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STAURAD E R S O ACO
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ESPAÇOS RESTAURADORES: CENTRO DE TERAPIAS COMPLEMENTARES AO PACIENTE ONCOLÓGICO DA UFG.
Seminário de Projeto Universidade Federal de Goiás Arquitetura e Urbanismo
Marize Tomaz Porto, graduanda Orientadora: Prof. Dra. Christine Ramos Mahler.
Goiânia, Abril de 2022.
RESUMO Este trabalho teórico-prático terá como proposta a concepção de um centro de assistência e acolhimento para pacientes com diagnóstico de câncer, agregado aos serviços de tratamento oncológico do Hospital das Clínicas - Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) e hospitais da rede pública de Goiânia - Goiás., e de modo que complemente o tratamento clínico, deslocando a assistência social, nutricional, psicológica e de fisioterapia, bem como de terapias integrativas (que atualmente se encontram adaptadas e pulverizadas nos ambientes do HC-UFG) fora do ambiente hospitalar. Desse modo, a intenção é pensar em um edifício que proporcione espaços restauradores e terapêuticos, com uma ambiência capaz de oferecer aconchego e tranquilidade, favorável aos cuidados do corpo e da mente, onde o paciente possa compartilhar histórias ou apenas vivenciar um lugar aprazível para organizar os pensamentos. O acolhimento, uma das diretrizes do novo edifício atuará como um otimizador na recuperação física e emocional dos pacientes, em decorrência aos longos e intensos processos de hospitalização, entendendo que o estigma do câncer como doença agressiva e fatal encontra-se superado, quando o paciente tem o diagnóstico precoce e adere a um estilo de vida adequado, tanto no diagnóstico e prognóstico do câncer. Espera-se como contribuição, promover o bem-estar dos pacientes e, desse modo, contribuir com sua recuperação, além de divulgar a importância da prevenção.
Palavras-Chave: Tratamento Oncológico. Centro de Acolhimento. Espaços Restauradores. Ambientes Hospitalares. Hospital das Clínicas UFG.
SUMÁRIO
1
APRESENTAÇÃO DO TEMA Introdução Justificativa Objetivos Metodologia
2
DISCUSSÃO TEÓRICA O câncer Sistema de saúde Instituições de saúde Arquitetura como aliada na Recuperação dos paciente Lugar e significado Inovações do ambiente Hospitalares
3
08 10 13 14
18 30 34
48 50
Maggie yorkshire Centro urbano de tratamento para doentes terminais Centro kálida Sant Pau Quadro síntese
56 60 70 78 86
Caracterização do público Entendendo o público Perfil do usuário Jornada do usuário
5 6 7
90 92 93 93
ESTUDO DO LUGAR Contexto do bairro Entorno Terreno Legislação pertinente
38
ESTUDO DE CASO Centro maggie
4
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
116 120 128 132
ATMOSFERA Moodboard
138
PARTIDO Diretrizes Programa de necessidades Partido arquitetônico
142 144 152
APRESENTACAO
APRESENTAÇÃO DO TEMA
APRESENTAÇÃO DO TEMA
Introdução
08
Este trabalho é uma pesquisa teórica para
atualmente realizados em ambientes
a elaboração de um trabalho de conclusão
adaptados e pulverizados por todo edifício
de curso (teórico-prático) para um centro
hospitalar. Esses espaços nem sempre
de terapias para pacientes que foram
foram considerados como prioridades no
acometidos pelo diagnóstico e tratamento
arranjo espacial dos hospitais, o que
de câncer. Esses pacientes necessitam de
decorre em resultados que nem sempre
um aporte humanizado e individualizado
são capazes de cumprir sua função de
para seu diagnóstico e prognóstico, que os
modo efetivo e otimizado.
ajude a lidarem melhor com sua condição,
O público alvo engloba pacientes em
minimizando os estigmas da doença e de
tratamento pelo Hospital das Clínicas -
suas consequências, gerando acolhimento
Universidade Federal de Goiás, podendo
aos pacientes e familiares, oferecendo
atender ao público de outras instituições
suporte emocional, social e físico, além de
do Sistema Único de Saúde² (SUS) de
proporcionar cuidados paliativos¹.
suporte ao câncer, como por exemplo, o
A proposta visa agregar ao serviço do
Hospital de Câncer Araújo Jorge – um
HC-UFG um espaço adequado para reali-
hospital específico no tratamento ao
zação dos tratamentos, uma vez que o
câncer em Goiânia. – Os grupos que se
Hospital não contém estrutura e espaços
encaixam no perfil de recebimento do
para tais atividades de apoio, sendo
apoio, são o GRUPO 1: Pacientes que este-
pacientes oncológicos já conviveram exces-
quimioterapia e/ou radioterapia. GRUPO 2:
sivamente em ambientes hospitalares
Pacientes que já passaram por tratamen-
durante e mesmo após o tratamento.
tos e se curaram. GRUPO 3: Acompanhan-
De acordo o Geoffroy (2000), projetos arqui-
tes dos pacientes oncológicos que necessi-
tetônicos devem antepor o efeitos dos
tam de apoio psicológico e complementar.
atributos que o ambiente irá causar sobre o
O Centro de Acolhimento atenderá as
paciente, permitindo que estímulos agradá-
faixas etárias de jovens a partir de 15 anos,
veis atuem no indivíduo enquanto recebem
adultos e idosos. Os serviços não serão
uma resposta positiva do corpo humano. “Ao
prestados para crianças, tendo em consi-
atenuar o estresse e a monotonia a que fica
deração que essa faixa etária possui
submetido o paciente, a melhora dessas
especificidades, demandando estudos
instalações ajuda a reduzir o tempo de
mais aprofundados e direcionados.
recuperação”. (GEOFFROY, 2000, p.247).
Assim, busca-se a oportunidade de realizar
Estudos sobre a Psicologia Ambiental mos-
o TCC para atender a esta demanda que,
tram que ambientes construídos tornam-se
preferencialmente, seja realizada fora do
determinantes para o aumento do bem-es-
ambiente hospitalar, em contraponto aos
tar dos indivíduos frequentadores desses
seus corredores extensos, silêncio ensurde-
espaços, quando estes conseguem promo-
cedor, portas restritas, excesso de luz
ver sensações agradáveis . Desse modo,
artificial e sinalizações, e demais caracte-
interessa que o espaço proposto esteja fora
rísticas ambientais, uma vez que essa
do ambiente hospitalar para propiciar ao
condição não contribui para uma sensa-
paciente e acompanhantes uma ambiência
ção de acolhimento e bem-estar. Os
que ofereça tranquilidade, ludicidade,
APRESENTAÇÃO DO TEMA
jam passando por algum tratamento de
09
acolhimento e forte relação com a natureza.
para conversar, quebrando o enrijecimento
O paciente com câncer sofre pelo estigma
do espaço impessoal, técnico e asséptico e
da doença, durante muitos anos tida como
tornando um lugar onde os pacientes
fatal e incurável, uma espécie de pena de
podem acessar um tempo intrínseco para
morte anunciada. Ao longo do século XX,
reflexões pessoais, longe dos horários
com os avanços científicos da medicina e
institucionais das jornadas de tratamento.
com a divulgação dos tratamentos preventivos, muitos casos tornaram-se reversíveis, havendo aumentos consideráveis das taxas
¹ Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por
de sobrevida. No entanto, apesar disso, a
uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da
relação desses pacientes com os espaços hospitalares é intensa, seja para consultas, exames e procedimentos. APRESENTAÇÃO DO TEMA
O Centro de Terapias oferecerá espaços
10
desburocratizados, fluidos e passíveis de ativarem as subjetividades, onde as relações com o ambiente não sejam impostas ao indivíduo/usuário pelo espaço. A
qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos,
sociais,
psicológicos
e
espirituais
(Organização
Mundial da Saúde, 2002).
²
O Sistema Único de Saúde, o SUS, é formado pelo conjunto
de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público (Ministério da Saúde, 2000).
premissa é que as pessoas se apropriem do
Justificativa
lugar de forma livre, deixando que façam
De acordo com o Instituto Nacional de
escolhas, mesmo que sejam simples, como
Câncer José Alencar Gomes da Silva
mudar uma cadeira de lugar, preparar uma
(INCA)³, órgão do Ministério da Saúde, o
xícara de chá ou escolher a melhor hora
câncer é o principal problema de saúde
pública no mundo, já está entre as 4 prin-
saúde pública no Brasil. Os investimentos
cipais causas de morte prematura (e antes
em medidas e soluções para enfrentamen-
dos setenta anos de idade) na maioria dos
to do substancial atraso nas políticas e
países (Estimativa, 2020). A mais recente
programas de prevenção tem sido insufi-
estimativa mundial, ano 2018, aponta que
ciente. Ações preventivas e de conscienti-
ocorrerão no mundo 18 milhões de casos
zação da população sobre prevenção e
novos de câncer e 9,6 milhões de óbitos. E
cuidados pós-diagnóstico devem ser
para o Brasil, a estimativa para os anos de
intensificadas para minimizar as reincidên-
2020-2022 é de 625 mil casos novos de
cias.
câncer.
De acordo com Pinto (1996), o câncer é uma a mortalidade por muitos tipos de câncer vem diminuindo nos últimos anos; a má notícia é que isso só tem ocorrido, ao
doença estigmatizada e cheia de mitos, que permeiam o imaginário coletivo, provocando efeitos negativos no processo
menos de maneira consistente, nos países
de aceitação da doença. Por várias déca-
ricos. Infelizmente, o baixo investimento em
das as pessoas eram vistas como conde-
medidas
nadas à morte, mas em 1960, com o avanço
de
prevenção
e
diagnóstico
precoce e a menor oferta de tratamentos oportunos e eficazes podem condenar os
em pesquisas sobre os tratamentos, houve
países em desenvolvimento a anos de
uma divulgação sobre a possibilidade de
atraso nas políticas de combate ao câncer,
cura, diminuindo o pessimismo sobre a
em relação aos seus pares mais afortuna-
doença.
dos. (Equipe Oncoguia, 2021)
O câncer deve ser considerado em sua complexidade um dos maiores desafios da
APRESENTAÇÃO DO TEMA
Apesar da incidência, em geral, crescente,
3 O INCA é o órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desen-
volvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil. (INCA,2020)
11
O diagnóstico de câncer vem acompa-
constante de demanda quantitativa, e está
nhado do estigma que a palavra câncer
a cada vez mais sendo discutida no campo
traz em si mesma: associação com intenso sofrimento e morte posterior. Em decorrência dessa associação, a angús-
fatores preocupantes com o bem-estar dos
tia é o principal sentimento que acomete
pacientes dentro dos ambientes hospitala-
o paciente e seus familiares quando
res. Porém, na prática ainda tem muito a
recebem o diagnóstico de câncer. (Pinto, 1996)
Os altos índices sobre câncer nas estatísticas, demonstram a necessidade de atendimento complementar para auxiliar a recuperação e reinserção dos pacientes em
APRESENTAÇÃO DO TEMA
seus cotidianos. As dificuldades existentes no decorrer do tratamento do câncer são de ordem física e emocional, devendo ser cuidadas em espaços que contemplem as especificidades e complexidades deste processo, sendo terapias indicadas pelo médico especialista e conduzidas por uma equipe multiprofissional. A arquitetura para projetos hospitalares, atualmente no Brasil, sofre com um avanço
12
do conhecimento científico, em função de
ser feito para mudar esse cenário na direção de espaços qualitativos. Roger Ulrich (1984), com base em estudos, demonstrou o efeito restaurativo do ambiente, a partir dos efeitos fisiológicos e emocionais do indivíduo. Para ele, o paciente ao ter uma visão de um ambiente natural por meio da janela do quarto de um hospital tem efeitos positivos na sua recuperação pós-cirúrgica. Apenas o fato da visão do ambiente natural pela janela, é suficiente para observar a diminuição dos níveis de ansiedade dos pacientes, na dose de analgesicos e no menor tempo de internação.
Segundo a abordagem de Ulrich, estar cercado por fatores que estimulam a aproximação
e
desencorajam
certos
comportamentos é fundamental para o
Objetivo específico Implantar um Centro de Terapias ao
bem estar e a sobrevivência humana. As
paciente oncológico próximo ao Hospi-
experiências de ambientes físicos, visual-
tal das Clínicas - UFG, e do Hospital de
mente prazerosos, podem auxiliar na
Câncer Araújo Jorge, Goiânia-Goiás;
redução do estresse, uma vez que desencadeiam emoções positivas, mantêm o estado
de
atenção
não
vigilante,
Realocar equipes multiprofissionais de
diminuem os pensamentos negativos e
suporte ao câncer do Hospital da Clíni-
possibilitam o retorno à excitação fisioló-
cas - GO para o Centro de Terapias;
gica (physiological arousal) para níveis mais moderados. (Gressler e Günther, 2013, p. 489)
Promover debates, reflexões e orientações sobre a importância de ambientes adequados para tratamentos complementares de cuidado ao câncer;
Este trabalho pretende estruturar um estudo teórico para subsidiar a elabora-
Possibilitar a formação de grupos de
ção de um projeto arquitetônico para um
convivência entre pacientes e familiares
Centro de Acolhimento e Terapias, com
para integração e troca de experiências;
espaços complementares ao tratamento do câncer do HC-UFG, a fim de oferecer
Proporcionar acolhimento, bem-estar e
suportes sociais, terapêuticos e emocio-
conforto dos pacientes por meio de
nais fora do ambiente hospitalar.
soluções arquitetônicas.
APRESENTAÇÃO DO TEMA
Objetivo geral
13
Metodologia
METODOLOGIA
1 14
3
Revisão da literatura sobre câncer Causas e tratamentos Psicologia ambiental Fenomenologia e sensorialidade
Análises Estudo de casos Estudo do lugar Perfil do usuário (Personas)
Desenho universal Arquitetura de espaços hospitalares humanizados.
2
Coleta de dados Estatísticas Conceitos Levantamentos
4 Fase exploratória
Programa de necessidades Critérios Pré-dimensionamento
Fase propositiva
6
METODOLOGIA
4
5
Diretrizes
7
Desenvolvimento do projeto
Partido Arquitetônico
15
DISCUSSAO
O CÂNCER Definição
O câncer pode se desenvolver em várias
Câncer (INCA, 2021), do Ministério da Saúde
partes do corpo humano, que é formado por
do Brasil, o câncer resulta em uma junção
trilhões de células. Normalmente, as células
de mais de 100 tipos diferentes de doenças,
humanas crescem e se multiplicam por meio
que se formam a partir de uma multiplica-
de um processo chamado divisão celular, e
ção descontrolada das células agressivas
se criam células novas à medida que o
(malignas) do corpo de modo acelerado,
corpo vai necessitando. Esse ciclo continua
que atinge os tecidos e órgãos do corpo
conforme as células envelhecem, ficam
humano.
danificadas ou morrem, surgindo novas
O CÂNCER
De acordo com o Instituto Nacional do
Célula Normal
Diagrama 01 | O que é o câncer? Fonte: INCA (2020) Modificado pela autora.
18
Célula Cancerosa
Orgão
Tecido
Tecido Infiltrado
células no seu lugar. Porém, esse processo
As células que constituem os animais são formadas
controlado pode ser interrompido por uma
por três partes: a membrana celular, que é a parte
mutação genética (alteração do DNA) que passa a receber orientações erradas para
mais externa; o citoplasma (o corpo da célula); e o núcleo, que contém os cromossomos, que, por sua vez, são compostos de genes. Os genes são arqui-
as suas atividades, e células anormais ou
vos que guardam e fornecem instruções para a
danificadas crescem e se multiplicam de
organização das estruturas, formas e atividades
forma indevida, expulsando a células
das células no organismo. Toda a informação gené-
normais e podendo formar tumores, tornan-
tica encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É
do difícil para o corpo humano permanecer
através do DNA que os cromossomos passam
regular e manter seu funcionamento.
as informações para o funcionamento da célula.” (INCA, 2021) O CÂNCER
Agente cancerígeno
Membrana celular
Citoplasma Núcleo
Diagrama 02 | como surge o câncer? Fonte: INCA (2020) Modificado pela autora.
Célula Normal
Carcinogênese
Célula Cancerosa
19
Surgimento “O processo de formação do câncer é cha4
mado de carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere-se e dê origem a um tumor visível.” (INCA, 2021). Alguns agentes cancerí-
1
Iniciação Os agentes cancerígenos provocam ações de modificações em alguns dos seus genes. Nesse estágio ainda não é possível detectar o tumor, porém as células cancerosas já se encontram pré-dispostas para ação de um segundo grupo de agentes;
genos ou carcinógenos, causam um efeito cumulativo no corpo humano, sendo os responsáveis pela modificação dos genes,
Agentes iniciadores
os transformando em células malignas, e o multiplicando de forma descontrolada. De acordo com INCA (2021), a interação
O CÂNCER
entre frequência e período de tempo é determinada pela exposição dos agentes da carcinogênese, e devem ser considera-
Célula Normal
das características peculiares do indivíduo, pois elas facilitam ou dificultam a acomodação do dano celular. Sendo composto com três estágios: 4
20
A carcinogênese é o processo no qual células normais se
transformam em células cancerígenas. (NIH,2021)
Diagrama 03 | como surge o câncer? Fonte: INCA (2020) Modificado pela autora.
Nesse estágio, o grupo de iniciação que sofreu com a modificação genética das
3
Progressão Se define pelo aumento desordenado das células alteradas, nesse estágio, o câncer já
células, passa pelas ações do segundo
está instalado, se tornando irreversível e
grupo
evoluindo para manifestações de sintomas
de
agentes,
oncopromotores.
classificados
como
A célula iniciada passa
clínicos da doença.
por uma transformação gradual, tornando em célula maligna;
Multiplicação descontrolada de calulas alteradas Célula Infiltrada
Agentes promotores
Diagrama 04 | como surge o câncer? Fonte: INCA (2020) Modificado pela autora.
O CÂNCER
2
Promoção
Acúmulo de células cancerosas
Diagrama 05 | como surge o câncer? Fonte: INCA (2020) Modificado pela autora.
Tumor
21
Metástase
e a maioria das pessoas que morrem de
A velocidade de multiplicação das células
(National Cancer Institute, NIH, 2021).
O CÂNCER
e a capacidade do câncer se espalhar do
22
câncer morrem de doenças metastáticas."
local que se originou para outro local do
Causas e prevenções
corpo é chamado de câncer metastático.
As causas do câncer são de origens varia-
“Na metástase, as células cancerosas se
das, recorrentes de agentes cancerígenos
separam de onde se formaram e formam
internos ou externos ao corpo humano. As
novos tumores em outras partes do corpo.”
causas internas, estão associadas com
(Instituto Nacional do Câncer/Terese
causas genéticas, fator hereditário, hormô-
Winslow, 2014).
nios e condições imunológicas e por
Na fase da metástase é onde o câncer se
causas externas, como estilo de vida,
encontra avançado e podem ser conside-
hábitos e costumes alimentares, tabagis-
rados não curáveis, mas podem ser trata-
mo, alcoolismo, exposição ao sol, exposi-
dos, são recomendados, em alguns casos,
ção a agentes químicos, fatores ambien-
tratamentos para ajudar a prolongar a
tais (industrialização, poluição, insalubri-
vida das pessoas com esse diagnóstico.
dade e outros). Os fatores responsáveis
Mas já em outros casos, o propósito essen-
pelos avanços dos agentes, podem intera-
cial do tratamento do câncer metastático
gir de diversas formas. De acordo com o
é controlar a evolução ou aliviar os sinto-
INCA, entre 80% e 90% dos casos estão
mas que já estão sendo causados. “Os
relacionados com as causas externas. Os
tumores metastáticos podem causar
principais riscos do aumento do número
danos graves ao funcionamento do corpo,
de câncer, atualmente, são causados pelos
impactos ambientais gerados pelo próprio
Instituto Nacional do Câncer (2021) listou
homem, e pelo condicionamento a hábitos
duas ações gerais que podem ser realiza-
e comportamentos prejudiciais à saúde.
das:
das à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Apesar de o fator genético exercer um importante papel na formação dos tumores (oncogênese), são raros os casos de câncer que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos.” (INCA,2021). Por meio de implementações de ações preventivas, detecção precoce e tratamentos de pacientes com a doença, é possível que os números de casos sejam reduzidos e controlados. De acordo com Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS (2020), entre 30% e 50% dos cânceres podem ser prevenidos. Muitos cânceres têm uma grande chance de cura e se identificados precocemente e com tratamentos adequados. Para minimizar os risco de ter a doença, o
O objetivo da prevenção primária é impedir que o câncer se desenvolva. Isso inclui evitar a exposição aos fatores de risco de câncer e a adoção de um modo de vida saudável. O objetivo da prevenção secundária é detectar e tratar doenças pré-malignas ou cânceres assintomáticos iniciais.
Tratamentos Para o tratamento de câncer é essencial que ocorra um diagnóstico correto, adequado e eficaz, sendo que cada tipo e estágio da doença necessita de uma abordagem clínica específica, tais como
O CÂNCER
Com isso, “As causas internas estão liga-
quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, terapia alvo, imunoterapia, medicina personalizada, transplante de medula ou cirurgias. Podendo haver casos que incluam uma ou mais modalidades, ou seja,
23
combinações dos tipos de tratamentos,
O CÂNCER
diferindo apenas na vulnerabilidade de
Cuidados paliativos
cada tumor a cada modalidade de trata-
“Os cuidados paliativos são cuidados
mento e na ordem de aplicação. Em linhas
especiais que se concentram na qualidade
gerais, esses tratamentos atuam no com-
de vida das pessoas e de seus cuidadores
bate das células malignas e, por essa
que passam por uma doença avançada e
razão, podem combater células saudáveis
limitante da vida. Os cuidados paliativos
durante o processo, o que acaba debilitan-
oferecem cuidados compassivos para
do o paciente.
pessoas nas últimas fases de uma doença
De acordo com o INCA (2012), não existe um
incurável, para que possam viver da
padrão claro para o tempo necessário dos
maneira mais plena e confortável possível.”
tratamentos, pois podem variar de acordo
(American Cancer Society, 2019). Tais cuida-
com o tipo de câncer, o estágio da doença
dos não buscam a cura, mas sim, o alívio
e da resposta do paciente.
dos sintomas e os efeitos colaterais causa-
Os efeitos colaterais desses procedimen-
dos pelos intensivos procedimentos clíni-
tos podem ser bastante agressivos, de
cos padrão.
imediato até longo prazo, ainda é possível
De acordo com a Organização Pan-Ameri-
em alguns casos em que o procedimento
cana de Saúde - OPAS (2020), em mais de
possa causar efeitos colaterais permanen-
90% dos pacientes com câncer avançado
tes, podendo causar mau funcionamento
conseguem o alívio de problemas físicos,
em outras partes do corpo, ou ainda, gerar
psicossociais e espirituais por meio dos
um segundo tipo de câncer, anos depois.
cuidados paliativos. O período para início aos cuidados pode acontecer desde o
24
momento do diagnóstico até quando a doença chega em um estágio avançado, ao ponto em que as abordagens clínicas não podem mais curá-los ou controlá-los. Esse tipo de controle de sintomas permite que profissionais multidisciplinares especializados colaborem e auxiliem na compreensão das preocupações apresentadas pelos pacientes e promova uma abordagem sob vários ângulos. Como estratégia aos cuidados paliativos para pacientes e familiares em contextos de baixa renda, é essencial e indispensável que programas de saúde pública compre-
adequados para tais cuidados.
O CÂNCER
endam e proporcionem serviços e espaços
25
Estatísticas No mundo
De acordo com Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (2020), o câncer já está entre as quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos de idade) na maior parte dos países. Na recente estimativa mundial, realizada no ano de 2020, indica cerca de
18 milhões de casos novos e cerca de 9,6 milhões de óbitos. Registra em média 14,1 milhões de novos casos anuais no mundo.
Novos casos
Mortes Ásia
O CÂNCER
49.3 %
Europa
22.8 %
5.7 % 1.3 %
26
19.6 %
América
20.9 %
Gráfico 01 | porcentagem de novos casos e mortes no mundo Fonte: Global Cancer Observatory, 2021. Modificado pela autora.
58.4 %
África Oceania
14.2 % 7.1 % 0.7 %
No Brasil
295 mil novos casos de câncer. Em 2020, a estimativa era de 686 mil novos casos, sendo 47% em mulheres e 53% em homens. Os dados das tabelas a seguir mostram a estimativa de Já no Brasil, a cada 100 mil habitantes, calcula-se que por ano ocorrem
novos casos e as taxas de mortalidades da doença no Brasil, em 2020, separados por tipo de câncer e sexo.
Localização primária
Casos
%
Próstata
65.840
29.2
Cólon e Reto
20.540
Traqueia, Brônquios e Pulmão
Novos casos de câncer em mulheres no Brasil Localização primária
Casos
%
Mama Feminina
66.280
29.7
9.1
Cólon e Reto
20.470
9.2
17.760
7.9
Traqueia, Brônquios e Pulmão
12.440
5.6
Estômago
13.360
5.9
Colo do Útero
16.710
7.5
Cavidade Oral
11.200
5.0
Glândula Tireoide
11.950
5.4
Esôfago
8.690
3.9
Estômago
7.870
3.5
Bexiga
7.590
3.4
Ovário
6.650
3.0
Laringe
6.470
2.9
Corpo do Útero
6.540
2.9
Leucemias
5.920
2.6
Linfoma Não-Hodgkin
5.450
2.4
Sistema Nervoso Central
5.870
2.6
Sistema Nervoso Central
5.230
2.3
Todas as Neoplasias
309.750
Tabela 01 | estimativas de novos casos de câncer em homens no Brasil. Fonte: MS/INCA/ Estimativa do Câncer no Brasil (2020) Modificado pela autora.
Todas as Neoplasias
O CÂNCER
Novos casos de câncer em homens no Brasil
316.280
Tabela 02 | estimativas de novos casos de câncer em mulheres no Brasil. Fonte: MS/INCA/ Estimativa do Câncer no Brasil (2020) Modificado pela autora.
27
Mortalidade de câncer em homens no Brasil
O CÂNCER
Localização primária
28
Óbitos
%
Traqueia, Brônquios e Pulmão
16.371
13.9
Próstata
15.576
13.3
Cólon e Reto
9.608
8.2
Estômago
9.387
Esôfago
Mortalidade de câncer em mulheres no Brasil Localização primária
Óbitos
%
Mama Feminina
17.572
16.4
Cólon e Reto
9.995
9.3
Traqueia, Brônquios e Pulmão
12.346
11.5
8.0
Colo do Útero
6.526
6.1
6.756
5.8
Pâncreas
5.601
5.2
Fígado e vias biliares
6.181
5.3
Estômago
5.374
5.0
Pâncreas
5.497
4.7
Sistema Nervoso Central
4.506
4.2
Cavidade Oral
4.974
4.2
Fígado e vias biliares
4.369
4.1
Sistema Nervoso Central
4.803
4.1
Ovário
3.984
3.7
Laringe
3.859
3.3
Leucemias
3.316
3.1
Todas as Neoplasias
117.477
100
Todas as Neoplasias
107.235
100.0
Tabela 03 | estimativas de mortalidade de câncer em homens no Brasil. Fonte: MS/INCA/ Estimativa do Câncer no Brasil (2020). Modificado pela autora.
Tabela 04 | estimativas de mortalidade de câncer em mulheres no Brasil. Fonte: MS/INCA/ Estimativa do Câncer no Brasil (2020). Modificado pela autora.
Estatísticas Goiás e Goiânia
Ainda de acordo com Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (2020), a estimativa de novos casos de câncer em Goiás e Goiânia, em 2020 a cada 100 mil habitantes, das 6 principais localização primária de câncer, apresentados nas tabelas a seguir:
Novos casos de câncer em Goiânia
Localização primária
Casos
Localização primária
Casos
Próstata
2.240
Próstata
370
Mama Feminina
1.620
Mama Feminina
420
Traqueia, Brônquios e Pulmão
940
Traqueia, Brônquios e Pulmão
140
Cólon e Reto
1.160
Cólon e Reto
310
Estômago
550
Estômago
150
Colo do Útero
590
Colo do Útero
170
Tabela 05 | estimativa de novos casos de câncer em Goiás para o ano de 2020. Fonte: MS/INCA/ Estimativa do Câncer no Brasil (2020). Modificado pela autora.
Tabela 06 | estimativa de novos casos de câncer em Goiás para o ano de 2020. Fonte: MS/INCA/ Estimativa do Câncer no Brasil (2020). Modificado pela autora.
O CÂNCER
Novos casos de câncer em Goiás
29
SISTEMA DE SAÚDE
SISTEMA DE SAÚDE
Políticas Públicas de Saúde e Sistema Único de Saúde
30
De acordo com a Lei Federal 8.080 de 1990,
estão associadas diretamente à promoção
Art. 2º “A saúde é um direito fundamental
de saúde, como condições de habitação,
do ser humano, devendo o Estado prover
alimentação, educação, renda, meio
as condições indispensáveis ao seu pleno
ambiente, transporte, emprego e lazer.
exercício”. A promoção de saúde, como
No Brasil, a principal política pública da
direito, consiste na articulação de políticas
saúde foi viabilizada por meio da criação
socioeconômica que visam a diminuição
do Sistema Único de Saúde (SUS), instituí-
de fatores de riscos de doenças e de
do pela Constituição de 1988 e regulamen-
agravantes, de forma a garantir condições
tada pela Lei Federal 8.080/90, chamadas
de acesso abrangente e igualitário às
de Leis Orgânicas da Saúde. oriunda de
ações que asseguram que cidadãos
movimentos sociais, que lutavam pelo
tenham qualidade de vida.
direito à saúde. A criação desse Sistema
As Políticas Públicas da Saúde são com-
possibilitou a ampliação da saúde, de
postas por ações e programas governa-
modo a dar suporte à criação de novas
mentais que objetivam a melhoria das
políticas públicas mais abrangentes e à
condições de saúde da sociedade. Suas
perspectiva de uma maior participação
ações incluem melhoria, recuperação e
social na construção de ações que possibi-
prevenção da saúde. Para a Fiocruz, é
litam responder às necessidades da socie-
necessário incluir questões básicas que
dade.
O Ministério da Saúde, de acordo com a
bem como contribuir para a melhoria da
PORTARIA Nº 874, DE 16 DE MAIO DE 2013,
qualidade de vida dos usuários com
Institui a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de
câncer, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno
e
cuidados
Atenção à Saúde das Pessoas com Doen-
paliativos. (MS, 2013, p.2)
ças Crônicas no âmbito do Sistema Único
tância epidemiológica do câncer e a sua magnitude como problema de saúde pública. A necessidade de redução da mortalidade e da incapacidade causadas por câncer, por meio de ações de promoção da saúde, prevenção, detecção precoce e tratamento oportuno, e ainda a possibilidade de diminuir a incidência de alguns tipos de câncer.” (MS, 2013). Ainda sobre a Portaria, o Ministério dispõe no Capítulo 1:
Com o propósito de mostrar a importância na criação de Políticas públicas, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer/ Instituto Americano para Pesquisa do Câncer (WCRF/AICR), se uniram para elaborar o Relatório de Políticas do WCRF/AICR de 2009, para demonstrar como o câncer pode ser controlado e prevenido no Brasil. “E enfatiza a importância dos atores sociais, incluindo o governo em todos os níveis, a sociedade civil, as indústrias, a
Art. 2º A Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer tem como objetivo a redução da mortalidade e da
mídia e os cidadãos desempenham papéis essenciais” (INCA E WCRF/AICR, 2012). Essas
incapacidade causadas por esta doença
evidências que eles apresentam, apontam
e ainda a possibilidade de diminuir a
a necessidade de uma ação comunitária
incidência de alguns tipos de câncer,
SISTEMA DE SAÚDE
de Saúde (SUS). “Que considerou a impor-
em favor da saúde pública.
31
Recomendações gerais do Relatório sobre Alimentação e Câncer do WCRF/AICR de 2007 GORDURA CORPORAL Seja o mais magro quanto possível dentro dos limites normais de peso corporal
ATIVIDADE FÍSICA Mantenha-se fisicamente ativo como parte de rotina diária
ALIMENTOS E BEBIDAS Limite o consumo de alimentos com alta densidade energética. Evite bebidas açucaradas
ano é preocupante, as estatísticas apontam uma incidência de crescimento cada vez maiores (INCA, 2020). Órgãos e instituições mundiais alertam sobre os efeitos que o aumento pode causar, a sociedade está em um patamar de crise mundial de saúde pública, sem perspectivas de diminuição
Consuma principalmente alimentos de origem vegetal
dos números de casos de câncer. O siste-
ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
ma de saúde já começou a criar ações em
BEBIDAS ALCOÓLICAS Limite o consumo de bebidas alcoólicas
SISTEMA DE SAÚDE
A tendência do câncer aumenta a cada
ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL
Limite o consumo de carne vermelha e evite carnes processadas
PRESERVAÇÃO, PROCESSAMENTO, PREPARO Limite o consumo de sal e evite cereais e grãos mofados
SUPLEMENTOS ALIMENTARES Ter o alcance das necessidades nutricionais apenas por intermédio da alimentação
AMAMENTAÇÃO As mães devem amamentar; as crianças devem ser amamentadas Tabela 07 | recomendações gerais do Relatório sobre Alimentação. Fonte: World Cancer Research Fund International, 2007. Modificado pela autora.
32
Necessidade de Ação
combate a essa epidemia. A saúde da população brasileira deu um passo grande ligado às Políticas Públicas de Saúde, principalmente às ações partindo do Sistema único de Saúde, considerado hoje um referencial mundial em saúde pública. Atualmente, o Brasil tem como nova prioridade nacional o controle e a prevenção de doenças crônicas, incluindo o câncer. Porém, ainda há muito a ser compreendido sobre as causas do câncer, embora sejam
notáveis os esforços para intensificar e
citado no Art. 2º, “O paciente com neopla-
fortalecer as estratégias de políticas públi-
sia maligna tem direito de se submeter ao
cas de controle e cuidados ao câncer, o
primeiro tratamento no Sistema Único de
Instituto Nacional do Câncer (INCA), desta-
Saúde (SUS), no prazo de até 60 (sessenta)
ca que os maiores desafios no controle da
dias contados a partir do dia em que for
doença incluem a implementação de
firmado o diagnóstico em laudo patológico
estratégias para ampliar as ações de
ou em prazo menor, conforme a necessida-
promoção da saúde prevenção e diagnós-
de terapêutica do caso registrada em
tico precoce para reduzir a incidência e
prontuário único”. (Lei 12.732/12). Essa Lei
mortalidade por câncer, bem como garan-
tem como objetivo priorizar o atendimento
tir a qualidade de vida ao paciente já
ao paciente oncológico de forma a reduzir
diagnosticado.
o tempo de espera por tratamentos e,
De acordo com a Lei Federal 12.732, de 2012, todos pacientes oncológicos, diagnosticados e comprovados, têm o direito de receber todos os tratamentos necessá-
cause maiores danos. SISTEMA DE SAÚDE
Tratamento ao paciente oncológico pelo SUS
desse modo, evitar que a doença evolua e
rios de forma gratuita, pelo Sistema único de Saúde (SUS). A lei dispõe de alguns prazos para início do tratamento. Como
33
INSTITUIÇÕES DE SAÚDE Hospital das Clínicas - UFG O Hospital das Clínicas (HC) é vinculado a
atende pacientes de Goiás e estados
Universidade Federal de Goiás (UFG) e
vizinhos.
gerida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que tem como intuito criar ambientes de formação para estudantes de graduação e pós-graduação, por meio de estágios e programas de residência médica e multiprofissional, juntamente na atuação nas áreas de
Imagem 01 | vista externa do Hospital das Clínicas - UFG Fonte: Ministério da Educação - Ebserh
SISTEMA DE SAÚDE
ensino, pesquisa e extensão. E conta com
34
assistência na área da saúde para a comunidade. O hospital presta assistência gratuita de média e alta complexidade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O HC-UFG é considerado uma referência
Imagem 02 | vista interna do Hospital das Clínicas - UFG Fonte: Ministério da Educação - Ebserh
no estado de Goiás, reconhecido pela
O HC-UFG está incluído no contexto de
excelência de assistência prestada e pela
suporte à oncologia por meio da Unidade
quantidade de pacientes que são atendi-
de Assistência de Alta Complexidade em
dos em sua estrutura. O sistema de serviço
Oncologia (UNACON). E conta com vários
quado para tais atendimentos, limitando
tes oncológicos. Dentre eles, destaca-se o
assim, a demanda existente de pacientes
Centro Avançado de Diagnóstico da Mama
que necessitam deste serviço. Assim afirma
(CORA), o programa conta com uma estrutu-
Ricardo Borges da Silva em uma entrevista
ra que oferece aparelhos modernos para
para a Academia Nacional de Cuidados
realizarem exames contra o câncer de
Paliativos (ANCP), onde aponta os principais
mama em pacientes do SUS. O Grupo de
desafios: “Melhorar a comunicação entre os
Suporte Paliativo de Referência Multidisci-
setores e diversas equipes assistenciais
plinar (SUPREMA), proporciona assistência
dentro da instituição, destinar um espaço
aos pacientes portadores de doenças
específico para atender as necessidades
graves, que não tenham probabilidade
deste perfil de paciente e aprimorar o
terapêutica de cura. Esta comissão tem
acompanhamento após a alta hospitalar”
natureza assistencial, acadêmica e científi-
(Ricardo Borges da Silva).
ca, mediante atuação multidisciplinar,
Com base nessa fala do Dr. Ricardo Borges
multiprofissional e multissetorial (EBSERH,
da Silva, podemos observar que atualmente
2018).
existe uma necessidade por parte do Hos-
Atualmente a equipe envolvida é composta
pital das Clínicas em designar um espaço
por 15 profissionais: 2 médicos paliativistas, 1
direcionado às práticas de cuidados palia-
nutricionista, 1 fonoaudióloga, 1 psicóloga, 1
tivos oferecidos pelo Grupo SUPREMA,
terapeuta ocupacional, 2 assistente social, 2
dessa forma o nosso projeto terá como
fisioterapeutas, 1 farmacêutica e 4 enfermei-
objetivo específico alocar as equipes
ras. Atualmente, o Grupo de Suporte Paliati-
multiprofissionais de suporte ao câncer do
vo não possui um espaço específico e ade-
HC-GO para o Centro de Terapias.
SISTEMA DE SAÚDE
programas especializados para os pacien-
35
Hospital do Câncer Araújo Jorge
especialistas em cancerologia. O HAJ
O Hospital do Câncer Araújo Jorge (HAJ),
multiprofissional e orientações sociais por
foi a primeira unidade fundada pela Asso-
meio do Grupo de Apoio ao Paciente
ciação de Combate ao Câncer em Goiás
Paliativo, que contam com uma área exclu-
(ACCG). É considerado um dos maiores
siva para os pacientes, e com a presença
hospitais de câncer de Goiás, onde são
constante de fisioterapeutas, fonoaudiólo-
atendidos cerca de 60 mil pacientes todos
gos, nutricionistas e assistentes sociais ao
os anos. O hospital presta serviços gratui-
longo de todo o tratamento.
tos para a comunidade, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em que oferece serviços de consultas, internações,
SISTEMA DE SAÚDE
cirurgias, sessões de quimioterapia e radioterapia, exames anátomo-patológicos, citológicos, exames de patologia clínica, etc. Em Goiás, o HAJ é o único Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) reconhecido pelo Ministério da Saúde, e único habilitado com Serviço de Oncologia Pediátrica. (ACCG, 2022) Conta com uma equipe de cerca de 180 médicos
36
oferece acesso a acolhimentos psicológicos, atendimentos domiciliares, assistência
Relação entre HC-UFG e HAJ O Hospital das Clínicas (HC-UFG), faz parte do serviço oncológico por meio da Unidade de Assistência de Alta Complexidade (UNACON), que oferece uma estrutura física, equipamentos e serviços complementares e isolados de tratamentos quimioterápicos. O Hospital do Câncer Araújo Jorge (HAJ) se classifica, sendo um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), onde oferece
tais cuidados, apresentando uma necessi-
sos humanos adequados, e que engloba
dade prioritária para realocar a sua
todos os tipos de tratamento, quimioterá-
equipe multidisciplinar e garantir um
picos e radioterápicos.
atendimento de qualidade aos pacientes
O HC, atualmente, não oferece tratamentos
oncológicos do hospital.
de radioterapias, assim, necessita que
Porém, ressaltamos que o Centro de Tera-
ambas unidades hospitalares funcionem
pias atenderá pacientes advindos de todas
de forma integrada, onde pacientes do HC
as unidades incluídas no sistema SUS,
que necessitam de tratamento de radiote-
principalmente, do Hospital Araújo Jorge,
rapia são encaminhados para o HAJ, de
que oferecerá um atendimento comple-
forma vinculada com o Sistema Único de
mentar à assistência já existente no Hospi-
Saúde (SUS), havendo um atendimento de
tal, levando em consideração o vínculo em
forma conjunta entre as Unidades e os
comum entre os hospitais e a alta deman-
Centros de Assistência.
da de pacientes em que o hospital atende,
Conclusão Com base nas informações apresentadas,
garantindo o acesso a uma quantidade maior de pacientes aos serviços de assistência oncológica.
podemos definir o Hospital das Clínicas como o principal objeto de estudo deste trabalho, com a intenção de atender ao
SISTEMA DE SAÚDE
uma estrutura física, equipamentos, recur-
Grupo de Cuidados Paliativos, denominados SUPREMA, em que atualmente, não possuem uma estrutura física de suporte a Imagem 03 | vista externa do Hospital do Câncer Araújo Jorge. Fonte: Associação de Combante ao Câncer em Goiás - ACCG
37
A ARQUITETURA COMO ALIADA NA RECUPERAÇÃO DE PACIENTES.
ARQUITETURA X PACIENTES
Psicología Ambiental
38
De acordo com Jorge Ricardo Santos de
plo, podem causar apreensão, assim como
Lima Costa (2001), a função do espaço
espaços enclausurados podem causar
construído não consiste somente em
pânico, desencadeando crises e afetando
aspectos formais, mas também, em gerar
humores. Os sentidos físicos e psicológicos
relações internas entre indivíduos e o meio
são ativados por muitas informações do
ambiente e provocar interpretações e
espaço onde o sujeito está inserido, ligados
subjetividades particulares. A percepção
diretamente à subjetividade do local e seus
dos ambientes pelos indivíduos tem uma
aspectos culturais.
carga tanto objetiva quanto subjetiva,
A Psicologia Ambiental além de analisar
sendo que os elementos do edifício des-
como o indivíduo percebe e se relaciona
pertam emoções positivas ou negativas,
com os espaço, também analisa, como esse
conscientes e inconscientes. Com isso,
mesmo espaço influencia o indivíduo. Um
possibilita que o mesmo ambiente possa
exemplo simples de como o ambiente pode
ser vivido por diversas pessoas e modos,
provocar efeitos sobre o indivíduo é a ilumi-
baseado em interpretações de um mesmo
nação natural e a artificial, que pode ter
espaço. Podendo trazer boas ou más
efeitos positivos e negativos. A iluminação
experiências, sendo elas vindas de memó-
natural estimula reações positivas ao corpo
rias mentais ou corporais.
humano, sendo necessária para o equilíbrio
Espaços superdimensionados, por exem-
das funções fisiológicas (a exemplo da
equilíbrio deve ser considerado, uma vez que excesso de luz natural pode causar ofuscamento, irritabilidade e cansaço visual. A iluminação artificial também é um aspecto que deve ser considerado na percepção ambiental, pois a cor da luz, a intensidade e a luminosidade resultantes afetam os usuários de modo negativo, quando não planejadas. As relações entre o exterior e interior podem funcionar como restauradoras, calmantes e relaxantes, desde que mediadas por um paisagismo ou espaços naturais onde os elementos naturais promovem a sensação de bem-estar . Assim como as texturas polidas/rústicas; as formas arredondadas/agudas, sugerem contrapontos em uma relação dialética nas emoções e percepções. Longos corredores permeados por compartimentos podem transmitir sensação de impessoalidade e mesmo de desorientabilidade, dentre outros aspectos negativos.
Ambientes Restauradores Os estudos e pesquisas no campo da Psicologia Ambiental e no campo da arquitetura, associados, contribuem na concepção de ambientes saudáveis e restauradores, e destacam a importância dos benefícios para a saúde do ser humano ao analisarem as relações entre o indivíduo e o espaço, e como esse espaço é capaz de gerar processos afetivos e cognitivos. E buscam entender as causas que diferenciam as sensações de prazer e desprazer vivenciadas em determinados ambientes. O termo “ambientes restauradores” surgiu a partir das teorias propostas por Rachel e Stephen Kaplan e Roger Ulrich (R. Kaplan & Kaplan, 1989; S. Kaplan, 1995; Ulrich, 1983, 1984). Os estudos têm como forma de análise a percepção do bem-estar das pessoas no espaço. Ambas pesquisas, sobre a fadiga da
ARQUITETURA X PACIENTES
percepção de dia e noite). Novamente, o
atenção e o estresse do ser humano e seu processo de recuperação. Ulrich demonstra
39
como os espaços construídos apresentam efeitos no sistema psicológico, e podem estar ligados à redução do estresse. Enquanto, Kaplan e Kaplan explicam sobre a capacidade de recuperação de atenção. Nesses estudos, o indivíduo responde psicologicamente ao estresse, por meio de comportamentos que provocam estímulos negativos ao seu bem estar. Em oposição aos comportamentos de estresse, surge o processo de restauração, em que são encontrados elementos restauradores às
ARQUITETURA X PACIENTES
emoções negativas. “Os ambientes com características que promovem restauração são cada vez mais importantes para o ser humano moderno'' (Hartig & Staats, 2003), com vistas às exigências impostas às pessoas, pelo cotidiano. Embora as pesquisas sejam apresentadas de formas distintas, é importante frisar que ambas as teorias podem ocorrer de forma simultânea ou individual, e em alguma situação, ser resultados um do outro.
40
Rachel e Stephen Kaplan Teoria da Restauração da Atenção - ART (1989) A mente humana está frequentemente em funcionamento, sendo submetida a diversos tipos de estímulos. O fator atenção é um desses estímulos que estão em constante mudança, e se apresentam enquanto a pessoa está em um estado consciente, porém, pode variar de acordo com a atividade executada. A atenção pode ser direta (voluntária), quando há a necessidade de prestar atenção em algo, ou pode se apresentar como fascinação (involuntária), em que não exige esforços de estímulos concorrentes, e permite uma pausa para restaurar o sistema de atenção.(S. Kaplan, 1995). Stephen e Rachel Kaplan (R. Kaplan & Kaplan, 1989; S. Kaplan, 1995), concluíram que o cérebro humano, após ser submetido a horas de concentração da atenção, ou serem submetidos a exposição ao estresse da vida cotidiana, está suscetível
Fascinação: É uma forma de atenção
atenção, necessitando de algum fator para
involuntária, ou seja, que não deman-
reativar os estímulos e voltar ao estado
da esforços, ocorrida em momentos
normal. S. Kaplan (1995) argumentou que a
interessantes em que a pessoa é
fadiga é a responsável por gerar dificulda-
naturalmente atraída. É dividida em
des cognitivas em atividades diárias que
fascinação soft ou hard, sendo a
necessitam de atenção direta, como plane-
primeira ideal para a restauração,
jar ou executar algo, e causam distrações e
ocasionada em momentos agradáveis
dificuldades em estabelecer relações
que permitem a contemplação e refle-
sociais ou interpessoais, provocando uma
xões, comumente ocorrida em ambien-
sobrecarga de informações para o cérebro
tes naturais, como apreciar um pôr do
e gerando efeitos negativos. Os ambientes
sol. A fascinação hard, é ocorrida em
hospitalares, por exemplo, podem causar
momentos que exigem atenção, mas
uma sobrecarga cognitiva no indivíduo,
que não permite reflexões, como assis-
pelo excesso de informações complexas
tir competições esportivas.
que acontecem simultaneamente nesses locais. De acordo com a teoria da restauração da atenção (ART), os processos envolvidos para a experiência de restauração e ambientes restauradores, pressupõe
Afastamento:
Seria o distanciamento
físico e/ou psicológico de situações corriqueiras e estressantes das obrigações casuais, com o intuito de retirar a atenção desses fatores;
ARQUITETURA X PACIENTES
a experimentar fadiga no processo de
alguns fatores promotores:
41
Extensão: Trata-se de um ambiente
que requer decisões afetivas, como aproxi-
que possibilite imersão e desperte a
mação ou repulsa, utiliza-se de métodos
curiosidade de interpretação do usuá-
comportamentais estratégicos, que se
rio, um ambiente restaurador capaz de
acometidos em excesso podem causar
gerar um senso de pertencimento, e
estresse. Contudo, esse estado de decisão
chances para exploração e não ocasio-
constante gera o estresse psicofisiológico,
nando tédio;
que pode ocasionar emoções negativas,
Compatibilidade: É quando um ambiente construído dispõe a possibilidade da realização de certas atividades e ações que o usuário tem afinidade e capacidade de executar. Por exemplo:
ARQUITETURA X PACIENTES
práticas de jardinagem, ambientes para caminhadas, para contemplação e silêncio, para interação, ou seja, ambiente construído deve ser compatível com as subjetividades do indivíduo.
além de gerar mudanças fisiológicas, como aumento do estado de vigilância, em que o organismo reage com o aumento da pressão sanguínea e batimentos cardíacos, sudorese intensa, diminuindo a atividade imunológica, entre outros efeitos. Do ponto de vista de Ulrich, é importante ir à procura de fatores que estimulem a aproximação e desestimular algumas atitudes que ameacem o bem estar do
Roger Ulrich
indivíduo. “As experiências de ambientes
Teoria da Recuperação Psicofisiológica ao Estresse - PET (1983)
físicos, visualmente prazerosos, podem
De acordo com Ulrich, o ser humano quando colocado frente a uma situação
42
como raiva, medo, ansiedade e tristeza,
auxiliar na redução do estresse, uma vez que desencadeiam emoções positivas, mantêm o estado de atenção não vigilante,
em quartos que tinham janelas com vista
possibilitam o retorno à excitação fisiológi-
para a natureza e outros com janelas com
ca (physiological arousal) para níveis mais
vista para paredes do prédio vizinho. Os
moderados.” (Ulrich, 1983).
com a janela para a natureza tiveram um
Ulrich (1983) em sua teoria, apresentou
menor tempo de internação pós operató-
estudos que demonstraram que o indiví-
rio, tiveram uma redução na quantidade
duo ao ser exposto a fatores que geram
de remédios analgésicos e demonstraram
reações afetivas positivas associadas à
menos efeitos de ansiedades e desmotiva-
percepção estética e agradável da nature-
ção. Porém, os quartos com vista para a
za, o indivíduo é capaz de ter uma recupe-
parede não tiveram os mesmos resultados.
ração psicofisiológica ao estresse. O con-
Os ambientes de saúde incorporados a
tato com ambientes com água, vegetação,
elementos da natureza podem proporcio-
gramados e principalmente com árvores
nar experiências que possibilitem aos
podem gerar sensações prazerosas,
pacientes passar pelo processo de recupe-
alegres e tranquilas ao indivíduo, capazes
ração de forma positiva.
de promover a recuperação, e afastar os sentimentos de estresse.
Teoria do Design de Suporte (1991)
Em uma demonstração do resultado dos
A Teoria do Design de Suporte, proposta
seus estudos, apresentou pacientes que
por Ulrich (1991), estabelece critérios para o
foram submetidos a processos cirúrgicos e
planejamento de ambientes que promovam
invasivos de um mesmo quadro clínico, e
saúde e apresentem assistência suplemen-
quando levados para passar pelo processo
tares ao tratamento médico, como o supor-
de recuperação, alguns foram colocados
te social (apoio dos familiares, amigos e
ARQUITETURA X PACIENTES
diminuem os pensamentos negativos e
43
profissionais), acesso a distrações positi-
espera, é bastante significativo e contribui
vas e eliminação de distração negativas
para um maior suporte social do paciente.
(ambientes favoráveis a oferecer meios
Alguns atributos físicos agregam nos
para em que o paciente desfrute de pensa-
critérios de planejamento do espaço, como
mentos agradáveis e se distancie dos
a disposição de vista para a natureza,
estressantes) e controle pessoal. A teoria
iluminação natural, favorecendo ao
argumenta que as estruturas de saúde
paciente em suas percepções de controle
devem ajudar o indivíduo no enfrentamen-
pessoal, auxilia no acesso ao suporte
to da doença e dispor efeitos complemen-
social, e gera distrações positivas, refor-
tares ao tratamento.
çando a importância de planejamento de
Nesse conceito, é importante que o usuá-
espaços promotores de bem-estar.
rio tenha a possibilidade de fazer altera-
ARQUITETURA X PACIENTES
ções e personalizá-lo de acordo com seus desejos e necessidades, dessa forma, se sentindo no controle sobre o espaço. Outro ponto relevante é o contato do paciente com a natureza e o afastamento de ruídos desagradáveis, prezando pelo conforto do paciente e seus familiares. Promover estruturas que favorecem a permanência da rede de apoio dentro dos ambientes de saúde, como salas de descanso adequadas, banheiros, salas de
44
Design Universal O Design Universal surgiu em decorrência a movimentos da sociedade em busca de respostas efetivas e funcionais de soluções centradas nas necessidades dos indivíduos em meio ao cotidiano e tarefas da vida diária. O objetivo é priorizar a eliminação de barreiras arquitetônicas e ambientais, criando uma sociedade para todos, de compreensão e diversidade à condição
humana, com a intenção de garantir os
usuários. De acordo com Manual do Dese-
direitos de um pessoa com deficiência. O
nho Universal da Secretaria de Habitação
arquiteto Ron Mace citado por Cambiaghi
(2010), os 7 princípios, que são mundialmen-
(2012) afirma:
te utilizados são:
O Desenho Universal é responsável pela
podem ser usados pelo maior número de pessoas possíveis na sua máxima extensão
1
(p. 73).
Uso equitativo: a. Propor espaços, objetos e produtos que possam ser utilizados por usuários com capacidades diferentes;
Ron Mace (1985) influenciou na criação da
b. Evitar segregação ou estigmatização de
terminologia Universal Design e da percep-
qualquer usuário;
c. Oferecer privacidade, segurança e
ção das necessidade de tornar acessível a
proteção para todos os usuários;
todas as pessoas. Ele era um usuário de
d. Desenvolver e fornecer produtos atraen-
cadeiras de rodas e de um respirador, e
tes para todos os usuários.
muito do que acreditava era baseado em sua experiência e dificuldades de acessibilidade. Foi na década de 1990, que arquite-
2
Uso flexível: a. Criar ambientes ou sistemas construtivos que permitam atender às necessidades
tos e defensores se uniram por uma causa
de usuários com diferentes habilidades e
em defesa de uma arquitetura e design
preferências diversificadas;
focados em ações que auxiliem as pessoas
b. Possibilitar adaptabilidade às necessidades do usuário, de forma que as dimen-
em suas diversidades. Foram estabelecidos
sões dos ambientes das construções
princípios arquitetônicos e de comunica-
possam ser alteradas.
ARQUITETURA X PACIENTES
criação de ambientes e produtos que
ção visual para ambientes internos, urbanos e produtos, a fim de atender todos os
45
3
Uso simples e intuitivo: a. Permitir fácil compreensão e apreensão do espaço, independente da experiência
5
Tolerância ao erro (segurança): a. Considerar a segurança na concepção
do usuário, de seu grau de conhecimento,
de ambientes e a escolha dos materiais de
habilidade de linguagem ou nível de
acabamento e demais produtos - como
concentração;
corrimãos, equipamentos eletromecânicos,
b. Eliminar complexidades desnecessárias
entre outros - a serem utilizados nas obras,
e ser coerente com as expectativas e
visando minimizar os riscos de acidentes.
intuição do usuário;
c. Disponibilizar as informações segundo a
ARQUITETURA X PACIENTES
ordem de importância.
4
Informação de fácil percepção:
usuários com dificuldade de audição, visão, cognição ou estrangeiros;
b. Disponibilizar formas e objetos de comunicação com contraste adequado;
c. Maximizar com clareza as informações essenciais; mento.
para que sejam utilizados de maneira mínimo de fadiga;
b. Minimizar ações repetitivas e esforços físicos que não podem ser evitados.
ção, como símbolos, informações sonoras, táteis, entre outras, para compreensão de
a. Dimensionar elementos e equipamentos eficiente, segura, confortável e com o
a. Utilizar diferentes meios de comunica-
d. Tornar fácil o uso do espaço ou equipa-
46
6
Esforço físico mínimo:
7
Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente: a. Permitir acesso e uso confortáveis para os usuários, tanto sentados quanto em pé;
b. Possibilitar o alcance visual dos ambientes e produtos a todos os usuários, sentados ou em pé;
c. Acomodar variações ergonômicas,
oferecendo condições de manuseio e contato para usuários com as mais variadas dificuldades de manipulação, toque e pegada;
d. Possibilitar a utilização dos espaços por usuários com órteses, como cadeira de rodas, muletas, entre outras, de acordo com suas necessidades para atividades
ARQUITETURA X PACIENTES
cotidianas.
Imagem 04 | diferença entre o conceito de acessível e universal. Fonte: BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento ou BID)
47
LUGAR E SIGNIFICADO
LUGAR E SIGNIFICADO
A percepção do espaço de Pallasmaa
48
A fenomenologia é um paradigma filosófico
sensoriais aos cinco sentidos: visão, tato,
(NESBITT, 2013, p. 31) que enfatiza a impor-
olfato, audição e paladar. Em seu livro “Os
tância da relação entre sítio, lugar, paisa-
olhos da pele”, o autor discute o protago-
gem e a edificação (especialmente a tectô-
nismo da visão e do tato na concepção de
nica). A teoria arquitetônica recente apro-
ambiências específicas. Desse modo, a
ximou-se desta reflexão para problemati-
natureza do projeto (espaços restaurado-
zar a interação do corpo humano com o
res) exige aplicação de diretrizes com
ambiente. Sensações visuais, táteis, olfati-
vistas aos estímulos sensoriais dos usuá-
vas e auditivas constituem a parte visceral
rios. Considerando tais conceituações, o
da apreensão tridimensional da arquitetu-
autor aborda também características
ra. Nesse sentido, interessa, para o presen-
espaciais que colaboram nas "experiências
te estudo, observar a importância das
memoráveis” de um ambiente. O jogo de
decisões de projeto desde a formulação do
luz e sombra, proporciona contrastes entre
partido, a definição da materialidade e
planos, reflete sobre a matéria e reflete nos
palheta de cores, além dos outros aspec-
espaços, dando volume aos ambientes,
tos mencionados anteriormente, que
realça texturas, ela aquece um ambiente
atuem positivamente no usuário.
ou esfria, criando um clima mais confortá-
Nos estudos de Pallasmaa, podemos
vel e intimista. podendo também provocar
observar a importância dos estímulos
a espiritualidade A primeira delas, são os
jogos de luz e sombra, escuridão e ilumina-
esquecida e somos convidados a sonhar
ção.“A profunda tarefa das artes e arquite-
acordados” (PALLASMAA, 2011, p. 51). O
tura é expressar não somente a maneira
sentido tátil, trata de impressões através
como o mundo nos toca, mas também
do toque, onde é possível sentir texturas,
como tocamos nosso mundo”. (PALLASMAA,
peso, temperatura, volume, a umidade,
2011, p.44). A audição ajuda na experiência
sensação de molhado, causando diversas
e no entendimento do espaço, onde sons
sensações, tanto convidativas como repul-
do corpo que habitam os espaços podem
sivas. “A maçaneta da porta é o aperto de
provocar sensações, uma casa sem móveis
mãos do prédio, que pode ser revigorante
promove uma dureza dos sons, e uma casa
e cortês ou proibitivo e agressivo.”
habitada promove sons mais suaves e
(PALLASMAA, 2011, p.58).
agradáveis. “Cada prédio ou espaço tem
monumentalidade, convite ou rejeição, hospitalidade ou hostilidade.” (PALLASMAA,
[...] “A experiência da arquitetura traz o mundo para um contato extremamente íntimo
com
o
corpo.
Contemplamos,
tocamos, ouvimos e medimos o mundo com
2011, p.48). Os estímulos vivenciados pelo
toda nossa existência corporal, e o mundo
olfato, como por exemplo, espaços aromá-
que experimentamos se torna organizado e
ticos, promovem encontros com inconsciente de memórias, de lugares já visitados. “Um cheiro específico nos faz reen-
articulado em torno do centro de nosso corpo” (PALLASMAA, 2011, p.61).
LUGAR E SIGNIFICADO
seu som característico de intimidade ou
contrar de modo inconsciente um espaço totalmente esquecido pela memória da retina; as narinas despertam uma imagem
49
INOVAÇÕES DOS AMBIENTES HOSPITALARES
INOVAÇÕES DOS AMBIENTES
Ambientes projetados por João Filgueiras Limas (Lelé)
50
O arquiteto João Filgueiras Limas (Lelé),
Atualmente, a temática que envolve a
constituiu um legado arquitetônico admi-
humanização dos edifícios hospitalares
rável, como inovações técnicas aplicadas a
vem se tornando cada vez mais importan-
edifícios públicos e privados, e com uma
te. Esses espaços em sua complexidade,
visão sempre humanizada na sua forma de
proporcionam estímulos que vão desde a
construir.
cura física do paciente até a sua cura
A principal função dos arquitetos é realizar
psicológica, contribuindo significativamen-
projetos arquitetônicos com eficiência e
te no processo terapêutico.
com premissas funcionais e ambientais, e
Os projetos de hospitais realizados pelo
ao mesmo tempo se preocupar com tecno-
arquiteto Lelé nas décadas de 1980 inau-
logia e conforto do usuário. Em ambientes
guraram uma maneira criativa de quebrar
de saúde, por serem edifícios que deman-
paradigmas nos ambientes hospitalares,
dam alto grau de complexidade, na qual
com seus estudos para a Rede Sarah
tem como função central a promoção de
Kubitscheck, resultando em exigências de
saúde dos pacientes, a preocupação com
que esse equipamento se tornasse mais
esses espaços deve ser ainda maior,
humano e uma ferramenta terapêutica.
em
busca de uma humanização* ainda mais
Recursos como uso de vegetação, integra-
eficiente, com aproveitamento de recursos
ção interna/externa, uso de iluminação e
ambientais.
ventilação natural, espaços de abertos
junto com a arquitetura, promovem melho-
são alguns dos atributos dos edifícios do
rias na sensação térmica, no microclima e
arquiteto. “Lelé se preocupava na valoriza-
maior vivacidade ao ambiente. Os impac-
ção dos pacientes na arquitetura hospita-
tos positivos desses recursos no processo
lar, e considerava o hospital uma institui-
de cura dos pacientes permite maior
ção projetada para curar. Nos hospitais da
independência física e emocional por meio
Rede Sarah a integração entre as práticas
da convivência com a natureza, o uso de
e os espaços devolvem ao edifício a capa-
cores, aromas, luz e sombra estimulam a
cidade de contribuir para o processo de
parte psicológica e sensorial do usuário.
cura”. (LUKIANTCHUKI, 2010).
Os prejuízos da longa duração de interna-
Os hospitais da Rede Sarah proporcionam
ções em lugares fechados, afastam o
mais autonomia aos usuários, por meio
paciente do meio externo e podem causar
dos ambientes que estimulam deslocamen-
agravar o processo de tratamento. Dessa
tos em espaços abertos, terraços-jardim e
forma, a forma de utilização do verde
áreas de reabilitação como contraponto à
internamente, faz com que o paciente sinta
rotina de permanência prolongada em
minimamente os impactos de sua reclusão.
quartos. Esses espaços são fatores motiva-
Uma marca registrada do hospital de Lelé,
dores para que os pacientes continuem os
são os usos de coberturas em sheds,
tratamentos e possibilitem trocas de
importantes para o manter o controle de
experiências, liberdade dos usuários e
agentes bactericidas e proporcionar
valorização dos espaços. Os grandes
ambientes mais salubres por meio do
jardins que percorrem por todo edifício, de
aquecimento e resfriamento dos ambientes
todos os hospitais da rede, integrados
e renovação do ar que permeiam pelo
INOVAÇÕES DOS AMBIENTES
para integração e usos de obras de arte
51
edifício. Além disso, tornam os ambientes mais aconchegantes e acolhedores e permitem que o usuário observe a passagem do tempo pelo relógio solar. Quando reunidos, todos esses fatores, refletem de forma positiva o acolhimento do paciente no ambiente de saúde, reduzindo o tempo de permanência na instituição e melhorias na qualidade do atendimento.
* Apesar de toda arquitetura ser "humanizada", o termo é
utilizado no sentido de dar a ênfase necessária ao usuário,
INOVAÇÕES DOS AMBIENTES
nos projetos hospitalares e afins.
52
INOVAÇÕES DOS AMBIENTES
Imagem 05 | Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek Lago Norte, Brasília/DF. Fonte: Archdaily / Nelson Kon
Imagem 06 | Centro de Neurorreabilitação Sarah Fortaleza, de 2001. Fonte: Archdaily / via Betoneira
53
ESTUDOS
ESTUDOS DE CASOS
ESTUDO DE CASO
Centro Maggie
56
O Maggie's Center é um grupo de institui-
menos institucional e mais residencial,
ções que oferecem espaços para os cuida-
todos os centros contam com um ambien-
dos intensivos (suporte físico e psicológico)
te onde os pacientes possam se reunir,
para pessoas acometidas pelo câncer. São
sala de espera conectadas aos jardins com
mantidos por associações filantrópicas, e
belas vistas, bibliotecas e ambientes reser-
oferecem serviços gratuitos para pacien-
vados para consultas. Vistas e acessos
tes e familiares. De acordo com Maggie's
aos jardins são características importan-
(s.d), a ideia central do Centro Maggie é
tes, e a maioria das janelas emolduram os
usar a arquitetura como facilitadora do
espaços verdes, também é notável o uso
processo de recuperação, com espaços
de materiais naturais.
privativos, luz natural e interação da
O primeiro centro foi inaugurado em
natureza.
Edimburgo em 1996, e hoje conta com 30
Os centros auxiliam os pacientes com
centros, sendo 27 no Reino Unido e 3 no
suporte profissional para todos os casos,
exterior. Desde a inauguração dos Centros
como com efeitos colaterais do tratamen-
Maggie, importantes arquitetos e desig-
to, preocupações financeiras, apoio psico-
ners renomados se uniram pela causa,
lógico e emocional.
como Richard Rogers, Rem Koolhaas, Zaha
Indo em oposição a ambientes clínicos e
Hadid, Steven Holl, Frank Gehry, por exem-
adotando uma arquitetura com caráter
plo, responsáveis por propor projetos
modernos e inovadores, com a intenção de
visão da linha de frente) — para contar
provocar mudanças positivas nas vidas
sobre sua experiência com o câncer, e em
das pessoas em tratamento contra o
como ela imaginava o lugar ideal para os
câncer.
tratamentos. Após esse período trabalhou
Os fundadores
em colaboração com sua equipe médica
Maggie Keswick Jencks (1941-1995) foi escri-
para o tratamento oncológico, idealizando
tora, jardineira e designer. Em 1988 foi
um local onde os pacientes em tratamento
diagnosticada com câncer de mama e, em
pudessem receber diversos tipos de apoio.
1993 foi informada de que o câncer havia
Ela estava decidida de que os pacientes
retornado. Depois de receber a notícia,
não deveriam "perder a alegria de viver
Maggie e seu marido Charles foram enca-
com medo de morrer". (MAGGIES.s.d)
para desenvolver uma nova abordagem
minhados para um local, para que pudes-
observaram que estavam em um corredor todo branco e sem janelas com luzes
“Ela
imaginou para o primeiro centro um espaço
acolhedor e positivo no qual as pessoas com câncer, seus familiares e amigos pudessem conhecer outras pessoas em circunstâncias semelhantes e receber
incandescentes.“Enquanto estavam senta-
apoio, incluindo conselhos sobre seu tratamento,
dos no corredor, eles discutiram a necessi-
como gerenciar o estresse e obter apoio psicológico.”
dade de um lugar 'melhor' para as pessoas com câncer irem, fora do ambiente hospi-
(MAGGIES.s.d).
ESTUDO DE CASO
sem processar as informações. Quando
talar." (MAGGIES.s.d). Após tais acontecimentos, ela escreveu um livro, — “A view from the front line” (Uma
57
Imagem 07 | Maggie Yorkshire Fonte: Archdaily, 2017.
O projeto do centro é o 26° edifício da rede
Nome do projeto: Maggie Yorkshire
edifício consolidou diversos princípios arqui-
Local: Leeds, Reino Unido (Campus do
tetônicos "saudáveis" e técnicas de economia
Hospital Universitário)
de energia (HEATHERWICK, 2020). O projeto
Data do projeto: 2012 - 2020
foi baseado na crença em que uma arquite-
Área: 462 m²
tura e um design de qualidade podem ajudar
Arquitetos: Heatherwick Studio
as pessoas a se sentirem melhor.
ESTUDO DE CASO
Maggie Yorkshire
60
Imagem 08 | vista externa Maggie Yorkshire Fonte: Heatherwick Studio, 2020.
Maggie's Centres e foi construído em 2019. O
O Centro fica situado em meio ao Campus do Hospital Universitário St. James em um terreno acidentado. O lote designado era um dos únicos espaços verdes da região do campus. E preservar essa característica se tornou a principal diretriz do projeto. Portanto, conta com uma cobertura em
Imagem 10 | Corte Fonte: Heatherwick Studio, 2020.
telhado jardim, acentuando a estrutura do
A estrutura do edifício foi realizada total-
jardim no campus e elevando a superfície
mente através de sistemas pré-fabricados
plantada, diminuindo o impacto do objeto
em madeira de abeto de origem sustentá-
edificado.
vel (DEEZEN, 2020). O projeto conta com três volumes com bordas arredondadas, de tamanhos distintos, e cujas estruturas acompanham a inclinação do terreno, de
naturais e incorporá-las ao projeto.
ESTUDO DE CASO
forma a preservar e valorizar os aspectos
N Imagem 09 | implantação Fonte: Heatherwick Studio, 2020.
Imagem 11 | Maquete estrutural Fonte: Heatherwick Studio, 2020.
61
nha, como o coração do edifício, encontra-se entre estes três pilares, conectando-se aos demais espaços sociais do edifício. Os grandes painéis envidraçados emolduram as vistas para os jardins externos, que circundam todo o edifício. A arquitetura foi concebida a partir de materiais naturais e iluminação natural difusa, que proporcionou ambientes mais confortáveis e aconchegantes. Alguns mobiliários foram projeImagem 12 | Detalhe da estrutura Fonte: Heatherwick Studio, 2020. Modificado pela autora
tados pela equipe, que reproduziram as
ESTUDO DE CASO
formas da estrutura (ARCHDAILY, 2020),
62
O projeto conta com o programa de neces-
criando um espaço harmonioso com uma
sidades da rede Maggies e faz uso do
identidade que se comunica por meio de
design biofílico para a concepção de
elementos simples..
ambientes de descanso e convívio (SUS-
O interior explora tudo aquilo que muitas
TENTARQUI, 2020). Os três grandes pilares
vezes é esquecido em um projeto de infra-
estruturais abrigam internamente salas,
-estrutura hospitalar: materiais naturais e
sendo elas áreas privativas direcionadas
táteis, iluminação natural abundante e
para aconselhamento e banheiros. Os
difusa e uma variedade de espaços proje-
espaços que envolvem as estruturas são
tados para incentivar trocas sociais assim
para espaços sociais, como salas de exer-
como espaços contemplativos e silencio-
cícios, salas de estar e biblioteca. A cozi-
sos. (ARCHDAILY, 2020). Os peitoris e prate-
N
2
4
9
5 3
1
8
7 6
6 7 8 9
Sala de exercícios Sala de grupo Sala de reuniões
ESTUDO DE CASO
1 Sala de pausa 2 Biblioteca 3 Espaço Central 4 Cozinha e jantar 5 Espaço silencioso
Sala de aconselhamento
Imagem 13 | Planta Fonte: Heatherwick Studio, 2020. Modificado pela autora
leiras destinam-se aos visitantes para
nativas e perenes, sendo cerca de mais de
preencher com seus próprios objetos para
23.000 mil bulbos e 17.000 mil plantas, e são
criar uma sensação de casa. (MAGGIE.s.d).
abertos para interação com os visitan-
Os terraços vivos incorporam espécies
tes.(HEATHERWICK, 2020).
63
ESTUDO DE CASO
64
Imagem 14 | interior do Maggie Yorkshire Fonte: Heatherwick Studio, 2020. Modificado pela autora.
ESTUDO DE CASO Imagem 15 | Interior do Maggie Yorkshire Fonte: Heatherwick Studio, 2020. Modificado pela autora.
65
Materialidade O gesso de cal foi escolhido para as pare-
1. Uso de cores terrosas;
des por sua característica porosa que
2. Uso de materiais naturais como a madeira;
colabora com a manutenção da umidade
3. Iluminação natural e difusa;
no interior do edifício (DEEZEN, 2020). A
4. Vegetação no interior e exterior
madeira de abeto e os painéis envidraça-
5. Formas biomórficas;
dos foram os principais materiais utiliza-
6. Luz artificial quente, onde gera aconchego.
ESTUDO DE CASO
dos na fabricação da forma estrutural.
66
Design Biofílico
(SUSTENTARQUI, 2020).
ESTUDO DE CASO Imagem 16 | Interior do Maggie Yorkshire Fonte: Archdaily, 2020. Modificado pela autora.
67
Imagem 01 | Centro Urbano de Tratamento para Doentes Terminais. Fonte: Archdaily, 2017. Modificado pela autora.
Centro Urbano de Tratamento para Doentes Terminais O Centro de Tratamento para Doentes Termi-
Tratamento para Doentes Terminais
nais se desenvolve junto com a A Deaconess
Local: Copenhague, Dinamarca
Foundation como um lugar que propicia um
Data do projeto: 2013 - 2016
ambiente pacífico em meio ao urbano para
Área: 2250 m²
que as pessoas possam receber tratamentos
Arquitetos: NORD Architects
paliativos. (ARCHDAILY, 2017).
ESTUDO DE CASO
Nome do projeto: Centro Urbano de
70
Imagem 17 | Interior do edifício. Fonte: Archdaily, 2017.
O centro está implantado próximo a uma
acesso facilitado por meios de transporte
área predominantemente residencial e de
como ônibus e metrô. A região do bairro
alguns edifícios históricos (que abrigam
conta com áreas urbanas bastante arbori-
propriamente a Fundação Diaconisa, com
zadas.
edifícios de 150 anos). Um critério essencial
A forma e o conceito foram influenciados,
no êxito do centro de tratamento diz
pelas condições complexas do terreno e
respeito ao fato de que ele se encaixa
pela proximidade do contexto construído
perfeitamente no entorno, ao mesmo
adjacente. Dentro destes parâmetros, a
tempo em que satisfaz as demandas e
visão era criar uma atmosfera protetora
desejos da sua funcionalidade.
que também oferece uma visão ao mundo
(ARCHDAILY, 2017).
exterior. (ARCHDAILY, 2017). De acordo com NORD Architects, o desenho da linguagem formal provém de uma combinação de curvas e retângulos que
e fluxos.
ESTUDO DE CASO
facilita uma boa funcionalidade dos layout
Imagem 18 | Isométrica de implantação e volumetria Fonte: Archdaily, 2017.
As vias do entorno são circundadas por um fluxo local, mas ficam próximas às vias importantes de alto fluxo da cidade. Tem
Imagem 19 | Diagrama de fluxos. Fonte: Archdaily, 2017.
71
O corredor tradicional do paciente se
principal situa-se no lado sul do edifício, as
divide em unidades menores e, como gesto
áreas dos apartamentos estão voltadas
especial, a área comum da edificação está
para o leste e norte. A oeste estão as salas
desenhada em uma expressão formal
banhadas pelo sol da tarde, tais como:
curvada, construída ao redor de um pátio
cozinha, refeitório, oficinas e atendimentos.
interior privado que trabalha abraçando-a
O pavimento superior é formado predomi-
e protegendo-a. (ARCHDAILY, 2017).
nantemente por apartamentos e conta com espaços de estar, um terraço na parte sul do edifício. A parte de serviço e infraestrutura se encontra no lado norte dos dois pavimentos. O projeto foi desenhado em uma escala que se adaptava ao bairro, apresentando uma combinação de vistas amplas e priva-
ESTUDO DE CASO
cidade para os pacientes. (NORD ARCHITECTS a.s, 2016). Imagem 20 | Pátio interno principal. Fonte: Archdaily, 2017. Modificado pela autora.
O programa de necessidades se desenvolve por meio de espaços de estar com mesas, bancos e cadeiras, centralizados no edifício, rodeados por um pátio interno principal, curvo e descoberto. O acesso
72
1 Pátio Central 2 Salas administrativas 3 Apartamentos 4 Cozinhas e salas de jantar 5 Espaços de convivência
3
2
5
4
1 3
7
Apartamentos Lavanderia e depósitos Espaços de convivência Pátio avarandado
ESTUDO DE CASO
6 7 8 9
N
6 6
8
9 6 Imagem 21 e 22 | I Plantas Térreo e pavimento superior. Fonte: Archdaily, 2017. Modificado pela autora.
N
73
Materialidade A variada composição da fachada de materiais ricos em qualidade confere ao projeto um aspecto cálido e tátil. (NORD ARCHITECTS a.s, 2016). Foram utilizadas na composição das fachadas, revestimento de alumínio composto (ACM), trazendo leveza e uniformidade para a fachada. Mescladas com esquadrias em madeira e fechamento em vidro.
ESTUDO DE CASO
Imagem 24 | Exterior do edifício. Fonte: Archdaily, 2017.
Imagem 23 | Detalhe da fachada e esquadrias. Fonte: Archdaily, 2017. Modificado pela autora.
74
Imagem 25 | Detalhe da fachada. Fonte: Archdaily, 2017. Modificado pela autora.
ESTUDO DE CASO Imagem 26 | interior do Maggie Yorkshire Fonte: Heatherwick Studio, 2020. Modificado pela autora.
75
Imagem 01 | Centro Kálida Sant Pau. Fonte: Archdaily, 2020. Modificado pela autora.
Centro Kálida Sant Pau De acordo com Site Kálida, O Centro é um
Local: Barcelona, Espanha
espaço que oferece apoio emocional, social
Data do projeto: 2019
e prático para pessoas com câncer, seus
Área: 400 m²
familiares e amigos – destina-se a comple-
Arquitetos: Miralles Tagliabue EMBT
mentar o tratamento médico nos hospitais e
ESTUDO DE CASO
NNome do projeto: Centro Kálida Sant Pau
78
Imagem 27 | Interior do edifício. Fonte: Archdaily, 2020. Modificado pela autora.
originais. É paralelo à nova via definida
cial da organização internacional Mag-
pelo plano especial urbanístico e segue a
gie's. É um local aberto a todos, que ofere-
orientação ortogonal do edifício moderno.
ce suporte por meio de multi profissionais
(ARCHDAILY, 2020).
capacitados, um lugar para conhecer
O projeto inclui um edifício de 400 m2 e
outras pessoas, onde se pode encontrar
uma área de jardim dentro da zona verde
um lugar tranquilo para estar. Tem apoio
do projeto. O centro foi projetado como
da Fundação Privada Nous Cims e da
um pavilhão ajardinado, onde os limites
Fundação Privada Hospital Santa Creu
entre interior e exterior se desfazem e
Sant Pau.
variam. É um edifício que busca o conforto
O lote está localizado entre o novo Hospi-
do usuário oferecendo intimidade, luz,
tal de Sant Pau e o antigo Hospital de Sant
reconhecimento e proteção dentro do
Pau. Seu entorno tem edifícios emblemáti-
jardim. (ARCHDAILY, 2020).
cos e característicos da Art Nouveau
Imagem 28 | Fachada norte. Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020.
ESTUDO DE CASO
inspira-se no modelo de atenção psicosso-
79
ESTUDO DE CASO
O edifício é dividido em dois pavimentos
Na área de entrada do pavimento inferior,
de 200 m² (aproximadamente). O projeto é
está o hall; um passeio pelo jardim acom-
contemplado por meio de uma sequência
panha até o pátio de entrada. O nível
de espaços flexíveis, abertos a um jardim,
superior se organiza ao redor do espaço
pérgolas e vegetação que podem acolher
duplo central da sala de refeições. O
atividades diversas. O uso desses elemen-
edifício acentua sua transparência na face
tos cria uma barreira visual na fachada, de
sul, para os edifícios modernos, com um
modo a garantir a privacidade do edifício.
filtro de persianas de madeira e tramas
O acesso principal se dá através do pavi-
cerâmicas para manter a intimidade.
mento do jardim (abaixo do solo de acordo
(EMBT, 2019).
com a cota de referência) com acesso
O design de interiores visa criar um
direto à área de oncologia do novo hospi-
ambiente acolhedor e dinâmico, como se
tal através de uma área pavimentada.
estivesse num espaço doméstico. (ARCH-
(ARCHDAILY, 2020). É possível ter acesso de
DAILY, 2020). Os usos cuidadosos das cores,
veículos de bombeiros em casos de emer-
tem o objetivo de proporcionar uma
gência por meio dessa via pavimentada
atmosfera acolhedora em todo o ambiente.
que conecta os edifícios do entorno.
Composto ainda por madeira e cerâmica.
O pavimento inferior é aberto e flexível,
A seleção de móveis inclui uma linguagem
pensado como jardins, e pátios onde se
mais colorida e deseja transmitir um senti-
encontram a cozinha, a sala de refeições,
mento enérgico e positivo aos pacientes.
uma biblioteca e uma sala multiuso que permite desenvolver atividades de apoio. (ARCHDAILY, 2020).
80
1 2 3 4 5
Entrada principal Cozinha e sala de jantar
3
Sala de estar Sala multiusos Espaço de lazer externo
1 4 2 3 5
6 Sala multiusos 7 Sala de aconselhamento coletivo 8 Espaços silenciosos 9 Escritório e sala de reuniões 10 Salas de aconselhamento privado
N
6
9 7
Imagem 29 e 30 | I Plantas Térreo e pavimento superior. Fonte: Archdaily, 2020. Modificado pela autora.
ESTUDO DE CASO
10
8
N
81
ESTUDO DE CASO
Imagem 31 | interior do Centro Kálida Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020. Modificado pela autora.
82
ESTUDO DE CASO Imagem 32 | interior do Centro Kálida Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020. Modificado pela autora.
83
Materialidade A fachada do edifício é uma parede de tijolo cerâmico com cores, texturas e composições variadas, combinada com peças cerâmicas de cores e geometrias diferentes que transformam esta parede em um elemento a mais do jardim. (ARCHDAILY, 2020). Por meio da trama cerâmica é possí-
Imagem 33 | Exterior do Centro Kálida Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020. Modificado pela autora.
vel a filtragem de luz, podendo oferecer ventilação aos ambientes, como um elemento de brise, com controle das vista, e ao mesmo tempo manter a privacidade e
ESTUDO DE CASO
intimidade. Na fachada sul se situam as janelas protegidas por persianas de madeira e elementos cerâmicos. Segundo a ideia fundamental do projeto, o novo edifício cresce como novas flores coloridas no jardim do hospital original e se inspira na riqueza dos materiais, texturas, cores, geometrias e vegetação do hospital modernista. (ARCHDAILY, 2020).
84
Imagem 34 | Exterior do Centro Kálida Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020.
ESTUDO DE CASO
Imagem 35 | Interior do Centro Kálida Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020.
Imagem 37 | Interior do Centro Kálida Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020. Modificado pela autora.
Imagem 36 | Interior do Centro Kálida Fonte: Miralles Tagliabue EMBT, 2020.
85
Quadro Síntese referências projetuais
NOME
Centros Maggie
ESTUDO DE CASO
Maggie Yorkshire
86
Tabela 08 | Fonte: Elaborado pelo autora, 2022
PONTOS QUE PODERÃO SER UTILIZADOS Principais conceitos da sua criação - utilizar a arquitetura como facilitadora no processo de recuperação e bem-estar do paciente; Oferecem apoio físico, psicológico e social aos pacientes; Elementos naturais: integram vários elementos da natureza dentro do edifício.
Telhado verde; formas biomórficas; Uso de elementos naturais; Uso de mobiliários coloridos; Uso de elementos de decoração incomuns em espaços hospitalares; Usos de cores suaves e iluminação natural; Adaptação à topografia existente; Estrutura pré-moldada e modular; Promoção de espaços silenciosos para contemplação;
Centro Urbano de Tratamento para Doentes Terminais
Centro Kálida Sant Pau
Tabela 09 | Fonte: Elaborado pelo autora, 2022
PONTOS QUE PODERÃO SER UTILIZADOS Conceito formal, combinação de curvas e retângulos; Atmosfera protetora, as formas curvas abraçam o prédio; Visão do externo por meio de superfícies curvas na fachada; Escala adaptada ao entorno; Materialidade - a leveza e a uniformidade dos materiais; Equilíbrio entre o contraste da arquitetura nova com a antiga.
Proximidade com o hospital oncológico com acessos facilitados; Área designada para possível acesso de veículos de emergência; Uso de elementos para proteção e intimidade ao usuário; Espaços flexíveis; Edifício envolvido por jardins e pátios; Pé direito duplo em espaços de convivência; Elementos de controle solar (brises); Usos de peças cerâmicas; Uso de cores nos mobiliários internos.
ESTUDO DE CASO
NOME
87
ANÁALISE
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Caracterização do Público
90
Para compreender o público do Centro de
de jovens a partir de 15 anos, adultos e
Terapias, foram definidos três segmentos
idosos, podendo ser composta por pacien-
com base na quantidade e especificidades
tes e familiares, sendo os pacientes cadas-
do usuário: seguimento de atendimento,
trados no Sistema Único de Saúde (SUS)
público-alvo e personas. O segmento de
em tratamento no Hospital da Clínicas -
atendimento refere-se a um tipo de grupo
UFG (HC) e de outros hospitais da rede
que engloba um grande número de pesso-
pública de saúde. A persona, compreende-
as, e que possui em comum, uma demanda
-se por um segmento que analisa o indiví-
específica de necessidades, definida por
duo, mais detalhadamente, e cria represen-
um grupo de pacientes oncológicos. O
tações semi-fictícias do público-alvo. Elas
público-alvo entende-se por um recorte no
são baseadas em dados reais do ponto de
segmento, que estabelece um número
vista de quem está projetando, de modo
menor de pessoas, mas de forma mais
que visualize características e comporta-
direcionada e específica, e que possuem
mentos demográficos. Através dela é
necessidades em comum, interesses,
possível construir quem é o usuário, suas
características, comportamentos, hábitos,
histórias pessoais, o que almejam, suas
facilitando identificar as carências desse
dores e anseios e identificar de que forma
grupo. O público-alvo, como citado ante-
o espaço poderá atender de fato suas
riormente, é definido por uma faixa etária
necessidades.
SEGUIMENTO DE ATENDIMENTO
PACIENTES ONCOLÓGICOS
PÚBLICO - ALVO
+ OUTRAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
JOVENS ADULTOS IDOSOS CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO
PERSONAS
PACIENTES E FAMILIARES ANÁLISE DO INDIVÍDUO
HC-UFG
Diagrama 06 | Caracterização do público Fonte: Elaborado pela autora.
91
Entendendo o público que será atendido O público do Centro de Terapias precisará de estabilidade e segurança. São pessoas passando por momentos difíceis, com muitas dúvidas e incertezas sobre o que fazer, preocupações sobre sua saúde e integridade física e emocional. Na jornada contra o câncer, nossos pacientes se encontram em diferentes estágios de necessidades e prioridades. Possuem as ANÁLISE DO INDIVÍDUO
necessidades básicas de saúde e segurança, mas também se preocupam com sua integridade física, sua vida social, segurança financeira, e as realizações e sonhos que foram interrompidos pelo diagnóstico de câncer. Essas necessidades precisam ser supridas por meio de soluções diretas, é necessário valorizar a individualidade de cada caso,
92
situação e diagnóstico. Em conjunto com as necessidades fisiológicas, o sentimento de conquista e autonomia também são prioridades para o Centro. É necessário que se sintam acolhidos e apoiados, mantendo sua individualidade e independência, sem uma ambiente que possa passar sentimentos de inferioridade ou indelicadeza, sendo imprescindível que seja demonstrada segurança e confiança. Desta forma, é preciso atuar de maneira a atender todos os perfis de usuários.
Jornada do Usuário
Para entender como os espaços podem
Com base nesses perfis, será aplicado ao
impactar positivamente o dia-a-dia de
processo final do trabalho uma análise de
quem o utiliza, precisamos traçar generica-
experiência com foco na jornada do usuá-
mente, mas baseado em características
rio, de forma que exponha os resultados
reais, possíveis perfis que representem e
da proposta arquitetônica sobre a rotina
contemplem a maioria dos usuários do
dos possíveis pacientes e familiares do
espaço, identificando suas rotinas, seus
Centro de Terapias, a fim de constatar e
desejos e como o espaço pode ajudá-los.
visualizar a experiência de cada indivíduo
Esse método prioriza o usuário e suas
percorrendo por cada um dos ambientes
necessidades, de modo que possamos
propostos pelo projeto, expondo, por meio
entender e visualizar o cenário ideal e
de um mapa, os possíveis trajetos percorri-
criar soluções.
dos e as suas emoções, pensamentos e
Observação: As descrições abaixo, foram baseadas em fatos
sentimentos correspondentes.
reais. Com base em relatos disponibilizados pelos pacientes do Centro Maggie (2022).
QUEM USARÁ O ESPAÇO?
?
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Análise do Indivíduo
93
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Rosangêla Soares 42 anos, dona de casa, casada e 1 filho, Acompanha seu filho, Arthur Soares, Fonte: Elements Envato
94
15 anos, com Leucemia. #Família #Saúde #Filhos #BemEstar #VidaSaudável
“
Tento ser a cada dia uma mãe melhor para meu filho, quando ele foi diagnosticado com câncer foi muito difícil. A gente não sabia o que fazer, só pensava em como eu poderia ajudá-lo a passar por isso. Foi quando decidi sair do meu emprego e começar a me dedicar a ele. Tento me informar a cada dia mais sobre métodos e hábitos que o ajude a passar por tudo isso de forma mais saudável, cozinho pra ele todos os dias, fiz até um curso de comidas saudáveis para aprender a fazer mais variedades de pratos. A nossa rotina mudou completamente depois do diagnóstico, e isso tem gerado um certo estresse no dia-a-dia do Arthur, ver ele deixando de sair com os amigos bem cedo, e ele odeia acordar cedo, é um das coisas que me deixam arrasada. As nossas idas ao hospital são muito cansativas, passamos boa parte do dia lá, e todo aquele clima me deixa angustiada. Todo dia eu me pego pensando, que esse é um dos maiores pesadelos que eu nunca pensei passar, mas a gente sempre lutou e continu-
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
dele para ter que ir ao hospital ou ter que acordar ele
amos lutando, e muito, para que ele tenha a melhor vida possível apesar de tudo.”
Maiores desejos/dores : Deseja que seu filho sinta bem consigo mesmo e bem cuidado /tenha medo de não oferecer o que ele precisa no momento.
95
Sua Rotina
Do que ela precisa?
Rosângela acorda todos os dias bem cedo
Rosângela necessita de um espaço para
para preparar o café da manhã de Arthur.
descansar enquanto espera pelo trata-
Em dias de tratamento eles saem bem
mento do Arthur, e sendo uma mãe preocu-
cedo de casa. Arthur vai ao hospital 4 dias
pada, ela se interessaria em participar de
na semana. Durante o tratamento de
cursos e oficinas que a ajudariam na sua
quimioterapia, Rosângela fica aguardando
rotina saudável. Ela precisa de um apoio
seu filho na recepção do hospital. Ela fica
psicológico que a acompanhasse nesse
esperando ele em média de 3 - 4 horas.
momento difícil.
Após a sessão eles ficam em observação e depois vão embora. Ao chegar em casa cansados, eles vão se preparar para des-
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
cansar depois de um dia cansativo. Duran-
96
te os outros dias, Rosângela leva Arthur para fazer natação. E ele tem aulas particulares em casa, nos dias que ele se sente bem.
Como vamos ajudá-los? Oferecendo espaços acolhedor e calmo, com espaços com sofás e poltronas confortáveis, espaços para algum tipo de atividade que ela se interesse por aprender e ocupar a mente. promover espaços reservados e silenciosos para que ela pudesse conversar com um psicólogo. Espaços de interação com outras pessoas, para que possam conversar, conhecer outras histórias, compartilhar conhecimen-
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
tos e fazer amizades.
97
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Ceres de Faria 65 anos, dona de casa, Solteira, diagnosticada com câncer nos ossos. Fonte: Elements Envato
98
#Família #Amigos #bênçãos #NossaSenhora #VidaSaudável
“
Fui diagnosticada com câncer nos ossos pela primeira vez no final de 2016 e em 2019 fui diagnosticada com metástase. Já fiz 3 cirurgias e três sessões de quimioterapia. Eu já me considero uma pessoa com experiência no câncer (brinca). No início do tratamento eu ia com bastante frequência ao hospital, passava muitas horas lá, fiz amizade com todos os funcionários do hospital, todos lá me adoravam, gosto muito de fazer novas amizades. Mas com o tempo o meu médico foi reduzindo as sessões e fui deixando de ir até lá. Era muito bem tratada, os médicos e enfermeiras eram muito atenciosos, e eu até sinto falta da companhia deles. Quando preciso voltar lá todos me recebem to que os cuidados deles me fizeram viver muito mais! Agora estou num processo de cuidados paliativos, em que eu vivo um dia de cada vez e me cuidando como posso. Admito que eu falho bastante na prática de exercícios físicos, meu médico disse que seria importante eu fazer, mas me falta motivação. Quero viver muito ainda, até
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
com muita alegria e isso me deixa muito animada. Acredi-
onde Deus permitir, mas busco ao máximo sempre viver o tempo que me resta com qualidade.”
Maiores desejos/dores : Deseja aproveitar a vida e se sentir acolhida/ tem medo de não ter vivido o bastante para aproveitar o que a vida oferece.
99
Sua Rotina
Do que ela precisa?
Ceres acorda todos os dias bem tarde, por
Ceres necessita de espaços de interação, e
volta de 12h, por conta da quantidade de
fazer novas amizades, compartilhar suas
remédios que ela toma, que fazem ela ficar
experiências com o diagnóstico. Espaços
sonolenta. Ela tem uma cuidadora que
que a motive e ofereça conhecimentos a
prepara suas refeições, ela precisa apenas
respeito aos cuidados paliativos, motiva-
esquentar. Pela tarde ela costuma praticar
ção para fazer exercícios físicos, manter
suas habilidades em crochê e onde
uma alimentação saudável, e um acompa-
também faz para vender e arrecadar
nhamento com psicólogos. Espaço para
dinheiro para a igreja, e tem a rotina de
colocar em prática suas habilidades com
cuidar das suas plantas. Ela vai uma vez a
jardinagem e crochê.
cada duas semanas no hospital, para
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
renovar suas receitas médicas. E duas
100
vezes na semana ela vai às missas pela noite.
Como vamos ajudá-los? Oferecendo espaços de convivência, com uma grande mesa, sofás confortáveis, um lugar para reunir pessoas, contar histórias e fazer novas amizades. Espaços silenciosos e de contemplação. Espaços que oferecem variadas atividades físicas, como pilates, yoga, alongamentos, arteterapia, fisioterapias entre outros. Promover workshops, cursos e palestras a respeito de práticas de uma vida saudável e de cuidados paliativos. Oferecer apoio social,
legais. Dispor de espaços que dê suporte a práticas de atividades em grupo, como crochê, bordados, pinturas, práticas de jardinagens, entre outros.
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
com informações a respeito de aspectos
101
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Louise de Castro 26 anos, estudante, solteira, diagnosticada com câncer no estômago. Fonte: Elements Envato
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#Família #Amigos #Música #Viagens #Sonhos
“
A menos de 5 meses, eu estava cursando meu mestrado em música, me preparando para um grande concerto musical em outro país e trabalhando como professora de música. Minha vida era uma correria, eu não tinha tempo para o câncer, mas ele mesmo assim veio de intrometido! (brinca). Não era algo que esperava ouvir com apenas 26 anos de idade. Eu tive que rever todos os planos da minha vida, adiar alguns, cancelar outros, tudo virou de ponta cabeça de uma só vez. Mas apesar de tudo ter mudado, ainda posso contar com minha família, eles me dão forças para continuar a cada dia. Eles cuidam muito bem de mim, mas às vezes eu sinto que os sobrecarrego. De amigos eu tenho poucos, alguns se afastaram de mim, por ainda estão do meu lado me ajudam bastante. Como o meu mundo e as coisas que vivencio são diferentes das deles, eu me sinto desconectada deles, e às vezes não tão compreendida. Ainda estou descobrindo como lidar com todas as questões, minha mente fica com um turbilhão de pensamentos e questionamentos, mas o pessoal do hospital me ajuda bastante. Todos dias que acordo para ir
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
ter que abrir mão de poder encontrá-los, mas os que
para o hospital ainda são dolorosos para mim, minha ficha está demorando para cair. Mas acredito que vai ficando mais leve e suportável de carregar. Maiores desejos/dores : Deseja se recuperar logo/ Tem medo de não poder realizar seus sonhos.
103
Sua Rotina
Do que ela precisa?
Louise tem uma rotina bem definida e
Louise precisa de um lugar que ofereça
organizada, acorda bem cedo, arruma
suporte emocional, que tire suas dúvidas a
seus pertences, toma café da manhã e sai
respeito do câncer e ajude a lidar com ele.
para o hospital, onde ela frequenta por 5
Necessita de novas amizades que a com-
dias na semana. Seu tratamento é bem
preendam e a ajudem a passar por isso,
intenso e cansativo, e passa por volta de 5
com trocas de experiências e que a apre-
horas no hospital - com intervalos. Ela
sente novas motivações e formas de conti-
volta para sua casa, bem cansada e só
nuar esse obstáculo de forma mais leve.
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
pensa em descansar.
104
Como vamos ajudá-los? Oferecer um lugar onde ela possa se sentir acolhida e compreendida, espaços confortáveis para trocar experiências com outras pessoas que passam pela mesma dificuldade. Espaços que oferecem serviço de suporte emocional, grupos de apoio, orientação e amparo afetivo. Necessita de informações e conhecimentos sobre como
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
lidar com as questões do câncer.
105
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Jorge Domingos 39 anos, segurança, viúvo e 1 filha, Agnes Domingos, de 10 anos. Fonte: Elements Envato
106
#Família #Força #Filhos #PaiSolo #Orações
“
Emma Domingues, mãe de Agnes e minha falecida esposa. Teve seu diagnóstico de câncer de mama em 2005. Tudo aconteceu inesperadamente e nos pegou de surpresa na véspera de um dos momentos mais importantes de nossas vidas, estávamos planejando nosso casamento, quando notamos uma massa no seio de Emma, foi quando corremos para fazer o check-up. E um dia antes do nosso casamento, recebemos a notícia da biópsia, que era câncer. É até complicado descrever como nos sentimos. Tentamos ao máximo aproveitar o casamento e focar nesse dia. Após esse período tivemos que levá-la para iniciar os tratamentos, ela teve que passar por uma cirurgia e Por causa dos tratamentos, tinham nos dito que não poderíamos ter filhos, essa notícia nos abalou muito. Mas procurei saber mais sobre, se era seguro para ela engravidar ou se pioraria o quadro dela. Mas conversando com o médico ele disse que não tinha motivo para não prosseguirmos com a ideia. Em 2011, sete anos depois do primeiro
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
iniciou os tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
diagnóstico, Emma estava grávida. Essa foi a melhor notícia que poderíamos receber, nos encheu de forças, e
Maiores desejos/dores : Que sua filha sempre siga em frente e sua mãe fique sempre em suas memórias/ Que sua filha não se sinta desamparada.
107
“
Emma motivada a querer viver mais. Entre 38 semanas de gravidez fomos assombrados com mais uma notícia triste. Emma teve que se submeter a uma cesariana de emergência, por conta de uma fratura no fêmur e após uma ressonância magnética confirmou que ela estava com metástase, se espalhou pelos ossos e fígados. Emma nunca deixou de ter esperanças, sua motivação era ver nossa filha crescer. Ela sonhava no dia que veria nossa filha dar os primeiros passos, no primeiro dia de aula. Ela conseguiu ir na primeira reunião de pais da escola da Agnes, realizou alguns de seus sonhos, mas nos deixou dias depois. É impossível descrever o sentimento de perder alguém que
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
amamos, mas Emma deixou comigo o melhor presente que
108
ela poderia me dar, e hoje tenho o privilégio de cuidar da minha filha.”
Sua Rotina
Como vamos ajudá-los?
Jorge cuida da sua filha na parte da
Com espaços que os acolham e que ofere-
manhã, e pela tarde ela vai para escola.
çam serviços de suporte emocional,
Pela manhã ele prepara seu café da
grupos de apoio, orientação e amparo
manhã, auxilia nas tarefas de casa, prepa-
afetivo.
ra seu almoço, e a leva para escola. No final da tarde, busca ela e a leva para casa. Aos finais de semana eles costumam fazer alguma atividade juntos. Encontrar com amigos e familiares, que dão total apoio aos dois.
Necessita de acolhimento, de ajuda emocional, para ajudar a lidar mentalmente com tudo que aconteceu e poder ajudar sua filha também. Conhecer novas pessoas, ter alguém para conversar, e ter talvez
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Do que ele precisa?
ter o apoio de alguém que já passou por isso. Um lugar que esteja à disposição deles sempre que precisarem.
109
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Morgana Vieira 31 anos, Médica paliativista, Solteira, Especialista em cuidados oncológicos. Fonte: Elements Envato
110
#Motivada #AmoraVida #Especialista #MedicinaPorAmor #Saúde
“
Já tem 7 anos que trabalho no Hospital das Clínicas UFG, mas com tratamento oncológico eu atuo desde o início da minha formação. Tenho como propósito oferecer o meu melhor para meus pacientes, é um trabalho árduo, mas não poderia ter escolhido algo melhor para trabalhar. Não é fácil, todos os dias eu penso quantas vidas estão nas minhas mãos. Mas aprendi uma coisa com os anos me ensinaram, tem sempre algo que podemos fazer, por mais difícil que seja a situação, nem que seja uma conversa ou um ombro para abraçar, pode fazer toda diferença. Aqui no Hospital participo de um grupo que reúne vários profissionais da saúde dispostos a ajudar essas pessoas tratamento complementar, aos tratamentos mais comuns, um tipo de cuidado paliativo ao câncer. Ainda não temos uma estrutura física para abrigar esse tipo de tratamento, mas fazemos de forma adaptada. Não importam as dificuldades, não posso ter tempo ruim, minha dedicação é sempre completa, os meus pacientes dependem de mim e
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
nesse estágio da vida tão difícil. Oferecemos um tipo de
preciso passar essa confiança e segurança para eles. Todos os dias quando chego em casa e percebo o silêncio,
Maiores desejos/dores : Deseja que faça a diferença na vida de seus pacientes/ se preocupa com os recursos necessários para isso.
111
“
vejo o quanto o hospital gera uma carga de cansaço físico e mental em mim, os barulho repetitivos, temperaturas mais baixas, o cheiro de limpeza, a correria, as responsabilidades, a cobrança, o cansaço me faz sentir falta de um lugar calmo. Às vezes eu me perco no horário dentro do hospital, a gente fica tanto tempo lá que nem vemos a hora passar, e com o ambiente todo fechado fica mais difícil ainda. Fico imaginando pelo que meus pacientes têm que passar e lidar, além das dificuldades da doença, por isso me dedico para que tais fatores não atrapalhe
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
ainda mais a luta deles, estou lá sempre pra ajudar!”
112
Sua Rotina
Como vamos ajudá-los?
Todos os dias Morgana acorda bem cedo,
Proporcionar um lugar adequado para que
faz suas refeições, pratica suas atividades
uma equipe multidisciplinar coloque em
físicas e vai para o hospital, ela faz atendi-
prática seus conhecimentos e que ofere-
mentos durante toda a manhã e pela tarde
çam um serviço de qualidade e mais
ela dedica seu tempo para atendimentos
efetivo, sem fatores que atrapalhem esse
complementares pelo grupo paliativo,
processo
passando por cada paciente em tratamento. Em alguns dias participa de reuniões.
Ela necessita de uma espaço que ofereça suporte ao tipo de atendimento complementar que ela e seu grupo desejam proporcionar aos pacientes oncológicos, de forma que ela trabalhe com mais tran-
ANÁLISE DO INDIVÍDUO
Do que ela precisa?
quilidade e que os fatores externos não atrapalhem seus atendimentos.
113
ESTUDO
CONTEXTO DO BAIRRO Localização
goiás
brasil
goiânia
CONTEXTO DO BAIRRO
N
116
lote 4.8.20.22
st. leste universitário
Diagrama 07 | localização do terreno Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
quadra 52a
Pontos Principais
LOCAIS SEM INCIDÊNCIA DE POLUIÇÃO SONORA E ODORES DESAGRADÁVEIS PRÓXIMIDADE COM HOSPITAL DAS CLÍNICAS
PRÓXIMIDADE COM TRANSPORTE PÚBLICO
ENTORNO TRANQUILO E ACOLHEDOR
CONTEXTO DO BAIRRO
LOCAL DE FÁCIL ACESSO AO PEDESTRE
117
Localização O terreno escolhido para o projeto, está localizado na cidade de Goiânia, no Setor Leste Univeritário, com acessos as ruas 232, 233 esquina com a 263. O lote está localizado a 500 metros do Hospital das Clínicas - UFG e a 300 metros do Hospital do Câncer Araújo Jorge.
Contextualização O Setor Leste Universitário, ou Universitário, como popularmente é chamado, é um dos bairros mais antigos de Goiânia, capital do estado de Goiás, localizado na região central da cidade. Nele se concentram diversas unidades de ensino, com destaque para os campus da PUC-GO (Pontifícia Universidade Católica de Goiás) e da Universidade Federal de Goiás. Um aspecto único do Setor Universitário é a diversidade de pessoas que vivem no local.
CONTEXTO DO BAIRRO
Pessoas de todo o estado e do restante do país moram no setor e estudam em duas das maiores instituições de ensino superior do estado. A saúde é outro polo de referência da região. Os hospitais das Clínicas da UFG e Araújo Jorge atraem centenas de pessoas que, às vezes, passam a habitar o setor, ainda que temporariamente.
Diagrama 08 | mapa de localização geral do terreno Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
118
M
300
HAJ CONTEXTO DO BAIRRO
N
HC
500M
119
ENTORNO Estudo
Ao estudar o entorno, com um raio de, aproximadamente, 500m, a partir da área de intervenção, é possível analisar de forma mais aprofundada o comportamento do região em diferentes aspectos e utilizando diferentes estudos - uso do solo, cheios e vazios, infraestrutura do setor, vias e transporte - para compreender características específicas do local.
Infraestrutura A área de intervenção se encontra bem servida em sua infraestrutura. Possui comércios e serviços essenciais para servir de apoio aos estudantes que residem no local. No entorno é possível encontrar bancos e lotéricas de diversas agências; inúmeros restaurantes, sendo
ENTORNO
um deles o restaurante universitário, administrado pela UFG; faculdades públicas e priva-
120
das; e entre outros, como apresenta o mapa ao lado. Além disso, existe no entorno a Praça Universitária, que é um ponto de referência bem conhecido na cidade, e que oferece alternativa para lazer e atividades físicas.
ufg puc hc ufg hosp. araújo jorge justiça federal colégio lyceu mercado central livraria palavrear catedral metropolitana praça universitária praça botafogo
ENTORNO
biblioteca ufg área de estudo
N 0
50 100
200
400
600
Figura 01 | mapa de infraestrutura, no raio de 500 m Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
121
RUA 232
3.134 m²
RU A
22
9
RUA 233
ENTORNO IMEDIATO
RU A2
ENTORNO
63
lixeiras públicas árvores
122
N
iluminação pública
Figura 02 | entorno imediato do terreno Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
0
5
10
20
CASAS DE APOIO EM GOIÂNIA
1
2
to
por
ero
st. a
5 4 3
6
praça ria tá ersi univ
al entr
st. c
que bos itis bur dos
ste st. le ário ersit univ
gico ooló im z jard iânia o g de
7 8 ul
1
casa de apoio de São Simão
N
5
casa de apoio de Estrela do Norte
2
casa de apoio Agnus de Orizona
6
casa de apoio de Quirinópolis
casa de apoio de Itumbiara
3
7
casa de apoio ao Mineirense
casa de apoio Olinta Guimarães
4
8
casa de apoio Paranaiguara
Figura 03 | casas de apoio existente em Goiânia. Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
0
50 100
200
400
600
ENTORNO
st. s
123
Vias: tipos e transporte público Conforme analisado no mapa abaixo, a região possui vias bem importantes para a cidade. A avenida Anhanguera, por exemplo, denominada via arterial, é conectada a vários setores da cidade. Nela está presente o eixo Anhanguera, um dos principais eixos de transporte da cidade. As vias coletoras, 1ª Avenida e 5ª Avenida, ligam as áreas mais atrativas da região, como as universidades, os comércios e as áreas verdes, como a praça universitária e boa ventura. O região da área de implantação, por se caracterizar uma área bem centralizada, com infraestrutura completa e usos diversificados, é uma área bastante movimentada, que promove um alto fluxo de carros em suas vias principais e até mesmo nas vias locais do
ENTORNO
entorno. O fluxo das avenidas principais se mantêm intensas durante todo o dia e modera-
124
dos durante a noite. Já as locais, se tornam intensas no período de maior trânsito na cidade. A maior parte das vias são de “mão dupla”, exceto nas vias paralelas ao lado da área de intervenção, que se configuram em um só sentido e com direções opostas entre si.
via expressa via arterial via coletora via local
Figura 04 | mapa de hierarquia viária. Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
N 50 100
200
400
área de estudo
600
ENTORNO
0
ciclovia
Figura 05 | mapa de pontos de ônibus e seu raio de influência. Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
ponto de ônibus raio de 500m a N 0
50 100
200
400
600
partir do terreno
125
0 - 3 metros 4 - 10 metros 11 - 20 metros 21 - 30 metros ENTORNO
31 - 40 metros área de estudo N 0
Figura 06 | mapa de gabarito de altura. Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
126
50
100
200
400
residencial comécio/serviço institucional
N 0
50
100
200
ENTORNO
área verde área de estudo
400
Figura 07 | mapa de uso do solo. Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
127
TERRENO Estudo
O terreno escolhido encontra-se em uma região relativamente plana, com um desnível de, aproximadamente, 10 metros e uma área de 3.134 m². O lote é paralelo à rua 232, rua 233 e esquina com a rua 263.
Insolação e ventos Os ventos predominantes na cidade vem de leste e sudeste, variando de acordo com o período e estação do ano. Quanto à insolação, a fachada para a rua 233, na direção noroeste, terá o maior tempo de incidência solar, resultando em uma fachada bem mais quente.
TERRENO
A fachada para a rua 232, que fica para a direção leste, receberá insolação no período da
128
manhã. Quanto à fachada para a rua 229 e 263, ela se configura a melhor fachada do terreno, pois está direcionada para o sul e sudeste, onde a incidência solar é bem baixa.
RUA 232
3.134 m²
63
TERRENO
22
RU A2
RU A
RUA 233
9
OESTE
LESTE
RUA 233
NORTE
insoloção pôr do sol
nascer do sol
ventos predominantes 0
5
15
35
70
SUL Figura 08 | mapa de insolação e ventos predominantes Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
129
TERRENO
topografia mais alto
mais baixo
22
63
RU A
RU A2
SUL
RUA 233
9
LESTE
OESTE
RUA 233
RUA 232
NORTE
sentido da vista 0
Figura 09 | mapa de paisagens com indicação de vistas e topografia. Fonte: Google Maps, 2021. Elaborado pela autora, 2022.
130
5
15
35
70
PAISAGENS vista sul
Imagem 38 | Fonte: Google Maps, 2021.
Imagem 40 | Fonte: Google Maps, 2021.
vista leste
vista oeste
Imagem 39 | Fonte: Google Maps, 2021.
Imagem 41 | Fonte: Google Maps, 2021.
TERRENO
vista norte
131
LEGISLAÇÃO
Lei complementar N° 171, de maio de 2007 Plano diretor Goiânia
LEGISLAÇÃO
Parametros Urbanísticos
132
Art. 110. Para efeito de dar tratamento
pavimentos, conforme estabelecido na
urbanístico à Macrozona Construída ficam
Tabela de Recuos, constante do Anexo X,
instituídas as seguintes unidades territo-
desta Lei.
riais:
§ 1º Fica estabelecido o Índice de Ocupa-
I - Áreas Adensáveis, para as quais serão
ção máximo de 50% (cinqüenta por cento)
incentivadas as maiores densidades
para todos os terrenos da Macrozona
habitacionais e de atividades econômicas,
Construída, a partir de 6m (seis metros) de
sustentadas pela rede viária e de trans-
altura da edificação, contados a partir do
porte, subdividindo-se em duas naturezas:
final de sua laje de cobertura, garantindo o
a) aquelas áreas de maior adensamento,
índice de ocupação de 90% para os sub-
ao longo dos Eixos de Desenvolvimento
-solos, salvo o caso de excepcionalidade
Exclusivos e nas áreas caracterizadas
previsto em regulamento próprio.
como vazios urbanos;
Art. 124. As unidades territoriais identifica-
b) aquelas áreas de médio adensamento,
das como Áreas Adensáveis e Áreas de
ao longo dos Eixos de Desenvolvimento
Desaceleração de Densidades não sofre-
Preferenciais.
rão limitações quanto a altura máxima das
Art. 122. Os parâmetros urbanísticos admi-
edificações, sendo esta resultante da
tidos na Macrozona Construída, referentes
aplicação dos afastamentos e índice de
ao Índice de Ocupação, à altura máxima e
ocupação máximo previstos nesta Lei.
aos afastamentos frontal, lateral e de
Parágrafo único. Para efeito de aplicação
fundo resultarão da aplicação de uma
desta Lei considera-se 3m (três metros) a
progressão matemática gradual por
altura padrão do pavimento da edificação,
Art. 126. Garantidos os espaços de iluminação e ventilação dos compartimentos da edificação, estabelecidos em lei própria, ficam liberados os recuos laterais e de fundo das edificações com até 6m (seis metros) de altura, contados até sua laje de cobertura, excetuados os casos de subsolos aflorados que deverão estar de acordo com o que disporá regulamento próprio. Art. 128. Fica estabelecido o Índice de Controle de Captação de Água Pluvial, por meio de estruturas de infiltração e de recarga do lençol freático, a ser calculado em relação a área impermeabilizada do terreno, nos termos dos seguintes critérios técnicos: I - para cada 200,00m² (duzentos metros quadrados) de terreno impermeabilizado, 1m³ (um metro cúbico) de caixa de recarga ou por caixa de retenção; II - superfície mínima de 1,00m² (um metro quadrado) de caixa; (Redação conferida pelo art. 1º da Lei Complementar nº 246, de 29 de abril de 2013.) III - profundidade máxima de 2,60m (dois metros e sessenta centímetros). Art. 128-A. Fica estabelecido o Índice Paisa-
gístico Mínimo, calculado sobre a área dos terrenos da Macrozona Construída, conforme uma das seguintes exigências: I - 15% (quinze por cento) da área do terreno, garantindo no mínimo 5% (cinco por cento) de cobertura vegetal em solo natural e o restante podendo ser utilizado concregrama; (Redação acrescida pelo artigo 1º da Lei Complementar nº 246, de 29 de abril de 2013.) II - 15% (quinze por cento) da área do terreno, garantindo no mínimo 5% (cinco por cento) de cobertura vegetal em solo natural e o restante com utilização de cobertura vegetal não permeável; (Redação acrescida pelo artigo 1º da Lei Complementar nº 246, de 29 de abril de 2013.) III - 25% (vinte e cinco por cento) da área do terreno quando com utilização de cobertura vegetal não permeável. Art. 148. Fica instituído um Coeficiente de Aproveitamento Básico não Oneroso, para todos os imóveis contidos na Macrozona
LEGISLAÇÃO
medida entre os eixos de lajes.
Construída equivalentes a: I - todas as áreas edificadas cobertas, construídas até a laje de cobertura, na cota máxima de 6,00m (seis metros) de altura da edificação;
133
RUA 232
RUA 233
40
40
40
40
REC
UO
2M
RECUO 5M
3.134 m²
30
RECUO 5M
56
RECUO 2M
RUA 233
LEGISLAÇÃO
RU A2
63
RU A
22
9
24
N 0
Figura 10 | mapa indicando recuos frontais e laterais. Fonte: Plano diretor de Goiânia. Elaborado pela autora, 2022.
134
5
10
20
AFASTAMENTOS Lateral(m)
Fundo(m)
3,00
2,00
2,00
Frente(m)
5,00
6,00
2,00
2,00
5,00
9,00
2,00
2,00
5,00
3º
3,00
3,00
5,00
4º
3,20
3,20
5,00
5º
3,40
3,40
5,00
6º
3,60
3,60
5,00
7º
3,80
3,80
5,00
8º
4,00
4,00
5,00
9º
4,20
4,20
5,00
10º
4,40
4,40
5,00
11º
4,60
4,60
5,00
12º
4,80
4,80
5,00
13º
5,00
5,00
5,00
14º
5,20
5,20
5,00
15º
5,40
5,40
5,00
16º
5,60
5,60
5,00
17º
5,80
5,80
5,00
18º
6,00
6,00
6,00
19º
6,20
6,20
6,00
20º
6,40
6,40
6,00
21º
6,60
6,60
6,00
22º
6,80
680
6,00
23º
7,00
7,00
6,00
24º
7,20
7,20
6,00
25º
7,40
7,40
6,00
26º
7,60
7,60
8,00
27º
7,80
7,80
8,00
28º
8,00
8,00
8,00
29º
8,20
8,20
8,00
30º
8,40
8,40
10,00
Acima 30º
-
-
10,00
Tabela 10 | Tabela de afastamentos de acordo com altura do pavimento Fonte: Plano diretor de Goiânia. Modificado pela autora, 2022.
LEGISLAÇÃO
PAVIMENTOS
(altura da lage de cobertura)
135
ATMOSFERA
HOSPITA L ATMOSFERA DO PROJETO
AR
138
Diagrama 09 | Atmosfera hospitalar Fonte: Elaborado pela autora, 2022
Atmosfera Existente
ATMOSFERA DO PROJETO
L ACO HEDO
RA
Diagrama 10 | Atmosfera acolhedora Fonte: Elaborado pela autora, 2022
Atmosfera Proposta
139
PROPOSTA
DIRETRIZES PROJETUAIS
DIRETRIZES
142
1 2 3 4 5
PRÓXIMO AO HOSPITAL DAS CLÍNICAS Facilitar o acesso dos pacientes do HC para o centro de terapias.
RELAÇÃO INTERIOR E EXTERIOR Trazer conexão das áreas verdes externas e iluminação natural para dentro do edifício, por meio de pátios centrais.
USUÁRIO E A NATUREZA Promover espaços que conectem o usuário com a natureza, seja pelo contato físico ou visual.
VENTILAÇÃO NATURAL Prever meios que possibilitem a entrada e circulação de ventilação em todos os ambientes.
EXPERIÊNCIA TÁTEIS Utilizar materiais naturais, com texturas que estimulem os sentidos táteis e faça referência à natureza.
Criar um edifício que respeite o meio ambiente e se utilize de práticas projetuais e construtivas sustentáveis.
DESENHO UNIVERSAL Atendimento às normativas de acessibilidade e aos demais parâmetros universais de percepção e apropriação dos espaços.
ESPAÇOS SUBJETIVOS Prever ambientes flexíveis, de modo a deixar livre para que o indivíduo crie sua própria relação e a forma que ele deseja se utilizar do espaço.
RUÍDOS EXTERNOS Prever e utilizar mecanismos arquitetônicos que solucionem os ruídos advindos da poluição sonora existente no local.
ESPAÇOS DE INTEGRAÇÃO
DIRETRIZES PROJETUAIS
6 7 8 9 10
SUSTENTABILIDADE
Criar espaços que promovam integração e convívio entre os pacientes.
143
PROGRAMA DE NECESSIDADES Critérios
Para o pré dimensionamento dos espaços, e para definir a quantidade média do público alvo que irá utilizar do Centro de terapias, consideramos os dados disponí-
∑ total
veis pelo DATASUS/TABNET, referentes a
6 anos
quantidade de casos atendidos e tratados pelo Hospital das Clínicas- HC/UFG, por
PROGRAMA DE NECESSIDADES
ano. Com base nessas informações, foi
144
feita uma média da quantidade total de
Centro terá a mesma capacidade de aten-
pacientes atendidos entre os anos de 2016
dimento, porém considerando que essa
- 2021. Para o cálculo da média utilizou da
média de pacientes não frequentem os
somatórias dos números de casos totais
mesmos espaços simultaneamente.
atendidos em cada ano, em seguida, o
O quantitativo de funcionários foi definido
valor da somatória foi dividido pela quan-
com base nos dados apresentados, pelo
tidade de anos que consideramos, ou seja,
SUPREMA , com o total de 15 profissionais:
dividido por 6 anos, assim resultando
2 médicos paliativistas, 1 nutricionista, 1
numa média de 303 pacientes** atendidos
fonoaudióloga, 1 psicóloga, 1 terapeuta
por ano e 25 pacientes** atendidos por
ocupacional, 2 assistente social, 2 fisiotera-
mês pelo HC/UFG. Foi concluído, que o
peutas, 1 farmacêutica e 4 enfermeiras.
5
Será previsto neste levantamento o caso
Todos os dados apresentados, serão
de inserção de mais profissionais, variando
utilizados como parâmetros para o pré
de acordo com a demanda de atividades
dimensionamento do Centro de Terapias.
que serão ofertadas pelo Centro.
será a possibilidade de atendimentos a
**Vale
ressaltar que esses dados são retirados a partir de
uma média, não são dados exatos, podendo assim, haver uma
pacientes de outras instituições de saúde
variação no números de pacientes atendidos por ano.
que oferecem tratamentos ao câncer pelo
5
Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia,
(SUPREMA), esse programa proporciona assistência aos
principalmente o Hospital Araújo Jorge,
O Grupo de Suporte Paliativo de Referência Multidisciplinar
pacientes portadores de doenças graves, que não tenham probabilidade terapêutica de cura. Esta comissão tem
definindo assim, uma porcentagem a mais
natureza assistencial, acadêmica e científica, mediante
na capacidade de atendimento do edifício.
(EBSERH, 2018).
atuação multidisciplinar, multiprofissional e multissetorial
NÚMEROS DE CASOS DE TRATAMENTOS PELO HC/UFG SEGUNDO SEXO
FEMININO
202
240
206
198
137
55
MASCULINO
164
175
182
149
87
23
TOTAL
366
415
388
347
224
78
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Outro critério do pré- dimensionamento,
Ano referente ao período de pandemia no Brasil. Tabela 11 | números de casos de tratamento pelo HC-UFG segundo sexo. Fonte: Tabnet, DataSUS - MS
145
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Em média são tratados
146
303 PACIENTES POR ANO
e
25 PACIENTES POR MÊS
no Hospital das Clínicas
+
15 FUNCIONÁRIOS
na área de cuidados paliativos no Hospital das Clínicas
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Em média, trabalham
147
148
SOCIAL INTERNO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
ATENDIMENTO
RECEPÇÃO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Hall
1
Variável
Espaço entre o acesso principal e a sala de estar
5 m²
Sala de estar
1
10
Espaço de recepção dos pacientes
20 m²
Sala de aconselhamento individual
5
2
Espaços privados para atendimentos
Sala de terapias em grupos
2
10
Espaços para atendimentos em grupo
20 m²
Sala de práticas específicos
2
15
Espaço para práticas de pilates e fisioterapia
45 m²
Ambulatório
1
3
Local onde se presta assistência de forma imediata
15 m²
Cozinha coletiva
1
15
Cozinha compartilhada
35 m²
Sala de jantar
1
10
Espaço com uma mesa de jantar
15 m²
Canto de leitura
1
8
Espaço com livros e assentos para leitura
12 m²
Salas multiusos
2
40
60 m²
Sala de exercícios
1
15
Salas para práticas manuais, artísticas, reuniões, cursos, oficinas, etc. Espaços para práticas de exercícios livres
Ambientes silenciosos
3
2
Pátio
1
50
Espaço central de convivências
100 m²
Sanitários Fem. (PCD)
1
1
Instalação de sanitário acessível
4 m²
Sanitários Masc. (PCD)
1
1
Instalação de sanitário acessível
4 m²
Espaços silenciosos e de contemplação.
7 m²
30 m² 3 m²
Espaço para exercício ao ar livre
20 m²
Espaço para práticas e orientações sobre jardinagem
15 m²
Variável
Espaço com horta para uso local
7 m²
1
Variável
Espaço para oficinas e convivência
40 m²
Quiosque
1
Variável
Espaço para vendas de comida
20 m²
Escritórios
2
5
Sala de coordenação e administração
12 m²
Sala de reunião
1
8
Sala de reunião administração
18 m²
Sala de funcionários
1
20
Sala para descanso dos funcionários
25 m²
Sanitários Fem. (PCD)
1
1
Instalação de sanitário acessível
4 m²
Sanitários Masc. (PCD)
1
1
Instalação de sanitário acessível
4 m²
Estacionamentos (PCD)
-
-
Vagas para PCD, vagas para idosos
Estacionamento Ambulância
1
-
Vagas estacionar ambulâncias
Luz
1
-
Espaço com painel elétrico
Reservatório de água
1
-
Espaço para armazenamento de água
13 m²
Central de resíduos
1
-
Espaço para armazenamento de resíduos gerados
8 m²
Espaço de exercício
1
Variável
Jardinagem
1
10
Pequena Horta
1
Convivência em grupo
12 m² 1 m²
PROGRAMA DE NECESSIDADES
INFRAESTRUTURA
ADMINISTRAÇÃO
SOCIAL EXTERNO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
149
150
INFRAESTRUTURA
PROGRAMA DE NECESSIDADES
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Central de gás
1
-
Armazenamento de GLP
5 m²
DML
1
-
Depósito de materiais de limpeza
2 m²
Despensa
1
-
Espaço para armazenamento de alimentos
10 m²
Área de serviço
1
-
Área de lavanderia
12 m²
Sala de manutenção
1
-
Sala para manutenção do edifício
10 m²
784 m²
20% de circulação
: 940 m² PROGRAMA DE NECESSIDADES
ÁREA TOTAL
151
PARTIDO ARQUITETÔNICO
PARTIDO ARQUITETÔNICO
FLUXOGRAMA
Diagrama 11 | disposição do partido em um fluxograma Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
152
Pátio 100 m²
Convivência 40 m²
Ambulância 12 m²
Sala de manutenção 10 m² Central de gás 2 m²
Sala de jantar 15 m²
Sala de exercícios 15 m²
Cozinha 35 m² Ambulatório 15 m²
acesso de emergência
Sala de estar 20 m² Hall 5 m²
Sanitários 4 m²
acesso principal
Ambiente silenciosos 3 m² Sala de aconselhamento individual 7 m²
Sala multiusos 60 m²
DML 2 m²
Horta 7 m²
Central de resíduos 8 m²
Espaço exercícios 20 m²
Diagrama 11 | disposição do partido em um fluxograma Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
PARTIDO ARQUITETÔNICO
Ambiente silenciosos 3 m²
Área de serviço 12 m²
Sala de reuniões 18 m²
Ambiente silenciosos 3 m²
Jardinagem 15 m²
Despensa 10 m²
Sala funcionários 20 m²
FLUXOGRAMA
Sala de práticas específicas 45 m²
Sala multiusos 60 m²
Sanitários 4 m²
Canto de leitura 12 m²
Escritórios 12 m²
Ambiente silenciosos 3 m²
Sanitários 4 m²
Escritórios 12 m²
Sala de aconselhamento individual 7 m²
Sala de aconselhamento Grupo 20 m²
153
154 PARTIDO ARQUITETÔNICO
Partido adentrando ao lote e prolongando além do recuo. Preservação da topografia, manter características naturais do terreno colaborando para permeabilidade do solo. Pátio Centrel como elemento ordenador dos eixos de ligação entre os blocos. Sistema de proteção solar para as fachadas de maior insolação. PARTIDO ARQUITETÔNICO
1 2 3 4
Conexão entre as áreas verdes existente, propondo uma expansão
155
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S. Cavalcante & G. A. Elali (2018) **Psicologia ambiental: Conceitos para leitura da relação pessoa-ambiente**. Rio de Janeiro: Editora Vozes.
Gressler, S. C. & Günther, I. A. (2013). Estudos de Psicologia. SciELO Brasil. **Ambientes restauradores: Definição, histórico, abordagens e pesquisas** (pp.487-495). Universidade de Brasília - GO.
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Almeida, M.D. Santos, A. P. A. L. Mudanças - Psicologia da Saúde. 2013. **Câncer infantil: o médico diante de notícias difíceis – uma contribuição da psicanálise.** (pp.49-54). Disponível em: http://dx.doi.org/10.15603/2176-1019/mud.v21n1p49-54 Acesso em: 28 Jan. 2022. ****
Pinto, L. F. (1996). As crianças do vale da morte – reflexões sobre a criança terminal. Jornal de Pediatria, 72(5), 287-294.
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NATIONAL CANCER INSTITUTE. **What is Cancer?.** U.S Department of Health and Human Services: NIH, 2021. Disponível em: https://www.cancer.gov/about-cancer/understanding/what-is-cancer. Acesso em: 15 Fev. 2022.
Marize Tomaz Porto Orientadora: Prof. Dra. Christine Ramos Mahler. Arquitetura e Urbanismo