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Mário Noronha

Ananindeua, Brazil

Onze cavalos Há onze mil cavalos Voando no horizonte Enquanto a noite canta No sabor do meu vinho Há uma meia lua Que me aguarda no firo da noite A flor que rebenta no absurdo Ela é meu Super Homem Há uma nota que chama por Beethoven Que viaja nas cores dos meus pinceis Há centenas de anos do meu futuro Queimando no tempo do meu cigarro Há um agora para todas as horas Como rosas que brotam todo ano No seio do mundo Em fúria e delicadeza Há o tempo e o espaço Para tantas mil corridas Para um suspiro Que arde tão doce Que se veste de calor Para calar meu frio Há minhas sentinelas Para guardar teu colo Ela é meu anjo Que me protege para o pecado Meu escorpião Que me protege para o veneno Cujo soro é a morte mais branca Onde o inferno é mais brando Quando o corpo falece E a alma transcende Ela é no meu corpo Um ponto em seguida para em seguida ser A poesia que quero beijar Como palavras que voam Para no melhor da inspiração Consumi-la com toda fome Pois Nela há uma beleza que recai sobre

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