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Pandemia convoca à solidariedade Por Ir. Giulliane Araujo de Macêdo - Assistente Social e Integrante do JPIC- Justiça, Paz e Integridade da Criação “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”. (Gaudium et Spes, 1) A pandemia de Covid-19 provocou grandes mudanças nas nossas vidas, nas rotinas e no modo de nos relacionarmos. Desde atividades simples até as mais complexas precisaram ser adiadas, remodeladas ou até mesmo interrompidas. Os impactos puderam ser sentidos na vida de todas as pessoas, crianças, jovens, adultos e idosos. Além de implicações diretas na saúde, a pandemia também expôs a desigualdade social que assola a sociedade e que, muitas vezes, impossibilita que um grupo significativo de pessoas tenha acesso a cuidados, serviços e, até mesmo, direitos básicos. Atentos a isso, foi montada uma rede que ajudou pessoas de São Leopoldo, Canoas, Sapucaia do Sul, Cachoeirinha e Porto Alegre. Essa rede de solidariedade só foi possível com a colaboração dos nossos funcionários, pais de alunos e pessoas amigas, que, unidos no espírito de comunhão e cuidado com a vida dos mais vulneráveis, foram sensíveis a essa realidade, mesmo no contexto complexo de pandemia. Conforme o número 38 da Carta Encíclica Sollicitudo Rei Socialis do Papa João Paulo II, solidariedade [...] não é um sentimento de compaixão vaga ou de enternecimento superficial pelos males
sofridos
tantas
por
pessoas
próximas ou distantes. Pelo contrário, é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos.
Com o coração cheio de bondade e comprometido com a vida, responderam com generosidade e doaram alimentos, roupas, calçados, brinquedos, fraldas, móveis e utensílios de cozinha, valores em dinheiro e celulares que beneficiaram famílias de brasileiros e de imigrantes haitianos e venezuelanos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o distanciamento social para conter o avanço do Coronavírus. Em contrapartida, cresce a proximidade entre as pessoas, que, por meio da solidariedade e de gestos simples de afeto e cuidado, tornam-se presença ativa na vida dos que mais necessitam. A solidariedade não fica no isolamento, ela se equipa de máscara, luvas, álcool em gel e nos enche de humanidade, de responsabilidade com a vida dos outros e de compromisso com o bem comum.
REFERÊNCIAS: JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Sollicitudo Rei Socialis. Roma, 1987. Disponível em: <http://www. vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/ documents/hf_jp-ii_enc_30121987_sollicitudo-rei-socialis.html>. Acesso em: 06 nov. 2020. CONSTITUIÇÃO PASTORAL GAUDIUM ET SPES. Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. Roma: 7 dez. 1965. Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/ documents/vat-ii_const_19651207_gaudium-et-s
A solidariedade não fica em isolamento e se equipa de máscara e álcool em gel