Revista Expressão UniBrasil - 2012/1

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Revista

Expressão Ano 1

UNIBRASIL FUTURO

GRUTUN!

Evento estimula a reflexão e contribui para a propagação do conhecimento

Grupo de Teatro da UniBrasil completa cinco anos e faz história

Nº 1 • 2012


EDITORIAL

A REVISTA EXPRESSÃO A cultura como processo dinâmico é feita de intangíveis. Resulta das interações entre pessoas, grupos, sociedades, fatos, acontecimentos naturais; decorre dos conhecimentos adquiridos, acumulados e partilhados no tempo; é expressa nos mais variados códigos, na ausência de códigos e na criação, destruição e recriação de códigos. Nesse sentido, não há como circunscrevê-la a definições e formalismos, precisamente por sua condição essencial de mutabilidade. No aspecto formal, é o conjunto de crenças, saberes, comportamentos, hábitos, costumes e conhecimentos inerentes a um grupo social ou a um povo. E cabe às instituições acadêmicas, desde muito antes de Sócrates, o papel essencial de preservação e transmissão dessa cultura, sem descuidar de sua vertente inovadora. A interação com a cultura contribui para um conhecimento mais intenso da sociedade, media ambientes distintos, permite a compreensão da realidade. Uma boa instituição de ensino superior não se faz apenas com ótimas aulas, mas também com o intercâmbio da comunidade acadêmica e não acadêmica com o pensamento humano, com a cultura e a criação cultural, por meio de livros, palestras, seminários, apresentações teatrais e, simplesmente, mas não menos importante, com conversas e trocas de ideias. A Revista Expressão tem como meta a divulgação das atividades culturais das Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil, mantendo registro e elaborando portfólio dessas atividades e, ao mesmo tempo, difundindo arte e cultura, auxiliando no inventário dos acontecimentos culturais em todo o país. A Revista é composta de duas partes, uma dedicada ao Projeto UniBrasil Futuro, e outra, ao Projeto Grutun!, duas formas importantes de integração artística e com a comunidade, que ampliam e dignificam a extensão universitária.

Coordenação do Projeto UniBrasil Futuro É responsável pelo encaminhamento de propostas culturais; Coleta e divulga informações sobre órgãos, entidades, programas e projetos financiadores de atividades artísticas e culturais; Toma providências para a viabilização do espaço físico e equipamentos necessários para a realização das atividades culturais. Profª Wanda Camargo E-mail: assessoria@unibrasil.com.br Tel.: +55(41) 3361-4202 I 3361-4234 Central de Relacionamento Complexo de Ensino Superior do Brasil - UniBrasil Tel.: +55(41) 3361-4200 I Fax: +55(41) 3361-4215 Rua Konrad Adenauer, 442 - Tarumã CEP: 82820-540 www.unibrasil.com.br Conselho Editorial do 1.º Volume 2012: Wanda Camargo, Patrícia Russo de Paula e Silva, Alexandre Silva Wolf Assessoria de Comunicação Gerente de Marketing: Patrícia Russo de Paula e Silva Assessora de Comunicação: Geanine Ditzel Projeto Gráfico e Criação: Thiago Nunes Colaboração: Nicolle Castro Periodicidade: Anual Complexo de Ensino Superior do Brasil - UniBrasil Tel.: +55(41) 3361-4200 I Fax: +55(41) 3361-4215 Rua Konrad Adenauer, 442 - Tarumã CEP: 82820-540 www.unibrasil.com.br

Profª Wanda Camargo Coordenadora do Projeto UniBrasil Futuro

Presidente: Clèmerson Merlin Clève Diretor Geral: Sérgio Ferraz de Lima Diretor Acadêmico: Jairo Marçal Diretor Administrativo, Financeiro e de Infraestrutura: Fernando Antonio Alves

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A UniBrasil O Complexo de Ensino Superior do Brasil - UniBrasil foi criado por um grupo de professores oriundos da Universidade Federal do Paraná, e surgiu do ideal de contribuir para o desenvolvimento das sociedades curitibana, paranaense e brasileira. Esse ideal vem sendo materializado em ações e resultados concretos. A missão de “Formar, por meio de processos sustentáveis, pessoas que possam assumir a plenitude da condição humana, pela geração e experimentação de saberes, ideias e valores comprometidos com a realidade brasileira” vem sendo cumprida. O Complexo é mantenedor das Faculdades Integradas do Brasil que oferecem os seguintes cursos de graduação: Administração, Ciências Contábeis, Secretariado Executivo, Sistemas de Informação, Comunicação Social (Habilitação em Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Design), Serviço Social, Pedagogia, Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), Direito, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Farmácia, Psicologia e Biomedicina. É ofertado um Mestrado em Direito e diversos cursos de pós-graduação lato sensu.

Por isso, promovem-se parcerias e cooperações acadêmicas com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, ao mesmo tempo em que se apoiam ações afirmativas para obtenção de inclusão social e ofertam-se programas de qualidade no âmbito da extensão. A oferta de ensino de qualidade envolve questões de natureza política e social que possuem um grande impacto na educação, dentre elas, os problemas de exclusão, discriminação, gênero, políticas educacionais e fatores afetivos. Com o propósito de enfrentar essas questões, a instituição oferece, além das salas de aula, infraestrutura física - lugares atraentes para estudar, discutir, informar-se, formar-se; bem como a organização do espaço e do tempo para atender melhor o aluno; suportes didáticos úteis para a aprendizagem, inclusive os eletrônicos; além de organizar sistematicamente eventos de socialização de conhecimento, por meio dos quais se cumprem os objetivos de intercambiar, divulgar, mostrar e informar a sua produção acadêmica. Seguindo a postura de um lugar aberto à discussão de teorias e práticas, volta-se para o compromisso essencial da avaliação da aprendizagem, no sentido estrito de avaliação a serviço da aprendizagem.

Arquivo UniBrasil

Entre os objetivos institucionais destaca-se o de formar profissionais em nível superior com qualidade, valorizando a produção acadêmica, respeitando opiniões, ideias e valores e repudiando qualquer tipo de discriminação.

O corpo docente conta com titulação acadêmica de alta qualidade, experiência em cursos de pós-graduação, profunda dedicação ao ensino. Os laboratórios são equipados com tecnologia de ponta, com todos os recursos indispensáveis ao excelente ensino.

Além dos compromissos com o ensino, a pesquisa e a extensão, três valores básicos da educação, as instituições de ensino também devem valorizar a cultura, compreendida como conjunto dos valores e tradições de um povo e que identifica e define a comunidade e a sociedade e cada um de seus componentes. Uma educação de qualidade deve proporcionar aos estudantes a superação de suas referências cotidianas, transformando-os em agentes de seu próprio contexto, além de valorizar e expandir a sua cultura. Arquivo UniBrasil

O princípio institucional considera o conhecimento como fator decisivo do desenvolvimento brasileiro e reconhece o desafio de formar um cidadão que tenha condições de cumprir os requisitos profissionais, mas que também esteja preparado para as mudanças da sociedade, para o enfrentamento das inovações científicas trazidas pela informática, pela biotecnologia, pelo desenvolvimento sustentável, pelas alterações ambientais, pela redefinição das relações econômicas.

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Lucas D. Cordeiro

UniBrasil Futuro

UniBrasil Futuro

Professor Clèmerson Merlin Clève, presidente da UniBrasil, Michael Löwy, palestrante do UniBrasil Futuro e professor Wilson Ramos, diretor e sócio fundador da UniBrasil.

Criselli Montipó

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Criselli Montipó

Criselli Montipó

Criselli Montipó

O Projeto UniBrasil Futuro foi concebido pelo presidente da UniBrasil, professor Clèmerson Merlin Clève, a partir da convicção de que uma instituição de ensino superior deve estar sempre aberta ao diálogo, ao debate e à inovação. Seu objetivo é a manutenção de um canal permanente de discussão e divulgação de ideias, possibilitando pensar o Brasil desejado para todos. As metas do Projeto vêm sendo alcançadas; nos últimos anos, figuras significativas de várias vertentes políticas, artísticas e intelectuais apresentaram e debateram suas propostas e pensamentos. O que essas pessoas têm em comum é a capacidade de ter ideias próprias e a coragem de assumi-las publicamente.

Professor Clèmerson Merlin Clève, presidente da UniBrasil, e Marcio Pochmann, presidente do Ipea.


Atividades Realizadas pelo projeto UniBrasil Futuro

Serginho Groisman

Elton Damasio e Criselli Montipó

30 de Junho de 2008

Jornalista e apresentador. Comanda os programas Altas Horas e Ação, além de apresentar o programa de entrevistas Tempos de Escola, do Canal Futura, que visa a reflexão sobre a importância da escola na vida de personalidades famosas. Já atuou como professor universitário nas disciplinas de Rádio e Telejornalismo. Tema: Novas mídias e novas linguagens na comunicação. Abordou também a relação entre jornalismo e entretenimento. “O jornalismo não precisa ser tão careta, tão carrancudo”, salientou.

Daniel Piza 17 de Novembro de 2008

Criselli Montipó

Foi a palestra experimental no formato “UniBrasil Futuro”.

Jornalista e escritor. Foi editor executivo do jornal O Estado de São Paulo, trabalhou na Folha de São Paulo e na Gazeta Mercantil e foi comentarista da Globo News e da Rádio CBN. Traduziu oito livros, organizou seis e publicou quatorze obras. Autor da biografia Machado de Assis - um Gênio Brasileiro, lançada em 2005. Tema: Um novo olhar sobre a obra de Machado de Assis. Para Piza, a grande marca da obra de Machado de Assis é a narrativa sobre o seu tempo. As biografias publicadas sobre o autor, antes de Piza, tratavam do literato e não do homem. “Nestes 70 anos em que ele viveu, o Rio se modificou extraordinariamente, o que é muito interessante para um escritor”, ressaltou.

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Arnaldo Antunes 21 de Novembro de 2008

Douglas Santucci

Poeta, cantor e compositor. Participou da banda Os Titãs, atualmente segue carreira solo musical e publica poesias. É um artista eclético, que muito antes da onda multimídia já dividia seu tempo entre atividades que vão de música e poesia a teatro e curadoria. Seu olhar sempre voltado para o futuro é uma inspiração para a atual geração. Tema: Antunes falou sobre sua carreira, sobre como vê a música e a poesia: “me sinto um fazedor de coisas, trabalho com inúmeras linguagens. O que move as coisas é a palavra. Palavra, pra mim, é um porto seguro”. Para encerrar, Antunes declamou algumas de suas poesias e, à capela, cantou trechos de “O pulso”.

Gustavo Franco Juliano Pedrozo

07 de Maio de 2009

Mestre em Economia do Setor Público e Doutor pela Universidade de Harvard, Franco foi Secretário Adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Diretor de Assuntos Internacionais e Presidente do Banco Central do Brasil, entre 1997 e 1999. Tema: O Brasil e a crise econômica mundial de 2008. “Hoje, quando aparecer a mais célebre das crises internacionais dos últimos cem anos, talvez o país esteja mais preparado, mais robusto. Não que não vá ter efeito, claro que vai ter efeito, mas talvez menos do que o da crise de 99, a crise da Rússia”. Sobre os mecanismos utilizados pelo governo brasileiro para atenuar a crise, Franco analisou que foram na direção correta. “Há divergência quanto à dosagem. Especula-se: a taxa de juros poderia ter caído mais, a taxa de câmbio deveria ter sofrido mais intervenções. Enfim, nunca vai haver 100% de acordo com todo mundo, mas a maior parte dos profissionais de economia concorda que a direção foi correta”.

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Criselli Montipó

Gustavo Franco 09 de Março de 2010

“Shakespeare e a Economia” foi o tema abordado pelo economista Gustavo Franco em 2010, quando participou pela segunda vez do Projeto UniBrasil Futuro. Tema: Shakespeare e a Economia. Gustavo Franco analisou Shakespeare como “homem econômico”. Falou sobre sua vida enquanto empreendedor e revelou uma faceta surpreendente: Shakespeare teve grande sucesso financeiro. “Acostumados ao estereótipo do gênio criador malsucedido em questões de dinheiro, descobrimos que um dos maiores poetas e dramaturgos que já existiu morreu rico, tendo sido sócio de teatros e proprietário de terras, além de gênio”. Gustavo Franco fez uma avaliação da sociedade e, principalmente, do teatro da época; como funcionavam as companhias, como se compunham as plateias, de que forma eram realizados os financiamentos dos espetáculos. O percurso de estabilização da moeda nacional e, paralelamente, o idioma tal como falado no dia a dia foram registrados na obra de Shakespeare, e seu estudo revela importantes características da época elizabetana, sendo úteis a historiadores, economistas, literatos e vários outros profissionais. Tema: A incrível história da moeda e da hiperinflação no Brasil. Franco falou sobre a hiperinflação e tragédia distributiva que atingiu as populações de baixa renda. Ele elencou como o fenômeno ocorreu no Brasil e traçou um panorama cronológico, amparado em três principais momentos: 1933, 1965 e 1994.

Gustavo Franco Criselli Montipó

18 de Maio de 2011

Em 1933 predominou a ordem “getulista e juscelinista”, em que ocorre uma reorganização institucional do padrão ouro. Em 1965, a ideia de controle cambial se tornou mais severa e o orçamento monetário ficou maior que o orçamento da união. Há o mito na neutralidade da correção monetária e os bancos compartilham com o governo a emissão de dinheiro. A inflação brasileira foi a maior do mundo entre 1961 e 1994. Já em 1994, ocorreu a restrição de outras moedas de conta, a recaptura do Conselho Monetário Nacional (CMN) e o controle do orçamento monetário. O Banco Central tornou-se mais independente e houve a regulação bancária. O ex-presidente do Banco Central também ressaltou que o congelamento e o corte de zeros ajudaram a conter a inflação. “Hoje o Banco Central cumpre a sua função. Sua missão deveria estar expressa no texto da Constituição Federal”. O economista também mostrou a iconografia do dinheiro, a desvalorização das moedas e a escassez dos heróis nacionais para serem estampados nas cédulas.

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Atividades Realizadas pelo projeto UniBrasil Futuro

Osmar Dias Criselli Montipó

28 de maio de 2009

Osmar Fernandes Dias é paulista criado em Maringá (PR). Engenheiro agrônomo, foi professor e iniciou na política em 1983. Foi Secretário de Agricultura do Paraná e também Senador da República. Tema: Educação, saúde, economia, agricultura e meio ambiente. Como ex-secretário da Agricultura do Paraná (1987/1994), Dias iniciou sua fala abordando o agronegócio e a relação com a economia paranaense. “A vocação econômica do Paraná é o agronegócio”, destacou. Esse setor é responsável por 47% das exportações e por 40% dos empregos do Estado. Sobre esse tema, comentou que é favorável ao plantio de transgênicos, desde que haja cautela legal da Comissão de Biossegurança. “O mundo todo pesquisou sobre isso. A ciência dá o amparo nesse assunto. Precisamos encarar o avanço tecnológico”.

Paulo Bernardo Silva Criselli Montipó

15 de Junho de 2009

Paulo Bernardo foi Deputado Federal, Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão durante o governo Lula. Atualmente é Ministro das Comunicações. Tema: O governo Lula e a crise econômica mundial. Paulo Bernardo apresentou indicadores brasileiros nas políticas setoriais, incluídas no Plano Plurianual. “A grande preocupação do governo foi minimizar a crise no Brasil. É impossível não sentir o efeito, mas o propósito foi ajudar o mundo a sair da crise”. Em políticas na área de saúde, Paulo Bernardo destacou que 109,9 milhões de pessoas são atendidas pelo programa Saúde da Família. Ressaltou, também, que a escolaridade média brasileira, segundo dados de 2006, é de 51% da população.

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Professora de História, líder estudantil, sindicalista, Vereadora, Deputada Estadual, Senadora, Ministra do Meio Ambiente e candidata à Presidência da República.

Marina Silva Criselli Montipó

29 de abril de 2010

Tema: Desafios da sustentabilidade e conjuntura brasileira. Marina Silva mostrou a necessidade de preservação da vida, algo tão frágil, principalmente em um país que, como ela ressalta, é uma potência ambiental. Para a ambientalista, apenas o desenvolvimento sustentável – que é um conceito ainda em construção – pode assegurar a manutenção da vida. Nesse aspecto, além dos princípios sociais, culturais, econômicos e culturais da sustentabilidade, ela acrescenta mais: a dimensão ética e a dimensão estética. Sobre a dimensão ética, cita Leonardo Boff, para quem a ética é tudo o que promove ou protege a vida. “Também o mestre [Deus] disse: Tenham vida, e vida em abundância”, lembrou. Com relação ao outro princípio, ressaltou o valor estético da natureza, por exemplo. Ao atentar para todas essas dimensões da sustentabilidade, ela acredita que a vida pode ser preservada para as gerações futuras. “Somos responsáveis pela sucessividade da vida”, comentou. Para atingir esse objetivo, a senadora aposta na riqueza do conhecimento do povo. “Precisamos passar por uma desadaptação criativa, temos que aprender a ler a realidade”, sugeriu. Marina Silva acredita que os brasileiros precisam construir um modelo que busque as diferentes formas de ser. “No Brasil temos 220 povos que falam 180 línguas”.

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Eliane Cantanhêde 13 de agosto de 2010

Jornalista, colunista do jornal Folha de São Paulo. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de São Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília. Tema: Panorama político brasileiro e as eleições presidenciais no Brasil em 2010. Segundo Eliane Cantanhêde, para falar de política, é preciso, primeiramente, situar o Brasil no cenário internacional. Ela destacou que o país é uma potência mundial, que ocupa entre a oitava e a nona posição no ranking do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, lembrou que, no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupa o 75º lugar, sendo, portanto, um país com uma grande desigualdade social. A jornalista defende que é papel da imprensa romper com a unanimidade, ainda mais em um país com tantas assimetrias. “Dos eleitores, 9 milhões são analfabetos e outros 19 milhões sabem ler, mas não frequentaram salas de aula. O país tem, dessa forma, 28 milhões de analfabetos funcionais que irão às urnas em 2010”, afirmou.

Na UniBrasil, Marcio Pochmann traçou o contexto histórico do desenvolvimento econômico brasileiro e ressaltou que um grande salto econômico depende de ousadia para a mudança. 9


Marcio Pochmann Criselli Montipó

18 de março de 2011

Presidente do IPEA, graduado em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Doutor em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas, onde é professor livre docente. Renomado pesquisador das áreas de Políticas Sociais e do Trabalho, Pochmann tem dezenas de publicações, livros e artigos acadêmicos sobre política e relações de trabalho e sindicalismo. Tema: O Brasil, seus problemas e perspectivas de solução. Marcio Pochmann traçou o contexto histórico do desenvolvimento econômico brasileiro e ressaltou que um grande salto econômico depende de ousadia para a mudança. “O que nos impede de construir um país à altura do que sonhamos para ele é o medo de ousar. A visão de mundo que temos é de pessoas que não vivem mais. Temos que deixar de ser governados pelos mortos”, enfatizou. Tal mudança, segundo ele, só pode ocorrer com educação continuada, profissionais capacitados para antever soluções para problemas futuros. Pochmann lembrou que conhecimento é a capacidade de organizar e sistematizar as informações. Por isso, destacou que é preciso repensar o ensino. “Somos ignorantes no entendimento de nossa realidade”, e acrescentou: “vivemos em uma sociedade individualizada, individualista, uma sociedade da solidão, egoísta e doente”. Nesse cenário, apontou as mudanças demográficas e da configuração do trabalho, que acentuaram a criação de uma sociedade sem diálogo. Para ele, um diagnóstico sobre a sociedade atual somente pode ser realizado a partir da produção coletiva de conhecimento. “Eventos como este nos ajudam a pensar o Brasil que queremos”, observou.

Tema: O Brasil de ontem e hoje. “Precisamos olhar para o passado para entender o presente e pensar no futuro. O Brasil de hoje está em busca de explicação para sua realidade. Esta é a razão para estudar História”, afirmou Gomes. Ele destacou que suas obras mostram a construção do Brasil em linguagem jornalística. “Não sou historiador acadêmico, sou jornalista, mas uso bibliografia autorizada e o rigor da apuração jornalística”, explicou.

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Sobre o interesse crescente da população por temas ligados ao passado, Gomes usou uma explicação do geógrafo baiano Milton Santos. “Ele previu a globalização, que todo shopping center, em qualquer lugar do mundo, seria igual, todos se vestiriam iguais, assistiriam às mesmas coisas; previu a pasteurização das culturas e disse que para descobrirem o que têm de diferente e entenderem de onde vieram, as pessoas buscariam o lado espiritual e a História”.

Laurentino Gomes 24 de março de 2011

Criselli Montipó

Jornalista e escritor. É autor de “1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil”, que trata da vinda da família real portuguesa ao Brasil; e “1822 Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado... e, no entanto, deu certo”, que trata da Independência do Brasil.


Contardo Calligaris 19 de Agosto de 2011

Psicanalista e escritor. Escreve coluna desde 1999, na Ilustrada, do jornal Folha de S. Paulo, em que analisa temas do cotidiano do país. Escreveu, entre outros, Adolescência (2001, série "Folha Explica", Publifolha), Terra de ninguém (2004, Publifolha), Cartas a um jovem terapeuta (2007, Elsevier) e o romance O conto do amor (2008, Companhia das Letras) já negociado para o cinema. Calligaris também é autor de A Mulher de Vermelho e Branco (2011, Companhia das Letras).

Criselli Montipó

Tema: Catástrofes e esparadrapos. De forma provocativa, explicou o tema de sua palestra: “O esparadrapo pode ser reutilizado, basta colocar os esparadrapos no lugar certo e usar os dedos”, brincou. Lembrou do narcisismo, como patologia da incerteza. “Muitas coisas mudaram e a maior mudança foi na imagem de si. Não se trata de uma nova autoestima, mas perdemos a imagem da caricatura no olhar dos outros. Agora nós não sabemos quem somos e isso é muito bom, quem nós somos depende do olhar dos outros”. Ressaltou o papel da ficção na condição depressiva: “A depressão é a desvalorização do cotidiano, o centro da condição depressiva é desprezar a trivialidade cotidiana. A ficção é um exercício no qual damos legitimidade e reconhecemos o charme do cotidiano, assim, acredito na ficção e na teoria narrativa como cura da depressão”.

Pensador marxista brasileiro, radicado na França, onde realizou doutorado, Calligaris é graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo e Diretor de Pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique. Profundamente engajado em causas sociais, foi membro ativo de várias organizações de esquerda e influenciou decisivamente a fundação e a orientação ideológica de vários partidos políticos.

Michael Löwy 14 de setembro de 2011

Tema: Eco-socialismo. Michael Löwy dividiu sua palestra em dois capítulos, Pessimismo da Razão e Ativismo da Vontade. Na primeira parte da noite, Löwy discorreu sobre como nossa situação atual – Aquecimento Global – pode piorar ainda mais se nada for feito. Na segunda parte da palestra, o pensador marxista falou sobre como podemos tentar mudar as atitudes coletivas, utilizando o eco-socialismo como base para tentar mudar a realidade atual da política capitalista, instalada em quase todo mundo. “O eco-socialismo surgiu por volta das décadas de 60 e 70 como uma linha de pensamento que foi se desenvolvendo e se ramificando por vários países, criando várias redes pelo mundo. O Brasil se tornou um entusiasta da causa e hoje detém uma das maiores redes eco-socialistas do mundo, responsáveis por desenvolver manifestos sobre o tema. Nossos objetivos são convencer nossos amigos socialistas de que a preocupação com a ecologia deve ser levada em consideração, e convencer nossos amigos ecologistas de que eles têm de atacar o problema pelo lado político”.

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Patrus Ananias é advogado, Mestre em Direito Processual e doutorando em Filosofia pela Universidade Complutense de Madri. No governo Lula, implantou o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, coordenou, entre outros programas, o Fome Zero e o Bolsa Família.

Patrus Ananias 22 de Novembro de 2011

Tema: Políticas Públicas Brasileiras e Direitos Humanos. As Faculdades Integradas do Brasil encerraram as edições de 2011 do Projeto UniBrasil Futuro em 22 de novembro, com a exposição em que Patrus Ananias afirmou ser fundamental consolidar e ampliar as políticas públicas sociais existentes. “Para combater a miséria, precisamos trabalhar com referência no salário mínimo, por isso eu defendo que o Plano Brasil Sem Miséria seja reajustado para R$ 140,00, para que seja, de fato, um plano de combate à pobreza”. A educação foi outra questão apontada como fundamental: “Precisamos garantir às crianças pobres educação de qualidade desde o início, por meio de creches implantadas nas comunidades mais carentes e, a partir daí, acompanhar o Ensino Fundamental, o Ensino Médio, o Técnico Profissional e investir no Ensino Superior”, afirmou o palestrante. “Mas vejo como desafio imediato e como um passo vigoroso para salvarmos uma geração a questão das creches e da Educação Infantil”. Segundo o ex-ministro, um caminho a trilhar no Brasil é uma ação integrada dos governos municipal, estadual e nacional. “É preciso olhar os territórios e suas características geográficas e econômicas e buscar uma integração dos gestores públicos e, a partir daí, um envolvimento com a comunidade, na perspectiva de uma democracia participativa”.

Geanine Ditzel

Clèmerson Merlin Clève, presidente da UniBrasil; Gustavo Franco; Sérgio Ferraz de Lima, diretor geral da UniBrasil; Claudio Marlus Skora, coordenador do curso de Administração e Jairo Marçal, diretor acadêmico da UniBrasil

Wilson Ramos, diretor e sócio fundador da UniBrasil; Jairo Marçal, diretor acadêmico da UniBrasil; Patrus Ananias; vereador Jair Cézar e Fernando Antônio Alves, diretor administrativo e financeiro da UniBrasil

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Lucas D. Cordeiro

Celso Ludwig, professor da UFPR; Clèmerson Merlin Clève, presidente da UniBrasil; Michael Löwy; Wilson Ramos Filho, diretor e sócio fundador da UniBrasil e Sérgio Ferraz de Lima, diretor geral da UniBrasil

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Criselli Montipó

GALERIA DE FOTOS

Murilo Zanello Milléo, diretor de infraestrutura da UniBrasil; Jairo Marçal, diretor acadêmico da UniBrasil; Marina Silva; Sérgio Ferraz de Lima, diretor geral da UniBrasil e Wanda Camargo, coordenadora do Projeto UniBrasil Futuro


O Grutun! Grupo de Teatro UniBrasil nasceu no final de 2006 com a intenção de aproximar os estudantes dos diversos cursos da Instituição com as atividades artísticas. Iniciou seus trabalhos coordenado pelo seu fundador, o jornalista e professor Victor Folquening. A partir de março de 2007, até os dias atuais, o grupo passou a ser dirigido por Alex Wolf. Tem no currículo plateias como o próprio Ariano Suassuna e várias cidades paranaenses, além de Curitiba. O Grutun! assume desde o batismo, com o ponto de exclamação como sinalizador, a vocação protagonista. São muitas as funções de um grupo de teatro universitário: fazer pensar, despertar amor pelo teatro, dar o primeiro passo para a formação de atores, estimular a leitura da grande literatura, participar em trotes solidários, formar plateia, ampliar cultura. O Grutun! não é um pequeno grupo de teatro de estudantes, é um grupo de estudantes que faz teatro com paixão e seriedade, voltado à expansão do conceito de cidadania.

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Grutun! Literatura Por meio do Grutun! Literatura, a UniBrasil promove a apresentação de peças teatrais ou adaptações de trechos de obras literárias, em formato pocket, seguidos de debate sobre a obra. Tendo como público-alvo alunos de Ensino Médio, os espetáculos celebram a literatura com a arte da representação e contribuem para a disseminação da cultura. O Santo e a Porca – em O Santo e a Porca se está diante de uma comédia irônica, de autoria de Ariano Suassuna. A construção de tipos brasileiros, personalizações de classes sociais diversas e o colorido nordestino representam um desafio de montagem e experiência laboratorial inestimável para a plateia e para os próprios estudantes-atores. Apresentações: UniBrasil, Miniauditório do Teatro Guaira, IV Festival de Arte e Cultura Popular do Litoral Paranaense (Paranaguá), Conferência Brasileira de FolkComunicação, Faculdades do Centro do Paraná (UCP), Mostra 35 de Teatro Universitário e Festival de Teatro de Piraquara.

O Pagador de Promessas – é o retrato da miscigenação religiosa brasileira, que destaca a ingenuidade e a devoção de um povo. A obra conta a história de Zé-do-Burro, um sertanejo que viaja sete léguas até Salvador carregando nos ombros uma enorme cruz de madeira para pagar uma promessa feita à Santa Bárbara. A peça de Dias Gomes foi adaptada para ser apresentada ao ar livre pelo diretor do Grutun!, Alex Wolf.

Apresentações: UniBrasil, município de Campina Grande do Sul, Lar de Idosos-Recanto do Tarumã, Festival de Teatro de Curitiba (2010) e Festival de Teatro de Colombo.

São Bernardo – a peça baseada no texto de Graciliano Ramos, retrata a história de Paulo Honório e Madalena, o conflito entre o capitalismo e o socialismo. Em linguagem direta, o narrador-protagonista revela a consciência dos personagens e mostra suas vidas interiores. Apresentações: UniBrasil, Festival de Teatro de Curitiba (2011), Miniauditório do Teatro Guaíra, Teatro Municipal de Campina Grande do Sul, Colégio Santa Maria e Paranaense.

Grutun! Repertório Eventos especiais, participações esporádicas em seminários, leituras dramáticas e produções destinadas a públicos específicos, nem sempre de formato teatral. Palavras de Suassuna – a primeira apresentação pública do grupo contemplou a poesia do escritor Ariano Suassuna. Famoso por diversos trabalhos literários, sobretudo O Auto da Compadecida e A Pedra do Reino, ambos adaptados para a televisão, o autor nunca obteve destaque merecido em sua produção poética, embora de alta qualidade. Textos como “Aqui mora um rei” e “Lápide”, nas vozes dos atores do Grutun!, emocionaram toda a plateia e o próprio autor. H1N1 – esquete montada pelos integrantes do Grutun! para alertar seus colegas de faculdade sobre os perigos da gripe. Num ônibus imaginário, personagens fictícios discutiam as formas de prevenção da doença. Teatro Inexperto – leitura dramática do texto Razão de Estado de autoria do professor Clèmerson Merlin Clève. Razão de Estado pertence à vertente da patafísica - conceito criado por Alfred Jarry, autor de Ubu Rei - definida como a “ciência das soluções imaginárias”. A visão condutora é de Faustovicz, intelectual dividido entre vender a alma pelo conhecimento e o amor de Eneida “que te ama, porque sente muita falta de ti, mas que não sabe realmente se te quer para sempre”.

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Anuário do Teatro Curitibano – publicação da Fundação Cultural de Curitiba que celebra os espetáculos teatrais apresentados na capital paranaense. O Grutun! participou das edições dos anos de 2007, 2009 e 2010.


Grutun! Pesquisa Grupo de pesquisa teatral que desenvolve projetos de teatro contemporâneo e material acadêmico para publicações e participações em eventos de extensão e festivais específicos. Bernarda Alba - adaptação da peça de Federico Garcia Lorca pelo diretor Alex Wolf em parceria com a estudante de Letras Aline Nunes. Sob luz de velas, as atrizes encenaram o drama vivido por cinco mulheres solteiras sofrendo pelo luto imposto pela mãe. Tragédia de mulheres do campo, de enfoque feminista e simbólica da situação espanhola da época em que foi escrita. Carregada, densa, sensual, adulta, a peça é um marco para o grupo de pesquisa, pois aponta a maturidade do elenco e da equipe técnica. Apresentações: UniBrasil, Palacete dos Leões (BRDE), Universidade Tecnológica do Paraná e Festival de Teatro de Piraquara.

A Falta - uma mulher e dois casais vivem histórias em paralelo que deixam claro o vazio das relações amorosas, as idas e vindas de homens e mulheres que colocam no outro a razão de seu viver. A trama é uma adaptação de dois trabalhos do dramaturgo americano David Auburn (Miss You e Three Monologues), que escreve peças para o circuito teatral off-Broadway e roteiros para cinema (A Casa do Lago). A tradução da peça foi realizada pela professora Flávia Bley.

Linha Vermelha - experimento teatral baseado em diversos autores russos, como Tolstoi, Pushkin, Dostoievski, Gogol e Tchekow. As emoções mais internas do ser humano são expostas no limiar de suas fraquezas, de suas inconsistências, mas acima de tudo no mais profundo de sua riqueza. O homem, a mulher, suas alegrias e suas dores. A peça é resultado do trabalho de um ano do grupo de pesquisa do Grutun!. Apresentações: Festival de Teatro de Curitiba (2011), Paço da Liberdade e Centro de Artes Guido Viaro, mantido pelo Estado do Paraná.

Apresentações: Festival de Teatro de Curitiba (2010), Teatro Universitário da Universidade Federal do Paraná (Teuni) e 5.ª edição do Festival de Teatro de Colombo.

Grutun! Comunidade Fortalecer junto à comunidade a importância da cultura e da literatura como fonte enriquecedora do conhecimento é o objetivo do Grutun! Comunidade, que promove apresentações de peças teatrais infantis em escolas da rede pública de ensino, hospitais e instituições filantrópicas. Eu chovo, tu choves, ele chove - a peça, uma das mais premiadas de Sylvia Orthof, é um exemplo de como é fácil fazer chover boas ideias. Com seu texto ágil e divertido, a autora faz um delicioso e bem humorado elogio à liberdade e mostra como um simples pingo de chuva pode subverter a ordem estabelecida e transformar a vida numa grande aventura. A peça foi elaborada em parceria com a Escola Municipal Maria Balbina. A Incrível Viagem - de Doc Comparato, a peça conta a história da brisa, que, triste por ser invisível, decide embarcar numa viagem através das cores. O enredo gira em torno da questão do ter e do ser. Maria Minhoca - clássica fábula do amor contrariado que vem combinada a uma crítica alusiva à ditadura militar. Em pleno ano de 1968, Maria Clara Machado criou um texto que é passível de leituras diversas: induz a críticas sobre a realidade política e suscita questões sobre os poderes civil e militar, tudo aliado a muita diversão.

Batimpaz - ator e dramaturgo paranaense, Enéas Lour discute valores de guerra versus paz dentro das brincadeiras e fora delas. A peça conta a estória de dois irmãos, um menino e uma menina, que brincam juntos quando um amigo chega e propõe a eles uma brincadeira de guerra. Apresentações: UniBrasil, Escola Maria Balbina, Sesc Centro, Hospital Pequeno Príncipe, Casa Amarela - Dom & Down, Escola de Educação Fênix e 9.º Abraço ao Rio Belém e ao Parque São Lourenço (evento promovido pela Associação dos Moradores e Amigos do bairro São Lourenço), Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (APCN), Casa da Cultura do município de Quatro Barras e escolas municipais e estaduais de Curitiba e Região Metropolitana, I Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular, I Mostra de Artes Cênicas na Rua 2010, Pequeno Cotolengo, Hospital Erasto Gaertner, municípios de Quatro Barras, Campina Grande do Sul, Colombo, Colégio Marista Santa Maria e Festival de Teatro Amador Estudantil de Pinhais.

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