Brasília, 21 de outubro de 2013 — No cias da União Marista do Brasil — Edição 13 — Ano 2013
BOLETIM INFORMATIVO — EDIÇÃO ESPECIAL MESA DE DEBATES “EDUCAÇÃO INTEGRAL EM TEMPO INTEGRAL E INDICADORES DE QUALIDADE” Mesa de Debates discute quebra de paradigmas e perspec vas na Educação Integral
A coordenadora da Área
de Representação Ins tucional
A União Marista
da UMBRASIL, Leila Paiva,
do Brasil (UMBRASIL)
iniciou os trabalhos da mesa
reuniu, no dia 17 de
fazendo referência à trajetória
outubro, em Curi ba,
do
gestores e educadores
“Educação Integral, em tempo
maristas, representantes
Integral” criado na UMBRASIL
da
de
este ano. O grupo tem realizado um processo de
Solidariedade e da Comissão de Educação Básica,
imersão em conteúdos e prá cas que possam aportar
integrantes do Grupo de trabalho Educação Integral,
insumos que garantam uma prá ca qualificada do
convidados de ins tuições educacionais, entre
Brasil Marista nessa área. A Mesa de Debates foi mais
outros par cipantes, na Mesa de Debates “Educação
uma destas inicia vas. Logo depois, o diretor da Rede
integral em tempo Integral e indicadores de
de Colégios da Província Marista Brasil Centro‐Sul,
qualidade”. Em virtude do cenário educacional
Prof. Flavio Sandi, conduziu o momento de
(PNE) e das diretrizes lançadas pelo Ministério da
espiritualidade e acolhida. Em seguida, o coordenador
Comissão
Grupo
de
Trabalho
Leila Paiva inicia os trabalhos
Educação (MEC) para a Educação Integral, a UMBRASIL iden ficou a necessidade de discu r os cenários e as perspec vas da Educação Integral em tempo integral e criou um Grupo De Trabalho (GT) com a nobre missão de subsidiar a atuação marista na educação integral em tempo integral. Durante todo o dia, cinco palestrantes proporcionaram momentos de reflexão ao falar sobre desafios para a educação integral, aspectos da construção curricular
Ir. Lúcio Dantas convida os presentes à reflexão do momento
na visão sistêmica do espaço‐escola e sobre metodologia e
da Área de Missão da UMBRASIL e professor da
indicadores de qualidade na área educacional.
Universidade Católica de Brasília (UCB), Ir. Lúcio
Gomes Dantas, convidou os presentes a usufruir
devemos pensar numa educação integral que faça a
daquele momento como possibilidade de sonhar e
criança permanecer na escola e não apenas matricular
criar novas oportunidades educacionais, sobretudo
‐se nela”, opinou. Ao falar sobre a da grade curricular,
em relação à Educação integral: “Esse é um
Anna Helena disse que essa deve ser planejada e o
momento de estarmos em ‘torno da mesma mesa’ e
primeiro passo para sua construção é olhar para o
refle rmos sobre novos olhares para a educação integral”,
global, saber onde a comunidade escolar se situa
considerou o coordenador.
dentro do universo cultural. “É preciso envolver pais,
A primeira apresentação, preparada pela
sociedade, professores para trabalharem juntos e
Superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas
também u lizar ferramentas tecnológicas como
em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC)‐
maneira de inovar os métodos de aprendizagem, ou
Ins tuição que é referência na qualidade da
seja, pensar no mundo como uma parceria
educação pública ‐, Anna Helena Altenfelder, trouxe
par cipa va e democrá ca”, concluiu a doutora.
a questão do desafio que a Educação Integral ainda
representa para todos nós. “Pensar em educação
da Universidade de Brasília (UnB) Dr. Paulo Bareicha
O Professor Adjunto da Faculdade de Educação
ressaltou a importância da comunicação num sistema complexo de elementos em interação. “Um projeto pedagógico deve estar em sintonia e ar culado a um projeto de educação do país e com suas Polí cas Públicas”, lembrou Bareicha. Para ele, a sociedade deve repensar uma polí ca educacional que integre os saberes populares e a escola. “Se queremos a construção de uma escola republicana e democrá ca, Para Anna Helena Altenfelder, a garantia de direitos deve ser o pilar da educação integral
integral significa quebrar paradigmas e mudar posturas, por isso o debate é sempre muito bom”, opinou a doutora. Para ela, a garan a de direito à aprendizagem deve ser o pilar ao se pensar em educação integral, principalmente para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, 966 mil meninos e meninas estão fora
Paulo Bareicha defende uma ação coordenada entre os diversos setores públicos e privados
da escola e isso se deve a desigualdades territoriais e problemas de acesso à escola: “Isso em nível do
temos de reinventar o tempo escolar compreendendo
Brasil é um problema muito grande, pois são quase
o processo de mudança paradigmá ca na educação‐
3% de jovens fora das salas de aula, por isso
escola”, ponderou. O professor ainda levantou a
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problemá ca de como evitar a exclusão educacional que a falta das polí cas públicas ocasiona: “Nossas decisões devem respeitar não somente a legislação, mas outras limitações, tais como problemas de transporte, trânsito, carga horária de alunos e pais, e outros impactos que, se não houver interação conjunta e uma ação coordenada entre os diversos setores públicos e privados, nós iremos travar o
Anna Beatriz Goulart fala sobre a necessidade de quebrar paradigmas no espaço escolar
processo, não haverá gente e nem infraestrutura
escolar foi todo montado para o aluno não se mexer”,
suficiente pra essa mudança”, concluiu o professor.
observou a professora. “A gente sabe que
Anna Beatriz Goulart, consultora do Programa
aprendemos quando nos mexemos, portanto o aluno
Mais Educação e do Programa Escolas Sustentáveis
já se sente meio estranho e limitado dentro desses
da Secretaria de Educação Con nuada, Alfabe zação
espaços, a escola hoje é como um armário que você
e Diversidade do Ministério de Educação, proferiu a
entra e fica lá quieto, por isso, devemos quebrar esse
terceira apresentação falando sobre a necessidade
paradigma”, provocou a consultora. Para Anna
de quebras de paradigmas, um deles seria o de
Beatriz, a pedagogia precisa se expandir e refle r
reformular lugares para a educação integral do
como construir o currículo para a educação integral
espaço escolar ao território educa vo. Para ela, o
em tempo integral: “devemos fazer isso juntos,
espaço escolar impede a educação, principalmente a
discu ndo o conhecimento, ouvindo apaís e alunos,
Integral, e o espaço sico existente para cumprir o
buscando professores especialistas e ques onando
turno prolongado e outras a vidades é limitado.
onde estão as incertezas deles. Dessa forma podemos
“Não tem lugar para fazer as a vidades extras, não
resolver onde devemos atuar”, opinou a consultora
tem lugar onde brincar, infelizmente o espaço
que encerrou sua palestra com uma questão crucial
Participantes da Mesa de Debates interagem após apresentação dos palestrantes
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para reflexão dos par cipantes: “Quais seriam os
lugares ideias para a educação integral?”.
A segunda palestra da tarde trouxe o professor
Rogério Silva, doutor em Saúde Pública pela
À tarde, os par cipantes debateram sobre
Universidade de São Paulo e sócio‐gerente da Move
aspectos metodológicos e indicadores de qualidade
Social, empresa especializada em planejamento e
nos moldes da educação integral em tempo integral.
avaliação de inicia vas socioambientais.
Inicialmente, a coordenadora pedagógica do Ins tuto Paulo Freire, professora Alessandra Santos trouxe a perspec va freiriana ao falar de uma escola cidadã que resgata a escola onde os alunos de fato exerçam sua cidadania. A docente falou também sobre os eixos para repensar a educação, e provocar a verdadeira educação cidadã, tais como: gestão democrá ca, gestão sociocultural das aprendizagens, avaliação dialógica con nuada e formação humana. “A educação não pode ser sozinha. A verdadeira escola‐cidadã é caracterizada pela par cipação dos Rogério Silva explica a importância quantitativa e qualitativa dos indicadores de qualidade
educandos e pelo planejamento par cipa vo dentro de uma gestão democrá ca”, enfa zou a
coordenadora. A questão do tempo ampliado na
Segundo Rogério, a ação de construir
indicadores nunca deve ser desvinculada do
educação integral exige novas concepções de
planejamento: “a produção de indicadores só terá
educação. “Para ampliar o tempo é preciso considerar
efeitos reais sobre a estratégia de uma inicia va
questões, tais como: adaptação do espaço sico, da
quando ar culada de critérios consistentes, que permitam um julgamento equilibrado desta inicia va, pois as expecta vas sobre resultados de programas de educação integral andam bastante elevadas e ni damente complexas”, expôs o consultor. Segundo ele, os processos de mudança implicam ideias, capacidade e poder. Indicadores devem estar a serviço do projeto, e se moldar à complexidade do objeto
Alessandra Santos ressalta a perspectiva freireana ao falar da escola cidadã
grade
curricular,
conteúdos,
construção
tanto nos aspectos quan ta vos quanto nos
do
qualita vos. “Indicadores devem ser específicos,
conhecimento, entre outras. Para isso, ou inves mos
mensuráveis, confiáveis e rastreáveis, assim é possível
no espaço‐escola ou abrimos a possibilidade de
formular juízo de valores mais precisos sobre a
contar com novos parceiros”, opinou Alessandra.
inicia va”, ensinou. Rogério falou também da
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pesquisa realizada em junho de 2013 pelo Centro Brasileiro de Análise e planejamento (CEBRAP), sobre fatos que reduzem o sen do da escola para os jovens, sendo alguns deles: professores que faltam, escolas com pouca ou baixa tecnologia digital, escolas que não relacionam educação no mercado de trabalho, e as que possuem estrutura abandonada. “A avaliação dos critérios de
Palestrantes da mesa da manhã respondem a questões dos participantes
julgamentos é o núcleo do trabalho que nos cabe em
devido ao aumento da carga horária. Para ele, esse
cada projeto para prospectar melhores resultados na
momento de debate o ajudou a refle r sobre a
apresentação de indicadores”, explicou o consultor.
formação integral do estudante. “Eu fico me perguntando o que faríamos, pois temos compromisso com a educação integral e esse debate é crucial para
Para os participantes, a Mesa de Debates cumpriu com a proposta de provocar impacto e reflexão sobre vários aspectos da Educação Integral.
não deixarmos vulneráveis as gerações futuras. Corremos o risco de deixar algo de fora algo que seja fundamental para a formação do sujeito”, ponderou o diretor. Segundo Flávio, uma das ideias que mais o impactou nos debates foi com relação aos espaços. “Quando a palestrante disse não ser possível fazer uma educação integral com os espaços que nós temos hoje, que limitam e enclausuram os alunos, isso me
Para a vice‐diretora educacional do Colégio
fez pensar que não é uma dicotomia a questão
Marista João Paulo II (PMBRS), Clo lde Campos, a
currículo‐espaço, muito pelo contrário, eles devem
inicia va da UMBRASIL de juntar as Províncias para
‘conversar’. Mais do que nunca não imagino como
pensarem juntos e trocarem ideias tem sido muito
podemos fazer uma escola que não se afine com as
importante e gra ficante. “Às vezes ficamos dentro
polí cas públicas”, afirmou o diretor.
da escola, tão envolvidos com nossas ro nas, que esquecemos a importância do planejamento para o nosso trabalho. Esses encontros certamente dão uma energia nova a nossa missão de bem educar”, pontuou a vice‐diretora.
Para o diretor da rede de escolas da Província
Marista Brasil Centro‐Sul (PMBCS), Flávio Sandi, esse debate é muito importante para o Brasil Marista,
Palestrantes da mesa da tarde respondem a questões dos participantes
também pela questão da ampliação do currículo 5
Para a gerente educacional da Província
o que elas são, e essa é a grande sacada, quando
Marista Brasil Centro‐Norte (PMBCN), Jaqueline de
pensamos em educação integral significa trazer os
Jesus, a realização da mesa de debates sobre
alunos para um cenário escolar onde elas possam
Educação Integral em Tempo Integral foi uma
viver o que elas são”, opinou. Para Ir. Lúcio, a
inicia va bastante relevante para o percurso
educação integral precisa de um currículo que se
reflexivo que está sendo traçado pela UMBRASIL
adapte a esses vários contextos e não os contextos se
acerca da ressignificação do nosso currículo escolar .
adaptarem a um currículo homogêneo e engessado.
“Os aportes teóricos apresentados pelos diferentes
“As falas de hoje nos provocaram e nos colocaram a
debatedores, todos com grande experiência no
ideia de idealizar um currículo que se adapte a uma
campo, nos possibilitaram vislumbrar algumas
nova realidade no espaço escolar. Isso tudo numa
possibilidades. Temos adiante um importante
perspec va par cipa va e democrá ca entre os
caminho a percorrer, mas o Fórum nos ajudou a
diversos atores”. Quanto ao resultado da Mesa de
perceber que estamos na direção certa”, garan u
Debates, Ir. Lúcio sen u que o público ficou sa sfeito
Jaqueline.
com a par cipação: “os debates da manhã foram
Para o palestrante Paulo Bareicha, a inicia va
transmi dos ao vivo pelo site da UMBRASIL e houve
da UMBRASIL de convergir conhecimento e
boa par cipação nas redes sociais. É isso mesmo que a
integração de suas províncias e escolas para
UMBRASIL deve proporcionar para o Brasil Marista:
melhorar e organizar o debate interno sobre a
potencializar o debate e a interação social”, concluiu o
educação integral foi excepcional. “Com certeza os
coordenador.
debates foram ricos e trouxeram ainda mais frutos aos projetos educacionais maristas”, afirmou.
Segundo o coordenador da área de Missão da
UMBRASIL, Ir. Lúcio Dantas, as mesas trouxeram cenários que nos indicam a construção de uma educação integral que fuja da padronização. Nesse sen do, os componentes da mesa refle ram sobre a perspec va do espaço público como um resgate para que esses jovens vivam esse espaço e que possam se apresentar nele. “A escola ao ser um locus de Leila Paiva (E), Ir. Lúcio Dantas, Bárbara Pimpão (C) e Deysiane Pontes (D) foram os organizadores do encontro
atuação dará a oportunidade para as pessoas serem
Expediente Assessora de Comunicação e Marke ng: Danielle Currlin — E‐mail: dcurrlin@umbrasil.org.br Analista de Comunicação e Marke ng: Marjoire Cas lho — E‐mail: marjoire@umbrasil.org.br (61) 3346‐5058 — www.umbrasil.org.br 6