INDECE GERAL
Sobre o autor 1- Resumo 2-Apresentação 3-Introdução 4- Localização geográfica do Município Cururupu 5- História da fundação do Municipio de Cururupu 5.1-Cururupu colonial 5.2- Cururupu Contemporâneo 5.2.1- Comunidades do Municipio de Cururupu 5.2.2- Divisões rurais de Cururupu 5.2.2.1- Comunidades da Zona Rural central 5.2.2.2- Comunidades da Zona Rural Continental 5.2.2.3- Comunidades da Zona Rural Oceânica
6 - Os Primitivos Habitantes do município de Cururupu 7 – A escravidão e os negros africanos 8- os Europeus no município de Cururupu 9 – O Sistema Produtivo 10 – Temas Culturais do Município de Cururupu 10.1- Patrimônios Imateriais 10.1.1- Arqueologia a) Arqueologia Histórica; b) Arqueologia Pré-Histórica 10.1.2- Patrimônio Naval 10.1.3- Religião 10.1.3.1- Religião afro-brasileira a) Sebastianismo b) Tambor de Mina c) Macumba 10.1.3.2- Catolicismo 10.1.3.3- Os pentecostes 11 – Meio Ambiente.
FICHA TÉCNICA Marinelton dos Santos Cruz 46 anos, natural do município de Cururupu. END. Rua militar 111, Cruzeiro de Santa Bárbara - São Luis / MA.CEP. 65.350-060 ROD. GOV.JORGE DINO. S/N CURURUPU/MA CEP. 65.268-000 FONE: 8175 9625/ 9833911001 EMAIL: marinelton65@yahoo.com.br Identidade Nº. 068615197-6, CPF. Nº. 238.231.603-97
PROFISSÃO Fotografo e pesquisador. OCUPAÇÃO Assessor de Pesca da Prefeitura do Município de Cururupu - ma
FORMAÇÃO Autodidata PESQUISAS CONCLUIDAS ●
DIAGNOSTICO
DO
TURISMO
DO
MUNICIPIO
DE
CURURUPÚ/MA •
DIAGNÓSTICO DO MEIO AMBIENTE DO MUNICIPIO DE CURURUPU/MA
•
DIAGNÓSTICO
DA
CULTURA
DO
MUNICIPIO
DE
CURURUPU/MA •
APONTAMENTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESCA E DA A QÜICULTURA DO MUNICIPIO DE CURURUPU/MA
•
MAIAÚ; Pesca Artesanal no Litoral do Maranhão:
•
CARROS DE BOIS: Tradição rural no Maranhão.
•
“BASTARDOS”: Tradição Naval em Cururupu
EXPOSIÇÕES FOTAGRAFICAS INDIVIDUAIS: Durante
a
Conferencia
SUSTENTABILIDADE NO
"PESCA
ARTESANAL
E
LITORAL" no Município de
Cururupu em 18,19 e 20 de MAIO DE 2006. Tema : Pesca Artesanal Durante A 1 Feira de Ciências da Rede Municipal de Ensino do Município de Cururupu/MA. Em 12e 13 de Setembro de 2007 Tema: Reserva extrativista marinha de Cururupu: durante
Durante o I SEMINARIO: AMBIENTE, TRABALHO E CIDADANIA EM CURURUPU. Tema: “CURURUPU: Litoral e aspectos Históricos. Durante as comemorações do aniversario do Município de Cururupu em Outubro de 2005. Tema “CURURUPU: Litoral e aspectos Históricos” . Durante “FEIRA DO EMPREEDEDOR” EM DEZEMBRO DE 2005. No Multicenter SEBRAE. Tema “CURURUPU: Litoral e aspectos Históricos” . . PALESTRA: O Encantador e Curioso Arquipélago de Maiaú. Durante a! Feira de ciências da rede Municipal de Ensino do Município de
Cururupu/MA. Em 12 e 13 de Julho de 2007.
PUBLICAÇÕES: •
MAIAÚ: SOBRE A PESCA ARTESANAL NO LITORAL OCIDENTAL DO MARANHÃO; deste trabalho publiquei no
Jornal O IMPARCIAL do Interior em 2001 fotos capa e matéria “TURISMO RUSTICO E MISTICO NO LITORAL DO MARANHÃO”; •
Na
Revista
CAMINHOS
DO
MARANHÃO:
fotos
e
colaboração nos textos da matéria; GUARDIÕES DO TESOURO DA ILHA DO RÊI TOURO “em 2001, Pgs; 8 a 10; •
“Na REVISTA CAMINHOS DO MARANHÃO N 35” UMA VIAGEM
DESLUMBRANTE
PELA
RESERVA
EXTRATIVISTA MARINHA DE CURURUPU “EM 2005 pesquisa e fotos, edição completa”. •
JP TURISMO de 10 de fevereiro de 2006: Fotos da capa e matéria “DEFESO DO CARANGUEIJO-UÇÁ; pág. 3”.
•
JP TURISMO de 14 de Maio de 2006: fotos da capa e matéria “PESCA ARTESANAL E SUSTENTABILIDADE NO LITORAL"; pág. 3.
•
FOTOS: Cartaz E Folder da Conferência de Pesca E Sustentabilidade No Litoral
•
WWW.CURURUPUMA.COM.BR
•
WWW.JORNALPEQUENO.COM.BR/
•
www.flickr.com/photos/44904458@N02/page2/
•
Pesquisa para o documentário “CURURUPU” dirigido por BETO MATUCK
PESQUISAS EM ANDAMENTO CURURUPU: Origens; Cultura, Ambiente, História e Economia BASTARDOS: Patrimônio tradicional Naval. CASAS DE FORNO: Tradição cultural na produção da farinha de Mandioca.
1 – RESUMO Texto ilustrado com fotografias, que narra e analisa o desenvolvimento Histórico, econômico, cultural e ambiental do Município de Cururupu desde suas origens. A pesquisa traz átona as origens e o desenvolvimento da população em seus múltiplos aspectos: analisa a Economia do tempo colonial até os dias atuais; busca a localização no tempo das etnias que tornaram possível a miscigenação da atual população; os aspectos culturais, dos negros, dos índios e dos portugueses do tempo colonial; a identificação do sítio utilizando os fundamentos da Arqueologia histórica e préhistórica; identifica a situação do meio ambiente e analisa o desenvolvimento produtivo juntamente com o contexto Sociocultural nas atuais comunidades do Município na zona rural central, rural continental
e rural costeira. Contudo busca mostrar o patrimônio artístico, imaterial e tradicional conforme o movimento consuetudinário representado na dinâmica do Município. Mostra e analisa o patrimônio arquitetônico colonial buscando a representação da classe social dominante no período entre os séculos XVIII e XXI. Investiga o movimento religioso, observando sua dinâmica, nas representações culturais que se desenvolvem no Município. 2 – INTRODUÇÃO Localizado no litoral norte do Brasil, o Maranhão ocupa área de 333.365,6 Km², limita-se ao norte com o oceano atlântico numa extensão de 640 km A planície litorânea é formada por baixadas alagadiças, tabuleiros e praias destacando grandes extensões de dunas e o litoral bastante recortado. As dunas ocorrem no litoral e avançam em direção ao continente até uma distância de 50 km da costa. Os 640 km de extensão
de
litoral
maranhense
possuem
características físicas
particulares que permite uma subdivisão: Litoral Ocidental, Golfão Maranhense e Litoral Oriental. O litoral ocidental com 300 km de extensão a partir do lado norte da golfão maranhense, nas imediações da Baia de São Marcos no Município de Alcântara, até a foz do Rio Gurupi no Município de Carutapera. Esta área encontra-se nas reentrâncias Maranhão-Pará onde esta localizada a Área de proteção Ambiental (APA) das reentrâncias Maranhenses, de acordo com o Decreto Estadual N.º.901 de 11/06/91 reeditado em 09/10/91, que envolve 2.680.911,20 ha.; toda essa região está Apresenta diferentes
compartimentos
ambientais
compostos
de
igarapés,
rios,
costa
oceânica, Manguezais, capoeiras nos terrenos de terra firme, igapós, palmeiras de Babaçu, buriti, Tucum, Anajá, Bacaba, juçara, carnauba e outras de igual importância, guarimã, arvores como a Pau d arco, Janauba, Pequi, cortiça, dentre outras, as madeiras de Lei. Nesta parte do litoral e baixada ocidental maranhense, neste importante contexto ambiental que se desenvolve os aspectos da Historia e da cultura do Maranhão, sediadas no espaço do Município de Cururupu, onde ocorre um processo evolutivo com base na cultura de principalmente três povos que se miscigenam ao longo de mais quatro séculos. Os valores sócios culturais tradicionais vigentes se manifestam através de símbolos e vestígios, que são encontrados na zona rural do município. Daí deduza-se que a investigação dos diversos movimentos representados por um farto material presente, seja nas ruínas de antigos sítios que demonstram a presença simbólicas do trabalho escravo, ou na presente arquitetura do tipo colonial, ou nos vestígios das antigas comunidades indignas, assim como instrumentos ou ferramentas de trabalho característicos dos tempos da idade da pedra polida, levará a luz da analise os fundamentos da construção em movimento no processo constitutivo do pensamento na compreensão dos valores sócio-culturais presentes no sistema consuetudinário do município de Cururupu.
O centro histórico da cidade de Cururupu representa hoje um patrimônio que servirá para desvendar o desenvolvimento das elites e o também desenvolvimento econômico e cultural de uma parcela social, que se deslocou de uma, ou mais regiões da Europa em busca de construir riquezas no Maranhão. As principais família 1que deram origem a povoação do elemento de cor branca no Município de Cururupu, vieram de vários pontos de Portugal, se organizaram por meio do comercio e da produção primaria da cana de açúcar com interesse na industrialização da produção para fins de exportação, com isso o município de Cururupu nos primórdios de sua fundação serviu para o desenvolvimento da produção de derivados da cana de açúcar no Estado do maranhão. No decorrer do tempo ainda durante o processo escravista a produção da farinha de mandioca marca também um período de prosperidade nas fazendas dos senhores donos de engenho. Os africanos oriundos do daomé e da costa douro ou costa dos escravos, chegaram como uma valiosa mercadoria e um precioso bem que servia para marcar a posição social de seus proprietários conforme a quantidade de escravos que possuíam. O elemento africano teve um papel de suma importância para consolidar a população branca do inicio da colonização nas terras do município durante o período histórico que compreendia o tempo do distrito quando as terras pertenciam ao município de Guimarães. Os escravos que eram a base econômica dos escravocratas formaram grandes comunidades nos arredores dos sítios fazendários e nas
imediações da terras mais para dentro da floresta quando formaram comunidade junto aos pouco índios que restaram escondidos na mata alta. Assim como também em escala maior formaram comunidades por titulo de doações de pequenas propriedades desmembrados das terras principais, que eram doadas aos filhos bastardos dos senhores escravocratas com suas escravas: estes então doavam os pedaços de terras juntamente com uma porção de escravos; com poucas exceções os quilombolas da atualidade do município de Cururupu têm suas terras originadas neste processo. Os gentios ou os Índios tupinambás que habitaram por muitos séculos a costa e as porções de terras nas margens dos rios do maranhão em Cururupu há registros históricos que estes índios habitavam as margens do rio Cururupu e toda a extensão do que é hoje identificado como terras do município de Cururupu. No inicio do século XXI, estamos encontrando os vestígios desta civilizarão que reinou muito antes do elemento Europeu chegar e por meio das armas quase que disseminou a nação
tupinambá da região da baixada e do litoral ocidental do
maranhão. Por todo o município de Cururupu incluído a sede e a região das ilhas oceânicas encontramos vestígios seja: na forma de ferramentas, utensílios domésticos ou de restos alimentares, os fragmentos vão demonstrando que na região existiu
um povoem que cuja cultural
continua latente e possível de ser resgatada para uma analise profícua.
O Município de Cururupu contem um conjunto de fatores histórico cultural que certamente contribuirá para o enriquecimento do acervo e com
o
desenvolvimento
do
povo
maranhense,
neste
estudo
pretendemos contribuir para desvendar os enigmas culturais e sociais envolvendo a formação de uma consciência mais animadoras a respeito das origens das comunidades isoladamente através do tempo assim como identifica-las no seu contexto coletivo.
4 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE CURURUPU
O município apresenta atualmente um território de 672,3 Km ², com uma população residente de 39.712 habitantes, dos quais cerca de 6.000 são moradores das ilhas. Limita-se ao Norte com o Oceano Atlântico e o Município de Bacurii, a Oeste com Serrano do Maranhão, ao sul com Porto Rico, Mirinzal e Santa Helena e ao leste com o Oceano Atlântico. Os principais rios são os que dão vazão para a cabeceira de Cururupu,Uru e Liconde, são estes: rio Cururupu, rio Uru- mirim, rio Grande e o Igarapé-Açu, alem destes, a região é repleta de nascentes que se interligam para formar os cursos d`aguas principais: em resumo, a zona rural de Cururupu pode ser considerada como um conjunto de Ilhas, dado aos variados cursos d`águas que se entrecruzam. A zona costeira do Município é composta por um conjunto de Ilhas oceânicas que formam quatro arquipélagos limitando com as faixas litorâneas dos Municípios de Porto Rico do Maranhão, Serrano do Maranhão, Bacuri e
Apicum-Açu. A região forma a Reserva Extrativista Marinha de Cururupu e Serrano do maranhão oficializada pela união em 2 de junho de 2004. A sede do município apresenta características de cidade histórica contendo um patrimônio arquitetônico avaliado como do tipo colonial. A zona rural é composta por comunidades tradicionais quilombolas e na região continental estão os pescadores artesanais. A sede do município está a 12 metros de altitude (Famem, in Leite filho, 2007) e encontra-se a cerca de 120 Km de São Luís (IBGE, in Leite Filho,2007).
5 – HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA CIDADE DE CURURUPU Constam algumas versões e dados históricos sobre as origens da povoação das terras que hoje compreendem a região do município de Cururupu. Isto por que no passado remoto a historiografia oficial dispunha de poucos meios comprobatórios para confirmar relatos. por essa razão colocaremos para apreciação as vertentes existentes nos anais. O primitivo território do Município de Cururupu pertenceu a dois herdeiros das famílias de Felipe Pedro Borges e João Antonio Borges Lisboa que dividiram ao Maximo as terras por meio de vendas com receio que o Governo as requeresse de volta a imensa sesmaria que se estendia desde a ponta do Sassoitá no Município de Guimarães até as margens do rio Turiaçu.
O distrito foi criado por meio de uma divisão territorial por força de lei provincial em 1835 dividindo a Vila de São José do Município de Guimarães em três freguesias, umas delas, deu origem ao território de Cururupu. “O § 3º do artigo 5º da lei provincial nº 13 de 8 de Maio de 1835, o qual dividiu o termo da Vila de São José de Guimarães em três Freguesias” ( MARQUES ) A história da povoação do Municipio de município remonta o passado primeiramente com uma população nativa primitiva descoberta nos primórdios da colonização ocidental no Brasil, consta que foram os portuguesses que primeiiro deram conta da existencia de um povo de habtos primitivos habitando as terrras que foram destiadas para ser colonizadas para fins da implatação de uma civilização espacionista oriunda do continente Europeu com destino para o Maranhão. Os portugueses aportaram na região ocidental do atual estado do Maranhão, pela primeira vez, em 1531. Em 1534, foi dividido o território da colônia em capitanias hereditárias. A região que compreende a cidade de Cururupu foi doada a João de Barros. Juntamente com ele, os donatários das quatro capitanias mais ocidentais da colônia tentaram, por meio de uma expedição marítima sem sucesso, colonizar as terras que lhes foram destinadas, estes, na tentativa Naufragaram. Os portugueses encontraram muitas dificuldades em promover a colonização, o fato possibilitou as ações que favoreceram aos franceses, em 1612 fundassem a França Equinocial, no
território do estado do Maranhão. No entanto, mais tarde vieram a fracassar e foram expulsos pelos portugueses reorganizados em 1615. De acordo com Meireles (1980 in Santos 2006), a relação dos franceses com os Tupinambá teria sido mais amistosa que as dos portugueses. Estes, após expulsarem os franceses, travaram lutas permanentes contra os indígenas. Em 1618 os portugueses finalmente obtêm vitória. Não se tem notícias da fundação do povoamento que deu origem a Cururupu. Lopes (1957in Santos 2006) nos fornece uma pista em sua História de Alcântara. Afirma que os municípios da capitania da Tapuitapera tiveram seus primeiros focos de povoamento em aldeias Tupinambá. O desenvolvimento de aglomerações urbanas ao redor da sede da capitania, a vila de Alcântara, fez com que a Igreja promovesse a divisão administrativa do território em várias paróquias. Sua justificativa era possibilitar um melhor atendimento aos fiéis. Em 1758, desmembra-se a paróquia de São José do Guimarães da capitania.Tapuitapera (Alcântara). De acordo com o pesquisador nativo Manoel Goulart, ( Santos 2006) foi em 1785 que os lavradores de Cururupu pediram permissão ao vigário para erigir a primeira igreja da localidade. A freguesia permaneceu até 1841, quando começou uma acirrada luta pela manutenção original das terras de Cururupu o desenvolvimento desta batalha que durou vinte anos levou inclusive o território de Cururupu à pertencer a Município de Turiaçu
A lei provincial nº 120 ao criar a Vila determinou uma porção territorial para fins de constituição da vila, muito menor do que a que constituía a Freguesia. Na localidade da Vila que anteriormente representava a penas o centro administrativo da Freguesia, pela demarcação territorial determinada pela lei nº 120 deixava uma porção territorial, justamente a que pertencia aos locais das fazendas onde era gerada a produção apenas como vizinhos, inclusive os que doaram as terras para a constituição da cidade ou centro administrativo e comercial. Os vizinhos que haviam construído suas relações naquele centro onde havia porto, depósitos de suas produções e mercadorias, contestaram de imediato a definição determinada na lei da província do Maranhão de nº 120. “ deu ao termo a mais extravagante divisão a qual tem sido por vezes alterada, sendo a que atualmente existe a pior, alem de ser constetavel, porque uns entendem por um lado outros por outro, traz considerável prejuízos a vizinhança da vila, que tendo nela todas as relações comerciais e de amizade, pertencendo a freguesia, não pertencendo ao Município” (MARQUES 1870) Nota-se pelo texto de MARQUES que a criação da Vila implicou numa divisão territorial que gerou conflito de interesses de cunho político e econômico na região. “ Este termo tem estado em continuo movimento a respeito de seus limites; nesta
freqüente mudança tem predominado, o capricho , o interesse particular e o desgraçado espírito de partido, que sempre faz escurecer o direito e o bem publico”(MARQUES 1870) O texto de MARQUES demonstra haver um interesse particular que talvez dominasse os motivos políticos na região. Vejamos o que diz a respeito do comportamento das assembléias provinciais. “
Se
as
assembléias
Provinciais
curassem dos seus deveres para o bem publico, cessariam com estas continuadas e repetidas mudanças, mormente quando elas são
aconselhadas
muitas
vezes
pelo
interesse de um só individuo, ou para dar importância política a uma localidade com prejuízo de outra” Em 7 de setembro de 1833 procederam –se nas imediações do porto de são João, hoje local da cidade de Guimarães, quando foi publicado o código do processo criminal, da câmara de Guimarães, dividindo o seu município em distritos, e que designou o 3º distrito para ser o que foi o distrito de Cururupu, deu-se origem aos
primeiros movimentos das
batalhas políticas e jurídicas, que originaram o desenvolvimento do processo político e econômico de emancipação do município de Cururupu.
Em 1861 a lei nº 590 devolveu para a vila de Cururupu o antigo território definido em 1835. AS ENTRADAS “Presume-se que a primeira incursão na região tenham ocorrido entre 1612 e 1614, pelas expedições de reconhecimento sob o comando do Sr. De La Ravardiriere, em seguida os registros históricos dão conta das entradas de Bento Maciel Parente 47 anos após em 1661 que tinha como finalidade a implantação da estrada ligando São Luis a Belém, via Bragança e alto Caité. O povoamento de Cururupu tornou-se possível a partir das entradas de Bento Maciel que expulsou os Índios aldeiados na região das margens do rio Cabelo de velha. Depois dos conflitos entre
o governo da
Provincia do Maranhão com os índios Tupinambás, o que culminou com a derrota dos gentios na região das posses dos primeiros donatários de Cururupu.
Os fazendeiros de Guimarães expandiram suas posses:
implantaram fazendas, moinhos de engenhos e a produção agrícola se desenvolveu, com a força da mão de obra escrava, oriundas
das
regiões do Daomé e Costa do Ouro. DENOMINAÇÃO Cabelo de Velha A região chamava-se, então, nome que os portugueses davam ao cacique Tupinambá, Juruaru, pai de Cururu. Em 1835, o Terceiro Distrito
de Cabelo de Velha tornou-se independente de São Jose de Guimarães, assumindo o nome de São João Batista do Cururupu. Percebe-se pela Historiografia do município que nas entradas de Bento Maciel parente na região este se deparou com um chefe indígena denominado por ele ou por sua tropa de “Cabelo de Velha” ao que parece esta denominação se deu por causa dos longos cabelos brancos do cacique e ainda com em grande tom de preconceito, por que não cabelo de Velho e sim cabelo de velha, parece que apenas as mulheres brancas
usavam os cabelos longos naquela época dominada pelos
rudes portugueses que reinavam no maranhão por meio da força e das armas. “Permaneceu como 3° distrito
Cabelo de Velha, subordinada
administrativamente a Guimarães,até 1835 quando tornou-se freguesia de acordo com a lei provincial n° 13., sob a invocação de São João Batista. A vila de Cururupu foi criada através da lei municipal n° 120 de 03 de outubro de 1841, quando foi oficialmente desmembrada do município de Guimarães”(MARQUES 1870). Cururupu Cururupu recebeu este nome, segundo alguns historiadores, devido a uma lenda indígena. Diz-se que durante a colonização do lugar, em meados do século XIX, portugueses em confronto com índios Tupinambás que habitavam o Litoral ocidental teriam matado com um tiro, o cacique Cururu. Para anunciar o acontecido, os índios teriam dito: Cururu Pu, indicando o som emitido pela arma dos portugueses. Daí o
nome Cururupu. Cururu. na língua indígena tupinambá significa: “sapo grande”. Na língua portuguesa diz-se: o sapo coaxa (canta). Na língua indígena diz-se: o cururu pu. Sendo assim, Cururupu significa “sapo grande cantando ou cantiga de sapo grande”. Há ainda quem diga que a real origem do nome é devido à existência de uma fazenda chamada Cururupu, que margeava o lado esquerdo de um rio com o mesmo nome. Rio onde fundeavam navios a vapor e que ligava a fazenda com o litoral. Essa última explicação é a mais coerente e caracteriza a cidade até hoje, já que o rio continua com Mesmo papel, já que o rio continua com o Mesmo papel, ligando agora uma cidade, e não mais apenas uma fazenda ao mar. Os franceses que se estabeleceram na Ilha de São Luís a partir de 1612 realizaram as primeiras incursões na região, enviando missões de reconhecimento e mapeamento com o intuito de assegurarem o controle territorial, e garantirem a convivência com os grupos nativos que habitavam a região na ocasião desses primeiros contatos. Conforme os primeiros relatos etnográficos, produzidos a partir dos registros dos capuchinhos Claude d’Abbeville e Yves d’Evreux, existiam uma grande quantidade de aldeamentos Tupinambá por todo o litoral ocidental do Maranhão. Calcula-se que a população tupinambá que encontrava-se estabelecida em São Luís,
Tapuitapera, Cumã e Caeté chegasse a
cerca de 3500 mil pessoas (Fernandes, 1989, Leite F°,2000 in Leite F°CPHNA-MA 2007)
Com a expulsão dos franceses e o estabelecimento efetivo do controle da corroa portuguesa na região, estruturou-se a fortaleza de São Felipe e providenciou-se o domínio em direção ao Amazonas. Os primeiros anos de colonização das Terras de Tapuitapera foram marcados pelo desenvolvimento de guerras de captura de mão de obra escrava ou de punição e aniquilamento dessas populações. A partir de 1619 Bento Maciel Parente desenvolveu uma série de expedições militares contra essa populações na capitania de Cumã, travando sangrentas batalhas contra a tribo do principal Tupinambá Cabelo de Velha, cuja população foi dispersa e aniquilada. Após a destruição desses grupos seguiu-se a construção da estrada real ligando por via terrestre as cidades de São Luís e Belém (1661), e iniciou-se o lento processo de ocupação de território, que perdurou por todo o séc. XVIII, sendo que a partir de Alcântara e Guimarães estabeleceram os primeiros colonos nessa região, desenvolvendo a pecuária extensiva, agricultura e a instalação dos primeiros engenhos de tração animal. No final do séc. XIX a vila de Cururupu apresentava 7 casas de sobrado, 64 casas térreas, cobertas de telhas e 170 de palha. Possuía 20 casas de negócios, uma botica e alfaiates, sapateiros, currieiros, seleiros, tamanqueiros, ferreiros, serralheiros e barbeiros. Existia na vila 1 igreja matriz, 1 capela, 1 cemitério pertencente a irmandade do Sagrado Sacramento, 2 poços públicos, 2 escolas, correio e coletoria (Amaral, 1897in Leite F°CPHNA-MA 2007).
O SISTEMA PRODUTIVO Santos (2006) cita: Caio Prado Jr. (1998) justifica a prosperidade do cultivo açucareiro maranhense no final do séc.XVIII e início do séc. XIX por perturbações no mercado internacional desse produto. As Guerras Napoleônicas interromperam o fornecimento de açúcar no continente europeu. O processo revolucionário no Haiti dificultou a obtenção do açúcar no mercado internacional, pois os negros revoltosos destruíram os meios de produção antilhanos. Esses fatos eliminaram momentaneamente a principal fonte de concorrência ao açúcar maranhense. Na mesma época, a capitania do Maranhão beneficiou-se também da Companhia de Comércio, criada por Pombal. Tal companhia permitiu a importação massiva de negros para substituir a mão-de-obra indígena, tornando a lavoura mais competitiva para o mercado externo e modificando também a fisionomia étnica da região. A nova composição étnica foi notada por viajantes que visitavam o Maranhão no início do séc. XIX. Eram unânimes em afirmar que a população escrava maranhense excedia bastante a de pessoas livres. Assim, de acordo com Spix e Martius, que estiveram no Maranhão em 1819: “notam-se entre eles, relativamente muitos descendentes, sem mistura, de portugueses e grande número de negros; o número de índios é pequeno” ou, segundo frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres, que esteve lá no mesmo ano, “o número de cativos é para o dos livre de 2 para 1 pelo menos” (Caldeira, 1991).
Após a abolição da escravatura, a maioria dos engenhos entrou em decadência e foram abandonados. Das fazendas de cana de açúcar restaram muitas comunidades remanescentes de quilombos, dentre essas A comunidade Quilombola de Aliança. Cururupu, possui em seu territorios varias comunidades remanescente de Quilombos cujos territórios foram reconhecidos pelo governo federal, em 2005. Atualmente, outras áreas quilombolas no município de Cururupu solicitam a titulação de seu território, amparando-se na garantia desse direito presente na Constituição Federal de 1988. Apesar da decadência dos grandes engenhos, a agricultura, junto com a pesca, está entre as maiores fontes de renda do município. Entre os principais produtos cultivados em Cururupu, além da cana-de-açúcar, está a mandioca, cuja produção e fabricação da farinha seguem as técnicas indígenas, baseada no roçado do mato seguido da queima, para produzir cinza como fertilizante da terra. A agricultura é realizada atualmente pelos agricultores em suas proprias terras e em menor escala através do sistema de foro, onde o trabalhador produz na terra de terceiros e divide a produção com seu dono, numa proporção de 1/3 para o proprietário da terra, pago no próprio produto. Muitos dos negros, após a abolição, entraram nesse sistema de produção. A região destacou-se como produtora de gêneros agrícola e fabricação de farinha de mandioca, cachaça a açúcar, recebendo um grande
contingente de populações africanas, trazidas como mão de obra escrava, usadas na plantação e beneficiamento da produção. Pesca artesanal . Os primeiros dados oficiais sobre a pesca artesanal no município de Cururupu datam do inicio da década 70 do século XX, quando a encicoplédia dos municípios do Brasil divulgou a produção de 1950 e de 1953. Em 1950, Cururupu aparece como o segundo maior produtor de pescados do Brasil e em 1953 como o primeiro maior produtor, com uma produção de13, 2 mil toneladas mais precisamente 13,216676, quilogramas, totalizando um valor de Cr$ 42,771, 434,00 0u seja 42,7 milhões de Cruzeiros. Pelos dados do ESTATPESCA de 2004, que dão conta de uma produção para o Maranhão de 30 mil toneladas em 2003, comparando a produção de 1953 de Cururupu com a produção de todo o maranhão em 2003, os dados demonstram que Cururupu da época produziu mais de um terço da produção no Estado na primeira década do século XXI. Segundo o governo do maranhão por meio da então gerencia estadual de Agronomia e pecuária a GEAGRO em 2004, a região das reentrâncias no litoral ocidental do maranhão é o único local do nordeste com capacidade de aumentar o estoque de pescados no Nordeste. (Referencias da GEAGRO 2004)
OS PRIMEIROS EUROPEUS OS PRIMITIVOS HABITANTES As conquistas territoriais portuguesa do período colonial, foram definidas pelos tratados de Tordesilhas, com objetivos de garantir o desenvolvimento expansionista de Portugal, sem prejuízo, ou desgaste tanto de sua parte como da parte da coroa Espanhola, que realizava conquistas expansionistas marítimo-comercial, por meio da descoberta da America por Cristovão Colombo em 1492. Com a ascensão dos espanhóis na exploração de novas terras, o clima de disputa com os Portugueses se acirrou. como não interessava a nenhuma das duas potências um
conflito, que inevitavelmente, se
deflagrado levaria as duas potencias ao prejuízo, fez com buscassem o acordo, que resultou na tratado de Tordesilhas: dai em diante a corroa portuguesa pode legitimar suas descobertas na costa atlântica. No ano de 1493, o papa Alexandre VI anunciou a assinatura da Bula Inter Coetera, que fixava uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Açores. No entanto, no ano seguinte, o rei português Dom João II exigiu a revisão desse primeiro acordo, que não satisfazia os interesses lusitanos. Segundo alguns historiadores, essa mudança de idéia era um forte indício de que os portugueses tinham conhecimento de outras terras localizadas na porção sul do novo continente descoberto pelos espanhóis. Séculos mais tarde, documentos explicariam essa “repentina” mudança de idéia
dos lusitanos
Buscando evitar o desgaste de um conflito militar, os espanhóis aceitaram a revisão dos acordos com uma nova intermediação do papa. Com isso, o Tratado de Tordesilhas foi assinado em junho de 1494. Nesse novo acerto ficava estabelecida a demarcação de um novo meridiano localizado a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis; e as terras a leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil. (Rainer Sousa, Equipe Brasil Escola www.brasilescola.com acessado em 19 de Fevereiro2010)
Os tupis, ou Guaranis, se melhor dito integravam com os Aruaques e Caraíbas, conforme o entendimento atual da ciência, um dos dois grupos étnicos em que se subdividirá no novo mundo, a terceira correntes migratória, agora proto malaios, que já np halóceno ( 5000 a 4000 A.C.) que veio da Indonésia, via marítima pela Polinésia, a aportar em canoas as praias da America Central, de monde se passaram para nossa faixa litorânea. Pertenciam, ao grupo Brasilídio, branquicéfalo, mesorínico de estatura baixa,cultura neolítica, Agricultores, tecelões e oleiros. Os Brasilídios, tupis-guaranis espraiavam-se de norte a sul da costa litorânea distribuídos em tribos e nações, com áreas de dominós limitadas, entre uma e outras nações encontravam-se, na Amazônia, especificamente na bacia do rio Madeira, o tupinambaranas. Conforme
(MEIRELES 1960) esta subespécie era de filhos espúrios ou fusão ou junção dos dois tipos étnicos , por motivo de absorção, por conquista ou por
esquecimento
do
ódio
originário
entre
conquistados
e
conquistadores. TUPIS E TAPUIAS Os Tupis e os Tapuias eram duas raças distintas que dominavam a quase totalidade do Maranhão e do Brasil atual (MEIRELES 1960).OS Tapuias de estatura média - mediam 1.60 mt de altura para os homens e as mulheres 1.53 mts. Tinham pele mais clara que os tupis, eram nômades, tinham o corpo lizo de pelos, dormiam no chão, encostados em troncos de arvores, em buracos cavados para este fim, ou em cabanas ligeiras ( feitas com pouco material em geral com quatro paus cobertas com palhas ou galhos. Não tinham lavouras, permanentes quando muito plantavam milhos pelos caminhos por inde andavam. Alimentavam de caça e pesca que comiam as vezes cruas, frutas, raizes e
larvas.
Eram
selvagem
raivosos,
vingativos
e
traiçoeiros
e
antropófagos. Não guerreavam a peito aberto, atacavam de emboscada e combatiam os homens e as mulheres.(MEIRELES 1960). Os Tupis, de menor porte medindo 1.55 mts, para homens e mulheres, tinham a pele acetinada, baça e acobreada olhos grandes, lábios finos, cabeça pequena, rosto cheio redondo, Cabelos pretos lisos, possuíam pouca barba e bigode, pés e mãos pequenos e largos. Viviam em aldeias, com zona territorial limitados por acidentes geográficos, possuíam plantações, trabalhavam a cerâmica e
teciam com algodão. Praticavam a antropofagia, mais não como alimento mais como ritual de guerra; limpavam bem a carne do inimigo morto, cozinhavam,comiam e em seguida vomitavam. As primeiras explorações européias encontraram na região da bacia Amazônica e costa norte do Brasil, muitas povoações pertencentes nações Tupinambás, espalhadas por todo o litoral e adentrando nas dos caudalosos afluentes do Grande rio, vivendo coletivamente em grupos socialmente organizados em aldeias. Os grupos podem ser identificados como nações devido as diferentes línguas faladas e relacionadas ao tronco lingüístico Tupi. Padre Antonio vieira descreve: “No inicio os portugueses encontraram aqui uma verdadeira Babel indígena. Na costa brasileira e na bacia dos rios Paraná e Paraguai, os índios pertenciam ao tronco lingüístico Tupi, que reúne os Guarani ao sul e os Tupi na costa, que falavam o Tupinambá ou línguas afins, mas não idênticas. Na região central do Brasil, encontravam-se as línguas Macrojê. Eram tantas as línguas na bacia amazônica, que o célebre padre António Vieira, em 1683, escrevia que "houve quem chamou o grande rio das Amazonas rio Babel", o que lhe pareceu pouco"porque na Torre de Babel, como diz São Jerônimo, houve somente setenta e duas línguas, e as que se falam no rio das Amazonas são tantas e tão diversas,que se lhes não sabe o nome, nem o número". Do contato entre missionários,índios Tupi mencionados e aculturados, e não índios, surgiram as línguas gerais,ou seja, comuns a diferentes grupos, tendo como base a língua do tronco Tupi – a língua geral paulista (ou do Sul) e a língua geral amazônica. Ao final do século XVII, os jesuítas e
missionários de outras ordens difundiram, na Amazônia, o Tupinambá, falado pêlos índios da região que vai do litoral do Maranhão até a foz do Tocantins. O Tupinambá, sob a influência de outras línguas da área, e da ação dos caboclos, deu origem ao nheengatu, a língua geral amazônica. Usando os critérios lingüísticos, pode-se dividir os índios do Brasil em quatro nações: Caraíbas; encontrados no norte da bacia Amazônica; Nuaruaques- encontrados na bacia Amazônica, até os Andes; Jês ou Tapuias- encontrados no Planalto central ; Nuaruaques- encontrados na bacia Amazônica, até os Andes; Jês ou Tapuias-encontrados no planalto Central; Tupis-encontrados por toda costa atlântica e algumas áreas do interior. A maior parte dos indígenas que habitavam o litoral do Brasil na época das primeiras expedições européias, pertencia ao grupo lingüístico Tupi. Os índios no Brasil do período pré- colonial, viviam em regime comunal primitivo, a organização social tribal permitia a socialização dos meios de produção a apropriação comunal da terra e em alguns grupos a apropriação comunal era temporária: uma característica das inúmeras nações nômades que habitavam o interior da Amazônia. Os grupos da nação dos Tupinambás, encontrados pelos franceses durante a expedição narrada por D`EVREUX, em Viagem ao Norte do Brasil. Organizavam-se socialmente em comunidades, em regime comunal.
“ vivem pacificamente com os outros(com os da mesma comunidade) ,dividem com eles os resultados das pescarias, caçadas e lavoura e não comem as escondidas... é muito grande a liberdade entre eles, é desconhecida a avareza. Se algum deles tiver desejo de possuir uma coisa que pertença a outro, ele o diz francamente, é preciso que o objeto seja muito estimado, para não ser dado logo,embora que, o que pediu, fique na obrigação de dar ao outro também o que ele desejar.nunca roubam uns aos outros;o que possuem está à vista, pendurados nas vigas e barrotes de suas casas. A organização tribal consistia em um agrupamento de construções rústicas em madeira nativa coberta e cercada com folhas de palmeiras dispostas em redor dum grande circulo que ficando no centro para onde convergiam os diversos caminhos que levavam ao centro do circulo local da realização das representações míticas. Conforme FLUGER 2006): As Aldeias tupinambás, de acordo com Fausto(1992), eram compostas de um numero variável de malocas, em geral quatro ou oito, disposta em torno do pátio central, implantadas harmonicamente. As malocas eram Grandes casas de palha e madeiras destinadas à habitação coletiva.Não representavam apenas moradia mas de acordo com Wrigth (1975; p, 125) eram, “ microcosmos que representavam e condensavam todo o universo mítico da aldeia”. Cada aldeia tinha uma população que variava entre 500 e 3.000 índios.”
Os
aldeamentos
na
costa
do
Maranhão,
foram
primeiramente
conhecidos pelos Franceses que antes dos Portugueses, realizaram expedições de reconhecimento e ocupação. No período (século XVI ) os Franceses ocuparam a Ilha de Upaon-Açu e fundaram a cidade de São Luis em 1612 na tentativa de fundar a chamada “França Equinocial,” foram grandes aliados dos tupinambás realizavam negócios (trocas de Objetos) faziam amizades trocando experiências medicinais e ensinadolhes, ofícios franceses, inclusive técnicas de guerra em terra firme, ensinando-os à usarem armas modernas em relação as suas rudimentares. Segundo FLUGER (2006)“ A localização das Aldeias no Maranhão era conhecida dos Franceses, que navegavam nestas costas desde o século XVI e eram aliados dos Tupinambás. Abbville(1975; p.140-5),destaca a existência de vinte e sete aldeias na Ilha de São Luis e de quinze a vinte em Tapuitapera.” D´evreux, em VIAGEM AO NORTE DO BRASIL, neste relato, ha descrição da chegada dos Portugueses e minuciosa observação dos índios, das facilidades em ensinar-lhes os ofícios franceses, moléstias, mortes, funerais e sobre a astrologia Tupi.Ao contrários dos portugueses que mataram, aprisionaram e escravizaram e provocaram a quase extinção de mais de um milhão de índios na região da Amazônia. A respeito da bravura, camaradagem e disposição para a guerra dos gentios Tupinambás da região do Maranhão e Pará D´evreux, em VIAGEM AO NORTE DO BRASIL relata: sobre a motivação para desbravar o desconhecido.
“Ao divulgar estas noticias levantaram-se as Ilhas das províncias vizinhas,porque, como é geralmente sabido, não há no mundo nação alguma mais inclinada à guerra a e viagens pelo desconhecido como estes selvagens brasileiros. Em relação às artimanhas da guerra: Suas guerras são feitas, pela maior parte, por surpresa e astucias; ao romper do dia assaltam seus inimigos dentro de suas aldeias; salvam-se de ordinários os que tem boas pernas, sendo aprisionados os velhos, as mulheres e as meninos, e conduzidos como escravos para as terras dos tupinambás. Também sob o pretexto de negócios o vão pelas praias onde moram seus inimigos, prometendo- lhes muito,mostram-lhes suas mercadorias em caramemos,ou paneiros, onde arrastam o que tem de melhor, quando os vêem entretidos, lançam-se sobre eles pobres ingênuos, matam uns, aprisionam e cativam outros: por este motivo todas as nações do Brasil desconfiam deles, jugam-os, traidores e nem querem sua paz.(Ibidem pg. 77) Quando os franceses revelam o quanto, das disposições para as lutas e viagens dos Tupinambás, referem-se na ordem da importância que estes representaram como aliados em suas tentativas de colonização e fundação da França Equinocial. Quando em 8 de Junho de 1613, partiu do porto de Santa Maria do Maranhão(São Luis) o Senhor de La Ravardiere conduzia uma tropa de 40 soldados, 10 marinheiro e 20 índios num total de 70 individuos. Nas
passagens por: tapuitapera, (Alcântara, comã (segundo D´evreux 2002) a maior e mais organizada tribo Tupinambá do Norte do Brasil, naquele período)Caité quando chegaram ao rio Para o exercito já contava com 1.200 homens.(Ibidem pg, 78) Na
seção
curiosidades
e
a
facilidades
para
apreender
os
ofícios(profissões) que os franceses praticavam, os tupinambás mostraram-se eficientes. “Os ofícios mais necessários entre eles são os de ferreiro, tanoeiro, carpireiro, marceneiro, alfaiate, sapateiro, tecelão, oleiro, ladrilhador, e agricultor. Quanto ao oficio de tecelão, seria sua especialidade se aprendessem: tecem seus leitos muito bem, trabalham em lã tão perfeitamente como os franceses, embora não empreguem a lançadeira e nem agulha de ferro, e sim pequenos pauzinhos.( Ibidem pg, 117). No que se refere às particularidades do cotidiano dos gentios tupinambás, relatadas por na VIAGEM AO NORTE DOBRASIL, foram observadas
algumas
incongruências
próprias
das
mazelas
que
identificamos na atualidade no comportamento da população nativa do Maranhão. O que não deve ser diferente do cotidiano de qualquer parte do interior do Brasil. “ são impudicos extraordinariamente, mais as raparigas, do que outro, inventores de noticias falsas, mentirosos, levianos e inconstantes, vícios muito comum a todos os incrédulos,e, ultimo são extremamente preguiçosos, a ponto de não quererem
trabalhar, embora vivam na miséria antes do que na opulência por meio do trabalho. Se eles quisessem, não é necessário muito cansaço, para terem em poucas horas muita carne e peixe. (ibidem) O que acabo de dizer, refere-se especialmente aos tupinambás,porque outras nações, como sejam; os Tabajares, cabelos compridos,Tremembé,Canibais,Pacajares,Camarapins,Pinariense s e outros, trabalham muito para viver, ajutam gêneros, tem boas casas e toda comodidade. (ibidem). Referencia as praticas de canibalismo entre os índios do norte do Brasil, O padre Yves Dèvreux relata o que colheu em entrevista com os indios Tupinambás: O Rio Para desde sua desembocadura para cima, é muito povoado de Tupinambás; Chegando a ultima aldeia, situada a 60 Léguas da sua desembocadura, todos os principais desses lugares lhes pediram com insistência com os Camarapins, os quais são muito ferozes, não querem paz, e por isso não poupam seus inimigos, pois quando os cativam,matam-nos e comem-nos: poucos dias antes tinham matado três filhinhos de um dos principais dos Tupinambás daquelas regiões, e guardaram os ossos deles para mostrar aos pais, afim de causar-lhes mais dó.
Com a chegada dos franceses e a introdução de novos costumes e praticas desagregadoras da ordem comunal em viviam os gentios, provocou mudanças de comportamentos que contribuíram para a desestruturação dos hábitos gentílicos da nação Tupinambá logo em 1613 e1614, como relata, D`EVREUX. É bem verdade que dentro da Ilha atualmente, (UpaonAçu), Tapuitapera e Comã, eles tem cofres, que lhes deram os franceses, onde guardam o que tem de melhor, e...excitados por isso, ou pelo exemplo dos franceses, muito deles já aprenderam a arte de furtar.(pg,124 e 125) Acerca de uma nação Tupinambá Feminina guerreira, que existiu, confirmada sua existência nos relatos dos índios que não poderiam precisar a localização da aldeia por receio das amazonas. Sobre os muitos conflitos que resultaram em massacres sofridos pelos gentios, durante o período de colonização e conquistas dos territórios do maranhão pelos portugueses, segue um relato do pesquisador e escritor José Varella Pereira, acerca das empreitadas do Bento Maciel Parente, à frente das campanhas que trucidaram os Tupinambás na região da Amazônia, referentes aos Estados do Maranhão e Para. “Em 1616, estava fundado o forte do Presépio levantado em parceria entre portugueses e tupinambás, o burgo de Belém do Pará, denominado Feliz Lusitânia. Mas, não demorou aos coloniais botarem as unhas de fora e escravizar os próprios parentes de seus aliados, habitantes no Moju, em Murtigura,
Pacajás e Anapu. No Maranhão, as violências contra os índios eram semelhantes às do Pará. Conseqüência: a 7 de janeiro de 1619, os tupinambás se levantaram em guerra e mataram centenas de “portugueses” (mamelucos). No Pará, o tuxaua Guamiaba (Cabelo de Velha) atacou o Forte do Presépio morrendo em combate já sobre os parapeitos da cidadela. O cacique Pacamão, tuxaua da aldeia do Cumã (Maranhão), começou a guerra que o índio Amaro, levando notícias do Pará, disseminou. Pedro Teixeira, Bento Maciel Parente e os filhos de Jerônimo de Albuquerque promoveram verdadeiras matanças de índios em represália ao levante dos maltratados tupinambás. (josevarellapereira.vilabol.uol.com.br acessado em Fevereiro de 2010) As invasões aos territórios indígenas os verdadeiros donos não eram feitas somente pelos invasores portugueses estes contavam com aliados nativos conquistados por meio da corrupção de chefes tribais que tinham rivalidades com tribos inimigas, mesmo desta maneira os europeus não contavam com total segurança na conquista individual dos Gentios, como pode-se notar no relato de varella á respeito do comportamento do índio Amaro. Nos finais de 1616, o índio Tupinambá, de nome civil Amaro, era portador de cartas de Castelo Branco destinadas ao governador do Maranhão. No caminho abre-as e, fingindo lê-las, diz a todos os indígenas que os portugueses iriam reduzi-los à escravidão, ao mesmo tempo incitando-os à revolta. Instala-se a
rebelião na nação Tupinambá, na extensão do Maranhão até ao Pará.A luta dura anos: os colonos para vingar seus mortos e punir a “ousadia” dos ameríndios; e os índios pretendendo destruir os povoados e exterminar os portugueses.Castelo Branco, vendo que os gentios se aproximavam de Belém pelo rio Guamá, ordena o ataque. Durante o ano de 1617, as lutas continuaram tanto no Pará como no Maranhão. A luta sangrenta dos Portugueses contra os tupinambás do Maranhão e Para dura seis anos(1616 a 1621) até ser consumado o fato fina.l o extermínio da nação tupinambá de Cabelo de Velha. Conforme podemos analisar nas entre linhas do relato de José Varella. Em 11 de Fevereiro de 1618, dá-se o falecimento de Jerônimo de Albuquerque, ocasião em que as lutas ficaram incontroláveis. O capitão Diogo da Costa Machado destaca militares sob o comando de Bento Maciel Parente para socorrer o Pará com ordens de fazer guerra por terra aos “rebeldes”, operação que durou quatro meses. Enquanto isto, Amaro, o protagonista da rebelião, é encontrado pelos colonos, que o executam, fazendo-o explodir na boca de uma bombarda. Os índios atacam o Forte do Presépio no dia 7 de Janeiro de 1619. Durante as lutas, mesmo ferido, Gaspar Cardoso acerta um tiro mortal em Guaimiaba, cacique dos Tupinambás, conhecido por “Cabelo de Velha”. Os silvícolas, atemorizados, retiram-se para suas ocas
Para contornar a situação é composta uma Junta Governativa no Estado do Pará no mês de Maio de 1620, com o capitão Custódio Valente, Frei António Mariano de Mercena e capitão Pedro Teixeira. Como os dois primeiros não puderam cumprir o mandato até ao fim, assumiu Pedro Teixeira as funções de Interventor, cargo que desempenhou até 18 de Junho de 1621, quando foi promovido a capitão-mor. Em seguida chega a Belém Jerónimo Fragoso de Albuquerque, nomeado capitão-mor do Pará, para assumir o governo. Inicia o combate aos ameríndios. Organiza uma caravana com quatro embarcações de quilha, muitas canoas, cem soldados e grande número de índios amigos. Auto-nomeouse comandante-chefe e ao mesmo tempo nomeou Pedro Teixeira almirante, e Jerónimo de Albuquerque o “moço” (seu filho), capitão-mor de tropas das canoas. Seguiram rio acima, incendiando aldeias nas localidades de Iguapé, Guanapus e Capary, reduzindo-as cinzas.(josevarellapereira.vilabol.uol.com.br acessado em Fevereiro de 2010) Os Aruaques Nu- araques eram eximos navegadores. As aldeias eram formadas por cerca de quatro casas as dos tupinambás mediam 10 metros de largura por setenta até cento e cinqüenta metro de comprimento. Os utensílios domésticos dos Tupinambás encontrados pelos franceses na época da ocupação do Maranhão pelos mesmos. “
os utensílios de uso domésticos eram poucos e rudimentares, consistiam em rede de dormir tecida em algodão (ini), o banco de sentar de madeira, (apuivave) o pilão (anguá), a mão de pilão, (anguá.uaiare), a cabaça (iá) e as cuias ( cui) que serviam de pratos, tigelas e colheres, sextos de palhas(uru ou caraminguá), pentes (quivapa). Panelas de barro (manipói).
Instrumentros introduzidos pelos franceses: facas (quincés
),
tezouras(pirás), grelhas((bucá), anzóis (pindás) Armas dos Tupinambás: Arco de madeira e corda de algodão (uiapara) e A flexa (uive) feita de caniço de um palmo de comprimento, com ponta de madeira, ou osso, a ponta era recurva, ou de quase meio metro de comprimento, e dois dedos de grossura. ( taguara), usavam também uma clava, ou tacape feita de pau-de – ferro e um escudo de couro (uaracapa), a mussurana , corda usada para amarrar prisioneiros. Alimentação a alimentação dos tupinambás da costa norte do Brasil o era feita com caça, peixes, mariscos,. Frutas e raízes, cultivavam em roças; ( có) o milho a mandioca e a macaxeira. De onde extraiam seus derivados, como farinha bolo de massa e outros. Bebiam sucos de caju. (Cajucauim) do milho faziam uma beberagem que chamavam de Avati do uacuri extraiam um óleo doce; do jacarandá faziam o manipoi e uma sopa para as crianças , da mandioca faziam também uma bebida
chamada caracu, da macaxeira outra bebida cauim-eté. A farinha destas raízes chamavam iu e caimã do algodão (amaniru) os pés de algodão podavam de seis em seis meses para obter melhores colheitas: teciam o fio de algodão para fazer as redes de dormir e de pescar, (Puçá) cordas , ligas e caraJuves. Suas roças eram feitas meia légua de distancia das casas(Taba) . Animais domésticos e criações Criavam Aves como: jaçanã,(arenha), pato(upec), marreca (patuai),rola (picaçu0 e uma espécie de galinhacéo,(uirá- sapuçai, papagaios e periquitos). Domesticavam macacos, eo januaré (cão), que exilavam nas caçadas. Segundo D`ABBEVILLE, supõe-se que os Tupinambás que habitavam a costa do maranhão tenham vindo da costa sul do Brasil, fugindo as perseguição dos portugueses durante a ocupação do território brasileiro que tinha Pernambuco como centro. “EM ÍNDIOS DO
PRIMEIRO LUGAR , É PRECISO DIZER QUE OS
MARANHÃO
JULGAM EXISTIR PARA O LADO DO
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO UM BELO PAÍS DE
CAETÊ ,
A QUE CHAMAM
COM FLORESTA GRANDE PORQUE AI EXISTE
GRANDE QUANTIDADE DE MATAS E DE FLORETAS E DE ARVORES DE INCRÍVEL GROSSURA E DE ADMIRAVEL ALTURA ; AI
HABITARAM
ELES
NO
PASSADO .
E,
POR
SEREM
CONSIDERADOS OS MAIS VALENTES GUERREIROS , USAVAM O NOME DE
TUPINAMBÁ ,
QUE CONSERVAM ATÉ AGORA .
APODERANDO -SE DE
CAETÊ ,
PORTUGUESES
OS
DESSA REGIÃO
QUISERAM TAMBÉM SUJEITAR OS HABITANTES E
SUAS LEIS .
OS TUPINAMBÁS ,
POREM SÃO LIVRES POR
NATUREZA E INIMIGOS DA SUJEIÇÃO ; PORISSO PREFERIRAM ABANDONAR O SEU PRÓPRIO PAÍS A SE ENTREGAREM AOS
PORTUGUESES . ASSIM
FIZERAM ,
EMBRENHANDO - SE
NOS
MATOS E NAS MAIS RECÔDIDAS FLORESTAS .
MAIS
NÃO
POPERSEGUIAM CAMPOS
SE
POR
SENTINDO TODA
DESERTOS .
E
AI
PARTE
MUITOS
COM
SEGUROS ,
ÓDATRAVESSAR
CAMINHARAS
TANTO
QUE
FINALMENTE , QUASE NO EQUADOR , ONDE ENCONTRARAM O GRANDE OCEANO QUE OS IMPEDIU DE IR ALEM , CONTENDO LHES O PASSO DO LADO DIREITO , ASSIM COMO O FAZIA O LADO ESQUERDO O
AMAZONAS . NÃO
PODENDO CONTINUAR ,
E NÃO OUSANDO RECUAR DE RECEIO DOS SEUS INIMIGOS , RESOLVERAM FICAR NESSA REGIÃO , UNS A BEIRA MA , OS QUAIS
PORISSO ,
EUGUARE (
HABITANTES
MONTANHA DE
IBOUIAPABA
DO
IBIAPABA ,
EUGUARE
APODERAM -SE
SE
PARANÁ
CHAMAM MAR )
OUTROS
NA
GRANDE
OS QUAIS SE DENOMINAM DE
(
HABITANTES
ALGUNS DA GRANDE
ILHA
DO
IBIAPABA ).
DO
MARANHÃO ,
POR JULGÁ- LA MUITO SEGURO E DE DIFÍCIL ACESSO , E QUE TALVEZ
LHES
TENHA
DEUS
RESERVADO
DESDE
A
ETERNIDADE PARA PRESERVÁ -LOS DA PERSEGUIÇÃO DE SEUS INIMIGOS E DO DIABO , E ASSIM SALVAR ESTA NAÇÃO
PELA
QUAL
QUERIA
GLORIFICADO ,
ENTRE
SER ESTES
SERVIDO ,
ADORADO
BÁRBAROS
QUE
E SE
CONVERTERIAM ANTES DO FIM DO MUNDO PELAS PREDICAS DO EVANGELHO .(
SANTA
OPINIÃO DE
CLOUDE D´ABBEVILLE )
MARANHÃ
EUGUARE ( HABITANTES
ESTES FORAM CHAMADOS DO
MARANHÃO ).
O mesmo autor afirma que na época em que ele esteve em contato com os índios que habitavam a costa do Maranhão, ter colhido informações que levam a origem da divisão da nação dos primeiros tupinambás a pisarem o solo maranhense. “muito desses índios ainda vivem e se recordam de que tempos após sua chegada, fizeram uma festa regada a vinho a que deram o nome de cauim e a qual assistiram juntos com seus principais (chefes ou caciques)e a que assistiram com grande parte do povo. Nisto aconteceu que, uma mulher abordoou um companheiro de festa, disso resultando um grande motim, que provocou a divisão e a separação do povo todo. Uns tomaram partido do ofendido outros o da mulher e de tal modo se desavieram que,de grandes amigos e aliados que eram se tornaram grandes inimigos; e desde então se encontram em estado de guerra permanente,chamando uns aos outros de tabajaras, o quer dizer grandes inimigos,ou melhor segundo a etimologia da palavra: tu és meu inimigo e eu sou o teu. Embora sejam todos da mesma nação e de todos tupinambás, atiça- os, o
diabos uns aos outros, a ponto de entrecomerem como já disse.
Os franceses e suas relações com os indígenas na costa e na Amazônia brasileira. Cuidaram os franceses de, iniciando a catequese dos silvícolas, consolidaram a sua amizade, explorando os ressentimentos dos portugueses que conquistando o Brasil, os haviam forçado a emigrar do sul. Aproveitando das relações com os índios os franceses, faziam reconhecimentos e ocupavam partes do território que pelo tratado de Tordesilhas era por direito dos portugueses. O Sr. De La Ravardeire dominou por mais de dois anos grande turbas de índios no Maranhão e no norte do Brasil numa extensão que ia do Maranhão até Bragança no Estado do Para.nas regiões dos rios Munim, do Mearim apaziguou índios inimigos tradicionais , reunindos-os a seu favor, levas inteiras de índios que guerrearam contra os portugueses em favor da Franças formando o grosso das tropas francesas. As batalhas dos portugueses contra os índios Tupinambás no Maranhão e Para. Governo de Jerônimo de Albuquerque 1616- 1618 A primeira Batalha.
Em finais de 1616 os tupinambás de Cumã (Guimarães) comandados pelos Índios convertido à cristandade pelos franceses de nome Amaro , iniciaram uma revolta que ao que parece foi o ato que desencadeou a primeira a primeira guerra dos portugueses contra os índios do Maranhão. Amaro dirigiu o assalta ao forte de cumã na ausência do Capitão – mor Matias de Albuquerque, chefe do forte que era filho de Jerônimo de Albuquerque, este tinha atendido a um chamado do pai a São Luis, ao retornar teve noticias do ataque, Matias de Albuquerque seguiu em frente e combateu os tupinambás que haviam trucidado todas as sentinelas que se encontravam no forte. A batalha durou alguns meses, até que em 3 de Fevereiro de 1617, os portugueses aniquilaram a primeira revolta. Governo de Antônio de Albuqueque 1618-1619. A segunda batalha: Amaro conseguiu salvar-se da batalha com com Matias de Albuquerque ese embrenhou nas matas entre Cumã e o Gurupi; quando já em 1618 o govenador Antônio de Albuqueque soube que Amaro tinha organizados os tupinambás do gurupi e que estes marchavam rumo à cumã, com objetivos de obter vingança, pela derrota sofrida no primeiro embate. Ordenou que o seu irmão o capitão Matias de albuquerque, enfrentasse os revoltosos; Matiaas seguiu para Tapuitapera (Alcântara) onde reinuiu e armou em 24 de Agosto de 1618, 50 soldados brancos e 600 indios subordinados, que se lançaram aos indios comandados pór amaro, a guerra durou quatro meses. Desta feita os portugueses esmagaram a
revolta e aprisonaram Amaro que em seguida fizeram-lhe explodir marrado na boca de um canhão.(MEIRELES 1960). Governo Geral do Brasil Diogo da costa 1619-1622./ Inicio da guerra final Com sede em pernabuco o governo geral do Brasil, o antecessor de Diogo da Costa, D. Luis de Sousa, havia em 1617 nomeado o capitão Bento Maciel Parente chefe da querra contra os tupinambás. Fazendo jus a sua função Bento Maciel Parente em 1619, reuniu 80 soldados e mais quatrocentos índios e voltou de Pernambuco, para o Maranhão investindo desta vez contra as tribos sediadas nas terras de Tapuitapera (Alcântara). Em sagrenta batalha contando com enorme vantagem
em
armamentos
invetiu
aniquilando
nações
interiars
promovendo a matança de mulheres crianças e idosos , empurrando os tupinambás para o centro das florestas na região da Amazônia.
OS NEGROS AFRICANOS E A ESCRAVIDÃO A escravidão humana do período colonial tem suas bases na economia de mercado, o escravo africano tinha na base comercial sua referencia de mercadoria definida pelo alvará de 12 de fevereiro de 1682 que definia o negro africano para fins de comercio como uma unidade em peça, o elemento escravo era comercializado como peça da índia as
vezes um negro não formava uma peça sendo um negro e meio ou dois para completar a peça que valia em...
A escravidão da era moderna (denominada também escravismo, escravagismo e escravatura) é a prática social em que um ser humano tem direito de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Em algumas sociadades desde os tempos mais remotos os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. No Brasil no período colonial os preços variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionais, sexo, a idade, a procedência e o destino. A base da colonização foi o açúcar, riqueza trazida de fora, onde, Portugal já tinha experiência com plantio e a comercialização do produto nas Ilhas Atlânticas. Havia o predomínio do latifúndio, típico de economia açucareira. Gerava altos lucros, ocorria a não-diversificação de atividades e a monocultura .
A mais significativa atividade propiciada pelo açúcar foi a criação de gado, para a qual se utilizava o braço indígena e seu descendente mestiço. A cana-de-açúcar exigiu muita mão-de-obra, a solução inicial foi a escravidão indígena, porém, o índio se mostrou um "mau trabalhador". Até os jesuítas acabaram se opondo escravidão dos indígenas. Portugal precisou então, do braço africano. Os negros vinham nos navios "negreiros", também chamados de "tumbeiros", dada a quantidade de pessoas que morriam durante a
travessia do atlântico, devido às más condições de higiene, fome, sede, doenças, e superlotação dos porões dos navios. Relata Viveiros na sua História do comercio do maranhão por Oliveira Martins a situação verificada durante o processo de travessia, num porão de navio negreiro. “Amontoados no porão, quando o navio jogava batido pelo temporal, a massa de corpos negros agitava-se como um formigueiro de homens, para beber avidamente um pouco desse ar lucumbre que se escoava pela escotilha gradada de ferro. Havia La no ceio do navio balouçado pelo mar, lutas ferozes, gritos, vivos de cólera e desespero, os que a sorte favorecia, nesta onda de cvarne viva e negra, aferravam se a luz e olhavam a estreita nesga de céu. Na obscuridade do antro, os infelizes promiscuamente arrumados a montes, ou caiam unanimemente num topor letal, ou mordiam-se, desesperados e cheios de fúria, estrangulavam esmagavam-se: a um, saiam-lhes do ventre as entranhas, e outro, quebravam-se-lhes os membros nos choques dessas obscuras batalhas. A massa humana, cujo rumor selvagem saia pela escotilha aberta, revolviam - se no seu antro afogada em lágrimas e imundices.”
Quando o navio chegava ao porto de destino, o carregamento desembarcava, e, à luz do sol dos trópicos, aparecia uma coluna de esqueletos cheios de pústulas, com o ventre protuberante, aas rotulas chagada, a pele rasgada, comidos de bichos, parvos e esgazeados como os idiotas. Este Estado desumano em que estavam forçados os negros africanos, começava em sua terra natal, quando eram comercializados a revelia pelos próprios conterrâneos, que seduzidos e corrompidos pelos portugueses viam naquelas nações que se encontravam na parte central da África a principal fornecedora do produto comercial em voga daquele período histórico: o negro escravo Africano. A grande maioria dos escravos traficados pelos portugueses para as Américas foi negociada entre portugueses e africanos soberanos num primeiro momento, e depois, entre os comerciantes brancos e comerciantes negros que adentravam o continente e capturavam, os nativos de diversas etnias que se ocupavam na produção agrícola. MILTON MELTZER , relata e depois cita o rei Afonso do Congo: Em 1526, o rei Afonso do Congo escrevia ao rei de Portugal para protestar contra o que estava acontecendo com seu povo. Afonso batizado e educado por missionários, esperava obter dos Portugueses um programa de auxilio técnico - professores, médicos,carpinteiros,construtores de barcos - em troca de produtos do
Congo. Mas o que os portugueses queriam era escravos. O trafico ficava cada vez mais brutal e maligno. Escreveu Afonso. Não podemos avaliar a proporção dos danos, já que todos os dias os mercadores levam os nossos nativos, filhos da terra e filhos dos nossos nobres e vassalos e parentes, pois os ladrões e os homens de ma consciência os capturam, designando terras e os produtos deste reino que eles ambicionam; e tão grande, senhor, e a corrupção e a licenciosidade, que nosso pais esta sendo completamente despojado, e vossa alteza não deve concordar com isso ou aceita-lo como sendo de vossa ordem.(...). pedimos a vossa alteza que nos ajude e auxilie nessa questão, ordenando a vossos feitores (corretores) que não enviem mercadores ou produtos, pois nossa vontade e que não haja neste reino nenhum trafico de escravos nem demanda para eles. (...) Em outro trecho, Afonso queixa – se: Ha uma outra grande inconveniência que e de pouca utilidade para Deus, e esta e que muitos de nosso povo, profundamente desejosos de produtos e das coisas de vosso reino, que aqui são trazidos por nosso povo, que a fim de satisfazer seu apetite voraz, capturam muitos de nosso povo, homens libertos e livres; e com muita freqüência raptam ate mesmo os nobres e os filhos dos
nobres, me nossos parentes,levando-os para serem vendidos aos homens brancos que estão em nossos reinos; e por causa disso eles os escondem, e outros são trazidos durante a noite, de modo que não possam ser reconhecidos. E tão logo levados pelos homens brancos, são imediatamente marcados a ferro.
Já na colônia, submetidos a um duro trabalho, o negro quilombo (fujão), era o mais sofrido, era submetido à novena ou trezena (nove, ou treze chibatadas). Outros tipos de punições a que estavam sujeitos ainda, eram o tronco, viramundo, cepo, bacalhau (relho de cinco pontas), o mais comum. As classes de negros não eram iguais. Havia uma certa distinção entre escravos domésticos, escravos de ganho, e os escravos de eito, estes últimos, submetidos a um trabalho mais árduo, nos canaviais. Os escravos não formavam um todo homogêneo, os crioulos não gostavam dos recém-chegados da África, os mulatos (em especial os que assumiam funções remuneradas: feitores, mestres-de-açúcar, etc.), desprezavam os escravos em geral, os escravos urbanos viam com certa superioridade os escravos agrários e, as vezes até ajudavam na luta contra os quilombos. Os ladinos se julgavam melhores que os boçais . Afora isso, haviam ainda as diferenças culturais, os negros islamizados (fula, mandinga e haussá), por exemplo, eram rebeldes, e não se misturavam aos companheiros de infortúnio, mantendo-se isolados.
"O negro foi a base do sistema colonial do Brasil. Mais do que pés e mãos do engenho, foi pés e mãos do Brasil." A condição servil não estimulava ninguém a produzir, o negro mostrou por todos os meios o quanto aquela situação não lhe servia. Reagiu sempre que, e como pôde, fugindo, assassinando e rebelando-se.
Em 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. No período do segundo ciclo da econômia brasileira é que o Homem africano é introduzido no Brasil, para servir como mão de obra escrava. Durante o segundo ciclo econômico brasileiro o plantio da cana-de-açúcar, utilizada na Europa para a manufatura do produto acúçar que na era utilizada em substituição à beterraba (Antes da introdução do açucar de cana a produção deste produto que circulava no menrcado europeu, tinha como matéria prima, a beterraba).
Durante os séculos XVI e XVII, o Brasil tornou-se o maior produtor de açúcar do mundo, gerando imensas riquezas para os senhores de engenho, para Portugal e, sobretudo, para os holandeses. Ostentando sua opulência, os senhores de engenho do Nordeste importavam da Europa desde roupas e alimentos até louças e objetos de decoração. Como
conseqüência
da
maciça
importação de mercadorias européias, da importação de escravos e da participação dos holandeses e portugueses no comércio de açúcar, quase toda a riqueza gerada por este ciclo econômico foi desviada da colônia para as áreas metropolitanas, caracterizando as condições do pacto colonial. (relação entre metrópole e colônia, segunda a política mercantilista),
Moenda de cana A colonização portuguesa no Brasil, assim como a espanhola na América, realizou-se com base no pacto colonial, produzindo riquezas
que quase nunca ficavam nas áreas coloniais. Ao mesmo tempo, para garantir os ganhos e o domínio colonial, as metrópoles definiam o tipo de propriedade e a forma de produzir, além de exercerem o controle da produção. No início da colonização Brasileira o governo metropolitano resolveu estimular alguns portugueses a instalarem engenhos para produzirem açúcar no litoral do Brasil. Era preciso efetivar a aposse da terra para defendê-la e também explorá-la em suas riquezas. Optou-se pela cana de açúcar por se tratar de uma cultura rápida, chegando ao corte a partir do segundo ano e também devido ao tipo de solo existente, o massapé excelente para o plantio de cana. Além disso o Nordeste, por sua localização estratégica, permitia fácil escoamento do açúcar produzido estando mais próximo dos mercados consumidores. Outro fator que contribuiu na decisão de cultivar a cana, foi o preço do açúcar alcançado no comércio europeu(Schwartz ,2010) No Inicio o processo da fabricação era centrado em torno dos engenhos, compostos cada um por uma moenda de tração animal bois, jumentos ou humana. O plantio de cana adotou o latifúndio como estrutura fundiária e a monocultura como método agrícola. O plantio de cana-de-açúcar concentrou-se em cidades costeiras, isso ocorreu porque em 1532 as primeiras mudas chegaram na expedição de Martim Afonso de Souza, trazidas por embarcações à região litorânea do Brasil. O Fim do processo escravista na produção do açucar brasileiro começou no Norte e Nordeste do país, foram instaladas grandes unidades de
processamento de cana-de-açúcar, chamados de engenhos centrais, que revolucionaram a economia tradicional. Estas usinas vieram a ocupar o lugar das antigas fábricas de açúcar que datavam do período colonial, efetivamente industrializando o setor. Nas regiões cafeeiras, os produtores realizaram a transição da mão-de-obra escrava para a paga, com a absorção dos imigrantes estrangeiros que chegavam aos milhares a cada ano e também de ex-escravos. Os benefícios eram muitos, mas o principal era o barateamento do custo de produção, pois o sustento de escravos revelara-se mais oneroso que o pagamento de salários a trabalhadores livres.
ESCRAVISMO NO MARANHÃO O Maranhão é considerado uma sociedade escravista tardia. Foi no final do século XVIII que se desenvolveu mais fortemente uma escravidão agrícola na região, ainda que desde o século anterior escravos africanos tivessem sido utilizados como mão-de-obra (Assunção, 1996: 434. In www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/.../).
Em 1751, O Marquês de Pombal então primeiro ministro do Reino de Portugal no reinado de D.José I formou o Estado do Grão-Pará e Maranhão, cuja administração era feita diretamente por Portugal. Foi
fundada também a Companhia do Comércio do Grão-Pará e Maranhão. O objetivo da companhia era fortalecer o comércio mercantilista com Portugal e introduzir o elemento escravo africano em substituição a mão de obra escrava indigena que nesta ocasião estava sobre o controle dos jesuitas em suas grandes e lucrativas fazendas ocupados na coletas das “drogas do sertão” (Baunilha, castanha, canela, urucum, cravo, guaraná e pimenta) Especiarías de grande valor comercial no ocidente. A atuação da companhia acarretou muitas mudanças na sociedade maranhense,
como
a
proibição
da
escravidão
indígena.
A partir da fundação da Companhia do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, houve um crescimento significativo de escravos africanos na região. Até 1755, calcula-se que entraram 3 mil escravos no Maranhão. No período de existência da Companhia entre 1755 e 1777 (Santos, 1983: 14-15.In . www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/) A compra de escravos era financiada pela Companhia do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, em troca do monopólio do comércio que ocorria no porto de São Luís. Os colonos passaram a utilizar-se Principalmente de braços vindos de Cacheu, Bissau e Angola, em suas lavouras de arroz e algodão. com as fontes demonstradas no artigo de Maria Celeste Gomes da silva Apresentado durante 4º ENCONTRO: Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, em Curitiba 2009, fica evidente as origem da mão de obra escrava importada para o Maranhão naquele período.
Com base nos mapas de escravatura, verificamos que de 1775 até 1799 foram inseridos um total de 32.343 escravos no Maranhão – de 1775 até 1784 por intermédio da Companhia e de 1785 até 1799 sob forma de contrato e por particulares. Observamos que os cativos africanos que desembarcaram em São Luís eram provenientes dos seguintes portos: Cabo Verde (19); Malagueta (40); Costa da Mina (184); Moçambique (371); Benguela(425); Guiné (1.972); Angola (3.237); Cacheu (6.099) e Bissau (8.821). As localidades brasileiras que enviaram cativos para a capitania maranhense foram: Aracaty com 13 escravos; Tapaje com 13; Parnahiba com 24; Rio Grande com 25; Rio de Janeiro com 118; Rio Grande do Norte com 118; Bahia com 3.698 e Pernambuco com 4.011. A seguir apresentamos uma tabela com os referidos dados. TABELA I
Escravos inseridos no Maranhão entre 1774 – 1799 Portos
Total
Africanos
Portos
total
Brasileiros 19
Aracaty
13
Malagueta
40
Täpaje
13
Parnaiba
24
25
da 184
Soma
indeterminada Geral
Cabo Verde
Costa
Procedencia
Mina Moçambique
371
Rio Grande
Benguela
425
Rio
de 118
3.155
Janeiro Guiné
1.972 Rio
Grande 118
do Norte Angola
3.237 Bahia
3.698
Cacheu
6.099 Pernambuco
4.11
Bissau 21.168
8.821 8.020
3.15
32.343
Fonte: Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), correspondência da capitania do Maranhão, diversas caixas. (citada por Maria celeste Gomes da silva 2009)
Do total de 32.343 cativos que foram introduzidos na capitania maranhense verificamos que para 3.155 não consta o porto de origem, sendo assim, abatemos este valor da quantidade total de escravos, chegando a um total de 29.188 cativos com localidades de embarque definidas. Então, levando em conta apenas os que indicam a localidade de origem, calculamos que dos 29.188 cativos, aproximadamente 73% provinham de portos africanos e 27% eram provenientes de portos brasileiros, estes valores demonstram que a maioria da mão-de-obra cativa inserida no Maranhão nesse período era originária de regiões africanas. Dentre os portos de origem africanos citados acima, um que chamou a atenção foi o de Malagueta, a seguir transcreveremos o trecho de um ofício enviado pelo governador maranhense Jose Telles da Silva a Martinho de Melo e
Castro, em que informa que a chulapa Nossa Senhora do Monte Carmo arribou em São Luis e que a mesma pertencia ao contrato privativo de Cacheu e Ilhas de Cabo Verde.(Silva 2009)
A entrada crescente de escravos africanos no Maranhão culminou com a chegada de 41 mil pessoas entre 1812 e 1820. Como resultado, às vésperas da Independência, 55% dos habitantes do Maranhão eram escravos. Tal número correspondia à mais alta porcentagem de população escrava do Império. Ela concentrava-se nas fazendas situadas na baixada ocidental e nos vales dos Rios Itapecuru, Mearim e Pindaré.
Esses locais tinham uma grande quantidade de matas, rios e riachos. Tal aspecto foi decisivo no momento de ocupação dos territórios pelos colonizadores: os espaços foram utilizados de forma bastante rarefeita. Essa conformação criou condições para o surgimento de quilombos em cabeceiras de rios e locais mais distantes nas florestas. Tratava-se de lugares que escapavam ao controle do Estado, permitindo que os quilombos multiplicassem e suas populações se sentissem relativamente seguras. QUILOMBOS A instituição quilombo tem suas origens no movimento migratório da cultura nômade banta na áfrica no processo evolutivo e de ocupação
d0os povos de varias etnias caracterizados pelo sistema lingüístico banto. Que marcharam do centro da continente africano no sentido leste oeste migrando para ocupar o litoral atlântico e indico do continente, sendo que uma parte destes povos permaneceram nas regiões de floretas e campos entre as duas costas oceânicas. Este povo nômade, os Mbangala ocuparam o interior do reino do Congo, constituíram um nucleo coeso que se estabilizou formando uma sociedade autônoma dentro do reinado e durante a primeira metade do século XVI organizaram as primeiras resistências significativas contra os escravistas portugueses, que orientados pelos rei do império do congo avançavam contra o povo Mbangala. “ A zona de caça” era o termo utilizado pelos caçadores de escravos, tendo como local mais concentrado onde a densidade
populacional
e
mais
intensas
Beatriz Nascimento no artigo Conceito de : O Quilombo a e a Resistência Cultural Afro- brasileira. em 1992; relata e situa o conflito do povo Mbundo contra os portugueses. “A Zona de caça preferida era a região da etnia mbundo, no sul de Angola. Os mbundos , entre os quais
se encontravam os reis
estabelecidos no congo, viviam ao longo da fronteira sul do reino do congo entre os rios Dande e Kuanza. Eram povos bastantes numerosos, com complexidades históricas, de formação social e política onde se vislumbrava um bloco ou uma federação, dirigida pela administração do
Governo do gongo. Essa federação mais cedo ou mais tarde, viveria experiência de desagregação, conflito e invasões sérias, devido aos fatores geográficos, climáticos,demográficos e econômicos.” O texto da pesquisadora nos da uma orientação no que diz respeito a desagregação dos Mbundos quando se refere ao item dos fatore o econômicos , visto que os portugueses e os monarcas do gongos diriam a guerra de captura de escravos para abastecer o mercado colonial com as peças humanas como principal fator econômicos da real economia num dado momento Sabe-se da existência de quilombos no Maranhão desde o início do século XVIII. Porém, eles tornaram-se “um fenômeno endêmico da sociedade escravista” (Assunção, 1996: 436) com a chegada da grande quantidade de escravos nos últimos anos daquele século. Mesmo que não seja possível precisar a quantidade de quilombos que existiu desde esse período até a Abolição, afirma-se que no Maranhão havia poucas fazendas
escravistas
sem
quilombos
à
sua
volta.
Era comum, principalmente na primeira metade do século XIX, que pequenos grupos de escravos fugidos se escondessem nas matas que cercavam as propriedades. Essas fugas ocorriam principalmente em locais que reuniam um bom número de fazendas e escravos, como Alcântara, Viana, Vitória do Mearim, Itapecuru-Mirim, Rosário e Manga do
Iguará.
Diante da multiplicação dos quilombos, as autoridades maranhenses organizaram vários tipos de forças policiais para enfrentá-los. Governo e fazendeiros contavam também com os serviços dos capitães-do-mato para combater os quilombos. Porém, diante de um território imenso, o número de soldados e de capitães-do-mato sempre foi insuficiente para desarticular
de
forma
definitiva
os
quilombos
no
Maranhão.
Além disso, ao contrário do que é comum afirmar, os quilombolas não viviam isolados de outros setores da sociedade da época. Eles relacionavam-se permanentemente com os escravos que ainda se encontravam nas propriedades. Muitos mocambeiros chegavam a trabalhar para fazendeiros. Era comum que estes últimos acobertassem os mocambeiros, se houvesse uma batida policial. Por meio dessa articulação, os quilombolas obtinham bens materiais e informações sobre
a
movimentação
das
tropas
policiais.
Em vários quilombos, os ex-escravos dedicavam-se à agricultura e ao garimpo. Eles trocavam ouro e parte da produção agrícola (fumo e algodão) por produtos industrializados, como armas. Esse era o caso dos habitantes dos quilombos da região de Turiaçu, que se dedicavam à caça, pesca, extrativismo, criação de gado, agricultura de subsistência, a produção
de
fumo
e
algodão,
além
do
garimpo.
Os quilombos em Turiaçu criaram uma rede de comércio de ouro com mercadores, fazendeiros e mesmo negociantes de vilas do litoral, como Santa Helena, Curutapera e Turiaçu. Tal conjuntura garantiu aos quilombolas a complacência de pessoas livres da elite maranhense, que estavam interessadas em ter relações pacíficas com os quilombolas que
lhes vendiam ouro. Esse tipo de situação dificultava a repressão dos quilombos do Turiaçu por parte das autoridades provinciais. Tais quilombos existiam ao menos desde o começo do século XVIII. Mesmo tendo havido inúmeras tentativas de aniquilamento dos mesmos, eles atravessaram
o
século
seguinte.
(www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/ Acessado em 02/02/2010) O QULOMBO DE LIMOEIRO NA REGIÃO DO TURIAÇU. Os três maiores quilombos do maranhão registrados
Foram os
quilombos de Limoeiro, São Sebastião e são Benedito do Céu. Neste trabalho nos ateremos no “QUILOMBO LIMOEIRO” tendo em vista a localização geográfica do Quilombo, nas antigas terras do Município de Turiaçu nas reentrâncias maranhenses,região onde também está localizado o Município de Cururupu. O Quilombo Limoeiro formado por negros fugitivos dos cativeiros de quase todo o Maranhão, lá habitavam negros de varias nações e escravos de
oriundos das fazendas da Ilhas São Luis, das vilas de
Codó, Turiaçu, Viana, Guimarães, Icatu ... pela diversidade dos locais de origem dos escravos fugidos, pelas relações que tinham com comerciantes e pelas atividades tanto na produção extrativista de minerais (Ouro) e na produção de farinha de mandioca. O Governo da província do Maranhão sentindo os incômodos, das atividades livre dos negros fugidios aos domínios dos donos das fazendas e de outros proprietários refugiados em unidades de produção
formadas a partir dos quilombos que não só subtraia a mão de obra escrava a principal força motriz econômica da colônia, como explorava os recursos naturais de enorme valor como ouro e dominavam a produção de farinha de mandioca e em aliança com os índios e vários tipos de negociantes, mantinham varias células de resistência espalhadas pelas regiões de terras ainda não exploradas pelos colonizadores. Neste sentido o governo de Francisco Maria de Sá Benevides, comandou a iniciou as operações de guerra que vieram, por fim aos quilombos da região do Gurupi. Oficio do gabinete da presidência da província do maranhão de outubro de 1877. Ilm° Sr. Major Cunha- Já escrevi a V.sª agradecendo a cadeira e as fotografias que remeteu.Confirmo o que então disse. Chega-se a época de bater os quilombos; do Turi pedem providências: só desejo tomá-las de acordo com V.sª para que a um tempo sejam batidos por ambos os pontos. O que tem Feito? Espero que com urgência mande-me o plano de que se obrigou e propunha o que for preciso à bem da diligência. Do atento venerador- Francisco Maria Cordeiro de Sá BenevidesPresidente da Província do Maranhão.?
Major
Cunha, em seu relatório, após a primeira expedição de
aniquilamento do Quilombo em 1878 descrevia o volume de plantações como sendo dos mais expressivos visto por ele. ...é extraordinário o grande número roças, que tem o mocambo seria necessário mais de um mês para destrui-las. O Relatório informa que o quilombo é um dos mais antigos do Maranhão e mais populosos, que naquela época, contava com 91 casas com aproximadamente cinco pessoas por moradia. Este mocambo acha-se situado na continuação do terreno de Montes Áureos em uma eminência no rumo norte a sul, e suas águas correm à leste para o rio Maracassumé e a oeste para o rio Gurupi: tem 91 casas destinadas a moradia, em cada uma morando de três , quatro e cinco pretos com suas mulheres e filhos, e tem mais duas casas destinadas a oração, a que chamam casa de santo; sendo uma com imagens der santos, e outra onde encontramos figuras extravagantes feitas de madeiras, cabaças com ervas podres e uma porção de pedras em que tempos muito remoto os indígenas se serviam como machado, as quais a maior parte dos mocambeiros venera com invocação de Santa Barbara, porem, não passa tudo isto de uma casa de pagés. A primeira investida das forças oficiais do governo da província do Maranhão em Janeiro de 1878, comandada pelo Major aposentado, João Manoel da Cunha, foi uma invasão onde os resultados se deram por meio das negociações feitas pelo Major Cunha sob orientação do
então presidente da província, o Dr..., que orientava não haver abusos por parte da força militar (citação)a referida empreitada nas condições em que se deu que não agradou ao seu substituto. O Dr. Francisco Maria de Sá Benevides. Oficio do presidente da Província do Maranhão. 3º seção do palácio do Governo do Maranhão.20 de fevereiro de 1878 Fico ciente pelo relatório por Vsª apresentado, que, tendo conseguido entrar no mocambo Limoeiro com a força posta a sua disposição sem encontrar resistência, só conseguiu capturar dezoito pretos dos quais, um morreu em Viseu e dezessete foram conduzidos para esta capital. Não posso deixar de estranhar, que, como se verifica do mencionado relatório, depois de terem se apresentado a V.sª, o chefe do mocambo e quase todos os pretos, conseguissem iludir a sua vigilância, a cuja disposição foi posta uma força relativamente respeitável, dando esse resultado o malogro da diligência tão bem iniciada. E de estranhar outrossim, que não ocorrece a V.sª adestruição das roças e casas, apreensão das armas e instrumentos de trabalho dos referidos mocambeiros Deus guarde á Vsª. Francisco Maria Corrêa de Sá Benevides.
Sr. Major Cunha, diretor da colônia militar do Gurupi.
CURURUPU As Comunidades da zona central do Município de Cururupu no Espaço que compreende o que no inicio do século XXI, se caracterizou como Comunidades em terras de preto: comunidades Quilombolas, são restos das terras dos antigos engenhos de cana de açúcar que operaram durante o período colonial no território que hoje compreende o Município de Cururupu. Este território que pertenceu nos séculos XVIII e XIX aos Senhores donos de engenhos, que após o final da escravidão esfacelaram suas propriedades ou migraram para outras regiões abandonando os engenhos de cana de açúcar ou mudando para outras atividades produtivas, como o cultivo do gergelim, da mandioca, para a produção da farinha branca largamente exportada, durante a primeira metade do século XX e início da segunda. No período que compreende o final do século XIX e inicio do século XX, com o fim da escravidão no município de Cururupu foram estalados diversos engenhos de tração animal (Bois) que ainda hoje no início do século XXI (2010) encontramos diversas ruínas destes engenhos pelas matas das comunidades quilombolas de: Entre Rios, Alto Brasil, Mano Santos e Fortaleza dos pretos e Santa Rita dos pintos. Estes locais
estão sendo estudados e considerados sítios do patrimônio arqueológico histórico, do Município de Cururupu. No Município de Cururupu encontramos (2010) erguida algumas casas grandes nos modelos da casa grande colonial: A casa da fazenda São Tomé, São Joaquim e São Lourenço, são exemplos. Na maior propriedade deste ciclo a fazenda Aliança fundada em 1884, que substituiu o antigo engenho rústico pelo mecânico, encontram-se as ruínas da ultima casa grande e as ruínas do grandioso empreendimento industrial da cana de açúcar, que floresceu do final do século XIX até a primeira metade do século XX no Município de Cururupu, que foi referência do Maranhão no cenário comercial Brasileiro, produzindo o melhor aguardente de cana a “cachaça Aliança exportada para varias regiões do Brasil e da Europa. CASA GRANDE Ao redor das casas dos donos das propriedades amontoavam-se as casas dos trabalhadores daqueles sítios.Imitando o que fora antes no período da escravatura quando os senhores de escravos mantinham no, latifúndio a casa grande a capela e mais afastada sob severa vigilância as senzalas um Grande barracão onde viviam amontoados os escravos em miseráveis condições. A Casa Grande da antiga fazenda São Tomé de propriedade dos Viegas, que esta erguida em 2009, é um exemplo deste modelo.
Conforme Mariano Viegas, um dos atuais herdeiro das propriedades dos Viegas em Cururupu no Auge do sitio São Tomé, as residências dos trabalhadores do seu avô enfileiravam a distancia em redor da casa Grande fincando um espaço descampado onde servia para a realização de atividades culturais e de lazer. QUILOMBOS EM CURURUPU. Durante o século XIX, após a derrota dos indígenas, foram fundados muitos engenhos de cana-de-açúcar em Cururupu, ocasião em que se inicia o tráfego negreiro. Segundo Manoel Goulart, ( in Santos 2006) um dos maiores engenhos da região, a fazenda Bitiua, contava com navios negreiros que realizavam o tráfego diretamente da África (Costa D'Ouro, Almeida, Guiné) e comercializavam escravos com fazendeiros da região.
Arqueologia Arqueologia no Brasil A arqueologia no Brasil teve início em 1834, com o dinamarquês Peter Lund, que escavou as grutas de Lagoa Santa (MG), onde foram encontrados ossos humanos misturados com restos animais com datação de 20 mil anos.
No segundo reinado, Dom Pedro II implantou as A arqueologia no Brasil teve início em 1834, com o dinamarquês Peter Lund, que escavou primeiras entidades de pesquisa, como o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em 1922, surgiram outras organizações como o Museu Paulista e o Museu Paraense. Alguns estrangeiros começaram a vir para o País em 1950, e passaram a explorar sítios arqueológicos na Amazônia, no Pará, no Piauí, no Mato Grosso e na faixa litorânea. Em 1961, todos os sítios arqueológicos foram transformados por lei em patrimônio da União, a fim de evitar sua destruição pela exploração econômica. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) registrou 8.562 sítios arqueológicos. Entre eles, destaca-se o da Pedra Furada (PI), onde a brasileira Niède Guidon localizou, no ano de 1971, restos de alimento e carvão com datação de 48 mil anos. Estas observações vêm a contrariar a tese aceita de que o homem teria chegado à América há cerca de 12 mil anos, pelo Estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca. Em 1991, a norte-americana Anna Roosevelt, arqueóloga, descobriu pinturas rupestres na caverna da Pedra Pintada (PA) com mais de 11 mil anos, e, em 1995, revelou sítios cerâmicos na Amazônia com datação de 9 mil anos. (www,ambientebrasil.com.br acessado em 05/02/2010) ARQUEOLOGIA NO MARANHÃO As primeiras considerações acerca da produção de conhecimento sobre a pré-história maranhense coincidem com o período em que PROUS
(1992) classifica como intermediário (1910-1950), cujas pesquisas eram praticadas por pessoas interessadas, pertencentes as profissões diversas, mas sem formação científica especializada. Destacam-se nesse momento as publicações de Raimundo Lopes, Civilização lacustre do Brasil (1924) e O Torrão Maranhense (1970); de José Silvestre Fernandes (1950), Os Sambaquis do Nordeste e Olavo Correia Lima (1970), Pré-História Maranhense (Bandeira 2006) Os resultados de Simões indicaram que sambaquis do Pará e Maranhão possuíam cerâmica em camadas profundas, que foi classificada em uma tradição regional ceramista denominada de Mina. Quanto aos sítios, aquele pesquisador concluiu que foram construídos e habitados por um grupo perfeitamente adaptado ao ambiente marinho litorâneo com subsistência básica apoiada na coleta de moluscos e pesca, portadores de nível cultural de padrão formativo, comprovado pela presença de vários traços diagnósticos tipicamente formativo em sua cerâmica. (Bandeira 2006) Simões inferiu uma uma dispersão no sentido Norte-Leste de grupos ceramistas adaptados ao ambiente litorâneo, desde a Colômbia (Puerto Hormiga), passando pela Guiana (Fase Alaka), Leste do Pará (Fase Mina), Maranhão até o Recôncavo Baiano (Fase Periperi). Parecem corroborar nessa assertiva as datações por C-14 já obtidas: Puerto Hormiga – 3000 a. C.; Fase Mina – 2800 a 1600 a. C.; Fase Peripiri – 1000 a 800 a. C. (Bandeira 2006) ARQUEOLOGIA NO MUNICÍPIO DE CURURUPU
Arqueologia no municipio de Cururupu é uma ciência que deverá ser desenvovida de forma oficial durante o deculo XXI. Há nos anais históricos
registros da existencia dos indios Tupinambás antes da
ocupação do território do Município de Cururupu pelos Europeus. Habitavam os Índios as Margens do rio que deu origem ao nome do Município. Consta que por meio de sangrentas guerras os Governos da provincia do Maranhão de Geronimo de Albuquerque e Bento Maciel parente que exterminaram e expulsaram desta região varias povoações da nação tupinambá. Os vestígios destas ocupações estão sendo localizados por toda a parte do Municipio, inclusive no centro da cidade: Artefatos de pedra, e Sambaquis estão presentes pelas comunidades nas areas central e costeira. Localidades de Cururupu onde foram encontrados objetos que caracterizam vestigios de civilização indigina: centro rua Rio Branco, comunidades de: Aliança, Entre Rios, Alto Brasil, Condurus, Lençóis...l Cururupu possue um significativo patrimônio arquitetônico constituido ao longo da sua história, destacando-se na sede do município algumas edificações da segunda metade do século XIX, que apresentam características estilísticas e técnicas de interesse para preservação a nível municipal e estadual.
A casa de Câmara e Cadeia, a Casa
Paroquial, a Pousada São José, o Ginásio Cururupu, além de imóveis do entorno do porto, da Praça Aquiles Lisboa, Praça São José e Praça São João Batista, são representativos da memória. Por volta de 1948 o pesquisador José Silvestre Fernandes durante uma visita ao município observou a existencia de pelo menos 3 sambaquis nos lugares
conhecidos como Areia Branca, Ilha das Moças e Mocambo. ( LEITE Filho 2007) Detectou a exploração de forma intensiva desses locais para a fabricação de cal , e que durante a construção de uma estrada em Areia Branca foram encontradas muitas ossadas humanas, além de farmentos de uma cerâmica mal cozida. (Fernandes, 1950 In LEITE Filho 2007) A srª Inácia de Azevedo Trovão, 91 anos, forneceu um relato que corrobora as informações feitas pelo pesquisaddor acima mencionado, moradora desde os 20 anos nesse local, Rua do Matadouro, Areia Branca, nos informou:
“Aqui neste lugar era mato. Ali fizeram um
trapiche e uma barragem, e o prefeito mandou cavar, apareceu ostra, caco de pote e muito osso de gente, tinha osso de braço, cabeça, etc. Quando cavava pra tirar o sarnambi aparecia os ossos. Essa terra tiraram todinha pra entulho, ainda tinha as terras pretas, as camadas. As crianças brincando achavam pedra de trovão. Os ossos que foram achados nessa época, tiravam ruma, fizeram um monte de mais de metro, botaram querosene e tocaram fogo. Até o ano passado, 2004, na última casa acharam uma mandíbula, tava enterrado. Depois, Cururupu tem 163 anos, então naquele tempo morava índio”. ( LEITE Filho 2007)
Foto 1: Srª Inácia Azevedo Trovão, 91 anos, que relatou a retirada de esqueletos na região. O local encontra-se parcialmente urbanizado, mas as casas apresentam grandes quintais e na região da serraria, por baixo da serragem, devem ter resquícios do rederido sambaqui. A área é de grande interesse e poderá ser pesquisada, apesar das muitas restriçoes, futuramente através de um convênio da prefeitura com o Centro de Pesquisa. A própria rua, conforme informações prestadas por outros moradores, apresenta um grande potencial. Em frente a casa da Srª Marlene Mafra Paurá, 49 anos, foi encontrado um achado que não teve o tratamento devido : “ As crianças brincando no quintal sempre achavam dentes, pedaços de ossos, mas jogava fora. Em 2004 foi encontrado na porta da minha casa um esqueleto completo com a cabeça deitada dentro de
alguidar pequeno; estava de lado com as pernas dobradas, todo curvadinho. Disseram que era macumba, despacho, uma moça falou que era de moradia de índio. Ai o delegado foi chamado, eles cavaram foram tirando com tudo, esbandalharam o alguidar e eles levaram os ossos maiores num saco de nylon. O delegado (Jarbas) falou que era um corpo de uma criança de muito tempo e ia fazer perícia”. ( LEITE Filho 2007) A área apresenta as seguintes coordenadas georrefernciadas:
Elev. 14 metros
23 M 0514496 9797238 Em toda a região em que hoje compreende o espaço territorial do Município de Cururupu incluindo o centro Histórico, encontra-se vestigios de arquéologia histórica e pré-histórica, em 2009 encontramos na rua rio claro no centro da cidade, no meio da rua numa àrea escavada pela enxurrada da chuva pedaços de cerâmicas e porcelâna, que foram identificados pelo CENTRO DE PESQUISA DE HISTÓRIA NATURAL E ARQUÉOLOGIA DO ESTADO DO MARANHÃO, como material de arqueologia Histórica e Pré-histórica respéctivamente.
Nas comunidades de Entre Rios, Codurus, Alto Brasil e Boa Vista e Mano
Santo,
achamos
de
posse
dos
comunidades, machadinhas de pedras q
moradores
das
ue
comunitários
identificavasm como “pedra” de “Corrisco”
os
citadas
que foram doadas ao
CENTRO DE PESQUISA DE HISTÓRIA NATURAL E ARQUÉOLOGIA DO ESTADO DO MARANHÃO, que os identificou como artefatos indígenas do período da pedra polida. Contam os moradores das referidas comunidades que no passado era comum encontrarem estes materias nos roçados pelo meio do mato e beira dos rios. Nas comunidades de Aliança e Tapera de Baixo, encontrmos Areas que podem ser definidas como sambaquis, dado a enorme concentração de conchas e esqueletos de animas marinhos como caragueijos e outros residuos. No povoado Tapera de Baixo oxiste uma area de roçado de quase um hectere, contendo estes fosses. 2 – O SETOR RURAL DO MUNICÍPIO DE CURURUPU: 2.1 - História da povoção do Setor Rural do Município de Cururupu: O Setor rural do Município de Cururupu, possui uma particularidade que o
caracteriza com um sistema difuso em relação a seu sistema
produtivo e populacional. Portanto, para objetivos de análize, é importante que buscamos identificar cada particularidade em seu devido sistema
natural,
assim
como
tambem
as
particularidades
consuetudinarias. Para tanto dividiremos este em três partes: Zona rural central, zona rural continental e zona rural costeira.
•
Zona rural central é caracterizada por uma diversidade ecológica e cultural baseada no desenvolvimento tradicional nas matas, capoeiras, rios, nascentes, campos, e áreas úmidas, que traduzem um ambiente característico da baixada maranhense, com uma população de trabalhadores rurais na lavoura que formam as comunidades quilombolas.
•
Zona rural continental é uma área composta restos de matas, capoeiras, manguezais, rios e igarapés de água salgada, formando um meio ecológico muito diversificado possuindo vários biomas que possibilitam vários sistemas de produção tanto na terra firme quanto na região alagada por marés cercadas por manguezais nesta área habitam uma população de trabalhadores rurais mista, formada por lavradores e pescadores artesanais.
•
Zona rural costeira é uma região composta de Ilhas oceânicas cercadas por mar e densas florestas de mangues formando um ecossistema que comporta vários biomas como o bioma manguezal
responsável
pelo
inicio
da
vida
no
mar.
A
característica de região isolada pela particularidade do transporte marítimo utilizado pela população nativa cria um categoria específica de trabalhadores rurais: os pescadores artesanais que formam a mais expressiva categoria comportando quase que na totalidade da mão de obra a região da zona costeira.
2.1 - COMUNIDADES DA ZONA RURAL CENTRAL.
A zona rural é composta de vegetação típica da baixada na Amazônia legal: possui exuberantes campos, rios e uma mata castigada pela devastação originada na falta de educação e meios tecnológicos para a população do meio rural. A tradicional roça no toco é o elemento principal na deteriorização da mata nativa. Ainda nesta região, encontramos antigas fazendas de escravos hoje habitadas por remanescente de quilombolas, assim como sítios arqueológicos identificando vestígios de antigas civilizações. As comunidades da zona rural do Município de Cururupu, tiveram origem na ocupação do mesmo pelos fazendeiros que vieram do Município de Guimarães durante o processo de expansão da ocupação do território no Litoral ocidental do Maranhão no século XVIII.As mais antigas começaram no local das fazendas de plantação de mandioca e cana de açúcar.
Os primeiros fazendeiros
trouxeram a mão de obra escrava. O fim da escravidão e a falência do sistema financeiro colonial baseado extrativismo e manipulação da cana de açúcar e da mandioca. Fez com que os antigos barões da região migrassem pra outras atividades e abandonassem aos antigos escravos ou a seus descendentes bastardos nas propriedades. Este movimento, originou a maioria das comunidades Quilombolas. 2.2 –Aspéctos Históricos e socio - econômicos das comunidades quilombolas do município de Cururupu. Uma historia que remonta o passado com linhas curiosas e diversas, pela abundância de fatos e curiosidades, que merecem investigação minuciosa. Um longo período se passou sem que qualquer evidência
maior fosse detectada do ponto de vista da divulgação do patrimônio que merece ser preservado para dar continuidade a tradição da cultura de um povo que se constituiu a partir da descaracterização de si, num movimento histórico que inverteu os valores humanos em detrimento do desenvolvimento da economia de mercado liberal, que transformou o ser humano em mercadoria e moeda. A escravidão imposta pelos povos do ocidente aos povos do continente africano durante os séculos XVII, XVIII E XIX, significou para a Europa a manutenção do domino imperial sobre o resto do mundo. O progresso a prosperidade e a decadência de uma casta imperial sacrificou e desestruturou vários povos e tradição. O Brasil foi destino destes povos que foram trazidos para trancafiados em porões de navios pelo trafico, em negociatas lucrativas, determinantes para continuar o processo escravista que durou quase quatro séculos. Com o fim da escravidão diversas nações desestruturadas nos campos e fazendas, construíram forma de sobrevivência, conforme as condições de cada de local, meio ambiente e social. A miscigenação entre povos e nações. Entre os aborígines nativos, africanos e europeus fundamentou uma cultura especifica e diversificada, quando se trata das muitas microrregiões do Brasil. No Maranhão este processo análogo ao geral, com suas particularidades apresenta um cenário amplo que vem sendo investigado por diversos setores dedicados à busca de esclarecimentos conforme interesses de cada setor da sociedade.
No Município de Cururupu/MA, existe um patrimônio cultural estacionário em varias comunidades remanescentes de populações tradicionais: negros, índios e mestiços; com predominância eminentemente negra. Cada comunidade possui sua singularidade conforme o sistema cognitivo
específicos
construído
durante
o
período
relativo
ao
desenvolvimento da nova cultura. As
comunidades Quilombolas legalmente constituídas no
Município de Cururupu apresentam características no modo de produção e necessidades muito parecidas. O sistema primitivo de produção permanece estacionário a quase dois séculos: a agricultura baseada na queima da vegetação para fazer roça,há muito já enfraqueceu o solo. A cultura que ainda resiste sob este sistema é a da mandioca, que não oferece uma produção adequada para abastecer as comunidades conforme as necessidades de subsistência de cada família. A caça e a pesca que poderiam fornecer um complemento na alimentação das famílias não podem ser desenvolvidas plenamente: a caça é proibida e já não existe em abundância devido a grande devastação das matas e suas conseqüências nas áreas, não só, dos quilombolas mais em todo o entorno destas; as nascentes morrem assoreadas e a pesca nos riachos encontra-se em franca decadência. A criação de animais é insuficiente, por falta de orientação e introdução de inovações tecnológicas. COMUNIDADE ALIANÇA A Comunidade quilombola Fazenda Aliança fica a 18 Km distanciada da sede do Município de Cururupu, e dois Km da BR de acesso a cidade,
tem uma área de 7.560 hectares compartilhada há 182 anos por negros afro-brasileiros e descendentes indígenas tupinambás. Localizada no Município de Cururupu: Estado do Maranhão no Brasil. Com 431 habitantes de 86 famílias desapropriada para fins de assentamento de remanescentes dos quilombos pelo decreto federal Nº a biodiversidade latente nas terras de preto da Fazenda aliança demonstra o potencial dos Campo, Rios, Lagos ,Gapós . Mata e terra férteis. A tradição, o patrimônio histórico e imaterial: são fatores conflitantes entre a riqueza natural e a pobreza dos habitantes desta comunidade.A desinformação, a falta de assistência técnica e a introdução de tecnologias, são entraves para inclusão de Aliança na órbita global do desenvolvimento sustentável. COMUNIDADE DE SANTA RITA Santa Rita fica a 17 Km da cidade de Cururupu. Estrada
de chão
cortada por dois rios e pequenos lagos, que na estação chuvosa o acesso fica extremamente dificultoso. Esta comunidade é considerada isolada, por não existir transporte de Linha, o que faz a população enfrentar grandes dificuldades para ir e vir, principalmente para escoar a produção que é feita por meio de carro de bois. As 35 famílias da comunidade formam um total de 105 pessoas residentes (55 Homens e 50 mulheres, destes, 50 são crianças e adolescentes) não possui energia elétrica e posto medico. Tem ensino fundamental.
Agricultura Familiar: Mandioca, milho feijão e arroz. Produto principal comercializado: Farinha de mandioca. 3-COMUNIDADE DE ENTRE RIOS A comunidade fica A 10 Km da sede. A estrada de Chão corta um rio com uma ponte: não tem transporte regular; escoamento é feito por meio de carro com carroceria. Entre Rios conta com 30 famílias, são 141 residentes 76 mulheres e 65 homens déficit na população masculina. 51 crianças e adolescentes. Sem água tratada: o abastecimento e feito por meio das cacimbas. tem energia elétrica e posto de Saúde. Agricultura Familiar Mandioca, milho, feijão e melancia. Produto principal Farinha de Mandioca. 4- COMUNIDADE DE BOA VISTA A Comunidade existe há 186 anos. Fica 11 Km distante da sede do Município. A estrada é de chão, nas partes baixas toda estação chuvosa cortada em vários trechos.Terra, herdada, com 22 famílias e nestas 53 crianças e adolescentes. Sem energia elétrica, posto Medico e nenhuma assistência. Agricultura precária sem condições para manter a subsistência. 5-COMUNIDADE DE ALTO BRASIL Alto Brasil está a 19 Km de sede do Município. A estrada de chão fica danifica na estação chuvosa causando problemas no acesso que
perdura pela estação seca. Tem 190 anos. Residem 59 pessoas dividas entre 12 famílias, que possuem 26 crianças e adolescentes. Cultivam: mandioca para a produção de farinha. Sem assistência medica, energia elétrica ou saneamento, ou qualquer alternativa que vise minimizar a situação de precariedade em que se encontra a comunidade. 6-COMUNIDADE QUILOMBOLA CEDRO, Cedro fica a 19 Km da sede do município. Estrada de chão sem transporte regular. 102 anos 10 famílias 69 pessoas. A pequena comunidade não tem vida própria: a falta de qualquer estrutura impossibilita
que
os
proprietário
do
quilombo
permaneçam
definitivamente no local; vivendo alternadamente entre a sede do Município e a Comunidade. 7- COMUNIDADE DE CONDURUS A Comunidade tem 190 anos, 205 pessoas formam 40 Famílias, 116 homens e 89 mulheres: 100 crianças e adolescentes. A renda mensal media por família na comunidade foi estimada pelos próprios em 90,00 R$ 8-OITEIRO DE MATEUS 9- FORTALEZA DOS PRETOS Esta distante 20 Km da cidade de Cururupu. Estrada cortada por rios e constantemente danificada pela ação da chuva. A Comunidade de Fortaleza dos pretos com 168 residentes forma um aglomerado de 33 famílias com 90 crianças e adolescentes, e as mesmas características e deficiências das demais.
RIACHUELO. A Comunidade de Riachuelo fica a 9 Km da sede do município de Cururupu sem energia elétrica e posto medico. CEARÁ DOS PRETOS A Comunidade de Ceará dos pretos fica a 20 Km de distancia da sede do Município de Cururupu. Estrada de chão não beneficiada: cotada por um Riacho e trechos íngremes que impossibilitam o transito com automóveis. FAZENDA ALIANÇA História Em 1884 Manoel Braga Ribeiro da Cruz, Filho Único de do senhor de engenho, José Ribeiro da Cruz proprietário da Fazenda São Tomé (Ribeiro 2008). Aos 22 anos Manoel Braga iniciou o processo de transformação de uma iniciativa pioneira no Maranhão, que veio a se tornar uma das mais prósperas indústrias da cana de açúcar no Brasil durante o período entre 1886 a 1965. O Coronel “Manduca Ribeiro” como Viera a se chamar popularmente, conduziu com grande habilidade a transformação de um engenho rústico da sua propriedade em um sofisticado sistema industrial, movida a vapor onde incluiu inclusive a mudança do curso de um afluente do rio UruMirim, fazendo com que este fosse desviado de seu curso normal a braço de homem, por mais de dois quilômetros por dentro da propriedade para dar vazão à força d água que gerou a energia necessária para dar rotação as maquinas do engenho movidas a vapor,
durante o processo de escavação do rio: o Coronel comandou o aprofundamento do mesmo na região que este encontra-se com o manguezal para fazer um porto que serviu por quase um século para escoar não os produtos da fazenda aliança, e o que era produzido nas propriedades das imediações. O Coronel também se dedicava ao comercio na região, beneficia-se escoando a produção local e introduzia gêneros e outros bens das necessidades dos habitantes do Município no seu tempo; chegando a ser o maior e mais prospero comerciante de Cururupu, que inclusive, era responsável pela introdução dos produtos como; fundos de chapa de ferro para fornos de torrar farinha, ferramentas, utensílios e bens domésticos duráveis, assim como o Gado e cavalos. A capacidade tecnológica implantada na Fazenda Aliança por “Manduca Ribeiro” para a produção de derivados da cana de açúcar como: o açúcar mascavo e a cachaça ALIANÇA, esta ultima que alcançou o mercado externo, trouxeram o seu reconhecimento nacional na imprensa maranhense; “ O Município de Cururupu, no litoral Norte, e o maior produtor de açúcar em todo estado do maranhão, por esta ali situada a vasta e mais bem aparelhada fabrica do importante produto, em terras maranhenses. Trata-se da Usina Aliança uma realização de iniciativa privada, que é um orgulho para o maranhão, e que produz açúcar de qualidade
superior, capaz de rivalizar com o melhor que se fabrica em todo o pais”. ( Álbum do Maranhão, 1951, In Ribeiro 2008) SANTA LUZIA Tinha por tradição o Coronel Manoel Ribeiro da Cruz (Manduca Ribeiro) Não fazer uso da mão de obra produtiva nos dias de Santa Luzia (13 de Dezembro) na Fazenda Aliança. Certa vez Manduca Ribeiro viajou para São Luis e seu capataz autorizou o trabalho oficial no dia de Santa Luzia: neste dia aconteceu um acidente com explosão de uma caldeira que matou cinco pessoas e feriu mais de uma dezena. Diz a Lenda que a partir daí começou o declínio da fazenda. Um fato Curioso que passou a ocorrer no local depois desta fatalidade, foi que a morte começou a acontecer em serie na comunidade de Aliança: quando morria um sempre vinha outras mortes em seguida. Em 1924 existia um regime de trabalho infantil que pagava dez tostões por meio dia de trabalho para cada criança. No restante do dia a criançada estudava na escola da comunidade, mantida com recursos do coronel Manduca Ribeiro. A educação infantil era obrigatória. O coronel começou construindo sua fortuna nas terás que herdará no Município de Cururupu. O Coronel Manduca Ribeiro foi pioneiro na construção de prédios no centro da cidade, como exemplo temos a atual casa paroquial e as construções e algumas casas de seu entorno.
Em seguida este se transferiu para as margens do,rio Baia no local da atual ruína da casa grande da Fazenda Aliança, de lá o Coronel passou a administrar todo a região que é na atualidade o Município de Cururupu. Odorico Almeida foi o Capataz do Curral Grande Da Fazenda: Paulo Avelar e João Zeca, eram os encarregados da Loja grande que distribuía gêneros para Cururupu e Mercados adjacentes. Manduca mantinha o mercado inclusive com Animais, que eram trazidos de outras praças como Parnaíba São Luis, Para e outros mais distante. O MACACO DE FERRO. Havia por volta de 1930 na Fazenda Aliança uma inovação tecnológica representada por um Robô de ferro em forma de macaco, que funcionava num corredor de trilho carregando lenha para dentro da fornalha da caldeira, o macaco leva braçadas de lenha e também qualquer coisa que estivesse ao alcance de seus braços. Contam os moradores mais antigos, que certa vez um boi velho que não era mais utilizado nos serviços de carga da Fazenda, o mesmo costuma pastar solto pela arredores dos engenho: um dia passava pela frente do monte de madeira no momento em que o Robô ia pegar uma braçada; o robô abraçou o boi, levando-o e o lançando vivo na enorme caldeira.
COMUNIDADE QUILOMBOLA “ALTO BRASIL/BOA VISTA Historia
No local que é conhecido como sitio Alto Brasil, há indicio de ter habitado ou trabalhado uma nação indígena muito antes da ocupação dos descendentes de africanos, em 2008 foram encontrados de posse dos moradores da comunidade, instrumentos de trabalho identificados como material usado pelos índios que habitavam as terras que pertenciam a área do município de Cururupu durante o período Histórico no inicio do século XVII, quando os governos do Maranhão de: Jerônimo de Albuquerque e Bento Marcial Parente; empreenderam as entradas de Reconhecimento e Conseqüente expulsão dos nativos Aborígines que habitavam toda a região. A povoação da atual comunidade tem inicio durante o período de desmembração da Fazenda Aliança de propriedade do senhor de Escravos Manuel Ribeiro da Cruz durante o período pré-abolocionista, quando Fazendeiro investia na produção de Farinha branca de mandioca com destino a exportação. No sitio Alto Brasil, Senhor Alexandre Ribeiro Jovem morador do sitio “Boa Vista” ao Casar-se, segundo o depoimento de seu neto em 2008, Sandoval Ribeiro de 77 anos, adquiriu por meio de compra, as terras que atualmente compõem o território do sitio Alto Brasil. Na época Alexandre Ribeiro construiu um moinho de mandioca movido por meio de uma engenhosa maquinaria movida por animais: quatro bois de carga giravam uma roda de madeira que dava tração a uma engrenagem desenvolvida para triturar raízes de mandioca que formava
a massa para ser utilizada nos derivados da mandioca: a farinha seca, tapioca e o tucupi. Atualmente o sitio Alto Brasil é de propriedade de quatro Herdeiros de Alexandre Ribeiro. Meio Ambiente As condições ambientais do Sitio São favoráveis para o cultivo Agro Pastoril, possui bastante água e terra fértil, com quatro nascentes no seu interior e mata ciliar que estão sendo desmatadas para fim de cultivo da mandioca causando o desequilíbrio das fontes que tornam o local portador de grande biodiversidade. Nos bosque que rodeiam as fontes, existem uma vegetação formada por Buritizais, Juçarais, Andirobeiras, Guananins Urucurans, Camaçaris, tamanqueiros e outras outras espécies típicas dos alagados da zona tropical maranhense. Produção O plantio da mandioca consorciado com o milho e as vezes Feijão, melancia e maxixe. Nos Quintais Plantam em pequena escala: limão e laranja. Cultura A religião é o catolicismo, o santo padroeiro é São Benedito festejado durante o mês de Setembro; Bumba-meu boi de zabumba, Tambor de Crioula que se manifestam durante os festejos de São João.
O sitio pode ser identificado como Sitio Arqueológico pois Possui características em arqueologia Histórica e pré-histórica. FORTALEZA DOS PRETOS História A atual comunidade de Fortaleza tem origem no Sitio da Família dos Cunhas De propriedade do Senhor Zé Cunha que herdou as terras das Dona Maria das Dores Sua Mãe. Segundo a Dona Estelita da Costa Monteiro, com 66 anos, que em 2008 morava a 51 anos em Fortaleza dos Pretos, o primeiro nome da comunidade consta ter sido Fortaleza, passando tempos depois para Fortaleza dos cunhas e em 2005, para efeito de desapropriação e ser transformada em terras de quilombo, foi registrada como Fortaleza dos Pretos. O Senhor Lidujero Prado de 80 anos que chegou em Fortaleza em 1977, vindo da vinha comunidade de Tapera, afirma que sua família é a maior família de um universo de cerca de cinqüenta residências. Na comunidade não tem culto regular católico , sem a presença de igrejas, a referencia cristã na comunidade é uma cruz de pau enfiada no centro da comunidade. A manifestação religiosa mais importante são os festejos de São Sebastião, o padroeiro da comunidade que acontece em Janeiro. A manifestação cultural mais significante é o tambor de crioula que celebra as festas do local.
No local da ultima casa dos Cunhas na atualidade deste texto reside o Senhor Joaci da Costa filho de criação e afilhado de Bernardino Cunha filho de Zé Cunha. A principal atividade agrícola é a produção de farinha de mandioca resultante do plantio da mesma. Os relatos dão conta de que a maior produção sempre teve relacionado ao plantio da Mandioca ou seja: a farinha na época de Zé Cunha o plantio era intenso sendo o Senhor cunha proprietário das terras que diária a trabalhadores e aforava parte das terras e terceiros; possuía moedor de mandioca com tração animal o chamada roda de boi e casa de farinha equipada com grandes fornos. Zé Cunha possuía currais de pesca da onde este extrHá registro oral de ter sido encontrado pedra de corisco ou pedra de trovão pelos moradores em áreas que lavram a terra: poço de Paulo é uma localidade desta. COMUNIDADE DE ENTRE RIOS História A comunidade Entre Rios é um povoado do Município de Cururupu no Estado do Maranhão que esta localizada há 18 Km de distancia da sede do Município. Entre curvas do Rio Uru-Mirim e uma nascente que desemboca no Uru-Mirim na altura central do rio, na Comunidade. O nome tem origem na localização, na margem do Rio. Contam os moradores descendentes da matriarca Fundadora do povoado, Vicência Ribeiro que segundo sua tataraneta, Zezuita Santos Ribeiro de 56 anos em 2008: Vicência Ribeiro Era negra Escrava fugitiva de uma Fazenda
em Guimarães.Conforme o relato, a velha escrava residia em uma localidade nas matas de Guimarães por nome entre rios, parecida com esta localidade que Vicência encontrou durante a fuga que talvez tenha ocorrido depois de seu antigo esconderijo ser descoberto em Guimarães. A ultima filha de Vicência Ribeiro, dona Cecília Ribeiro, que nasceu em 13 de Maio de 1888 na comunidade Entre Rios dia da proclamação da lei áurea e faleceu em no dia 14 de agosto de 1968 com 80 anos. Na mata
da região da comunidade em 2008 estão os vestígios em
ruínas que indicam de antigos modos de produção e uma relação de trabalho primitiva baseada na escravidão. As ruínas do engenho a tração animal conhecido no período entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, como Moinho de Roda de boi que utilizado na produção de farinhas de mandioca: neste mesmo período toda a região produziam
a farinha seca grossa com objetivos de
exportação, assim como a farinha d`água para o próprio sustento, ainda outros produtos derivados com: tapioca de bolo e tapioca de goma e ainda um tal de farinhão para consumo na forma de ração para animais. È uma comunidade Quilombola com uma Característica Histórica que se diferencia da maioria de Cururupu, que tem na coletividade da terra a pose por meio da herança dos descendentes de antigos donos: filhos bastardos doa senhores de engenho que procriavam com suas escravas e em determinado momento quando este já estavam adultos os pais os casavam e lhes davam terras com escravos para começarem a vida independentes da família principal do senhor seu pai e proprietário,
diferente deste aspecto Entre Rios se constitui como terra de preto fugido, conforme o modelo declarado pelos descendentes da matriarca fundadora da comunidade: dona Vicência Ribeiro. Ambiente: O Rio Uru Mirim corta as terras da comunidade recebendo águas de varias nascentes, no percurso das margens do rios e nascente encontramos uma vegetação composta pro; Juçaral, Buritizal, cipós e arvores brancas características deste tipo de Bioma:esta vegetação resume-se em uma estreita faixa ao Longo do rio, que já perdeu a mata ciliar por conta do desmatamento feito ou para plantar as culturas do local ou para fazer os quintais das casa que são construídas seguindo a facilidade de Água para a utilização domestica; já que nas parte mais baixas próximas da margem do rio a água brota mais rasa nas cacimbas que são abertas para o abastecimento domestico. Os animais nativos da mata estão em extinção juntamente com a mesma facilidade e rapidez que a descaracterização tradicional
da
antes utilização dos recurso naturais e mudanças nos costumes da Juventude que outrora baseava-se em praticas rústicas de exploração das terras por meio da lavoura para ingressaram num mundo propagandeado pelos meios de comunicação que fomentam a vida nas cidades como meio desenvolvimento e consumo necessário para a existência da vida na atualidade sem levar em consideração as particularidades e vocação de cada localidade. Auto sustentabilidade
A utilização racional dos recurso naturais em Entre Rios: passa por rigoroso processo de educação da população, que deve estar encerada no atual processo de desenvolvimento estratégico proposto pelo governo do Brasil no Período LuLa. O que se destaca conforme a vocação da comunidade o Cultivo da Agricultura consorciada e a piscicultura levando em consideração em primeira estância o cultivo dos animais nativos da região onde se destacam: o camarão Lagostim, a traira a acará e a perapama. Patrimônio Cultural Considera-se patrimônio cultural em Entre rios, as tradições festivas e comemorativas: como os festejos de São Benedito, que é padroeiro da comunidade, o bumba Meu boi de Costa de mão de Entre Rios, o próprio trabalho baseado na exploração dos recursos da terra utilizando métodos rudimentares
como a queimada, para o plantio, o
apodrecimento da matéria prima, para o preparo da farinha, o transporte de carga
secular a tração animal O Carro de Boi, e as próprias
moradias construídas com material retirados do próprio ambiente sem a introdução de tecnologias da arquitetura moderna ou seja: a s casa são construídas com madeira , barro e cobertas com fibra da palha extraída do olho da palmeira de babaçu. A comunidade possui um acervo em estado de desaparecimento formado pelas ruínas do antigo engenho de roda de Boi. Alem disso, foram encontrados em pose de dona Zezuita Santos Ribeiro, um instrumento em Forma de machadinha que o Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Natural do Maranhão, identificou como uma
ferramenta de trabalho indígena da época da pedra polida, o que indica que na região de Entre Rios Habitavam uma civilização primitiva que não conheciam ou dominavam as tecnologias da era do metal. Sistema vocacional As terras são,próprias para o plantio consorciados de muitas culturas, que já foram postas a prova na produção local, o cultivo de animais aquáticos se constitui numa vocação primordial nas margens do rio Urmirim, na parte que atravessa as terras da comunidade. O turismo rústico ou rural tem varias opções de modalidades para ser praticado tanto na comunidade como em parcerias com outras comunidades da localidade: trilhas a pé ou de Bike ou de motocross ou passeios utilizando Carros de bois. Durante os festejos as manifestações culturais e a culinária obedecem um ritual a parte. A carne de gado preparada nos fog~es de tacurruba oferecem um sabor sigular. Infra-Estrutura O acesso para a comunidade é por meio de estrada de chão conservada pelo poder publico municipal, possui energia elétrica do programa federal Luz para todos, não possui Escolas do Ensino fundamental e Médio, porem a Prefeitura disponibiliza o transporte escolar para os estudantes dos dois períodos.
SANTA RITA DOS PINTOS
História A Comunidade de Santa Rita dos Pintos tem origem em uma parte das terras de Manuel do Nascimento Pinto. Manuel do nascimento pinto chegou em Cururupu vindo do vizinho município de Guimarães que nesta época provavelmente Cururupu deveria de certo ainda ser distrito de Guimarães, já que dona Rosaria Pinto Chaves com 88 anos em 2009, sua bisneta nasceu em 1921 no sitio Santa Rita que prestou as informações para o inicio da documentação textual da Historia de Origem da comunidade. A Área da antiga Fortaleza dos pintos corresponde o que é Hoje (em 2009) a região das comunidades de Fortaleza, Rio Branco e Nazaré. Segundo dona rosaria o Manuel seu bisavô era português proprietário de escravos, este se identificava como juiz de direito. Pelos relatos dos atuais herdeiros das terras o Manuel trouxe seus escravos de Guimarães. A comunidade apresenta fortes laços com uma comunidade tribal indígena da região, a própria Senhora Rosaria Pinto chaves é neta de uma índia que foi capturada na mata quando ainda era criança, foi batizada com o nome de Índia Jacinta, quando jacinta cresceu casou com de Manuel o Zeca Pinto, que na época quando a índia foi posta em cativeiro, Zeca Pinto era menino os dois cresceram junto ao atingirem a maior idade casaram-se. Quando dona Rosaria nasceu em 1921 as atividades com o moinho de tração animal chamado na região de roda de boi usado principalmente
para a produção de farinha de mandioca representava uma organização do trabalho mais avançado do que nos dias atuais, o trabalho em serie produzia produtos da mandioca para o consumo da comunidade, para o mercado no município e parta exportação. O Nome original da comunidade era Fazenda Santa Rita. Segundo Arlene Pinto Chaves (Nedica) que nasceu em Santa Rita dos Pintos em 1944, filha de Rosaria Pinto por volta de 1954, quando NEDICA que em 2009 tem 65 anos, tinha dez anos a produção da fazenda era Farinha branca de mandioca, feijão melancia, maxixe e gergelim, na época de dona Rosário a produção era escoada para um grande armazém que existia nas margens do rio Cururupu na sede da cidade de Cururupu de onde sai para revenda em São Luis e outras praças, ainda segundo os descendentes de Manuel do Nascimento Pinto em certa época a Vizinha Fazenda
Aliança
negociava
com
os
produtos
de
Santa
Rita
principalmente a Farinha Branca de mandioca e o gergelim. Santa Rita dos Pintos fica a 17 Km da cidade de Cururupu. Estrada de chão cortada por dois rios e pequenos lagos, que na estação chuvosa o acesso fica dificultoso. Na atualidade possui energia elétrica conta com uma escola municipal, transporte Escolar regular, estrada de chão que favorecerá o futuro escoamento da produção que é feita atualmente por meio de carro de bois e d20. As 35 famílias da comunidade formam um total de 105 pessoas residentes (55 Homens e 50 mulheres, destes, 50 são crianças e adolescentes) não possui posto medico.
Renda familiar media 120,00 R$, Agricultura Familiar: Mandioca, milho feijão e arroz. Produto principal comercializado: Farinha de mandioca. AMBIENTE A terra ficou pobre devido aos efeitos das queimadas para fazer roças ao longo de mais de um século, a antiga mata foi substituída por capoeiras improdutivas; possui um rio rente a comunidade que favorece o cultivo de organismos aquáticos, a comunidade cultiva porcos em conflitos com os donos das pequenas roças de mandioca, que segundo os próprios comunitários as roças de hoje não dão lucro é muito trabalho e pouca produção devido à pobreza do solo. MANO SANTO A comunidade de Mano Santo tem seu nome ligado ao antigo morador chamado Manoel santos que viveu por muito tempo na comunidade de tornando-se influente na localidade que herdou seu nome. Manuel Azevedo Lopes, com 74 anos em 2009, chegou em Mano Santo em 1965 o local do antigo sitio pertencia ao Senhor Valentin Silva Ribeiro, sendo que na época quer valentin adquiriu as terras o antigo dono já havia falecido de muito tempo, tempo que Manuel Azevedo Não soube precisar, sendo que na data da entrevista não havia nenhum descendente de Valentin na comunidade. Contam ainda os moradores que as terras que pertencem a mano Santo, Macaco, Roça de Baixo, Vinagreira e Rio Formoso formavam a propriedade de Senhora de escravos conhecida pelo nome de Joventina
consta também nos relatos que Joventina era solteira e administrava a fazenda com auxilio de duas filhas ,Maria e Marcelina. O Local da Fazenda de Escravos está localizado no Sitio Cumom, onde funcionou por muito tempo o engenho de tração animal,
conhecido
como roda de bois. RUMO A comunidade
de rumo localiza-se na região que este estudo
caracteriza como: zona rural central do município de Cururupu; porem com uma característica que a diferência das demais: possue uma população ainda que em menor escala, de trabalhadores que tambem se ocupam da pesca artesanal de subsitência, na grande sua maioria, a ativadade da pesca, serve apenas para complementar a deita do trabalhador ocupado na lavoura. A comunidade esta situada na estrada que leve seu nome , na altura em que bifurca para Cocal e Maracujatiúa/Tapera de Baixo e adjacências. A area que compreende a antiga propriedade da fazenda Alinça.O nome Rumo tem origem: na espansão territórial da ocupação da da propriedade original da familia Rebeiro da Cruz, durante o século XIX, quando a colonização da região tomou um rumo para dentro, ocupando areas virgens a partir da primeira povoação da terras de Aliança. A propriedade atual pertence aos descendentes de quatro familais que vieram tempos maias tarde após as primeiras entradas, e adquiriram terras por meio de compras dos antigos proprietários, que se desfiseram vendendo partes das terras para diversas Familias, que se aventuravam
pela região. Os atuais membros das famílias dos: Britos, dos Mirandas, dos Mendes e dos Mafras dividem a área da comunidade. SISTEMA PRODUTIVO A lavoura principalmente o plântio da mandioca, é a atividade produtiva principal, a mandioca é a matéria prima da farinha d`agua, consumida largamente pelos maranhenses. DADOS POPULACIONAL A Comunidade tem atualmente, (2010) 93 Famílias, tatalizando uma população de mais de 500 pessoas. AMBIENTE. A terra está emprobrecida pela prática do roçado e das queimadas, para a realização da roça na cinza, herdada da tradição indígena. O desmatamento para fins de extração de madeira, tanto para a utilização nas serrarias como; para servir de combustível nas olarias do vizinho Município de Mirinzal, somam pragas, que danificam o sistema ambiental , não só da comunidade mais de toda a região. O Rio Cruz que tem uma estória para o nome que possue, sofre com o desmatamento de sua mata siliar. O Rio Cruz conta José Maria Mafra Pinheiro, de 48 anos residente na comunidade: que o nome deste rio tem origem nos efeitoss da sêca nordestina de 1872, quando uma leva de colonos cearenses foram introduzidos no município de Cururupu. Em fuga da assolação que se abatia no sertão do Ceará naquela época, duas matriarcas ao passarem pela margem do rio avista de tanta agua ajoelharam-se e começaram a beber agua colhendo com as conchas das mãos, ao saciarem a sede, ajoelhadas como estavam, elevaram as
mãos para o cima e em agradecimento a Deus, rezaram fazendo o sinal da cruz. Dai em diante naquele lugar, o rio passou a ser chamado de rio Cruz.
VESTÍGIOS No local onde se ergue na beira da estrada uma frondosa mangueira de coloração desbotada com manchas brancas, é uma arvore centenária esta fica localizada na tapera da morada de dona Benedita Moreira que morreu com 120 anos, há cerca de 100 anos atras, segundo seu neto com 79 anos em 2010... INFRA-ESTRUTURA Na comunidade tem uma escola do ensino fundamental, energia eletrica, transporte escolar
HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DAS COMUNIDADES DAS ILHAS OCEANICAS DO MUNICIPIO DE CURURUPU Introdução As comunidades de da região insular do município de Cururupu que compõem este trabalho estão situadas nas ilhas localizadas entre as
baías de
Cabelo de Velha, Mangunça, Guajerutiua, São João e
Turiaçu (inserir mapa). As comunidades das ilhas oceânicas foram sendo formadas a partir do município de Cururupu e de outros, vizinhos, como Guimarães e Cedral, por pessoas que dominavam alguma técnica de pesca artesanal. O mar de fácil navegação pelos canais, furos, igarapés e cabeceiras 1 favoreceu o processo de povoamento do lugar. Nas cabeceiras dos igarapés se formaram os portos do continente. De início, os pescadores partiam destes portos para pescar nas imediações da foz dos igarapés, aventurando-se às vezes até às ilhas em pescarias breves. Então, os pescadores voltavam até os portos localizados nas cabeceiras para daí deslocarem-se para os povoados de origem. Aos poucos, os pescadores que pretendiam aumentar a captura se abasteciam de alguns víveres e ficavam arranchados nas Ilhas para descansar ou esperar a maré para seguir viagem rumo às pontas de terra de Cururupu. Num determinado momento histórico vivido pelo município após a libertação dos escravos e o fim da lavoura da cana-de-açúcar, com a conseqüente falência dos engenhos grandes, população rural e semiurbana do município migrou para outras atividades econômicas, dentre elas a pesca artesanal de subsistência. A pesca, que vinha sendo realizada apenas como suplemento alimentar passou a ser a atividade econômica principal para muitas famílias. Com o advento das salinas, nos apicuns do município, a pesca de subsistência
ganhou maior importância
na
medida
em que a
conservação do pescado por meio do sal possibilitou ao pescador 1
Cabeceiras: lugares onde nascem rios, riachos ou igarapés, interligados ou não a outros canais.
passar mais tempo pescando e conservando o seu produto para que, no final de uma jornada pudesse comercializar o produto adquirido. A partir da necessidade de maior exploração dos recursos pesqueiros no sentido de aumentar o estoque comercial, algumas famílias de pescadores resolveram se aventurar e morar nas Ilhas que ofereciam maior estrutura física, como água potável e ambiente que favorecia pequenas atividades agrícolas. Estas famílias, diante da fartura de peixes
ali existentes,
foram se multiplicando e formando povoações. O aumento da densidade demográfica nas Ilhas e a introdução de técnicas de pesca desconhecidas pela população nativa ocorreram durante as grandes secas nordestinas, sobretudo no período entre 1877 e 1920. A conseqüente migração para esta região, principalmente de cearenses, ajudou no desenvolvimento das comunidades e do setor pesqueiro tradicional no arquipélago. As principais condições para o povoamento das ilhas foram a alta piscosidade do local, a existência de água potável, o farto madeirame para construção de casas fornecidos pelos manguezais e a fácil navegabilidade devido às localizações das Ilhas entres os recortes que geograficamente caracterizam a região das reentrâncias maranhenses. Guajerutiua História A comunidade de Guajerutiua está localizada na ilha do mesmo nome, situada na trombeta da baía do Capim. O nome Guajerutiua tem origem na estreita ligação com a fruta silvestre guajeru e a palavra tiua, que na linguagem tupi-guarani tem significado de abundância. A grande
quantidade desta fruta silvestre, encontrada por toda a extensão das dunas que circulam a ilha tornou a denominação Guajerutiua perfeitamente adequada para ser o nome de batismo da comunidade. Dona Donatilha Fonseca da Silva, 88 anos completos em dezembro de 2004, filha de Maria Antonia Fonseca e Jorge Fonseca da Silva, conta que a primeira família a se fixar na ilha teria sido a família Ferreira, que partiram de Cedral em aventura pesqueira pela região. Dessa forma, Tato Ferreira, Felipa Ferreira e Jorge Ferreira foram os primeiros a se instalarem ali. Em seguida, aportaram na ilha para fixar residência a família Silva, oriunda do povoado de Rumo, pertencente ao município de Cururupu. Jorge Fonseca da Silva casou-se com Maria Antonia Ferreira e deste matrimônio nasceu em Guajerutiua dona Donatilha Fonseca da Silva, conhecida por todos como Doninha, em 1916. Segundo Doninha, quando ela tinha nove anos, em 1925, o povoado se resumia às cercanias do porto e era formado por pescadores que faziam as casas próximo desse local para não perderem a hora da maré; só alguns poucos se aventuravam mais para dentro da Ilha. O povoado ou comunidade tem sua história inicial confirmada por relatos de muitos de seus atuais moradores e de outras pessoas que residem na sede do município de Cururupu. A pesca artesanal foi o elemento impulsionador do povoamento do local. No princípio, a produção se mostrou acanhada em relação aos dias atuais, com o uso dos instrumentos rudimentares, sem auxílio de tecnologias e a ausência
de embarcações capazes de enfrentar mar aberto, o que limitava as pescarias a incursões pelos igarapés e beiradas por onde abundavam cardumes de peixes. Em 1966, quando foi introduzida a primeira rede malhadeira, tecida em nylon, própria para a pesca da pescada amarela é que a comunidade vai atingir um ponto áureo, com o desenvolvimento do comércio local dos produtos da pesca e da indústria saleira que, a partir de então, passou a integrar o processo de produção da comunidade de Guajerutiua. A identificação da presença de peixes graúdos no canal da baía de Guajerutiua, principalmente a pescada amarela, aconteceu em virtude
da
experiência
adquirida
pelos
próprios
moradores
da
comunidade. Quando os pescadores viajavam pelo canal viam e ouviam os cardumes, embora a pesca de canal praticada na época se resumisse à pesca com linha de mão. Então, a primeira malhadeira foi tecida em palha do olho de tucum e, ao ser constatado o êxito da armadilha, a notícia correu e logo apareceu a primeira rede de nylon, dando início ao ciclo das malhadeiras, o que modificou profundamente a produção de pescado no litoral ocidental do Maranhão. Reginaldo Aprígio de Sousa nasceu em Guajerutiua em 1934, tendo sido ele o primeiro a pescar com a rede de tucum que media trinta braças de homem; ele afirma que pegava até vinte pescadas por lance em 1954, ano em que completou vinte anos. Em 1966, um pescador conhecido como Armandinho, que residia no vizinho povoado de Valhame Deus, introduziu a primeira malhadeira de nylon no canal da baía do Capim. Daí em diante os cearenses que conheciam a tecnologia
investiram pesado na captura de peixes graúdos, transferindo uma base produtiva e comercial importante para o Maranhão durante as décadas de setenta e início da de oitenta do século XX, sendo justamente a comunidade de Guajerutiua o principal centro desse desenvolvimento. Guajerutiua possuiu um cartório de registro civil na década de setenta do século passado. Tinha como tabelião seu Benonil Pereira. Consta que este cartório se resumia à realização de casamentos e registro civis de pessoas físicas. Segundo dona Doninha, o primeiro comerciante do local tenha sido o senhor Alcides Tavares. Depois dele apareceu o senhor Germano Quadra. Mais recentemente ali se instalou o maior deles, o cearense João Batista Rebouças, que produziu sal e montou frota de barcos pesqueiros, comercializou grandes somas entre o que produziu e outros produtos que trazia de outros estados da federação. A distribuição de cigarros, por exemplo, partia da comunidade de Guajerutiua para a cidade de Cururupu. A Comunidade de Guajerutiua pode ter sido a comunidade que deu suporte para a expansão habitacional e comercial na região. Continua sendo o maior centro comercial do arquipélago e, embora os atravessadores estejam se deslocando até os pesqueiros e outras comunidades, a concentração de negócios na comunidade continua bastante significativa. Bate Vento História A Comunidade de Bate Vento situa-se na ilha de Maiaú, próxima do farol de São João, e tem esse nome conforme sua localização, às margens
de um igarapé que fica de frente para as correntes do vento forte que sopra do sul durante a estação chuvosa. Com 127 residências e uma população de 316 pessoas, possui campo de aviação, energia elétrica, telefone público, posto médico, comércios mistos de botecos e quitandas agradáveis, pessoal bacana e hospitaleiro, excelente porto e rio de acesso com fácil navegação. Funciona como ponte com a vizinha ilha de Lençóis. A população é composta de pescadores que se ocupam na pesca artesanal e comercial, sendo que a principal modalidade da pesca nesta comunidade é a pescadeira ou malhão, usada principalmente para capturar a pescada amarela. Bate Vento cumpre o papel estrutural para turistas que visitam a ilha de Lençóis e o Farol de São João. Bate Vento é a maior e a mais antiga comunidade do arquipélago, sendo de singular importância para o desenvolvimento do local. Serviu de suporte para a povoação da maioria das comunidades da região. Nessa ilha se desenvolveu a maior produção de sal da região, durante a década de sessenta do século XX. Foi também o local do maior
projeto
de
criação
de
camarão
financiado
pela
então
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, no litoral ocidental do Maranhão. A ilha esteve envolvida em recente polêmica envolvendo disputa pela sua posse, reivindicada por um antigo morador, empresário e dono dos principais investimentos na área e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, durante o processo de criação da Reserva Extrativista Marinha - RESEX dos Municípios de Cururupu e Serrano do Maranhão. O Ministério Público
deu ganho de causa para o IBAMA, que então criou a reserva em 2004. Bate Vento tem esse nome provavelmente devido a sua posição geográfica, pois fica de frente para o nascente e recebe fortes cargas de vento durante o período do verão maranhense.
Maiaú
A ilha de Maiaú herdou seu nome de um pescador do mesmo nome que residiu em lugar ermo no centro da Ilha, fora da comunidade; esse cidadão recusava-se a morar junto aos seus contemporâneos. Quando Maiaú morreu, os moradores da comunidade de Bate Vento passaram a identificar a Ilha com o nome dele. O arquipélago situado entre a baía de São João e a Barra do Machado (Urumaru) também leva a denominação de Maiaú, em consideração ao tamanho da Ilha, a maior do arquipélago. Maiaú é a maior ilha do arquipélago que leva seu nome e possui uma vasta área; desde tempos imemoriais esta Ilha vem sendo reivindicada
como
propriedade
particular.
Em
depoimento, uma
moradora da ilha de Porto do Meio afirma que Maiaú, assim como Porto do Meio são antigas propriedades de Leotério Moura, e que estas foram herdadas por seu filho, Antonio Moura, que as vendeu ao senhor Joaquim Amado, que por sua vez as doou para sua filha Dalvina Amado. As ilhas são reivindicadas atualmente por seu Ângelo, viúvo de dona Dalvina Amado.
Segundo o Ministério Público, através da Regional do Patrimônio da União no Maranhão, os pretensos donos destas Ilhas não apresentaram na época documentos comprobatórios de posse particular. Conforme relatório do IBAMA/CNPT, os documentos que teriam validade jurídica seriam os documentos cartoriais da época das sesmarias de 1830, que não constam nos registros atuais. Mais os mesmos órgãos dão conta de que fizeram buscas nos cartórios dos municípios de Guimarães e de Cururupu e lá encontraram recibos e mapas, mas que estes não possuem valor para efeito de desapropriação da área pela União. Segundo estes órgãos, as Ilhas são propriedade da União e, portanto, de domínio público. Em Maiaú, as atividades econômicas passam pela pesca e pelo comércio, e ali já funcionou uma salina, fundada pelo senhor Angelo em 1947. No mesmo local da salina funcionou um criatório de camarões na década de setenta do século passado, financiado pela extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM. Na ilha está localizado o Farol de São João, o segundo mais importante farol brasileiro, eleito pelos correios em 2000 para cartão postal e símbolo nacional. Os registros obtidos na comunidade de Bate Vento por meio da narrativa dos moradores dão conta de que os primeiros habitantes do local foram os pescadores artesanais, responsáveis pela principal atividade econômica da ilha, embora alguns tenham se dedicado à pequena agricultura de subsistência. Os moradores mais idosos da comunidade contam que as primeiras modalidades de pesca artesanal
introduzidas foram as de tapagem de igarapé, munzuá, tarrafa, curral e, depois, pela década de quarenta do século vinte, a zangaria, trazida pelos pescadores cearenses, como afirma Jacó Lopes Passinho, 68 anos, nascido em Bate Vento. Os comerciantes também tiveram papel importante para a comunidade, já que através do comércio forneceram aos moradores os gêneros necessários, comercializando os produtos produzidos pela pesca local. Dona Dalila Nair Passinho, 90 anos, que chegou na comunidade com doze anos, em 1926, conta que “o comércio na região era primeiramente itinerante; mais tarde, com o crescimento da população, os comerciantes foram aumentando e fixando residência nas comunidades. Em Bate Vento os comerciantes dessa época foram os imigrantes sírios da família Passinho e Anciff. Os comerciantes remanescentes dessa época, atualmente ali residentes são Jacó Lopes Passinho, Aquino Passinho e Caburé Passinho. Guará História
Na ilha de Guará a comunidade possui 94 prédios, com uma população residente de 296 pessoas, que vivem exclusivamente da pesca artesanal, mais precisamente da pesca do camarão de arrasto e muruada. Na comunidade não tem água potável, sendo o abastecimento feito pela água da chuva, engenhosamente recolhida durante o período chuvoso, e por barcos pipas durante a estiagem. No povoado tem energia, posto médico e grupo escolar.
A comunidade tem a origem de seu nome ligada a uma polêmica no que diz respeito à grafia: Guará ou Iguará. A antiga Superintendência de Campanhas de Saúde Pública - SUCAM, hoje Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, na década de noventa do século XX, através de alguns técnicos do órgão registraram em seus documentos estatísticos o nome Iguará para denominar a comunidade. Contudo, historicamente os moradores da comunidade e de regiões vizinhas conhecem o local como Guará. O levantamento de campo desta pesquisa verificou que os vizinhos e a maioria dos moradores da comunidade identificam a ilha como sendo Guará. O nome se deve ao ecossistema da ilha, rodeada por manguezais, o que favoreceu a proliferação de uma grande colônia da ave guará no local, antes de a ilha ser habitada definitivamente. Dona Dalila Anciff, 99 anos, residente na comunidade de Bate Vento, chegou na região em 1912 e afirma ter conhecimento do nome Guará para identificar a comunidade. Dona Bernarda Lisboa, 70 anos, que morou na comunidade de 1950 a 1961, fez a seguinte declaração: “quando eu cheguei aqui o nome que se chamava era mesmo Guará”. Seu Jove, o representante da família mais antiga da vizinha comunidade de Retiro, confirma: “desde quando eu me entidi aqui que se chama o Guará de Guará, num sei por que mudaro agora.” Contudo, outras pessoas da comunidade dizem que algumas pessoas de fora chegam chamando a comunidade de Iguará e, às vezes, até corrigindo alguns que pronunciam Guará; com isto, alguns moradores estão se acostumando com a nova denominação.
Guará é o maior centro de produção pesqueira de camarão do arquipélago de Maiaú. Segundo os pescadores, são produzidas duas toneladas de camarão sem casca durante a safra, na estação chuvosa. Para a captura, as modalidades utilizadas são as de muruada e arrasto pelas beiradas dos canais, croas e igarapés. O camarão do Guará é exportado da própria comunidade para o estado do Pará, além de outros lugares. Valha-me Deus. História
Valha-me Deus situa-se entre as comunidades de Guajerutiua e Carrapato, e o acesso à comunidade é feito pelo furo que leva o nome da própria comunidade, o furo do Valha-me Deus. A origem do nome da comunidade teve ligação com uma estória contada pelos nativos do local e das vizinhanças. Segundo eles, há muitos anos, na época da escravidão, alguns negros fugidos de algum engenho da região encontraram essa ilha deserta, que ficava escondida do mar aberto, possuindo apenas um igarapé de acesso (o furo). Os fugitivos teriam encontrado a ilha navegando numa tosca embarcação, tipo uma jangada, construída pelos próprios fugitivos. No percurso, suplicam por misericórdia e pediam a proteção divina com a expressão ”Valha-me Deus e Nossa Senhora”. Ao adentrarem o igarapé toparam com a recôndita ilha, e nesta aportaram, especificamente num local conhecido como Porto das Três Arrobas.
Neste local, elevaram umas ranchadas. Mais tarde, os fugitivos foram encontrados por um morador do povoado de Guajerutiua, que trabalhava como vaqueiro nos pastos da ilha, que até então não tinha nome. A notícia sobre a aventura dos negros se espalhou. Em seguida, com o povoamento da lha pelos primeiros moradores vindos de Guajerutiua, tornou-se necessário um nome para identificar tanto a ilha quanto a recente comunidade descoberta. Foi então que surgiu a denominação Valha-me Deus. Mais tarde, devido à extensa criação de gado na ilha, os vizinhos de Guajerutiua teriam tentado impingir um apelido ao local, em tom de caçoada, chamando o povoado de Boi Quára, que tem o significado de local com muito boi. O gracejo não foi aceito pela comunidade, que resistiu à denominação, restando na atualidade apenas lembranças desses tempos idos. A formação da comunidade de Valha-me Deus teve início no final da segunda metade do século XlX. Segundo dona Maria de Nazaré Gatinho, 94 anos em 2004, e que nasceu em 1910 em Valha-me Deus, seu avô Liodoro Garcia foi o primeiro morador e fundador da comunidade. Segundo ela, ele já morava no local quando os negros fugitivos aportaram, pois foi ele quem os encontrou. Liodoro Garcia era vaqueiro de uma boiada oriunda de Guajerutiua, onde morava; tangia o gado pela costa até a ilha de Valha-me Deus, que tinha pastos abundantes, indo e vindo pelo mesmo caminho todos os dias nessa labuta diária, o que o forçou a fixar residência no local, mudando-se com a família de Guajerutiua para Valha-me Deus.
Beiradão História Beiradão é a comunidade mais recente do arquipélago de Maiaú, e está situada nas margens do canal de considerável profundidade, que liga a ilha de Aracajá à de Mirinzal. No canal são elevadas grandes muruadas para capturar camarão de todo tamanho e espécie. È um grande centro produtor de pescado. A comunidade tem esse nome devido ao tamanho da beirada em que está situada, além de, segundo pescadores da região, existir mais acima, para as bandas do litoral norte um local habitado com aparência igual. Dessa forma, alguns dos primeiros moradores definitivos que antes se aventuravam em pescarias para as bandas do litoral paraense deram com um local muito parecido com o atual Beiradão maranhense, e assim batizaram o local com esse nome, onde fixaram residência em referência ao local paraense, que já era conhecido como Beiradão. Caçacueira História
“A linda ilha de Caçacueira, hoje povoado, tem um primeiro registro histórico assinalado no dia 8 de agosto de 1835, quando o navio Piragibe, tendo como comandante Nestor Guadalupe, que viajava para reconhecimento da costa maranhense, bateu num banco de areia (croa de areia na plataforma rasa). O mar, muito agitado, quebrava bastante, e os tripulantes do Piragibe tudo fizeram para salvar a embarcação, sem êxito.
A tripulação conseguiu salvar-se por meio de balsas construídas no próprio navio. Percorrendo a costa da ilha encontraram muitos pés de murici, de tal forma que deram para o local o nome de muricitina, que na língua indígena significa terra grande. Andando sempre para o poente, descobriram que a ilha era desabitada; então penetraram no interior da mesma à procura de alguma caça que viesse saciar a fome do grupo. Depois de muito caminhar, nada encontraram além de frutas silvestres, e logo puseram o nome da ilha de Caça Poeira. Caça porque adentraram a ilha em busca de caça, e Poeira devido à arrebentação das ondas na beirada da praia, quebrando e levantando tanta espuma que mais parecia muita poeira. Durante três anos, Caça Poeira ficou desconhecida da província. Somente a partir de 16 de Agosto de 1838 é que os colonos caçadores Pedro Aleixo, 64 anos, e Agostinho Paiva, 55 anos, deram novamente com a Ilha desabitada, quase que totalmente rodeada pelo oceano. Os colonos penetraram na ilha em busca de caça e nada encontraram a não ser diversos pés de cuia, encontrados ali em abundância. Desiludidos pela empreitada inútil resolveram colocar o nome da ilha redescoberta de Caçacueira, porque em vez de caça encontraram muitas cueiras. Com a notícia da redescoberta da ilha, ali começaram a chegar famílias e fixar residência. Caçacueira teve como seu primeiro morador o Senhor João Capataz, que era pescador. Mais tarde, o povoado foi organizado pelos senhores Eugenio José Machado, Vicente Ferreira Barros e Eleotério Ferreira.
Já bastante habitada por pescadores, Eleutério Ferreira, em uma de suas viagens a Cururupu, resolveu com a marinha fundar na ilha uma colônia de capazes. Um cidadão conhecido como seu Costa foi o responsável pela fundação da Colônia de Pescadores Z -10, em Caçacueira, tendo então o Dr. Trajano Marques ido para Caçacueira com o objetivo de instalar o escritório, chamando todos os pescadores dos demais povoados vizinhos para se colonizarem ali” (texto encontrado na comunidade de Caçacueira, sob responsabilidade de seu Dom). Urumaru História Essa comunidade deve seu nome ao tubarão urumaru. Segundo relatos dos moradores antigos da região, a localidade era uma área que abrigava grande concentração dessa espécie; ali, grandes cardumes apareciam com as abas dorsais dos tubarões apontando para fora da água, deixando impressionados aqueles que lhes observavam os movimentos de cócoras na beira do peral da ponta da croa. É uma das mais antigas comunidades do arquipélago de Maiaú, e que hoje se encontra em processo de desintregação. Retiro História A comunidade de Retiro fica localizada numa ilha sem denominação na mesma da antiga comunidade de Urumaru. Não foi possível identificar a origem nome Retiro na própria comunidade; os moradores mais antigos, em 2004, informaram desconhecer a origem do nome da comunidade,
alegando que quando chegaram ao local este já possuía tal denominação. Informaram ainda que a comunidade de Retiro, na atualidade, está no local que antes era conhecido como Tereré. Segundo os atuais moradores, o Retiro antigo está em local tomado pela maré no sentido da costa marítima da ilha. Retiro possuiu no passado uma característica de centro comercial das comunidades adjacentes. Durante a década de setenta e início da de oitenta do século XX o local foi um centro comercial que abastecia comunidades vizinhas como Urumaru, Guará, Mirinzal, Lençóis e Bate Vento. Era local de troca e revenda de produtos produzidos na região, além de outros trazidos pelos comerciantes para suprir as necessidades das populações nativas da região. A comunidade de Retiro encontra-se em estado de desintegração, apresentando uma densidade populacional bem inferior a uma década atrás, já que os moradores migram constantemente para o vizinho município de Apicum-Açu. Mirinzal História A comunidade de Mirinzal tem o nome da ilha em que está situada. A origem do nome se deve à abundância de uma árvore nativa chamada mirim, que produz uma doce fruta do mesmo nome. Trata-se de uma comunidade antiga em relação à possível idade do início do povoamento no arquipélago de Maiaú. Sempre foi um importante centro comercial do camarão torrado seco. De lá partiram, na década de setenta do século passado, rumo a Belém, no estado do Pará, grande quantidade de
camarão graúdo torrado, escoado dali pelos prósperos comerciantes da época. Segundinho ou Melão, o Rei do Camarão, atualmente comercializando em Cururupu, comprava por água, em média, nos períodos de safra, cerca de uma tonelada de camarão graúdo torrado em Mirinzal, entre os anos de 1975 a 1982. A povoação também teve origem no desenvolvimento da pesca artesanal no arquipélago de Maiaú, o que se constitui numa característica de todo o povoamento da região. Os primeiros moradores procederam de localidades mais antigas, a exemplo de Bate-Vento; segundo vários depoimentos, a povoação se deu por conta do fato de que alguns pescadores começaram a morar no local, pois a ilha se localiza em local recôndito entre as florestas de manguezais e furos com igarapés próprios para as práticas de modalidades como camarão de arrasto, rede de tapagem, currais, muruadas e fuzarcas, dentre outras, ficando assim a comunidade localizada bem próximo dos pesqueiros. Porto do Meio História Porto do Meio tem esse nome relacionado ao canal que serve de porto para esta comunidade, que é denominado de Furo do Meio. Localiza-se entre a baía de São João e a Barra do Machado. A comunidade faz porto em um local de fácil acesso em qualquer altura da maré, e por causa disto a localidade foi escolhida pelos pioneiros para fixarem residência definitiva. A comunidade tem sua história relacionada com o desenvolvimento da pesca artesanal na região, sendo as primeiras
modalidades ali utilizadas as de camarão de arrasto, rede de lanço, tapagem de igarapé, munzuá, tarrafa, linha de mão e arpão. Peru História Peru é uma comunidade que fica próxima das comunidades de São Lucas e Caçacueira, e tem seu nome relacionado com a ave marinha conhecida na região como Piru Piru (Haematopus palliatus). Segundo relatos de moradores, colhidos em 2004, o nome sofreu alterações ao longo do tempo, sendo abreviado simplesmente para Peru. A comunidade está situada nas margens do furo que liga a baía de Caçacueira (Jibóia) à baía de Guajerutiua (baía do Capim), na mesma ilha em que fica a comunidade de São Lucas. Peru apresentou no passado certa independência administrativa. A primeira escola pública da comunidade foi construída com recursos próprios
arrecadados
pela
colônia
dos
pescadores,
ficando
a
administração da escola a cargo da representação da colônia na comunidade. O primeiro ambulatório, a igreja, a rampa e a barragem foram feitas com recursos mistos de projetos e de comunitários. O primeiro morador de Peru, fundador do povoado, consta ter sido um pescador itinerante conhecido como negro Pubo, oriundo do município de Guimarães. Este pescador, em suas viagens de pesca, sempre se arranchava na ilha e, com o tempo, resolveu fixar residência definitiva no local. A partir daí outras famílias, oriundas de várias localidades seguiram o seu exemplo, dando origem à comunidade de Peru.
São Lucas História Esta comunidade apresenta a maior densidade demográfica do arquipélago. Tem seu nome relacionado com o santo São Lucas, seu padroeiro. Contam os mais antigos moradores que a água de São Lucas apresentava gosto ruim e coloração avermelhada; com a construção da igreja, tendo o santo como protetor. Os poços cavados nas imediações do prédio apresentavam água potável, clara e de bom gosto. A erosão presente no local fez com que a igreja fosse transferida de lugar, várias vezes. Para onde a igreja se mudava a água também ficava boa para consumo. Devido ao fato, a população resolver colocar o nome da comunidade em homenagem ao santo. O primeiro morador do povoado de São Lucas consta ter sido um negro pescador, oriundo da comunidade de São Bento de João Raposo, pertencente ao Município de Guimarães. Contam os mais idosos da comunidade que este pescador se aventurava em canoas pequenas, a remo, pelas reentrâncias maranhenses e, ao se deparar com a ilha, que ficava num dos pontos mais piscosos que este experimentara, fez uma ranchada e, mais tarde, trouxe família para o local e fixou ali residência definitiva. São Lucas, na primeira metade do século XX, foi comprado por um português identificado pela comunidade apenas como Valente, que foi grande comerciante e organizador da povoação. Segundo os atuais moradores,
Valente
monopolizava
o
comércio
e
controlava
a
administração na comunidade, cobrando imposto para a construção e
manutenção das moradias, sendo por isso hostilizado pela maioria da população local. Outro comerciante, Raimundo Machado, que também negociava pela região foi quem resolveu se estabelecer definitivamente em São Lucas, fazendo frente a Valente, que passou a persegui-lo. A disputa entre os dois acabou favorecendo a comunidade, que passou a se beneficiar com a concorrência. Então, houve um apoio maior da comunidade para o seu Machado, que veio mais tarde conquistar, segundo os entrevistados, a liberdade do povo de São Lucas, acabando com as taxas cobradas e fornecendo mercadorias com preços mais acessíveis para a comunidade. São
Lucas conta com uma organização social
bastante
desenvolvida para os padrões das comunidades do arquipélago. Possui uma delegação comunitária que age como estrutura de poder governamental, que tem poder outorgado pela comunidade para realizar prisões e resolver assuntos relativos à administração comunitária. Segundo a FUNASA, no ano de 2003, São Lucas possuía 1.145 moradores e 375 prédios. Carrapato História Carrapato tem sua primeira população oriunda das comunidades de Guajerutiua e Valha-Me Deus. Sandoval de Jesus Garcia, morador da comunidade, que contava 65 anos em 2004, informou que os primeiros moradores da comunidade foram seu avô e seu tio avô, Quintino Garcia
e Raimundo Garcia; no entanto, não soube precisar a data da chegada de seus antepassados na ilha. A principal vocação de Carrapato é, na atualidade, a pescaria de camarão de muruada, realizada no principal canal de acesso ao povoado. Nas origens da fundação da comunidade, a principal modalidade utilizada consta ter sido a pescaria com a modalidade zangaria, nos lavados que ficam em frente da comunidade, em lanços próprios para a captura do camarão graúdo. A ilha de Carrapato possui características semelhantes a tantas outras do litoral ocidental do Maranhão, apresentando uma densa plantação de coco, constando que um cidadão chamado Deusdete, mais conhecido como Pneu, foi o primeiro a plantar um coqueiro no local onde está situada a atual comunidade, estando ainda em pé no ano de 2005. Deusdete chegou em 1918 em Valha-me Deus, vindo do estado do Ceará. Ele trabalhava num pequeno circo que fazia apresentações pelo litoral, e enamorou-se por uma donzela nativa. Dessa forma, resolveu permanecer no local, casando-se com a moça, tendo se mudado em 1920 para a atual comunidade de Carrapato. Deusdete faleceu em 2003 aos 103 anos, vivendo cerca de 80 anos na comunidade, segundo seu Sandoval, morador de Carrapato. A origem do nome da comunidade está ligada à existência de muitos pés de carrapato ou mamona (Ricinus communis L.) nas imediações do porto principal da comunidade está situada nas margens
da entrada do furo de Valha-Me-Deus no sentido da barra de São João à barra de Guajerutiua ou do Capim. Lençóis História A comunidade de Lençóis está situada na ilha do mesmo nome. Mística e lendária, morada do encantado rei Sebastião, a ilha está inclusa no roteiro turístico internacional. Possui imponentes belezas naturais, compostas por verdadeiros monumentos paisagísticos, biodiversidade latente em todas as dimensões do ecossistema, rica tradição cultural, e variadas possibilidades de aventuras por dunas e canais. Na pesca artesanal com linha de mão tem os melhores pontos pesqueiros, e no período de março a junho as lagoas naturais complementam o conjunto espetacular de Lençóis. Com 108 prédios e uma população residente de 329 pessoas, a ilha
de
Lençóis
possui
duas
pousadas,
um
comércio
tímido,
apresentando possibilidade de pouso de pequenos aviões (quando a maré está seca na costa), transporte marítimo regular através do município de Apicum-Açu, posto médico, energia elétrica, telefone público e pessoal hospitaleiro. O sistema predominante da pesca artesanal na economia local é a pescaria com rabeadeira e caiqueira, responsáveis pela captura de peixes e camarões graúdos na área da costa. A comunidade da ilha de Lençóis teve na sua formação original uma população composta exclusivamente por pescadores artesanais oriundos de povoamentos mais antigas da região do arquipélago de
Maiaú. A vizinha ilha de Maiaú, onde fica a comunidade de Bate Vento nos fornece os dados indicativos de que os pioneiros moradores de Lençóis tiveram sua origem domiciliar nessa comunidade. Os moradores mais antigos vivos em 2004 afirmavam que seus antepassados eram moradores de Bate Vento. Benedito Silva, já falecido, e que contava 70 anos em 2004, residia na infância em Bate Vento, e declarou: “eu me mudei pra cá ainda rapaz, mas já trabalhava de pescaria aqui. Dona Dalila Anciff, 90 anos, moradora de Bate Vento, conta que nasceu na mesma comunidade, e desde que se entendeu como gente diz ser testemunha de que a maioria dos moradores da ilha de Lençóis saiu de Bate Vento. Segundo ela, “os primeiros moradores de lá de Lençóis eram daqui, porque o movimento das morrarias não permitia que as pessoas morassem lá, por que as morrarias entupiam as casas; os de mais distante voltavam logo, mas os daqui tinham casa aqui em Bate Vento e iam e vinham”. Dona Dalila ainda afirma ter sido o primeiro comerciante em Lençóis um comerciante de Bate Vento chamado Geraldo Lopes, que morreu em São Luis em 1986. Fatos inusitados de proporção histórica A ilha de Lençóis possui no seu contexto histórico questões relacionadas às tradições do sebastianismo, que não serão abordadas aqui, pois o fenômeno cultural é bastante explorado em vários estudos anteriores. Para efeito de informação, indicamos a leitura do texto abaixo:
“Em
Lençóis,
sobrevive
uma
lenda
bastante
conhecida no Maranhão: diz-se que, após a derrota do rei português Dom Sebastião, em Alcácer-Quibir, nas areias desertas do Marrocos, no século XVI, ele teria se encantado em Lençóis, na forma de um touro negro que aparece nas morrarias nas noites de São João. O sebastianismo se espalhou pelas colônias
portuguesas
ao
redor
do
mundo
e
representa uma catarse. Portugal, após a morte do rei, foi anexado à Espanha. Por conta da crise política, social e econômica, o povo português encontrou na idéia do encantamento de Dom Sebastião, que regressaria para salvar seu povo do domínio estrangeiro, uma espécie de esperança para os dias difíceis. A crença teria chegado, dessa forma, à ilha de Lençóis. No local, existe um Terreiro de Tambor de Mina (o equivalente ao candomblé, no Maranhão), e os mineiros cultuam Dom Sebastião, afirmando que os gázeos (albinos) e os demais moradores presentes ali seriam filhos dele, que permanece encantado no local ou nas redondezas” (SOUSA, 2007, p. 42-44). Ponta do Gino A Ponta do Gino fica situada na entrada do principal canal de acesso à ilha dos Lençóis. Possui este nome devido ao fato de um senhor
conhecido pelo nome de Gino ter habitado sozinho a ponta por um longo período. O local atualmente é utilizado por pescadores em salga, principalmente por pescadores de outras localidades; nas maresadas certas de pescaria se constitui numa verdadeira comunidade. A ponta está no mesmo canal principal de acesso à comunidade de Lençóis, sendo um local utilizado principalmente pelos camaroeiros de arrasto de Lençóis. Os Sete Infernos Os Sete Infernos é um trecho situado no mesmo canal principal de Lençóis, é uma meia curva que fica num trecho encoberto em relação ao vento, que nesse trecho fica eternamente brando. Este ponto do canal foi batizado pelos navegantes de canoas a vela com esta designação infame por causa do infortúnio causado por esta calmaria, que inviabiliza uma chegada rápida à comunidade num primeiro momento. Os pescadores, já esgotados da viagem e já muito próximos, ao avistarem as belezas paisagísticas e as facilidades oferecidas ainda têm que penar por algum tempo até atingir o porto de Lençóis. A Bastiana Depois do trecho dos Sete Infernos, abeirando a duna, o canal faz um pequeno lavado de lama e neste está localizado um pequeno igarapé. Esse lugar é conhecido pela denominação de Bastiana. No local, num trecho do mangue morreu uma senhora por nome Sebastiana, antiga moradora da comunidade de Lençóis, que trabalhava no local; daí em diante o local ficou conhecido como Bastiana. Porto do Agrado
Localizado onde hoje é o porto da comunidade de Lençóis. Segundo Raimundo Rabelo, 76 anos, que afirma ter nascido nesse trecho, lá teria sido o local da primeira comunidade fixa da ilha que se tem consciência. Agrado vem da possível agradabilidade do local, com desembarque em toda maré, e a água potável é adquirida por meio de cacimbas bem rasas. Contam os moradores que bastava arranhar o solo arenoso com as pontas dos dedos para se obter água em abundância, fato que pode ser constatado ainda hoje junto ao pé da morraria, sem muito esforço de quem testar a veracidade da afirmação. Braço Aberto A antiga denominação deste local, situado ao norte da ilha, de frente para o oceano Atlântico, era chamada de Ponta da Criminosa, em referência a uma ponta existente no município de Limodeua, no vizinho litoral do estado do Pará, que possui esta denominação. Consta que os pescadores de salga de Lençóis costumavam pescar costeando até o litoral do Pará, sendo a Criminosa de Limodeua um lugar com características geográficas muito parecidas com essa ponta da ilha de Lençóis, o levou os pescadores itinerantes residentes em Lençóis a batizarem a ponta na costa de sua ilha de Criminosa. Não há data precisa de quando começaram a falar em Criminosa em Lençóis, porém a denominação Braço Aberto é de 1985. Um pescador de pesca comercial oriundo da praia da Raposa, na ilha de São Luís, que se encontrava em atividade nas águas das reentrâncias maranhenses, em arriscada manobra escapuliu da borda da embarcação em que trabalhava no justo momento em que outra
embarcação semelhante se emparelhava com ela, de tal forma que, ao cair na água foi esmagado pelas bordas das duas embarcações, indo ao fundo para não mias ser encontrado pelos companheiros naqueles primeiros dias de busca. Algum tempo mais tarde, o pescador acidentado encostou morto e muito inchado na Ponta da Criminosa lençoina, tendo sido encontrado por moradores deitado de costa, com os peitos para cima e com os braços bem abertos. A partir daquele momento o local deixou de ser um plágio paraense para se tornar uma referência genuinamente maranhense, Braço Aberto. Mangunça História A Comunidade de Mangunça está localizada na ilha do mesmo nome, geograficamente situada na boca da barra de Cabelo de Velha ou Mangunça, de frente para o oceano Atlântico. Possui as mesmas características das Ilhas oceânicas do litoral do município de Cururupu. Porém, a ilha apresenta particularidades que a destaca das outras do litoral cururupuense, com ampla possibilidade de desenvolvimento a ser explorado pela comunidade nativa. As questões econômicas estão ligadas ao ecossistema local, favorecido pelas condições geofísicas da ilha, a maior da região, com espaço para a implantação de tecnologias inovadoras na produção de horticultura e com área para criação de caprinos, ovinos e bovinos nos amplos trechos da vegetação nativa existente entre a costa e os manguezais, além da tradicional pesca artesanal e comercial.
A posição portuária, situada na boca da barra, teve papel principal para a navegação comercial do litoral de Cururupu até meados da década de noventa do século XX, pois sua localização favorecia a saída e a entrada das embarcações freteiras atuantes no litoral de Turiaçu, Apicum-Açu, Bacuri, Serrano do Maranhão e do próprio município de Cururupu, que comercializavam em São Luís. O transporte freqüente favoreceu a inserção dos nativos de Mangunça na sede do município de Cururupu e na capital do estado. Na história da comunidade, algumas famílias se destacaram, como a família dos Azevedos, descendentes do senhor Félix Azevedo, nascido em Mangunça e falecido na mesma ilha em 1935. Seu Félix deixou uma prole proeminente, composta por profissionais liberais, técnicos, liderança sindical e mestres da educação. Na atualidade, as famílias mais antigas na comunidade são os representantes dos Azevedos e dos Fonsecas.
2.3 – HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ZONA CONTINENTAL DO MUNIUCÍPIO DE CURURURPU. Introdução As comunidades da zona continental do município de Cururupu são comunidades
portuárias,
que
foram
se
formando
conforme
a
movimentação crescente que com o tempo foi dando autonomia a região portuária. O
que no inicio servia apenas como via transitória de
embarque e desembarque de pescadores e cargas dos produtos
produzidos nas fazendas e pelo acanhado comercio da região com o tempo o desenvolvimento da pesca artesanal
os pescadores que se
deslocavam dos locais de origem passaram a residir nas áreas dos portos nas margens dos rios. Com o fim da escravidão a necessidade dos libertos pelo trabalho livre os levou a pratica da pesca artesanal como meio de subsistência fazendo com estes se deslocassem para fora dos domínios das fazendas indo favorecer a povoação da região da zona portuária fora do centro povoado do município. ACHILLES LISBOA História No inicio a comunidade de Achilles Lisboa era denominada “TUCUNZAL” devido a predominância da palmeira de Tucum no local onde se fixou a comunidade. Primeiramente existia o porto por onde a produção de pescado da região desembarcava. O constante movimento na área do porto determinou a existência da comunidade numa propriedade particular dos Srs. Luis Bueres e Edgar Barros da Silva. Mais tarde com a predominância da Família dos Almeida na comunidade estes batizaram novamente a comunidade com o nome de “PONTA DOS ALMEIDA” em 2000 um administrador do Município através do decreto nº... Mudou novamente o nome da comunidade, desta vez, em homenagem a uma eminente personalidade histórica nativa do município de Cururupu que se tornou notável personalidade brasileira o Dr. Achilles Lisboa: medico leprólogo,
botânico e poeta.; foi prefeito de Cururupu e governador do Estado do maranhão. Chega-se em ACHILLES LISBOA por estrada a partir da cidade de Cururupu, e por via marítima seguindo o curso do canal do rio da ponta, a parir da foz do rio Cabelo de velha que segue seu rumo depois de Achilles Lisboa, com o nome de cabeceira de santa Catarina. Achilles Lisboa é uma comunidade tradicional mista de pecadores artesanais e lavradores. Os principais produtos da produção na comunidade são a farinha de mandioca na lavoura e o camarão na pesca artesanal. MARACUJAT IUA.
Localizada a beira mar, na margem do rio mesmo nome, a comunidade fica numa antiga ilha, que por força de um aterro para facilitar uma estrada perdeu o estatos de Ilha passando a pertencer a faixa continental do municipio. No passado o local era conhecido como Ilha grande, com o crescente povoamento o nome do lugar passou a ser chamado de Maracujatiua COCAL: comunidade mista de agricultores e pescadores localizada na margem do rio Santa Catarina PRAINHA: Comunidade genuinamente oceânica onde a única capacidade produtiva é a pesca artesanal, com casas rústicas a comunidade esta inserida no
contexto tradicional do litoral ocidental do maranhão. Nela, é possível observar, a realidade cotidiana do pescador artesanal que habita a região isolada do continente maranhense.. TAPERA DE BAIXO Localizadona margem do Rio Uru
TEMAS CULTURAIS DO MUNICIPIO DE CURURUPU Cada povo apresenta sua particularidade cultural, que esta presente no próprio individuo e em tudo que o circunda. O cotidiano: o dia a dia; é o meio onde se processa o aprendizado do ser, nele, se constitui a sabedoria, de uma forma ou de outra: seja no desenvolvimento do intelecto por meio da disseminação de conhecimentos acadêmicos ou no simples acumulo de aprendizados adquiridos empiricamente durante todo o processo da evolução humana. O Município de Cururupu possui um acervo cultural de relevante importância nacional, suas tradições no campo da historia, das etnias, do
patrimônio
arquitetônico,
dos
sítios
arqueológicos,
das
manifestações artísticas e dos saberes imateriais de toda sua população, formam o conjunto de seu patrimônio cultural. Cultura afro descendente:
A escravidão imposta pelos povos do ocidente aos povos do continente africano durante os séculos XVII, XVIII E XIX, significou para a Europa a manutenção do domino imperial sobre o resto do mundo. O progresso a prosperidade e a decadência de uma casta imperial sacrificou e desestruturou vários povos e conseqüentemente suas culturas tradicionais. O Brasil foi destino destes povos, trazidos trancafiados em porões de navios pelo trafico, em negociatas lucrativas, determinantes para continuar o processo escravista que durou quase quatro séculos. Com o fim da escravidão diversas nações desestruturadas nos campos e fazendas, construíram formas de sobrevivências conforme as condições de cada de local, meio ambiente e social. A miscigenação entre povos e nações. Entre os aborígines nativos, africanos
e
europeus
fundamentou
uma
cultura
especifica
e
diversificada, quando se trata das muitas microrregiões do Brasil. No
Maranhão
este
processo
análogo
ao
geral,
com
suas
particularidades, apresenta um cenário amplo que vem sendo investigado
por
diversos
setores
dedicados
à
busca
de
esclarecimentos conforme interesses de cada setor da sociedade, por essa razão existe uma amalgama de estudos sobre o assunto. No Município de Cururupu neste Estado, existe um patrimônio cultural estacionário em varias comunidades remanescentes de negros, indígenas e europeus, com predominância eminentemente negra. Cada comunidade possui sua singularidade conforme o sistema
cognitivo específicos construído durante o período relativo do desenvolvimento cultural sedimentado durante séculos. Este patrimônio precisa ser resgatado do seu estado latente para assumir o papel principal na luta pela identidade das comunidades de Cururupu. Ruínas As ruinas estão presentes nas imediações da cidade de cururupu assim como em seu interior (fotos com legendas)
CARRO DE BOI “Boeiro” em Portugal, “carreta” nos pampas gaúchos e “cambona” em algumas regiões do interior do Brasil, o carro de boi já era conhecido dos chineses e hindus. Também os egípcios, babilônios, hebreus e fenícios utilizavam o transporte “via bois”. Mais tarde, os europeus, quando se lançaram à colonização da África e da América, fizeram do boi um item indispensável da carga das caravelas Tomé de Sousa – primeiro governador-geral do Brasil – trouxe consigo carpinteiros e carreiros práticos e, em 1549, já se ouvia o “cantador” nas ruas da nascente cidade deSalvador. A presença do carro de bois também é mencionada no “Diálogo das Grandezas do Brasil”, de Ambrósio Fernandes Brandão (segundo Capristano de Abreu, páginas 38 e 64, 1956): “É necessário que tenha (…), 15 ou 20 juntas de bois com seus carros necessários aparelhados (…)”, e mais adiante, “A vaca,
sendo boa, é estimada a (…), e o novilho, que serve já para se poder meter em carro, a seis e a sete mil réis (…)”. [ Nos primeiros tempos da colonização, além de manter em movimento a indústria açucareira - da roça ao engenho, do engenho às cidades, o carro de bois mobilizava a maior parte do transporte terrestre durante os séculos XVI e XVII. Transportavam materiais de construção para o interior e voltavam para o litoral carregados com pau-brasil e produtos agrícolas produzidos nas lavouras interioranas. No Brasil colonial, além dos fretes, o carro de bois conduzia famílias de um povoado para outro – muitas vezes transformado em “carro-fúnebre” e os carreiros precisavam lubrificar os cocões para evitar a cantoria em hora imprópria. [ No início do séculos XVI, o carro de bois era ainda absoluto no transporte de carga e de gente. No Sul, no Centro, no Nordeste, era indispensável nas fazendas. No Rio Grande do Sul as carretas conduziam para a Argentina e para o Uruguai a produção agrícola. Na Guerra do Paraguai, os carretões transportaram munições, víveres e serviram ainda como ambulâncias. Em meados do séculos XVIII, entretanto, com o aparecimento da tropa de burros, o carro de bois perdeu sua primazia. Mais leves e mais rápidos, os muares não exigiam trilhas prévias e terrenos regulares. No final do século, vieram os cavalos para puxar carros, carroças e carruagens, e o carro de bois foi proibido por lei de transitar no centro das cidades, ficando o seu uso restrito ao meio rural
Os veículos motorizados aceleraram o processo de decadência do carro de bois no Brasil, na Argentina, em Portugal, na Espanha, na Grécia, na Turquia, no Irã, na Indonésia e na Malásia. Contudo, em todos esses lugares, artesãos continuaram a construí-los e a aperfeiçoá-los e, graças a essa gente, o carro de bois persiste na sua marcha pela história.
Introduzido pelos colonizadores portugueses o carro de boi difundiu-se por todo o país, existindo ainda no meio rural nordestino O carro de boi foi um dos principais meios de transporte utilizados para transportar a produção das fazendas para as cidades, mas ainda é utilizado em algumas regiões do país. Em alguns municípios, como em algumas regiões do interior brasileiro, ainda há fazendeiros que realizam mutirões de carros de bois para transportar suas produções agrícolas e também outros produtos. O som estridente característico do carro de bois, chamado de canto, lamento ou gemido, também faz parte da nossa cultura. Carro de boi no Maranhão O carro de boi por sua representação imaterial, constitui uma particularidade do patrimônio tradicional maranhense. No município de Cururupu este instrumento esta presente por toda a extensão da produção agrícola e resiste
aos avanços tecnológicos no ramo dos
transportes. A utilização do carro de boi para transportar carga remonta
séculos, desde o inicio da colonização nas terras da baixada maranhense até os dias atuais. As formações das antigas fazendas tiveram no carro de boi a mais importante estrutura para o desenvolvimento da produção e do comercio, pois somente este era utilizado para carregar os produtos movimentavam a economia da era colonial cururupuense. Na atualidade o mesmo carro de boi continua imponente trafegando nos caudalosos caminhos
sulcados
em
profundas
barreiras,
que
por
suas
particularidades, impedem o trafego de outros meios de transportes. Os caminhos são estreito por serem feitos conforme a o carro trilha, sendo rasgados por entre o matagal, conforme o tempo e variedades do solo, vai traçando os sulcos, que cava em certas partes três metros de altura, formando barreiras sinuosas ao longo do percurso. Trilhas As trilhas dos carros de bois juntamente com estes, formam um conjunto imaterial cultural que remete o município para uma representação medieval do trabalho e do sistema de transporte de cargas utilizado na Europa do século XII. Há um conjunto de antigos caminhos de carros de bois que estão presentes por toda zona rural de Cururupu, sinalizando a movimentação e o deslocamento dos antigos habitantes, identificando na história a existência de um passado que simbolicamente continua presente nos rastros deixados grafados na extensão destas trilhas, na
singularidade imaterial representada no subjetivo impresso no solo dos antigos caminhos. Características do carro de boi Os carros de boi são constituídos por: uma carroceria que se assemelha as carrocerias de carroças traçadas a jegues; com a diferença de que as dos carros de bois possuem apenas uma peça central e uma canga com duas alças que prendem dois bois no pescoço, no meio da carroceria passa o eixo que prende as rodas com... metros de diâmetro. constituem uma particularidade do patrimônio cultural de Cururupu, são tradicionalmente utilizado no transporte de cargas e de pessoas, quando estas se deslocam para o centro do município para realizarem o trabalho na lavoura principalmente a da mandioca. Ao longo do tempo
a população da zona rural tem este
transporte como a principal forma de viajar pelos caminhos acidentados, que os levam aos distantes locais de trabalhos, as idas e vindas dos carros de bois com suas grandes rodas de madeira coberta na circunferência por tiras de zinco, fincam nas estradas sulcos que medem até dois metros de altura, assim os viajantes quando partes dos caminhos ficam intrafegável, estes fazem picadas paralelas para seguirem as rotas do dia-a-dia. O carro de boi em Cururupu é uma necessidade que esta longe de ser substituída por completo, na região o terreno usado na lavoura de roça no toco impossibilita a sua substituição. Pois as rodas de madeira e ferro resistem as farpas e tocos das picadas nas roças, enquanto que os
transportes
modernos
com
rodas
de
borrachas
não
resistem.
Entendendo que a cultura da lavoura tradicional vai permanecer por muito tempo, o que significa que esta fundamental ferramenta: o carro de boi subsistirá enquanto existir a lavoura de mandioca e outras culturas no roçado para queima. O carro de boi é um meio de transporte com tração animal: como o próprio nome sugere; é puxado por dois bois, que vem sendo utilizado como meio para transportar na lavoura da roça no toco ou cinza ( aquela em que é feito o roçado e a queima da vegetação para em seguida fazer o plantio) desde os primórdios da lavoura no município de Cururupu. Sua estrutura é montada em peças de madeira. A cantiga O carro de boi, ao se deslocar carregado emite um som característico: um chiado agudo e prolongado, que se ouve a distancia, segundo alguns usuários que o chamam de “cantiga”, este som serve como sinalizador sonoro que avisa a existência de trafego pelo carro de bo: dado as particularidades dos caminhos que são muito estreitos, sendo sempre na largura do próprio carro e em algumas partes sulcados em altas barreiras, só podendo passar um carro de cada vez; quando alguém ou outro carro vem no mesmo caminho, o som serve para avisar que vem um ou mais carros em direção contraria, ai na extensão do caminho, existe vários desvios que servem para um dar passagem para o outro. Estrutura física do carro de boi
O carro de é fabricado em pequenas oficinas espalhadas pela sede e interior do município, por mestres artesãos da carpintaria tradicional do Maranhão. A principal peça que é a estrutura central do carro que liga atração (os bois) a mesa (carroceria) é chamado de cabeçalho; numa extremidade a que prende os bois; está a canga fixa pelo engate que atravessa a ponta do cabeçalho por nome Xaveta. A Xaveta e amarrada por uma corda de coro (Tamoeiro) para fixar no cabeçalho. Na Canga estão duas pequenas peças, uma de cada lado, a está peça da-se o nome de cansir ou Cansio: deles saem duas cordas de couro chamadas de brochas;que fixa o pescoço dos bois na canga. Na outra parte do cabeçalho que corresponde as rodas, está a mesa (carroceria) o chão da mesa é formado por um conjunto de peças, descritas a seguir: os ricavens
são duas vigas de madeiras quem atravessam o
cabeçalho, na diagonal, sendo que o cabeçalho os suporta no meio formando o suporte; para forma a parte da frente e de traz da mesa; as extremidades dos recavens do lado direito e esquerdo no sentido vertical formando um par estão as Xedas. Presas como suporte do assoalho da mesa por onde vão ser estendidas as tabuas da mesma; saem um conjunto de 6 (seis) peças chamadas “Relhas”, e ainda se4parando as ditas relhas em dois conjuntos de três está o “relhão”.
A mesa tem como suportes laterais para segurar a carga do carro duas peças; chamadas de Sèbias as Sébias são formadas por outras peças enfiadas gume das xedas que recebem a denominação de fueiros por eles; são atravessadas varas formando uma esteiras de madeira (Taipás). Os carros possuem duas grandes rodas, construídas com madeiras de lei. Estas rodas são formadas por três partes: a central; e as laterais, ou o meio e as bordas: no meio de cada roda estão as partes chamadas de mião., nestas estão os buracos onde fixão as partes estremas do Eixo denominadas As partes laterais das rodas são conhecidas como encostos e meia lua. As os ferros são arcos de ferro que circundam as rodas para garantir a junção das partes das rodas e oferecer resistência no desgastes das mesmas. As rodas são presas no eixo por meio de um engate chamado mião que possui
um
receio
chamado
contra-mião,que
assenta
no
eixo
possibilitando a movimentação do eixo numa circulação sobre si. Para que isto ocorra existem duas outras peças de junção fixas uma de cada lado nas xedas em que estextremidas destas peças que se prendem no eixo são em forma de grafo; as estas peças dar-se o nome de cantadeiras; da fricção destas peças com o eixo saem o som característico do carro de boi quando se movimenta. FERRAMENTAS UTILIZADAS NA FABRICAÇÃO MANUAL DE CARRO DE BOIS EM CURURUPU: Trado;
Batola: Raspadeira; Machado; Graminio; Gastalho; Trena; Mancêta; Formãos; Furadeira;
Festas e festejos As manifestações da cultura popular no Município de Cururupu se dão no contexto das comemorações santificadas nos terreiros de Tambor de mina nas comunidades da zona rural e urbana, nestes festejos são reunidos diversos segmentos: o Reggae, o Tambor de Crioula e de Mina são um misto nas festas religiosas tradicionais. O calendário destas manifestações se dá de acordo com a data indicada para a comemoração dos dias dos Santos: Santa Luzia, são Benedito, Santa Bárbara, São Sebastião dentre outros que não obedecem às temporadas. O BumBa meu Boi onde se destaca o Sotaque Costa-deMão que genuinamente cururupuense se manifesta com forme o
calendário da temporada junina no Maranhão. O Carnaval é tido como festa tradicional reúne diversas brincadeiras dentre elas estão algumas nativas, alem da apresentação de enredos tradicionais do carnaval nacional. A maioria das festas populares em Cururupu (como em todo o Brasil ) está vinculada ao calendário religioso e nelas se misturam aspectos sagrados e profanos. Dentre as que ocorrem anualmente, destacamos as mais importantes: Bumba-meu-Boi: seus participantes vestem-se de roupas coloridas e decoradas com fitas bordadas. Todos dançam e cantam animados por uma
orquestra
composta
geralmente
de
maracás,
chocalhos,
tambores e pandeiros. As apresentações desta manifestação folclórica têm início em junho, prolongando-se até princípio de novembro. No Municipio se desenvolve uma categoria particular, com origem no proprio municipio o Bumba-meu- Boi de costa de mão. Pastores e Reis: são apresentados de 24 de dezembro a 06 de janeiro, relembrando a visita dos Reis Magos e dos Pastores ao Deus menino; Tambor-de-Crioula: é realizado durante a semana dos festejos de São Benedito. São três os tambores. O primeiro chama-se " tambor grande "(o nome já diz, é o maior e funciona como o solo do conjunto); o segundo, chama-se " sucador "(é o de tamanho médio e tem a função de segurar e dar o ritmo na marcação) e o terceiro chama-se " quirimbador "(é o menor tambor, faz o som mais rápido, dando maior
alegria). A função dos homens é tocar os instrumentos e tirar as toadas, enquanto às das mulheres, é de dançar e cantar; Caixa do Divino Espírito Santo: varia entre 09 e 13 noites do mês de maio. Os participantes são figuras que retratam o Brasil dos tempos coloniais em louvor ao Espírito Santo , ao som dos tambores (as caixas). O tocar da caixa imita o farfalhar das asas do Divino Espírito Santo, lembrando sua vinda à terra. Festa de São Benedito: sua realização varia entre os meses de setembro e outubro. Celebrada desde antes da abolição da escravatura, esta festa tinha caráter pagã, conforme os costumes africanos. Era conhecida por Festa dos Pretos. Hoje é dirigida pela Igreja Católica e tem a duração de uma semana. No domingo um cortejo percorre as ruas da cidade levando a imagem do Santo e, de volta à igreja, realiza-se a celebração de missa solene. Após os atos religiosos, a festa do glorioso São Benedito ganha espaço no arraial montado em frente a igreja, com a apresentação tradicional do Tambor de Crioula. Grupos Folclóricos: organizam-se especialmente na temporada junina, constituindo assim um belo espetáculo aos cururupuenses e visitantes com brincadeiras de quadrilha, dança de São Gonçalo, dança do coco e dança da cana- verde. Carnaval: é considerado um dos melhores do Maranhão, atraindo os filhos da terra que nela não mais residem e outras pessoas que a visitam nessa época. Todos os clubes envolvem-se na alegria do carnaval promovendo bailes. As ruas são decoradas com motivos
carnavalescos para que desfilem as escolas de samba e os blocos da cidade. Bloco Organizado OMINIRÁ: Ominirá siginifica liberdade em yorubá dialeto Nagô.Fundado em 1993, o bloco se matem na tradição como manifestação da cultura africana e afro-brasileira no Município de Cururupu, busca manter viva a historia do povo negro. A maioria dos temas são direcionados conforme fatos que venham buscar a memória na tradição das particularidades vividas nas comunidades afrodescendentes. O primeiro tema, o de 1994. foi “O LAVRADOR” ´pelo fato de que a lavoura ser a maior ocupação dos negros em Cururupu.O tema para 2007 traz a lei Federal nº10639, que torna obrigatório a aplicação no currículo oficial para o ensino médio e fundamental das escolas publicas e particulares nas disciplinas de Historia , literatura e educação artística, a história da cultura africana e afro-brasileira. Se apresenta na passarela no domingo de carnaval. O bloco tem origem na organização social. Grupo De Consciência Negra De Cururupu(GCNC). OBAYOMI , a palavra significa “encontro Felix em yorubá. A filosofia do Obayimi tem como finalidade divulgar o movimento negro do município de Cururupu no Estado do Maranhão. O grupo tem objetivos sócio-cultural: pretende realizar programas em parcerias para o desenvolvimento da consciência e da cultura do povo cururupuense.
Em 1997 desenvolveu oficinas de dança e percussão em parceria com a administração municipal em escolas do Município. TAMBOR DE CRIOULA: Comunidades Quilombolas. É um tambor que se apresenta na passarela no domingo. É um agrupamento composto por representante de cinco comunidades quilombolas do município de Cururupu: as comunidades de Entre Rios, Cundurus, boa Vista,Outeiro de Mateus e Santa Rita. BLOCO TRADICIONAL: Mocidade independente Pinico do Samba. O bloco se apresenta no domingo de Carnaval, mas precede de inúmeras concentrações que começam na sexta feira de carnaval e vai até quarta feira de cinzas. BLOCO ORGANIZADO Espoleta da folia. sai domingo puxado,por trio elétrico. BLOCO DE RUA: Bate Lata. O Bate Lata saiu pela primeira vez em 1991, o bloco entra em cena na sexta feira der carnaval. Sai oficialmente no domingo à tarde, desfilando na passarela do samba.
A brincadeira é embalada por
banda de Músicos com instrumentos de percussão e sopro. O traje é uma camisa que muda de arte a cada ano. Quando passa arrasta multidões. Grêmio Recreativo Escola de Samba AGUIA DO SAMBA A Águia foi concebida em 1950 na praia de Lençóis por um grupo e pescadores da cidade de Cururupu que estavam relaxando em cima da morraria na época carnavalesca daquele ano. Os pescadores: Davi Salgado, Pedro Lisboa, Silvino e Ladislau Almeida. Decidiram que no
ano seguinte findariam uma escola de samba em Cururupu. E assim em 1951, a Águia do Samba desfilou no Carnaval da cidade de Cururupu. Artesanato: O artesanato identifica uma pratica em alguns casos ainda um estagio primário: a arte com cerâmica que reproduze a cultura indígena encontra-se funcionando muito timidamente.
TRADIÇÃO NAVAL A navegação começou nos rios e alcançou os estuarios, abrindo as portas dos oceânos para o comercio, as grandes viagens, as grandes descobertas.
O Renascimento Europeu teve no desenvolvimento técnico-científico uma de suas principais características. Acompanhando as profundas transformações do pensamento humanista, especialmente na península Ibérica, desenvolveu-se um dos ramos mais importantes da arquitetura do período – a arquitetura naval. Este Projeto visa analisar, especificamente, a história da construção naval portuguesa, nos séculos XV-XVI – fase decisiva da expansão européia e das chamadas viagens do descobrimento. Um dos aspectos mais interessantes do tema, já detectado durante as primeiras leituras, é o fato de que a imensa maioria dos muitos construtores navais que trabalhavam nos estaleiros portugueses não possuía qualquer formação técnica específica da
carpintaria ou engenharia naval, baseando suas construções nas próprias experiências acumuladas em situações passadas.( ABREU, 2004) A origem da colonização do Brasil, esta ligada ao mar, ás habilidades dos navegantes Europeus, principalmente dos Portugueses, aos conhecimentos das tribos litorâneas, dos nativos índigenas de todas as praias de armação do país. PRATIMÔNIO NAVAL DE CURURUPU O patrimônio naval do município de cururupu tem origens na tradição das da tecnicas de engenharia de navegação dos Portugueses e dos indigenas nativos que trafegavam os canais em pequenas canoas. As esperiencias desenvolvidas pelos colonizadores no tocante a navegação que foi bem desenvolvida no período da colonização tendo o maranhão como lugar estratégico no contato com a metropole portuquesa pelas condições
dos ventos e distância favoráves ,em
relação as outras capitanias mais ao sul. A produção naval no Município de Cururupu passa pela arte naval desenvolvida pelos meios tradicionais através dos séculos. Na sede do Município encontram-se três principais estaleiros em funcionamento que fabricam de forma rústicas, embarcações: pequenas , de médio e grande porte inclusive nos últimos anos foram feitos dois iates comercias encomendados para operar no mercado do turismo de luxo.
Estão espalhadas pelas zonas portuárias do município as praticas de fabricação de pequenas embarcações utilizadas pela pesca artesanal e nos transportes que ligam as comunidades da zona costeira com a terra firme. O Município de Cururupu compõe com destaque o patrimônio naval
maranhense.
A
carpintaria
naval
de
Cururupu
abriga
características particulares específicas da navegação nas reentrâncias Para - maranhão. No Município, a construção naval tem relevância, pela existência de grandes mestres. Ao longo dos séculos o saber tradicional local vem sendo passado de geração a geração, até os dias atuais. A construção de embarcações de diversos modelos oriundos inclusive, de outros Estados brasileiros, representam o domínio de técnicas, que extrapolam os limites exigidos pela navegação tradicional local. A técnica tradicional é dinâmica na diversidade aplicada na construção de
embarcações
específicas
da
navegação
nas
reentrâncias
maranhenses, os modelos que formam o conjunto do patrimônio particular de cascos e velas, das canoas projetadas para navegar por entre canais cercados por florestas de mangues com até trinta metros de altura, e ao mesmo tempo, em mar aberto, na rasa plataforma costeira do litoral ocidental do Maranhão. São exemplo os “Bastardos e Curicacos que outrora eram os únicos utilizados na pesca artesanal que hoje na sua maioria substituiu a navegação de propulsão à vela pela motorizada levando estes dois modelos à beira da extinção, restando muito poucos bastardos em
atividades na pesca artesanal e um número mais reduzido ainda de Curicacos. Os artesãos navais de Cururupu dominam técnicas de construção que estão alem da desenvolvida a partir apreensão dos mestres formados pelos mestres do Município de Guimarães do final do século XIX e inicio do século XX que serviam apenas para serem utilizadas na pesca artesanal e no transporte de cargas. O domínio da carpintaria naval em Cururupu passa pela construção de escunas, iates embarcações de pequeno, médio e grande porte para navegar em rios, Lagos e oceanos. Assim como também se apropriaram de técnicas de construção tradicionais oriundas de outros estados como Ceará e Pará é o caso das Bianas e Botes que são construídos e reparados nos estaleiros do Município. O maior estaleiro em Cururupu opera com um maquinário mecânico elétrico e manual, sua capacidade de consumo de madeiras, segundo um de seus proprietários é de 15 metros cúbicos o de trabalham cerca de
vinte
pessoas
entre
mestres
e
auxiliares,
nele
são construídos as maiores embarcações aplicando o modelo industrial naval para escunas e catamarãs. O segundo trabalha com ferramentas elétricas e manuais constrói embarcações de pequeno e médio porte, sendo especialista nas embarcações que são construídas no Maranhão. A carpintaria naval de Cururupu conta com uma gama de pequenos estaleiros que funcionam de forma mista entre carpintaria naval e marcenaria mobiliaria.
Tendo também mestres isolados que trabalham por conta própria em seus quintais, ou quando são solicitados os seus serviços em portos nas comunidades e em até outros Municípios da região. “MESTRE ZÉ SACOLA” O Senhor José Ribamar pires o “Zé sacola” 68 anos, é um sujeito de fala fácil e desembaraçado,conta como aprendeu o oficio da carpintaria naval ainda aos doze anos com o mestre Candido Rosa Reis, do Município de Guimarães. Zé Sacola foi aprendiz de carpinteiro naval com mestre Cândido, na construção das embarcações que este construía em Cururupu Conta “Zé sacola” que mestre Candido na década de cinqüenta construía embarcações Cargueira de encomenda para os comerciantes de Cururupu, barcos como o Copacabana, Achada Silva e o Miranda filho, este ultimo de propriedade do Senhor Pedro Miranda, são alguns nomes das embarcações construídas pelo mestre Candido que estão na memória de Mestre “Zé sacola”. “Zé sacola” mora no bairro de três corações na sede do Mu8nicipio de Cururupu, este reside numa pequena
casa de alvenaria de tijolo
aparente, trabalha só, no quintal de sua própria casa, já os filhos que aprenderam o oficio com ele, foram morar na cidade e perderam o víeis da tradição, sua mão de obra para construir uma canoa de 6 metros custa Mil Reais, para pequenas reformas cobra diárias que variam de acordo com a camaradagem. Em 25 de outubro de 2009, Mestre Zé Sacola, está construindo uma canoa de 6 metros que será bastardo e
está começando a reforma de outra, que vai virar bote motorizado. MESTRE
PEDRO
LIXA
O Mestre Pedro moura se dedica a carpintaria naval no Município de Cururupu desde os 17 anos de idade, Pedro lixa é um artesão que trabalha solitário na construção e recuperação de embarcações de médio e pequeno porte, nas mais variadas comunidades da zona costeira do Município de Cururupu, Apicum-Açu, Bacuri, Turiaçu e n`outras localidades fora do Litoral ocidental, chegando a prestar serviços em axixa Humberto de campos e Barreirinhas. DEPOIMENTO
DO
MESTRE MANIQUITO
SOBRE O TRANSPORTE DE MERCADORIAS VIA PORTUARIA EM CURURUPU/MA Entrevistei “Maniquito” na casa de uma irmã do próprio, que viajava e ele lá, residia provisoriamente. Jose Ribamar Viana (Maniquito) nasceu na comunidade de GUAJERUTIUA no litoral de Cururupu em 1935, aos 20 anos passou a trabalhar embarcado nas embarcações freteiras da região numa de suas vagens, por volta de 1956 a bordo do Iate da Liberdade, do comerciante em Cururupu Pedro Silva. Que carregava sal na rota marítima para o Estado do Pará de onde trazia gêneros para comercializar em Cururupu. Quando fazia vagens para O estado do Piauí levava Farinha e trazia gêneros e outros produtos. Maniquito conta que durante uma volta de Parnaíba, rota constante do desembarque da farinha de mandioca produzida em Cururupu naquela época.
O barco de propulsão a vela,tinha formato dos iates da época: com dois mastros e três velas; uma vela grande içada pelo mastro de traz, uma vela menor chamada traquête içada ao mastro menor na frente, e a vela içada do pau de giba para o mastro menor chamada estais. O Iate da Liberdade tinha capacidade de carga de 60 toneladas carregava em seu porão 1.200 paneiros de farinha, por sinal era esta a carga que levou para Parnaíba. Maniquito afirma que era o encarregado da embarcação nesta viagem. Depois da venda da farinha Pedro Silva rumou ao encontro de Sebastião Furtado; rico fazendeiro de Parnaíba, a intenção era fazer negócios para adquirir produtos comercializáveis no município de Cururupu, lá os dois comerciantes e fazendeiros negociaram. A carga do Liberdade foi composta de 250 sacos de Feijão,50 sacos de arroz,18 “barrigudos”(boi novo)um casal de porcos,dois cavalo e duas éguas, quatro burras,duas peças de ferro para fazer fornos de torrar farinha de mandioca e duas mil telhas. Esta precisão da composição da carga na memória de Maniquito da-se ao fato de ele ser o encarregado da embarcação; isto lhe obrigava a controlar a carga e outras atribuições relativas a tripulação como por exemplo o comando dos marinheiros providenciar os mantimentos da viagem a responsabilidade pela carga. Outra situação que contribuiu para a preservação da memória do entrevistado foi um quase acidente que aconteceu na volta, o barco correu risco de naufrágio por conta da sobre carga fato que segundo maniquito ele já havia alertado na hora do
carregamento em Parnaíba, o que foi ignorado pelo proprietário da carga e embarcação, que se encontrava ingerindo bebida alcoólica. IATE NOVA AURORA O Barco denominado Nova Aurora pode ter sido o primeiro barco de propulsão a motor que navegou de Cururupu para outras cidades do Maranhão, Piauí e Para. O Novo Aurora era de propriedade do Fazendeiro Manduca Ribeiro da Cruz Dono da fazenda Aliança que se dedicava o Plantio da cana de açúcar e o Fabrico da Cachaça aliança produto que alcançou mercados lucrativos fora de Cururupu. Este barco serviu para carregar os maquinários do Antigo Moinho a vapor que começou a funcionar na fazenda aliança na segunda metade do século XIX nos domínios Geográficos do Município de Cururupu.
BASTARDOS NO MUNICIPIO DE CURURUPU NO MARANHÃO O patrimônio naval do Estado do Maranhão apresenta mais uma particularidade excepcional: trata-se de um modelo de embarcação tradicional desenvolvida durante a primeira metade do século XX nas reentrâncias maranhenses, para ser utilizada na pesca artesanal de beira nos lavados dos diversos municípios da região, que hoje se encontra em fase de extinção. O Bastardo é uma embarcação de propulsão a vela e a remo, própria para
trafegar
nas
águas
dos
caudalosos
furos,
canais
e
desembocaduras de rios que deságuam nas inúmeras baias das reentrâncias maranhenses.
O Município de Cururupu detém a maior frota deste modelo naval. Em
função
das
particularidades
da
navegação
nas reentrâncias maranhenses, entre os canais e furos, o vento sopra por cima das copas dos manguezais
e exige que
as velas
das
embarcações que circulam pela região, sejam alongadas para cima a fim de poder captar as rajadas que circulam por cima das copas. O
Bastardo
é
cavername,sem
uma quilha,
embarcação medem
6
construída metros
de
com
tabuas
sob
comprimento
em
media.Utilizado nas modalidades da pesca artesanal o como; zangaria rede de lanço, curral, tapagem de igarapé, Fuzarca e outras em menor escala. O Formato da estrutura é igual a descrita para o igarité “Sua estrutura, como a das bianas, é feita com cavernas de três paus cuja quantidade varia de acordo com o comprimento da embarcação, já o formato das cavernas é diferenciado
e
apresenta
um
desenho
arredondado que vai determinar o fundo também redondo e a ausência de quilha” (Artimanha modelismo, 2009) O bastardo tem o formato de casco da canoa costeira, porem com convés aberto atravessado por bancos ao meio: possui um mastro que serve para suportar uma verga da vela principal e um cabo da vela secundaria; as velas são em
formatos retangulares, a principal é
sustentada por uma verga, a secundaria e segura com um cabo que vai do mastro para a proa.
O bastardo vem sofrendo mudanças, e assim, perdendo sua principal característica a vela auxiliada por um mastro que dar suporte para a verga que
é a principal sustentação da panagem da vela principal.
Com esta mudança o bastardo perde sua identidade e passa a ser chamado de “esfola”. O “Esfola” possui o mesmo casco e as
mesmas
velas do bastardo porem perde o mastro e modifica os arreios ou as “ensalsas”(peças formadas de moitões e cabos
que servem para
dar sustentação as velas e beleza nas embarcações: pois estas formam uma decoração ao estilo desta especificidades da navegação). O “Esfola” oferece mais praticidade para navegar içamento da vela do
que o bastardo
o
bastardo é necessário três pessoas no “Esfola
apenas uma suspende a vela por meio das inovações introduzidas no processo. Outro fator que contribui para o acelerado
processo
extinção
bastardo
do
de é
a
evolução tecnológica com à introdução da maquinaria motorizada nas embarcações de pequeno porte no litoral. Os bastardos, que para sua utilização e navegação precisa de no mínimo três pessoas, com a motorização as embarcações do mesmo porte passaram a navegar com apenas uma pessoa: quando para despescar um curral eram preciso de três a quatro trabalhadores que serviam para tanto para auxiliar na navegação
quanto para
tarefas da despesca. Com a embarcação motorizada
as
as mesmas
tarefas podem ser realizadas por apenas duas pessoas, as dificuldades
enfrentadas na navegação a vela e remos no bastardo, agora foram substituídas pelas facilidades da propulsão a motor. CASCOS MADEIRAS UZADAS NA CONSTRUÇÃO NAVAL DE CURURUPU PIQUI,ANGELIM,JATOBÁ,MIRIM,TATATJUBA,PAUDARCO,LOURO,GUANANIN,ANDIROBA,
COPAIBA,
CUMARU
E
MANGUE VERMELHO
PATRIMONIO IMATERIAL O patrimônio intangível ou imaterial compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descendentes. A pesar de tentar manter um senso de identidade e continuidade este patrimônio é particularmente vulnerável, uma vez que esta em constante mutação e multiplicação de seus portadores. É amplamente reconhecida a importância de promover e proteger a memória e as manifestações culturais, em todo o mundo por monumentos, sítios Históricos e paisagens culturais. Mais não só cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações,
transmitidos
oral
ou
gestualmente,
recriados
coletivamente e modificados ao longo do tempo. (EM FOCO 2009)
O Maranhão possui por sua tradição um vasto patrimônio cultural material e imaterial. O centro Histórico da cidade de São Luis tombado como patrimônio cultural da humanidade em 1997 constitui o marco principal para o reconhecimento do rico patrimônio cultural maranhense. Por todo o Estrado do maranhão espalham-se manifestações, obras, vultos e vestígios, que o caracterizam, como parte integrante do imensurável patrimônio cultural brasileiro. O Município de Cururupu situado no litoral e baixada ocidental do Maranhão, é uma particularidade do maranhão que está encravado num ambiente que há muito tem sido apontado por pesquisadores como possuidor de um patrimônio cultural apresentando diversos segmentos possíveis de investigação com vistas a chegar num determinado valor cultural capaz de dar razão aos valores tradicionais, os transformando em material protagonista capaz de elevar o município a uma categoria oficial como patrimônio cultural brasileiro. O Município fundado desde os tempos do Maranhão colônia passou por diversos períodos históricos, situando-o no tempo de acordo com os movimentos do processo do desenvolvimento humano nesta parte do Brasil. O conflito provocado pelos europeus com os índios tupinambás na região trouxe á tona as particularidades de um povo nativos ambientado há muitos séculos antes das entradas dos portugueses e franceses por volta de 1814 a 1835. Hoje no inicio do século XXI a cerca de IV séculos depois os vestígios dos primitivos ocupantes das terras do município de Cururupu estão espalhados por toda extensão municipal.
Tanto nas comunidades como na região da cidade, nos matos, nos rios e mares são encontrados elementos que evidenciam a existência da população tupinambá, os objetos de trabalho encontrados (machadinhas e etc..) evidenciam uma população sedimentada numa cultura primitiva da época da pedra polida, aos objetos encontrados em cerâmica confidenciam uma arte que é herdada pelos nativos atuais que utilizam os mesmo objetos para armazenar produtos ou como objetos de arte para
comercializar,.nos locais identificados como de estada ou estadia
são encontrados resíduos alimentares revelando parte da dieta dos aborígines da região. A memória do nativo primitivo está latente por toda a parte do Município, consta nos anais históricos narrados pelos atos epopéicos dos acontecimentos Históricos do período colonial no Maranhão. O Cururupu colonial manifesta-se por meio das construções prediais na molduras da arquitetura colonial exposta
no centro da cidade, os
prédios residenciais, a Igreja da Matriz manifesta um acervo estacionário que se destaca por reportar o desenvolvimento histórico com evidencias e documentos sendo que a paróquia tem papel de destaque nesta construção histórica. “O
desenvolvimento
de
aglomerações
urbanas ao redor da sede da capitania, a vila de Alcântara, fez com que a Igreja promovesse a divisão
administrativa
do
território
em
várias
paróquias. Sua justificativa era possibilitar um melhor atendimento aos fiéis. Em 1758, desmembra-se a
paróquia de São José do Guimarães da capitania Tapuitapera
(Alcântara).
De
acordo
com
o
pesquisador nativo Manoel Goulart, foi em 1785 que os lavradores de Cururupu pediram permissão ao vigário
para
erigir
a
primeira
igreja
da
localidade.”(SANTOS 2006) Os barões trouxeram para o município símbolos que se traduzem nas calçadas residenciais com pedra de cantaria, no bispo de pedra da rua da..., no calçamento dum trecho da rua calçada com pedra de cantaria que um prefeito mandou botar nas imediações de sua residência. Sítios Arqueológicos: Sítios históricos localizados nas margens do rio Cururupu Localidades pela esquerda do rio Cururupu no sentido porto da sede do Municipio para a foz, MOTA: propriedade da matriarca da Família Santos: dona Davina Santos (um prédio solitário de característica colonial construído no alto de uma escarpa pedregosa, na margem do rio Cururupu). PINDOBAL: antigo sitio, humildemente Habitado por pescadores. ESTACAMENTO: uma Ilha oceânica com rancho de pescadores onde se encontra produtos da pesca artesanal local e extensa costa com magníficas crôas ocupadas nas modalidades da pesca artesanal marinha: Zangarias e Furzarcão. A costa é própria para banhos de sol e mar, caminhadas e outras aventuras.
Localidades nas margens do rio Cururupu
pela direita no sentido
porto da sede para a foz . SANTA BARBARA; antiga comunidade, atualmente; pouco habitada possui característica de Sitio antigo, com arvores centenárias. CURURUPUZINHO: local do histórico cemitério de Cururupu onde residem algumas iminências tradicionais de Cururupu. ALEGRE: comunidade em que cujo porto é uma concentração de ranchos de pescadores de outras comunidades estacionam para conservar e armazenar produtos da pesca no rio. SUNGA: ranchos de pescadores em salga. CRÊSPO: Ranchos de pescadores em salga COUQUEIRO: comunidade de pescadores em salga numa área permeada por babaçual. CAMBÔA: pequena praia com ranchos de pescadores em permanente atividade localizada na desembocadura do furo do mesmo nome, e entrada da cabeceira que faz porto na comunidade de RUMO. CAÓCA: Ilha oceânica localizada na entrada da cabeceira tal e o oceano Atlântico. No local existiu uma comunidade prospera de pescadores durante a primeira metade do século XX. Esta comunidade fio tomada pela maré juntamente com a maior parte da ilha; o local encontra-se no fundo do mar, atualmente a ilha se recompõe e já há uma pequena comunidade vivendo na área. A Ilha possui extensa costa oceânica própria para pesca esportiva, banhos, acampamentos, caminhadas, e repouso com vista panorâmica espetacular para observação de aves, armadilhas da pesca artesanal, água doce em poços de cacimba bons para banhos.
LENDAS E MISTÉRIOS: ai reside um conjunto composto de mistérios e causos que compõem um acervo singular manifestado nas regiões do Município; seja na zona urbana, na zona rural ou litorânea. Os saberes e as inventisses da imaginação dos nativos remete para a criação de símbolos auxiliares na formação da alta estima e elevação cultural. SEBASTIANISMO. O local da batalha dos três Rêis. Perto de Al-Kasr- Al-Kebir, ha uma aldeia denominada Suakem, que se deu a batalha conhecida como Alcacér Quibir e provavelmente foram enterrados os três Reis. La se encontra um Obelisco em memória de dom Sebastião. O confronto em Alcacer Quibi:r O confronto se deu no verão de 1578 entre os Cristãos Portugueses liderados pelo Rêi dom Sebastião e os Mouros Marroquinos. A derrota de El-Rêi Dom Sebastião foi eminente assim como o desaparecimento de seu corpo. Daí precipitou-se a crise do Império Português que vinha em declínio desde o governo de Dom João III. Dom João III comandou o Império Português conduzindo para lutas de conquista por territórios com objetivos de colonização.A agravante disto era que os territórios disputados pelo Rei Dom João III eram territórios conquistados, o que os levava a luta com exércitos equipados. As derrotas causavam prejuízos irreparáveis a coroa portuguesa. Com a morte de Dom João III aproximadamente em 1567, o rei Dom Sebastião foi coroado com três anos de idade. Por esta razão o
mesmo só pode tomar posse da coroa onze anos depois. No período deste hiato que conta entre a morte do antecessor e posse de dom Sebastião o império já flagilizado só decaiu.Tanto economicamente como genealogicamente: pois a coroa portuguesa carecia de herdeiros; o pequeno Rei era o ultimo genuíno descendente. No intervalo, entre o coroamento e a pose, Portugal foi governado por uma junta regencial Conflitada. De um lado encontrava-se o Cardeal Dom Henrique II (tio avô de Dom Sebastião) representava Portugal e Catarina Habsburgo( avó de Dom Sebastião e tia avó de Felipe II Rei da Espanha) representava a coroa Espanhola. 15.3 a razão do misticismo sebastico. EL Rei Dom Sebastião representou em sua época a esperança de dois povos e dois Impérios. Os impérios Hispânicos divididos em dois desde o século XII. O Português e o Espanhol. A guerra do inicio da idade media entre os mulçumanos e cristãos. A Espanha por meio do Cardeal Dom Henrique durante o período regencial pode preparar o terreno no campo institucional para que o falido Império português pendesse aos domínios da coroa Espanhola, durante apogeu da crise imperial portuguesa do século XVI. A morte do Rei Sebastião precipitou a crescente mistificação entorno da salvação do império, levou a crença de que o Rei moreu para que a côrte fosse salva. A vinda dos portugueses para o Brasil trouxe esta e outras crenças. O Rei dom Sebastião, aparece encantado no nordeste e no Norte do
Brasil: em Pernambuco, ( vide: “ O REINO DA PEDRA’ de Ariano Suassuana), no Estado do Pará, e no Maranhão. Conta à lenda do rei D. Sebastião na Ihas dos Lençóis em Cururupu no Estado do maranhão que, depois de morto na guerra em Alcácer Quibir , foi encantado na Praia dos Lençóis, localizada no arquipélago de Maiaú a 160 Km de São Luís, onde está situado seu palácio feito de ouro, cristal, esmeraldas e outras pedras preciosas. Em 04 de agosto, data que coincide com a citada batalha, aparece, à noite, reluzente e garbosa, a nau de D. Sebastião que quer aportar em Lençóis. O rei salta em seu cavalo com arreios de ouro e prata, em uniforme de gala, com espada e condecorações. No ano seguinte, nas noites de São João, o fantasma do rei retorna à praia, agora sob a forma de um touro negro com penacho luminoso. Em desabalada carreira sai pela praia emitindo mugidos tremendos. Este encantamento permanecerá até o dia em que alguém testemunhar tal aparecimento e faça na testa do touro uma incisão, da qual jorre sangue. Então, D. Sebastião será desencantado e emergirá glorioso das profundezas do mar, com toda a pompa de sua corte. O maremoto ocasionado por tal acontecimento, fará submergir a Ilha de São Luís do Maranhão. 0s aliados estrangeiros do Rei São Sebastião na encantaria Na encantaria, falam de um certo sultão Darsalam que dominou a Turquia por volta de 1909. No mesmo período este sofreu fragorosa derrota para os exércitos Cristãos. O então sultão embarcou em fuga suas três filha. As princesas: Erundina, Jarina e Mariana que vieram
a se encantar no portal de encantaria do estreito de Gilbratar. De lá, as três princesas, dormiram por mais de 400 anos. Daí, estas acordaram adentrando o rio amazonas por volta do inicio do século XVI. Encantadas as três princesas se manifestam nos terreiros da pajelança da Amazônia. A princesa Jarina descontente com as matas do Para, refugiou-se como hospede na corte do Rei Sebastião, na encantada ILHA DE LENÇÓIS, e ali, nas morrarias da praia e da Ilha de lençóis e da Ilha Maiaú, a encantaria Amazônica rende-lhe homenagens e oferendas juntamente com El Rei Dom Sebastian.
ASPÉCTOS RELIGIOSOS A cultura religiosas de um povo, passa pela interiorização da tradição que molda através do tempo, a identidade do ser que está representado na organização social, formando o imaginário fantástico do grupo nas mais amplas definições, que a conveniência social exige para dar continuidade a um desenvolvimento social dado. A religião traduze a representação humana em busca das respostas, não alcançadas no movimento da natureza e dos fenômenos, expostos pelos signos que são apropriados pelo imaginário no momento exato da formação da consciência individual e coletiva de uma sociedade provida de pensamento. O Maranhão inicialmente colonizado pelos Franceses que estiveram nno norte do Brasil na tentativa de criação de um estado nas terras do novo
mundo que ficou definido na reforma do tratado de Tordesilhas, do qual a frança ficou fora desta negociação que beneficiou apenas as duas potência imperiais européias: Espanha e Portugal. Motivo que levou a frança a se aventurar por terras ainda não exploradas pelos portugueses no Norte do Brasil e ao celebre evento onde o Rei de França Francisco I, a perguntar ao papa Alexandre VI, intermediador da reforma do tratado “ em que cartório da Europa, se acham o testamento de Adão legando as terras do novo mundo a Espanha e Portugal e deserdando todo as outras nações”. Os Franceses ao aportarem na costa do Maranhão, fundaram a cidade de São Luis, trouxeram na bagagem a religião católica e seguindo a moda vigente da época imperial colonial cristã, que se tinham como os únicos filhos de deus com direito a alcançar a vida eterna e ainda com a tarefa de salvar toda a humanidade do julgo de satanás. Aqu7i tinham os Franceses a tarefa de salvar os Índios tupinambás que aqui se encontravam Já escapando do julgo dos portugueses que os afugentaram das imediações de Pernambuco , como Já foi visto por nós neste trabalho. Iniciada a catequese do gentios que posteriormente foram escravizados pelos Jesuítas conforme o direito temporal determinava, esta ordem: a companhia de Jesus que foi Fundada na frança com propósitos de combater a reforma protestante. Foi a primeira organização religiosa a introduzir os conceito cristãos na organização espiritual dos nativos de origem Tupi no Maranhão.
È a partir deste período Histórico com introdução de vários povos africanos de diferentes etnias, que começa o movimento ideológico que vai dar origem a formação de um povo com particularidades excepcionais e únicas nas Américas. A fusão de diferentes culturas atinge o pensamento religioso no contexto da sociedade em formação, e atinge alto grau de sincretismo. Apesar da imposição dos conceitos religiosos cristãos pelos europeus, inclusive por meio da violência, os cultos dos aborígenes e africanos continuaram ,e foram se alto afirmando contando inclusive com o apoio de uns aos outros, e, quando da evolução desta mistura cultural formou – se uma aculturação mística com elementos
religiosos dos três
continentes, o básico sincretismo, Euro-Afro-Brasileiro no maranhão. RELIGIÃO AFRO- BRASILEIRA NO MARANHÃO No maranhão a religião afro-brasileira constitui um marco bastante enraizado nas comunidades do interior do Estado, basea-se nas mais variadas crenças a respeito dos fenômenos naturais, da salvação da alma, da cura das doenças e prevenção de efeitos malignos que por ventura alguém possa estar em vias ser acometido, as divindades a simples existência nos terreiros de mina ou de umbanda, ou de pajelança, estão no meio do povo que prevêem acidentes , receitam curas e preservam a si próprios de obras malfazejas.
“Antes do advento do islamismo e do cristianismo, os africanos desenvolviam
uma
idéia
altamente
sofisticada
do
deus
maior,
criador,distante do homem, alem de sua compreensão e seu controle, como por exemplo olorum entre os Yoruba, Onyankopoa entre os ashanti ou Mawu entre os Ewe. Para eles, Deus apresenta alguns aspectos imanentes a outros e outros visíveis, manifestando sua onipotência e presença através dos objetos ou dos seres com os quais as pessoas tem contato diária, como a terra, as floresta os rios de onde colhem o seu sustento. O homem vive assim em harmonia com a natureza.(...)na matriz religiosa africana, existem também os ancestrais que atingiram a divindade plena ou parcial, heróis místicos que conduziram seus povos na chegada a seus atuais territórios, ou que fundaram as suas sociedades, e que ao passar ao outro mundo ficaram ligados ao deus criador. Os sacerdotes e anciãos da linhagem ou do clã são responsáveis pelo bem estar dos membros de um agrupamento social. A religiosidade Afro-brasileira no Maranhão esta representada nos terreiros de Mina e Cablocos. É uma representação situada no interior das
comunidades
e
bairros
das
cidades
com
população
de
descendentes de africanos e índios como as cidades Históricas. TAMBOR DE MINA Seguindo a trilha de Mundicarmo Ferretti e Sergio Ferretti que apontam em suas pesquisas sendo a casa das minas de São Luis, a casa Grande das minas do Maranhão. Como a mais antiga e expressiva organização religiosa Mina- Jêje do Brasil.
“ a casa grande das minas ou querebetan de zomadonu é a mais antiga comunidade de culto Afro-brasileiro que se tem noticias. Localizada na rua de São pantaleão Nº867, próximo ao centro histórico de São Luis. Fundada na primeira metade do século XIX, durante a fase intensa do tráfico de escravos para o Maranhão. Conforme Mãe Andresa e Nunes pereira citados por Ferretti 1985:A casa foi assentada por contrabando, gente Mina-Jêje vindo da áfrica que trouxe o péji consigo. A casa das minas é uma comunidade religiosa muito respeitada por quem Pratica, segue ou estuda a tradição cultural do tambor de mina em varias partes do Brasil e do mundo. A casa constitui-se em um baluarte da luta pela preservação e resgate das tradições afro- brasileira. A casa é única não possui filiais. Embora alguns estudiosos registrem a singularidade da casa como sendo uma casa conservadora que não aceita inovações em seus rituais, que foram implantados pelas velhas africanas fundadoras no século XIX, e que, só recebe como filhas de santo, pessoas que tem vodum Jêje – Nagô e que não tem vinculação com outros terreiros e sendo a a maioria de suas filhas de santo e de seus tocadores aparentados entre si.Na casa apresenta um calendário festivo que coincide com o calendário religioso da igreja católica, o que demonstra o seu sincretismo. Vejamos o que confirma a respeito disto a pesquisa da UFMA em 1985. “ as cerimônias publicas no tambor de mina são feitas em homenagem aos voduns, com comidas, cânticos e danças realizadas nos dias em
que a igreja católica celebra santos adotados pelos africanos de terreiros(o grifo é nosso) em correspondência com suas divindades. As festas são momentos de alegria e devoção das pessoas em contatos com o sobrenatural. A parta publica, é iniciada com uma ladainha católica em latim,diante de um altar e continua com a ladainha dos voduns em Jêje, seguida de cânticos e danças na varanda com acompanhamento de tambores,ferro e cabaças”. (Ferretti 1985) Os voduns cultuados nas casas das minas de são Luis, estão organizados
em
três
agrupamentos
familiares
hierarquicamente
constituídos: uma principal e dois outros grupos de caráter inferiores em embora cada um deles representam características próprias. A Família principal é a família real, que é a mais numerosa , reúne os antepassados divinizados da família real de abomey. Foi a primeira a chegar, fundando a casa e recebendo depois voduns de outras famílias como hospedes.Toi Zomadonu, é chefe de uma das linhagem do clã de Davice, é filho de antigo rei do dahomé, é dono da casa das minas, foi o vudum protetor da fundadora Mãe Andresa e das primeiras mães africanas que organizaram a comunidade e assentaram a casa. A segunda família, é representada pelas divindades que controlam as forças da natureza e os fenômenos: os ares, as águas dos rios e dos mares, as chuvas, os astros, as tempestades e os raios. São mudos: não entoam cânticos e nem anunciam desastres.São chefiados por Nochê Sobô (Iansã no candomblé) e Badé Quéviosô ( Xangô).
A família de Dambirá, a terceira constitui o appanteon da terra, ou de Odan, chefiados por Toi Acossi Sakpatá. Eles Não têm origem nobre porem são muito poderosos possuem o poder de cura. São os reis cablocos que combatem as doenças e a peste. Na casa das minas recolhem-se os voduns da familia de Savaluno; chefiados por Toi Agongono.não são jeje, são amigos do povo de Davice, que perderam o trono e se tornaram hospedes de zomadonu. Recolhem-se ainda na casa os vuduns chefiados por Toi Ajautó, são hospedes dos vuduns de Quevioçô e amigos do povo de Dambirá. Na casa das minas o culto a Legbá ou Elegbára (Exu) é propibido por ser considerado um anjo mau. As
filhas
de
santo
da
casa
recebem
apenas
um
vodum.as
vodunsi.Gonjai receberiam também uma Tobossi, entidade feminina infantil, que vinha nas grandes festas e permanecia por vários dias. Mundicarmo Ferretti denomina –“Cablocos” A Todo invisível das casas de mina que não pertencem ao panteon africano e que não podem ser incluídos nas categorias de Vodum ou Orixás. Diferem-se basicamente dos orixás por não serem forças cósmicas e dos voduns, por não serem ancestrais das famílias real do daomé ou de grupo africano vindo para o Brasil. SAVALUNO Savaluno é o nome da parte norte do antigo reinado Daomé que tinha como capital a cidade de
Abomei era a capital do antigo reino do
Daomé (que era situado onde é agora a nação africana ocidental do Benin).o antigo reino foi estabelecido aproximadamente em 1625. Os palácios reais do Abomei são um grupo de estruturas construídas de barro pelos povos Fon entre meados do século XVII até os finais do séculos XIX. Um dos locais tradicionais mais famosos e historicamente mais significativos na África ocidental, os palácios constituem um dos sítios considerados pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. O Pais do mahi, onde surgiu a adoração dos tohossu: os esperitos dos filhos dos reis nascidos anormais, chefiados por Zomadõdu. Zomadônu, Agogone, Zacá e Doçu Agajá recebem no Maranhão genérico de Savaluno, que seria então o nome da terra que acreditas-se que eles se originaram. Agotimé viúva do rei Agonglô, que reinou de 1789 a 1797, morto em Abomey, em 1797, segundo Ferretti foi esta ex, rainha quem truxe o culto aos voduns da família real do abomey para o maranhão e que esta teria fundado a casa das minas. Ainda Ferretti afirma que São Luis seria o único local fora da África a cultuar os voduns da família real de Abomey. O que nos faz crê na hipótese de que realmente Nã Agotimé foi trazida como escrava para o Maranhão. Lista dos Reis do Daomé: •
Ganiehéssu ~1620
•
Dako-Donu 1620-1645
•
Hwegbajà 1645-1685
•
Akabá 1685-1708
•
Agadjá 1708-1732
•
Tegbessu 1732-1774
•
Kpenglá 1774-1789
•
Agonglô 1789-1797
•
Adandozan 1797-1818
•
Guezô 1818-1858
•
Glelê 1858-1889
•
Gbehanzìn 1889-1894
•
Agoli-Agbô 1894-1900
Abre-se uma porta para tentarmos atingir um ponto conclusivo a respeito das divindades de origens nobres que são cultuadas no Brasil como o rei Sebastião de Portugal derrotado pelos mouros na batalha dos três reis em 1578 em Alcacer Quibir (Ksar- El- Ksar-El-Kebir ) no norte do Marrocos; Zomadônu, da família real do antigo daomé, atual republica do Benin; as Princasas turcas: Mariana, Jarina e Erundina filhas do rei darsalan derrotado em luta contra os cristãos. Os fatos
históricos demonstram uma leva de personalidade em decadência haja vista que estes descendentes de Famílias reais tiveram suas trajetórias interrompidas de maneira trágica, levando-os a morte e ao mesmo tempo sendo banidos de suas origem e de suas tradições. As representações sociais contidas nos movimentos antagônicos que resultaram na perda imediata da identidade e da posição de lideres das castas reais, que tiveram desmaterializado o seu poder temporal e espiritual, na Europa, Africa e Oriente médio, tiveram no Brasil a oportunidade perpetuar definitivamente o mesmo poder por meio da encantaria. A Amazônia é o grande palco destes migrantes divinos que encontrara o local que os acolheu por meio de seus descendentes que sobreviveram de alguma forma nas terras em conquista. Uns vieram, como a família real portuguesa, tentando de qualquer forma escapar
da eminente
falência de seu império na Europa. As filhas de darsalan que segundo conta a lenda este embarcou suas três filhas que se encataram no estreito de gilbratar por volta de 1090, vindo a aparecer mais de quatro séculos depois na Amazônia. Nã agotimá esposa de Rei Agonglô 17891797, morto por seus compatriotas que tomaram o reinado de seus descendentes durante u período do século XVIII. Estas realezas vieram criar um reinado encantado no Maranhão para suas famílias a dignidade usurpada de uns e a conquistada de outros, e assim recriaram seus valores em um mundo aparte que pode através de um culto específico
expressar sentimentos, conhecimentos, de respeito, bondade, justiça e sabedoria. Como mostra FERRETTI(1985) estudando a casa das minas em são Luis no maranhão o culto a vuduns de origem Daomeana, representa em sua hierarquia o poder central de uma família real que reinou em Abomey, cidade sede do reinado. Esta família assentada no terreiro de Zomadonu é apresentada na invocação religiosa como entidades que dominam e são solidarias com outras divindades que a família hospeda em seus domínios. Os hospedes de da família Davice são a família quevioçô destronada em outro período na áfrica é detentoras de enormes poderes relacionados com a natureza: representam as forças das águas; dos mares, da mata, dos rios e das chuvas , assim como das tempestades, dos raios e trovões e minerais, Dabirá que são pobre mas detém o poder de controle das doenças e pestes, conhecem as plantas e sua utilização na medicina natural. Constata-se que estas formas de representação assumem a responsabilidade de resgatar e conservar a memória e a resistência de culturas
em suas nações de origem que foram vilipendiadas por
estrangeiros invasores. O que consiste na sobrevivência dos valores construídos ao longo diversos períodos da história humana em muitas nações que tiveram seus territórios invadidos, por povos bélicos principalmente, pelos europeus, motivados nos interesses de saque das riquezas culturais minerais, e no que se transformou no maior crime que
o homem já cometeu contra si próprio, que foi a escravidão de negros e índios,o assassinato de homens, mulheres e criança nos continentes Africano e nas Américas assim como; Árabes mulçumanos em guerras santas para imprimir o domínio políticos e territorial por meio da religião. MITOLOGIA YORUBANA. Principais orixás na mitologia yoruba, Olodumaré também chamado de Olorum é o deus supremo do povo Yorubá, que representa o poder criador de todas as coisas. Chefia as divindades intermediárias entre ele e o ser humano e as forças da natureza na terra: os Orixás no Brasil e Irunmole na Nigéria. Os Orixás, não são deuses menores, são ancestrais do povo de cultura iorubana divinizados após a morte. Orixás •
Exu, orixá guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino;
•
Ogum orixá do ferro, guerra e tecnologia;
•
Oxóssi orixá da caça e da fartura;
•
Logunedé orixá jovem da caça e da pesca;
•
Xangô orixá do fogo e trovão protetor da justiça;
•
Avrá usa cores brancas tem profunda ligação com Oxalá;
•
Xapanã orixá das doenças epidérmicas e pragas;
•
Oxumaré orixá da chuva e do arco-iris;
•
Ossaim orixá das ervas medicinais e seus segredos curativos;
•
Iansã, orixá dos ventos, tempestades, relâmpagos e do rio Níger;
•
Oxum orixá feminino dos rios do ouro e amor;
•
Iemanjá ou Yemajá, orixá feminino, dos lagos, mares e fertilidade, mãe de todos
•
Nana orixá, feminino das águas da chuva, dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiyê, Iroko, Oxumaré,Ewá. Orixá de origem daomeana;
•
Yewá orixá, femenino do rio Yewa, senhora da vidência e virgem caçadora;
•
Obá orixá, feminino, do rio Obá uma das esposas de xangô, juntamente com Oxum;
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Axabó, orixá feminino da família de xangô;
•
Ibeji orixás gêmeos;
•
Iroko orixá da arvore sagrada ( gameleira branca no Brasil);
•
Egungun orixás que representa os ancestrais, cultuados em cultos realizados só para eles em lugar separados dos de onde
são realizadas as festas grandes: casas ou terreiros próprios para este fim; •
Iyami-Ajé, é sacralização da figura materna;
•
Onilé orixá relacionado ao culto da terra;
•
Orixá- Nlá (Oxalá ou Obatalá), o mais respeitado Orixá, Pai de todos os orixás e dos seres humanos;
•
Ifá ou Orunmila-Ifá orixá da adivinhação e do destino;
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Odudua orixá, também tido como criador do mundo, pai de Oranjan e dos yorubás;
•
Orajan orixá filho mais novo de Odudua
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Baiani, orixá também chamado Dadá Ajaká;
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Olokum orixá divindade do mar;
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Olossá orixá dos lagos e lagoas;
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Oxalufon orixá velho e sábio;
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Oxaguian orixá jovem e guerreiro;
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Oko, orixá da agricultura.
QUEREBETAN DE XAPANAN (TERREIRO DE SÃO SEBASTIÃO)
O tambor de mina de São Sebastião está localizado na comunidade deportinho no Município de Serrano do Maranhão. É o tambor de mina mais próximo do Município de Cururupu. Segundo Maria de Nazaré Marques de Oliveira com denominação privada de Maria de acossi, no terreiro são cultuadas 25 linhas sagradas. São Sebastião é um Santo católico com representação nos terreiros de Mina e de umbanda, nestas representações religiosas, este é conhecido como a divindade Xapanã da Família Dambirá que tem poder sobre as forças da natureza e combate as doenças e a peste. O pai de santo do terreiro São Sebastião: Carlos de Barão, fundou o terreiro... na hierarquia do terreiro está como chefe principal o pai de santo Carlos de barão, seguido da mãe pequena, Pedrolina de Don João com 70 anos, seguida de Mãe Bouçô Memé. Maria de acóssi, com quem estamos desenvolvendo a pesquisa segue como principal auxiliar da casa é que desenvolve o ritual doutrinário da casa na ausência do pai de santo ou da mãe pequena principal.Maria de acossi teve seus primeiros sintomas com xerca de 2 anos, quando começou sofre ataques que foram mais tarde, diagnosticados na medicina clinica como sintomas doença epilética , aos 16 anos Maria de Nazaré que já tomava remédios controlados, foi aconselhada por um medico clinico geral do município de Cururupu a deixar o tratamento clinico e procurar, tratamento com a medicina alternativa, com as divindades da região a partir daí, começou o seu processo de iniciação. QUEREBETAN CASA MINA NAGÔ AXÉ PEDRO ANGASSU.
A casa de tambor de mina Pedro Angassu, localiza-se na rua... nº.. no bairro nova Jerusalém no na cidade de Cururupu sede do município do mesmo nome é chefia pelo pai de santo Nelson de Ogum a casa possui três extensões: uma na cidade de Belém do Pará, outra em São Luis capital do Maranhão e no Município de Serrano do Maranhão, no povoado Portinho. Conforme Nelson de Ogum a divindade Pedro de Angassu é o pai de Légua- Boji-buá e chefe a família de Légua, que uma família de origem nagô que se desenvolveu primeiramente, no Município de Codó na baixada ocidental maranhense, na mesma região do município de Cururupu. As principais divindades da casa mina Pedro de Angassu, são: cablocos Juruá, os orixás; Iemanjá, Iansã, Ogum e Oxossi. Nestes grupos que gravitam no entorno e passeiam nos terreiros de pai Nelson de ogum estão às divindades cultuadas tanto no tambor de mina como na igreja Católica; Santa Barbara e São Sebastião, por exemplo, são aliados dos orixás nos mesmos objetivos. No terreiro de Nelson de Ogum passeiam as entidades da linhagem dos cablocos flecheiros de origem tupinambá como Baiano grande Agostinho que baixa em Nelson de ogum há trinta anos. Os períodos de iniciação ou preparação para filhos e filhas de santos da casa obedecem a três ciclos e etapas, a saber: aboriza fase inicial; raspa fase média e catulá fase; superior quando completa o ciclo da iniciação. As divindades cultuadas na casa não estão assentadas, pois estas gravitam no espaço, são signos espirituais dominantes de grandes
quantidades de energia, de força, de Axé, que é o poder transformador e criativo, nas relações do homem com deus e a natureza. Pai Nelson de Ogum foi preparado há trinta anos, quando tinha treze anos de idade na cidade de Belém do Pará... Segundo Nelson de Ogum, quando se trata de origem no processo de iniciação o iniciando passa a desenvolver a sua própria folha. A folha é lista que vai se formando ao longo do aprendizado, onde contém a experiência e o conhecimento do iniciado. Assim a folha representa o conteúdo do conhecimento do iniciado, de sua divindade e de si mesmo.
Relação dos Terreiros de Cururupu
1. Tenda “ Deus é Quem Guia” Responsável: Pai José Maria Ramos 2. Tenda “Pai Joaquim” Responsável: Pai Luis Azevedo 3. Terreiro “Santa Bárbara” Responsável : Pai Rogério Dias 4. Terreiro “Santa Bárbara” Responsável Mãe Rosina Marques
5. Terreiro “Pedro Angasso” Responsável: Pai Nelson D’Ogum 6. Terreiro “Santo Onofre” Responsável: Pai Marques 7. Terreiro “São Sebastião” Responsável: Pai Florêncio 8. Terreiro “Santa Bárbara” Responsável: Pai Edmir 9. Terreiro “Santa Luzia” Responsável: Pai Betinho 10. Tenda “União da Paz” Responsável Margarida Chagas Terreiro “7 Forças 7 Flechas” Responsável: Pai Sebastião Silva 12.Terreiro “ De Mina Viva Deus” Responsável: Mãe Gregória Silva 13.Terreiro “Fé em Deus” Responsável : Pai Vicentinho da Silva 14.Tenda “Nossa Senhora da Guia” Responsável: Pai Roberval Carvalho
15. Tenda “Nossa Senhora da Guia” Responsável: Mãe Benedita Cadete 16.Tenda “Menino Jesus de Praga” Responsável : Pai George Marinheiro
7 – SITUAÇÃO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE CURURUPU ZONA URBANA A o centro da Cidade de Cururupu possui características históricas, não possui sistema de esgoto, algumas residências utilizam fossas outras canalizam seus dejetos para o rio Cururupu e Liconde inclusive o Hospitalar (O Caso da SANTA CASA DE MISERICORDIA DE CURURUPU que despeja seus resíduos num igarapé que deságua no rio Cururupu) o lixo seco domestico e comercial é coletado diariamente e
despejado num lixão que conta com uma invasão localizada a uns 200 metros do mesmo. Algumas famílias desta comunidade tiram o sustento deste lixão. A ocupação desordenada provocada pelo êxodo rural inchou a periferia da Cidade. Cresceram comunidades nas bordas dos riachos igarapés e fontes, provocaram o desmatamento e o conseqüente assoreamento destes locais. Construíram casa em locais passives de acidentes provocando situações de calamidade publica com desmoronamento provocado por erosão. Ecossistemas da zona rural: O ecossistema da zona rural de Cururupu se constitui nos restos de mata, capoeiras, rios e campos cada qual com suas particularidades que merecem atenção por parte principalmente dos pesquisadores e acadêmicos. A bioma aquática esta distribuída pelos rios, lagos e cabaceiras dos igarapés que adentram o continente. As terrestres presente nas áreas úmidas da mata e nas capoeiras, este conjunto específico carece de uma investigação mais detalhada conforme cada particularidade. ZONA RURAL Na zona rural de Cururupu concentra-se uma grande área de desmatamento na baixada ocidental maranhense, apesar dos verdes campos, a mata nativa esta totalmente extinta, provocada pela extração ilegal de madeiras para as serrarias locais e de Municípios vizinhos e para servir de combustível nas Olarias em outros Municípios.
A agricultura rústica é uma pratica centenária na zona rural de Cururupu, a cultura da mandioca para produzir farinha tem sido a base da economia da população rural sem assistência técnica, conhecimento do manejo adequado e sustentável da lavoura e educação ambiental, os agricultores continuam com o cultivo da “roça no toco”, roçando na foice e ateando fogo danificando o solo tornado-o menos fértil os obrigando a se deslocarem ano a ano,
queimando aqui e ali, num circulo
interminável, evitando que a mata se recupere. Pode-se afirmar que, a zona rural de terra firme do Município de Cururupu é uma grande capoeira. MATAS As matas sofreram com o tempo ação devastadora do desmatamento provocado pelas serrarias e olarias do Município de Mirinzal que utilizam a madeira como combustível nos fornos. Hoje estas estão quase extintas restando apenas alguns pequenos lotes com madeira não consideras de lei. Este ambiente é muito maltratado principalmente pelo homem nativo, que em troca de pouco dinheiro ou corta ele próprio ou introduze outros na mata. A atividade da agricultura domestica realizada com as queimadas é outro fator que contribui para o desmatamento desequilibrado no Município de Cururupu. NASCENTES
As nascentes estão ameaçadas pela ação das queimadas na mata ciliar deixando o chão nas bordas das nascentes desnudos provocando o assoreamento e conseqüente morte da fonte. FONTES Pacova: antiga fonte de abastecimento d`agua da cidade de Cururupu. Localizada em uma área periférica entre um pequeno bosque em que as arvores atualmente ficam dentro dos quintais das casas circundantes, da fonte: restam cobrindo a fonte três grandes arvores que dão sombras aos poços degradados donde não escorrem água fresca. Ação dos esgotos na pacova: Os dejetos de algumas casas escorrem pela
fonte a céu aberto
contaminando os arredores. O pior é que a água contaminada vai parar no leito do rio Cururupu que é fonte de alimento da população carente de Cururupu causando riscos à saúde humana e dos ecossistemas da região. Ação: A comunidade civil e o serviços publico, deverão se mobilizar para conter tal situação de degradação da vida humana e ambiental. A compreensão dos moradores da área da pacova deve ser alcançada de imediato para que se possa projetar com segurança a solução dos problemas o setor ambiental do município juntamente com o da educação das obras e da defesa civil proporão de imediata um programa contendo soluções para a recuperação a prevenção e a educação da
população da cidade de Cururupu para que se tenha segurança da preservação e conservação ambiental e social da Pacova. Na Chiquinha as diversas fontes encontram-se em uso desde de tempos CHIQUINHA: imemoriais a comunidade do redor utiliza para lavar roupas, tomar banhos etc. o lixo exposto nas margens da fonte preocupa a população devido a contaminação da água que prolifera. CAMPOS: Os campos do município de Cururupu atuam como reguladores da temperatura, refugio e reprodução de variadas espécies de peixes, aves e outros animais de hábitos campestres, estes campos geralmente são cortados por rios ou afluentes. O maior e mais famoso destes, chama-se “campo das almas” que deste deságua o Rio Uru-Mirim. atravessa o Município de sul a leste, no meio O ecossistema da beira dos campos de Cururupu se constitui nos restos de mata, capoeiras, rios e campos cada qual com suas particularidades que merecem atenção por parte principalmente dos pesquisadores e acadêmicos. A bioma aquática esta distribuída pelos rios, lagos e cabaceiras dos igarapés que adentram o continente. As terrestres presente nas áreas úmidas da mata e nas capoeiras, este conjunto específico carece de uma investigação mais detalhada conforme cada particularidade
Este ambiente é muito maltratado principalmente pelo homem nativo, que em troca de pouco dinheiro ou corta ele próprio ou introduze outros na mata. A atividade da agricultura domestica realizada com as queimadas é outro fator que contribui para o desmatamento desequilibrado no Município de Cururupu. Nesta região existem inúmeras nascentes que pedem socorro devido ao grande assoreamento na região. Portanto a recuperação destas nascentes irão favorecer o desenvolvimento da agricultura sustentável e fornecerá água para bastante para a utilização em pequenos açudes comunitários que reforçarão segurança alimentar nas comunidades tradicionais quilombolas. RIOS. Os maiores rios que cortam o Município de Cururupu são os rios: UruMirim, o Liconde, e o Igarapé-Açu e o Cururupu que da o nome ao Município. As nascentes que alimentam estes rios estão seriamente ameaçadas pela ação do desmatamento da mata ciliar.
APICUNS Os apicuns são áreas planas de pouco declive e de transição entre os manguezais e áreas adjacentes, se constituem em solo arenoso que a ação das mares depositam sedimentos leves oriundos dos lamaçais
nas
gamboas,igarapés,
manguezais próximos.
rios,
estuários
e
centro
dos
A superfície dos apicuns é pouco lavada e altamente salinizada devido a concentração de saias trazidos pelas mares; a maré lava os apicuns a intervalos regulares que variam nos períodos de sizígia: nos espaços entre a mares de quebra e lançante; ou seja; quando a maré esta indo da lua para o quarto que dura cerca de sete dias, lá pelos quarto dias depois de lua e e três ou quatro dias depois de quarto a maré deixa de lavar o apicum, ficando este exposto a ação do sol, neste período intensifica-se a concentração de sais. O apicum tem uma cobertura vegetal escassa composta de algumas leguminosas e espartinas,(capim) ou nenhuma cobertura.. Os apicuns no litoral ocidental do Maranhão, são abundantes, por essa
razão
encontram-se
na
mira
dos
empreendimentos
da
carcinocultura (criação de camarões em cativeiro), a atividade econômica das que mais cresce no Brasil 97% da produção esta concentrada no nordeste:mais precisamente nos estados do: Rio Grande do Norte,Ceará, Bahia,Pernambuco,Paraíba e Piauí.Nestes estados foi comprovado
que
esta
atividade
causa
danos
irreversível
aos
ecossistemas de manguezais, e as comunidades tradicionais. 7. MANGUEZAL “Fisionomicamente, no que se refere aos ecossistemas costeiros, o litoral ocidental maranhense é composto predominantemente de manguezais exuberantes, constituindo uma floresta mista extensa, que adentra o continente por vários quilômetros, no contexto geral bem preservada e que abriga uma rica fauna, garantindo a fartura de alimentos daquele litoral. A altura dos mangues neste litoral é em torno
de 35 metros e as espécies mais características ocorrentes são Rhizophora mangle, Avicennia germinans, Laguncularia racemosa. Dentre estas, R. mangle é a espécie dominante.”(UFMA-2000) Associados ao manguezal ocorrem os apicuns, campos de água salgada e marismas tropicais. O marisma tropical, como faixas ou ilhas, formados de Spartina, na frente do manguezal. Neste litoral há trechos que abrigam manguezais exuberantes e íntegros e trechos em que devido à situações de estresse natural (cupins, ventos fortes e altas salinidades), assim como estresse antrópico (corte de árvores e aterro) interferem no seu desenvolvimento e têm influência direta sobre a integridade desses ambientes. Por ser um país com extensa faixa litorânea, o Brasil possui uma das maiores áreas de manguezais do mundo, estimada em mais de dez mil quilômetros quadrados. Encontrado em regiões tropicais e sub-tropicais, esse ambiente possui vegetais microscópicos que estão na base da cadeia alimentar de uma série de animais do litoral e microorganismos, capazes de recuperar o solo e a água de regiões afetadas por acidentes envolvendo derramamento de petróleo no oceano. Os manguezais são ecossistemas que ficam nas regiões de estuários, faixas de transição entre o ambiente marinho e o terrestre, nos lugares onde os rios deságuam no mar. São habitados por espécies vegetais típicas de ambientes alagados, resistentes à alta salinidade da água e do solo. Uma árvore de manguezal, chamada de mangue, chega à fase adulta e se reproduz em apenas cinco anos, e pode atingir cerca de vinte metros de altura. Apesar de possuírem apenas sete espécies de
árvores, os manguezais apresentam uma enorme biodiversidade. há uma grande abundância de algas microscópicas 80% dos manguezais do país estão nas regiões Norte e Nordeste, especialmente nos estados do Amapá, Pará e Maranhão. Este último possui cerca de 500 mil hectares de mangue. Estima-se que o Maranhão possua a maior concentração de mangue do Brasil, com uma larga faixa que se estende ao longo de todo o litoral, com uma maior concentração na área das reentrâncias maranhenses: formam um conjunto de bosques em faixas continentais e Ilhas: recortadas por canais furos e igarapés. Nesta parte do litoral, está a maior concentração da floresta dos manguezais no Estado do Maranhão. Os manguezais estão presentes por toda a extensão do arquipélago formando as divisões arbóreas dos recortes que separam as Ilhas, em seus exuberantes bosque abrigam inúmeras espécies aquáticas marinhas, avícolas aquáticas dentre outras espécies que residem e visitam os manguezais. Os solos são caracterizados conformes estudos: Solos indiscriminados de mangues “Compreende sedimentos gleizados e sem diferenciações de horizontes com altos teores de sais e compostos de enxofre provenientes das águas marinhas. Distribuem-se em áreas sedimentares pantanosas e alagadas sujeitas
à influência das marés sob condições alcalina a neutra (Ph ≥ 7). Comumente encontrados nas
áreas
litorâneas
das
onde
abriga
maranhenses,
reentrâncias uma
rica
biodiversidade” (Relatório Guarás UFMA 2000)
O manguezal serve para abrigar a maioria das espécies marinhas, enquanto algumas utilizam para desovar outras, alimentam seus filhotes e outras predam conforme o sistema de seleção natural. CANAIS, FUROS E IGARAPÉS. O Município esta inserido, no centro das reentrâncias maranhense, a abundancia de canais, furos e igarapés são os acidentes geográficos que caracterizam o ambiente desta parte do litoral. A extensa faixa de mangue que adentra o oceano apresenta recortes da natureza dos Canais, Furos e Igarapés. Estes são vias e concentração de animais e de nutrientes assim como: passagens que ligam o ecossistema, formando a cadeia que compõe o bioma local. Os igarapés em particular, servem de refugio para e criatório para diversas espécies que habitam os canais e furos. Estes ambientes ainda estão intactos, não sofrem com poluentes ou outra ação desagregadora. No entanto os animais que trafegam, se alimentam e procriam estão ameaçados pela pesca predatória realizada nos canais, furos e igarapés.
ILHAS
As Ilhas formam um complexo insular compondo arquipélagos entrecortados por canais, furos e rias, muitas são habitadas, nestas as comunidades
encontram-se
num
estagio
de
desenvolvimento
relativamente primitivo. A maioria permanece desabitadas encontram-se num estado natural que proporciona o desenvolvimento de caminhos próprios para a observação dum material latente, impregnado de expectativas revestidas de conteúdo experimental. Dentro do ambiente, em que cuja calmaria reside às espécies desprovidas de qualquer estresse realizando rituais próprios dos ciclos naturais, que então permitem uma harmoniosa simbiose entre as diferentes peças da cadeia do ecossistema. Em cada ilha a solidão do material implica em oferecer os mecanismos necessários, ao funcionamento da pesquisa. O ambiente oferece a paz envolvente aos instantes crescentes de perfeita concentração, favorecendo a descontração inerente à integração espiritual com o material observado. As Ilhas são recortadas por canais e igarapés, cercadas por bosques de mangue e extensas praias com portos naturais de fácil acesso, o principal motivo destas, permanecerem desabitadas deve-se ao fato de não possuírem água potável em nenhuma época do ano e pelas pequenas dimensões e ainda por algumas serem reivindicadas como propriedades particulares. Na maioria destas Ilhas estão os pontos de apoio da pesca artesanal e para a reprodução de aves ou ponto de apoio para aves migratórias nas diferentes épocas do ano.
PARCEL DE MANUEL LUIS. Fortes correntes, grandes variações de marés e inúmeros bancos de areia somado a cinturões de recifes de corais fizeram do litoral maranhense um dos locais mais perigosos do mundo para grandes navios. Por isso, além das belezas naturais, o Estado possui um cemitério com mais de 200 embarcações a cem milhas da capital, o Parcel de Manoel Luís. Instituído Parque Estadual Marinho desde 1991, é considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Marinho, com 18km de extensão e 6m de largura. Localizado a 45 milhas náuticas da ilha MAIAU, com algas marinhas calcáreas fossilizadas de até 50m de altura. Um museu nas profundezas com carcaças de navios de diferentes séculos, muitos objetos do século XIX, como armas, pratarias, canhões, bronze, hélices e até garrafas de bebida. Um antigo pescador, chamado Manuel Luís, descobriu o lugar no final do século passado. No início da década de 90, deste século, a área foi transformada no primeiro Parque Estadual Marinho do Brasil e começou a ser estudada por pesquisadores. Lá foram feitas pesquisas através de um convênio entre o Governo maranhense e a empresa Acqua Marinha. Equipamentos de alta tecnologia estão sendo utilizados para estudar a fauna e flora local, revelando outro tesouro escondido no fundo do mar: os mais de 200 navios que teriam naufragado no local, desde os tempos das caravelas. Por isso é considerado uma das sete maravilhas do mundo submarino.
O Parcel de Manuel Luís, um conjunto de formações rochosas submersas, espalhado por uma área de 18 km de extensão por seis de largura, sendo considerado o maior banco de corais da América do Sul. Hoje há indicio de pirataria, por parte de mergulhadores clandestinos que promovem o saque dos objetos de valor histórico, há denuncia da utilização de explosivos no arrecife para destruir carcaças de navios e facilitar a retirada dos objetos.
CABECEIRAS A
PESCA
ARTESANAL
E
OS
DANOS
AMBIENTAIS
NAS
CABECEIRAS¹2 DOS RIOS LICONDE E CURURUPU 1. INTRODUÇÃO. As modalidades da pesca artesanal de subsistência que atuam nas cabeceiras “Liconde e Cururupu”, há muito que causam prejuízo ao meio ambiente atingindo uma grande variedade de espécies marinhas que usam as cabeceiras como criatório. Sabe-se que as cabeceiras são utilizadas pelas espécies marinhas para reprodução e abrigo de filhotes enquanto estes ganham agilidade para 2
CABECEIRAS: Denominação dada aos acidentes geomorfologicos que insidem nas desembocaduras dos afluentes de rios nos encontros da água doce com a água salgada do mar. ² POÇOS: Locais esparsos irregulares mais profundos nos rios, cabeceiras e canais.
prosseguir o ciclo de perpertuação da vida no mar. O berçário reúne uma grande variedade de materiais que somam em qualidade composta por nutrientes, levados, trazidos e depositados nos poços,² e dependências dos braços das cabeceiras que adentram o manguezal, nestes igarapés habitam por pouco tempo, lavras de camarão, siri e filhotes de outros animais de vida marinha que naturalmente buscam equilíbrio para resistir aos predadores naturais. Com maior incidência os poços abrigam ainda em estagio de desenvolvimento os animais que lá encontram alimentos. NUTRIENTES Os nutrientes utilizados na alimentação dos filhotes, são substanciais trazidas e depositados pelas corredeiras de água doce e água salgada do mar que se misturam e se alteram formando um composto necessários para a manutenção da vida aquática. Os nutrientes são espalhados pelas enchentes e vazantes ao longo dos rios atingindo também os manguezais e outros biomas adjacentes. A composição se altera conforme o ciclo das marés que se altera em marés maiores e menores: entre a que sobe mais ou menos. Por essa razão a fonte alimentar que inicia a cadeia da vida no mar encontra-se nas cabeceiras; nestes locais estão na maior concentração de animais que buscam estas regiões para se reproduzirem.
3. QUEM TRAZ E QUEM LEVA. Por via da maré os animais marinhos trafegam nas cabeceiras em busca de alimentos e de abrigo para depositarem o produto de sua
reprodução. Este produto: ovos, larvas e filhotes encontram os nutrientes necessários para a fertilização e crescimento das espécies adaptadas a este meio ambiente. As corredeiras são responsáveis pelo tráfego das espécies, ida e vinda. 4. QUEM MATA. As espécies possuem seus predadores naturais, que servem para manter o equilíbrio no meio ambiente, o homem que utiliza o ambiente em beneficio de sua existência, interfere nos diversos biomas que compõem a biodiversidade do planeta. No caso em questão, que são as cabeceiras dos rios Liconde e Cururupu, a interferência humana tem causado grandes perdas, para a natureza e a vida em geral. A pesca artesanal realizada nas cabeceiras em questão, nas modalidades: camarão de arrasto, malhadeiras pôitadas, tapagem de igarapés, redes de lanço e muruadas, são responsáveis pela grande mortandade de filhotes nesta duas cabeceiras. COMO MATAM: REDE, DE LANÇO: A rede de lanço é uma das mais antiga modalidade da pesca artesanal em atividade. Nos primórdio era tecida em fio de algodão, hoje se utiliza fio de seda com alta capacidade de resistência. Sua utilização consiste na captura de qualquer espécie em qualquer idade ou tamanho: a rede é lançada para raspar fundos de poços 3. Sua ação é devastadora, à pescaria com esta modalidade sempre ocasiona grande mortandade de peixes e outras espécies: devido a pratica promovida com esta
3
POÇOS: formação de maior profundidade nos canais.
modalidade não possibilitar a seleção na captura, segundo tamanho e idade das espécies cercadas durante uma lanceada 4. A modalidade da pesca artesanal “rede de lanço” é altamente predatória, atinge todas as espécies que de uma forma ou de outra buscam refugio nas profundezas dos canais: seja em busca de alimentos, em busca de abrigo contra predadores naturais, para alcançar as condições necessárias para a reprodução ou quando larvas e filhotes aguardam para alcançar o estagio necessário de resistência ás adversidades naturais, que impedem o desenvolvimento e a perpetuação das espécies. Constituição: A rede é tecida com nylon de seda em malhas entre 20 e 25 mm. Medindo em media sete metros de altura e 150 de comprimento, no meio da rede é formado de forma que fica um saco de modo que durante o arrasto o que ela colhe é recambiado para este saco (o saco é chamado de ensacador) que impede a saída de quem esta aprisionado. O pano da rede é entralhado por cabos: as extremidades da vertical são entremeadas com bóias e chumbo: na parte de cima são colocadas bóias que servirão para manter esta parte da rede erguida; na parte de baixo são colocadas peças de chumbo que servirão para manter esta parte da rede colada ao fundo. Nas extremidades da horizontaL: são amarrados calões e neste longos cabos que servirão para puxar a rede para a margem. Manejo:
4
LANCEADA: denominação da operação com rede de lanço no exato momento da pescaria.
Utiliza-se uma embarcação a remo, vela ou a motor: a escolha da embarcação depende das possibilidades da equipe formada; são usadas embarcações medindo até nove metros de comprimento. As equipes são compostas com no mínimo de sete pessoas. Uma vez escolhido o local da pescaria os pescadores deslocamse na baixa mar para a realização da tarefa: a embarcação encosta na margem, quando esta é movida a remo um pescador desembarca (pois o restante permaneceram a bordo para conduzir a embarcação de propulsão a remo ) segurando numa ponta de cabo, enquanto os outros se deslocam da margem distribuindo em semi-circulo cabos e rede formando um cerco que atinge a borda oposta do poço, localizado no meio do canal: o cerco se completa quando a embarcação conduzindo a outra ponta do cabo atinge a mesma margem de partida alguns metros a frente do primeiro homem que desembarcou; neste instante o resto da equipe desembarca para iniciar a operação. A rede fica depositada exatamente no meio do canal para em seguida ser puxada para a margem por meio dos cabos que serão colhidos pelos pescadores que neste momento estarão proporcionalmente divididos nas pontas dos cabos: ao recolherem a rede até a margem esta raspou o fundo do poço; os pescadores ensacam, recolhem e embarcam tudo que e rede capturou. Durante a jornada os pescadores não realizam a seleção de imediato do que capturaram, enquanto a rede permanecia na água: porque o tempo destinado para a realização desta modalidade é relativamente curto uma vez que é realizada somente na baixa mar, quando a correnteza para nos canais nas imediações dos poços e como
são realizadas varias incursões em vários outros poços na mesma maré, a seleção do é capturado fica pra depois, e só é feita horas adiante, quando é encerada a tarefa daquele dia, o que ocasiona a mortandade de tudo aquilo que não será aproveitado. A seleção é feita escolhendo e separando as espécies de valor comercial com o tamanho adequado, as sem valor comercial e de pequeno porte são lançadas mortas de volta ao mar. 5.2 CAMARÃO DE ARRASTO. A modalidade da pesca artesanal conhecida como camarão de arrasto, é para a captura de camarões. É uma armadilha que utiliza uma rede chamada puçá: a puçá tem um formato afunilado tem de cinco a sete metros de comprimento, e de dois e meio, a quatro metros de largura (de boca), a puçá é usada na captura de camarões, por meio do arrasto nas beiradas de mangues, lavados, crôas, e cascalhos nos lavados de areia, arrastada por duas pessoas que puxam os calões fixados nas extremidades de sua boca, traga as águas contra e a favor da correnteza, assim vai coando água, e capturando pequenos peixes e camarões. Constituição. É tecida com fios de nylon grilon transparente ou de cor conforme as exigências dos pescadores e a disponibilidade do material, tecida manualmente pelo próprio pescador que passa até seis meses para confeccionar uma; já que é confeccionada nos intervalos das pescarias, pois a demanda não sustenta a ocupação exclusiva. A puçá é tecida
pelo rabo ou seja: pela parte mais estreita; conforme e tecida em direção a boca esta vai se alargando e aumentando o tamanho da malha numa proporção continua, passo a passo o tecedor vai introduzindo os crescidos que são malhas especiais que permitem o alargamento da rede. A puçá é constituída por três partes: o rabo; que é a parte onde fica aprisionado o produto da captura, o enfranque 5 a parte que serve para empurrar o camarão para o rabo e a boca (ou pano esta ultima parte é quem define realmente o tamanho da puçá) a parte mais larga que serve para cercar água. Para ser arrastada conta ainda com dois calões um em cada lado da boca, disposto na horizontal desta, os calões são pedaços de paus extraídos nos manguezais, ou de madeira da terra firme. Manejo: Dois pescadores encontram-se para programar uma boa pescaria de camarão. Levam
em consideração as condições determinadas pela
maré, que determina os ciclos próprios para a captura do camarão: como estes estão decididos
a utilizarem a modalidade camarão de
arrasto, logo as preocupações se voltam para a escolha dos pontos de pesca específicos parta a pesca com puçá de arrasto. A Puçá de arrasto é utilizada para a captura, por dois pescadores que se denominam de companheiros. A formação da dupla é à primeira
5
O enfranque também é conhecido como pano da puçá, é a parte que fica entre o rabo e a boca desta: tem puçá de um ou mais panos, estes panos e quem determinam o cumprimento e largura de uma puçá.
iniciativas para começar as atividades com a modalidade “camarão de arrasto”, que em seguida irá organizar as matérias necessários para a realização da tarefa. A Puçá e a Canoa serão primeiramente beneficiadas, em seguida os preparos se resumirão a mantimentos e outros objetos necessários que garantirão aos pescadores a realização da tarefa. A pescaria com puçá na modalidade “Camarão de arrasto” começa profissionalmente no período da maré lançante e finda nas quebras da maré, ( Este período é conhecido como entre depois do ciclo lunar quarto crescente e proximidades do quarto minguante) no momento que a maré diminui e perde força de correnteza e quando ocorre que, a baixa mar coincide com o dia: pois a pesca profissional do camarão na modalidade “arrasto” só é realiza durante a noite. (fora da regra em algumas localidades a pesca pode ser realizada durante o dia) A puçá é utilizada na captura de camarões, por meio do arrasto nas beiradas, por duas pessoas os “companheiros” puxando nos calões abrem a boca da puçá na diagonal E deslocam-se raspando rente a superfície do solo lamoso ou de outra característica onde o camarão se encontra; o “arrasto é realizado contra e a favor das correntezas das marés”. Durante o arrasto a velocidade dos arrastadores e a força da maré empurram para dentro da puçá o produto de sua captura: de tempo em tempo o arrasto é interrompido para acondicionar melhor o produto no rabo da puçá ou para despeça-la. Os camarueiros durante uma maré
deslocam de beira em beira em busca do produto numa jornada que dura cerca de seis horas de trabalho ininterrupto. A canoa leve de propulsão a remo permite um deslocamento rápido de beira em beira em movimentos frenéticos na disputa por melhores lances com outros de objetivos iguais. Nas cabeceiras de Liconde e Cururupu o “Arrasto é realizado também durante o dia na baixa mar pelo meio dos pequenos poços e bordas dos mesmo, é nesse momento que a puçá raspa e mata pequenas criaturas. TAPAGEM DE IGARAPÉ. Os igarapés são afogados pelas marés em seus baixos cursos, acidentes formados em decorrência dos movimentos geomorfológicos, fendas abertas nas florestas de mangue; estas abrigam grandes diversidades marinhas, por esta razão os igarapés são visitados por diversas criaturas em busca de alimentos; os igarapés são utilizados na pesca artesanal por nativos de diversas comunidades. Para tapar um igarapé e necessário uma rede e disposição do tapador. A tapagem é uma forma de pescar primitiva: um igarapé enche e seca com a vazante da maré; este fenômeno e aproveitado pelos pescadores que utilizam a tapagem para reter os animais marinhos que adentram o igarapé com a maré, até que esta esteja seca para então ajuntarem aquilo que lhes é importante. A pescaria de tapagem de igarapé é uma modalidade bem utilizadas pelos pescadores locais: delas provem a capturas de variadas
espécies de peixes e camarões gerando divisas comercias para os pescadores artesanais de subsistência. Constituição: A tapagem de igarapé é precedida da utilização de uma canoa que serve para levar os pescadores até o local do igarapé, de um ou mais pescadores, uma rede de tapagem e estacas. A rede é tecidas em fios de seda, a malha é miúda e não seletiva, a rede tem em media cinqüenta braças de comprimento e três de altura, a canoa é de pequeno porte podendo ser apenas um casco movido a remo, as estacas são tiradas no manguezal próximo de onde será feita a tapagem. Manejo: No local da pescaria com rede de tapagem, a rede e espalhada conforme o objetivo dos pescadores no momento: se a pescaria estiver planejada para ser realizada com a maré; as estacas serão enfiadas com a maré cheia, no mesmo instante que a rede é espalhada, para em seguida ser fixada no fundo do igarapé: os pescadores para fixarem a rede no fundo do igarapé; mergulham e vão enfiando a parte de baixo da rede com pisadas e ganchos feitos com raízes de mangue: neste momento a rede já esta aberta e fixada a parte de cima nas estacas; depois destes procedimentos os pescadores aguardam a maré secar para poderem fazer a despesca do igarapé. Quando a rede é posta com a maré seca os procedimentos consistem em enfiar as estacas caminhando pela lama: no mesmo sentido espalham a rede e em seguida fixam a parte que ficara em baixo no fundo do igarapé; depois
esperam a maré encher para na pré-amar erguer a parte de cima da rede, amarando-a as estacas e deixando-a aberta pronta na finalização da tapagem de igarapé. Quando a maré seca no igarapé deixando só o enxurro os pescadores: sobem o igarapé em direção a nascente deste até o ponto que os peixes encontram-se refugiados a partir daí passam a empurrar os peixes pelo córrego auxiliados com barreiras de lama levam o material capturado até o local onde a rede esta estendida, e escolhem o produto para finalizar o processo de despesca. A tapagem de igarapé é prejudicial por que tem malha muida que não permite seleção todo material fica preso, a seleção é feita quando a maré seca no igarapé, nisto os pescadores retiram o que podem comercializar ou consumir deixando para traz os filhotes não aproveitáveis. Durante a despesca da rede de tapagem os pescadores sobem e descem no charco, chafurdando a água lamacenta, com isto, o enxurro fica sem oxigeno e mata tudo que fica: ou seja os filhotes que ficam misturados na água suja não escapam.
MURUADAS. As emplacáveis muruadas são armadilhas fixas que consistem em escorar com puçás tecidas para este fim; a puçá feita para pescar nas muruadas são especificas; mais resistentes e maiores que as de arrasto. São fixas por moirões nas margens dos canais em locais de grande correnteza. Nelas morem todos que são tragados pelas corredeiras, miúdos e graúdos. Esta atividade nas cabeceiras de “Liconde e
Cururupu’ somam-se mais de duas dezenas algumas possuem malhas que por si fazem uma meia seleção, pelo menos as larvas de camarão escapam, mais a maioria são de malhas batida. A questão é que as muruadas são fixas nos locais de maior correnteza nas cabeceiras, geralmente a corrente embica e para este local são empurrados aqueles de menor resistência, ou seja: as criaturas de menor porte; os filhotes de peixes e camarões, estes são tragados pelas puçás e nestas morem. As cabeceiras são estreitas o volume de água e de filhotes são concentrados, e ai as muruadas se constituem em um instrumento predatório nestes locais, causando danos inrreparavés, sendo necessário imediata interrupção. As muruadas em canais de mar aberto causam um mal de certa forma tolerável, por com de que a quantidade de água que estas cercam em relação ao volume do mar aberto ser mínima. REDE POITADA. A rede poitada é tem a finalidade de pescar fixada no fundo, esta é presa para arrastar com a correnteza por ancoras ou pedras presas em umas das extremidades; a que fica o chumbo, assim e rede fica de espera para malhar o peixe acontece que esta atravessada nas cabeceiras mata os filhotes que já escaparam do lanço, das muruadas e de outras praticas predatórias. Alem de afastar os peixes das cabeceiras que poderiam estar sendo capturados por linha de mão. A rede poitada em canais largos e lavados são disciplinados por lei desde que não cerquem mais de 30% do espaço. COMO TRATAR A POBLEMATICA.
Para tentar uma solução e disciplinar estas atividades nesta região será preciso reunir um corpo técnico munidos de documentações e instrumentos capazes de promover por vias legais o desenvolvimento da consciência assim como apontar alternativas viáveis para o contingente envolvido nas atividades predatórias.
VEGETAÇÃO DE TRANSIÇÃO. A vegetação conhecida como de transição aqui, é aquela que esta localizada entre o mangue e a terra firme. Esta se compõe de herbáceas, gramíneas arbustos e nas áreas alagadas em margens de nascentes encontra-se uma vegetação típica de igapós: Juçarais, Guarimanzais e outras. LIXO O Lixo na cidade é coletado e depositado em um lixão na periferia da mesma, por sinal, muito próximo de uma ocupação residencial. A coleta não é seletiva, no lixão existem catadores, segundo informações há cerca de 6 (seis) Famílias da dita comunidade vizinha que vivem da catação. O Lixo das comunidades praieiras das ilhas, no Geral é espalhado desordenadamente por toda extensão das ilhas. Nas comunidades existe uma tentativa de enterrar os resíduos sólidos, ( plásticos, vidros Etc.) vísceras e restos de animais são devorados por Aves de rapinas: o Urubu conhecido como o gari das praias, é o mais assíduo. Nas margens encosta, e nos manguezais adentram plásticos, ( embalagens) trazidos principalmente pelas marés de Sizígias( maré de lua).
CACIMBAS Cacimba ou Cacimbão são perfurações rasas escavadas a braços de Homem, para obter água dos lençóis próximos da superfície própria para o consumo humano. Quando estas são feitas em lugar inadequado como, por exemplo: próximas de latrinas ou abaixo delas. Neste caso, pode acarretar contaminação da água captada na cacimba, causando danos a saúde e ao maio ambiente, pois a água contaminada representa risco tanto a saúde como ao meio ambiente. Em algumas comunidades da cidade de Cururupu ainda persiste este tipo de abastecimento dágua para consumo domestico, no interior do município quase todos os povoados são abastecidos desta forma.
EROSÃO A erosão é causada pela ação do homem na cidade porque estes estão estabelecidos em moradias construídas nas margens das depressões próximas do manguezal ou nas bordas de riachos e pela enxurradas provenientes das chuvas que escorrem das partes mais altas da cidade. No interior, constatamos em algumas ilhas, a ação do mar provocando rasgados que ameaçam o equilíbrio das comunidades inclusive com extinção das mesmas. LATRINAS Buracos escavados nos quintais das famílias de baixa renda para satisfazerem as necessidades biológicas. As latrinas presentes em todo
o município representam, a falta de estrutura para garantir a higiene básica da família.
ECOSSISTEMAS Zona Continental
Na parte continental do Município, mais precisamente nas áreas que compreende onde estão localizadas as comunidades mistas de agricultores familiares e pescadores artesanais de subsistência, são portadoras de apicuns, canais de furos, igarapés e lavados. Esta região, alem de sua vocação tradicional que é a pesca rústica, pode-se introduzir técnicas inovadoras como a construção de tanques e açudes na área de terra firme os tanques redes nos canais de furos assim como também a utilização das técnicas usadas para a criação de ostras (Ostreidae) marinhas. Os manguezais e a corrente marinha que circundam as áreas continentais do município são ricos em nutrientes com bastante espaço para a realização da maricultura. a) Zona oceânica O espaço do município de Cururupu correspondente a zona oceânica esta inserido no limite entre as ilhas mais para dentro do oceano atlântico nos limites dos Faróis da costa ocidental maranhense de MANGUNÇA E SÃO JOÃO, na RESEX MARINHA DE CURURUPU. Esta região é um composto de mais de duas dezena de ilhas
entremeadas por croas, lavados e enseadas que formam um complexo estuarino ligado por canais chamados de “furos2, os quais são recortados ainda mais por inúmeros igarapés, cobertos por manguezais, que hospedam várias espécies de peixes, crustáceos e moluscos como também aves, que buscam descanso, alimentação e local para reprodução. A maioria das ilhas possui: comunidades de pescadores, sendo que nos entremeios destas encontram-se ilhotas sem a presença definitiva do homem, estando em estado inóspito, habitadas apenas por animais característicos da região e aves migratórias. Serve como abrigo e local de reprodução, inclusive do importante Guará (Eudocimus ruber), ameaçado de extinção. “A vegetação do sítio contribui para o aumento da produtividade da produção de pesca, importante fonte de alimentação e trabalho para a população que vive na costa e nas margens dos rios. Seu valor panorâmico também deve ser considerado já que abrange uma série de ecossistemas com praias e dunas de beleza natural singular”. (Relatório “Guarás” (UFMA 2000) As Ilhas formam um complexo insular compondo arquipélagos entrecortados por canais, furos e rias, muitas são habitadas, nestas as comunidades
encontram-se
num
estagio
de
desenvolvimento
relativamente primitivo. A maioria permanece desabitadas encontram-se num estado natural que proporciona o desenvolvimento de caminhos próprios para a observação dum material latente, impregnado de expectativas revestidas de conteúdo experimental. Dentro do ambiente, em que
cuja calmaria reside às espécies desprovidas de qualquer estresse realizando rituais próprios dos ciclos naturais, que então permitem uma harmoniosa simbiose entre as diferentes peças da cadeia do ecossistema. Em cada ilha a solidão do material implica em oferecer os mecanismos necessários, ao funcionamento da pesquisa. O ambiente oferece a paz envolvente aos instantes crescentes de perfeita concentração, favorecendo a descontração inerente à integração espiritual com o material observado. As Ilhas são recortadas por canais e igarapés, cercadas por bosques de mangue e extensas praias com portos naturais de fácil acesso, o principal motivo destas, permanecerem desabitadas deve-se ao fato de não possuírem água potável em nenhuma época do ano e pelas pequenas dimensões e ainda por algumas serem reivindicadas como propriedades particulares. Na maioria destas Ilhas estão os pontos de apoio da pesca artesanal e para a reprodução de aves ou ponto de apoio para aves migratórias nas diferentes épocas do ano. A maior quantidade das ilhas oceânicas do município de Cururupu estão no Arquipélago de MAIAÚ que está na região conhecida como reserva hemisférica de aves migratórias continentais e Área úmida de importância internacional, em especial como habitat de aves aquáticas (Sitio Ramsar) desde 1993. Reserva de interesse biológico internacional
Ecossistemas costeiro.
PRAIAS As praias são extensões de arreia encostada nas margens das ilhas.ao que se refere ao sistema costeiro do Município de Cururupu pode – se demonstrar, uma rasa e vasta plataforma continental se estendendo numa dimenssão ao longo dos canais que circundam pela parte inferior as ilhas e a parte que fica teporariemente coberta pelo oceano atlântico quando a maré está na preamar. Nestaa areas encontram – se os ecossistemas de manguezais e vegetação de transição.Neste ambiente a
natureza provoca erosão aterrando os
manguezais mais próximos. Em algumas, as mais expostas, o lixo jogado no oceano encontra deposito. “Fisionomicamente,
no
que
se
refere
aos
ecossistemas costeiros, o litoral ocidental maranhense é composto
predominantemente
de
manguezais
exuberantes, constituindo uma floresta mista extensa, que adentra o continente por vários quilômetros, no contexto geral bem preservada e que abriga uma rica fauna, garantindo a fartura de alimentos daquele litoral. A altura dos mangues neste litoral é em torno de 35 metros e as espécies mais características ocorrentes são Rhizophora mangle, Avicennia germinans, Laguncularia racemosa. Dentre estas, R. mangle é a espécie dominante.”(UFMA2000) Associados ao manguezal ocorrem os apicuns, campos de água salgada e marismas tropicais. O marisma tropical, como faixas ou ilhas,
formados de Spartina, na frente do manguezal. Neste litoral há trechos que abrigam manguezais exuberantes e íntegros e trechos em que devido à situações de estresse natural (cupins, ventos fortes e altas salinidades), assim como estresse antrópico (corte de árvores e aterro) interferem no seu desenvolvimento e têm influência direta sobre a integridade desses ambientes. SOLOS Os solos dos arquipélagos
estão caracterizados segundo os
solos estudados pela UFMA, nas reentrâncias maranhense. Solos Solocharc: “Os solos solochak são pouco desenvolvidos e com horizontes sálico. Geralmente estão sujeitos a encharcamento sazonal. O horizonte superficial é relativamente raso e nas estações secas pode apresentar crostas salinas superficiais devido a ascensão
capilar
e
precipitação
de
sais,
característicos de áreas de Apicum existentes no local. Os apicuns ocorrem frequentemente em áreas planas originadas de sedimentos quaternários e estão presentes comumente nas áreas de transição entre os manguezais e a terra firme. Os apincus apresentam alto grau de salinidade totalmente impróprios
para
a
agricultura:
possuem
uma
vegetação esparsa da leguminosa características
deste tipo de solo, entremeada de algumas trouxeras de espartana e mangue negro( Siriba).
3.1
“Areias quart osa marinha”:
Esta classe compreende solos arenosos constituídos de quartzo e pequenas proporções de minerais pesados, textura
de
areia
fina
oriundos
dos
sedimentos
quaternários.”Relatório Guarás (UFMA2000)
Apresenta fertilidade natural própria para o desenvolvimento de culturas adequadas a este tipos de solos como leguminosas cocais entre outras são pouco aproveitados na agricultura local. Na região do litoral do Município de Cururupu ocorrem principalmente na forma de dunas, restingas e nas planícies fluviomarinhas presente na área.
27. APA¹ 1 ( Área de Proteção Ambiental) 1
APA - Área extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,
bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bemestar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída por terras públicas ou privadas.
O município de Cururupu ocupa espaço central na APA¹ das reentrâncias maranhense: possui áreas verdes em terra firme e de marisma; grande concentração de manguezais, campos úmidos, rios e ilhas oceânicas. 28. RESERVA EXTRATIVISTA DO MUNICIPIO DE CURURUPU As zonas das Ilhas oceânicas do Município de Cururupu formam hoje a reserva extrativista marinha oficializada pelo decreto de 02 de junho de 2004 que criou a Reserva Extrativista Marinha de Cururupu e Serrano do Maranhão, no Estado do Maranhão, tendo em visto o disposto no art. 18 da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000. Com cerca de 6 mil hectares de áreas terrestre de manguezais e águas territoriais. A Reserva extrativista Marinha de Cururupu, está situada no litoral norte do Maranhão (litoral ocidental), que possui 300km de extensão e vai do município de Alcântara até a foz do Rio Gurupi, no município de Carutapera. É uma região costeira recortada por canais, furos, igarapés, rias, estuários, enseadas e cabos. Apresenta vários acidentes
geográficos
que
caracterizam
as
Reentrâncias
Maranhenses. Os canais, furos, rios igarapés e os grandes manguezais, constituem o sistema ambiental marinho, onde a biodiversidade
atinge
desenvolvimento
singular.
Possui
uma
população residente castiga pelo natural isolamento destas em meio ao oceano atlântico, aonde os arquipélagos vão se formando entre eles está o famoso arquipélago de Maiaú.
Faz parte da Reserva Extrativista Marinha as seguintes comunidades: Mangunça, Caçacueira, Peru, São Lucas, Guajerutiua, Valha-meDeus, Porto Alegre, Lençóis, Bate Vento, Ilha de Mirinzal, Furo do Meio, Ilha de Iguará, Retiro e Urumaru. FLORESTA DOS GUARÁS Cururupu é uma das cidades escolhidas para o Programa de Desenvolvimento do Eco turismo na Amazônia Legal (PROECOTUR), com recursos provenientes de acordos estaduais com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O município também possuirá uma das bases do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Sendo assim, Cururupu gozará de uma série de recursos para que ocorra o desenvolvimento turístico e Cururupu é uma das cidades escolhidas para o Programa de Desenvolvimento do Eco turismo na Amazônia Legal (PROECOTUR), com recursos provenientes de acordos estaduais com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O município também possuirá uma das bases do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM).
FAROL
DE
Sテグ
JOテグ
Localiza-se na Ilha Maiaú, no Município de Cururupu, nas Coordenadas Latitude 01º16"88 S e Longitude 44º55"18 W, e é formado por uma torre cilíndrica de concreto armado com 30 metros de altura, com faixas horizontais brancas e pretas. Possui alcance luminoso de 20 milhas (aproximadamente 40 quilômetros) e alcance geográfico de 17 milhas (aproximadamente
34
quilômetros).
Em 1799 o Governador da Capitania do Maranhão D. Diogo de Souza, em visita a Ilha de São João, participou à Metrópole que seria útil e conveniente povoá-la, e fazer nela um estabelecimento de reparos de navios, tendo em vista que essa ilha era muito procurada pelos que navegavam
para
o
Pará.
Em 1864 partiu para ilha de São João o vapor de guerra Beberibe, conduzindo o Chefe da Estação Naval João Maria Wandenkolk, o Engenheiro Militar Villela e Nogueira, e o Prático Joaquim Duarte de Souza Aguiar. Tal comissão foi incubida de escolher, nessa ilha, um lugar
apropriado
para
a
construção
de
um
farol.
Esse farol seria de incontestável utilização e traria grandes vantagens à navegação costeira entre o Maranhão e o Pará, indicando aos navegantes os parcéis que se estendem ao longo da ilha, os quais tinham ocasionado vários naufrágios, que só os práticos da costa, habilitados,
os
sabiam
desviar.
Em 1884 foi inaugurado o Farol de São João, cuja torre era de ferro, pintado de roxo-terra, seção quandrangular, com 30 metros de altura, cuja fonte luminosa era de váu incandescente tipo "Barbier" com chama a
4
mechas.
Em 1926, foi substituído o sistema de incandescência do farol pelo sistema
automático
de
acetileno,
tipo
"Aga".
Em cumprimento à determinação de Exmº Sr. Diretor Geral de Navegação Vice-Almirante Tácito Reis de Moraes Rego, foram iniciadas, no dia 10 de junho de 1939, as obras de modificações da estrutura do Farol de São João, acompanhadas pelo Engenheiro Oscar Cerqueira e executadas pelo mestre de obras Luís Carmo Barbosa, a serviço dessa Diretoria. A estrutura da torre foi modificada para concreto armado, tipo padrão, em seção cilíndrica, com a altura de 30 metros a contar da base, sendo que sua lanterna foi confeccionada nas oficinas de faróis da Diretoria
Geral
de
Navegação.
No dia 13 se maio de 1940, foram inauguradas, com toda solenidade, o novo Farol e as casas para residências dos faroleiros, cuja cerimônia foi presidida pelo Segundo-Tenente Deoclécio Ribeiro, representando a Capitania dos Portos do Estado do Maranhão, onde focalizou importantíssimos serviços que o Farol presta tanto na paz como na guerra, principalmente, para o Estado do Maranhão, pois além de ter uma costa vastíssima, a mesma é apinhada de imensos perigos para o navegante. (CPMA 2009) PARCEL DE MANUEL LUIS O nome deste parcel é uma homenagem a seu descobridor, um pescador
chamado Manuel Luis que descobriu a formação no
final do século XIX. Em 1991 a área foi transformada no primeiro parque estadual marinho do Brasil. O
Parcel de Manuel Luís é um
conjunto de formações rochosas submersas, com inúmeros labirintos
submersos espalhado por uma área de mais de 18 km de extensão por 6 km de largura, sendo considerado o maior banco de corais da América do Sul. Outro lugar muito especial não está a olhos vistos, mas sim nas profundezas do mar, a 45 milha o litoral de Cururupu. É ali que a natureza esconde um dos tesouros mais preciosos do Maranhão: o Parcel de Manuel Luís, considerado o maior banco de corais da América do Sul, um verdadeiro jardim zoológico no fundo do mar. O conjunto de formações rochosas submersas ocupa uma área com aproximadamente 18 km de extensão por 6 km de largura e é considerado uma das 7 maravilhas do Mundo Submarino. Distante 45 milhas náuticas das ilhas de Bate-Vento e Lençóis ao noroeste É comparável a uma cidade fantástica, cujas ruas são formadas por imensos arranha-céus ou "cabeços" de algas calcáreas fossilizadas que chegam a até 50 m. de altura, mas que permanecem submersas e longe da vista de incautos marinheiros praticamente o ano inteiro. O movimento é de uma metrópole, só que a população em burburinho compõe-se de cardumes de peixes variados, inclusive de temíveis tubarões, que atravessam as alamedas desviando-se de colônias de lagostas, caranguejos, estrelas-do-mar, anêmonas, medusas, pepinosdo-mar, gorgônias, esponjas e uma infindável fauna marinha que torna o Parcel em um verdadeiro “banco genético”. Desde que foi transformado em Parque Estadual Marinho, o primeiro do Brasil, através do Decreto Estadual nº. 11.902 de 11 de junho de 1991, em uma área de 45.937,9 ha., o Governo do Maranhão, por
meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e em convênio com uma empresa privada paulista, desenvolveu no local pesquisa nas áreas de geologia, biologia marinha, topografia submarina e curiosamente também na área de arqueologia. Equipamentos de alta tecnologia foram utilizados para localizar um novo tesouro, tão misterioso e valioso quanto a sua flora e fauna: os mais de 200 navios afundados no local. Nos dois primeiros anos de pesquisa foram localizados 13 navios por meio de magnetômetro, um aparelho que detecta grandes massas metálicas como a de navios deste século. Os pesquisadores utilizaram também aparelhos com raio infravermelho que permitirão localizar navios de madeira, o seja, históricas caravelas dos séculos XVII e XVIII que, como se sabe, sucumbiram à inóspita natureza da região. Nas formações coralinas observa-se uma variedade de peixes multicolorida, tais como peixe-papagaio, sargentino, peixe-borboleta e outros de maior porte, como: meros, garoupas, e tartarugas marinhas. Em sua história possui pontos marcantes como os reflexos da vida marinha como os restos mortais de navios e galeões naufragados, presumivelmente, devido as fortes correntezas, no decurso dos séculos. Sua finalidade é de preservar a biodiversidade e o patrimônio genético dos recifes de corais e para garantir atividades pesqueiras. No futuro próximo se pretende instalar uma base permanente de pesquisa e exploração turística do Parcel. A pesar das maravilhas que oferece, o turismo no Parcel exige boa dose de aventura e preparo físico. Além dos perigosos paredões calcáreos, a região é protegida
por temíveis correntezas marinhas e ondas que chegam a 2,5 m. de altura, o que pode explicar o elevado número de naufrágios, sendo o mergulho, apenas recomendado para profissionais experientes. Enquanto se define um plano de manejo adequado para a área, as visita restritas e só autorizadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado. É uma forma de proteger o patrimônio natural e os navios naufragados –que são verdadeiros santuários para a fauna marinha- da ação de piratas ou mesmo de visitantes despreparados ou predadores.
O Cemitério de Navios possui cerca de 240 naufrágios já ocorreram ali, de acordo com a pesquisadora Judite Cortesão (filha de Jaime Cortesão). O Parcel -cujo nome provém de um antigo pescador da região- só foi cartografado em 1820 pelo oceanógrafo francês Barão Albin Roussin. ( IBAMA/CNPT/MMA 1999) SITIOS
SITIO RAMSAR CONVENÇÃO DE RAMSAR (1971) CONSERVAÇÃO E USO RACIONAL DE ZONAS ÚMIDAS Os termos da convenção que trata da cooperação internacional visando a conservação de zonas úmidas e de aves aquáticas foram concluídos
na Cidade de Ramsar, às margens do Mar Cáspio, no Irã, aos 2 de fevereiro de 1971. A Convenção de Ramsar, como ficou conhecida, passou a vigorar somente em 1975, após os primeiros sete Estados terem se tornado Partes Contratantes (Austrália, Finlândia, Grécia, Irã, Noruega, África do Sul e Suécia). Para efeito desta Convenção são consideradas zonas úmidas: áreas de pântanos; charcos; turfas e corpos de água, naturais ou artificiais, permanentes ou temporários, com água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo estuários, planícies costeiras inundáveis, ilhas e áreas marinhas costeiras, com menos de seis metros de profundidade na maré baixa, onde se encontram alguns dos ambientes mais produtivos e de maior diversidade biológica do Planeta. Como aves aquáticas, para efeito da presente convenção, são considerados todos aqueles pássaros ecologicamente dependentes de zonas úmidas. O Brasil aprovou o texto da Convenção de Ramsar apenas aos 24 de fevereiro de 1993, designando cinco zonas a serem incluídas na Lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, Ilha do Bananal (TO), Lagoa do Peixe (RS), Mamirauá (AM), Pantanal Mato-grossense (MT) e Reentrâncias Maranhenses (MA), totalizando 45.366.230 Km 2 de área. A seleção dessas zonas deve fundamentar-se em critérios gerais e/ou específicos, em termos ecológicos, botânicos, zoológicos, imunológicos ou hidrológicos, dando-se prioridade àquelas áreas que sejam
relevantes, em qualquer época do ano, para aves aquáticas, migratórias ou não. Em outubro de 1996, a Convenção de Ramsar contava com 94 Estados membros, totalizando 844 zonas úmidas de importância internacional. O Brasil aparece em 4o lugar em termos da área total, embora ocupe um 21o posto quanto aos apenas cinco sítios Ramsar incluídos na Lista. O Reino Unido é a parte contratante com o maior número de zonas designadas, somando 104 sítios Ramsar, distribuídos pela Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda do Norte e Hong Kong, além das ilhas Cayman e de Turco & Caicos. A União Internacional para a Conservação da Natureza e Recursos Naturais–UICN, com sede na Suíça, vem desempenhando, até o presente, as funções de Secretaria Permanente da Convenção. A cada três anos (1999, 2002, 2005, etc.) são realizadas convenções das Partes Contratantes, aprovando resoluções, recomendações, decisões técnicas e planos estratégicos, dando continuidade à aplicação dos termos da Convenção. Para o período 1997-2002 o Plano Estratégico inclui medidas relativas ao uso da água e ao desenvolvimento de políticas nacionais de conservação das zonas úmidas da Lista, aprovadas por ocasião da 6 a Conferência, realizada em Brisbane, na Austrália, de 19 a 27 de março de 1996, quando se comemorou o 25o aniversário da Convenção de Ramsar.
REFERENCIAS 1 - MARQUES, Cezar Augusto DICIONARIO
HISTÓRICO-GEOGRAFICO
DA
PROVINCIA
DOMARANHÃO: Rio de Janeiro Fon-Fon e Seleta1870; reeditado e atualizado Por Jomar Morais na coleção “Documentos maranhenses” em 2009. 2 - Secretaria Permanente: E-mail: ramsar@hq.iucn.org WWW:http://iucn.org/themes/ramsar/Ponto focal no Brasil: Gislaine Disconzi, Ministério do Meio Ambiente, Brasília, D.F., 70.068-900Tel: (061) 317-1274 / Fax: (061) 323-8318 E-mail: gdisconzi@mma.gov.br visItado em 17 de Maio de 2009 3 – Bueno, Eduardo - Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores - pág. 176 / Eduardo Bueno Rio de Janeiro(RJ) IBAMA/CNPT/MMA
4
– www.mar.mil.br/cpma/includes/farois.htm visitado em 28 de Maio de
2009
5
– Strauss, Claude Lévi
Estruturas elementares do parentesco 3ª Edição vozes .São paulo 2003. 537 p 6 - Engels, Friedrich, A Origem Da Familia da propriedade Privada e do Estado ADEMA-2006
7- Santos, Daniela cordovil Correia dos Etnografia, Modernidade e Construção da nação: Estudo a partir de um Culto Afro- Brasileiro – UNB- Brasilia 2006 FLORENTINO, 8- ABREU, Raphael Augusto de ARQUITETURA NAVAL PORTUGUESA – SÉCULOS XV-XVI (Bolsista PIBIC/CNPq) e Prof. Dr. Paulo Celso Miceli (Orientador), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH, UNICAMP
10-MELTZER, Milton. História ilustrada da escravidão. São Paulo: Ediouro, 2004. ISBN 8500011793 11- Comunidades quilombolas do estado do Maranhão www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/ Acessado em 02/02/2010 12- BANDEIRA, Arkley Marques -PPG-MAE-USP
Anais do V encontro do Núcleo Regional Sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB/Sul. R De 20 a 23 de novembro de 2006, na cidade de Rio Grande, RS 13- LEITE FILHO, Deusdédit Carneiro Arqueólogo- CPHNA-Ma. CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES
SOBRE
O
POTENCIAL
ARQUEOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE CURURUPU 2007 14-GADELHA, Regina Maria A. Fonseca Conquista e ocupação da Amazônia: a fronteira Norte do Brasil
-
Estudos
Avançados
estudosavancados@usp.br
(acessado em Fevereiro de2010)Print version ISSN 0103-4014 15- MARANHÃO, Arquivo Público do A Invasão do Quilombo do Limoeiro- São Luis-Ma- SIOGE 1992. 16 – PEREIRA José varella, AS
CORES
DO
EQUINÓCIO
josevarellapereira.vilabol.uol.com.br
acessado em Fevereiro de 2010) . 17-.SOUSA Rainer Equipe Brasil Escola www.brasilescola.com acessado em 19 de Fevereiro2010 18- SILVA Maria Celeste Gomes da, Alta Guiné e Maranhão: tráfico atlântico e rotas comerciais na segunda metade do século XVIII – Rio de Janeiro 2009 .Maria
Celeste Gomes da Silva (PPGH – UFRRJ) * Mestranda do Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Bolsista CAPES/Reuni 19- D`EVREUX Yves, VIAGEM AO NORTE DO BRASIL-1613e 1614. Editora Siciliano- São Paulo 2002 20- Rainer Sousa, Equipe Brasil Escola www.brasilescola.com acessado em 19 de Fevereiro2010) 21 - MEIRELES, Mario M., HISTÓRIA DO MARANHÃO D.A.SP. Serviço de documentação São Luis- MA 1960 22 – MOTA Antonia da Silva, FAMILIA E FORTUNA NO MARANHÃO C0LONIAL São Luis- MA. EDUFMA-2006. 23 - RIBEIRO Jalila Ayoub Jorge, A DESAGREGAÇÃO DO SISTEMA ESCRAVISTA NO MARANHÃO. 1850-1888. São Luis- Ma- SIOGE 1990 24 - D`ABBEVILLE, CLAUDE, HISTÓRIA DA MISSÃO DOS PADRES CAPUCHINHOS NA ILHA DO MARANHÃO e Terras circunvizinha. Livraria Itatiaia editora limitada – Belo Horizonte – BH> 1975. 25 – VIVEIROS, Jerônimo de HISTÓRIA DO COMERCIO DO MARANHÃO-primeiro volume16121895. Edição da Associação comercial do Maranhão- São Luis –MA1954.
26 - FERRETTI, M. M DESCEU NA GUMA São Luis-Ma – SIOGE- 1993 27 – FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha, ECANTARIA DE “BORBA SOEIRA” Codó Capital de magia negra? São Paulo/ SP-Editora Siciliano-2001 28- FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha, De segunda a domingo: etnografia de um Mercado Coberto- Mina uma Religião de Origem Africana. São Luis/MA – SIOGE-1987. 2ª EDIÇÃO 29- FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha (Coordenação) RELIGIÃO E NEGRITUDE Sobrevivência e Resistência Cultural do Negro brasileiro. São Luis-MA- UFMA-felheto-1985.
ANEXO:
Código de postura de Guimarães de 1856. “ os que curão de feitiço(a que o vulgo da o nome de Page, encontramse na pena de cinco mil réis, e na falta de meios ou reincidência, de 10 a 20 dias de prisão; ( Artigo 31 da lei nº 400 de 26 de agosto de 1856.
Por:
Emanuella
1
Ribeiro
e
Jacinta
pavão
in
Ferretti-2001
GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA CENTRO DE PESQUISA DE HISTÓRIA NATURAL E ARQUEOLOGIA DO MARANHÃO
CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES
SOBRE
O
POTENCIAL
ARQUEOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE CURURUPU 1.Introdução. Atendendo a solicitação da Prefeitura Municipal de Cururupu, uma equipe da Secretaria de Estado da Cultura composta por técnicos do Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e
Paisagístico do
Maranhão e do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia¹, efetuou uma visita técnica ao município visando efetuar levantamentos primários que subsidiem na consolidação de um diagnóstico sobre as condições do acervo arquitetônico, das manifestações da cultura popular, bem como do potencial arqueológico da região.
Tal iniciativa é de fundamental importância no estabelecimento de parcerias, entre o estado e o município, que visem assegurar uma política de gerenciamento do Patrimônio Cultural, o conhecimento, valorização e divulgação dos diferentes níveis de patrimônios dos quais o referido município é detentor de uma rica e diversificada herança. O mapeamento dessas memórias e a adoção das práticas que visem a proteção e preservação do acervo arquitetônico, com a possibilidade de tombamento a nível municipal e estadual, o desenvolvimento de ações áreas da cultura popular, bem como
adoção de um programa de
gerenciamento do potencial arqueológico e educação patrimonial, são diretrizes que asseguram a gestão efetiva desse acervo. De acordo com a legislação Brasileira os bens arqueológicos, vestígios de ocupação de povos passados como sambaquis e aldeamentos além de ruínas que comprovam o processo de fixação
de
comunidades 1. Mariana Sirene Moraes (historiadora); Maria de Jesus Arruda, Téc. Fiscalização; Deusdédit Carneiro Leite F°, Arqueólogo. Coloniais, são considerados patrimônio da União, Art. XX da Constituição Federal, sendo protegidos pela lei 3.924/61 que cria também mecanismos oficiais de proteção frente a destruição e disciplina as concessões de pesquisa quando necessárias ou solicitadas.
2.Localização e Caracterização.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Situado no litoral norte da costa maranhense, o município de Cururupu encontra-se inserido na Mesorregião Norte, Microrregião Ocidental
(Rios,
2005).
Apresenta
diferentes
compartimentos
ambientais com predomínio dos babaçuais e diversas gradações de capoeiras nos terrenos continentais, manguezais no litoral e nos igapós
palmeiras de buriti, juçara e guarimã. No seu litoral encontra-se um conjunto de ilhas de grande importância ecológica e econômica para a região, que insere-se dentro da área de proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (Anos 90) e atualmente é gerenciado, Prefeitura-Ibama, pela implantação de um plano de manejo da Reserva Extrativista Marinha de Cururupu que foi oficializada pela união em 2 de junho de 2004. (Cruz- Maranhão, 2005).
O município apresenta atualmente um território de 672,3 Km ², com uma população residente de 39.712 habitantes, dos quais cerca de 6.000 são moradores das ilhas. Limita-se ao Norte com o Oceano Atlântico e o Município de Bacurii, a Oeste com Serrano do Maranhão, ao sul com Porto Rico, Mirinzal e Santa Helena e ao leste com o Oceano Atlântico. Os principais rios são o Cururupu, Uru-Mirim, Liconde e o Igarapé-Açu. A sede do município encontra-se a 12 metros de altitude (Famem,2006) e encontra-se a cerca de 120 Km de São Luís (IBGE, 2006). 3.Contextualização Histórica. Os franceses que se estabeleceram na Ilha de São Luís a partir de 1612 realizaram as primeiras incursões na região, enviando missões de reconhecimento e mapeamento com o intuito de assegurarem o controle territorial ,
e garantirem a convivência com os grupos nativos que
habitavam a região na ocasião desses primeiros contatos. Conforme os primeiros relatos etnográficos, produzidos a partir dos registros dos
capuchinhos Claude d’Abbeville e Yves d’Evreux, existiam uma grande quantidade de aldeamentos Tupinambá por todo o litoral ocidental do Maranhão. Calcula-se que a população tupinambá que encontrava-se estabelecida em São Luís,
Tapuitapera, Cumã e Caeté chegasse a
cerca de 3500 mil pessoas (Fernandes, 1989, Leite F°,2000) Com a expulsão dos franceses e o estabelecimento efetivo do controle da corroa portuguesa na região, estruturou-se a fortaleza de São Felipe e providenciou-se o domínio em direção ao Amazonas. Os primeiros anos de colonização das Terras de Tapuitapera foram marcados pelo desenvolvimento de guerras de captura de mão de obra escrava ou de punição e aniquilamento dessas populações. A partir de 1619 Bento Maciel Parente desenvolveu uma série de expedições militares contra essa populações na capitania de Cumã, travando sangrentas batalhas contra a tribo do principal Tupinambá Cabelo de Velha, cuja população foi dispersada e aniquilada. Após a destruição desses grupos seguiu-se a construção da estrada real ligando por via terrestre as cidades de São Luís e Belém (1661), e iniciou-se o lento processo de ocupação de território, que perdurou por todo o séc. XVIII, sendo que a partir de Alcântara e Guimarães estabeleceram os primeiros colonos nessa região, desenvolvendo a pecuária extensiva, agricultura e a instalação dos primeiros engenhos de tração animal. A região destacou-se como produtora de gêneros agrícola e fabricação de farinha de mandioca, cachaça a açúcar, recebendo um grande contingente de populações africanas, trazidas como mão de obra
escrava,
usadas
Permaneceu
na
como
plantação 3°
distrito
e
beneficiamento
Cabelo
de
da
Velha,
produção.
subordinada
administrativamente a Guimarães, até 1835 quando se tornou freguesia de acordo com a lei provincial n° 13., sob a invocação de São João Batista. A vila de Cururupu foi criada através da lei municipal n° 120 de 03 de outubro de 1841, quando foi oficialmente desmembrada do município de Guimarães. No final do séc. XIX a vila de Cururupu apresentava 7 casas de sobrado, 64 casas térreas, cobertas de telhas e 170 de palha. Possuía 20 casas de negócios, uma botica e alfaiates, sapateiros, currieiros, seleiros, tamanqueiros, ferreiros, serralheiros e barbeiros. Existia na vila 1 igreja matriz, 1 capela, 1 cemitério pertencente a irmandade do Sagrado Sacramento, 2 poços públicos, 2 escolas, correio e coletoria (Amaral, 1897). Em 1920 a vila de Cururupu foi elevada a categoria de cidade através da lei estadual n° 893. Nos últimos anos o município perdeu parte da extensão territorial e de sua população, em função do desmembramento
de
novos
municípios,
entretanto
o
mesmo
desempenhe um papel geo-político de destaque em função da sua importância histórica bem como do seu papel na produção econômica da região. 4. Metodologia
Visando a obtenção de dados preliminares sobre o potencial arqueológico do município, procurou-se associar diferentes abordagens metodológicas com intuito de estabeler um panorama geral das referencias sobre as ocupações tanto pré-coloniais e históricas da região. Associado ao levantamento de fontes documentais primárias e impressas efetuou-se um breve levantamento de campo visando aquirir informações que subsidiassem a elaboração de um diagnóstico parcial.
O procedimento implicou no percorrimento de algumas áreas de interesse
de
acordo
com
as
condicionantes
de
acesso
e
a
disponibilidade de transporte oferecido pela prefeitura; ressaltando-se que o tempo disponível foi bastante exíguo. Optou-se pela aplicação de questionário junto a moradores mais antigos da região no sentido de obter dados inéditos e corroborar os já existentes em relatos históricos e obtidos através de comunicações pessoais sobre a relevância cultural de Cururupu.
Foram
entrevistados
21
moradores
que
forneceram
informações importantes sobre a existencia de recursos arqueológicos e a distribuição espacial dos mesmos. A listagem dos informantes, bem como o modelo do questionário, encontram-se em anexo no final deste relatório.
Efetuou-se também a documentação fotográfica de todas as etapas e sempre que possível efetuamos a localização georeferenciadas dos
achados, utilizando-se de um GPS para obtenção de coordenadas em UTM.
5. Patrimônio Arqueológico Pré-histórico: As primeiras referencias e sistematização do conhecimento arqueológico relativo ao Maranhão foram elaboradas por Raimundo Lopes que a partir de 1920 descreveu e pesquisou os sambaquis da ilha de São Luís e as Estearias existentes na região da Baixada. Por volta de 1948 o pesquisador José Silvestre Fernandes durante uma visita ao município observou a existencia de pelo menos 3 sambaquis nos lugares conhecidos como Areia Branca,
Ilha das Moças e
Mocambo. Detectou a exploração de forma intensiva desses locais para a fabricação de cal , e que durante a construção de uma estrada em Areia Branca foram encontradas muitas ossadas humanas, além de farmentos de uma cerâmica mal cozida. (Fernandes, 1950). A srª Inácia de Azevedo Trovão, 91 anos, forneceu um relato que corrobora as informações feitas pelo pesquisaddor acima mencionado, moradora desde os 20 anos nesse local, Rua do Matadouro, Areia Branca, nos informou:
“Aqui neste lugar era mato. Ali fizeram um
trapiche e uma barragem, e o prefeito mandou cavar, apareceu ostra, caco de pote e muito osso de gente, tinha osso de braço, cabeça, etc.
Quando cavava pra tirar o sarnambi aparecia os ossos. Essa terra tiraram todinha pra entulho, ainda tinha as terras pretas, as camadas. As crianças brincando achavam pedra de trovão. Os ossos que foram achados nessa época, tiravam ruma, fizeram um monte de mais de metro, botaram querosene e tocaram fogo. Até o ano passado, 2004, na última casa acharam uma mandíbula, tava enterrado. Depois, Cururupu tem 163 anos, então naquele tempo morava índio”.
Foto 1: Srª Inácia Azevedo Trovão, 91 anos, que relatou a retirada de esqueletos na região.
Foto 2: Vista geral do final da rua do Matadouro, local onde foram encontrados vestígios de ocupações pré-coloniais.
O local encontra-se parcialmente urbanizado, mas as casas apresentam grandes quintais e na região da serraria, por baixo da serragem, devem ter resquícios do rederido sambaqui. A área é de grande interesse e poderá ser pesquisada, apesar das muitas restriçoes, futuramente através de um convênio da prefeitura com o Centro de Pesquisa. A própria rua, conforme informações prestadas por outros moradores, apresenta um grande potencial. Em frente a casa da Srª Marlene Mafra Paurá, 49 anos, foi encontrado um achado que não teve o tratamento devido : “ As crianças brincando no quintal sempre achavam dentes, pedaços de ossos, mas jogava fora.
Em 2004 foi
encontrado na porta da minha casa um esqueleto completo com a cabeça deitada dentro de alguidar pequeno; estava de lado com as pernas dobradas, todo curvadinho. Disseram que era macumba, despacho, uma moça falou que era de moradia de índio. Ai o delegado foi chamado, eles cavaram foram tirando com tudo, esbandalharam o alguidar e eles levaram os ossos maiores num saco de nylon. O delegado (Jarbas) falou que era um corpo de uma criança de muito tempo e ia fazer perícia”.
A área apresenta as seguintes coordenadas georrefernciadas:
Elev. 14 metros
23 M 0514496 9797238
A prefeitura municipal de Cururupu disponibilizou uma embarcação e após 3 horas de viagem chegamos até a ilha das Moças, onde detectamos um sambaqui residual, bastante impactado pela exploração de cal e pelo desbarreiramento do rio. No topo da colina encontramos poucos fragmentos ceramicos dispersos numa roça de mandioca, mas
na base da barreira observamos alguns bolções de concentração de ostra
com
cerâmicas
(fragmentos).
Os
vestígios
estão
sendo
degradados pela ação das marés. Foram as seguintes as coordenadas registradas no local: 23 M
0504905 9824406
Foto 3: Embarcação típica de pesca da região da Ilha das Moças.
Foto 4: Área de mangue, no sopé de colina, onde afloram vestígios de sambaqui.
Foto 5: Concentração de conchas associadas a
fragmentos de
cerâmicos, Ilha das Moças.
Também diversos entrevistados forneceram informações sobre ocorrências isoladas de achados arqueológicos, em diversos municípios da região. Em geral os lavradores, durante a limpesa da vegetação para efetuarem o plantio de suas roças, encontraram fragmentos de alguidares ou potes e muitos artefatos líticos (pedra de raio ou trovão), o que é indicativo da fixação de grupos pré-contato na paisagem. O Sr. Salomão Amado (86) e sua esposa nos deram informações sobre sambaquis por ter sido proprietário de “minas” de extração de cal, bem como o sr. Euzébio Costa Filho, 71 anos, por ter trabalhado muitos anos com o beneficiamento de cal a partir da exploração de sambaquis. Foram as seguintes as áreas de interesse de acordo com as informações orais: Cabeceiras (Bacuri), Mocambo (Apicum Açu), Porto da Barreira (Serrano), Caoca (Lençois), Canal do Sarnambi (CumãGuimarães), Nazaré (artefatos), São Joaquim(Artefatos), Curatiua (Turiaçu),
Ilha de São Lucas (Cajualzinho), Porto Rico, Mangunça
(artefatos), Itereré (Apicum-Açu) sambaqui.
No acervo do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão existem dois artefatos líticos, lâmina de machados, que foram doados pelo sr. Luis Carlos de Abreu (2006), oriundos das proxidades do porto do assis Brasil, próximo a sede do município.
6.Patrimônio Arqueológico Histórico. Cururupu possue um significativo patrimônio arquitetônico constituido ao longo da sua história, destacando-se na sede do município algumas edificações da segunda metade do século XIX, que apresentam características estilísticas e técnicas de interesse para preservação a nível municipal e estadual.
A casa de Câmara e Cadeia, a Casa
Paroquial, a Pousada São José, o Ginásio Cururupu, além de imóveis do entorno do porto, da Praça Aquiles Lisboa, Praça São José e Praça São João Batista, são representativos da memória local e precisam de mecanismos que assegurem a sua preservação alem da implantação de uma política eficaz de gerenciamento por parte das autoridades competentes.
Foto 6: Sobrado da Casa de C창mara e cadeia.
Foto 7: Pousada São José.
Foto 8: Igreja Matriz e largo.
Foto 9: Frade de pedra de lioz numa das esquinas da cidade.
Foto 10: Caldeira a vapor da iluninação pública.
Sob a perspectiva da arqueologia todas essas áreas são passiveis do desenvolcimento de pesquisas e apresentam condições favoraveis para o incremento de projetos futuros. Como sujerido em reuniões com as autoridades municípais, seria viável uma ação conjunta, num primeiro momento, visando a restauração e revalorização do sobrado onde funciona a Câmara dos Vereadores.
A região apresenta um passado de intensa atividade agropastoril, onde destacam-se as propriedades que beneficiavam a produção agrícola, os engenhos, que apresentam-se distribuidos por todo o território com diferentes graus de preservação ou arruinamento. Tivemos a oportunidade de visitar algumas propriedades como o São Lourenço, de propriedade do sr. Salomão Amado; e a fazenda e engenho Aliança, que foi o maior produtor de cachaça da região e atualmente, em ruínas, pertence a comunidade de afro-descendentes que habita o local.
São as seguintes as coordenadas georeferrenciadas desses dois engenhos:
São Lourenço: 23 M 0512062 9796262
Aliança:
23 M
0524932 9787348
Foto 11: Sr. Salomão Amado e sua esposa .
Foto 12: Fachada da casa principal do engenho Sรฃo Lourenรงo
R贸tulo da cacha莽a produzida no engenho.
Foto 13: Líder comunitário de Aliança, sr. José Maria ( T- boi)
Foto 13: Produção de farinha de mandioca. Aliança
Foto 14: Uma das ruínas da propriedade Aliança. Casa do início do séc XX.
Foto 15: Parte da moenda do engenho Aliança.
Nas informações oralmente colhidas aparecem referencias de ruinas de engenhos, fazendas, fábricas, capelas nas seguintes localidades: (engenho);
Cabeceiras
(Senzala,
sumidoro,
engenho);
Prado
Fortaleza (engenho); São Lourenço (engenho e casa),
Aliança (engenho e fazenda); São Gonçalo (capela e parte da casa); São Bento (engenho); São Joaquim (engenho e fazenda), Nazaré (Casa grande, salina e caeira); Frexal (engenho e fazenda); Santa Vitória (fazenda); Rosário (resto de parede, fábrica de óleo); Tavira (engenho vapor); Concórdia (engenho vapor); Campinho (engenho vapor); Pindoritiua (engenho); Rio dos Peixes (Bacuri), Central (Vapor); Santa Filomena (engenho boi); Paraiso(engenho), Notredame(engenho); São Bento (engenho). Nos municípios vizinhos ainda existem informações de muitos outros engenhos (principalmente Central e Guimarães), sendo
que alguns ainda encontra-se em funcionamento, inclusive com tração animal.
Foto 16: ChaminĂŠ do engenho a vapor Guajeretiua. Mirinzal
Foto 17: Chaminé do Engenho Central, um dos maiores da região. Central
De grande importância histórica também são os farois da região, destacando-se o farol de São João, farol de Mangunça e o farolete do Gino, que não puderam ser visitados na ocasião em função das dificuldes do deslocamento marítimo e da exiguidade do tempo.
7.Considerações Finais.
A compilação dessas informações preliminares caracterizou um grande potencial arqueologico regional que futuramente, através do desenvolvimento
de
pesquisas
aprofundadas
e
cientificamente
orientadas, subsidiará de maneira significativa a formação de um panorama ilustrativo da realidade pre-colonial local, como tambem permitirá a incorporação, a nível histórico, de um conhecimento específico passível de recuperação somente através de técnicas e métodos arqueológicos.
8. Listagem dos entrevistados.
1. Ribamar Cantanhede; 63 anos , lavrador. Central
2. José Santos; 73 anos, comerciante e marítimo. Cururupu.
3. Sérgio Alves; 38 anos, lavrador pescador. Turiaçu.
4. Lauraci Ferreira Lopes; 63 anos, lavradora. Serrano.
5.Odário Silva. 68 anos, lavrador. Serrano.
6. Fernando Pedrosa; 65 anos, comerciante e ferreiro. Cururupu.
7. Eusébio Costa Filho; 71, marchante e funcionário público. Cururupu.
8. José Maria Guterres; 63, lavrador. Cururupu.
9. Conceição de Maria Louzeiro Silva; 45 anos, lavradora. Cururupu.
10. Marlene Mafra Paurá; 49 anos, dona de casa. Cururupu.
11. Inácia de Azevedo Trovão. 91 anos, lavradora aposentada. Cururupu.
12. Salomão Amado; 86 anos, 86 anos, comerciante. Cururupu.
13. João Gaspar; 69, comerciante e funcionário público. Cururupu.
14. Raimundo Nascimento Frota; 83, opeário e comerciante. Cururupu.
15. José Dias de Azevedo; 66 anos, pescador. Cururupu.
16. Marinaldo Lemos Lopes; 63 anos, pescador. Cururupu.
17. Afonso Celso Magalhães Godinho; 70 anos, agro-pecuarista. Cururupu.
18. José Antônio Dino; 50 anos, hoteleiro. Cururupu.
19. José Pereira de Oliveira Ramos Neto; 76 anos, aposentado. Cururupu.
20. José Joaquim Miranda Amado; 50 anos, comerciante. Cururupu.
22. Antônia Louceira (?)
21. Ézer José Picanço; 54 anos, aposentado. Cururupu
9.Bibliografia.
AMARAL, José Ribeiro do. O Estado do Maranhão em 1896. São Luís, 1897. MARANHÃO. Gil. Revista Caminhos do Maranhão. Ano VI. Nº 35. São Luís, 2005. FERNANDES, José Silvestre. Os sambaquis do Nordeste.
Revista de Geografia e História. São luís, 1950
Fotos: Deusdédit carneiro Leite Filho
São Luís, Março de 2007.
Deusdédit Carneiro Leite Filho Arqueólogo- CPHNA-Ma.
Pacova: antiga fonte de abastecimento d`agua da cidade de Cururupu. Localizada em uma área periférica do centro: entre um pequeno bosque, em que as arvores atualmente ficam dentro dos quintais das casas circundantes, da fonte: restam poços. Ação dos esgotos na pacova:
três grandes arvores sombreando os
Os dejetos de algumas casas escorrem pela
fonte a céu aberto
contaminando os arredores. O pior é que a água contaminada vai parar no leito do rio Cururupu que é fonte de alimento da população carente de Cururupu causando riscos à saúde humana e ao ecossistema da região. Ação: A comunidade civil e o serviços publico, deverão se mobilizar para conter tal situação de degradação da vida humana e ambiental. A compreensão dos moradores da área da pacova deve ser alcançada de imediato para que se possa projetar com segurança a solução dos problemas o setor ambiental do município juntamente com o da educação das obras e da defesa civil deverão propor de imediato um programa contendo soluções para a recuperação a prevenção e a educação da população da cidade de Cururupu para que se tenha segurança da preservação e conservação ambiental e social da Pacova. Vila Afonso: Situada na zona periférica da cidade de Cururupu é uma invasão que se expande da periferia do bairro Ceará rumo ao mangue. As moradias são construídas com paus e barros escavados nas imediações da própria invasão: nesta não tem saneamento e nem água tratada. O risco de calamidade publica é eminente. Valas feitas com a ação das chuvas a gravam buracos que ameaçam a derrubada de casas provocando acidentes grave para a vida humana. Portanto é uma comunidade que se enquadra na categoria das providencias da defesa civil do município. Para resolver a situação: a
CHIQUINHA: Comunidade também construída o longo do tempo sem planejamento. Da continuidade ao antigo bairro do São Benedito. Tem uma área recente tipo favela construída nas bordas de uma nascente que desemboca, no rio Cururupu o desmatamento seguido da erosão coloca em risco a população residente nos casebres. A área ao redor do córrego serve atualmente para amontoar lixo. Os poços que a comunidade se serve estão passiveis da contaminação de suas águas. Os danos ambientais são a: erosão, o desmatamento o assoreamento do rio e da nascente. Meio Ambiente: Lixo jogado ao ar livre que vai para parar no leito do Rio Cururupu; lixo retido nas nascentes de água doce nas partes baixas da comunidade; lixo amontoado nas proximidades das casas. Erosão provocadas pela ação da chuva devido ao desmatamento. Saúde Publica : A falta de higiene é a causa maior de contaminação da população desta comunidade. Solução: Planejamento habitacional com: cobertura para a construção ou remoção das residências construídas em área de risco; extensão da rede de água encanada; escoamento para o lixo; recuperação das nascentes de água doce; ação de educação ambiental na área visando capacitar a população para evitar futuros danos o meio ambiente e a sociedade.
Pacova: da vegetação que originou a denominação do local A PACOVINHA, não resta mais nada, assim como uma vasta flora e fauna que circulava o curso da antiga fonte de abastecimento d`agua da cidade de Cururupu durante o período da chamada seca de 1920. Localizada próximo da beira mar no rio Cururupu, em uma área no centro da cidade; entre um pequeno bosque em que as arvores atualmente ficam dentro dos quintais das casas circundantes, da fonte: restam cobrindo a fonte três grandes arvores que dão sombras aos poços degradados donde não escorrem água fresca. Os dejetos de algumas casas escorrem pela fonte a céu aberto contaminando os arredores. O pior é que a água contaminada vai parar no leito do rio Cururupu que é fonte de alimento da população carente de Cururupu causando riscos à saúde humana e ao ecossistema da região.