Projeto Acadêmico | AP8 - Edf. uso misto em sítio histórico

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atelier de projeto VIII

anteprojeto Grupo 08


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

1 2 Este presente documento tem como objetivo elaborar o anteprojeto de um terreno situado na Rua da Alegria, área do conjunto histórico no bairro da Boa Vista, através da análise prévia do território sob a perspectiva do autor Nivaldo Andrade Junior em sua dissertação “Metamorfose Arquitetônica: Intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado”. Trata-se da entrega final do projeto a ser elaborado na disciplina de Atelier de Projeto VIII, orientada pelos docentes Lourdinha Nóbrega e Nilson Pereira e realizado pelas discentes Marina Proto, Marina Santos e Marina Vannoni.

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INTRODUÇÃO

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1.1 - Apresentação da área de estudo e suas características _ Breve histórico _ Legislação _ Características 1.2 - Metodologia

ESTUDO DE VIABILIDADE

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ESTUDO PRELIMINAR

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ASPECTOS TÉCNICOS

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ESTUDO DE CASO

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3.1 - Implantação 3.2 - Escala 3.3 - Volumetria 3.4 - Densidade ou massa 3.5 - Ritmo 3.6 - Cores e Texturas

4.1 - Planta de situação 4.2 - Planta de coberta 4.3 - Plantas baixas dos pavimentos 4.4 - Cortes 4.5 - Fachadas 4.6 - Perspectivas e Maquetes

5.1 - Essex Park Musicon 5.2 - Haus Postplatz

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1.1 - APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Breve histórico

O nome do bairro da Boa Vista teve sua origem em meados do século XVII, quando o Palácio da Boa Vista (construído por Maurício de Nassau) foi feito para o seu lazer e descanso. Como o palácio ficava às margens do rio Capibaribe, na ilha Antônio de Vaz (o atual bairro Santo Antônio) e ele contemplava bastante a paisagem, Nassau o nomeou como Boa Vista. Entre os séculos XVII e XX, uma série de acontecimentos surgiram e, consequentemente, o bairro foi se expandindo no decorrer dos anos. O bairro foi, inicialmente, construído para uso habitacional e possuía uma característica bastante horizontal, sendo o sobrado e a casa de porta e janela as principais tipologias arquitetônicas presentes. Foram construídos mercados, hospitais, foram feitas melhorias urbanísticas, execução de drenagem e aterros de mangues e de alagados, entre outros. Várias pontes foram construídas, sendo uma delas a Ponte da Boa Vista, ligando a ilha ao continente e dispensando o uso de botes e canoas para esta travessia.

de de oferta imobiliária e os preços dos imóveis mais baratos contribuíram para o aumento da população no bairro. Com o passar dos anos, devido ao crescente comércio e à industrialização, as edificações passaram a servir, também, para comércio e serviços. Assim, para abrigar novos usos, há um aumento de transformações das edificações históricas e alteração do padrão funcional. Dentre as modificações estão a abertura de portas largas no térreo, acréscimo da altura da platibanda, mudança de inclinação da coberta, mudança de materiais, entre outros. Figura 03: Comércios no térreo dos edifícios na Rua Velha, Boa Vista. Fonte: acervo pessoal.

Figura 06: Rua Leão Coroado, Boa Vista. Fonte: acervo pessoal.

Figura 02: Croquis da tipologia gerada a partir das modificações nos edifícios históricos. Fonte: http://www.labcom.fau.usp.br/wp-content/uploads/2016/04/003-Nobrega.pdf

INTRODUÇÃO

1906 1855

1943/45 1932

1980 1965

Figura 01: Linha do tempo da formação do território do bairro da Boa Vista. Fonte: https://issuu.com/azerbinatti/docs/recompor_-_preenchimento_de_lacunas_na_rua_da_matr

Na metade do século XIX até os dias atuais, a Boa Vista passou por um processo de transformação modificando, principalmente, o uso e atividades que ocorrem no bairro. Havia uma alta densidade habitacional que se deu, em boa parte, pela onda migratória de judeus fugidos dos massacres. Além disso, a disponibilida-

Atualmente, o território em estudo, margeado pela Rua Velha, Rua da Santa Cruz e Rua da Glória, possui uma predominância de uso misto (comercial e habitacional), sendo o térreo ativo com lojas ou serviços e os pavimentos superiores, residencial. Há, também, sobrados em que os pavimentos superiores são utilizados como depósitos e administração do negócio. Tanto na Rua Velha quanto na Rua da Santa Cruz, é possível verificar uma predominância maior de comércios e serviços quando comparadas com a Rua da Alegria e Rua da Glória, que possui bastante residência.

Figura 04: Rua de Santa Cruz, Boa Vista. Fonte: acervo pessoal.

Figura 05: Tipologia da Rua da Glória, Boa Vista. Fonte: acervo pessoal.

Figura 07: Rua da Alegria, Boa Vista. Fonte: acervo pessoal.

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1.1 - APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Legislação

Características morfotipológicas

Inserida em território de sítio histórico, a área de intervenção está localizada nas Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural (ZEPH) 8, no Setor de Preservação Rigorosa (SPR). Segundo a LUOS 16.176/96, não há uma regulamentação específica para esta área de acordo com as condições de ocupação e aproveitamento do solo. No entanto, o Anexo 11 desta lei cita este território no requisito especial A, cuja análise especial para cada caso fica a critério de um órgão competente objetivando a restauração, manutenção do imóvel e/ou sua compatibilização com o aspecto do conjunto integrante do sítio, sendo permitida a demolição do imóvel em que a característica não condiz com o contexto.

O bairro da Boa Vista foi construído, inicialmente, como um território mais horizontal, habitacional e suas principais características eram casas do tipo sobrado e porta e janela. Ainda é possível encontrar esse aspecto bastante presente no bairro, no entanto, com a influência da arquitetura moderna, é possível perceber a mistura de uma tipologia nova e antiga e muitas delas foram descaracterizadas ao longo do tempo. Atualmente, ainda é considerado um dos mais significantes bairros da cidade, tanto pela importância histórica para a formação de Recife quanto pela preservação de bens edificados que contam a evolução do bairro e seus períodos. É polo de muitas manifestações culturais, sociais e carrega em si um valor material e imaterial para a população. É possível verificar, através desse mapa, os marcos edificados presentes no bairro:

Espinheiro

Santo Amaro

Graças

Derby

Soledade

No mapa abaixo, é possível verificar a conformação do bairro quanto ao gabarito presente no território. Há uma proporção maior entre as edificações de até dez pavimentos e poucas áreas acima limite. Em relação à área de estudo, há o predomínio de edificações com até quatro pavimentos. Até 04 pav. 05-10 pav. Acima de 10 pav. Território da intervenção

Bairro do Recife

Boa Vista

Santo Antônio

Figura 11: Mapa recorte da vista satélite da Boa Vista mostrando o padrão morfotipológico do bairro. Fonte: https://issuu.com/azerbinatti/docs/recompor_-_preenchimento_de_lacunas_na_rua_da_matr (elaborado pelas autoras)

Paissandu 03

Ilha do Leite

São José

Coelhos

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Figura 08: Mapa da divisão dos bairros. Fonte: http://www2.recife.pe.gov.br/wp-content/uploads/BOA-VISTA.jpg (elaborado pelas autoras)

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IEP

ZEPH - SPR

ZEPH - SPA

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 09: Legislação do bairro da Boa Vista. Fonte: https://esigportal.recife.pe.gov.br/ (elaborado pelas autoras)

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Acima, encontra-se um mapa da vista satélite dos bairros que margeiam a Boa Vista. À direita, está em destaque a ampliação do formato do bairro com sua respectiva legislação. Percebe-se que não há um único regulamento para o bairro e a área de intervenção está inserida numa SPR, na ZEPH 8.

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Quanto à tipologia, na área em estudo segue o padrão de centros históricos, havendo uma grande presença de edificações térreas, assim como de sobrados com dois ou mais pavimentos. As edificações, geralmente, têm duas águas, caindo para frente e para trás do lote. Há, também, algumas exceções, como edifícios com mais de um pavimento ou casas soltas no lote. Há a Igreja de Santa Cruz, que se comporta como o edifício que mais difere dos demais.

Figura 10: Recorte do mapa satélite da Boa Vista com os marcos edificados do bairro. Fonte: https://issuu.com/azerbinatti/docs/recompor_-_preenchimento_de_lacunas_na_rua_da_matr (elaborado pelas autoras)

1. Igreja Matriz da Boa Vista 2. Igreja de São Gonçalo 3. Instituto Psiquiátrico 4. Rua Velha 5. Igreja de Santa Cruz 6. Igreja Rosário da Boa Vista 7. Teatro do Parque 8. Igreja das Fronteiras 9. IAGHP 10. Escola Manoel Borba 11. Cinema São Luís

12. Mercado da Boa Vista 13. Faculdade de Direito 14. Casa de Clarice Lispector 15. Rua de Santa Cruz 16. Rua da Matriz 17. Colégio Marista 18. Praça Maciel Pinheiro 19. Colégio Salesiano 20. Pátio de Santa Cruz 21. Casa Manuel Bandeira

Figura 12: Característica tipológica da área em estudo. Fonte: acervo pessoal.

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1.1 - APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Características morfotipológicas MAPA DE TIPOLOGIA

CARACTERÍSTICAS DE FLUXOS

Escala: 1/2000 Religioso

Edf. Caixão

Sobrado

Porta e janela

Mercado

Figura 15: Tipologia na Rua da Glória. Fonte: acervo pessoal.

Figura 13: Tipologia na Rua Leão Coroado. Fonte: acervo pessoal. Figura 14: Tipologia na Rua Leão Coroado. Fonte: acervo pessoal. Figura 16: Tipologia na Rua da Alegria. Fonte: acervo pessoal.

Escala: 1/2000 Local Micro local Apesar de ter um diversidade de usos em todo o bairro e ser um local central com importantes eixos viários que atendem boa parte das linhas de transporte coletivo, há áreas que são bastante ociosas e apresentam uma baixa densidade habitacional. Ao longo dos anos, os usos no bairro sofreram mudanças e, consequentemente, o fluxo de pessoas e de tráfego de automóveis alteraram. Na área em estudo, tanto o fluxo de pessoas quanto de automóveis são mais intensos durante o dia. Quando passa do horário comercial, a circulação de pessoas diminui bastante e no período noturno perde a vitalidade, visto que há uma predominância maior dos usos comercial, de serviços e habitacional. A Rua de Santa Cruz é a que possui o maior fluxo de veículos e é uma via mais larga quando comparada às outras ruas presentes no território em análise. Nela, há paradas de ônibus e o Mercado da Boa Vista, a Padaria Santa Cruz e a Igreja de Santa Cruz, que são equipamentos urbanos que aumentam mais o fluxo de pessoas no local. Na área, há vias locais e microlocais. São classificadas como vias locais as ruas que articulam áreas de um ou dois bairros, podendo derivar de eixos metropolitanos ou urbanos. Na território em estudo, são vias locais a Rua da Santa Cruz, Rua Velha e Rua da Glória. As vias micro locais são aquelas que articulam vias locais entre si ou vias sem saída que derivam de qualquer outra via. A Rua da Alegria, Rua Leão Coroado e a Travessa Pedro Albuquerque são classificadas como vias micro locais. Nelas, o fluxo de pessoas é bastante reduzido e é uma área predominantemente residencial, fazendo com que a circulação de pessoas seja feita, principalmente, pelos moradores. 04


1.1 - APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

1.2 - METODOLOGIA

Características morfotipológicas

METOLOGIA - AUTOR NIVALDO ANDRADE JUNIOR

CARACTERÍSTICAS DE USOS

No intuito de projetar uma nova edificação no contexto preexistente de um sítio histórico, o embasamento teórico se deu através do estudo e da metodologia empregada pelo autor Nivaldo Andrade Junior em sua dissertação intitulada “Metamorfose Arquitetônica: intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado”. O autor, em seu capítulo “A Forma Arquitetônica desde o Espaço Urbano e alguns de seus aspectos”, analisa seis aspectos principais para intervenção arquitetônica sobre a preexistência edificada. São eles: volumetria, implantação, escala, densidade ou massa, cores e texturas dos materiais de acabamento. Se tratando de cada um desses aspectos, a nova arquitetura poderá estabelecer uma relação de consonância ou dissonância com a preexistência. Uma edificação consonante é aquela em que há uma harmonia com o entorno, apresentando características respeitosas com a preexistência construída, seja pela implantação, escala, volumetria, materialidade, entre outros. Já uma edificação dissonante parece ter uma lógica de subverter as semelhanças dos aspectos existentes, contrariando a harmonia e a sintonia com o entorno. Religioso

Serviços

Misto

Habitacional

Comercial

Escala: 1/2000

O bairro da Boa Vista possui uma variedade de usos em toda a sua extensão, no entanto, há uma predominância maior de algumas atividades concentradas em determinados pontos do bairro que torna o ocioso em alguns horários do dia. O recorte da área em estudo é marcado pela predominância dos usos habitacional e comercial. Esses usos encontram-se setorizados, formando assim uma delimitação entre eles. Na Rua da Alegria, a grande maioria das construções é de uso residencial, com um uso misto na esquina da Rua Santa Cruz trazendo uma vitalidade para a rua. Na Rua Velha é possível observar uma diversidade maior dos usos comparada à Rua da Alegria, encontrando além de residências, pontos comerciais e de serviços. Os serviços e comércios são bastante procurados na área, porém, após o horário comercial, o fluxo de pessoas reduz consideravelmente, transitando apenas os moradores do local. Isso mostra a importância de misturar os usos no local com diferentes horários de funcionamento, inclusive o horário noturno.

contexto existente é um novo edifício elevado sobre pilotis quando realizada em conjuntos históricos, por exemplo, pois permite um pavimento térreo livre e provoca uma descontinuidade na paisagem.

Consonante

Dissonante

Figura 17: Diagrama esquemático de implantação consonante e dissonante. Fonte: desenho elaborado pelas autoras.

Um exemplo de uma implantação consonante citada pelo autor é o Chase Manhattan Bank, em Milão. Apesar de a intervenção contrastar de alguma forma com o ambiente preexistente, principalmente no que diz respeito à materialidade, há uma consonância com as características de implantação em esquina do tecido urbano.

IMPLANTAÇÃO Segundo Nivaldo (2006), a implantação diz respeito à localização do objeto arquitetônico com relação ao espaço urbano e as preexistências com as quais se encontra em relação visual. Em conjuntos históricos, por exemplo, cujo traçado é caracterizado por ruas-corredores, com fachadas contínuas e alinhadas, uma intervenção consonante vai propor uma nova edificação sem recuos frontais e laterais, reforçando essa ideia de rua-corredor, respeitando, assim, o traçado original do sítio. Já uma implantação dissonante é aquela em que a edificação está construída de forma a alterar a lógica do que caracteriza a preexistência. Além dos recuos, outra forma de caracterizar o aspecto da implantação de uma nova arquitetura com o

Figura 18: Chase Manhattan Bank, Milão. Exemplo de implantação consonante. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/323062973250964345

Já um exemplo dissonante pode ser visto no conjunto de edifícios do Grupo The Economist, localizado no centro de Londres. Contrariando a lógica urbana do centro londrino, estruturado por edificações construídas lado a lado nas testadas dos lotes, esta implantação cria duas vias de cir-

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1.2 - METODOLOGIA culação de pedestres no interior do quarteirão, ortogonais entre si e fragmenta o quarteirão, modificando consideravelmente a configuração do espaço urbano.

Segundo o autor, uma escala consonante pode ser exemplificado pelo Centro Cultural Carré d’art de Nîme, no sul da França. O novo edifício de caráter high-tech foi construído numa zona histórica e próximo ao templo romano conhecido por Maison Carré. Apesar da grande diferença do estilo arquitetônico, tal intervenção pode ser considerada menos contrastante por ter respeitado a escala das edificações preexistentes. Devido à intenção projetual de manter o padrão da escala do edifício mas, ao mesmo tempo, atender um programa extenso, a solução encontrada foi construir alguns pavimentos no subsolo.

Figura 19: Conjunto de edifícios do Grupo The Economist, Londres. Exemplo de implantação dissonante. Fonte: https://aplust.net/blog/alison_and_peter_smithson_the_economist_london___/

ESCALA A escala diz respeito à relação entre as dimensões da nova arquitetura e aquelas da preexistência na qual a intervenção ocorre. Será consonante quando as dimensões gerais da nova edificação corresponderem aproximadamente àquelas existentes no contexto. Isso serve tanto para novos edifícios construídos em lotes vazios de conjuntos históricos como, também, para ampliações (seja vertical ou horizontal) de edificações existentes. Assim, a escala pode ser um aspecto definidor de uma relação harmoniosa da nova arquitetura com a preexistência.

Consonante

Dissonante Figura 20: Diagrama esquemático de implantação consonante e dissonante. Fonte: desenho elaborado pelas autoras.

Figura 21: Centro Cultural Carré d’art, Nîme. Exemplo de escala consonante. Fonte: https://www.fosterandpartners.com/projects/carre-d-art/

lhantes à preexistência como as cores dos materiais utilizados e a fenestração da nova ala, mas sem repetir de forma literal o edifício existente. Pode-se ver claramente aspectos arquitetônicos distintos, mas apresentam uma leitura volumétrica semelhante entre si.

Figura 23: Edifício Castalia (Centro Comercial e Administrativo De Resident em Haia, Holanda. Exemplo de escala dissonante. Fonte: https://architectenweb.nl/nieuws/artikel.aspx?ID=36462

VOLUMETRIA Para o autor, a volumetria corresponde à forma geral ou morfologia da obra arquitetônica e é um dos principais aspectos na definição da aparência final da obra. Uma volumetria consonante é aquela em que a intervenção possui uma harmonia com relação ao aspecto volumétrico do contexto, mesmo que os materiais utilizados na ampliação sejam diferentes da edificação original. Já uma volumetria dissonante se dará através adição de um novo volume com uma forma diferente das encontradas na preexistência edificada.

Figura 22: Centro Cultural /carré d’art, Nîme (plano seccional). Fonte: https://www.carreartmusee.com/en/museum/the-building

As intervenções dissonantes quanto à escala são aquelas em que não há respeito com a escala do entorno, tanto para nova edificações em conjuntos preexistentes quanto para a ampliação de edifícios existentes. O autor cita um claro exemplo de dissonância, o Edifício Castalia, que faz parte de um complexo do Centro Comercial e Administrativo De Resident em Haia, na Holanda. Apesar de criar algumas relações de harmonia com as edificações tradicionais, como o uso de materiais de revestimento com cores e texturas semelhantes, este edifício é bastante dissonante quanto à escala em relação ao conjunto histórico de Haia, criando dimensões monumentais com suas torres de 25 pavimentos.

Consonante

Figura 25: Embaixada Suíça, Berlim. Exemplo de volumetria consonante. Fonte: https://fr.m.wikipedia.org/wiki/Fichier:Swiss_Embassy_Berlin_2.JPG

Já um exemplo de volumetria dissonante pode ser ilustrado pelo Edifício-Sede da Seguradora Swiss Re em Londres. A nova edificação destoa bastante do conjunto histórico preexistente. Além do contraste dos materiais utilizados e da escala da paisagem, a dissonância também está presente na forma curva do edifício quando comparado com a volumetria do entorno.

Dissonante Figura 24: Diagrama esquemático de volumetria consonante e dissonante. Fonte: desenho elaborado pelas autoras.

Um exemplo de volumetria consonante pode ser visto na ampliação da Embaixada Suíça em Berlim. Houve a necessidade de duplicar, em 1910, a área útil da construção existente datada em 1870 que possuía características neoclássicas. Assim, os arquitetos responsáveis projetaram um volume em forma de paralelepípedo que dá continuidade ao alinhamento do edifício original, além de outras características seme-

Figura 26: Edifício-Sede da Seguradora Swiss Re, Londres. Exemplo de volumetria dissonante. Fonte: https://www.glassdoor.com.br/Fotos/Swiss-Re-Fotos-escrit%C3%B3rio-IMG3689914.htm

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1.2 - METODOLOGIA DENSIDADE OU MASSA Segundo o autor, este aspecto é referente à massa, densidade ou peso aparente do objeto arquitetônico e pode ser intrinsicamente ligado ao volume, que tanto pode destacá-lo como apagá-lo, a depender dos materiais construtivos utilizados. Uma das formas mais comuns de fazer uma relação de dissonância com a preexistência, em edificações presentes em conjuntos históricos ou em ampliações de edifícios existentes, é o uso de estruturas ou materiais leves e transparentes, como o metal e o vidro. Outro ponto que também influencia na massa edificada são as aberturas que, sendo pequenas, podem reforçar macicez do objeto arquitetônico.

Já uma característica dissonante com a preexistência pode ser observada no Museu Universitário de Utecht, na Holanda. Na intervenção realizada é possível perceber bastante uso de materiais aparentes de grande leveza, como a estrutura metálica e os fechamentos em vidro, criando um contraste entre o antigo preexistente e a nova arquitetura.

Dissonante

se separar ou destacar visualmente dos edifícios que o rodeiam. Além disso, dependendo da cor ou textura, pode dar uma sensação de continuidade ou quebra de leitura de fachada.

Consonante

Figura 31: Torre Velasca, Milão. Fonte: https://www.archdaily.com/155121/ad-classics-torre-velasca-bbpr Figura 29: Museu Universitário de Utrecht, Holanda. Fonte: https://museumtv.nl/

RITMO Consonante

Um exemplo de consonância ocorre quando o objeto arquitetônico se caracteriza pela repetição do ritmo da preexistência. É p o caso da Torre Velasca, em Milão. O ritmo marcado pela estrutura em concreto saliente à fachada e pelas aberturas estabelecem as principais referências encontradas no entorno.

O ritmo se refere à harmonia estabelecida pela repetição de determinados elementos utilizados na composição das superfícies das edificações e que configuram a sua aparência, como as aberturas, estruturas, elementos de decoração salientes ou escavados na fachada, mudança de cores ou acabamentos, entre outros.

Já um ritmo dissonante está relacionado com uma desarmonia com o ritmo preexistente. Um exemplo é o Museu Judaico de Berlim, na Alemanha, que não estabelece nenhuma relação mimética com os edifícios no entorno. Enquanto estes apresentam aberturas com dimensões regulares e são distribuídos de forma simétrica, o Museu possui longos e estreitos rasgos na diagonal e aberturas em formas de cruz, se contrapondo às características da preexistência.

Dissonante Figura 33: Diagrama esquemático da core e textura consonante e dissonante. Fonte: desenho elaborado pelas autoras.

O conceito de consonância se fará presente quando houver uma repetição do padrão do entorno, como pode ser visto na Casa Cicogna na Fondamenta delle Zettere, em Veneza, com seu tom marrom no reboco, e a dissonância ocorrerá através da ruptura desse padrão, como pode ser visto no Centro Científico de Pesquisas Sociais de Berlim, através do contraste bastante visível das cores da nova arquitetura e da preexistente.

Figura 27: Diagrama esquemático de densidade consonante e dissonante. Fonte: desenho elaborado pelas autoras.

Um exemplo de densidade consonante com a preexistência é o Centro Galego de Arte Contemporânea, em Santiago de Compostela. O projeto busca essa relação através da densidade do edifício e no material utilizado, que são bastante semelhantes aos edifícios do entorno.

Figura 34: Casa Cicogna na Fondamenta delle Zettere, em Veneza,. Fonte: https://it.wikipedia.org/wiki/Casa_alle_Zattere

Consonante Figura 32: Museu Judaico de Berlim. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Judaico_de_Berlim#/media/Ficheiro:JuedischesMuseum_1a.jpg

CORES E TEXTURAS

Dissonante Figura 28: Centro Galego de Arte Contemporânea. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/875625/centro-galego-de-arte-

Figura 30: Diagrama esquemático de ritmo consonante e dissonante. Fonte: desenho elaborado pelas autoras.

Neste tópico, o autor se refere às características dos materiais utilizados nas superfícies-limite da nova edificação em relação à preexistência. Através do uso apropriado da cor, por exemplo, um elemento-massa pode

Figura 35: Centro Científico de Pesquisas Sociais de Berlim. Fonte: http://pranchetadearquiteto.blogspot.com/2015/04/proj-educacional-centro-de-estudos.html

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ESTUDO DE VIABILIDADE

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MAPA DE CHEIOS E VAZIOS

Cheios

Vazios

Intervenção Escala: 1/2000

Para elaborar a proposta do projeto, é de extrema importância analisar a legislação vigente no território. Na área em estudo, por estar inserida numa SPR, não há parâmetros específicos que guiem o desenvolvimento projetual. Assim, é relevante levar em consideração as características do local no intuito de estabelecer uma relação consonante, principalmente em se tratando de um conjunto histórico, como é o caso desta intervenção. O mapa de cheios e vazios fornece informação a respeito da implantação dos lotes. Percebe-se que não há recuos laterais e frontais, conformando uma fachada contínua e alinhada. Com isso, buscou-se no novo objeto arquitetônico uma relação consonante com a preexistência, mantendo a característica de rua-corredor através da implantação sem recuos da intervenção com a presença de um vazio no interior do edifício. Para a análise de escala, foi feito um perfil da rua a fim de identificar os gabaritos mais evidentes no local. e percebe-se uma média de três alturas principais na fachada da Rua da Alegria: seis, onze e vinte e dois metros. Como o terreno encontra-se mais próximo de edifcações com gabaritos entre seis e onze metros, optou-se por trabalhar com essas escalas para adaptar ao programa e estabelecer uma harmonia com o conjunto histórico. De acordo com as características morfotipológicas da área, o território em estudo possui uma predominância de edificações de até quatro pavimentos. Para a análise de escala, foi feito o perfil da rua a fim de identificar os gabaritos mais evidentes no local. Percebe-se que há uma média de três alturas principais nas ruas da Alegria e Leão Coroado, variando a menor altura entre 5,45-5,75m, a média entre 8,00-11,20m e a maior altura entre 12,50-15,70m. Ambas as ruas possuem prevalência das edificações no menor gabarito, variando entre fachadas os edifícios com sobrado de dois ou mais pavimentos. Logo, para estabelecer uma relação de consonância com a preexistência, a intervenção propõe três alturas diferentes, variando entre 7,00-13,00m.

SKYLINE RUA DA ALEGRIA + 15,70m + 11,20m + 5,75m

SKYLINE RUA DA ALEGRIA + 15,18m + 10,00m + 5,40m

SKYLINE RUA LEÃO COROADO + 12,50m + 8,00m + 5,45m 0

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ESCALA 1:750

Maior gabarito Médio gabarito Menor gabarito 20

30

40

50

60

70

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1. Local e implantação do projeto: a implantação segue as características do entorno, com as fachadas contínuas e sem recuos. É um terreno de esquina e, portanto, leva em consideração os aspectos presentes ao lado do terreno; 2. Extrusão da massa: a massa volumétrica foi extrudada seguindo a conformação do terreno, levando em consideração o gabarito intermediário da fachada da rua. Dois vazios foram projetados a fim de trazer mais permeabilidade visual e conforto térmico para dentro do edifício, sendo um formando um pátio com áreas verdes e outro marcando um dos acessos de pedestres para o edifício, possibilitando mais área verde e espaços de permanência; 3. Adaptação volumétrica e do gabarito: diferentes gabaritos são propostos para atender ao programa do projeto, bem como para adaptar o volume ao clima e aos ventos dominantes. A coberta da fachada da Rua da Alegria e parte da fachada da Rua Leão Coroado foram rebaixadas a fim de estabelecer uma harmonia com as inclinações das cobertas encontradas no entorno. Por ser um grande terreno e fachadas extensas, a proposta inclui o uso de telas metálicas, pois dá a ideia de continuidade, no entanto a fragmentação do bloco maciço proporciona mais leveza e permeabilidade ao volume como um todo; 4. Proposta: após a análise dos usos no entorno, a intervenção propõe um edifício de uso misto, através do térreo ativo com comércios e serviços, habitações no pavimento superior e um rooftop com restaurante, cafeteria, espaço ao ar livre e salas co-working.

6,40m

4. Proposta

13,00m

3. Adaptação volumétrica e do gabarito

11,30m

2. Extrusão da massa

7,50m

1. Local e implantação do projeto

A principal tipologia encontrada é a de porta e janela e sobrado, apresentando volumes maciços, longilíneos e retangulares e, em sua maioria, a coberta com duas águas. Para manter a harmonia com o entorno, a nova edificação busca trazer essa identidade tão presente no local. Assim, tanto a fachada da Rua da Alegria quanto parte da fachada da Rua Leão Coroado recebem esse mesmo tipo de inclinação. Um outro ponto que merece destaque é o tratamento da fachada na esquina, visto há residências no lado oposto com parte descoberta no último pavimento. Na nova edificação esse aspecto se repete a fim de promover uma harmonia entre o novo e o preexistente. Um jogo de volumes com diferentes gabaritos e uma relação de cheios e vazios foram propostos através do uso de materiais como o metal no intuito de trazer mais permeabilidade e leveza ao projeto. Com isso, a volumetria final propõe um programa arquitetônico bastante diversificado, que inclui comércios e serviços no térreo, habitações e uma lavanderia para os moradores no segundo pavimento, e no terceiro pavimento uma extensa área de lazer e happy hour, com restaurante, cafeteria e espaço de convivência ao ar livre, além de salas de co-working.

O bloco maciço foi fragmentado trazendo ritmo, dinamicidade e permeabilidade nas fachadas.

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PADRÃO DO LOTE DA ESQUINA

VOLUMETRIA MACIÇA

IMPLANTAÇÃO SEM RECUOS

SEMELHANÇA NO PADRÃO DA COBERTA

RESPEITO AO GABARITO DO CONTEXTO

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ZONEAMENTO + 0.20m

+ 3,42m

+ 0,22m

Planta Baixa - 1º pav.

Planta Baixa - Térreo

Esc: 1/250

Esc: 1/250

PROGRAMA ARQUITETÔNICO

+ 6,62m

Planta Baixa - 2º pav. Esc: 1/250

BWCs

Habitacional

A = 34,28 m²

A = 230,32 m²

Pátio e jardim

Restaurante

A = 75,00 m²

A = 75,00 m²

Comércios e Serviços

Lavanderia privada

A = 150,74 m²

A = 32,83 m²

Circulação vertical

Espaço de convivência

A = 55,00 m²

A = 82,90 m²

Infraestrutura

Co-working

A = 32,83 m²

A = 80,25 m²

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ESTUDO PRELIMINAR

3

IMPLANTAÇÃO

MAPA DE CHEIOS E VAZIOS

Cheios Foi feito um estudo detalhado em cima do mapa de cheios e vazios do recorte a fim de identificar os padrões de implantação mais significativos na área. Com a análise, foi observado uma unanimidade de edificações coladas umas nas outras lateralmente em lotes compridos e estreitos, formando assim as fachadas contínuas. Dos tipos de implantação encontrados na área, o mais comum é o que não possui recuos, sendo 100% do lote ocupado pela edificação. Em seguida, as edificações sem recuo frontal porém com recuo posterior formando os quintais. As construções com recuo frontal e vazio central gerando átrios também estão presentes no recorte. Entender o entorno e seus tipos de implantação é fundamental para projetar em consonância com a vizinhança. Por se tratar de um sítio histórico, o traçado urbano da área possui algumas características que delimitam como devem ser as futuras implantações que devem respeitar a mesma lógica, como edifícios alinhados nos limites dos lotes e sem recuo, com suas ruas formando corredores. É consonante a construção que seguir esse mesmo traçado urbano e as mesmas características de implantação.

Vazios

Intervenção

Escala: 1/2000

Sem recuo

Recuo posterior

Recuo frontal

Vazio central

13


ESCALA SKYLINE RUA DA ALEGRIA - PROPOSTA + 11,30m + 7,50m + 6,40m

SKYLINE RUA DA ALEGRIA + 15,18m + 10,00m + 5,40m

SKYLINE RUA LEÃO COROADO - PROPOSTA + 11,30m + 9,45m + 6,40m

0

10

ESCALA 1:750

20

30

40

50

60

70

Maior gabarito Médio gabarito Menor gabarito

Tanto a Rua da Alegria quanto a Rua Leão Coroado possuem diferentes gabaritos, predominando uma média de três alturas principais, variando entre 5,40-15,70m e 5,45-12,70m, respectivamente. Assim, a proposta segue a mesma lógica no intuito de proporcionar uma relação harmoniosa com a preexistência. O menor gabarito da fachada da Rua da Alegria acompanha a média do menor gabarito da rua, tendo a edificação de esquina uma menor altura de 6,00m e a da proposta possui 6,40m. Já o gabarito médio da intervenção segue o alinhamento médio da fachada existente em torno de 11,20m com a coberta seguindo o padrão encontrado no local com inclinação em torno de 30%, fazendo com que a cumeeira resulte numa altura final de 13,00m. Já a fachada da Rua Leão Coroado segue a mesma lógica, com a inclinação da coberta alinhada ao outro lado do edifício e a platibanda com altura final de 11,30m, a mesma escala mantida na Rua da Alegria. A altura dos guarda-corpos acompanha o alinhamento dos coroamentos existentes em algumas edificações.

14


VOLUMETRIA

MAPA DE TIPOLOGIA Religioso

Se tratando do entorno em estudo no bairro da Boa Vista, percebe-se uma consonância na volumetria das edificações. São poucos os exemplos dissonantes no local. As principais características consonantes estão no volume maciço, com poucas aberturas e apresentam uma homogeneidade nas suas formas.

Edf. Caixão

Sobrado

Figura 26: Croquis representando algumas volumetrias encontradas no território, Boa Vista. Fonte: elaborado pelas autoras.

Figura 23: Edificações na Rua da Alegria, Boa Vista. Fonte: acervo pessoal.

Figura 25: Edificações na Rua Velha, Boa Vista. Fonte: acervo pessoal.

É possível perceber pelas imagens a consonância volumétrica através das formas retangulares e maciças dos edifícios gerando uma harmonia com o contexto histórico. Além disso, as cobertas são bastante semelhantes na área, variando entre coberta de duas (o mais presente) águas ou mais, platibanda com e sem sobrado. No gráfico, é possível perceber que a tipologia mais presente na área é a de porta e janela, podendo ser térrea ou com mais de um pavimento.

Assim, para a proposta volumétrica, optou-se por manter a consonância com o território, levando em consideração um volume maciço e a coberta com inclinação de duas águas. Além disso, por ser um terreno em esquina, a intervenção segue o padrão encontrado no território. O edifício contará com telas metálicas a fim de trazer mais leveza e permeabilidade visual e térmica para seu interior. O bloco conta com três pavimentos divididos em: térreo (comércio, serviços e um pátio), primeiro pavimento (habitacional e lavanderia) e segundo pavimento (co-working, restaurantes e espaço de lazer). As aberturas das janelas do hobitacional contam com caixilhos para proteger a entrada direta do sol no interior dos apartamentos.

Mercado Porta e Janela Escala: 1/2000

1,00% 1,05%

1,00%

21,60% Religioso Sobrado Porta e janela Mercado Edf. Caixão

75,35%

15


16


DENSIDADE OU MASSA C = 72,92% V = 27,08%

A densidade ou massa se refere ao peso aparente do objeto arquitetônico e dependendo dos materiais utilizados, pode tornar o volume mais denso ou mais leve. Para analisar a relação de cheios e vazios na área, foi realizado o perfil da Rua da Alegria e da Rua Leão Coroado. Os dados dos gráficos ao lado revelam que a maioria das edificações da Rua da Alegria possui entre 80% e 60% de sua fachada preenchida, sendo de 20% a 40% os vazios através de suas aberturas de portas e janelas. As fachadas, no geral, apresentam tanto uma proporção dos seus vazios como também das distâncias entre elas, com fenestrações verticais relativamente estreitas, trazendo um ritmo nas edificações. Na Rua Leão Coroado, dos oito edifícios analisadas, cinco possuem de 80 a 60% das fachadas preenchidas e três têm de 60% a 40%. Nela, é possível ver uma dissonância maior na proporção da densidade, através da alteração do padrão das aberturas e no corpo dos edifícios devido à novas edificações ou modificações que ocorreram ao longo do tempo que ignoram a preexistência.

- 55,94% das edificações da Rua da Alegria possuem entre 80-60% de cheios comparados aos vazios das fachadas seguidos de 38,99% entre 60-40%; - 62,50% das edificações da Rua Leão Coroado possuem entre 80-60% de cheios comparados aos vazios da fachada seguidos de 37,50% entre 60-40%.

C = 82,87% V = 17,13%

C = 88,95% V = 11,05%

C = 82,87% V = 17,13%

C = 94,90% V = 5,10%

C = 71,82% V = 28,18%

C = 69,10% V = 30,90%

C = 64,65% C = 78,00% V = 35,35% V = 22,00%

C = 68,28% V = 31,72%

C = 80,62% V = 19,38%

C = 70,94% V = 29,06%

C = 88,51% V = 11,49%

C = 86,73% V = 13,27%

C = 81,30% V = 18,70%

C = 86,73% V = 13,27%

C = 83,25% V = 16,75%

C = 83,72% V = 16,28%

C = 82,03% V = 17,97%

C = 79,95% V = 20,05%

C = 77,12% V = 22,88%

C = 87,10% V = 12,90%

C = 80,00% V = 20,00%

C = 84,95% V = 15,05%

C = 74,67% V = 25,33%

Skyline Cheios e Vazios - Rua da Alegria

C = 75,42% V = 24,58%

C = 73,37% V = 26,63% C = 82,21% V = 17,79%

C = 69,42% V = 30,48%

C = 74,53% V = 25,47%

C = 73,73% V = 26,27%

C = 72,70% V = 27,30%

C = 84,41% V = 15,59%

C = 80,16% V = 19,84%

C = 77,74% V = 22,26%

C = 66,67% V = 33,33%

C = 75,52% V = 24,48%

C = 79,90% V = 20,10%

C = 73,35% V = 26,65%

C = 71,87% V = 28,13%

C = 64,54% V = 35,46%

C = 59,42% V = 40,58%

C = 73,35% V = 26,65%

C = 59,32% V = 40,68%

C = 56,30% V = 43,70%

C = 66,10% V = 33,90%

C = 84,38% V = 15,62%

C = 74,62% V = 25,38%

C = 68,08% V = 31,92%

C = 87,30% V = 12,70%

C = 70,16% V = 29,84%

C = 70,36% V = 29,64%

C = 70,75% V = 29,25%

C = 79,10% V = 20,90%

C = 85,36% V = 14,64%

C = 77,35% V = 22,65%

C = 83,19% V = 16,81%

C = 78,44% V = 21,56%

C = 77,39% V = 22,61%

C = 92,45% V = 7,55%

Skyline Cheios e Vazios - Rua da Alegria Gráfico de cheios e vazios - Rua da Alegria C = 74,36% V = 25,64%

C = 86,36% V = 13,64%

C = 100% V = 0,00%

20-10% Cheios

C = 20,13% V = 79,87%

C = 84,29% V = 15,71%

40-20% Cheios C = 93,63% V = 6,37%

C = 77,85% V = 22,15%

C = 78,39% V = 21,61%

C = 90,66% V = 9,34%

Skyline Cheios e Vazios - Rua Leão Coroado Cheios

60-40% Cheios

3

80-60% Cheios

Vazios

33

100-80% Cheios

23 0

Em se tratando de densidade ou massa, a intervenção vem com uma proposta consonante buscando manter uma proporção de cheios e vazios com a preexistência. Na Rua da Alegria, a proporção de cheios representa 72,92% e vazios 27,08%. Já na Rua Leão Coroado, esta relação possui 74,36% e 25,64%, respectivamente. Apesar da alta densidade, buscou-se explorar, através de diferentes materialidades (como o metal e vidro), uma leveza à nova edificação.Por se tratar de um grande terreno de esquina e na tentativa de evitar que um grande bloco maciço fosse feito, a solução foi trazer um jogo de volumes entre cheios e vazios e o uso de telas metálicas, proporcionando mais permeabilidade ao edifício. Além disso, a intervenção busca a consonância com o ritmo das aberturas, porém propondo uma assimetria, trazendo mais dinamicidade à fachada.

5

10

15

20

25

30

35

Gráfico de cheios e vazios - Rua Leão Coroado 20-10% Cheios 40-20% Cheios

60-40% Cheios 80-60% Cheios

3

100-80% Cheios

5 0

1

2

3

4

5

6

17


RITMO COROAMENTO O coroamento, ornamento que faz o acabamento do alto de um edifício , pode revelar as diferentes fases das intervenções ocorridas ao longo do tempo. Uma característica típica das edificações mais antigas é a repetição da platibanda em linha reta, enquanto que as formas variadas marcam um segundo momento. Já nas intervenções mais recentes, há uma perda dessas marcações nas platibandas, com a testada livre de ornamentos. No entorno da área de intervenção percebe-se que as edificações intercalam entre coroamento reto e com elementos decorativos, evidenciando as construções mais antigas das novas intervenções. Para a proposta de intervenção, optou-se por não utlizar tal acabamento, porém levou-se em consideração o alinhamento dos coroamentos como uma referência para o gabarito de alguns volumes e guarda-corpos.

SKYLINE RUA DA ALEGRIA

SKYLINE RUA DA ALEGRIA

SKYLINE RUA LEÃO COROADO

FACHADA SKYLINE RUA DA ALEGRIA

SKYLINE RUA DA ALEGRIA

SKYLINE RUA LEÃO COROADO 0

10

ESCALA 1:750

20

30

40

50

60

70

A proporção das edificações possui uma relação entre largura e altura à nível do observador, configurando um ritmo nas fachadas. Tanto na Rua da Alegria quanto na Rua Leão Coroado há diferentes dimensões dos lotes, porém o padrão segue com larguras mais estreitas de fachada e o formato do terreno mais longilíneo em sua maioria. Já em gabarito, há uma alternância que varia entre casas térreas e sobrados de até dois pavimentos. Na proposta do projeto, por ser um grande terreno localizado numa esquina, optou-se por manter uma proporção horizontal através do alinhamento do primeiro pavimento na escala das casas térreas, dando uma sensação de continuidade e linearidade, à nível do observador, da nova edificação com a preexistência. Já a proporção vertical acompanha tanto a largura quanto a altura dos sobrados existentes na Rua da Alegria, e na Leão Coroado com a edificação vizinha, como pode ser visto nas linhas trace18 jadas azuis.


ABERTURAS SKYLINE RUA DA ALEGRIA

SKYLINE RUA DA ALEGRIA

SKYLINE RUA LEÃO COROADO

O ritmo das aberturas possui uma certa lógica, tanto nas suas dimensões quanto nas distâncias entre elas, trazendo uma simetria e homogeneidade nas fachadas. Assim, esse mesmo padrão foi incorporado na intervenção da nova edificação através de fenestrações com dimensões semelhantes, alinhadas entre si e longilíneas a fim de estabelecer uma harmonia com a preexistência.

CORES E TEXTURAS SKYLINE RUA DA ALEGRIA

Na análise das fachadas da Rua da Alegria, foi possível perceber uma grande variedade de cores e texturas. A área é marcada por fachadas pintadas na alvenaria em cores vibrantes, trazendo um colorido para a rua. No projeto desenvolvido, foi optado por fazer o uso de uma cor mais neutra por causa da sua dimensão, mas com toques de cor destacando algumas aberturas. Grande parte da fachada do edifício é constituída por alvenaria. O metal também foi escolhido, e está presente em elementos como a tela metálica utilizada como fechamen fechamento, na estrutura de vigas e pilares e nos guarda-corpos das varandas que foram inseridas fazendo alusão aos sobrados da rua.

SKYLINE RUA DA ALEGRIA

0

10

ESCALA 1:750

20

30

40

50

60

70

19


4

PLANTA DE SITUAÇÃO Esc: 1/2000

Ve lha

San

ta

Cru

z

Ru a

Tv. Pedro Albuquerque

da

Ale g

r ia

Rua Leão Coroado

Ru a

de

Ru a

0

50

100

150

200

ESCALA 1:2000

Rua da Glória

PLANTA DE COBERTA

ASPECTOS TÉCNICOS

Esc: 1/250

0

5

ESCALA 1:250

10

15

20

20


PLANTA BAIXA - TÉRREO Esc: 1/250

0

5

10

15

20

ESCALA 1:250

PLANTA BAIXA - 1 PAV. Esc: 1/250

AP

TO .0 3

AP

TO .0 4

APTO. 02

AP

TO .0 5

AP

TO .0 6

AP

TO .0 7

APTO. 01 CIRCULAÇÃO

LA VA ND E

RI A

0

5

ESCALA 1:250

10

15

20

21


CORTE AA Esc: 1/200

0

1

2

4

3

10

5

15

20

ESCALA 1:200

PLANTA BAIXA - 2 PAV. Esc: 1/250

ÁREA DE CONVIVÊNCIA

RE ST

AU RA

NT E

CIR

CU

LA

ÇÃ O

CO-WORKING

BW C CO Z

IN H

A

Á CO REA N V DE IVÊ NC IA

0

5

ESCALA 1:250

10

15

20

22


Calha metálica

Cobertura em estrutura metálica com fechamento em vidro duplo translúcido

Terça

DETALHE D.01 Esc: 1/20

Painel metálico perfurado Caibro 0

2

1

ESCALA 1:20

CORTE BB

Telha cerâmica americana - i = 30%

Esc: 1/200

D.01

+ 6,63m

+ 3,43m

0

1

2

3

4

5

10

15

20

+ 0,23m

ESCALA 1:200

23


CORTE CC

DETALHE D.02

Esc: 1/100

Esc: 1/20

Painel metálico perfurado Pilar metálico

Ancoragem tipo “L”

D.02

+ 6,63m

+ 3,43m

Viga metálica + 0,23m

Painel metálico perfurado 0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

ESCALA 1:100

Laje em concreto 0

Perfil “Z”

1

ESCALA 1:20

24


IMAGENS

Esc: 1/250

26


27


CÁLCULOS: INFRA-ESTRUTURA 1LIXO - 22 x 4,66 x 2 = 205,04 L (comércios e serviços); - 14 x 4,66 x 2 = 130,48 L (apartamentos); - 56 x 4,66 x 2 = 521,92 L (rooftop) TOTAL: 857,44 L (1 CONTAINER DE 1.200L)

RESTAURANTE: - RESERVATÓRIO SUPERIOR: 1 PESSOA/2,5m² 50L/PESSOA 137,73 m² = 56 PESSOAS 56 x 50 = 2.800 L

2GÁS B = 19 x 0,3 x 0,7 = 0,7528 = 1 CILINDRO DE GÁS 5,3

TOTAL RESERVATÓRIO SUPERIOR: 9.300 + 3.500 + 650 + 2800 = 16.250 L

3-

4- DIMENSÃO CAIXA D’ÁGUA:

CAIXA D’ÁGUA

APARTAMENTOS: 2 PESSOAS/QUARTO 150 L/PESSOA - RESERVATÓRIO SUPERIOR: 14 x 150 L = 2.100 + 7.200 = 9.300 L - RESERVATÓRIO INFERIOR: 2.100 x 2 = 4.200 L

TOTAL RESERVATÓRIO INFERIOR: 4.200 + 13.900 = 18.100 L

16,25 m³ = C x 2.70 x 1.36 C = 4,42 m 5- INCLINAÇÃO COBERTA: I = h x 100 C 30% = h x 100 12.30 H = 3.69m

LOJAS: - RESERVATÓRIO SUPERIOR: 1 PESSOA/2,5m² 50L/PESSOA 176.35m² = 70 PESSOAS 70 x 50 = 3.500 L CO-WORKING: - RESERVATÓRIO SUPERIOR: 1 PESSOA/6m² 50L/PESSOA 75,36M² = 13 PESSOAS 13 x 50 = 650 L - RESERVATÓRIO INFERIOR DAS LOJAS + CO-WORKING + RESTAURANTE: 2 x (LOJAS + CO-WORKING) = 2 x (3.500 + 650 + 2.800) = 2 x 6.950 = 13.900 L

25


5

A nova volumetria apresenta uma relação de consonância com a preexistência, pois algumas edificações próximas tem a característica de coberta inclinada com duas águas e blocos com formato mais retangular, sendo possível perceber esse mesmo padrão no novo edifício.

O estudo de caso é uma ferramenta de referência para a concepção projetual, sendo um grande norteador para análise de critérios que precisam ser considerados na elaboração da intervenção. Assim, dois projetos foram escolhidos para elencar os aspectos abordados pelo autor Nivaldo Andrade Junior e suas relações consonantes e dissonantes com a arquitetura preexistente.

DENSIDADE OU MASSA

5.1 - ESSEX PARK MUSICON Figura 43: Implantação via mapa satélite (Google Maps) do Essex Park Musicon. Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/Essex+Park+Musicon/@55.6295304,12.0850936,188m/data=!3m1!1 e3!4m6!3m5!1s0x46525fe9e6f1383d:0x7679d5b02f1e3b0 c!4b1!8m2!3d55.6299137!4d12.0852935

ESCALA

A análise da densidade está relacionada ao peso aparente do objeto. Através das imagens, fica claro que as edificações do entorno apresentam mais relações de cheios do que de vazios, através de blocos maciços, fragmentados e com materialidade que evidencia esse aspecto mais pesado das construções. A nova arquitetura está consonante nesse aspecto, visto que a relação de materialidade e de aberturas do edifício estão em harmonia com as construções existentes. RITMO É possível perceber, através das imagens abaixo, a consonância do ritmo das aberturas da fachada entre a nova arquitetura e o edifício preexistente. O entorno é marcado pela simetria das aberturas das construções e novo objeto arquitetônico segue o mesmo padrão, tanto em ritmo horizontal quanto vertical.

Figura 42: Essex Park Musicon. Fonte: https://www.archdaily.com/617012/essex-park-musicon-creo-arkitekter-a_s?ad_medium=office_landing&ad_name=article

Ficha técnica

ESTUDOS DE CASO

Arquitetos: CREO ARKITEKTER A_S Área: 5.200m² Ano: 2010 Localização: Roskilde, Dinamarca Uso: Habitacional O projeto está localizado na cidade de Roskilde, Dinamarca, em uma área caracterizada por habitações e paisagem plana. O local era um antigo canteiro de obras de concreto e foi reativado sob o tema Música Rock, em referência ao festival de Roskilde nas proximidades do terreno. Assim, segundo os arquitetos, eles buscaram focar em uma expressão lúdica e viva para o esquema arquitetônico do edifício e com sistema construtivo de baixo custo através de elementos de concreto pré-fabricados. Ao lado das entradas, há espaço para convivência e churrasco no verão. As residências são para jovens e ao lado dos seus espaços privados o edifício inclui muitos espaços públicos para encontros sociais. No topo do edifício é criado um espaço público com terraços, especificamente dois terraços são colocados no final do corredor de cada andar.

Figura 44: Imagem captada via Google Maps. Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/Essex+Park+Musicon/@55.6295304,12.0850936,188m/data=!3m1!1 e3!4m6!3m5!1s0x46525fe9e6f1383d:0x7679d5b02f1e3b0 c!4b1!8m2!3d55.6299137!4d12.0852935

O novo edifício está localizado em uma área com alguns terrenos vazios no entorno, casas e edificações soltas no lote. A imagem acima mostra alguns edifícios próximos e é possível perceber que o gabarito varia entre um e cinco pavimentos. A nova arquitetura apresenta uma harmonia com o entorno respeitando a escala existente através de blocos escalonados de até quatro pavimentos, promovendo uma relação de consonância com a preexistência. VOLUMETRIA

Figura 47: Ritmo da elevação da fachada. Fonte: https://www.archdaily.com/617012/essex-park-musicon-creo-arkitekter-a_s/55257b55e58ecea119000272-elevation-2?next_project=no

CORES E TEXTURAS

IMPLANTAÇÃO É possível perceber, através da imagem, que a implantação das edificações do entorno é setorizada, apresentando blocos fragmentados ao longo do terreno e soltos no lote. Assim, a nova arquitetura encontra-se consonante com a preexistência, visto que sua implantação também possui esse mesmo padrão através de dois grandes blocos separados com recuos nas frentes do terreno, trazendo uma harmonia com as edificações preexistentes.

Figura 46: Imagem captada via Google Maps mostrando o ritmo da edificação ao lado. Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/Essex+Park+Musicon/@55.6295304,12.0850936,188m/data=!3m1!1

Figura 45: Imagem captada via Google Maps. Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/Essex+Park+Musicon/@55.6295304,12.0850936,188m/data=!3m1!1 e3!4m6!3m5!1s0x46525fe9e6f1383d:0x7679d5b02f1e3b0 c!4b1!8m2!3d55.6299137!4d12.0852935

O único ponto que apresenta uma relação mais dissonante com as construções existentes é a cor e a textura. A nova arquitetura faz uso de diferentes materialidades, como as estruturas metálicas pretas, cores mais fortes, como o laranja e o ocre, e o concreto branco, enquanto que as edificações do entorno apresentam tons mais sóbrios e fachadas texturizadas. Apesar da diferença, a escolha dos materiais traz leveza e revela uma arquitetura mais contemporânea que os demais.

28


5.2 - HAUS POSTPLATZ

Figura 48: Cores e texturas do Edifício Essex Park Musicon. Fonte: https://www.archdaily.com/617012/essex-park-musicon-creo-arkitekter-a_s/55257a8de58ececd82000084-essex_park_musicon_13-jpg?next_project=no

O mapa de cheios e vazios da implantação do edifício mostra a relação de consonância com a preexistência, visto que segue o padrão das implantações em lotes de esquina presentes no contexto, sem recuos e com suas fachadas contínuas ao longo das ruas.

É possível perceber uma harmonia entre a nova arquitetura e a existente no local com relação à massa do objeto arquitetônico. No geral, as edificações são mais maciças e possuem aberturas simétricas entre si, apresentando uma concordância de cheios e vazios.

ESCALA

RITMO

A nova arquitetura apresenta uma consonância com os edifícios ao lado, respeitando o gabarito médio da preexistência. Para atender ao programa e não destoar do entorno, dois andares no subsolo foram feitos mantendo, assim, uma relação harmoniosa com a escala do local.

O ritmo das fenestrações é bastante marcante nos edifícios existentes tanto na horizontal quanto na vertical. A nova edificação mostra claramente essa intenção através das aberturas ritmadas e proporcionais entre si, trazendo uma harmonia com o entorno.

Figura 50: Haus Postplatz, Dresden, Alemanha. Fonte: http://tchobanvoss.de/projekt.php?id=480

O entorno apresenta tons mais claros, variando entre o bege, amarelo e tons terrosos. Assim, a nova edificação encontra-se consonante com a preexistência, pois utiliza cores e texturas semelhantes nas fachadas, além de materiais como esquadrias metálicas com vidro e uma cor mais escura no coroamento para destacar a cobertura recuada.

Ficha técnica Arquitetos: TCHOBAN VOSS ARCHITEKTEN Área: 18.250m² Ano: 2020 Localização: Dresden, Alemanha Uso: Misto

Figura 49: Cores e texturas do Edifício Essex Park Musicon. Fonte: https://www.archdaily.com/617012/essex-park-musicon-creo-arkitekter-a_s/552579c4e58ecea11900026a-essex_park_musicon_04-jpg?next_project=no

ESTUDO DE CASO X INTERVENÇÃO O estudo de caso traz uma importante análise a cerca dos aspectos consonantes, como a implantação, escala, volumetria, ritmo e densidade, para a aplicação na proposta de intervenção na Rua da Alegria. Fica claro que esses critérios contribuem para uma relação harmoniosa da nova arquitetura com a preexistência, mesmo utilizando materiais construtivos que revelem a contemporaneidade da intervenção. Na proposta projetual na Rua da Alegria, buscou-se nessas referências a compatibilidade do padrão da implantação, escala, volumetria e ritmo com o entorno trazendo, assim, um equilíbrio entre o novo e o antigo. Uma materialidade mais sóbria com apenas um tom vibrante de cor foi escolhida, além de materiais mais contemporâneos como o metal tanto na estrutura quanto no fechamento das fenestrações, de forma a propiciar mais leveza à massa construtiva.

CORES E TEXTURAS

O edifício foi projetado no centro da cidade de Dresden, em frente ao histórico Zwinger, um complexo de palácios com jardins construído em 1709. A nova edificação conta com seis andares, com um andar adicional empilhado no topo e dois no subsolo. O mix de usos possui espaço comercial no térreo e no primeiro andar, e no segundo pavimento há escritórios e academia. Do terceiro ao quinto andar são apartamentos para aluguel e na cobertura encontram-se apartamentos e um bar panorâmico com vista para Zwinger.

A nova volumetria segue a relação de consonância com entorno através do padrão de blocos maciços e densos presentes nos lotes do território.

IMPLANTAÇÃO

DENSIDADE OU MASSA

Figura 52: Relação de escala do Haus Postplatz. Fonte: http://tchobanvoss.de/projekt.php?id=480

VOLUMETRIA

Figura 54: Cores e texturas da fachada do Haus Postplatz. Fonte: http://tchobanvoss.de/projekt.php?id=480

ESTUDO DE CASO X INTERVENÇÃO

Figura 51: Implantação do Haus Postplatz. Fonte: http://tchobanvoss.de/projekt.php?id=480

Figura 53: Relação de densidade do Haus Postplatz com o entorno. Fonte: http://tchobanvoss.de/projekt.php?id=480

O estudo de caso da Haus Postplatz possibilitou entender com nitidez os aspectos consonantes de uma nova arquitetura em um lote de esquina num contexto histórico preexistente. Além da análise do padrão volumétrico, de escala e de implantação serem referências para a intervenção da proposta da Rua da Alegria, o uso de texturas e diferentes materiais construtivos nortearam o projeto, que também segue uma linha mais sóbria nos tons e utilizando materiais como metal e vidro para trazer mais fluidez às fachadas. 29


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