Revista Aurora

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Nando ZevĂŞ

O Recife Assombrado 1 Dedo de Prosa

Sofia Freire Simone Mendes

de natureza, luz e fotografia


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Carta dos

ditores E

A Revista Aurora é um projeto acadêmico que apresenta o cenário cultural de recife, feito por e para o povo recifense. Abordaremos ao longo da edição algumas nuances da cena cultural da nossa querida cidade, tais como os locais onde se mostra a arte e como as pessoas que a produzem, dos mais variados jeitos possíveis. Recife, apesar de receber pouco apoio governamental, possui um dos cenários culturais mais distintos do Brasil, e consideramos importante enfatizar que o motivo disso é termos artistas que se conectam e se preocupam em construir uma cena tão variada, abrangente e acolhedora para todos, artistas e público. Gostariamos de agradecer e celebrar essas pessoas.

Um abraço dos editores da Aurora, Marina Lacerda e Robercláudio Costa


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SU Mร RIO

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Antena Paraurora

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O Recife e seus espaรงos

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1 Dedo de Prosa


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07 Entrevista com Flora Negri

Aquarelista 11 ASimone Mendes

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O Recife Assombrado

17Nando Zevê, Arte e Mar

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Sofia Freire e o “Garimpo”


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1 Dedo de Prosa “no meio do caminho tinha um museu”

O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, localizado na Rua da Aurora no Centro do Recife, recebe a instalação “1 Dedo de Prosa”, do artista plástico Marcelo Silveira e da professora Cristina Huggins. A entrada é gratuita. O projeto traz uma mesa e quatro bancos, que antes de estarem expostos no museu foram levados para ruas e praças de seis bairros de diferentes classes sociais na cidade do Recife, causando reações diversas entre os que presenciaram. Toda a interação foi gravada em vídeo e é projetada durante a exposição no museu.

A instalação recebeu incentivo do Funcultura e apresenta temas atuais do cotidiano dos centros urbanos como mobilidade, individualismo e segregação social. A exposição permanecerá em destaque no museu até o dia 10 de Abril.

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Um Pequeno Mapa Cultural O que fazer na cidade do Recife?

cafés e bares

O Bogart Café, localizado em Santo Amaro próximo a UNICAP, oferece um menu variado e um espaço agradável.

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O Bar Central recebe esse nome por localizar-se no centro da cidade do Recife, famoso por oferecer boa comida e ambiente


AU ROR A O Instituto Ricardo Brennand é um museu/ complexo arquitetônico que possui um enorme e variado acervo de armas, esculturas e pinturas. É um dos principais pontos turísticos da cidade.

Museus

O MAMAM, museu cujo nome homenageia o artista plástico, designer e ativista cultural pernambucano Aloisio Magalhães, possui sete salas de exposição, biblioteca especializada em arte moderna e contemporânea, sala de atividades educativas, auditório e café. Ainda conta com diversos outros eventos que acontecem no seu espaço.

Fundado pelo sociólogo Gilberto Freyre, o Museu do Homem do Nordeste, ligado a Fundação Joaquim Nabuco, constitui em um museu que preserva e difunde a cultura nordestina possuindo um enorme acervo histórico e um cinema.

cinemas

Inaugurado em 1952 e situado às margens do Rio Capibaribe, o São Luiz tornou-se um dos mais emblemáticos cinemas do Recife, prezando por essa arte em sua concepção clássica, com exibição em cine-teatro. Hoje o Cinema São Luiz é o de mais rica concepção artística e arquitetônica do Recife e um dos últimos cinemas de rua do país.

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O Antena Paraurora é um evento cultural gratuito e organizado pelo educativo do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – MAMAM. Tem como objetivo principal a ocupação do espaço do museu de uma forma diferente, além das exposições de arte, trazendo público novo ao museu, além de oferecer novas experiências para o público que já o frequenta. Misturando arte, cultura, gastronomia, música e lazer, o antena traz a cada edição uma atração. Além de Djs, Bandas como a Kalouv, já participaram do evento. Nas últimas edições o karaokê e o Just Dance foram as atrações, juntamente com um bazar e um brechó que uniu arte e moda. A organização do evento, vem desde as duas últimas edições padronizando os cartazes que ajudam na divulgação, deixando mais fácil para o público reconhecer o evento assim que ver o cartaz. O Antena não tem uma frequência muito precisa pra acontecer, mas acontece pelo menos de três em três meses, tendo sua última edição acontecido no sábado, 19 de março. O MAMAM localiza-se na Rua da Aurora, que dá nome à nossa revista. O local do museu é de extrema importância para sua representação na cidade.

Lettering ao lado foi criado exclusivamente para esta matéria pelos editores, foi feito de pregos e parafusos. As fotografias fisheye foram tiradas por Thaik Santos, e o texto escrito por uma das organizadoras do evento, Marília Matos.

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m corpo é ó um orpo

Entrevistamos Flora Negri, fotógrafa nascida em João Pessoa, mas que mora em Recife desde pequena. Ela nos contou um pouco sobre sua trajetória, suas inspirações e da essência das suas incríveis fotografias. Confira:

Então Flora, acho legal você começar se apresentando, fala um pouco de você. Sou Flora Negri, tenho 20 anos, sou estudante de artes visuais, virginiana loucamente perfeccionista e fotógrafa.

aleatória, eu comecei fotografando aniversários; Isso porque fotografei o de um amigo, e fui sendo indicada pra outras pessoas; e aí a fotografia foi virando trabalho. Ainda no curso de letras, eu conheci o Instituto Candela, e lá eu descobri que fotografia era o que eu queria fazer pelo resto Conta como você começou na da minha vida. Hoje trabalho fofotografia; como era no início? Eu fazia Letras na rural (acabei de- tografando ensaios e curso Artes Visuais na UFPE. sistindo do curso), sempre gostei de fotografar, mas a parte profissional começou de forma bem

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Como tu chegou nas suas fotos de hoje? Eu trabalhava com eventos, mas sempre gostei de fotografar gente: gosto dos traços das pessoas, gosto dos rostos; cada pessoa é um universo diferente. Quando cheguei no Candela, no curso de introdução à fotografia, fui perguntada do que eu queria com o curso, e eu queria me aprimorar pra fazer retrato. Depois do curso de introdução fiz o de retrato e composição, que foram essenciais para os meus ensaios; comecei a postar as fotos no instagram e conseguir mais ensaios que eventos, que era algo que eu sempre quis. Qual o conceito que você tenta colocar nas suas fotos e de onde vem a sua inspiração? Inspiração pra mim vem de muitas coisas, vem de um livro que eu li, da música que eu escuto, de um filme que eu assisti, das coisas que eu já vivi. Nos ensaios que eu faço, tenho um processo de sentar com a pessoa em um café pra conversar, pra eu poder entender qual o momento de vida que ela tá passando, as características marcantes dela; Quando eu estou fotografando um ensaio preciso colocar o que eu sou e a forma como eu enxergo as coisas ao mesmo tempo o que a pessoa é, é uma grande troca e tento encontrar esse equilíbrio. Sobre o Candela, ele foi bem importante nessa tua trajetória né? Por quê? O que ele mudou em você? O Candela, não só na minha trajetória de fotógrafa, mas também como pessoa, mudou minha vida; o Candela e todas as pessoas que fazem parte e o constroem. Eu sempre fui muito insegura, e achava que não tinha potencial pra viver de fotografia, e lá isso mudou. Tive uma aula de foco, no começo do curso de introdução que o professor (Ivan Alecrim) tirou os óculos do meu rosto, porque eu disse que eu tinha muita dificuldade de focar porque não enxergava bem, e a resposta foi um dos primeiros grandes desafios que

ele me fez: “Por que você não começa a mostrar pro mundo a maneira que você enxerga?” e isso virou um tópico dentro na minha fotografia, em alguns ensaios até hoje eu tiro os meus óculos, olho, e fotografo como eu vi sem óculos. Foi no curso de retrato de lá que eu entrei em contato com a fotografia do nu, foi quando eu comecei a aceitar mais o meu corpo, e querer fazer as pessoas aceitarem mais os seus também, e verem que um corpo é só um corpo, e não precisa ser sexualizado, pode ter milhões de significados ou ser só pele. Essa convivência no Candela sempre foi absurdamente enriquecedora, lá é uma bolha, um universo mágico de trocas e aprendizados incríveis e constantes. Sobre os locais que você fotografa, o que eles significam pra você e o que representam na sua fotografia? Os lugares que eu uso para fotografar dependem das pessoas que irei fotografar, porque durante o processo em que converso com a pessoa sobre seu ensaio, procuro localizar junto com ela um tipo de locação que vai encaixar com todo o processo. A minha relação, Flora fotografando para Flora, é muito de terra. Como fui criada metade da vida na fazenda e a outra metade na praia, sou muito apegada aos elementos da natureza, ao mato, ao verde, a terra; E a granja em Aldeia, que é o lugar onde mais tem foto minha, tem muita história pra contar, é o concreto no meio da natureza; além de ser a casa do meu melhor amigo.

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AU ROR A E os seus modelos e as legendas das suas fotos? Como é a escolha disso? Quando eu estou fotografando pra mim, quando chamo alguém pra fotografar, eu penso muito em pessoas que eu imagino que se entregam, que vão se permitir se conectar comigo e consigo. As legendas que uso nas fotos normalmente são trechos de músicas, livros, ou o que veio na minha cabeça quando olhei pra foto mesmo. muitas vezes são pistas do que me inspirou a tirar aquela foto, noutras vezes são complementos da mensagem que quero passar, varia muito.

Um autorretrato da artista

Para acompanhar o trabalho de Flora, siga @floravnegri no instagram

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Algumas das ilustrações em aquarela de Simone

Uma ilustração em processo.

Simone Mendes, a artista.

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Simone Mendes desenhista de sentimentos Nascida em Ouricuri, no sertão do estado de Pernambuco, Simone Mendes, 31 anos, chegou em Recife há 10 anos. Seu trabalho já vem se tornando conhecido na cidade. A artista é conhecida pelo seu traço que compõe um universo mais infantil. Ilustrou revistas e livros deste gênero. Influenciada pela natureza, seus trabalhos tem muitas cores que refletem isso. Ao chegar na cidade, escolheu um curso universitário que se identificava, que foi Arquitetura. Foi durante o período na universidade que Simone foi se descobrindo cada vez mais como artista. Ela já desenhava e pintava, mas nesse período foi recebendo o apoio de amigos e começou a desenvolver seu próprio traço. “As aulas de arquitetura foram fundamentais, foi aí que aprendi a pintar com nanquim, lápis de cor, grafite. Foi onde tive aulas de arte, estética e composição”, afirma. O primeiro trabalho profissional de Simone como artista foi para a revista Bravo em 2007, foram três desenhos para a sessão Primeira Fila. Depois disso fez desenhos para a revista Capricho, também da editora Abril. Simone ainda é membra da Gráfica Lenta, grupo de gravuristas com sede em Recife.

A arte de Simone é bem característica e definida. Tem um traço fino e delicado. Parece que as personagens desenhadas nos quadros são um reflexo da própria artista, como se fossem parte de sua história. De um conteúdo mais infantil para algo um pouco mais adulto, notasse a presença do seu traço único nas obras; pois mesmo na mudança, é possível identificar a arte de Simone. Usando o nome @casacolorida na página pessoal do Instagram, Simone mostra de fato como é: a casa é repleta de quadros e trabalhos artísticos, e também de plantas, que recebem um carinho especial da artista. Simone utiliza do seu lar para colocar além de seus trabalhos, as pinturas de amigos e colegas do mundo artístico. Ela ainda fala de como as redes sociais foram um espaço que a possibilitou desenvolver seu trabalho e conhecer pessoas da área. Este universo de beleza e sutileza criado pela artista é de um carinho muito particular. Uma forma de arte que atinge a todos. Pois, como a própria artista se define uma “Desenhista de Sentimentos”, quem tem o que sentir, saberá absorver sua arte.

Texto retirado do Vitrine, site de jornalismo da Unicap. Para conhecer mais sobre o trabalho da artista, Simone Mendes possui um blog: http:// simonemendesilustra.blogspot.com.br/

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fotografia feita por Flora Negri para o “Garimpo”

Sofia Freire Garimpeira de poemas

Sofia Freire é uma cantora, compositora e pianista de Recife. Com 18 anos, ela lançou seu primeiro álbum, “Garimpo”, realizado por meio de um financiamento coletivo pela internet. Em 2015, ela abriu o festival Coquetel Molotov, um dos mais importantes da região. Com doze faixas, o disco revela a experimentação da jovem, que brinca com camadas de vozes e beats eletrônicos, misturados ao piano e letras em forma de poesia. “Eu não escrevo as letras das minhas músicas, mas componho toda a melodia e harmonia, arranjos. Estou sempre garimpando poemas para virarem música - daí o nome do disco “Garimpo’”, ela nos contou. Assim, a cantora recorreu a poetas amigos, como José Juva e Alberto Lins Caldas, e também ao pai, Wilson Freire, e à irmã, Clarice Freire, ambos poetas de mãos cheias. As inspirações de Sofia passeiam de Claude Debussy a Caetano Veloso. E o resultado desta mistura erudita e popular se reflete neste primeiro trabalho. Conversamos com a cantora para conhecermos mais sobre sua produção e sobre as inspirações da garota de voz potente e gostoso sotaque.

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AU ROR A Você acabou e lançar seu primeiro disco feito com financiamento coletivo e ele revela muita experimentação. Como funciona o seu processo criativo? Meu processo de criação é bem espontâneo, para falar a verdade. Às vezes chegam melodias na minha cabeça na hora do banho, no meio da aula, antes de dormir, ou simplesmente tocando notas aleatórias no piano. Eu não escrevo as letras das minhas músicas, mas componho toda a melodia e harmonia, arranjos… Estou sempre garimpando poemas para virarem música - daí o nome do disco, Garimpo - o que possibilitou que eu fizesse parcerias muito especiais com meu pai, Wilson Freire e minha irmã, Clarice Freire, ambos escritores e poetas de mãos cheias, entre outros amigos poetas, como José Juva e Alberto Lins Caldas.

Quem te inspira hoje? Tenho muitas inspirações! Entre elas, a Bjork talvez seja a mais influente. Adoro o trabalho dela, é musicalmente e visualmente lindo e completo, ela tem talento sobrando e uma criatividade incrível, sempre inovando e abusando da tecnologia. Quanto à música erudita, não tenho um compositor preferido, são tantos, mas Claude Debussy tem uma delicadeza que me inspira muito ao compor minhas músicas no piano. Quais sons atuais você anda ouvindo ultimamente?

Me fala um pouco sobre essa música que não entrou no seu CD

Estou sempre ouvindo coisas novas, também vivo garimpando sons! Ultimamente tenho escutado bastante musicistas norueguesas, como a Farao, Siri Nilsen e a Susanne Sundfør. Também ouço muito Fleet Foxes, Radiohead, as gêmeas Ibeyi, Grizzly Bear, Caetano Veloso e a Céu.

A música ficou de fora do “Garimpo”, apesar de gostar muito dela. É um poema escrito em 1981 por uma amiga do meu pai, Wilson Freire, para a orelha de um livro de poesias que ele lançou naquele ano. Ela se chama “Círia”, em homenagem à autora Círia Vieira. É um poema lindo - um dos meus preferidos - e, musicalmente, ela tem uma pegada um pouco diferente do resto das minhas músicas, talvez por ela ter virado música há 3 anos atrás, quando eu estava numa fase musical diferente do que faço hoje.

Texto originalmente publicado em www.redbull.com

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As Histórias Medonhas d’O Recife Assombrado Aqui deixamos o racionalismo e a objetividade de lado em favor do inexplicável, do misterioso, do inominável. E esta é a nossa advertência: siga por sua conta e risco nesta jornada impregnada de estranhezas”. Pernambuco é orgulhosamente um dos estados mais assombrados do país, e dentre os 16 anos de blog e histórias, podemos citar algumas como as mais conhecidas pelo povo recifense: a Lenda da Perna Cabeluda, a Cumade Fulôzinha, a Emparedada da Rua Nova, o Papafigo... A variedade é grande, e as histórias envolvem a cidade de um jeito místico e único. Locais como a Praça Chora Menino, o Bairro de Santo Amaro, ruas específicas, teatros, monumentos, ganham novos ares com as histórias do imaginário popular.

O Recife Assombrado é um blog que tem como intuito divulgar o imaginário assombrado pernambucano e incentivar a produção de narrativas em cima do tema. Criado em julho de 2000 por Roberto Beltrão e André Balaio, do seu conteúdo já foram publicados livros e histórias em quadrinhos, foram montadas encenações teatrais e proferidas palestras em escolas e universidades. Em 2004 recebeu o certificado “Amigo que Abraça as Causas do Folclore e da Cultura popular”, pela Fundação Joaquim Nabuco. Também foi nesse ano que a Aeti (Associação de Empresas de Tecnologia Internet) premiou o projeto como o melhor site de cultura de Pernambuco de 2004. Segundo os próprios editores do site: “Nossa missão é tirar das sombras seres estranhos e aterradores, contar histórias medonhas vindas tanto dos mais remotos grotões do interior, quanto das esquinas silenciosas da metrópole.

Para saber mais sobre O Recife Assombrado, ler os contos e conhecer mais sobre o projeto, visite o site (www.orecifeassombrado.com)

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DIRECTED AU ROR ABY

ROBERT EGGERS

The

VVitch

EVIL TAKES MANY FORMS

Anya Taylor-Joy

Ralph Ineson

Bathsheba Garnett


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Nando Zevê, a Arte e o Mar Nando Zevê é um artista, ilustrador e tatuador que também trabalha com intervenções urbanas, nascido em Recife, passou parte da vida na cidade de Catuama no litoral norte de Pernambuco, o que explica sua relação com o mar, que marca presença em seus trabalhos.

Consolidou o seu estilo criando tatuagens incríveis, com pontilhismo e traços finos, que ilustram sua relação com a arte, a natureza e principalmente, o mar; a procura pelo seu trabalho cresceu muito, e o desejo de ter uma arte de Zevê na pele também.

Com projetos variados e uma trajetória já grande, Nando tem lambe-lambes aos montes nas ruas de Recife, alguns em Toronto e Nova York, que marcaram a sua relação com as cidades por onde passou e consolidou o seu projeto chamado #PeixeForaDagua. Para acompanhar o seu trabalho, siga-o no instagram: @nandozeve

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