EDITORIAL
O Curso de Economia da FAE Centro Universitário lança o periódico eletrônico Vitrine da Conjuntura, relativo ao mês de julho de 2015, contendo quatro artigos, que contemplam assuntos ligados à economia brasileira, mais a seção permanente do Panorama Econômico. O primeiro texto conduz a identificação dos ingredientes estruturais necessários à retomada do crescimento econômico sustentado do País, ausentes na estratégia do governo Dilma. A segunda incursão destaca o caráter exagerado e equivocado da terapia de contínua elevação de juros no combate à inflação brasileira. O terceiro artigo elenca os aspectos determinantes da exaustão do ciclo de consumo, vivido pela nação entre 2003 e 2010. Por fim, a quarta reflexão aborda a fragilização das finanças dos municípios brasileiros, a partir de levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A publicação permanece no aguardo de contribuições de docentes e discentes da FAE, de ex-estudantes da Casa, de professores de outras instituições de educação superior, de representantes de organismos de governo e da sociedade civil (sindicatos, entidades empresariais, organizações não governamentais, entre outros), para a exposição de ideias que venham a enriquecer o debate acerca de temas vinculados ao clima econômico mundial, nacional e regional.
Ótima leitura.
Gilmar Mendes Lourenço Editor
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 1
EQUIPE TÉCNICA
Carlos Ilton Cleto Economista, doutor em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina e professor da FAE.
Gilmar Mendes Lourenço Economista, mestre em Gestão de Negócios pela Universidade Federal de Santa Catarina, professor da FAE, eleito “O Economista Paranaense Acadêmico do Ano de 2011”, pelo Corecon/PR, e vencedor do Prêmio “Imprensa”, em 2011, 2012, 2013 e 2014, na categoria gestor de empresa pública, oferecidos pelo grupo Quality TV & Jornais.
Semi Cavalcante de Oliveira Historiador, Mestre em História Política pela Universidade Federal do Paraná e professor da FAE.
A MACROECONOMIA DA RETOMADA DO CRESCIMENTO Gilmar Mendes Lourenço
Afora as manifestações dos “rebeldes sem causa”, órfãos da falecida nova matriz econômica, implantada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, e de algumas correntes mais lúcidas , pertencentes aos meios acadêmicos e/ou segmentos empresariais não financeiros, percebe-se perigosa convergência de diagnósticos acerca da adequação e da intensidade do ajuste macroeconômico, em curso no País desde o começo de 2015. A despeito do profundo mergulho recessivo, apontado pela cesta de estatísticas do lado da oferta e da demanda do sistema de produção e transações, visível a partir do segundo trimestre de 2014, prevalece uma sensação de que o choque de juros e o aperto fiscal, ancorado mais em elevação de impostos e menos em corte de gastos públicos correntes, serão suficientes para reverter as expectativas inflacionárias, diminuir e estabilizar a relação dívida/produto interno bruto (PIB) e assegurar a obtenção dos requisitos para a retomada do crescimento sustentado. Alguns sonhadores, como o ministro do planejamento, Nelson Barbosa, chegaram a sentenciar que esse clima propício emergiria já no segundo semestre de 2015, como se o ferrenho desejo das autoridades quanto à inversão do estado de desesperança coletiva bastasse para apressar o timing e minimizar os efeitos depressivos das decisões de política econômica e a construção dos elementos de virtuosismo do ciclo de negócios. Para apagar o fogo dos triunfalistas de plantão, a migração líquida recorde de mais de R$ 32 bilhões dos depósitos em cadernetas de poupança, entre janeiro e maio de 2015 de 2015, é uma demonstração do delineamento de um cenário negativo, de prolongada duração, prejudicando diretamente o financiamento habitacional, um dos eixos do boom de consumo pós-2003. É necessário ter presente que o absurdo abandono do exercício de formular e executar gestão econômica, entre 2010 e 2014, ocasionou enormes estragos nas finanças públicas e no tecido industrial brasileiro, muitos dos quais identificados, e dimensionados, pelo ministro Joaquim Levy, somente dois meses depois de sua posse, sendo portadores de aspectos e exigências de correção ao longo do processo de ajuste, o que, por certo, resultará em retardo temporal na colocação de ordem na casa. Sem contar que o trabalho da equipe econômica vem sendo bastante prejudicado pelas ações de um governo politicamente frágil, escondido atrás do titular da fazenda, e refém tanto de articulações políticas de interesses diversos, quase todos de natureza clientelista, presentes no Congresso Nacional, atingido por respingos das investigações da operação Lava Jato, quanto das insurreições, em parte envergonhadas, emanadas dos movimentos sociais acoplados ao lulopetismo, embalados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O modelo de estabilização em aplicação no Brasil aposta na rápida e eficiente superação da crise e recuperação da pegada do crescimento.
Na verdade, o modelo de estabilização em aplicação pelas autoridades contém raízes, ou certezas, a respeito da confirmação de uma hipótese básica, centrada em rápida e eficiente superação da crise e recuperação da pegada do crescimento. Inexiste, mesmo que de forma velada, a consideração da possibilidade de avaliação e teste de uma pressuposição alternativa, incorporando ao menos a morosidade ou até o desempenho aquém do esperado da marcha de ajustamento.
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Isso porque, é dispensável o uso de lentes ideológicas para notar um evidente desprezo aos efeitos contracionistas da austeridade fiscal e, principalmente, monetária, em curso, nos níveis de produção, vendas, emprego, massa salarial e, no limite, na arrecadação tributária, o que, se confirmado, exigirá a determinação de sacrifícios adicionais à sociedade. Mais que isso, ao assumir a condição de principal responsável pela calibragem e lubrificação da curva de preços, o Banco Central (BC), ao mesmo tempo, oportuniza repiques de deslizes fiscais no restante do governo, e reforça a multiplicação dos dispêndios financeiros, públicos e privados, por conta dos juros, alargando a abrangência e acentuando a dimensão da retração dos níveis de atividade. Na verdade, a aposta na colheita de frutos bons - decorrente do plantio de sementes recessivas – esconde a constatação de que a combinação entre elevação dos juros Selic – com inevitável irradiação para as demais taxas -, contingenciamento orçamentário e aprovação de medidas de aumento de impostos e abrandamento de benefícios sociais pelo legislativo, tem revelado eficácia reduzida no controle das pressões inflacionárias, derivadas da conjuntura dos alimentos, da correção dos preços administrados, do câmbio e da voraz indexação de contratos, predominante no Brasil. Por fim, salta aos olhos a retórica de vizinhança da reativação econômica desprovida de qualquer aceno a respeito do desencadeamento de uma nova onda de reformas institucionais, atrasada uma década e meia e viga mestra da restauração da competitividade e da produtividade do aparelho produtivo operante em território nacional, no campo doméstico e na fronteira externa. Nesse particular, mesmo os mais otimistas não conseguem identificar a negociação política de uma agenda de crescimento para o País, que contemple a implantação de um contemporâneo arcabouço tributário, novo federalismo fiscal, radicais modificações nos regimes financeiro, previdenciário e trabalhista, privatizações e concessões com regras claras e perenes, dentre outros avanços necessários para catapultar investimentos em infraestrutura física e educacional, verdadeiras bússolas para a formação de uma atmosfera favorável à maximização dos negócios por essas paragens. Apenas em caráter de ilustração, de acordo com o Conference Board, dos Estados Unidos (EUA), a produtividade do trabalhador brasileiro, detentor de escolaridade média de sete anos (bastante inferior aos concorrentes em escala mundial), corresponde a 24,1% da eficiência do operário americano, 40% do sul-coreano, 51% do chileno e 59% do russo. A produção média da mão de obra do País estaria no mesmo patamar alcançado em 1950, sendo que, em 1980, auge da fase de substituição de importações da II revolução industrial, equivalia a 39% da apurada para cada empregado nos EUA.
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CICLO DOS JUROS E RECESSÃO Gilmar Mendes Lourenço
Com a decisão tomada no começo de junho de 2015, de manter a marcha de elevação da taxa Selic, alçando-a de 13,25% ao ano para 13,75% a.a., o mesmo nível vigente em dezembro de 2008, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), minimizou os sinais de aprofundamento da maior contração econômica registrada pelo País desde o ano de 1990, quando os negócios foram paralisados com o confisco de ativos financeiros promovido pelo governo Collor. Na verdade, a recessão evidencia o real valor da fatura cobrada pelo relaxo com o controle da inflação e a perdulária gestão das finanças públicas, a partir do segundo semestre de 2011. Aqueles dois pecados combaliram a confiança dos agentes na independência operacional, e até na racionalidade, prevalecente nas escolhas da autoridade monetária, prejudicando, sobremaneira, a crença ou as apostas de regressão dos níveis inflacionários para 4,5% a.a., em 2015 e 2016, representado o centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com margem de aceite de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Lembre-se que, para 2017, p grau de tolerância caiu para 1,5 pontos percentuais. Nessas circunstâncias, a tentativa de recuperar a credibilidade perdida, em linha com o ajuste fiscal capitaneado pelo Ministério da Fazenda, exigiria, do BC, redobrada observação do ciclo da conjuntura, sob o perigo de o esforço para galgar êxito na coordenação das expectativas dos atores, vir a ser anulado pela deflagração de uma depressão nos níveis de atividade. É preciso reconhecer que a estratégia monetária repousa em três objetivos integrados: extirpar a inércia dos preços; atrair capitais externos de curto prazo e, por extensão, sufocar as inclinações para baixo, na curva do real, e para cima, da inflação; e assegurar a rolagem dos papéis da dívida pública, condição essencial para a manutenção do selo de grau de investimento, conferido pelas agências internacionais de classificação de risco de crédito aos papéis da dívida brasileira. Não obstante, percebe-se reduzida aderência entre a postura do BC e o estado geral do sistema econômico brasileiro. A autoridade desprezou o acentuado e consistente declínio do produto interno bruto (PIB), por quatro trimestres seguidos, até março de 2015, quando tomado, como referência comparativa, idêntico período do ano antecedente, acumulando regressão de 0,9% em doze meses, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na sequência, a produção fabril acusou diminuição de -6,3%, entre janeiro e abril de 2015, puxada por bens de capital (-19,7%) e de consumo duráveis (-16%), traduzindo o quadro de debilidade do investimento público e privado e do consumo das famílias. Não bastasse os tropeços pelo lado da oferta, as variáveis específicas relativas à demanda do sistema continuam em trajetória cadente, determinada pela retração do emprego, salários e consumo privado, em ritmo próximo ao contabilizado no exercício de 2003, quanto o então presidente Lula precipitou a intensificação do ajuste ortodoxo, praticado durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (FHC), engavetando a histórica plataforma intervencionista do Partido dos Trabalhadores (PT). A taxa de investimento situou-se em 19,7% do PIB, nos primeiros três meses de 2015, sendo a menor desde fevereiro de 2009 (18,4% do PIB), quando o Brasil padecia com as agruras provenientes da turbulência externa eclodida com a crise do subprime norte americano. No mesmo lapso, as despesas dos consumidores exibiram a primeira queda trimestral desde 2003. A taxa de desocupação, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, também do IBGE, chegou a 8% da população economicamente ativa (PEA), no intervalo trimestral compreendido entre fevereiro e abril de 2015, a maior desde o começo da série histórica em 2012, contra 6,8% e 7,1% constatado entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 e fevereiro e abril de 2014, respectivamente. O rendimento real médio caiu -0,5% e -0,4% nestas duas bases de confronto. Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 1
O esfriamento da demanda doméstica vem acompanhado de brutal encolhimento do comércio externo brasileiro.
O pior é que o esfriamento da demanda doméstica vem acompanhado de brutal encolhimento do comércio externo brasileiro, em um estágio de reação branda, porém generalizada, da economia mundial, com destaque para a reativação dos Estados Unidos (EUA) e a superação do panorama recessivo pela maioria do conjunto de países do continente europeu.
O recuo de -14,7% das vendas externas da nação entre janeiro e junho de 2015, mesmo com a depreciação do real, denota que os crônicos problemas de competitividade do parque produtivo, operante em território brasileiro, têm provocado a sua substituição como supridor das cadeias globais. Já, o decréscimo de -18,5% das importações, no mesmo intervalo, revela o tamanho do fosso brasileiro, ensejando projeções de diminuição de até -2% do PIB para o ano fechado. Por tudo isso, em um estágio de curso cadente das pressões oriundas do mercado de consumo (emprego, renda e crédito) e de compressão da oferta interna, parece razoável argumentar e insistir acerca da pertinência de o BC passar a transferir maior (ou até integral) responsabilidade à austeridade fiscal na eliminação das tensões inflacionárias pelo lado da demanda. Mais que isso, soa pertinente compreender a natureza extremamente ambiciosa do BC em derrubar o índice de preços, do degrau de quase 9% a.a. atual, para 4,5% a.a., em um período de tempo demasiadamente curto (pouco mais de um ano) para a restauração dos fundamentos e da confiança da sociedade na orientação econômica. Tal expediente poderia dar lugar à pavimentação de um caminho menos tortuoso e crível de convergência da inflação para o centro da meta, englobando a fixação de prazos mais comedidos, compatíveis com os desequilíbrios no tecido social, ocasionados pelo enorme buraco recessivo que foi cavado recentemente. Não é ocioso sublinhar que a resistência (ou memória) inflacionária brasileira sofre forte influência dos resquícios de indexação, bastante vivos na correção de inúmeros contratos anuais, em especial aluguéis, planos de saúde e serviços públicos concedidos a segmentos privados, dentre outros, e do choque de preços administrados e do câmbio, represados pelas incursões populistas, predominantes nas ações oficiais entre 2010 e 2014, e que exibem pronunciada imunidade contra a intensidade dos movimentos da Selic.
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A DESPENCADA DO CONSUMO NO BRASIL Gilmar Mendes Lourenço
As estatísticas econômicas correntes, apresentada pelos órgãos oficiais, e as sondagens qualitativas, disponibilizadas pelas entidades de classe, não deixam dúvidas quanto à dramática inversão da marcha ascendente do consumo das famílias, traçada pelo País desde 2003 e ensejada principalmente pelo bônus externo, representado pelo maior crescimento da economia mundial no pós-segunda guerra, capitaneado pela explosão da demanda chinesa. O boom de consumo também recebeu a influência decisiva dos expedientes adotados para o fortalecimento do mercado interno, com ênfase para a continuidade da desinflação, da política de valorização do salário mínimo e das iniciativas oficiais de transferência de renda, a criação e disseminação do crédito consignado, a ampliação da formalização do mercado de ocupações e as próprias circunstâncias de aperto (apagão) na oferta de mão de obra, em 2012 e 2013. A troca de um círculo virtuoso por tempos de “vacas magras” foi preparada a partir de setembro de 2008 quando, no afã de evitar o contágio doméstico proporcionado pela crise financeira mundial, surgida com a quebra do banco norte americano Lehman Brothers, as autoridades brasileiras iniciaram o sepultamento da orientação macroeconômica garantidora, desde 1999, da estabilidade monetária, baseada em superávits primários das contas públicas, responsabilidade fiscal, flutuação cambial e metas de inflação. No derradeiro trimestre de 2008, o enfraquecimento da demanda e o desaparecimento do crédito externo foram substituídos por medidas tributárias e creditícias de estímulo ao consumo interno, em detrimento de ações voltadas à realização de investimentos em ampliação da capacidade produtiva e da infraestrutura do aparelho econômico, com forte presença e participação das instituições financeiras públicas. Tal postura foi aprofundada com a introdução da denominada nova matriz econômica, em fins de 2011, amparada em incursões intervencionistas, centradas no controle do cálculo privado, por meio da fixação pública de retornos dos empreendimentos concedidos na área de capital social básico, da redução unilateral das tarifas de energia elétrica, da diminuição dos juros no grito e do represamento dos preços dos combustíveis. As manifestações de distúrbios no funcionamento do organismo de negócios nacional começaram a aparecer, ainda em 2010, na forma de impulsão dos déficits público e externo e da inflação e no delineamento de uma rota cadente dos indicadores de oferta e de demanda, agravado com o elenco de providências recessivas, aplicado pelo time econômico do segundo mandato da presidente Dilma, expresso em cortes de gastos públicos, elevação dos juros e, principalmente, aumento de impostos. Não por obra do acaso, nas engrenagens reais do sistema, identificou-se, entre janeiro e março de 2015, o primeiro declínio trimestral do consumo privado desde 2003. Sintomaticamente, as vendas reais do comércio varejista desabaram -6,1% no primeiro quadrimestre de 2015, puxadas por veículos, motos, partes e peças (-16%), móveis (12,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-8%) e eletrodomésticos (-7,5%).
Os movimentos do consumo no Brasil reproduzem as condições determinantes dos fluxos de rendimentos e de crédito disponíveis às famílias.
De fato, os movimentos do consumo reproduzem as condições determinantes dos fluxos de rendimentos e de crédito disponíveis às famílias que, por seu turno, revelam apreciável sensibilidade à massa de salários reais (emprego, rendimentos e inflação), ao montante e preço dos recursos ofertados pelas entidades emprestadoras, para assegurar as aquisições a prazo, e aos patamares de endividamento e de inadimplência.
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Por esse prisma, um breve exame da marcha recente daqueles componentes permite compreender a corrosão da renda líquida disponível e do poder de compra das unidades familiares e a compressão do acesso aos bens de consumo por meio da utilização de capitais de terceiros no Brasil. A desocupação no espaço metropolitano, acompanhada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), efetuada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou a 6,7% da PEA, em maio de 2015, versus 4,9% da PEA, no mesmo mês de 2014, enquanto a renda das pessoas decresceu -5,0%. Já o contingente empregado com carteira assinada encolheu – 98,1 mil postos, na indústria de transformação, 108,6 mil na construção civil, e -159,3 mil, no comércio, entre janeiro e maio de 2015, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ademais, a folha de pagamento real da indústria decresceu -3% em um ano até abril de 2015. A inflação, medida pelo índice de preços ao consumidor amplo (IPCA), do IBGE, saltou de 6,4% em 2014, para 8,5% em doze meses até maio de 2015, o maior nível de 2003, impulsionado pela retirada do garrote dos preços administrados (energia e combustíveis), pela depreciação do real e por alimentos, e, o que é pior, sendo praticamente insensível à subida dos juros Selic. O IPCA-15 ficou em 8,8% em um ano até junho de 2015, o mais elevado patamar desde dezembro de 2006 (9,9%). Enquanto isso, os juros cobrados nos empréstimos às pessoas físicas, por bancos, financeiras e comércio, pularam de 100,76% ao ano, em maio de 2014, para 121,96% a.a., em maio de 2015, segundo levantamento do Banco Central (BC), destacando-se as modalidades cheque especial e cartão de crédito, com taxas de 210,44% a.a. e 304,03 a.a., respectivamente. Na mesma linha, apurações da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostram que, em maio de 2015, 76,9% das famílias possuíam algum tipo de dívida (cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro), 21,1% não estavam com os pagamentos em dia e 7,4% indicavam ausência de condições para quitação. A duração média do atraso era de 60,3 dias (mais de três meses, para 42,3% dos pesquisados), o tempo para liquidação era de 7,1 meses (mais de um ano, para 1/3 dos informantes) e o comprometimento médio da renda mensal com passivos era de 30,3%. Porém, quando considerados os débitos habitacionais, as prestações engoliam, em abril de 2015, 46,3% dos orçamentos anuais, o maior nível desde 2005, quando estudos do BC passaram a mensurar esse fenômeno. O quadro só não é mais grave devido ao uso de reservas financeiras para a quitação de dívidas, particularmente aquelas oriundas das cadernetas de poupança, cujas retiradas líquidas atingiram a marca recorde R$ 32,0 bilhões entre janeiro e maio de 2015. Trata-se de um cenário preocupante num momento em que a abdicação política dos compromissos com as reformas estruturais faz a economia brasileira protagonizar o espetáculo do “cachorro que corre atrás do rabo”. O desenho recessivo, produzido pelo ajuste macroeconômico, apoiado em acréscimo de tributos, vem provocando queda na arrecadação, o que, por certo, exigirá a intensificação dos esforços contracionistas, incluindo retração de dispêndios governamentais e privados, encarecimento do crédito, aumento do desemprego e declínio dos salários e do consumo.
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A DETERIORAÇÃO FISCAL DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS Gilmar Mendes Lourenço
A divulgação do Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF) 2015, calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a partir dos resultados observados no exercício de 2013, expressa acentuada deterioração da situação fiscal e financeira da esmagadora maioria dos municípios brasileiros, revelando, primordialmente, reduzido retorno e precária administração dos recursos extraídos da sociedade na forma de impostos, taxas e contribuições. O indicador é apurado desde 2012, com base em informações de declaração obrigatória, de periodicidade anual, fornecidas pelas administrações municipais e tornadas públicas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). A presente avaliação levou em conta o quadro de 5.243 municípios brasileiros, que abrangem quase 97% da população do País, ou mais de 191 milhões de pessoas, ficando de fora 324 espaços geográficos devido a não disponibilidade, insuficiência ou até inconsistência dos dados requeridos para a preparação do indicador. A mensuração geral é apoiada na média entre cinco itens parciais (receita própria, dispêndios com funcionalismo, liquidez, investimentos e encargos da dívida), traduzida em uma pontuação que varia entre zero e um, indicativa de melhor gestão fiscal à medida que se aproxima da unidade. Na verdade, há estratificação em quatro classes: A – acima de 0,8, denotadora de excelência na gestão; B – entre 0,6 e 0,79999, conceito bom; C – entre 0,4 e 0,59999, gerência difícil; e abaixo de 0,4, administração crítica. O relatório de 2015 destaca 4.417 (84,3%) prefeituras em condição fiscal difícil ou crítica, 808 (15,4%) na categoria de boa gestão e 18 (0,3%) ostentando grau de excelência. A performance ruim decorreu do incremento dos gastos com pessoal em velocidade superior à variação das receitas, comprometendo parcela relevante dos orçamentos e penalizando as inversões. O declínio dos investimentos ocorreu em 3.559 (67,9%) localidades. Considerando que as estatísticas levantadas e tratadas cobrem um período de estagnação econômica, ruim, porém menos desconfortável do que a recessão exibida nos tempos presentes, parece lícito admitir a ocorrência de um pronunciado agravamento do retrato e do filme de penúria financeira das cidades brasileiras. Não por acidente, as operações “pires nas mãos”, protagonizadas pelas prefeituras, na direção dos cofres governos estaduais e federais, também tecnicamente quebrados, tem se tornado cada vez mais frequentes. No entanto, é preciso ter presente que a conjuntura adversa serve apenas para agudizar a pauperização das finanças dos municípios nacionais, especialmente quanto à geração de arrecadação própria, e a dependência das transferências de recursos das demais esferas da federação, fortemente condicionadas a interesses de natureza política, aspectos presentes em uma administração pública viciada e influenciada, em grande medida, pela vigência de um arcabouço tributário que propicia a concentração de 70% dos haveres arrecadados em poder da União, 25% dos estados e somente 5% dos municípios, sendo 80% destes últimos concentrados no imposto sobre serviços (ISS), imposto predial e territorial urbano (IPTU) e imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI).
A fúria arrecadatória do governo federal foi ganhando marca registrada em meados da década de 1990, conferindo traços eminentemente concentradores ao sistema tributário.
A fúria arrecadatória do governo federal foi ganhando marca registrada em meados da década de 1990, quando, o lançamento de um conjunto nada desprezível de contribuições, ladeado por alargamentos das bases de incidências dos impostos, não partilháveis com estados e municípios, e pela retenção de 20% dos recolhimentos - viabilizada pela instituição do fundo social de emergência (FSE), depois Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), e mais tarde, Desvinculações das Receitas da União (DRU) – conferiu traços eminentemente concentradores ao sistema tributário.
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Outra faceta relevante da interferência da União na vida financeira dos demais entes federados repousou nas decisões de diminuição das alíquotas do imposto sobre produtos industrializados (IPI), para incentivar o consumo de bens duráveis e materiais de construção, entre 2009 e 2014, de zeragem da contribuição de intervenção no domínio econômico (Cide), conhecido como impostos dos combustíveis, no intervalo compreendido entre o segundo semestre de 2012 e 2014, e da retirada dos encargos federais incidentes sobre as tarifas de energia elétrica, a partir de fevereiro de 2013. Ao comprimir as receitas oriundas do IPI e, por extensão as alocações no fundo de participação, e os ingressos dos estados proporcionados pela Cide e pelo ICMS (caso da energia), tal postura populista serviu para complicar ainda mais o fluxo de caixa da maior parte das prefeituras do País. O mais gritante, contudo, foi a multiplicação das posições passivas assumidas pelas administrações daqueles lugares diante de um panorama adverso, em que a recessão e a inflação fazem a arrecadação derreter. Mais precisamente, em vez de priorizar o uso racional dos recursos públicos, por meio do enxugamento de gastos e definição e execução criteriosa de prioridades, os executivos municipais intensificaram costumes clientelistas de engorda de máquinas administrativas, bastante comuns em épocas em que a inflação resolvia tudo, ao encobrir toda a sorte de ineficiências, com o expediente de indexação de receitas e postergação de gastos. Aliás, em alguns municípios, criados para saciar o apetite e as conveniências eleitorais e preservar as bênçãos regionais de certos deputados, a receita direta é insuficiente até para cobrir os requerimentos financeiros para custeio da máquina do executivo e legislativo. O cenário de “cobertor curto” induz, de maneira quase que automática, o sacrifício do planejamento de longa maturação, o que afeta os investimentos em capital social básico, cruciais para impulsionar a qualidade de vida das pessoas que escolheram os governantes de plantão e sustentam as respectivas administrações com o pagamento de impostos.
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Panorama Econômico – Junho/2015 Carlos Ilton Cleto Comércio Internacional Balança Comercial Semanal (Junho/2015) – MDIC Fato Em junho a Balança Comercial fechou com superávit de US$ 4,53 bilhões, resultado de exportações de US$ 19,63 bilhões e importações de US$ 15,11 bilhões. No ano o superávit é de US$ 2,22 bilhões, resultado de exportações de US$ 94,33 bilhões, e importações de US$ 92,11 bilhões. No mês, a corrente do comércio foi de US$ 34,73 bilhões, e no ano US$ 186,44 bilhões. 21.450 23.025
20.556
19.628
25.000
15.646
19.617
16.878 17.996
16.979
13.704
20.000
15.101
16.769
16.521
14.008
15.000 10.000 5.000 0 jul/14
ago/14
set/14
out/14
nov/14
dez/14
jan/15
fev/15
mar/15
abr/15
mai/15
jun/15
-5.000 Exp o r t açõ es
Imp o r t açõ es
Sald o d a B C em U S$ milhõ es
FONTE: MDIC
Causa Utilizando o critério da média diária, com relação ao mesmo mês do ano anterior, as exportações apresentaram recuo de 8,7%, e as importações de 20,6%. Pelo mesmo critério, na comparação com maio de 2015, houve crescimento de 11,5% nas exportações e de 2,7% nas importações. A corrente do comércio registrou diminuição de 14,3% com relação ao mesmo mês do ano anterior e crescimento de 7,5% na comparação com maio de 2015. Em junho de 2015, na comparação com igual mês do ano anterior, houve recuo nas exportações de produtos básicos, 16,4% e semimanufaturados, 8,4%. Por outro lado aumentaram as vendas de manufaturados, 4,1%. Em termos de países, os cinco principais compradores foram: China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Cingapura. Pelo mesmo critério de comparação, houve queda de 42,6% nas importações de combustíveis e lubrificantes, 21,5%, nos bens de capital, 13,7%, nas matérias-primas e intermediários e 13,7% nos bens de consumo. Os cinco principais fornecedores para o Brasil foram: Estados Unidos, China, Argentina, Alemanha e México. No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior o recuo nas exportações foi de 14,7% determinada por queda nos produtos básicos, 21,6%, manufaturados, 8,0% e semimanufaturados, 3,9%. Nesta comparação as importações caíram 18,5%, devido ao recuo em todos os seus componentes: combustíveis e lubrificantes, 36,0%, bens de capital, 15,8%, matérias-primas e intermediários, 15,1% e bens de consumo, 13,7%. Ainda no acumulado do ano, os principais destinos das exportações brasileiras foram China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Alemanha e os nossos principais fornecedores foram, China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha e Coréia do Sul. Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 1
Consequências O comércio exterior vem sofrendo os efeitos da crise financeira internacional e do desaquecimento da atividade interna. A recuperação esperada para o segundo semestre não deverá ser tão intensa, devendo o superávit comercial do ano ficar próximo de R$ 5 bilhões.
Atividade Produção Industrial Mensal (Abril/2015) – IBGE
Fato Em abril, a produção industrial recuou 1,2%, terceiro resultado negativo consecutivo. Na comparação com maio do ano passado houve queda de 7,6%. No acumulado do ano a produção industrial caiu 6,3%, e em doze meses 4,8%. Causa Na comparação com o mês anterior, por categoria de uso, o setor de bens de capital, registrou a maior queda, 5,1%, seguido pelos bens de consumo semi e não-duráveis, com queda de 2,2%, bens de consumo duráveis, 1,8% e bens intermediários, 0,2%. Comparativamente a abril de 2014, o segmento de bens de capital teve o maior crescimento, 12,5%, com destaque para bens de capital para equipamentos de transporte. O segmento de bens de capital recuou 24,0%, com queda em todos os seus grupamentos e claro destaque para bens de capital para equipamentos de transporte, influenciado pela maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e reboques e semirreboques. Os bens de consumo duráveis caíram 17,1%, os bens de consumo semi e não-duráveis, 9,3%, e os bens intermediários tiveram queda de 3,2%. Produção Industrial BRASIL
150 140 130 120 110 100 90 80 jan 2009
f ev
mar 2010
abr
mai 2011
jun
jul
2012
ago 2013
set
out 2014
nov
dez
2015
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: média de 2002 = 100)
Consequência A principal origem do desaquecimento da atividade econômica no Brasil tem sido proveniente da atividade industrial, que não ameaça apresentar recuperação mais intensa nos próximos meses.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 2
Pesquisa Industrial - Regional – (Abril/2015) - IBGE Fato Entre março e abril, a produção industrial caiu em treze das quatorze regiões pesquisadas e, na comparação com abril de 2014, treze dos quinze locais pesquisados registraram recuo. No Paraná a produção industrial cresceu 1,4% frente ao mês anterior e retração de 2,6% na comparação com abril de 2014. Produção Industrial BRASIL
150 140 130 120 110 100 90 80 jan
f ev
2009
mar
abr
mai
2010
jun
2011
jul
2012
ago
set
2013
out
nov
2014
dez
2015
Produção Industrial PARANÁ
130 120 110 100 90 80 70 60 50 jan
fev
mar 2009
abr 2010
mai
jun 2011
jul 2012
ago
set 2013
out 2014
nov
dez 2015
FONTE: IBGE Índice de base fixa sem ajuste sazonal (Base: média de 2012 = 100) (Número índice)
Causa Na comparação com o mês anterior os locais que registraram maior diminuição na produção foram: Ceará, Bahia, Amazonas e Pernambuco. O único resultado positivo foi no Paraná. Na comparação com abril de 2014, os maiores recuos foram no Amazonas, Ceará, Bahia, e São Paulo. Por outro lado, Espírito Santo e Pará assinalaram avanços. No Paraná, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o recuo na produção foi principalmente condicionado por: veículos automotores, reboques e carrocerias, minerais não metálicos, produtos de borracha e material plástico, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, e bebidas. Por outro lado, os avanços mais expressivos foram registrados em: máquinas e equipamentos, alimentícios e produtos de madeira. Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 3
Consequência Apesar do aumento na comparação com o mês anterior, de maneira semelhante ao cenário nacional a indústria paranaense segue em patamar baixo e sinalizando que não existem expectativas de melhora nos próximos períodos.
Atividade Pesquisa Mensal de Emprego (Maio/2015) – IBGE
Fato Em maio, a taxa de desocupação foi de 6,7%, crescendo 0,3 p.p. com relação ao mês anterior e 1,8 p.p. na comparação com maio de 2014. O rendimento real habitual situou-se R$ 2.117,10, recuando 1,9% frente ao mês anterior e 5,0% no confronto com o mesmo mês do ano anterior. A massa de rendimento médio habitual, R$ 48,9 bilhões, recuou 1,8% frente a abril e 5,8% em relação a maio de 2014.
8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 Janeiro
Fevereiro
Março 2010
Abril
Maio 2011
Junho 2012
Julho
Agosto 2013
Setembro 2014
Outubro
Novembro Dezembro
2015
FONTE: IBGE
Causa Regionalmente, a análise mensal mostrou que a taxa de desocupação não se alterou em nenhuma das regiões em relação a abril. Frente a maio de 2014, houve variação significativa em todas as regiões, com os maiores aumentos ocorrendo em Porto Alegre, 2,6 p.p., Salvador, 2,1 p.p. Belo Horizonte, 1,9 p.p. e São Paulo, 1,8 p.p. No que tange ao rendimento médio, na comparação com o mês imediatamente anterior, houve queda em cinco das seis regiões pesquisadas, com o maior recuo em São Paulo, 3 % e o crescimento em Porto Alegre, 1,0%. No confronto com igual mês do ano anterior ocorreu queda em todas as regiões pesquisadas, com o maior recuo no Rio de Janeiro, 6,3%.
Consequência A taxa de desocupação vem refletindo o desaquecimento na atividade econômica com reflexos também no rendimento dos trabalhadores, para os próximos períodos deve ser mantida a tendência de crescimento na desocupação.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 4
Atividade PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Trimestre – fev.-mar-abr. de 2015) – IBGE.
Fato A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio apontou, para o trimestre encerrado em 2015, taxa de desocupação de 8,0%, com crescimento de 0,9 p.p. frente ao mesmo trimestre do ano anterior e expansão de 1,2 p.p. na comparação com o trimestre encerrado em janeiro. O rendimento médio real habitualmente recebido foi de R$ 1.855,00 caindo 0,5%, frente ao trimestre encerrado em janeiro e 0,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Causa No trimestre havia 8,0 milhões de pessoas desocupadas, no trimestre encerrado em janeiro este contingente era de 6,8 milhões, no mesmo trimestre do ano anterior a taxa de desocupação era de 7,0 milhões, espelhando, portanto crescimento de 18,7% frente ao trimestre encerrado em janeiro e 14,0% frente ao trimestre encerrado em abril do ano anterior. O número de pessoas ocupadas foi estimado em 92,2 milhões. 8,5
8,0
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
5,0
iro ne a J
iro re e v Fe
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2 0 13
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2 0 14
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2 0 15
Consequência O desemprego ainda segue em patamar moderado, porém, o cenário para 2015, aponta para forte crescimento na taxa de desocupação.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 5
Atividade Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (Maio/2015) – IBGE Previsão da Safra de Grãos
Fato Em maio, a estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas chegou a uma produção de 204,3 milhões de toneladas, 5,9% superior à safra de 2014 e 1,7 %, acima da previsão de abril. A área a ser colhida, 57,5 milhões de hectares, está 2,0% acima da registrada no ano passado.
Causa Na comparação com a produção de 2014, as três principais culturas, o arroz, o milho e soja que juntos representam 91,9% do total da produção nacional, registraram avanço na produção, respectivamente de 2,1%, 0,4% e 11,4%. O levantamento sistemático da produção agrícola, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, registrou variação positiva para doze dos vinte e seis produtos analisados: amendoim em casca 1ª e 2ª safras, arroz em casca, aveia em grão, café em grão – arábica, cevada em grão, feijão em grão 1ª safra, mamona em baga, mandioca, milho em grão 2ª safra, soja em grão e trigo em grão. Em sentido contrário, deverão apresentar redução na quantidade produzida: algodão herbáceo em caroço, batata-inglesa 1ª, 2ª e 3ª safras, cacau em amêndoa, café em grão – canephora, cebola, cana-de-açúcar, feijão em grão 2ª e 3ª safras, laranja, milho em grão 1ª safra, sorgo em grão e triticale em grão. Regionalmente, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída: Centro-Oeste, 84,0 milhões de toneladas, Sul, 77,1 milhões, Sudeste, 18,7 milhões, Nordeste, 18,5 milhões e Norte, 6,0 milhões. O Estado do Mato Grosso do Sul, mantém a posição de liderança na produção nacional de grãos, com participação de 24,2%, seguido pelo Estado do Paraná, com 18,3%.
Consequência De acordo com prognóstico das áreas plantadas, realizado pelo IBGE em maio, a safra de grãos em 2015 será superior a do ano anterior e este prognóstico deverá apresentar resultados superiores ao longo do ano, estando condicionado, ao regime de chuvas.
Atividade Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário - PIMES (Abril/2015) – IBGE
Fato A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do mês de abril apresentou as seguintes informações:
BRASIL
ABR-15 / MAR-15
ABR-15 /ABR-14
Acumulado no Ano
Acumulado em 12 meses
Pessoal Ocupado Assalariado
-0,9%
-5,4%
-4,8%
-4,1%
Nº. de Horas Pagas
-1,1%
-6,0%
-5,4%
-4,8%
Folha de Pagamento Real
-0,9%
-5,3%
-5,0%
-3,3%
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 6
108 106 104 102 100 98 96 94 92 90 88 Jan
Fev
Mar 2009
Abr 2 0 10
Mai
Jun
2 0 11
Jul 2 0 12
Ago
Set
2 0 13
Out 2 0 14
Nov
Dez
2 0 15
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: janeiro de 2001 = 100)
Causa Na comparação com igual mês do ano passado, o indicador de Pessoal Ocupado Assalariado, por ramo de atividade, ocorreu queda em todos os dezoito ramos pesquisados. As principais variações negativas foram em meios de transporte, produtos de metal, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, outros produtos da indústria de transformação, calçados e couro, vestuário, metalurgia básica, refino de petróleo e produção de álcool, indústrias extrativas, minerais não-metálicos, papel e gráfica e produtos têxteis. Comparativamente a abril de 2014, o Número de Horas Pagas apresentou retração em todos os dezoito setores investigados: meios de transporte, produtos de metal, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, outros produtos da indústria de transformação, calçados e couro, vestuário, metalurgia básica, papel e gráfica, minerais não-metálicos, refino de petróleo e produção de álcool e indústrias extrativas. Quanto ao Valor da folha de Pagamento Real, também na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda em quinze dos dezoito setores. Os maiores recuos vieram de meios de transporte máquinas e equipamentos, produtos de metal, alimentos e bebidas, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, indústrias extrativas, calçados e couro, outros produtos da indústria de transformação, refino de petróleo e produção de álcool e produtos têxteis. Por outro lado, a principal influência positiva foi em borracha e plástico. Consequência Os resultados da PIMES continuam apontando que a indústria apresenta dificuldades de recuperação frente ao desaquecimento da economia e no ano de 2015 não deverá apresentar resultados positivos expressivos. Atividade Sondagem da Indústria (Junho/2015) – FGV Fato Na passagem de maio para junho, o Índice de Confiança da Indústria de Transformação ICI, registrou redução de 4,9%, passando de 71,6 para 68,1 pontos. A verificação apresentou recuo tanto no Índice da Situação Atual – ISA, 5,6%, como no Índice de Expectativas – IE, 4,2%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada – NUCI apresentou queda frente ao mês anterior, 0,8 p.p, chegando a 78,2%, o menor nível desde abril de 2009.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 7
115,0 105,0 95,0
Índic e de Confianç a
Índic e da Situaç ão Atual
jun/15
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ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
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jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
85,0 75,0 65,0
Índic e de Expec tativas
FONTE: FGV
90,0 84,4
85,0
84,2
84,6
84,3
84,4
84,3
83,2
83,0
82,7
82,0
79,0
80,4
78,2
80,0 75,0
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
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jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
70,0
Ní ve l de Utiliz a ç ã o da Ca pa c ida de Insta la da - NUCI
FONTE: FGV
Causa Em junho o ISA passou de 74,6 para 70,4 pontos. O quesito que mede o nível atual de demanda apontou que a proporção das empresas que o consideram como forte recuou 2,1 p.p., chegando a 3,3%, e a dos que o consideram como fraco cresceu 5,9 p.p., atingindo 44,7%. O IE recuou de 68,7 para 65,8 pontos, com o indicador de emprego previsto tornando-se menos favorável, com redução de 2,2 p.p. nas empresas que prevêem aumentar o quadro de pessoal, chegando a 8,2%, e avanço nas que pretendem diminuir o quadro de pessoal, 4,3 p.p., atingindo 30,9%.
Consequências A indústria segue apresentando ritmo fraco, refletindo a combinação de demanda enfraquecida e preços em alta, não sendo esperada para os próximos meses recuperação intensa na atividade industrial.
Atividade Sondagem de Serviços (Junho/2015) – FGV Fato O Índice de Confiança de Serviços - ICS recuou 4,5% na comparação com o mês anterior atingindo 80,7 pontos, após a quinta queda consecutiva, registra o menor nível da série iniciada em junho de 2008. Na mesma comparação, o Índice da Situação Atual – ISA caiu 8,0%, passando de 61,6 para 56,7 pontos. O Índice de Expectativas - IE diminuiu 2,4%, atingindo 104,8 pontos.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 8
155,0 135,0 115,0 95,0 75,0 55,0
jun/15
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mar/15
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Índice da Situação A tual
dez/14
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jun/13
Índice de Co nfiança
Índice de Expectativas
FONTE: FGV
Causa No ISA, destacou-se a avaliação negativa sobre a situação atual dos negócios, com a parcela das empresas que a avaliam como boa passando de 10,4% para 9,0%, e a das que o avaliam como ruim passando de 46,1% para 50,5%. Nas expectativas, houve queda de 2,5 p.p. no percentual das empresas que prevêem melhora da tendência dos negócios, chegando a 22,7% de respostas, e aumento de 1,7 p.p., nas que esperam uma piora, fechando com 19,7%.
Consequência O setor de serviços segue pessimista, apesar de que a avaliação com relação ao futuro apresenta resultados menos desfavoráveis do que a apreciação do momento presente. São cada vez mais fracas as expectativas de recuperação nos próximos meses.
Atividade ICC – Índice de Confiança do Consumidor (Junho/2015) – FGV Fato Entre os meses de maio e junho, o ICC recuou 1,4% passando de 85,1 para 83,9 pontos. O índice da Situação Atual diminuiu 5,1%, de 79,1 para 75,1 pontos. O Índice das Expectativas aumentou 0,2%, de 88,4 para 88,6 pontos.
125,0
115,0
105,0
95,0
85,0
75,0
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Í ndic e da S itua ç ã o Atua l
ago/14
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Í ndic e de Confia nç a
Í ndic e de Expe c ta tiva s
FONTE: FGV
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 9
Causa Com referência a situação presente, a proporção de consumidores que avaliam a situação econômica atual como boa foi de apenas 4,2% e a dos que a consideram ruim foi de 79,1%, maior nível da série histórica. No que tange a expectativa para os próximos seis meses, a proporção dos consumidores que prevêem melhora aumentou 1,0 p.p. e a dos que acreditam em piora diminuiu 0,9 p.p.
Consequência A confiança do consumidor reflete a inflação e o mercado de trabalho e ainda não existem sinalizações de reversão do quadro para os próximos períodos.
Atividade Sondagem do Comércio (Junho/2015) – FGV
Fato O Índice de Confiança do Comércio - ICom reduziu-se 1,4% entre maio e junho, passando de 92,0 para 90,7 pontos. O Índice da Situação Atual – ISA teve queda de 2,4%, chegando a 60,2 pontos, o menor nível desde o início da série histórica e o Índice de Expectativas - IE recuou 1,0%, atingindo 121,1 pontos.
160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0
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Í ndic e da S itua ç ã o Atua l
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Í ndic e de Confia nç a
Í ndic e de Expe c ta tiva s
FONTE: FGV
Causa
A queda no índice foi influenciada principalmente pela piora da percepção das empresas em relação ao momento atual, ISA, que retrata o grau de satisfação com a demanda. No IE, o recuo ocorreu após ter aumentado por dois meses consecutivos. No IE a maior contribuição para queda foi decorrente da piora na situação dos negócios nos seis meses seguintes, que caiu 1,5%.
Consequência A piora no índice aponta a percepção do forte desaquecimento da atividade econômica ocorrido no segundo trimestre de 2015 e fracas expectativas de recuperação nos próximos meses.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 10
Atividade Pesquisa Mensal do Comércio (Abril/2015) – IBGE
Fato No mês de abril, o volume de vendas do comércio varejista, com ajuste sazonal, frente ao mês anterior, caiu 0,4% e a receita nominal cresceu 0,3%. Nas demais comparações, sem ajustamento, as taxas para o volume de vendas foram de negativos 3,5% sobre abril de 2014, e positivo 0,2% no acumulado dos últimos doze meses. A receita nominal obteve taxas de 2,5% com relação à igual mês de 2014, e 6,4% no acumulado em doze meses. No varejo ampliado, as taxas de crescimento para o volume de vendas foram: negativos 0,3% frente ao mês anterior, negativos 8,5% no confronto com abril de 2014 e negativos 4,1% no acumulado dos últimos doze meses, e para a receita nominal, 0,3% frente ao mês anterior, negativos 2,7% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior e positivos 1,6% no acumulado em doze meses. 170 150 130
110 90 70 50
1
2
3
2013
4
5 2010
6
7
8
9
2014
10
11
12
2015
FONTE: IBGE - Índices de volume de vendas no comércio varejista por tipos de índice (2003 = 100)
Causa Na série ajustada do comércio varejista, calculada com relação ao mês anterior, sete das dez atividades pesquisadas tiveram resultado negativo no volume de vendas. As taxas negativas foram as seguintes: 0,1% em Combustíveis e lubrificantes, 0,2% em Livros, jornais, revistas e papelaria, 1,2% Material de construção, 3,1% para Móveis e eletrodomésticos, 3,8% em Tecidos, vestuário e calçados, 5,1% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico, e 12,2% em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação. As atividades com resultados positivos foram Veículos, e motos, partes e peças, 4,4%, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 1,9% e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 0,3%. Comparativamente a abril de 2014, seis das oito atividades apresentaram recuo. As maiores contribuições negativas para a taxa global foram em: Móveis e eletrodomésticos, 16,0%, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 2,3%, Tecidos, vestuário e calçados, 7,5%, Combustíveis e lubrificantes, 2,1%, Outros artigos de uso pessoal e doméstico, 0,6%, e Livros, jornais, revistas e papelaria, 9,1%. As variações positivas foram em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 6,2%, e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, 2,7%. No comércio varejista ampliado, Material de construção teve queda de 5,0% e Veículos, e motos, partes e peças, recuo de 19,5%.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 11
Consequência Com a estagnação da massa de salários e com a piora nas condições da oferta de crédito, o comércio apresenta sinais de exaustão. Para os próximos meses, em decorrência do desaquecimento na e indústria, as vendas do varejo deverão apresentar arrefecimento.
Atividade Pesquisa Mensal de Serviços (Abril/2015) – IBGE
Fato No mês de abril frente a igual mês do ano anterior, a receita nominal dos serviços cresceu 1,7%, inferior a taxa de março, 6,1%, e superior a de fevereiro, 0,9%. No acumulado do ano a taxa ficou em 2,6% e no acumulado em doze meses, 4,3%. 170
150
130
110 90
70
50 jan
fev 2 0 12
m ar
abr
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jun
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out
2 0 14
nov
dez
2 0 15
FONTE: IBGE Índices de volume e de receita nominal de vendas no comércio varejista por tipos de índice (2003 = 100)
Causa No confronto com abril de 2014, o maior crescimento veio de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares com destaque para os serviços administrativos e complementares. Também tiveram crescimento Serviços Prestados às Famílias e Transportes, Serviços Auxiliares dos Transportes e Correio. Por outro lado, tiveram queda e Outros Serviços e Serviços de Informação e Comunicação.
Consequência Apesar da variação positiva a receita nominal dos serviços vem perdendo aceleração. O desempenho tem sido condicionado principalmente pelo crescimento da massa salarial, que vem perdendo intensidade ao longo dos meses.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 12
Inflação IGP-10 (Jun/2015) – FGV
Fato O IGP-10 registrou variação de 0,57% em junho, crescendo 0,05 p.p. com relação a maio. No acumulado em doze meses à variação é de 5,16%.
1,5%
1,29% 1,27%
1,11%
1,0%
0,98% 0,31%
0,5%
0,52%
0,15%
0,0% -0,5%
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
jun/14
-0,67%
-1,0%
FONTE: FGV
Causa No mês de junho, dentre os componentes do IGP, o IPA, caiu 0,19 p.p., apresentando variação de 0,34%. Neste, a maior desaceleração foi proveniente dos Bens Intermediários, com variação de 0,61 p.p. abaixo do registrado em maio, chegando ao percentual de 0,45%. Contribuiu para este decréscimo os materiais e componentes para a manufatura. Os Bens Finais tiveram variação de 0,59%, 0,14 p.p. menor do que a variação de maio, com destaque para alimentos processados. As Matérias-Primas Brutas tiveram avanço de 0,16 p.p., mesmo com variação negativa de 0,11%. As maiores acelerações foram originadas em soja, suínos e minério de ferro. O IPC teve aceleração de 0,33 p.p. com o grupo Despesas Diversas sendo o principal responsável pela maior variação do índice, neste grupo vale mencionar o comportamento do item jogo lotérico. Os grupos Educação, Leitura e Recreação, Transportes, Alimentação, Habitação e Comunicação também apresentaram variações maiores nos preços. O INCC teve aceleração, 1,11 p.p., com forte aquecimento em Mão de Obra, que variou 2,24 p.p. acima do registrado em maio, atingindo 2,30%.
Consequência Após o recuo no mês anterior o IGP-10 voltou a apresentar aumento, desta vez em consequência da variação positiva, ou menor desaceleração, nos preços de algumas commodities, e do aumento do jogo lotérico.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 13
Inflação IGP-M (Junho/2015) – FGV
Fato O IGP-M registrou variação de 0,67%, em junho, avançando 0,26 p.p. Em doze meses o acumulado é de 5,59%, e no ano 4,33%.
Causa Dos índices que compõe o IGP-M, o IPA que representa 60% na composição deste teve aceleração de 0,11 p.p., atingindo variação de 0,41% em junho. O aquecimento foi decorrente principalmente do avanço em Matérias-Primas Brutas, 0,84 p.p., com destaque para: soja, aves, e suínos e Bens Finais, com aceleração de 0,10 p.p., e com a maior contribuição ascendente em alimentos in natura. Os Bens Intermediários tiveram variação 0,45 p.p. menor e a desaceleração foi decorrente principalmente dos materiais e componentes para manufatura. O IPC registrou crescimento de 0,15 p.p. nos preço, com a principal contribuição descendente vindo do grupo Despesas Diversas, consequência do maior preço do item jogo lotérico. Também tiveram aceleração em suas taxas de variação os grupos, Alimentação, Transportes, Educação, Leitura e Recreação e Comunicação. O INCC registrou variação de 1,87%, com avanço de 1,42 p.p., decorrente de aceleração em Mão de Obra, 2,92 p.p. e desaceleração em Materiais, Equipamentos e Serviços, 0,20 p.p.
2,00 1,50
1,67
1,50
1,00
1,17
0,98
0,50
0,27
0,15
0,00
-0,74
-0,50
jun/15
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dez/14
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mar/14
fev/14
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dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
-1,00
FONTE: FGV
Consequência Após o recuo em maio o índice voltou a crescer, mantendo-se em patamar elevado. O crescimento no IGP-M deverá ter reflexos em outros indicadores de inflação, uma vez que é utilizado para reajustes de contratos, principalmente de aluguel.
Inflação IGP-DI (Maio/2015) – FGV
Fato O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna - IGP-DI registrou variação de 0,40% em maio, desacelerando-se 0,52 p.p. frente ao mês anterior. Nos últimos doze meses, o índice acumula alta de 4,83%. Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 14
Causa Na composição do IGP-DI, o IPA reduziu sua taxa de variação em 0,92 p.p., atingindo 0,19%. As Matérias-Primas Brutas foram as principais responsáveis pelo recuo, registrando variação 1,12 p.p. menor do que no mês anterior, com destaque descendente para bovinos, milho e café. Os Bens Intermediários tiveram queda de 1,11 p.p., sendo o principal responsável por este movimento subgrupo materiais e componentes para a manufatura. Os Bens Finais diminuíram a taxa de variação em 0,60 p.p., por conta de alimentos processados. No IPC houve aquecimento de 0,11 p.p., decorrente da aceleração nos preços do grupo Habitação, em decorrência da maior variação do item tarifa de eletricidade residencial. Também apresentaram maior variação: Despesas Diversas, Educação, Leitura e Recreação, Vestuário e Transportes. O INCC registrou aceleração de 0,49 p.p., com recuo em Equipamentos e Serviços e avanço em Mão de Obra.
2,0% 1,5%
1,48%
1,36%
1,21%
1,14%
1,0%
0,92%
0,76% 0,5%
0,38%
0,0% -0,5% -0,63% -1,0%
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
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nov/14
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set/14
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abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
FONTE: FGV
Consequência O IGP-DI voltou a apresentar desaceleração no mês, principalmente decorrente do recuo do preço das Matérias-Primas Brutas. Como o índice aponta principalmente a variação dos preços no varejo, a expectativas para os próximos períodos é de recuo, também, para os preços ao consumidor.
Inflação IPCA (Maio/2015) – IBGE
Fato O IPCA variou 0,74% em maio, 0,03 p.p. acima da variação de abril. O índice acumulado em doze meses é de 8,47%, superior ao registrado nos doze meses imediatamente anteriores, 8,17%. No ano, o acumulado ficou em 5,34%, superior ao acumulado no mesmo período do ano passado, 3,33%, o maio resultado para o período de janeiro a maio desde 2003. Em Curitiba o índice caiu 0,70 p.p., registrando variação de 0,76% em maio, 6,40% no ano e 9,61% em doze meses.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 15
Causa A energia elétrica, mais uma vez representou a maior contribuição individual no mês, com alta de 2,77% e contribuição de 0,11 p.p. no índice, com isto o grupo Habitação teve alta de 1,22%, com aumentos também em: gás de botijão, taxa de água e esgoto, condomínio, aluguel residencial e artigos de limpeza. Nos demais grupos, a maior variação foi em Alimentação e Bebidas, decorrente do aumento dos preços do tomate. A menor variação ocorreu em Transportes, consequência da queda de 23,37% no item passagens aéreas.
9,00
1,40
8,00
1,20
7,00 1,00 6,00 5,00
0,80
4,00
0,60
3,00 0,40 2,00 0,20
1,00 0,00
0,00
mai/15
abr/15
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fev/15
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dez/14
nov /14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov /13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
jun/13
mai/13
IPCA acumulado em 12 meses
IPCA variação mensal
FONTE: IBGE
Consequência Principalmente em decorrência da elevação da energia elétrica no grupo Habitação e tomate no grupo Alimentação e Bebidas, a inflação voltou a crescer, podendo implicar em novo aumento da taxa SELIC na próxima reunião do COPOM.
Inflação IPCA - 15 (Junho/2015) – IBGE
Fato O IPCA – 15 registrou variação de 0,99% em junho, aumentando 0,39 p.p. com relação a maio. Nos últimos doze meses o acumulado é de 8,80%, e no ano 6,28%. Em Curitiba, o índice foi de 1,13%, 0,42 p.p. acima do registrado em maio, acumulando variação de 9,98% em doze meses.
Causa No mês, o grupo Despesas Pessoais, foi o que apresentou o maior crescimento, 1,79%, decorrente principalmente pelos jogos de azar, com variação de 37,77%. Ao todo, seis dos nove grupos de produtos e serviços registraram aceleração, sendo que as maiores foram em Transportes 1,30 p.p. e Artigos de Residência, 0,28 p.p. Os alimentos, responsáveis por cerca de 1/3 do índice tiveram alta de 1,21%, com destaque para: cebola, tomate, cenoura, batata inglesa, carnes, leite longa vida, lanche e pão francês.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 16
Consequência O índice acumulado permanece elevado e apresentou forte aceleração no mês. Para os próximos períodos, como consequência da elevação da taxa de juros e do desaquecimento econômico, é esperado gradual arrefecimento.
Inflação Custos e Índices da Construção Civil (Maio/2015) – IBGE - Caixa Econômica Federal Fato O Índice Nacional da Construção Civil variou 1,26% em maio, 0,76 p.p. acima da variação de abril. Em doze meses, o acumulado é de 5,51%, e no ano 2,40%. O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 923,58 em abril, para R$ 935,20 em maio, sendo R$ 505,02 relativos aos materiais e R$ 430,18 à mão-de-obra. No Estado do Paraná, as variações foram de 0,44% no mês, 0,94% no ano e de 4,51% em doze meses, e o Custo Médio atingiu R$ 942,14.
1,50 1,00 0,50 0,00 jan
fev
m ar
abr
m ai
jun 2014
jul
ago
set
out
nov
dez
2015
FONTE: IBGE e CAIXA
Causa Na composição do índice a parcela dos materiais variou 0,54%, 0,11 p.p. acima do índice de abril, e a componente mão-de-obra, avançou 1,53 p.p., passando de 0,59% em abril para 2,12% em maio. No mês as variações regionais foram: 0,33% na Região Norte, 0,16% na Região Nordeste, 2,78% no Sudeste, 0,26% no Centro-Oeste, e 0,48% no Sul. Ainda na verificação regional, os custos foram os seguintes: Sudeste, R$ 986,87, Sul, R$ 945,35, Norte, R$ 937,10, Centro-Oeste, R$ 934,22 e Nordeste R$ 868,48. Consequência O avanço ocorrido no mês foi principalmente causado por pressão exercida por reajuste salarial de acordos coletivos, realizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Rondônia.
Inflação IPP - Índices de Preço ao Produtor (Maio/2015) – IBGE Fato O IPP apresentou variação de 0,15% em maio, ficando, portanto inferior à variação do mês anterior, 0,34%. No acumulado em 12 meses a variação atingiu 6,10%, frente a 5,66% em abril. No acumulado do ano a variação foi de 2,65%, contra 2,50% no mês anterior.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 17
Causa No mês, dezessete das vinte e três atividades apresentaram variações positivas, as maiores variações foram em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, perfumaria, sabões e produtos de limpeza, bebidas e têxtil. Ainda na comparação mensal, tiveram maior influencia alimentos, veículos automotores, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e bebidas. No indicador acumulado do ano, sobressaíram-se as variações positivas em outros equipamentos de transporte, fumo, madeira e papel e celulose. No ano as maiores influências vieram de veículos automotores, alimentos, metalurgia e papel e celulose.
Consequência A desaceleração dos preços ao produtor em março deve se configurar em menores pressões inflacionárias por meio do maior repasse para os preços no varejo, embora permaneça em patamar elevado.
Operações de Crédito Nota à Imprensa (Abril/2015) - BACEN
Fato O estoque das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3.081 bilhões em maio. A relação entre o crédito total e o PIB cresceu 0,1 p.p. frente ao mês anterior e 1,9 p.p. na comparação com maio de 2014, atingindo 54,4%. A taxa média geral de juros das operações de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, avançou 0,6 p.p. no mês e 3,0 p.p. nos últimos doze meses situando-se em 27,1% e a taxa de inadimplência manteve-se em 3,0%, apresentando estabilidade no mês e em doze meses.
Causa O volume total das operações de crédito em abril apresentou crescimento de 0,7% no mês e 10,1% em doze meses. Os empréstimos contratados com recursos livres, que representam 51,4% do total, atingiram R$ 1.583 bilhões, aumentando 0,6% no mês e 4,7% com relação a maio de 2014. No segmento de pessoa jurídica, houve crescimento de 0,7% chegando em R$ 794 bilhões. Os empréstimos realizados às pessoas físicas cresceram 0,5%, atingindo R$ 789 bilhões. No crédito direcionado houve avanço de 0,8% no mês e 16,5% em doze meses, chegando a R$ 1.498 bilhões. Esse desempenho resultou de acréscimos mensais respectivos de 0,6% e 0,9% nos financiamentos a pessoas físicas e jurídicas. No segmento de pessoas físicas destacou-se o crédito imobiliário, e para pessoas jurídicas investimento com recursos do BNDES. As taxas médias geral de juros avançaram 0,6 p.p. no mês e 3,0 p.p. nos últimos doze meses. Para pessoa física a taxa média de juros atingiu 34,8%, com avanço de 0,8 no mês e 3,5 p.p. em doze meses. Nas pessoas jurídicas, houve crescimento de 0,4 p.p. no mês e 2,0 p.p. em doze meses chegando a 18,9%. Considerando recursos livres a taxa de juros atingiu 42,5% com aumentos de 0,7 p.p. no mês e 5,9% em doze meses. Para pessoas físicas esta taxa atingiu 57,3%, com alta mensal de 1,2 p.p. Para as empresas o aumento foi de 0,3 p.p. atingindo 26,9%. O spread bancário considerando recursos livres e direcionados cresceu 0,3 p.p. no mês e 1,9 p.p. em doze meses, atingindo 17,4 p.p. No crédito livre, o spread aumento 0,5 p.p., atingindo 29,8 p.p. A taxa de inadimplência do sistema financeiro manteve-se em 3,0%, sendo 3,8% para pessoas físicas e 2,3% para empresas. No crédito livre a inadimplência atingiu 4,7% e no direcionado 1,2%.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 18
Consequência A expansão menos acentuada no mês, comparativamente a períodos anteriores, reflete a evolução menos intensa da atividade econômica. Para os próximos meses a expectativa é de continuidade neste crescimento, sem, contudo, apresentar variações tão intensas.
Setor Externo Nota à Imprensa (Maio/2015) - BACEN
Fato Em abril, as Transações Correntes registraram déficit de US$ 3,4 bilhões e a Conta Financeira registrou entrada líquida de US$ 3,2 bilhões. As reservas internacionais no conceito de liquidez diminuíram US$ 1,3 bilhão, totalizando US$ 371,7 bilhões e a dívida externa somou US$ 351 bilhões, aumentando US$ 2,4 bilhões, em relação à posição apurada no mês de março.
Causa Nos últimos doze meses as Transações Correntes registraram déficit de US$ 95,7 bilhões. Na Conta Financeira destaca-se a elevação de US$ 6,6 bilhões em investimentos diretos no país, e de US$ 3,1 bilhões em investimento em carteira passivos. A conta de serviços registrou despesas líquidas de US$ 3,4 bilhões no mês. As despesas líquidas de renda primária atingiram US$ 2,7 bilhões no mês, com despesas líquidas de lucros e dividendos da ordem de US$ 1,9 bilhão, e a de despesas líquidas de juros, US$ 796 milhões. A conta de renda secundária apresentou ingresso líquidos de US$ 165 milhões. A movimentação das reservas, durante o mês de maio foi consequência, principalmente, de operações de recompra, receitas de remuneração de reservas e variações por paridades e por preços. A dívida externa de médio e longo prazo cresceu US$ 123 milhões, atingindo US$ 290,4 bilhões e a de curto prazo aumentou US$ 2,2 bilhões, chegando a US$ 60,6 bilhões.
Consequência Apesar da desvalorização do real, segue a preocupação como o excessivo déficit em Transações Correntes (US$ 95,7 bilhões), equivalente a 4,39% como proporção do PIB.
Política Fiscal Nota à Imprensa (Maio/2015) - BACEN
Fato Em maio, o setor público não financeiro registrou déficit primário de R$ 6,9 bilhões. No acumulado no ano o superávit atingiu R$ 25,5 bilhões, e considerando o fluxo de doze meses o déficit é de R$ 38,5 bilhões (0,68% do PIB). A dívida líquida do setor público alcançou R$ 1.903,7 bilhões (33,6% do PIB), diminuindo 0,1 p.p. do PIB no confronto com o mês anterior. No ano, a relação dívida líquida/PIB registrou queda correspondente a 0,5 p.p. do PIB. O montante dos juros apropriados atingiu R$ 52,9 bilhões, no mês, e R$ 408,8 bilhões, em doze meses (7,22% do PIB). O resultado nominal registrou déficit de R$ 59,8 bilhões no mês, de R$ 173,4 bilhões no ano e 447,2 bilhões, 7,9% do PIB em doze meses.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 19
Causa Na composição do déficit primário, no mês, o Governo Central e as empresas estatais registraram déficit de R$ 8,9 bilhões e R$ 72 milhões, respectivamente. Os governos regionais por outro lado tiveram superávit de R$ 2 bilhões. Com relação aos juros apropriados em doze meses, como proporção do PIB, houve crescimento de 0,52 p.p. em relação a abril. Com relação à Dívida Líquida do Setor Público como percentual do PIB, no ano, o recuo foi conseqüência da desvalorização cambial, o do crescimento do PIB nominal e do superávit primário. Os juros nominais apropriados e o ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida contribuíram para reduzir esta relação.
Consequência Como consequência da desaceleração da atividade econômica e de adoção de políticas expansionistas num passado recente, o resultado de déficit tem se repetido nos últimos meses. Para os próximos períodos é esperada recuperação na geração de superávit primário com a consequente redução na relação dívida/PIB.
Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v. 8, n. 5, julho 2015 | 20