lhes todos os serviços necessários.

31


4 CAPÍTULO ELABORAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA CLÍNICA VETERINÁRIA


CAPÍTULO

4

ELABORAÇÃO

DO PROJETO

ARQUITETÔNICO DE UMA CLÍNICA VETERINÁRIA

Esta clínica odontológica, localizada em Orlândia, cidade agroindustrial do interior paulista, foi projetada pelos arquitetos Angelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton

O partido da proposta é apresentar um projeto de uma clínica

Braga, do MMBB Arquitetos.

veterinária na cidade de Viradouro/SP, obra que se caracterizará

Esse edifício, com somente 180 m2 construídos, abriga duas

pelos conceitos da arquitetura contemporânea, adequada aos animais

atividades profissionais: odontopediatria e prótese odontológica,

que ali serão atendidos, para que estes e seus proprietários tenham

respectivamente clínica e laboratório.

um atendimento com qualidade, visando sua cura e conforto durante sua estadia.

A implantação do edifício obedece ao gabarito de altura das casas vizinha, alinhando-se nas frentes do terreno para as ruas. Isso dá independência para a construção, de feição diversa da vizinhança

4.1 Referências projetuais

e, ao mesmo tempo, configura a quadra, unidade marcante da malha ortogonal de ruas e avenidas da cidade projetada. A figura 10

Para a realização desse projeto arquitetônico tomou-se como

demonstra a fachada da Clínica:

referências três projetos, quais sejam: uma Clínica Odontológica em Orlândia/SP, o Hospital Rede Sarah do Rio de Janeiro e a Biblioteca e Ambulatório de Fisioterapia da PUC em Campinas.

4.1.1 A Clínica Odontológica de Orlândia/SP

32


Figura 11: Simplicidade do volume e engenhosidade nos detalhes Figura 10: Fachada da Clínica Odontológica de Orlândia

Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

Fonte: MMBB Arquitetos (2001) A figura 12 demonstra a facha lateral da Clínica, marcada por Implantada em lote de esquina, a clínica odontológica é

uma empena de concreto solta do solo:

favorecida pela situação urbana. Além disso, a percepção é facilitada pela simplicidade do volume de planta retangular, de 7 m x 21,5 m, construído junto aos alinhamentos, bem como nos elementos da construção, desde a fôrma do concreto até a caixilharia, são tratados com extrema delicadeza e requinte, conforme se pode observar na figura 11 a seguir:

33


Figura 12: Fachada lateral da Clínica Fonte: Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

Figura 13: Acesso principal da Clínica Fonte: MMBB Arquitetos (2001) O acesso principal configura-se por meio de um alpendre,

O acesso principal situa-se junto à esquina, conforme

implantado na cota da rua, conforme demonstra a figura 14:

demonstra a figura 13:

34


Figura 14: O alpendre junto à esquina marca a entrada da clínica e abriga o acesso principal. Fonte: MMBB Arquitetos (2001) As diferentes cotas de ocupação dividem o programa em dois níveis, um acima e outro abaixo da rua. No primeiro piso (cota +1,12

Figura 15: Junto aos painéis de madeira, a circulação de clientes Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

) estão localizadas as áreas de atendimento: recepção e dois consultórios, um para odontopediatria e o outro destinado à prótese

Uma escada interliga o nível principal com o outro (cota -

odontológica. Esse espaço é delimitado por painéis de vidro, junto

1,48), que ocupa o embasamento, onde estão instalados os ambientes

aos quais foram dispostas as circulações, setorizadas quanto ao uso:

de apoio, como administração e laboratório (Figura 16) .

voltada para a rua, a circulação de clientes (figura 15); para o interior do lote, a de serviço.

35


vigas e parece flutuar, é sustentada por uma seqüência de pilares que delimitam o espaço do embasamento. Já a laje de cobertura apóia-se em pilares metálicos cilíndricos auxiliados pelo pórtico de concreto, que delimita o volume. As três peças que formam o pórtico - laje e duas empenas laterais, travadas por pilares de seção triangular - não tocam o solo nem se encostam. Esse pórtico abriga o volume da caixa de vidro sem caixilharia, de 7 Figura 16: Área destinada ao apoio Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

m x 16 m.

Contudo, em vez do embasamento maciço, geralmente construído em pedra, o espaço visto a partir da rua é transparente, deixando o piso superior suspenso. Ao analisar os desníveis, os autores do projeto recorreram à história, afirmando que se trata da “parte da memória das pessoas, acostumadas à cota alta dos assoalhos sobre porões das primeiras casas da cidade” (MMBB, 2001). O volume é apoiado em engenhoso esquema estrutural, que lhe confere leveza e translucidez. A laje de piso, que não possui

Figura 17: A caixa de vidro suspensa é abrigada pelo pórtico de concreto Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

36


Através dessas frestas, feixes de luz natural brotam da laje.

Figura 18: Feixe de luz brota do vão entre a empena e a laje Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

Figura 19: Painel de ripas de madeira que protege a fachada norte Fonte: MMBB Arquitetos (2001) O esquema de fechamento do terreno, com portões baixos, é

A fachada norte, constituída por um painel de ripado de

camuflado quando aberto, desprendendo completamente o volume

madeira, controla a entrada de luz, ao mesmo tempo que protege

da massa construída da cidade, tornando-se um artefato solto, “uma

parcialmente a visão do interior. Estes painéis são apoiados em um

nau contemporânea aportada junto à quadrícula urbana da pequena

trilho, podendo ser movimentados para manutenção.

Orlândia” (MMBB ARQUITETOS, 2001). Assim, por meio desta disposição espacial do programa surgiu a simplicidade construtiva do edifício, cujos poucos e marcantes elementos definem sua expressão arquitetônica.

37


As figuras 20, 21, 22 e 23 demonstram os cortes da Clínica:

Figura 20: Corte da Clínica Odontológica de Orlândia Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

Fluxo de acesso

38


autora

auau

Autora: Marina Guerreiro

39


Figura 21: Corte transversal da Clínica Odontológica de Orlândia Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

Figura 22: Corte transversal do acesso da Clínica Odontológica de Orlândia Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

40


Figura 23: Croqui da Clínica Odontológica de Orlândia Fonte: MMBB Arquitetos (2001)

Fluxo de acesso

41


Autora: Marina Guerreiro

42


- laje e duas empenas laterais, travadas por pilares de seção Após um breve conhecimento sobre a Clínica Odontológica de Orlândia chegou-se aos seguintes resultados: Quanto ao Partido Arquitetônico: Constituído por painéis de vidro pórtico, painel de ripado de madeira e planta retangular. Em relação á implantação: esta edificação foi favorecida pela situação urbana, é facilitada pela simplicidade do volume de planta retangular de 7m x 21,5m construído junto aos alinhamentos. Os materiais usados foram: painéis de vidro, para controlar a

triangular. Quanto ao conforto ambiental sustentável: uso de vidro próprio para insolação; caixa de vidro para passar a luz (iluminação) natural, assim reduzindo o consumo de energia; painel de madeira para controlar a entrada de luz e também para proteger parcialmente a visão do interior. Considerações sobre o que se poderá usar no projeto da Clínica Veterinária:

serão usados painel de vidro, 1 pavimento,

entrada de luz, cujos vidros são próprios para insolação (vidros

pilares metálicos, concreto, laje, painel

adequados para a insolação), transparência, escada, caixa de vidro,

esquema estrutural.

de ripado de madeira,

painel de ripa de madeira para controle da entrada de luz, ao mesmo tempo que protege parcialmente a visão do interior. Estes painéis são apoiados em um trilho, podendo ser movimentado para manutenção. Os elementos arquitetônicos utilizados foram:

4.1.2 Biblioteca e Ambulatório de Fisioterapia da PUC de Campinas

- lajes de pisos, que não possuem vigas, parecendo flutuar, sendo sustentada por uma sequência de pilares que delimitam o espaço do embasamento; - pilares metálicos cilíndricos auxiliados pelo pórtico de concreto, que delimitam o volume;

Instalados no interior do campus 2 da PUC de Campinas, interior de São Paulo, dois edifícios foram desenhados pelo escritório Piratininga Arquitetos Associados: a Biblioteca central e o Ambulatório

de

Fisioterapia

daquela

Universidade.

Ambos

43


implantados perpendicularmente, são unificados por uma esplanada

no andar térreo o acesso principal, a sala de espera, o atendimento

comum, conforme se observa na figura 24.

multidisciplinar, a piscina e área terapêutica. No prédio da biblioteca, no pavimento superior, encontra-se localizada a área de acervo, com capacidade de 2.400 metros lineares de estantes, podendo ser ampliada para 5 mil metros. Na área do acervo a planta é livre, somente dividida pelas estantes que estão apoiadas na estrutura. Os pisos são interligados por um vazio central. No ambulatório, dividido em quatro pavimentos, devido ao pé direito para a piscina, as divisões internas das lajes são diferentes no primeiro e segundo pisos, formando um mezanino. A planta também é retangular. Nas laterais menores estão as áreas de apoio. Um

Figura 24: A esplanada e os dois edifícios: à esquerda, a biblioteca; à direita, o ambulatório Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005) Os dois edifícios são independentes, com acessos distintos,

elemento de destaque é o volume complementar em vidro com estrutura metálica, desenvolvendo o conjunto de rampas que interliga os quatro andares. A outra fachada é marcada por aberturas recuadas horizontalmente.

porém ligados pela esplanada. Contudo, há integração entre eles. O

A ventilação é cruzada e para que funcionem, as divisórias

prédio da biblioteca, suspenso por pilotis, tem localizados no térreo

tem 1,80m de altura, para a circulação do ar que, por questão de

o acesso principal, a área de empréstimo e devolução, a esplanada

custos, não há sistema de ar condicionado. A figura 25 ilustra esses

que é conjunta com o ambulatório. Já o prédio do ambulatório tem

detalhes:

44


Figura 25: Planta do andar tĂŠrreo Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005)

Fluxo de acesso

45


Autora: Marina Guerreiro

46


Em relação aos aspectos estéticos e compositivos das duas edificações, ambos projetos foram desenvolvidos pelo mesmo escritório, embora tenham funções distintas, e isto levou a um relacionamento entre os mesmos, criando uma mesma ambientação arquitetônica, formando um pequeno conjunto, com unidade entre si. Os dois prédios foram dispostos perpendicularmente conforme implantação e elevação a seguir.

Figura 26: Implantação Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005)

Fluxo de acesso

47


Autora: Marina Guerreiro

48


Verifica-se que a coincidência das contratações tornou possível que os dois edifícios configurassem um pequeno conjunto, com grande unidade entre si - cada prédio é uma ala da implantação em L. Externamente. Contribuem para a integração os fechamentos em placas de concreto pré-fabricado - a biblioteca com aplicação de granilha de tom amarelado e o ambulatório com acabamento em concreto branco, conforme se observa na figura 28. Outro aspecto que aproxima os dois projetos é o fato de Figura 27: Biblioteca e Ambulatório Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005)

possuírem poucas aberturas. Contudo, é a esplanada comum, com piso elevado de placas de concreto, que fortalece a leitura do conjunto

49


Figura 28: Biblioteca e aos fundos ambulatório de fisioterapia Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005) Figura 29: Detalhe do interior das rampas. A grande abertura possibilita iluminar o interior do edifício. Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005)

Observa-se que o edifício da biblioteca contém aberturas somente na face menor, a qual, mais castigada pelo Sol, possui uma varanda. Uma rampa externa marca o perímetro do auditório e os pilotis da biblioteca são marcados pela transparência.

A característica que mais marca as duas edificações é o uso de elementos pré-fabricados - lajes, estrutura, fechamentos, cuja opção foi feita em razão de prazo e custo . No caso da biblioteca, decorreram oito meses entre o início do projeto e o final da obra; no ambulatório,

foram

seis.

A

rigidez

nesse

aspecto

estava

50


condicionada ao início do ano letivo de 2005, uma vez que os dois

solução diferenciada, tanto pelo material como pelo desenho, a

prédios são utilizados pelos estudantes.

aparência obtida a partir da estrutura é de grandes “mesas”,

No entanto, a pré-fabricação é o fator que mais os aproxima e, ao mesmo tempo, os distancia: enquanto o prédio da biblioteca

formadas por quatro pilares agrupados de dois em dois em pórticos, ligados por lajes delgadas.

tem estrutura de metal, no ambulatório ela é de peças pré-moldadas de concreto. Foi uma escolha muito positiva, visto que, no decorrer da seleção dos demais componentes construtivos, todos os elementos encaixavam-se. Na porção junto à biblioteca, parte do embasamento é ocupado por um pavimento que abriga espaços de uso exclusivo, tais como os ambientes destinados ao processamento técnico e físico, acervo depositário e apoio à pesquisa. Uma circulação interna liga os andares superiores do acervo e os ambientes sob a base. Embaixo dessa esplanada fica também o auditório, de formato triangular, que possui acesso externo e pode ser utilizado de forma independente. Além dos espaços mencionados, a biblioteca ocupa outros dois andares (onde está o acervo) e um pilotis ocupado com acesso principal e setor de controle de empréstimo e devolução das obras.

Figura 30: O conjunto de quatro pilares, em forma de “mesa”, compõe um dos quatro pontos de apoio da biblioteca Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005)

A composição da biblioteca lembra o MASP, projeto de Lina Bo Bardi na década de 1960. Embora o sistema estrutural seja de

O edifício da Biblioteca, com planta pavilhonar de 71,25 x 16 metros, apóia-se em quatro núcleos de pilares de concreto com

51


aparência de grandes “mesas”. Cada um destes pilares compõe-se de

no sentido físico e espacial (PIRATININGA ARQUITETOS

quatro pilares, agrupados dois a dois em pórticos ligados por lajes

ASSOCIADOS, 2005).

delgadas. Dados do Piratininga Arquitetos Associados (2005)

No prédio o desenho estrutural é pouco perceptível, pelo

revelam que, nos primeiros estudos realizados eram quatro pilares

menos em sua plenitude. A estrutura metálica, do lado de fora, não é

maciços, que, posteriormente, foram perdendo massa, resultando em

vista e, internamente, fica um tanto escondida pelos livros.

uma forma que representa o essencial em termos estruturais. Assim,

Deve-se observar ainda que na face exterior os painéis de

o resultado formal de cada núcleo corresponde à massa necessária

concreto estão paginados com altura dividida por três, e não por

para a carga estabelecida.

dois, conforme o número de andares. Os pisos são interligados

Os núcleos de pilares trabalham em pares no sentido

visualmente por um vazio central.

longitudinal, de forma a apoiar a peça metálica que estrutura o bloco

A iluminação se dá por lanternim (e é potencializada por

suspenso. Essa estrutura é formada por dois pares de treliças

placa de reflexão) e a ventilação, permanente, é realizada através de

paralelas, localizadas no segundo piso da biblioteca, ao longo da

aberturas nas lajes - localizadas embaixo das estantes - que

maior dimensão do volume. O piso inferior do bloco suspenso - tal

permitem, através de grelhas, a entrada de ar, que escapa pela

como o do Masp - é atirantado às vigas treliçadas. Com isso, é

cobertura. Esse fluxo contínuo pode ser interrompido pelo

formado um vão central de 48,75 metros e balanços laterais de 13

fechamento da saída do ar.

metros. As estantes estão apoiadas nessas duas grandes estruturas paralelas, visto que, de forma geral, qualquer biblioteca é estruturada

Aberturas com janelas, só nas duas extremidades menores. Na face norte, com insolação mais agressiva, o caixilho está recuado; na oposta, ele está rente à projeção do edifício.

por suas estantes, ou, pelos livros. Neste projeto, isso também vale

52


Os 2.400 metros lineares de estantes podem ser aumentados para até 5 mil. A equipe propõe que isso ocorra com a colocação de mais prateleiras, sem a necessidade de novas obras civis.

prédio também possui planta retangular, mas nas duas laterais menores estão posicionadas as áreas de apoio. Um dos elementos de destaque é o volume complementar em vidro - com estrutura metálica -, ocupado pelo conjunto de rampas que interliga todos os quatro andares. Na fachada oposta a ele, o prédio é marcado por pequenas aberturas horizontais recuadas, cujo requinte é a paginação das placas de fechamento. Para fortalecer as peças, devido a sua dimensão, foram necessárias placas de concreto em L, cuja face menor dobra-se na direção interna e possibilita o caixilho recuado. Internamente, as divisórias possuem 1,8 metro, o que permite

Figura 31: Sistema estrutural da Biblioteca Fonte: Piratininga Arquitetos Associados (2005)

privacidade sem excluir a circulação cruzada , uma vez que - assim como na biblioteca -, por questão de custo, não há ar-condicionado.

Quanto ao ambulatório de fisioterapia, por outro lado, este

Depois de conhecer um pouco sobre a biblioteca central e a

foi estruturado com peças de concreto armado pré-fabricadas, com

clínica de fisioterapia da PUC de campinas, conclui-se que o partido

vão básico de 10 x 7,5 metros. Ele não possui pilotis e foi dividido

arquitetônico dessas duas edificações consiste em: brises, para

em quatro pavimentos. Em razão do pé-direito necessário para a

resolver a insolação e os fluxos internos, conforme legislação

piscina, a divisão interna entre as lajes é diferente entre o primeiro e

existente;

o segundo pisos, este último formando uma espécie de mezanino. O

horizontalmente; a planta retangular é livre e somente apoiada nas

a

fachada

é

marcada

por

aberturas

recuadas

estruturas.

53


Quanto à implantação, a ventilação é cruzada; os pisos são

No projeto da Clinica Veterinária de Viradouro serão

interligados por um vazio central; a iluminação é feita por lanternim

utilizados os seguintes elementos arquitetônicos: estrutura em metal,

e a ventilação é realizada através de aberturas nas lajes. A disposição

pré- moldado em concreto, brises, vidro, pilotis, planta retangular,

do terreno favorece uma boa orientação .

com um pavimento.

Em relação ao material usado nessas edificações, destaca-se o uso de pré-fabricados na lajes, estrutura e fechamento pré-moldada

4.1.3 Hospital da Rede Sarah em Brasília

em concreto, estrutura em metal. Os núcleos dos pilares são apoiando a peça

A rede de Hospitais Sarah Kubitschek é uma entidade de

metálica que estrutura o bloco suspenso. Essa estrutura é formada

serviço social autônomo, de direito privado e sem fins lucrativos,

por dois pares de treliças paralelas no segundo piso, no sentido da

cujo nome pelo qual são conhecidas suas unidades hospitalares

maior dimensão.há uma ligação com o exterior através dos panos de

destinam-se a atender vítimas de politraumatismos e problemas

vidro.

locomotores, visando sua reabilitação; é mantido pelo Governo

trabalhados em pares no sentido longitudinal,

O conforto ambiental sustentável das edificações se deve ao

Federal, embora sua gestão faça-se pela Associação das Pioneiras

sistema de ventilação natural, que ocorre sem a necessidade de uso

Sociais. O nome é em homenagem à Sara Kubitschek, primeira

do ar condicionado.

dama do país na época em que Brasília foi fundada.

Quanto às aberturas, estas ficaram voltadas para as faces

O Hospital de Doenças do Aparelho Locomotor (HDAL) foi

menores, sendo que uma delas recebe maior incidência solar. As

projetado pelo arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé) no ano de 1976

demais foram recuadas visando melhorar o desempenho térmico.

em Brasília, em uma gleba onde já havia um Centro de Reabilitação,

Os elementos arquitetônicos usados neste projeto foram o brises e vidros.

construído na década de 1960. Algumas construções foram realizadas ao longo da existência do conjunto, tais como: Centro de

54


reabilitação

Infantil;

auditório;

passarela;

estacionamento

superpostos de maneira que todos esses andares possam ser

subterrâneo e reforma no conjunto edificado (Sarinha e demais

iluminados pelo Sol. Os pavimentos de internação em roxo e verde,

blocos), tudo fazendo parte do complexo do Hospital.

são alternados para leste e para oeste criando amplos espaços

Este conjunto arquitetônico localiza-se em uma área central

ajardinados com pé direito duplo, conforme ilustrado na figura 33:

de Brasília, conforme demonstra a figura 31:

Figura 32: Conjunto arquitetônico: a) Vista do bloco principal do Hospital Sarah Asa Sul; b) Complexo do Hospital Sarah Asa Sul Fonte: Alves (2011)

Figura 33: Principais usos do Hospital Sarah Sul Fonte: Alves (2011). As figuras 33 demonstra o projeto arquitetônico deste Hospital, mostrando que suas soluções visam oferecer aos usuários

O Hospital de Doenças do Aparelho Locomotor Asa Sul tem em seu bloco principal os andares térreo (ambulatório), subsolo 1 (serviços técnicos), subsolo 2 (serviços gerais), respectivamente nas

maior autonomia em sua locomoção de forma a reconquistar os seus movimentos. Assim, o programa de necessidades consiste nos seguintes serviços:

cores vermelho, amarelo e azul, que são escalonados e parcialmente

55


- Pavimento térreo: entrada, hall, espera, ambulatórios, marcação de consultas, hall elevadores, administração, refeitório, embarque e desembarque. - Pavimento Inferior: hall elevadores, internação e alta, enfermaria, biblioteca e auditório, espera de pacientes, aparelhos, circulação central, laboratórios, vestiários, e centro cirúrgico. - Pavimento tipo enfermaria: hall elevadores, quartos especiais, enfermarias, terraços e sanitários. Figura 34: a) Planta baixa do térreo do HDAL; b) Planta baixa do subsolo1 e c) Planta baixa do subsolo 2. Fonte: Alves (2011)

56


Figura 35: a) Planta baixa do tĂŠrreo do HDAL; b) Planta baixa do subsolo1 e c) Planta baixa do subsolo 2. Fonte: Alves (2011)

Figura 36: Planta Enfermaria Fonte: Alves (2011) Fluxo de acesso

57


58


59


A figura 37 demonstra a vista da fachada principal do Hospital Asa Sul:

Figura 37: Vista da fachada principal do Hospital Asa Sul Fonte: Alves (2011)

A figura 37 ilustra a perspectiva da espera do ambulatório. Á esquerda, área de apoio ás consultas, dentro do ambulatório do Hospital:

Figura 38: Perspectiva da espera do ambulatório. Área de apoio ás consultas, dentro do ambulatório do Hospital. Fonte: Alves (2011). Quanto ao Centro de Apoio ao Grande Incapacitado Físico – Lago Norte, é uma unidade complementar do Hospital. Por se tratar de um hospital urbano, não possui áreas verdes que possibilitam ao paciente desenvolver as técnicas adequadas ao tratamento. Sobretudo, o conjunto destinado ao tratamento de pacientes ao ar livre é constituído por blocos térreos integrados a partir de jardins distribuídos em uma grande área em declive às margens do Lago Paranoá. O bloco maior, próximo ao lago, possui setores de ambulatório, internação, terapias, lazer e serviços. O bloco intermediário, na parte alta do terreno, possui residência médica e

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centro de estudos. Um terceiro bloco, circular, abriga a escola para crianรงas excepcionais. Anexo ao Ginรกsio de Fisioterapia, uma cobertura em arco se estende sobre o lago para o desenvolvimento de esportes nรกuticos.

Figura 40: Cais e Ginรกsio Fonte: Westpal (2007).

Figura 39: Vista geral a partir do lago. Fonte: Westphal (2007).

Figura 41: Montagem da estrutura Fonte: Westphal (2007).

61


De acordo com Paz Júnior (2011), com o passar do tempo e a convivência com uma abordagem mais humanista que enfatizava as necessidades do incapacitado físico, Lelé transformou-se na própria essência daquilo que ao longo de gerações, a medicina Figura 42: Escola de excepcionais Fonte: Westphal (2007).

buscou e quase nunca conseguiu fazer. Os hospitais de Lelé, a invés de espaços que lembram sofrimento, são locais amenos, generosos, ricos em volumes e cores: a própria expressão e sentido da palavra Reabilitação. Lelé sempre valorizou os métodos construtivos e o detalhamento, o que levou a sua arquitetura ser marcada pela préfabricação e industrialização, as quais estão sempre presentes em

Figura 43: Enfermaria Fonte: Westphal (2007).

seus projetos, assim como a atenção à iluminação e ventilação naturais.

Figura 44: Cais Fonte: Westphal (2007).

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Quanto aos controles térmicos naturais, estes favorecem a redução do excesso de calor no interior dos edifícios, reduzindo por vezes, os efeitos de climas excessivamente quentes. Os materiais usados na implantação do Hospital Sarah de Brasília foram: Uma conexão de módulos tipo shed pré-fabricados em argamassa armada, blocos verticais, lajes pré- fabricadas dos pisos, vigas longas da fachada, vigas recebem caixilhos de vidro, fundição in loco, conforme o terreno. A iluminação do conjunto arquitetônico apresenta um Figura 45: Hospital Sarah Brasília. Fonte: Paz Júnior, 2011. Após verificar esta referência projetual, pode-se afirmar que

conforto ambiental sustentável, com aspecto técnicos de iluminação e acústica e ainda o dimensionamento desses ambientes. O Hospital apresenta ainda os seguintes requisitos para

quanto ao partido arquitetônico, este enfatiza o conforto ambiental, a

modelo de hospital contemporâneo: flexibilidade racionalizada,

sustentabilidade, a tecnologia e o meio.

continuidade (expansão e zoneamento) desenvolvimento horizontal e

Em sua implantação houve a utilização da energia de forma racional, permitindo a adequação da arquitetura ao clima, evitando ou reduzindo os sistemas de condicionamento artificial de ar, com a finalidade de refrigerar.

vertical (circulação, flexibilidade estrutural humanização (conforto ambiental) tecnologia, meio ambiente a assepsia. Os elementos arquitetônicos, da rede de hospitais Sarah possuem característica padrão como: aberturas que deixam a luz solar passar, brises-soleil, shed, iluminação zenital, controla a

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ventilação natural por meio da ventilação cruzada, ventos dominantes e exautores ainda utiliza- se de galerias que captam estes ventos para renovação de ar com o leito de tubulações. No projeto da Clinica Veterinária de Viradouro será também enfatizados a luz e a ventilação natural, de forma a proporcionar o conforto ambiental com ventilação cruzada; também a tecnologia e os materiais: lajes pré- moldadas, concreto, brises.

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5 CAPÍTULO ESTUDO DE CASO


CAPÍTULO 5 - ESTUDO DE CASO

Esta clínica está localizada em um local meio afastado do centro de Bebedouro, tendo, em sua vizinhança uma área verde,

Este estudo de caso foi realizado na Clínica Veterinária

conforme demonstra a figura a seguir:

Gestão, localizada na cidade de Bebedouro/SP.

Figura 47: Área verde próxima à Clínica Pontes Gestal Fonte: Dados obtidos na pesquisa Figura 46: Clínica veterinária Pontes Gestal Fonte: Dados obtidos na pesquisa

A clínica possui dois andares, sendo que no andar inferior encontram-se o estacionamento, recepção, sala de espera, sanitários

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e consultório e no superior situam-se o setor cirúrgico e o de internação, o escritório e a párea de administração e o depósito.

Figura 48: Andar inferior e superior. Fonte: dados obtidos na pesquisa.

Figura 49: Acesso ao andar superior Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Verificou-se que na clínica em estudo existem alguns pontos inadequados para um empreendimento voltado à saúde de animais. Por exemplo, o corredor lateral, de acesso aos fundos encontra-se cheio de entulhos, conforme demonstra a figura a seguir:

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Observou-se que no local onde os animais ficam abrigados, existem muitos entulhos, o que pode prejudicar ainda mais a saúde do animal que já se encontra doente.

Figura 50: Corredor lateral com entulhos. Fonte: Dados obtidos na pesquisa.

Embora este empreendimento esteja localizado em num imóvel amplo, de fácil acesso e com estacionamento, o local não

Figura 51: Entulhos no local de abrigo dos animais Fonte: Dados obtidos na pesquisa.

disponibiliza uma infra-estrutura ideal e necessária para a instalação de uma clínica veterinária.

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Verificou-se ainda que não há muita entrada de luz (Figura 50) e de ventilação (Figura 51) naturais, sendo necessário o uso de ventiladores.

Figura 52: Animais internados inadequada. Fonte: Dados obtidos na pesquisa. Nessas

dependências

da

clínica,

onde

de

maneira

os

animais

permanecem sob observação e tratamento por período maior, as grades devem ser feitas de alumínio com o acabamento em azulejo

Figura 53: Pouca iluminação natural Fonte: Dados obtidos na pesquisa

com sistema de escoamento de urina. A clínica também não possui uma área gramada ampla para o passeio de todos os animais internados.

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Figura 54: Uso de ventilador Fonte: Dados obtidos na pesquisa. Outras

irregularidades

foram

observadas,

Figura 55: Local inadequado para depósito de medicamentos Fonte: Dados obtidos na pesquisa

conforme

demonstram as figuras a seguir: - Falta de um espaço adequado para o depósito de medicamentos:

-

Ausência

de

ventilação

natural

no

depósito

de

medicamentos.

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Figura 56: Depósito de medicamentos se ventilação natural Fonte: Dados obtidos na pesquisa - Ausência de acessibilidade ao deficiente físico.

Figura 57: Ausência de acessibilidade ao deficiente físico Fonte: Dados obtidos na pesquisa. Após o desenvolvimento deste estudo de caso, deve-se ressaltar que esta clínica não será utilizada como referência para o projeto da clínica em Viradouro, pois não foi projetada pensando na elaboração de um ambiente ideal de trabalho e na qualidade de vida, uma vez que se trata de uma casa adaptada para uma clínica. A figura 58 ilustra o plano de massa da Clínica.

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Plano de massa da clinica figura 58

Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

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6 CAPÍTULO PROJETO DA CLÍNICA VETERINÁRIA DE VIRADOURO


CAPÍTULO - 6 PROJETO DA CLÍNICA VETERINÁRIA DE VIRADOURO

Neste capítulo são apresentados todos os dados referentes ao projeto da clínica veterinária de Viradouro, como os aspectos gerais da cidade, a escolha do terreno e sua estratégica escolha.

6.1 A cidade de Viradouro

O município de Viradouro, com uma área de 219,76 Km, localiza-se no Estado de São Paulo a uma latitude 20º52'23" Sul e a

Figura 59: Localização de Viradouro no Estado de São Paulo Fonte: Google Earth (2012).

uma longitude 48º17'49" Oeste, estando a uma altitude de 528 metros. Sua população estimada em 2010 era de 17. 307habitantes (IBGE, 2010). A figura 56 demonstra a sua localização no estado de São Paulo:

A história deste município teve início quando um grupo de fazendeiros que residiam nesta região, no ano de 1897, dentre eles os cidadãos João de Macena Machado da Silveira, Gabriel Custódio da Silveira e outro, através de uma subscrição, conseguiram dinheiro para comprar uma gleba de 25 alqueires de terra. Dois anos depois, em 1989, as primeiras residências forma construídas nesta gleba de terra, as quais pertenciam aos senhores Albino José Pereira e capitão Vicente Marçal Lima.

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Um ano depois, em 1900, foi construída a primeira capela, que deu origem à atual, localizada na praça central da cidade. O nome da cidade se deve em razão de uma fazenda assim chamada pelos primeiros moradores, em razão de ser ali o ponto terminal de uma estrada que obrigava o viajante a "virar", já que não havia caminho à frente. O distrito de paz para Viradouro foi criado pela lei nº 1004, de 3 de dezembro de 1906. E como parte integrante do município de Pitangueiras, foi comarca de Bebedouro até 1910, deste ano passou a jurisdição da comarca de Pitangueiras. Em 1913 a estrada de ferro

Figura 60: Acesso à cidade de Viradouro Fonte: Dados obtidos na pesquisa

São Paulo - Goiás (adquirida em 1926 pela Cia. Paulista de Estrada de Ferro) atingia o município.

A figura 61 ilustra o trevo de acesso à Viradouro:

A iluminação elétrica chegou à cidade no ano de 1917 e em 26 de dezembro de 1916 a localidade foi elevada a município, por meio da lei n. 1522 e, no dia 26 de dezembro de 1925, pela lei nº 2099, foi criado e incorporado ao município o distrito de Terra Roxa, que se desmembrou em 1948. A instalação se deu a 4 de abril de 1965. A figura 57 demonstra o acesso à cidade de Viradouro.

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Figura 62: Trevo de acesso à Viradouro Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Figura 63: Imagem aérea de Viradouro Fonte: Dados obtidos na pesquisa.

Viradouro é uma cidade simples, calma, na verdade uma típica cidade do interior, onde todos se conhecem, são amigos e onde

A Igreja Matriz da cidade é o local onde muitos moradores se

há muita solidariedade entre seus habitantes. Também possui muitos

reúnem, principalmente aos fins de semana, para agradecerem a vida

animais pequenos, como cães, gatos e coelhos.

boa que Deus lhes proporcionou, de morar em uma cidade tão

A figura 59 ilustra a imagem aérea de Viradouro:

singela e, ao mesmo tempo, tão grandiosa pelos seus encantos.

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Figura 64: Igreja Matriz de Viradouro Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Figura 65: Praça da Matriz em Viradouro Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Viradouro possui muito verde, principalmente em sua praça central, local onde se reúnem os amigos, as crianças, os jovens e idosos, em busca de respirar o ar puro proporcionado pela gentil natureza.

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A figura 66 demonstra o mapa da cidade de viradouro. Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

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A figura 67 demonstra o mapa do uso do solo Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

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A figura 68 ilustra o Ponto de ônibus/ Equipamento Urbano de Viradouro Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

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A figura 69 demonstra a Mapa topográfico/ Implantação da cidade de Viradouro Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

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LEITURA URBANA

Instituição 1 Colegio Alfa Equipamento Urbano: Lombadas, placa de transito, orelhoes Ventos predominates Sudeste/ Noroeste

Transporte coletivo como mostra a figura 68 A figura 70 ilustra a Leitura Urbana Hierarquia das ruas-------------- Principal primaria Luiz Carlos Tocalino Segundarias são as demais ruas ao redor Indice Urbanisco Taxa de Ocupação 70% ocupa Area construída 250m -66m ocupa sobrando livre184m Indice de aproveitamento--- área construída terreno entre 10 por 25 ou 10 por 23,70 Indice Impermeabilização --- Calçada 2,5 Rua 9 metros Seu intorno são na maioria residencias Comercio: 1 mini mercado Santa Carolina 3 Oficina Tatus car/ Tecnoel auto mecanica/ Tinuca funilaria

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6.2 A escolha do terreno

O terreno escolhido para a clínica veterinária localiza-se no Loteamento Nova Viradouro II, nas esquina das ruas Eglanteno Americano de Freitas com a Marcondes M. da Silveira. A opção por este terreno se deu por alguns motivos, dentre os quais: por possuir uma boa ventilação, cujos ventos predominantes são na direção Sudeste/Noroeste; por se tratar de um bairro novo e por ser uma área institucional com total de 8.254.606 m2. Por ser uma área institucional, nada melhor a construção de uma clínica veterinária, visto que a cidade ainda não possui um empreendimento deste porte, e que seja pública, para atender pequenos animais de famílias sem poder aquisitivo e também aqueles que vivem abandonados pelas ruas.

Figura 71: Foto do terreno escolhido Fonte: Dados obtidos na pesquisa

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Figura 72: Foto terreno escolhido. Fonte: Dados obtidos na pesquisa.

Figura 73: Bairro com energia elétrica e asfalto. Fonte: Dados obtidos na pesquisa.

O Bairro Nova Viradouro II já possui saneamento básico, água e energia elétrica e também asfalto nas ruas.

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6.3 Programa de necessidades da clínica veterinária pública

A intenção do projeto da clínica veterinária de Viradouro é que esta tenha: - Recepção: de forma a tender os pacientes e acompanhantes e para que estes últimos possam aguardar os resultados esperados com conforto, com serviços de café e água e duas recepcionistas para um atendimento com mais qualidade. - Uma copa: para atendimento dos funcionários. - Um amplo corredor com alguns bancos: para que leve a acessos diversos, nos quais os usuários podem aguardar sentados. - Consultórios: estes serão em número de dois, acoplados à Figura 74: Bairro Nova Viradouro II Fonte: Dados obtidos na pesquisa.

sala de vacinação, pois no mês de agosto os animais são vacinados, utilizando esta sala.

O Bairro Nova Viradouro II é um bairro que está se

- Um laboratório, um sala de raio X e uma farmácia: estas

desenvolvendo gradativamente, mas já possui algumas residências,

serão agrupadas numa mesma linha, de forma a melhor servir ao

um minimercado, três oficinas.

usuário.

Quanto aos equipamentos urbanos, o bairro já conta com lombadas, placas de trânsito, orelhões.

- Um sala de Cirugia/ recuperação de animais. - Um Deposito/ área de serviço. - Área de isolamento

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- Um Canil.

A área destinada ao pet shop (local para venda de produtos

- Estacionamento.

para animais) deverá criar valor aos produtos por isso será realizado em um espaço com vitrines para a exposição dos mesmos. A clínica contará com uma área verde para que os animais

6.4 Materiais utilizados O emprego dos materiais necessários levará em consideração o custo deles, por isso serão os mais simples possíveis, como madeira, vidro, concreto, de forma a se buscar uma redução dos custos e uma otimização das atividades a serem realizadas nos

ser

a

clínica

um

empreendimento

sustentável, serão utilizados elementos de arquitetura sustentável, dentre os quais, o Drywall, que se trata de uma tecnologia flexível que substitui a alvenaria, racionaliza sistemas e proporciona reformas dentro de clínica Também serão utilizados volumes diferenciados entre si e materiais presentes na arquitetura contemporânea, como as grandes aberturas em vidro, por exemplo, qu7e permitem a geração de iluminação e ventilação naturais, de forma a proporcionar conforto aos animais.

A área do hospital veterinário terá diferenciados fluxos, obedecendo a utilização de cada área , de maneira a facilitar a circulação e a distribuição das salas. O local deverá seguir as normas exigidas pela saúde e será

diversos ambientes da clínica. Considerando-se

internados possam passear e tomar o sol da manhã.

empregado nele materiais adequados, como o piso emborrachado. Em razão do ligar receber não somente animais mas também pessoas, este será apresentado de forma agradável, mantendo o conceito de uma clínica veterinária, porém, com um aspecto bem diferenciado, proporcionando prazer e comodidade. Todos os espaços da clínica contarão com higiene e conforto para seus usuários. Também haverá dois tipos de canis: o os individuais e os comunitários, com devido paisagismo, de forma a tornar prazeroso o local. Porem pelo estudo de referencias, e estudo de caso, chegouse à uma conclusão sobre o partido, visto que foi projetado uma

84


clinica com blocos funcionais, dividido por funções, assim cada tipologia estará divida por área, de forma que nenhuma função atrapalhará a outra, principalmente a de infecções.

6.5 Croquis

Figura 75: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro Fonte: Dados obtidos na pesquisa

85


Figura 77: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro Figura 76: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro

Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa

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Figura 78: Croqui da Clínica Veterinária de Viradouro Fonte: Dados obtidos na pesquisa

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Plano de massa figura 79

Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

88


Figura 80 plnaat de acesso layout Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

89


Figura 81 layout Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

90


Figura cota 82 Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

91


Figura 83 persp

Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

92


Figura 84 persp Erro! Não é possível criar objetos a partir de códigos de campo de edição.

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proprietários, de baixo poder aquisitivo e que, daqui em diante poderão contar com um lugar adequado para cuidarem de seus

CONSIDERAÇÕES FINAIS

animais de estimação. Depois

de

realizado,

este

trabalho

trouxe

muitos

As instalações da Clínica contam com os locais adequados

conhecimentos, uma vez que pode mostrar, na prática, tudo o que foi

para cada serviço. Por exemplo, terá um estacionamento e uma

aprendido em sala de aula, durante o curso de Arquitetura e

recepção, para que a clientela possa ser atendido assim que chegue

urbanismo.

com seus animaizinhos. Haverá também os consultórios, com

Pode-se afirmar que o objetivo, proposto no início do

amplas salas, nos quais será realizados os primeiros exames clínicos

trabalho, que era realizar um projeto arquitetônico para uma Clínica

dos

Veterinária Pública na cidade de Viradouro/SP, foi concretizado.

devidamente para a realização dos principais exames, a fim de

Para isto, a literatura muito contribuiu, pois direcionou o caminho a

apoiar o diagnóstico de doenças; um Ambulatório, onde serão

ser seguido em termos de arquitetura. Também houve a grande

realizadas as medicações injetáveis, as preparações pré-cirúrgicas e

contribuição das referências projetuais, por meio das quais pode-se

procedimentos pouco invasivos. A área de internação consistirá em

verificar o melhor material a ser utilizado, o trabalho com a luz e a

grades de alumínio, acabadas em azulejo com sistema para escoar a

ventilação natural; fatores como circulação, flexibilidade, redução de

urina. A sala de cirurgia será equipada com os mais modernos

energia, sustentabilidade, conforto, segurança e qualidade.

aparelhos para cirurgias, todos devidamente esterilizados. Haverá

O projeto da Clínica Veterinária em Viradouro foi pensado de forma a criar um ambiente ideal, que proporcionasse qualidade de vida e conforto aos pequenos animais que necessitam de atendimento para seus problemas de saúde e também para seus

animais.

Haverá

também

um

Ambulatório,

equipado

ainda a sala de esterilização dos equipamentos e também uma sala de Raio X. Toda a obra deverá estar adequada

aos contextos naturais e

culturais em que se insere, buscando responder às necessidades de quem dela precisar.

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ANEXO A – DECRETO Nº 40.400/95 Decreto nº 40.400, de 24 de outubro, de 1995 Instalação de Estabelecimentos Veterinários Mário Covas, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, Decreta: Artigo 1º Fica aprovada a Norma Técnica Especial, anexa a este decreto, que dispõe sobre a instalação de estabelecimentos veterinários, determinando as exigências mínimas para este fim, uso de radiações, de drogas, medidas necessárias ao trânsito de animais e do controle de zoonoses. Artigo 2º Os estabelecimentos aludidos no artigo anterior e existentes na data de publicação deste decreto, têm prazo de 12 (doze) meses para se adequarem às exigências. Artigo 3º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, 24 de outubro de 1995 MÁRIO COVAS Antônio Angarita, Secretário do Governo e Gestão Estratégica Publicado na Secretaria de Estado do Governo e Gestão Estratégica, aos 24 de outubro de 1995. ANEXO a que se refere o artigo 1º do Decreto nº 40.400, de 24 de outubro de 1995 Norma Técnica Especial relativa às condições de funcionamento de estabelecimentos veterinários, determinando as exigências mínimas de instalações, de uso de radiações, de uso de drogas, de medidas necessárias para o trânsito de animais e do controle de zoonoses.

Título I - Das Definições Artigo 1º Consideram-se estabelecimentos veterinários para os efeitos desta Norma Técnica Especial: I - consultório veterinário: o estabelecimento onde os animais são levados apenas para consulta, vedada a realização de cirurgias; II - clínica veterinária: o estabelecimento onde os animais são atendidos para consulta, tratamento médico e cirúrgico; funciona em horário restrito, podendo ter, ou não, internação de animais atendidos; III - hospital veterinário: o estabelecimento destinado ao atendimento de animais para consulta, tratamento médico e cirúrgico e internação de animais; funciona durante as vinte e quatro horas do dia; IV - maternidade veterinária: o estabelecimento destinado ao atendimento de fêmeas prenhes ou paridas, para tratamento pré e pósnatal e realização de partos; V - ambulatório veterinário: a dependência de estabelecimento industrial, comercial, de recreação ou de ensino e/ou pesquisa, onde são atendidos os animais pertencentes ao mesmo ou sob sua guarda, para exame clínico, curativos e pequenas cirurgias; VI - serviço veterinário: a dependência de estabelecimento industrial, comercial, de recreação, de ensino e/ou de pesquisa, onde são atendidos animais pertencentes ao mesmo para exame clínico, tratamento médico e cirúrgico e análises clínicas; VII - parque zoológico: o estabelecimento privado ou oficial, onde são mantidos animais vivos, nativos ou exóticos, domésticos ou silvestres, para visitação pública e exposição, com finalidade de lazer e/ou didática; VIII - aquário: o estabelecimento onde são mantidos animais cujo habitat natural a água doce ou salgada, com finalidade de lazer e/ou didática, ou criação comercial; IX - hipódromo: o estabelecimento destinado à realização de corridas de cavalos e onde são mantidos eqüinos de propriedade de seus associados; X - hípica: o estabelecimento onde são mantidos eqüinos e realizados exercícios de sela e/ou salto, para uso dos seus associados e/ou exibição pública;

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XI - haras: o estabelecimento onde são criados eqüinos para qualquer finalidade; XII - carrossel vivo: o estabelecimento fixo ou nômade, destinado à montaria de eqüinos de sela, em recinto fechado, ao público em geral; XIII - rodeio: o estabelecimento fixo ou nômade, onde são mantidos eqüinos, bovinos e bubalinos destinados a espetáculos e/ou competições de monta de chucros; XIV - cinódromo: o estabelecimento recreativo destinado à realização de corridas de cães, onde são mantidos caninos de sua propriedade ou de seus associados; XV - circo de animais: o estabelecimento fixo ou nômade, onde são exibidos animais amestrados, domésticos ou silvestres, ao público em geral; XVI - escola para cães: o estabelecimento onde são recebidos e mantidos cães para adestramento; XVII - pensão para animais: o estabelecimento onde são recebidos animais para estadia; XVIII - granja de criação: o estabelecimento onde são criados animais de pequeno e médio porte destinados ao consumo (aves, coelhos, suínos, e outros); XIX - hotel-fazenda: o estabelecimento de hospedagem de pessoas, localizado em zona rural, em cuja propriedade existem dependências de criação e manutenção de animais destinados ao abastecimento da despensa e cozinha, e/ou atividades esportivas e de lazer; XX - pocilga ou chiqueiro: o estabelecimento destinado à criação de suínos com a finalidade de consumo ou fornecimento de reprodutores (matrizes); XXI - canil de criação: o estabelecimento onde são criados caninos com finalidades de comércio; XXII - gatil de criação: o estabelecimento onde são criados felinos com finalidades de comércio; XXIII - "pet shop": a loja destinada ao comércio de animais, de produtos de uso veterinário, exceto medicamentos, drogas e outros produtos farmacêuticos, onde pode ser praticada a tosa e o banho de animais de estimação; XXIV - drogaria veterinária: o estabelecimento farmacêutico onde são comercializados medicamentos, drogas e outros produtos farmacêuticos de uso veterinário;

XXV - biotério: a dependência de estabelecimento de pesquisa de ensino, comercial ou industrial, onde são mantidos animais vivos destinados à reprodução e desenvolvimento com a finalidade de servirem a pesquisas médicas, científicas, provas e testes de produtos farmacêuticos, químicos e biológicos, ou de diagnóstico; XXVI - laboratório veterinário: o estabelecimento que realiza análises clínicas ou de diagnóstico referentes à veterinária; XXVII - salão de banho e tosa: o estabelecimento destinado à prática de banho, tosa e penteado de animais domésticos ("trimming" e "grooming"). Parágrafo único - São também considerados estabelecimentos veterinários quaisquer outros onde haja animais vivos destinados ao consumo, ao ensino, à pesquisa, ao lazer, ou qualquer outra utilização pelo homem, não especificada nesta Norma, mas que, por sua atividade, possam, direta ou indiretamente, constituir riscos à saúde da comunidade. Título II - Do Funcionamento Capítulo I - Disposições Gerais Artigo 2º Os estabelecimentos veterinários somente poderão funcionar no território do Estado de São Paulo mediante licença de funcionamento e alvará expedido pela autoridade sanitária competente. Parágrafo único - Somente será concedida licença e expedido alvará aos estabelecimentos veterinários devidamente legalizados perante o Conselho Regional de Medicina Veterinária e autoridade municipal. Artigo 3º Os estabelecimentos veterinários são obrigados, na forma da legislação vigente, a manter um médico veterinário responsável pelo seu funcionamento. Artigo 4º

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A mudança para local diverso do previsto no licenciamento dependerá de licença prévia da autoridade sanitária competente e ao atendimento às exigências desta Norma. Artigo 5º Os estabelecimentos veterinários deverão ser mantidos nas mais perfeitas condições de ordem e higiene, inclusive no que se refere ao pessoal e material. Capítulo II - Das Instalações Artigo 6º Para os efeitos desta Norma Técnica Especial constituem dependências, instalações, recintos e partes dos estabelecimentos veterinários: I - sala de recepção e espera: destina-se à permanência dos animais que aguardam atendimento; deve ter acesso diretamente do exterior; sua área mínima deve ser 10,00m² sendo a menor dimensão no plano horizontal não inferior a 2,50m; o piso dever ser liso, impermeável e resistente a pisoteio e desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas at altura de 2,00m; II - sala de consultas: destina-se ao exame clínico dos animais; deve ter acesso direto da sala de espera; sua área mínima deve ser 6,00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal não inferior a 2,00m; o piso deve ser liso, impermeável e resistente a pisoteio e desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas at a altura de 2,00m; III - sala de curativos: destina-se à prática de curativos, aplicações e outros procedimentos ambulatoriais; obedece às especificações para a sala de consultas; IV - sala de cirurgia: destina-se à prática de cirurgias em animais; a sua área deve ser compatível com o tamanho da espécie a que se destina, nunca inferior a 10,00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2,00m; o piso deve ser liso, impermeável e resistente a pisoteio e desinfetantes; suas paredes devem ser impermeabilizadas at a altura de 2,00m; o forro dever ser de material que permita constantes assepsia; não deve haver cantos retos nos limites parede-piso e paredeparede; as janelas devem ser providas de telas que impeçam a passagem de insetos; seu acesso deve ser através de antecâmara;

V - antecâmara: compartimento de passagem; sua área mínima deve ser 4,00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2,00m; o piso deve ser liso e impermeável; as paredes devem ser impermeabilizadas at a altura de 2,00m; conterá pia para lavagem e desinfecção das mão e braços dos cirurgiões; poderá conter armários; VI - sala de esterilização: destina-se à esterilização dos materiais utilizados nas cirurgias, nos ambulatórios e nos laboratórios; seu piso deve ser liso e impermeável, resistente a desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas at o teto; sua área mínima de 6,00m² sendo menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2,00m; deve ser provida de equipamento para esterilização seca e úmida; VII - sala de coleta: destina-se à coleta de material para análise laboratorial médico veterinário; sua área mínima deve ser 4,00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2,00m; o piso e as paredes devem ser impermeabilizados; VIII - sala para abrigo de animais: destina-se ao alojamento de animais internados; nela se localizam as instalações e compartimentos de internação; seu acesso deve ser afastado das dependências destinadas a cirurgia e laboratórios; o piso deve ser liso e impermeabilizado, resistente ao pisoteio e desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas at a altura de 2,00m; deve ser provida de instalações necessárias ao conforto e segurança dos animais e propiciar ao pessoal que nela trabalha condições adequadas de higiene e segurança ao desempenho; suas dimensões devem ser compatíveis com o tamanho das espécies a que se destina; deve ser provida de dispositivos que evitem a propagação de ruídos incômodos e exalação de odores; deve ser provida de água corrente suficiente para a higienização ambiental; o escoamento das águas servidas deve ser ligado à rede de esgoto, ou, na inexistência desta, ser ligado à fossa séptica com poço absorvente; as portas e as janelas devem ser providas de tela para evitar a entrada de insetos; IX - sala de radiografias: deve ter dimensão compatível com o tamanho da espécie a que se destina; suas especificações de proteção ambiental e individual devem obedecer à legislação vigente para radiações; X - sala de tosa: destina-se ao corte de pêlos dos animais; sua área mínima deve ser 2,00m; o piso deve ser impermeável, liso e resistente a desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas at a altura de 2,00m;

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XI - sala para banhos: deve ter piso impermeável e resistente a desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas at a altura de 2,00m; a banheira deve ter paredes lisas e impermeáveis; o escoamento das águas servidas deve ser ligado diretamente à rede de esgoto, sendo o da banheira provido de caixa de sedimentação; a área mínima dever ser 2,00m²; XII - sala para secagem e penteado: deve ter piso liso, impermeável e resistente aos desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas at 2,00m de altura; XIII - canil: o compartimento destinado ao abrigo de cães; deve ser individual, construído em alvenaria, com área compatível com o tamanho dos animais que abriga e nunca inferior a 1,00m²; as paredes devem ser lisas, impermeabilizadas de altura nunca inferior a 1,5m; o escoamento das águas servidas não poderá comunicar-se diretamente com outro canil; em estabelecimentos destinados ao tratamento de saúde pode ser adotado o canil de metal inoxidável ou com pintura antiferruginosa, com piso removível; em estabelecimentos destinado ao adestramento e/ou pensão pode ser adotado o canil tipo solário, com área mínima de 2,00m², sendo o solário totalmente cercado por tela de arame resistente, inclusive por cima; XIV - gaiola: a instalação destinada ao abrigo de aves, gatos e outros animais de pequeno porte; deve ser construída em metal inoxidável ou com pintura antiferruginosa; não pode ser superposta a outra gaiola nem o escoamento das águas servidas pode comunicar-se diretamente com outra gaiola; XV - jaula: o compartimento destinado ao abrigo de animais que oferecem risco a pessoas; sua área e volume devem ser compatíveis com o tamanho do animal que abriga; o sistema de limpeza deve ser adequado à eficiência e segurança; nos estabelecimentos de exposição ao público (zoológicos, feiras, e outros) deve estar afastado deste no mínimo 1,50m; XVI - fosso: o compartimento destinado ao abrigo de animais silvestres proporcionando-lhes condições ambientais semelhantes às de seu habitat natural; sua área deve ser compatível com o número e espécies de animais que abriga; o vão que o separa do público deve ter distância e altura que impeçam, com segurança, a fuga de animais; o escoamento das águas servidas deve ligar-se diretamente à rede de esgotos ou, na inexistência desta, deve ser ligado a fossa séptica provida de poço

absorvente; o sistema de limpeza deverá oferecer total segurança ao pessoal; XVII - viveiro: instalação destinada ao abrigo de aves e répteis; deve ter área e volume compatíveis com as espécies que abriga, de modo a evitar que os animais possam sofrer lesões por restrição aos seus movimentos naturais; XVIII - baia: compartimento destinado ao abrigo de animais de grande porte (eqüinos, bovinos, e outros); sua área deve ser compatível com o tamanho dos animais que abriga, nunca inferior a 10,00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 3,00m, com p direito mínimo de 3,00m; o piso deve ser resistente ao pisoteio e a desinfetantes, provido de escoamento de águas servidas ligado diretamente a rede de esgotos ou a canaleta coletora externa provida de grade protetora; XIX - boxe ou casela: a instalação destinada à permanência de animais por período restrito de tempo (ordenha, curativo, exposição, e outros); sua área deve ser compatível com a espécie que abriga e a finalidade de seu uso; XX - estábulo: recinto cercado de alvenaria, provido de cobertura, destinada ao abrigo de gado vacum; XXI - cocheira: dependência destinada ao abrigo de eqüinos; pode constituir-se por uma série de baias ou boxes; XXII - pocilga: um recinto cercado de alvenaria, provido de cobertura, destinado ao abrigo de suínos; XXIII - curral: um recinto cercado de mourões e arames, ou alvenaria, destinado ao recolhimento de gado vacum; XXIV - abrigo para resíduos sólidos: destina-se ao armazenamento de resíduos sólidos gerados no estabelecimento enquanto aguardam a coleta; deverá ser dimencionado para conter o equivalente a três dias de geração; as paredes e pisos deverão ser de material resistente a desinfetantes e impermeabilizados; sua área mínima deve ser 1,00m²; deve ser provido de dispositivos que impeçam a entrada e proliferação de roedores e artrópodes nocivos, bem como exalação de odores; sua localização deverá ser fora do corpo do prédio principal; o armazenamento de resíduos infectantes deverá ser feito em separado dos resíduos comuns; XXV - esterqueira: destina-se ao armazenamento das fezes geradas no estabelecimento para posterior aproveitamento; deverá ser

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hermeticamente fechada e provida de dispositivos que evitem a entrada e proliferação de roedores e artrópodes, bem como a exalação de odores. Capítulo III - Das Condições Mínimas para Funcionamento Artigo 7º Nenhum estabelecimento veterinário poderá funcionar sem a presença do profissional médico veterinário durante o período de atendimento. Artigo 8º As instalações mínimas para funcionamento de consultório veterinário são: I - sala de espera; II - sala de consultas; III - sanitário. Artigo 9º As instalações mínimas para funcionamento de clínica veterinária são: I - sala de espera; II - sala de consultas; III - sala de cirurgias; IV - sanitário; V - compartimento de resíduos sólidos. Parágrafo único - Se a clínica internar animais, deverá ainda ter: I - sala para abrigo de animais; II - cozinha. Artigo 10º As instalações mínimas para funcionamento de hospital veterinário são: I - sala de espera; II - sala de consultas; III - centro cirúrgico, constando de: a) sala de esterilização de materiais; b) antecâmara de assepsia; c) sala de cirurgias com equipamento completo para anestesia geral e ressuscitador; d) sala de registro e expediente;

e) serviço de radiologia; f) cozinha; g) local adequado para abrigo dos animais internados; h) compartimento de resíduos sólidos; i) sanitários e vestiários. § 1º - O descarte das camas e dejetos deverá ser feito de maneira a evitar a proliferação de artrópodes e roedores nocivos; deverá dispor de dispositivos que evitem a exalação de odores. § 2º - As gaiolas, jaulas e canis não poderão ser superpostos. Artigo 11º As instalações mínimas para funcionamento de serviço veterinário são: I - local adequado para exame clínico dos animais; II - sala de cirurgias; III - sala de expediente e registro; IV - sala de estoque e almoxarifado geral; V - local adequado para abrigo dos animais. Artigo 12º As instalações mínimas para funcionamento de ambulatório veterinário são: I - local para exame clínico dos animais; II - local adequado para a prática de curativos e pequenas cirurgias. Artigo 13º As instalações mínimas para funcionamento de maternidade veterinária são: I - sala de recepção e espera; II - sala de consultas; III - sala de partos, devidamente equipada; IV - sala de cirurgias; V - sala de radiologia; VI - local adequado para alojamento dos animais internados. Artigo 14º Os parques zoológicos, as hípicas, os hipódromos, os aquários, os cinódromos, e congêneres devem ter, além da estrutura necessária às suas finalidades, serviço veterinário conforme o disposto no artigo 11.

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Parágrafo único - Quando o estabelecimento não dispuser de condições para manter serviço veterinário próprio, poderá, a critério da autoridade sanitária competente, contratar a assistência veterinária de terceiros. Artigo 15º Os haras, carrosséis-vivos, escolas para cães, pensões para animais, granjas de criação, pocilgas, hotéis-fazenda, e congêneres devem ter, além da estrutura necessária ao desenvolvimento de suas atividades, ambulatórios veterinário conforme o disposto no artigo 12. Artigo 16º As instalações mínimas para funcionamento de biotério são: I - sala para animais acasalados; II - sala para animais inoculados; III - sala para higiene e desinfecção e secagem das caixas, gaiolas, comedouros e demais insumos necessários; IV - depósitos de camas e rações; V - abrigo para resíduos sólidos; VI - forno crematório devidamente aprovado pelo órgão de controle ambiental competente. Parágrafo único - As águas servidas provenientes de animais inoculados devem, obrigatoriamente, ser tratadas antes de serem lançadas na rede de esgoto. Artigo 17º As instalações mínimas para o funcionamento de laboratório de análises clínicas e de diagnóstico veterinário são: I - sala de espera; II - sala de coleta de material; III - sala para realização das análises clínicas ou de diagnósticos próprios do estabelecimento; IV - sala para abrigo dos animais, quando realizar testes biológicos; V - abrigo para resíduos sólidos. Artigo 18º As instalações mínimas necessárias para funcionamento de "pet shop's" são: I - loja com piso impermeável;

II - sala para tosa ("trimming"); III - sala para banho com piso impermeável; IV - sala para secagem e penteado ("grooming"); V - abrigo para resíduos sólidos. § 1º - As instalações para abrigo dos animais expostos à venda deverão ser separadas das demais dependências. § 2º - As "pet shop" não podem comercializar medicamentos e produtos terapêuticos. Artigo 19º As demais dependências não específicas de estabelecimento veterinário obedecerão o disposto na legislação sanitária vigente. Capítulo IV - Do Pessoal Artigo 20º O quadro de funcionários das clínicas, hospitais, maternidades, serviços e ambulatórios veterinários incluirá, obrigatoriamente: médico veterinário responsável, auxiliar de veterinário, faxineiro, que deverão estar presentes durante todo o período de atendimento. Artigo 21º O quadro de funcionários dos parques zoológicos, aquários, hipódromos, hípicas, haras, carrosséis-vivos, escolas para cães, pensões para animais, granjas de criação, hotéis-fazenda, canis e gatis de criação, e "pet shop" incluirá, obrigatoriamente, faxineiro e auxiliar de veterinário, que deverão estar presentes durante todo o período de expediente. Parágrafo único - O médico veterinário responsável, obrigatório para todos os estabelecimentos veterinários, poderá exercer suas atividades em horário mais restrito que o do expediente nos estabelecimentos incluso neste artigo, a critério da autoridade sanitária competente. Artigo 22º Os circo e os rodeios, por serem estabelecimentos nômades, quando não contarem com médico veterinário em seu quadro de pessoal, poderão contratar profissional veterinário em cada praça onde se apresentem.

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Capítulo V - Da Localização Artigo 23º Os haras, os rodeios, os carrosséis-vivos, os hotéis-fazenda, as granjas de criação, as pocilgas, e congêneres não poderão localizar-se no perímetro urbano. § 1º - Os estabelecimentos incluídos neste artigo que, à data de promulgação desta Norma Técnica Especial, já se encontram localizados dentro do perímetro urbano, poderão, a critério da autoridade sanitária competente, permanecer onde se encontram pelo tempo que esta determinar, desde que satisfeitos os requisitos desta Norma, notadamente no que se refere a exalação de odores, propagação de ruídos incômodos e proliferação de roedores e artrópodes nocivos. § 2º - Sempre que o perímetro urbano alcance a área onde esteja instalado algum estabelecimento veterinário incluído neste artigo, este deverá providenciar a sua mudança de localização, no prazo que lhe for determinado pela autoridade sanitária competente. Artigo 24º Os cinódromos, os hipódromos, as hípicas, e parque zoológicos poderão localizar-se no perímetro urbano, desde que fora de área estritamente residencial, a critério da autoridade sanitária competente, satisfeitas as exigências desta Norma Técnica e consideradas as condições locais e os eventuais prejuízos à saúde pública. Artigo 25º As escolas para cães e pensões para animais poderão localizar-se dentro do perímetro urbano, fora das áreas estritamente residenciais, a critério da autoridade sanitária competente e autoridade municipal, que levarão em conta os eventuais prejuízos à saúde pública. Artigo 26º Nos hoteis-fazenda, as baias, cocheiras, estábulos, apriscos e demais instalações de abrigo de animais deverão estar afastadas das instalações de hospedagem no mínimo 100,00m.

Parágrafo único - As instalações para abrigos de grandes animais deverão estar afastadas dos terrenos limítrofes e da frente das estradas no mínimo 50,00m. Artigo 27º Os estabelecimentos de caráter médico veterinário para atendimento de animais de pequeno porte poderão localizar-se no perímetro urbano, fora das áreas estritamente residenciais, considerados os eventuais prejuízos à saúde pública. Capítulo VI - Do Uso de Radiações Artigo 28º Os estabelecimentos veterinários destinados ao atendimento médico cirúrgico poderão manter e utilizar aparelhos emissores de radiação, obedecidas as disposições legais vigentes. Artigo 29º vedada a manutenção e uso de aparelhos emissores de radiação nos estabelecimentos veterinários comerciais e industriais. Artigo 30º Os estabelecimentos que se dedicam à inseminação artificial e/ou pesquisa científica poderão, a critério da autoridade sanitária competente, manter e usar aparelhos emissores de radiações, desde que comprovada a sua necessidade real. Artigo 31º Os aparelhos radiológicos portáteis, utilizados na clínica médica e cirúrgica de animais de grande porte, dos exóticos e/ou silvestres, deverão ter alvará específico de funcionamento que especifique seus limites de uso. Capítulo VII - Do Uso de Drogas sob Controle Especial Artigo 32º Os estabelecimentos veterinários destinados a tratamento de saúde, inclusive os ambulatórios e serviços veterinários de escolas de

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veterinária, dos haras, das hípicas, dos hipódromos, dos cinódromos, e congêneres podem adquirir e utilizar drogas sob controle especial, desde que devidamente legalizadas e reconhecidas pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária e pela autoridade sanitária estadual competente. Artigo 33º A aquisição, prescrição e uso de tais drogas deverá obedecer ao disposto na legislação pertinente em vigor. Artigo 34º As drogarias veterinárias obedecem às normas válidas para as drogarias em geral. Capítulo VIII - Do Controle de Zoonoses Artigo 35º A ocorrência de zoonoses em animais de notificação compulsória às autoridades competentes. Artigo 36º São de notificação obrigatória as ocorrências de raiva, de leptospirose, de leishmaniose, de turbeculose, de toxoplasmose, e brucelulose, de hidatidose e de cisticercose. Artigo 37º obrigatória a vacinação de animais contra raiva e leptospirose. Capítulo IX - Do Licenciamento dos Estabelecimentos Artigo 38º Somente os consultórios veterinários são dispensados do alvará de funcionamento previsto no artigo 2º desta Norma Técnica. Parágrafo único - Os consultórios veterinários, para seu funcionamento deverão notificar sua abertura à autoridade sanitária de sua jurisdição, nos termos da legislação vigente.

Conforme a característica do estabelecimento, a critério da autoridade sanitária competente, a responsabilidade veterinária de que trata o artigo 3º desta Norma Técnica poderá ser contratada com outro estabelecimento veterinário. Capítulo X - Do Trânsito de Animais Artigo 40º vedada a entrada e o trânsito de animais no território do Estado de São Paulo sem o certificado de vacinação obrigatória e demais medidas sanitárias e de sanidade emitidos por veterinário oficial ou credenciado pelas autoridades sanitárias competentes. Artigo 41º Nenhum animal em trânsito poderá permanecer embarcado por período superior a 24 horas sem que receba alimento e água convenientemente. Artigo 42º Nenhum animal poderá ser transportado sem condições de conforto e segurança que lhes permita perfeita sanidade, de acordo com o preceituado no Decreto-lei Federal nº 24.645, de 10 de julho de 1934. Artigo 43º Os veículos transportadores de animais em trânsito pelo território do Estado de São Paulo deverão ter prova de desinfecção e limpeza efetuadas antes do embarque. Artigo 44º As condições de segurança e lotação dos veículos transportadores de animais deverão ser rigorosamente obedecidas. Artigo 45º Os casos omissos na presente Norma Técnica Especial serão decididos pela autoridade sanitária estadual competente.

Artigo 39º

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ANEXO B - ROTEIRO DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE ARQUITETURA DE EDIFICAÇÃO

1. INTRODUÇÃO A palavra projeto significa, genericamente, intento, desígnio, empreendimento e, em acepção, um conjunto de ações, caracterizadas e quantificadas, necessárias à concretização de um objetivo. Embora este sentido se aplique a diversos campos de atividade, em cada um deles o projeto se materializa de forma específica. O objetivo principal do Projeto de Arquitetura da Edificação é a Execução da Obra idealizada pelo arquiteto. Essa obra deve se adequar aos contextos naturais e culturais em que se insere e responde às necessidades do cliente e futuros usuários do edifício. As exigências do cliente e usuários se exprimem através do programa de necessidades que define metodicamente o objetivo do projeto. 2. OBJETIVOS O presente documento tem por objetivo: a) estabelecer parâmetros – base para fixação dos honorários profissionais respectivos; b) discriminar os serviços incluídos e excluídos nos contratos que tenham por objeto Projeto de Arquitetura da edificação. c) Definir e caracterizar os principais elementos técnicos relacionados ao projeto, em especial, as fases que o compõem, as informações necessárias ao seu desenvolvimento e os produtos finais/serviços que o caracterizam.

3. CONTEÚDO ABRANGÊNCIA 3.1. Serviços Incluídos O presente documento roteiriza o serviço de Projeto de Arquitetura da Edificação inclusa a coordenação/compatibilização dos projetos complementares listados nas letras E e F do item 3.2. abaixo. 3.2. Serviços Excluídos Além do Projeto de Arquitetura da Edificação o arquiteto está técnica e legalmente habilitado à realização de outros serviços, excluídos do presente roteiro, entre os quais; a) pesquisas, elaboração de programa de necessidades e similares; b) levantamento arquitetônicos, urbanísticos, topográficos e geológicos (sondagens); c) estudos de viabilidade (técnico – legal) arquitetônica, planos diretores urbanísticos e similares; d) projeto de reforma, revitalização e restauração de edificações; e) projetos de reparo, conservação/manutenção e limpeza de edificações; f) projetos complementares de estrutura instalação hidrosanitárias (água quente e fria, esgotos e águas pluviais), de gás, de proteção contra incêndio e de coleta de lixo, instalações elétricas e telefônicas, conforto ambiental, acústica, sonorização e luminotécnica, instalações de ar condicionado e exaustão mecânica, entre outros; g) Projetos de paisagismo, arquitetura de interiores, decoração, mobiliário e comunicação visual; h) Projetos de desenho urbano, loteamentos, remembramento / de terrenos e similares; i) Planos urbanísticos;

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j) Estudos da viabilidade econômico – financeira, estimativas de custos, Orçamento e similares; l) Vistorias / perícias, laudos / pareceres, assessoria / consultoria e similares; m) Fiscalização (técnica) de projetos (realizados por terceiros), em nome do cliente; n) Gerenciamento (técnico,administrativo e financeiro) de projetos (realizados por terceiros), em nome do cliente; o) Fiscalização de execução de obras (realizadas por terceiros) ou fiscalização da construção / construtor, montagem/montador, fabricação/fabricante em nome do cliente; p) Gerenciamento da execução de obras (realizadas por terceiros) ou fiscalização técnica, administrativa e financeira da construção/construtor, montagem/montador, fabricação/fabricante, em nome do cliente; q) Execução de obras (construção/montagem/fabricação). 4. DOCUMENTOS RELACIONADOS Os procedimentos, definições e serviços incluídos neste documento, configuram o parâmetro – Base para a fixação dos honorários profissionais, conforme recomendado nas “Condições de Contratação e Remuneração do Projeto de Arquitetura da Edificação”. Os valores ali fixados não remuneram os serviços excluídos (item 3.2) e os produtos finais/serviços opcionais (item 5.4) deste documento-roteiro. 5. DEFINIÇÕES 5.1. Gerais a) obra: espaço/objeto a ser construído, fabricado ou montado;

b) projeto: conjunto de desenhos e documentos técnicos necessários à construção, fabricação ou montagem da obra; 1ª etapa de realização da mesma; c) execução: conjunto de ações técnicas, baseadas no projeto, necessárias à construção, fabricação ou montagem da obra; 2ª etapa de realização da mesma; d) arquiteto: técnico contratado, responsável pelo projeto e/ou execução da obra; e) cliente: pessoa física ou jurídica contratante dos serviços do arquiteto; f) usuário: cada um daquele que utilizarão a obra projetada e/ou executada pelo arquiteto. Em alguns casos cliente e usuários coincidem; g) programa de necessidades: documento que exprime as exigências do cliente e as necessidades dos futuros usuários da obra. Em geral, descreve sua função, atividades que irá abrigar, dimensionamento e padrões de qualidade assim como especifica prazos e recursos disponíveis para a execução. A elaboração desse programa deve, necessariamente, proceder o início do projeto, podendo entretanto, ser complementado ao longo de seu desenvolvimento. 5.2. Fases De Projeto O projeto de arquitetura da edificação compreende as fases de Estudo Preliminar, Anteprojeto e/ou Projeto de Aprovação, projeto de Execução e Assistência à Execução da Obra que se caracterizam como blocos sucessivos de coleta de informações, desenvolvimento de estudos/serviços técnicos e emissão de produtos finais, objetivando, ao término de cada um deles: a) avaliar a compatibilidade do projeto com o programa de necessidades, em especial no que se refere a:

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• funcionalidade; • dimensionamentos e padrões de qualidade; • custos e prazos de execução da obra; b) providenciar, em tempo hábil, as reformulações necessárias à concretização dos objetivos estabelecidos no programa de necessidades, evitando-se posteriores modificações que venham a onerar o custo do projeto e/ou da execução da obra; c) construir o conjunto de informações necessárias ao desenvolvimento da fase subsequente. O Estudo Preliminar constitui a configuração inicial da solução arquitetônica proposta para a obra (partido), considerando as principais exigências contidas no programa de necessidades. Deve receber a aprovação preliminar do cliente. O Anteprojeto constitui a configuração final da solução arquitetônica proposta para a obra, considerando todas as exigências contidas no programa de necessidades e o Estudo Preliminar aprovado pelo cliente. Deve receber a aprovação final do cliente. O Projeto de Aprovação é uma sub-fase ao anteprojeto, desenvolvida, conforme o caso anterior, concomitante ou posteriormente a ele. Constitui a configuração técnico-jurídica da solução arquitetônica proposta para a obra considerando as exigências contidas no programa de necessidade, o Estudo preliminar ou Anteprojeto aprovado pelo cliente e as normas técnicas de apresentação e representação gráfica emanadas dos órgãos públicos (em especial, Prefeitura Municipal, concessionárias de serviços públicos e Corpo de Bombeiro). Nos casos especiais em que não haja necessidade de aprovação do, projeto pelos poderes públicos esta sub-fase deixa de existir. O Projeto da Execução é o conjunto de documentos técnicos (memoriais, desenhos e especificações) necessárias à licitação e/ou

execução (construção, montagem, fabricação) da obra. Constitui a configuração desenvolvida e detalhada do Anteprojeto aprovado pelo cliente. A Assistência à Execução da Obra é fase complementar de projeto que se desenvolve concomitantemente à execução da obra, não se confundindo com os serviços listados nas letras O, P e Q no item 3.2. Os serviços correspondentes a esta fase estão discriminados no item 6.4. A cada fase do projeto de Arquitetura da Edificação correspondem fases correspondentes dos projetos complementares listados no item 3.2. letras E e F. A coordenação/compatibilização desses cabe ao arquitetos, sendo considerada serviços incluídos no presente documento. Dependendo da complexidade da obra e do acordo prévio entre arquiteto e cliente, o Projeto de Arquitetura da Edificação poderá ser complementado pelos serviços listados no item 3.2. 5.3. Informações necessárias ao desenvolvimento do projeto Para dar início a cada fase do projeto o arquiteto necessita de um conjunto de informações técnicas (dados, desenhos e documentos) imprescindíveis ao desenvolvimento da mesma. Parte dessas informações é fornecida pelo cliente, parte pesquisada pelo arquiteto, conforme especificado no item 6. 5.4. Produtos finais/serviços básicos e opcionais Ao longo e/ou ao término de cada fase de projeto o arquiteto desenvolve estudos/serviços técnicos e emite e fornece ao cliente produtos finais (desenhos, documentos e especificações) que caracterizam a solução arquitetônica proposta para a obra. Produtos finais/serviços básicos são aqueles indispensáveis à definição do projeto.

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Produtos finais/serviços opcionais são aqueles que esclarecem, ilustram, elucidam e complementam o projeto. Os honorários fixados nas “Condições de Contratação e Remuneração do Projeto de Arquitetura da Edificação” não incluem a prestação/emissão desses serviços/produtos, devendo sua contração ser objeto de acordo à parte. 6. ROTEIRO BÁSICO 6.1. Estudo Preliminar 6.1.1. Informações 6.1.1.a. A cargo do cliente a) programa de Necessidades, especificando: • objetivo do cliente e finalidades da obra; • prazos e recursos disponíveis para o projeto e a execução; • características funcionais da obra, em especial: - atividade que irá abrigar; - compartimentação e dimensionamento preliminares; - escala de proximidades espaciais; - população fixa e variável (por compartimento); - fluxos (de pessoas, veículos, materiais) • mobiliário, instalações e equipamentos básicos (por compartimento); • padrões de construção e acabamento; • recursos técnicos disponíveis para a execução: materiais, mão–deobra, sistemas construtivos; • modalidade de contratação de execução e porte do construtor/montador/fabricante. b) Informações sobre o terreno e seu entorno, em especial: • Escrituras;

• Levantamento topográfico plani-altimétrico detalhado, em escala adequada, indicando os limites do terreno (dimensões lineares e angulares), as construções vizinhas e internas ao terreno, o arruamento e as calçadas limítrofes, os acidentes naturais (rochas, cursos d’água, etc.), a vegetação existente (locação e especificação de árvores e massas arbustivas) e o Norte verdadeiro; • Levantamento arquitetônico detalhado, em escala adequada, de construções porventura existentes no interior do terreno; • Sondagem geológica a dados sobre drenagem visando subsidiar a concepção estrutural e o projeto de fundações da obra. 6.1.1.b. A Cargo do Arquiteto a) programa de necessidades: • revisão e eventual complementação. b) informações sobre o terreno e seu entorno, em especial: • documento cadastrais (projetos de alinhamento e loteamento, levantamentos aerofotogramétricos e outros); • fotos do terreno e seu entorno; • dados geo-climáticos e ambientais locais, em especial, temperaturas, pluviosidades, insolação, regime de ventos e marés (para terrenos a beira-mar) e níveis de população sonora, do ar, do solo e das águas); • dados urbanísticos do entorno do terreno, em especial, uso e ocupação do solo, padrões arquitetônicos e urbanísticos, infraestrutura disponível, tendências de desenvolvimento e planos governamentais para a área e, condições de tráfego e estacionamento. c) legislação arquitetônica e urbanística (municipal, estadual e federal) pertinente, em especial: • restrições de uso; • taxas de ocupação e coeficientes de aproveitamento;

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• gabaritos; • alinhamentos, recuos e afastamentos; • número de vagas de garagem; • exigências relativas a tipos específicos de edificação e outras exigências arquitetônicas das Prefeituras Municipais, Corpo de Bombeiros, Concessionárias de Serviços Públicos, Ministérios da Marinha, Aeronáutica, Trabalho e Saúde e Órgãos de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, entre outros. 6.1.2. Produtos Finais / Serviços Básicos: • memorial: descreve e justifica a solução arquitetônica proposta relacionando-a ao Programa de necessidade, às características do terreno e seu entorno, à legislação arquitetônica e urbanística pertinentes e/ou a outros fatores determinantes na definição do partido adotado; • planta de situação: representa a implantação da obra no terreno indicado, em especial, acessos, posição e orientação da(s) edificação (ões) e principais, elementos arquitetônicos (estacionamentos, piscinas, quadras esportivas, castelos d’água e/ou outros), recuos e afastamentos, cotas e níveis principais e quadro, geral de áreas (totais, por setor, pavimento e/ou bloco, úteis e/ou construídas, conforme o caso); • plantas e cortes gerais: representam a compartimentação interna da obra indicando, em especial, a localização, inter-relacionamento e pré-dimensionamento de ambientes, circulações (verticais e horizontais) e acesso; • fachadas principais: representam a configuração externa da obra indicando seus principais elementos, em especial esquadrias; • coordenação dos estudos preliminares complementares. 6.1.3 Produtos Finais / Serviços Opcionais:

• perspectivas e/ou maquete de massas: representam a configuração espacial global da obra, sua implantação no terreno e relacionamento com o entorno construído; • desenhos promocionais: perspectivas adicionais (internas e/ou externas) e plantas e/ou humanizadas (com indicação de mobiliário e equipamentos básicos), entre outros; • especificação preliminar dos principais materiais e acabamentos; • estudos preliminares complementares: de Estrutura, Instalações, paisagismo e/ou Arquitetura de Interiores, entre outros listados no item 3.2, letras F e G; • estimativa preliminar de custos: baseada, em geral, nos custos correntes do metro quadrado da construção, custos globais dos serviços ou critério equivalente, consideradas as características da obra. 6.2. Anteprojeto 6.2.1. informações: a) Todas as informações listadas no item 6.1.1; b) Os Estudos Preliminares aprovados pelo cliente. 6.2.2. Produtos Finais / Serviços Básico. • Plantas de situação: define a implantação da obra no terreno locando e dimensionado em especial, a(s) edificação(ões), acessos, áreas livres e demais elementos arquitetônicos. Indica afastamentos, recuos, investiduras, área “non aedificandi” e servidões, cotas gerais e níveis de assentamento, áreas totais e/ou parcial, úteis e/ou construídas, conforme a necessidade; • plantas baixas: definem, no plano horizontal, a compartimentação indicando a designação, localização, interrelacionamento e dimensionamento finais (cotas, níveis acabados e áreas) de todos os pavimentos, ambientes, circulações e acessos. Representam a

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estrutura, alvenarias, tetos rebaixados, revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura), conjuntos sanitários e equipamentos fixos; • planta(s) de cobertura: define(m) sua configuração arquitetônica indicando a localização e dimensionamento finais (cotas e níveis acabados) de todos os seus elementos. Representa(m), conforme o caso, telhados, lajes, terraços, lanternins, domus, calhas, caixas d’água e equipamentos fixos; • cortes gerais: definem, no plano vertical, a compartimentação interna da obra e a configuração arquitetônica da cobertura indicando a designação, localização, inter-relacionamento e dimensionamento finais (alturas e níveis acabados) de pavimentos, ambientes, circulações e elementos arquitetônicos significativos. Representam a estrutura, alvenarias, tetos rebaixados, revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura) e, conforme o caso, telhados, lanternins, “sheds”, domus, calhas, caixas d’água e equipamentos fixos; • fachadas: definem a configuração externa da obra indicando todos os seus elementos, em especial, os acessos. Representam a estrutura, alvenarias, revestimentos externos, esquadrias (com sistema de abertura) e conforme o caso, muros, grades, telhados, marquises, toldos, letreiros e outros componentes arquitetônico significativos; • especificações: definem os principais materiais e acabamentos, em especial, revestimentos de fachadas e pisos, paredes e tetos de todos compartimentos. A critério do arquiteto, porém ser apresentadas sob diversas formas, por exemplo: a) grafadas nos próprios desenhos (plantas, cortes e fachadas); b) em um quadro geral de materiais e acabamentos e/ou; c) sob a forma de texto (memorial de especificações); • coordenação dos anteprojetos complementares

6.2.3. Produtos Finais / Serviços Opcionais: • maquete; • perspectivas; • anteprojetos complementares de Estrutura, Instalações, Paisagismo e/ou Arquitetura de Interiores, entre outros listados no item 3.2., letras F e G; • orçamento estimativo: baseado nos Anteprojetos de Arquitetura e complementares, pré-dimensiona quantidades e custos de materiais e serviços (mão-de-obra) necessários à realização da obra. 6.3. Projeto(s) de Aprovação 6.3.1. Informações: a) todas as informações listadas no item 6.1.1; b) os estudos preliminares aprovados pelo cliente, caso o Projeto de Aprovação seja desenvolvido anterior ou concomitantemente ao Anteprojeto; ou (ver a definição de PA, no item 5.2.) Os anteprojetos aprovados pelo cliente, caso o Projeto de Aprovação seja desenvolvido posteriormente ao Anteprojeto. c) as normas de apresentação e representação gráfica emanadas dos órgãos públicos. 6.3.2. Produtos Finais / Serviços Básicos: Variáveis caso a caso, conforme as exigências dos órgãos públicos e concessionárias envolvidos. Inclui-se com serviços básicos a coordenação dos Projetos de Aprovação complementares. 6.3.3. Produtos Finais / Serviços Opcionais: • projetos de aprovação de estrutura, instalações e outros, quando exigidos; • revisão do projeto de aprovação, conforme o executado (as built legal); ver item 6.5.3. 6.4. Projeto de Execução 6.4.1. Informações:

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a) todas as informações listadas no item 6.1.1.; b) os anteprojetos aprovados pelo cliente e os projetos de aprovação aprovados pelos órgãos públicos; ou (ver item 5.2.) Os anteprojetos aprovados pelo cliente, nos casos especiais em que não haja necessidade de aprovação de projetos pelos poderes públicos. 6.4.2. Produtos Finais / Serviços Básicos: • planta de situação / locação: define detalhadamente a implantação da obra no terreno locando e dimensionando todos os elementos arquitetônicos, em especial, edificação(ões), acessos, vias, áreas livres, muros, piscinas, quadras e/ou outros, variáveis caso a caso. Indica afastamentos, cotas gerais e parciais e níveis de assentamento; • plantas baixas (ou de alvenaria): definem detalhadamente, no plano horizontal, a compartimentação interna da obra indicando a designação, localização, inter-relacionamento e dimensionamento (cotas e níveis acabados e/ou em osso) de todos os pavimentos, ambientes, circulações, acessos e vãos (em especial, de esquadrias). Representam a estrutura, alvenarias (em osso ou acabadas), tetos rebaixados, forros, enchimentos e, conforme o caso, revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura), conjuntos sanitários, equipamentos fixos, de elementos dos projetos complementares, em especial, de instalações (tomadas, pontos de luz, shafts, prumadas, etc.). Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos: • planta(s) de cobertura: define(m) detalhadamente sua configuração arquitetônica indicando a localização e dimensionamento (cotas e níveis acabados e/ou em osso) de todos os seus elementos. Representa(m), conforme o caso, telhados, lajes,

terraços, lanternins, domus, calhas, caixas d’água e equipamentos fixos. Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos; • cortes gerais e/ou parciais: definem detalhadamente, no plano vertical, a compartimentação interna da obra e a configuração arquitetônica da cobertura indicando a designação, localização, inter-relacionamento e dimensionamento (alturas e níveis acabados e/ou em osso) de todos os pavimentos, ambientes, circulações, vãos e outros elementos arquitetônicos significativos. Representam a estrutura, alvenarias (em osso ou acabados), tetos rebaixados, forros, enchimentos e, conforme o caso, revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura), conjuntos sanitários, telhados, lanternins, “sheds”, domus, calhas, caixas d’água, equipamentos fixos e elementos dos projetos complementares (ar-condicionado e exaustão, por exemplo). Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos. • Fachadas: definem detalhadamente a configuração externa da obra indicando todos os seus elementos. Representam a estrutura, alvenarias, revestimentos externos (com paginação), esquadrias (com sistemas de abertura) e, conforme o caso, muros, grades, telhados, marquises, toldos, letreiros e outros componentes arquitetônicos significativos. Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos; • Plantas de teto refletido: quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de tetos rebaixados e forros indicados os seus elementos. Representam, conforme o caso, a estrutura (pilares e vigamento) alvenarias e elementos dos projetos complementares (luminárias, aerofusos e “sprinklers”, por exemplo).

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• Plantas de piso: quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de pavimentações e pisos elevados indicando todos o seus elementos. Representam, conforme o caso, a estrutura (pilares), alvenarias e elementos dos projetos complementares (tomadas de piso e raios, por exemplo. • Elevações; quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de revestimentos de paredes indicando todos os seus elementos. Representam, conforme o caso, a estrutura (vigas e lajes), alvenarias, esquadrias e elementos dos projetos complementares (quadros de luz, por exemplo). • Detalhes: desenvolvem e complementam as informações contidas nos desenhos acima relacionadas. Representam em plantas, cortes, elevações e/ou perspectivas, definindo-os, todos os elementos arquitetônicos necessários à execução da obra. Em geral, compreendem: - ampliações de compartimentos, em especial, banheiros, cozinhas, lavanderias, saunas, áreas molhadas. - detalhes de construção, fabricação e/ou montagem de: - quadras, pistas e campos de esportes; - piscinas, lagos e fontes; - muros, jardineiras, bancos e outros elementos paisagísticos; - escadas e rampas; - painéis de elementos vazados (cobogós), tijolos de vidros e alvenarias especiais; - revestimentos e pavimentações; - impermeabilizações e proteções (térmicas, acústicas, etc.); - bancas e bancadas; - soleiras, peitoris, chapins, rodapés e outros arremates; - telhados (estrutura e telhamento); - domus, lanternis e “sheds”;

- esquadrias; - balcões, armários, estantes, prateleiras, guichês e vitrines; - forros, lambris e divisórias; - grades, gradis e portões; - guardas-corpos e corrimãos. Em projetos mais complexos, alguns detalhes são objeto de projetos especiais, por exemplo: - cozinhas industriais e lavanderias automatizadas (mobiliário, equipamento e instalações especiais); - muros, jardineiras, lagos e campos esportivos (paisagismo) ; - proteção térmo-acústicas (conforto ambiental, acústica); - revestimentos internos (arquitetura de interiores). Conforme a natureza dos materiais especificados, os detalhes são, em geral, agrupados em seções, a saber: - detalhes gerais (em concreto, alvenaria, argamassa, mármores e granitos, materiais cerâmicos, plásticos e borrachas, produtos sintéticos e outros; - detalhes de carpintaria e marcenaria (madeira); - detalhes de serralheria (ferro, alumínio e outros metais); - detalhes de vidraçaria. Conforme o grau de industrialização dos componentes, os detalhes podem ser: - executivos - esquemáticos Neste último caso, os detalhes executivos são elaborados pelo fabricante do componente e aprovados pelo arquiteto; por exemplo: - esquadrias de alumínio - forros industrializados • especificações: definem detalhadamente todo os materiais, acabamentos e normas para a execução de

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serviços, necessários à execução da obra. Em geral são apresentadas: a) detalhadamente, em um caderno de encargos composto de: - normas de contratação da execução da obra (direitos e deveres do cliente, fiscal ou gerente; do arquiteto e do executor); - especificação de serviços (normas de execução) - coordenação dos projetos de execução complementares. 6.5.3. Produtos Finais / Serviços Opcionais: • plantas e/ou cortes de terraplanagem; • anteprojetos complementares de estrutura, instalações, paisagismo e/ou arquitetura de interiores, entre outros listados no item 3.2, letras F e G; • orçamento: define detalhadamente quantidade e custos de todos os materiais e serviços (mão-de-obra) necessários à execução da obra. 6.5. Assistência à Execução da Obra 6.5.1. Informações: a) todas as informações listadas no item 6.1.1; b) os projetos de execução. 6.5.2. Produtos Finais / Serviços Básicos: • visitas ao canteiro de obras e/ou participação em reuniões técnicas visando o esclarecimento de dúvidas sobre o projeto e/ou sua eventual complementação; • exame, para aprovação, de componentes manufaturados; • substituição de desenhos e especificações, em caso de necessidade: falta de produtos no mercado, falência de fabricantes, retirada de produtos de linha ou outras situações excepcionais; • revisão do projeto de execução (apenas os desenhos gerais – plantas de situação, baixas e de cobertura, cortes e fachadas, excluído o detalhamento) conforme o executado (“as buit” executivo), objetivando sua atualização arquitetônica para fins de

cadastro e manutenção, ao término da construção ou montagem da obra. 6.5.3. Produtos Finais / Serviços Opcionais: • revisão do projeto de aprovação, conforme o executado (“as built” legal), objetivando sua regularização junto aos órgãos públicos, ao término da construção, fabricação ou montagem da obra.

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ANEXO C- PORTARIA MINISTÉRIO DA SAÚDE N. 1.884/94 Portaria MS nº 1.884/94 para Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (ESS)

1 Elaboração de Projetos Físicos Descreve, normatiza e exige todas as etapas que deverão ser adotadas para elaboração dos projetos físicos dos ESS: estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo; os seus responsáveis técnicos, as formas de apresentação e documentações necessárias. Exemplo: � Projeto Arquitetônico - formato das folhas de desenho dos relatórios técnicos, tipos/siglas, padronização gráfica adotadas e exigências para os responsáveis técnicos dos projetos.

2 Organização Físico-Funcional Apresenta às atribuições e atividades desenvolvidas, que caracterizam as suas funções e ambientes nos diversos tipos dos ESS. Cada grupo de atividades gera uma atribuição e cada atribuição gera uma unidade de serviço. Exemplo: � pia. Atividade: � Patologia Clínica: - receber ou proceder à coleta de material; - fazer a triagem do material; - realizar a análise e procedimentos laboratoriais de substâncias ou materiais biológicos com finalidade diagnóstica; - fazer o preparo de reagentes; - fazer a desinfecção do material analisado a ser descartado; - proceder a lavagem e preparo do material utilizado;

- emitir laudo das análises realizadas.

3 Dimensionamento,

Quantificação e Instalações

Prediais dos Ambientes Aborda os aspectos espaciais estritamente relacionados com as diversas atribuições e atividades, a partir de uma listagem dos ambientes próprios para os ESS. O dimensionamento é expresso pela quantificação e dimensão espacial do ambiente, sendo que a quantificação refere-se ao número de vezes que o mesmo ambiente se repete. A dimensão espacial refere-se ao tamanho do ambiente (superfície e dimensão mínima), em função do equipamento e/ou população presentes. As instalações prediais referem-se às instalações especiais mínimas para o desenvolvimento das atividades e instalações dos equipamentos. Exemplo: � Atividade: � Patologia Clínica. - Sala para coleta de material. � tipo sala. � � Instalações: HF (água fria).

4 Circulações Externas e Internas Detalha todos os acessos dos ESS (acessos internos e externos, estacionamento,

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circulações horizontais e verticais), com relação às suas dimensões mínimas, inclinações, quantidades etc., em conformidade com a norma NBR 9.050 da ABNT sobre adequação das edificações e do mobiliário urbano à pessoa física. Exemplo: � � Tipos de acessos (entradas e saídas) dos ESS; � Paciente externo ambulante, doador e acompanhante; � Paciente externo transportado e acompanhante; � Paciente a ser internado – ambulante ou transportado; � Cadáver, acompanhante e visita; � Funcionário e aluno (a distribuição por categorias é definida pela administração do ESS), vendedor, fornecedor, prestador de serviço, outros; � Materiais e resíduos.

5 Condições Ambientais de Conforto Refere-se às condições de conforto higrotérmico e qualidade do ar, conforto acústico e conforto luminoso a partir de fontes naturais, relativa ao ambiente dos ESS, de acordo com as suas características e atividades peculiares. Exemplo: � Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de condições especiais de iluminação, pois necessitam de obscuridade. Ambulatório: Consultório de oftalmologia.

6 Condições

Fixa os critérios para os projetos arquitetônicos dos ESS visando o seu bom desempenho quanto às condições ambientais que interferem no controle da infecção hospitalar através de dois componentes técnicos indispensáveis e complementares: 1) o componente de procedimentos nos ESS em relação às pessoas, utensílios e resíduos; 2) o componente arquitetônico dos ESS referente a uma série de elementos construtivos como a localização do ESS, o zoneamento das unidades e ambientes funcionais segundo sua sensibilidade ao risco de infecção (áreas críticas, semi-críticas e não críticas), padrões de circulação, sistemas de transportes de materiais, equipamentos e resíduos sólidos, sistemas de renovação e controle das correntes de ar, facilidades de limpeza das superfícies e materiais, e instalações para implementação do controle de infecções Exemplo: � Os requisitos de lavabilidade e higienização de pisos, paredes, pias, balcões, entre outros, devem ser extensíveis a todos os ambientes dos ESS e seguir as normas contidas no “Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde” (Ministério da Saúde / Controle de Infecção Hospitalar, Brasília, 1993). Os materiais adequados para revestimentos de paredes e pisos de ambientes de áreas críticas, semicríticas e não críticas têm de ser do tipo laváveis e resistentes aos desinfetantes. Sua lavagem requer produtos de limpeza que atendam a normas e requisitos de qualidade: Lei nº 6.360 de 23/09/76, Decreto nº 79.094 de 05/01/1977 e Portaria nº 15 de 23/08/88.

Ambientais de Controle de Infecção 7 Instalações

Prediais Ordinárias e Especiais

Apresenta as normas sobre as instalações ordinárias e especiais dos ESS: � -Sanitárias: Água Fria / Água Quente / Esgoto Sanitário;

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� � lação de Proteção Contra Descarga Elétrica; � Oxigênio Medicinal / Ar Comprimido / Ar Comprimido Medicinal / Ar Comprimido Industrial / Vácuo / Vácuo Clínico / Vácuo de Limpeza / Óxido Nitroso; � -Condicionado. Exemplo: � Os projetos têm de atender à norma da ABNT, NB 92 – Instalações Prediais de Água Fria, além desta norma. Consumo: As diversas unidades funcionais dos ESS necessitam de água fria de modo diferenciado, portanto o cálculo do consumo total necessário ao dimensionamento dos reservatórios só é possível após o cálculo dos consumos parciais das unidades. Reservatório: Calculado o consumo diário do ESS, a reserva de água fria, no caso de abastecimento a partir da rede pública, deve ter autonomia mínima de dois dias ou mais, em função da confiabilidade do sistema. De acordo com a proposta de atendimento de cada um, o projeto arquitetônico deverá atender às exigências da Portaria do MS nº 1.884/94, com as instalações de equipamentos específicos para o atendimento de animais.

APÊNDICES

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