Ano 25 • Número 117 • janeiro / junho de 2010
Santa Casa N o t í c i a s
TUDO PELAS CRIANÇAS Referência brasileira em alta complexidade, o Hospital da Criança Santo Antônio atende a todas especialidades da pediatria
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Editorial
Fome de dragão Ano 25 • Número 117 • janeiro / junho de 2010
Ivo Stigger
Santa Casa
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Editor
A frase mais expressiva desta edição é de Jéssica, uma garota de 18 anos de Rio Branco, capital do Acre. Na companhia da mãe, ela veio ao Rio Grande do Sul TUDO em agosto de 2009 trazendo o filho, Antony Jovany PELAS CRIANÇAS Rocha Matos, então com um ano e um mês de idade, para ser submetido no Hospital da Criança Santo Antônio a uma complexa cirurgia no coração. Ao responder como estava o pequeno Antony, dez dias depois da cirurgia, Jéssica extravasou sua alegria com uma comparação insólita, que somente seu coração de jovem mãe aliviada poderia conceber: “Agora ele come feito um dragão!”. Antony ilumina a capa desta edição. Sua ainda breve e bem-aventurada biografia é a síntese da matéria principal, que reporta como o Santo Antônio, com a excelência de sua medicina e a qualidade e humanismo de sua assistência, dignifica as razões que levaram a Santa Casa – com o generoso apoio da comunidade, dos empresários e do governo – a construir em 2002 o novo prédio do hospital das crianças. O menino do Acre reconquistou a saúde também graças ao SUS, que pagou as despesas médicas, hospitalares e os custos da viagem do remoto Acre ao Santo Antônio, um dos cinco centros brasileiros de referência em cardiopatias congênitas autorizados pelo Ministério da Saúde a receber pacientes de todo o Brasil. Neste sentido, a história de Antony tem a força de uma advertência. Quem mantém seu foco unicamente nas distorções e insuficiências do SUS – elas existem e precisam ser corrigidas – torna-se injusto ao ignorar a imensa contribuição desse sistema à saúde dos brasileiros. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre é testemunha – e parceira – desse colossal esforço para garantir saúde e qualidade de vida a todos. Afinal, 60% do volume total da assistência dos sete hospitais do complexo são prestados a beneficiários do SUS. Nenhuma surpresa nisso. A Santa Casa, que nasceu para exercer a misericórdia, jamais deixou de honrar, ao longo de seus 206 anos, sua missão congênita de servir a todos, sobretudo aos mais necessitados. São poderosas, portanto, as razões que elevaram esse menino de olhos expressivos à condição de senhor da capa. Conquista favorecida pelo talento e sensibilidade de Giovanni Rocha, que fotografou o menino poucos dias depois do seu renascimento. Antony, no entanto, é apenas um entre as dezenas de personagens que povoam esta edição. Como sempre, a revista traz informações de qualidade de vida e saúde e matérias sobre os serviços, os projetos e as realizações da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Uma ótima leitura! N o t í c i a s
Referência brasileira em alta complexidade, o Hospital da Criança Santo Antônio atende a todas especialidades da pediatria
Rua Prof. Annes Dias, 295 Fone (51) 3214.8576 Fax (51) 3214.8385 Provedor José Sperb Sanseverino Vice-Provedores Salvador Horácio Vizzotto André Geraldo Velho Cirne Lima Alfredo Guilherme Englert Diretor Geral e Administrativo Carlos Alberto Fuhrmeister Diretor Médico Jorge Lima Hetzel Diretor Financeiro e de Planejamento Ricardo Minotto Diretora de Ensino e Pesquisa Maria Beatriz Mostardeiro Targa Diretor de Relações Institucionais Júlio Flávio Dornelles de Matos Gerente de Marketing Roberto Plentz Gerente de Comunicação Ivo Stigger
Santa Casa Notícias
Órgão de divulgação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre RS Produzido e editado pelo Departamento de Comunicação
imprensa@santacasa.tche.br Conselho Editorial André Geraldo Velho Cirne Lima Carlos Alberto Fuhrmeister Ivo Stigger Jorge Lima Hetzel Marcelo Rocha Maria Beatriz Mostardeiro Targa Ricardo Minotto Telmo Pedro Bonamigo Editor Jorn. Ivo Stigger – Reg. 4042 Editora Executiva Graciele Garcia Textos Adriana Machado Ângela Caporal Ana Paula da Rocha Bruno Lois Fernando Zanuzo Luana Elias Design Gráfico Clô Barcellos Editoração Libretos Tiragem 30 mil exemplares Distribuição Dirigida Impressão Gráfica Editora Pallotti Fone (51) 3021.5001
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Referência brasileira no tratamento das doenças de alta complexidade
Dez anos de uma vitória da medicina e da vida
Transplantes intervivos de pulmão
Hospital da Criança Santo Antônio
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Laboratório de Anatomia Patológica Um parceiro indispensável no diagnóstico e tratamento do câncer e de outras doenças
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A equipe invisível REGISTROS: Milhares de agradecimentos iluminam o Santo Antônio
86 profissionais executam tarefas essenciais à qualidade da assistência médica
Sumário 6 O leitor sugere
28 Laboratório Central
46 Santa Casa e Cielo
As doenças reumáticas
22 Centro de Doenças Trofoblásticas
25 anos de excelência
26 Serviço de Urologia
Pronto para tratar todas as doenças do sistema urinário
Fale conosco
Alta demanda atendida com rapidez e eficácia
30 Sinal de Alerta
Saúde tipo exportação
Por um futuro melhor
47 O Banco da Vida As tarefas do Serviço de Hemoterapia
45 Destaques
50 Os terapeutas da alma
O teste da orelhinha e o novo acadêmico
A rotina dos psicólogos num complexo de sete hospitais
54 Obrigado, Santa Casa
Envie suas sugestões de pauta e comentários sobre o conteúdo da revista para: imprensa@santacasa.tche.br Fone (51) 3214-8576 Fax (51) 3214-8385 R. Prof. Annes Dias, 295 CEP: 90020-090 Porto Alegre/RS
O leitor sugere Texto e fotos • Luana Elias
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mbora associadas às pessoas de mais idade, as doenças reumáticas atingem indivíduos de qualquer faixa etária. Por desconhecer a doença, algumas pessoas que sentem dores no corpo só procuram orientação médica quando a dor se torna mais intensa ou resulta em limitações de seus movimentos.
REUMATISMO
A informação
O termo “reumatismo” designa um grupo de mais de cem doenças com causas diferentes, que costumam afetar o sistema músculo-esquelético, e resulta em sintomas como: dores articulares ou na coluna, falta de força muscular, dormência em extremidades (pernas e braços) e dificuldade para realizar movimentos simples como levantar-se de uma cadeira ou abaixar-se. Entre as doenças reumáticas mais comuns estão a artrose (também chamada de osteoartrite), os diversos tipos de artrite, a gota, a osteoporose e os reumatismos decorrentes da prática de atividades físicas excessivas, postura incorreta ou movimentos repetitivos (ex: lombalgia, torcicolo, vários tipos de tendinites, entre outras).
DEFINIÇÃO: O termo reumatismo designa um grupo com mais de cem doenças com causas diferentes
Segundo o Dr. Fernando Appel, médico reumatologista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o diagnóstico e a definição do melhor tratamento para cada uma das doenças reumáticas dependem das descobertas do exame clínico, da avaliação do estilo de vida e dos exames complementares necessários a cada paciente.
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Artrites As artrites são doenças inflamatórias das articulações. As pessoas que têm artrite apresentam sintomas como inchaço, dor, vermelhidão, calor e dificuldades de movimentos articulares. A artrite reumatóide é uma das formas que mais preocupa, por se tratar de uma doença crônica que costuma provocar rigidez matinal por várias horas, cansaço e até lesão articular. O diagnóstico tardio ou tratamentos realizados de forma irregular podem resultar em deformações articulares
que impedirão a pessoa de realizar suas atividades diárias normalmente. Um outro tipo de artrite, muito comum em adultos jovens, é a que aparece como resposta do próprio organismo a algum tipo de infecção, a chamada artrite reativa. Neste caso é fundamental identificar o germe que a desencadeou para tratar a doença desde a sua origem. As doenças mais comuns que podem levar ao aparecimento da artrite reativa são as infecções intestinais ou até mesmo adquiridas através do contato sexual.
As doenças reumáticas atingem aproximadamente 10% da população mundial e, muitas vezes, são ignoradas por falta de informações adequadas
é o melhor remédio Artrose A artrose se desenvolve a partir de um processo degenerativo, através do qual ocorre um desgaste nas estruturas internas das articulações. É mais frequente em pessoas acima dos 50 anos e, quando afeta o joelho, quadril ou coluna vertebral, pode ser agravada pelo excesso de peso corporal. Um dos primeiros sintomas é a dor articular na parte afetada e, com o passar do tempo, podem ocorrer inchaço e calor ARTROSE: um processo degenerativo que causa desgaste nas estruturas internas das articulações
na mesma articulação. O tratamento inclui o controle de peso através de mudança na alimentação, exercícios físicos adaptados a cada pessoa, além do uso de medicamentos orientados pelo médico que acompanha o histórico do paciente. A artrose também acontece com frequência nas articulações das mãos e pode ter como causa fatores genéticos. Pessoas que realizam atividades de repetição, como digitadores e músicos poderão apresentar os sintomas mais cedo.
MANIFESTAÇÃO: Doença atinge, com maior frequência, pessoas acima de 50 anos
Osteoartrite de joelho Tratamento
Regras de comportamento
Fase aguda Imobilização, frio, antiinflamatórios, analgésicos
Controlar o peso Evitar excesso de peso ou reduzi-lo
Fase crônica Calor local, exercícios, fisioterapia, eventual cirurgia
Exercícios Manutenção da mobilidade através de exercícios regulares
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O leitor sugere Alimentação adequada
Osteoporose
IMPORTANTE: Alimentos saudáveis retardam manifestação do grupo de doenças reumáticas
A osteoporose é uma doença silenciosa, que aumenta o risco de fraturas ósseas. Muitas vezes a pessoa só descobre a doença após ter sofrido uma fratura. Como a osteoporose é causada por um distúrbio no metabolismo, o estilo de vida interfere muito em seu desenvolvimento. Portanto, evite:
• o sedentarismo • a alimentação com carência de cálcio • o tabagismo (diminui a absorção do cálcio) • o consumo em grandes quantidades de chá preto, café e refrigerantes, que são bebidas ricas em fosfato, produto que dificulta a absorção do cálcio • a baixa exposição ao sol (a exposição moderada ao sol auxilia na fixação do cálcio) • uso de cortisona e medicamentos anticonvulsivantes sem acompanhamento médico
Febre reumática A febre reumática pode surgir por reação a uma infecção na garganta, causada pela bactéria estreptococo. Por afetar crianças e adolescentes, desperta certa preocupação apesar de ser uma enfermidade rara. Sintomas como febre alta, articulação inchada e vermelha e de forma migratória, após um quadro de infecção causada pelo estreptococo, devem ser investigados.
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Doenças auto-imunes Alterações no sistema imune podem levar ao desenvolvimento de doenças reumáticas menos comuns como a lúpus, esclerodermia, polimiosite, doença mista do tecido conjuntivo, entre outras. Nestes casos, podem ser identificados vários sintomas: febre, abatimento, emagrecimento, manchas avermelhadas na pele, vermelhidão ocular, queda de cabelo e até mesmo lesões em mucosas da boca ou dos genitais. Queixas tão inespecíficas são justificadas por estas doenças atingirem o tecido conjuntivo, encontrado até em órgãos como olhos, rins, coração, pulmões, pele, entre outros.
Gota A gota é uma enfermidade metabólica que atinge principalmente homens a partir dos 25 ou 30 anos e surge através do excesso de ácido úrico que se acumula dentro de uma articulação. Indivíduos obesos, com outras doenças metabólicas (colesterol e triglicerídeos altos, diabetes), hipertensos e com histórico familiar de gota são mais propensos a este tipo de reumatismo, que se manifesta através de crises de dores articulares intensas e de aparecimento súbito. É comum que estas crises apareçam durante a noite, enquanto o paciente está dormindo. Neste caso, a pessoa que estava bem quando deitou, acorda com intensa crise de dor e inchaço, geralmente em articulações do dedo grande do pé, joelho ou tornozelo. Às vezes, alguns medicamentos de uso frequente como a aspirina e os diuréticos podem favorecer a elevação dos níveis de ácido úrico, resultando na chamada gota secundária.
Reumatismos de causas mecânicas B
astante frequentes nos consultórios médicos, queixas de dores nas costas, pescoço e braços podem ocorrer por um esforço muscular excessivo ou movimentos de repetição. Estes sintomas podem ser relacionados aos reumatismos de causas mecânicas ou partes moles, que tem como origem um fator mecânico de sobrecarga. Atividades físicas realizadas incorretamente em academias, ambientes profissionais ou domésticos poderão se manifestar através de lombalgia, torcicolo, dor e dormência nas extremidades do corpo. Cresce também o número de pessoas com dores em músculos e tendões devido ao uso incorreto de computadores e notebooks. Isto se vincula à má postura, bastante co-
Hérnia de disco
mum no uso destes equipamentos. Hábitos como carregar bolsas ou pastas pesadas, assistir televisão deitado na cama ou no sofá também podem resultar em dores musculares crônicas e devem ser corrigidos.
Questão de postura
“O aumento da expectativa de vida das pessoas e da prática de atividades que exigem movimentos mecânicos na sociedade moderna fazem com que as doenças como a osteoporose, tendinites e dores musculares cresçam em nosso meio.”
Equilíbrio Evite sobrecargas de peso apenas de um lado do corpo
Dr. Fernando Appel
Prevenção Não force a coluna, evitando malabarismos desnecessários
Dicas práticas para prevenir as dores reumáticas de causas mecânicas • Evite olhar televisão ou ler na cama, mesmo que seja recostado • Observe se a parte de cima da tela do computador está no mesmo alinhamento dos olhos • Quando estiver digitando, não faça ângulos com o punho para evitar dor nos músculos do antebraço • A cadeira para o trabalho frequente e prolongado usando o computador deve ser ergonômica • Faça pequenas pausas quando estiver digitando, para realizar alongamentos musculares • Mantenha seu peso corporal em níveis adequados Santa Casa Notícias
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Capa
O menino da capa O menino da capa desta edição se chama Antony Jovany Rocha Matos e mora em Rio Branco, capital do Acre. Em 8 de agosto do ano passado, quando chegou ao Hospital da Criança Santo Antônio trazido pela avó e pela mãe, Antony tinha um ano e um mês e era portador de Tetralogia de Fallot, doença congênita que afeta o coração.
O Hospital da Criança Santo Antônio – uma das sete unidades do complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – presta assistência integral a crianças e adolescentes e é referência brasileira no tratamento das doenças de alta complexidade Texto • Angela Caporal Fotos • Giovanni Rocha
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esde a inauguração do seu novo prédio em 2002, resultado de um mutirão de solidariedade em forma de campanha de doações, o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) marca um novo tempo na pediatria do Rio Grande do Sul. Além de atender com mais qualidade e eficiência seus pequenos pacientes, consolidou sua posição de vanguarda no tratamento das doenças mais complexas que atingem o universo infantil gaúcho, numa mudança de perfil de casos prevista pela instituição, que se tornou referência em alta complexidade cirúrgica, como exige a pediatria do século 21. Integrante do Complexo Hospitalar Santa Casa, sua expertise é reconhecida nacionalmente e em suas dependências costumam circular pessoas com diferentes sota-
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ASSISTÊNCIA APROVEITANDO A VIDA: Observado pela avó Maria José e pela mãe Jéssica, Antony, com um ano e dois meses,
ques, resultado da confiança depositada por familiares que vêm de outras regiões do Brasil em busca do melhor atendimento e resolubilidade para as enfermidades de seus filhos. A todos, o Hospital da Criança Santo Antônio acolhe com
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o que há de melhor em sua infraestrutura voltada às necessidades da criança. Para alcançar também a condição de hospital-referência em alta complexidade pediátrica, o HCSA superou muitos desafios. “Nessa ca-
Do Acre em busca da vida
INTEGRAL
A policial militar Maria José Elias da Rocha, avó de Antony, pediu licença do trabalho em Rio Branco para acompanhar a filha e o neto na longa viagem do Acre ao Hospital da Criança Santo Antônio, um dos cinco centros brasileiros de referência em cardiopatias congênitas autorizados pelo SUS a receber pacientes de outros estados. Antony foi submetido a uma cirurgia para correção de Tetralogia de Fallot, e, num segundo momento, à implantação de um marcapasso. De volta ao Acre desde dezembro de 2009, Antony tem acompanhamento médico em Rio Branco, também pelo SUS. “As revisões de seu marcapasso, que deverá ser substituído dentro de dez anos, estão programadas para Brasília, por ser um centro mais próximo do Acre”, explica a médica intensivista Dra. Claúdia Ricachinevsky, chefe da UTI Pediátrica, onde Antony passou a maior parte dos dois meses de sua internação no Santo Antônio. “No Acre, além dos cuidados com seu marcapasso, tudo que o Antony tem a fazer é aproveitar a vida no que ela oferece de melhor a um garoto que completa dois anos em 19 de julho de 2010”, acrescenta a Dra. Cláudia. Diagnóstico e conselho que autorizam a euforia de Jéssica, a jovem mãe de 18 anos de Antony, ao comentar como estava o garoto dias depois da primeira cirurgia: “Agora ele come feito um dragão”.
depois da primeira cirurgia e com a saúde em recuperação, exerce o direito de todas as crianças: brincar
minhada, a ajuda da comunidade – por meio de pessoas físicas e jurídicas – tem sido fundamental para que o hospital possa manter seu parque tecnológico atualizado e seu lugar de destaque”, lembra a gerente técnico-administrativa do hospital,
Swetlana Cvirkun. Um próximo passo em gestação é tornar-se também referência internacional na sua área. O atendimento integral à criança marcado pela alta complexidade mesclada com ações de humanização é característica do HCSA. O em-
blemático urso branco agarrado a uma coluna no saguão do ambulatório do Sistema Único de Saúde (SUS), e que virou atração para a garotada, mostra que o ambiente hospitalar infantil pode – e deve – ser menos traumático.
Capa
Swetlana Cvirkun: “Nosso objetivo é alcançar cada vez mais qualidade e humanismo na assistência”
tratamento INDIVIDUALIZADO TEMPO DE TERAPIA: Durante as sessões de quimioterapia, Jefferson Patella passa o tempo ouvindo música, assistindo televisão ou utilizando o computador
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wetlana relata que o Hospital da Criança Santo Antônio presta mais de 60% do seu atendimento a crianças e adolescentes, de zero a 18 anos, pelo convênio com o SUS, com características próprias e especiais, tornando indissociável o aspecto físico, emocional e social do paciente. A humanização do atendimento se revela tanto em detalhes – como os minúsculos bonequinhos no avental das enfermeiras – quanto em ações promovidas pela própria instituição ou por grupos de voluntários. O tratamento individualizado dispensado a cada paciente, respeitando suas necessidades e dificuldades específicas, é considerado fundamental para a promoção de seu bem-estar e de sua família, independentemente de sua procedência. Há comemorações em datas festivas – carnaval, Páscoa, mês
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“O hospital se constitui hoje na maior e mais moderna unidade pediátrica do Estado, com uma infra-estrutura pensada e adequada aos pequenos pacientes e à disponibilidade de recursos tecnológicos, humanos e físicos, em especial nas áreas de atendimento ambulatorial, unidades de tratamento hospitalar, intensivismo e centro de diagnóstico por imagens.”
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José Carlos Felicetti Diretor médico
da criança e Natal, atendimento recreativo com brincadeiras e leitura de histórias infantis e ainda pessoas que participam da hora de ninar, não deixando que nenhum pequenino durma sem antes ser acalentado. Os pacientes do Hospital da Criança Santo Antônio também têm oportunidade de acessar o mundo virtual na Estação Digital, resultado de uma parceria com a Prefeitura Municipal através da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa). Foram instalados 12 computadores nas salas de recreação e no ambulatório de quimioterapia. O monitoramento da atividade é realizado por voluntários do hospital e o movimento só foi suspenso durante o período de aumento dos casos da nova gripe no inverno e início da primavera de 2009.
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Capa “O HCSA é um dos centros de oncologia pediátrica que mais atende pacientes do SUS no Estado. E como estamos dentro de um hospital pediátrico, temos todas as especialidades à disposição.” Mariana Michalowski
Especialista em oncologia e hematologia pediátrica
REFERÊNCIA BRASILEIRA
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m relação à oncologia e hematologia pediátrica, a especialista Mariana Michalowski afirma que o HCSA é um dos centros de oncologia pediátrica que mais atende pacientes do SUS no Estado. “Como estamos dentro de um hospital pediátrico, temos todas as especialidades à disposição”. Ente os casos mais frequentes, estão os de leucemia e ocorrem em torno de 12 transplantes autólogos de medula óssea por ano. Mesmo contando com o apoio de equipes da área de assistência social, familiares de pacientes provenientes do interior ainda sentem a falta de vagas em casas de passagem em Porto Alegre para poderem acompanhar o tratamento dos filhos com mais tranquilidade. O hospital é um dos cinco centros do Brasil que recebe pacientes para cirurgia de outros estados. Na área de cirurgia cardíaca e torácica, por exemplo, há um convênio com
SANTO ANTÔNIO: Destaque brasileiro em oncologia pediátrica
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Foco no ensino e na pesquisa Na condição de integrante do complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que tem status de hospital de ensino, o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) colabora em todas as especialidades pediátricas, tanto na residência quanto na pós-graduação, através de convênios com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
e outras instituições de ensino superior do Rio Grande do Sul na área da Saúde. Também favorece o desenvolvimento de pesquisas, considerado fator importante na atualização dos formadores de novos especialistas em pediatria. O diretor médico José Carlos Felicetti afirma que o HCSA, por eleger a alta complexidade como foco, destaca-se em especialidades âncoras da
Tratamento Nascido em 21 de setembro de 2008, Tcharles do Couto Figueira, que mora no município gaúcho de Vila Nova do Sul, vem regularmente ao Hospital da Criança Santo Antônio, para o tratamento de uma lesão no olho. Na foto, ele aparece no colo da mãe, Adriana Couto.
pediatria como oncologia, cirurgias cardíacas e torácicas, pneumologia, neurocirurgia, neurologia e transplantes, num total de 34 especialidades à disposição da clientela particular, de convênios e do SUS. Protocolos de ensino e pesquisa complementam a atividade hospitalar. O hospital prepara-se para ampliar o atendimento, oferecendo também a odontologia pediátrica como prevenção e atendimento de doenças da área bucal.
Cirurgias de alta complexidade
363
em 2009
cardíacas
581
torácicas
464
ortopédicas
347
neurocirurgias
a Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina. A Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade faz a triagem e distribuição dos pacientes entre os hospitais credenciados e garante transporte e estadia para acompanhante. Pelo menos um paciente por semana chega ao HCSA proveniente de outros estados, informa a chefe da UTI pediátrica e coordenadora do programa de residência em terapia intensiva pediátrica, Cláudia Pires Ricachinevsky. Para dar conta da demanda local e nacional, houve aumento de 25 para 30 no número de leitos, dos quais 18 são destinados ao SUS. Anualmente, ocorrem cerca de mil internações/ano na UTI com uma média de permanência de cinco dias. Dentro da filosofia de humanização, o pai Santa Casa Notícias
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Saudável rotina
ou a mãe sempre está ao lado do pequeno paciente e um convênio com o serviço de psiquiatria garante o apoio aos familiares para enfrentar essa fase. A UTI reflete o movimento do hospital. Em 2009 foram realizados 7.125 procedimentos cirúrgicos de diversos graus de complexidade, entre as cirurgias de alta complexidade estão 363 cardíacas, 581 torácicas 464 ortopédicas e 347 neurocirurgias. Outro referencial do HCSA é a área de transplantes renais, cardíacos e de medula. O Hospital da Criança Santo Antônio é um dos três principais centros de transplantes renais pediátricos da América Latina e mais de 40% dos receptores de rins transplantados são de fora do Estado. O centro cirúrgico tem uma área de mil e cem metros quadrados e é composto por seis salas de cirurgia, uma sala de indução anestésica e uma sala de recuperação monitorizada, com 16 leitos e a presença do pediatra 24 horas.
A consulta a que Kalel Ferreira da Luz, de seis anos, se submete faz parte do acompanhamento do bem sucedido tratamento de um tumor
Além fronteiras A integração das especialidades é o grande destaque do Santo Antônio com vantagem para a clientela infantil. O pneumologista Gilberto Bueno Fischer ressalta “o trabalho integrado da cirurgia torácica com o setor de imagens”. Ele acrescenta que o Santo Antônio é um dos poucos hospitais brasileiros que adota essa prática de maneira sistemática, com reuniões semanais entre as equipes, resultando em um elevado número de procedimentos. Acompanhando as evoluções recentes da especialidade, o hospital está capacitado para executar complexos procedimentos, 16
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como cirurgias da traquéia, da parede torácica, das más formações pulmonares e derrames pleurais. Além disso, há o desenvolvimento de estudos e pesquisas que referenciam o hospital. Ele exemplifica que a equipe lidera um grupo de estudos da América Latina, com Chile e Argentina, sobre o controle em ambulatório de pacientes com bronquiolite obliterante, doença mais frequente no sul da América Latina. A Pneumologia Pediátrica do HCSA é também pioneira na utilização de avançadas técnicas e procedimentos no tratamento das pneumopatias
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(doenças respiratórias), servindo de referência, inclusive, para as políticas públicas de saúde como no atendimento para asmáticos por parte da Prefeitura de Porto Alegre. O reconhecimento da excelência do HCSA ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Sul e faz com que seja procurado por pacientes de outros Estados por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD). As especialidades mais requisitadas são cardiologia, transplantes, neurocirurgia, cirurgia torácica e oncologia. Em 2009, 63 crianças de outros estados foram atendidas.
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A emergência 24 horas do HCSA possui uma das mais
AOS PEQUENOS: Personagens de histórias infantis, com destaque para as de Mario Quintana, decoram diversos ambientes do Hospital da Criança Santo Antônio
Pronto para casos de emergência
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or estar voltado para alta complexidade, o Hospital da Criança Santo Antônio também tem a sua rotina marcada pelo grande movimento no serviço de Emergência. A emergência 24 horas do HCSA possui uma das mais completas infra-estruturas do Sul do País para o atendimento de situações de urgência, tanto para a clientela SUS, quanto para os pacientes privados e de convênios. Ambos os setores estão modernamente equipados, com processos informatizados, principalmente na área do diagnóstico. A sala de urgência destas unidades é capaz de realizar pequenos procedimentos cirúrgicos de urgência e fornecer suporte intensivo nas situações clínicas mais extremas (incluindo monitorização e ventilação mecânica). Responsável pela emergência, o Dr. Sérgio Amantéa costuma dizer que ela é a “porta de entrada do hospital”. Por ali passam, mensalmente, cerca de 8 a 10 mil pacientes. Entretanto, tal demanda pode aumentar para taxas próximas de 15 mil pacientes, em épocas de frio intenso, quando as doenças respiratórias assumem o papel das grandes vilãs responsáveis pelo acometimento de doença em nossas crianças.
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ASSISTÊNCIA: Acompanhada pela mãe Aline Lopes de Souza, Brenda Carolina recebe atendimento
completas infra-estruturas do Sul do País para o atendimento de urgência. Números do HCSA Os totais incluem SUS, convênios e particulares
92.872
em 2009
consultas
108.091
atendimentos de emergências
8.126
internações
7.125
procedimentos cirúrgicos
74.324 exames
A metade dos pacientes é proveniente de Porto Alegre, 40% moram na Região Metropolitana e 10% são do interior do Estado. Uma equipe de 56 médicos, além de residentes e doutorandos, é encarregada do atendimento que tem como objetivo a resolubilidade, evitando a internação.
A mesma dinâmica Tanto para a Unidade SUS, quanto para a Unidade de pacientes privados e conveniados, a estrutura assistencial da Emergência obedece uma mesma dinâmica. Os casos assistidos podem ser sub-divididos entre os setores de pronto-atendimen-
DESEMPENHO: Mirela Paula Cardoso é uma das milhares de crianças atendidas no Santo Antônio
to, unidade de observação e sala de urgência. Tal separação é determinada por critérios de gravidade, o que valoriza um setor de priorização estruturado. É importante ressaltar que, mesmo estruturadas para atendimento de casos mais complexos, uma parcela dos atendimentos, que sobrecarregam os setores de ProntoAtendimentos, poderia ser resolvida em Consultórios ou na rede assis-
tencial básica. Ainda assim, cerca de 10% dos pacientes que irão buscar assistência nos setores de Pronto Atendimento, necessitarão, no mínimo, de observação no setor de Emergência. Amantéa afirma que a Emergência Pediátrica é uma das principais, senão a principal fonte de acesso para as unidades de internação, tanto clínicas, quanto cirúrgicas, dentro de um hospital pediátrico.
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Rumo ao reconhecimento internacional Hospital se prepara para alcançar a Acreditação da Joint Commission
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Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) prepara-se para o reconhecimento internacional de seus serviços e atendimento por meio da Acreditação Internacional pela Joint Commission International. De setembro de 2009 a abril de 2010, o Consórcio Brasileiro da Acre-
FELICETTI: A Acreditação produz uma mudança de cultura
ditação (CBA), instituição que representa a Joint Commission Internacional no Brasil, realiza uma consultoria no Hospital. Cerca de 1.350 padrões de assistência – muitos deles já aplicados pela Instituição – devem ser seguidos para alcançar o certificado de acreditação. Diante desses desafios, em 2010, o HCSA passará por mudanças significativas, aprimorando suas ações a fim de que em abril de 2011 esteja pronto para receber os avaliadores da Joint Commission International. Ao lado do aperfeiçoamento dos serviços, o processo de acreditação envolve uma mudança de mentalidade por parte da equipe de colaboradores na medida em que cria uma cultura de segurança e qualidade na instituição, superior a que já existe.
META: Ampliar a qualidade da assistência a pacientes como Andrei Sacon (na foto, com a mãe Irací)
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“O resultado é o aumento da credibilidade junto à população e um ambiente de trabalho seguro e eficiente para todos e compatível com as exigências dos melhores centros médicos do mercado internacional”, afirma o Dr. José Carlos Felicetti, diretor-médico do HCSA. •
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Centro de Doenças Trofoblásticas: Unidade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que trata de mulheres com doenças raras na placenta, é referência no país Texto • Fernando Zanuzo Fotos • Bruno Lois
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a parede em frente à mesa das médicas ginecologistas e obstetras Elza Maria Hartmann Uberti e Maria do Carmo Fajardo, os alfinetes vermelhos no mapa do Rio Grande do Sul apontam as cidades de onde vieram as pacientes que fizeram tratamento com quimioterapia no Centro de Doenças Trofoblásticas (CDT) da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Na sala 5 da recepção H do Ambulatório Central, no Hospital Santa Clara, unidade geral de adultos da Santa Casa, cerca de 10 pacientes por dia são atendidas, sendo 90% encaminhadas pelo Sistema Único de Saúde. No local, elas recebem diagnóstico, orientação e tratamento para superar uma moléstia com efeitos físicos e psicológicos capazes de comprometer a vida da doente e de seus familiares. Em 25 anos de existência, comemorados em 23 de março de 2010, 1.450 mulheres portadoras de Mola – tipo mais frequente das doenças
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TIME: Doutoras Elza Uberti, Maria do Carmo Fajardo e Adriana Vieira da Cunha lideram a equipe multidisciplinar.
troboblásticas que atingem a placenta (ver quadro na pág. 23) –, receberam cuidados no CDT, o maior centro de referência na Região Sul, terceiro em número de pacientes atendidas no Brasil. A exemplo das demais doenças trofoblásticas, a Mola é uma enfermidade rara. Em nosso meio, estima-se que ela ocorre em uma de cada 850 gestações.
Diferenciais
A Drª Elza, uma das coordenadoras, destaca que, desde que foi fun-
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dado em 1985 pelo Dr. Pedro Luiz Costa - à época, diretor da Maternidade MárioTotta (MMT) e orientador do Centro durante 14 anos –, o CDT evoluiu muito na sua busca por melhores resultados. “O Centro conta com equipe multiprofissional de apoio para o atendimento das pacientes com todos os tipos de doença trofoblástica. Como avanços para o acompanhamento dessas doentes, o nosso laboratório central dispõe do melhor teste diagnóstico do marcador tumoral (Beta – hCG
25 anos de excelência quantitativo), o Centro Obstétrico da MMT está adequadamente equipado para realização dos procedimentos cirúrgicos dessa doença e o CDT pode solicitar ainda qualquer exame por métodos de imagem realizado na Santa Casa”, enfatiza a especialista. “São diferenciais dessa ordem que consolidam a condição do nosso Centro de um dos mais eficientes da América Latina”, orgulha-se a Drª Elza. A Drª Maria do Carmo acrescenta: “O fato de o Complexo Hospitalar Santa Casa possuir um hospital oncológico possibilita que as pacientes que necessitam de tratamento quimioterápico possam fazê-lo no complexo, sendo atendidas pela mesma equipe médica como ocorre nos melhores centros mundiais. “Esse é outro diferencial que nos distingue dos demais centros de referência no Brasil”, conclui a médica. Alfinetes indicam, no mapa, locais de origem das pacientes
O que é a doença? Mola,cujo nome científico é Doença Trofoblástica Gestacional, é uma gravidez anormal que ocorre por alteração no mecanismo de fecundação. A origem é desconhecida e atinge mulheres grávidas de todas as idades. Leva este nome porque a placenta cresce mais que o normal e ganha bolhas cheias de líquidos. Pode ser benigna ou maligna.
Em 25 anos, foram tratadas
1.450 mulheres portadoras de Mola A doença ocorre em uma a cada
850 gestações Destaque internacional
A importância da unidade é compartilhada com outras instituições. Desde 1992, as médicas responsáveis pelo CDT participam de congressos nacionais onde apresentam a experiência do Serviço. Em novembro de 2009, houve a primeira participação do Centro em congresso internacional realizado na Índia, onde a Drª Maria do Carmo Fajardo apresentou trabalho, previamente selecionado, com os resultados do CDT: altos índices de cura, de adesão ao tratamento, independente da gravidade dos casos, e de preservação da fertilidade para gestações normais subsequentes à resolução da doença trofoblástica. Em outubro passado, a Drª Elza defendeu sua tese de doutorado e publicou dois textos na revista norte-americana Gynecologic Oncology referentes à quimioprofilaxia associada ao esvaziamento uterino para prevenção da Neoplasia pósmolar, nos casos de Mola de AltoRisco para evolução tumoral.
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Centro de Doenças Trofoblásticas
Funcionamento De segunda a sexta-feira, pela manhã, e atende pelos telefones (51) 3214 8155 e (51) 3214 8000 (para agendamento de consultas de convênios ou particulares).
Casos de emergência Atendimento prioritário na emergência obstétrica.
Pacientes do SUS São encaminhadas à Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre através da rede municipal de Postos de Saúde, ou por contato direto com os médicos assistentes do CDT.
Equipe multidisciplinar VOLUME: Nos seus 25 anos, o Centro atendeu 1.450 pacientes portadoras de Mola
Assistência total N
o Centro de Doenças Trofoblásticas as pacientes têm atendimento personalizado e contam com o auxílio de uma psicóloga, que coordena os grupos de ajuda ou faz atendimento individual das que estiverem mais comprometidas emocionalmente. O atendimento ambulatorial na unidade começa com uma avaliação clínica e laboratorial, associadas a uma explicação sobre a história natural da doença. A seguir, a paciente é internada para o esvaziamento uterino. “Temos aparelho apropriado para vácuo-aspiração automática e manual, procedimento que retira a placenta doente”, explica Elza Uberti. Nos casos simples de evolução espontânea, o que ocorre
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em 80% dos casos de Mola, as pacientes recebem acompanhamento médico, durante oito a dez meses, quando ganham alta e são re-encaminhadas aos seus médicos. Os casos complicados, que necessitam de quimioterapia para resolução da doença, caracterizam o Tumor Trofoblástico Gestacional e o atendimento persiste por cinco anos. Nessas pacientes, se houver diagnóstico precoce, as chances de cura, com preservação do útero, são superiores a 90%. O tratamento quimioterápico geralmente é realizado em nível ambulatorial na Unidade de Quimioterapia do Hospital Santa Rita, unidade de oncologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre.
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O quadro de profissionais é formado pela Drª Adriana Gerardt Vieira da Cunha, que realiza a maioria dos exames ultras-sonográficos; a psicóloga Silvia Villa Verde Ribeiro Ferreira, responsável pelo apoio emocional; a Drª. Letícia Viçosa Pires e o Drº Marcos Wengrover Rosa que fazem as cirurgias mais complexas; os Drs. Eiji Suwa e Henrique Zambenedetti Werlang, do Hospital Santa Rita, especialistas em exames tomográficos; o Dr. Rui Luzzatto, médico patologista realizador dos exames anátomo-patológicos; o oncologista Dr. Moacyr Andrade participante da orientação dos casos especiais e o Dr. Antonio Celso Koehler Ayub, envolvido com as questões éticas e de relacionamento com a direção da Santa Casa, sempre defendendo a existência do CDT. Os médicos plantonistas do Centro Obstétrico (Drs. Carmen Quadros Kroeff, Leila Maria Rodrigues, Letícia Viçosa Pires, Luiza Leonetti, Magali Queiroz Duarte Torres, Maria Amélia Rolla Moreira e Rui Soares Silveira) realizam e/ ou orientam os médicos residentes na maioria dos procedimentos. •
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Qualidade em Urologia Fundado na década de 50 do século passado, o Serviço de Urologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre passa por reestruturação e reafirma sua excelência na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças urológicas, aliando conhecimento e tecnologia
Localizado no Hospital Santa Clara, o serviço atua nas mais diversas subespecialidades da urologia, entre elas a andrologia, laparoscopia, urologia feminina, urologia pediátrica, uroneurologia e uro-oncologia. O serviço atende nos hospitais Santa Clara, São Francisco, São José, Santa Rita e da Criança Santo Antônio a pacientes particulares, de convênios e do SUS. PROCEDIMENTO: Na cirurgia intracorpórea percutânea os cálculos renais são quebrados e retirados
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Urologia é a especialidade devem ser subestimadas. “A saúde e da medicina que trata das a qualidade de vida dependem de doenças do sistema urinário todos os fatores ligados à prevenção, masculino e feminino – dos quais ao diagnóstico e ao tratamento”, refazem parte rins, ureteres, bexiga e sume Dr. Mirandolino. uretra – e dos órgãos do aparelho reprodutor do homem. As doenças Trajetória relacionadas a cálculos e O Serviço de Urologia câncer são, entre as mais da Santa Casa de Porto comuns, aquelas que Alegre iniciou suas ativicausam graves prejuízos dades na Enfermaria Dr. à saúde. Alfeu Bica de Medeiros, Segundo o Dr. Mina década de 1950, e garandolino Batista Marianhou experiência e creno, chefe do Serviço de dibilidade com o passar Urologia, a Santa Casa do tempo. Atualmente, o está pronta para o trataServiço está sendo reformento de todas as domulado e já possui instaenças do trato urinário, lações adequadas para o sobretudo as de maior DR. MIRANDOLINO diagnóstico e tratamencomplexidade. Ele, no MARIANO: “As ações de to de todas as doenças entanto, ressalta que as prevenção não devem ser urológicas, sobretudo as ações de prevenção não subestimadas” de alta complexidade.
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Texto • Luana Elias Fotos • Bruno Lois
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Vídeocirurgia e robótica
Integrando a nova fase do Serviço de Urologia, que tem sua ênfase no avanço do conhecimento e da tecnologia, se realizará na Santa Casa, de 12 a 14 de novembro deste ano, a 1° Bienal de Videocirurgia e Robótica. “Trazendo a Porto Alegre alguns dos mais destacados profissionais do país e exterior nesses campos avançados da Urologia, a Bienal de Videocirurgia e Robótica se insere nos projetos e ações que reafirmam o pioneirismo e consolidam nosso serviço como referência brasileira”, diz o Dr. Mirandolino. Os Drs. Vipul Patel e Kennetych J.Palmer, ambos do Global Ropbotics Institute de Orlando/Estados Unidos, e os Drs. Jens-Uwe Stolzenburg, de Leipzig/ Alemanha, e Flávio Santinelli, de Buenos Aires/Argentina estão entre os especialistas estrangeiros já confirmados como palestrantes.
Ensino e pesquisa O Serviço de Urologia da Santa Casa investiu em equipamentos de imagens, localizados no RX Central. Estes equipamentos também realizam biópsias, integrando o serviço de imagem com o de urologia. Na prevenção, diagnóstico e tratamento de cálculos renais, o serviço conta com tecnologias avançadas como o litotritor extracorpóreo, litotritor ultrassônico, litotritor eletrohidráulico e litotritor a laser. Também adquiriu equipamento de urodinâmica para realizar diagnósticos de doenças da bexiga. Os procedimentos de endourologia e laparoscopia receberam um aporte de equipamentos montados em “kits”, o que garante qualidade nos instru-
mentos e controle de seu uso. A Santa Casa também adquiriu dez novas ópticas e outros equipamentos de última geração para atender a demanda cirúrgica de todas as subespecialidades urológicas. LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA: Nessa cirurgia os cálculos renais são Para ampliar o campo pulverizados através de ondas de choque de conhecimento na desenvolve um programa de estágio, área de urologia, estão programadas coordenado pela Santa Casa, que tem pesquisas em subespecialidades como atraído médicos de outros estados e endourologia, laparoscopia, uro-oncode países latino-americanos. Além logia e urologia pediátrica. disso, disponibiliza cursos aos ex-resi Na área do ensino, o serviço possui dentes da Instituição em endoscopia e convênio com a Universidade Fedelaparoscopia, com planejamento para ral de Ciências da Saúde de Porto estendê-los às demais áreas. Alegre e oferece residência. Também •
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Rapidez e conforto
O Laboratório Central da Santa Casa atende a alta demanda com eficácia
Dotado de um parque tecnológico constantemente atualizado, capaz de oferecer até 26 informações em 30 segundos, o Laboratório Central - Análises Clínicas da Santa Casa superou sua média de exames e atingiu novo recorde em 2009: 241 mil laudos/mês
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Textos e fotos • Bruno Lois
raduzir a alta demanda em eficácia é a missão do Laboratório, que funciona 24h e conta com 144 profissionais que trabalham para garantir a agilidade e a exatidão dos exames – dos mais simples aos mais complexos. Dotado de um parque tecnológico constantemente atualizado, com equipamentos capazes de oferecer até vinte e seis informações em meio minuto, o Laboratório Central - Análises Clínicas da Santa Casa superou sua média de exames e atingiu novo recorde em 2009: “241 mil laudos/mês, ultrapassando a média de 2008, que foi de 211 mil” – orgulha-se o bioquímico Carlos Voegeli, responsável pelo Laboratório. O Laboratório conta também com Postos de Colheita, localizados no subsolo 1 do Hospital Santa Clara, esse exclusivo para pacientes do SUS, e outros dois para pacientes de convênios e particulares: no subsolo 1 do Hospital Dom Vicente Scherer e no térreo do Hospital Santa Clara. Voegeli exalta que toda tecnologia de análise do Laboratório é igualmente disponível a pacientes particulares, de convênios e do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Uma das novidades, voltada a usuários de convênios e particulares, é o Serviço de Colheita Domiciliar, em que o paciente agenda a data e o horário para realizar colheita de material em sua residência. “Uma alternativa útil principalmente aos que, por problema de saúde, não podem se deslocar, e também para quem quer usufruir de maior comodidade”. Outra vantagem oferecida é a consulta do laudo pela internet, através de senha fornecida ao paciente. Carlos Voegeli destaca que todo o processo - desde o material de colheita, passando pelos sistemas e equipamentos para análise, até o tipo de papel do laudo - é rigorosamente de igual qualidade para todos. “Esse é o nosso diferencial. Quando o material chega para análise, do mais rico ao mais pobre da cidade, no Laboratório, são tubos de sangue e serão igualmente analisados pelos mais modernos equipamentos”.
“Todo o processo – desde o material de colheita, passando pelos sistemas e equipamentos para análise, até o tipo de papel do laudo – é rigorosamente de igual qualidade para todos.”
Benchmark
Carlos Voegeli
Laboratório Central Análises Clínicas da Santa Casa • média de exames: 241 mil laudos/mês • funciona 24h • 144 profissionais
Referência no Brasil e na América Latina, o Laboratório Central – Análises Clínicas recebe frequentemente visita de profissionais destacados do Brasil e de países vizinhos. No Congresso da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, realizado em agosto de 2009, em Porto Alegre, o Laboratório Central da Santa Casa recebeu a visita de 56 profissionais interessados em conhecer a tecnologia em uso na Instituição. Além disso, reúne em seu histórico certificações de excelência, como os certificados brasileiros concedidos pelo PELM (Programa de Excelência de Laboratórios Médicos) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, conquistado anual e consecutivamente, há 23 anos; o certificado do PNCQ (Programa Nacional de Controle da Qualidade), da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, renovado anualmente, há nove anos; e o certificado do PALC – Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos, desde 2002. Há ainda certificações internacionais, concedidas pelo College Of American Pathologists (CAP), há seis anos consecutivos e da Digital PT AccuTest, outro importante reconhecimento no cenário mundial. Santa Casa Notícias
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Destaque mundial marca o primeiro ano de atividades do Programa
Sinal de Alerta Texto • Bruno Lois
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Saúde tipo exportação
Senac/Santa Casa
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s resultados do Sinal de Alerta, iniciativa que surgiu da parceria entre o Hospital Santa Rita, unidade de oncologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RS) foram apresentados em novembro de 2009, na Itália, durante o Cancer Control. O evento, que ocorre a cada dois anos, reuniu autoridades mundiais em oncologia e prevenção de todos os tipos de câncer. Entre os objetivos alcançados em 2009, além de aumentar a informação sobre câncer de pele para profissionais não médicos, o Programa Sinal de Alerta, coordenado pelo Dr. Felice Riccardi, iniciou um trabalho de conscientização nas escolas. Palestras e mini-aulas são direcionadas aos jovens de ensino médio. Dr. Felice destaca que a importância é criar a cultura da prevenção desde cedo: “Esclarecer ao jovem e ao adolescente que os cuidados com a pele e exposição solar começam agora” – enfatiza Felice, idealizador do Programa Sinal de Alerta e também coordenador do Núcleo de Melanoma do Hospital Santa Rita. Nos primeiros meses de 2010, de calor e sol intenso, realizou-se a quarta edição da Ação Verão. Foram percorridas as praias do litoral gaúcho e alertados os veranistas sobre os cuidados necessários
CONSCIENTIZAÇÃO: Médicos da Santa Casa realizaram palestras em Porto Alegre e no Interior
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Profissionais da beleza Em outubro de 2008, a união entre Santa Casa e Senac-RS deu início ao Programa Sinal de Alerta. O primeiro objetivo da parceria era orientar profissionais não médicos, mas ligados à área da beleza (cabeleireiros, esteticistas, massagistas, podólogos, manicures, etc.), a reconhecer lesões suspeitas e com alta possibilidade de serem malignas e, a partir dessa constatação, encaminhar tais clientes a médicos especialistas. A adesão dos profissionais da beleza foi grande e somente em 2008, 300 alunos dos cursos do Senac participaram dos treinamentos que ocorreram em todo o Estado. Palestras foram ministradas também aos profissionais que já atuam no mercado.
para manter uma pele bonita e saudável.
Câmaras de bronzeamento
Em novembro de 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu o uso das câmaras de bronzeamento com luz artificial. A medida foi tomada após a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer incluir esse procedimento na lista de fatores que comprovadamente provocam câncer de pele. De acordo com o estudo, a prática do bronzeamento artificial aumenta em 75% o risco do desenvolvimento de melanoma em pessoas que se submetem ao procedimento até os 35 anos de idade. Sobre o assunto, Dr. Felice é enfático: “É um passo importante para a prevenção do câncer de pele. Deve permanecer proibido.” As alternativas para quem quer ficar com o bronzeado em dia e com a saúde preservada são os cremes autobronzeadores e aplicações de jet bronze, ou seja, bronzeamento a jato, que promove uma coloração . sadia à pele.
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Vitória da
A Santa Casa e a medicina brasileira comemoraram em setembro de 2009 os dez anos de uma façanha que revolucionou a trajetória dos transplantes e emocionou o Brasil Texto • Bruno Lois Fotos • Luana Elias
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Arquivo/Santa Casa
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á dez anos, a iniciativa médica de realizar um procedimento até então feito só nos Estados Unidos, aliada à coragem e ao amor incondicional da família Busnardo, devolveram ao jovem Henrique o direito a uma vida normal. Henrique Busnardo, de Curitiba/PR, chegou à Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre em agosto de 1999. O menino, então com 12 anos de idade, portava bronquiolite grave, em decorrência de uma pneumonia causada por um vírus desconhecido que teve aos oito anos. A bronquiolite – inflamação nos bronquíolos – comprometia-lhe os pulmões e exigia transplante sob risco imediato de morte. Henrique dormia ajoelhado porque a falta de ar não lhe permitia deitar. Ele tinha apenas 12% de capacidade pulmonar e dependia do uso de oxigênio suplementar 24h por dia. Um mês após sua chegada à Porto Alegre, o menino distribuía sorrisos e recuperava, aos poucos, a capacidade de respirar normalmente. Em 17 de setembro daquele ano, a equipe de transplantes pulmonares da Santa Casa, liderada pelo Dr. José Camargo, realizou com sucesso o
Henrique Busnardo em agosto de 1999... FÔLEGO: Dez anos depois da cirurgia, Henrique Busnardo testa a capacidade dos novos pulmões
...e
medicina...
primeiro transplante de pulmão intervivos fora dos Estados Unidos. “Considerando a improbabilidade de se conseguir um doador falecido de tamanho compatível com uma criança de 12 anos, foi proposta a técnica do transplante com doadores vivos, iniciada na Universidade da Califórnia em 1990”, recorda Dr. Camargo.
Procedimento complexo A técnica consiste em retirar metade de um dos pulmões de cada doador (em geral pai e mãe, caso de Henrique) e com eles substituir os pulmões doentes. Todo o procedimento, desde a retirada da parte dos pulmões dos pais até o implante em Henrique, durou cinco horas e meia. O garoto ficou internado por dois dias na Unidade de Tratamento Intensivo e por mais 51 dias no leito antes de receber alta. Durante esses dias, a família recebeu a visita de diversos jornalistas, e ainda sem ter a noção exata da profunda significação do estava vivendo, viu seus nomes e rostos exibidos - em horário nobre - nas redes nacionais de televisão e sua história contada nos principais veículos de comunicação do país.
Sonhos retomados
... e em 2009
da VIDA
Henrique, torcedor do Coritiba, recebeu ainda a visita de jogadores do Grêmio, dias antes da partida entre os dois clubes. No grupo de jogadores presentes, um garoto que surgia nos gramados gaúchos e anos depois se tornaria o melhor do mundo: Ronaldinho. Hoje, Henrique dá risadas ao lembrar que pediu ao craque e ao zagueiro Scheidt, que “aliviassem” no jogo contra o CoriSanta Casa Notícias
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Um jogo muito especial tiba. O resultado? “Goleamos o Grêmio por quatro a zero”. A partir do transplante, Busnardo retomou sonhos de infância, como jogar futebol, andar de bicicleta, e outras atividades simples que compõem a rotina de qualquer pessoa saudável. Hoje, o jovem, que cursa o segundo semestre de Direito, tem planos maiores. “Pretendo me formar como advogado e seguir carreira como procurador de justiça.” Avalia seu transplante como produto de ato de coragem e amor da família e da ousadia e excelência de uma equipe médica da Santa Casa de Porto Alegre.
Dois aniversários Os doadores, seus pais, Márcia e Amadeu, consideram a data do transplante como sendo a do renascimento de seu filho. “Comemoramos duas vezes ao ano o aniversário do Henrique”, sorri Márcia. Amadeu confessa que, na época,
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COMEMORAÇÕES: Acima, o Jogo da Vida no Estádio Olímpico, em 2009. Abaixo, Márcia e Amadeu, os pais doadores, e Henrique Busnardo, que nasceu de novo.
Com o tema Doe órgãos e complete a vida de alguém, a campanha de conscientização para a doação de órgãos e tecidos de 2009 tem uma novidade: as peças gráficas foram produzidas com fotos de transplantados e não de atores. A campanha começou a ser veiculada em 20 de setembro em rádios, jornais, comerciais em televisão e cinemas. No mesmo dia, médicos e transplantados disputaram edição especial do tradicional Jogo Pela Vida, no Estádio Olímpico. A partida terminou com vitória dos médicos por 6x2. O goleador foi o Dr. Eduardo
Celso Figueiredo Celso Figueiredo
celebração: Dr. Camargo, na primeira fila, em companhia de transplantados e parte da equipe, festejam os vinte anos do primeiro transplante de pulmão da América Latina, que teve Andréa Konrad (foto ao lado), gerente administrativa do Hospital Dom Vivente Scherer, como mestre de cerimônias
chegou a pensar em tentar tratamento nos Estados Unidos, mas o quadro de saúde de Henrique era muito grave, o que impedia a viagem: “A nossa única e arriscada alternativa era o transplante intervivos. E nós não pensamos duas vezes”.
CAMPANHA: Peças gráficas inovadoras
Chem, com três gols. Em 7 de fevereiro de 2010, na praia de Atlântida Sul, no 13º Jogo pela Vida, os médicos voltaram a vencer por 6 x 2.
Em setembro de 2009, a família veio à Porto Alegre, para, junto da equipe médica, comemorar a data. Eles ainda participaram, com o Dr. Camargo, de uma coletiva de imprensa que antecedeu a cerimônia de comemoração.
Liderança Desde o transplante de Henrique, mais 25 pacientes realizaram na Santa Casa procedimento se-
melhante, ou seja, a construção de um novo pulmão com parte do órgão doado pelos pais ou, eventualmente, por outros familiares. A Instituição, pelas mãos da equipe do Dr. José Camargo, também é responsável pelo primeiro transplante de pulmão na América Latina, realizado há 20 anos. Pacientes de 19 estados já foram transplantados na Santa Casa que, até o fechamento desta edição, totaliza 335 transplantes desse órgão, do total de 511 pacientes transplantados no País. Isso significa que de cada três transplantes de pulmão realizados no Brasil, dois foram feitos na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
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Parceiros de um sonho
RECONHECIMENTO: Dr. Camargo entre Simone Figueiredo, à esq., e Jéssica Tavares Arruda, transplantadas de pulmão. Simone é uma das modelos da Campanha da Santa Casa
Fila de espera no Rio Grande do Sul e no Brasil
Avise a família
Dados da Central de Transplantes do RS referentes a março de 2010 apontam que 38 pessoas aguardam por um transplante de pulmão no Rio Grande do Sul. No Brasil, estima-se que a lista de pacientes em espera por pulmão seja de 125 pessoas e que a somatória da lista de todos os órgãos chegue a 60 mil, segundo o Ministério da Saúde. Com 548 instituições de saúde e 1.376 equipes médicas autorizados a realizar transplantes, o Sistema Nacional de Transplantes está presente em 25 estados do país, por meio das Centrais Estaduais de Transplantes.
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Para ser doador, não é necessário assinar nenhum documento por escrito. Basta que a sua família esteja ciente da sua vontade. Assim, quando for constatada a morte encefálica do paciente, uma ou mais partes do corpo que estiverem em condições de serem aproveitadas poderão ajudar a salvar as vidas de outras pessoas. Alguns órgãos podem ser doados em vida. São eles: fígado, rim, pâncreas, medula óssea e parte do pulmão, em casos semelhantes ao da família Busnardo. A legislação nacional prevê que esse processo deve ser totalmente gratuito, sendo expressamente ilegal qualquer tipo de comercialização de órgãos e tecidos. •
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Inaugurado em dezembro de 2001, o Hospital Dom Vicente Scherer, único centro da América Latina que realiza todos os tipos de transplantes de órgãos e tecidos, é fruto de um movimento de solidariedade, assim como o gesto da doação. Somente com o envolvimento da comunidade do Estado, de empresas e do Poder Público Federal, foi possível sua concretização. A Santa Casa viu na construção do HDVS a possibilidade de reunir em uma única unidade assistencial todas as equipes de transplantes, que atuavam nos demais hospitais do Complexo, e com isso ampliar a efetivação dos procedimentos desse tipo.
De 1977 a 2009 já são
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transplantes realizados na Santa Casa, na soma de todos os órgãos e tecidos
Parceiro indispensável O Laboratório de Anatomia Patológica da Santa Casa de Porto Alegre desempenha tarefa fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer e de dezenas de outras doenças
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Texto e fotos • Luana Elias
m 2002, ano de sua transferência para as novas instalações no Hospital Santa Rita, o Laboratório de Anatomia Patológica realizou 35 mil análises, produção que alcançou 98 mil análises em 2009, com crescimento de cerca de 280% em um intervalo de sete anos. De 2002 a dezembro de 2009, o Laboratório da Santa Casa processou 550 mil exames anatomopatológicos. Santa Casa Notícias
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Com profissionais qualificados, com pós-graduação e especialização no Brasil e exterior, e equipamentos de última geração, como o processador automático de tecidos (com capacidade para 320 amostras), bancada automatizada para inclusão dos espécimes em cassetes, micrótomo e criostatos para transoperatório de congelação, o Serviço de Anatomia Patológica recebe materiais para análise dos sete hospitais do complexo Santa Casa, bem como de outros hospitais e serviços do Rio Grande do Sul e de outros estados do Brasil. As atividades do Laboratório envolvem tanto técnicas aprimoradas quanto um trabalho quase artesanal dos profissionais, exigindo elevado nível de conhecimento e experiência.
Tecnologia e excelência
“O Laboratório de Patologia é um serviço fundamental para a Santa Casa, pois através do diagnóstico, ele permite definir com precisão o tratamento das mais diversas doenças. A tecnologia avançada e a excelência são atributos fundamentais para cumprir com este objetivo”, afirma o Dr. Rui Luzzatto, chefe do Serviço de Anatomia Patológica. O Laboratório atua nas áreas de histopatologia e citopatologia, analisando as amostras de tecidos ou células de pacientes.
Conheça alguns procedimentos do Laboratório de Patologia Amostras são catalogadas
Anotações sobre impressões do material antes do corte
Etapas de documentação macroscópica e amostragem
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O cirurgião remove a peça – partes de órgãos e tecidos – que deseja analisar e a amostra é enviada para o Laboratório de Patologia, onde é cadastrada. No laboratório, o patologista seleciona a área da peça a ser amostrada e realiza a documentação macroscópica do espécime, analisando condições de preservação, dimensões, coloração, consistência, entre outros. O restante do espécime é armazenado por três meses, ou até a liberação do laudo.
Macroscopia
Inclusão de parafinas nos espécimes
Colorações citológicas
Colocação por hematoxilina e eosina (HE) dos cortes histológicos
Cortes em bloco de parafina
Identificação das amostras na lâminas - coloração citopatológica
Identificação das amostras nas lâminas
A amostra é colocada na processadora de tecidos, onde recebe banhos cronometrados de álcool, xilol e parafina. É enviada para a realização de cortes histológicos no micrótono, do qual o profissional retira uma fina membrana parafinizada, que é aplicada em uma lâmina e recebe uma coloração por hematoxilina e eosina, conhecida como HE. A lâmina com a amostra é analisada, avaliada e o laudo é liberado pelo patologista. Depois de examinada, a lâmina é arquivada. O laudo é disponibilizado na intranet.
Exames a serem analisados pelos patologistas
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Procedimento de imunoistoquímica
Corte de blocos para análise
No caso do procedimento de imunoistoquímica, os cortes histológicos são colocados na estufa para receber banho de xilol e álcool e, depois, uma ativação antigênica para recuperar os antígenos que estão naquele tecido. Alguns anticorpos escolhidos pelo patologista são aplicados na amostra e o resultado é obtido no dia seguinte.
Entre as subespecialidades atendidas estão a patologia gastrointestinal, da cabeça e pescoço, dermatopatologia, hematopatologia, gineco-obstétrica, óssea, articulações, tecidos moles, pulmonar, sistema urinário e sistema nervoso.
Identificação de tumores
A imunoistoquímica é um dos procedimentos realizados pelo Laboratório, indispensável na definição dos tipos de tumores. O Setor de Imunoistoquímica, coor-
Aplicações de anticorpos nos cortes histológicos para imunoistoquímica
denado pela Drª. Marinez Bizzarro Barra, possui o mais completo painel da Região Sul, com 160 anticorpos monoclonais. Anticorpos são proteínas que reconhecem elementos químicos, como outras proteínas e hormônios no tecido analisado, que auxiliam na identificação das patologias e ampliam a precisão do diagnóstico, importante na decisão do tratamento que será utilizado.
Transoperatório de congelação
Outro importante procedimento realizado é a pa-
Procedimento transoperatório de congelação
Etapas de seleção e amostragem do tecido a ser examinado
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Pesquisa & ensino
O Análise microscópica
O médico-patologista avalia os elementos identificados no tecido e estabelece o diagnóstico, que é encaminhado ao médico do paciente.
Serviço de Patologia garante sua excelência, aliando pesquisa e ensino através da participação de vários grupos de pesquisa na Instituição e na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e da disponibilização de vagas para a residência médica. O Laboratório de Patologia da Santa Casa foi fundado pela Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e anexado à Santa Casa em 13 de maio de 1998. Em novembro de 2002 sua sede foi transferida para o 2° andar do Hospital Santa Rita.
REFERÊNCIA BRASILEIRA : A qualificação de sua equipe de profissionais, aliada aos programas permanentes de ensino e pesquisa e atualização tecnológica, garantem a excelência do Laboratório de Anatomia Patológica da Santa Casa de Porto Alegre
tologia dos transplantes de órgãos, que permite uma análise pré-operatória dos órgãos a serem transplantados: “Verifica-se a existência de lesões que possam contraindicar o transplante assim como a compatibilidade com o receptor”, explica o Dr. Rui. Luzzatto. O Laboratório de Anatomia Patológica da Santa Casa também disponibiliza o exame transoperatório de congelação. Consiste em uma primeira análise do material retirado, realizada pelo patologista ainda com o paciente anestesiado, fornecendo um diagnóstico ou outras informações importantes. O material é prontamente congelado, cortado, corado e examinado. Este exame é solicitado para definir a natureza da lesão ou avaliar se as margens cirúrgicas estão livres ou comprometidas pela neoplasia. Desta forma, o médico pode modificar a conduta cirúrgica,
ampliar a área de ressecção, realizar cirurgia radical ou interromper o ato cirúrgico, se for o indicado em lesões como no caso de linfomas. O Laboratório de Anatomia Patológica da Santa Casa de Porto Alegre possui patologistas disponíveis 24 horas por dia para realização dos exames transoperatórios de congelação. Santa Casa Notícias
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A equipe invisível Textos e fotos • Ana Paula da Rocha
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iariamente, a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre recebe milhares de pacientes que vêm à Instituição para consultas, exames e procedimentos cirúrgicos. Do momento em que entra no complexo de sete hospitais até que seu atendimento seja concluído, cada paciente se depara com uma enorme gama de profissionais. Além dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, os tradicionalmente mais conhecidos, há recepcionistas, fisioterapeutas, seguranças e nutricionistas, entre tantos outros. A maioria dos pacientes não faz ideia de que a qualidade do procedimento a que será submetido também depende de uma equipe que passa despercebida, invisível. São 86 profissionais se revezando 24 horas por dia, sete dias por semana, fundamentais para que cada um dos procedimentos seja feito com segurança, sejam eles cirurgias, pósoperatórios ou mesmo exames. São enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de materiais e administrativos que compõem o Serviço de Esterilização.
Os 86 profissionais que compõem o Serviço de Esterilização do Complexo Hospitalar Santa Casa se revezam 24h por dia, sete dias por semana e contribuem de forma decisiva para a alta qualidade da assistência médica 42
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O trabalho desta equipe está diretamente ligado à qualidade assistencial, para a qual é imprescindível. Exige concentração e precisão técnica. Cada produto para a saúde é cuidadosamente esterilizado. Produto para a saúde é o termo técnico dos instrumentos regularizados junto à Agência Nacional de Vigilância
A maioria dos pacientes não faz ideia de que a qualidade da cirurgia ou outro procedimento a que será submetida também depende de uma equipe que passa despercebida, quase invisível. São enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de materiais e administrativos que compõem o Serviço de Esterilização.
Sanitária (Anvisa) utilizados nos procedimentos. Um processo minucioso composto por muitas etapas (veja matéria na pág 44) é executado para processar diariamente de 4.500 a 5.000 produtos, como pinças, afastadores, dilatadores e perfuradores, entre outros. Cada um precisa de muito cuidado para que possa ser reutilizado em outros pacientes com a garantia de que não provocará contágio por vírus ou bactérias e para que seja descartado quando não atender mais à qualidade necessária. Todos os produtos integram kits identificados com um número e uma ficha que é preenchida após a realização de cada etapa do processo de esterilização. Trata-se de uma medida de controle de tudo o que é feito com cada produto para facilitar a rastreabilidade dos kits sempre que necessário.
“A tendência no Brasil é de que a esterilização dos materiais seja toda feita dentro dos centros de esterilização e não mais nos blocos, a não ser que um profissional da área esteja no bloco cuidando disso. Com a mudança feita na Santa Casa, centralizando todo o processo no Serviço de Esterilização, foi possível ter maior controle, melhorar a qualidade do material, promover o descarte do que não está mais em condição de uso, desde que se informe o Serviço. Hoje temos mais qualidade graças ao Serviço de Esterilização e seus processos.” Drª. Teresa Sukiennik
ROTINA: Todos os produtos integram kits identificados com um número e uma ficha que é preenchida após a realização de cada etapa do processo
Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Santa Casa Notícias
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Referência nacional
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entralizar o processo de esterilização em uma única área é prática ainda pouco adotada em instituições hospitalares brasileiras – muitos serviços ainda são semicentralizados -, mas vem se afirmando como alternativa ideal para garantir com precisão que os materiais cheguem às unidades da forma adequada para serem utilizados no atendimento aos pacientes. “A própria Vigilância Sanitária orienta para que esta atividade seja centralizada,
EMBALAGEM: preservando a esterilidade
pois desta forma a segurança no atendimento prestado é maior, devido ao controle dos processos. Outra vantagem é a otimização dos recursos disponíveis”, informa a enfermeira Carmem Pozzer, gerente do Serviço de Esterilização da Santa Casa. O Serviço é referência para outras instituições, recebendo frequentes visitas de profissionais de todo o Brasil interessados em conhecer o funcionamento desse serviço na Santa Casa.
Procedimento Operacional Padrão (POP) Para garantir a padronização e segurança de todas as etapas do Serviço de Esterilização, há um Procedimento Operacional Padrão (POP) para cada uma. Veja como funciona o Serviço: • Recepção • Produtos para a saúde são recolhidos nas unidades pelos auxiliares de materiais e entregues no Serviço de Esterilização, onde são registradas informações como procedência, data e horário de chegada. O número do registro permite que todas as etapas que vêm a seguir sejam monitoradas e rastreadas. • Limpeza – Remoção da sujeira orgânica e inorgânica presente nos produtos para saúde e potencial redução da carga microbiana. Pode ser realizada manualmente ou de forma mecânica, utilizando ou lavadora termodesinfectora (para instrumental) ou lavadora ultrassônica (dependendo do tipo de produto a ser processado).
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• Inspeção • Profissionais verificam a efetividade da limpeza, funcionalidade e condições gerais dos produtos, ocorrendo sempre que necessário a substituição de peças para que o material seja entregue em perfeito estado. • Preparo • Controle, organização e acondicionamento dos produtos seguindo fichas que especificam os cuidados com cada tipo de material. • Embalagem • Tem a finalidade de manter a esterilidade do conteúdo. • Rotulagem • O rótulo afixado nas embalagens deve se manter na esterilização, transporte, armazenamento,
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distribuição e no momento de utilização. Contém identificação do produto, datas da esterilização e de validade, método de esterilização, nome do responsável pelo preparo e um número de lote, que permite a rastreabilidade do processo de esterilização.
• Esterilização • Com o uso de equipamentos qualificados, chamados autoclaves, os microorganismos são destruídos. Na Santa Casa é utilizada autoclave a vapor com alta temperatura - para produtos termoresistentes (que resistem a altas temperaturas) – e autoclave a peróxido de hidrogênio, para produtos termosensíveis (que não resistem a altas temperaturas). Os processos são validados e monitorados continuamente por indicadores químicos e biológicos. • Distribuição • Rotas com trajetos e horários para recolhimento e entrega dos materiais nas unidades.
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Destaques
Teste da orelhinha
José Camargo na Academia Nacional de Medicina
Celso Fiigueiredo
JOSE CAMARGO: Um gaúcho na Academia
Luana Elias/Santa Casa
Em 23 de março de 2010, o Dr. José de Jesus Peixoto Camargo, diretor-médico do Hospital Dom Vicente Scherer, Centro de Transplantes da Santa Casa, toma posse, na condição de membro titular, da cadeira número 22 da Academia Nacional de Medicina. Ele foi eleito em novembro de 2009, para a cadeira, vaga com o falecimento do Dr. José Aristodemo Pinotti. A cerimônia de posse acontece na sede da Academia no Rio de Janeiro. Além da nomeação como membro da Academia Nacional de Medicina, Camargo recebeu, em novembro do ano passado, a Medalha do Mérito Legislativo, concedida pela Câmara dos Deputados, em Brasília, como destaque médico do ano de 2009.
Para garantir a saúde do bebê
PROCEDIMENTO: Sonda, no ouvido, emite estímulos sonoros para avaliar função auditiva do bebê
Um exame simples, indolor e capaz de evitar problemas no desenvolvimento futuro do bebê: esse é o teste da orelhinha, exame que a Maternidade Mario Totta, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, realiza desde dezembro de 2008. O procedimento é realizado por uma equipe formada por fonoaudióloga e otorrinolaringologistas e consiste em inserir uma pequena sonda no conduto auditivo do recém nascido e produzir um estímulo sonoro. Na captação do seu retorno, é emitido um gráfico com a função auditiva do bebê.
A fonoaudióloga responsável pelo exame, Stefanie Kuhn Benvenutti, destaca a importância de realizá-lo o mais precocemente: “A deficiência auditiva acarreta problemas de sociabilidade e de alfabetização. Além disso, qualquer redução na capacidade auditiva impede que a criança receba adequadamente as informações sonoras que são básicas para a aquisição da linguagem”. O teste da orelhinha é disponibilizado a todos os bebês nascidos na Maternidade Mario Totta, clientes do SUS, de outros convênios ou particulares.
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Parceria
Santa Casa e Cielo:
por um futuro melhor Textos • Marco Antônio Júnior
Referência em negociações com cartões de crédito no Brasil, a Cielo (antiga VisaNet) investe em ações sociais na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre por acreditar que é possível contribuir para uma efetiva mudança da estrutura social do Brasil
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m seus 206 anos de história, a Santa Casa busca diariamente a qualificação da assistência a crianças e recém nascidos atendidos no Hospital da Criança Santo Antônio e na Maternidade Mario Totta. Para alcançar estes objetivos, as duas unidades contam com o apoio do Projeto Cuidando das Nossas Crianças, viabilizado através do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Funcriança). O Fundo busca financiar programas e projetos de promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Em 2008, a Santa Casa ganhou um grande parceiro para a realização dos seus projetos, a Cielo . Com 12 anos de atuação no mercado brasileiro, a Cielo oferece aos seus clientes tecnologia de ponta, credibilidade e segurança. Com milhares de clientes em todo o Brasil, a empresa processa todas as transações realizadas com cartões Visa em território nacional, vindas de cartões nacionais ou internacionais.
Educação e saúde
Fotos: Arquivo/Santa Casa
O que aproxima esta empresa da Santa Casa é a crença de que é possível oferecer à comunidade condições para a construção de um futuro melhor. A partir da parceria com a Cielo, este panorama já está sendo possível na medida em que a saúde de crianças e recém nascidos, assistidos no Hospital da Criança Santo Antônio e na Maternidade Mário Totta, são beneficiados através da aquisição de equipamentos e materiais de ponta, imprescindíveis para o diagnóstico preciso e um tratamento eficaz. Em parceria com organizações como a Santa Casa, a Cielo também participa de diversas ações no Brasil, como publicação de livros sobre cidadania para jovens de escolas públicas e projetos de estímulo à leitura em escolas de ensino fundamental. “A Cielo realiza investimentos sócio-culturais em projetos que tenham foco em educação, saúde, capacitação para o trabalho e sociabilização por meio de projetos esportivos voltados aos jovens. O projeto da Santa Casa está alinhado a este foco” afirma Roberto Siggers, Gerente de Sustentabilidade da Cielo. • 46
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Texto • Adriana Machado Fotos • Bruno Lois
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grande a importância dos serviços prestados pelo Banco de Sangue aos sete hospitais do Complexo Hospitalar Santa Casa. Todo o sangue doado tem como destino final os vários pacientes que passam pelas 60 mil cirurgias/ano realizadas nos sete hospitais da Instituição, incluindo procedimentos de alta complexidade como transplantes de fígado, pulmão, rins e de medula óssea, pacientes com câncer, entre outros casos. A meta estipulada pelo serviço é atingir 1.800 doadores por mês. Objetivo inclusive superado, pois o atendimento vem girando em torno de 2 mil a 2.200 pessoas dispostas a realizar este ato de cidadania e generosidade, resultado das campanhas internas e de conscientização do Serviço Social e dos próprios médicos. Em janeiro de 2010, por exemplo, em plena época de férias e de lazer, compareceram ao Banco de Sangue cerca de 2.500 voluntários.
O BANCO DA VIDA Fornecer o melhor sangue possível para o paciente é apenas uma das várias funções desenvolvidas pelo Serviço de Hemoterapia da Santa Casa
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Cerca de 20% dos candidatos à doação são considerados inaptos, principalmente em virtude da identificação de alterações como anemia, pressão alta, gripe, malária, Doença de Chagas e alcoolismo. Cada unidade de sangue doada é fracionada em componentes (glóbulos vermelhos, plaquetas e plasma), utilizados nas especialidades atendidas pelo Complexo Hospitalar. É preciso, no entanto, estar atento para a importância da doação consciente, sem causar nenhum risco a terceiros. “Não raro muitos se encaminham para o Banco de Sangue apenas para saber de resultados de exames sobre possíveis problemas de saúde, como doenças sexualmente transmissíveis”, afirma a diretora do Banco de Sangue, Drª. Mirna Barison. “Nestes casos é preciso ir a um médico ou a serviços credenciados pelo Ministério da Saúde”, aconselha a hemoterapeuta.
Racionalização e rastreabilidade
Além de realizar vários outros procedimentos especializados, entre eles o transplante de células da medula óssea, e treinamentos para técnicos de hemoterapia, biomédicos, bioquímicos e médicos, o Banco
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Os números do Banco de Sangue São realizadas de 3 a 4 mil transfusões/mês Passam aproximadamente 2500 candidatos à doação/mês
de Sangue tem outras responsabilidades. Entre elas, o de prestar consultorias na Santa Casa sobre tudo o que se refere a questões relacionadas com sangramentos e a melhor forma de utilizar os hemocomponentes. O método ajudou a racionalizar a transfusão de sangue apesar da maior complexidade dos procedimentos e da gravidade dos pacientes, pois somente são repassadas para o enfermo partes do sangue que ele realmente precisa como, por exemplo, glóbulos vermelhos. “Em anos anteriores atendíamos uma demanda de 5.000 transfusões por mês. Hoje, apesar do constante crescimento no número de cirurgias, esse total se reduziu para 3.000 por mês”, revela Drª. Mirna. Ela acrescenta que a utilização racional dos hemocomponentes também é importante na medida em que diminui os riscos ao paciente receptor do sangue e minimiza os efeitos sobre o sistema imunológico. A gestão de processos inicia com a doação voluntária de pessoas da comunidade e vai até a entrega das unidades solicitadas pelos médicos, controle de qualidade dos hemocomponentes e sua rastreabilidade.
Você sabia? • O Banco de Sangue da Santa Casa é o maior do Estado em número de doações e transfusões de hemocomponentes? • A doação de sangue consiste na retirada de aproximadamente 450 ml de sangue, através de material descartável de uso único e estéril? • Cada unidade doada pode atender até quatro pacientes? • São realizados vários testes pré e pós doação, como a verificação do tipo sanguíneo, teste de anemia, a presença de anticorpos irregulares e testes sorológicos para Sífilis, Doença de Chagas, Hepatite B , Hepatite C, HIV e HTLV?
Em busca de novas certificações O Banco de Sangue tem sido tema de publicações, dissertações e teses
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Banco de Sangue da Santa Casa tem importante foco no ensino e oferece estágios supervisionados para acadêmicos de biomedicina e enfermagem. Para manter e ampliar sua excelência, o Banco participa de programas de avaliações externas de qualidade através da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Anvisa, Fundação Oswaldo Cruz/Manguinhos, de sorologia e imunohematologia e de qualidade dos hemocomponentes. O Banco também tem sido tema de pesquisas e publicações científicas. Médicos, bioquímicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem têm produzido trabalhos apresentados em congressos promovidos pela Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Sociedade Brasileira de Transplantes de Órgãos e Sociedade Brasileira de Transplantes de Medula Óssea. Em 2009, o serviço também foi tema da dissertação de mestrado do
PROCESSO: As unidades são fracionadas em componentes
META: Banco de Sangue busca nova certificação importante
Dr. Dário Brum, que apresentou o trabalho “Efeitos da transfusão de sangue no transplante hepático”. Para 2010, o Banco de Sangue tem como meta a busca de mais uma importante certificação, inicialmente feita por um órgão federal. “Há tempos estamos nos esforçando para que isto ocorra colocando em prática o programa de qualificação, padronizando todos os procedimentos realizados pelos funcionários e procurando novas tecnologias”, ressalta Drª. Mirna. O serviço tem participado de congressos promovidos pela Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Num destes eventos, realizado em 2008, na cidade de São Paulo, um trabalho teve grande repercussão. O responsável pelo destaque foi um levantamento contendo as situações que impedem a doação de sangue, identificadas durante a avaliação laboratorial. “Só recebemos elogios”, completa a médica. •
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Terapeutas da alma Aliar o conhecimento técnico à missão histórica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, de desenvolver e proporcionar ações de saúde para todos com qualidade e responsabilidade social, é também compromisso dos psicólogos, profissionais que atuam nos sete hospitais do Complexo, oferecendo assistência a pacientes e familiares Texto e fotos • Bruno Lois
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ob forma de consultas, conversas, conselhos, visitas nos leitos ou atividades lúdicas, o psicólogo tem a função de buscar alternativas de comunicação com o paciente, para que se facilite a expressão e identificação de seus sentimentos. Construir esse canal de comunicação entre um indivíduo fragilizado não é uma atividade fácil.
ramento oficial do curso de Psicologia. Na rotina de atuação na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre esse conceito é ampliado e aplicado pelos psicólogos que trabalham em todas as unidades assistenciais: PARA TODOS: da criança ao idoPsicólogos atendem so, do paciente ao crianças, adultos, pacientes, funcionário. familiares e funcionários da Santa Casa Os resultados “Aplicar o conhedesse trabalho são cimento como instrumento de traduzidos na recuperação de sormudança e construção de um risos e auto-estima, na reabilitação novo mundo”: palavras que o mais rápida e na melhor aceitação psicólogo afirma ao realizar o juaos tratamentos médicos.
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Atenção à criança
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psicólogo de crianças tem o papel de adaptar técnicas lúdicas que facilitem a expressão e identificação de sentimentos. Também auxilia os pais, familiares e demais pessoas que cuidam das crianças a buscar alternativas de comunicação e resolução de problemas.
“Recursos lúdicos, como a utilização de bonecos para mostrar para as crianças as etapas do tratamento a que serão submetidas, fazem parte do arsenal do psicólogo que atende a esse tipo de paciente.” Psicóloga Juliana Potter
No Hospital da Criança Santo Antônio – unidade de pediatria do Complexo da Santa Casa – são atendidas crianças com problemas de saúde muito graves e “muitas vezes a demanda emocional dos pais se sobrepõe às questões do próprio paciente, fazendo com que nosso atendimento seja ampliado, buscando atender às necessidades de todo o grupo familiar” – afirma Juliana Potter, psicóloga que atende a unidade
e que tem formação específica em Psicoterapia de Casais e Famílias. Para dar conta dos pacientes que necessitam de cuidados psicológicos, Juliana destaca a importância da integração da equipe multidisciplinar: “Procuramos estar sempre em contato com as equipes do hospital para estar por dentro de cada caso e identificar mais rápido as demandas. O encaminhamento de pacientes ao Serviço também é feito pelas equipes
médicas e de enfermagem que, através dos treinamentos que oferecemos e pela convivência mais próxima com os pacientes, estão cada vez mais treinadas para identificar situações em que o acompanhamento psicológico se faz necessário.” A equipe de Psicologia do Hospital da Criança Santo Antônio, além da psicóloga Juliana Potter, conta com o auxílio de acadêmicos dessa especialidade.
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Enfrentando o câncer P
ara os pacientes com diagnóstico de câncer, que fazem acompanhamento no Hospital Santa Rita, a luta se inicia no impacto do diagnóstico. Surge a necessidade de tratamentos e aceitação do mesmo, que muitas vezes afetam o aspecto físico e a caminhada até a reabilitação, podendo levá-los à morte ou à cura. Muitos aspectos psicológicos são envolvidos ao longo do tratamento, não só com o paciente, mas também com a família, fazendo com que, frequentemente, se torne necessária intervenção psicossocial adequada, chamada de Psico-oncologia. Essa subespecia-
lidade estuda as variáveis psicológicas e comportamentais envolvidas no processo de adoecimento e cura e as intervenções ao longo de todo ele. “No tratamento oncológico torna-se fundamental a visão interdisciplinar. Percebo que minha profissão tem um papel muito importante neste desenvolvimento. Temos a técnica e o manejo para entender, acolher e tratar psicologicamente o abalo e o trauma que um diagnóstico de câncer pode repercutir”, define Silvia Haas, psicóloga do Hospital Santa Rita e especialista em psicologia hospitalar pela UFRGS.
Medo de cirurgia
“A
valiar a adaptação de pacientes e familiares ao período de internação e prepará-los emocionalmente para a cirurgia”, assim, Angela Castro, psicóloga do Hospital São Francisco, descreve sua atuação. A profissional integra equipe multidisciplinar do Clube do Coração do Hospital São Francisco, unidade de cardiologia da Santa Casa responsável por cirurgias de grande porte e alta complexidade. Angela diferencia sua assistência em dois momentos: pré e pós operatório. O período pré-operatório é determinante para a preparação psicológica do 52
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ADULTOS E CRIANÇAS: Os psicólogos procuram diminuir a tensão envolvida em situações que modificam os estados de ânimo dos pacientes.
ATENÇÃO À SAÚDE: Sob orientação de psicólogos, grupo de funcionários da Santa Casa participa de encontros do programa interno de tratamento do tabagismo
Assistência aos funcionários
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Criatividadde: Desmistificar e reconhecer o ambiente torna-se fundamental
paciente para a cirurgia. O período pós, em determinados casos, leva o paciente à Unidade de Terapia Intensiva, onde se encontram mais debilitados. Nesse segundo estágio é comum apresentarem comportamento mais agressivo. O contato com a família, em momentos delicados, também é feito via psicólogo. Os familiares ficam ansiosos por ver o paciente muito fragilizado e não poder estar permanentemente com ele. Segundo Angela, nesse momento é fundamental a atuação de um profissional da psicologia - “Cabe ao psicólogo ser um facilitador e intérprete da comunicação entre paciente, família e equipe”.
aralelo à assistência integral aos pacientes, a Santa Casa conta com o Serviço de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida voltado à assistência ao corpo funcional que, entre outros serviços, conta com apoio psicológico. O papel da psicóloga que assiste ao funcionário é atender e entender de forma integral, ou seja, não só o aspecto profissional, mas o familiar, pessoal e social. Por isso, a importância de um trabalho integrado com equipes de áreas como assistência social, fisioterapia, nutrição, médico-assistencial e psiquiatra. Segundo a psicóloga do Serviço de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida, Adriana Nascimento, estresse e problemas familiares são fatores que mais levam pacientes ao seu consultório: “Questões associadas ao cuidado com os filhos, separações, gestação e doenças na família são os problemas mais freqüentes”. Adriana também participa de encontros individuais e em grupos para o auxílio de funcionários que optam por parar de fumar, através do programa interno de tratamento do tabagismo. • Santa Casa Notícias
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Obrigado, Santa Casa Quero agradecer e fazer um elogio especial às pessoas que trabalham na internação de convênios do Hospital da Criança Santo Antonio. Quando necessitei, todos foram de uma atenção impressionante e dedicação exclusiva. Renata Bruch Porto Alegre – RS
A técnica de enfermagem Laurecy Machado, do Serviço de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida da Santa Casa, procurou a equipe da Revista Santa Casa Notícias para agradecer em seu nome e de seus filhos a todos os profissionais que estiveram envolvidos na assistência a seu marido Léo Luiz Machado, falecido em 20 de fevereiro de 2010. Ela citou a Emergência, a UTI, o 6º andar e o Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital Santa Clara. “Agradeço a todos o carinho dedicado a ele, que foi tratado muito bem tanto pelos médicos quanto pelos enfermeiros e todos os demais colegas.” Laurecy Machado Porto Alegre - RS
Agradeço de coração ao Dr. Auri Ferreira dos Santos, que nos conduziu por um caminho de muito sucesso: o transplante renal de minha irmã, Izair Lopes Medeiros. Quero mencionar também todos os profissionais presentes nesse caminho: recepcionistas, os profissionais que acompanhavam os exames, os técnicos de enfermagem e enfermeiros, sempre passando a segurança e o apoio necessário na hora certa. Elogios também à equipe do Dr. Santo Pascual Vitola e ao Dr. André D’avila. À enfermeira Glória, do transplante renal. À equipe da UTI do Hospital Dom Vicente Scherer, em especial ao enfermeiro Claiton e aos técnicos em enfermagem Leandro e Marcos. Minha irmã está muito bem! Tudo isso foi possível graças à colaboração, boa vontade e amor de todos vocês. Obrigado Delvaira Lopes Rio Grande - RS
Somos gaúchos, mas moramos em São Paulo há três anos. Minha esposa apresentou problemas de saúde e achamos melhor que ela fosse tratada em Porto Alegre, na Santa Casa. O motivo do meu depoimento é parabenizar e agradecer a atenção da equipe de profissionais da saúde que cuidaram muito bem de minha esposa, Maria Cristina Bancke Silveira. Nós agradecemos ao Dr. Jair e a todos os outros profissionais, cujos nomes ela não recorda, mas que tiveram toda atenção possível.
Fui submetido à intervenção cirúrgica na Santa Casa. Após o procedimento fiquei internado no Hospital São Francisco. Todas as etapas do tratamento, desde os primeiros contatos na Emergência, aos procedimentos finais e alta, foram marcadas pela excelente capacitação profissional, espírito humanitário e solidário dos profissionais,
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Iran Silveira Paulínia - SP
abrangendo a mais singela intervenção até aquelas mais complexas. Deixo meu registro e a certeza de que Porto Alegre, através de instituições como a Santa Casa de Misericórdia, é um marco na saúde para o Brasil e, muitas vezes, extrapola nossas fronteiras. Fraternais saudações. Abílio Colombo Martins Porto Alegre – RS
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Santa Casa NotĂcias