Boi de Morros celebra trajetória de 40 anos em arraiais Ex brincantes se juntam aos novos para compor as apresentações deste ano pág. 19
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ANO 1 | JUNHO.2016 | EDIÇÃO GRATUITA
CAJUEIRO RESISTE
Conflitos entre moradores e a empresa WPR ameaçam a comunidade do Cajueiro pág. 09
POLÍTICA
ECONOMIA
ESPORTES
Escutec prevê segundo turno na eleição para prefeito em São Luís pág. 02
Setor de serviços retrai 5,9%, segundo o IBGE, no primeiro trimestre do ano pág. 14
Nadador maranhense participa de seletiva para olimpíadas no Rio de Janeiro pág. 24
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POLÍTICA
Jornal O Cazumbá | São Luís, Junho de 2016
Novo prefeito de São Luís deve ser eleito no segundo turno oi divulgada no dia 11 de abril a primeira pesquisa de opinião pública, feita pela Escutec e divulgada no sistema PesqEle, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre quem deve ser o próximo a sentar na cadeira da prefeitura de São Luís a partir do dia 1 de janeiro do ano que vem. Se as eleições já tivessem ocorrido, a deputada federal, Eliziane Gama (PPS), iria na dianteiro para o segundo turno com porcentagens que variam de 21,9% a 26,4% das intenções de votos, dependendo do cenário, como
aponta a pesquisa encomendada pelo PMDB. Atrás de Eliziane, vem o atual prefeito, Edivaldo Holanda Junior (PDT), e o ex-prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB). Com margem de erro de 3%, para mais ou para menos, ainda não se sabe qual será o candidato a enfrentar a Deputada
Mudanças do TSE Os nomes dos candidatos para prefeito, vice-prefeito e ao cargo de vereador na câmara legislativa de São Luís só devem ser oficialmente anunciados entre os dias 20 de julho e 5 de agosto. As campanhas eleitorais só devem começar a
no segundo turno. Edivaldo tem porcentagens que variam de 15,5% a 16,9%, enquanto Castelo vai entre 15,6% a 15,7%. A pesquisa Escutec ouviu 1.001 entrevistados em São Luís, entre os dias 5 e 7 de abril deste ano, e aponta também que 37,2% daqueles que foram ouvidos pelo instituto consideram
a atual administração da cidade péssima, desaprovando o governo em 61,3%, e 39,3% disseram não votar, em hipótese alguma, em Edivaldo nas eleições do dia 2 e outubro. Além dos três précandidatos que largaram à frente na pesquisa, outros possíveis candidatos a disputar as eleições munici-
pais surpreenderam nas variações de porcentagens. Wellington do Curso (PP) varia de 5,5% a 8,6%, Rose Sales (PMB) fica entre 6,5% a 8,8%, enquanto João Bentivi (PHS) teve porcentagens entre 0,8% a 1,8%, e todos os três se mantiveram nos seis cenários da pesquisa. Bira do Pindaré (PSB), foi o
que teve uma menor discrepância nos índices, manteve-se na casa dos 8%, variando entre 8,1% a 8,7%. FábioCâmara (PM DB)most ra índices de 5,7% e 6,0%, Andrea Murad (PMDB) com variação de 3,7% a 4,2% e Neto Evangelista (PSDB) com 3,3% e 3,7%.
Foto: Divulgação
F
Eliziane Gama, Edivaldo Holanda e João Castelo saem à frente em pesquisa de intenção de voto feita pela Escutec
Pesquisa da Escutec pergunta aos entrevistados em qual candidato eles não votariam
partir do dia 16 de agosto, reduzindo de 90 para 45 dias, comparado com as eleições anteriores, enquanto que na TV e no rádio o tempo foi reduzido de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto. A campanha terá dois blocos de 10
minutos cada. Do tempo total de propaganda, 90% será distribuído de acordo com o número de representantes partidários na Câmara Federal, e os outros 10% será distribuído, igualmente, entre todos os partidos. Em caso de coli-
gação, será considerada apenas a soma dos deputados filiados aos seis maiores partidos da aliança. As novas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão na Lei Nº 13.165/2015, também conhecida como Reforma
Eleitoral de 2015. Com a nova lei, é proibido o financiamento eleitoral por pessoas jurídicas. Assim, as campanhas só poderão ser financiadas com doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário.
SAIBA MAIS
Para acessar mais informações sobre as mudanças aqui citadas entre no site do TSE: www.tse.jus.br
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POLÍTICA
Jornal O Cazumbá | São Luís, Junho de 2016
CALENDÁRIO ELEITORAL Este ano, o primeiro turno das eleições vai acontecer no dia 2 de outubro, e no caso de municípios com mais de 200 mil eleitores em que nenhum dos candidatos à prefeitura tenha conseguido 50% do eleitorado mais um voto, ou
seja, não tenha alcançado a maioria absoluta nas urnas, os eleitores devem voltar, no dia 30 do mesmo mês, para escolher o novo prefeito entre os dois candidatos mais bem posicionados no primeiro turno.
Data
Eventos
2 de Out. de 2015
Último dia para a alteração do domicílio eleitoral dos candidatos
4 de Mai. de 2016
Final do Prazo para os eleitores solicitarem inscrição ou alterações no título eleitoral
5 de Jul. de 2016
Data limite para partidos e coligações registrarem seus candidatos
3 de Ago. de 2016
Data limite para o eleitor fora do seu domicilio eleitoral requisitar a segunda via do título de eleitor
22 de Set. de 2016
Data limite para o eleitor, no seu domicílio eleitoral, solicitar a segunda via do título de eleitor
2 de Out. de 2016
Primeiro turno das eleições (das 08h às 17h)
30 de Out. de 2016
Segundo turno das eleições (das 08h às 17h)
SAIBA MAIS
O Presidente interino, Michel Temer, já foi eleito duas vezes à presidente da Câmara dos Deputados durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Assumiu a Secretaria de Segurança Pública e a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. E também foi Deputado Federal pelo PMDB em 1983.
Coluna da Arleth PEDALADAS PARA CHEGAR AO GOVERNO SEM PASSAR PELAS ELEIÇÕES
Por Arleth Borges
Doutora em Ciência Política Professora do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA
De um presidente guindado ao governo através de um golpe, certamente, há o que temer. Falo de golpe porque a situação foi de efetiva ruptura constitucional, com uma presidenta eleita em um processo assumidamente legítimo, mas com impeachment admitido pelo legislativo sem que tenha sido devidamente observado o preceito constitucional de crime de responsabilidade - a não ser que incorramos em aberração jurídica ainda maior, de considerar que há uma lei para julgar a presidenta deposta e seu partido e outra para julgar seus acusadores. Dessa desconcertante orquestração golpista nasceu um governo e um presidente forjados por agentes e objetivos flagrantemente conservadores. Governo e presidente focados em políticas neoliberais, que desobrigam o Estado de qualquer ideal de bem estar ou justiça social, privilegiando o mercado e a meritocracia, a qual, entre nós, sempre foi sustentada nos privilégios da minoria de endinheirados. Ainda nesse plano, não podem ser ignorados os interesses econômicos relacionados ao controle de riquezas e empresas nacionais nos termos
da velha geopolítica comandada pelos interesses dos Estados Unidos, em detrimento dos BRICS e de reciprocidades entre países e povos latino-americanos, que não por acaso, recusaram-se quase unanimemente a reconhecer o governo nascido do golpe. Além da pauta econômica, a criação e as criaturas (agentes e feitos) desse governo têm estimulado a manifestação de racismos, violências e intolerâncias, ultimamente desestimuladas e até inconfessáveis em ambientes democráticos por se configurarem como verdadeiros anacronismos diante do século 21, da Declaração de Direitos Humanos e da própria Constituição Brasileira, onde igualdade, direitos civis, sociais e políticos, e a democracia aparecem como valores fundamentais. E como se diz no jargão juvenil, o Temer(ário) ‘chegou chegando’. Começou com a nomeação de um ministério repleto de membros acusados de corrupção pelo Ministério Público; extinção da CGU (Controladoria Geral da União) e, em menos de uma semana, intentou verdadeiro desmonte de políticas públicas que demoraram séculos para que fossem reco-
nhecidas e implantadas, como direitos humanos, mulheres, igualdade racial, direitos ao segmento LGBTT, fomento e valorização da cultura; tais questões foram rebaixadas a temas de segunda categoria na agenda governamental. O pretexto, pretensamente justificador, para tamanhas façanhas é a crise econômica, que, realmente, atingiu patamares devastadores. Tal crise, entretanto, em que pese comportar equívocos de governos anteriores e da situação internacional, em grande medida foi estimulada pela crise política, conduzida a ferro e fogo por obcecados em chegar ao governo independentemente de votos e eleições diretas, e em sangrar o PT e seu governo no presente, passado e futuro. Mas essa motivação privada não pode justificar tamanhos prejuízos públicos. Seguramente, não será com retrocessos político-culturais, ou retornando os bárbaros níveis de exclusão e desigualdades, por muito tempo cultivados no Brasil, que se enfrentará as dificuldades do presente, pois tudo isso só aprofunda as ilegitimidades que cercam o “governo Temer”.
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POLÍTICA
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
Jornal O Cazumbá | São Luís, Junho de 2016
Novo ministro da Cultura, Marcelo Calero
Ministério da Cultura volta a ser independente
Após ocupações e manifestos em todo país, classe artística e servidores conseguem trazer o ministério da cultura de volta
No último dia 21, após manifestações de servidores do Ministério da Cultura (MinC) e de artistas de todo o país, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), voltou atrás e decidiu recriar o MinC, que estava subordinado ao Ministério da Educação (MEC). O atual secretário nacional da cultura, Marcelo Calero, deve assumir o Ministério da Cultura. Após assumir como presidente interino, no último dia 12, Michel Temer (PMDB), reduziu as pastas ministeriais para tentar con-
ter gastos do governo, passando o número de ministérios de 32 para 23. O MinC, criado em 1985, no governo do também peemedebista, José Sarney, foi fundido ao MEC, que estava sob o comando do deputado federal pernambucano, Mendonça Filha (DEM). Ele é um dos citados na lista da Odebrecht, durante a 23ª fase da operação Lava Jato. No Maranhão, artistas, produtores culturais ocuparam a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), na rua do Giz, no centro histórico de São Luís. O prédio foi ocupado desde o dia 18 de maio e tem sido palco de palestras e atrações culturais como forma de protesto à suspensão da pasta.
Disseram NÃO a Temer Após o governo ter sofrido críticas por não ter nomeado nenhuma mulher para cargo ministeriais, o presidente in-
terino Michel Temer tentou dar a cadeira, que agora é ocupada por Marcelo Calero, para uma mulher, mas nenhuma das convidadas aceitou. Recusaram a então secretária nacional da cultura Daniela Mercury, a apresentadora Marília Gabriela, a consultora de projetos culturais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ellane Costa, a antropóloga Cláudia Leitão e as atrizes Bruna Lombardi e Fernanda Montenegro.
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EDITORIAL
Jornal O Cazumbá | São Luís, Junho de 2016
Quem devemos culpar? Durante o mês de abril o Comando da Policia Militar no Maranhão iniciou trabalhos de um novo Batalhão de polícia intitulado Tiradentes, que conta com 150 homens que atuam em diversas ações de patrulhamento urbano em apoio às demais unidades operacionais. O batalhão faz abordagens, combate a roubos nos transportes coletivos e satura os bairros onde existem altos índices de criminalidade por toda a região metropolitana de São Luís. Segundo informações do site da Secretaria de Segurança do Maranhão, desde a criação o Batalhão Tiradentes conseguiu reduzir em 60% a quantidade de assaltos. A proposta de reforço na segurança pública parece obter ganhos satisfatórios diante dos objetivos aos quais se propõem atuar, mas o que se vê na pratica é que grupos organizados em facções têm adquirido um grande poder de coerção sobre a população maranhense. As
ações que os militares têm realizado vêm pressionando os líderes desses grupos, que como reação assustam a população com ataques aos transportes coletivos. Em represália, a polícia reage com mais violência e assim instaura-se uma onda de terror por toda a capital maranhense, transferindo da população para os criminosos os direitos à vida e à liberdade. Falta de condições igualitárias de acesso à educação, levam muitos jovens a seguirem pelos caminhos tortuosos da criminalidade, pois eles dependem de uma educação de qualidade para que possam competir de forma justa no mercado de trabalho. Sem perspectiva nenhuma de vida, muitas vezes por estarem em contato desde a infância com um mundo obscuro, a única alternativa é inserir-se nele. Uma vez inseridos, esses jovens têm como destino provável a prisão. Não há espaço mais propício ao crime que uma prisão. Lá eles aprendem que ou se associam ao crime
Jornal O Cazumbá email: redacaocazumba@gmail.com Editor Chefe Vitor Sampaio Soares vitor8gou@gmail.com
Direção de arte Jadna Patrícia Costa Lins jadnalins1@gmail.com
Marla Graziela Batalha grazibatalha12@gmail.com
Repórteres Jadna Lins Larissa Martins Marla Batalha Samantha Araújo Talita Romênia Vitor Sampaio
organizado ou serão dizimados pela maioria. As condições infames das penitenciarias do Maranhão já foram pautas de diversos noticiários. Por ser um problema não só local, mas nacional, não tem adquirido a atenção que merece. Conforme dados de entidades da sociedade civil, entre as quais a Rede Nacional de Advogados Populares (Renap), a população carcerária do Maranhão e a quantidade limite de presos dentro do presidio é uma das mais contrastantes do país. São 5.417 que se acotovelam com a capacidade limite de 2.219. Existem mais de 3 mil seres humanos além da capacidade que os presídios comportam. Além disso, há a militarização de um dos principais complexos penitenciários do Maranhão, o de Pedrinhas, o que tem acentuado o clima de tensão entre internos e agentes penitenciários. Estes, utilizam-se de força repressora exagerada ao lidar com os presos,
corroborando as condições insalubres de manutenção do presidio. No atual contexto o preso tem sido tratado como um “inimigo do Estado”, privado da convivência familiar e redução da integridade física e psicológica. O que se quer não é vitimizar esses que são frutos da alienação de direitos iguais de acesso à educação e ao mercado de trabalho, mas fazer notar que as consequências da desigualdade vão muito além de uma distribuição igualitária de renda. Há muito que fazer para reduzir os índices de criminalidade no Maranhão. Instaurar o combate ao crime não depende só da criação de batalhões especializados em coagir, mas da criação de programas que garantam a não formação de indivíduos “nocivos”.
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COTIDIANO
Jornal O Cazumbá | São Luís, Junho de 2016
Foto: Marla Batalha
O lixo se amontoa próximo de casas e escolas na Cidade Operária
Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos não é capaz de extinguir lixão ilegal na Cidade Operária O depósito de lixo em uma região central do bairro exala mau cheiro e causa preocupação nos moradores da região
E
m um terreno localizado em uma área próxima de escolas, quadra de esportes, igreja, praça e várias residências é depositado um amontoado de lixo todos os dias. A remoção é feita três dias durante a semana. Porém, assim que a equipe de limpeza termina o serviço, mais lixo torna a ser depositado novamente no local por carroceiros e pelos próprios populares. Este é o drama vivido por Maria da Graça, uma das moradoras do entorno do lixão. “Não se pode mais trafegar por aqui, porque o mau cheiro é tão grande que faz até mal para saúde”, reclama. Maria da Graça vê a situação piorar a cada dia, pois se sente desamparada pelo
poder público. Moradora do bairro da Cidade Operária há 29 anos, ela tenta mobilizar os vizinhos para extinguir o lixão que impede o bem estar dos moradores. Assinou juntamente com os representantes da Associação de Moradores da Cidade Operária um documento para ser enviado para a prefeitura, com o pedido de que o lixão não se instalasse no local. Porém, nenhum resultado positivo foi obtido até hoje. “Aqui era um lugar onde circos eram instalados e o arraial do bairro ficava na época de São João. As atividades culturais do bairro têm deixado de acontecer por causa disso”, disse a moradora com pesar. Providências paliativas
como a remoção semanal não reduzem o problema que afeta a vida dos moradores da Cidade Operária. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, a prefeitura é responsável por não permitir que o lixo seja depositado em regiões como essa que são inadequadas para a disposição final de resíduos e rejeitos. Entretanto, após quatro consultas públicas realizadas na capital, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São Luís ainda não foi elaborado pela prefeitura. O plano é uma política que visa estabelecer as diretrizes para a disposição final correta dos resíduos. O prazo estipulado pelo governo federal para a adequação dos municípios
ao plano nacional é até 2021. A secretária Municipal de Obras e Serviços Públicos não se posicionou sobre a fiscalização de pontos inadequados de destinação de resíduos sólidos e nem quanto ao andamento da elaboração do plano municipal de gestão de resíduos.
NOTA Até o fechamento desta matéria (16/05) nenhuma providência havia sido tomada pela prefeitura de São Luís para resolução do problema aqui citado.
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COTIDIANO
Jornal O Cazumbá | São Luís, Junho de 2016
Índice de criminalidade aumenta na grande São Luís Policial Militar afirma que a saída está na educação básica
A região metropolitana de São Luís vive um caos urbano. O índice de criminalidade cresceu consideravelmente em relação aos últimos anos. Em 2015, foram registrados mais de 645 homicídios e 657 assaltos. Em 2016, foram frequentes os assaltos a ônibus e as saidinhas bancárias. A violência é um dos problemas que assolam a sociedade ludovicense. “A base da criminalidade não só em São Luís, mas no Brasil, é a exclusão social e a influência do tráfico de drogas’’, avalia a policial militar, Rayssa Nascimento. Ela trabalha na Polícia Militar do Maranhão (PMMA) há três anos fazendo planilhas sobre as estatísticas
do número de homicídios e assaltos registrados na grande São Luís. “Todos os dias há ocorrências. Eu fico assustada com o número de assaltos que a cidade vem enfrentando. É necessário que haja um planejamento social e político para cessar esses números absurdos de furtos e roubos. A meu ver, a educação de base é a solução para esse problema”, declarou a policial. De acordo com Rayssa, as principais vítimas dos assassinatos na cidade são pessoas do sexo masculino, com faixa etária entre 18 a 40 anos, negros e moradores da periferia. “Sem oportunidade para uma melhoria de vida, es-
ses jovens buscam o mudo do dinheiro fácil, do tráfico de drogas”, afirmou. Algumas facções criminosas ficam comandando ataques de dentro do presídio. Na noite de 19 de maio, novos ataques a ônibus foram registrados e o policiamento foi reforçado.
“
A base da criminalidade não só em São Luís, mas no Brasil, é a exclusão social e a influência do tráfico de drogas.
Raissa Nascimento Policial Militar
Reserva do Itapiracó: Obras inacabadas deixam visitantes insatisfeitos Os frequentadores da Reserva ainda se queixam de insegurança e estado de abandono do local A reserva do Itapiracó recebeu uma ampla reforma em toda a sua área com a intenção de urbanizar e revitalizar o local. As obras tinham previsão de entrega para o final do mês de março deste ano. Após dois meses de atraso, a situação dentro da reserva ainda é de abandono. Um dos principais fatores que contribuem para essa negligencia é a falta infraestrutura adequada. Nos 322 hectares da reserva observam-se lâmpadas quebradas, praças cobertas pelo matagal, além do asfalto desnivelado e com alguns resquícios de pedras que dificultam a prática de atividades físicas dos frequentadores. A obra foi dividida em duas etapas. Na primeira foram investidos mais de R$ 3 milhões de reais para a construção de calçadas, pistas para ciclismo e para cooper e três pon-
tos de ônibus, além da construção de alambrados, beneficiando todo o entorno da reserva, com acesso pela Avenida Celso Coutinho. De acordo com a universitária Ju-
“
A gente precisa de um asfalto de qualidade. Juliany Oliveira Universitária liany Oliveira, 19 anos, que costuma patinar no local, um dos principais problemas enfrentados são as falhas no asfalto que dificultam seu treino, visto que podem causar
quedas.”A gente precisa de um asfalto de qualidade”, queixa-se ela. Na segunda etapa, os serviços de calçamentos, pistas de passeio e esportes serão estendidos até a Avenida Meio Ambiente e, também, serão construídos mais três estacionamentos com capacidade para 250 carros. Para o patinador Jean Pablo da Silva, 21 anos, que também é morador de um dos bairros próximo à Reserva, essa reforma no entorno trouxe uma comodidade maior, pois a construção de praças, rampas de skate, pistas de cooper, iluminação padrão e calçadas largas com ciclovias possibilita benefícios para os moradores dessa região. Mas, acredita que muito ainda deve ser feito, já que a reforma ainda não foi concluída. “Essa reforma tem
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COTIDIANO
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uma boa proposta. As coisas que eles estão se propondo e se comprometendo a fazer são boas aos que frequentam a Reserva”, acredita Jean. No caso da segurança, Jean diz que apesar da Reserva do Itapiracó ter um patrulhamento próprio, ele já presenciou situações adversas, como
brigas e furtos, e que não há nenhum tipo de revista ou preocupação por parte do policiamento em combater a entrada de pessoas armadas. Por isso, sente-se inseguro. Ele diz que em alguns horários não é aconselhável o trafego no local. Para os frequentadores, os problemas
principais são a falta de segurança e a ausência de manutenção no local. A Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SEMOSP) foi procurada, mas não se manifestou a respeito do atraso das obras. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) também não se pronunciou sobre os casos de furtos no local.
Reforço policial traz novas estratégias de segurança Secretário de Segurança afirma que praticamente todos os bairros da cidade já possuem patrulhamento
O aumento do índice de criminalidade nos últimos meses assustou a população, o que resultou no aumento de policiais nas ruas. Seja de viatura, motocicleta ou até mesmo a pé. A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) agora conta com estratégias e novas operações para garantir a segurança dos ludovicenses. O Secretário de Segurança, Jeffeson Portela, afirma que praticamente todos os bairros da cidade já possuem patrulhamento. No bairro da Estiva foi instalado um posto fiscal 24 horas que visa apreender armas, munições, veículos roubados e drogas. Nesse ponto, o processo de re-
Foto: Divulgação/SSP- MA
vista é intenso. São feitas abordagens aos veículos e às pessoas que trafegam na região. Esse patrulhamento ocorre também em áreas adjacentes à BR-135, onde, segundo a PM, são pontos que necessitam de uma atenção redobrada. Dentro de São Luís, o policiamento acontece principalmente em locais como Cohab, Cohatrac, Vinhais, Cohajap e Cohama, que são áreas com maior incidência de assaltos. Nesses territórios o patrulhamento é feito nas paradas de ônibus a partir das 5h da manhã por policiais em motocicletas, a fim de trazer segurança às pessoas que aguardam o transporte coletivo.
À noite, a PM cobre áreas próximas à Faculdade Estácio de Sá, no Canto da Fabril, Universidade CEUMA e Faculdade Pitágoras, na Avenida Daniel de La Touche, e Faculdade Atenas Maranhense, na São Luís Rei de França. Além dessas patrulhas, estão ativas algumas operações como a “Malha Metropolitana”, que conta com viaturas nas rotatórias e em barreiras periódicas. Há a operação “Cerco Total”, que é desenvolvida aos fins de semana com viaturas percorrendo locais com alta incidência criminal, e a operação “Transporte Seguro”, que são barreiras e varreduras em ônibus e paradas da cidade.
Polícia Militar faz patrulha nos ônibus da capital
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CAPA
Jornal O Cazumbá | São Luís, Junho de 2016
Comunidade do Cajueiro RESISTE
Seu Clóvis mais conhecido como Juca, é presidente da Reserva Extrativista (RESEX)
Após dois anos de incertezas e lutas, moradores da comunidade do Cajueiro ainda se sentem ameaçados pela empresa WPR “Nós queremos ver a nossa tranquilidade”, com essa expressão dona Eunice, 53 anos, moradora da comunidade do Cajueiro, está assustada com a situação dos moradores. A comunidade está sendo ameaçada pela empresa WPR - São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda – do Grupo WTorres. A empresa quer construir um terminal portuário no local. Porém, no dia 27 de Janeiro de 2016, o Ministério Público Federal (MPF) propôs uma ação civil pública, com um pedido de liminar contra o Governo do Estado do Maranhão e a empresa WPR, por considerar irregular o licenciamento dado à empresa. Mesmo sem a autorização e com o processo de investigação, a empresa tem usado mecanismos de represália como agentes de
segurança privada e pessoas infiltradas na comunidade para persuadir os moradores a saírem do local. Apesar da situação complicada em que a comunidade do Cajueiro se encontra, ela é agravada pelo abandono e descaso. Há mais de três meses o ônibus escolar que transporta as crianças até a Vila Maranhão não tem passado pela comunidade e elas acabam perdendo aula ou precisam ir andando. Isso ocorre em razão das condições das estradas, que ainda são de piçarra, o que dificulta o tráfego dos ônibus. Segundo um morador do local, a comunidade enfrenta diversos problemas de infraestrutura, de transporte e a única escola construída atende apenas até o 4° ano do Ensino Fundamental. Esses fatores con-
tribuem para que a maioria a ameaça não vem só dos dos moradores seja a favor “capangas” contratados pela da construção do porto. Eles empresa WPR, mas também acreditam que o portuário dos moradores que deseirá trazer benefícios estru- jam a construção do porto. turais para a comunidade. A Secretaria de Secretaria de Seu Davi, representante da Segurança Pública ainda não associação dos moradores se pronunciou sobre o caso. do cajueiro, não concorda com essa colocação. Ele explica que esse desprezo do poder público dá forças à empresa WPR e acredita que essa é uma das situações criadas para desmotivar os moradores do local. Dona Eunice, conheNós estamos defencida como Nicinha, do o que é nosso e esex-presidente da associação dos mo- tamos sendo ameaçados radores da Comunidade do Cajueiro, Dona Eunice 56 anos, resiste à preMoradora da Comunidade sença da empresa. “Nós estamos defendo o que é nosso e estamos sendo ameaçados”. Ela explica que
“
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CAPA
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História da Comunidade
A
comunidade do Cajueiro está entre as 18 comunidades tradicionais estabelecidas na Reserva Extrativista (RESEX) de Tauá Mirim. Ela existe há mais de cinquenta
A
Secretaria de Portos da Presidência da República, no dia 6 de janeiro de 2016, assinou uma autorização, por meio do Ministro Helder Barbalho, para construção e exploração do terminal portuário privado em São Luís, pela empresa WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda – do grupo WTorres. Essa empresa ficou conhecida, em 2014, por usar mi-
anos e é formada por cerca de 200 famílias entre pescadores, agricultores e extrativistas, que contribuem para o equilíbrio ecológico da comunidade, da qual fazem parte três povoados.
Essa comunidade caracteriza-se como remanescente de quilombos e territórios indígenas. Nela foram mapeados diversos sítios arqueológicos e históricos; espaços sagrados de matriz africana e cristã, como o Terreiro do
Egito, lugar onde foram feitos os primeiros cultos afros do Maranhão; além de áreas de conservação ambiental fundamentais para a manutenção do modo de vida e da cultura dessa região.
Entenda lícia armada para expulsar a comunidade tradicional do Cajueiro. Derrubaram casas, utilizaram cancelas para impedir o trafego da população, além de ter parceria com políticos e membros do Judiciário. Essa autorização viabilizava a destruição de 20 hectares de mangue, além de comprometer as fontes de água potável, tornando-se uma ameaça para toda a Ilha de São Luís. A comunidade encontra-
se dividida sobre a possível indenização que a empresa WPR estaria disponível a dar em 2014. Decepcionada com a situação, Dona Nicinha diz que a maioria que apoia a construção é formada por pessoas que vieram morar no Cajueiro com a intenção de receber indenizações da construtora. Segundo ela, essa indenização não passa de boatos e que desde quando a empresa demostrou interesse
pela área até hoje, nenhum dos representantes quis conversar com eles. A minoria que resiste é composta pelos moradores antigos, que vieram de Alcântara há mais de 200 anos e são considerados filhos do Cajueiro.
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CAPA
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FILHOS DO CAJUEIRO
ona Eunice, conhecida por Nicinha, nasceu no cajueiro e hoje aos seus 53 anos, declara: “Nós queremos ver a nossa tranquilidade”, ela foi presidente da união dos moradores e não se conforma com a situação atual da comunidade. Dona Maria José, mãe de Nicinha, é uma das moradoras mais antigas da comunidade, ela chegou no cajueiro há 88 anos e aos seus 93 anos se considera filha do Cajueiro. Davi, presidente atual da associação dos moradores da Comunidade do Cajueiro, diz que jamais irá abandonar a terra em que ele nasceu.
Clovis, conhecido como Juca, é presidente da reserva Extrativista (RESEX), é militante e luta pela sua comunidade. Perguntamos a ele: “Quem mora no Cajueiro, é?“, da forma mais simpática e bem humorada, ele nos responde: “Cajueirense”. Todos lutam por uma comunidade sustentável e com seus direitos sendo respeitados, é esse o objetivo desses representantes que buscam uma situação boa para comunidade. Lutam também pela infraestrutura, preservação ambiental, educação e segurança do local. União dos moradores da comunidade do cajueiro
Escola municipal da comunidade do Cajueiro
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CIÊNCIA E SAÚDE
Foto: Divulgação
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Figura: Aula de yoga na Reserva do Itapiracó
FUJA DOS COMPRIMIDOS! Buscas por recursos alternativos que previnam doenças vêm crescendo na capital maranhense
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maioria das pessoas vem buscando tratamentos alternativos pra cura e/ou prevenção de doenças. Além dos chás utilizados, existem algumas práticas que aliadas à medicina tradicional ajudam no combate de várias doenças.
A yoga, por exemplo, traz inúmeros benefícios ao corpo. Ela ajuda a conquistar e manter uma boa saúde. Marcelo, 21 anos, é um dos responsáveis pelo projeto “Yoga Flor de Lótus” e explicou que a yoga traz resultados incríveis ao nosso Eu, tanto espiritual, como para
SAIBA MAIS O Yoga surgiu na Índia e tem como base os princípios das disciplinas físicas e mentais indianas. As práticas, portanto, foram bastante inf luenciadas pelas filosofias do budismo e do hinduísmo. Derivado da palavra em sânscrito “yuj”, que significa “unir ou integrar”, yoga é um conjunto de conhecimentos de mais de 5.000 anos. Yoga é harmonizar o corpo com a mente e a respiração, através de técnicas de respiração (pranayamas), posturas de yoga (ásanas) e meditação.
o sistema nervoso e digestivo, proporcionando autoconhecimento e paz interior. “A yoga é capaz de aliviar doenças respiratórias, dores nas costas, desordens do aparelho digestivo, melhora o sistema cardiovascular e pode ser utilizada como terapia de apoio para inúmeras enfermidades. Também beneficia o sistema nervoso e o nosso cérebro”, afirma Marcelo. Em São Luís, o número de pessoas em busca dessa prática vem aumentando consideravelmente. De acordo com Marcelo as pessoas estão procurando esse exercício porque ultimamente estão tendo mais dificuldades para lidar com o stress e o estilo
de vida. Além disso, com a moda fitness as pessoas estão pesquisando novas formas de levar uma vida mais saudável e a yoga é capaz de promover a mente, o corpo e uma filosofia de vida mais tranquila. O grupo “Yoga Flor de Lótus” realiza au-
las gratuitas em diversas áreas de São Luís para aqueles que estão à procura de uma vida mais leve, combatendo e prevenindo doenças sem o uso constante de medicamentos convencionais.
“
“A yoga é capaz de aliviar doenças respiratórias, dores nas costas, desordens do aparelho digestivo, melhora o sistema cardiovascular e pode ser utilizada como terapia de apoio para inúmeras enfermidades. Também beneficia o sistema nervoso e o nosso cérebro” Marcelo
Projeto Yoga Flor de Lótus
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CIÊNCIA E SAÚDE
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Foto: Divulgação
Estudante maranhense recebe prêmio internacional por pesquisa sobre ovários policísticos Figura: Da esquerda para a direita, alunos Lucas França (iniciador do projeto), Renato Gaspar e o professor Marcus Paes (orientador).
O aluno Renato Gaspar e o professor Marcus Paes (UFMA) receberam o prêmio em San Diego, nos Estados Unidos Nos dias 02 a 06 de abril, o aluno Renato Gaspar, estudante do 10º período de Medicina na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), recebeu o prêmio “Novel Disease Model Award for Predoctoral Students” pela American Physiological Society em San Diego (EUA), no Congresso Experimental Biology 2016. A premiação foi um reconhecimento da pesquisa sobre a síndrome dos ovários policísticos, que foi desenvolvida sob a orientação do professor Marcus Paes. A pesquisa teve início há 10 anos com Lucas França, doutorando na Lefisio. Mas foi Renato quem deu continuidade a ela a convite do
professor Marcus, há cinco dele. Ele contou com a ajuanos. Depois de muita dedi- da de toda uma equipe. “É cação, muita pesquisa e ex- aquele ditado: sozinho se perimentos, o projeto ficou vai rápido, mas junto se vai pronto no último dia de pra- longe”, falou Renato com zo para inscrição empolgação. do Congresso. Renato perO que difere cebeu enessa pestão que É aquele ditado: sozinho quisa das se enoutras se vai rápido, mas junto se vai caixa é que longe. n o s e s t a Renato Gaspar padrões expande Graduando de Medicina os estudos para concorrer ao para grupos prêmio e dede pesquisas cidiu se insmenos privicrever, o que o levou ao legiados, já que as outras recebimento do mesmo. são realizadas com hormônios ou drogas bem mais Renato nos informou que o caras e não tão acessíveis. projeto não leva só o nome “A descoberta feita foi um
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novo modelo para se estudar a síndrome dos ovários policísticos em ratas. Elas não tem implicações diretas no tratamento da doença porque é uma pesquisa básica que busca entender melhor a doença para que assim possamos desenvolver estratégias de tratamento.”, explicou Renato.
Saiba mais Ovário Policístico é um distúrbio hormonal que causa a dilatação dos ovários, com pequenos cistos na parte externa.
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ECONOMIA
Cortes de gastos retraem o setor de serviços
O primeiro trimestre do ano derrapa na recessão e empregados esperam mudanças
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uando perguntada a respeito da movimentação em um salão de beleza localizado no centro da capital maranhense a funcionária Realina Costa é enfática ao dizer “despencou real”. Ela conta que desde que começou a trabalhar com estética e beleza há 17 anos, não se lembra de ter enfrentado tempos mais difíceis. Só em relação ao ano passado o salão estima que houve uma queda de 60% na movimentação em uma das datas onde a procura é intensa: o dia das mães. A queixa de Realina atinge todo um segmento, no qual a demanda despencou. O mercado de serviços continua sofrendo com os cortes porque grande parte da população tem feito um “jogo de cintura” para conseguir lidar com as despesas mensais. Dados do Institu-
to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em relação ao ano passado o volume no setor de prestação de serviços sofreu uma queda de 5,9%. O Maranhão registra uma retração de -11,7%, a terceira maior variação negativa entre os estados brasileiros. “O impasse político e as condições econômicas difíceis pressionaram severamente a demanda, com as empresas reduzindo a produção mais uma vez. O pior é que as empresas cortaram empregos por taxas recordes como parte das tentativas de redução de custos e para manter as operações. A previsão é que o aumento do desemprego agrave ainda mais a demanda doméstica nos próximos meses”, avalia a economista Pollyanna de Lima. A esteticista Realina receia possíveis
cortes. “Se continuar desse jeito, vou ter que arrumar outro trabalho, porque desse jeito tá complicado”, afirma. Em épocas recessivas, os profissionais da área têm utilizado sua criatividade e motivação para manter um público constante. Paula Rezende, gerente de um salão localizado no bairro do Renascença, considera essa uma das melhores formas tanto de manter a clientela antiga, como de atrair clientes novos. “No mês de maio, por exemplo, realizamos sorteios e descontos para os filhos que vinham acompanhados de suas mães”. Segundo Paula, uma estratégia utilizada pelos clientes é o pedido de descontos. “Quando possível, tentamos agradar nosso pessoal de todas as formas”, afirma ela.
Por conta da crise, número de turistas em São Luís deve ser menor que no ano passado A capital maranhense investe em estratégias para chamar a atenção de moradores de outros estados Janeiro (sede das Olimpíadas) ou ci- bumba meu boi, tambor de crioula e dades mais próximas em um raio de comidas típicas para despertar o inteaté 400 km/dia”, afirma o professor e resse dos outros estados por São Luís. coordenador do curso de Turismo da Quanto à renda, o professor Saulo Universidade Federal do Maranhão afirma que mediante a crise política (UFMA), Saulo Ribeiro dos Santos. e econômica vivenciada atualmente, Para atrair os olhares dos outros es- será menor em relação ao ano passado. tados para o Maranhão, a Secretaria de Turismo (SETUR) vem realizando ações de promoção da capital maranhense como destino turístico para agências de viagens em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que são os destinos que mais enviam turistas para a capital maranhense. Nessas reuniões, a SETUR leva Figura: Secretaria de turismo promove promoções atrações maranhenses, como para divulgar São Luís como destino turístico
Foto: SETUR
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om a crise econômica que o país vive, viajar está ficando cada vez mais em segundo plano. Mesmo com essa dificuldade, Lucas de Menezes, de Florianópolis, veio a São Luís para acompanhar um jogo do Figueira contra o Sampaio. “São Luís é um lugar muito cativante. As pessoas são muito receptivas, te tratam muito bem. Sem sombra de dúvidas eu vou voltar!”, afirmou Lucas. Apesar de tantas coisas boas que a capital maranhense oferece, em 2015 o número de turistas foi bem menor que o esperado. “Para esse ano, espera-se uma quantidade maior, embora se saiba que com as Olimpíadas, em agosto, as pessoas prefiram locais como Rio de
Foto: Julio Vinicius
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PLURAL Movimentos Socioculturais ocupam Praças em São Luís
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Movimentos como Sebo no Chão, Grito Literário e Circo Tá na Rua são responsáveis pela disseminação cultural nas praças de São Luís
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o decorrer dos últimos anos, São Luís tem sido alvo de diversos movimentos culturais e artísticos. A arte tem surgido como forma de desconstrução social, levando a sociedade a um novo aproveitamento das praças locais proporcionando arte, conhecimento e cultura as comunidades da capital. Com isso movimentos
como Sebo no Chão, Circo Tá na Rua e Grito Literário fazem das praças lugares de integração. Espaços que antes eram utilizados por usuários de entorpecentes, com o advento desses projetos as praças se transformam em um lugar de aconchego e disseminação cultural. Os três movimentos visam a interação social e a ocupação das praças, que com o decorrer dos meses tem
Identificação do Circo Ta Rua Foto: Divulgação
Identificação do Sebo no Chão. Foto: Marla Batalha.
ganhado admiráveis frequentadores. Além de serem independentes, esses movimentos dão suporte um ao outro. O que fortalece e dar uma visibilidade maior para essa inundação wcultural, artística e intelectual.
forma incentivasse a produção e multiplicação artística. Donny relata que as pessoas em situação de risco também participam e interagem com o circo e que há uma relação de respeito com o projeto. Ele explica: “A violência impera quando não há atividades artísticas e culturais. O melhor jeito de revitalizar o centro Histórico é ocupando- o com as pessoas”. Para ele, o circo surge como uma proposta de mudança na comunidade
Movimento Sebo No Chão
A linha de frente do movimento Sebo no Chão é composta por Diego Pires, Cybele Oliveira, Tayron Lisboa e “Os telúricos” (banda regional), e fixou-se no Cohatrac, Circo Tá na Rua em 9 de abril de 2013, mais precisamente na Essa iniciativa surge Praça Nossa Senhora de uma aula prática de Nazaré. O projeto do Núcleo de Formaconta também com ção Artística e que o sebo itinerante que acaba se tornando visa promover cultuum projeto voltara em outras praças. do para a formação Esse movimento tem de amantes da como prinarte circense. cipal foco O Circo Ta na a interação Rua é um proentre os jeto idealizado f requent apor Donny dos A violencia impera quando não dores, com Santos e já con- há atividades artísticas e cultu- intuito de ta com 20 peslevar conherais. soas fixas que cimento e participam de cultura para todas as ações, a comuDonny dos Santos , além dos fre- Coordenador do Circo Tá Na Rua nidade. O quentadores que Sebo é contreinam toda sesiderado um gunda-feira. Es- do Centro Histórico. dos pioneiros nessa tima-se que, em O circo ainda não reformulação de arte e média, são cerca dispõe de uma sede culturanacomunidade. de 100 pessoas física e visam um es- “Vamos difundir culque se divertem paço onde aulas es- tura, cultura nossa!”, aprendendo as pecificas, como os declara Diego Pires, técnicas e ma- aéreos, sejam propor- um dos idealizadores nuseios dos ins- cionada. São um mo- do movimento Sebo trumentos cir- vimento totalmente No Chão. Ele frisa cense. O Projeto independente e toda que a cultura ludovifixou-se na Praça receita provem de cense deve ser espaNauro Macha- ações que eles parti- lhada e multiplicada, do, no Reviver, cipam, além de even- compartilha que exiscom a intenção tos institucionais, tem vários artistas de promover um festas, aniversários, regionais bons e que entretenimento casamentos e parti- sempre são chamamais produtivo cipações em calen- dos para fortalecer o e que de alguma dário cultural local.
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movimento, além de difundir literatura e incentivar a leitura. Segundo ele, o sebo no chão desconstrói paradigmas sociais, pois o movimento apoia a legalização da maconha, desconstrói identidades de gênero e fortalecem debates a respeito, temas que ainda são considerados “tabus” pela sociedade. Ele aponta algumas dificuldades que o Sebo tem enfrentado como os recursos financeiros que são baixos, pois os recursos investidos no movimento vêm dos próprios idealizadores; os reacionários, que segundo ele, são algumas pessoas que residem próximo a Praça Nossa Senhora de Nazaré (Cohatrac) que são contra o uso da maconha no local. Diego explica que o espaço já foi conquistado e ninguém pode tira-los de lá. Cybele Oliveira, uma das idealizadoras do movimen-
Figura 4: Livros vendidos no Sebo no Chão
to, fala um pouco sobre a construção de um espaço físico do Sebo no Chão. Ela conta que esse espaço está sendo desenvolvido para planejamento das atividades do movimento, que em sua maioria é integrado pela exibição de filmes, produção de debates, oficinas colaborativas, além da venda de livros usados essas atividades visam à interação . Recentemente o movimento sebo no chão ganhou o edital do ponto de cultura da Fundação Municipal de Cultura – FUNC, ou seja, garantiram a titulação de reconhecimento pela atuação em prol da cultura brasileira. Além, desse passo importantíssimo, eles ainda participam anualmente da Feira do Livro e da Aldeia SESC Guajajaras.
Grito
Literário
Após compartilhar o desejo de construir um Sarau Literário, Thaisa Mirella reuniu mais 14 pessoas para dar início a esse projeto itinerante. Juliana Mendes, 19 anos, uma das componentes do grupo idealizador, conta que eles sentiram a necessidade de ocupar as praças, pois perceberam que estavam vazias. A ideia surgiu em janeiro deste ano e não demorou muito para ser colocada em pratica. No dia 16 de abril, no bairro da Alemanha, foi
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feita a primeira edição do vimento e tenta cooperar de Grito Literário que visa- alguma forma para seu cresva a distribuição de livros, cimento. A divulgação do com destaques para os po- evento é feita virtualmente, etas regionais. Já a segunda pelo uso das redes sociais edição foi feita no bairro da e presencialmente, onde os Vila Palmeira. Nesse caso, colaboradores e idealizadoo grupo ocupou a frente do res visitam as escolas próxiParque Folclórico Humber- mas ao local onde o evento to de Maracanã e apresen- acontece. Eles reforçam que taram para a comunidade a escolha desse lugar é feimúsicas, danças, peças te- ta aleatoriamente, mas que atrais e, principalmente, o Grito possui um mapeadeclamações de poemas. mento das praças situadas na Assim como o Sebo no área norte de São Luís. A úlChão, o Grito Literário tam- tima edição do Grito Literábém passa por dificulda- rio aconteceu por indicação des financeiras que acabam de um dos colaboradores. sendo uma barreira a mais “A gente acredita que pode na propagação de conheci- contribuir numa carga pomento. Além disso, a logís- ética, fazer com que cada tica também é considerada pessoa se perceba como uma dificuldade já que eles uma pessoa capaz de promoram longe um do outro. duzir cultura”, afirma PauMas esses problemas não os lo Freire, 21 anos. Assim, desestimulam. Paulo Freire, os idealizadores comparti21 anos, acredita que a cul- lham da vontade de formar tura é essencial para vida poetas ou apenas disponihumana e que isso os impul- bilizar espaço para essas siona a continuar com esse pessoas serem ouvidas e projeto. Para ele o Grito vai compartilharem sua arte. além das barreiras e parte para a construção intelectual e social das comunidades. “Formar o caráter A gente acredita que das pessoas, formar pode contribuir numa o caráter das crianças enquanto pro- carga poética, fazer com que dutores culturais, cada pessoa se perceba como enquanto disse- uma pessoa capaz de produzir minadores da cul- cultura. tura é uma missão que a gente tomou”, Paulo Freire disse orgulhoso. Representante do Grito Com o passar das Literário edições, a comunidade . se familiariza com o mo-
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Jovem maranhense é fenômeno nas redes sociais Com vídeos que já alcançaram mais de três milhões de visualizações, Bruno Di Oliveira alcança sucesso no Youtube
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Saudações bando de curiosos! Eu sou Bruno Di Oliveira, O Curioso”. Se você é adepto do YouTube provavelmente já deve ter ouvido esta frase e já sabe de quem estamos falando. Trata-se do canal “O Curioso”. Criado por Bruno Di Oliveira, maranhense de 29 anos que alcançou o sucesso por meio das redes sociais, em especial Instagram e Youtube. Ele aborda temas curiosos e bizarros, que deram origem ao nome “O curioso”. Bruno dedica 100% do seu tempo às redes sociais, mantendo seus seguidores curiosos informados. Tudo começou com um blog criado pelo digital influencer sobre curiosidades, que recebia cerca de 100 mil visitas por dia. “Quando consegui 300/400 mil visitas, senti uma necessidade de aumentar os canais de comunicação e migrei para o Instagram, obtendo sucesso rápido das pessoas que já frequentavam o blog e começaram a me acompanhar na nova plataforma”, explicou Bruno. Após o sucesso no Instagram, Bruno, incentivado pela noiva, decidiu que deveria arriscar a vida de Youtuber, criando um canal que segue a mesma linha de conteúdo. O interesse de Bruno por essa temática vem desde pequeno e quando começou a postar no blog descobriu que mais pessoas se identificavam com aquilo. Atualmente, com mais 600 mil inscritos no Youtube, Bruno ainda não acredita em todo o sucesso, mas relata que crescer com o Youtube já fazia parte dos objetivos e metas que ele impôs no início do projeto. O mais surpreendente é que a maioria de seus seguidores curiosos são de Portugal e o canal só começou a receber mais inscritos maranhenses, depois de um vídeo postado sobre gírias do maranhão. Bruno revela que ainda hoje muitos não sabem que ele mora em São Luís
e que ficam surpresos ao saber, pois já tem aquela ideia de que grandes Youtubers vêm de São Paulo ou Rio de Janeiro. “As pessoas me encontram no
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As pessoas me encontram no shopping e me perguntam o que eu tô fazendo em São Luís. Daí, eu tenho que explicar que vivo aqui
-OCurioso
shopping e me perguntam o que eu tô fazendo em São Luís. Daí, eu tenho que explicar que vivo aqui”, sorri Bruno. O vídeo mais assistido de seu canal é o “Quanto os Youtubers brasileiros ganham?”, que vem ultrapassando a marca de três milhões de visualizações. Sobre projetos futuros Bruno revela que ainda tem muitos objetivos para atingir, como alcançar o número de um milhão de inscritos no canal e escrever seu livro que será lançado em breve.
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Boi de Morros celebra trajetória de 40 anos em arraiais Na temporada deste ano, o grupo traz antigos integrantes e aposta nos novos para a continuidade da cultura maranhense
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m 2016, um dos grupos mais queridos dos festejos juninos do Maranhão completa 40 anos. O Bumba meu boi de Morros celebra a data com toadas em homenagem a sua própria história, que começou a ser construída às margens do Rio Munim, na cidade de Morros, a 100km da capital maranhense. O grupo, que hoje é conhecido por sua inovação e teatralidade, é fruto de um trabalho educativo da Escola Normal Monsenhor Bacellar, que recebeu, naquele primeiro ano, o nome de Alegria dos Estu-
para São Luís, a brincadeira chegou ao fim em 1979. No ano seguinte, no bairro Butiquim, o grupo ressurgiu com o nome de Sonho Realizado e, sob o comando de Zuza Lobato, recebeu outros sucessivos nomes até a sua morte em 1981. Sem se apresentar por um ano, o Boi de Morros volta aos arraiais em 1983. O filho de Zuza, José Carlos Lobato, pai de Clarissa Lobato, assume a direção da brincadeira Figura: Diretor do Boi de Morros - José Carlos Lobato e passa a dar voz às toadas do grupo, função que desempenha até hoje. dantes. “Nasceu na escola e ra do Boi, Clarissa Lobato. Para celebrar os 40 anos já com o diferencial, com o Depois de três anos, com de trajetória, o bumba meu cuidado com a letra, com a a mudança da professora e boi de Morros homenageia métrica, com o falar corre- também idealizadora, Ma- os ex-brincantes que contamente”, explica a direto- ria Marlene Ferreira Lobato, tribuíram para a irreverente
Criança participa do ensaio do boi de Morros
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história do grupo, em meio aos novos integrantes que dão continuidade à brincadeira. “A juventude acabou se identificando ao longo desse trajeto, com esse grandioso projeto, com temas sobre o amor e a sabedoria”, diz o puxador do boi, José Lobado. Com uma temática diferente todo ano, uma das características do grupo é passar uma mensagem religiosa, reverenciando os donos da festa: Santo Antônio, São João, São Pedro e o peculiar São Marçal, que é festejado somente no Maranhão. “Algo de muito especial
geração e que ela não morra!”, afirma João com veemência. O universitário diz ter se apaixonado pelo Boi de Morros desde a primeira vez em que viu o grupo se apresentar, e que depois, não deixou mais de ir em nenhuma apresentação. “Onde eu via o nome do boi de morros eu estava”. Mas antes de completar os 18 anos, João, já encantado pelo grupo, inventava histórias dentro de casa para poder sair e ir fazer a seleção para integrar o batalhão de vaqueiros do Boi. Antes de entrar efetivamente no grupo, ele foi aprovado no teste cinco vezes, mas
nesacas e s b a 40 anos va larFigura: Integrante do boi de morros - João Inácio Batalha de estrada gando no foi a gente ter terceiro ensincronizado a nossa saio. “Mamãe não parte cultural com a nossa parte redeixava e, lá em casa, a últiligiosa. Ao fazer esse sincronismo, se ma palavra é dela!”, brinca João. fortificou nessa espiritualidade toda João sente orgulho em fazer parte dessa essa parte folclórica”, afirma Lobato. história. “Não são 40 dias, são 40 anos Com mais de 150 brincantes, o grupo de continuação de cultura, que comejá levou a cultura maranhense para ou- çou lá em Morros e, hoje, é um dos tros estados brasileiros e países como bois mais conhecidos no Brasil. É um Itália, Suíça, França e China. O corpo boi referência!”, disse ele com orgulho. de baile é formado, em sua maioria, O bumba meu boi de Morros é uma por universitários. Entre eles está o atração esperada sempre com bastanestudante de jornalismo, João Inácio te entusiasmo nos arraiais em que se Batalha, 20 anos, que há três brin- apresenta. “O segredo do sucesso está ca no grupo como vaqueiro de fita. no tratamento que o boi dá aos brin“Dançar porque você ama a cultura cantes. Tratamos todos iguais”, garante do Maranhão, porque você quer que a diretora do grupo, Clarissa Lobado. essa cultura continue de geração em
COLUNA DO GOULART
Vitor Goulart
Despiram Jorge pra vestir minha gente! minha gente não é de pouca fé, é
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famosa até por não desistir nunquinha, e nesses tempos difíceis, com a chegada tumultuada da fatiga, do arreio dos braços depois de muita labuta que parece vã e sem rumo, de ter que reerguer a cabeça esmorecida para guiar o corpo que se arrasta e a alma que definha dentro, transformando reesperança em pó de quisuque pra ser dissolvido na água salobra pros meninos tomarem, tem feito muito ateu ajoelhar, e por aqui, quem ajoelha reza, reza pra ter pão (amanteigado). Uma gente que tenta escapar das tentativas de estandardização e por isso sofre, chora e morre na segregação, na meritocracia, na fila do SUS, do lanche, do Bolsa Família e na porta de casa, no ponto de ônibus, no ônibus, no largo (dentro) da igreja, pela bíblia, pela polícia, pela mídia e pela fome. Tem que alisar o cabelo e raspar o pelo, embranquecer a família e emagrecer a barriga, moldar pra ficar igualzinho europeu e falar como estadunidense, robotizar a vida, heterotizar a libido e patriarcar Mário e, Tadeu, tu é macho porra! Tadeu que agora é Rosa e o Mário que acabei de comer atrás do armário. Minha gente tem até fama de manzanza, mas carrega esse país no braço, meu irmão! E vamos titubeando, perdendo suas modas de viola e seu samba de roda, suas folhas que caem e não nascem mais, suas águas que passam e depois secam e suas terras que não são de quem precisa duma, são de quem pode ter mais uma aqui e mais outra ali. “São Jorge vela por mim e pelos meus, protegendo-me com suas armas.” (Oração a São Jorge II)
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“Mamãe eu vi boi da lua Dançar no planeta do Brasil”
1947 2016
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DIVERSÃO
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Charge
RECEITA
Pé de Moleque com Leite Condensado INGREDIENTES
500g de amendoim torrado sem pele 2 xícaras (chá) de açúcar refi nado 1 lata de leite condensado
MODO DE PREPARO
CAÇA PALAVRAS
1_Coloque o amendoim junto com o açúcar em uma panela grande, leve ao fogo e mexa sem parar até que forme um caramelo e comece a ficar escuro. 2_Aos poucos, vá adicionando o leite condensado e mexendo rapidamente. 3_Mexa e mantenha no fogo até se soltar do fundo da panela. 4_Coloque sobre pedra untada com margarina, alise e espalhe de maneira uniforme, deixando na espessura que desejar. 5_Deixe esfriar um pouco. 6_Quando estiver quase frio, corte em pedaços e espere esfriar completamente. 7_Guarde em potes bem tampados
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Kitesurf é um dos esportes que mais cresce em São Luís
Praticantes do esporte voam na capital maranhense Foto: Divulgação/Bruno Lobo
Bruno Lobo, atleta maranhense com destaque internacional
Voar sobre as águas, puxando uma pipa. Esse é o kitesurf. Uma mistura de esportes como o surfe e parapente, que exige concentração e muita prática para aperfeiçoamento. Para os que gostam de muita adrenalina é o esporte perfeito. Em São Luís, esse é um dos esportes que mais recebe novos praticantes. A cidade é um ótimo local para aprendizagem, por nem sempre apresentar vento muito forte nem muito fraco, além de grande margem de área. Os atletas maranhenses vêm fazendo
bonito nas competições internacionais. Entre eles está Bruno Lobo, que vem ganhando destaque em competições maranhenses e brasileiras. Ele já conquistou o terceiro lugar em um evento internacional, o “Red Bull Rally dos Ventos”, e foi o único participante brasileiro no campeonato “Lord Of The Wind”, que é um campeonato norte-americano. Para aqueles que têm interesse em aprender o esporte, mas têm medo, saibam que o esporte é sinônimo de saúde e boa qualidade de vida. Há
um grande desenvolvimento da força muscular através da prática do kitesurf. O equilíbrio e a manutenção da postura no eixo trabalham os músculos do abdômen e das costas. O kitesurf apresenta também saltos longos, que trabalham os quadris, braços, ombros e pernas. É um desafio que vale a pena. Agora que já conhece um pouco mais do esporte, partiu velejar?
PRATIQUE ESPORTES!
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ESPORTE
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Frederico Castro, nadador maranhense
Foto: Taciano Brito
Nadador maranhense participa de seletiva olímpica no Rio de Janeiro Frederico Castro foi o único atleta a representar o Maranhão na seletiva para as Olimpíadas
Nascido na cidade de Bacabal, no estado do Maranhão, Frederico Veloso de Castro, 26 anos, foi o único representante maranhense a concorrer na seletiva de natação para as Olimpíadas, que acontecerá no Brasil nos dias 05 a 21 de agosto. Após muitas tentativas para uma entrevista ao vivo, infelizmente as agendas não coincidiram e a forma encontrada para realização da mesma foi o uso do aplicativo WhatsApp e o e-mail. Sempre atencioso, Fred, como gosta de ser chamado, respondeu a todas as perguntas e questões que vieram a surgir depois, de forma rápida e bem humorada. Ele nos contou um pouco de sua história, como foi participar da seletiva e os planos que tem para o futuro, após não ter sido um dos selecionados. Fred começou a nadar aos sete anos de idade por recomen-
dação do pediatra, já que possuía complicações respiratórias. Por ser criança, levou tudo na brincadeira. Mas, aos oito anos ele já competia e estava sempre nas primeiras colocações em competições nas regiões Norte e Nordeste. O primeiro campeonato brasileiro foi aos 13 anos, onde ficou em terceiro lugar. Mas, foi aos 15 que alcançou o tão sonhado primeiro lugar, em Brasília. Aos 17 participou da Copa do Mundo na Suécia, onde competiu com atletas mais experientes. Conseguiu ir para a final e alcançou o sétimo lugar. Hoje ele possui oito participações em Copas do Mundo e foi medalhista em quatro delas. São 27 medalhas em competições nacionais e 18 internacionais, em 14 países diferentes. Foi contratado por grandes clubes, como o Flamengo (RJ), Botafogo (RJ), Clube Pinheiros (SP), Bayer Leverku-
sen (Alemanha), Davie Nadadores (EUA), e hoje é contratado pelo Minas Tênis Clube, o atual clube campeão brasileiro. Foram mais derrotas do que vitórias em sua trajetória. Porém, a cada derrota, Fred se cobrava e intensificava os treinos. Com a aproximação do índice olímpico, os treinos ficaram ainda mais intensos. Ele abriu mão de estar perto da família, dos amigos e focou apenas no objetivo. A seletiva para as Olimpíadas ocorreu no Rio de Janeiro e Fred teve a honra de ser o único representante maranhense, mostrando que o estado pode alcançar ainda mais se investir na estrutura de treinamento que outras cidades já possuem. Ele foi, como dizem por aí, na cara e na coragem, e competiu de igual para igual com os outros nadadores. O atleta afirma que o Maranhão é mui-
to respeitado na natação por conta dos grandes nadadores e nadadoras que o estado já teve. Embora alguns deles tenham abandonado o esporte por falta de apoio. Apenas dois nadadores alcançaram o índice olímpico e são eles que representarão o Brasil nas Olímpiadas. Mas, isso não entristeceu o nadador maranhense. Pelo contrário, hoje ele se encontra em sua melhor capacidade física. No fim de agosto terá duas etapas para a Copa do Mundo, que acontecerá na França. Em setembro tem a Copa do Mun-
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do em Berlim. “Minha maior vontade é trazer bons resultados para o Maranhão e incentivar a prática esportiva no estado, proporcionando uma melhor estrutura de treino. O objetivo é descobrir novos campeões e daqui a quatro anos ter a participação de mais representantes maranhenses em uma seletiva olímpica. E quem sabe, pela primeira vez na história, o Maranhão ter um atleta treinado aqui participando dos Jogos Olímpicos”, afirmou o nadador.
Minha maior vontade é trazer bons resultados para o Maranhão e incentivar a prática esportiva no estado