EDITORIAL
O Curso de Ciências Econômicas da FAE Centro Universitário apresenta a revista eletrônica mensal, Vitrine da Conjuntura, referente a agosto de 2015, que contém cinco artigos, abordando temas relativos à economia brasileira e paranaense, além do conteúdo fixo denominado Panorama Econômico. A primeira abordagem descreve a derrota do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por ocasião da decisão do governo Dilma de, na prática, abandonar os objetivos de ajuste fiscal no exercício de 2015. O segundo texto interpreta a Medida Provisória (MP) 681/15, que permite a elevação, de 30% para 35%, do comprometimento da renda salarial dos trabalhadores brasileiros com empréstimos em consignação, cujas parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento. O terceiro artigo busca qualificar melhor uma recente matéria do jornal britânico The Economist, que destaca a priorização dos shoppings centers e o desprezo às indústrias, por parte das nações latino-americanas. Já, a quarta reflexão mostra, a partir do exame de duas pesquisas do IBGE, que a presente crise, vivida pelo mercado de trabalho do País, tem se revelado mais acentuada no interior. Por fim, o quinto esforço traz uma breve discussão acerca dos desdobramentos da recessão brasileira na economia do Paraná.
Ótima leitura. Gilmar Mendes Lourenço Editor
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n.6 , agosto 2015 | 1
EQUIPE TÉCNICA
Carlos Ilton Cleto Economista, doutor em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina e professor da FAE.
Gilmar Mendes Lourenço Economista, mestre em Gestão de Negócios pela Universidade Federal de Santa Catarina, professor da FAE, eleito “O Economista Paranaense Acadêmico do Ano de 2011”, pelo Corecon/PR, e vencedor do Prêmio “Imprensa”, em 2011, 2012, 2013 e 2014, na categoria gestor de empresa pública, oferecidos pelo grupo Quality TV & Jornais.
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O EQUIVOCADO ABANDONO DO AJUSTE FISCAL Gilmar Mendes Lourenço
A proposta de drástica redução da meta de ajuste fiscal, que representa a poupança governamental requerida para a neutralização do crescimento da dívida pública, de R$ 66,3 bilhões, correspondendo a 1,1% do produto interno bruto (PIB), para R$ 8,7 bilhões (0,15% do PIB), para o ano de 2015, encaminhada como projeto de Lei, pelo executivo ao Congresso Nacional, carrega uma indiscutível mensagem de abandono do esforço de saneamento das finanças do estado brasileiro, em médio prazo. Por certo, desde o final de 2014 e começo de 2015, é quase consensual a interpretação da natureza exagerada da postura do Ministério da Fazenda, na busca de reverter, de maneira rápida e intensa, o quadro de verdadeiro caos orçamentário e financeiro que teria marcado o cotidiano do setor público, durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, sob o manto da nova matriz econômica, intervencionista e perdulária, comandada pelas pedaladas fiscais, orquestradas e conduzidas pelo então ministro Guido Mantega e pelo Secretário do Tesouro, Arno Augustin. Há quem suspeite que, por ocasião da formulação dos planos iniciais para 2015, o novo titular da pasta, Joaquim Levy, fora informado que os artifícios contábeis teriam conseguido produzir posição de equilíbrio nas contas de 2014, e não o déficit primário e nominal de -0,6% e -6,7%, respectivamente, conhecido no princípio deste exercício. Aliás, a condição de falência fiscal representou a principal via de retorno e multiplicação de um conjunto apreciável de anomalias macroeconômicas, com destaque para as pressões inflacionárias, sobretudo a partir do segundo semestre de 2014. Em paralelo, a investigação e identificação de enormes esquemas de desvios de recursos da estatal petrolífera - fruto de relações promíscuas entre membros do governo, políticos e empreiteiras, voltadas ao financiamento de campanhas eleitorais - colocaram a dívida soberana brasileira no alvo das agências internacionais de classificação de risco, com a permanente ameaça de retirada da comenda “grau de investimento”, conquistada em 2008, quando as reservas internacionais, em poder do BC, superaram o montante da dívida externa do País. A promessa de rigoroso e transparente controle dos dispêndios do
A promessa de rigoroso e
governo, em suas diferentes instâncias, mesmo com as crescentes
transparente controle dos
barreiras erguidas pelo legislativo, para a aprovação das providências
dispêndios do governo levou ao
enviadas, ladeada pela contínua elevação das taxas de juros, capitaneada
aprofundamento da marcha recessiva.
pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), patrão da Selic, levou ao aprofundamento da marcha recessiva, trilhada pelo sistema de negócios da nação desde abril de 2014, com repercussões negativas na arrecadação de tributos.
Não constitui mera obra de ficção a constatação, no primeiro semestre do ano, de substancial decréscimo das vendas do comércio, das receitas dos serviços, do faturamento, produção e emprego industrial, e das obras da construção civil, em simultâneo à impulsão do desemprego, endividamento e inadimplência das famílias e à deterioração da confiança de empresários e consumidores em relação ao futuro. Tal processo pode ser sintetizado na subida da popularidade do governo, no sentido do crescimento do “rabo do cavalo”, chegando a 7,7%, em julho de 2015, conforme pesquisa do instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), configurando o pior desempenho já captado para um mandatário da nação. Com o abrandamento dos objetivos de contenção fiscal, que provavelmente será aprovado pelo Congresso, que inclusive já defendia economia equivalente a 0,4% do PIB, o governo poderá efetuar readequações bimestrais,
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baseadas nos fluxos de receitas e dispêndios, o que, a despeito do anúncio de cortes adicionais de R$ 8,6 bilhões, representa uma espécie de licença para a manutenção da farra de gastos, dissociada de procedimentos de execução criteriosa e eficiente dos orçamentos. É o boicote institucional do ajuste. Rigorosamente, diante das chances, bastante prováveis, diga-se de passagem, de malogro na obtenção de recolhimentos extras, estimados em R$ 26,4 bilhões, provenientes de concessões na área de infraestrutura, recuperação de débitos tributários em litígio e regresso de haveres de residentes, mediante taxação, depositados no exterior sem declaração à Receita Federal, não constitui absurdo supor a ocorrência de déficit primário superior a R$ 17,0 bilhões, em 2015, ou 0,3% do PIB. No fundo, considerando o enfraquecimento da política fiscal e, por extensão, a inevitabilidade de acréscimos no endividamento público, que, em termos brutos, deverá atingir 67% do PIB, ainda no corrente ano, e assumir o topo entre os mercados emergentes, suplantando o patamar de 64,4%, registrado pela Índia, de acordo com inferências do Fundo Monetário Internacional (FMI), parece correto argumentar que a tarefa da estabilização macroeconômica imporá uma sobrecarga na orientação ortodoxa do BC que, ao elevar a Selic para 14,25% ao ano, no final de julho de 2015, sinalizou o fim do ciclo ascendente. Em resumo, é lícito esperar o prolongamento das implicações adversas do binômio formado por juros altos e recessão. Em outras palavras, a derrota de Levy e a negação da estabilidade, como pré-requisito para a expansão sustentada, faz jus ao editorial do jornal britânico Financial Times, mencionando que “o Brasil parece um filme de terror sem fim”.
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SAÍDA FÁCIL PARA UM PROBLEMA DIFÍCIL Gilmar Mendes Lourenço
O ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), Pedro Malan, notabilizou-se, dentre outros atributos, por formular frases de efeito bastante sarcásticas a respeito dos fenômenos econômicos. Uma das mais conhecidas era que “para todo problema complexo, sempre há uma solução fácil; e errada”. A Medida Provisória (MP) 681/15, editada em 13 de julho de 2015, no Diário Oficial da União, expressa encaixe perfeito no rótulo de Malan. O preceito legal determinou a elevação, de 30% para 35%, do grau de comprometimento com empréstimos da folha de salários dos trabalhadores regidos pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e de proventos de aposentados e pensionistas da seguridade social e servidores públicos. É o conhecido e disseminado crédito consignado. A peça, que autorizou a utilização de até 5% do montante permitido com as operações em consignação, para a cobertura dos passivos (velhos e novos) assumidos pelos tomadores de recursos de terceiros na modalidade cartão de crédito, integra o conjunto de negociações travadas entre o articulador político do executivo e vice-presidente da república, Michel Temer, e o ministério da fazenda, para a viabilização da aprovação do conteúdo do ajuste fiscal no Congresso Nacional. Diga-se de passagem que o Legislativo havia aprovado a elevação até 40% do limite dos fluxos de rendimentos mensais para as parcelas do crédito consignado, que, foi vetada, em maio de 2015, pela presidente Dilma. Considerando que, em setembro de 2014, foi aprovado o alargamento do prazo de pagamento das somas emprestadas em regime de consignação, de 60 para 72 meses, é lícito resumir em uma frase as intenções governamentais com as incursões neste tipo de empréstimo. O objetivo central consiste em diminuir o endividamento com mais dívidas. A primeira vista, tal expediente poderia representar a solução adequada para abrandar os débitos das famílias, pois, enquanto os juros cobrados pelas instituições nas operações com recursos em consignação situam-se em 30% ao ano, aqueles praticados nas transações do rotativo do cartão de crédito estão em mais de 370% a.a. Ademais, conforme a Confederação Nacional do Comércio (CNC), do universo de quase 62% de famílias brasileiras endividadas, 77,4% estaria pendurada no cartão e apenas 4,6% acusaram terem partes descontadas no “faz-me rir”. Portanto, tratar-se-ia de uma permuta entre dívida velha e cara por outra nova e consideravelmente mais barata. Aliás, essa atitude traduziria nada mais do que a extensão, à retirada em folha, dos procedimentos já adotados pelos bancos ao perceberem a inclinação do cliente ao abismo do cheque especial, que cobram juros de mais de 240% a.a., o maior nível desde 1995, segundo o Banco Central. Porém, ao promoverem a facilitação do uso da consignação, as autoridades preferem não enxergar as reais
Ao facilitarem o uso da
circunstâncias subjacentes ao quadro de endividamento dos consumidores brasileiros. Mais precisamente, as famílias foram
consignação, as autoridades
estimuladas ou desafiadas, por mais de meia década, à realização
preferem não enxergar as reais
de compras, predominantemente a prazo, ancoradas em juros
circunstâncias de endividamento dos consumidores brasileiros.
exorbitantes, como uma espécie de efeito demonstração da inclusão social, com a qual teriam sido contempladas desde o “descobrimento do País”, em 2003. Em fazendo isso, os consumidores estariam não apenas
assegurando a não penetração dos efeitos negativos da crise mundial em território nacional, mas garantindo a
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formação e consolidação, como “nunca antes na história do País”, de um ciclo de expansão movido à demanda privada, amparada na valorização do salário mínimo e nas iniciativas oficiais de transferência de renda, lideradas pelo programa bolsa família. Pela primeira vez na trajetória do capitalismo contemporâneo, o crescimento econômico abdicaria do investimento (público e privado) antecedente, e, como queriam os marginalistas, a oferta teria que se adaptar ao reinado absoluto do consumo. O governo federal sinalizou preferir agir no contorno das consequências da ferida aberta do endividamento, prescrevendo remédios paliativos, em vez de perseguir a identificação das causas e a definição do tratamento para a cura da doença. O pior é que a experiência de terapias econômicas está repleta de casos de agravamento de mazelas, derivados do emprego abusivo de remédios que cuidam apenas dos sintomas sem atuar nas origens do problema. Em outras palavras, é profundamente pesaroso constatar que a MP 681/15 negligenciou a impulsão do passivo dos consumidores brasileiros decorrente da rápida e substancial ampliação dos patamares de inflação e de desemprego e contração da renda disponível, com a queda do poder de compra dos salários e a subida dos encargos financeiros, atestada pela apreciável cesta de indicadores econômicos, acompanhada mensalmente por órgãos públicos, como o IBGE e Ministério do Trabalho, e instâncias privadas, como Confederação Nacional da Indústria (CNI) e CNC. No final das contas, a retórica e a prática da equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma pecam por não trazerem qualquer novidade. O mais gritante é que o que parece novo é óbvio, cômodo e, sobretudo, perigoso. É prudente lembrar que parte expressiva dos financiamentos em consignação tem servido para abrigar a fúria consumista dos parentes dos aposentados e pensionistas da previdência, prejudicando irremediavelmente, a preservação da disponibilidade orçamentária para a quitação de outros gastos, como aluguel, condomínio, luz, água, telefone, dentre outros itens. A inadimplência da faixa etária superior a 61 anos subiu de 11,8% para 12,2%, entre os meses de maio de 2014 e maio de 2015.
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INDÚSTRIAS OU SHOPPING CENTERS? Gilmar Mendes Lourenço
Ao proceder a um exercício comparativo do grau de progresso entre nações asiáticas e latino-americanas, a revista britânica The Economist avaliou que, enquanto as primeiras teriam se dedicado à construção de indústrias, as segundas centraram preocupações e prioridades na edificação de shopping centers. Por certo, o esforço de cotejo realizado pelo periódico inglês encaixa-se perfeitamente no caso brasileiro da última década, revelando uma dinâmica de concentração de renda, a despeito da retórica de minimização da desigualdade. Um breve exame de parte do sistema de contas nacionais, revisto e atualizado neste começo de 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), permite verificar que, enquanto a participação da indústria de transformação na formação do produto interno bruto (PIB) do País encolheu de 17,9%, em 2004, para 10,9%, em 2014, a importância relativa do setor de serviços saltou de 64,6% para 71,0%, em igual intervalo. No interior dos serviços, em paralelo ao expressivo avanço do peso das atividades comerciais, que pularam de 9,6% do PIB, em 2004, para 12,1% do PIB, em 2014, ocorreu declínio dos ramos ligados à tecnologia da informação, que recuaram de 4,5% do PIB, em 2004, para 3,7% do PIB, em 2014, mesmo com o surto dos produtos típicos de comunicação, como smartphones e outras bases de dados. Trata-se de um conjunto de estatísticas estruturais que demonstram, inquestionavelmente, a fragilidade e a natureza qualitativamente inferior do boom de consumo registrado pelo Brasil, especialmente a partir de 2003. Mais precisamente, aquele movimento que antes assumiu a condição de atendimento da demanda reprimida, com a estabilidade monetária propiciada pelo plano real, a partir de 1994, ao lado da promoção da recomposição do poder de compra do salário mínimo (SM) e da operacionalização da retaguarda de proteção social, contida na Constituição de 1988, acusou, durante as administrações governamentais conduzidas pelo Partido dos Trabalhadores (PT), dimensões multiplicadas de diminuição dos níveis de pobreza e de ascensão social. Isso porque, além da continuidade da estratégia de valorização do SM e a melhor organização e disseminação das iniciativas oficiais de transferência de renda, ancoradas no programa bolsa família, houve pleno aproveitamento dos efeitos domésticos do bônus internacional, oportunizado pela impulsão dos termos de troca, explicada pela disparada das compras de commodities pela China, maximizado pelas medidas de fortalecimento do mercado interno, particularmente a criação e proliferação do crédito consignado e a impulsão da formalização do mercado de trabalho, em um contexto de gradativo fechamento da janela demográfica, com menor expansão do contingente da população economicamente ativa (PEA). A radicalização desse processo aconteceu a partir do último trimestre de 2008, ocasião da manifestação da preferência por uma orientação macroeconômica voltada a mitigar, ou até anular, os impactos da crise financeira mundial no front endógeno, apoiada no uso de arsenal de
O grande erro conjuntural da política econômica brasileira foi ter mantido os incentivos ao consumo, mesmo depois da superação dos efeitos da crise internacional.
providências
anticíclicas,
especificamente
crédito
público
subsidiado e renúncias tributárias direcionadas a segmentos industriais considerados prioritários na geração de emprego e renda. Contudo, o grande erro conjuntural repousou na manutenção daqueles incentivos em estágios marcados por superação do constrangimento exógeno e recuperação dos níveis de atividade
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domésticos. Já o equívoco estrutural compreendeu a ênfase à demanda, em detrimento da oferta, caracterizada por negligência nos expedientes de inversões em infraestrutura econômica e social e interferência e atrapalho no planejamento microeconômico das organizações, o que serviu apenas para obscurecer os horizontes de médio e longo prazo. Tal postura, herdada do segundo mandato do presidente Lula, foi “aperfeiçoada” na gestão Dilma, com o nome de nova matriz econômica, repleta de atitudes intervencionistas e populistas, notabilizadas por tentativas de “derrubar os juros no grito” e interferir na lógica dos negócios e rentabilidade das corporações, evidenciadas pela redução unilateral dos impostos incidentes sobre a tarifa de energia elétrica, fixação de retornos privados nos empreendimentos públicos concedidos e controle da taxa de câmbio. Em outras palavras, a defesa intransigente da elevação contínua e desenfreada do consumo público e privado encarecido pelo custo Brasil, carregado por juros, tributos, burocracia, falta de compromissos com projetos de modernização produtiva e deficiências na área de capital social básico -, o executivo federal derrubou os alicerces do ajuste - executados desde 1999 e representados por câmbio flutuante, metas de inflação, superávits primários e responsabilidade fiscal -, sem qualquer explicitação acerca de um arranjo de longo termo. O pior é que com o reaparecimento persistente das pressões inflacionárias, do déficit externo e dos desequilíbrios das finanças públicas, o Brasil é forçado a observar, passivamente, a exaustão do ciclo de consumo, por conta da ocorrência de recessão e crise no mercado de trabalho (aumento do desemprego e declínio dos salários reais), acéfalo de alternativas de desenvolvimento, que contemplem as variáveis e a agenda de reformas que permitiram o empuxe industrial de outras economias, sintetizadas na combinação entre produtividade, educação e fortalecimento e entrosamento das instituições. O jeito é conviver com ociosidade dos shoppings e atraso industrial, excetuando o agronegócio, amparado, em mais de quarenta anos, no eficiente trabalho da Embrapa e das cooperativas, mesmo com as negativas incursões do aparato governamental burocrático e clientelista.
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O ENFRAQUECIMENTO DA ECONOMIA DO INTERIOR Gilmar Mendes Lourenço
Indiscutivelmente, o Brasil está muito bem servido de estatísticas relativas ao acompanhamento da evolução do mercado de trabalho. As abrangentes investigações domiciliares, feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), propiciam visões gerais e regionalizadas do curso das variáveis determinantes da dinâmica do panorama de ocupações nacional. No caso do IBGE, o pulso da utilização de mão de obra é medido em duas frentes. A primeira, mais recente, que inclusive compensa a natureza de parcialidade regional contida nos esforços das demais pesquisas, corresponde à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua – aquela mesma que os senadores Armando Monteiro Neto e Gleisi Hoffmann tentaram retardar o começo da divulgação, em 2014, por razões pouco convincentes -, de periodicidade mensal. Dela originam-se dados de desemprego e rendimento médio real (deduzida a inflação) do trabalho, retroativos a 2012 e fruto de coletas mensais em 211.344 domicílios particulares permanentes, em 16 mil localidades de 3.500 municípios, incluindo 20 regiões metropolitanas (Rms) e todas as capitais. A segunda incursão, mais antiga, efetuada desde 1980, é representada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que mensura remunerações reais dos empregados e desemprego aberto (30 dias de procura, para população com mais de dez anos) em seis espaços metropolitanos (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre). A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), levada a cabo pela Seade/Dieese, desde 1985, na região metropolitana de São Paulo, municípios do ABC paulista, em mais cinco áreas metropolitanas (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador) e Distrito Federal, apura, dentre outros itens, a renda média real do contingente empregado e o desemprego aberto, representado pelas pessoas desocupadas, com mais de 10 anos de idade, que buscaram trabalho nos trinta dias que antecederam o inquérito, além da desocupação oculta, caracterizada pelo exercício de função precária (bico) ou por desalento (desistência da ação de busca por trabalho). Vale alertar que a determinação dos agregados para o conjunto das Rms ficou praticamente inviabilizada, a partir do segundo semestre de 2014, por conta da descontinuidade do levantamento das informações primárias para o DF e a área de Belo Horizonte. Há também os registros administrativos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), obtidos por meio de informações diretas, fornecidas pelas empresas, por determinação legal, que permitem avaliar a curva do emprego com carteira assinada, para o total do País, estados e algumas Rms, com desagregação setorial. Um exame atento dos indicadores recentes possibilita apreender, pela PNAD Contínua, a subida do desemprego de 6,5% da população economicamente ativa (PEA), no último trimestre de 2014, para 8,1% da PEA, no trimestre compreendido entre março e maio de 2015. Embora tenha permanecido estável, na mesma base de cotejo, a remuneração média do trabalho declinou -0,7%, entre janeiro-março e março-maio de 2015, passando de R$ 1.877/mês para R$ 1.863/mês. Na mesma linha, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), também do IBGE, captura, na média dos redutos metropolitanos de Salvador, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, uma trajetória de impulsão do desemprego e queda dos rendimentos. A taxa de desocupação saltou de 4,8% da PEA, em 2014, para 6,1% da PEA, entre janeiro e junho de 2015. Enquanto isso, a renda real do pessoal ocupado, ao atingir 2.149,00, em junho de 2015, expõe decréscimo de -2,9% frente ao mesmo mês de 2014. Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 6, agosto 2015 | 1
Considerando que a PNAD Contínua possui envergadura
O quadro de instabilidade, vivido
nacional e a PME reflete parte da dinâmica metropolitana, o
presentemente pela economia nacional,
confronto entre os resultados de ambas oportuniza a
vem atingindo de maneira mais
formulação da pressuposição de que o quadro de instabilidade,
contundente as bases econômicas
vivido presentemente pela economia nacional, vem atingindo
operantes no interior do País.
de maneira mais contundente as bases econômicas operantes no interior do País, fenômeno reproduzido em desemprego maior e renda menor.
Por certo, a rota cadente do ciclo de negócios é generalizada, praticamente não poupando ramos de atividades ou localidades. Aliás, é interessante assinalar que estágios de instabilidade do capitalismo reservam reduzidas frações para o funcionamento de “ilhas de prosperidade” em meio a fortes tempestades oceânicas. Nessa perspectiva, a metrópole vem acusando, de maneira direta, a perda de embalo dos eixos de crescimento, sustentados no consumo privado e movidos à disponibilidade de crédito, geração de empregos com registro em carteira e acréscimo da massa de salários, esta referenciada aos ganhos reais do salário mínimo. Prova disso é o fechamento líquido de 345,4 mil postos de trabalho formais, nas nove Rms (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre), observadas pelo Caged, no primeiro semestre de 2015, equivalendo a 84,0% dos desligamentos líquidos experimentados pela nação. Os segmentos mais afetados pela radical reversão da direção de pleno emprego, verificada a partir do segundo trimestre de 2014, foram fabricação de bens de capital e de consumo duráveis, construção civil, comércio e serviços. De seu turno, os centros econômicos mais afastados da atmosfera metropolitana também sentiram a rápida conformação e intensificação dessas condições adversas, agravadas por dois grupos de elementos específicos, sintetizados na diminuição da corrente de renda da cadeia produtiva articulada ao agronegócio e na retração dos investimentos, notadamente em infraestrutura. A performance menos animadora do complexo rural, apesar do acréscimo de 6,7% do volume de produção das lavouras temporárias e permanentes, projetado pelo IBGE para 2015, pode ser imputada essencialmente ao recuo das cotações internacionais das commodities agrícolas, estimado em -16%, em relação a 2014, pelo Deagro, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com as diminuições mais acentuadas experimentadas por soja (-22,2%), trigo (-16,4%) e milho (-10,0%). A par disso, a compressão do vetor infraestrutural está intimamente atrelada ao expressivo decréscimo das obras destinadas à ampliação da capacidade e melhoria da eficiência da oferta de energia, comunicações, armazenagem e logística de transportes, subordinadas, em grande medida, às iniciativas e disponibilidade de verbas do setor público e de uma teia de construtoras e empreiteiras a ele vinculada, envolvida em incontáveis episódios de corrupção, em criteriosa apuração pela Polícia Federal e outras instâncias institucionais. Sem contar os efeitos da ingerência governamental no setor elétrico e a interferência negativa do ajuste recessivo, em implementação pelo Ministério da Fazenda.
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A CRISE ECONÔMICA E O PARANÁ Gilmar Mendes Lourenço
O espetáculo da greve dos professores da rede estadual de ensino do Paraná, realizado em dois atos, no primeiro semestre de 2015, e protagonizado, de um lado, por um executivo com diminuta experiência em negociações de elevada complexidade e, de outro, por uma categoria social sensível a influências exercidas por movimentos sindicais portadores de bandeiras confusas, para dizer o mínimo, precipitou a reprodução regional da crise financeira vivida pela esmagadora maioria das unidades federativas brasileiras. Por certo, o tesouro estadual vem acusando, desde 2013, progressivos problemas de fluxo de caixa, derivados, primordialmente, da aplicação de um modelo de gestão financeira menos atento à necessidade premente de racionalização de gastos, em tempos de estagnação econômica, e agravados por incursões intervencionistas do governo federal, compressoras da arrecadação subnacional, particularmente com a diminuição do imposto sobre produtos industrializados para bens de consumo duráveis e materiais de construção, entre 2009 e 2014. Na mesma linha, também se revelou desfavorável aos cofres estaduais a zeragem da contribuição de intervenção no domínio econômico (Cide), conhecido como imposto dos combustíveis, no intervalo compreendido entre o segundo semestre de 2012 e 2014, e a retirada dos encargos federais incidentes sobre as tarifas de energia elétrica, a partir de fevereiro de 2013, principal eixo da arrecadação do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). Sem contar os obstáculos de natureza política, implícitos nas avaliações técnicas da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), expressos na fixação de sucessivas restrições à autorização do aporte dos valores dos empréstimos obtidos (e aprovados) junto às entidades multilaterais de crédito para a cobertura de inversões em infraestrutura econômica e social no território do Paraná. Mas o pior é a ausência de perspectivas de equacionamento do desequilíbrio de caixa em curto termo, por conta dos desdobramentos, na receita tributária, do aprofundamento da marcha recessiva, trilhada pelo País a partir do segundo trimestre de 2014, derivado do emprego de medidas de austeridade fiscal e, sobretudo, monetária, para o conserto dos estragos provocados pela chamada nova matriz econômica, implementada pelas autoridades do planalto entre o final de 2011 e 2014. Nessa perspectiva, os indicadores relativos ao nível de atividade
Os indicadores relativos ao nível de
atestam o acentuado panorama contracionista da base de negócios
atividade atestam o acentuado
regional. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
panorama contracionista da base de negócios regional.
(IBGE) denotam que a produção industrial paranaense encolheu 8,8%, entre janeiro e maio de 2015, contra decréscimo de -6,9% para o parque fabril nacional. Em igual intervalo, o volume de vendas do comércio varejista estadual diminuiu -7,2% versus variação negativa de -7,0% em âmbito nacional.
Contudo, é importante ter presente que apesar de transmitir mensagens com pronunciado conteúdo de dramaticidade, principalmente se forem considerados curtos horizontes temporais, esse tipo de diagnóstico e abordagem omitem alguns elementos de ordem estrutural, e de primeira grandeza, para a confecção de cenários de longa maturação para o aparelho produtivo local. Mais especificamente, a despeito das distorções provocadas pelo desnível entre receitas e despesas correntes, o Estado ainda ostenta expressiva capacidade de endividamento, exibindo relação dívida/arrecadação inferior a
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0,6, contra média de 0,8, para os demais estados, e entre 1,5 e 2,0 para Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Ademais, no ranking nacional, o Paraná contabiliza a terceira menor taxa de extrema pobreza (US$ 1,25 per capita/dia, ou R$ 120,0/mês), atrás apenas de Santa Catarina e São Paulo, segundo o Banco Mundial; o quarto maior rendimento médio do trabalho, perdendo somente para Distrito Federal, São Paulo e Roraima; e a segunda menor taxa de desemprego (5,3% da população economicamente ativa, versus 8% da média brasileira, no primeiro trimestre de 2015), conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE, atrás apenas de Santa Catarina. No tocante à geração de empregos com carteira assinada, enquanto o Brasil eliminou 345,4 mil postos, no primeiro semestre de 2015, o Paraná observou 14,0 mil contratações líquidas, ficando em segundo lugar no certame nacional de abertura de vagas, atrás de Goiás (22,9 mil) com destaque para os segmentos do agronegócio, educação, serviços de alojamento e alimentação e serviços imobiliários, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregos (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Por fim, mesmo em um ambiente nacional inóspito ao investimento produtivo, o Paraná conseguiu atrair mais de R$ 37 bilhões em projetos industriais privados, nacionais e estrangeiros, entre 2011 e 2014, representando a maior carteira da nação, quando referenciada ao tamanho das diferentes economias regionais, cuja concretização e maturação dependem da retomada do crescimento brasileiro em bases duradouras. Ressalte-se que o Estado abriga o maior setor industrial do País em agregação de valor, respondendo por 7,3% do valor da transformação industrial (VTI) nacional, em 2013, atrás apenas de São Paulo (34,3%), Minas Gerais (11,7%) e Rio de Janeiro (10,5%), em condição de empate técnico com o Rio Grande do Sul (7,2%).
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Panorama Econômico – Julho/2015 Carlos Ilton Cleto Comércio Internacional. Balança Comercial Mensal (Julho/2015) – MDIC Fato Em julho, a Balança Comercial fechou com superávit de US$ 2,38 bilhões, resultado de exportações de US$ 18,53 bilhões e importações de US$ 16,15 bilhões. A corrente do comércio atingiu US$ 34,67 bilhões, no mês, e US$ 221,11 bilhões no ano. O superávit comercial acumulado no ano é de US$ 4,60 bilhões. 19.297 25.000
19.507
20.465
17.491
18.330
19.628 14.934
17.198
20.000
15.101
15.156
12.092
18.526 16.147
14.665 15.000 10.000 5.000 0 ago/14
set/14
out/14
nov/14
dez/14
jan/15
fev/15
mar/15
abr/15
mai/15
jun/15
jul/15
-5.000 Exportações
Importações
Saldo da BC em US$ milhões
FONTE: MDIC
Causa Utilizando o critério da média diária, com relação ao mesmo mês do ano anterior, as exportações apresentaram queda de 19,5%, e as importações de 24,8%. Pelo mesmo critério, na comparação com junho de 2015, houve redução de 13,8% nas exportações e de 2,4% nas importações. A corrente do comércio, pela média diária, registrou recuou de 22,1% com relação ao mesmo mês do ano anterior e de 8,8% na comparação com junho de 2015. No acumulado no ano, as exportações diminuíram 15,5% sobre igual período de 2014 e as importações, na mesma comparação, caíram 19,5%. Em julho de 2015, na comparação com igual mês do ano anterior, as exportações de produtos básicos diminuíram 22,4% a de manufaturados 16,2% e a de semimanufaturados, 15,7%. Em termos de países, os cinco principais compradores foram: China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Chile. Pelo mesmo critério de comparação, houve queda de 60,9% nas importações de combustíveis e lubrificantes, 17,6%, nas matérias-primas e intermediários, 12,7% nos bens de consumo e 10,7% nas importações de bens de capital. Os cinco principais fornecedores para o Brasil foram: China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha e França.
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Consequências O resultado da nossa Balança Comercial aponta desaquecimento da atividade econômica tanto no mercado interno como no resto do mundo, não devendo ocorrer alterações profundas ao longo do ano. Atividade Produção Industrial Mensal (Maio/2015) – IBGE Fato Em maio, a produção industrial avançou 0,6%, frente a abril de 2015. Na comparação com maio do ano passado houve queda de 8,8%. No acumulado do ano a produção industrial recuou 6,9%, e em doze meses 5,3%. Causa Na comparação com o mês anterior, por categoria de uso, o setor de bens de consumo semi e não-duráveis registrou o maior avanço, 1,2%, interrompendo sete meses consecutivos de resultados negativos, período que acumulou perda de 8,5%. Os bens de capital também tiveram aumento 0,2%. Por outro lado, os bens intermediários, tiveram redução de 0,5% e o segmento de bens de consumo duráveis, queda de 0,1%. Comparativamente a maio de 2014, os segmentos de bens de capita e de bens de consumo duráveis tiveram as maiores quedas, 26,3% e 17,8%, respectivamente. Os bens intermediários caíram 0,5% e os bens de consumo semi e não-duráveis 0,1%.
Produção Indus trial BRASIL
150 140 130 120 110 100 90 80 jan 2009
f ev
mar 2010
abr
mai 2011
jun 2012
jul
ago 2013
set
out 2014
nov
dez
2015
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: média de 2002 = 100)
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Consequência Apesar do breve avanço frente ao mês anterior, nas outras comparações a queda é bastante expressiva e ainda é muito cedo para afirmar que o movimento, no mês, significa algum início de recuperação. Atividade Pesquisa Industrial - Regional – Brasil (Maio/2015) - IBGE Fato Entre abril e maio, a produção industrial cresceu em nove das quatorze regiões pesquisadas. Na comparação com maio de 2014, treze regiões apresentaram redução, e no acumulado no ano, também treze regiões tiveram queda na produção. No Paraná a produção industrial avançou 0,3%, segunda taxa positiva consecutiva nesta comparação, acumulando ganho de 1,8%. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior houve recuo de 10,1% e no acumulado do ano houve queda de 8,8%. Em doze meses o recuo foi de 8,0%, superior ao registrado em abril, 7,5%. Produção Indus trial BRASIL
150 140 130 120 110 100 90 80 jan
f ev
2009
mar
abr
mai
2010
jun
2011
jul
2012
ago
set
2013
out 2014
nov
dez
2015
Produção Indus trial PARANÁ
130 120 110 100 90 80 70 60 50 jan
f ev
mar 2009
abr 2010
mai
jun 2011
jul 2012
ago
set 2013
out 2014
nov
dez 2015
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: média de 2002 = 100)
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Causa Na comparação com o mês anterior os locais que registraram maior avanço foram por ordem: Ceará. Amazonas, Pernambuco e Minas Gerais. Os locais com queda na produção foram: Região Nordeste, Rio Grande do Sul e Pará. Na comparação com maio de 2013, destacam-se como recuos mais intensos: Ceará, São Paulo, Amazonas e Rio Grande do Sul. Por outro lado os avanços ocorreram no Espírito Santo e Pará. No Estado do Paraná, em relação a maio de 2014, onze das treze atividades pesquisadas, assinalaram taxas negativas. Os maiores impactos descendentes vieram dos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, produtos de minerais não-metálicos produtos alimentícios, máquinas e equipamentos e móveis. Consequência Apesar da recuperação no mês, a indústria nacional segue apresentando forte recuo em períodos de comparação maiores. O mesmo se repete na indústria paranaense e ainda é cedo para acreditar em retomada. Atividade Pesquisa Mensal de Emprego (Junho/2015) – IBGE Fato A Taxa de Desocupação em junho cresceu 0,2 p.p. frente a maio e 2,1 p.p. frente a junho de 2014, atingindo 6,9%. O Rendimento Real Habitual chegou a R$ 2.149,00, com crescimento de 0,8% na comparação com o mês anterior e queda de 2,9% no confronto com junho de 2014. A Massa de Rendimento Médio Real Habitual, R$ 49,5 bilhões, ficou estável no mês e caiu 4,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 Janeiro
Fevereiro
Março 2010
Abril
Maio 2011
Junho 2012
Julho
Agosto 2013
Setembro 2014
Outubro
Novembro Dezembro
2015
FONTE: IBGE
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Causa Regionalmente, no mês, a Taxa de Desocupação ficou estável em todas as regiões. Na comparação com junho de 2014, a taxa de desocupação cresceu em todas as regiões: Recife, 2,6 p.p., Salvador, 2,4 p.p., São Paulo, 2,1 p.p., Porto Alegre, 2,1 p.p., Rio de Janeiro, 2,0 p.p. e Belo Horizonte, 1,7 p.p. Consequência O desaquecimento da atividade econômica segue manifestando seus efeitos sobre o nível de desemprego. Para os próximos períodos a tendência é de continuidade nesta trajetória. Atividade PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Trimestre – mar-abr-mai de 2015) – IBGE Fato A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio apontou, para o trimestre encerrado em 2015, taxa de desocupação de 8,1%, com crescimento de 1,1 p.p. frente ao mesmo trimestre do ano anterior e expansão de 0,7 p.p. na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro. O rendimento médio real habitualmente recebido foi de R$ 1.863,00 não apresentando variação significativa nas comparações trimestrais. Causa No trimestre havia 8,2 milhões de pessoas desocupadas, no trimestre encerrado em fevereiro este contingente era de 7,4 milhões, no mesmo trimestre do ano anterior a taxa de desocupação era de 6,9 milhões, espelhando, portanto crescimento de 10,2% frente ao trimestre encerrado em fevereiro e 18,4% frente ao trimestre encerrado em maio do ano anterior. O número de pessoas ocupadas foi estimado em 92,1 milhões. 8,5
8,0
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
2013
2014
ez em br o D
N
ov em
br o
br o ut u O
br o Se te m
go st o A
Ju lh o
ho Ju n
M ai o
br il A
M ar ço
Fe ve re iro
Ja ne iro
5,0
2015
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Consequência Embora o desemprego ainda siga em patamar moderado, o cenário para 2015, aponta para forte crescimento na taxa de desocupação. Atividade Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (Junho/2015) – IBGE Previsão da Safra de Grãos Fato Em junho, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA, a safra de 2015 foi estimada em 205,8 milhões de toneladas, 6,7% acima da obtida em 2014 e 0,7% maior que a estimativa de maio. A área cultivada em 2015 deve apresentar crescimento de 1,9% em comparação ao ano anterior, chegando a 57,5 milhões de hectares. Causa Das três principais culturas de grãos, arroz, milho e a soja, que respondem por 86,1% da área plantada, deverão apresentar variação positiva de: 5,5% e 0,8%, para a soja e o milho, respectivamente, e queda de 3,5% para o milho. Quanto à produção, destas culturas, que representam 91,9% do total produzido, o arroz, a soja e o milho deverão registrar avanços por ordem, de 1,9%, 11,6% e 2,0%. Na comparação entre a estimativa de junho em relação a 2014, treze entre os vinte e seis produtos devem registrar crescimento, amendoim em casca 1ª e 2ª safras, arroz em casca, aveia em grão, café em grão – arábica, cebola, cevada em grão, feijão em grão 1ª safra, mamona em baga, mandioca, milho em grão 2ª safra, soja em grão e trigo em grão. Por outro lado, verificou-se uma diminuição na produção de: algodão herbáceo em caroço, batata-inglesa 1ª, 2ª e 3ª safras, cacau em amêndoa, café em grão – canphora, cana-de-açúcar, feijão em grão 2ª e 3ª safras, laranja, milho em grão 1ª safra, sorgo em grão e triticale em grão. Regionalmente, em termos percentuais, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, deverá ficar distribuída da seguinte forma: Centro Oeste, 41,6%, Sudeste, 9,1%, Nordeste, 8,8%, Norte, 2,9% e Sul, 37,6%. Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com participação de 24,1%, seguido pelo Paraná, 18,4% e Rio Grande do Sul, com 16,0%. Consequência O prognóstico da produção agrícola vem apresentado variações positivas, levando a crer que a safra de grãos em 2015, deverá surpreender positivamente.
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Atividade
Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário - PIMES (Maio/2015) – IBGE Fato A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do mês de maio apresentou as seguintes informações:
BRASIL
MAI-15 /MAI-
Acumulado no
14
Ano
Acumulado em 12 meses
-1,0%
-5,8%
-5,0%
-4,4%
-1,3%
-6,6%
-5,6%
-5,1%
-3,7%
-9,7%
-5,9%
-4,2%
MAI-15 / ABR-15
Pessoal Ocupado Assalariado Nº. de Horas Pagas Folha de Pagamento Real
Pessoal ocupado assalariado 108 106 104 102 100 98 96 94 92 90 88 Jan
Fev
Mar 2009
Abr 2010
Mai
Jun
2011
Jul 2012
Ago
Set
2013
Out 2014
Nov
Dez
2015
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: janeiro de 2001 = 100)
Causa Na comparação com igual mês do ano passado, por ramo de atividade, dezessete dos dezoito segmentos reduziram o pessoal ocupado, as principais variações negativas foram em meios de transporte, alimentos e bebidas, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, produtos de metal, máquinas e equipamentos, vestuário, outros produtos da indústria de transformação, calçados e couro, metalurgia básica, papel e gráfica, refino de petróleo e produção de álcool, indústrias extrativas, minerais não metálicos, e produtos têxteis. Por outro lado, o único segmento que apresentou variação positiva foi: produtos químicos.
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Quanto ao Número de Horas Pagas, também na comparação com o mesmo mês do ano anterior, dezessete dos dezoito ramos, tiveram variação negativa. No corte setorial, as maiores reduções vieram de meios de transporte, máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, produtos de metal, calçados e couro, outros produtos da indústria de transformação, vestuário, metalurgia básica, papel e gráfica, minerais não-metálicos, refino de petróleo e produção de álcool, borracha e plástico e indústrias extrativas. A única influencia positiva nesse mês foi o setor de produtos químicos. Comparativamente a maio de 2014, no que tange a Folha de Pagamento Real, dezessete dos dezoito setores investigados, registraram recuo: meios de transporte, indústrias extrativas, refino de petróleo e produção de álcool, alimentos e bebidas, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, metalurgia básica, máquinas e equipamentos, produtos de metal, outros produtos da indústria de transformação, caçados e couro, borracha e plástico e papel e gráfica. Consequência A PIMES reflete o comportamento de queda da atividade industrial, decorrente do menor crescimento da economia nacional. Para o próximo mês a expectativa ainda não é de retomada no crescimento, devendo o mesmo iniciar em meados do segundo semestre. Atividade Sondagem da Indústria (Julho/2015) – FGV Fato Na passagem de junho para julho, o Índice de Confiança da Indústria de Transformação - ICI registrou avanço de 1,5%, passando de 68,1 para 69,1 pontos, após cinco quedas consecutivas. Com redução de 0,1% no Índice da Situação Atual – ISA, que passou de 70,4 para 70,3 pontos e crescimento no Índice das Expectativas – IE, de 3,2%, atingindo 67,9 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada – NUCI ficou estável em 78,2%, menor patamar desde abril de 2009.
115,0 105,0 95,0
Índice de Confiança
Índice da Situação Atual
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
85,0 75,0 65,0
Índice de Expectativas
FONTE: FGV
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90,0 84,2
85,0
84,6
84,3
84,1
84,1
83,5
83,2
82,0
81,6
81,3
79,9
78,2 78,2
80,0 75,0
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
70,0
Nível de Utilização da Capacidade Instalada - NUCI
FONTE: FGV
Causa O ISA foi negativamente influenciado pela avaliação com relação ao nível de estoques, com a parcela das empresas que a julgam como excessivo aumentando de 17,2% para 18,7%, e a das que a julgam como insuficiente caindo de 1,6% para 1,5%. No que tange ao IE, destaca-se a produção prevista nos três meses seguintes, com avanço de 14,2% para 18,5% na proporção das empresas que prevêem aumentar a produção, e queda na parcela das empresas que esperam reduzir a produção de 29,0% para 27,0%. Consequências Em meio ao desaquecimento da atividade econômica interna e as turbulências internacionais, o otimismo da indústria segue abalado. O crescimento ocorrido no mês ainda é insuficiente para apontar uma reversão da tendência de queda. Atividade Sondagem de Serviços (Julho/2015) – FGV Fato O Índice de Confiança de Serviços - ICS recuou 2,9% entre junho e julho, passando de 80,7 para 78,4 pontos, menor patamar da série histórica iniciada em junho de 2008. O Índice da Situação Atual – ISA avançou 4,8%, após queda de 8,0%no mês anterior, atingindo 59,4 pontos. O Índice de Expectativas - IE recuou 7,1% atingindo 97,4 pontos. 155,0 135,0 115,0 95,0 75,0 55,0
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
Índice da Situação Atual
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
Índice de Confiança
Índice de Expectativas
FONTE: FGV Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 6, agosto 2015 | 9
Causa No ISA, o indicador que avalia a situação atual dos negócios foi o que mais contribuiu para o aumento, com crescimento de 6,0%, seguido pelo volume de demanda atual, 3,5%. Nas expectativas, houve redução de 5,0 p.p. no percentual das empresas que prevêem aumento na demanda, chegando a 19,0% de respostas, e aumento de 3,2 p.p., nas que esperam diminuição, fechando com 17,4%. Consequência Os índices de expectativas continuam captando os efeitos do desaquecimento econômico interno, refletindo no enfraquecimento do mercado de trabalho. Para os próximos períodos, não existem sinalizações apontando melhora. Atividade ICC – Índice de Confiança do Consumidor (Julho/2015) – FGV Fato Entre os meses de junho e julho, o ICC recuou 2,3% passando de 83,9 para 82,0 pontos, menor nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005. O índice da Situação Atual caiu 5,2%, passando de 75,1 para 71,2 pontos, e o Índice das Expectativas 2,4%, de 88,6 para 86,5 pontos. 130,0
120,0
110,0
100,0
90,0
80,0
70,0
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
Índice da Situação Atual
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
Índice de Confiança
Índice de Expectativas
FONTE: FGV
Causa Com referencia a situação presente, o indicador que mede o grau de satisfação com a situação econômica local recuou 10,8%. A proporção de consumidores que avaliam a situação econômica atual como boa atingiu 5,1% e a dos que a consideram com ruim chegou a 82,7%, respectivamente. No que tange ao futuro, houve diminuição de 0,1 p.p. na proporção de informantes que prevêem maiores gastos nos próximos meses,
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 6, agosto 2015 | 10
chegando a 13,2% e avanço de 2,4 p.p. na parcela dos que prevêem diminuir gastos, fechando com 43,5% do total. Consequência A confiança do consumidor segue em queda e não existem para períodos próximos expectativas de melhoras significativas, devendo o indicador seguir trajetória de queda no segundo semestre de 2015. Atividade ICom - Sondagem do Comércio (Julho/2015) – FGV Fato O Índice de Confiança do Comércio - ICom reduziu 1,0% entre junho e julho, passando de 90,7 para 89,8 pontos, o menor resultado da série histórica iniciada em março de 2010. O Índice a Situação Atual – ISA avançou 6,3% atingindo 64,4 pontos, e o Índice de Expectativas - IE reduziu-se 4,6%, chegando a 115,2 pontos. 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
Índice da Situação Atual
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
Índice de Confiança
Índice de Expectativas
FONTE: FGV
Causa No ISA, o crescimento não apresentou perfil generalizado, estando concentrado no Atacado, que apresentou alta de 14,8%, sucedendo duas quedas de 7,3% em maio e 7,2% em junho. Nas expectativas, o maior recuo foi no indicador que mede o grau de otimismo dos empresários com relação à evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes. Consequência A confiança do comércio segue em queda, não existindo expectativas de melhoras para os próximos levantamentos, como consequência da redução no nível de emprego e desaceleração do consumo doméstico.
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Atividade Pesquisa Mensal do Comércio (Maio/2015) – IBGE Fato No mês de maio, o volume de vendas do comércio varejista, com ajuste sazonal, caiu 0,9% em relação a abril. Nesta análise a receita nominal não apresentou variação. Nas demais comparações, sem ajustamento, as taxas para o volume de vendas foi de recuo de 4,5% sobre maio de 2014, negativos 2,0% no acumulado do ano e de negativos 0,5% no acumulado dos últimos doze meses. A receita nominal obteve taxas de 1,9% com relação à igual mês de 2014, 4,1% no acumulado no ano e 5,7% no acumulado em doze meses. No comércio varejista ampliado, houve queda de 1,8%, no volume de vendas com relação ao mês anterior, e recuo de 0,9% na receita nominal. Nas demais comparações os resultados para o volume de vendas foram, negativos 10,4% frente a maio do ano anterior, negativos 7,0% no acumulado em 2015 e negativos 5,0% em doze meses. Na receita nominal as variações foram: negativos 4,2%, negativos 1,1% e positivos 0,8%, frente à igual mês do ano anterior, no acumulado no ano e em doze meses respectivamente. 170 150 130
110 90 70 50
jan
fev 2013
mar
abr
mai 2010
jun
jul
ago
set
2014
out
nov
dez
2015
FONTE: IBGE Índices de volume e de receita nominal de vendas no comércio varejista por tipos de índice (2003 = 100)
Causa No confronto com maio de 2014, as atividades do varejo que tiveram maior contribuição na taxa global foram por ordem: negativos 18,5%, Moveis e eletrodomésticos, negativos, 2,1%, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, negativos 7,7%, Tecidos, vestuário e calçados, negativos 4,2%, Combustíveis e lubrificantes, e negativos 11,8%, para Livros, jornais, revistas e papelaria. As atividades de Equipamentos, e material para escritório, informática e comunicação e Outros artigos de uso pessoal e doméstico, praticamente não influenciaram a taxa global. A única atividade que exerceu impacto positivo foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 1,8%. Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 6, agosto 2015 | 12
Consequência O desempenho do Comércio Varejista segue em franca decadência, reflexo da inatividade da atividade econômica interna. Para os próximos períodos não existe expectativa de recuperação, devendo a retomada reiniciar em 2016. Atividade Pesquisa Mensal de Serviços (Maio/2015) – IBGE Fato No mês de maio frente a igual mês do ano anterior, a receita nominal dos serviços cresceu 1,1%. No acumulado do ano a taxa de crescimento ficou em 2,3% e no acumulado em doze meses, 3,8%. 170
150
130
110 90
70
50 jan
fev 2012
m ar
abr
m ai
jun
jul
2013
ago 2014
set
out
nov
dez
2015
FONTE: IBGE Índices de volume e de receita nominal de vendas no comércio varejista por tipos de índice (2003 = 100)
Causa No confronto com maio de 2014, o maior crescimento veio de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares, Transportes, Serviços Auxiliares, dos Transportes e Correio e Outros Serviços. Apresentaram variações nominais negativas Serviços Prestados às Famílias e Serviços de Informação e Comunicação. Consequência O desempenho da receita dos serviços tem sido condicionado principalmente pelo baixo crescimento da massa salarial e que vem perdendo intensidade ao longo dos meses.
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Inflação IGP-10 (Julho/2014) – FGV Fato O IGP-10 registrou variação de 0,75% em julho, crescendo 0,18 p.p. frente ao mês anterior. O acumulado em doze meses ficou em 6,55%, e no ano, 4,89%.
1,5%
1,29% 1,27%
1,11%
1,0%
0,98%
0,75%
0,5% 0,31%
0,30%
0,15%
0,0% -0,5%
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/14
-0,67%
-1,0%
FONTE: FGV
Causa No mês de julho, os componentes do IGP-10 apresentaram os seguintes comportamentos: no IPA houve aceleração de 0,36 p.p., apresentando variação de 0,70%, o IPC desacelerou-se 0,11 p.p. e o INCC, 0,27 p.p., o primeiro com variação de 0,69%, e o segundo com 1,21%. No IPA, o grupo Matérias-Primas Brutas teve aceleração de 1,42 p.p., com contribuição de soja, aves e milho. Os Bens Finais, 0,60% em julho e 0,59% em junho, foram influenciados por alimentos processados. Os Bens Intermediários, 0,32% em julho e 0,45% em junho, registraram desaceleração em decorrência de materiais e componentes para a manufatura. O grupo Despesas Diversas foi o principal avanço no IPC, com destaque para jogo lotérico. Também tiveram variações menores: Educação, Leitura e Recreação, Saúde e Cuidados Pessoais, e Comunicação, Alimentação. E Vestuário. No INCC, Materiais, Equipamentos e Serviços recuaram 0,38 p.p., e a Mão de Obra 0,18 p.p. Consequência O IGP-10 apresentou aceleração pelo segundo mês consecutivo, não demonstrando sinais de arrefecimento nos próximos meses.
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Inflação IGP-M (Julho/2015) – FGV Fato O IGP-M variou 0,69%, em julho, com variação 0,02 p.p., maior do que a variação de junho. Em doze meses o acumulado é de 6,97%, e no ano, 5,05%. Causa Dos índices que compõe o IGP-M, o IPA, que responde por 60% do índice, registrou variação de 0,73%, em junho a variação havia sido de 0,41%. As Matérias-Primas Brutas tiveram aumento de 1,57%, acelerando 1,33 p.p., frente ao mês anterior, principalmente em decorrência da maior variação dos preços dos itens soja, milho e aves. Os Bens Finais tiveram taxa 0,46%, com desaceleração de 0,14 p.p., com consequência do decréscimo no preço dos alimentos in natura e os Bens Intermediários apresentaram variação 0,03 p.p. menor que em junho, decorrente de materiais e componentes para a construção. O IPC recuou 0,23 p.p., com o principal decréscimo em Despesas Diversas, com destaque para jogo lotérico. Também tiveram recuo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação, Transportes, Saúde e Cuidados Pessoais, e Vestuário. O INCC apresentou desaceleração de 1,21 p.p., com menor variação em Materiais, Equipamentos e Serviços, 0,30 p.p. e em Mão de Obra, 2,06 p.p.
2,00 1,67
1,50
1,50 1,00
1,17
0,98
0,50
0,69
0,27
0,00 -0,50
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jul/14
-0,74
-1,00
FONTE: FGV
Consequência Ainda que no mês a variação não tenha apresentado forte aceleração, o IGP-M segue elevado, devendo influenciar os preços de contratos que utilizam este indicador. Para os próximos meses a expectativa é que os preços apresentem algum arrefecimento.
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Inflação IGP-DI (Junho/2015) – FGV Fato O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna - IGP-DI registrou variação de 0,68% em junho, acelerando-se 0,28 p.p. frente ao mês anterior. Nos últimos doze meses, o índice acumula alta de 6,22%. Causa Na composição do IGP-DI, o IPA aumentou sua taxa de variação em 0,24 p.p., atingindo 0,43%. As MatériasPrimas Brutas foram as principais responsáveis pelo avanço, registrando variação 1,50 p.p. maior do que no mês anterior, com destaque ascendente para soja, aves e milho. Os Bens Intermediários tiveram queda de 0,36 p.p., sendo o principal responsável por este movimento subgrupo materiais e componentes para a manufatura. Os Bens Finais diminuíram a taxa de variação em 0,13 p.p., por conta de bens de investimento. No IPC houve aquecimento de 0,10 p.p., decorrente da aceleração nos preços do grupo Transporte, em decorrência da maior variação do item automóvel novo. Também apresentaram maior variação: Educação, Leitura e Recreação, Despesas Diversas, Alimentação, Comunicação e Habitação. O INCC registrou aceleração de 0,89 p.p., com recuo em Equipamentos e Serviços e avanço em Mão de Obra.
2,0% 1,5%
1,48%
1,36%
1,21%
1,14%
1,0%
0,68%
0,5% 0,28%
0,14%
0,0% -0,5%
-0,63% -1,0%
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
FONTE: FGV
Consequência O IGP-DI voltou a apresentar aceleração no mês, principalmente decorrente do avanço do preço das MatériasPrimas Brutas. Como o índice aponta principalmente a variação dos preços no varejo, a expectativas para os próximos períodos é de avanço nos preços ao consumidor.
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Inflação IPCA (Junho/2015) – IBGE Fato O IPCA variou 0,79% em junho, ficando 0,05 p.p. cima da variação de maio. O índice acumulado em doze meses é de 8,89%, acima do registrado nos doze meses imediatamente anteriores (8,47%) e atingindo o patamar mais elevado desde dezembro de 2003 (9,30%). No ano, o acumulado ficou em 6,17%, 2,42 p.p. acima do acumulado no mesmo período do ano passado. Em Curitiba a variação do índice cresceu 0,15 p.p., registrando variação de 0,91% em junho, 7,37% no ano e 10,20% em doze meses. Causa A aceleração registrada no mês se deve principalmente aos grupos Despesas Pessoais, com alta de 1,63%, motivado principalmente pelo item jogos de azar. O grupo Transportes apresentou variação de 0,70%, sendo influenciado por passagens aéreas, conserto de automóvel, automóveis usados e tarifas de ônibus urbano. Também tiveram aceleração no mês: Artigos de Residência, Educação e Comunicação.
1,40
10,00 9,00
1,20
8,00 1,00
7,00 6,00
0,80
5,00 0,60
4,00 3,00
0,40
2,00 0,20
1,00 0,00
0,00
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov /14
out /14
set /14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov /13
out /13
set /13
ago/13
jul/13
jun/13
IPCA acumulado em 12 meses
IPCA variação mensal
FONTE: IBGE
Consequência Apesar da queda na atividade econômica, o IPCA segue em patamar elevado e sem sinalizações de arrefecimento, demonstrando que a intenção da equipe econômica em trazer a inflação para a meta em 2016, será bastante difícil.
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Inflação IPCA - 15 (Julho/2015) – IBGE Fato O IPCA – 15 registrou variação de 0,59% em julho, diminuindo 0,40 p.p. com relação a junho. Nos últimos doze meses o acumulado é de 9,25%, e no ano 6,90%. Em Curitiba, o índice foi de 0,79%, 0,34 p.p. abaixo do registrado em junho, acumulando variação de 10,73% em doze meses e 8,20% no ano. Causa Apenas os grupos Habitação e Comunicação apresentaram resultados superiores aos do mês anterior. A maior variação do grupo Habitação foi decorrente de energia elétrica, taxa de água e esgoto e artigos de limpeza. No grupo Comunicação, as variações mais intensas vieram de telefonia fixa e móvel. Consequência Apesar da variação menos intensa no mês, a inflação segue em patamar elevado, puxada principalmente em decorrência dos preços administrados. Para os próximos meses ainda inexiste expectativa de maior arrefecimento. Inflação Custos e Índices da Construção Civil (Junho/2015) – IBGE - Caixa Econômica Federal Fato O Índice Nacional da Construção Civil variou 0,73% em junho, 0,53 p.p. abaixo da variação de maio. Em doze meses, o acumulado é de 5,66%, e no ano 3,15%. O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 935,20, em maio, para R$ 942,00 em junho sendo R$ 507,16 relativos aos materiais e R$ 434,84 à mão-de-obra. No Estado do Paraná, as variações foram de 0,41% no mês, 1,36% no ano e 4,94% em doze meses, e o Custo Médio atingiu R$ 946,02.
1,50 1,00 0,50 0,00 jan
fev
m ar
abr
m ai
jun 2014
jul
ago
set
out
nov
dez
2015
FONTE: IBGE e CAIXA Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 6, agosto 2015 | 18
Causa Na composição do índice a parcela dos materiais variou 0,42%, 0,12 p.p. abaixo do índice de maio, e a componente mão-de-obra recuou 1,04 p.p., passando de 2,12% em maio, para 1,08% em junho. Nos últimos doze meses, os acumulados foram: 3,60% para materiais e 8,12% para mão-de-obra. No mês as variações regionais foram: 0,63% na Região Norte, 0,51% na Região Nordeste, 0,79% no Sudeste, 0,64% no CentroOeste, e 1,17% no Sul. Ainda na verificação regional, os custos foram os seguintes: Sudeste, R$ 994,68, Sul, R$ 956,45, Norte, R$ 942,96, Centro-Oeste, R$ 940,19 e Nordeste R$ 872,88. Consequência A maior variação no mês ocorreu na região Sul, decorrente principalmente do reajuste salarial causado pelo dissídio coletivo em Santa Catarina. Para os próximos meses não são esperadas variações intensas, devendo o índice manter comportamento semelhante ao dos anos anteriores. Inflação IPP - Índices de Preço ao Produtor (Junho/2015) – IBGE Fato O IPP apresentou variação de 0,31% em junho, ficando, portanto 0,19 p.p. superior à variação do mês anterior, 0,12%, e 0,47 p.p. maior do que a do mesmo mês do ano anterior, negativos 0,16%. No acumulado em doze meses a variação foi de 6,56%, maior do que nos doze meses anteriores, 6,06%. No ano o acumulado está em 2,93%, contra 2,62% em maio. Causa No mês, quinze das vinte e três atividades apresentaram alta frente ao mês anterior, os maiores aquecimentos foram em outros produtos químicos, metalurgia, papel e celulose e confecção de artigos do vestuário e acessórios. No acumulado do ano, sobressaíram-se as variações em equipamentos de transporte, fumo, papel e celulose e madeira. Consequência Os preços ao produtor seguem em patamares maiores que nos anos anteriores, devendo assim, exercer menor influencia nos preços ao consumidor final.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 6, agosto 2015 | 19
Operações de Crédito Nota à Imprensa (Junho/2015) - BACEN Fato O estoque das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3.102 bilhões em junho. A relação entre o crédito total e o PIB cresceu 0,1 p.p. frente ao mês anterior e 1,7 p.p. na comparação com junho de 2014, atingindo 54,5%. A taxa média geral de juros das operações de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, avanço 0,5 p.p. no mês e 3,7 p.p. nos últimos doze meses situando-se em 27,6% a.a., e a taxa de inadimplência caiu 0,1 p.p. no mês e permaneceu estável em doze meses, atingindo 2,9%. Causa O volume total das operações de crédito em abril apresentou crescimento de 0,6% no mês e 9,8% em doze meses. Os empréstimos contratados com recursos livres, que representam 51,5% do total, atingiram R$ 1.598 bilhões, aumentando 0,9% no mês e 49% em doze meses. No segmento de pessoa jurídica, houve crescimento de 1,3% chegando em R$ 805 bilhões. Os empréstimos realizados às pessoas físicas cresceram 0,5%, atingindo R$ 794 bilhões. No crédito direcionado houve avanço de 0,4% no mês, chegando a R$ 1.504 bilhões. Esse desempenho resultou de acréscimo mensal de 0,90% no financiamento a pessoas físicas. Para pessoas jurídicas houve estabilidade no mês. As taxas médias geral de juros avançaram 0,5 p.p. no mês e 3,7 p.p. nos últimos doze meses. Para pessoa física a taxa média de juros atingiu 35,5% a.a., com aumento de 0,7 p.p. no mês e 4,1 p.p em doze meses. Nas pessoas jurídicas, houve aumento de 0,4 p.p. no mês e 2,9 p.p. em doze meses, chegando a 19,2%. A taxa de inadimplência do sistema financeiro reduziu-se para 2,9%, declinando 0,1 p.p. no mês e mantendo estabilidade em doze meses. No índice relativo a pessoas físicas houve redução de 0,1 p.p., chegando a 3,7% e no de pessoas jurídicas a inadimplência permaneceu em 2,3%. Consequência A relação crédito/PIB segue em ascensão, porém a taxas mais módicas que no passado. Seguindo o desaquecimento da atividade econômica a expansão do crédito deve seguir perdendo intensidade nos próximos meses.
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Setor Externo Nota à Imprensa (Junho/2015) - BACEN Fato Em junho as Transações Correntes registraram déficit de US$ 2,5 bilhões. As reservas internacionais aumentaram US$ 472 milhões, totalizando US$ 372,2 bilhões e a dívida externa somou US$ 345,2 bilhões, com redução de US$ 3,4 bilhões, frente à apuração realizada em março. Na conta financeira, as captações líquidas superaram as concessões em US$ 2,2 bilhões, destacando-se os ingressos líquidos de US$ 5,4 bilhões. Causa A conta de serviços registrou despesas líquidas de US$ 3,4 bilhões no mês, recuo de 6,6% na comparação com o resultado de junho de 2014. As despesas líquidas de renda primária atingiram US$ 3,7 bilhões no mês, recuo de 0,3% na comparação com junho de 2014. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$ 2,5 bilhões, ante US$ 2,7 bilhões no mesmo mês do ano anterior. A conta de renda secundária apresentou ingressos líquidos de US$ 231 milhões. A movimentação das reservas, durante o mês de janeiro foi consequência, principalmente de remuneração das reservas que aumentaram o estoque em US$ 204 milhões e as variações por paridade US$ 816 milhões. Por outro lado, as variações por preços reduziram o estoque em US$ 585 milhões. A dívida externa recuou US$ 3,4 bilhões frente a março, sendo que a de curto prazo recuou US$ 2,3 bilhões e a médio e longo prazo US$ 1,1 bilhões, totalizando, US$ 56,1 bilhões, e US$ 289,1 bilhões, respectivamente. Consequência Apesar da crise financeira internacional, ainda não resolvida, o volume de investimento direto para a economia brasileira ainda é significativo, o que ameniza o excessivo déficit em transações correntes. Política Fiscal Nota à Imprensa (Junho/2015) - BACEN Fato Em junho, o setor público não financeiro registrou déficit de R$ 9,3 bilhões, considerando o fluxo de doze meses o acumulado atingiu déficit de R$ 45,7 bilhões (0,80% do PIB). A dívida líquida do setor público alcançou R$ 1.962,80 bilhões (34,5% do PIB), aumentando 0,9 p.p., como proporção do PIB, em relação ao mês anterior e 0,4 p.p., no ano. A dívida bruta do setor público alcançou R$ 3.588,40 bilhões, 63,0% do PIB, aumentando 0,5 p.p. frente ao mês anterior. O montante dos juros apropriados atingiu R$ 26,9 bilhões, no mês, e R$ 417 bilhões (7,32% do PIB), em doze meses. O resultado nominal registrou déficit de R$ 36,3 bilhões, e no acumulado em doze meses, o déficit atingiu R$ 462,7 bilhões, 8,12% do PIB.
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Causa Na composição do déficit primário, o Governo Central atingiu déficit de R$ 8,6 bilhões e as empresas estatais, R$ 813 milhões. Os governos regionais apresentaram superávit de R$ 56 milhões. Com relação aos juros apropriados em junho, R$ 26,9 bilhões, houve redução de R$ 26,0 bilhões em relação ao total apropriado em maio. No ano, os juros nominais chegaram a R$ 225,9 bilhões. Com relação à Dívida Líquida do Setor Público como percentual do PIB, o aumento no ano, foi consequência dos juros nominais apropriados e pelo ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida, este aumento foi compensado, parcialmente, pela desvalorização cambial acumulada, pelo crescimento do PIB nominal e pelo superávit primário. Consequência O déficit primário no acumulado do ano dificulta o pagamento de juros da dívida e eleva a relação Dívida Líquida do Setor Público. Para os próximos meses é aguardado melhor resultado primário, tendo em vista os anúncios do Governo da intenção de cortar de gastos.
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