EDITORIAL
O Curso de Economia da FAE Centro Universitário lança a Vitrine da Conjuntura, periódico eletrônico mensal, relativo a setembro de 2015, com quatro textos que tratam de assuntos da conjuntura econômica e política nacional, além da seção permanente do Panorama Econômico. O primeiro artigo analisa os resultados do produto interno bruto (PIB) brasileiro, para o segundo trimestre de 2015, comprovando que, na melhor das hipóteses, o País ingressou em estado de recessão técnica. A segunda abordagem descreve a rápida mudança de uma situação de pleno emprego de mão de obra, vivida pela nação, até o começo de 2014, para outra de desemprego elevado e crescente, ao longo do ano de 2015. O terceiro texto, alusivo ao aniversário de 54 anos de regulamentação da profissão do Economista, estabelece as conexões entre o clima econômico atual e o papel social deste profissional. Já a quarta reflexão traz uma breve interpretação dos sinais emitidos pelas manifestações populares, acontecidas em todo o território brasileiro, em 16 de agosto de 2015.
Excelente leitura. Gilmar Mendes Lourenço Editor
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n.7 , set embro 2015 | 1
EQUIPE TÉCNICA
Carlos Ilton Cleto Economista, doutor em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina e professor da FAE.
Gilmar Mendes Lourenço Economista, mestre em Gestão de Negócios pela Universidade Federal de Santa Catarina, professor da FAE, eleito “O Economista Paranaense Acadêmico do Ano de 2011”, pelo Corecon/PR, e vencedor do Prêmio “Imprensa”, em 2011, 2012, 2013 e 2014, na categoria gestor de empresa pública, oferecidos pelo grupo Quality TV & Jornais.
Vitrine da Conjunt ura, Curit iba , v. 8, n. 7, setembro 2015
RECESSÃO TÉCNICA OU APAGÃO DE CONFIANÇA? Gilmar Mendes Lourenço
Os meios especializados e parcela expressa da mídia reconheceram e anunciaram a chegada da recessão técnica na economia brasileira, a partir da divulgação das estatísticas das contas nacionais trimestrais do País, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativas ao segundo trimestre de 2015, com ênfase para a estimativa de declínio da principal grandeza macroeconômica, o produto interno bruto (PIB), por dois trimestres consecutivos, quando comparado com os três meses imediatamente anteriores. As quedas de -0,7% e -1,9%, entre janeiro e março e abril e junho de 2015, respectivamente, em relação a outubro-dezembro de 2014 e ao primeiro trimestre do corrente ano, serviram como uma espécie de atestado do surgimento da situação de contração da produção e dos negócios, o que significaria uma performance menos sofrível apenas que a contabilizada por Rússia e Ucrânia, nações que travam prolongado conflito, no front global. O rótulo de ingresso em recessão técnica reproduz um diagnóstico generoso e errado, fruto de um arranjo estatístico parcial, que esconde a efetiva dimensão e duração do estágio de instabilidade registrado pelo aparelho de transações operante no País. A atmosfera presente não se repetia desde 1930-31, quando a “enorme fazenda de café” foi atingida pela Grande Depressão Mundial, a despeito das medidas oficiais de proteção ao eixo dominante da economia e da política nacional. A correta referência de cotejo, representada por igual trimestre do ano antecedente, permite confirmar a argumentação levantada pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de que a retração generalizada teria invadido a estrutura doméstica em abril de 2014, coincidindo com o princípio da deflagração do episódio eleitoral. Por essa abordagem, ao recuar -2,6%, entre abril e junho de 2015, o PIB brasileiro desenharia uma marcha cadente por cinco trimestres consecutivos, puxado, pela ótica de demanda, pelas variáveis atreladas ao investimento (-11,9%), resultado do encarecimento dos bens de capital e da deterioração da confiança dos agentes no futuro do País, e ao consumo das famílias (-2,7%), traduzindo a compressão da massa de salários reais, por conta da combinação entre redução do emprego e rendimentos e escalada da inflação, endividamento e inadimplência. Mais precisamente, o exercício de 2015 marca o primeiro encolhimento das aquisições para consumo da população desde 2002-2003, por ocasião da traumática transição entre os governos Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula, expressa em especulações a respeito de mudanças de modelo econômico. Porém, estas não se confirmaram dando lugar a intensificação da gestão ortodoxa. O volume de investimentos mantem um movimento ladeira abaixo por oito trimestres ininterruptos e a formação bruta de capital fixo, ou taxa de investimento, desceu para 17,8% do PIB, no intervalo abril-junho de 2015, configurando o menor nível apurado desde 2006, tempo de eleição na esteira dos escândalos do Mensalão. Não menos importante foi o decréscimo do consumo do governo e das importações, entre outubro e junho de 2015, reiterando a condição de absoluta falência das finanças do setor público e o quadro de anemia da demanda interna, determinado pelo enfraquecimento das compras das famílias e da administração estatal e das inversões privadas e em infraestrutura. O panorama só não foi mais desolador graças à recuperação do quantum das exportações, entre janeiro e junho de 2015, devido à reação, ainda que moderada, da economia mundial e aos efeitos da depreciação do real.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 1
Por outro lado, uma observação setorial proporciona identificar desempenho desfavorável dos segmentos industriais de transformação, construção civil e produção e distribuição de energia, gás e água, do comércio e dos serviços (que respondem por 71% do PIB e que acusaram a primeira baixa em duas décadas e meia). Já, os serviços de informação e imóveis, a agropecuária e a indústria de extração mineral ainda resistiram na representação do papel de salvadores da pátria ou do PIB. Logo, as insistentes tentativas de continuar dourando a pílula,
As insistentes tentativas de continuar dourando a pílula revelam-se cada vez mais ineficazes nas circunstâncias atuais.
patrocinadas pelo executivo federal e encampadas por algumas entidades do mercado, revelam-se cada vez mais ineficazes nas circunstâncias atuais, que reúne escalada da inflação, do desemprego, do déficit externo e dos rombos na contabilidade pública, esteios da maior recessão desde 1990, quando o presidente Collor paralisou o circuito de produção, vendas e financiamentos, por meio do confisco de mais de 80% do meio circulante.
Por certo, o Brasil atravessa um autêntico apagão econômico, em consequência da deterioração da confiança na política de ajustamento, em face da constatação de sucessivos erros cometidos desde o final de 2008. Naquela época, na contramão da trajetória contracionista da economia mundial, com a eclosão da crise do subprime nos Estados Unidos, as autoridades nacionais tentaram forçar a expansão a qualquer custo, ancorada na impulsão do consumo, público e privado, bancada pelo emprego de instrumentos inadequados e intervencionistas, especialmente renúncias tributárias e crédito oficial subsidiado, sacrificando as finanças públicas e o equilíbrio da conta corrente do balanço de pagamentos. É interessante notar que foram absolutamente ignoradas as lições da experiência histórica de administração econômica, que demonstram, para tais casos, que plantios de sementes não recomendadas, ou marchas contra a corrente, resultam, invariavelmente, em colheitas frustrantes, como a verificada, por exemplo, no período 1979-1983, caracterizado por choque do petróleo, dos juros e do endividamento externo. O pior é que o buraco foi aprofundado em 2015, com os efeitos das investigações da operação Lava Jato e da fracassada terceirização do governo, promovida pela presidente Dilma. Essencialmente a mandatária confiou as tarefas de estabilização macroeconômica, ancorada no ajuste fiscal, choque de juros e rearranjo da estrutura de preços relativos, ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e de articulação com um Congresso avesso aos anseios sociais e em clima de desidratação da base aliada, ao vice-presidente da República, Michel Temer. Nesse sentido, a piora recessiva de 2015 advém da mistura entre as inconsistências e insuficiências da programação econômica, das barreiras impostas pelo legislativo à aprovação de ingredientes mais robustos para a concretização de qualquer proposta séria de esforço fiscal, e da multiplicação de iniciativas contraditórias do executivo que, sinaliza, ao mesmo tempo, incapacidade de reconhecer a dimensão dos destroços, discernir as alternativas de consertos e organizar uma estratégia de retomada do crescimento em médio e longo prazo, apoiada em encorpado projeto de reformas institucionais capaz de restringir a continuidade do desproporcional avanço do Estado. O aceite passivo da oportunista e conservadora Agenda Brasil, um ajuntamento de velhas ideias em tramitação, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, demonstra a precária capacidade governamental em lidar com o momento crítico. Daí a vertiginosa queda de popularidade e credibilidade, em intensidade jamais vista na história da nação.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 2
DO PLENO EMPREGO AO DESEMPREGO Gilmar Mendes Lourenço
As estatísticas e indicadores do mercado de trabalho brasileiro vem revelando rápida e acentuada deterioração das variáveis emprego e salários, em resposta à combinação entre a implementação de uma política macroeconômica extremamente conservadora, pelo Ministério da Fazenda e o Banco Central, e o definhamento da confiança dos agentes sociais no futuro do País, associado à constatação de estelionato eleitoral, praticado em 2014, e das progressivas demonstrações de fraqueza, desarticulação e desmoralização, emitidas pelas autoridades do executivo e do legislativo. É curioso notar que, em pouco mais de meio ano, a nação abandonou a condição de pleno emprego do fator trabalho, ou do apagão de mão de obra, ao menos no marketing subjacente às mensagens da campanha à reeleição do ano passado, e assumiu a situação de progressiva ascensão da desocupação e queda do rendimento real do contingente ocupado, sem incluir os regimes de férias coletivas e lay-offs, adotados pelas empresas. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 3.500 municípios, a taxa de desemprego saltou de 6,8% da população economicamente ativa (PEA), entre abril e junho de 2014, para 8,3% da PEA, no segundo trimestre de 2015, a maior da série histórica iniciada em 2012. Já a remuneração média real habitual subiu 1,4%, em igual intervalo, passando de R$ 1.855,0 para R$ 1.882,0, mas caiu -0,5% em relação ao primeiro trimestre de 2015 (R$ 1.892,0). De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), igualmente do IBGE, aplicada em seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre), a desocupação alcançou 7,5% da população economicamente ativa (PEA), em julho de 2015, contra 6,9% da PEA, em junho, e 4,9% da PEA, em julho de 2014. Enquanto isso, o rendimento médio real caiu -2,4%, em julho de 2015, em comparação com o mesmo mês de 2014, passando de R$ 2.224,0 para R$ 2.171,0. Já no chão de fábrica, o panorama não tem se mostrado menos dramático. A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), também do IBGE, apontou decréscimo do emprego e das horas trabalhadas na indústria de -5,2% e -5,8%, respectivamente, no primeiro semestre de 2015, praticamente igualando o desempenho contabilizado em 2009, tempos dos efeitos da crise financeira internacional no ambiente doméstico. Dois aspectos ressaltam das inferências dessa investigação do IBGE. O
Os 18 ramos industriais
primeiro deles é que os 18 ramos industriais acompanhados exibiram
acompanhados pelo IBGE
declínio nos patamares de ocupação de mão de obra. O segundo ponto
exibiram declínio nos patamares de ocupação de mão de obra.
repousa na queda de -1,0% do salário médio real do trabalhador, o primeiro resultado negativo apurado desde 2003 (-3,6%), quando, o presidente Lula, abandonou a proposta petista, exposta na campanha de 2002, e intensificou a estratégia ortodoxa levada a cabo entre 1999 e 2002 e batizada de herança maldita.
Por último, mas não menos importante, as estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontaram fechamento líquido de 158 mil postos de trabalho com carteira assinada, em julho de 2015, sendo a pior performance para o mês desde 1992, quando a população clamava pelo impeachment do presidente Fernando Collor.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 1
Entre janeiro e julho de 2015 foram eliminados mais de 494 mil vagas, a pior marca desde 2002, época do chamado risco Lula, vinculado à possibilidade de vitória eleitoral de uma plataforma supostamente intervencionista. O maior volume de desligamentos aconteceu na indústria de transformação (-227 mil postos), comércio (-214 mil) e construção civil (-155 mil). Porém, até o setor de serviços, termômetro da evolução da renda e do nível de ocupação, demitiu quase 12 mil pessoas. Não se trata, como querem fazer transparecer as autoridades, de uma instabilidade setorial, culpa da combinação entre pessimismo, intolerância e contágio da instabilidade global, que permanece presente nas mentes palacianas, apesar do incremento superior a 3% ao ano do comércio mundial, no triênio 2013-2015. É prudente entender que em economia não existe milagre, que representa, essencialmente, efeito sem causa. Logo, a fragilização da dinâmica de ocupações no Brasil pode ser explicada de um jeito extremamente simples, sem mistérios, ainda que perverso. Mais precisamente, a contínua retração do consumo das famílias, dos investimentos públicos e privados, dos dispêndios correntes do governo, das exportações e das importações, plantada desde 2011, com o advento do improviso no espetáculo da gestão econômica, estaria na raiz do naufrágio dos níveis de emprego e de renda do trabalho, delineada no País, a partir do segundo trimestre de 2014, e magnificada pelos impasses políticos.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 2
OS ECONOMISTAS E O BICO DO CORVO Gilmar Mendes Lourenço
A comemoração dos sessenta e quatro anos de regulamentação da profissão do Economista, em treze de agosto de 2015, chamado de “o dia do Economista”, coincide com o estágio recessivo mais intenso registrado pelo Brasil desde 1990, quando o então presidente Collor promoveu o bloqueio de mais de 80% dos ativos financeiros, conhecido dramática e popularmente como o “confisco da poupança”, como justificativa para a destruição, sem êxito, da hiperinflação. Atualmente, gerido por uma economista de carteirinha, o País assiste a reprise do filme intitulado “estagflação”, cujo roteiro é baseado na convivência perversa entre inflação alta e ascendente e forte retração na produção, nos negócios, nos níveis de emprego e na massa salarial. O Brasil deve fechar o ano contabilizando queda superior a -2% do produto interno bruto (PIB) e inflação acima de 9%. A nação está rigorosamente no “bico do corvo”. É pior dos mundos, agravado pela percepção social acerca do desaparecimento de lideranças competentes e éticas e da ausência de alternativas partidárias. Infelizmente, Ulisses Guimarães, Teotônio Vilela, Tancredo Neves, Franco Montoro, Mário Covas, Miguel Arraes, José Richa, dentre outros autênticos expoentes da política nacional, não mais podem organizar e integrar as costuras institucionais. Sem dúvida, a superação desse embaraço exigirá a negociação coletiva de uma agenda programática de transformação, capaz de relocar a formulação e execução das reformas estruturais no elenco de prioridades à retomada sustentada do crescimento e rechaçar o emprego de meros curativos em feridas expostas, expressos na enganosa proposta de ajuste fiscal, do Ministério da Fazenda, e na oportunista pauta, recentemente oferecida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, novo ídolo da presidente da República, adicionada do regresso, à mesa de negociações, de Sarney e de Lula, que, segundo consistentes diagnósticos, seriam os verdadeiros artífices da tragédia atual. Em entrevista concedida ao jornalista Kennedy Alencar, levada ao ar na quarta feira (12.08) à noite, no jornal do SBT, a presidente Dilma demonstrou, de um lado, cega aposta no êxito do “acordão do andar de cima”, propiciado pela reaproximação do executivo com a fração conservadora do legislativo, e, de outro, completa confusão a respeito do cenário econômico, associando-o ainda a uma suposta crise internacional, produzida pela queda das cotações globais das commodities. Por certo, o Economista será peça chave na restauração dos
O Economista será peça
pilares para um novo e duradouro ciclo de expansão. Dotado de
chave na restauração dos pilares
retaguarda matemática e social, este agente carrega inúmeras
para um novo e duradouro ciclo de expansão.
habilidades para o exercício de tomadas de complexas decisões voltadas ao equacionamento de problemas em realidades em contínua mutação.
Sua função básica é elaborar estudos de viabilidade ou, mais precisamente, calcular, antecipadamente, as possibilidades de êxito de um projeto específico ou de toda a política econômica de um país. Seu trabalho consiste em estudar e planejar minuciosamente para que os negócios deem certo e/ou alcancem os melhores resultados, mesmo quando os recursos são escassos, aliás, principalmente nesses casos, dado que a economia é também conhecida como a “ciência da escassez”.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 1
Por conseguinte, sua contribuição social repousa na preparação do terreno para a diminuição dos riscos e o aumento das chances, apontando para as pessoas, empresas e instituições os melhores caminhos para o alcance do sucesso em seus empreendimentos. Parabéns a todos os meus colegas, englobando profissionais de mercado, professores, pesquisadores e, sobretudo, estudantes, os verdadeiros diamantes a serem lapidados. Merecem cumprimentos especiais os encarregados pela condução dos cursos de Ciências Econômicas no Estado do Paraná, e os economistas Sérgio Hardy e Juarez Trevisan, que, com o apoio de suas excelentes equipes, conduzem, com extrema competência, transparência e ética, os destinos do CORECON-PR e do SINDECON-PR, respectivamente.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 2
DECIFRANDO OS SINAIS DE 16 DE AGOSTO DE 2015 Gilmar Mendes Lourenço
As manifestações populares, ocorridas em diversas cidades brasileiras, incluindo municípios das capitais, do interior e do litoral, em 16 de agosto de 2015 - exatamente vinte e três anos depois da movimentação do fora Collor organizada por grupos emanados das redes sociais, contra o ex-presidente Lula, a presidente Dilma e o Partido dos Trabalhadores (PT), e a favor do impeachment da mandatária do País e dos rigorosos inquéritos da Lava Jato, englobou menor contingente de pessoas do que o contabilizado nos protestos de março e maior do que o constatado em abril deste ano. É importante reter que o volume de massa popular envolvida foi arregimentado de maneira praticamente espontânea, ao contrário, por exemplo, da “marcha das margaridas”, realizada em Brasília, em 12 de agosto, sob o patrocínio do governo federal, e do apoio ao Instituto Lula, em São Paulo, expresso também em 16 de agosto, a partir de iniciativa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de entidades sindicais ligadas ao executivo.
O núcleo dos
O núcleo dos ecos das ruas, extirpando algumas incursões inconstitucionais, como o retorno dos militares, repousa na fadiga da sociedade com a administração
ecos das ruas
mais impopular da história republicana, responsável pela construção, em pouco
repousa na fadiga
mais de quatro anos, da recessão mais profunda prolongada desde o ano de 1992,
da sociedade com a
marcado pelo impedimento e a renúncia do presidente Collor, e incapaz de
administração mais
estabelecer articulações políticas para ensejar reparos conjunturais e negociações
impopular da história republicana.
maduras de reformas estruturais requeridas à recuperação do ânimo e da pegada dos agentes econômicos. O senador governista Romero Jucá, teria afirmado “ou o governo muda ou o povo muda o governo”.
Em não sendo isso feito, sobrou espaço para conspirações feitas no “andar de cima”, bastante tradicionais por aqui, protagonizadas e capitaneadas por Lula e o presidente do Congresso, Renan Calheiros, no afã de desarmar um possível impeachment, caracterizadas pelo fornecimento, à presidente Dilma, da Agenda Brasil, que abarca, dentre outras coisas, propostas que tramitam por pelo menos duas décadas nas duas casas de leis, e que foram abruptamente recolocadas à mesa de discussões, mais uma vez, como uma espécie de tábua de salvação de um governo carente de legitimidade, e que ratificam a incompetência, especialmente do staff econômico em “descobrir a pólvora”, por meio do ajuste fiscal e do controle da inflação. Mais precisamente, as chances de trânsito livre para a confecção de um acordão conservador surgiram com a sucessão de ocorrências propícias à obtenção de um fôlego adicional pela gerente Dilma. De fato, brotou a suspeita de que o senador Renan não integraria a próxima lista de políticos a serem investigados na operação Lava Jato e a decisão do Supremo Tribunal Federal (TSF) acerca da necessidade de apreciação das contas dos governos, de forma conjunta pela Câmara dos Deputados e pelo Senado da República. Houve ainda o alargamento do prazo de avaliação das pedaladas fiscais do executivo federal, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a preocupação exposta por entidades empresariais e alguns meios de comunicação com a preservação das instituições, e o rebaixamento da nota de crédito brasileira pela agência Moody´s, mas com manutenção da tendência estável.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 1
Para aqueles que enxergam golpismo em qualquer observação que venha a ferir os brios dos ocupantes do Palácio do Planalto desde 2003, convém lembrar que a Carta Constitucional da nação, promulgada em 1988, assegura a legalidade do pleito que conferiu a reeleição da senhora chefe de estado, em 2014. O que ela perdeu, por seus próprios erros e omissões, foi a legitimidade. Essencialmente, virando as costas para a população, a presidente implementou ações absolutamente discrepantes das propostas de campanha, apresentadas no segundo semestre de 2014, evento apontado recentemente pela insuspeita Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 2
Panorama Econômico – Agosto/2015 Carlos Ilton Cleto Comércio Internacional Balança Comercial Mensal (Agosto/2015) – MDIC Fato Em agosto de 2015, a Balança Comercial fechou com superávit de US$ 2,69 bilhões, resultado de exportações de US$ 15,49 bilhões e importações de US$ 12,80 bilhões. A corrente do comércio atingiu US$ 28,28 bilhões, no mês e US$ 249,40 bilhões, no ano. O superávit comercial acumulado no ano é de US$ 7,30 bilhões.
FONTE: MDIC
Causa Utilizando o critério da média diária, com relação ao mês anterior, as exportações apresentaram recuo de 8,5%, e as importações caíram 13,2%. Pelo mesmo critério, na comparação com agosto de 2014, houve queda de 24,3% nas exportações e 33,7% nas importações. No acumulado no ano, às exportações diminuíram 16,7% sobre igual período de 2014, e as importações, recuaram 21,3%. A corrente do comércio diminuiu 19,0%. Em agosto de 2015, na comparação com igual mês do ano anterior, as exportações de produtos básicos recuaram 25,3%, a de produtos manufaturados, 24,8% e a de semimanufaturados, 15,3%. Em termos de países, os cinco principais compradores foram: China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Japão. Pelo lado das importações, houve recuo de 64,9% em combustíveis e lubrificantes, 32,8% em matérias primas e intermediários, 21,9% em bens de consumo e 21,5% em bens de capital. Os cinco principais fornecedores para o Brasil foram: China, Estados Unidos, Alemanha, Argentina, e Espanha. Na comparação dos valores acumulados no ano, frente a igual período do ano anterior, houve retração de 22,2%, nas exportações de produtos básicos, queda de 11,5% nos manufaturados e 7,2% nos semimanufaturados. Pelo lado das importações, ocorreu queda de 43,6% nos combustíveis e lubrificantes, 17,8%, matérias primas e intermediários, 15,8% nos bens de capital, e 14,6%, nas compras de bens de consumo. Consequências O crescimento do saldo comercial tem sido condicionado por uma queda mais intensa nas importações do que nas exportações. O que se por um lado aumenta a disponibilidade interna de divisas, ainda que com pouca intensidade, por outro ainda não favorece o setor produtivo nacional, tendo em vista o recuo nas exportações.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 1
Atividade PIB – Indicadores de Volume e Valores Correntes (2o Trimestre 2015) - IBGE Fato O Produto Interno Bruto - PIB a preços de mercado caiu 1,9% no segundo trimestre de 2015, frente ao primeiro trimestre, chegando a R$ 1,43 trilhão. Com relação ao segundo trimestre de 2014, houve recuo de 2,6%, no acumulado dos últimos quatro trimestres, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores a queda foi de 1,2% e no acumulado em 2015, frente ao acumulado em 2014 ocorreu retração de 2,1%.
PIB pm - Volume Trim. (1995=100) 220 200 180 160 140 120 100
1º T 1 4º 99 T 6 1 3º 99 T 6 1 2º 99 T 7 1 1º 99 T 8 1 4º 99 T 9 1 3º 99 T 9 2 2º 00 T 0 2 1º 00 T 1 2 4º 00 T 2 2 3º 00 T 2 2 2º 00 T 3 2 1º 00 T 4 2 4º 00 T 5 2 3º 00 T 5 2 2º 00 T 6 2 1º 00 T 7 2 4º 00 T 8 2 3º 00 T 8 2 2º 00 T 9 2 1º 01 T 0 2 4º 01 T 1 2 3º 01 T 1 2 2º 01 T 2 2 1º 01 T 3 2 4º 01 T 4 20 14
80
FONTE: IBGE - Índice Série encadeada do índice de volume trimestral com ajuste sazonal (Base: média 1995 = 100) (Número índice)
Causa Dentre os componentes da oferta, no segundo trimestre, frente ao trimestre imediatamente anterior, a Indústria teve variação negativa de 4,3%. Agropecuária e Serviços recuaram 2,7% e 0,7%, respectivamente. Pelo lado da demanda, o resultado negativo foi decorrente principalmente da queda na Formação Bruta de Capital Fixo, 8,1%, seguido pelo recuo na Despesa de Consumo das Famílias, 2,1%. Estes foram parcialmente compensados pela Despesa de Consumo do Governo com crescimento de 0,7%. No setor externo as Exportações de Bens e Serviços tiveram crescimento de 3,4% e as Importações recuaram 8,8%. No confronto com o segundo trimestre de 2014, a Agropecuária apresentou avanço de 1,8%, entre os produtos que registraram desempenho favorável destacaram-se: soja, milho, arroz, mandioca e cana de açúcar. Por outro lado, café e feijão tiveram variações negativas. A Indústria recuou 5,2%, influenciada de forma negativa, principalmente pela Indústria de Transformação. O setor de Serviços registrou queda de 1,4%, no qual tiveram maior evidência Comércio e Transporte, Armazenagem e Correio. Pelo lado da demanda, também na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a Formação Bruta de Capital teve a maior queda 11,9%, a Despesa de Consumo das Famílias recuou 2,7%, e a Despesa de Consumo da Administração Pública, registrou retração de 1,1%. Pela demanda externa, as Exportações de Bens e Serviços registraram elevação de 7,5%, e as Importações recuo de 11,7%. A taxa de investimento, frente a igual período do ano anterior caiu 1,7 p.p., chegando a 17,8%, enquanto a taxa de poupança recuou 1,6 p.p. fechando em 14,4%. Consequências O resultado do PIB do segundo trimestre reflete o desaquecimento da atividade econômica, não existindo expectativas de recuperação mais intensa ao longo do ano, devendo o resultado final apresentar retração.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 2
Atividade Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil (Junho/2014) Fato Em junho, a Produção Industrial recuou 0,3% frente a maio. Na comparação com junho de 2014, a queda foi de 3,2%, décima sexta taxa negativa consecutiva, mas menos acentuada do que as observadas em abril, 7,9% e maio, 8,9%. Considerando o acumulado em doze meses, a variação foi negativa de 5,0%, menos intensa do que a observada em maio último. Produção Indus trial BRASIL
150 140 130 120 110 100 90 80 jan 2009
f ev
mar 2010
abr
mai 2011
jun 2012
jul
ago
set
2013
out 2014
nov
dez
2015
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: média de 2002 = 100)
Causa Frente ao mês imediatamente anterior, considerando a classificação por categorias de uso os recuos mais intensos foram na produção de bens de consumo duráveis 10,7% e bens de capital, 3,3%, influenciadas pela menor produção de automóveis e eletrodomésticos na primeira e de caminhões na segunda. Os bens intermediários retrocederam 0,2%. Por outro lado os bens de consumo semi e não duráveis, avançou 1,7%. Na comparação com junho de 2014, os bens de capital apresentaram a retração mais elevada, 17,2%, seguido do segmento de bens de consumo duráveis 2,4%. Os bens de consumo semi e não duráveis e os bens intermediários tiveram queda de 2,4% e 1,7%, respectivamente. No acumulado do ano ficou confirmada a perda de dinamismo do setor de bens de capital, com retração de 20,0%, pressionado pela menor produção de equipamentos de transporte. Os de bens de consumo duráveis recuaram 14,6% principalmente em decorrência da menor produção de automóveis. Os e bens de consumo semi e não duráveis, diminuíram a produção em 6,7% e os bens intermediários 3,1%. Consequência O segmento industrial segue apresentando resultados negativos decorrentes do desaquecimento econômico interno e da crise na internacional. Para 2015 não existe expectativa de recuperação.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 3
Atividade Pesquisa Industrial - Regional – Brasil (Junho/2015) - IBGE Fato Em junho, frente a maio, a Produção Industrial recuou em sete dos quatorze locais pesquisados. Na comparação com junho de 2014 foi registrada queda em sete dos quinze locais e no acumulado nos primeiros seis meses do ano a retração ocorreu em doze locais. No Paraná, houve expansão de 0,8% frente ao mês anterior, terceira taxa positiva consecutiva nesta comparação. No confronto com igual mês do ano anterior houve crescimento de 6,0%, interrompendo cinco meses consecutivos de taxas negativas. No acumulado em seis meses houve retração 6,5%, frente a igual período do ano anterior. Produção Indus trial BRASIL
150 140 130 120 110 100 90 80 jan
f ev
mar
2009
abr
mai
2010
jun
2011
jul
2012
ago
set
2013
out 2014
nov
dez
2015
Produção Industrial PARANÁ
130 120 110 100 90 80 70 60 50 jan
f ev
mar 2009
abr 2010
mai
jun 2011
jul 2012
ago
set 2013
out 2014
nov
dez 2015
FONTE: IBGE - Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: média de 2002 = 100)
Causa Na passagem de maio para junho, as maiores retrações foram registradas no Rio Grande do Sul, Região Nordeste, Amazonas, Santa Catarina e São Paulo. As áreas que tiveram maior avanço na produção foram: Pará, Ceará e Bahia.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 4
Nos primeiros seis meses do ano os maiores recuos ocorreram no Amazonas, Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Ceará, Minas Gerais e Paraná. Por outro lado os locais que tiveram avanço foram Espírito Santo e Pará. No Estado do Paraná, comparativamente a junho de 2014, nove das treze atividades pesquisadas apresentaram variações positivas, com destaque para produtos alimentícios, veículos automotores, reboques e carrocerias, celulose, papel e produtos de papel, produtos de borracha e material plástico, e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos. No Estado, nos primeiros seis meses do ano, houve retração em seis dos treze setores. Os destaques negativos foram: veículos automotores, coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, e de produtos de minerais não-metálicos. O destaque positivo mais significativo foi celulose, papel e produtos de papel. Consequência De maneira semelhante ao que aconteceu em âmbito nacional, a produção paranaense segue com desempenho muito fraco, o que não deve apresentar modificação até o final do ano, apesar da relativa recuperação nos últimos meses. Atividade Pesquisa Mensal de Emprego (Julho/2015) – IBGE Fato A Taxa de Desocupação em julho cresceu 0,6 p.p. frente a junho e 2,6 p.p. frente a julho de 2015, atingindo 7,5%. O Rendimento Real Habitual chegou a R$ 2.170,70, com crescimento de 0,3% na comparação com o mês anterior e queda de 2,4% no confronto com julho de 2015. A Massa de Rendimento Médio Real Habitual dos Ocupados, R$ 49,9 bilhões, ficou estável no mês e caiu 3,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 Janeiro
Fevereiro
Março 2010
Abril
Maio 2011
Junho 2012
Julho
Agosto 2013
Setembro 2014
Outubro
Novembro Dezembro
2015
FONTE: IBGE
Causa Regionalmente, no mês, a Taxa de Desocupação aumentou de 7,2% para 7,9% na Região Metropolitana de São Paulo. Na comparação com junho de 2014, a taxa de desocupação cresceu em todas as regiões: Salvador, 3,4 p.p., São Paulo, 3,0 p.p., Recife, 2,6 p.p., Rio de Janeiro, 2,1 p.p., Belo Horizonte, 1,9 p.p. e Porto Alegre, 1,6 p.p. Consequência O desaquecimento da atividade econômica segue manifestando seus efeitos sobre o nível de desemprego. Para os próximos períodos a tendência é de continuidade nesta trajetória.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 5
Atividade PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Trimestre –-abr-mai-jun. de 2015) – IBGE. Fato A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio apontou, para o 2° trimestre de 2015, taxa de desocupação de 8,3%, a maior taxa da série histórica iniciada em 2012, com crescimento de 0,4 p.p. frente ao primeiro trimestre do ano e expansão de 1,5 p.p. na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O rendimento médio real habitualmente recebido foi de R$ 1.882,00 com queda de 0,5% frente ao primeiro trimestre de 2015 e crescimento de 1,4% ma comparação com o 2° trimestre de 2014. Causa No trimestre havia 8,4 milhões de pessoas desocupadas, crescendo 5,3% frente ao trimestre imediatamente anterior e aumentou 23,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O número de pessoas ocupadas foi estimado em 92,2 milhões, ficando estável em ambas as comparações. No 2° trimestre de 2015, 78,1% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, também estável nas duas comparações. 8,5
8,0
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
2013
2014
ez em br o D
N
ov em
br o
br o ut u O
br o Se te m
go st o A
Ju lh o
ho Ju n
M ai o
br il A
M ar ço
Fe ve re iro
Ja ne iro
5,0
2015
Consequência O desemprego segue em alta, reflexo do desaquecimento da atividade econômica. A expectativa para os próximos meses é de continuidade no crescimento desta taxa. Atividade Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (Julho/2015) – IBGE Fato Em julho, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA, a safra de 2015 foi estimada em 209,0 milhões de toneladas, 1,3% maior do que o estimado em junho, e 8,1% acima da realizada no ano passado. Causa As culturas: arroz, milho, e soja, respondem por 86,3% da área plantada e 92,2% do total produzido. Com relação à área plantada o arroz registrou redução de 2,6%, soja e milho tiveram avanço de 5,8% e 1,1%, respectivamente. Na produção foram registrados aumentos de 4,4% para o arroz, 11,9% para a soja e de 5,2% para o milho.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 6
Na comparação com a produção de 2014, quinze dos vinte e seis produtos selecionados tiveram variação positiva em relação à safra do ano anterior, com destaque para as culturas do amendoim em casca 1ª e 2ª safras, arroz em casca, aveia em grão, batata-inglesa 2ª safra, café em grão – arábica, cana-de-açúcar, cebola, cevada em grão, laranja, mamona em baga, mandioca, milho em grão 2ª safra, soja em grão e trigo em grão. Por outro lado, algodão herbáceo em caroço, batata-inglesa 1ª e 3ª safras, cacau em amêndoa, café em grão – canephora, feijão em grão 1ª, 2a e 3ª safras, milho em grão 1ª safra, sorgo em grão e triticale em grão, deverão apresentar recuo. Regionalmente, a expectativa de crescimento em relação ao ano anterior ficou da seguinte forma: CentroOeste, 5,5%, Sul, %, 10,1%, Sudeste, 4,5%, Nordeste, 13,1% e Região Norte, 18,7%. Em termos de percentuais da produção total a distribuição se dará da seguinte forma: Centro Oeste, 41,9%, Sudeste, 9%, Nordeste, 8,5%, Norte, 3,4% e Sul, 37,3%. Nessa avaliação o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com participação de 24,7%, seguido pelo Paraná, 18,2% e Rio Grande do Sul, 15,9%, somados estes três Estados, representam 58,8% do total nacional previsto. Consequência A safra de 2015 deverá surpreender positivamente, estando esta expectativa condicionada ao regime de chuvas e ao clima nas principais regiões produtoras do país. Atividade Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário - PIMES (Junho/2015) – IBGE Fato A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do mês de junho apresentou as seguintes informações: BRASIL
JUN-14 / MAI-14
JUN-14 /JUN-13
Acumulado no Ano
Acumulado em 12 meses
Pessoal Ocupado Assalariado
-1,0%
-6,3%
-5,2%
-4,6%
Nº de Horas Pagas
-0,6%
-6,3%
-5,8%
-5,3%
Folha de Pagamento Real
1,3%
-7,1%
-6,1%
-4,7%
Pessoal ocupado assalariado 110 105 100 95 90 85 Jan
Fev
Mar 2009
Abr 2010
Mai
Jun
2011
Jul 2012
Ago 2013
Set
Out 2014
Nov
Dez
2015
FONTE: IBGE Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (Base: janeiro de 2001 = 100)
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 7
Causa Na comparação com igual mês do ano passado, no indicador de Pessoal Ocupado Assalariado por ramo de atividade, todos os dezoito segmentos reduziram o pessoal ocupado, as maiores variações negativas foram em meios de transporte, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, produtos de metal, máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas, vestuário, outros produtos da indústria de transformação, calçados e couro, borracha e plástico, metalurgia básica, papel e gráfica, minerais não-metálicos, produtos têxteis e indústrias extrativas. Quanto ao Número de Horas Pagas, também na comparação com o mesmo mês do ano anterior, no corte setorial, dezessete ramos apresentaram redução. Os maiores recuos vieram de meios de transporte, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, produtos de metal, máquinas e equipamentos, outros produtos da indústria de transformação, alimentos e bebidas, borracha e plástico, vestuário, calçados e couro, metalurgia básica, papel e gráfica, refino de petróleo e produção de álcool e minerais não-metálicos. O único aumento foi em produtos químicos. Comparativamente a junho de 2014, a Folha de Pagamento Real, registrou recuo em quinze dos dezoito setores investigados, registraram queda: meios de transporte, alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, metalurgia básica, borracha e plástico, produtos de metal, produtos químicos, outros produtos da indústria de transformação, calçados e couro, minerais não metálicos e produtos têxteis. Já os segmentos de indústrias extrativas e refino de petróleo e produção de álcool exerceram os principais impactos positivos na média global. Consequência A PIMES vem apresentando forte recuo, decorrente do desaquecimento econômico. Para os próximos períodos, não se espera recuperação significativa. Atividade Sondagem da Indústria (Agosto/2015) – FGV Fato Na passagem de julho para agosto, o Índice de Confiança da Indústria, recuou 1,6%, passando de 69,1 para 68,0 pontos, o menor nível da série histórica. Com relação ao mês anterior o Índice da Situação Atual caiu de 70,3 para 69,2 pontos. O Índice de Expectativas registrou recuo de 1,6%, atingindo 66,8 pontos. A utilização da capacidade instalada registrou queda de 0,5 p.p. ao passar de 78,2% para 77,7%, o menor nível desde outubro de 1993. 115,0 105,0 95,0
Índice de Confiança
Índice da Situação Atual
ago/15
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
85,0 75,0 65,0
Índice de Expectativas
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 8
90,0 84,2
85,0
84,6
84,3
84,4
84,3
83,2
83,0
82,7
82,0
78,2
80,4
79,0
80,0
77,7
75,0
ago/15
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
70,0
Nível de Utilização da Capacidade Instalada - NUCI
FONTE: FGV
Causa No índice pertinente a situação atual – ISA, a percepção com relação ao nível dos estoques piorou, com as empresas que o consideram como excessivo aumentando 2,6 p.p., chegando a 21,3%, e a dos que o consideram como insuficientes crescendo em menor proporção 0,2 p.p., fechando 1,7% do total. No que tange ao Índice das Expectativas - IE, o percentual de empresas que prevêem melhora na situação dos negócios diminuindo 4,1 p.p., atingindo 12,3% e a das que esperam por piora aumentando 3,0 p.p. chegando a 40,1%. Consequências O ICI sinaliza que a indústria não tem conseguido recuperar o crescimento, se mantendo em patamar baixo e com poucas sinalizações de melhora. Atividade Sondagem de Serviços (Agosto/2015) – FGV Fato O Índice de Confiança de Serviços - ICS recuou 4,7% entre julho e agosto, passando de 78,4 para 74,7 pontos, chegando ao menor patamar da série histórica. O Índice da Situação Atual – ISA caiu 9,6%, atingindo 53,7 pontos, após avançar 4,8% no mês anterior. O Índice de Expectativas - IE reduziu-se 1,7% atingindo 95,7 pontos. 150,0 130,0 110,0 90,0 70,0 50,0
ago/15
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
Índice da Situação Atual
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
Índice de Confiança
Índice de Expectativas
FONTE: FGV
Causa No ISA, o indicador que avalia a situação atual dos negócios foi a que mais contribuiu para a piora entre julho e agosto, ao cair 11,6%. A proporção das empresas que avaliam a situação dos negócios como boa diminuiu 0,9 p.p. chegando a 8,6% de respostas e a proporção que julgam a situação dos negócios como ruim aumentou 6,3 p.p., chegando a 53,8%. Nas expectativas, houve redução de 2,2% nas empresas que prevêem uma demanda maior, nos três meses seguintes.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 9
Consequência Os índices de expectativas continuam captando os efeitos do desaquecimento econômico. Para os próximos períodos, a expectativa é de continuidade na queda. Atividade ICC – Índice de Confiança do Consumidor (Agosto/2015) – FGV Fato Entre os meses de julho e agosto, o ICC apresentou recuo de 1,7%, passando de 82,0 para 80,6 pontos, o menor nível da série histórica pelo segundo mês consecutivo. O índice da Situação Atual avançou 0,3%, ao passar de 71,2 para 71,4 pontos, o Índice das Expectativas diminuiu 0,9%, variando de 86,5 para 85,7 pontos. 130,0
120,0
110,0
100,0
90,0
80,0
70,0
ago/15
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
Índice da Situação Atual
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
Índice de Confiança
Índice de Expectativas
FONTE: FGV
Causa Com referência a situação presente, no indicador que mede a satisfação com a situação econômica local recuou 0,9% em agosto. A proporção de consumidores que avaliam a situação financeira da família como boa, avançou 0,6 p.p., e a dos que a consideram ruim, cresceu em maior proporção 1,4 p.p. No que tange ao futuro, houve redução de 1,8 p.p. na proporção de informantes que prevêem melhora nos próximos seis meses, e avanço de 1,5 p.p. na parcela dos que projetam piora. Consequência Reflexo do crescimento dos preços e da taxa de desemprego, a confiança do consumidor segue em queda, demonstrando que a percepção com relação à recuperação da economia segue em baixa. Atividade ICom - Sondagem do Comércio (Julho/2015) – FGV Fato O Índice de Confiança do Comércio - ICom reduziu 4,1% na comparação entre julho e agosto, passando de 89,8 para 86,1 pontos, quarta queda consecutiva, atingindo o menor nível da série histórica iniciada em marco de 2010. Nesta comparação, o Índice a Situação Atual – ISA teve a queda de 12,1% atingindo 56,5 pontos, também o menor nível da série histórica. O Índice de Expectativas - IE avançou 0,4%, atingindo 115,7 pontos, sucedendo quedas de 1,0% em junho e 4,6% em julho.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 10
175,0 155,0 135,0 115,0 95,0 75,0 55,0
ago/15
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
Índice da Situação Atual
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
Índice de Confiança
Índice de Expectativas
FONTE: FGV
Causa No ISA, destacou-se a avaliação menos favorável sobre o nível atual da demanda, com recuo de 12,1%. Nas expectativas o indicador foi totalmente influenciado pela evolução que mede o grau de otimismo em relação à evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes, que avançou 1,8% em relação ao mês anterior. Consequência A queda no índice confirma desaceleração da atividade do setor Comércio e a esperada recuperação tem demorado a apresentar resultados mais intensos. O avanço nas expectativas é insuficiente para sinalizar uma inversão na tendência de queda. Atividade Pesquisa Mensal do Comércio (Junho/2015) – IBGE Fato No mês de junho, o volume de vendas do comércio varejista, com ajuste sazonal, caiu 0,4% em relação a maio. Nesta análise a receita nominal avançou 0,8%. Nas demais comparações, sem ajustamento, os recuos no volume de vendas foram de 2,7% sobre junho de 2014, 2,2% no acumulado do ano e de 0,8% no acumulado dos últimos doze meses. A receita nominal obteve taxas positivas de 4,6% com relação à igual mês de 2014, 4,2% no acumulado no ano e 5,5% no acumulado em doze meses. No comércio varejista ampliado, os recuos para o volume de vendas foram: 0,8% no mês, 3,5% frente ao mesmo mês do ano anterior, 6,4% no acumulado em 2015 e 4,8% no acumulado em doze meses. Para a receita nominal, houve avanço de 0,2% frente a maio, 3,1% frente a junho de 2014 e 1,0% no acumulado em doze meses. No acumulado do ano ocorreu redução de 0,4%. 170 150 130
110 90 70 50
jan
fev 2013
mar
abr
mai 2010
jun
jul
ago
set
2014
out
nov
dez
2015
FONTE: IBGE Índice de volume de vendas no comércio varejista (Número índice) Índice base fixa (2003=100) Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 11
Causa No confronto com junho de 2014, cinco das oito atividades tiveram variação negativa: 13,6% para Móveis e eletrodomésticos, 2,7% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 4,6% Tecidos, vestuário e calçados, 1,0% para Combustíveis e lubrificantes e 5,9% para Livros, jornais, revistas e papelaria. Por outro lado, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, Outros artigos de uso pessoal e doméstico, e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, registraram avanço de 6,2%, 1,6% e 7,9%, respectivamente. Considerando o comércio varejista ampliado, Veículos, motos, partes e peças caiu 6,4% e Material de Construção avançou 1,1%. Consequência O fraco desempenho do comércio varejista está sendo condicionado pelo desaquecimento da atividade econômica e pela inflação, levando a uma pior expectativa por parte dos consumidores. O recuo também sofre os efeitos do menor ritmo do crescimento do crédito e do comprometimento da renda das famílias. Para o restante do ano, não é esperada recuperação mais intensa. Atividade Pesquisa Mensal de Serviços (Junho/2015) – IBGE Fato No mês de junho frente a igual mês do ano anterior, a receita nominal dos serviços cresceu 2,1%, a menor taxa para o mês desde 2012. No acumulado do ano a taxa de crescimento ficou em 2,3% e no acumulado em doze meses, 3,5%. 170
150
130
110 90
70
50 jan
fev 2012
m ar
abr
m ai 2013
jun
jul
ago
set
out
2014
nov
dez
2015
FONTE: IBGE Índices de volume e de receita nominal de vendas no comércio varejista por tipos de índice (2003 = 100)
Causa No confronto com junho de 2014, o maior crescimento veio de Serviços Prestados às Famílias, 11,2%, seguido de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares, 5,9%, Transportes, Serviços Auxiliares dos Transportes e Correio, 4,4% e Outros Serviços, 0,4%. Os Serviços de Informação e Comunicação tiveram queda de 1,7% e os Serviços Prestados às Famílias, não apresentaram variação significativa. Consequência O fraco desempenho da receita dos serviços tem sido condicionado pelo crescimento do desemprego, baixa atividade econômica e alta dos preços.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 12
Inflação IGP-10 (Agosto/2015) – FGV Fato O IGP-10 registrou variação de 0,34% em agosto, aumentando 0,21 p.p. com relação a julho. No acumulado em doze meses o índice ficou em 7,50%, e no ano 5,24%. 1,5%
1,29% 1,27%
1,11%
1,0%
0,98% 0,31%
0,5%
0,43%
0,30%
0,34%
0,0% -0,5%
ago/15
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jun/14
-0,67%
-1,0%
FONTE: FGV
Causa No mês de agosto, dentre os componentes do IGP, o IPA apresentou variação de 0,23%, 0,47 p.p. abaixo da do mês anterior. Neste, o maior recuo foi em Bens Finais, 1,18 p.p., com variação negativa de 0,58%. O destaque no grupo foram os alimentos in natura. As Matérias-Primas Brutas tiveram desaceleração de 0,65 p.p.com variação de 0,66%, com destaque para minério de ferro, bovinos, e aves. Os Bens Intermediários foi o único grupo a registrar aceleração, 0,38 p.p. e variação de 0,70%, sendo o principal pelo acréscimo os materiais e componentes para a manufatura. O IPC teve retração de 0,26 p.p., com variação de 0,43%, com o grupo Alimentação sendo o principal responsável pelo decréscimo, com destaque para frutas. No mês, apenas o grupo Educação, Leitura e Recreação registrou acréscimo. O INCC teve recuo, 0,44 p.p., com aceleração em Materiais, Equipamentos e Serviços e forte desaceleração em Mão de Obra. Consequência O IGP-M voltou a apresentar desaceleração, porém ainda permanece em patamar elevado, a expectativa para os próximos períodos é de desaquecimento, sem, contudo, ocorrer sobressaltos. Inflação IGP-M (Agosto/2015) – FGV Fato O IGP-M de agosto registrou variação de 0,28%, em julho a variação foi de 0,69%. Em doze meses o acumulado é de 7,55%, e no ano 5,34%. Causa Dos índices que compõe o IGP-M, o IPA apresentou variação de 0,20%, com desaquecimento de 0,53 p.p. Dentre os componentes os Bens Finais tiveram variação negativa de 0,76% em julho à variação havia sido positiva de 0,46%, tendo contribuído para a menor queda o subgrupo alimentos in natura. Os Bens Intermediários tiveram variação de 0,80%, em julho à variação havia sido de 0,33%, tendo contribuído para este movimento os materiais e componentes para manufatura e as Matérias-Primas Brutas, que em julho haviam tido variação nos preços de 1,57%, em agosto apresentaram variação de 0,64%, decorrente da queda dos itens minério de ferro, bovinos e leite in natura. Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 13
O IPC teve desaceleração de, 0,36 p.p., atingindo 0,24%. A principal influência para o desaquecimento do índice partiu do grupo Alimentação, consequência do item hortaliças e legumes. Também contribuíram para este recuo, Habitação, Vestuário, Despesas Diversas e Comunicação. Na composição do INCC, que se acelerou 0,14 p.p. todos os componentes apresentaram avanço.
2,00 1,50
1,67
1,50
1,00
1,17
0,98
0,50
0,28
0,27
0,00
ago/15
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
-0,74
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
-1,00
mar/15
-0,50
FONTE: FGV
Consequência Após dois meses de avanço, o IGPM apresentou recuo. Para os próximos períodos, apesar de algum aquecimento, não são esperadas variações mais intensas. Inflação IGP-DI (Julho/2015) – FGV Fato O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou variação de 0,58% em julho, no mês anterior a variação foi de 0,68%. Nos últimos doze meses, o índice acumula alta de 7,43%, e no ano 5,11%. Causa No mês, o IPA, que possui a maior influência na composição do IGP (60%), apresentou variação de 0,61%. Nesse índice as maiores contribuições para a variação partiram de Bens Intermediários, que apresentaram variação de 0,60%, com destaque para materiais e componentes para a manufatura. Os Bens Finais apresentaram variação 0,18 p.p. superior à do mês de junho, este movimento foi decorrente principalmente do subgrupo alimentos in natura. Por último, as Matérias-Primas Brutas, registraram aquecimento de 0,15 p.p., com destaque no sentido ascendente para soja, milho e mandioca. O IPC diminuiu a taxa de variação em 0,29 p.p. frente ao mês anterior, sendo o principal recuo observado em: Despesas Diversas, com destaque para jogo lotérico, também tiveram menor variação em julho: Educação, Leitura e Recreação, Transportes, Vestuário, Alimentação e Saúde e Cuidados Pessoais. No INCC, houve desaceleração de 1,29 p.p., com avanço em Materiais, Equipamentos e Serviços e recuo em Mão de Obra.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 14
2,0% 1,5%
1,48%
1,36%
1,21%
1,14%
1,0%
0,58%
0,5%
0,38%
0,28%
0,40%
0,0% -0,5% -0,63%
-1,0%
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov/14
out/14
set/14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov/13
out/13
set/13
ago/13
jul/13
FONTE: FGV
Consequência O IGP-DI apresentou variação menor em julho, Para os próximos meses a expectativa é de continuidade no processo de acomodação inflacionária, porém com menor intensidade. Inflação IPCA (Julho/2015) – IBGE Fato O IPCA variou 0,62% em julho, diminuindo 0,17 p.p. com relação ao mês anterior e registrando o maior resultado para meses de junho desde 2004. O índice acumulado em doze meses é de 9,56%, 0,67 p.p. acima do registrado nos doze meses imediatamente anteriores. No ano, o acumulado ficou em 6,83%, superior ao acumulado no mesmo período do ano passado, 3,76%. Em Curitiba o índice diminuiu 0,02 p.p., registrando variação de 0,89% em julho, 8,32% no ano e 10,63% em doze meses. 12,00
1,40
10,00
1,20 1,00
8,00 0,80 6,00 0,60 4,00 0,40 2,00
0,20
0,00
0,00
jul/15
jun/15
mai/15
abr/15
mar/15
fev/15
jan/15
dez/14
nov /14
out /14
set /14
ago/14
jul/14
jun/14
mai/14
abr/14
mar/14
fev/14
jan/14
dez/13
nov /13
out /13
set /13
ago/13
jul/13
IPCA acumulado em 12 meses
IPCA variação mensal
FONTE: IBGE
Causa O grupo que mais contribuiu para a inflação no mês, mais uma vez foram as contas de energia elétrica, que ficaram 4,17% mais caras. A alta foi muito influenciada pelas regiões metropolitanas de Curitiba e São Paulo. As contas de água e esgoto também subiram em média 2,44%. Com isto Habitação foi o grupo com o maior Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 15
aumento no mês. Regionalmente, Curitiba apresentou a maior variação 0,89%, em virtude da alta de 11,40% nas contas de energia elétrica. Consequência Assim como outros índices que medem a inflação, o IPCA segue apresentando arrefecimento, indicando que a inflação caminha para patamares mais razoáveis. Inflação IPCA - 15 (Agosto/2015) – IBGE Fato O IPCA – 15 registrou variação de 0,43% em agosto, desacelerando 0,16 p.p. com relação a julho. No ano e nos últimos doze meses os acumulados são de 7,36% e 9,57%, respectivamente. Em Curitiba a variação foi 0,63%, 0,16 p.p. abaixo do registrado no mês anterior. No acumulando no ano a variação foi de 8,89% e em doze meses 10,88%, Causa Um dos principais responsáveis pelo recuo no mês foi o grupo Transportes, com variação negativa de 0,43%, decorrente das quedas nos preços de passagens aéreas, automóvel novo, automóvel usado e etanol. O grupo Alimentação e Bebidas teve variação de 0,45%, 0,19 p.p. menor que a do mês anterior. Vários alimentos ficaram mais baratos no mês: batata-inglesa, açaí, tomate, feijão-preto, feijão-fradinho, feijão-carioca, e óleo de soja. O grupo que apresentou a maior variação no mês foi Habitação, 1,02%, novamente como consequência da energia elétrica. Consequência O índice novamente apresentou desaceleração, devendo a mesma manter a trajetória nos próximos meses, porém sem grande intensidade. Inflação Custos e Índices da Construção Civil (Julho/2015) – IBGE - Caixa Econômica Federal Fato O Índice Nacional da Construção Civil variou 0,69% em julho, 0,04 p.p. abaixo da variação de junho. Em doze meses, o acumulado é de 5,77%, e no ano 3,86%. O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 942,00 em junho, para R$ 948,47 em julho, sendo R$ 509,84 relativos aos materiais e R$ 438,63 à mão-de-obra. No Estado do Paraná, as variações foram de 0,49% no mês, 1,85% no ano e 4,70% em doze meses, e o Custo Médio atingiu R$ 950,7.
1,50 1,00 0,50 0,00 jan
fev
m ar
abr
m ai
jun 2014
jul
ago
set
out
nov
dez
2015
FONTE: IBGE e CAIXA
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 16
Causa Na composição do índice, a parcela dos materiais variou 0,53%, 0,11 p.p. acima do índice de junho. A componente mão-de-obra registrou variação de 0,87%, desacelerando-se 0,21 p.p. em relação ao mês anterior. Nos últimos doze meses, os acumulados foram: 3,92% para materiais e 7,97% para mão-de-obra, e no ano: 2,52% e 5,45% para materiais e mão-de-obra, respectivamente. No mês as variações regionais foram: 0,75% na Região Norte, 0,65% na Região Nordeste, 0,43% no Sudeste, 1,08% no Centro-Oeste, e 1,24% no Sul. Ainda na verificação regional, os custos foram os seguintes: R$ 950,03 na Região Norte, R$ 878,54 na Região Nordeste, R$ 998,96 no Sudeste, R$ 950,34 no Centro-Oeste, e R$ 968,31 Sul. Consequência O custo da construção civil permaneceu praticamente estável frente ao mês anterior. Regionalmente o Estado do Ceará exibiu a maior variação mensal, seguido por Distrito Federal, Tocantins e Rio Grande do Sul, em decorrência de reajustes salariais. Inflação IPP - Índices de Preço ao Produtor (Julho/2015) – IBGE Fato O IPP apresentou variação de 0,68% em julho, ficando, portanto 0,34 p.p. superior à variação do mês anterior, 0,34%, e 0,96 p.p. maior do que a do mesmo mês do ano anterior. No acumulado em doze meses a variação foi de 7,62%, e no ano 3,67%. Causa No mês, dezesseis das vinte e três atividades apresentaram variações positivas, as maiores variações foram em fumo, outros equipamentos de transporte, calçados e artigos de couro, e borracha e plástico, e as maiores influências vieram de alimentos, refino de petróleo e produtos de álcool, outros equipamentos de transporte e borracha e plástico. No acumulado em doze meses, sobressaíram-se as variações positivas em outros equipamentos de transporte, fumo, papel e celulose e madeira, e as maiores influências foram de alimentos, outros produtos químicos, veículos automotores e papel e celulose. Consequência As variações do índice de preços ao produtor seguem superiores às do ano anterior, apontando que as pressões do atacado deverão continuar exercendo influência nos preços do varejo. Operações de Crédito Nota à Imprensa (Julho/2015) - BACEN Fato O total do estoque das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3.111 bilhões em julho, com crescimento de 0,3% no mês e 9,9% em doze meses, atingindo 54,5% na relação com o PIB, 1,8 p.p. acima de julho de 2014. Causa Os empréstimos contratados com recursos livres, que correspondem a 51,3% do total do sistema financeiro, atingiram R$ 1.595 bilhões, apresentando estabilidade no mês e crescimento de 5,2% em doze meses. Os empréstimos realizados às pessoas físicas aumentaram 0,4%, com destaque para o crédito consignado e nas operações com cartão de crédito a vista. Nos empréstimos realizados às pessoas jurídicas, houve queda de 0,5%, principalmente em decorrência da redução na captação de capital de giro e desconto de duplicatas. No crédito direcionado, houve aumento de 0,8% no mês, e de 15,3% em doze meses, totalizando R$ 1.516 bilhões. As operações contratadas com pessoas físicas cresceram 0,4% no mês, impulsionadas pelo crédito imobiliário e o crédito para empresas aumentou 1,0%, influenciada pelo crescimento nos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 17
As taxas médias de juros aumentaram 0,8 p.p. no mês e 4,2 p.p. em doze meses, atingindo 28,4% a.a. O custo médio dos empréstimos para pessoas físicas avançou 0,9 p.p. no mês e 4,8 p.p. em doze meses atingindo 36,3% a.a. Para as empresas, os encargos médios cresceram 0,6 p.p., no mês e 3,1 p.p. na comparação com o mesmo mês do ano anterior, situando-se em 19,8% a.a. A taxa de inadimplência da carteira de crédito referencial manteve-se em 3,0%. Na composição da inadimplência, 3,8% foi para pessoas físicas e 2,4% para pessoas jurídicas. O spread bancário situou-se em 18,4 p.p., registrando aumento de 0,6 p.p. no mês e 2,6 p.p. em doze meses. Os spreads relativos a pessoas jurídicas e físicas situaram-se em 26,1 p.p. e 10,2 p.p., respectivamente. Consequência No ano a relação crédito PIB segue trajetória de crescimento, embora tenha perdido fôlego em decorrência do aumento da taxa de juros, do elevado grau de endividamento das famílias e do desaquecimento da atividade econômica. Setor Externo Nota à Imprensa (Julho/2015) - BACEN Fato Em julho, as Transações Correntes registraram déficit de US$ 6,2 bilhões. As reservas internacionais diminuíram US$ 1,4 bilhão, totalizando US$ 370,8 bilhões e a dívida externa somou US$ 343,2 bilhões, com redução de US$ 5,4 bilhões com relação à posição apurada no mês de março. Causa No que tange ao Saldo da Conta de Transações Correntes, o acumulado nos últimos doze meses é déficit de US$ 89,4 bilhões, equivalente a 4,34% do PIB. Na conta capital e financeira as captações líquidas superaram as concessões líquidas em US$ 5,7 bilhões, destacando-se no mês, os investimentos estrangeiros diretos, US$ 6,0 bilhões. A conta de serviços teve déficit de US$ 3,3 bilhões no mês, 24,2% abaixo do mesmo mês de 2014. As despesas líquidas de com transportes totalizaram US$ 513 milhões, com recuo de 22,5% frente ao mesmo mês do ano anterior. O item viagens internacionais recuaram 25,5%, na mesma comparação anterior. As despesas líquidas de renda primária para o exterior somaram US$ 5,2 bilhões, 19,3% abaixo do mesmo mês do ano anterior. A movimentação das reservas, durante o mês de janeiro foi consequência, principalmente, de linhas de recompra, remuneração das reservas e variações por preços. Consequência O ponto mais vulnerável das contas externas brasileiras continua sendo o elevado déficit em transações correntes, consequência do saldo negativo na balança de serviços puxado principalmente pelas remessas líquidas de renda. Política Fiscal Nota à Imprensa (Julho/2015) - BACEN Fato Em julho, o setor público não financeiro registrou déficit de R$ 10 bilhões, no acumulado em doze meses o déficit é de R$ 51 bilhões (0,89% do PIB). O resultado nominal teve déficit de R$ 72,8 bilhões, acumulando negativos R$ 502,8 bilhões (8,81% do PIB), em doze meses. A dívida líquida do setor público alcançou R$ 1.950,8 bilhões (34,2% do PIB). O montante dos juros apropriados atingiu R$ 62,8 bilhões, no mês e R$ 451,8 bilhões no acumulado em doze meses (7,92% do PIB). Causa Na composição do superávit primário no mês, o Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais apresentaram resultados negativos de R$ 6 bilhões, R$ 3,2 bilhões e R$ 810 milhões, respectivamente. Com relação aos juros apropriados em julho, houve crescimento de R$ 35,7 bilhões em
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 18
relação ao total apropriado em junho, e o déficit nominal foi principalmente financiado por expansão de R$ 80,1 bilhões na dívida mobiliária e R$ 2,3 bilhões na divida bancária líquida. Com relação à Dívida Líquida do Setor Público como percentual do PIB, houve retração de 0,4 p.p., na comparação com o mês anterior. No ano, esta relação teve crescimento de 0,1 p.p. Contribuíram para a elevação, os juros nominais apropriados e o ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida. Os efeitos da desvalorização cambial acumulada e do crescimento do PIB corrente compensaram parcialmente estes valores. Consequência Os indicadores fiscais permanecem apresentando resultados desfavoráveis em decorrência do desaquecimento econômico e das medidas de Política Monetária e Fiscal anteriormente adotadas.
Vitrine da Conjunt ura, Curitiba , v. 8, n. 7, setembro 2015 | 19