Segurito 56

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Manaus, Abril 2011 – Edição 56 – Ano 6

PLANO DE AÇÃO AÇÃO

Plano de Ação é uma ferramenta básica, O porém poderosa para conseguirmos organizar

nossas atividades em qualquer função ou empresa que estejamos trabalhando. Consiste em identificar as ações necessárias e programar o que será realizado. Primeiro fica clara a necessidade de colocar no papel o que deve ser realizado, pois caso tenhamos que lembrar de todas as ações que precisamos fazer, acabaremos falhando, por simples esquecimento. Em segundo lugar, imagine que o nosso patrão, depois do segundo mês de trabalho, venha nos perguntar o que temos feito na empresa neste período de experiência. Caso não tenhamos um plano de ação, muito do que realizamos terá se perdido. Porém com o plano de ação em mãos, poderemos apresentar as atividades realizadas, as programadas e as pendentes por falta de recursos (lógico que também ficará evidente, caso não estejamos trabalhando). Um terceiro item que devemos tomar cuidado no plano de ação é o de sempre definir a data e o responsável pela atividade, nunca devemos colocar apenas o nome do setor, pois se o setor tiver mais de uma pessoa, poderá haver um

A

“empurra-empurra” sobre quem é o responsável pela atividade. Em relação ao prazo, uma observação é importante, devemos manter o histórico de adiamentos. Isto significa o seguinte, o responsável pela ação havia definido uma data, não conseguiu concluir e reprogramou (ver planilha abaixo). Muitas vezes vamos encontrar planos de ação, apenas com a última data e a indicação de reprogramação. Mas ao fazer isto, perdemos o histórico de quando havia sido programado e de quantas vezes a ação foi adiada. Este modo de apresentação, mantendo todas as datas, acaba funcionando como uma forma de pressionar o responsável pela ação, pois será incômodo seu nome estar vinculado a uma ação com vários adiamentos. Em relação a coluna de status é de extrema importância periodicamente ser atualizada, ao menos semanalmente, para que possamos verificar o andamento das atividades. Costumo utilizar os termos programado, reprogramado, concluído ou suspenso. Podemos trabalhar com um plano de ação único que cubra todos os assuntos ou trabalhar com vários planos de ação, onde cada um abrange tema específico

ITEM

AÇÃO

RESPONSÁVEL

PRAZO

STATUS

1

Elaboração de procedimento de Segurança do Trabalho

José Lima (SESMT)

21/04/11 13/05/11

Reprogramado

O PROFISS PROFISSIONAL ENCANTADO

pesar da NR 04 ser clara no seu item 4.10: Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho,é frequente os profissionais de Segurança do Trabalho realizarem atividades não relacionadas diretamente a sua área, como por exemplo: fazer a gestão das rotas, ser responsável pela segurança patrimonial ou coordenar o setor de serviços gerais. Desvios de função acontecem porque em várias empresas a contratação do profissional só ocorreu pela obrigatoriedade legal. Nestas empresas a administração acredita que este profissional é mais uma pedra no sapato. Infelizmente, em muitos casos, a sua atuação acaba confirmando a previsão. Em geral a contratação será de um profissional com pouca experiência, com baixo salário e sem nenhum suporte da empresa.

Como consequência, dependendo do perfil do profissional contratado, ele começa a achar que não vai conseguir nada na empresa e aí (como fala meu amigo Ericson Botelho) torna-se um encantado. Encantado, como assim? É isso mesmo, encantado, pois fica no canto dele, deixando a vida passar. A empresa então confirma que o profissional de

segurança não era necessário, mas como não pode demitir, resolve “aproveitá-lo melhor”, ou seja, passa as atividades “complementares”. Na verdade, este profissional tem algumas alternativas, como por exemplo, continuar encantado ou começar a demonstrar que faz diferença para a empresa. Entenda que estamos falando com um empresário, neste caso fazer a diferença significa dar lucro ou evitar gastos. Como consigo fazer isso? Nada além de fazer o seu serviço, ou seja, organizar os programas de saúde e segurança do trabalho, realizar os treinamentos necessários, manter toda a documentação obrigatória atualizada, etc. Fazendo o básico já estamos economizando. Mas sendo sincero, os melhores profissionais fazem além do seu serviço. Por que? Porque é fácil identificar um problema e esperar que a Manutenção corra atrás de fornecedores ou passe a obrigação para o Compras. Por experiência própria sei que na maioria das vezes o assunto vai ficar parado. Não veja isto como uma crítica destrutiva a estes setores, pois o foco de qualquer empresa é a produção e tanto a Manutenção como o Compras trabalham com esta prioridade. Você pode dizer então: - Paciência, eu já tenho os meus problemas. Não podemos esquecer que se não fazemos parte da solução fazemos parte do problema. O máximo que pode acontecer é trabalhamos um pouco mais e passarmos a ser mais reconhecidos. Ok, eu sei que depende da empresa e de diversas variáveis, mas devemos ao menos tentar. E caso realmente não dê, podemos começar a nos preparar, sair do nosso canto e procurar nova empresa.

BOA LEITURA Este livro trata do dimensionamento de sistemas de hidrantes, de mangotinhos e de sprinklers. A abordagem didática é acessível aos profissionais na área. São feitas as exposições dos principais dispositivos e equipamentos usados nas instalações e sua forma de utilização, inspeções, testes e manutenção.

Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndios nas Edificações Ed. EDIPUCRS Telmo Brentano

PIADINHAS Dizem que ex-namorado é igual a um vestido fora de moda. Você o vê em foto e não acredita que um dia teve coragem de sair com aquilo!

O cara comprou uma cama nova, Dois dias depois a mulher dele liga para a loja dizendo que a cama estava com defeito. O técnico chegou e perguntou qual o defeito. - A cama treme, toda vez que o trem passa, pode testar, passa daqui a 10 minutos. O técnico deitou e ficou ali esperando. Nessa hora chega o marido e pergunta: - O que você pensa que tá fazendo aí na minha cama? Aí o técnico responde: - Doutor, se eu disser que tô esperando o trem, o senhor vai acreditar?

SITES SEGUROS http://www.nersat.com.br/ http://www.insht.es/portal/site/Insht/ http://segvita.webnode.com.pt/ http://www.douglascarvalho.com/

Para sugestões ou críticas : Prof. Mário Sobral Jr. sobraljr27@ibest.com.br


JORNAL SEGURITO

POR QUE ANALISAR ACIDENTES? ACIDENTES?

E

m um acidente o importante não é identificar os erros do trabalhador, mas conhecer as razões que tornaram os erros possíveis. Paralelamente à falha humana, há fatores subjacentes e latentes que criam um ambiente no qual “erros humanos” são inevitáveis. O que geralmente é atribuído ao acaso ou azar (“estar no lugar errado na hora errada”) pode, durante a análise, ser evidenciado como resultado de uma rede de fatores em interação.

Abaixo bons motivos para realizar uma boa análise de acidentes: • As Normas Regulamentadoras do MTE determinam que as empresas analisem e capacitem os trabalhadores para realizar análises de acidentes de trabalho; • As Normas Regulamentadoras exigem que os empregadores planejem, controlem e monitorem as condições de SST, inclusive fornecendo aos trabalhadores informações sobre riscos e medidas de controle; • A Previdência Social, por meio de ações regressivas, pode pleitear o ressarcimento dos benefícios decorrentes de acidentes e doenças do trabalho cujos fatores relacionados incluam a não observação das normas; • A legislação previdenciária prevê a majoração das alíquotas do Seguro de Acidente do Trabalho - SAT em função da incidência de acidentes e doenças relacionados ao trabalho; • A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXVIII, estabelece indenização por danos decorrentes do trabalho; • O Código Civil prevê indenizações em certas circunstâncias, independentemente de dolo ou culpa por parte das empresas; • Acidentes e doenças relacionados ao trabalho causam sofrimento e problemas para os trabalhadores, suas famílias e as empresas. • Análises de acidentes constituem ferramenta para o desenvolvimento e refinamento do sistema de gerenciamento de riscos; • Medidas de controle de risco bem planejadas, associadas com supervisão adequada, monitoramento e gestão efetiva de SST, podem garantir que as atividades no trabalho sejam seguras. Fonte: Guia de Análise de Acidentes de Trabalho MTE - Ed. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

FISIOTERAPIA?

N

CORREÇÃO CORREÇÃO DA ACGIH

a NR 09 o item 9.3.5.1 - letra c define um dos critérios para adoção de medidas de controle, veja a texto: “quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists,(...)” Importante destacar que só serão utilizados os valores da ACGIH caso não tenha limite de tolerância na NR 15 ou por negociação coletiva. Até este ponto, tudo bem! O problema é quando o profissional precisa utilizar os valores da ACGIH. Alguém deve está pensando: - Mas não é só pegar o limite e comparar com o valor avaliado? Na verdade, não. Antes de usar os valores é necessário realizar uma correção, pois os limites definidos pela ACGIH consideram 40 horas de trabalho semanal e no Brasil trabalhamos 44 horas semanais. Como conseqüência os limites devem ser corrigidos. Uma fórmula simples para correção destes valores é a descrita no método de Brief e Scala apresentada a seguir:

V

FC = Fator de correção JS = Jornada Semanal de referência (USA = 40horas) JR = Jornada de trabalho real, em horas 168 = Número total de horas da semana (7dias x 24hs)

Jogando os valores para jornada de 44 horas teremos a seguinte correção: FC = 40 + 168 – 44 = 0,880682 44 168 – 40 . Ou seja, para utilizarmos os valores da ACGIH precisamos multiplicar por este fator de correção. Vejamos um exemplo: o limite para o agente químico XYZ é de 100ppm, para utilizarmos este limite no Brasil, teremos que realizar a correção, obtendo o valor de 88ppm. Para sermos mais criteriosos podemos fazer a correção pela exposição diária, apenas substituindo o valor da Jornada Semanal (40h) pelo valor da jornada diária (8h) e substituindo o valor da Jornada Semanal Real (44h) pelo valor de Jornada Diária Real (8,8h). Realizaremos o cálculo para as duas situações e utilizaremos o valor mais restritivo, ou seja, o menor fator de correção.

PARTICULADOS - NHO 08

eja abaixo definições sobre particulados da NHO 08 – Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho: Particulado inalável É a fração de material particulado suspenso no ar, constituída por partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 100µm, capaz de entrar pelas narinas e pela boca, penetrando no trato respiratório durante a inalação. É apropriada para avaliação do risco ocupacional associado com os materiais suspensos no ar que exercem efeito adverso quando depositados no trato respiratório como um todo. Particulado torácico É a fração de material particulado suspenso no ar, constituída por partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 25µm, capaz de passar pela laringe e entrar pelas vias aéreas superiores e penetrar nas vias aéreas dos pulmões. É apropriada para avaliação do risco ocupacional associado com os materiais suspensos no ar que exercem efeito adverso quando depositados nas regiões traqueobronquial e de troca de gases. Particulado respirável É a fração de material particulado suspenso no ar, constituída por partículas de diâmetro

E

FC = JS + 168 - JR JR 168 – JS

aerodinâmico menor que 10µm, capaz de penetrar além dos bronquíolos terminais e se depositar na região de troca de gases dos pulmões, causando efeito adverso nesse local. TRAQUÉIA BRÔNQUIOS BRONQUÍOLOS

ALVÉOLOS

Particulado total É o material suspenso no ar coletado em portafiltro de poliestireno de 37 mm de diâmetro, de três peças, com face fechada e orifício para a entrada do ar de 4 mm de diâmetro, conhecido como cassete. A coleta de particulado total deve ser utilizada somente quando não houver indicação específica para coleta de particulado inalável, torácico ou respirável.

MANUAL DA NR 17

m 2002 o MTE elaborou manual com comentários sobre a NR17. Veja abaixo um trecho deste documento. A elaboração deste Manual, reunindo a experiência prática de 10 anos de fiscalização, tem como objetivo subsidiar a atuação dos auditores-fiscais do trabalho e dos profissionais de Segurança e Saúde do Trabalhador nas suas atividades. 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme estabelecido nesta NR. Este é o subitem mais polêmico da Norma. Ele foi colocado para ser usado quando o auditorfiscal do trabalho tivesse dificuldade para

entender situações complexas em que fosse necessária a presença de um ergonomista. Evidentemente, nesse caso, os gastos com a análise devem ser cobertos pelo empregador. Têm-se pedido análises ergonômicas de uma forma rotineira e protocolar. Isso só tem dado margem a que se façam análises grosseiras e superficiais que em nada contribuem para a melhoria das condições de trabalho. Na solicitação da análise ergonômica, deve-se ter clareza de qual é a demanda, enfocando-se um problema específico. Sempre que o auditor-fiscal do trabalho solicitar uma análise, deve explicitar claramente qual é o problema que quer resolver e pelo qual está pedindo ajuda a um ergonomista. Fonte: Manual de aplicação da NR 17 Brasília : MTE, SIT, 2002.


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