Junho 2010 • Esta revista é parte integrante das edições dos jornais “Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias” e “Público”, de 22 de Junho
Natura
Maravilhas Naturais de Portugal
Nesta Edição também estamos: Açores | Norte | Centro | Grande Lisboa | Alentejo | Alojamento
Índice
Mosaico
Pág.04/05
- Um reino na Natureza Pág.19 - A serra das mil e uma noites
7 Maravilhas
- Amar a beleza do nosso país
- Diversidade em harmonia
Norte
- Património mundial e natural
- Esculturas na Natureza - O outro lado da Serra - EcoParque Sensorial
FICHA TÉCNICA
Pág.06/09
Alentejo
- Belezas do Guadiana
Açores
Centro
Grande Lisboa
Pág.10/12
Pág.13
Pág.14/15 Pág.16/17 Pág.18
Alojamento
- Espírito Acolhedor - Natureza de cinco estrelas - Alojamento em paisagens de verde e mar
Actividades
- Para descobrir os Açores - Em demanda pelos Tesouros de Portugal
Pág.20/21
Pág.22/23
Pág.24/26 Pág.28/29 Pág.30
Pág.31 Pág. 32/33
GeoNatura – Edições Market Iniciative - Parque Peninsular, Rua David Mourão Ferreira, nº 5, Lote 3/4 1º Esq. - Tel.: 309 991 731 email: geral@marketiniciative.com Propriedade e Direcção: Market Iniciative; Redacção: Market Iniciative; Design e Paginação: FuturMagazine; Impressão: Lisgráfica; Tiragem: 195.000 exemplares; Distribuição: Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Público
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Mosaico
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Mosaico
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7 Maravilhas Maravilhas Naturais de Portugal
Amar a beleza do nosso país
A
votação organizada pela New 7 Wonders culmina na selecção de apenas sete locais como sendo as Maravilhas Naturais de Portugal. Mas a principal riqueza de uma iniciativa como esta ultrapassa os estatutos de vencedor e perdedor. Quem ganha é Portugal inteiro, com o despertar de consciências para a fabulosa riqueza natural deste país que é preciso conhecer, amar e proteger. Na sequência da eleição das “7 Maravilhas de Portugal”, em 2007, e “7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo”, em 2009, a New 7 Wonders Portugal lançou-se ao desafio de seleccionar as “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. Tarefa delicada mesmo num país da nossa dimensão geográfica, mas imbuída de uma missão sintetizada pelas palavras de Bernard Weber, fundador da New 7 Wonders Foundation: “Se queremos salvar alguma coisa, primeiro precisamos de saber apreciá-la realmente.” A mensagem serve como alerta de que a Natureza e a Biodiversidade são um património comum a toda a
Humanidade que urge preservar. E que todos temos responsabilidades no estado em que entregaremos o planeta às gerações vindouras. A Natureza foi generosa num Portugal disperso pela parte continental e arquipélagos da Madeira e dos Açores. Apelar ao público para escolher 7 Maravilhas funciona como uma revelação generalizada das belezas naturais do nosso território. O processo começou com a validação de 323 candidaturas, apresentadas pelas autarquias que tutelam os locais em causa, para a eleição das “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. Na triagem destes monumentos naturais teve-se em conta o factor de conterem “um ou mais aspectos de raridade ou representatividade em termos ecológicos, estéticos, científicos e culturais”. A selecção dos candidatos contou com o apoio e validação de parceiros institucionais como Ministério do Ambiente, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Liga para a Protecção do Ambiente, Quercus, Geota e National Geographic Portugal.
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7 Maravilhas Os 21 finalistas Florestas e Matas
• Floresta Laurissilva (Madeira) • Mata Nacional do Buçaco (Centro) • Paisagem Cultural de Sintra (Lisboa e Vale do Tejo)
Grandes Relevos • Paisagem vulcânica da ilha do Pico (Açores) • Parque Natural da Arrábida (Lisboa e Vale do Tejo) • Vale Glaciar do Zêzere (Centro)
Grutas e Cavernas • Algar do Carvão (Açores) • Furna do Enxofre (Açores) • Grutas de Mira de Aire (Centro)
Praias e Falésias • Pontal da Carrapateira (Algarve) • Portinho da Arrábida (Lisboa e Vale do Tejo) • Praia do Porto Santo (Madeira)
Zonas Marinhas • Arquipélago das Berlengas (Centro) • Ponta de Sagres (Algarve) • Ria Formosa (Algarve)
Zonas Aquáticas Não Marinhas
Foto: Market Iniciative / Carlos Duarte
• Lagoa das Sete Cidades (Açores) • Portas de Ródão (Centro) • Vale do Douro (Norte)
Zonas Protegidas • Parque Nacional da Peneda-Gerês (Norte) • Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (Alentejo / Algarve) • Reserva Natural da Lagoa do Fogo (Açores)
Percorrer os locais desta extensa listagem é tarefa para uma vida. Uma vida de descoberta, num assombro sempre renovado face às belezas naturais de Portugal. Mas a iniciativa teve novos capítulos. Primeiro com a selecção de 77 pré-candidatos a finalistas, realizada por um painel de 77 especialistas oriundos de várias áreas científicas e com representatividade geográfica nacional. Finalmente, com a redução da lista para 21 locais naturais, com base no julgamento de um painel de 21 personalidades notáveis do país. A lista engloba sítios pertencentes a todas as sete regiões do país: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira. A escolha final teve em conta critérios como beleza e unicidade, importância ecológica, significado histórico e cultural, estado de conservação, ausência de intervenções humanas por razões estéticas. Desde 7 de Março que os 21 locais estão sujeitos à votação pública para se encontrar as Maravilhas Naturais de Portugal. Os candidatos dividem-se por sete categorias que procuram representar
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Foto: Market Iniciative
Portugal unido pela Natureza
7 Maravilhas a diversidade paisagística do território luso: Zonas Marinhas; Grutas e Cavernas; Praias e Falésias; Florestas e Matas; Grandes Relevos; Zonas Protegidas; Zonas Aquáticas não Marinhas. A 11 de Setembro de 2010, numa cerimónia a decorrer na ilha de S. Miguel, nos Açores, será conhecido o resultado da votação dos portugueses, efectuada através do site do projecto – www.7maravilhas.sapo.pt –, por telefone ou SMS e auditada por uma empresa especializada. As candidaturas vencedoras serão apuradas pelo maior número de votos em cada categoria, mas não serão eleitas mais do que duas Maravilhas por região.
7 Mandamentos para preservar a Natureza No âmbito da eleição das 7 Maravilhas Naturais, a New 7 Wonders Portugal associou-se aos parceiros institucionais Quercus, Liga para a Protecção da Natureza, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e do Ambiente, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, e Ministério do Ambiente, no intuito de criar um Código de Conduta com sete boas práticas a ter em conta em espaços de Natureza.
Rumo às belezas naturais
1. Planear. Saiba onde deve ir e qual a melhor época do ano para desfrutar a Natureza. Use os serviços de um guia ou monitor oficial e peça todas as autorizações necessárias. Aproveite ao máximo, perturbando o mínimo.
Independentemente do desfecho, um projecto desta dimensão e projecção vale sobretudo pela divulgação da enorme riqueza de património natural existente dentro fronteiras. António Vitorino, Comissário Nacional para as Maravilhas Naturais de Portugal, ilustrou o sentimento patriótico sobre as belezas naturais de Portugal: “Nenhum Povo se conhece a si próprio se não conhecer a paisagem do território em que lhe foi dado nascer e viver. Assim como nenhum Povo assume a sua identidade colectiva se não tiver consciência da harmonia do ambiente em que vive e das suas responsabilidades na sua preservação e valorização. A participação de todos é necessária nesta tarefa colectiva.” Calha bem que neste caso específico, o esforço solicitado aos portugueses seja tão agradável. Porque conhecer cada um destes 21, 77 ou 323 locais naturais de Portugal Continental e Ilhas é um acto de enorme prazer. Nesse sentido, abrimos as portas de algumas destas maravilhas, na certeza de que a cada ano, cada mês, cada dia haverá sempre outras tantas para revelar. Assim saibamos todos desfrutá-las com sensibilidade, ajudando na respectiva protecção e preservação. E agora, ao caminho, naturalmente belo e apaixonante.
2. Escolher. Decida como ir e o melhor sítio para ficar. Use os transportes certos e os alojamentos amigos do ambiente. Minimize a sua pegada ecológica. 3. Respeitar. Cumpra todas as regras, sinalizações e instruções do local. Não perturbe o ecossistema: evite o barulho, caminhe nos percursos. Mantenha as distâncias ao património natural sensível. 4. Proteger. Deixe apenas pegadas e traga apenas fotografias. Não recolha plantas, animais, fósseis, rochas ou penas. Não deixe lixo e tenha cuidado com o fogo. Seja um agente de sensibilização de outros visitantes.
6. Colaborar. Integre-se na comunidade, promova o desenvolvimento local, adquira produtos tradicionais e use serviços locais. Participe nas actividades e projectos de conservação. Divirta-se. 7. Divulgar. Conte o seu testemunho e transmita as suas experiências. Aconselhe boas práticas. Recomende as Maravilhas Naturais de Portugal.
Foto: Parques de Sintra
Foto: Market Iniciative / Carlos Duarte
5. Aprender. Saiba tudo sobre o que o rodeia: leia as placas, consulte os guias, faça perguntas. Só se protege o que se ama e só se ama o que se conhece. Descubra a biodiversidade.
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Foto: Market Iniciative / Hervé Hette
7 Maravilhas
Foto: Market Iniciative / Carlos Duarte
Património comentado “O nosso país tem um património natural muito valioso e variado, que é frequentemente esquecido ou desvalorizado. Pô-lo em evidência através das ‘7 Maravilhas Naturais de Portugal’ é especialmente oportuno, no contexto do Ano Internacional da Biodiversidade em curso.” Humberto Rosa, Secretário de Estado do Ambiente
“Consciencializar os portugueses para a preservação do meio ambiente e do património natural é o nosso grande objectivo. O primeiro passo está dado e acreditamos que a partir daqui o envolvimento das pessoas será ainda maior. Cuidar das belezas naturais do nosso país vai ser uma prioridade de todos em 2010.” António Vitorino, Comissário Nacional para as 7 Maravilhas Naturais de Portugal
“Há que criar no público a percepção de que a Natureza merece ser protegida”.
Foto: Tapada de Mafra
Foto: Market Iniciative
Nuno Domingues, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e do Ambiente
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“Quando se fala em preservar o ambiente, as pessoas pensam em água, em ar, em ordenamento do território, mas no que respeita à biodiversidade as pessoas não compreendem o que implica.” Dulce Pássaro, Ministra do Ambiente e Ordenamento do Território
Açores Grupo Central
Diversidade em harmonia
Algar do Carvão - Terceira - Finalista às 7 Maravilhas
A
s cinco ilhas que integram o Grupo Central do Arquipélago dos Açores representam uma enorme riqueza em termos de património natural. Faial, Graciosa, Pico, São Jorge e Terceira complementam-se, proporcionando ao visitante um vasto leque de experiências muito diversas. Quanto ao resultado, esse é semelhante: um rosário de memórias e emoções inesquecíveis.E o segredo está em deambular pelas várias ilhas, todas com novos mistérios para revelar a quem se aventure. Um manancial quase inesgotável de actividades espera o visitante do Grupo Central dos Açores. Nestes cincos pedaços de terra rodeados de Atlântico, cada passo representa uma nova emoção. Aos poucos, descobrem-se ilhas irmanadas mas com uma identidade própria bem vincada. Tudo começa na paisagem de origem vulcânica. Bastaria a beleza natural do Faial, Graciosa, Pico, São Jorge, Terceira para cativar qualquer visitante. Mas a descoberta destes tesouros naturais transcende o espírito contemplativo. É uma tarefa activa, com capítulos em terra, mar ou ar. O azul do mar confunde-se com o areal das praias vulcânicas ou das rochas recortadas das piscinas naturais de lava. Entre o merecido descanso, a diversão assume especial importância. Windsurf e kitesurf dão as mãos a esqui aquático e outras actividades de praia para aumentar a adrenalina nas baías de Praia da Vitória (Terceira),
Horta e Porto Pim (Faial). A grande tradição marítima do Arquipélago perpetua-se nos desportos náuticos que aproveitam a vastidão do oceano. Circundar as ilhas de barco à vela ou caiaque de mar equivale a desvendar os segredos bem guardados das orlas costeiras e dos ilhéus adjacentes. No Faial, porto de passagem de navegadores do mundo inteiro, alugam-se embarcações (com ou sem tripulação) para rumar livremente às vizinhas São Jorge e Pico. Nos trajectos marítimos entre ilhas, a companhia de curiosos e divertidos golfinhos é quase certa.
Observar a vida marinha Casa permanente ou migratória de mais de duas dezenas de espécies de cetáceos, as ilhas do Grupo Central funcionam como ponto de encontro privilegiado com baleias e golfinhos. O protegido cachalote tornou-se simbólico dos Açores, cujas águas circundantes são agora um santuário para estes majestosos mamíferos. O peculiar levantar da cauda antes do mergulho profundo faz disparar as câmaras fotográficas para perpetuar o momento. E aumenta a vontade de descobrir as maravilhas do mundo subaquático açoriano. Não faltam oportunidades e locais para o fazer. As costas recortadas e os fundos marinhos ao largo das ilhas criam dezenas
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Açores
Furna do Enxôfre - Graciosa - Finalista às 7 Maravilhas
Caldeirão - Faial
Foto: Associação Regional de Turismo dos Açores
de oportunidades para a prática do mergulho. Debaixo de água, uma extraordinária diversidade de fauna e flora marinha espera o mergulhador. No Verão, a claridade providencia uma iluminação natural que faz resplandecer esta beleza submersa em águas cristalinas. A saída do mar institui a vontade de regressar e descobrir uma nova sensação, sob a forma de um cemitério de âncoras, um navio naufragado, uma gruta submersa, uma fumarola submarina, ou um grupo de jamantas que plana no espaço azul. A espuma branca provocada pelas ondas do mar avisa que o capítulo marítimo não pode terminar sem uma prancha. Graças às excelentes condições naturais, alguns spots da Terceira recebem competições oficiais de surf e bodyboard. Mas é na Fajã da Caldeira de Santo Cristo, em São Jorge, que fica o mais apreciado santuário europeu do surf, tanto pelas afamadas ondas como pelo isolamento do local. Para chegar à fajã, elemento tão típico da paisagem jorgense, percorre-se um trilho a pé. De pés assentes na terra, é-se surpreendido por outra dimensão dos Açores.
Fotos: Market Iniciative / Carlos Duarte
Fajã do Santo Cristo - São Jorge
O legado dos vulcões As paisagens das ilhas do Grupo Central incluem várias elevações de origem vulcânica mascaradas de miradouros. Na Terceira, o Monte
Mergulho nos Açores
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Foto: Market Iniciative / Carlos Duarte
Açores
Pico - Finalista às 7 Maravilhas
Brasil é promontório para apreciar o casario colorido de Angra do Heroísmo, cidade Património Mundial, enquanto da Serra do Facho se avista a marina e o areal da Praia da Vitória. Rumo ao Faial, o Monte da Guia tem efeito semelhante para as baías da Horta e de Porto Pim. Chegados à Graciosa, é do cimo do Monte da Senhora da Ajuda a melhor panorâmica sobre a vila de Santa Cruz e a praça de touros instalada no anfiteatro natural da cratera vulcânica. Já em São Jorge, a subida ao Pico da Esperança permite avistar as restantes ilhas do Grupo Central. Com naturalidade, destaca-se no horizonte a montanha que enobrece o Pico. Estes e outros prodígios paisagísticos podem ser descobertos através dos vários percursos pedestres oficiais existentes em cada uma das cinco ilhas. Organizados por diferentes graus de dificuldade, os trilhos permitem o contacto directo com a Natureza açoriana. Já a subida ao ponto mais alto de Portugal, representa um desafio físico e psicológico: atingir o topo dos 2.351 metros de altitude da montanha do Pico é feito de espanto e memórias para o resto da vida. Cá em baixo, depois da jornada épica, passeios a cavalo, de bicicleta ou BTT, são opções para novas descobertas e outros olhares sobre a exuberância natural das ilhas.
a imaginação para outras dimensões. E no Faial, a descida no Vulcão dos Capelinhos serve para encontrar um centro de interpretação moderno e acolhedor, que explica a formação da paisagem árida cinzenta apreciada na superfície. O espectáculo grandioso do vulcanismo bem poderá terminar em apoteose na ilha da Graciosa: através de uma longa escada em caracol acede-se à Furna do Enxofre, gruta marcada por abóbada imensa, lago subterrâneo e fumarola activa. Por maior que seja a resistência em regressar ao cimo da terra, mais experiências esperam o visitante. O relevo geológico das ilhas é um extraordinário palco natural para actividades mais vertiginosas, como o canyoning ou a escalada. Na Terceira, o relaxamento pode efectuarse no campo de golfe de 18 buracos, ornamentado pelo verde-escuro das copas das árvores. O ar puro refresca pulmões e mente e prepara o visitante para nova experiência. Subir ao céu, em parapente ou ultraleve, para apreciar do cimo estas cinco ilhas deslumbrantes, rodeadas por um Atlântico que aqui ganha um tom azul muito especial.
Descida ao centro da terra É tempo de voltar a mergulhar, agora no interior da terra. O Grupo Central encerra alguns dos legados vulcanológicos mais espectaculares do Arquipélago. Na Terceira pode visitar-se em família e total segurança a chaminé vulcânica do Algar do Carvão, enfeitada por estalactites e estalagmites de sílica esbranquiçada. Na Gruta do Natal, os caminhos estreitam-se em tubos de lava que trazem à memória as descidas ao centro da terra idealizadas por Júlio Verne. No Pico, os corredores de lava da Gruta das Torres continuam a levar
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Maravilhas açorianas O Grupo Central tem três candidatos entre os 21 finalistas das “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. A Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico está inserida na categoria Grandes Relevos, enquanto o Algar do Carvão (Terceira) e a Furna do Enxofre (Graciosa) competem na categoria Grutas e Cavernas. A votação decorre através do sítio de Internet www.7maravilhas. sapo.pt e culminará em Setembro com a eleição dos vencedores em cada uma das sete categorias a concurso.
Fotos: João Cosme
Norte
Património mundial e natural
Foto: Foto Felizes
Vila Nova de Foz Côa Vale do Côa
a herança histórica, cultural e natural de Vila Nova de Foz Côa, se nada mais existisse, a paisagem seria quanto bastava como atracção para a excelência do turismo de natureza. Mas, a região é uma “arca do tesouro” em termos de património, recheada de deslumbrantes raridades, com duas jóias que ultrapassam fronteiras, ambas Património da Humanidade: o Alto Douro Vinhateiro - uma obra que concilia paisagem natural, cultura, património e trabalho; e as Gravuras Rupestres do Vale do Côa - mais de 900 painéis talhados há 20 mil anos na rocha xistosa -, arte de ancestrais comunidades que colocam Portugal no mapa mundial da arqueologia. Os rios Douro e Côa dominam os mais belos panoramas entre a terra e o horizonte dando aqui cabal significado à palavra miradouro; a Rota dos Miradouros de Foz Côa, qual estrela de seis pontas, conduz o visitante até seis lugares com cenários avassaladores de onde se avistam o Douro e o Vale do Côa. São muitos os percursos pedestres que dão acesso a locais de outro modo inacessíveis, proporcionando aos caminhantes um universo inesquecível de beleza e quietude. Em resultado das práticas de defesa dos habitats de espécies raras ou ameaçadas de extinção, um passeio poderá ficar marcado pelo encontro com espécies raras de aves: a imponente águia-real; a águia de Bonelli; um abutre do Egipto, que frequentemente paira sobre os rebanhos; um grifo, muito comum na região; uma tímida cegonha negra ou um esquivo bufo real. Natureza e história dão as mãos em Vila Nova de Foz Côa. Gravuras pré-históricas e ruínas romanas, casas senhoriais, monumentos vetustos e imponentes, aguçam o apetite para partir à descoberta da região. Os passeios pedestres são um prazer procurado por cada vez mais pessoas que encontram no contacto com a natureza a
superação das rotinas diárias. Mas, ali, o Douro convida a uma viagem de barco, rio acima, entre o Pocinho e Barca d’Alva. O rio Côa, por seu turno, acena com desportos náuticos e as praias fluviais pedem um mergulho. No meio de uma Natureza com personalidade muito própria, o menu de actividades disponíveis na região é inesgotável: passeios em veículos de todo-o-terreno, montanhismo, canoagem, remo e outras aventurosas práticas de turismo activo e de natureza. Vila Nova de Foz Côa é um livro com muitas páginas e capítulos de natureza, história e arte, magnificamente ilustrado, que se oferece à descoberta dos seus visitantes.
Foto: Foto Felizes
N
Caminhos pedestres nas margens do Côa
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Centro Porto de Mós
Esculturas da Natureza
Grutas de Mira D’Aire, finalista às 7 Maravilhas
O
município de Porto de Mós tem para mostrar o poder criador da água, sob a forma de extraordinárias esculturas subterrâneas e um singular anfiteatro de pedra ao ar livre. A Natureza encarrega-se de reger os sons e cheiros que acompanham a visita. À beira do Parque Natural das Serras de Aire e de Candeeiros, área que se alastra pelos distritos de Leiria e Santarém, a vila de Porto de Mós é posto de recepção aos visitantes do município. O percurso até à chamada Fórnea avança algumas características da zona protegida. A estrada atravessa vales rodeados de escarpas e afloramentos calcários que se impõem com vigor. Carvalhos,
azinheiras, ulmeiros e castanheiros sobressaem dos blocos extensos de rocha acinzentada que namoram com vegetação rasteira espontânea. Um punhado de casas estendido pelas bermas da via alcatroada assinala a chegada a Chão das Pias. Compre-se água na taberna aldeã, acoplada à mercearia de prateleiras de madeira. Metros adiante, um pequeno parque povoado de oliveiras pede descanso à viatura. É tempo de caminhar ou pedalar, por trilho de pé posto, até ao cimo. A Fórnea espera pacientemente. Pré-candidata às 7 Maravilhas Naturais de Portugal, na categoria Grandes Relevos, a Fórnea é um recuo pronunciado em forma de anfiteatro, de uma zona baixa para dentro de um planalto calcário. Originada pela erosão das chuvas e águas nascentes, tem cerca de um quilómetro de diâmetro. Admirar este semi-círculo rochoso requer a utilização de vários sentidos. Visão perspicaz para descortinar os sulcos ao longo da majestosa parede de pedra. Audição atenta para desfrutar o silêncio abrilhantado pelo canto dos pássaros e o conversar dos insectos. Olfacto apurado para resgatar os odores da vegetação rasteira. Tacto sensível para acariciar as espigas que ondulam ao sabor do vento. No topo de Chão das Pias o mundo enche-se de Natureza, num convite a deambular sem rumo predefinido para explorar vários ângulos do anfiteatro. Milímetro a milímetro, a Fórnea conquista o agrado do visitante. E o deslumbre aumenta em proporção ao tempo passado neste local onde os segundos de um minuto parecem estender-se eternamente.
Descidas paisagísticas Grutas de Mira D’Aire, finalista às 7 Maravilhas
Regressa-se ao ritmo antigo porque é preciso conhecer a faceta térrea da Fórnea. Depois de mais estradas paisagísticas, onde se
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Fotos: Market Iniciative / Hervé Hette
Centro
Fórnea
encontram os típicos moinhos de vento edificados no cimo das colinas, atinge-se Alcaria. Um trilho de solo avermelhado permite chegar ao sopé do fenómeno geomorfológico, enquanto se desfruta dos campos pejados de alecrim, rosmaninho ou alfazema. O enquadramento faz-se de vertentes íngremes e ribeiras temporárias, cenário de actividades como o rappel ou a escalada. A exigente subida para a Cova da Velha, gruta situada a meio da encosta, permite a entrada no coração da Fórnea. Luz artificial alumia a galeria com cerca de 500 metros de extensão. No interior, parece ouvir-se o apelo das outras grutas de Porto de Mós. A quase inexistência de cursos de água à superfície esconde o abundante reservatório aquífero existente no concelho. A água proveniente das chuvas escoa pelas fendas existentes no terreno calcário. Quando encontra uma gruta, deixa-se escorrer do tecto em gotículas que criam estalactites e estalagmites. É este parte do cenário encontrado na Gruta de Mira de Aire. Finalista na categoria Grutas e Cavernas das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, a gruta é uma sucessão de salas gigantescas, poços vertiginosos, cúpulas laboradas, regatos abundantes, galerias extensas. As formações calcárias que decoram este mundo subterrâneo sugeriram a atribuição de curiosos nomes. Pelas entranhas da terra encontramos a alforreca, o marciano, a boca do inferno ou o órgão. Nomes populares para a beleza forjada pelo labor minucioso da Natureza, onde sobressaem as estalactites de vários comprimentos e diâmetros, alimentadas gota a gota ao longo de milénios.
de 11 mil metros já explorados. De Inverno ou de Verão, a atmosfera mantém-se agradável, com uma temperatura que ronda sempre os 17 e 18 graus centígrados. Luzes de várias cores que proporcionam tons quentes à calcite, em conjugação com as fontes instaladas no Grande Espectáculo Final da Água, transformam a gruta num mundo de fantasia. A visita guiada e informativa termina numa exposição de mineralogia que antecede a subida ao cimo da terra. Quando as portas do elevador se abrem, começa a vontade de regressar ao mundo subterrâneo. Felizmente, Porto de Mós tem mais duas grutas de menores dimensões para descobrir. A harmoniosa Gruta dos Alvados, caracterizada pelo corredor em que se sucedem algares de altura invulgar. E a Gruta de Santo António, onde um lago natural funciona como antecâmara da estreita passagem que culmina em magnífica sala monumental. Estas pré-candidatas às 7 Maravilhas Naturais de Portugal completam o trajecto pelos principais monumentos naturais integrados no Parque Natural das Serras de Aires e dos Candeeiros. Um destino que marca o viajante através da simplicidade oculta. Seja num anfiteatro rochoso onde apenas actua a orquestra da Natureza ou numa gruta onde os pingos de água esculpiram peças de arte.
Porto de Mós na Internet www.grutasmiradaire.com www.municipio-portodemos.pt
Galerias de arte natural Descoberta em 1947 e aberta ao público desde 1974, a Gruta de Mira de Aire tem 600 metros visitáveis dos mais
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Centro Vale Glaciar do Zêzere
O outro lado da Serra
Vale Glaciar do Zêzere
O
concelho de Manteigas esconde um dos segredos naturais mais bem guardados de Portugal. Obscurecido pela fama da subida ao topo da Serra da Estrela, o Vale Glaciar do Zêzere revela um carácter distintivo e inesquecível ao visitante mais desperto. Assomado o primeiro miradouro da estreita e sinuosa estrada que liga a nave de Santo António a Manteigas, o Vale Glaciar do Zêzere surge com inesperado esplendor. Ao longo de treze quilómetros de extensão, em forma de “U”, paredes íngremes de rocha granítica enclausuram um planalto onde corre o rio Zêzere. A deslocação invernia encontra a cobertura branca da neve. Nas estações em que o sol derrete o gelo, a paisagem assume um verde pujante que requisita memórias de filmes passados nos Alpes e nos Pirenéus. Mas este vale glaciar é português, integrado no Parque Natural da Serra da Estrela e Rede Natura 2000, constituindo um dos maiores exemplares da Europa. Forjou-se pelo desaparecimento dos gelos que marcaram a região durante a época Quaternária. Os vestígios geológicos da glaciação ocorrida há milhares de anos são agora locais de beleza assinalável para o Homem. As austeras massas rochosas apelidadas de Cântaros Magro, Gordo e Raso são como silhuetas de gigantes. Guardam ciosamente a pureza do vale mas cedem passagem a quem deseje conhecer este fenómeno finalista das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, na categoria de Grandes Relevos.
construção humana com pórtico circular garante um toque especial ao cenário. Percorrem-se alguns metros e entra-se num universo paralelo. Nesta dimensão, é a Natureza a providenciar as cores. Do solo brotam diversas tonalidades de verde. Pequenos charcos espelham o amarelo e rosa das flores nascidas da vegetação rasteira. Os cântaros circundantes juntam o cinzento gravoso ao branco puro da neve que teima em resistir ao efeito dos raios solares. Borboletas acastanhadas indicam o trajecto a seguir, na companhia de uma banda sonora composta pelos sons de insectos. No céu, aves de rapina vigilam os passos dos caminhantes.
Viagem no tempo A descoberta é composta por pequenos-grandes capítulos. O trilho pedestre do Vale Glaciário do Zêzere promove o afastamento da estrada alcatroada. Na Nave de Santo António, uma singela
Vale Glaciar do Zêzere
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Centro
Fotos: Market Iniciative / Hervé Hette
Vale Glaciar do Zêzere
Vale Glaciar do Zêzere
Vale Glaciar do Zêzere
Seja pedestre, de bicicleta ou viatura, o percurso tem passagem obrigatória pelo Covão D’Ametade. A antiga lagoa glaciar situada no sopé do altaneiro Cântaro Magro (1420 metros), é agora parque de merendas e campismo. A sombra das bétulas cobre grande parte deste refúgio onde o rio Zêzere ainda bebé partilha a frescura das suas águas num suave ronronar. De novo no centro do vale, a água parece saltar de cada pedaço de rocha. A sede aquieta-se nas Fontes da Jonja e de Paulo Luís Martins, antes de descer ao ventre do antigo glaciar. O caudal do Zêzere corre agora mais viçoso. Serve de casa às trutas e rega a giesta que alimenta cabras e ovelhas.
em diferentes estações do ano, na procura de novas perspectivas e sensações. Porque todos os percursos apaixonantes são assim: circulares e inesgotáveis.
Encontros circulares A pastorícia permanece activa nesta zona e, num golpe de sorte, o visitante pode cruzar-se com rebanhos que enfeitam a paisagem idílica. Trocam-se cumprimentos e conversas com os pastores e reaprende-se o valor da palavra simplicidade. Com atenção redobrada, decompõe-se os vários elementos do cenário circundante. Cascatas de água fresca, generosamente multiplicadas ao longo do maciço. Blocos graníticos, empurrados pela força das línguas de gelo até sítios inexplicáveis. Encostas abruptas, adornadas por piornos e exemplares de carvalho negral. Típicas “cortes”, casas de pedra com telhados em colmo de palha de centeio ou giesta. Terrenos de agricultura de subsistência, testemunho da perseverança dos habitantes locais. Ao longe vislumbra-se o casario de Manteigas. A chegada à vila resulta num princípio em vez do fim. O desejo cumprido de voltar a olhar o Vale Glaciar do Zêzere desagua no apelo urgente de percorrer o protagonista em sentido contrário. E depois de regressar
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Projectos alinhados Até ao final de 2010 está prevista a marcação e abertura de cerca de 200 quilómetros de percursos pedestres que envolvem as quatro freguesias do concelho de Manteigas (Santa Maria e São Pedro, ambas situadas na zona urbana da vila, Sameiro e Vale da Amoreira). A informação sobre os trilhos estará disponível num sítio de Internet dedicado. À saída de Manteigas, está prevista a instalação de um Centro de Interpretação do Vale Glaciar do Zêzere. Entretanto, no complexo desportivo, destaca-se o ski parque, uma pista sintética de esqui. O website www.cm-manteigas.pt oferece informação sobre turismo e ambiente no concelho.
Natureza activa
Além das paisagens, a morfologia do Vale Glaciar do Zêzere proporciona um turismo de Natureza activo. Há percursos indicados para percorrer em BTT que garantem o aumento da adrenalina. Na extensa e íngreme Parede do Fantasma praticase escalada. E o lugar do Cabeço da Azinha, na freguesia de Sameiro, destaca-se como ponto de descolagem para a prática do parapente, um dos melhores da Península Ibérica.
Centro Pia do Urso
100 mil visitantes em 2009
EcoParque Sensorial da Pia do Urso
O
EcoParque Sensorial da Pia do Urso está localizado em São Mamede, freguesia situada mais a Este do Concelho da Batalha e inserido nas Serras de Aire e Candeeiros, área correspondente ao Maciço Calcário Estremenho, denominado Planalto de São Mamede. Local carregado de história, a Pia do Urso oferece aos visitantes uma paisagem natural verdadeiramente deslumbrante, onde poderá apreciar também o magnífico trabalho de restauro das habitações típicas desta região serrana, em que a pedra e a madeira se constituem como os principais materiais utilizados. Nesta aldeia recuperada, está também instalado o primeiro Ecoparque Sensorial destinado a invisuais de Portugal. Um conceito inovador que tem como principal objectivo proporcionar aos cidadãos portadores e deficiência visual a possibilidade da apreensão do meio envolvente que os rodeia utilizando, para o efeito, os restantes sentidos, particularmente o tacto e o olfacto. Encontramos na Pia do Urso e na zona que toda a aldeia ocupa, uma área considerável de formação vegetal fechada, com uma cobertura completa do solo de espécies que pertencem aos estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo. No que toca à fauna, podemos observar a presença de aves, alguns répteis, herbívoros e alguns microrganismos que se encontram nas proximidades das pias. Mas a originalidade da Pia do Urso reside no seu conceito inclusivo, um espaço vocacionado para receber todos os cidadãos, independentemente das suas limitações físicas. A par do parque sensorial, o Centro Rural da Pia do Urso contempla ainda um parque de merendas, com diverso tipo de mobiliário e de estruturas capazes de possibilitar aos apreciadores do contacto da natureza a plena fruição da fauna e flora existentes.
p|18 Junho 2010
Grande Lisboa Tapada Nacional de Mafra
Fotos: Tapada de Mafra
Um reino na Natureza
Javali e Lobo Ibérico na Tapada de Mafra
C
enário de natureza exuberante, acolhendo das mais representativas espécies da flora nacional e uma fauna diversificada, em plena liberdade, a Tapada Nacional de Mafra é uma jóia de beleza e tradição que conserva o cunho de nobreza de parque de lazer para reis. Criado por D. João V, os seus 819 hectares, murados, constituem o majestoso e mais imponente santuário natural de vida selvagem da região de Lisboa. A Tapada dá-se a conhecer através de percursos pedestres, equestres e de BTT. E tem o comboio com guia, que avança por caminhos ladeados de verdes luxuriantes em que se deixam avistar gamos, veados, javalis, a esquiva raposa ou um gineto. Ali 50 espécies de aves cruzam o céu, evidenciando-se a águia-de-bonelli, o bufo-real – a maior ave de rapina nocturna
da Europa - ou o casal de açores. Pedem paragem: o Museu de Carros de Tracção Animal, para conhecer landaus, breques, vitórias e coupés do séc. XIX; no Museu da Tojeira, mostram-se armas antigas e aves de rapina; nos cercados, observam-se os animais em liberdade - só o lobo ali vive em cativeiro. E muitas são as actividades: jogos tradicionais, caça ao tesouro, visitas nocturnas e ao amanhecer, entre outras. Local privilegiado de caça dos reis portugueses, a Tapada de Mafra mantém-se Zona de Caça Nacional, controlando, assim, as populações animais residentes, já que não existem predadores naturais. Para alojamento, dispõe da Casa de Hóspedes, aberta todo o ano. É, às portas de Lisboa, a natureza real, a pedir visita.
p|19 Junho 2010
Grande Lisboa Reviver o passado em Sintra
A serra das mil e uma noites
Palácio Nacional da Pena
O
s caminhos frescos e sinuosos da Paisagem Cultural de Sintra conduzem à descoberta de sumptuosas casas e palácios, antigas muralhas de um castelo coberto de musgo, e retiros que convidam à contemplação da natureza, numa viagem no tempo e no espaço que cobre vários séculos de história. As excepcionais condições climáticas e a singular posição geográfica da Serra de Sintra proporcionam o cenário perfeito para a materialização de belos monumentos e jardins que integram a área classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, hoje finalista das 7 Maravilhas Naturais de Portugal na categoria Florestas e Matas. Implantado no topo da serra e fruto do génio criativo de D. Fernando II o Parque e o Palácio da Pena são o expoente máximo, em Portugal, do Romantismo do séc. XIX, constituindo o mais importante pólo da Paisagem Cultural de Sintra-Património Mundial. Construído a partir de 1838 em torno das ruínas de um antigo Mosteiro Jerónimo que havia sido erigido no local por D. Manuel I, o Palácio incorpora referências arquitectónicas de influência manuelina e mourisca que produzem um surpreendente cenário “das mil e uma noites” envolvido por uma floresta encantada. A intervenção botânica em torno do Palácio é, com efeito, notável como projecto paisagístico de transformação de uma serra, à data praticamente desprovida de coberto arbóreo, num arboreto composto por diversos jardins e colecções variadas que integram espécies de todo o mundo. Ambiente natural de rara beleza e incontornável importância científica, o Parque da Pena ocupa cerca de 85 ha proporcionando uma viagem botânica por todos os continentes. Integrado no conjunto monumental da Pena como ruína medieval por D. Fernando II, ao gosto romântico da época, o Castelo dos Mouros é uma fortificação militar que se crê remontar ao séc. IX, período de ocupação muçulmana do território. Sobranceiro à Vila de Sintra, a sua função seria de atalaia, garantindo a protecção de Lisboa e seus arredores bem como de outras vilas do termo daquela cidade. Das muralhas é possível observar toda a linha de costa e obter uma vista privilegiada serra de Sintra, vestida de verde. Na encosta norte da serra, sobressaindo do denso manto de vegetação que se observa das muralhas do castelo, surge o Palácio de Monserrate. Concebido em 1856 como residência de veraneio para uma família aristocrática inglesa, a família Cook, num estilo que oscila entre sugestões bizantinas, indianas e mouriscas, Monserrate
é hoje considerado um dos mais belos exemplares da arquitectura romântica em Portugal. O exotismo do edifício, decorado com motivos vegetalistas delicadamente rendilhados, integra-se harmoniosamente no jardim que, por sua vez, constitui uma das mais belas criações paisagísticas do romantismo. Esta antiga propriedade rural de 33 ha alberga uma notável colecção botânica mais de 1000 espécies de todo o mundo, aclimatadas com sucesso, compondo cenários contrastantes ao longo de caminhos sinuosos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas. No coração da serra, o Convento de Santa Cruz da Serra de Sintra, também conhecido como “Convento dos Capuchos” ou “Convento da Cortiça”, foi edificado de acordo com uma filosofia de respeito pela harmonia entre a construção humana e a construção divina, razão pela qual o edifício se funde com a natureza, indissociável da vegetação e incorporando na construção enormes fragas de granito. Fundado em 1560, este convento é notável pela extrema pobreza da sua construção que materializa o ideal de fraternidade e irmandade universal dos frades franciscanos que o habitaram. Através do exercício da contemplação, em cumprimento dos ensinamentos de São Francisco de Assis, estes religiosos adoravam o Criador através daquela que consideravam ser sua Obra: a natureza. A mata que envolve o edifício é um raro testemunho da antiga floresta da Serra de Sintra, pois a vegetação da cerca do convento beneficiou da protecção dos religiosos que habitaram esta casa durante séculos. Pela sua raridade, esta mata constitui um importante valor natural que importa salvaguardar. Propostas de visitas e programação em www.parquesdesintra.pt (contactos: +351 219 237 315; npa@parquesdesintra.pt).
p|20 Junho 2010
7 Maravilhas Naturais
Votação até 7 de Setembro de 2010 em www.7maravilhas.pt Por telefone: 760 302 703 (€0,60+IVA) Por sms: nº 68933; mensagem: 703
Grande Lisboa
Convento dos Capuchos
Fotos: Parques de Sintra
Castelo dos Mouros
Palรกcio de Monserrate
p|21 Junho 2010
Alentejo Mértola
Foto: Market Iniciative / Célia Lopes
Belezas do Guadiana
Pulo do Lobo
I
Vista geral de Mértola
ntegrada no Parque Natural do Vale do Guadiana, a vila-museu de Mértola mostra com orgulho e sabedoria o rico legado histórico, vertido em património e cultura. Em redor, a Natureza encarrega-se das belezas paisagísticas. A paisagem alentejana também varia consoante a mudança das estações. No Verão, os campos verdejantes cedem lentamente posto aos tons amarelo-torrado das planícies ondulantes cerealíferas. O horizonte mantém-se vincado pelos ramos retorcidos das azinheiras a entrarem pelo azul do céu. Ao início, o panorama parece sempre igual. Mas o correr do tempo aguça o olhar. Aos poucos, desvendam-se os segredos que circundam Mértola. Uma serra que desponta na planície. Dois sobreiros num curioso bailado geométrico. Três, quatro, cinco, inúmeras cegonhas nos ninhos empoleirados em postes de madeira. E um sem número de emoções prontas a arrebatar o visitante. Rodeado de água, o casario de Mértola parece saído de um conto de fadas. Telhas avermelhadas contrastam com paredes caiadas de imaculado branco. A barra que enquadra as janelas ou une a casa ao solo, pintada num azul ou amarelo intenso, completa a paleta cromática típica do Alentejo. O colorido prenuncia um local a transbordar vida. A começar pela abundância de aves que marcam os céus e as águas do concelho. Abutres, cegonhas, milhafres, águias, garças, mergulhões, abetardas...
Observação de aves Face à diversidade e quantidade de espécies existente, a actividade do birdwatching conheceu grande desenvolvimento. Actualmente, existem cinco percursos diferentes para descobrir as aves do concelho: O Reduto do Peneireiro-das-Torres; Nos Trilhos da Mina de S. Domingos; Na barragem dos Corvos; Entre a estepe e o montado; Em terras do Pulo do Lobo. O posto de turismo da Câmara Municipal tem folhetos com mapas dos trilhos e fornece binóculos e telescópio para a observação das aves. Aceite-se a sugestão de percorrer o percurso que parte da aldeia da Amendoeira da Serra e desagua no Pulo do Lobo. O trajecto é diversificado, com a mata mediterrânica a dar lugar a uma zona de montado de azinho. Com o olhar pousado na terra, o ecoar feroz da água em cascata centra as atenções. Pré-candidato a finalista das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, o acidente geomorfológico do Pulo do Lobo manifesta-se na garganta rochosa que projecta a água do rio Guadiana num salto com cerca de 15 metros. Em redor, xisto laminado pelo tempo e o vento, e molhos de alecrim, rosmaninho, aroeira, loendro. Estamos em pleno Parque Natural do Vale do Guadiana e a Natureza é soberana nas paisagens oferecidas. A zona balnear da Tapada Grande, junto à Mina de S. Domingos surge como um oásis no meio do imenso Alentejo. Praia fluvial com nadadorsalvador, tem acessos para pessoas com mobilidade dificultada.
p|22 Junho 2010
Alentejo Uma corrente de eventos Março • Festival do Peixe do Rio Música, concursos de pesca, passeios de barco, exposições animam a aldeia de Pomarão, onde se provam sopas e caldeiradas de peixe, muge frito, ensopado de enguias ou lampreia. Abril • Feira do Mel, Queijo e Pão Os sabores tradicionais dos queijos, mel, pão, enchidos, doçaria, compotas, chás e vinho produzidos no concelho de Mértola são acompanhados por música popular. Maio • Festival da Juventude Desporto, música, dança, feiras alternativas num fim-de-semana de grande diversão. Festival Islâmico Celebração bianual da forte influência islâmica da vila num programa que inclui concertos de música e um mercado árabe improvisado nas ruas da vila. O próximo festival decorre em 2011. Junho • Festas da Vila Concertos e bailes populares animam os palcos do Castelo e do Cais do Guadiana, durante vários dias e com o auge no feriado municipal de 24 de Junho. Agosto • Mértola Radical Iniciativa de desportos de aventura que inclui BTT, orientação, baptismo de parapente, slide, escalada e muita diversão na praia fluvial da Tapada Grande na Mina de S. Domingos. Setembro • Feira Agropecuária Transfronteiriça de Vale de Poço Feira de cariz agrícola organizada em parceria com o município de Serpa e Paymogo. Outubro • Feira da Caça de Mértola Certame de valorização e promoção da excelência cinegética do concelho de Mértola
As áreas ajardinadas e a areia fina convidam aos banhos de sol, refrescados com idas à água límpida e quente. Foto: Market Iniciative / Célia Lopes
À descoberta do rio
Mértola na Internet: www.merturis.pt; www.cm-mertola.pt
Foto: Market Iniciative
Limítrofe a Mértola, encontra-se novo paraíso fluvial. Nas Azenhas do Guadiana, o rio galga o açude onde se construíram três moinhos de água e salpica o leito com pequenas ilhotas. Nas margens, o areal e a relva cobrem-se de toalhas, para apanhar sol ou merendar enquanto se aprecia a extraordinária paisagem. A zona é propícia à prática da canoagem, desporto com grande tradição em Mértola. Os passeios de barco, são outro meio de apreciar a beleza do Guadiana, que corre entre penedos até visitar a “vila-museu” do castelo medieval e da igreja, antiga mesquita. O feitiço mourisco prossegue numa viagem pelo ar. A Serra de Alcaria Ruiva, ponto mais alto do concelho com 318 metros, é ponto de lançamento de parapente. A partir do céu descobrem-se trilhos que serpenteiam por entre lombas e se esticam em longas rectas. Segredos para desvendar de bicicleta ou a pé, antes de um merecido descanso à mesa. Um gaspacho com peixe frito atenua o calor e renova energias para nova partida em busca das relíquias deste generoso pedaço de Alentejo. Zona balnear da Tapada Grande na Mina de S. Domingos
p|23 Junho 2010
Alojamento Casas Açorianas
Espírito acolhedor
O
turismo em espaço rural é uma das formas mais naturais de desfrutar do Arquipélago dos Açores. Paisagens deslumbrantes servem de enquadramento a acolhedoras casas com arquitecturas de traça e materiais tradicionais. Dentro de portas, reinam o conforto, o bom gosto, o requinte, a par da boa comida e a hospitalidade. E os valores a pagar por uma semana, são extraordinariamente convidativos. As Casas Açorianas são uma associação de turismo em espaço rural. Sob o lema “9 ilhas, um lugar”, as 54 entidades associadas representam a aliança entre o espírito turístico moderno e o respeito pela história e a Natureza dos Açores. No exterior, as
habitações revelam o carácter de cada ilha. As fachadas, sejam de traça aristocrática ou popular, ostentam as marcas da tradição local. No Pico sobressaem as paredes de pedra vulcânica de antigas adegas, reconvertidas ao turismo de habitação, num contraste com o azul do mar. Na Terceira e no Faial, despontam nas planícies as casas senhoriais, de traça solarenga e aristocrática. Na Graciosa, as velas de um moinho de pedra saúdam o visitante. Em São Miguel, as herdades e quintas abrem janelas para os campos luzidios da “ilha verde”, pontuados por pachorrento gado ou paisagens de encanto. A cúpula do turismo em espaço rural dá lugar a diferentes
p|24 Junho 2010
Fotos: Market Iniciative / Carlos Duarte
Alojamento
tipologias de alojamento. Há sempre uma solução com óptima relação custo / qualidade, adequada a cada gosto, ocasião e necessidade. No Agro-Turismo partilha-se o dia-a-dia de famílias de agricultores que mantêm actividades agropecuárias em pleno respeito pelo meio ambiente e tradições locais. As Casas de Campo caracterizam-se pela arquitectura, traça e outras características que se integram no ambiente rústico da zona. Da mesma forma, um Hotel Rural revela um traçado exterior e um recheio interior em concordância com a região em que se insere. No Turismo de Aldeia, o visitante tem oportunidade de viver numa casa integrada numa aldeia de reconhecido
p|25 Junho 2010
Alojamento
Foto: Market Iniciative / Carlos Duarte
valor arquitectónico. O Turismo Rural está associado a casas rústicas com características próprias do meio rural circundante. E o Turismo de Habitação corresponde ao alojamento em solares, casas apalaçadas ou residências com importante valor arquitectónico. Comum a todas as tipologias é o bom gosto da decoração, onde contemporâneo e tradicional se mesclam com harmonia, e o acolhimento quase familiar por parte dos proprietários. Muitas destas casas requintam na cuidada recuperação das heranças de outros tempos, convertendo algumas das divisões em irrepreensíveis museus etnográficos. Os hóspedes recebem-se com sorrisos abertos e mesa posta. Queijos, massa sovada, bolo lêvedo, compotas de frutas, biscoitos, manteiga, leite, vinho...são frequentemente mimos que servem a primeira dose de delícias locais que ajudam a recompor da viagem. Os espaços de turismo em espaço rural representam a porta de entrada para a gastronomia açoriana, que retira o melhor da terra e dos animais que nela pastam. Todo este conforto, humano e material, leva a que os visitantes rapidamente se sintam como se estivessem na própria casa. Muitas habitações estendem a sensação de bem-estar até nos espaços ao ar livre. Piscina privativa, relvados e jardins imaculadamente cuidados, servem de complemento perfeito ao aprazível interior. Sem esquecer as paisagens para observar através da janela, num silêncio apenas quebrado pelos sons da Natureza: as ondas do mar a baterem nas rochas, o vento a agitar vegetação e plantações, o cumprimento das aves que se abeiram da casa. Ao adormecer sereno sucede-se um acordar radiante para a descoberta do paraíso açoriano.
Conhecer e reservar No sítio de Internet das Casas Açorianas – www.casasacorianas.com – é possível conhecer em pormenor as habitações que pertencem à associação. Localização, descrição e fotografias antecipam o prazer de rumar aos Açores para se instalar numa destas magníficas casas tradicionais. O website permite ainda consultar tarifas e disponibilidade, efectuar reservas e ficar a conhecer um pouco mais das ilhas do Arquipélago.
Trevos de qualidade
Tendo por objectivo a potenciação de uma oferta de elevada qualidade, as Casas Açorianas criaram e desenvolveram um projecto de classificação dos empreendimentos associados. Esta norma interna classifica os empreendimentos aderentes numa escala de três, quatro ou cinco trevos, consoante o grau de cumprimento de aspectos como qualidade de serviço, desenvolvimento de mecanismos de protecção ambiental, implementação de mecanismos de segurança e boas práticas de higiene alimentar.
Mérito turístico
Em 2009, as Casas Açorianas – Associação de Turismo em Espaço Rural receberam do Governo Português a Medalha de Grau Ouro de Mérito Turístico. Este galardão, o mais alto que pode ser atribuído pelo Estado no âmbito do Turismo, foi entregue pelo Ministro da Economia e Inovação, Teixeira dos Santos, e Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade. Ficou desta forma consagrado o trabalho feito pela associação, fundada em 2001, em favor de um desenvolvimento sustentado rentável e de qualidade.
p|26 Junho 2010
E S P E C I A L ALENTEJO 16 \\\ MAIO
2010
PUBLIREPORTAGEM
Vila Park, um hotel verde e «cool» UM DOS HOTÉIS MAIS AMIGOS DO AMBIENTE DE PORTUGAL CONTINUA A DESENVOLVER PROJECTOS INOVADORES NA ÁREA AMBIENTAL uncionando como hotel de aplicação da licenciatura em Gestão Hoteleira e Turismo do Instituto Piaget, que é o proprietário do hotel, e recebendo estagiários de vários organismos, nomeadamente de escolas de hotelaria, do Centro de Formação de Santiago do Cacém e de várias escolas profissionais e secundárias, pretende constituir um exemplo de boa conduta e boas práticas ambientais. Situado no litoral alentejano, este pequeno mas muito simpático hotel, tem conseguido afirmar-se como um dos hotéis de Portugal mais amigos do ambiente, com várias certificações/galardões e prémios, nomeadamente a ISO 14001, Eco-Hotel (TÜV), Chave Verde e Carbon Free. A consolidar a sua postura ambiental, o Hotel Vila Park desenvolveu dois projectos inovadores: Adopt a Village e Cool Car. O projecto Adopt a Village implicou a plantação de cinco mil árvores no município de Oriente, em São Paulo (Brasil). Esta acção permitiu a mais de vinte famílias plantarem as árvores em terrenos degradados, restaurando o solo para um equilíbrio ambiental sustentável, e de onde podem retirar o seu sustento. As viaturas de serviço do hotel têm as suas emissões de CO2 compensadas pela plantação de 400 árvores cada, sendo consideradas Cool Cars. «A receptividade dos nossos clientes tem sido muito acima das nossas expectativas», afirma Avelino Sousa, director do Hotel Vila Park. «São os próprios clientes que fazem sugestões e provocações». Nesse sentido, Avelino Sousa tem prevista uma reflorestação na sua área de intervenção, efectuada pelo pessoal do hotel, mas alargada aos seus clientes, que assim poderão deixar um legado para as gerações futuras. Até ao momento, o Hotel Vila Park já contribuiu para a plantação de cerca de 73 850 árvores. Apesar de, nas palavras do director do hotel, «a sustentabilidade ambiental e o eco-friendly estarem muito na moda, presentes em qualquer discurso», o responsável lamenta não ter «qualquer diferenciação positiva por parte dos organismos estatais». Para 2010, Avelino Sousa perspectiva um ano onde «as dificuldades para o sector do turismo vão ser ainda maiores do que em 2009, mas no caso do Hotel Vila Park, em resultado das obras previstas para a
F
«O Hotel Vila Park já contribuiu para a plantação de cerca de 73 850 árvores»
zona industrial de Sines, nomeadamente na Galp e na Artenius, estimamos que o aumento do volume de negócio pode ser na ordem dos 15 %». Assim, o director faz uma antevisão do futuro, revelando que o vai ser efectuada, até final do ano, «uma pequena remodelação dos quartos, com o intuito de reclassificar
o hotel para 4 estrelas e iniciámos igualmente a construção de um aldeamento turístico anexo ao hotel, composto por 42 moradias». «Quanto ao ambiente, estão na forja alguns projectos, em parceria com o ICNB, Quercus, WWF entre outros organismos», rematou. �
Alojamento
Natureza de cinco estrelas L
azer absoluto no luxo e mordomias de cinco estrelas com a natureza por vizinhança, é a proposta da Vila das Lagoas para umas férias que prometem libertar o stress. Aqui combina-se o sossego, a privacidade e a comodidade com uma vasta oferta de actividades de natureza, relaxantes propostas de bem-estar e saudáveis práticas desportivas. Este magnífico resort privado, localizado na costa algarvia junto à praia e ao Campo de Golfe dos Salgados, na Guia, tem o privilégio raro de associar sol, mar, santuários de vida selvagem inúmeros desafios para umas férias saudavelmente activas. Trata-se de um ambiente exclusivo que, em termos de lazer, conjuga o melhor da civilização com o melhor da Natureza. São espaçosos os seus modernos apartamentos e moradias que se implantam em extensos jardins onde, entre centenas de oliveiras e palmeiras se acolhem sete magníficas piscinas que convidam a um mergulho. A Vila das Lagoas complementa as suas 137 unidades de alojamento qualificado e diverso – dispõe de apartamentos com tipologias T2 e T3, a que se juntam vivendas V2, V3, V4 – com a comodidade de locais e equipamentos de lazer e bem-estar: o Health Club Infante de Sagres, com ginásio, SPA e piscina interior aquecida, de 25 metros; o Campo de Golfe; cortes de ténis e campo multiusos; Kids Club; dois restaurantes e dois bares; e ainda a Reserva Natural da Lagoa dos Salgados, santuário de nidificação de diversas espécies de aves, onde pontuam milhares de elegantes flamingos. Verdadeiramente, tem tudo para umas férias retemperadoras do corpo e da alma. O resort é palco privilegiado de férias para famílias com
múltiplas preferências individuais de ocupação dos tempos de livres. Para dar satisfação aos gostos mais conservadores ou aos mais radicais, um completo leque de actividades em terra, mar e ar, acessível nas proximidades, desperta um salutar espírito de aventura. A oferta estende-se de passeios de bicicleta e BTT, a hipismo e passeios em Todo-o-Terreno; ou da pesca desportiva e passeios de barco, de catamaran ou à vela, até propostas mais radicais como, mergulho e snorking, surf e windsurf, canoagem, ski aquático e parasailing. Actividades a que se somam múltiplos desportos de praia e diversos trajectos a pé, pela Lagoa dos Salgados vizinha do resort.
O Alojamento Apartamentos espaçosos, de arquitectura contemporânea, com amplas janelas, que se abrem para generosos terraços e varandas sobre os imensos jardins e a paisagem envolvente, proporcionam uma excelente iluminação natural. Concebidos dentro de elevados padrões de qualidade e conforto, as unidades de alojamento, disponíveis nas tipologias de apartamento e vivenda, encontram-se totalmente equipados e mobilados com uma decoração moderna, de linhas simples, privilegiando o conforto. Os apartamentos são compostos por uma completa kitchenette, uma suite, casa de banho social, sala de estar e de jantar, a que se somam, consoante sejam T2 ou T3, dois ou três quartos duplos, tendo capacidade, respectivamente, para cinco
p|28 Junho 2010
Fotos: CS Vila das Lagoas
CS Vila das Lagoas
Alojamento
ou sete adultos. As moradias são generosamente amplas, com uma arquitectura que privilegia a luz natural, recorrendo a desafogadas paredes em vidro. A privacidade não é descurada, dispondo cada vivenda de jardim e piscina exclusivos a que se junta a comodidade de 2 lugares de estacionamento. Estão disponíveis nas tipologias V2, V3 e V4. A par do moderno e requintado equipamento, um completo leque de serviços serve os alojamentos de onde se destaca recepção e porteiro 24 horas por dia, bem como serviço de limpeza diário.
p|29 Junho 2010
CS Vila das Lagoas Holiday Apartments & Townhouses Herdade dos Salgados Resort 8200-424, Guia - Albufeira Algarve – Portugal Reservas: Tel: 289 598 318 bookings@cshotelsandresorts.com
Alojamento Grupo Bensaude
Foto: Grupo Bensaude
Alojamento em paisagens de verde e mar
A
aposta no turismo por parte do Grupo Bensaude, já faz parte da história económica e social açoriana. Foi na primeira metade do século XX, que adquiriam o imóvel do que viria a ser a sua primeira unidade hoteleira, o então Hotel Terra Nostra, situado no místico vale das Furnas, na ilha de S. Miguel. Desde então, esta tendência consolidou-se e, hoje, este importante grupo económico, detém nove modernas unidades hoteleiras, distribuídas pelas ilhas de S. Miguel, da Terceira e do Faial, no arquipélago dos Açores e uma na cidade de Lisboa.
ao mar, é um resort que oferece o que de melhor se pode esperar em tempo de férias e lazer. A escassa distância do centro histórico de Angra do Heroísmo, cidade classificada de Património Mundial pela UNESCO, faz deste um hotel de referência para quem visita a ilha Terceira. E para os amantes de Golfe estas duas unidades hoteleiras representam uma primeira escolha, sempre que se deslocam aos Açores.
Certificação ambiental e ecológica
Na ilha de S. Miguel, cidade de Ponta Delgada, encontrará no S. Miguel Park Hotel, o espaço ideal para umas férias em família. Este hotel, localizado próximo do centro da cidade, é vizinho dos mais verdes e emblemáticos Parques Botânicos. Já o Terra Nostra Garden Hotel, está situado no místico vale das Furnas da ilha de S. Miguel, rodeado por caldeiras e nascentes de águas lisas ou termais. Integrado no magnífico Parque Botânico Terra Nostra, considerado nacional e internacionalmente como jardim botânico de excepção, este Hotel de charme com referências de estilo Art Déco, prima pela sua atmosfera de tranquilidade. Na pacata e pitoresca Vila de Nordeste, e em absoluta sintonia com a natureza e os seus ritmos, situa-se a Estalagem dos Clérigos. Integra-se na vila, com o mar ao fundo e circundada pela serra, habitat natural do Priolo, ave única dos Açores. É possível explorar os magníficos trilhos pedestres em experiências e aventuras contagiantes e renovadoras. Na frente marítima da cidade da Horta, na ilha do Faial, situa-se o Hotel do Canal, com vista sobre a baía e a ilha do Pico. Este hotel funde-se de uma forma quase orgânica com o Oceano. Representa um porto de abrigo, para quem visita a ilha do Faial, e um infinito deslumbramento e bem-estar para quem gosta de mar e sabe apreciar o colorido da vida. A Bensaude Turismo, através da sua agência de viagens e da qualidade e requinte dos serviços disponibilizados pelos seus hotéis, constitui-se como uma mais-valia para a consolidação e notoriedade do grande destino de Natureza que são os Açores.
As questões ambientais e de sustentabilidade estão na agenda de políticos, agentes económicos, culturais, sociais e das sociedades humanas em geral, sendo naturalmente uma matéria sensível para os responsáveis do Grupo Bensaude. No grupo, esta preocupação traduz-se num conjunto de medidas e práticas que procuram implementar em todas as áreas de negócio que mantêm, muito na linha dos especiais cuidados ambientais da comunidade açoriana em que se insere. Na hotelaria, duas unidades do grupo estão vinculadas ao Sistema de Gestão Ambiental: o Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel, e o Terceira Mar Hotel, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Estas unidades, ambas de quatro estrelas, traduzem o esforço e a preocupação com as questões ambientais e de sustentabilidade, que se estendem a toda a cadeia hoteleira da Bensaude Turismo. No Hotel Marina Atlântico, os ambientes transparentes e de sofisticado requinte, pendem sobre uma paisagem deslumbrante de vida e mar, que podem ser desfrutados passiva ou activamente por quem visitar este Hotel. Da varanda do quarto, ou da esplanada do Bar, as horas acontecem em momentos contemplativos e de grande serenidade. Este Hotel dispõe de bicicletas para usufruto dos seus hóspedes que, satisfazendo requisitos e objectivos ambientais, propicia uma perspectiva diferente da cidade de Ponta Delgada e das suas gentes. O Terceira Mar Hotel, privilegiado pela sua localização em frente
Em perfeita sintonia com a Natureza
p|30 Junho 2010
Actividades Futurismo
Fotos: Futurismo
Para descobrir os Açores
C
om 20 anos de experiência na observação de cetáceos e actividades de turismo de natureza, a Futurismo foi uma das empresas que ajudaram o arquipélago dos Açores a converter as antigas práticas baleeiras numa actividade sustentável: a partir das velhas vigias olhos experientes perscrutam o mar procurando sinais de cachalotes, dando sinal à base para a partida de um barco de novos “caçadores” de baleias, que “armados” de máquina fotográfica eternizam as emoções de um encontro com os gigantes animais marinhos. Na Primavera, em dia de sorte, poderão ter um encontro imediato com o maior animal da terra: a baleia azul, com até 30 metros e 150 toneladas. O encontro com um destes gigantes é sem dúvida uma experiência para a vida, mas não é única proporcionada pela Futurismo. Ainda no mar, imagine-se a emoção de nadar com os sempre simpáticos golfinhos ou uma sessão de mergulho nos mares açorianos, dos mais reputados do mundo pela sua biodiversidade. Em terra pode sempre contar-se com a Futurismo para actividades tão diversas como o geocaching, o birdwatching - nos Açores são avistáveis espécies de aves únicas em toda a Europa - ou passeios de BTT, 4X4,e percursos pedestres, sem esquecer a sempre memorável jornada que constitui a escalada ao Pico, o ponto mais alto de Portugal.
Entretanto, a Futurismo, disponibiliza um vasto menu de programas em terra, mar e ar, elaborados “à medida” em função das actividades seleccionadas, dos locais de visita escolhidos, da dimensão dos grupos e dos graus de dificuldade pretendidos.
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Site: www.futurismo.pt - Email: reservations@futurismo.pt Tel.: 296 628 522 - Tm.: 967 808 666 Instalações de São Miguel Portas do Mar, Loja 24 - Marina Pêro de Teive, Loja A 9500 Ponta Delgada Instalações do Pico Rua dos Baleeiros, 9 - 9930-143 Lajes do Pico
Actividades Geocaching
Em demanda dos Tesouros de Portugal
P
assear sem rumo certo ou visitar um qualquer lugar turístico pode não ser suficientemente motivador para sair de casa e fazer uma caminha a pé. Mas que dizer da ideia de, qual Indiana Jones, partir em busca de em tesouro escondido num lugar recôndito, inexplorado, promessa de um cenário de beleza deslumbrante? É muito propositada porque já há mais de 6 mil tesouros espalhados por esse Portugal fora, do Continente às ilhas, à espera que os descubram. Trata-se de um novo jogo - há quem lhe chame desporto, caça, actividade física - e chama-se geocaching. Para participar basta munir-se de um GPS e imbuir-se de espírito de aventura, prazer de conquista e paixão pelo desafio. No GPS colocam-se as cooordenadas que levam ao cache e que se encontram indicadas no sítio da Internet www.geocaching.com, e parte-se à descoberta de caminhos, trilhos e atalhos para lá chegar. Como acessórios leva-se uma máquina fotográfica para registar as inesperadas vistas e paisagens dos sempre inesperados percursos
e um saco plástico para o lixo - obrigatório - porque os modernos salteadores de tesouros escondidos têm espírito ecológico, expresso na máxima “cache in, trash out”. Faz mesmo parte das suas regras de conduta limpar o local onde está escondida a relíquia. Uma cache típica é um recipiente à prova de água - uma caixa de plástico - que possa conter um “log book” para o geocacher registar o nome e a data em que o encontrou e uma ou várias prendas - uma caneta, um porta chaves, uma moeda ou um boneco – para serem levadas como recordação. É regra de ouro deixar em troca algo do mesmo valor ou de valor superior. A cache é deixada no mesmo lugar, geralmente numa localização difícil de detectar, para estar ao abrigo dos olhares dos muggles, os cidadãos comuns que não praticam geocaching. Depois partilha-se a aventura da descoberta registando novamente no sítio da Internet de onde se retiram as coordenadas, com descrições e fotos do “achado”. Cada participante pode criar a sua própria cache introduzindo
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Actividades
Foto: ATA
Foto: Market Iniciative / Carlos Duarte
A essência do geocaching é dar a conhecer um lugar especial pela espectacularidade da paisagem ou pelo seu encanto e é um meio excelente de chamar a atenção para um lugar pouco conhecido, remoto e de inusitado encanto, uma ruína com uma história curiosa, uma árvore centenária ou rara, uma beleza natural vista numa perspectiva que poucos ou ninguém conhece. A moderna caça ao tesouro põe à prova a orientação e o espírito de aventura mas o grande benefício dos aventureiros vem das caminhadas ao ar livre e do contacto com a natureza. Um muggler esclarecido é um potencial geocacher.
as coordenadas da localização no www.geocaching.com, acompanhadas de um conjunto de informações sobre o local do esconderijo e o grau de dificuldade da busca. Ser geocacher exige algumas vezes esforço físico, espírito de aventura e persistência. O GPS indica o local do cache poderá ser descoberto pelos participantes, mas não os caminhos para lá chegar, muitas vezes obstruídos por obstáculos naturais como caudais de ribeiros ou ravinas. É preciso ser-se determinado na procura de um qualquer percurso para alcançar a cache. O jogo pode tornar-se um pouco mais complexo, adoptando uma lógica de “caça ao tesouro”. Ou seja, primeiro há uma ou mais pistas - por exemplo uma data gravada num monumento que pode indicar as coordenadas do local do tesouro - e neste caso enfrenta-se uma multicache. Em Portugal já são mais de 5.000 os geocachers, uma comunidade em franca expansão.
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História O geocaching começou nos Estados Unidos com o fim das restrições de utilização civil do sistema GPS a 1 de Maio de 2000 – até então, o Departamento de Defesa dos EUA impunha a chamada disponibilidade selectiva, não permitindo que os equipamentos para uso civil operassem com precisão inferior a 90 metros. Dave Ulmer colocou a primeira cache a 3 de Maio, deu a conhecer as coordenadas na Internet e, no espaço de três dias, o tesouro foi “pirateado” duas vezes. A actividade tornou-se popular em todo o mundo. No início de 2010 estavam registadas, em 200 países, um milhão de caches e entre 3 a 4 milhões de geocachers.
Europa Açores
Região Europeia do Ano
O
ano do património natural. É esta a marca distintiva de 2010. Seja pela simbologia, afinal este é o ano “oficial” para a biodiversidade, ou através de iniciativas como as “7 Maravilhas Naturais de Portugal, ao longo de 2010 a Natureza tem tido o merecido “grande plano”. E, nos portugueses, já se nota maior consciencialização e vontade de conhecer o mais antigo e nem sempre prezado património – o natural. Mas para uma região de Portugal em particular, 2010 é também sinónimo de reconhecimento do respeito e do cuidado de gerações com a Natureza e, em última análise, um enaltecer da herança da própria da Terra. É neste ano particularmente simbólico que os Açores são distinguidos como a Região Europeia do Ano. E é em solo açoriano que se irá desenrolar a cerimónia decisiva das “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. Tudo isto, pouco tempo após o reconhecimento por um painel de 522 especialistas da National Geographic Traveller que, de todas as ilhas, este é o segundo destino mais nobre do Mundo para turismo de natureza. Existem inúmeras razões para estas distinções e celebrações. A mais evidente tem sido a capacidade açoriana de progredir sustentadamente, preservando a biodiversidade, em vez de avançar contra a Natureza. Aliás, neste campo, os Açores transparecem como uma das regiões mais avançadas da Europa, assumindo-se como uma espécie de “região-laboratório” e “agente exemplar
na implementação das políticas comunitárias no domínio da preservação da biodiversidade ou do fomento das energias renováveis”, de acordo as palavras de André Bradford, o Secretário Regional da Presidência do Governo dos Açores. De facto, as energias renováveis já são responsáveis por 54% do consumo na Ilha das Flores e por 41% na mais povoada Ilha o arquipélago, São Miguel. Simultaneamente, o mar dos Açores, com os seus geoestratégicos 953.633 Km2, alarga as fronteiras do espaço comunitário até próximo do continente americano e é o habitat natural para uma imensidão de espécies, muitas das quais só podem ser “capturadas” por câmaras fotográficas – ainda em Março o telegraph.co.uk considerou o arquipélago como um dos 10 melhores destinos do mundo para de espécies marinhas, particularmente cetáceos. Não esquecendo que é a partir dos Açores que estão a ser conduzidos os projectos da Extensão da Plataforma Continental Portuguesa, em adiantada fase de investigação, que têm revelado uma quantidade extraordinária de recursos marinhos. No estrangeiro, a palavra “Azores” é cada vez mais reconhecida pela beleza natural e potencialidades destas 9 ilhas que, no fundo, são 9 pequenos mundos de características únicas. É a fronteira mais ocidental da Europa com multiplos tesouros da Natureza a convidar à descoberta activa em terra e no mar.
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