Cv e portfolio

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PORTFÓLIO DE ARQUITETURA MARLENE OLIVEIRA

PORTO I 2014



“I sense Light as the giver of all presence, and material as spent Light. What is made by Light casts a shadow, and the shadow belongs to Light. I sense a Threshold: Light to Silence, Silence to Light – an ambience of inspiration, in which the desire to be, to express crosses with the possible.” kahn


Curriculum Vitae

1 Personal data Dados Pessoais Name Nome

Marlene da Luz Moreira de Oliveira

Birth place and date Local e data de nascimento

Paredes, 14-04-1983

Nationality Nacionalidade

Portuguesa

Adress Morada

Rua de Vârzea de Cima, 2 4580-311 Cête, Paredes, Portugal

Telephone Telefone

917 464 916

E-mail Correio eletrónico

luztopo@gmail.com http://issuu.com/marleneoliveiraportfolio/docs/portfolio_marlene_oliveira

2 Academic Degrees Formação Académica 2011-13 Mestrado Integrado em Arquitetura e Urbanismo – Universidade Lusófona do Porto / ULP Tese: 'Intervir no centro histórico do Porto' Orientador: Prof. Doutor Vítor Oliveira Média final: 15 valores 2008-11 Licenciatura em Arquitetura e Urbanismo (conclusão do 1º ciclo do Mestrado Integrado) Universidade Lusófona do Porto / ULP Média final: 14 valores 2001-03 Curso Profissional de Topografia Geral – Centro de Formação Profissional da Indústria de Construção Civil e Obras Públicas do Norte - CICCOPN Média final: 14 valores 2000-01 Curso de Carácter Geral de Artes – Escola Secundária de Paredes Média final: 15 valores

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3 Professional data Dados profissionais 2003-12 Topógrafa – Colaboração com diversas empresas de construção civil, na execução, fiscalização e coordenação topográfica em obras públicas, das quais se salientam: Apoio topográfico na execução das obras de arte da 'Ligação circular Guimarães à variante Fafe.’ Fiscalização topográfica das obras de arte do 'IP3 – SCUT Interior Norte – Lanço Vila Real – Chaves (70km de extensão)'. Apoio topográfico na execução do 'Viaduto de Vila Pouca de Aguiar' (98m de altura e 1348m de extensão)'. Coordenação topográfica das obras de arte da 'A28 – Ligação a Caminha (5km de extensão)'. Elaboração de levantamentos topográficos e arquitectónicos. 2003

Estágio profissional durante seis meses nas obras do 'Metro do Porto – Soares da Costa'.

4 Software knowledge Conhecimentos de software Intermediate grade Grau intermédio Design Adobe Indesign Adobe Photoshop Archicad 15 Corel Draw Google sketchup 8 Rhinoceros and grasshopper Advanced degree Grau avançado Design Autocad Land Desktop

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Arquivo Microsoft word, excel, power point e access

5 Other information Outra informação 2012

Curso de inicial de programação em 3D – Archicad

2010

Formação Pedagógica inicial de formadores

2010

Curso de formação de inglês

2009

Curso de formação de espanhol

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Conteúdos

ATLIHOUSE Rua do Alto da Arrábida, Lordelo do Ouro, Porto

pág.5-8

PRAÇA DE LISBOA - Antigo Mercado do Anjo Rua Senhor Filipe de Nery, Rua das Carmelitas e Rua do Doutor Ferreira da Siva

pág.9-12

ALBERGUE PARA PEREGRINOS Rua D. Hugo, Porto pág.13-16

MORADIA E ATLIER ARQ. JOÃO SANTOS Rua D. Hugo, Porto pág.17-20

A CIDADE DO PORTO - REVITALIZAÇÃO URBANA Bonfim, Porto pág.21-24

NAICA INTERPRETATION CENTER Naica - Saucillo - Chihuahua - México

pág.25-28

HABITAÇÃO PLURIFAMILIAR Bonfim - Porto

pág.29-34

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Atlihouse 1. Aproximação ao local A área de intervenção localiza-se no distrito do Porto, na freguesia de Lordelo do Douro, mais precisamente na Rua do Alto da Arrábida, de fácil acesso, quer seja pela via Panorâmica ou pela marginal do Rio Douro. A forma como se relaciona com a envolvente e com a sua direcção para sudoeste, permite expor-se às diferentes intensidades de luz solar ao longo das várias horas do dia, privilegiando assim da bela paisagem do pôr-do-sol e tranquilidade que o rio oferece.

Localização do terreno

Localização da parcela

A aproximação ao terreno, é de difícil percepção, não só por se situar numa zona descontextualizada do centro urbano onde predomina a decadência de um bairro, mas principalmente porque surge de forma camuflada, pois as características da envolvente não permitem uma leitura imediata do terreno e da paisagem que ele oferece, mas sim, a de um muro alto e cego, que faz parte de um meio próprio. Ao entrar neste espaço, abstraindo do meio que nos rodeia e do som forte provocado pelo movimento rápido da Arrábida, tudo se torna muito tranquilo e rapidamente se transforma num refúgio, longe da vida agitada da grande cidade que é a Invicta. Apenas um pequeno desnivelamento em relação à rua e o eleva transformando-o “Numa verdadeira janela aberta para o Rio.”

Registo Fotográfico do local

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Registo Fotográfico a Poente


CONCEITO Na modelação do terreno, na composição arquitectónica e na preocupação de encontrar um maior nível de privacidade e a melhor exposição solar, procurou-se inspiração para desenvolver o projecto de uma habitação que se desenvolvesse na quietude e conforto aos momentos de uma vida toda ela debruçada no trabalho de um arquitecto, pintor e escultor. Dois volumes horizontais distintos, jogos de transparência e opacidades, uma dupla de materiais construtivos, são algumas das principais características da “Atli House”, localizada em face ao Rio Douro. As vistas panorâmicas sobre o rio, que se estende a todo o comprimento do terreno, unem-se aos traços arquitectónicos para fazer da moradia uma estrutura simultaneamente receptiva da paisagem e protectora da privacidade do seu proprietário. A pedra de granito e o reboco branco com que são representados os invólucros rectangulares da habitação guardam no seu interior um ambiente confortável e contemporâneo, aberto para fora, unicamente nas duas extremidades, por grandes painéis de vidro e também todo ele aberto para si mesmo. Um dos pontos fulcrais do seu conceito é o facto de todo o ambiente e espaços interiores funcionarem como uma varanda para o coração da casa, o ateliê. O piso inferior engloba dois grupos de funcionalidades e está rebaixado um metro abaixo da cota do jardim. Esta característica permite o usuário do edifício apreciar a paisagem, mesmo sentado, expressando um prolongamento do interior para o exterior. Um dos conjuntos funcionais, desenvolvido numa ala de orientação Nascente/Poente, engloba a cozinha e a sala de jantar e um ateliê de duplo pé direito que estabelece uma forte relação visual com o exterior através dos seus grandes painéis de vidro que o acompanham lateralmente. No outro alinhamento, de direcção Norte/Sul, estão distribuídos os arrumos, a casa de banho de serviço, a garagem e a lavandaria. O andar superior, com acesso por uma escada ou por um elevador, levita sobre o andar inferior, tocando-lhe subtilmente em três pontos. Este andar inclui uma sala de estar do lado Nascente que permite uma relação directa com toda a casa pela sua perspicuidade. Para chegarmos ao lado Poente o acesso é feito por uma varanda que se debruça sobre o coração da casa, o ateliê, e nos leva até uma biblioteca do lado Norte e a um quarto, com sala de vestir e suite de hóspedes, que se dilata graças ao amplo terraço coberto do lado Sul que estabelece afinidade com uma harmoniosa árvore, protegendo-o. É através de uma escultural escada interior/exterior que chegamos à cobertura jardim onde podemos desfrutar da panorâmica e bela paisagem sobre o rio Douro, a Foz e apreciar o pôr-do-sol. Em diálogos entre superfícies diáfanas e opacas, entre a fluidez do rio que corre e a densidade do edifício, entre a intimidade dos espaços e a sua abertura para o exterior, a “Atli House” exibe as suas múltiplas e articuladas facetas. E quando a noite cai e o luar se ilumina, a arquitectónica revela todo o poder magnético das várias texturas dos materiais que a compõem, com um grande vitral que franqueia o edifício e dá as boas-vindas aos convidados, em reminiscência ao “Génio da arquitectura do séc. XX”, Le Corbusier.

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Piso Superior Corte C4

Piso Inferior

Corte C6

Corte C2

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VISTA EXTERIOR - POENTE

VISTA EXTERIOR - NASCENTE

VISTA INTERIOR pรกg. 8


Praça de Lisboa - Antigo Mercado do Anjo 1. Aproximação ao local A Praça de Lisboa localiza-se no centro histórico do Porto e pertence à freguesia da Vitória. Esta praça nasce do desenvolvimento e expansão da cidade e encerra-se em si mesma numa forma triângular. Confronta com três ruas: a Sul com a Rua de São Filipe de Nery, a norte com a Rua Dr. Ferreira da Silva e a nascente com a Rua das Carmelitas.

Localização da parcela

Localização do terreno

Na aproximação ao local, a Igreja dos Clérigos é suficiente para evocar o Porto, tal como a torre Eiffel ou a estátua da Liberdade evocam Paris ou Nova Iorque. Mas ainda assim a proporção e o calibre das ruas, a escassez da luz e cor, a magreza da parcela e a escala dos edifícios, a relação estreita edifício-rua e a individualidade dos edifícios na noção de continuidade da rua,… a relação do mobiliário urbano com linhas contemporâneas e o registo tradicional das ruas e jardins, caracterizam facilmente este fragmento da paisagem portuense. São diversas as sensações provocadas na aproximação deste local. A Rua dos Clérigos cria um espaço frio e sombrio. À medida que se percorre a rua, vai-se criando uma expectativa de encontrar no topo uma ampla paisagem que aqueça, quando na verdade, ao avistar o final do percurso, se descobre uma barreira que não deixa permeabilizar o que está para lá da mesma. Por outro lado, a aproximação feita pelo Jardim da Cordoaria e pela Praça dos Leões, transforma a percepção do local criando um espaço amplo e cheio de luz. Aquele local transmite a necessidade de um espaço verde e amplo onde se possa ter de volta o “Mercado” tradicional tão querido por quem o guarda em lembrança.

Registo Fotográfico

1.Vista da Igreja e Torre dos Clérigos

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2.Vista da Praça a Sudoeste.

3.Vista da Praça pela Rua Galeria de Paris.


CONCEITO “(…) não é a arquitectura que domina o espaço, mas o signo, com a sua forma escultural, a sua silhueta e os seus efeitos de luz.” “I sense Light as the giver of all presence, and material as spent Light. What is made by Light casts a shadow, and the shadow belongs to Light. I sense a Threshold: Light to Silence, Silence to Light – an ambience of inspiration, in which the desire to be, to express crosses with the possible.” Esta máxima de Kahn, de que a arquitectura é a arte de criar espaços com luz, leva o arquitecto a procurar uma solução que transmita uma luz natural homogénea apropriada ao espaço. É na forma que a proposta se revela e na articulação dos dois volumes expande-se um grande vazio e ergue-se uma abertura zenital, onde a luz é o reflexo da intencionalidade visionária do edifício. Esta luz que no projecto vem de cima, reflecte-se e dilui sobre a Praça, unificando-a num modelo síncrono de arquitectura. Desenhado para reunir, num só local, um espaço aberto e receptivo, a finalidade primeira da arquitectura é a sua “Utilidade Social”, ao serviço de uma comunidade. Reúne em si a afirmação de um poder, determinado a configurar uma nova imagem, onde a ideia deste conjunto urbano, irregular e rectilíneo, que assume os limites da praça, se afigura preponderante. Assume um carácter de movimento na cidade, tanto na definição do edifício através da sua forma curvilínea, como na relação que estabelece com o local da sua implantação, o centro da praça. O conjunto está organizado segundo o desenvolvimento da praça de dentro para fora e o seu ponto de verticalidade é conseguido pelo vazio criado por dois volumes, que ilumina o ponto central da mesma. Estes dois volumes desenvolvem-se segundo um eixo, o alinhamento pela Rua Galerias de Paris onde se desenvolve toda a zona de comércio. A relação estabelecida, não é a disputa de protagonismo, mas a de centralidade, num edifício que pretende formalizar um espaço permeável, neutral, sóbrio e silencioso tanto em relação à cidade como ao seu programa. O Edifício, marcado por um alinhamento que rasga a praça, desnivelando-a para abrigar o comércio e por dois volumes elevados por grandiosos pilares que estabelecem as ligações verticais e distribuição para a habitação colectiva, tornando-se permeável para com os limites da praça. Designa assim um espaço interior/exteior que valoriza a surpresa através dos seus percursos marcados pela penetração da luz natural, clarificando a sua posição. As diferenças altimétricas geraram uma movimentação de planos que desconstroem a superfície criando as acessibilidades necessárias e dois espaços-percurso. Sendo a luz elemento decisivo da composição arquitectónica, em especial se a inserção urbana é relevante, existe um especial cuidado no tratamento lumínico dos limites da praça, que se afirma pelo que lá ainda vive. O parque de estacionamento de apoio à praça será colocado ao nível do existente, ou seja, parque subterrâneo com ligações independentes quer para a zona de serviços e comércio como para a zona de habitação. O equipamento terá lugar à mesma cota do parque e relaciona-se com a Rua das Carmelitas. As intenções não foram apenas as de criar mais um edifício numa praça, mas prenderam-se essencialmente com o conceito de ao construí-lo, ter em conta quase tudo o que se relaciona com a construção da cidade. Pretende-se que seja um local permeável em vários sentidos, principalmente os já existentes e de um espaço aberto, com a relação do céu, que confere à comunidade um local de estar, passagem e passeio.

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Planta de implantação

Planta do Piso R/Chão

Planta dos pisos 1 e 2

Planta do piso 3

Corte C1

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Corte C2


MAQUETA

REGISTO FOTOGRÁFICO 1 O Edifício, marcado por um alinhamento que rasga a praça, desnivelando-a para abrigar o comércio e por dois volumes elevados por grandiosos pilares que estabelecem as ligações verticais e distribuição para a habitação colectiva, tornando-se permeável para com os limites da praça. Designa assim um espaço interior/exteior que valoriza a surpresa através dos seus percursos marcados pela penetração da luz natural, clarificando a sua posição.

REGISTO FOTOGRÁFICO 2 É na forma que a proposta se revela e na articulação dos dois volumes expande-se um grande vazio e ergue-se uma abertura zenital, onde a luz é o reflexo da intencionalidade visionária do edifício. Esta luz que no projecto vem de cima, reflecte-se e dilui sobre a Praça, unificando-a num modelo síncrono de arquitectura.

REGISTO FOTOGRÁFICO 3 O conjunto está organizado segundo o desenvolvimento da praça de dentro para fora e o seu ponto de verticalidade é conseguido pelo vazio criado por dois volumes, que ilumina o ponto central da mesma. Estes dois volumes desenvolvem-se segundo um eixo, o alinhamento pela Rua Galerias de Paris onde se desenvolve toda a zona de comércio.

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Albergue de Peregrinos 1. Aproximação ao local A zona de intervenção localiza-se no centro histórico do Porto e pertence à freguesia da Sé. Tem como espaço urbano a Rua de D. Hugo, antes designada por “Rua de Trás da Sé” ou “Rua dos Cónegos”, em versão popular, na cidade do Porto. A intervenção é constituída por dois volumes, um edifício ancestral, n.º 37 a 39, estando este ainda habitado e em razoável estado de conservação e outro, contíguo a este, n.º 35, que se encontra em estado de ruína.

Localização da parcela

Localização do terreno

A Unidade de Intervenção encontra-se no extremo poente do Quarteirão do Morro da Sé, junto à Sé Catedral e próximo de outros monumentos e edifícios carismáticos como a Casa do Cabido, Paço Episcopal, Casa da Câmara, o Seminário Maior do Porto, a Casa do Beco dos Redemoinhos e a Ponte de D. Luís, também imóvel de Interesse Público. Está também inserido na área classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. “A frente construída deste quarteirão desenvolve-se num total de 202 metros e é constituído por um conjunto de 5 parcelas, 4 com duas frentes, uma para a Rua D. Hugo e outra para o Beco dos Redemoinhos e uma com três frentes, pois volta-se também para a Calçada da Vandoma.» “Relativamente ao espaço envolvente é importante referir o processo de regeneração urbana previsto para a Avenida da Ponte, do qual deverá resultar um pólo de forte identidade, contemporaneidade e animação urbana – um novo espaço que servirá também de elemento de valorização de toda a zona. AAv. Vimara Peres foi já requalificada ao nível do espaço público, devido à nova linha de metro, deixando de ser uma via de passagem para ser uma via sem saída, apenas permitindo estacionamento e acesso às habitações. Esta via é a mais larga das que delimita o Quarteirão, foi repavimentada em cubo de granito e é essencialmente pedonal. Outro dos acessos às parcelas é a Rua de D. Hugo, uma via mais estreita de cariz medieval com pavimento de lages de granito, sem passeios, que permite o acesso automóvel em sentido único e alguns lugares de estacionamento, destinado essencialmente a residentes. O quarteirão é dotado de infra-estruturas de abastecimento de água e gás, de saneamento básico, drenagem de águas pluviais, distribuição de rede eléctrica e telecomunicações.” Registo Fotográfico

1.Rua Dom Hugo nº37/39

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2.Rua Dom Hugo nº35

3.Vista interior

4.Alçado Nascente

5.Vista sobre o Rio Douro


CONCEITO “O peregrino é aquele que não desiste do seu caminho. Continua a sua caminhada na esperança, de que alcançará vitórias. Como o apóstolo peregrino, São Paulo, ele tem consciência de que precisa fazer maiores e melhores progressos no seu percurso existencial: "Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não me julgo como se já o tivesse alcançado. Mas uma coisa faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o que vem à frente, corro em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus (Fl 3, 12-14)” “Não quebrar o silêncio entre paredes de um passado ….Ordem, subtileza, naturalidade, simplicidade, emoções, reminiscência e luz.” Criar um vínculo já existente, ao espontâneo e ao planeado, ao natural e ao construído, para que a memória encontrasse a devida acomodação no presente. Não sacrificar, com quaisquer obras imprudentes ou descabidas, a feição tradicional e «sentimental» daquele velho “palácio” com o intuito de lhes restituir a “traça original”, a reconversão deve ser executada de modo muito subtil, de modo a não interferir no significado histórico e deve reduzir-se a uma cautelosa e proporcionada subdivisão do espaço habitável, nunca descurando a procura de um ambiente confortável para acolher quem peregrina por esses caminhos. Preservar e enfatizar a presença, não manuseando o aglomerado rochoso da ruína de forma a manter o cariz da pré-existência, propondo envolvê-la com todo o respeito por uma reminiscência ao passado, iluminando-o para permitir a sua contemplação e não obstruir e esconder, presenteando com um percurso museológico. Todos os locais de descanso e lazer deveriam relacionar-se com a serena e apaziguadora paisagem que este edifício nos oferece sobre o rio Douro e a Serra do Pilar, uma vez que o “utente” necessitará de um local para relaxar, reflectir e descansar, devendo assim localizar-se no piso nobre do edifício. Neste sentido privilegiaram-se realmente as zonas de descanso e lazer (salas de estar e jantar, zona de leitura, espaço de internet) no piso nobre (piso 1). No 1º piso encontramos também a zona de balneários, duas comunicações verticais que asseguram o acesso do 1º ao 2º piso e um átrio/sala de estar, onde os peregrinos podem relaxar ao calor de uma lareira e ao som de melodias exprimindo os seus sentimentos através de instrumentos musicais. O piso do rés do chão é um piso destinado a serviços e zonas de lazer. Possui um grande átrio que faz a recepção aos peregrinos e aos visitantes do museu e os dirige para uma recepção, com carácter selectivo, que os orienta para os seus destinos. Junto a este espaço (recepção) encontramos uma zona de arrumos para as bicicletas, um pequeno W.C., um acesso vertical que liga o piso do r/chão ao piso -1 e um espaço museológico que se estende até ao piso da cave. Este espaço no piso do r/chão pretende-se que conte um pouco sobre a história do vinho do Porto e que a continuidade deste, no piso da cave, nos fale um pouco sobre a história daquele local. No piso da cave e no seguimento do anteriormente mencionado, à medida que vamos descendo uma escada vai-se deslumbrando uma reminiscência do que seria aquele local no seu passado, encontrando-nos numa zona museológica. Este espaço faz-nos chegar a um pequeno auditório, onde se pode perceber um pouco sobre a história da peregrinação e sobre a história da cidade do Porto, e prolonga-se para o exterior numa tentativa de afirmar o que anteriormente foi sendo deslumbrado, através da paisagem sobre o Rio Douro e pelo jardim em socalcos, remetendo-nos às vinhas do Douro e que nos conta toda a história da cidade. Este piso possui um gabinete de enfermagem e uma lavandaria e é também considerado um ponto de encontro dos peregrinos na medida em que possui uma entrada secundária destinada unicamente a eles. Relaciona-se com um airoso jardim e duas elegantes palmeiras. Este jardim define pela sua planta o símbolo da concha dos peregrinos, na medida em que este representa o “ponto de encontro” (albergue) dos diversos caminhos de peregrinação e os aconchega, os protege.

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Planta do piso -1

Planta do piso 1

Alรงado Norte

Corte C2

pรกg. 15

Planta do Piso R/Chรฃo

Planta do piso 2

Alรงado Sul

Corte C3


MAQUETA

REGISTO FOTOGRÁFICO 1 Alçado Sul - Vista Sudoeste

REGISTO FOTOGRÁFICO 2 Alçado Sul - Vista Sudeste

REGISTO FOTOGRÁFICO 3 Alçado Norte - Rua Dom Hugo

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Moradia e Atlier Arq. João Santos 1. Aproximação ao local A zona de intervenção localiza-se no centro histórico do Porto e pertence à freguesia da Sé. Tem como espaço urbano a Rua de D. Hugo, antes designada por “Rua de Trás da Sé” ou “Rua dos Cónegos”, em versão popular, na cidade do Porto. A intervenção é constituída por um volume, n.º 35, que se encontra em estado de ruína.

Localização da parcela

Localização do terreno

A Unidade de Intervenção encontra-se no extremo poente do Quarteirão do Morro da Sé, junto à Sé Catedral e próximo de outros monumentos e edifícios carismáticos como a Casa do Cabido, Paço Episcopal, Casa da Câmara, o Seminário Maior do Porto, a Casa do Beco dos Redemoinhos e a Ponte de D. Luís, também imóvel de Interesse Público. Está também inserido na área classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. “A frente construída deste quarteirão desenvolve-se num total de 202 metros e é constituído por um conjunto de 5 parcelas, 4 com duas frentes, uma para a Rua D. Hugo e outra para o Beco dos Redemoinhos e uma com três frentes, pois volta-se também para a Calçada da Vandoma.» “Relativamente ao espaço envolvente é importante referir o processo de regeneração urbana previsto para a Avenida da Ponte, do qual deverá resultar um pólo de forte identidade, contemporaneidade e animação urbana – um novo espaço que servirá também de elemento de valorização de toda a zona. AAv. Vimara Peres foi já requalificada ao nível do espaço público, devido à nova linha de metro, deixando de ser uma via de passagem para ser uma via sem saída, apenas permitindo estacionamento e acesso às habitações. Esta via é a mais larga das que delimita o Quarteirão, foi repavimentada em cubo de granito e é essencialmente pedonal. Outro dos acessos às parcelas é a Rua de D. Hugo, uma via mais estreita de cariz medieval com pavimento de lages de granito, sem passeios, que permite o acesso automóvel em sentido único e alguns lugares de estacionamento, destinado essencialmente a residentes. O quarteirão é dotado de infra-estruturas de abastecimento de água e gás, de saneamento básico, drenagem de águas pluviais, distribuição de rede eléctrica e telecomunicações.” Registo Fotográfico

1.Rua Dom Hugo nº35

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2.Fachada Norte

3.Estado de conservação - Interior do edifício

4.Estrutura

5.Acesso a Poente


CONCEITO “Não quebrar o silêncio entre paredes de um passado ….Ordem, subtileza, naturalidade, simplicidade, emoções, reminiscência e luz.” Criar um vínculo já existente, ao espontâneo e ao planeado, ao natural e ao construído, para que a memória encontrasse a devida acomodação no presente. Não sacrificar, com quaisquer obras imprudentes ou descabidas, a feição tradicional e «sentimental» daquele velho “palácio” com o intuito de lhes restituir a “traça original”, a reconversão deve ser executada de modo muito subtil, de modo a não interferir no significado histórico e deve reduzir-se a uma cautelosa e proporcionada subdivisão do espaço habitável, nunca descurando a procura de um ambiente confortável. . No prosseguimento deste trabalho elaborou‐se uma proposta que se desenvolve em 5 pisos. No piso do rés-do-chão desenvolve‐se um átrio de entrada com uma pequena zona de descanso, destacando‐se uma escada típica do Porto, que pela verticalidade dos cabos de aço e pela forma cónica interior, prolonga‐se ao centro do edifício e deixa a luz entrar iluminando todos os compartimentos de todos os pisos. Privilegiaram-se as zonas de descanso e lazer (salas de estar e jantar, zona de leitura, espaço de internet) nos pisos do rés-do-chão e piso inferiores, viradas para sul, aproveitando a bela paisagem apaziguadora do rio Douro. Os quartos distribuem‐se pelos pisos 1 e piso 2. No piso ‐2 encontra‐se o atelier de arquitectura que possui de um pequeno espaço de relaxamento aconchegado pelo arco existente e relaciona‐se com o verde do jardim e pela água tranquila da piscina, trazendo quase para dentro do atelier as águas do Rio Douro. A cozinha encontra‐se no piso do rés-do-chão e é um prolongamento da sala de jantar. È um pequeno balcão e os diferentes materiais que assumem a transição do espaço. Ainda no piso ‐1 encontramos uma lavandaria e uma casa de banho de serviço. Este piso consegue alcançar a relação com o exterior através de uma escada que se pronuncia em direcção às vistas sobre o Rio Douro e a Serra do Pilar. O objectivo primordial, é atingir a “resposta ao exercício”, em que se pretende dar uma imagem linear e simples da época, mantendo o seu cariz. O enquadramento urbano/paisagístico e arranjo dos logradouros, desenvolve‐se a um nível conceptual, por um lado, o enquadramento e a integração do volume edificados na paisagem urbana envolvente, e por outro, o tratamento dos espaços da própria composição tornando‐o um espaço aprazível. Nesta área exterior, propõe‐se uma consequência da solução em planta já fortemente vincada, permitindo a comunicação para o seu exterior, considerando um simples tratamento de espaço. Esta solução preconizada é essencialmente libertadora e naturalista e permite quebrar a rigidez, frieza e desconexão existente. Propõe‐se uma leve e variada composição de folhagens, completando com o verde do jardim e lajes de granito, proporcionando espaços em sintonia com os rituais e elementos disciplinadores da arquitectura. Pretende‐se que esta solução conceba na globalidade uma imagem de unidade, embora permitindo a comunicação à rua das verdades através da escada de acesso à cota do caminho em terra batida. A inter‐relação entre os espaços reabilitados, interior/exterior e materiais utilizados, é determinante para o êxito da solução.

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Corte C3 Planta do piso 2

Planta do piso 1

Corte C1

Corte C2

Planta do piso 0 Alรงado Sul

Corte C3

Planta do piso -1

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Alรงado Norte

Alรงado Sul


PORMENOR CONSTRUTIVO

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A cidade do Porto - Revitalização Urbana 1. Aproximação ao local

Localização da área de intervenção

Localizada a Sul da zona central e administrativa da cidade do Porto, o plano proposto, abrange uma área de extensão urbana com desenvolvimentos e objectivos distintos. De seguida procura-se explicitar o contexto espacial da proposta, situando os limites da intervenção: - A sul é delimitado pela Marginal do Rio Douro; - A nascente é limitado pela Rua de São Vítor; - A norte é demarcado pela Rua Gomes Freire até à Rua Alexandre Herculano; - A poente a área de intervenção está circunscrita pela Rua Augusto Rosa e pela zona do Funicular.

Registo Fotográfico

1.Rua Miradouro

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2.Vista da Ponte do Infante

3.Vista da Rua Gomes Freire


CONCEITO Á cidade são atribuídas quatro funções: habitação, trabalho, circulação e recreio. O recreio surge ligado aos espaços verdes, constituindo uma das necessidades da cidade. O aumento das superfícies verdes é uma das metas a atingir se se pretende a melhoria das condições de habitação e do nível de vida, não só nos núcleos históricos das cidades, mas inclusivamente em certas zonas de expansão industrial. Os elementos naturais da paisagem geram os princípios de ocupação humana do território. Por meio destes simples elementos define-se a gramática elementar de todos os sistemas de ocupação do território, mesmos os mais complexos. A proposta coloca-se no âmbito destes princípios e apodera-se deles, estruturando-se como uma sequência de evidências naturais de construção do território: a topografia, os monumentos, as ruas, a procura dos elementos mais vetustos que reconstrõem a história do lugar. Convém referir que a intervenção desenvolve-se sobre uma região densamente ocupada, resultado de um rápido desenvolvimento e crescimento e apresentando alguns problemas de ordem arquitectónica e urbanísticos, relacionados com uma ausência de estratégia e composição, relativamente à forma e à representação da centralidade. O programa base deste plano tem como finalidade dar resposta a todas estas questões, numa importante área do concelho, absorvendo várias estratégias de intervenção tais como: o processo de acessibilidades e circulações, a qualidade representativa dos espaços urbanos (articulando os níveis privado, público), a dinamização de estratégias de qualificação plástica das formas urbanas, o desenvolvimento de um programa urbano construído e a construir, face ao princípio fundamental da integração das funções urbanas centrais e consolidação das massas construídas e a construir sobre suporte de uma estrutura verde. Trata-se portanto de definir, uma área urbana polarizadora, em que o papel do espaço público é estruturante, em relação à necessidade de representar uma malha urbana contínua e formalmente integrada na totalidade. Trata-se também de elaborar, ou pelo menos estabelecer os princípios, de uma nova imagem para a área de intervenção. Embora já se tenha referido anteriormente, de forma sintética, os princípios de composição urbanística que presidiram à formulação da proposta, importa-nos agora detalhar um pouco mais essa mesma temática. Falando concretamente da zona de intervenção dentro do quarteirão uma vez que se trata de uma área com grande capacidade urbana e do território, optou-se pelo recurso às volumetrias isoladas, paralelos e perpendiculares aos arruamentos. Estas morfologias têm a vantagem de além de representarem o sentido inovador da cidade, correspondendo à integração no grande espaço verde e relacionam a transição entre o espaço público e privado. A lógica de implantação, permite a relação visual privilegiada para o espaço verde, bem como a articulação de conjuntos edificados geradores de malha urbana. De referir que estes blocos alinhados e relacionados entre apropriação pública dos espaços inter-edificados. Numa procura de diferenciar e hierarquizar esta malha a construir, contribuem os casos excepcionais, que pontualizam e polarizam a área de intervenção, como é o caso do edifício destinado a um pólo universitário. Este edifício entende-se como a “referência” do próprio Plano, estabelecendo a ponte entre a estrutura verde e o centro da cidade associado à concentração de serviços terciários. De seguida proceder-se-à à síntese das intervenções previstas para a área de intervenção do Plano com o intuito de, mais pormenorizadamente, caracterizar os princípios gerais que definem a proposta. Este Plano remete para um processo urbanístico um pouco complexo, com momentos urbanos distintos. A proposta do “Parque Urbano/Jardim” (interior do quarteirão) aparece como figura central e as acções previstas no desenho urbano, tais como novos arruamentos, pracetas, espaços pedonais e conjuntos edificados, quer de blocos isolados quer de blocos de colmatação ou de definição de quarteirão, privilegiam os enfiamentos visuais para esse mesmo parque/jardim. O novo espaço verde, com as suas construções adjacentes (edifícios de habitação, serviços e equipamentos) vai permitir uma maior oxigenação da cidade e libertação do solo densamente ocupado, contrapondo com o conceito de espaço público duro, característico dos centros das cidades. O exercício proposto nesta área de intervenção é profundo em termos de transformação urbana e como tal prevê claramente a requalificação/reconstrução efectiva da malha urbana, com identidade própria e, por vezes, a atribuição de novas funções e um conceito original de integração dos espaços públicos urbanos. A composição e o desenho urbano são, pontualmente, a colmatação de frente urbana sendo que resulta a definição do antigo quarteirão e a colmatação de um espaço vazio para abraçar um novo pólo universitário. A ordem e a simplificação tipo-morfológica, permitem adicionar o comprometimento das intervenções arquitectónicas no projecto de natureza privada, um principio de interacção compositiva e um modelo urbano, estabelecendo segmentos de relação visual privilegiada para o espaço verde, bem como a articulação efectiva de malhas edificadas. Um dos aspectos fundamentais é o aproveitamento de edifícios devolutos, atribuindo novas funcionalidades que ajudam a dinamizar a cultura e o comércio e outras actividades urbanas, atractivas para o movimento citadino relacionadas entre si, definindo percursos pedonais envolvendo os próprios edifícios, alimentados pela fixação de funções comerciais e de serviços, e potenciando a apropriação pública dos espaços entre edifícios, sem deixar que este seja mais um caso de desertificação.

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1

2

3 8 7 5 6

4

Planta de Implantação

Planta C2

C1

Planta

Corte C1

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Corte C1

Alçado

Alçado

Corte C2

Corte C3 Corte C2


MAQUETA DIGITAL

Ponto de vista 1

Ponto de vista 5

Ponto de vista 2

Ponto de vista 6

Ponto de vista 3

Ponto de vista 7

Ponto de vista 4

Ponto de vista 8

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Habitat Extremo - Naica Interpretation Center 1. Aproximação ao local

Naica - Saucillo - Chihuahua - México Latitude e Longitude (WGS84): 27º 51'Norte 105º 30'Oeste

A caverna de Naica localiza-se, no México conhecida como Cueva de los Cristales ou a Caverna dos Cristais (http://en.wikipedia.org/wiki/Cave_of_the_Crystals) . A caverna é também conhecida como o Gigante Crystal Cave e Caverna do Superman, desde que se assemelha a casa Ártico do personagem de histórias em quadrinhos Superman. Localizado a cerca de 300 metros abaixo da superfície da Terra , a caverna contém cristais gigantes de selenita ( gesso, CaSO4 • 2H2O ), que são alguns dos maiores cristais conhecidos na Terra. Os maiores cristais na caverna atingem cerca de 12 metros de altura. A Caverna dos Cristais foi descoberta pela primeira vez no de 2000, por mineiros que estavam escavando um novo túnel para a exploração de prata , zinco e chumbo.

Registo Fotográfico

Caverna dos Cristais - Imagens de Andy Taylor.

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CONCEITO

Mais claro e fino do que finas pratas, brancas sonoridades de cascatas, um feixe de luz, onde o sol não reflecte o colorido, fundindose, ofuscando...

No atual estado de desenvolvimento rápido da computação e comunicações, o arquiteto é convidado não apenas a entender as novas tecnologias digitais, mas a incorporá-las no processo do projeto. Com novas ferramentas para criar geometrias virtuais e reais, a disciplina de design digital avançado exige a habilidade para desafios que progressivamente versam forma, espaço e tempo. Pretendeu-se abordar estas ferramentas digitais, não como uma simples representação da realidade, mas como integradas num processo gerador. Neste sentido investigou-se metodologias avançadas de modelação digital com a finalidade de empregá-las no processo de design ou concepção deste projeto. As diferentes metodologias de design generativo têm por base o cruzamento de diversas disciplinas que encaram o design como um processo de conjugação de variáveis-parâmetros. Criou-se um centro de interpretação, que pelos seus finos e longos «cristais» manifestam uma forma, que devido à estrutura dos seus átomos constituem diversos poliedros, originando uma composição interna ordenada e funcional, que presenteiam ao público expectante, a vida da mina de Naica, delineando um percurso até às podundezas da mina aonde se alojam os cristais gigantes de selenite.

Cristal de selenite Aproximadamente 12m de comprimento e 1m de diâmetro. Forma geométrica - Poliédrica

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Definição Paramétrica

Ladística

001

002

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004

005

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007

008

009

010

Diagramas 2D

Planta Rés do Chão

Corte C1

Planta Piso 1

Planta Piso 2

Corte C2

Planta Cobertura

Alçado Lateral esquerdo

Alçado Principal

Átrio Principal Zona administrativa Laboratório de investigação Biblioteca Loja Zona de exposição

Alçado Posterior Corte C1

Alçado Lateral Direito

Perspectiva

Acesso à gruta Alçado

Corte C3

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MAQUETA DIGITAL

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Habitação Plurifamiliar 1. Aproximação ao local Muito próximo da zona do centro histórico da cidade do Porto, os edifícios familiarizar-se-ão com outros edifícios de relevante importância e que estabelecem a ligação com a memória que aquele vazio deixou. O local de intervenção ocupa todo o miolo do quarteirão delimitado a norte pela Rua Alexandre Herculano, a sul pela Rua do Sol, a nascente pela Rua Duque de Loulé e a poente pela Rua Augusto Rosa. O sector de intervenção para a implantação de novos objectos arquitectónicos, destinados a habitação, comércio e uma percentagem de serviços, será todo o vazio confrontado com a Rua Augusto Rosa e uma pequena parcela do lado nascente.

Localização da parcela

Localização do terreno

O vazio como lugar urbano…. Ruptura ou continuidade. Configuram-se diferenciadas as tendências quanto à relação que o edifício estabelece com o meio urbano e a sua adaptação aos meios expositivos. Um único vazio/cheio, num contexto específico, concretiza a identidade do que o rodeia, através da continuidade de representação e utilização do espaço colectivo, ou inversamente, privilegia uma atitude de quase ruptura no contínuo urbano. Pode assim, ser um elemento silencioso ou ruidoso, factor de transformação e impulsionador de reestruturação urbana. Afigurando-se como retrato de modernidade, os edifícios tendem a exprimir-se como elementos marcantes no meio urbano, tanto a nível funcional como simbólico. Assim, condensando a imagem urbana da cidade em que se inserem, pode-se admitir que este tende a constituir-se como metáfora da mesma. A cidade actual, resultado de crescimentos mais ou menos planeados, tende hoje a apresentar uma imagem globalmente descaracterizada, evocando a necessidade de criar novos pontos de referência. A zona de intervenção insere-se num local de grande relevância pela singularidade da malha urbana fragmentada e constituída por tecidos cuja diversidade lhe é conferida pelo seu processo histórico de formação, pelas culturas urbanas subjacentes e pelo suporte físico onde assenta. A diversidade desta área é um agente inerente de qualidade urbana pelo que é necessário analisar, estabelecendo critérios de valorização, ocupação e usos. Neste sentido é necessário que este processo de regeneração urbana enquadre oportunidades de dinamização da cidade, combinando objectivos de regeneração física, social e económica, através de factores de qualificação, atractividade e de relacionamento. Registo Fotográfico

1.Rua Augusto Rosa

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2.Interior da parcela, vista da Rua Augusto Rosa

3.Rua Duque de Loulé


CONCEITO, FORMA, VOLUMETRIA E ESCALA

Desenhados para reunir, num só local, um espaço para apresentar e conceber arte, a finalidade primeira da arquitectura é a sua “Utilidade Habitacional e Social”, ao serviço de uma comunidade. A ideia base é propor a consolidação do quarteirão através da construção de edifícios destinados a habitação, comércio e serviços no alçado nascente e poente e deixar o interior do quarteirão como um "vazio" de tal forma intenso que gera a forma urbana e se torna num dos raros momentos em que a cidade se contempla a si própria ou a complexa natureza sobre a qual cresceu, e se transforma num observatório inesperado, onde calmamente contemplamos a paisagem da cidade existente. A intenção não é construir para “encobrir”, mas antes, oferecer uma nova frente aos edifícios existentes direccionada para um espaço verde e temático onde a relação entre o espaço público e privado é muito próxima. Todas as intervenções elaboradas no interior do quarteirão são pensadas para deixarem o interior permeável, sendo implantadas estrategicamente e ao mesmo tempo permitir pontos de diferentes temáticas e interesses atraindo o público em geral. Concebido em formas repetidas de cheios e vazios, os setes volumes, na sua solução projectual tem um carácter de “renovação” urbana explícita e, ao mesmo tempo, dá uma continuidade aos alinhamentos e vincula de forma bem presente o ritmo do lote existente. Reúne em si a afirmação de um poder, determinado a configurar uma nova imagem, onde a ideia deste conjunto urbano, irregular e rectilíneo, se afigura preponderante e pretende relacionar quatro elementos importantes do desenho urbano: quarteirão, lote, logradouro e fachada. “Toda a acção que humaniza a paisagem pode conter objectivos e valores estéticos que se comunicam através dos sentidos ou da percepção (Lamas, 2004).” Propõe-se a consolidação do quarteirão através da construção de edifícios destinados a habitação, comércio e serviços no alçado nascente e poente do quarteirão, deixando o interior como um "vazio" de tal forma intenso que seja ele próprio forma, tornando-se num dos raros momentos em que a cidade se contempla a si própria ou a complexa natureza sobre a qual cresceu, e se transforma num observatório inesperado. Todo o “miolo” do quarteirão se destina a um grande espaço verde temático, definido pelo casario e por dois percursos que definem diferentes zonas (de socialização, de lazer, de desporto, entre outras). Aqui a relação entre os espaços públicos e privados é muito próxima. A topografia natural é o suporte base para a construção deste espaço, acolhendo um anfiteatro natural para festivais de música ou teatro ao ar livre. A topografia permite também que estes dois percursos abracem um equipamento integrado no terreno (que substituirá o equipamento desportivo existente) rasgando-o para definir de forma subtil a sua entrada. Para a análise do local e materialização da proposta consideraram-se três elementos importantes i) a topografia, que é o suporte base para qualquer construção; ii) o espaço público, no que respeita ao sistema viário e outros locais próximos; e por fim, iii) o conjunto edificado existente, na relação com os edifícios e espaço público. Todas as intervenções no interior do quarteirão convergem no sentido de o interior permeável, sendo localizadas estrategicamente permitindo a emergência de diferentes temáticas e interesses. Propõe-se a construção de oito edifícios, sete do lado poente e um do lado nascente. Utiliza-se um módulo que repete as dimensões do lote existente e mantém as características de habitação e comércio ou serviços. Do lado da Rua Augusto Rosa, seis edifícios são destinados a habitação e comércio no rés-do-chão e um edifício no lado Norte (que assume a forte presença do Teatro de São João e se deixa definir indicando a entrada para o interior do quarteirão) para é destinado a serviços. Propõe-se a criação de habitação plurifamiliar, oferecendo diversas tipologias com rendas atrativas. A forma repetida do “lote”, concebida através de uma métrica, define um ritmo e assume um caráter de “continuidade” com a cidade, tanto na definição dos edifícios através da comunicação entre os existentes como na afinidade que estabelece com o interior do quarteirão Estes edifícios definem uma relação de alçado mais fechada para a rua e mais aberta para o interior do quarteirão. Cada edifício marca a sua entrada principal pela Rua Augusto Rosa ou pela Rua Duque de Loulé, deixando as laterais, ao nível do rés-do-chão, para comércio, relacionando-se com os percursos de atravessamento. Os acessos às habitações são feitos por um núcleo central que serve dois volumes, com um esquema de acessos esquerdo/direito, através de um jogo de escadas que se sobrepõem, alternando entre escada comum e privada. O seu desenvolvimento vertical e a sua planta livre assumem a pretensão de edifícios de carácter habitacional, onde o núcleo vertical de circulação caracteriza o espaço, deixando a luz penetrar e dar vida ao interior da casa. Esta luz vinda de cima, reflete-se e dilui sobre a casa, unificando-a numa reinterpretação contemporânea da arquitetura tradicional. No interior a relação do espaço social e privado é feita através de um pátio interior e, quando se trata de um duplex, o piso inferior destina-se à zona social e o piso superior à zona privada.

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Planta de Coberturas

Planta de R/Chรฃo

Plantas de Pisos Inferiores pรกg. 31


Piso 4

Corte C2 e envolvente

Piso 3

Piso 2 Corte C2

Piso 1

Piso 0

Corte C3

pรกg. 32


Corte Construtivo

pรกg. 33


MAQUETA

REGISTO FOTOGRÁFICO 1 Zona de intervenção no conjunto urbano

REGISTO FOTOGRÁFICO 2 Zona de intervenção no conjunto urbano

REGISTO FOTOGRÁFICO 3 Interior do quarteirão - entrada para o equipamento - vista sudeste

REGISTO FOTOGRÁFICO 4 Zona de intervenção no conjunto urbano - Alçado Nascente

REGISTO FOTOGRÁFICO 2 Zona de intervenção no conjunto urbano - Alçado Poente

REGISTO FOTOGRÁFICO 3 Edificado proposto para habitação plurifamiliar pág. 34


luztopo@gmail.com I Marlene Oliveira


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